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Universidade rovuma

Tema:
Comercio Triangular

Curso: Antropologia

Turma: A2

Cadeira: HESM

Ano de frequência: 1°

Nome: Justino José Rauanheque

Docente: Ainda Orfiço

Nampula, Agosto
2021
Introdução
O presente trabalho tem como tema o Comércio triangular, este foi o nome atribuído às relações
comerciais estabelecidas entre três continentes do mundo: África, Europa e Américas (do
Norte, do Sul e Central), entre os séculos XVI e XIX e tinha como principal elemento do
comércio triangular o tráfico negreiro, que envolvia o aprisionamento de africanos em seus
povos e em suas transferência forçada. Estes e mais conteúdo serão vistos ao desenvolver do
trabalho.
Comerica Triangular
O comércio triangular, ou comércio em triângulo, é um termo histórico indicando o comércio
organizado entre três portos ou regiões. O comércio triangular geralmente evolui quando uma
região possui mercadorias de exportação que não são necessárias na região de onde proveem
as suas principais importações. O comércio triangular fornece, portanto, um método para
corrigir os desequilíbrios comerciais entre essas regiões.
Devido as plantações de cana-de-açúcar e de tabaco no continente americano aumentaram as
necessidades da mão-de-obra africana. Por isso os escravos eram vendidos a preços altos, o
que transformou este comércio num grande negócio e altamente lucrativo.
 O circuito deste comércio chamou-se “Comércio Triangular”, porque tinha três lados,
e cada um deles dava lucros. Os produtores de vários países da Europa (britânicos,
franceses, portugueses, espanhóis, holandeses, dinamarqueses e outros) vendiam os
seus produtos aos exportadores dos grandes portos do Atlântico. Entre os vários
produtos destacam-se os artigos de lã, de algodão barato, armas de fogo, pólvora e
bebidas alcoólicas. Esses produtos eram levados para a África, onde eram trocados por
escravos. Era este o primeiro lado do comércio.
Circuito comercial, de grande importância entre a segunda metade do século XVI e o século
XVIII, que envolvia a troca de manufaturas, metais preciosos, diamantes, produtos agrícolas e,
especialmente, escravos negros entre a Europa, a África e a Américas. Expressão utilizada para
designar um conjunto de relações comerciais dirigidas por países europeus entre as metrópoles
e os vários domínios ultramarinos, de carácter transcontinental apoiado em três vértices
geopolíticos e económicos: Europa, África e América (Norte, Centro e Sul), com relações
secundárias com a Ásia e seus produtos. Trata-se, pois, de um conjunto de relações entre
produtor e distribuidor, comprador e vendedor, dominante e dominado, assumindo qualquer
um destes continentes uma posição de relevo em qualquer um destes níveis de contacto, à parte
a Europa em termos de domínio, pois nela residem as potências administrantes. De facto, o
vértice europeu deste imenso conjunto de cadeias de trocas comerciais assenta nas principais
potências navais e políticas do Velho Continente: Holanda, Inglaterra, França, Espanha e
Portugal (estes últimos em fase de declínio, mas sem nunca perderem as suas posições coloniais
e assegurarem alguns circuitos de produção e distribuição de produtos-chave na economia
mundial, como ouro, prata, diamantes, açúcar e tabaco).

Origem
A origem dessa prática de longa data remonta a aproximadamente 1440, quando pela primeira
vez os portugueses capturaram e escravizaram africanos que depois os levaram de volta ao seu
país de origem, Portugal, além de França, Espanha, Itália e Reino Unido.
Após a chegada de Christopher Columbus , Hernando de Magallanes e Vasco de Gama na
América em 1942, as bases que deram estrutura a esse novo modelo comercial estão
concluídas.
Após a conquista do continente americano pelos europeus, eles começaram a precisar de muito
trabalho para trabalhar na agricultura, porque a cana-de-açúcar, o café e o algodão começaram
a ser cultivados, e o comércio de escravos cresceu incrivelmente.
Da mesma forma, a extração de metais como ouro e prata começou a ser introduzida no
continente americano. Toda a matéria-prima produzida foi transportada de volta para a Europa
para que o benefício econômico desejado pudesse ser alcançado lá

Países beneficiados deste comércio


Inglaterra e franca foram os países que colheram o frutos mais saborosos desse intercambio,
principalmente a Inglaterra que fez expandir o comercio das suas manufaturas nos mercados
da África e américa. Isto representa uma mudança nos anos de 1700 e 1780 no mapa
econômico, no qual a Europa era mais importante mercado da Inglaterra, para um mapa no qual
esse mapa passou a ser ocupado pelas colônias.
Da Europa partiam embarcações carregadas de produtos manufaturados, como armas de fogo,
rum, tecidos de algodão asiático, joias de pouco valor, entre outros artigos de menor valor
comercial. O destino principal era África, onde se trocavam escravos por estes produtos. Os
compradores de escravos comerciavam com europeus ou africanos que vendiam os seus
conterrâneos, quer no litoral quer no interior, onde quase só se aventuravam os negreiros
autóctones. Muitas vezes eram colonos americanos a comprar diretamente em África a sua mão
de obra servil, sem intermediários europeus. Os escravos africanos eram, de facto, a mola
principal desta rede comercial de capital importância para a economia europeia, pelos lucros
que rendiam aos países negreiros, e também para o sistema de produção das colónias mineiras
e de plantação das Américas, seu destino além-Atlântico.
Nesta segunda junção de vértices do comércio triangular (África-Américas), muitos dos
escravos morriam a bordo dos navios, onde se amontoavam em condições infra-humanas.
Chegados às Américas, eram vendidos aos donos de minas e de plantações em troca dos seus
produtos: açúcar, tabaco, moedas de ouro e prata (ou em barra, e até mesmo em forma de letras
de crédito de praças financeiras como Londres, Bordéus, Nantes, Antuérpia...). Completava-se
o triângulo comercial com a compra por parte da Europa desses produtos americanos, embora
para o continente americano se exportassem diretamente as manufaturas e se fizessem
reexportações de artigos adquiridos na Ásia. Só as colónias europeias nas Índias Ocidentais e
as famílias possuidoras de minas, plantações ou empresas comerciais tinham poder económico
para adquirir essas manufaturas do Velho Mundo, pagando com os rendimentos que lhes davam
as suas produções ou negócios, mesmo com os elevados gastos que comportava a compra de
mão de obra africana.
A nível de movimentação de capitais em larga escala, tinham enorme destaque as colónias
espanholas produtoras de ouro e prata - como a Colômbia, o Peru, a Bolívia e o México - ou
dos grandes criadores de gado, bem como, e principalmente, o grande motor do império
colonial português durante três séculos, o Brasil. As suas fazendas de cana-de-açúcar, algodão,
tabaco, café e cacau, a par das explorações mineiras de ouro e diamantes (com ciclos de
produção em épocas diferenciadas), para além do serviço doméstico dos senhores, absorveram
milhares de africanos para o seu esforço produtivo, importação essa que rendia avultadas
fortunas aos negreiros que os colocavam nos mercados brasileiros. Só os Estados Unidos terão
importado mais escravos africanos que o Brasil. A posição ocupada pelas colónias inglesas da
América do Norte é, de facto, de crescente importância no contexto do comércio triangular,
principalmente a partir do século XVII, quer na importação direta (sem intermediários
europeus) de escravos africanos, quer assumindo uma posição de relevo nas trocas comerciais
com a Europa. Produtores e exportadores, além de importadores de produtos manufaturados
europeus ou de mão de obra africana, cedo os norte-americanos tentam tornar-se independentes
no plano produtivo, lançando-se mesmo na exploração de rotas comerciais atlânticas,
integrando-se cada vez mais ativamente nas arestas geográficas do comércio triangular.
No caso do Brasil e da América espanhola, as grossas somas de dinheiro dispendidas no
pagamento das importações de manufaturas europeias - o luxo e o fausto tiranizavam cada vez
mais os gostos dos colonos mais abastados - dirigiam-se, não para as suas metrópoles ibéricas,
mas principalmente para a Inglaterra, Países Baixos, França, produtores e exportadores de
manufaturas que colocavam facilmente a bom preço no Novo Mundo, para além das
reexportações de produtos importados da Ásia, onde possuíam entrepostos, feitorias ou mesmo
colónias. Todo esse capital colonial passava, sem retenção ou entesouramento, por Portugal e
Espanha, que o usavam para pagar o seu deficit de mercadorias e de fraca produção de
manufaturas nacionais. Era retido e investido em países do Norte da Europa, que o canalizavam
para o incremento da sua produção manufatureira e no pagamento das importações do Báltico
ou da Ásia, reativando constantemente as ligações comerciais com África e, principalmente,
com a América.

Tráfico de Escravos
Se falamos de comercio triangular não podemos esquecer de falar um pouco sobre o tráfico de
escravos no continente africano.
Os produtores vendiam os seus artigos por preços muito mais elevados do que o custo do seu
fabrico. Por isso, davam enormes lucros aos seus produtores. Os escravos eram levados para o
outro lado do Atlântico e vendidos nos mercados americanos. Este era o segundo lado do
comércio.
Os comerciantes de escravos também lucravam muito porque vendiam os escravos a preços
muito superiores aos que os tinham comprado. Com o dinheiro obtido compravam
carregamentos de açúcar e de tabaco, cultivados pelos escravos para os venderem nos países
da Europa. Este era o terceiro lado do comércio. Esta fase dava lucros aos plantadores e aos
proprietários dos navios cargueiros.
O trabalho dos escravos africanos nas Américas gerou grandes fortunas na Europa, e isto
ajudou alguns países a transformarem-se em nações comerciais poderosas, como a Inglaterra e
a França
O tráfico de escravos praticado pelos países europeus só foi possível com a cumplicidade de
alguns chefes políticos africanos. Os navios negreiros vinham para a África carregados de
artigos de pouco valor, como espelhos, missangas, aguardente e armas de fogo. Chegados à
costa de África, os comerciantes europeus trocavam estes produtos por ouro,vmarfim, peles e
sobretudo escravos.
Devido aos fabulosos lucros que esse comércio dava, muitos dirigentes africanos envolveram-
se cada vez mais nele, chegando mesmo a promover guerras entre tribos e guerras de kuata-
kuata nas aldeias para obterem o maior número de escravos.
Consequências do tráfico em África, na América e na Europa
O tráfico de escravos provocou efeitos dolorosos e destruidores no continente africano, e estes
ainda hoje se fazem sentir.
A guerra e a caça ao homem passaram a ser uma necessidade, devido ao lucro e ao
enriquecimento fácil. Muitos Estados africanos fortes ficaram desorganizados e os mais fracos
chegaram mesmo a desaparecer. Pode mesmo afirmar-se que houve um grande retrocesso nas
forças produtivas. Os povos, de agricultores regressaram à recolecção, deixando de ser
sedentários. As classes dominantes, devido à intensidade do tráfico de escravos, ficaram
enfraquecidas e tornaram-se presas fáceis dos negreiros europeus.
De fato, o vértice europeu deste imenso conjunto de cadeias de trocas comerciais assenta nas
principais potências navais e políticas do Velho Continente: Holanda, Inglaterra, França,
Espanha e Portugal (estes últimos em fase de declínio, mas sem nunca perderem as suas
posições coloniais e assegurarem alguns circuitos de produção e distribuição de produtos-chave
na economia mundial, como o ouro, prata, diamantes, açúcar e tabaco).
Durante quase cinco séculos, a África foi palco de guerras, razias e outras operações nefastas
provocadas pelos europeus para obterem escravos. A África viu-se assim privada da força de
trabalho necessária para o seu desenvolvimento, o que a lançou no atraso e no
subdesenvolvimento. A deslocação forçada de milhares de africanos provocou a diminuição do
crescimento natural da população, já que os homens, as mulheres e os jovens em idade
produtora e reprodutora eram vendidos e levados para os outros continentes.
Conclusão
Portanto o comercio triangular deveu-se as plantações de cana-de-açúcar e de tabaco no
continente americano, e o aumento as necessidades da mão-de-obra africana. Por isso os
escravos eram vendidos a preços altos. E tamen existiam alguns países beneficiados com esse
comercio e tinha a Inglaterra e franca como os países que colheram os frutos mais saborosos
desse intercambio, principalmente a Inglaterra que fez expandir o comercio das suas
manufaturas nos mercados da África e américa.
Este circuito deixou o continente africano destruído de tal forma que ate hoje se faz sentir a
situação ocorrida nesse tempo.
Bibliografia
ÁFRICA 2,1 n.º 2, Angola, Sócios Gráfica, Artes Gráficas Lda., Janeiro--Fevereiro, 2007.
ÁFRICA 2,1 n.º 10, Angola, Sócios Gráfica, Artes Gráficas Lda., Novembro, 2007.
ANDRADE, Mário Pinto – Origens do Nacionalismo Africano, Lisboa, Publicações Dom
Quixote, 1998.
Cadernos do Terceiro Mundo, ano III, n.º 20, Janeiro 1980.
DIÁRIO DE LUANDA – 3 – História de Angola
Infopédia: "comércio triangular"
«O preço dos escravos no tráfico do Atlântico» (PDF). 1999
Kurlansky, Mark. Cod: A Biography of the Fish That Changed the World. New York: Walker,
1997. ISBN 0-8027-1326-2.

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