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de Basilio-Rapper | trabalhosfeitos.com
INTRODUÇÃO
Uma vez fixado em Angola o governo português não reconhece os direitos do povo
autóctone, e implementa um conjunto de politicas e acções que vai propiciar o
surgimento de uma Consciência Nacionalista. Surge com isto os movimentos políticos
que reivindicar junto das autoridades coloniais o direito a independência e
autodeterminação, como: o FNLA, MPLA e a UNITA. É no entanto no ano de 1975 que
proclama-se a independência levada a cabo pelos três movimentos, mas tendo maior
reconhecimento internacional a Proclamação de Independência do MPLA. A partir
deste momento vai ocorrer um conjunto de acontecimentos não menos importantes
para a história desta grande nação africana, nós o grupo numero quatro nos
encarregaremos de analisar os acontecimentos sucederam de 1975 à 1992,no
esforçando ao máximo esclarecer tal temática e trazer ao púlpito as questões mais
relevantes inerentes a este referencial cronológico.
Objectivo geral:
Descrever os acontecimentos marcantes que ocorreram em Angola desde 1975-1992.
Objectivos específicos:
Descrever a guerra de independência em angola;
Analisar os acordos para a independência de Angola;
Explicar a essência e o significado do Acordo de Alvor;
Esclarecer o processo de proclamação da independência em Angola;
Explicar o desenrolar da guerra civil em Angola;
Analisar a intervenção cubana em Angola (Operação Carlota);
Elucidar prudentemente o que foi o fraccionismo;
Descrever a batalha do Cuito Cuanavale;
Analisar o Acordo de Bicesse.
Fonte e Método de Pesquisa: pesquisa bibliográfica, elaboração conjunta, dedução,
indução, critica, análise e síntese.
O MPLA no poder
1.3.2 – O Fraccionismo
Fraccionismo foi o nome dado a um movimento político Angolano, liderado por Nito
Alves, ex-dirigente do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), no poder
desde a independência do país. Este movimento articulou-se como dissidência no seio
do MPLA, após a independência de Angola, em oposição ao Presidente Agostinho
Neto, e lançou em Luanda uma tentativa de Golpe de Estado a 27 de Maio de 1977.
O golpe fracassou devido ao apoio das FAR (forças cubanas estacionadas em
Angola), e após um breve período de acalmia em que tudo parecia estar solucionado,
deu-se um atentado à vida do Presidente Agostinho Neto, que levou a um período de
dois anos, de perseguição sangrenta dos (reais e alegados) seguidores e
simpatizantes de Nito Alves, culminando em milhares de mortos.
Antecedentes
Nito Alves lutava nas fileiras do MPLA desde 1961. Quando em 1974 se dá o 25 de
Abril em Portugal, era o líder militar do MPLA, na região dos Dembos, a nordeste de
Luanda.
Durante o período do Governo de Transição, transformou-se no líder dosmilitantes do
MPLA nos musseques de Luanda, onde organizou os comités denominados "Poder
Popular", que lutaram durante a guerra civil em Luanda, contra a FNLA (Frente
Nacional de Libertação de Angola).
Angola conquistará a independência um ano e alguns meses depois e, segundo os
Fraccionistas, já havia no seio do MPLA, uma desvirtuação dos ideais para os quais
muitos militantes haviam lutado. Houve uma grave cisão, no seio do movimento, entre
os chamados "moderados" empenhados num crescimento cuidadoso e gradual,
congregados à volta de Agostinho Neto e Lopo do Nascimento, e uma facção radical,
com Nito Alves à cabeça, que objectivava à predominância de mestiços e brancos no
governo.
Segundo os radicais "as pessoas brancas e de sangue misto desempenhavam um
papel fortemente desproporcionado no funcionamento do governo de uma nação
predominantemente negra". Porém, naquela época já existiam negros que faziam
parte do poder, até porque o presidente Agostinho Neto insistia na tese de querer
implantar em Angola um governo multirracial. Alguns desses membros do governo
viam a oportunidade de conquistar uma maior fatia do poder, lançando abertamente
um apelo racista às massas, como Nito Alves quando num comício dos bairros
periféricos de Luanda, afirmou que "Angola, só seria verdadeiramente independente
quando brancos, mestiços e negros passassem a varrer as ruas juntos".
Nito Alves era considerado por alguns como o segundo homem do poder, logo a
seguir a Agostinho Neto, e fora nomeado Ministro do Interior,quando o MPLA formou o
primeiro Governo de Angola. Porém, o descontentamento de Nito Alves com a alegada
orientação de Agostinho Neto a favor dos intelectuais urbanos mestiços, tais como
Lúcio Lara, influente histórico e um dos principais ideólogos do partido, o então
ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Jorge, e o Ministro da Defesa, "Iko"
Carreira, constituiu foco de divisão no seio do Governo.
Esta divisão tornou-se mais evidente, quando em Luanda na 3ª Reunião Plenária do
Comité Central realizada de 23 a 29 de Outubro de 1976, se decidiu a suspensão por
seis meses, de Nito Alves e de José Van-Dúnem, acusados formalmente de
Fraccionismo por terem sido protagonistas da criação de um 2º MPLA.
Como resultado da sua suspensão, Nito Alves e José Van-Dúnem propuseram a
criação de uma comissão de inquérito, para averiguar se havia ou não Fraccionismo
no seio do partido e que foi liderada por José Eduardo dos Santos, arrastando no
tempo as inquirições, bem como a apresentação das suas conclusões sobre o
Fraccionismo, levando a alastrar a divisão no seio do MPLA.
É de referir que devido a essa comissão de inquérito, o próprio José Eduardo dos
Santos e o primeiro-ministro de então, Lopo do Nascimento, foram posteriormente
acusados de Fraccionistas. No entanto, José Eduardo dos Santos foi ilibado pelo
comissário provincial do Lubango, Belarmino Van-Dúnem.
A mulher de José Van-Dúnem, Sita Valles, com ligações ao PCUS (Partido Comunista
da União Soviética) obtidas através do Komsomol (КомÑомол),a
organização Soviética da juventude, remontando ao período em que tinha feito parte
da Comissão Central da UEC (União dos Estudantes Comunistas), sendo, à altura,
considerada a número 2, a seguir de Zita Seabra, foi também expulsa do MPLA,
acusada de ser uma agente infiltrada do KGB (policia secreta russa).
A realização da assembleia magna de militantes realizada a 21 de Maio de 1977 na
cidadela de Luanda, presidida por Agostinho Neto, é o ponto de ruptura, sendo feito o
anúncio oficial da expulsão de Nito Alves e de José Van-Dúnem.
Preparação
Nito Alves, depois de ter sido ouvido pela comissão de inquérito em Fevereiro de
1977, começou a convencer o povo de que a acusação de “Fraccionismo” que lhe era
dirigida, estava associada a uma intenção de “Golpe de Estado” que lhe procuravam
também imputar. Realçava igualmente o facto de que, alguns dirigentes do MPLA
teriam transmitido informações a militantes, sobre a previsão de fuzilamento dele
próprio, em Janeiro desse ano.
Convenceu também os seus seguidores, de que as cadeias estavam a ser preparadas
pelas forças afectas a esse grupo, para receber presos que a segurança já tinha em
mira, em listas que circulavam no seu seio. Foi pois, através deste clima de
desconfiança generalizada, criada dentro do MPLA e da suposta tentativa de
eliminação física de alguns dos seus militantes que Nito Alves e o grupo dos seus
apoiantes mais próximos, promoveram a mobilização de grande parte dos membros
do MPLA em sua defesa, com o apoio de algumas dasorganizações de massas, de
alguns populares de Luanda (particularmente do musseque Sambizanga) e de
sectores importantes do exército.
Os chamados Nitistas manifestaram-se genuinamente no país a 27 de Maio de 1977,
de forma inequívoca, apoiados pelo exército, contra a linha de orientação repressiva
que pensavam estar a ser seguida e contra a deterioração da vida do povo e carência
generalizada de géneros alimentares, procurando obter o apoio de Agostinho Neto às
suas pretensões de depurar a organização destes elementos da aliança das forças
Maoístas e de direita para garantir o aprofundamento da revolução popular.
O que de facto os seus apoiantes não sabiam é que toda essa situação tinha sido
orquestrada por Nito Alves, conduzido por agentes da CIA e que através de elementos
bem colocados, manipulavam os média e as bases populares, criando armazéns
clandestinos onde acumulavam imensos bens alimentares e outros de primeira
necessidade, os mesmos de que o povo reclamava carência, preparando-se para abrir
esses mesmos armazéns depois do golpe para apaziguar as massas. Tratando-se
claramente de manipulação descarada e camuflada.
O golpe
Na madrugada de 27 de Maio de 1977 (sexta-feira), Nito Alves, então Ministro da
Administração Interna sob a presidência de Agostinho Neto, liderou um movimento
popular de protesto que se dirigiu para o Palácio Presidencial, para apelar ao
Presidente Neto que tomasse uma posição contra o suposto rumo de influência
Maoísta que o MPLA estava a seguir e para que alterasseessa tendência com o
retorno à linha Marxista-Leninista pura.
Virinha e Nandy, dirigentes do destacamento feminino das FAPLA (Forças Armadas
Populares de Libertação de Angola), dirigem o assalto à cadeia de S. Paulo, onde se
encontrava em visita de inspeção, Hélder Neto, chefe da INFANAL (serviço de
Informação e Análise), órgão paralelo à DISA (Direcção de Informação e Segurança
de Angola). Para tentar impedir o ataque, Hélder Neto, liberta alguns presos e entrega-
lhes armas para o ajudarem a defender a cadeia. No entanto, Sambala, um cantor
popular detido por delito comum, prende-o pelos braços, quando ele abre as portas da
cadeia para negociar com Virinha e Nandy, acabando, supostamente, por se suicidar.
Luís dos Passos, o actual secretário-geral do PRD4 , num jipe com seis militares,
dirigia a tomada da Rádio Nacional, enquanto nos musseques Sita Vales e José Van-
Dúnem, incitam os operários e os populares à revolta.
Saidy Mingas, um dos irmãos de Rui Mingas, fiel a Agostinho Neto, entra no quartel da
Nona Brigada para tentar controlar as tropas, sendo preso pelos soldados e levado
com Eugénio Costa e outros militares contrários à revolta para o musseque
Sambizanga, onde são posteriormente queimados vivos5 .
Por volta do meio-dia o Governo, através de Onambwe, diretor-adjunto da DISA, reage
com a ajuda das tropas cubanas. Os soldados retomam a cadeia e a rádio e abrem
fogo sobre os manifestantes dispersando-os, abafando-se assim o golpe. Pelas 16h00,
a cidade já está controlada, e osmanifestantes procuram refúgio. No musseque do
Sambizanga são queimados vivos, os militares aprisionados, conseguindo escapar
ileso o Comandante Gato. No começo da tarde, reinava o silêncio na cidade. Na Rádio
Nacional Agostinho Neto resume os acontecimentos que por poucas horas abalaram
Luanda: Hoje de manhã, pretendeu-se demonstrar que já não há revolução em
Angola. Será assim? Eu penso que não... Alguns camaradas desnortearam-se e
pensaram que a nossa opção era contra eles.
Com o poder governamental precariamente restabelecido em Luanda, foi imposto o
recolher obrigatório com início ao pôr-do-sol e a terminar ao nascer-do-sol, realizado
com a ajuda de barreiras de rua por toda a cidade. Cubanos, em tanques e blindados,
guardavam os edifícios públicos.
Numa última tentativa de levar o golpe em frente, surge um atentado contra Agostinho
Neto, levado a cabo pelo seu segurança particular e organizado por Nito Alves.
Escapa ileso mas fica abalado emocionalmente e pouco tempo depois, num discurso
empolgado, afirmou: "Não haverá contemplações". "Não perderemos muito tempo com
julgamentos".
Logo nessa mesma noite a DISA, começou as buscas às casas à procura dos Nitistas.
No rescaldo do golpe, imensas pessoas foram submetidas a prisões arbitrárias,
tortura, condenações sem julgamento ou execuções sumárias, levadas a cabo pelo
Tribunal Militar Especial vulgo Comissão Revolucionária, criado para substituir os
julgamentos e que ficou conhecido por Comissão das Lágrimas.
Não se sabe a data exacta em queNito Alves foi preso, mas sabe-se que foi fuzilado e
que e se fez desaparecer o seu corpo, afundando-o no mar amarrado a pedras. Sita
Valles e José Van-Dúnem foram aprisionados a 16 de Junho de 1977. Em 1978, o
escritor australiano Wilfred Burchett confirmou que Nito Alves fora executado, bem
como Sita Valles, José Van-Dúnem, Ministro do Comércio Interno, David Aires
Machado, e dois comandantes superiores do exército do MPLA, Jacob João Caetano
(popularmente conhecido como Monstro Imortal) e Ernesto Eduardo Gomes da Silva
(Bakalof).
Consequências
As perseguições duraram cerca de dois anos. Tipicamente, após os julgamentos
sumários, os ditos “traidores” eram apresentadas na TV angolana antes de serem
fuzilados. Foram exibidos desta forma aproximadamente 15.000 pessoas.
Foram mortos muitos dos melhores quadros Angolanos, combatentes experientes,
mulheres combativas, jovens militantes, intelectuais e estudantes. Em Julho de 1979,
Agostinho Neto, levando em consideração os actos dos dois últimos anos, decide
dissolver a DISA pelos "excessos" que havia cometido.
Ironicamente, o golpe acabou por reescrever a história, levando o MPLA a fazer o que
os golpistas reivindicavam. Em Dezembro de 1977 no seu primeiro congresso, mudam
de nome para MPLA-PT (MPLA Partido do Trabalho) adoptando oficialmente a
ideologia Marxista-Leninista, pedida por Nito Alves.
De acordo com várias fontes, o número de militantes do MPLA, depois das
depurações, baixou de 110.000 para 32.000. Estas acções de depuração dopartido
provocaram milhares de mortos não existindo um número oficial, oscilando segundo as
fontes, entre os 15.000 e os 80.000.
Desfecho
A versão oficial, publicada a 12 de Julho de 1977, afirma que se tratou de um Golpe de
Estado e que o mesmo já vinha a ser preparado desde 1974, compreendendo várias
fases (infiltração, sabotagem das estruturas existentes e finalmente, golpe de estado),
sendo atribuído ao "Grupo de Nito".
Defendiam que, este grupo se apresentava com uma capa aparentemente
revolucionária, a de uma linha "Marxista-Leninista pura", procurou desviar o povo dos
objectivos da Reconstrução Nacional e da defesa da integridade territorial, tentando,
dessa forma, controlar as estruturas do MPLA e do governo.
O Bureau Político acusou inclusive o "grupo de Nito", de ser um aliado do inimigo
interno (UNITA e FNLA) e externo (Zaire, África do Sul e EUA), de manipular as
dificuldades do povo, efectuar calúnias contra dirigentes e de estar afastado das
massas populares recusando-se a com elas conviver. No plano ideológico, considerou
que as acusações dos Fraccionistas, da existência nas cúpulas de manifestações
Social-Democratas ou Maoístas, eram conceitos palavrosos, sem significado em
Angola.
A direcção do MPLA, discordava claramente de que o Fraccionismo, fosse uma
tomada de consciência da classe operária Angolana. Considerou ainda que, os
conceitos de Anti-Sovietismo e Anti-Comunismo atribuídos a grande parte dos
responsáveis políticos do MPLA, eram apenas uma tentativa dos golpistas deatrair o
apoio dos países amigos ou Socialistas.
Os apoiantes de Nito Alves, pelo seu lado, consideram que o golpe já estava a ser
feito por uma ala Maoísta do partido, liderada pelo secretário administrativo do
movimento, Lúcio Lara que terá instrumentalizado os principais centros de decisão do
partido e os média, em especial o Jornal de Angola, pelo que consideravam que a
manifestação convocada por Nito Alves não se tratou de um golpe de estado mas sim
de "um contra-golpe".
Em Abril de 1992, o governo angolano reconheceu que foram "julgados, condenados e
executados" os principais "mentores e autores da intentona Fraccionista", que
classificou como "uma acção militar de grande envergadura" que tinha por objectivo "a
tomada do poder pela força e a destituição do presidente Neto".
Conclusão
Apesar de este período histórico ter ficado conhecido como Fraccionismo, a palavra
em si já tinha sido usada para definir outras tentativas de rotura no MPLA, o próprio
Agostinho Neto, refere isso no discurso proferido a 5 de Fevereiro de 1977, na
assembleia de militantes em N’Dalatando.
"... Houve a certo momento em 1962 um Fraccionismo, que foi conduzido por Viriato
da cruz, nome que não é desconhecido dos camaradas, mas que produziu a divisão
do Movimento, por não querer submeter-se a essas regras de centralismo
democrático. Quando se discutia um problema, no Comité Director, ele assumia,
sempre uma atitude contra a maioria.
Mais recentemente, (1965/66) um outro grande Fraccionismo,que se baseou na tribo,
que é o de Chipenda. Era membro dirigente do MPLA, estava connosco no Comité
Director e, certa altura, foi mobilizar a gente da sua tribo – ele é natural do Lobito.
Pensava ele que poderia ser o chefe dos Umbundos.
"Revolta Activa", chefiado por Gentil Viana. Da mesma maneira, dentro do movimento,
formou um grupo para combater a Direcção do Movimento. Claro que hoje está preso.
Nós temos de combater, sempre e com firmeza, qualquer tentativa de Fraccionismo.
Isto não pode ser admitido numa organização democrática como a nossa em que há
democracia, da base ao topo.
Se esse grupo não se convencer com a crítica, é necessário neutralizá-lo... No MPLA,
nós somos um e temos regras para a vida da Organização. Não somos diversos.
Somos um ou devemos ser um.
Portanto, quando nós dizemos fraccionismo, significa que alguém dentro da
Organização, dentro do país, quis formar grupos que fossem diferentes do MPLA. Ora
neste país, o único Movimento que existe é o MPLA e quem defender outro Movimento
qualquer, não pode ser tolerado.
Devo dizer aos camaradas – agora já o posso dizer – que alguns deles, alguns que
andam fugidos – ou os que estão sob investigação – chegavam às reuniões e, em vez
de discutir os problemas que eram inscritos na ordem de trabalho, pegavam num livro
e punham-se a ler à socapa. Muitas vezes, tinham sono, dormiam, talvez porque
tivessem reuniões de mais.
Primeiramente foi o grupo que sechamava "Comités Herda". Foi eliminado. Depois
eram os "Comités Amílcar Cabral". Foram eliminados. Apareceram depois alguns
deles, indivíduos que pertenciam a esses dois grupos apareceram numa outra
organização chamada "OCA – Organização Comunista de Angola" e também foram
eliminados. …"
Desfecho
O impasse militar de Cuito Cuanavale foi reclamado por ambos lados como uma
vitória. O lado angolano afirmou que com a defesa de Cuito Cuanavale, em situação
precária e situação inferior, impediram a invasão do território angolano, pelas forças da
África do Sul. Porém na África do Sul os partidários da guerra proclamavam como
triunfo o facto de o exército deles menos equipado mas melhor treinado ter impedido o
avanço do comunismo.
Em Dezembro de 1988 o MPLA e a UNITA, assinaram o Acordo Tripartido na cidade
de Nova Iorque, acordando com a retirada das forças estrangeiros do
conflitoangolano, levando, consequentemente, à independência da Namíbia e à
democratização da África do Sul, culminando com o fim do regime do Apartheid.
Em Junho de 1989, em Gbadolite (Zaire), a UNITA e o MPLA estabelecem uma
trégua. A paz apenas durou dois meses.
Em fins de Abril de 1990, o Governo Angola anuncia o reinício das conversações
directas com a UNITA, com vista ao estabelecimento do cessar-fogo. No mês
seguinte, a UNITA reconhecia oficialmente José Eduardo dos Santos como o chefe de
estado angolano. O desmoronar da União Soviética acelera o processo de
democratização. No final do ano, o MPLA anunciava a introdução reformas
democráticas no país. A 11 de maio de 1991, o governo publica uma lei autorizava a
criação de novos partidos, pondo fim ao monopartidarismo. A 22 de Maio os últimos
cubanos saem de Angola.
CONCLUSÃO
Depois de profunda e prudente análise o grupo chegou as seguintes conclusões:
Que nos anos de 1950 começou a articular-se uma resistência multifacetada contra a
dominação colonial, impulsionada pela descolonização que se havia iniciado no
continente africano, depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Esta
resistência, que visava a transformação da colonia de Angola em país independente,
desembocou a partir de 1961 como início da luta armada num combate armado contra
Portugal que teve três principais protagonistas: o MPLA, a FNLA e UNITA;
Que a situação alterou-se completamente quando em abril de 1974 aconteceu em
Portugal a Revolução dos Cravos, um golpe militar que pós fim a ditadura de Salazar
em Portugal. Os novos detentores do poder proclamaram de imediato a sua intenção
de permitir sem demora o acesso das colonias portuguesas a independência;
No dia 11 de Novembro de 1975, foi proclamada a independência de Angola, pelo
MPLA em Luanda, e pela FNLA e UNITA, em conjunto no Huambo;
Que coma independência de Angola começaram dois processos que se
condicionaram mutuamente: por um lado, o MPLA em 1977 adoptou o marxismo-
leninismo como doutrina e estabeleceu um regime político-económico inspirado pelos
blocos socialistas.
Que por ouro lado iniciou-se logo depois da declaração da Independência a guerra
civil angolana entre o três movimentos, uma vez que a FNLA e sobretudo a UNITA não
se conformaram nem com a sua derrota militar nem com a sua exclusão do sistema
politico. Esta guerra durou até 2002 e terminou com a morte em combate do líder
histórico da UNITA Jonas Savimbi.
BIBLIOGRAFIA
SÀ, Tiago Moreira de; os Estados Unidos e a descolonização de Angola, 1a Ed. 2011
COSME, Leonel, a separação das águas (Angola 1975-1973), Porto: campo das
letras, 2007
CARVALHO, Nogueira, era tempo de morrer em África: Angola guerra e
descolonização 1961-1975, Lisboa: prefacio, 2004