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INSTITUTO SUPERIOR POLITECNICO JEAN PIAGET DE BENGUELA

DEPARTAMENTOS DE CIÊNCIA SOCIAIS


LICENCIATURA DE DIREITO

ACORDO DE GBADOLITE
1989
ELABORADO POR: GRUPO nº 01

Docente
______________________
José Neto

Benguela, Abril de 2022


INSTITUTO SUPERIOR POLITECNICO JEAN PIAGET DE BENGUELA
DEPARTAMENTOS DE CIÊNCIA SOCIAIS
LICENCIATURA DE DIREITO

ACORDO DE GBADOLITE
1989
Integrantes do Grupo nº 01
 Agnaldo Serafim
 Alberto Wilson
 Carlos Calunga
 Erica Cazemeca
 Florença António
 Kelson dos Santos
 Luís Fraude
 Rosa Kalundilili
 Victoria Gomes
1º Ano
Turna: Manhã
Disciplina: História das Ideias Politicas
Índice
INTRODUÇÃO............................................................................................................4

1. ACORDO DE GBADOLITE CONECITO.................................................................5

1.1 ANTECEDENTES....................................................................................5

2. A PROPOSTA DE PAZ DO GOVERNO DO MPLA: “A SOLUÇÃO AFRICANA”. .5

2.1 A PROPOSTA DE PAZ DA UNITA.......................................................................6

3. O COMUNICADO FINAL DA CONFERÊNCIA.......................................................6

4. FRACASSO DO ACORDO DE GBADOLITE.........................................................6

5. O LEGADO, 33 ANOS DEPOIS.............................................................................7

CONCLUSÃO..............................................................................................................8

REFERÊNCIAS...........................................................................................................9
INTRODUÇÃO
O conflito em Angola teve os seus períodos mais intensos após o final
da Guerra Fria, desperdiçando um período favorável à resolução de conflitos
nesta transição. Este artigo analisa as razões do insucesso dos processos de
paz realizados nesta altura, quando a Namíbia atingiu uma solução pacífica
para o conflito mas Angola não.
Para manter as relações internacionais, os acordos entre os
movimentos políticos e fortificar laços de amizades, era necessário assinar
acordos.

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1. ACORDO DE GBADOLITE CONECITO
O Acordo de Gbadolite foi um “pacto” de cessar-fogo, nascido de várias
reuniões/cimeiras conjuntas entre o Governo de Angola, decorridas entre 25 de
Abril à 22 de Junho de 1989. O Governo de Angola esteve representado pelo
presidente José E. dos Santos, e as “forças” da UNITA, representada pelo seu
presidente / líder Jonas Malheiro Savimbi, sob mediação de vários líderes
africanos, encimados pelo antigo presidente do ex-Zaire Mobutu Sesse Seko. A
cimeira culminou com a proclamação da entrada em vigor do cessar-fogo em
Angola às 00h00 do dia 24 de Junho de 1989.

1.1 ANTECEDENTES
O abrandamento da Guerra fria em 1989: com a aproximação do fim da
“ era soviética” e, com aproximação da queda do Muro de Berlim (Novembro de
1989), registou-se uma mudança no desenvolvimento da guerra em Angola.
Outro factor preponderante foi os “acordos de Nova Iorque”: negociado entre
Angola, Cuba e África do Sul, sob observação dos EUA, que estabelecia a
retirada de todas forças estrangeiras do território angolano e determinava a
aplicação da resolução 435/78 (resolução que determinava a autodeterminação
do povo namibiano).

2. A PROPOSTA DE PAZ DO GOVERNO DO MPLA: “A SOLUÇÃO


AFRICANA”
O plano de paz para Angola do governo do MPLA continha a seguinte
proposta:
 Respeito pela Constituição e pelas principais leis da República
de Angola
 Integração das forças da UNITA nas instituições da República
de Angola
 Afastamento voluntário de Jonas Savimbi na política angolana.
O MPLA buscava a rendição da UNITA e o exílio de Jonas Savimbi,
mantendo o seu sistema de partido único.

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2.1 A PROPOSTA DE PAZ DA UNITA
 Revisão da Constituição
 Realização de eleições gerais em Angola.
 Garantia de não exílio de Jonas Savimbi e negociações directas
entre o MPLA e a UNITA.
 Formação de um governo de unidade e reconciliação nacional.
(Muekália, 2010)

3. O COMUNICADO FINAL DA CONFERÊNCIA


Depois de várias reuniões intermináveis e (quase) inconclusivas,
marcadas por uma mediação que procura relançamento político na arena
internacional e, que granjeava-se por ter sido o primeiro a reunir à mesma
mesa José dos Santos e Jonas Savimbi, a conferência emitiu o seguinte
comunicado: a vontade de todos angolanos de porem fim à guerra, a cessação
de todas hostilidades no território, a entrada em vigor do cessar-fogo às 00h00
do dia 24 de Junho de 1989 e a formação de uma comissão para continuar o
processo, sob mediação de Mobutu.

4. FRACASSO DO ACORDO DE GBADOLITE


Apesar de Gbadolite apelidar-se de “cimeira de paz”, as duas partes
encontravam-se desavindas. Tanto o governo como a UNITA viviam num clima
de “desconfiança mútua”, não conheciam as verdadeiras intenções de cada um
e, duvidam mutuamente dos respectivos planos de paz.
De um lado, a UNITA “desconfiava” dos mediadores africanos, entre
eles Mobutu, Robert Mugabe, Kenneth Kaunda, Omar Bongo, e Denis Sassou
Nguessou. Para a UNITA a falta de “experiência” democrática dos mediadores
podia “minar” o processo de paz. Do outro lado, o MPLA continuava relutante
em “sentar-se à mesma mesa” que a UNITA. Continuava firme em sua posição
de vantagem, defendendo o exílio político de Savimbi, enquanto iam-se
convencendo moral e materialmente da possibilidade de uma “ofensiva de
sucesso” contra Mavinga.
Numa entrevista, o PR Eduardo dos Santos disse ao jornalista Pascal
Fletcher que Savimbi tinha começado a desrespeitar o que aceitara na cimeira

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e que "continua iludido e pensa que pode destruir o Estado angolano". Da parte
da Unita, o então representante do movimento em Lisboa, Alcides Sakala
denunciou ao semanário português "O Jornal", edição de 25 de Agosto de 1989
que o Dr. Savimbi afinal não se tinha comprometido retirar temporariamente da
vida política e chamou o então presidente da Zâmbia, Kenneth Kaunda, que
com Moussa Traore, então presidente em exercício da OUA participara do
encontro de Gbadolite, de "velho cansado e mentiroso". E assim Gbadolite foi
por água abaixo e a guerra ganhou uma escalada sem precedentes.

5. O LEGADO, 33 ANOS DEPOIS


Apesar de ter fracassado, Gbadolite foi o início do “trilhar do caminho
da paz”. A partir dele as partes passaram a falar mais em “negociação”,
“processo de paz” e “ reconciliação”. Gbadolite marca também o primeiro
encontro oficial de paz entre José dos Santos e Jonas Savimbi. Gbadolite foi
um dos primeiros passos da reconciliação nacional dado em 1989. Hoje, 33
anos depois, este processo deu significativo avanço através dos tratados de
paz subsequentes e, que culminou com o memorando de Luena em 2002.
Gbadolite faz-nos repensar a História de Angola. Mostra que ontem os anti-
democráticos hoje “super democráticos”. Gbadolite mostra que estamos longe
de considerar a “reconciliação nacional” concluída e, que todos devemos
trabalhar para tal desiderato.

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CONCLUSÃO
Apesar de ter fracassado, Gbadolite foi o início do “trilhar do caminho
da paz”. A partir dele as partes passaram a falar mais em “negociação”,
“processo de paz” e “ reconciliação”. Gbadolite marca também o primeiro
encontro oficial de paz entre José dos Santos e Jonas Savimbi. Gbadolite foi
um do primeiro passo da reconciliação nacional dado em 1989. Pode – se dizer
que também que aconteceu de facto o primeiro aperto de mão entre o
Presidente Eduardo dos Santos e o então Presidente da Unita Dr. Jonas
Malheiro Savimbi.

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REFERÊNCIAS
AAVV (1985), A Questão Nacional em Angola, Luanda.
AAVV (1987), Processo de Paz em Angola, Editorial Nzila, Luanda.
VIDAL, Nuno & ANDRADE, Justino Pinto de (2011), (Editores &
Organizadores), Economia Política e Desenvolvimento em Angola, Chá de
Caxinde-Angola, Luanda.
www.google.com
www.sopra-educacao.com/2021/01/19/os-acordos-de-gbadolite/
www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/detalhes.php?id=401805
www. rdpc.uevora.pt/handle/10174/13383?locale=pt

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