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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA ANGOLANA
ARTS. 3.º a 10.º DAS NPAA /Arts 12.º-
40.º da PCPA

Eduardo Mendes Simba


DIGNIDADE DE
PESSOA
HUMANA
ARTIGO 1.º DA CRA
Princípio da separação de poderes
(art. 2.º/1 e 105.º/3 CRA)
• Separação dos órgãos administrativos e judiciais
• Incompatibilidade entre as magistraturas (179.º/5 CRA)
• Independência da administração perante a justiça e da justiça perante
a administração
• Independência da administração da justiça perante a administração
(175.º e 179.º/1 CRA)
• Poder regulamentar
• Poder de decisão unilateral
Administração
• Privilégio de execução prévia
como poder • Poderes unilaterais da administração nos
contratos públicos
• A administração pública prossegue, nos
termos da Constituição e da lei, o interesse
público, devendo, no exercício da sua
actividade, reger-se pelos princípios da
igualdade, legalidade, justiça,
Artigo 198.º proporcionalidade, imparcialidade,
da CRA responsabilização, probidade administrativa
e respeito pelo património público
• A prossecução do interesse público deve
respeitar os direitos e interesses legalmente
protegidos dos particulares
• A administração pública tem na
Princípio da Constituição e a lei, o fundamento, limite
e critério da sua actuação
supremacia da
Constituição e da • A Constituição é a lei suprema da República
de Angola, a qual o Estado está subordinado.
legalidade
• O Estado funda-se na legalidade, devendo
(artigos 6.º CRA, respeitar e fazer respeitar as leis.
3.º NPAA e 4.º da
• “As leis, os tratados e os demais actos do
lei da Probidade Estado, dos órgãos do poder local e dos
Pública) entes públicos em geral só são válidos se
forem conformes à Constituição.
• Na sua actuação, os funcionários,
agentes e os órgãos da
administração pública devem
observar estritamente a
Constituição, a lei e o direito nos
limites e com os fins para que lhe
Cont. forem conferidos poderes.
• O princípio da supremacia da
Constituição e da legalidade
obrigam que a conduta dos
funcionários públicos, agentes e
órgãos administrativos respeite a
constituição, os tratados
Cont. internacionais ratificados pelo
nosso país, a lei, o decreto
legislativo presidencial, decreto
presidencial, despacho
presidencial, resoluções, decretos
executivos, despachos, posturas,
etc.
• Impõe aos funcionários públicos,
Princípio da órgãos e aos agentes administrativos
prossecução do o dever de prosseguir o interesse
público, pois apenas este constitui o
interesse público fim da actuação administrativa.
artigos 198.º/2 da
• Na prossecução de interesse público,
CRA, 4.º das NPAA a actuação dos funcionários públicos,
e 9.º da Lei da órgãos e agentes administrativos está
Probidade Pública. limitada pelos direitos e interesses
dos cidadãos.
• Nas suas relações com os particulares, os
funcionários públicos, órgãos e agentes
Princípio da administrativos devem tratar todos os
Igualdade particulares em pé de igualdade.
• Sendo proibido pela CRA e pela lei,
artigos 23.º favorecer ou prejudicar alguém por
razões de ascendência, sexo, raça, língua,
e 198.º/1 da território de origem, religião, convicções
políticas ou ideológicas, instrução,
CRA situação económica ou condição social.
• Os funcionários públicos, órgãos e
princípio da agentes administrativos devem ser
imparcialidade isentos, não deixar se influenciar,
favorecendo ou prejudicando por razões
artigos 198.º/1 pessoais ou políticas. Ou seja, os
CRA, 8.º Lei de funcionários públicos, órgãos e agentes
administrativos devem tratar os cidadãos
Prob. Púb. e 6º que se relacionem com a administração
e 19.º a 26.º pública de forma imparcial.

NPAA.
• Impedimentos
• Suspeições
Garantias de
imparcialidade
Artigos 19.º a
26.º das NPAA
• Quando nele tenha interesse, por si
ou como representante de outra
pessoa;
Casos de
• Quando por si ou como representante
impedimentos de outra pessoa, nele tenha interesse
artigo 19.ºdas o seu cônjuge, algum parente ou afim
em linha recta ou até ao 2º grau da
NPAA linha colateral, bem como, qualquer
pessoa com quem viva em comunhão
de mesa e habitação;
• Quando por si ou como representante
de outra pessoa tenha interesse em
questão semelhante à que deva ser
decidida ou quando tal situação se
verifique em relação à pessoa
Coint. abrangida pelo ponto anterior;
• Quando tenha intervindo no processo
como perito ou mandatário ou haja
dado parecer sobre a questão a
resolver;
• Quando tenha intervido no
procedimento como perito ou
mandatário o seu cônjuge, parente
ou afim em linha recta ou até ao 2º
grau da linha colateral, bem como
Cont. qualquer pessoa com quem viva
em comunhão de mesa e
habitação;
• Quando contra ele, seu cônjuge ou
parente em linha recta esteja intentada
acção judicial proposta por interessado
ou pelo respectivo cônjuge;
• Quando se trata de recurso de decisão
Cont. por si ou com a sua intervenção ou
proferida por qualquer das pessoas
referidas no segundo ponto ou com
intervenção destas
• Sempre que ocorra circunstâncias
pela qual possa suspeitar-se da
isenção ou da rectidão da conduta
do titular do órgão ou funcionário,
Casos de deve o mesmo pedir dispensa de
intervir no procedimento:
suspeição
• Quando por si como representante
Artigo 23.º de outra pessoa, nele tenha
interesse, parente em ou 3º grau da
das NPAA linha colateral, afim ou tutelado ou
curatelado dele ou do seu cônjuge;
• Quando o titular do órgão ou agente ou
seu cônjuge, ou algum parente afim for
credor ou devedor de pessoa singular ou
colectiva com interesse directo no
procedimento;
• Quando tenha havido lugar ao
recebimento de dádivas, antes ou depois
Cont. de instaurado o procedimento, pelo titular
do órgão ou agente, seu cônjuge parente
ou afim;
• Se houve inimizade grave ou grande
intimidade entre o titular do órgão ou
agente ou seu cônjuge e a pessoa com
interesse direito no procedimento.
• Os órgãos administrativos deverão sempre
pronunciar-se sobre todos os assuntos que
Princípio da lhe sejam apresentados pelos particulares.
decisão • O agente público deve tomar a decisão no
tempo requerido para a sua adequada
artigos 9.º realização, com respeito aos prazos legais.
NPAA, 22.º/1 • Na prossecução do interesse público o
agente público deve tratar os assuntos com
e 2 Lei da diligência, evitando demoras e atrasos
Prob. Pública injustificados na decisão, na resposta ou na
comunicação da petição, solicitação ou
requerimento”.
Consequências • Constitui acto de improbidade pública
da violação do atentatório dos princípios da administração
princípio da pública, retardar ou deixar de praticar acto
indevidamente
decisão
• Constitui falta grave, passível de
artigos 22.º e responsabilidades civil, criminal e disciplinar
24.º da Lei da do agente público que retardar ou deixar de
Probidade praticar, injustificadamente, actos em
condições normalmente exigidas
Pública
Princípio da celeridade procedimental e da desburocratização

DECISÃO ADMINISTRATIVA DEVE SER TOMADA DENTRO DOS É IMPORTANTE QUE HAJA SIMPLIFICAÇÃO DO PROCEDIMENTO
PRAZOS LEGALMENTE ESTABELECIDOS, EVITANDO-SE AS ADMINISTRATIVO, EVITANDO A PRÁTICA DE ACTO E
DEMORAS DESNECESSÁRIAS. FORMALIDADE DESNECESSÁRIAS, BEM COMO ADOPTANDO
FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS ADEQUADAS. ALÉM DISSO É
NECESSÁRIO QUE OS FUNCIONÁRIOS ESTEJAM BEM
MOTIVADOS E CAPACITADOS.
violação do princípio da celeridade procedimental
artigos 22.º e 24.º da Lei de Probidade Pública.

• Constitui acto de improbidade


pública passível de
responsabilidade disciplinar e civil
do funcionário público ou agente
administrativo que assim proceder
• O agente público pauta-se pela
observância de valores de boa
Princípio da administração e honestidade no
desempenho da sua função, não
probidade podendo solicitar ou aceitar, para si ou
para terceiro, directa ou
pública indirectamente, quaisquer presentes,
empréstimos, facilidades ou quaisquer
artigo 5.º da Lei ofertas que possam pôr em causa a
de Probidade liberdade da sua acção, a
independência do seu juízo e a
Pública credibilidade e autoridade da
administração pública, dos seus órgãos
e serviços.
• Os órgãos da administração pública
devem colaborar com os particulares,
prestando-lhes informações e
Princípio do esclarecimentos bem como receber
participativo e da sugestões e informações
colaboração da • Aos órgãos administrativos cabe
administração com os assegurar a participação dos
particulares no procedimento
particulares administrativa.
artigos 52 CRA, 7.º e • O direito de participação é realizado
8.º NPAA através da audiência dos particulares
no decurso do procedimento
administrativo.
Princípio da proporcionalidade
artigo 5.º das NPAA

As decisões administrativas que entrem em choque com os direitos


subjectivos ou interesses legalmente protegidos dos cidadãos não podem
afectar essas posições em termos desproporcionais aos objectivos a atingir.

Esta descrição legal indica que o princípio da proporcionalidade significa


razoabilidade das decisões administrativas.
Princípio do • Todo particular que se sinta lesado por
um decisão administrativa, pode dela
acesso a recorrer quer ao superior hierárquico do
órgão administrativo que tomou a
justiça decisão quer aos tribunais.

artigos 29.º • Com este mecanismo legal pretende-se


assegurar a tutela dos seus interesses
da CRA e legais dos particulares, garantido assim o
acesso à justiça administrativa na
10.º das perspectiva de fiscalização, quer por via
graciosa quer por via contenciosa, dos
NPAA actos da administração pública.
• Dever de boa administração
• Colaboração da administração com os
particulares
• Continuidades dos serviços públicos
Outros • Autonomia local
• Desconcentração
princípios • Descentralização
• Direcção individual e responsabilidades pessoal
• Princípio da colegialidade
• Princípio da constitucionalidade • Princípio da gratuitidade
PCPA • Princípio da juridicidade • Princípio do acesso à justiça
• Estado de necessidade Administrativa • Princípio da utilização dos meios
electrónicos
• Princípio da prossecução do interesse
público e do respeito pelos direitos e • Princípio da transparência administrativa
interesses legalmente protegidos dos
particulares • Unificação de documentos

• Princípio da igualdade • Contacto único

• Princípio da proporcionalidade • Não exigência de documentos emitidos pelo


Estado nas relações interadministrativas
• Princípio da imparcialidade
• Princípio da adequação Procedimental
• Princípio da boa-fé
• Princípio da Publicidade
• Princípio da colaboração da Administração
com os particulares • Princípio da justiça

• Princípio da participação • Princípio da continuidade e da actualidade

• Princípio da decisão • Princípio da discricionariedade


administrativa
• Princípio da boa administração
• Princípio da celeridade procedimental
• Respeito e validade do Direito Costumeiro
Obrigado pela atenção

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