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Eduardo Mendes Simba

Acto Administrativo
• Decisões dos órgãos da • Acto jurídico - conduta voluntária
Noção Administração Pública que (exclusão: factos jurídicos
involuntários, operações
ao abrigo de normas de
(63.º NPAA) direito público visem
matérias, actividades jurídicas
irrelevantes)
produzir efeitos jurídicos • Acto unilateral
numa situação individual e
• Poder administrativo (excl: acts.
concreta de gestão privada, actos políticos,
legislativos e jurisdicionais)
• Órgão administrativo, autoridade
administrativa ou órgão
legalmente habilitado
• Acto decisório (excl.: actos
preparatórios)
• Situação individual e concreta
Elementos – realidades que integram o
acto (elementos essenciais ou
acessórios)

Requisitos – exigências legalmente


Terminologias formuladas para cada elemento do
importantes acto

Pressupostos – situações de facto cuja


ocorrência a lei faz depender a pratíca
do acto ou dotá-lo de certo conteúdo
Elementos subjectivos: autor e destinatário

Elementos formais: forma escrita ou oral; formalidades


(anteriores, contemporâneas ou posteriores)
Estrutura do
acto
Administrativo Elementos objectivos: Conteúdo/objecto imediato; objecto
mediato (Conteúdo ou objecto imediato – substância da decisão
administrativa; conteúdo principal ou acessório (cláusulas
acessórias: modo, condição, termo e reserva de revogação))

Elementos funcionais: Motivos (razões de agir da administração);


Fim (objectivo ou finalidade a prosseguir; legal ou real/efectivo)
Aptidão intrínseca do acto para produzir os efeitos jurídicos correspondentes ao
tipo legal a pertence, como resultado da sua conformidade com a ordem jurídica

Inserção do acto nas atribuições da entidade a que pertence o órgão

Que o órgão tenha competência para prática do acto

Que o órgão esteja legitimado para o exercício da competência

Requisitos de
Que o destinatário seja adequadamente identificado
validade
Observância da forma legal e das formalidades prescritas

Objecto e conteúdo certo, legal e possível

Fim legal
Efectiva produção dos efeitos jurídicos pelo acto

Eficácia imediata, retroactiva e diferida

Requisitos de Notificações

eficácia Publicações

Vistos

aprovações
Eficácia retroactiva
• Actos que interpretam • Quando a retroactividade seja favorável aos interessados e
actos anteriores; não lese direitos ou interesses legalmente protegidos de
• Actos que executam a terceiros, desde que à data a que se pretende fazer
decisões dos tribunais remontar a eficácia do acto já existissem os pressupostos
anulatórias de actos justificativos da retroactividade
administrativos • Quando se trate de decisões revogatórias ou modificativas
• Por lei de actos administrativos a tomar pelo órgão ou agente que
os tenha praticado, na sequência de reclamação ou recurso
administrativo
• Quando a lei o permitir e o órgão competente, em decisão
devidamente fundamentada, optar por atribuir ao acto
eficácia retroactiva

Os actos administrativos que restringem direitos e liberdades ou garantias


constitucionais nunca terão efeitos retroactivos
Actos sujeitos à aprovação ou à
verificação de requisitos de eficácia

Eficácia Actos com efeitos dependentes de


diferida termo suspensivo

Actos com efeitos dependentes de


condição suspensiva
Vícios orgânicos: incompetência
e usurpação de poder
Vícios de forma

Ilegalidades Vício de violação da lei

Vício de desvio de poder


Ofensa de direitos subjectivos e interesses
legalmente protegidos
Ofensa a contrato não administrativo
Ilicitudes
(Sem Ofensa da ordem pública e dos bons
violação da costumes (280.º/2 CC)
lei) Acto que contenha uma forma de usura
(282.º - 284.º CC)
Vícios da vontade: erro, dolo e coacção
247.º, 254.º e 256.º CC)
Nulidade Actos viciados de
Actos a que falte qualquer
dos seus elementos
usurpação ou de desvio de Actos estranhos às • Não produz quaisquer efeitos
essenciais ou para os quais
poder, se, neste último atribuições dos jurídicos, independentemente
a lei comine
caso, não tiver sido departamentos ministeriais de haver ou não declaração da
expressamente essa forma
prosseguido nenhum dos ou das pessoas colectivas a sua nulidade, ou do momento
de invalidade
interesses públicos que o seu autor pertença dessa declaração
definidos por lei
• É invocável a todo o tempo por
qualquer interessado e pode
ser declarada, também a todo
Actos praticados por o tempo, por qualquer órgão
órgãos deliberativos ou administrativo ou por
executivos em matéria
Actos cujo objecto seja Actos que ofendam o qualquer tribunal, desde que
reservada à competência
impossível, ininteligível ou conteúdo essencial de um legalmente competentes em
de órgãos de natureza
constitua um crime direito fundamental razão da hierarquia e da
jurisdicional ou disciplinar
matéria.
• A nulidade não prejudica a
possibilidade de atribuição de
certos efeitos jurídicos a
Deliberações de órgãos situações de facto decorrentes
colegiais que forem de actos nulos, por força do
Actos praticados sob Actos que careçam em tomadas tumultuosamente
simples decurso do tempo, de
coacção absoluto de forma legal; ou com inobservância do
harmonia com os princípios
gerais de direito
quórum ou da maioria
legalmente exigidos

Actos consequentes de
actos administrativos
Actos praticados, salvo em
anteriormente anulados ou
Actos que ofendam estado de necessidade,
revogados, desde que não
sentença transitada em com preterição total do
haja contra-interessados
julgado procedimento legalmente
com interesse legítimo na
exigido
manutenção do acto
consequente
Anulabilidade
• Actos administrativos
Tem cáracter geral
praticados com ofensa
dos princípios ou
O acto anulável é obrigatório e eficaz até a sua
normas jurídicas anulação ou suspensão
aplicáveis, qualquer
que seja o vício em que Anulabilidade é sanável por decurso do prazo,
se traduza a ofensa, se ratificação, reforma ou conversão
a lei não determinar
O acto anulável é impugnável dentro de certo
sanção mais grave ou prazo, normalmente curto (30+90+60=6 meses)
mera irregularidade
O pedido de anulação é feito perante o Tribunal
competente
Vícios e formas de invalidades
Nulidade Anulabilidade
• Usurpação de poderes • Incompetência relativa
• Incompetência absoluta • Quaisquer vícios de forma
• Vício de forma por carência absoluta • Qualquer violação da lei não prevista
de forma legal, deliberação tomada no artigo 76.º NPAA
tumultuosamente • Desvio de poder para fins de interesse
• Vício de forma por deliberação público
tomada tumultuosamente, sem
quórum e sem maioria legal
• Violação da lei nos termos do artigo
76.º NPAA
• Desvio de poder para fins de interesse
privado
Destina-se a extinguir no todo ou em parte, dos
efeitos jurídicos de um acto administrativos

Revogação total ou parcial

Acto secundário ou acto sobre acto


Revogação
Conteúdo: decisão de extinguir os efeitos
jurídicos de um acto administrativos

Objecto: acto revogado


Actos administrativos de conteúdo contrário ou oposto ao de
um acto anteriormente praticado – cassação de um alvará de
empreitada de obras públicas na sequência de uma
ilegalidade cometida
Suspensão de acto administrativo anterior

Figuras afins
da Rectificação de erro materiais ou a aclaração de acto anterior
revogação
Alteração ou substituição de actos administrativos
Quanto ao objecto: revogação total ou parcial

Quanto à iniciativa: revogação espontânea ou provocada

Espécies de Quanto ao autor: revogação praticada pelo autor do


acto (retractação), superior hierárquico, delegante,
revogação subdelegante, órgão de tutela ou superintendência

Quanto ao fundamento: revogação baseada na


ilegalidade (anulação administrativa) ou baseada na
inconveniência, bem como a revogação como sanção

Quanto ao efeito: revogação simples ou ab-rogatória


(ex-nunc) e revogação anulatória ou retroactiva (ex-
tunc)
Actos irrevogáveis: actos nulos ou inexistentes, actos já anulados
administrativa (revogação) ou contenciosamente, actos caducados ou com
efeitos esgotados

Liberdade de revogação dos actos validos mas com efeitos ex-nuc


Regime da
revogação Proibição de revogação de actos válidos por imposição legal, actos de que
resultem para o autor obrigações legais ou direitos irrenunciáveis
(81.º-89.º das
NPAA) Por força da certeza e segurança jurídica e da protecção da confiança, os
actos constitutivos de posições jurídicas subjectivas apenas são revogáveis
depois de verificadas determinadas condições: desde que seja favorável os
interesses do seu destinatário e que não se trate de direitos indisponíveis

Forma e formalidade: princípio da identidade ou paralelismo de formas


(Forma legalmente devida como regra ou forma efectiva de a lei não
estabelecer a forma ou se revestir uma forma mais solene do que a forma
legal
Execução do Acto
Administrativo
(art 92.º a 99.º das NPAA)
Da legalidade da execução

Do acto administrativo prévio

Princípios
Da proporcionalidade
gerais da
Execução Da subsidiariedade

Da humanidade da execução (art. 99.º/3


NPAA)
Existência de acto administrativo
exequendo, salvo em estado de
necessidade (art 94.º NPAA)
Tipicidade legal das formas e dos
Regime da termos da execução (92.º/2 e 96.º
execução NPAA)
Notificação do destinatário (95.º
NPAA)
Pagamento de quantia
Fins e
certa
formas da Entrega de coisa certa
execução
(96.º a 99.º
NPAA)
Prestação de facto

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