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ATOS ADMINISTRATIVOS

● Conceito de Ato Administrativo: Manifestação unilateral de vontade por parte da Adm. Pública,
na qual ela utiliza as suas prerrogativas de Direito Público; Toda prescrição unilateral, juízo ou
conhecimento, predisposta à produção de efeitos jurídicos, expedida pelo Estado ou por quem lhe
faça às vezes, no exercício de suas prerrogativas e como parte interessada numa relação,
estabelecida na conformidade ou na compatibilidade da lei, sob o fundamento de cumprir
finalidades assinaladas no sistema normativo, sindicável pelo Judiciário.
➔ Manifestação unilateral do Estado: o Estado pratica atos, produzindo efeitos, extinguindo
relações, declarando algo, etc.
➔ Nem todo ato que a Adm. Pública pratica é ato administrativo.
➔ Ato Administrativo é aquele praticado pela Adm. Pública, valendo-se de suas prerrogativas de
Direito Público (Superioridade perante o Particular);
➔ Particulares também podem praticar atos administrativos - Ex.: Quando exerce atividades
Administrativas, usando prerrogativas de Direito Público;
➔ Se falou em DIREITO PRIVADO, não existe ato administrativo;
➔ Os atos administrativos podem ser submetidos ao poder judiciário.

Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas


no artigo anterior, nos casos de:
A) incompetência;
B) vício de forma;
C) ilegalidade do objeto;
D) inexistência dos motivos;
E) desvio de finalidade.
Parágrafo único. para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão
as seguintes normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas
atribuições legais do agente que o praticou;
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta
ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou
seriedade do ato;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em
violação de lei, regulamento ou outro ato normativo;
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de
direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou
juridicamente inadequada ao resultado obtido;
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato
visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente,
na regra de competência.

● Os atos administrativos refletem o exercício da Função Administrativa do Estado;


➔ Função Típica do Executivo;
➔ Função Atípica do Legislativo e do Judiciário.

Funções Típicas Atípicas

Executivo Adm. Legislar


Legislativo Legislar e Fiscalizar Julgar
Adm.

Judiciário Julgar Legislar


Adm.

● Classificações:
➔ Ato Unilateral: há somente uma manifestação de vontade (Da Administração Pública); -
REGRA GERAL
➔ Ato Bilateral: mais de uma manifestação de vontade (Da Administração e do Administrado);
Ex.: Contrato Administrativo.

➔ Ato Vinculado: o adm. público não exerce nenhuma margem de escolha, exercendo o ato
exatamente como a Lei dispõe;
★ Uma vez preenchidos os requisitos legais, o adm. público deve praticar o ato nos exatos
termos da Lei.
➔ Ato Discricionário: o adm. público possui uma certa liberdade para praticar os atos;
★ Não é liberdade ABSOLUTA;
★ Mérito Administrativo: Juízo de Conveniência e Oportunidade, no qual o adm. público
decide qual a melhor maneira de atuar, visando proteger o interesse público; - Só existe
em ATO DISCRICIONÁRIO.
★ Sempre estará prevista em Lei e nos Conceitos Jurídicos Indeterminados (Boa-fé, Conduta
escandalosa, etc.) - Legalidade + Mérito;
★ Os limites estão previstos em Lei e nos Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade;

➔ Atos Externos:são aqueles que alcançam os administrados, os contratos, e, em certos casos,


os próprios servidores, provendo sobre seus direitos, obrigações, negócios ou conduta
perante a Administração. Só vigoram após a publicação em órgão oficial, pois tem interesse
público.
➔ Atos Internos: são aqueles de eficácia dentro da própria organização administrativa,
dirigindo-se diretamente ao pessoal integrante da administração. Não dependem de
publicação no órgão oficial para sua vigência.

➔ Atos Gerais: Destinatários Indeterminados;


★ Conteúdo normativo;
★ Genéricos e abstratos;
★ Discricionariedade - margem de escolha;
★ Prevalecem sobre os atos individuais;
★ Atinge qualquer pessoa que se enquadrar na situação elencada;
★ Ex.: Decretos.
➔ Atos Individuais: Destinatários Determinados;
★ Efeitos Concretos;
★ Sabemos as pessoas atingidas;
★ Discricionários/Vinculados - Depende da situação;
★ Ex.: Nomeação de aprovados.

➔ Ato Simples: uma manifestação de vontade - Um único ato;


➔ Ato Complexo: manifestação de vontade de dois ou mais órgãos (conjugação de vontades) -
Um único ato;
★ Ex.: Aposentadoria.
➔ Ato Composto: manifestação de vontade de um órgão, que depende da aprovação de outro
órgão (Natureza Instrumental) - Dois atos distintos;
★ Ex.: Homologação.

➔ Ato de Império: ato praticado pela adm. pública utilizando-se de sua supremacia;
★ Atos coercitivos;
★ Atos impositivos.
➔ Ato de Gestão: atos que o Estado pratica sem exercer sua supremacia;
➔ Ato de Expediente: atos internos; geram efeitos meramente internos;

➔ Ato Constitutivo: ato que faz algo novo; ato que cria, modifica ou extingue uma
situação/relação jurídica;
➔ Ato Declaratório: reconhece uma situação preexistente;

● Diferenciação de Ato:
➔ Ato Perfeito: diz respeito a suas etapas, a conclusão de suas etapas/ aquele que completou
seu ciclo de formação (Etapa);
➔ Ato Válido: é um ato que está em conformidade com o ordenamento jurídico (Lei);
➔ Ato Eficaz: apto para produzir seus efeitos (Efeitos);

● Elementos dos Atos Administrativos - Requisitos de Validade:

COMO FIOFÓ
➔ Competência:
★ Atribuição legal para a prática do ato;
★ Quem pode praticar o ato?
★ Não é presumida, está prevista em Lei;
★ Sujeito que tem competência para praticar o ato.
★ Lei 9.784/99 - Características:
1) Irrenunciável - o agente público não pode abrir mão da competência;
2) Imprescritível - não perde a competência pelo não uso;
3) Intransferível - definição legal;
4) Imodificável - definição legal.
★ Admite a Delegação (quando é passado para outra pessoa o poder para praticar o ato);
➢ Não precisa ser para subordinado;
➢ Não transfere a Titularidade;
➢ Revogação - a qualquer tempo;
➢ Consideram-se praticados pela autoridade Delegada.
★ Não admite delegação - CENORA
➢ Competência Exclusiva;
➢ Atos Normativos;
➢ Decisão em Recurso Administrativo.
★ Admite a Avocação (tirar a competência de alguém);
➢ Medida temporária e excepcional;
➢ Deve ser motivada;
➢ Apenas de subordinados;
➢ Não podem ser avocadas: Competências Exclusivas.
★ Sempre Vinculado.
★ Vícios de Competência:
1. USURPAÇÃO DE FUNÇÃO/ COMPETÊNCIA – Art. 328 C.P. pessoa que não foi
investida em cargo, função ou emprego público e começa a praticar ato administrativo.
2. EXCESSO DE PODER (desvio de poder) abuso de poder (Lei 4898) a pessoa tem
competência, mas extrapola os seus limites.
3. SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO Lei 9784/99 (O agente que produziu o ato estava em
gozo de licença ou cumprindo uma pena de suspensão)
4. FUNÇÃO DE FATO - O ato praticado em desvio de função, sem que o funcionário
estivesse investido para tanto – o ato é válido perante terceiros, por força do princípio
da impessoalidade.

★ Finalidade:
★ Interesse público;
★ Respeito à finalidade prevista em Lei;
★ Objetivo do ato, intenção.
★ Princípio da Impessoalidade;
★ Ex.: Remoção de Ofício (Vingança e Punição - NÃO).
★ Sempre Vinculado.
★ Sucede a prática do ato. Corresponde a algo que a Administração quer alcançar com a
prática do ato.

➔ Forma:
★ Definida em Lei;
★ Procedimentos que devem ser observados para a prática dos atos.
★ Motivação - Exposição dos motivos; explicação dos motivos; apresentação dos motivos;
➢ Pode ser dispensada em alguns casos;
➢ Ex.: Exoneração de um cargo em comissão;
★ Regra: Escrita;
★ Determinada - quando a Lei exigir;
★ Sempre Vinculado.

➔ Motivos:
★ Refletem a situação fática (fatos) e jurídica (lei) que justificam a prática do ato;
★ Pressuposto de fato compreende um conjunto de circunstâncias, de acontecimentos, de
situações que levam a Administração a praticar o ato.
★ Pressuposto de direito é o dispositivo legal em que se baseia o ato.
★ A ausência de motivo ou a indicação de um motivo falso invalidam o ato administrativo.
★ “Justificativa” para a prática do ato.
★ Antecede a prática do ato. São os pressupostos de fato e de direito que levam a prática do
ato.
★ Pode ser Vinculado ou Discricionário.

➔ Objeto:
★ Conteúdo material do ato;
★ Efeitos imediatos do ato;
★ Resultado que se pretende atingir;
★ Fim que se pretende produzir.
★ Pode ser Vinculado ou Discricionário.
★ Lícito - em conformidade com a Lei
★ Possível - realizável no mundo dos fatos e do direito
★ Certo - definido quanto ao destinatário, aos seus efeitos, ao tempo e ao lugar.
★ Moral - em consonância aos padrões comuns de comportamento, aceitos como corretos,
justos, éticos.

➔ Teoria dos Motivos Determinantes:


★ Os motivos que foram alegados para a prática do ato devem ser verdadeiros, vez que se
forem falsos, o ato é considerado ilegal;
★ Em alguns casos a motivação não é exigida, mas se for motivado, se aplica essa teoria.

● Funcionário de Fato ou Agente Putativo: é o servidor público que está investido irregularmente;
★ Os atos praticados são considerados válidos?? Sim, para terceiros de boa-fé!
★ Será remunerado por esse período? Sim!

● Agente Necessário: em casos de situações emergenciais.

● Usurpador de Função: indivíduo que se faz passar por um servidor público.


★ Os atos praticados por ele são inexistentes.

● Mérito Administrativo:
➔ O que é o mérito administrativo?
É uma valoração feita pela Administração quanto às vantagens e desvantagens na realização
de um determinado ato.
➔ O mérito do ato administrativo não se constitui num elemento de formação do ato
administrativo.
➔ O mérito administrativo está diretamente relacionado à oportunidade, à convivência e à
justiça na realização do ato.
➔ Nesse caso, é confiado ao Administrador a valorização dos motivos e do objeto, não cabendo
ao Judiciário rever os critérios adotados pelo administrador, porque não há padrões de
legalidade para aferir essa situação.
➔ Porém, se sob o manto do mérito administrativo, aninhar qualquer ilegalidade resultante de
abuso ou desvio de poder, poderá ocorrer a sua anulação.

● Atributos do Ato Administrativo:


1) Presunção de Legitimidade;
2) Imperatividade;
3) Exigibilidade;
4) Executoriedade;
5) Tipicidade.

● Divisão das Espécies de Atos Administrativos:


➔ Atos Normativos:
★ Os atos normativos e os atos ordinatórios são aqueles que encerram um mandamento
geral ou um provimento especial da Administração Pública.
★ Os atos normativos são considerados meios pelos quais a Administração exterioriza a
sua vontade.
★ Dentre os atos normativos, temos:
1) DECRETO – é um meio pelo qual o Chefe do Poder Executivo (federal, estadual,
distrital e municipal) expede atos que são de sua competência administrativa. A
exemplo do disposto no art. 84 da C.F.
É através do Decreto que o Chefe do Poder Executivo expede normas gerais, como os
regulamentos e normas individuais que são atos concretos.
Um exemplo de norma geral, via decreto, é o Regulamento do Imposto de Renda.
Como norma individual - Decreto de nomeação (simples ou Plúrimo), de exoneração, de
declaração de um bem de utilidade pública, de um bem para fins de desapropriação.
2) INSTRUÇÕES NORMATIVAS - na esfera Federal as instruções normativas são atos
expedidos pelos Ministros de Estado, conforme determina o disposto no Art. 87,
parágrafo único, II, da Constituição da República.
As instruções normativas são normas gerais de caráter interno.
3) REGIMENTOS - são destinados a reger o funcionamento interno dos órgãos
colegiados, ou seja, são atos administrativos que atingem unicamente às pessoas
vinculadas à atividade regimental.
Os regimentos dos órgãos colegiados, das corporações legislativas e judiciárias
compõem a intimidade da Administração Pública.
O regimento é posto em vigência através de uma Resolução. É importante que seja
publicada para um maior conhecimento de suas normas e de seus efeitos e de todos
aqueles que possam interessar.
4) RESOLUÇÕES - são atos administrativos normativos expedidos pelas altas autoridades
do Poder Executivo.
O Chefe do Poder Executivo não edita Resoluções, edita Decretos.
As resoluções são expedidas pelos Presidentes dos Tribunais, pelos Presidentes dos
Órgãos colegiados e visam disciplinar matéria de sua competência.
As Resoluções são atos inferiores ao Decreto Regulamentar e ao Regimento, não
podendo inová-los ou contrariá-los.
5) DELIBERAÇÕES - são também atos normativos ou decisórios emanados de órgãos
colegiados.
As deliberações devem estar em consonância com o regulamento e o Regimento.
Essas deliberações geralmente são postas em vigência através de uma Portaria ou
Resoluções.
As Portarias por terem um caráter interno não precisam ser publicadas.

➔ Atos Ordinatórios:
★ São atos praticados em decorrência do Poder Hierárquico. Tem como objetivo
disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional dos seus
agentes.
★ Buscam orientar o servidor público no desempenho de suas atribuições.
★ Esses atos decorrem do Poder hierárquico, portanto, podem ser expedidos por qualquer
chefe de serviço aos seus subordinados, desde que faça, nos limites de sua
competência.
★ Esses atos só têm abrangência no âmbito interno das repartições e só alcançam os
servidores hierarquizados à chefia que o expediu.
★ Não alcançam particulares e nem tampouco funcionários submetidos a outras chefias.
★ Esses atos não geram direitos e obrigações e sim deveres e prerrogativas para os agentes
administrativos.
★ Através dos atos ordinatórios a Administração promove a investidura de servidores
subalternos em suas funções.
★ Dentre os atos ordinatórios, temos:
1) INSTRUÇÕES - são ordens escritas e gerais relacionadas ao modo e a forma de
execução de determinados serviços públicos, expedidas pelo superior hierárquico com
o escopo de orientar o subalterno no desempenho de suas atribuições.
As instruções não podem contrariar: a lei; o decreto; o regulamento; o regimento ou o
estatuto.
São atos inferiores, de mero ordenamento administrativo.
2) CIRCULARES – são ordens escritas e são expedidas a determinados agentes
administrativos no desempenho de certas atribuições em circunstâncias especiais.
São atos de menor generalidade do que as instruções, contudo, tem como objetivo
ordenar o serviço.
3) AVISOS - são atos emanados dos Ministros de Estado a respeito de assuntos afetos ao
seu ministério.
4) PORTARIA – são atos administrativos internos pelos quais os chefes de órgãos,
repartições ou serviços: expedem determinações gerais ou especiais a seus
subordinados, designa servidores para funções e ou cargos; inicia uma sindicância.
Não atingem e nem obrigam os particulares.
5) ORDENS DE SERVIÇO – são determinações especiais contendo imposição de caráter
meramente administrativo.
6) OFÍCIOS – são comunicações escritas que as autoridades fazem entre si, entre
subalternos e superiores e entre a Administração e o particular, em caráter especial.
7) DESPACHOS – são decisões que as autoridades executivas proferem em papéis,
requerimentos e processos sujeitos à sua apreciação.

➔ Atos Negociais:
★ Os atos administrativos propriamente ditos são aqueles que contém uma declaração de
vontade que tem um mandamento geral ou um provimento especial da Administração
Pública.
★ Porém, há outros atos em que a declaração de vontade da Administração Pública coincide
com a pretensão do particular.
★ Esses atos administrativos quando coincidem com a pretensão do particular tem
como objetivo CONCRETIZAR NEGÓCIOS JURÍDICOS PÚBLICOS.
★ Esses negócios jurídicos públicos são denominados por Meirelles, a exemplo da
doutrina italiana, de atos administrativos negociais.
★ Os atos administrativos negociais, são atos unilaterais da Administração Pública, mas por
encerrarem direitos recíprocos entre a Administração e o Administrado:
❖ Geram direitos e obrigações entre as partes;
❖ Na realização do ato, a Administração deve obrigatoriamente agir em conformidade
com os requisitos essenciais para a prática do ato administrativo;
★ Cabe ao particular se subordinar incondicionalmente aos requisitos dos atos
administrativos.
★ Atos administrativos negociais são declarações de vontade da autoridade
administrativa destinados a produzir efeitos específicos e individuais para o
particular interessado.
★ Os atos negociais podem ser:
➢ VINCULADOS – a lei estabelece os requisitos necessários à prática do ato.
➢ DISCRICIONÁRIOS - a expedição da formação do ato fica alvedrio da administração.
➢ DEFINITIVO – quando embasa no direito individual do requerente.
➢ PRECÁRIO – quando provém de uma liberalidade da administração.
➢ Os atos negociais são específicos e só geram efeitos jurídicos entre as partes
(Administração – Administrado).
★ Dentre os atos negociais, temos:
1) LICENÇA - é um direito subjetivo do interessado. Se o particular satisfaz todos os
requisitos legais para a obtenção da licença, a Administração em hipótese alguma pode
negar.
2) AUTORIZAÇÃO - ATO ADMINISTRATIVO DISCRICIONÁRIO E PRECÁRIO.
Mesmo que o particular preencha todas as exigências administrativas, está no campo
da liberalidade da Administração (oportunidade e conveniência) autorizar uma certa
atividade, serviço ou utilização de um determinado bem público ou particular.
OBS: ALVARÁ (não é uma espécie de ato administrativo)– é um meio para se conceder
a licença ou autorização para a prática ou exercício de q.q. ato. O conteúdo do alvará é
a forma.
3) PERMISSÃO – é um ato administrativo unilateral, precário e discricionário.
Através desse ato, a Administração Pública, denominada Permitente, faculta ao
particular – permissionário- a execução de serviços que são de interesse coletivo ou
faculta ao particular o uso especial de um bem público, a título gratuito ou remunerado,
nas condições estabelecidas pela Administração. A discricionariedade se faz no
momento da prática do ato.
No primeiro caso serve de exemplo à permissão para o desempenho do serviço de
transporte coletivo, facultada precariamente por essa via.
No segundo caso, é quando a Administração Pública faculta a instalação de uma banca
de jornais em logradouro público ou de um quiosque para a venda de produtos de
tabacaria.
As permissões devem ser precedidas de licitação por força do art. 175 da Constituição.
São atos vinculados.
São atos discricionários quando o particular faz uso privativo de um bem público, por
exemplo – uma cadeira de rodas. Nesse caso a Administração tem a liberdade para
decidir, concordando ou não com a solicitação.
4) ADMISSÃO – Consiste num ato unilateral pela qual a Administração Pública faculta a
alguém a inclusão em estabelecimento governamental para um gozo de um serviço
público.
Ex: a utilização de um serviço hospitalar pelo correspondente internamento; o ingresso
em estabelecimento oficial de ensino na qualidade de aluno; a utilização do uso de uma
biblioteca pública na condição de inscrito entre os seus usuários.
5) VISTO – É o ato administrativo pelo qual o Poder Público controla ou confere outro ato
da Administração/administrado. Com o intuito de aferir a sua legitimidade formal para
dar-lhe exeqüibilidade. O visto não alcança o conteúdo do ato.
É, na opinião de Meirelles, ato vinculado. Porém, na prática, assinala que o uso do visto
tem sido desvirtuado para o exame discricionário.
6) HOMOLOGAÇÃO – Consiste num ato administrativo de controle pelo qual a
Administração concorda ou não com o ato jurídico já praticado. Não permite alteração
do ato controlado pela autoridade homologante.
O ato homologado torna-se eficaz desde o momento de sua homologação, mas pode
ter os seus efeitos contidos por cláusula ou condição suspensiva constante do próprio
ato ou da natureza do negócio jurídico.
Ex: a autoridade competente deliberar sobre o procedimento licitatório, nos termos do
Art. 43, VI da Lei nº 8.666/93. A autoridade competente abrange tanto os aspectos de
conveniência e oportunidade, como de legalidade da licitação.
7) DISPENSA – Consiste num ato administrativo que exime o particular do cumprimento
de determinada obrigação até, então exigida por lei. Ex: dispensa do serviço militar;
numa tomada de preço, dispensa-se a apresentação de determinados documentos se o
fornecedor já estiver cadastrado. Dispensa de pagamento da tarifa a pessoas idosas.
Pode ser discricionária ou vinculada.
8) RENÚNCIA – É ato pelo qual a Administração extingue unilateralmente um crédito ou
um direito próprio, liberando definitivamente a pessoa obrigada perante a
Administração. A renúncia tem caráter abdicativo, não admite condição e é irreversível,
uma vez consumada. A Administração renuncia um determinado direito.
A renúncia depende de lei autorizadora.

➔ Atos Enunciativos:
★ São atos que não contém uma norma de atuação e nem tampouco ordenam uma
atividade administrativa interna, porém enunciam uma situação existente, sem
qualquer manifestação de vontade da administração sobre o seu conteúdo.
★ Os atos enunciativos – são aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a
atestar um fato, ou a emitir uma opinião sobre determinado assunto, sem se vincular
ao seu enunciado.

➔ Atos Punitivos:
★ São atos que impõem uma sanção àqueles que infringem disposições legais,
regulamentares ou ordinatórias dos bens ou serviços públicos. São embasados no
Poder de Império da Administração ou no Poder Hierárquico ou disciplinar que exerce
sobre os agentes públicos ou sobre aqueles que descumpriram obrigações contratuais.
★ Como se observa há duas possibilidades de punição:
1ª - A primeira, a Administração age internamente, possuindo a sanção um caráter
eminentemente disciplinar. É endereçada aos seus servidores, é discricionária quanto à
oportunidade, conveniência e valoração dos motivos que a ensejaram.
2ª - A segunda, é externa, é dirigida aos administrados, razão pela qual é vinculada. A
Administração não tem liberdade para punir os particulares estranhos ao ordenamento
hierárquico do Executivo por encontrar limites intransponíveis nos direitos e garantias
individuais do cidadão.
★ O ato punitivo da Administração tem por base um ilícito administrativo, sendo medida
de autotutela da Administração. Aplicada por qualquer órgão da Administração.
★ O ato punitivo do Estado tem por base um ilícito criminal, sendo medida de defesa social.
Aplicada pelo Poder Judiciário.
★ Dentre os atos punitivos, temos:
1) MULTA – consiste numa imposição pecuniária a que se sujeita o administrado a título
de compensação do dano presumido da infração.
2) INTERDIÇÃO DE ATIVIDADE – é o ato pelo qual a Administração proíbe a alguém a
prática de atos que estão sujeitos ao seu controle ou que incidem sobre os seus bens.
Funda-se no Poder de Polícia administrativa. Deve ser precedida de processo regular e
do respectivo auto, que possibilite a defesa do interessado.
3) DESTRUIÇÃO DE COISAS – Consiste num ato sumário da Administração pelo qual se
inutiliza alimentos, objetos ou instrumentos imprestáveis ou nocivos ao consumo ou de
uso proibido por lei.
Não exige processo prévio, mas exige sempre os autos de apreensão e de destruição
em forma regular, nos quais deve constar os motivos da atitude drástica da
Administração e, deve, também, identificar as coisas destruídas para a oportuna
apreciação da legalidade.

● Extinção dos Atos Administrativos:


★ A extinção do ato administrativo pode ser examinada sob duas perspectivas:
1ª - A primeira é quando A EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO SE ALOJA NO
PRÓPRIO ATO, isso ocorre quando o ato gera efeitos abstratos. Nesse caso, o que se
pretende eliminar é o ato como fonte produtora de efeitos jurídicos. Como por exemplo: os
atos normativos (Regimento ou regulamento).
Esses atos são revogáveis a qualquer tempo e em qualquer circunstância, desde que
a Administração respeite os efeitos produzidos até o momento de sua invalidação.
Esses atos têm uma missão normativa assemelhada a da lei, não objetivam situações
pessoais e, consequentemente não geram direitos subjetivos individuais, desse modo não
pode o particular se opor a sua revogação.
2ª - Na segunda perspectiva, nós temos OS ATOS ADMINISTRATIVOS QUE GERAM
EFEITOS CONCRETOS. O que se busca extinguir não é o ato e sim os efeitos das
relações que nasceram do ato.
Os atos administrativos que produzem efeitos especiais ou individuais, tais como a
nomeação, a licença, a autorização, a permissão de uso de um bem público, são em tese
revogáveis.
★ Na lição de Bandeira de Melo, a extinção ou a morte de um ato administrativo, pode
ocorrer em face de um ato administrativo eficaz ou de um ato administrativo ineficaz.
★ ATO ADMINISTRATIVO EFICAZ - se estivermos, diante, de um ato administrativo eficaz,
ou seja, diante de um ato que já está produziu os efeitos para os quais foi
preordenado, a sua extinção pode se dar:

● Cumprimento dos seus Efeitos:


★ ESGOTAMENTO DO CONTEÚDO JURÍDICO - o ato cumpriu os seus efeitos ao longo do
prazo previsto para ocorrer. Ou seja o ato administrativo cumpriu os seus efeitos pelo
esgotamento do prazo
Ex: gozo de férias de um agente público. O ato de permissão de uso para que um circo
ocupe terreno público pelo prazo de dois meses. Esgotado esse tempo, extingue-se o ato.
★ EXECUÇÃO MATERIAL - quando um ato preordenou uma determinada providência e essa
providência foi cumprida.
Ex: Um ato que determina a demolição de uma casa. A casa foi demolida (execução
material do ato), extingue-se o ato.
Ex: Um ato que determina a apreensão de mercadoria imprópria para o consumo.
Apreendida a mercadoria (execução material do ato), extingue-se o ato.
★ POR TER O ATO ALCANÇADO O SEU OBJETIVO - Como o próprio termo indica o ato
alcançou o seu objetivo.
Ex: O ato que aumenta certo preço público. Uma vez majorada a tarifa o ato alcançou o
seu objetivo, aí ele deixa de existir.
★ Quando o ato cumpre os efeitos para os quais ele foi preordenado:
não há necessidade de que seja editado qualquer ato para declarar a sua extinção;
não há que se falar em indenização a ser satisfeita pela Administração Pública.
★ Todavia, ocorrendo qualquer abuso por parte da Administração, caberá à Administração o
dever de indenizar.

● Desaparecimento do Sujeito e do Objeto da Relação Jurídica:


★ SE O SUJEITO DA RELAÇÃO JURÍDICA DESAPARECE, O ATO DEIXA DE EXISTIR.
Ex: se a pessoa que se encontrava aposentada falece. A aposentadoria se extinguirá pela
morte do beneficiário;
★ SE O OBJETO DA RELAÇÃO JURÍDICA DESAPARECER, O ATO, TAMBÉM, DEIXA DE
EXISTIR.
Ex. A Administração outorgou a permissão de uso de um determinado terreno público a
um particular, porém em decorrência de uma invasão pela água, em caráter definitivo,
extingue-se o ato de permissão. Ou então, completando o servidor público 70 anos, a sua
condição de servidor público desaparece.
★ QUANDO HÁ O DESAPARECIMENTO DO SUJEITO E DO OBJETO:
Não há necessidade de que seja editado pela Administração Pública qualquer ato para
declarar a extinção;
Não há que se falar em indenização a ser satisfeita pela Administração Pública.
★ Todavia, se a Administração deu causa para o desaparecimento do objeto, em face de um
comportamento culposo, caberá a Administração o dever de indenizar.

● Retirada do Ato:
★ Nesse caso, a administração emite um novo ato concreto extinguindo o ato anterior.
★ Várias são as hipóteses:
1 – Revogação: consiste na supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz por razões
de conveniência e oportunidade. O ato é legal e perfeito, mas é inconveniente ao interesse
público.
A REVOGAÇÃO é baseada no interesse discricionário da Administração para rever a sua
atividade interna.
É quando a Administração retira a permissão concedida ao particular para o
estabelecimento de uma banca de jornais em uma dada esquina, sob o fundamento de que
encontra-se perturbando a circulação de pedestres no local.
REVOGAÇÃO = ATO DISCRICIONÁRIO (OPORTUNIDADE E CONVENIÊNCIA);
2 – Invalidação: retira-se o ato porque foi realizado em desconformidade com a lei.
É quando a Administração retira a autorização de porte de arma porque o porte de armas foi
dado a um menor de 18 anos. Aqui, também, cabe o caso do diploma.
INVALIDAÇÃO = ATO ILEGAL = DESCUMPRIMENTO DA ORDEM JURÍDICA;
3 – Cassação: retira-se o ato porque o destinatário descumpriu as condições que
deveria permanecer atendida a fim de poder continuar desfrutando da relação
jurídica;
Ex: a Administração cassa a licença de funcionamento de um determinado hotel por ter se
tornado uma casa de tolerância.
4 – Caducidade: a administração retira o ato, em decorrência de uma lei nova que
contraria o ato outorgado.
Ex: a Administração retira a permissão dada a um particular para a exploração de um
parque de diversões, porque uma nova lei de zoneamento, não permite mais o uso da área
para este tipo de atividade.
5 - Contraposição ou Derrubada de um ato: o ato sai do mundo jurídico em decorrência de
um fato diverso do que gerou o ato anterior.
Ex: um agente público foi nomeado para ocupação de um cargo Público e posteriormente
através de um novo ato foi exonerado. Os efeitos dos atos são contrapostos.
6 - Renúncia: É quando o administrado renuncia a uma situação jurídica que antes lhe era
favorável. Nesse caso o ato é rejeitado pelo beneficiário.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO


● Conceito:
➔ “Responsabilidade é um substantivo feminino com origem no latim e que demonstra a
qualidade do que é responsável, ou obrigação de responder por atos próprios ou alheios, ou
por uma coisa confiada.
➔ A palavra responsabilidade está relacionada com a palavra em latim respondere, que significa
"responder, prometer em troca". Desta forma, uma pessoa que seja considerada responsável
por uma situação ou por alguma coisa, terá que responder se alguma coisa corre de forma
desastrosa”.

TÍTULO III
Dos Atos Ilícitos
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

TÍTULO IX
Da Responsabilidade Civil
CAPÍTULO I
Da Obrigação de Indenizar
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente
de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza,
risco para os direitos de outrem.

● Evolução das Teorias da Responsabilidade do Estado:


1. Teoria da Irresponsabilidade do Estado;
2. Teoria da Responsabilidade com Culpa;
ATOS DE IMPÉRIO - são aqueles que a Administração impõe coercitivamente aos
administrados.
ATOS DE GESTÃO - são praticados sem que a Administração utilize sua supremacia sobre
os particulares. São atos típicos de administração, assemelhando-se aos atos praticados
pelas pessoas privadas.
3. Teoria da Culpa Administrativa;
Falta em Serviço:
Inexistência do Serviço
Mau Funcionamento do Serviço
Retardamento do Serviço
4. Teoria da Responsabilidade Objetiva;

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e
exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e
reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e
seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de
culpa;

Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente


responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem
danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do
dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

★ Pessoa responsável;
1) Pessoas Jurídicas de Direito Público
2) Pessoas Jurídicas de Direito Privado prestadoras de Serviços Públicos.
★ Agentes do fato;
Agentes públicos.
★ Duplicidade de relações jurídicas.
1) Estado/Lesado - responsabilidade objetiva do Estado;
2) Estado/Agente - responsabilidade subjetiva ou com culpa.

● Elementos:
➔ Subjetiva:
★ Regra: para ser configurada, é necessário que haja prova da existência, no caso concreto
de:
1) Conduta - comissiva ou omissiva do agente praticando um ato;
❖ Deve ser no exercício da função do agente público.
❖ Pode ser pessoa jurídica de direito público ou privado, prestadoras de serviços
públicos.

2) Dano - prova da efetiva ocorrência de dano;


❖ Regra: Não pode haver alteração do quantum indenizatório.
❖ Exceção: Alteração do quantum indenizatório dos danos morais (Subjetivo) - o órgão
superior pode alterar a decisão proferida em primeiro grau, porém ele só pode alterar
o quantum indenizatório, em grau de recurso, se esse valor for irrisório ou exorbitante;
❖ Espécies de dano:
1) Dano material ou patrimonial - é aquele em que o fato causar efetiva lesão ao
patrimônio da pessoa atingida;
2) Dano moral - é aquele que atinge a esfera moral, interna e subjetiva, causando-lhe
profundo sofrimento;
3) Dano estético - pode ser compreendido como uma alteração morfológica sofrida pela
pessoa, ou seja, existe uma deformação humana na vítima de uma determinada
ofensa.

SÚMULA N. 387
É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.

3) Nexo de Causalidade - é o que liga a conduta ao dano; é o que faz com que a conduta
seja suficiente para causar o dano;
❖ Teoria da Causalidade Adequada: para configuração do nexo de causalidade e a
responsabilização seja atribuída 100% para o Estado, deve ser verificado se no caso
concreto, a conduta do Estado foi responsável por si só pelo dano;

4) Culpa - em sentido amplo, abarcando Dolo ou Culpa;


❖ Culpa Concorrente/Com Causa: quando não só o Estado colabora para o resultado
danoso - Compensação de Culpas (averiguar qual a participação de cada um no
dano);
❖ Atenuante de Responsabilidade - o Estado não vai se responsabilizar por 100% do
dano;

➔ Objetiva:
1) Conduta - comissiva ou omissiva do agente praticando um ato;
❖ Deve ser no exercício da função do agente público.
❖ Pode ser pessoa jurídica de direito público ou privado, prestadoras de serviços
públicos.

2) Dano - prova da efetiva ocorrência de dano;


❖ Regra: Não pode haver alteração do quantum indenizatório.
❖ Exceção: Alteração do quantum indenizatório dos danos morais (Subjetivo) - o órgão
superior pode alterar a decisão proferida em primeiro grau, porém ele só pode alterar
o quantum indenizatório, em grau de recurso, se esse valor for irrisório ou exorbitante;
❖ Espécies de dano:
1) Dano material ou patrimonial - é aquele em que o fato causar efetiva lesão ao
patrimônio da pessoa atingida;
2) Dano moral - é aquele que atinge a esfera moral, interna e subjetiva,
causando-lhe profundo sofrimento;
3) Dano estético - pode ser compreendido como uma alteração morfológica sofrida
pela pessoa, ou seja, existe uma deformação humana na vítima de uma
determinada ofensa.

SÚMULA N. 387
É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral

3) Nexo de Causalidade - é o que liga a conduta ao dano; é o que faz com que a conduta
seja suficiente para causar o dano;
❖ Teoria da Causalidade Adequada: para configuração do nexo de causalidade e a
responsabilização seja atribuída 100% para o Estado, deve ser verificado se no caso
concreto, a conduta do Estado foi responsável por si só pelo dano;
★ Não há necessidade de provar a CULPA.

● Sujeitos:
➔ Pessoa Jurídica de Direito Público e Pessoa Jurídica de Direito Privado Prestadora de
Serviços Públicos;

➔ Posições do STF:
★ Dano sofrido por não usuário do serviço público?
Responsabilidade Objetiva - não importa se é ou não usuário.
★ Empresas Estatais exploradoras de atividade econômica estão inclusas nessa regra?
Não, vez que não presta serviço público!
★ Tabeliães e Registradores Oficiais.
O Estado responde objetivamente e primariamente, cabendo o dever de direito de
regresso contra o agente que praticou o ato danoso.
★ Banca de Concurso - Indícios de fraude.
O Estado responde subsidiariamente por danos materiais causados a candidatos em
concurso público organizado por pessoa jurídica de direito privado, quando os exames são
cancelados por indícios de fraude.

● Ônus da Prova:
★ Defesa do estado:
A. provar a inexistência do fato administrativo;
B. provas a inexistência do dano ou a ausência de nexo causal entre o fato e o dano;
C. atenuar a sua responsabilidade demonstrando a culpa concorrente da vítima ou do
lesado.

Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a


sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa
em confronto com a do autor do dano.

● Conceito de Agente Público:


★ Agentes públicos são pessoas físicas responsáveis, seja de modo definitivo ou
transitório, do exercício de alguma função estatal conferido a órgão ou entidade da
administração pública.
★ A lei de improbidade administrativa (lei 8.429/92). em seu art. 2º está previsto que agente
público é: “todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo
anterior”.

● Responsabilidade do Agente:

➔ Teoria da Imputação Volitiva: os atos praticados pelo agente público no exercício de sua
função, são imputados ao órgão o qual ele faz parte;
➔ STF criou a “dupla garantia”: vítima e agente (até seus sucessores, no limite do valor da
herança) - Impossibilidade de o agente público responder pessoalmente pelos danos que
causou a terceiros - Direito Regressivo;
➔ Direito de Regresso: No caso de condenação do Estado, ele deverá entrar com uma ação
regressiva contra o agente público, porém só poderá fazer isso se o agente público tiver
agido com dolo ou culpa - Responsabilidade Subjetiva (Elemento culpa);
➔ Denunciação à LIDE - Não é possível chamar o agente público na mesma ação judicial.

Seção IV
Dos Pronunciamentos do Juiz
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões
interlocutórias e despachos.

Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos


quando:
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva
ordenar de ofício ou a requerimento da parte.
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão
verificadas depois que a parte requerer ao juiz que determine a providência
e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez) dias.

DO PONTO DE VISTA PENAL:


Art. 5º da CR - LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário,
assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

DO PONTO DE VISTA CÍVEL:


Atos tipicamente jurisdicionais;
Atos tipicamente funcionais;

● Teoria do Risco Administrativo: busca entender a funcionalidade da responsabilidade civil no


Estado;
➔ Regra no Brasil.
➔ Art. 37, §6º da CRFB;

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

➔ O Estado terá uma responsabilidade civil objetiva pelos danos que causar a terceiros;
➔ O risco é inerente à atividade administrativa;
➔ Existe a possibilidade de excludentes de responsabilidade (ausência do nexo causal);

● Teoria do Risco Integral - apenas nos casos de (Sem qualquer excludente de responsabilidade):
➔ Danos a bens e pessoas, passageiros ou não, provocados por atentados terroristas, atos de
guerra ou eventos correlatos, ocorridos no Brasil oi no exterior, contra aeronaves de matrícula
brasileira operadas por empresas brasileiras de transporte aéreo público, excluídas as
empresas de táxi aéreo - Estado como garantidor universal;
➔ Dano decorrente de atividade nuclear - Danos para a sociedade;
➔ Dano ambiental - STJ (Responsabilidade objetiva subsidiária);

SÚMULA N. 652
A responsabilidade civil da Administração Pública por danos ao meio
ambiente, decorrente de sua omissão no dever de fiscalização, é de
caráter solidário, mas de execução subsidiária.
➔ Seguro DPVAT.

● Excludentes da Responsabilidade (Ausência de quaisquer dos elementos necessários para a


responsabilização do Estado):
➔ Caso Fortuito: eventos imprevisíveis ou inevitáveis, causados por situação alheia a vontade
da administração pública;
★ Decorre de fatos humanos;

➔ Força Maior: eventos imprevisíveis ou inevitáveis, causados por situação alheia a vontade da
administração pública;
★ Decorre de fatos da natureza;

➔ Culpa exclusiva da vítima: quando a vítima tem culpa exclusiva; quando a vítima sozinha
pratica a conduta geradora do dano; a conduta do Estado não colabora para o resultado.

➔ Fato de terceiro: quando o dano é praticado por um fato exclusivo de terceiro;

➔ Excludente de ilicitude PENAL, afasta responsabilidade CIVIL do Estado? NÃO!

Tema 1055 - Responsabilidade civil do Estado em relação a profissional da


imprensa ferido, em situação de tumulto, durante cobertura jornalística.
Tese:
É objetiva a Responsabilidade Civil do Estado em relação a profissional da
imprensa ferido por agentes policiais durante cobertura jornalística, em
manifestações em que haja tumulto ou conflitos entre policiais e
manifestantes. Cabe a excludente da responsabilidade (ESTADO) da
culpa exclusiva da vítima, nas hipóteses em que o profissional de imprensa
descumprir ostensiva e clara advertência sobre acesso a áreas delimitadas,
em que haja grave risco à sua integridade física.

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