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DIREITO ADMINISTRATIVO

PRINCÍPIOS:

Princípio da intranscendência subjetiva das sanções = inibe a aplicação de severas sanções às


administrações por ato de gestão anterior à assunção dos deveres Públicos.

STF – A publicação do nome e salário dos respectivos servidores é legítima, e não viola o direito a
intimidade ou segurança. Essa publicação pode ocorrer inclusive em relação a órgãos mais sensíveis.
_____________________________________________________________________________________

ATOS ADMINISTRATIVOS

 Espécie do gênero ato jurídico;

Conceitos:
 Ato unilateral;
 Efeitos jurídicos imediatos;
 Regime jurídico de direito público;
 Atos de direito público: atos administrativos, atos administrativos típicos;
 Atos de direito privado: atos DA administração, atos administrativos atípicos;
 Sujeito a controle do poder judiciário;
 Manifestação da vontade da administração;

Fatos administrativos: são fatos concretos e não admitem invalidação. ex: reforma de um prédio, morte
de um servidor.

Silêncio administrativo: não é considerado ato administrativo, exceto o silêncio qualificado (quando há
determinação normativa).

Requisitos/ elementos do ato administrativo:

Competência:
 VINCULADO;
 Inderrogável (não pode ser modificada pela vontade das partes);
Delegação:
 Ato discricionário;
 Convalida exceto em caso de matéria de competência exclusiva;
 Revogável a qualquer tempo;
 Pode sofrer delegação ou avocação, desde que a lei não tenha conferido competência exclusiva,
inclusive para órgãos que não são subordinados;
 Após a revogação do ato de transferência de competência, não poderá a antiga autoridade delegada
revogar os atos praticados no exercício da delegação, sendo tal atribuição da autoridade delegante;
 A delegação não retira da autoridade delegante a competência para desempenhar a atribuição
delegada;
NÃO PODE SER OBJETO DE DELEGAÇÃO:
 Atos de caráter normativo;
 Decisão de recursos;
 Matérias de competência exclusiva -> privativa pode!

Finalidade: resultado que a administração pretende alcançar.


 VINCULADO;
 Abuso de poder: pode ser comissivo ou omissivo
 Excesso de poder: extrapola a competência;
 Desvio de poder: tem competência, mas não pratica o ato de acordo com interesse público;

Forma: modo pelo qual o ato administrativo revela sua existência;


 VINCULADO
 Formalização: aparência externa pela qual o ato deve ser revestido;
 Em regra é escrito, mas pode ser verbal (em caso de urgência e irrelevância da matéria), gestual,
sonoro.
 Admite convalidação, exceto quando a forma é considerada essencial à validade do ato;
 Inexistência forma = inexistência do ato.
 Motivação: exprime todas as circunstâncias que levaram o agente à manifestação da vontade;
 Em regra é obrigatória;
 Momento: contemporânea ou anterior.
 Motivação tardia (STJ): pode nos casos que a lei não exige motivação.
 Teoria dos motivos determinantes: a validade do ato está vinculada à veracidade dos fatos descritos
como motivadores de sua prática.

Motivo:
 VINCULADO OU DISCRICIONÁRIO
 Podem ser determinados expressamente ou não;

Objeto: efeito jurídico imediato que o ato produz;


 VINCULADO OU DISCRICIONÁRIO
 Pode ou não vir fixado em lei.

Mérito administrativo:
 Valoração da conveniência, oportunidade e conteúdo pelo administrador;
 Somente no ato discricionário (pois no ato vinculado a valoração vem do legislador).

Atributos do ato administrativo:

Presunção de legitimidade:
 Presunção relativa de que os atos são praticados conforme a lei (juris tantum)
 Presunção de veracidade: presunção de que os fatos alegados pela administração são verdadeiros.

Imperatividade:
 Os atos se impõe a terceiros independente de sua vontade;
 Não está presente em todos os atos.
Autoexecutoriedade:
 Só pode quando a lei prevê expressamente ou quando se tratar de medida urgente;
 Uso de meios diretos de coerção. Ex. rebocar um carro que está estacionado errado.

Exigibilidade:
 Obediência a uma obrigação já imposta, por meio de instrumentos indiretos de coação, sem
necessidade de prévia autorização do judiciário. Ex.: “se vc não tirar seu carro daí, vou te aplicar uma
multa”.

Tipicidade:
 O ato administrativo corresponde a figuras previamente definidas em lei.

Classificação dos atos administrativos:

 Atos gerais: destinatários inespecíficos, ex.: edital de concurso público. Prevalecem sobre os atos
individuais. STF – não gera direito subjetivo a seus destinatários, podendo ser revogado.
 Atos individuais: sujeitos determinados. STF – gera direito subjetivo aos destinatários e não pode ser
revogado. Singular quando há um único sujeito determinado, ex.: nomeação de um servidor para ocupar
cargo comissionado. Plúrimo quando há mais de um destinatário, ex.: nomeação de vários candidatos
aprovados em concurso.

 Atos de império: supremacia sobre o administrado.


 Atos de gestão: finalidade de gerir os bens e serviços; igualdade com o particular.
 Atos de expediente: destinados a dar andamento aos processos e papéis que tramitam na
administração.

Observação:
 Conceitos jurídicos indeterminados: indicam uma consequência jurídica. Se estão dentro de uma
zona de certeza e não tem opção, devendo aplicar a pena (zona de certeza positiva), ou não aplica-la
(zona de certeza negativa). Quando há indefinição e a administração tomará a decisão que melhor
atenda ao caso (zona de incerteza, zona cinzenta ou gray).
 Cláusulas gerais: normas com comandos indeterminados e que não possuem consequência jurídica
nos casos de sua inobservância.

 Atos simples: manifestação de um único órgão.


 Atos complexos: manifestação de vontade de mais de um órgão, formando um único ato.
 Atos compostos: uma manifestação principal e outra acessória. Ex.: manifestação que precisa de
homologação de autoridade superior.

 Ato perfeito: ato que completou as etapas necessárias para sua existência.
 Ato válido: não possui vício ou irregularidade. Isso não significa que já esteja produzindo efeitos.
 Ato eficaz: está capaz de produzir efeitos.
 Ato exequível: apto a produzir efeitos imediatamente.
ATO PERFEITO X ATO EFICAZ:
Ex.: caso a lei determine que para que um determinado ato venha a produzir efeitos é necessária sua
publicação em Diário Oficial e ele venha a completar todas as etapas para sua existência, sem a
publicação o ato será perfeito, mas não eficaz. Publicado, será perfeito e eficaz.

 Atos constitutivos: faz nascer um direito para o administrado, ex.: autorização de uso, licença pra
dirigir.
 Atos declaratórios: se limitam a afirmar a existência de um direito do administrado.
 Atos ablatórios ou ablativos: restringem direitos do administrado, ex.: cassação de licença.

Teoria quaternária de atos revestidos com ilegalidades:


Ato nulo: ato contaminado com vício insanável.
 Declaração de nulidade = efeito ex tunc.
 Decai em 5 anos, contados da data em que foram praticados, o direito da administração em anular
atos de que decorram efeitos favoráveis aos administrados.
 Decadência começa a contar a partir da percepção do primeiro pagamento no caso de efeitos
patrimoniais contínuos.
Ato anulável: ato contaminado com vício sanável, que admite convalidação.
 Convalidação -> efeito ex tunc; o ato passa a ser regular desde o seu nascimento.
 Diante de um ato anulável, a adm. deverá convalidá-lo, não sendo discricionária essa decisão, exceto
nos casos de atos discricionários expedidos por autoridade incompetente.
O FIM NÃO CONVALIDA!
Obs.: O objeto pode sofrer conversão, que é a transformação de um ato inválido em ato de outra
categoria, com efeitos retroativos à data do ato original.
 Ato inexistente: aparência de ato administrativo, mas retrata conduta criminosa, ex.: licença para
funcionamento de casa de prostituição.
ATO NULO X ATO INEXISTENTE:
Ato nulo: pode ser convalidado pela prescrição.
Ato inexistente: nunca poderá ser convalidado.
 Atos irregulares: possuem defeitos leves e irrelevantes.

Agente de fato X usurpador da função pública:


 Agente de fato: possui vínculo com a administração pública, embora tenha sido investido no cargo
público de forma irregular, por ex., toma posse em cargo de nível superior, tendo somente nível médio.
Os atos praticados por ele são válidos em relação a terceiros de boa fé, cabendo ainda responsabilidade
objetiva do Estado.
 Usurpador da função pública: sequer tem ligação com o Estado. Ex.: pessoa que se veste de PM. Essa
pessoa sequer tem vínculo com a administração pública, portanto os atos praticados por ela são
inexistentes, não cabendo responsabilidade objetiva ou subjetiva do Estado.

Espécies de atos administrativos:

Atos normativos:
 São normas (atos administrativos em sentido formal e leis em sentido material – e não em sentido
estrito);
 Não podem inovar no ordenamento jurídico criando direitos e deveres;
 Expedidos sempre que a lei necessita de uma melhor orientação para seu cumprimento;
 Exemplos: decretos, regulamentos, resoluções, instruções normativas.

Atos ordinatórios:
 Comando expedido pela autoridade superior aos seus subordinados;
 Não alcança os particulares;
 Exemplos: portarias, ordens de serviço, circulares.

Atos negociais:
 Manifestações da administração que coincidem com a pretensão de particulares.
 Exemplos: autorização, permissão, licença.

Atos enunciativos:
 Certifica ou atesta um fato ou emite opinião sobre um assunto.
 Exemplos: certidões, atestados, pareceres ou notas técnicas.

Atos punitivos:
 Instrumentos por meio dos quais a administração aplica uma sanção a servidores ou administrados;
 Em regra, independem de anuência do judiciário;
 Exemplo: multas, interdição de atividades, destruição de coisas e demolição administrativa.

Invalidação dos atos administrativos:

Revogação:
 Competência para revogar: autoridade prolatante ou superior.
 Obs.: Só atos válidos podem ser revogados, pois atos inválidos serão anulados.
Judiciário não pode revogar.
Atos insuscetíveis de revogação:
o Atos que já exauriram seus efeitos;
o Atos vinculados;
o Atos que geram direito adquirido;
o Atos integrativos;
o Meros atos administrativos.

Anulação:
 Vício insanável;
 Tanto a Administração quanto o Poder Judiciário (tem que ser provocado) podem anular os atos
ilegais, sejam eles vinculados ou discricionários;

Cassação: Invalida um ato que nasceu regular, mas se tornou irregular no momento de sua execução.
Ex. cassação de licença para o funcionamento de um hotel que se converteu em casa de tolerância.
Caducidade: o ato administrativo é invalidado em face de uma norma jurídica posterior que traz como
consequência a impossibilidade de manutenção do ato até então válido.

Contraposição ou derrubada: a extinção do ato administrativo decorre da edição de novo ato que
produz efeito contraposto. Ex. aposentadoria.

Renúncia: o beneficiário se recusa a ser o detentor do direito.

Recusa: o ato precisaria da concordância do beneficiário para produzir efeitos, porém ele se recusa.

CONVALIDAÇÃO:
- Ratificação: correção de vício de forma ou competência.
- Reforma: anulação parcial do ato  mantém a parte válida e retira a parte inválida.
- Conversão: mantém a parte válida e substitui a inválida por uma válida.

CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

Controle da administração pública

Classificação:

Conforme o momento:
 Prévio, preventivo ou a priori;
 Concomitante ou sucessivo;
 Subsequente, corretivo ou a posteriori.

Conforme a amplitude:
 Hierárquico;
 Finalístico, tutela ou supervisão ministerial – exercido pela administração direta sobre a indireta.

Conforme a origem:
 Interno – dentro de um mesmo poder;
 Os responsáveis pelo controle interno, ao tomar conhecimento de qualquer irregularidade,
deverão dar ciência ao Tribunal de Contas, sob pena de responsabilidade solidária.
 Externo – órgãos alheios a administração; abrange:
 Controle legislativo direto: realizado pelo parlamento, através dos representantes diretos
(parlamentares);
 Controle legislativo indireto: exercido pelo tribunal de contas;
 Controle judicial: exercido pelo judiciário;
 Controle externo popular: ação popular, mandado de segurança.

RECURSOS ADMINISTRATIVOS:
 10 dias para interposição, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
Efeitos:
 Efeito devolutivo: independe de previsão legal; devolve a matéria para apreciação pela autoridade
competente;
 Efeito suspensivo: depende de previsão legal; suspende os efeitos do ato impugnado até a decisão do
recurso, impede a fluência do prazo prescricional e impossibilita a utilização de ações judiciais para
impugnação do ato recorrido.

Encaminhamento e forma dos recursos:


 OBRIGATÓRIO motivação nos atos administrativos que decidam recursos;
 Os recursos devem ser dirigidos a própria autoridade que prolatou a decisão.
 Efeitos da decisão revisora: se houve erro na apreciação e esta se baseava em critérios objetivos,
pode haver reformatio in pejus. Se a decisão se baseou em critérios subjetivos, não pode.

Espécies de recursos administrativos:


 Representação: denúncia de irregularidades ou ilegalidades perante a própria administração. O
denunciante pode ser qualquer pessoa, ainda que não afetado pelo ato impugnado.
 Reclamação: interposto pelo interessado que foi atingido pelo ato. Extingue em um ano, a contar da
data do ato que deu ensejo a reclamação. A reclamação não suspende o prazo prescricional, exceto se
seu objeto for apuração de dívida da Fazenda Pública com o particular.
 Pedido de reconsideração: dirigido à própria autoridade que praticou o ato. A partir da decisão, não
admite novo pedido nem modificação pela autoridade que reapreciou o ato. O direito se extingue em 1
ano a contar da data da decisão administrativa (sua apresentação não suspende o prazo prescricional).
 Recurso hierárquico próprio: dirigido à autoridade que proferiu a decisão. Se em 5 dias não
reconsiderar, o recurso vai pra autoridade superior. Independe de previsão legal.
 Recurso hierárquico impróprio: se dirige a órgão estranho ao que expediu a decisão. Tem que ter
previsão legal.
 Revisão: utilizada por servidor punido pela Administração, quando surgirem fatos novos capazes de
demonstrar sua inocência. Não pode haver reformatio in pejus.

Controle externo (órgãos alheios à administração):


Obs.: Somente a CF pode prever modalidades de controle externo.

Controle legislativo:
 Controle político: Ex.: CPI, autorização para o presidente se ausentar do país, sustar contratos
administrativos ilegais.
 Controle parlamentar direto = Congresso Nacional / controle parlamentar indireto = TCU

Sobre as Comissões parlamentares de inquérito:


Podem:
 Convocar investigados e testemunhas para depor;
 Requisitar informações e documentos;
 Determinar a quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico;
 Convocar juízes para depor sobre suas atividades administrativas.
Não podem:
 Determinar a busca e apreensão domiciliar de documentos;
 Determinar indisponibilidade de bens;
 Decretar prisão preventiva, salvo em situações de flagrante;
 Determinar interceptação telefônica;
 Convocar juízes para depor sobre sua atuação judicial.

Fiscalização financeira e orçamentária:


 Conferida ao Congresso Nacional para julgar anualmente as contas prestadas pelo PR, com auxílio do
TCU (emite parecer); os demais administradores públicos o TCU pode julgar suas contas;
 STF - O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das
leis e dos atos do Poder Público.
 Caso o órgão ou entidade não adote as providências necessárias ao cumprimento da lei, o TCU pode
sustar o ato. Contudo, tratando-se de contrato, o ato de sustação será de competência do Congresso
Nacional que, caso não venha a tomar nenhuma providência no prazo de 90 dias, devolve a
competência para o Tribunal de Contas da União.
 Obs.: No caso dos municípios, o parecer da Corte de Contas prevalece como decisão caso a
câmara de vereadores não venha a rejeitá-lo pelo voto de 2/3 de seus membros.
Controle dos atos de concessão de aposentadoria ou pensão:
 Concedida a aposentadoria ou pensão pela Administração, a sua faculdade de rever o ato concessivo
decai em 5 anos, salvo comprovada má-fé e desde que o Tribunal de Contas ainda não tenha apreciado
o ato. O Tribunal de Contas pode negar registro a aposentadoria ou pensão, sem observar o
contraditório e a ampla defesa, desde que o faça em 5 anos. Se passar de 5 anos, ainda padece de
apreciação pelo Tribunal de Contas, porém aí terá que observar o contraditório e a ampla defesa.

Controle judicial:
 O judiciário pode analisar se o mérito administrativo está de acordo com os princípios da moralidade,
eficiência etc.
 Se estiver diante das “zonas de certeza positiva ou negativa” deve proceder a análise do mérito do
ato administrativo. Se estiver na “zona de incerteza” deve se abster de efetuar juízo de valor.

Responsabilidade civil do Estado

Evolução do tema:

Teorias antigas:
 Teoria da irresponsabilidade do Estado: qualquer prejuízo decorrente da ação estatal deveria ser
considerado de responsabilidade do administrado.
 Teoria da responsabilidade com culpa: o Estado poderia ser responsabilizado em caso de ato de
gestão (próximo aos atos de direito privado). Nos atos de império (regime jurídico de direito público)
não poderia.

Teorias atuais:

Teoria da culpa administrativa: responsabilidade subjetiva


 Condutas omissivas;
O Estado tinha o dever de agir e falhou por:
- Não prestar o serviço;
- Prestá-lo de forma insuficiente ou com atraso;
 Tem que ter nexo de causa e efeito;
 Ex.: atentado terrorista

Teoria do risco administrativo: responsabilidade objetiva


 Não precisa demonstrar dolo ou culpa. Basta demonstrar o dano decorrente da atuação do Estado,
sem concurso do lesado.

Teoria da responsabilidade integral:


 Não admite excludentes de responsabilidade;
 Danos nucleares.

Responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro:

 Culpa in elegendo (culpa na escolha do agente público) / culpa in vigilando (culpa na fiscalização da
sua atuação): há a responsabilidade do Estado quando, por exemplo, um policial fardado dispara em
pessoas envolvidas em uma briga de bar. Cabe direito de regresso contra o policial em caso de dolo ou
culpa.
 NOVIDADE! O agente público responderá pessoalmente por decisões ou opiniões técnicas em
caso de dolo ou erro grosseiro.

* O direito de regresso do Estado contra o servidor é OBRIGATÓRIO, sob pena de caracterizar


improbidade administrativa.

Pessoa jurídica de direito privado:


 Prestadora de serviço público = responsabilidade objetiva
 Exploradora de atividade econômica = responsabilidade subjetiva

Concessionárias de serviço público: responsabilidade objetiva

Notários: responsabilidade subjetiva

FIFA: a União assume os efeitos da responsabilidade civil perante a FIFA, exceto se a FIFA ou a vítima
houverem concorrido para a ocorrência do dano.

Presos: não se caracteriza a responsabilidade civil do Estado por danos decorrentes de crime praticado
por pessoa foragida do sistema prisional, quando não demonstrado o nexo causal direto entre o
momento da fuga e a conduta praticada.

Responsabilidade do Estado em caso de omissão:


 Em regra, subjetiva;
 Objetiva nas situações que o Estado tem o dever de impedir aquele resultado; ex.: autor de um crime
que está imobilizado pela polícia e leva um tiro letal de um terceiro.

Requisitos para demonstrar a responsabilidade estatal:


 Ação ou omissão (lícita ou ilícita);
 Dano material ou moral;
 Nexo de causalidade.

 Dano in re ipsa: quando não há a necessidade de comprovar a efetiva ocorrência do dano. Ex.: O
correio deixa de entregar carta registrada; contração direta pela administração pública em situações
que não configura dispensa ou inexigibilidade de licitação etc.

Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade:


 força maior (evento decorrente de conduta humana);
 caso fortuito (evento imprevisível oriundo da natureza);
 ato de terceiros;
 culpa exclusiva da vítima.

Atos legislativos: em regra não há responsabilidade, pois a edição de uma lei por si só não acarreta
danos indenizáveis. Se a lei for declarada inconstitucional, poderá haver responsabilidade.
 Omissão legislativa -> não há responsabilização.

Atos judiciais:
 Conduta dolosa – o juiz responde
 Conduta culposa:
 Se a decisão foi proferida em processo penal: há responsabilização
 Se em processo civil: não há responsabilização

Prescrição:
 5 anos em ações contra a Fazenda Pública, mesmo em ações indenizatórias.
 Ação regressiva contra agente público:
 Imprescritível – danos tipificados como ilícitos dolosos de improbidade ou ilícitos penais;
 Prescritível – danos decorrentes de atos de improbidade culposos ou ilícitos civis.

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

PODER REGULAMENTAR:
- Não pode inovar no ordenamento jurídico;

Tipos de decreto:
 Decreto de execução ou regulamentar: se restringe a explicar como se dará a fiel execução da lei;
 Decreto autorizado/delegado: regulamenta a lei em face de sua determinação expressa (a lei
estabelece os contornos da matéria a ser regulamentada, mas transfere ao poder executivo a fixação de
normas técnicas para a sua execução).
 Decreto autônomo: (reserva de regulamento: essas duas situações não podem ser modificadas por lei de
iniciativa do poder legislativo)
 Organização e funcionamento da administração federal, desde que não implique aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
 Extinção de cargos ou funções públicas, quando vagos.

Obs.: Regimento interno de órgãos são exemplo do poder hierárquico, e não regulamentar.

Atos de regulamentação:
 1º grau:
o Decretos
o Regulamentos
 2º grau:
o Instruções normativas
o Orientações normativas
o Resoluções

PODER HIERÁRQUICO:
- Exercido dentro do âmbito interno dos órgãos integrantes de uma mesma entidade.
- Independe de expressa previsão legal.

Delegação: não retira da autoridade delegante a competência para desempenhar a atribuição delegada.
Avocação: desonera o agente público inferior de toda a responsabilidade pelo ato avocado pelo
superior.

PODER DISCIPLINAR:
- Aplicável somente a servidores públicos e pessoas vinculadas à administração pública;
- O que marca o fim do poder hierárquico e início do poder disciplinar é a abertura de processo
administrativo para apuração da responsabilidade do servidor;
- É vinculado, pois a lei deixa pequenas margens de discricionariedade.

PODER DE POLÍCIA:
- Decorre do poder extroverso do Estado (imposição de obrigações de forma unilateral na esfera do
administrado);
- O Estado pode cobrar taxas para exercer o poder de polícia (imposto, tarifa ou contribuição não pode);
- Formas do Estado exercê-lo: leis e atos normativos, atos individuais/de consentimento, atos de
fiscalização, atos de sanção;
- Terá competência para exercer o poder de polícia a Entidade Política que dispõe do poder de regular
(legislar) a matéria. Ex.: Conceder licença para o funcionamento de uma boate -> atribuição do
município, pois é assunto de interesse local.
- Súmula n. 19 do STJ A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, e da competência da
união.

Atributos:
 Coercibilidade: imposição coativa das medidas adotadas
 Discricionariedade: O Estado tem liberdade para escolher as atividades a serem “policiadas”, para
fazer escolha da sanção aplicável, para escolher o melhor momento de agir.
 Autoexecutoriedade: imediata e direta execução dos atos pela própria Administração,
independentemente de ordem judicial. Obs.: A execução da multa decorrente de contrato
administrativo, por adimplemento irregular, em que o contratado prestou garantia para a celebração do
contrato, pode ser feita diretamente pela própria administração. Porém, a multa aplicada nessa hipótese
decorre do poder disciplinar, e não do poder de polícia.

 Não é possível delegar o poder de polícia aos particulares.


 STJ – apenas atos de consentimento e fiscalização podem ser delegados a pessoas de direito privado.
NOVIDADE! É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de
direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público
que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não
concorrencial.

POLÍCIA ADMINISTRATIVA X POLÍCIA JUDICIÁRIA:


- Polícia administrativa: atua preventivamente (podem atuar repressivamente). Incide sobre bens,
atividades e direitos.
- Polícia judiciária: atua repressivamente (podem atuar preventivamente). Por meio de órgãos
especializados. Atua sobre pessoas.
- A função de polícia judiciária das polícias legislativas é restrita ao crimes cometidos nas dependências
internas da Câmara e do Senado. Se for na calçada, por ex., a competência é da PC ou PF, conforme o
caso.

Prescrição:
 CINCO ANOS, contados da data da prática do ato ou, em se tratando de infração permanente ou
continuada, do dia em que tiver cessado.
 Se o fato constituir crime, o prazo prescricional será o mesmo atribuído pela lei penal.
 TRÊS ANOS, se o procedimento administrativo estiver paralisado aguardando despacho ou
julgamento da autoridade administrativa competente.

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

Administração direta:
 Não tem personalidade jurídica;
 Tem personalidade judiciária (legitimidade para estar em juízo defendendo suas competências)
Entes políticos -> União, Estados, DF e Municípios
Entes administrativos -> sociedades de economia mista e empresas públicas

Teoria do mandato: o Estado outorga aos seus agentes um mandato para agir em seu nome. Retira do
Estado a responsabilidade pelos atos praticados pelos agentes.

Teoria da representação: o Estado seria representado por seus agentes, não respondendo o Estado
pelos atos que ultrapassam os poderes da representação.

Teoria do órgão/ teoria da imputação volitiva: o Estado manifesta sua vontade por meio dos órgãos
que integram sua estrutura. (é a teoria mais aceita)
 É a única que revela a imputação aos entes estatais.

Classificação dos órgãos quanto à posição estatal:


Independentes -> não se subordinam a nenhum outro, ex.: chefia do executivo, tribunais etc.
Autônomos -> se subordinam apenas aos órgãos independentes, ex.: ministérios.
Superiores -> têm atribuição de direção, controle e chefia, mas se subordinam aos órgãos autônomos,
ex.: diretorias, coordenações etc.
Subalternos -> são órgãos de execução, ex.: protocolo, seção de expediente etc.

 Só os órgãos autônomos e independentes podem atuar em juízo para a defesa de suas prerrogativas
institucionais.

Classificação dos órgãos quanto à estrutura:


Simples ou unitários -> não possuem outroscórgãos subordinados;
Compostos -> são órgãos onde ocorre a desconcentração de suas atividades para outros órgãos
subordinados hierarquicamente.

Classificação quanto à atuação funcional:


Singulares ou unipessoais -> as decisões dependem da vontade de um único agente, ex.: Presidência da
República;
Colegiados, pluripessoais ou coletivos -> as decisões são tomadas por mais de uma pessoa, sem que haja
hierarquia entre elas.

Classificação quanto às funções:


Ativos -> exercem diretamente função administrativa, ex.: polícia, saúde etc.
Consultivos -> atuação preventiva, emitindo manifestações técnicas.
Controle -> exercem fiscalização sobre as atividades de outros órgãos e agentes.

Súmula 517 STF: As sociedades de economia mista só têm fôro na Justiça Federal, quando a União
intervém como assistente ou opoente.

AUTARQUIAS
 Pessoa jurídica de direito público interno;
 Criada por lei específica para a prestação de serviço público específico;
 Não necessita do registro de seus estatutos na junta comercial ou cartório;
 Para ser extinta precisa de lei;
 Autonomia administrativa, mas submetida a controle finalístico de suas atividades;
 Ex.: INSS, IBAMA, Banco Central...
 A descentralização de atividades típicas de estado só pode feita para autarquias, porém as autarquias
podem também prestar serviços que não são típicos de estado, como as universidades públicas, por
exemplo;
Prerrogativas:
 Imunidade condicionada (imunidade relativa a impostos sobre o seu patrimônio, renda ou os serviços
vinculados as suas finalidades essenciais);
 Impenhorabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade dos seus bens;
 Execução dos seus débitos via precatório;
 Prazo em dobro para as suas manifestações processuais, salvo quando a lei, de forma expressa,
determinar prazo diverso;
 Juízo privativo, se federais, de suas ações serem julgadas na justiça federal;
 Prescrição quinquenal de seus débitos.
 Regime jurídico estatutário;
 Entidades de classe como a OAB possuem natureza jurídica de autarquia federal especial;

Agências reguladoras:
 Autarquia de natureza especial;
 Aprovação prévia do legislativo para a nomeação dos seus dirigentes pelo chefe do executivo;
 Quarentena remunerada de 6 meses para seus diretores;
 Regime de pessoal estatutário;

FUNDAÇÃO PÚBLICA:
 É o patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de personalidade jurídica de direito público ou
privado, destinado ao desempenho de atividades de ordem social;
 Criadas por autorização legal;
 Imunidade em relação aos impostos;
 Personalidade jurídica de direito público ou privado:
 Se nascer diretamente da lei: direito público
o Não ficam sujeitas à fiscalização do MP;
o Gozam das mesmas prerrogativas das autarquias.
 Se a lei autorizar a criação, e após isso fizer a inscrição de seus atos constitutivos no registro civil
das pessoas jurídicas: direito privado;
o Regime de pessoal: celetista

Agencias executivas:
 Ato do PR que permite contrato de gestão entre autarquia ou fundação pública com o Ministério
supervisor, a fim de ter maior eficiência no desempenho de suas atividades e redução de custos;

Empresas estatais:
 Empresas públicas, sociedades de economia mista e empresas que estão submetidas ao controle do
Estado;
 Lei autoriza a criação;
 Prestação de serviço público específico que não seja típico de estado ou exploração de atividade
econômica;
 Se for para a exploração de atividade econômica, só pode ocorrer se for indispensável a segurança
nacional ou a relevante interesse público.
 Regime jurídico: direito privado; ainda assim pode falar em um regime jurídico híbrido ou misto, pois
o direito privado é parcialmente derrogado pelo direito público, por exemplo, na obrigação de observar
os princípios da administração pública.
 Regime de pessoal: celetista, mas tem que fazer concurso;
 STF – é inconstitucional a exigência de aprovação pelo legislativo para nomeação dos dirigentes;
Não podem gozar de benefício fiscal que não seja extensível ao setor privado.

EMPRESA PÚBLICA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA


Capital Exclusivamente público Público e privado (o poder público
detém a maioria do capital votante)
Forma de organização Qualquer forma Sociedade anônima
Personalidade jurídica Direito privado Direito público
Foro de julgamento Justiça federal se EP federal Justiça comum ESTADUAL, exceto
causas de natureza trabalhista
Exemplos CEF, correios, casa da moeda etc. Ex.: BB, Petrobrás etc.

Quem pode pagar por meio de precatórios?


 As fazendas públicas federal, estadual distrital e municipal. Isso abrange:
 União, estados, DF e municípios;
 Autarquias;
 Fundações;
 EP prestadora de serviço público;
 SEM prestadora de serviço público de atuação própria do estadual e de natureza não
concorrencial.

Descentralização por Serviços/Outorga = o Estado, por meio de lei, cria uma entidade e transfere pra
ela a titularidade e a execução do serviço.

Descentralização por Colaboração/Delegação = o Estado, por meio de contrato ou ato administrativo,


transfere somente a execução. Em regra, não cria a entidade.

SERVIDORES PÚBLICOS NA CF/88


Efetividade: se alcança com nomeação e posse.
Estabilidade: após 3 anos de efetivo exercício.

Criação, transformação e extinção dos cargos públicos:


- Funções ou cargos públicos quando vagos podem ser extintos por meio de decreto.
Retribuições pecuniárias:
IMPORTANTE!!!
Para os Estados e DF (não cabe para município) podem ser adotadas duas opções de
teto remuneratório:
1. Teto modelo geral - Estipula um teto para cada poder; (modelo acima )
2. Estipular um subteto único para todos os poderes  Seria o subsídio do Desembargador do TJ.
Nesse caso existem duas exceções: não cabe para os deputados estaduais/distritais e vereadores.

Após a EC nº 103/2019 (Reforma da Previdência), é VEDADA a criação de novos regimes previdenciários


pelos entes federativos, admitindo apenas aqueles que já existiam até a promulgação da EC nº
103/2019.

Ocupar dois cargos públicos = pode receber acima do teto


Cargo público + pensão = não pode ultrapassar o teto

PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL

Aplicabilidade ou não sobre outras leis:


1. Lei 8.112 (STJ) – o servidor público deve ser intimado com antecedência mínima de 3 dias úteis, a
respeito de provas ou diligências ordenadas pela comissão processante.
2. Lei 8.112 – se não há previsão na lei para o oferecimento de alegações finais pelo acusado, antes
do julgamento, não cabe acrescentar nova fase no processo para tal fim.

 Aplicável a toda a adm. Direta e indireta federal, bem como ao judiciário e legislativo quando no
desempenho da função administrativa;
 Para que se aplique a determinado Estado, tem que ter lei contendo tal determinação. Obs.: Pro STJ
se aplica de forma subsidiária na ausência de legislação própria.
Segurança jurídica:
 Proibição que seja aplicada nova interpretação a fatos passados;
 5 anos para a administração anular seus atos ilegais;
 No caso de atos de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência começa a contar do
primeiro pagamento;
Convalidação dos atos administrativos:
Requisitos:
 Não acarretar lesão ao interesse público;
 Não acarretar prejuízo a terceiros;
 Apresentar vício sanável (vício de competência, exceto competência exclusiva, e vício de forma,
exceto forma essencial à validade do ato);
 Para a lei 9.784 a convalidação é uma faculdade da administração. Para a doutrina é um dever, desde
que o ato não tenha sido impugnado pelo interessado.

Motivação:
 Motivação aliunde: motivação que faz remissão a determinado ato praticado anteriormente.

Contraditório:
Intimação:
 Antecedência mínima de 3 dias úteis;
 São nulas quando não observa as prescrições legais, mas o comparecimento do administrado supre
sua irregularidade;
 Interessados determinados (STF) – não pode haver intimação por edital, tem que notificar
pessoalmente eles;

Ampla defesa:
 Na fase de instrução, pode ser necessária a apresentação de pareceres por parte da administração.
 É facultativa a presença de advogado, exceto quando houver disposição legal que exige a defesa
técnica do advogado.

Impulso oficial ou oficialidade:


 Uma vez iniciado, o processo não pode ficar paralisado esperando a solicitação do administrado para
seu andamento.
 Atos do órgão/autoridade/administrados = 5 dias + dobro mediante justificação (salvo quando existir
disposição específica)

Concluída a instrução:
 30 dias para decidir (salvo prorrogação por igual período expressamente motivada)
 10 dias no máximo para o interessando manifesta-se, salvo se tiver outro prazo fixado

Informalismo ou formalismo moderado:


 Deve-se adotar forma simples, mas com observância das formalidades essenciais à garantia dos
direitos dos administrados.

Verdade material ou real:


 A administração pode buscar novas provas para esclarecer a verdade sobre os fatos, não precisando
ficar restrita àquelas constantes do processo.

Interessados:
 Direito difuso: aquele que os destinatários são ligados por uma situação e são indeterminados. Ex.:
meio ambiente.

Impedimento e suspeição:
- A omissão de comunicar o impedimento constitui falta grave para efeitos disciplinares.

Da competência:
Delegação e avocação:

Características gerais da competência para prática dos atos administrativos:


1. Improrrogabilidade, pois não se prorroga, ou seja, a prática de determinado ato por agente
incompetente não faz com que esse agente se transforme em competente;
2. Irrenunciabilidade, pois não se pode renunciar a competência, sendo permitida,
excepcionalmente, sua transferência temporária nos casos de delegação ou avocação.
3. Imprescritibilidade, pois o agente não perde a competência com o decurso do tempo.
Recursos:
 Cabe recurso das decisões em razão de legalidade e mérito;
 É dirigido à autoridade que proferiu a decisão  se não reconsiderar dentro de 5 dias, o encaminha
para autoridade superior;
Reformatio in pejus: Pode resultar em agravamento  antes disso a autoridade deve intimar o
interessado para que apresente alegações;
REVISÃO  pode ser realizada a qualquer tempo, quando surgirem fatos novos; pode ser a pedido ou
de ofício; não pode resultar agravamento;
Prazos:
 10 dias para interpor recurso, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão;
 Exclui da contagem o dia do começo e inclui o do vencimento;
 Deve ser decidido no máximo em 10 dias + 10 mediante justificativa, contados a partir do
recebimento dos autos pelo órgão competente;
Prazos que admitem prorrogação:
- Decisão após a instrução do processo  30 + 30
- Interpor recurso administrativo  10 dias
- Praticar atos quando não houver prazo específico  5 + 5

LEI 14.133/2021 – NOVA LEI DE LICITAÇÕES

INTRODUÇÃO
 A União fixa normas gerais; os entes federativos podem editar normas próprias, desde que não
violem as normas gerais;
 Aplica-se à administração direta, autárquica e fundacional da União, Estados, DF e Municípios, no
legislativo e judiciário;
 Criação de modalidades de licitação – LEI DA UNIÃO;

Não se subordinam ao regime desta Lei:


 Contratos que tenham por objeto operação de crédito, interno ou externo, e gestão de dívida
pública, incluídas as contratações de agente financeiro e a concessão de garantias relacionadas a esses
contratos;
 Contratações sujeitas a normas previstas em legislação própria.

NÃO SE APLICA
 EP, SEM e suas subsidiárias;
 Apenas a parte de crimes se aplica às empresas estatais;
 Sistema S (porém precisa observar os princípios da licitação);
 Entidades privadas que recebem recursos oriundos de convênios celebrados com entes da
Administração Federal para aquisição de bens e serviços (ex.: ONGs);
 Contratação no exterior (deve observar as peculiaridades locais);

PRINCÍPIOS: Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, interesse público,


probidade administrativa, igualdade, planejamento, transparência, eficácia, segregação de funções,
motivação, vinculação ao edital, julgamento objetivo, segurança jurídica, razoabilidade,
competitividade, proporcionalidade, celeridade, economicidade, desenvolvimento nacional sustentável.

DEFINIÇÕES
Órgão: unidade de atuação integrante da estrutura da Administração Pública;
Entidade: unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
Compra imediata: aquela com prazo de entrega de até 30 dias da ordem de fornecimento;
Bens e serviços comuns: aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade podem ser objetivamente
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado;
OBRAS E SERVIÇOS DE GRANDE VULTO
 Aqueles cujo valor supera duzentos milhões de reais;
 O edital obrigatoriamente contemplará matriz de alocação de riscos;
 O edital deverá prever a obrigatoriedade de implantação de programa de integridade pelo licitante
vencedor;
 Garantia especial: seguro-garantia em até 30% do valor inicial do contrato (facultativo).

Termo de referência – TR  É ele que irá fornecer elementos para a confecção do edital, do contrato e
dos seus aditamentos. Licitação sem o TR é um vício de formalidade que não admitirá a convalidação
posterior.

Anteprojeto  Serve de documento de estudo para a elaboração do projeto básico. É um documento


mais simples e genérico que o PB. Em contratação integrada, não precisa de PB.

Matriz de riscos  Sua função é prever eventuais fatores que podem alterar o equilíbrio contratual já
dividindo para cada parte as responsabilidades se esse fator realmente vier a acontecer. Ex.: pode haver
uma previsão no contrato de uma construção de ponte sobre um lago que, se forem encontradas rochas
no local da perfuração, ficará a cargo do contratado a contratação de empresa especializada na retirada
das rochas. É OBRIGATÓRIA em obras e serviços de grande vulto ou quando adotas os regimes de
contratação integrada e semi-integrada.

REGIME DE EXECUÇÃO:
 Execução direta = realizada pela própria administração.
 Execução indireta:
 Empreitada por preço unitário = preço certo de unidades determinadas. É utilizada quando não
for possível definir com exatidão o objeto a ser executado, que só será apurado no decorrer da
execução contratual. Ex.: contrato de telefonia, medido por minutos de ligações efetuadas.
 Empreitada por preço global = preço certo e total. Ex.: contrato para implosão de um prédio;
 Tarefa = mão de obra para pequenos trabalhos, por preço certo, com ou sem fornecimento de
materiais. Ex.: pintura de uma pequena parede.
 Empreitada integral = contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo
todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias. Todo o empreendimento deve ser
entregue em perfeito funcionamento. O contratado é que irá desenvolver o projeto básico e executivo.
 Contratação semi-integrada = obras e serviços de engenharia. O contratado desenvolve o
projeto executivo. O objeto final tem que ser entregue pronto pra funcionamento.

Nas contratações integrada e semi-integrada é vedada a alteração dos valores contratuais, exceto nos
seguintes casos:
 Para restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro decorrente de caso fortuito ou força
maior;
 Por necessidade de alteração do projeto ou das especificações para melhor adequação técnica aos
objetivos da contratação, a pedido da administração, desde que não decorrente de erros ou omissões
por parte do contratado;
 Por necessidade de alteração do projeto nas contratações semi-integradas;
 Por ocorrência de evento superveniente alocado na matriz de riscos como de responsabilidade da
administração.

Produto manufaturado  é feito no Brasil ou com as regras de origem estabelecidas pelo Poder
Executivo federal. Podem ter margem de preferência nas licitações.

Agentes públicos:
 Princípio da segregação de funções: vedada a designação do mesmo agente público para atuação
simultânea em funções mais suscetíveis a riscos.
 Agente de contratação: servidor efetivo que conduz a licitação. Será auxiliado por equipe e responde
individualmente pelos atos que praticar, exceto quando induzido a erro pela equipe. No caso de bens e
serviços especiais, pode ser substituído por comissão de no mínimo 3 membros, que respondem
solidariamente pelos atos praticados.
 Pode fazer o reconhecimento de firma, dispensada a autenticação em cartório, tendo em vista a fé
pública e presunção de legitimidade.

Princípio do informalismo: só serão anulados atos que contenham vícios graves.

Vedações de participação:
 Empresa ou PF que fizeram projetos não podem participar da licitação para executá-lo. Exceção:
podem participar no apoio de atividades de planejamento de contratação, de execução da licitação ou
de gestão do contrato, desde que sob supervisão exclusiva de agentes públicos do órgão.
 Os agentes designados para trabalharem com licitações e contratos terão impedimento de atuação
se forem parentes de até 3º grau de licitantes habituais da Administração.

Empresas em consórcio: quando houver o consórcio terá um acréscimo em relação ao licitante


individual. O edital deverá estabelecer para o consórcio acréscimo de 10% a 30% sobre o valor exigido
de licitante individual para a habilitação econômico-financeira, salvo justificação. Porém, esse acréscimo
não se aplica aos consórcios compostos, em sua totalidade, de microempresas e pequenas empresas.
 Cooperativas podem participar de licitações.
FASES

 A fase de habilitação pode ser prévia, mediante ato motivado.


 Licitação eletrônica (regra). Na hipótese excepcional de licitação presencial, a sessão de
apresentação de propostas deverá ser gravada em áudio e vídeo, e a gravação será juntada aos autos do
processo licitatório.
 É admitida a exigência de certificação por organização independente acreditada pelo INMETRO.

Amostra e prova de conceito:


 Prova de conceito – POC: semelhante às amostras, mas é utilizado na contratação de soluções de TI.
 Não pode ser exigida como condição para habilitação. Poderá ser exigida do licitante
provisoriamente classificado em primeiro lugar.

Fase preparatória:
Nesta fase, deve haver a descrição da necessidade da contratação fundamentada em estudo
técnico preliminar que caracterize o interesse público envolvido; a definição do objeto; a definição das
condições de execução e pagamento; o orçamento estimado, a elaboração do edital de licitação e da
minuta do contrato; o modo de execução do contrato; a definição da modalidade de licitação; a análise
dos riscos que possam comprometer o sucesso da licitação e a boa execução contratual.

 A Administração poderá convocar, com antecedência mínima de 8 dias úteis, audiência pública
sobre licitação que pretenda realizar, com disponibilização prévia de informações pertinentes.

Metodologia BIM: Nas licitações de obras e serviços de engenharia e arquitetura, será


preferencialmente adotada. Nesta metodologia, as áreas de Arquitetura, Engenharia e Construção têm
suas informações organizadas e integradas compondo um único projeto de edificação.

Vedação para aquisição de produtos de luxo: os itens de consumo adquiridos para suprir as demandas
da Administração deverão ser de qualidade comum, não superior à mínima necessária para cumprir as
finalidades às quais se destinam. Cada Poder deverá editar ato próprio definindo quais bens se
enquadram em artigos de luxo. O teto dos valores de gastos para os itens será o fixado pelo Poder
Executivo Federal.

CONTRATAÇÃO DIRETA
Quando não for possível estimar o valor do objeto  apresentação de notas fiscais de contrações da
mesma natureza do período de até 1 ano antes da data da contratação.
O edital pode transferir para o contratado a responsabilidade de:
1. Obtenção de licenciamento ambiental;
2. Realização da desapropriação autorizada pelo poder público.

Índice de reajustamento de preços:


 Independente do prazo de duração do contrato
 OBRIGATÓRIO
 Data-base vinculada à data do orçamento
 Pode ser estabelecido mais de um índice específico/setorial

REAJUSTE e REPACTUAÇÃO
Reajuste: altera apenas a cláusula correspondente à atualização da inflação
Repactuação: reajustamento de todos os insumos do contrato
 Quando for regime de mão de obra exclusiva, haverá cláusula de repactuação.

Publicação do edital:

Obrigatório: Portal Nacional de Contratações Públicas – PNCP (inteiro teor + anexos)


Facultativo: sítio eletrônico oficial do ente federativo ou órgão responsável pela licitação

IMPUGNAÇÃO DO EDITAL
 Parte legítima: qualquer pessoa
 Até 3 dias úteis antes do início da etapa seguinte (pós-edital)

MARGEM DE PREFERÊNCIA
 Bens manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras (é o produto
feito no Brasil; se estende a bens e serviços manufaturados de países do Mercosul, desde que haja
reciprocidade entre os países);
 Bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis.
Pode ser de até 10%. Ex.: Um Decreto Federal vem a fixar que o tablet manufaturado tenha margem de
preferência de 10% dos demais. Assim, se o licitante do tablet feito no Brasil oferece vendê-lo por R$
1.050,00 e outro licitante, com tablet não manufaturado, oferece por R$1.000,00, o tablet
manufaturado mesmo tendo preço mais elevado será o vencedor da licitação.
Até 20% quando for resultante de desenvolvimento e inovação tecnológica.

MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Escolha da modalidade:
 Bens e serviços comuns: pregão;
 Bens e serviços especiais e obras e serviços comuns e de engenharia: concorrência;
 Venda de imóveis e móveis: leilão;
 Escolha de trabalho: concurso;
 Objeto complexo: diálogo competitivo.

Modalidade x tipo de licitação


 Tipo de licitação é o critério de julgamento (menor preço, maior desconto, melhor técnica ou técnica e
preço, maior lance ou oferta).

Concorrência e pregão:
 O pregão só se aplica a serviços de engenharia se forem serviços comuns.

Critério de julgamento:
 Pregão = menor preço ou maior desconto
 Concorrência = pode usar qualquer um

Projeto básico:
 Concorrência = tem que ter
 Pregão = se for serviço comum não precisa

Concurso:
 Critério de julgamento = melhor técnica ou conteúdo artístico

Leilão:
 Critério de julgamento = MAIOR LANCE.

Diálogo competitivo:
 Quando utiliza o diálogo competitivo, a Administração busca uma SOLUÇÃO. Encontrada a solução,
depois haverá outra disputa para a escolha de quem vai executá-la.
 Conduzido por comissão de contratação composta de pelo menos 3 servidores efetivos, admitida a
contratação de profissionais para assessoramento técnico da comissão.

I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições:


a) inovação tecnológica ou técnica;
b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade satisfeita sem a adaptação de soluções
disponíveis no mercado; e
c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com precisão suficiente pela
Administração;

Desclassificação das propostas:


Serão desclassificadas as propostas que:
 Contiverem vícios insanáveis;
 Não obedecerem às especificações técnicas pormenorizadas no edital;
 Apresentarem preços inexequíveis ou permanecerem acima do orçamento estimado para a
contratação;
1. No caso de obras e serviços de engenharia, serão consideradas inexequíveis as propostas cujos
valores forem inferiores a 75% do valor orçado pela Administração.
 Não tiverem sua exequibilidade demonstrada, quando exigida pela administração;
 Apresentarem desconformidade com outras exigências do edital, desde que insanáveis.

 Definido o resultado do julgamento, a Administração poderá negociar condições mais vantajosas com
o primeiro colocado. A negociação poderá ser feita com os demais licitantes, segundo a ordem de
classificação inicialmente estabelecida, quando o primeiro colocado, em determinado momento,
mesmo após a negociação, for desclassificado por sua proposta permanecer acima do preço máximo
definido pela Administração.

Parcelamento:
 É a regra. Deve haver justificativa quando este não for adotado.
 Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja prejuízo para o conjunto, é permitida a
cotação de quantidade inferior à demandada na licitação, para ampliar a competitividade. Nessa
hipótese, a Administração pode fixar, no ato convocatório, quantitativo mínimo que preserve a
economia de escala.

Licitação internacional:
Processada em território nacional:
 É admitida a participação de licitantes estrangeiros (possibilidade de cotação de preços em
moeda estrangeira)
OU
 O objeto pode ou deve ser executado no todo ou em parte em território estrangeiro
 Empresas estrangeiras que não sejam tipificáveis como “em funcionamento no país” só podem
participar de licitações internacionais.

Modificação do edital: Reabertura do prazo inicialmente estabelecido, exceto quando,


inquestionavelmente, a alteração do edital não afetar a formulação das propostas.

Modos de disputa:
ABERTO  os licitantes apresentarão suas ofertas por meio de lances públicos e sucessivos, crescentes
ou decrescentes, conforme o critério de julgamento adotado.
FECHADO  as propostas apresentadas pelos licitantes serão sigilosas até a data e hora designadas
para que sejam divulgadas.

Habilitação:
 Será exigida a apresentação dos documentos de habilitação apenas pelo licitante vencedor, exceto
quando a fase de habilitação anteceder a de julgamento.
 Os documentos necessários de habilitação são: I – jurídica; II – técnica; III – fiscal, social e trabalhista;
IV – econômico-financeira.
 Quando a avaliação prévia do local de execução for imprescindível para o conhecimento pleno das
condições e peculiaridades do objeto a ser contratado, o edital de licitação poderá prever, sob pena de
inabilitação, a necessidade de o licitante atestar que conhece o local e as condições de realização da
obra ou serviço, assegurado a ele o direito de realização de vistoria prévia.
Habilitação econômico-financeira:

 Nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer no edital a
exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo equivalente a até 10% do valor estimado
da contratação.

Adjudicação: não deixou de existir, ela não existe mais como uma fase da licitação. Porém, ela ainda
ocorre na licitação e será antes da homologação.

CONTRATAÇÃO DIRETA

INEXIGIBILIDADE (rol exemplificativo):


 Aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou contratação de serviços que só possam
ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência por
marca específica.
 Contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou por meio de empresário exclusivo,
desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública;
 Contratação dos serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual com
profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de
publicidade e divulgação;
 Objetos que devam ou possam ser contratados por meio de credenciamento;
 Credenciamento é o processo administrativo de chamamento público. Publica-se uma
convocação aos interessados, quem preencher as condições será credenciado e futuramente contratado
com fundamento na inexigibilidade.
 Aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de localização tornem
necessária sua escolha. (na 8.666 é licitação dispensável)

LICITAÇÃO DISPENSÁVEL (rol taxativo)

 Contratação de serviços de engenharia e manutenção de veículos de ATÉ R$ 100.000,00.


 Demais serviços (que não sejam de engenharia) e compras de até R$ 50.000,00.

Em regra, os valores não serão fracionados. O órgão deve considerar os valores para dispensa
durante o exercício financeiro e, também, para contratações similares. Ex.: o valor de compras de até
50.000,00 deve ser apurado durante o exercício financeiro.
Contudo, gastos de até R$ 8 mil com manutenção de veículos não entram no cálculo de limites
para dispensa. Ex.: se um órgão fizer 10 despesas de R$ 7.000 cada, ao longo do ano, para manutenção
de veículos, isso não contará para o limite de Dispensa de R$ 50.000 para esse serviço naquele ano para
aquela unidade.

 As contratações serão preferencialmente precedidas por divulgação em sítio eletrônico oficial, pelo
prazo mínimo de 3 dias úteis.
 Pagamento preferencialmente por meio de cartão de pagamento.

 Para contratação que mantenha todas as condições definidas em edital de licitação realizada há
menos de 1 ano, quando se verificar que naquela licitação:
1. Não surgiram licitantes interessados ou não foram apresentadas propostas válidas; (licitação
deserta ou frustrada)
2. As propostas apresentadas consignaram preços manifestamente superiores aos praticados no
mercado ou incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes; (licitação fracassada)
 Para contratação que tenha por OBJETO:
1. Bens ou peças para reposição como condição de manutenção de garantia;
2. Bens, serviços, alienações ou obras;
3. Produtos para pesquisa e desenvolvimento, limitada a contratação, no caso de obras e serviços
de engenharia, ao valor de R$ 300.000,00;
4. Transferência de tecnologia ou licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação
protegida;
5. Hortifrutigranjeiros, pães e outros gêneros perecíveis;
6. Bens ou serviços que envolvam alta complexidade tecnológica e defesa nacional;
7. Materiais de uso das forças armadas, quando houver necessidade de manter a padronização;
8. Bens e serviços para atendimento dos contingentes militares das forças singulares brasileiras
empregadas em operações de paz no exterior;
9. Abastecimento ou suprimento de efetivos militares em estada eventual de curta duração em
portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes;
10. Coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis,
em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, realizados por associações ou cooperativas formadas
exclusivamente de pessoas físicas de baixa renda;
11. Aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos;
12. Serviços especializados ou aquisição ou locação de equipamentos destinados ao rastreamento e
à obtenção de provas da lei de organização criminosa e sobre a investigação criminal;
13. Aquisição de medicamentos destinados exclusivamente ao tratamento de doenças raras;
14. Para contratação que possa acarretar comprometimento da segurança nacional;
15. Nos casos de guerra, estado de defesa, estado de sítio, intervenção federal ou de grave
perturbação da ordem;
16. Emergência ou de calamidade pública;
 A obra ou serviço tem que ser concluído em até 1 ano, não podendo prorrogar nem fazer novo
contrato com a mesma empresa para concluir o serviço.
17. Para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços
prestados por órgão ou entidade que integrem a Administração Pública e que tenham sido criados para
esse fim específico. Ex.: União contratar Caixa Econômica Federal para pagamento do auxílio
emergencial.
18. Quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o
abastecimento;
19. Para celebração de contrato de programa;
20. Transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o SUS;
21. Contratação de profissionais para compor a comissão de avaliação de critérios de técnica;
22. Contratação de associação de pessoas com deficiência, sem fins lucrativos;
23. Contratação realizada por Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT);
24. Contratação de fundação pública criada para o fim específico de produção de insumos
estratégicos para a saúde e que tenha por finalidade apoiar órgão da Administração em projetos de
ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e de estímulo à
inovação;
Credenciamento (inexigibilidade)
 É o processo de chamamento público em que a Administração convoca interessados em prestar
serviços ou fornecer bens para que, preenchidos os requisitos necessários, credenciem-se no órgão ou
na entidade para executar o objeto quando convocados.

Hipóteses de contratação que pode ser usado:


 Paralela e não excludente: caso em que é viável e vantajosa para a Administração a realização
de contratações simultâneas em condições padronizadas; Ex.: o STJ contrata todos os tradutores que
aparecem, porque são poucos e há necessidade.
 Com seleção a critério de terceiros: caso em que a seleção do contratado está a cargo do
beneficiário direto da prestação; Ex.: Um Tribunal possui um plano de saúde. Ele credenciará diversos
prestadores, mas quem escolherá qual prestador será utilizado (qual médico por ex.) é o beneficiário do
plano.
 Em mercados fluidos: caso em que a flutuação constante do valor e das condições de
contratação inviabiliza o processo de licitação. Ex.: compra de álcool em gel e máscaras durante a
pandemia.

Pré-qualificação:
 Anterior à licitação; objetivo de identificar fornecedores que atendam aos requisitos técnicos e
jurídicos exigidos. A licitação que se seguir poderá ser restrita a licitantes ou bens pré-qualificados.
 A comissão deverá examinar os documentos no prazo máximo de 10 dias úteis.

A pré-qualificação terá validade:


 1 ano no máximo, e poderá ser atualizada a qualquer tempo;
 Não superior ao prazo de validade dos documentos apresentados pelos interessados.

Procedimento de manifestação de interesse – PMI:

A realização do PMI:
 Não atribuirá ao realizador direito de preferência no processo licitatório;
 Não obrigará o poder público a realizar licitação;
 Não implicará, por si só, direito a ressarcimento de valores envolvidos em sua elaboração;
 Será remunerada somente pelo vencedor da licitação, vedada, em qualquer hipótese, a cobrança
de valores do poder público.

Sistema de registro de preços – SRP: é feita uma licitação. Dessa licitação não tem um contrato
imediato. Na verdade, da licitação sai uma Ata de Registro de Preços onde as melhores propostas são
registradas. Depois, surgem diversos contratos decorrentes dessa ata. A administração não é obrigada a
utilizar a Ata, podendo fazer nova licitação. Prazo de vigência da ata = 1 ano.
 A regra é adjudicação por item. Somente se for inviável e demonstrada a vantagem econômica será
feita a adjudicação por grupo de itens, por ex., compra de impressoras e a tinta em conjunto.

 É permitido registro de preços com indicação limitada a unidades de contratação, sem indicação do
total a ser adquirido, apenas nas seguintes situações:
o Quando for a primeira licitação para o objeto e o órgão ou entidade não tiver registro de
demandas anteriores;
o No caso de alimento perecível;
o No caso em que o serviço estiver integrado ao fornecimento de bens.

Para utilização de SRP para a obras e serviços de engenharia devem ser atendidos os seguintes
requisitos:
1. Existência de projeto padronizado, sem complexidade técnica e operacional;
2. Necessidade permanente ou frequente de obra ou serviço a ser contratado.

Intenção de registro de preços – IRP: É uma divulgação inicial de um órgão que pretende fazer licitação
para SRP, para que faça em conjunto com outro órgão que também precise daqueles itens.
 Órgãos que não participaram do IRP poderão aderir à ata de registro de preços na condição de não
participantes.
 As aquisições ou as contratações adicionais dos órgãos carona não poderão exceder, por órgão ou
entidade, a 50% dos quantitativos dos itens do instrumento convocatório registrados na ata de registro
de preços para o órgão gerenciador e para os órgãos participantes.
Obs.: A adesão pelo Ministério da Saúde não está sujeita a esse limite no caso de aquisição emergencial
de medicamentos e material de consumo médico-hospitalar.

Registro cadastral:
 Registro com o intuito de realizar previamente a fase de habilitação dos possíveis licitantes.
 Cadastro nacional;
 Será obrigatória a realização de chamamento público pela internet, no mínimo, anualmente, para
atualização dos registros existentes e para ingresso de novos interessados.
 A Administração poderá realizar licitação restrita a fornecedores cadastrados;
 Mesmo não estando cadastrado, será admitido fornecedor que realize seu cadastro dentro do prazo
previsto no edital para apresentação de propostas;

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Contratos da administração = abrange todos os contratos celebrados, em regime de direito público e de
direito privado.
Contrato administrativo = contratos de Direito Público
Convocação para assinatura do contrato:

Classificação do contrato administrativo:


Comutativo: são os contratos de prestações certas e determinadas. Tem prestação e contraprestação já
estabelecidas e equivalentes.
Oneroso: bilateral; traz vantagens e deveres para ambas as partes.
Formal: exige condições específicas previstas em lei para sua validade.

 Em regra, o contrato administrativo é escrito. Para pequenas compras ou serviços de até 10.000,00
poderá ser verbal.

REAJUSTE, REVISÃO E REPACTUAÇÃO


Repactuação e reajustamento = cláusulas necessárias

Revisão = alteram-se diversas cláusulas dos contratos como, por ex., prazo ou regime de execução,
cláusula de valor entre outras, ou altera o objeto para exigir que o contratado entregue mais
computadores; faça mais 10 km de uma rodovia etc.

Reajuste = altera apenas a cláusula correspondente ao valor que será atualizada conforme o índice
inflacionário.
Repactuação = reajustamento de todos os insumos do contrato.
 Deverá observar o interregno mínimo de 1 ano, e será precedida de solicitação do contratado,
acompanhada de demonstração da variação dos custos, que fundamenta a repactuação.

Equilíbrio econômico-financeiro do contrato – causas justificadoras da inexecução e fatos posteriores à


celebração do contrato

 Nas áleas administrativas (fato do príncipe, fato da Administração e alteração unilateral) e


econômicas (teoria da imprevisão), o contratado tem direito à manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro do contrato. Se a alteração decorre da álea ordinária, que corresponde ao risco que todo
empresário suporta pelo exercício da atividade, a Administração não participará dos encargos
suportados.

Cláusula da pacta sunt servanda = contratos são feitos para serem cumpridos  havendo fatos
supervenientes que alterem a situação atual, os contratos devem ser adaptados para que possam ser
cumpridos.

Fato do príncipe: alteração do equilíbrio econômico-financeiro em razão de uma medida de ordem geral
originada do Estado. Essa medida afeta a todos, e não somente o contratado. Ex.: aumento de um
tributo, aumento do salário mínimo.

Fato da administração: qualquer conduta ou comportamento da Administração que torne impossível a


execução do contrato ou provoque seu desequilíbrio econômico. Ex.: quando a Administração deixa de
entregar o local da obra ou do serviço.

Teoria da imprevisão: É todo acontecimento externo ao contrato, estranho à vontade das partes,
imprevisível e inevitável, que causa um desequilíbrio muito grande, tornando a execução do contrato
excessivamente onerosa para o contratado. Ex.: crise mundial da economia, guerras...

Interferências imprevistas: São fatos materiais imprevistos, mas existentes ao tempo da celebração do
contrato. Ex.: descoberta de rochas de grande proporção no fundo do lago em que se pretende fazer a
perfuração para a colocação da base de uma ponte a ser construída.

Caso fortuito ou força maior: Decorre de eventos humano ou da natureza, que não permitem a
execução contratual. Somente será causa justificadora se não houver culpa da parte. Ex.: furacão que
destrói parte da obra já executada, movimento sem-terra etc.

Eficácia do contrato:

A divulgação no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) é condição indispensável para a


eficácia do contrato e seus aditamentos e deverá ocorrer nos seguintes prazos, contados da data de sua
assinatura:
 20 dias úteis, no caso de licitação;
 10 dias úteis, no caso de contratação direta.
Obs.: Os contratos celebrados em caso de urgência terão eficácia a partir da sua assinatura e deverão
ser publicados nos prazos acima, sob pena de nulidade.

No caso de obras, a Administração divulgará:


 Em até 25 dias úteis após a assinatura do contrato, os quantitativos e os
preços unitários e totais que contratar;
 Em até 45 dias úteis após a conclusão do contrato, os quantitativos
executados e os preços praticados.

CLÁUSULA EXORBITANTES / LEONINAS:

Garantia dos contratos


O edital fixará prazo mínimo de 1 mês para a prestação da garantia pelo contratado. Se não prestar a
garantia, não haverá o contrato e o contratado fica sujeito à aplicação de penalidades. A garantia será
restituída após a fiel execução do contrato ou após a sua extinção por culpa exclusiva da Administração,
e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente. São elas:
 Caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública;
 Seguro-garantia;
 Fiança bancária.
Obs.: a escolha da garantia cabe ao contratado.

Alteração unilateral:
Obs.: Essa modificação não é somente do valor, mas sim da quantidade inicial exigida, de modo que o
valor final, por consequência, também seja modificado.

 No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido materiais e


posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição,
podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão.
 Precisa de motivação o ato de alteração unilateral do contrato administrativo.
 As alterações qualitativas devem observar os mesmos limites para as alterações quantitativas.
 Nas alterações QUALITATIVAS o objeto inicial é o mesmo. Por ex. continua sendo a construção dos
mesmos 100km de uma rodovia, mas o projeto inicial tem que sofrer adequações técnicas para usar
uma tecnologia nova de asfalto na qual terá uma durabilidade maior.

Extinção unilateral: precisa de processo administrativo antes.

Fiscalização: a execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por 1 ou mais fiscais do
contrato, representantes da Administração especialmente designados ou pelos respectivos substitutos,
permitida a contratação de terceiros para assisti-los e subsidiá-los.

DURAÇÃO DOS CONTRATOS: será a prevista em edital, e deverão ser observadas a disponibilidade de
créditos orçamentários.

Serviços contínuos  até 5 anos  as prorrogações podem chegar a 10 anos

Contratos decorrentes de contratação direta  pode durar até 10 anos

Administração usuária de serviço público  prazo indeterminado caso seja usuária de serviço público
oferecido em regime de monopólio, ex.: serviço postal oferecido pelos correios.

Contratos que geram receita para a administração pública  até 10 anos, nos contratos sem
investimento; até 35 anos, nos contratos com investimento.

Contratos de escopo  Ex. contrato para fornecimento de 60 horas/aula ministradas em um curso.


Nesse caso a vigência poderia ser de 1/1/20 a 31/12/20 e a execução (quando as aulas seriam
ministradas) de 1/3/20 a 1/12/20. Na contratação que previr a conclusão de um escopo predefinido, o
prazo de vigência será automaticamente prorrogado quando seu objeto não for concluído no período
firmado no contrato.

Contrato de operação continuada de sistemas estruturantes de TI  até 15 anos

Prorrogação do prazo de execução: em caso de impedimento, ordem de paralisação ou suspensão do


contrato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamente pelo tempo correspondente.
 Como decorrência do princípio da transparência, nas contratações de obras, ocorrendo impedimento
e paralisação por mais de 1 mês, a Administração deverá divulgar, em sítio eletrônico oficial e em placa
a ser afixada em local da obra de fácil visualização pelos cidadãos, aviso público de obra paralisada, com
o motivo e o responsável da inexecução temporária do objeto do contrato e a data prevista para o
reinício da sua execução.

EXTINÇÃO DO CONTRATO:
RECEBIMENTO DO OBJETO DO CONTRATO  não exime o contratado, pelo prazo mínimo de cinco
anos, da responsabilidade objetiva pela solidez e segurança dos materiais e dos serviços executados e
pela funcionalidade da obra. Também não exime o projetista ou o consultor da responsabilidade
objetiva por todos os danos causados por falha de projeto.

Pagamento:
 Deve observar a ordem cronológica.
 Excepcionalmente, nas hipóteses fixadas em lei, a ordem cronológica poderá ser alterada, devendo:
1. Prévia justificativa da autoridade competente;
2. Comunicação ao órgão de controle interno da administração;
3. Comunicação ao tribunal de contas.
 O órgão deverá disponibilizar, mensalmente, a ordem cronológica de seus pagamentos, bem como as
justificativas que fundamentarem a eventual alteração da ordem.

Pagamento antecipado: É permitido somente se propiciar sensível economia de recursos ou se


representar condição indispensável para a obtenção do bem ou para a prestação do serviço.

APLICAÇÃO DE PENALIDADES
 A autoridade possui certa discricionariedade na escolha da penalidade a ser aplicada.

Advertência: Aplicada exclusivamente pela infração de dar causa à inexecução parcial do contrato,
quando não se justificar a imposição de penalidade considerada mais grave.

Multa: varia de 0,5% a 30% do valor do contrato. Será aplicada em qualquer das infrações
administrativas. É a única que pode ser aplicada cumulativamente com as outras.

Impedimento de licitar e contratar no âmbito da Administração Pública direta e indireta do ente


federativo que tiver aplicado a sanção, pelo prazo máximo de 3 anos.

Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar: impede de licitar ou contratar no âmbito da


Administração Pública direta e indireta de todos os entes federativos, pelo prazo de 3 a 6 anos. Não
provoca a rescisão dos contratos já firmados com a empresa que recebeu a penalidade.

Reabilitação (voltar a licitar e contratar):


Requisitos cumulativos:
1. Reparação integral do dano causado à Administração Pública;
2. Pagamento da multa;
3. Transcurso do prazo mínimo de 1 ano da aplicação da penalidade, no caso de
impedimento de licitar e contratar, ou de 3 anos da aplicação da penalidade, no caso de declaração de
inidoneidade;
4. Cumprimento das condições de reabilitação definidas no ato punitivo;
5. Análise jurídica prévia, com posicionamento conclusivo quanto ao
cumprimento dos requisitos definidos neste artigo.

Rito para aplicação das sanções:


 Na aplicação da MULTA, será facultada a defesa do interessado no prazo de 15 dias úteis. Para a
aplicação da multa não há rito próprio.
 A aplicação das sanções de IMPEDIMENTO E DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE requererá a
instauração de processo de responsabilização.

Prescrição = 5 anos, contados da ciência da infração.

Impugnações, pedidos de esclarecimento e recursos:


 Qualquer pessoa é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade ou para
solicitar esclarecimento, devendo protocolar o pedido até três dias úteis antes da data de abertura do
certame/início da etapa. A resposta à impugnação ou ao pedido de esclarecimento será divulgada em
sítio eletrônico oficial no prazo de até três dias úteis, limitado ao último dia útil anterior à data da
abertura do certame.

* Os recursos têm efeito suspensivo.

Revogação da licitação  só pode por motivo de conveniência e oportunidade, devidamente


constatado, desde que decorrente de fato superveniente.
LEI 10.520/2002 – PREGÃO

 Serve para bens e serviços comuns, independente do valor.


 Obras e serviços de engenharia NÃO PODE! Serviço comum de engenharia pode.
 Precisa de regulamentação específica para realizar na forma eletrônica.
 Sempre menor preço (pode exigir especificações técnicas e padrões mínimos de desempenho).
 Aplicação subsidiária da 8.666

FASE PREPARATÓRIA / INTERNA: Definição do objeto, exigências da licitação, critérios de aceitação das
propostas, sanções, cláusulas...

Pregoeiro = servidor do órgão


Equipe de apoio = a maioria tem que ser servidores efetivos, de preferência do órgão.
Obs.: Se for no âmbito do Ministério da Defesa, o pregoeiro + equipe de apoio podem ser militares.

FASE EXTERNA:

Publicação do aviso do edital


 Obrigatório: diário oficial, ou se não tiver, em jornal de circulação local;
 Facultativo: meios eletrônicos e em jornal de grande circulação;

Prazo para apresentação das propostas = no mínimo 8 dias úteis contados a partir da publicação do
aviso.

Momentos do julgamento
1. Abertura dos envelopes
2. Seleção do menor preço + empresas que enviaram valores até 10% maiores
que o menor preço
a. Obs.: Fora da proposta do menor preço, tem que ter pelo menos + 3
propostas. Se não tiver candidatos com propostas de até 10% maiores que o menor preço, pode ser
considerados os 3 menores preços, mesmo que ultrapasse esse limite.
3. Lances verbais sucessivos das empresas selecionadas

Habilitação: Verificação da documentação do primeiro colocado  se tiver tudo certo, é declarado


vencedor.

Recurso: 3 dias para entregar fisicamente o recurso  após esse prazo, + 3 dias para qualquer outro
licitante apresentar contrarrazões.
 Somente que está participando da licitação pode recorrer. Particular NÃO PODE!

Adjudicação: se ninguém entrar com recurso, o próprio pregoeiro pode adjudicar.

Homologação: autoridade competente.


 A assinatura do contrato não faz parte das fases da licitação, ela vem após a homologação.

É vedada a exigência de:


 Garantia de proposta;
 Aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação do
certame;
 Pagamento de taxas e emolumentos.

Validade das propostas = 60 dias ou o que estiver fixado no edital. Se passar desse prazo, o licitante não
é mais obrigado a assinar o contrato.

Penalidades:
 Impedimento de licitar e contratar com a União, Estados, DF e Municípios;
 Descredenciamento do Sicaf por até 5 anos;
 Sanções da 8.666;
 Multas previstas no edital.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

 Pra ser ato de improbidade administrativa = tem que ter DOLO ESPECÍFICO.
 Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência interpretativa da lei,
baseada em jurisprudência.
 Agentes políticos = agora a lei prevê expressamente que podem ser sujeito ativo;
 Não há como o particular figurar sozinho como réu em Ação de Improbidade Administrativa.
 Pessoas jurídicas podem concorrer para a prática dos atos de improbidade.
 Ficam sujeitos à Lei de Improbidade o particular, pessoa física ou jurídica, que celebrar com a
administração pública convênio, contrato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de
cooperação ou ajuste administrativo equivalente.
 Sócios, cotistas, diretores e colaboradores de pessoa jurídica de direito privado = Regra geral: não
respondem pelos atos de improbidade administrativa que venha a ser imputado à pessoa jurídica.
Exceção: a responsabilização ocorrerá quando, comprovadamente, houver participação e benefícios
diretos. Neste caso, a responsabilidade estará limitada aos limites da sua participação.
 As sanções estabelecidas na LIA não se aplicarão à pessoa jurídica caso o ato de improbidade seja
também sancionado como ato lesivo à administração pública de acordo com a Lei Anticorrupção.

Espécies de atos de improbidade administrativa:


 Enriquecimento ilícito  ROL EXEMPLIFICATIVO
 Prejuízo ao erário  ROL EXEMPLIFICATIVO
 Contra os princípios da administração pública  ROL TAXATIVO
Atos que atentam contra os princípios da administração:
 Deve implicar na violação de pelo menos um desses deveres: honestidade, imparcialidade e
legalidade.
 Tem que ter finalidade específica de obter proveito ou benefício indevido para si ou para outra
pessoa ou entidade.

Indisponibilidade dos bens:


 Não é uma espécie de sanção, mas sim de medida cautelar que tem por finalidade assegurar que o
indiciado não dilapide o seu patrimônio antes que o Poder Público conclua o respectivo processo
administrativo.
 Requisitos: fumus boni juris (probabilidade de os fatos imputados ao agente público serem
verdadeiros) e periculum in mora.
 Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis não poderá
superar o montante indicado na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilícito.
 A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarcimento do
dano ao erário.
 É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 salários mínimos depositados em
caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente.
 É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo se comprovado que o
imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida.
 Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à indisponibilidade de bens, caberá agravo de
instrumento.

Afastamento provisório do servidor:


 É medida cautelar, e não uma sanção;
 Não implica na perda da remuneração;
 Terá duração de até 90 dias, prazo que poderá ser prorrogado uma vez, por igual período.

Penas aplicáveis:
 Competência para aplicação = poder judiciário
 A sanção de perda da função pública atinge apenas o vínculo que o agente detinha com o poder
público na época do cometimento da infração, podendo o magistrado, na hipótese de enriquecimento
ilícito, e em caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas as circunstâncias do caso
e a gravidade da infração.
 A penalidade de multa poderá ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude da
situação econômica do réu, o valor calculado é ineficaz para reprovação e prevenção do ato de
improbidade.
 Perda da função pública e suspensão dos direitos políticos = só com o trânsito em julgado.
Declaração de bens:

# Recusa em prestar declaração anual = DEMISSÃO

Ação:
 Participação obrigatória do MP em todas as ações.
 Legitimidade exclusiva para propositura = MP

# Representação por ato de improbidade contra agente quando o autor da denúncia sabe que ele é
inocente = detenção de 6 a 12 meses + multa

Regras processuais:
 Presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em caso de revelia;
 Imposição de ônus da prova ao réu;
 Reexame obrigatório da sentença de improcedência ou de extinção sem resolução de mérito.

 O juiz poderá autorizar o parcelamento em até 48x;


 As sanções de suspensão de direitos políticos e de proibição de contratar ou de receber incentivos
fiscais ou creditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 anos.

Acordo de não persecução civil:


 Em caso de descumprimento do acordo, o investigado ficará impedido de celebrar novo acordo pelo
prazo de 5 anos, contado do conhecimento pelo Ministério Público do efetivo descumprimento.

Prescrição:
 8 anos a contar da ocorrência do fato ou do dia em que cessou a permanência.
 A instauração de inquérito civil ou de processo administrativo para apuração dos ilícitos suspende o
curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 dias corridos.
 O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será concluído no prazo de 365 dias corridos,
prorrogável uma única vez por igual período. Encerrado o prazo mencionado, a ação deverá ser
proposta no prazo de 30 dias.
 Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do dia da interrupção, pela metade do prazo
inicialmente previsto.
 A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efeitos a todos os que concorreram para a
prática do ato de improbidade.
 Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do mesmo processo, a suspensão e a interrupção
relativas a qualquer deles estendem-se aos demais.

LEI 8.112/90 - ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DA UNIÃO

 Somente entidades de direito público;


 Só se aplica a servidores estatutários;
 EP e SEM:
o Funcionários: CLT (emprego público)
o Dirigentes: estatutários
 Direção, chefia e assessoramento:
o Cargos em comissão
o Função de confiança (exceção à regra da obrigatoriedade do concurso público)
 Cargo público pode ser extinto a qualquer tempo;
 Final de fila: não há previsão legal; FACULTATIVO ao órgão;
 Estabilidade = 3 anos no serviço público; não importa se uma parte foi em um cargo, e a outra,
em outro;
 Estágio probatório = 3 anos no cargo;

Agentes públicos:
 Agentes de direito
 Agentes de fato (ingressam de forma emergencial ou irregular)
o Necessários – voluntários
 Não integram a adm. Pública em sentido subjetivo ou objetivo; eles só têm função pública;
o Putativos (também recebem $) – irregular;

Agente público – gênero


 Servidor público / empregado público / agente temporário – espécie

Formas de provimento (art. 5 a 32)


 Investidura se dá com a posse;
 Posse só existe nos casos de provimento por nomeação;
 Servidor em estágio probatório pode ser cedido;
 Servidor efetivo nomeado para cargo em comissão entra em exercício no dia da publicação do ato de
designação;
 Obs. sobre recondução: se o servidor for estável e for para outro cargo, enquanto ele estiver em
estágio probatório nesse outro cargo, poderá pedir recondução para o cargo ocupado anteriormente.

30 dias p/ tomar posse e 15 p/ entrar em exercício

Aproveitamento
Nomeação
Promoção
Readaptação
Reversão
Reintegração
Recondução (o servidor volta para o órgão, mas só fica no mesmo cargo se a vaga estiver disponível)

Reverto o Aposentado
Reintegro o Demitido
Readapto o Incapacitado
Reconduzo o Inabilitado em outro concurso
Reaproveito o Disponível

Cargo extinto: o servidor fica em disponibilidade, recebendo $, se for ESTÁVEL.

Suspende o prazo para tomar posse:


 Serviço militar
 Capacitação
 Férias
 Doença na família
 Programa de treinamento regular
 Júri e outros serviços obrigatórios
 Gestante, adotante, paternidade
 Tratamento própria saúde
 Acidente em serviço ou moléstia profissional
 Período de trânsito (deslocamento nova sede)
 Competição desportiva

Vacância (art. 33 a 35):

PADRE que passou na PF:

Promoção
Aposentadoria
Demissão
Readaptação
Exoneração

Posse em outro cargo inacumulável


Falecimento

Das vantagens: indenizações (Lei 8.112 - art. 49 a 60)


 Indenizações não se incorporam ao vencimento; (dispêndios).
 Indenizações: ajuda de custo; diária; transporte; auxílio moradia; (alimentação não).
 Paga pela metade quando não exigir pernoite fora da sede.
 Ajuda de custo para servidor removido de ofício: no máximo 3 meses de remuneração.

Das gratificações e adicionais (Lei 8.112 - arts. 61 a 76)


 Regime de plantão também recebe adicional noturno;
 Gratificações incorporam ao vencimento, exceto gratificação por encargo de curso/concurso;
 Acréscimo de 50% na hora extra se aplica imediatamente ao funcionário público.

Das férias (Lei 8.112 - art. 77 a 80)


 Convocação para júri interrompe as férias;
 Podem ser acumuladas por no máximo 2 períodos.

Das licenças, afastamentos e concessões (Lei 8.112 - art. 81 a 99) 


 Mandato classicista conta como efetivo exercício, exceto para promoção por merecimento; não há
remuneração.

 As licenças serão remuneradas nos seguintes casos: $$


---> licença para capacitação pessoal.
---> licença para casos de doença na família, com remuneração até 60 dias e sem remuneração até 90
dias.
---> da escolha do servidor como candidato na convenção partidária até o registro da candidatura, a
licença será sem remuneração. Do registro de candidatura até o décimo dia seguinte ao da eleição, a
licença será com remuneração.
Obs.: Licença para caso de doença na família: se for inferior a 15 dias dentro de 1 ano, não precisa de
perícia oficial.

Doação de sangue: pode se ausentar por 1 dia; a lei não estabelece intervalo entre uma e outra.

 Licenças que não pode tirar durante o estágio probatório:


MATRACA
 MAndato classicista
 TRAtamento de interesse particular
 Capacitação

Licenças que suspendem o estágio probatório:


 Doença em pessoa da família;
 Afastamento do cônjuge;
 Atividade política.

Obs. estágio probatório:


 Pode exercer em seu órgão: CC/ FC
 Cedido para outro órgão: cargo especial, CC DAS 4/5/6

Licença para prazo indeterminado e sem remuneração: acompanhar companheiro que foi deslocado
para outro ponto do território nacional ou exterior, ou para mandato eletivo.

Afastamento para realizar programa de mestrado/ doutorado = tem que ficar no cargo por período
igual do afastamento; pode pedir exoneração ou aposentadoria nesse prazo, desde que pague os
gastos da administração.

Cessão de servidor para outro órgão:


 Cargo em comissão ou função de confiança;
o Se for pra órgão do Estado, DF ou Município, o ônus da remuneração será do órgão cessionário.
 Casos previstos em leis específicas.

Do Tempo de Serviço (Lei 8.112 - art. 100 a 103)


 Tempo de serviço na iniciativa privada conta para efeito de aposentadoria e disponibilidade;
Inf. 666 STJ - Em situações excepcionais, é possível, para efeito de estabilidade, a contagem do tempo
de serviço prestado por força de decisão liminar.

Do direito de petição (Lei 8.112 - art. 104 a 115)


 Interposição de recurso ou pedido de reconsideração: 30 dias

Regime disciplinar (art. 116 a 142)


 Servidor de cargo em comissão não sofre suspensão nem demissão: é destituição do cargo;
 Repercuti na esfera administrativa: inexistência do fato ou sua autoria;
 Não existe verdade sabida, ou seja, nenhuma penalidade poderá ser aplicada imediatamente.
 Penalidades aplicáveis pelo superior hierárquico: advertência ou suspensão até 30 dias.

Casos de demissão:
Em que não poderá voltar para a Administração Pública Federal:
- Crime contra a Administração Pública
- Improbidade administrativa
- Aplicação irregular de dinheiro público
- Lesão aos cofres públicos
- Dilapidação do patrimônio nacional 

Em que ficará incompatibilizado a uma nova investidura em cargo federal no prazo de cinco anos:
- Valer-se do cargo para proveito pessoal ou de outrem
- Atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas

Penalidades disciplinares:
 Advertência;
 Suspensão;
 Demissão;
 Cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
 Destituição de cargo em comissão;
 Destituição de função comissionada
 Exoneração não

Casos de Suspensão:
 Reincidência em advertência;
 Recusa à inspeção médica oficial (15 dias);
 Cometer a outro servidor atribuições que são suas (se delegar a pessoa estranha, a penalidade é de
advertência);
 Exercer qualquer atividade incompatível com o cargo/função/horário de trabalho.

Cancelamento do registro das penalidades:


Tempo de efetivo exercício sem praticar nova infração:
Advertência: 3 anos
Suspensão: 5 anos
Não tem efeito retroativo

Acumulação de cargos:
 Para profissionais da saúde, não se sujeita ao limite de 60h semanais; o único requisito é a
compatibilidade de horários.

Do processo administrativo disciplinar (Lei 8.112 - art. 143 a 182)


 Prazo para apresentar defesa escrita: 10 dias; dois ou mais indiciados: prazo comum de 20 dias;
 A instauração do PAD interrompe a prescrição, porém, se passar 140 dias, a prescrição volta a correr
do zero;
------> 60 do processo
------> + 60 prorrogáveis
------> 20 para julgamento pela autoridade
 Afastamento do cargo durante o PAD = 60 dias sem prejuízo da remuneração;
 A prescrição começa a correr do conhecimento do fato;
 Defesa técnica: não precisa de advogado (a ausência não invalida o processo);
 Aplica-se a servidor que ocupa, exclusivamente, cargo em comissão, mesmo que não esteja mais
no cargo;
 Servidor cedido para outro órgão: instauração do PAD cabe ao órgão de origem;
 A autoridade julgadora deve, em regra, acatar o relatório final da comissão processante, exceto se
sua conclusão for contrária às provas nos altos (deve expor os motivos que levam a tal);

SINDICÂNCIA:
 Irregularidade punível com advertência ou suspensão até 30 dias;
 Para apurar infração disciplinar praticada por pessoa contratada para atender necessidade de
excepcional interesse público;

PAD sumário:
 Casos que cabe:
o Acumulação ilícita de cargos
o Inassiduidade habitual (60 dias interpolados dentro de 1 ano)
o Abandono de cargo (30 dias consecutivos)
 Duração: 30 dias
 Comissão: 2 servidores estáveis

Da seguridade social do servidor (Lei 8.112 - art. 183 a 230)


 Pode acumular até duas pensões de regimes diferentes ou duas do mesmo regime deixadas por
pessoas diferentes;

Requisitos para receber pensão:


Requisitos mínimos:
- 18 contribuições mensais;
- 2 anos de casamento.
Requisitos para o companheiro vivo:
- Ter pelo menos 21 anos;
- Só é vitalícia se já tiver 44 anos.

Associação sindical e direito de greve:


 Conflito entre servidor público e adm. Pública = justiça comum federal ou estadual
 Conflito entre empregado público ou servidor celetista = justiça do trabalho

Greve:
 Servidores de serviço público essencial = lícita
 Segurança pública = ilícita
 A administração pode descontar do salário os dias paralisados, exceto se a greve decorrer de conduta
ilícita da administração.

Mandato eletivo (art. 38 da CF):

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