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SUMÁRIO

DIREITO ADMINISTRATIVO...................................................................................................4

DIREITO CONSTITUCIONAL ...............................................................................................50

DIREITO PENAL......................................................................................................................105

PROCESSUAL PENAL............................................................................................................198

LEGISLAÇÃO PENAL E PROCESSUAL PENAL EXTRAGAVENTE............................. 283

CRIMINOLOGIA ................................................................................................................... 343

MEDICINA LEGAL................................................................................................................. 369

DIREITO CIVIL........................................................................................................................ 448

PROCESSO CIVIL ................................................................................................................. 490

DIREITOS HUMANOS .........................................................................................................512

DIREITO FINANCEIRO ........................................................................................................519

TRIBUTÁRIO........................................................................................................................... 526

DIREITO AMBIENTAL.......................................................................................................... 548

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DIREITO ADMINISTRATIVO
ESTADO:

• Elementos: Povo (componente humano do Estado); Território (base física); Governo Soberano: (elemento
condutor do Estado, responsável pela manutenção da ordem jurídica e da Administração Pública).

• soberania: é mais ampla, juridicamente ilimitada, independente, estabelece e regula o poder autô-
nomo.

• autonomia: está contida na soberania, é limitada pela capacidade conferida pelo ente soberano, tem
foco na ordem interna do Estado.

•Poderes: Legislativo (função normativa/legislativa e fiscalizadora); Executivo (função administrativa/executiva e


Judiciário (função jurisdicional/judiciária). Diz-se que nosso regime constitucional não adota o princípio da sepa-
ração absoluta de atribuições e sim o da especialização de funções.

• Forma: Unitário (centralização política) ou Federado (descentralização política - entes autônomos).

GOVERNO:

• Sistema: Parlamentarista ou presidencialista.

• Forma: República (eletividade, responsabilidade) ou Monarquia (hereditariedade, vitaliciedade).

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:

a) Sentido objetivo: corresponde à própria atividade administrativa exercida pelo Estado por seus órgãos e
agentes, caracterizando a função administrativa; é a gestão dos interesses públicos executada pelo Estado; (poder
de polícia, serviços públicos, fomento e intervenção).

b) Sentido subjetivo: corresponde ao conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas que possuem a incum-
bência de executar as atividades administrativas.

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FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO

a) leis; b) princípios; c) atos normativos infralegais; d) doutrina; e) jurisprudência (súmulas vinculantes, decisões erga
omnes e vinculantes); f ) costumes; g) precedentes administrativos.

SISTEMAS ADMINISTRATIVOS:

a) Sistema francês ou contencioso administrativo: dualidade de jurisdição (Administrativo x Judiciário) o Poder


Judiciário não pode intervir nas funções administrativas; a própria Administração resolve as lides administrativas.
Não vigora no Brasil.

b) Sistema inglês ou de jurisdição única: todos os litígios podem ser levados ao Judiciário, que é o único com-
petente para proferir decisões com autoridade final e conclusiva, com força de coisa julgada. É o sistema adotado
no Brasil (Art. 5º, XXXV da CF. - princípio da inafastabilidade de jurisdição; princípio da sindicabilidade).

Para recorrer ao Judiciário, não depende do esgotamento das intâncias administrativas, salvo os casos que
assim se exige: i) justiça desportiva (STJD) ii) reclamação contra descumprimento de súmula vinculante; iii) habeas
data; iv) mandado de segurança, caso seja possível interpor recurso administrativo COM efeito suspensivo iv) pré-
vio requerimento para concessão de benefícios previdenciários no INSS.

Obs.: em regra, o Judiciário não pode interferir em atos políticos e em competências de natureza tipicamente
administrativa; Exceção: se o ato político for inconstitucional, ilegal, ou ofenda direitos individuais ou coletivos.
(caso das políticas públicas inconstitucionais por omissão).

REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO: Sistema de regras e princípios que dá identidade ao Direito Adminis-
trativo, impondo-lhe restrições, prerrogativas ou privilégios. Dele decorrem os seguintes princípios (supra-
princípios ou princípios magnos: Supremacia do interesse público sobre o privado e Indisponibilidade do
Interesse Público).

i) Interesse público primário: diz respeito ao interesse da coletividade, se apresenta como status
superior em relação ao particular.

ii) Interesse público secundário: é o interesse da Administração, na consecução do interesse Es-


tatal propriamente dito, enquanto sujeitos de direitos e obrigações. Quando atua nesse interesse, há
uma relação horizontal, sujeitando-se, quando cabível, às regras do Direito Privado.

• Regime jurídico da administração: designa, em sentido amplo, os regimes de direito público e de direito
privado a que pode submeter-se a Administração Pública. #ATENÇÃO: não se confunde com o regime jurídico
administrativo, que trata de matérias de direito público.

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PRINCÍPIOS:

CF/88: “LIMPE”: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.

1) Legalidade: a ação do administrador deve ser subordinada ao que estabelece a lei, de forma que ele só pode
agir nos moldes e limites estabelecidos pela legislação. Se concretiza como uma garantia aos administrados.

Legitimidade: Moralidade e Finalidade Pública.

Juridicidade: vincula a Administração Pública ao ordenamento jurídico como um todo (CF, leis, prin-
cípios), e não apenas à lei em sentido estrito.

2) Impessoalidade: na função administrativa, o gestor não age nem deve agir em nome próprio, mas em nome
do Poder Público. Proíbe que o agente utilize seu cargo para a satisfação de interesses pessoais.

Princípio da intranscendência subjetiva das sanções:

STJ - Súmula 615: Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do município em cadastros restritivos
fundada em irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são tomadas as
providências cabíveis à reparação dos danos eventualmente cometidos.

3) Moralidade: exige que a ação da administração seja ética e respeite os valores jurídicos e morais. A moralidade
administrativa não se confunde com a moralidade comum, pois enquanto a última se preocupa com a distinção
entre o bem e o mal, a primeira está ligada ao conceito de bom administrador.

Súmula Vinculante nº 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o 3º grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em
cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição
Federal.

STF: a nomeação de parentes para cargos políticos não afronta aos princípios constitucionais que regem a
Administração Pública, tendo em vista sua natureza eminentemente política (AgR 6650 – 2008). Ex.: nomeação
para cargo de Ministro de Estado, Secretário de Estado.

STF: o cargo de Conselheiro de Tribunal de Contas é de natureza administrativa, de forma que a nomeação
de parentes da autoridade nomeante é vedada nos termos da Súmula Vinculante 13 (STF, Rcl 6.702-AgR-MC). - Ex.:
deve o Governador do Estado respeitar a SV nº 13.

STF: Norma que impede nepotismo no serviço público não alcança servidores de provimento efetivo (ADI 524/ES).

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STF: Não haverá nepotismo se a pessoa nomeada possui um parente no órgão, mas sem influência hierárquica
sobre a nomeação (Rcl 18564/SP).

4) Publicidade: a atuação do Poder Público deve ser transparente, com informações acessíveis à sociedade, salvo
nas hipóteses em que o sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, ou quando a defesa da
intimidade ou do interesse social o exigirem.

STF: É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração Pública, dos nomes de seus
servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias (ARE 652777/SP);

5) Eficiência: inserido pela EC 19/98 (reforma administrativa), exige que a atividade administrativa seja exercida
com presteza, perfeição, bom trato com a coisa pública e rendimento funcional. Serve de fundamento para a cons-
trução de uma concepção de Administração Pública Gerencial.

Administração Pública Gerencial: marcada pela desburocratização, objetivando garantir agilidade e


eficiência na atuação administrativa, enfatizando a obtenção de resultados, em detrimento de proces-
sos e ritos, e estimulando a participação popular na gestão pública.

Estado em rede: cujo principal desafio é incorporar a participação da sociedade civil organizada na
priorização e na implementação de estratégias governamentais, fomentando a gestão regionalizada e
a gestão participativa (ex.: audiências públicas, consultas públicas); -> Administração dialógica.

A eficiência deve ser utilizada como parâmetro de controle externo pelos tribunais de contas, no que
se refere a atos e contratos dos administradores públicos. Além disso - fundamenta a Avaliação de
Desempenho do servidor público.

OUTROS PRINCÍPIOS

1) Razoabilidade e proporcionalidade;

2) Autotutela:

STF - Súmula 473: A administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

STJ - Súmula 633: A Lei 9.784/99, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para revisão de atos
administrativos no âmbito da administração pública federal, pode ser aplicada de forma subsidiária aos Estados e
municípios se inexistente norma local e específica regulando a matéria.

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3) Segurança Jurídica:

Teoria do fato consumado: preconiza que, diante de situações jurídicas CONSOLIDADAS pelo decurso do tempo,
amparadas por decisão judicial, não devem ser desconstituídas, em razão do princípio da segurança jurídica e da
estabilidade das relações sociais.

STF: situações envolvendo concurso público, não faz sentido invocar-se o a incidência de tal teoria, haja vista
que o candidato beneficiado com a decisão não desconhece que o provimento jurisdicional tem natureza pro-
visória e que pode ser revogado a qualquer momento, acarretando automático efeito retroativo.

4) Contraditório e ampla defesa

STJ - Súmula 373: É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo.

Súmula Vinculante nº 3: Nos processos perante o TCU asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando
da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão.

Súmula Vinculante 5: falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a
Constituição.

5) Continuidade: exigência de que a atividade do Estado seja contínua, não podendo parar a prestação dos servi-
ços, não comportando falhas ou interrupções (ex.: serviços de fornecimento de água e energia elétrica à população
em geral) Exceções: direito de greve, interrupção do serviço por inadimplemento do usuário, exceção de contrato
não cumprido;

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

DESCENTRALIZAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO

Distribuição interna de atividade dentro de uma mesma PJ, re-


Transferência da atividade administrativa para sultando na criação de centros de
outra pessoa, física ou jurídica, integrante ou
não do aparelho estatal. competências, denominados órgãos públicos, dentro de uma
mesma estrutura hierárquica.

Nova pessoa jurídica. Mesma pessoa jurídica.


Não há hierarquia, apenas controle e fiscali-
Há hierarquia
zação.
Relação de vinculação. Relação de subordinação.

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ÓRGÃOS PÚBLICOS

99Não possuem personalidade jurídica (alguns possuem personalidade judiciária, mas apenas para a defesa
de suas prerrogativas institucionais);
99Teoria do órgão - imputação volitiva (Otto Gierke);
99Embora não possuam personalidade, podem celebrar contrato de gestão (interno ou endógeno);
99Súmula 525-STJ: A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judi-
ciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais.

AUTARQUIAS:

99Personalidade jurídica pública; autoadministração;


99A relação entre uma autarquia e a administração direta da pessoa política instituidora é de vinculação ad-
ministrativa (e não de subordinação);
99Se submetem à Lei de Responsabilidade Fiscal - controle pelo TCU;
99Podem ser criadas para exercerem atividades de ensino, em que se incluem as universidades;
99Estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição obrigatório, contra elas somente produzindo efeito eventual
sentença condenatória após a confirmação por tribunal;
99É de competência da justiça federal processar e julgar, nos litígios comuns, as causas em que as au-
tarquias federais sejam autoras, rés, assistentes ou opoentes;
99Possuem responsabilidade civil objetiva;
99Gozam de imunidade tributária recíproca e os privilégios processuais da Fazenda Pública (prazos dilatados;
99Entre as prerrogativas processuais impostas em favor das autarquias públicas federais está a intimação
pessoal de seus procuradores federais de todos os atos do processo;
99Regime pessoal – há servidores públicos. Regime jurídico único – ou todos serão celetistas ou estatutários;
99Sujeito ao regime de bens públicos;
99Débitos por precatório.

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CONSELHOS DE CLASSE (autarquias profissionais):

99Possuem poder de polícia;


99Cobram anuidade (natureza tributária);
99Seus funcionários são obrigados a prestar concurso público;
99OAB configura uma entidade ímpar, sui generis, um “serviço público independente”, não integrante da
administração pública.

AGÊNCIAS REGULADORAS:

99São autarquias especiais, criadas por lei;


99Fiscalizam e regulamentam serviços públicos;
99Exercem poder de polícia, fiscalizatório, regulatório e sancionatório;
99Independência administrativa e autonomia financeira;
99Dirigentes com mandatos fixos (5 anos), nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo
Senado (não se aplica na esfera estadual), não coincidentes com o mandato do Presidente. Sujeita-se a
período de quarentena (6 meses);
99Detém autonomia decisória, não cabe recurso hierárquico impróprio;
99Regime pessoal estatutário;
99Somente dois entes reguladores, a ANATEL (art. 21, XI da CF) e a ANP (art. 177, §2º, III, da CF), possuem
previsão constitucional específica.

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FUNDAÇÃO PÚBLICA:

FUNDAÇÕES PÚBLICAS
DIREITO PÚBLICO (fundação autarquica) DIREITO PRIVADO (fundações governamentais):
99pessoas jurídicas de direito privado, perten-
99pessoas jurídicas de direito público, perten- centes à Administração Pública Indireta;
centes à Administração Pública Indireta;
99 criadas por autorização legislativa;
99criadas por lei específica;
99 personalidade jurídica nasce com o registro
99 personalidade jurídica nasce com a publi- dos atos constitutivos em cartório (registro
cação da lei; civil de pessoa jurídica), após a publicação da lei
99 extintas por lei específica; autorizadora e do decreto regulamentando a in-
stituição;
99 espécie do gênero autarquia;
99extintas com a baixa no cartório;
99titularizam serviços públicos;
99é uma categoria autônoma de entidade;
99 imunidade tributária;
99 não podem titularizar serviços públicos.
99 submissão às normas gerais de licitação.
99imunidade tributária;
99submissão às normas gerais de licitação.

EMPRESAS ESTATAIS

99Sofrem controle pelos Tribunais de Contas, Poderes Legislativo e Judiciário;


99Devem contratar por licitação, salvo as exploradoras de atividade econômica quanto aos bens e
serviços relacionados à atividade finalística;
99Devem realizar concurso público;
99Proibição de acumulação de cargos, empregos ou funções públicas do pessoal;
99Contratação do pessoal sob o regime celetista de emprego público, com exceção dos dirigentes;
99Remuneração dos empregos não sujeita ao teto constitucional, exceto se os recursos de pagamento de
pessoal forem provenientes dos recursos públicos;
99Impossibilidade de falência; (Art. 2º, I da Lei nº 11.101/05)
99Não exige aprovação prévia do Poder Legislativo para nomeação dos dirigentes pelo Chefe do Executivo
(entendimento do STF);
99Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia
mista ou empresa pública;
99Criação autorizadas por lei;

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99Não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.

EMPRESA PÚBLICA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA


CAPITAL Exclusivamente público. Misto (maioria público).
Obrigatoriamente deve ser cons-
Admite-se qualquer modalidade
tituída sob a forma de sociedade
CONSTITUIÇÃO organizacional.
anônima (S/A).
EP federal: Justiça Federal.
SEM federal, estadual ou municipal:
EP Estadual ou municipal: Justiça Justiça Estadual.
COMPETÊNCIA
Estadual.

#SELIGANASSÚMULAS:
Súmula 517, STF: As sociedades de economia mista só têm foro na justiça federal, quando a união intervém
como assistente ou opoente.
Súmula 556, STF: É competente a justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia
mista.
Súmula 270 STJ O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em execução que tramita
na Justiça Estadual, não desloca a competência para a Justiça Federal.  
Súmula 365, STF A intervenção da União como sucessora da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) desloca a
competência para a Justiça Federal ainda que a sentença tenha sido proferida por Juízo estadual.

ENTES DE COOPERAÇÃO

99Não tem fins lucrativos.


99Não integram a Adm. Indireta.
99Vínculo legal ou negocial com o Estado, recebem benefícios públicos e prestam atividade privada de
relevância social.
99Serviços Sociais Autônomos (Sistema S): criados por autorização legal para exercerem serviço de utili-
dade pública - atividade de amparo a determinadas categorias profissionais; recebem contribuições soci-
ais cobradas compulsoriamente da iniciativa privada (ex.: SESC, SENAI, SENAC). Podem receber repasse,
sujeita-se a controle do TC e devem realizar licitação por rito simplificado. Gozam de privilégio tributário.
Regime de pessoal celetista.
99Organizações Sociais (OS): qualificação especial conferida discricionariamente pelo governo, mediante
contrato de gestão com o Estado para cumprir metas de desempenho e recebimento de benefícios públi-
cos. Gozam de isenção fiscal, recebem recursos orçamentários , servidores e bens públicos.

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99Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs): realizam termo de parceria, de for-
ma vinculada, quanto atendidos os requisitos legais. A finalidade de assistência social, cultura, defesa do
patrimônio histórico e cultural, educação, saúde, segurança alimentar, meio ambiente, desenvolvimento
econômico, assessoria jurídica gratuita, cidadania, estudos e pesquisas. Veda-se a concessão a sindicatos,
instituições religiosas, partidárias, OS, hospitais.
99Fundações de Apoio: Vínculo de convênio. Finalidade de serviço social à ciência, pesquisa, saúde e edu-
cação, geralmente conveniadas a Universidades e Hospitais. Podem receber dotação orçamentária especi-
fica e cessão de servidores públicos e bens públicos.

AGENTES PÚBLICOS

a) Agentes Políticos - são os integrantes do mais alto escalão do poder público, com suas atribuições definidas
constitucionalmente e submetidos a regras especiais, sem hierarquização, e investidos normalmente por eleição,
nomeação ou designação.

b) Agentes administrativos - servidores públicos civis.

• Estatutários: sujeitos ao regime estatutário e possuidores de cargos públicos. Adquirem estabilidade


(regra 3 anos) ou vitaliciedade (2 anos - MP e TJ).

• Empregados: possuem emprego público e submetem-se à CLT. Demissão deve ser motivada (STF).

• Temporários: contratados para exercerem atividade de necessidade temporária de excepcional in-


teresse público e por prazo determinado. Investidos sem concurso (processo seletivo simplificado),
regido por regime jurídico especial. Litígios submetidos à Justiça Comum.

• Comissionados: chefia, direção ou assessoramento. Sem concurso. Estatutário. Função de confiança.

• Particulares em colaboração: a) Agente honorífico: é requisitado pelo poder público para exercer atividade
específica sem possuir qualquer vínculo com a administração (ex.: jurado, mesário, conscritos); b) Agentes
delegados: são particulares que não atuam em nome do Estado, mas com ele colaboram executando obras,
serviços ou atividade, por concessão ou permissão; c) Agentes credenciados: recebem atribuição da admi-
nistração para praticarem ato em seu nome, mediante remuneração.

• Militares: estatutários, regime jurídico diverso (militar). Pautado na hierarquia e disciplina. Proibido sindicalizar,
fazer greve, cumular cargo e filiar a partido.

Cumulação de cargos permitidos: a) dois cargos de professor b) um professor e outro técnico ou científico c) dois
de profissionais de saúde (médico, enfermeiro, assistente social etc), inclusive militares. obs.: d) vereador e outro
cargo, emprego ou função pública.

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STJ: “Cargo científico é o conjunto de atribuições cuja execução tem por finalidade investigação coordenada e
sistematizada de fatos, predominantemente de especulação, visando a ampliar o conhecimento humano. Cargo
técnico é o conjunto de atribuições cuja execução reclama conhecimento específico de uma área do saber, “e re-
quer conhecimento específico na área de atuação do profissional, com habilitação específica de grau universitário
ou profissionalizante de 2º grau”.

Servidor + mandato eletivo:

• Mandato eletivo Federal/estadual/distrital: Afasta do cargo público. Remuneração do mandato eletivo.

• Prefeito: afasta do cargo e opta pela remuneração.

• Vereador: se o horário for compatível, acumula. Se incompatível, afasta e escolhe a remuneração.

Cargos privativos de brasileiros natos: Presidente e Vice-Presidente da República; Presidente da Câmara


dos Deputados ou do Senado Federal; Ministro do STF; diplomata; Oficial das Forças Armadas; Ministro de
Estado da Defesa (art. 12, §3º, CF), bem como os seis assentos previstos para brasileiros no Conselho da República
(art. 89, VII, CF), Presidente e vice-presidente do TSE (pois são cargos ocupados por ministros do STF), Presidente
do CNJ (pois ocupado por Ministro do STF).

CARGOS PÚBLICOS
DEMISSÃO/EXONERA-
ACESSO GARANTIAS
ÇÃO
(i) Sentença judicial
transitada em julgado;
(ii) PAD; (iii) insuficiência
Estabilidade de desempenho e (iv)
EFETIVOS Concurso público excesso de gasto orça-
Estágio probatório – 3 anos
mentário com despesa
de pessoal
Vitaliciedade:
Vitaliciedade diferida – 2 anos:
Concurso público, exceto
magistrados e promotores. Apenas sentença judicial
Ministros de Tribunais Su-
VITALÍCIOS periores, TC e quinto cons- Vitaliciedade automática: transitada em julgado
titucional quinto constitucional, minis-
tros tribunais superiores e
membros TC
CO M I S S I O N A -
Livre Inexistência Livre
DOS

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FORMAS DE PROVIMENTO

Formalizado por meio da nomeação, a qual gera direito à posse para os aprovados em
ORIGINÁRIO concurso público (Súmula 16, STF).

Progressão funcional em que o servidor é deslocado de cargo de


PROMOÇÃO classe inferior para outro cargo de classe superior dentro da mesma
carreira.
Colocação em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis
READAPTAÇÃO com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou
mental vericada por perícia médica.
Retorno do aposentado:
a) declaração de insubsistência da aposentadoria por invalidez;
REVERSÃO
b) ilegalidade do ato de concessão da aposentadoria;
DERIVADO
c) reversão no interesse da administração.
A P R O V E I TA - Retorno do servidor em disponibilidade em cargo compatível com
MENTO o anteriormente ocupado.
REINTEGRA- Retorno em caso de ilegalidade da demissão, com ressarcimento
ÇÃO da remuneração e vantagens não percebidas.
Retorno do servidor estável ao cargo de origem pela inabilitação
RECONDUÇÃO em estágio probatório em outro cargo, ou em razão da reintegra-
ção do servidor ao cargo em que ocupava.

CONCURSO PÚBLICO

STF: direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público:

1) Quando a aprovação do candidato ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital;

2) Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação;

3) Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior,
e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da administração.

• É cabível indenização por danos pela demora na nomeação quando se tratar de arbitrariedade flagrante ou
quando o óbice imposto pela Adm. for declarado inconstitucional pelo Judiciário.

• Não se aplica a teoria do fato consumado para candidatos que assumiram o cargo público por força de decisão
judicial provisória posteriormente revista. (RMS 31.538/DF)

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• STJ: o candidato aprovado fora do número de vagas previstas no edital de concurso público tem direito subjetivo
à nomeação quando o candidato imediatamente anterior na ordem de classificação, aprovado dentro do núme-
ro de vagas, ou quando, fora das vagas, surgir posteriormente vaga, for ele convocado e manifestar desistência.
(AgRg no ROMS 48.266-TO - 18/8/2015)

• Vagas deficiente: âmbito federal: até 20%.

• Vagas para negros: 20%. Vigência por 10 anos. Critério fenótipico, analisado por autodeclaração, podendo ser
por heteroidentificação.

• Exame psicotécnico: a) previsão legal (lei em sentido formal); b) critérios objetivos de caráter científico; c) Pos-
sibilidade de reexame administrativo; d) Publicidade dos atos em que se desdobra para viabilizar o recurso do
candidato ao Poder Judiciário.

#DEOLHONASSÚMULAS:

Súmula vinculante 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e
a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie
o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.
Súmula vinculante 33: Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do Regime Geral de Previdên-
cia Social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, parágrafo 4º, inciso III, da Constituição Federal,
até edição de lei complementar específica.
Súmula vinculante 37: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de
servidores públicos sob fundamento de isonomia.
Súmula vinculante 55: O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos.
Súmula vinculante 42: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou
municipais a índices federais de correção monetária.
Súmula vinculante 43: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se,
sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira
na qual anteriormente investido.
Súmula 266-STJ: O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na
inscrição para o concurso público.
Súmula 683-STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX,
da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
Súmula vinculante 44: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo
público.

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Súmula 552-STJ: O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência para o fim de
disputar as vagas reservadas em concursos públicos.
Súmula 377-STJ: O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas re-
servadas aos deficientes.
Súmula 378-STJ: Reconhecido o desvio de função, o servidor faz jus às diferenças salariais decorrentes.
Súmula 36-STF: Servidor vitalício está sujeito à aposentadoria compulsória, em razão da idade.
Súmula 682-STF: Não ofende a Constituição a correção monetária no pagamento com atraso dos vencimentos
de servidores públicos.
Súmula 85-STJ: Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como devedora,
quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas
antes do quinquênio anterior à propositura da ação.
Súmula 383-STF: A prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir
do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos, embora o titular o direito a interrompa durante
a primeira metade do prazo.
Súmula vinculante 5-STF: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não
ofende a Constituição.

#DEOLHONAJURIS:

STF: O Tribunal de Contas tem o prazo de 5 anos para julgar a legalidade do ato de concessão inicial de aposen-
tadoria, reforma ou pensão, prazo esse contado da chegada do processo à Corte de Contas.
STF: É inconstitucional o pagamento de subsídio mensal e vitalício a ex-Vereadores, assim, como o pagamento
de pensão por morte aos dependentes dos ex-ocupantes deste cargo.
STF: Revisão anual de vencimentos não é obrigatória, mas o chefe do Executivo deve justificar.
STF: É possível a acumulação de cargos mesmo que a jornada semanal ultrapasse 60h. A acumulação de cargos
públicos de profissionais da área de saúde, prevista no art. 37, XVI, da CF/88, não se sujeita ao limite de 60 horas
semanais previsto em norma infraconstitucional, pois inexiste tal requisito na Constituição Federal. O único requi-
sito estabelecido para a acumulação é a compatibilidade de horários no exercício das funções, cujo cumprimento
deverá ser aferido pela administração pública.
STJ: a acumulação de proventos de servidor aposentado em decorrência do exercício cumulado de dois cargos
de profissional da área de saúde legalmente exercidos, nos termos autorizados pela CF/88, não se submete ao
teto constitucional, devendo os cargos ser considerados isoladamente para esse fim.
STF: Não deve ser determinada a devolução de valores recebidos de boa-fé por servidor público, percebidos a
título precário no período em que liminar produziu efeitos. É desnecessária a devolução dos valores recebidos
por liminar revogada, em razão de mudança de jurisprudência. Também é descabida a restituição de valores
recebidos indevidamente, circunstâncias em que o servidor público atuou de boa-fé.

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STJ: O termo inicial do adicional de insalubridade a que faz jus o servidor público é a data do laudo pericial.
STF: A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de servidores públi-
cos celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações públicas.
STF: O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os
servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. É obrigatória a participação do Poder
Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art.
165 do CPC, para vocalização dos interesses da categoria.
STF: São inconstitucionais, por violarem o art. 37, IX, da CF/88, a autorização legislativa genérica para contrata-
ção temporária e a permissão de prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias.
STF: A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do
direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre. É
permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a
greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público.
STF: o controle jurisdicional é admissível quando há erro grosseiro no gabarito apresentado (MS 30.859), ou
para a verificação da pertinência das questões formuladas com o conteúdo programático previsto no edital (RE
434.708).
STF: Na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o servidor não faz jus à indeniza-
ção, sob fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior, salvo situação de arbitrariedade
flagrante.
STJ: É possível a cumulação de proventos de aposentadoria de emprego público com remuneração proveniente
de exercício de “cargo” temporário.

PODERES ADMINISTRATIVOS

• Poder vinculado: Credencia o agente público para executar os atos vinculados previstos em lei. O poder vin-
culado não constitui propriamente uma prerrogativa, e sim um dever-poder que obriga o administrador público a
se conduzir rigorosamente em conformidade com os parâmetros legais.

• Poder discricionário Confere prerrogativa para a Administração praticar atos discricionários, isto é, atos cuja
execução admite certa margem de flexibilidade por parte dos agentes, os quais, dessa forma, podem usar seu
juízo pessoal para escolher, entre várias condutas possíveis previstas em lei, a que traduz maior conveniência e
oportunidade para o interesse público. Deve atender ao princípio da razoabilidade e proporcionalidade.

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• Poder hierárquico: Permite ao superior hierárquico exercer determinadas prerrogativas sobre seus subordina-
dos, especialmente as de dar ordens (poder de comando), fiscalizar, controlar, delegar e avocar competên-
cias e aplicar sanções (aos sevidores públicos subordinados). Inexiste entre poderes da república. Difere da tutela
administrativa (controle ministerial).

• Delegação: mero exercício temporário. Ato discricionário. Possível a um não subordinado, em razão
de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. São indelegáveis: atos de
caráter normativo, a decisão de recursos administrativos e as matérias de competência exclusiva do
órgão ou autoridade (art. 13, Lei nº 9.784/1999).

• Avocação: ato discricionário. Superior atrai o exercício do subordinado para si, desonerando-o de
toda responsabilidade.

• Poder disciplinar: prerrogativa da Administração em aplicar sanções àqueles que, submetidos à sua ordem
administrativa interna, cometem infrações (servidores ou particulares a ela ligados mediante algum vínculo
jurídico específico - contrato, convênio etc).

obs.: na revisão de processo administrativo em que foi aplicada sanção administrativa, o exercício do
poder disciplinar é restringido pela Lei n.º 9.784/1999, pois não se admite o agravamento da sanção.
#ATENÇÃO: porém, em caso de recurso, é possível que haja o agravamento.

• Poder regulamentar: É a faculdade de que dispõem os Chefes do Poder Executivo (Presidente da República,
Governadores e Prefeitos) para editar atos administrativos normativos.

• Decretos de execução ou regulamentares: têm por objetivo definir procedimentos para a fiel execução das leis,
nos termos do art. 84, IV da CF; (ato normativo secundário);

• Decretos autônomos: têm como objetivo dispor sobre determinadas matérias de competência dos Chefes do
Executivo, listadas no inciso VI do art. 84 da CF, as quais não são disciplinadas em lei. Inovam na ordem jurídica.
(ato normativo primário).

OBS.: entidades da administração direta e indireta, também editam atos administrativos normativos, também de-
nominados de regulamentos autorizados, mas, não decorrem do poder regulamentar, visto que é inerente e priva-
tivo do Chefe do Poder Executivo. Doutrina aponta que esses outros atos decorrem do poder normativo (gênero)
inerente à Adm. Pública.

Controle dos atos regulamentares é feito mediante controle de legalidade.

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• Poder de polícia:

Art. 78, CTN: Considera-se poder de polícia a atividade da administração que, limitando ou disciplinando direito,
interesse ou liberdade, regula a prática de ato, ou abstenção de fato em razão de interesse público concernente à
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

99Poder de polícia preventivo: atos de consentimento, mediante licença (ato vinculado e definitivo) ou au-
torização (ato discricionário e precário).
99Poder de polícia repressivo: aplicação de sanções administrativas a particulares (ex.: multas, interdição de
estabelecimento, suspensão de direitos, demolição de obras etc.).

• Polícia Administrativa x Polícia Judiciária:

99Polícia Judiciária: visa prevenção e repressão à prática de ilícitos criminais. Recai sobre pessoas, de
forma ostensiva ou investigativa, evitando e punindo infrações às normas penais. Decorre de atividade de
órgãos de segurança pública (Polícia Civil ou Federal).
99Polícia Administrativa: incide sobre bens (uso da propriedade) e direitos (exercício de liberdades) e inter-
esses, condicionando esses bens à busca pelo interesse da coletividade. Se manifesta por atos preventivos
ou repressivos. Decorre de atividade tipicamente administrativa, relacionando-se com as intervenções
feitas pelo Executivo, de forma geral ou abstrata (ex.: regulamentos) ou concretas ou específicas (ex.: li-
cenças e autorizações).

• Ciclos de polícia:

1) Legislação ou ordem: são os atos normativos que estabelecem os limites e condicionamentos ao


exercício de atividades privadas e ao uso de bens. Sempre existe no ciclo.

2) Consentimento: é a anuência para a prática de determinadas atividades ou para a fruição de de-


terminados direitos. É exteriorizado mediante concessão de licença ou autorização. Delegável.

3) Fiscalização: atividade pela qual a Administração verifica se o particular está cumprindo adequada-
mente a lei, ou as condições estipuladas na licença ou autorização. Delegável. Sempre existe no ciclo.

4) Sanção: quando a Administração aplica ao particular infrator uma medida repressiva (sanção), den-
tre as previstas na lei de regência.

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obs.: STJ: somente as fases de consentimento e fiscalização podem ser delegadas a pessoas
jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública; as fases de legislação (ordem
de polícia) e sanção não podem ser delegadas, por implicarem atividade coercitiva. Exceção: pessoas
jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritaria-
mente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime
não concorrencial. (STF. Plenário. RE 633782/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 23/10/2020 (Repercus-
são Geral – Tema 532 - Info 996).

• Atributos do poder de polícia: Discricionariedade; Autoexecutoriedade (independe de ordem judicial) e Coercibi-


lidade/Imperatividade.

• Prescrição em 5 anos das ações punitivas, contados da prática do ato ou contado em que tiver cessado, em
infração permanente ou continuada. Exceção: infração disciplinar praticada também for crime, em que deve ser
aplicado o prazo prescricional previsto na legislação penal.

• Abuso de poder:

a) Desvio de poder (desvio de finalidade): o agente, dentro de sua competência, pratica ato contrário à fina-
lidade legal, a de forma ampla (ofende genericamente o interesse público, a exemplo do desvio de recursos de
obras públicas) ou específica: quando o ato desatende o objetivo imediato previsto em norma, ex. da remoção de
ofício do servidor como forma de punição.

b) Excesso de poder: o agente invade a competência de outros agentes, praticando atos que não lhe foram
conferidos por lei. Ou, quando competente, atua de forma desproporcional, atentando aos princípios da propor-
cionalidade e razoabilidade.

#SELIGANASSUMULAS:
STJ - Súmula nº 19: A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da União.
STF - Súmula nº 645: É competente o município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento
comercial.
STF - Súmula 646: Ofende o princípio da livre concorrência, lei municipal que impede a instalação de estabele-
cimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
STF - Súmula nº 397: O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime
cometido nas suas dependências, compreende, consoante regimento, a prisão em flagrante do acusado e a
realização do inquérito.
STJ - Súmula 312: No processo administrativo para imposição de multa de trânsito, são necessárias as notifica-
ções da autuação e da aplicação da pena decorrente da infração.

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ATOS ADMINISTRATIVOS

• Ato administrativo: é espécie de ato jurídico, manifestação de vontade da Administração Pública, cujas peculia-
ridades são: a) é praticado necessariamente pela Administração Pública, por intermédio de agente público ou de
agente privado investido de prerrogativas públicas; b) deve ter como objetivo mediato ou imediato a satisfação do
interesse público; c) é praticado sob o regime jurídico de direito público.

• Fato administrativo: é a atividade material que produz efeitos jurídicos. Pode ser decorrente de um ato adminis-
trativo, em que há manifestação de vontade da Administração, ou um evento natural (ex.: morte de servidor)
que produz efeitos materiais concretos na seara administrativa. Materializa a função administrativa.

• Atos da administração (atos administrativos em sentido amplo): são todos os atos praticados pela Administração
Pública, que partem dela, o que engloba: a) os atos administrativos praticados pela Administração (excluídos,
portanto, os praticados por particulares no exercício de prerrogativas do Poder Público); b) os atos materiais da
Administração (fatos administrativos, excluídos os diretamente decorrentes de fenômenos da natureza); c) os atos
de direito privado praticados pela administração.

• Perfeição: quando o ato completou o ciclo de formação, esgotando as fases necessárias de sua edição.

• Validade: aquele que foi produzido em conformidade com as exigências legais.

• Eficácia: é o ato apto a produzir efeitos típicos, ou próprios, não dependendo, portanto, de condição suspensiva,
termo inicial ou ato controlador de competência de outra autoridade.

a) Efeito típico: é o que decorre naturalmente do ato (ex.: ato de nomeação de servidor, o efeito é a
sua habilitação no cargo), é específico de determinado ato.

b) Efeito atípico: é o que não resulta do conteúdo específico do ato; surgem, em regra, independente-
mente da vontade do agente, não sendo suprimíveis.

b.1) efeitos preliminares (ou prodrômicos): são aqueles que surgem com a edição do ato e
perduram até a produção dos efeitos típicos do ato, ou seja são efeitos contemporâneos à edição
do ato. Ocorre geralmente nos atos complexos e compostos (ex.: atos sujeitos a controle por
outro órgão, como na aposentadoria, pelo qual, emitido, surgem os efeitos atípicos prodrômicos
de submeter o ato à apreciação do órgão controlador, que tem o dever-poder de realizar o
controle).

b.2) efeitos reflexos: são aqueles que atingem terceiros que não eram sujeitos passivos da rela-
ção jurídica estabelecida com a Administração Pública. (ex.: ato de desapropriação de um imóvel
locado, gerando o efeito reflexo no contrato, rescindindo-o).

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• Requisitos ou elementos do ato administrativo:

- Acidentais: condição, termo e encargo.

- Essenciais: competência, finalidade, forma, motivo, objeto.

a) Competência. obs.: vício quanto a matéria não admite convalidação, mas, com relação ao agente,
admite-se.

b) Finalidade. obs.: desvio de finalidade é vício insanável.

c) Forma: meio ou formalidade de exteriorização do ato. obs.: motivação integra a forma. Vício pode
ser convalidado, salvo se a forma for essencial à validade do ato. O silêncio da Adm. só produz efeitos
se a lei estabelecer.

d) Motivo: situação de fato e direito que determinam (vinculado) ou autorizam (discricionário) a edição
do ato. Difere da motivação, que é a razão que fundamenta o ato.

Motivação aliunde: motivação por declaração de concordância com fundamentos de anteriores


pareceres, informações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte integrante do ato.

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Teoria dos motivos determinantes: toda vez que o ato administrativo for motivado, sua validade
ficará vinculada à existência dos motivos expostos.

Móvel do ato: intenção (elemento psíquico) do agente nos atos discricionários.

e) Objeto: consiste no efeito jurídico imediato produzido pelo ato.

• Atributos: a) presunção de legitimidade e veracidade; b) imperatividade; c) autoexecutoriedade e d) tipicidade.

• Classificação: Importante!

1) Quanto a manifestação de vontade:

a) ato simples: é aquele que resulta da declaração de vontade de apenas um órgão (singular ou co-
legiado).

b) ato complexo: é aquele formado pela manifestação de dois ou mais órgãos, cujas vontades se
unem formando um único ato. Um depende do outro para formar o ato (ex.: ato de concessão de
aposentadoria.

c) ato composto: é o que resulta da vontade única de um órgão, mas depende da verificação por
parte de outro, para se tornar exequível; manifestam-se dois ou mais órgãos, sendo uma manifestação
de vontade principal, e a outra acessória, instrumental ou complementar (homologação, aprovação,
visto etc.). Ex.: parecer elaborado por agente público que depende do visto da autoridade superior
para produzir efeitos.

• Atos vinculados: são aqueles em que o agente público não tem liberdade de ação, visto que a lei determina a
prática do ato quando concretizada situações no mundo. A lei estabelece as condições e requisitos para a reali-
zação do ato, de modo que o agente deve obrigatoriamente praticá-lo. Os elementos competência, finalidade
e forma sempre são vicnculados. Podem sofrer controle de legalidade pelo Judiciário.

• Atos discricionários: são os que a Administração pode praticar com escolha de seu conteúdo, de seu destina-
tário, de sua conveniência, de sua oportunidade e do modo de sua realização, visto que a lei autoriza a prática
do ato. Os elementos motivo e objeto são discricionários (mérito do ato).

obs.: doutrina relaciona a discricionariedade à aplicação de leis que contenham conceitos jurídicos
indeterminados (conceitos abertos ou vagos), estando ela presente na denominada “zona cinzen-
ta”, ou seja, naquelas em que exige um sopesamento considerando concepções sociais-culturais num
caso concreto.

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obs.: podem excepcionalmente sofrer controle judicial nos casos de desvio de poder ou finalidade,
quando os motivos forem falsos ou inexistentes (teoria dos motivos determinantes) ou conflitarem com
princípios jurídicos.

• Extinção:

EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO


1) Cumprimento (natural)
- Esgotamento do conteúdo jurídico; (ex.: fim da licença matern.)
- Execução material; (ex.: demolição)
- Implemento de termo ou condição;
2) Desaparecimento do objeto ou sujeito (extinção subjetiva ou objetiva) (ex.: morte de servidor; desaba-
mento prédio)
3) Retirada:
- Revogação (ato discricionário)
- Anulação/Invalidação (ato ilegal ou ilegítimo)
- Cassação (ato descumpre condições)
- Caducidade (norma jurídica proíbe o ato)
- Contraposição/Derrubada (novo ato contrário)

4) Renúncia do beneficiário

• Convalidação:

a) Convalidação voluntária: a Administração quer salvar o ato que tem vício de FORMA ou COMPETÊNCIA (são os
vícios passíveis de convalidação). Parte da doutrina diz que, na hipótese de OBJETO PLÚRIMO, também é possível
a convalidação voluntária.

(b) Convalidação involuntária: ocorre a decadência de anular os atos viciados. Veja a redação do art. 54 da lei no
9784/99: Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis
para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

#SÚMULAS
Súmula 633-STJ: A Lei nº 9.784/99, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para a revisão de
atos administrativos no âmbito da Administração Pública federal, pode ser aplicada, de forma subsidiária, aos
estados e municípios, se inexistente norma local e específica que regule a matéria.

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Súmula vinculante 3-STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório
e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie
o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.
#ATENÇÃO: A SV 3 possuía uma excessão: Se o Tribunal de Contas demorasse mais de 5 anos para apreciar a le-
galidade do ato, ele continuaria podendo examinar, mas passava a ser necessário garantir contraditório e ampla
defesa ao interessado. Hoje, a SV não possui mais excessão. Em nenhum caso será necessário contraditório ou
ampla defesa. Veja a tese fixada pelo STJ no RE 636553/RS: Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da
confiança legítima, os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de cinco anos para o julgamento da legalidade
do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à respecti-
va Corte de Contas. STF. Plenário. RE 636553/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/2/2020 (repercussão
geral – Tema 445) (Info 967).
Súmula 473-STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, res-
peitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Súmula 510-STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o
mandado de segurança ou a medida judicial.

SERVIÇOS PÚBLICOS

• Serviço público é definido como aquele exercido sob o regime jurídico de direito público derrogatório e
exorbitante do direito comum, admitindo-se o regime híbrido público e privado. O serviço deve ser prestado sob
regime jurídico de direito público, necessário que lei ou CF o defina como tal (critério formal).

Classificações:

a.1 - propriamente ditos (essenciais): essenciais à sobrevivência do grupo social e do Estado, exigem atos de
império, que só poderão ser prestados diretamente pelo Estado (ex.: defesa nacional, polícia judiciária e adminis-
trativa). Não admite delegação.

a.2 - utilidade pública (não essenciais): é conveniente para a coletividade, facilitando a vida do indivíduo na so-
ciedade, podendo ser executado diretamente pelo Estado ou por delegação ao particular (ex.: transporte público,
energia elétrica, telefonia etc).

b.1 - próprios: aqueles de titularidade do Estado, o qual pode executar diretamente ou indiretamente (delegação).

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b.2 - impróprios: são serviços afetos à iniciativa privada, não executados pelo Estado, mas este somente autoriza,
regulamenta e fiscaliza (ex.: instituições financeiras, seguro, previdência privada).

c.1 - uti singuli: usuários determinados ou determináveis, possível a mensuração individualizada da utilização por
cada usuário (ex.: telefonia, água, energia elétrica, gás, transportes etc.). Podem ser remunerados por taxa, preço
ou tarifa.

c.2 - uti universi: prestados à coletividade, mas usufruídos indiretamente pelos indivíduos (ex.: iluminação públi-
ca, limpeza da rua, defesa nacional etc.). Os usuários são indeterminados ou indetermináveis, não sendo possível
mensurar a utilização individual. Custeados por impostos ou contribuições especiais.

• Princípio da continuidade: sem interrupções, salvo situações de emergência (não exige comunicação prévia) ou
razões de ordem técnica ou de segurança (exige comunicação prévia. ex.: em jornal, rádio etc.) ou inadimplemento
do usuário, considerando o interesse da coletividade (exige prévio aviso).

• segundo o STF, é constitucional o corte de serviço público essencial em caso de inadimplemento pelo
usuário, mediante prévio aviso.

• segundo o STJ, não pode ocorrer o corte no fornecimento de água ou energia quando:

a) os débitos em atraso foram contraídos pelo morador anterior.

b) os débitos forem antigos (consolidados no tempo).

c) o débito for decorrente de fraude no medidor de consumo de água ou energia elétrica apurada
unilateralmente pela concessionária.

obs.: ainda que cumpridos os requisitos legais, não é legítimo o corte de fornecimento de serviços pú-
blicos essenciais, em caso de estar inadimplente pessoa jurídica de direito público prestadora de servi-
ços indispensáveis à população (ex.: hospitais, centros de saúde, creches, escolas e iluminação pública).

OBS: Art. 6º, § 4º, Lei nº 8.987/95 - A interrupção do serviço na hipótese prevista no inciso II (inadim-
plemento do usuário, considerado o interesse da coletividade) do § 3º deste artigo não poderá ini-
ciar-se na sexta-feira, no sábado ou no domingo, nem em feriado ou no dia anterior a feriado.
(Incluído pela Lei nº 14.015, de 2020)

Delegação de serviços públicos: pode ocorrer por concessão (comum ou especial), permissão ou autorização.

i) concessões comuns (Lei 8.987/95): a) de serviços públicos; b) de serviços públicos precedida de execução de
obra pública.

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CONCESSÃO PERMISSÃO AUTORIZAÇÃO


Delegação (transfere apenas a exe- Delegação (transfere apenas a
Delegação
cução) execução)
Pessoa Jurídica ou consórcio de
Pessoa física ou jurídica Pessoa física ou jurídica
empresas
Ato unilateral, discricionário e
Contrato administrativo Contrato administrativo
precário
Licitação concorrência Qualquer modalidade licitatória Não precisa licitar

FORMAS DE EXTINÇÃO DA CONCESSÃO


Advento do termo --> tempo estabelecido
Encampação/resgate --> lei autoriza, durante o prazo do contrato, por motivo de interesse público. Indeniza-
ção prévia.
Caducidade --> inexecução total ou parcial pela concessionária. Indenização eventual e posterior
Rescisão --> descumprimento pelo Poder concedente ( judicialmente)
Anulação --> ilegalidade ou vício.
Falência, extinção da empresa ou morte do titular ou incapacidade (empresa individual).
Distrato --> acordo, rescisão bilateral (doutrina).
Outros: Desafetação/privatização e renúncia (doutrina).

ii) Concessões especiais - PPP (Lei 11.079/04 e 8.987/95): a) concessão patrocinada; b) concessão administrativa.

• Contratações acima de R$10 milhões.

• Prazo de 5 a 35 anos.

• Contraprestações da Administração Pública por ordem bancária; cessão de créditos não tributários; outorga de
direitos ou bens públicos dominicais.

• Repartição de riscos entre as partes.

• Licitação concorrência e excepcionalmente leilão.

• Critérios: menor tarifa a ser cobrada dos usuários; (patrocinada); menor contraprestação a ser paga pela Adm.;
(administrativa); melhor proposta (menor valor da tarifa + melhor técnica OU menor contraprestação + melhor
técnica).

PPP PATROCINADA PPP ADMINISTRATIVA


tarifa cobrada do usuário + contraprestação/ contraprestação paga pelo parceiro público
patrocínio do parceiro público (obs.: concessionário pode obter outras fontes altenativas)
Público é usuário Administração é usuária direta ou indireta

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BENS PÚBLICOS

BENS PÚBLICOS

CRITÉRIO DA AFETAÇÃO PÚBLICA

Uso comum do povo De uso especial Dominicais

Bens especialmente afetados/ Bens públicos desafetados, ou


consagrados aos serviços admi- seja, que NÃO são utilizados
Bens destinados ao uso da cole-
nistrativos e aos serviços públicos pela coletividade ou para pres-
tividade em geral (rios, praças...).
(aeroportos, escolas e hospitais pú- tação de serviços administrati-
blicos...). vos e públicos.

Podem ser alienados na forma


da lei (bens públicos disponí-
Não podem ser alienados. Não podem ser alienados.
veis/domínio privado do Esta-
do).

 Alienabilidade relativa;

REGIME JURÍDICO  Impenhorabilidade;

 Imprescritibilidade;

 Não-onerabilidade.

Afetação é o fato administrativo pelo qual se atribui ao bem público


AFETAÇÃO E DESAFETAÇÃO uma destinação pública especial de interesse direto ou indireto da Ad-
ministração. A afetação pode decorrer de: (i) lei; (ii) ato administrativo;
(iii) fato administrativo. Desafetação é o inverso.

UTILIZAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS

AUTORIZAÇÃO PERMISSÃO CONCESSÃO

É ato administrativo, discricionário, É ato administrativo, discricionário,


precário, editado pelo Poder precário, editado pelo Poder É contrato administrativo através
Público para consentir que Público para consentir que do qual a Administração Pública
determinada pessoa utilize determinada pessoa utilize confere a pessoa determinada
privativamente um bem público. privativamente um bem público. o uso privativo de determinado
Há preponderância do interesse Há preponderância do interesse bem público. Por ser contrato,
particular e, por se tratar de ATO, PÚBLICO e, por se tratar de ATO, PRECISA DE LICITAÇÃO.
NÃO precisa de licitação. NÃO precisa de licitação.

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• Bens estaduais (art. 26, CF) rol exemplificativo:

I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso,na forma
da lei, as decorrentes de obras da União;

II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União,
Municípios ou terceiros; (ilhas residuais);

III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;

IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

Alienação de bens públicos:

Somente os desafetados podem ser alienados, salvo os materialmente impossíveis (mares, rios...). Tem regra-
mento disposto nos arts. 17 a 19 da Lei 8.666/93.

a) Bens imóveis:

i) interesse público devidamente justificado;

ii) avaliação prévia;

iii) autorização legislativa (obs.: não há necessidade de autorização legislativa no caso de imóvel ad-
quirido por meio de procedimento judicial ou dação em pagamento, bastando ato da autoridade);

iv) licitação na modalidade concorrência ou leilão (pode ser dispensada).

b) Bens móveis:

i) interesse público;

ii) avaliação prévia;

iii) licitação - leilão ou concorrência (pode ser dispensada).

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Uso de bens públicos:

AUTORIZAÇÃO DE USO PERMISSÃO DE USO CONCESSÃO DE USO CESSÃO DE USO


Unilateral - a órgão pú-
Ato unilateral Ato unilateral Ato bilateral (contrato)
blico (consentimento)
Discricionário Discricionário Discricionário
Gratuito ou oneroso (fim
Gratuito ou oneroso Gratuito ou oneroso Gratuito ou oneroso
lucrativo)
Prazo indeterminado ou Prazo indeterminado ou de-
Prazo determinado
determinado terminado
Interesse privado Interesse privado/público Interesse público Interesse coletivo
Obrigatoriedade de uso
Faculdade de uso - -
(sob pena de caducidade)
Licitação se houver interes- Licitação se competi-
Sem licitação Licitação
sados tivo
Ex.: lanchonete no Ex.: cessão de sala no
Ex.: uso da rua para festa Ex.: uso calçada para cadeiras
fórum. fórum para MP.

#SÚMULAS
Súmula 12 Vinculante: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206,
IV, da Constituição Federal.

Súmula 19 Vinculante: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e
tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição
Federal.

Súmula 27 Vinculante: Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária opoente.

Súmula 545 do STF: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daque-
les, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que
as instituiu.

Súmula 670 do STF: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

Súmula 356 do STJ: É legítima a cobrança de tarifa básica pelo uso dos serviços de telefonia fixa.

Súmula 407 do STJ: É legítima a cobrança da tarifa de água, fixada de acordo com as categorias de usuários e
as faixas de consumo.

Súmula 412 do STJ: A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional
estabelecido no Código Civil.

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CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

i) Quanto à natureza do órgão controlador:

a) administrativo: exercido pela Adm. Pública (sentido amplo) sobre seus próprios atos (autotutela), tais como
revogação ou anulação de ato, ou sobre pessoas jurídicas a ela vinculadas (tutela ou controle finalístico).

b) legislativo: executado pelo Legislativo sobre outros órgãos e poderes (ex.: convocação de Ministro de Estado
pelo CN para prestar informações).

c) judicial: o Judiciário, no exercício da sua função jurisdicional, aprecia a juridicidade (regularidade, legalidade e
constitucionalidade) da conduta administrativa.

obs.: controle judicial das políticas públicas. Excepcionalmente pode o Judiciário determinar a im-
plementação de políticas públicas, especialmente as definidas na CF (saúde, educação, segurança,
dignidade da pessoa humana, etc), devendo ser realizada sob as luzes da intangibilidade do mínimo
existencial conjugada com o princípio da reserva do possível.

ii) Quanto à localização do órgão de controle:

a) interno - autocontrole: é feito pelo mesmo Poder, órgão ou estrutura administrativa. Pode decor-
rer do poder hierárquico. É possível a criação, por lei, de órgão de fiscalização interna (ex.: CGU no
controle interno do Executivo Federal) sem decorrer de hierarquia. Art. 74, CF. Os responsáveis pelo
controle interno, ao tomarem conhecimento de irregularidade ou ilegalidade, devem dar ciência ao
Tribunal de Contas, sob pena de responsabilidade solidária.

b) externo: realizado por órgão não pertencente à estrutura do poder controlado (ex.: TCU julgar
contas dos gestores do Poder Executivo ou Judiciário; ou o Judiciário ao anular ato de nomeação de
servidor de outro Poder).

c) social: é implementado pela sociedade civil, por meio de denúncias e ações judiciais.

iii) Quanto ao aspecto a ser controlado:

a) legalidade (legitimidade): verifica a compatibilidade do ato administrativo com as normas jurídicas


vigentes, dando ensejo à anulação em caso de ilegalidade.

b) mérito: valoração dos aspectos da oportunidade e conveniência na manutenção do ato. Em regra,


é exercido por órgão interno. Excepcionalmente, admite-se o controle de mérito pelo Legislativo (CN
no Executivo) e Judiciário (controle de juridicidade, anulando atos destituídos de razoabilidade e pro-
porcionalidade, controlando o mérito administrativo).

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iv) Quanto à amplitude:

a) hierárquico: pressupõe escalonamento vertical, em relação de subordinação, com faculdades de


supervisão, coordenação, orientação, fiscalização, aprovação, revisão e avocação, bem como meios
corretivos. Envolve controle da legalidade, legitimidade e mérito do ato.

b) finalístico: exercido pela Adm. direta em relação às entidades da Adm. indireta, em relação de
vinculação administrativa prevista na lei instituidora. Não há hierarquia.

v) Quanto ao momento:

a) prévio ou preventivo (a priori): antecede o início ou conclusão do ato administrativo (ex.: autori-
zação do Senado para que entes federativos contraiam empréstimo externo).

b) concomitante ou sucessivo: exercido durante a prática do ato (ex.: auditoria do TC acompanhan-


do a execução de um contrato administrativo).

c) subsequente ou corretivo (a posteriori): exercido posteriormente à prática do ato (ex.: TC julga


contas enviadas anualmente por cada gestor).

#SÚMULAS:
STF - Súmula 346: A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos (autotutela).
STF - Súmula 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que o tornem
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, res-
peitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
STJ - Súmula 373: É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo.
Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens
para admissibilidade de recurso administrativo.
STF - Súmula 649: é inconstitucional a criação, por Constituição Estadual, de órgão de controle administrativo
do Poder Judiciário do qual participem representantes de outros Poderes ou entidades.
STF: É lícito ao Poder Judiciário impor à Administração Pública obrigação de fazer, consistente na promoção
de medidas ou na execução de obras emergenciais em estabelecimentos prisionais para dar efetividade
ao postulado da dignidade da pessoa humana e assegurar aos detentos o respeito à sua integridade física e
moral, nos termos do que preceitua o art. 5, XLIX, da CF, não sendo oponível à decisão o argumento da reserva
do possível nem o princípio da separação dos poderes. (RE 592.581)

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RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO


FUNDAMEN- CF. Art. 37. § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
TO serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a ter-
ceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
(i) TEORIA DA IRRESPONSABILIDADE: Estado não responde civilmente, pois é representan-
te de DEUS, que não erra.
(ii) TEORIAS CIVILISTAS: são três:
a. Atos de império X atos de gestão: o Estado não responde por atos de império, mas respon-
de por atos de gestão, caso em que sua responsabilidade será SUBJETIVA.
b. Culpa do servidor: o Estado responde SUBJETIVAMENTE, desde que comprovada a culpa
do agente público.

HISTÓRICO c. Culpa do serviço (FAUT DU SERVICE ou culpa anônima): não precisa provar a culpa do
agente, mas apenas que (i) o serviço não foi prestado; (ii) foi prestado com falha ou (iii) foi
prestado com atraso.
(iii) TEORIAS PUBLICISTAS: A responsabilidade do Estado passa a ser objetiva. São duas:
a. Teoria do risco administrativo: embora a responsabilidade seja objetiva, admite-se a exclu-
são do nexo causal em alguns casos (é a teoria adotada no Brasil, em regra). No entanto, o
STJ e a doutrina tradicional entendem que, em caso de omissão, a responsabilidade será SUB-
JETIVA. O STF, no entanto, em alguns julgados, já disse que a responsabilidade será sempre
objetiva, pois a CF (art. 37, §6º) não distingue ação de omissão.
b. Teoria do risco integral: não admite a exclusão do nexo causal (ex. dano ambiental).
EXCLUDEN- Aplicam-se normalmente todas as excludentes do nexo de causalidade (caso fortuito, força
TES maior e culpa exclusiva da vítima). Na hipótese de culpa concorrente, deve ser diminuído o
valor da indenização.
Hoje, prevalece o entendimento de que a vítima pode escolher se vai processar o Estado, o
servidor ou os dois, solidariamente. No entanto, há precedente do STF aplicando a teoria da
QUEM
DUPLA GARANTIA, que diz que a vítima só pode ajuizar a ação contra o Poder Público, uma
RESPONDE
vez que o servidor tem, a seu favor, a garantia de só ser processado via ação de regresso
proposta pelo Estado. ATENÇÃO: se a vítima decidir processar o servidor, ela deverá provar a
sua culpa/dolo, pois a responsabilidade do agente público é SUBJETIVA.
PRAZO STJ pacificou o entendimento de que o prazo é de 05 anos (analogia ao Dec. 20.910/32).

99A regra geral é a responsabilidade objetiva do Estado, com base na teoria do risco administrativo. No entan-
to, existem hipóteses em que essa teoria não será aplicada. Em casos como danos decorrentes de atividades
nucleares, crimes ocorridos a bordo de aeronaves sobrevoando o território brasileiro, ataques terroristas e
danos ambientais, vem sendo aplicada a teoria do risco integral.

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TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO TEORIA DO RISCO INTEGRAL


A responsabilidade do Estado é objetiva. A responsabilidade do Estado é objetiva.
A vítima lesada não precisa provar culpa. A vítima lesada não precisa provar culpa.
O Estado poderá eximir-se do dever de indenizar
caso prove alguma causa excludente de responsa- Não admite excludentes de responsabilidade.
bilidade: Mesmo que o Estado prove que houve caso fortuito,
a) caso fortuito ou força maior; força maior, culpa exclusiva da vítima ou culpa exclu-
siva de terceiro, ainda assim será condenado a inde-
b) culpa exclusiva da vítima;
nizar.
c) culpa exclusiva de terceiro.
É adotada no Direito brasileiro, de forma excepcional,
É adotada como regra no Direito brasileiro. em alguns casos. Dano ambiental (REsp 1.374.284),
danos nucleares.

#SELIGANAJURIS:

(Info 947) A vítima somente poderá ajuizar a ação de indenização contra o Estado; se este for condenado,
poderá acionar o servidor que causou o dano em caso de dolo ou culpa; o ofendido não poderá propor a de-
manda diretamente contra o agente público. A teor do disposto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, a ação
por danos causados por agente público deve ser ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito privado
prestadora de serviço público, sendo parte ilegítima para a ação o autor do ato, assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. STF. Plenário. RE 1027633/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado
em 14/8/2019 (repercussão geral).
(Info 901) Concessionária de rodovia não responde por roubo e sequestro ocorridos nas dependências de es-
tabelecimento por ela mantido para a utilização de usuários. Trata-se de fato inevitável e irresistível e, assim, gera
uma impossibilidade absoluta de não ocorrência do dano.
(Info 854) Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os
padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do
art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados
aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento.
(Info 563) É de 5 anos o prazo prescricional para que a vítima de um acidente de trânsito proponha ação de
indenização contra concessionária de serviço público de transporte coletivo (empresa de ônibus). O fundamento
legal para esse prazo está no art. 1º-C da Lei 9.494/97 e também no art. 27 do CDC.
(Info 523) As ações de indenização por danos morais decorrentes de atos de tortura ocorridos durante o Re-
gime Militar de exceção são imprescritíveis. Não se aplica o prazo prescricional de 5 anos previsto no art. 1º do
Decreto 20.910/1932.
STF: não surge dever de indenizar do Estado quando um policial, fora das funções, utiliza arma da corporação,
e atira contra vítima por sentimento pessoal decorrente de relacionamento. Não há, ainda, culpa do Estado pela
falha no dever de fiscalizar o servidor ou no mecanismo de seleção para ingresso na carreira de risco.

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STJ: não é cabível indenização por danos morais/estéticos em decorrência de lesões sofridas por militar das
Forças Armadas em acidente ocorrido durante sessão de treinamento, salvo quando comprovado que o militar
foi submetido a condições de risco que ultrapassem àquelas consideradas razoáveis ao contexto militar ao qual
se insere” (AgRg no AREsp 29.046/RS e REsp 1.021.500/PR).
STF: Responsabilidade civil do Estado. Art. 37, § 6º, da Constituição do Brasil. Latrocínio cometido por foragido.
Nexo de causalidade configurado. Precedente. A negligência estatal na vigilância do criminoso, a inércia das au-
toridades policiais diante da terceira fuga e o curto espaço de tempo que se seguiu antes do crime são suficien-
tes para caracterizar o nexo de causalidade. Ato omissivo do Estado que enseja a responsabilidade objetiva nos
termos do disposto no art. 37, § 6º, da Constituição do Brasil (RE 573.595-AgR) obs.: se o tempo decorrido entre
a fuga e a prática do ato lesivo for longo, há a quebra do nexo causal, afastando a responsabilidade do Estado.
STF: Responsabilidade subjetiva. Falta do serviço. Latrocínio praticado por quadrilha da qual participava um
apenado que fugira da prisão tempos antes: neste caso, não há falar em nexo de causalidade entre a fuga do
apenado e o latrocínio. (RE 369.820)
STF: há responsabilidade civil do Estado por dano causado por multidões, quando houver culpa (omissão ou
falta de diligência) dos agentes públicos responsáveis pela segurança.

Responsabilidade do Estado por morte de preso:

• Regra: o Estado é objetivamente responsável pela morte de detento. Isso porque houve inobservância de
seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88 (integridade física e moral) - omissão
específica.

• Exceção: o Estado poderá ser dispensado de indenizar se ele conseguir provar que a morte do detento não
podia ser evitada. Neste caso, rompe-se o nexo de causalidade entre o resultado morte e a omissão estatal. A
responsabilidade civil neste caso, apesar de ser objetiva, é regrada pela teoria do risco administrativo. Desse modo,
o Estado poderá ser dispensado de indenizar se ficar demonstrado que ele não tinha a efetiva possibilidade de
evitar a ocorrência do dano. Sendo inviável a atuação estatal para evitar a morte do preso, é imperioso reconhecer
que se rompe o nexo de causalidade entre essa omissão e o dano. Entendimento em sentido contrário implicaria a
adoção da teoria do risco integral, não acolhida pelo texto constitucional.

Responsabilidade por atos legislativos e jurisdicionais:

1 - Atos legislativos: a) leis de efeitos concretos e danos desproporcionais; b) leis inconstitucionais (depende de
decisão do STF em controle concentrado) e c) omissão/mora legislativa;

2 - Atos jurisdicionais: a) erro judiciário - penal; (CF/88) - ex.: condenação de pessoa errada; b) prisão além do
tempo fixado na sentença - penal; (CF/88) c) demora na prestação jurisdicional; d) MP ou Juiz causar, dolosamente,
dano à parte (CPC).

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INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE

1 - Intervenção restritiva: Estado impõe limites e condições ao uso da propriedade:

a) Servidão Administrativa: recai sobre imóvel, para execução de serviço público ou obras de inte-
resse coletivo. Instituida por lei, acordo ou decisão judicial. Indenização ao proprietário se tiver prejuí-
zo. Direito real e pode ser permanente.

b) Requisição: ato unilateral, utilzação de móveis, imóveis e serviços, para casos de perigo público
imediato oun iminente. Indenização posterior se houver dano.

c) Ocupação temporária: utilização de imóveis para apoiar execução de obras, serviços ou atividades
de interesse público. Caráter pessoal e temporária. Indenização posterior se houver prejuízo.

d) Limitação Administrativa: determinações de caráter geral, unilateral e gratuito, por lei ou regula-
mento, com obrigações de fazer, não fazer ou permitir. Caráter perpétuo e recai sobre móveis, imóveis
ou serviços.

e) Tombamento: instrumento de proteção e preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural,


incidentes sobre bens móveis ou imóveis, materiais ou imateriais, públicos ou privados. Ato adminis-
trativo declaratório. Modalidade autônoma de intervenção.

2 - Intervenção supressiva: Estado transfere a propriedade, coercitivamente, de um bem de terceiro:

a) Desapropriação:

I - Desapropriação comum (ordinária): Pode ser imóvel urbano ou rural.

a) Necessidade pública: situações que exigem da Adm. providências imediatas, urgentes e inadiáveis,
que tornam imprescindível a incorporação do bem ao patrimônio público (ex.: desapropriação de
imóvel rural para construção de açude, visando minorar os efeitos da seca);

b) Utilidade pública: a desapropriação é oportuna e vantajosa, mas não imprescindível (ex.: desapro-
priação de terreno ao lado de escola para construção de um ginásio).

c) Interesse social: visa a redução de desigualdades sociais (ex.: reforma agrária).

II - Desapropriação urbanística sancionatória: compete ao Município. Penalidade ao proprietário de solo


urbano não edificado, sub-utilizado ou não utilizado, pelo não aproveitamento adequado da propriedade - função
social da propriedade. Art. 182, CF/88. Paga por títulos da Dívida Pública, resgatáveis até 10 anos.

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III - Desapropriação rural para fins de reforma agrária: compete à União. Incide sobre imóveis rurais que
não estejam cumprindo a sua função social - improdutiva. Paga por títulos da Dívida Agrária, resgatáveis até 20
anos.

IV - Desapropriação confiscatória: compete à União. Penalidade sobre propriedades rurais e urbanas que
sejam cultura ilegais de plantas psicotrópicas ou exploração de trabalho escravo na forma da lei. Art. 243, CF/88.
Recai sobre a totalidade do imóvel.

V - Desapropriação indireta: fato administrativo em que o Poder Público se apropria de bem particular, sem
observância do procedimento legal (sem fase declaratória e sem indenização prévia) ou quando a Adm. estabelece
servidões ou limitações que esvaziam totalmente o conteúdo econômico da propriedade.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

CF/88 - art. 37, § 4º: “os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda
da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
sem prejuízo da ação penal cabível”.

• Sujeitos ativos: Agente público, ainda que transitoriamente ou sem remuneração. Inclui agentes políticos e
terceiro que induza ou concorra para a prática de ato de improbidade (deve haver participação de agente públi-
co).

• Sujeitos passivos: Administração direta, indireta ou fundacional; Empresa incorporada ao patrimônio público;
Entidade privada da qual o erário participe com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual; Entidade privada
da qual o erário participe com menos de 50% do patrimônio ou da receita anual (sanção limita-se à contribuição
do poder público); Empresa privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão
público (sanção limita-se à contribuição do poder público).

Alteração da Lei de Improbidade (nº 8.429/92), pela lei 13.964/2019 (Pacote Anticrime) #SAINDODOFORNO:

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica inte-
ressada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.

§1º As ações de que trata este artigo admitem a celebração de acordo de não persecução cível, nos termos desta Lei.

§2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação do ressarcimento do
patrimônio público.

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§3º No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no §3º
do art. 6º da Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965.

§4º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob
pena de nulidade.

§5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam
a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.

§6º A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da existência do ato
de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas,
observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil.

§7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer
manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias.

§8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido
da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. (Parágrafo
acrescido pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)

§9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação. (Parágrafo acrescido pela Medida
Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)

§10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento. (Parágrafo acrescido pela Medida
Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)

§10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, poderão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo
para a contestação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias.

VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA


ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DANO AO ERÁRIO
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
(ART. 9º) (ART. 10)
(ART. 11)

Art. 9° Constitui ato de impro-


Art. 10. Constitui ato de impro-
bidade administrativa importan-
bidade administrativa que causa Art. 11. Constitui ato de improbidade
do enriquecimento ilícito auferir
lesão ao erário qualquer ação ou administrativa que atenta contra os
qualquer tipo de vantagem pa-
omissão, dolosa ou culposa, que princípios da administração pública
trimonial indevida em razão do
enseje perda patrimonial, desvio, qualquer ação ou omissão que viole
exercício de cargo, mandato,
apropriação, malbaratamento ou os deveres de honestidade, impar-
função, emprego ou atividade
dilapidação dos bens ou haveres cialidade, legalidade, e lealdade às
nas entidades mencionadas no
das entidades referidas no art. 1º instituições, e notadamente (...).
art. 1° desta lei, e notadamente
desta lei, e notadamente (...).
(...).

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ELEMENTOS ESSENCIAIS: ELEMENTOS ESSENCIAIS: ELEMENTOS ESSENCIAIS:

99Percepção de indevida 99Conduta, comissiva ou omis- 99Conduta funcional, comis-


vantagem patrimonial pelo siva, DOLOSA ou CULPOSA. siva ou omissiva, DOLOSA do
agente, mesmo que não agente público.
haja dano ao erário. 99Perda patrimonial.
99Ofensa aos princípios da ad-
99DOLOSA 99Nexo causal entre o exercício ministração pública.
funcional e a perda patrimo-
99Nexo causal entre o exer- nial. 99Nexo causal entre o exercício
cício funcional e a vanta- funcional e a violação dos
gem indevida. 99Ilegalidade da conduta. princípios

Prescrição:

995 anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança.
99Nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego, aplica-se o prazo prescricional previsto em lei
específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público.
99Ações civis de ressarcimento ao erário são imprescritíveis.

São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de Im-
probidade Administrativa. STF. Plenário. RE 852475/SP, Rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, Rel. para acórdão Min.
Edson Fachin, julgado em 08/08/2018 (repercussão geral) (Info 910).

• Até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas entidades
referidas no parágrafo único do art. 1o da lei em comento.

SANÇÕES PELA PRÁTICA DE ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

CONCEDER,
APLICAR OU
MANTER BE-
ENRIQUECIMEN- PREJUÍZO AO LESÃO A PRIN- NEFÍCIO FI-
TO ILÍCITO ERÁRIO CÍPIOS NANCEIRO OU
TRIBUTÁRIO
CONTRÁRIO AO
QUE DISPÕEM
A LC 116

Ressarcimento ao erário Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável

Perda da função pública Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável

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Suspensão dos direitos


De 8 a 10 anos De 5 a 8 anos De 3 a 5 anos De 5 a 8 anos
Políticos

Perda dos bens acrescidos ilici-


Deve ser aplicada Pode ser aplicada - -
tamente

Até 100x o valor Até 3x o valor do


Até 3x o valor do
Até 2x o valor do da remuneração benefício finan-
Multa civil acréscimo patrimo-
dano recebida pelo ceiro ou tributário
nial
agente concedido.

Proibição de contratar com o


Por 10 anos Por 5 anos Por 3 anos -
Poder Público

JULGADOS:
TORTURA DE PRESO É ATO DE IMPROBIDADE - A tortura de preso custodiado em delegacia praticada por
policial constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública. STJ.
1ª Seção. REsp 1177910-SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 26/8/2015 (Info 577).
ESTAGIÁRIO PODE SER RESPONSABILIZADO POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - O estagiá-
rio que atua no serviço público, ainda que transitoriamente, remunerado ou não, está sujeito a responsabilização
por ato de improbidade administrativa. STJ. 2ª Turma. REsp 1352035-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
18/8/2015 (Info 568).
IMPOSSIBILIDADE DE A AÇÃO DE IMPROBIDADE SER PROPOSTA APENAS CONTRA O TERCEIRO (“PAR-
TICULAR”) Para que o terceiro seja responsabilizado pelas sanções da Lei nº 8.429/92 é indispensável que
seja identificado algum agente público como autor da prática do ato de improbidade. Assim, não é possível
a propositura de ação de improbidade exclusivamente contra o particular, sem a concomitante presença de
agente público no polo passivo da demanda. STJ. 1ª Turma. REsp 1171017-PA, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em
25/2/2014 (Info 535).
O AGENTE PÚBLICO DEVE TER PRATICADO O ATO NESSA QUALIDADE: Não comete ato de improbidade
administrativa o médico que cobra honorários por procedimento realizado em hospital privado que também seja
conveniado à rede pública de saúde, desde que o atendimento não seja custeado pelo próprio sistema público
de saúde. Em outras palavras, médico de hospital conveniado com o SUS que cobra do paciente por uma cirur-
gia que já foi paga pelo plano de saúde não pratica improbidade administrativa. STJ. 1ª Turma. REsp 1414669-SP,
Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 20/2/2014 (Info 537).
INDISPONIBILIDADE PODE RECAIR SOBRE BEM DE FAMÍLIA - A indisponibilidade prevista na Lei de Im-
probidade Administrativa pode recair sobre bens de família. STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1670672/RJ, Rel. Min.
Benedito Gonçalves, julgado em 30/11/2017. STJ. 2ª Turma. EDcl no AgRg no REsp 1351825/BA, Rel. Min. Og Fer-
nandes, julgado em 22/09/2015.

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INDISPONIBILIDADE SOBRE BENS QUE O ACUSADO JÁ POSSUÍA ANTES DA PRÁTICA DO ATO ÍMPRO-
BO - A indisponibilidade pode recair sobre bens adquiridos tanto antes quanto depois da prática do ato de
improbidade. A jurisprudência do STJ abona a possibilidade de que a indisponibilidade, na ação de improbidade
administrativa, recaia sobre bens adquiridos antes do fato descrito na inicial. A medida se dá como garantia de
futura execução em caso de constatação do ato ímprobo. STJ. 1ª Turma. REsp 1301695/RS, Rel. Min. Olindo Me-
nezes (Des. Conv. TRF 1ª Região), julgado em 06/10/2015.
INDISPONIBILIDADE DE BENS SEM OITIVA PRÉVIA DO RÉU - É admissível a concessão de liminar inaudita
altera parte para a decretação de indisponibilidade e sequestro de bens, visando assegurar o resultado útil da
tutela jurisdicional, qual seja, o ressarcimento ao Erário. Desse modo, o STJ entende que, ante sua natureza
acautelatória, a medida de indisponibilidade de bens em ação de improbidade administrativa pode ser deferida
nos autos da ação principal sem audiência da parte adversa e, portanto, antes da notificação para defesa prévia
(art. 17, § 7º da LIA). STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 671281/BA, Rel. Min. Olindo Menezes (Des. Conv. do TRF 1ª
Região), julgado em 03/09/2015.
INDISPONIBILIDADE X DISPENSA DE DEMONSTRAÇÃO DE FUMUS BONI IURIS E PERICULUM IN MORA
- Basta que se prove o fumus boni iuris, sendo o periculum in mora presumido (implícito). Assim, é desnecessá-
ria a prova do periculum in mora concreto, ou seja, de que os réus estejam dilapidando seu patrimônio, ou na
iminência de fazê-lo, exigindo-se apenas a demonstração de fumus boni iuris, consistente em fundados indícios
da prática de atos de improbidade. A medida cautelar de indisponibilidade de bens, prevista na LIA, consiste
em uma tutela de evidência, de forma que basta a comprovação da verossimilhança das alegações, pois pela
própria natureza do bem protegido, o legislador dispensou o requisito do perigo da demora. STJ. 1ª Seção. REsp
1366721/BA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. p/ Acórdão Min. Og Fernandes, julgado em 26/02/2014
(recurso repetitivo).
INDISPONIBILIDADE DE BENS X AUSÊNCIA DE PROVA DE DILAPIDAÇÃO DO PATRIMÔNIO - Pode ser
decretada a indisponibilidade dos bens ainda que o acusado não esteja se desfazendo de seus bens. É desne-
cessária a prova de que os réus estejam dilapidando efetivamente seus patrimônios ou de que eles estariam na
iminência de fazê-lo (prova de periculum in mora concreto). STJ. 1ª Seção. REsp 1366721-BA, Rel. Min. Napoleão
Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Og Fernandes, julgado em 26/2/2014 (recurso repetitivo) (Info 547).
POSSIBILIDADE DE INDISPONIBILIDADE DE BENS EM VALOR SUPERIOR AO INDICADO NA INICIAL - É
possível que se determine a indisponibilidade de bens em valor superior ao indicado na inicial da ação, visando
a garantir o integral ressarcimento de eventual prejuízo ao erário, levando-se em consideração, até mesmo, o
valor de possível multa civil como sanção autônoma. Isso porque a indisponibilidade acautelatória prevista na Lei
de Improbidade Administrativa tem como finalidade a reparação integral dos danos que porventura tenham sido
causados ao erário. REsp 1176440-RO, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 17/9/2013.
INDISPONIBILIDADE PODE SER DECRETADA EM QUALQUER HIPÓTESE DE ATO E IMPROBIDADE - A
indisponibilidade pode ser decretada em qualquer hipótese de ato de improbidade? Redação dos arts. 7º e 16
da LIA: NÃO. STJ e doutrina: SIM.
INDISPONIBILIDADE DE BENS E MULTA – A indisponibilidade deve garantir o integral ressarcimento do pre-
juízo ao erário e a multa civil. A indisponibilidade é decretada para assegurar apenas o ressarcimento dos valores

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ao Erário ou também para custear o pagamento da multa civil? Para custear os dois. A indisponibilidade de bens
deve recair sobre o patrimônio do réu de modo suficiente a garantir o integral ressarcimento de eventual pre-
juízo ao erário, levando-se em consideração, ainda, o valor de possível multa civil como sanção autônoma (STJ.
AgRg no REsp 1311013 / RO). Vale ressaltar que é assegurado ao réu provar que a indisponibilidade que recaiu
sobre o seu patrimônio foi muito drástica e que não está garantindo seu mínimo existencial.
INDISPONIBILIDADE E DESNECESSIDADE DE INDIVIDUALIZAÇÃO DOS BENS - A jurisprudência do STJ está
consolidada no sentido de que é desnecessária a individualização dos bens sobre os quais se pretende fazer
recair a indisponibilidade prevista no art. 7º, parágrafo único da Lei nº 8.429/92 (AgRg no REsp 1307137/BA, Rel.
Min. Mauro Campbell Marques, 2ª Turma, julgado em 25/09/2012). A individualização somente é necessária para
a concessão do “sequestro de bens”, previsto no art. 16 da Lei nº 8.429/92.
NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE EFETIVO DANO AO ERÁRIO - Em regra, para a configuração dos
atos de improbidade administrativa previstos no art. 10 da Lei nº 8.429/92 exige-se a presença do efetivo dano
ao erário. Exceção: no caso da conduta descrita no inciso VIII do art. 10 (“frustrar a licitude de processo licita-
tório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los
indevidamente”) não se exige a presença do efetivo dano ao erário. Isso porque, neste caso, o dano é presu-
mido (dano in re ipsa). STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1542025/MG, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
05/06/2018.
Nos casos de contratação irregular decorrente de fraude à licitação, o STJ considera que o dano é in re ipsa.
STJ. 2ª Turma. AgRg nos EDcl no AREsp 419769/SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/10/2016. STJ. 1ª
Turma. AgRg no REsp 1499706/SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 02/02/2017. STJ. 2ª Turma. REsp 1280321/
MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 06/03/2012. STJ. 2ª Turma. REsp 728341/SP, Rel. Min. Og
Fernandes, julgado em 14/03/2017.
DESNECESSIDADE DE LESÃO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO EM ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
QUE IMPORTA ENRIQUECIMENTO ILÍCITO - Ainda que não haja dano ao erário, é possível a condenação por
ato de improbidade administrativa que importe enriquecimento ilícito (art. 9º da Lei nº 8.429/92), excluindo-se,
contudo, a possibilidade de aplicação da pena de ressarcimento ao erário. STJ. 1ª Turma. REsp 1412214-PR, Rel.
Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Benedito Gonçalves, julgado em 8/3/2016 (Info 580).
DESVIO DE SACOS DE CIMENTO DESTINADOS A OBRA PÚBLICA É EXEMPLO DE DANO AO ERÁRIO - Pre-
feito e servidores do município, em conluio, desviaram sacos de cimento, adquiridos pela municipalidade para
obras públicas, distribuindo tais materiais a particulares e convocando o servidor responsável pelo almoxarifado
para assinar as notas fiscais dos sacos como se os tivesse recebido. STJ. 1ª Turma. REsp 1197136/MG, Rel. Min.
Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 03/09/2013.
AUTORIDADE QUE DEIXA DE ENCAMINHAR AO MP CÓPIA DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO PRATICA
IMPROBIDADE. Se o relatório da sindicância administrativa instaurada contra servidor público federal concluir
que a infração funcional em tese praticada está capitulada como ilícito penal, a autoridade competente deverá
encaminhar cópia dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração do processo
disciplinar (art. 154, parágrafo único, da Lei nº 8.112/90). A autoridade que deixa de fazer esse encaminhamento
incorre na prática de ato de improbidade administrativa prevista no art. 11, II, da Lei nº 8.429/92 (“retardar ou

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deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício”). STJ. 1ª Turma. REsp 1312090/DF, Rel. Min. Ari Pargendler, julgado
em 08/04/2014.
CONTRATAÇÃO IRREGULAR DE SERVIDORES TEMPORÁRIOS - Configura ato de improbidade administrativa
a contratação temporária irregular de pessoal (sem qualquer amparo legal) porque importa em violação do prin-
cípio constitucional do concurso público. STJ. 1ª Turma. REsp 1403361/RN, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado
em 03/12/2013.
ILEGALIDADE NÃO É SINÔNIMO DE IMPROBIDADE. O art. 11, de fato, fala que a violação ao princípio da
legalidade configura ato de improbidade administrativa. No entanto, para o STJ, não é possível fazer a aplicação
cega e surda do art. 11 da Lei nº 8.429/92 sob pena de toda ilegalidade ser considerada também como impro-
bidade, o que seria absurdo. STJ. 1ª Turma. REsp 1414933/RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em
26/11/2013.
PROFESSOR QUE ASSEDIA SEXUALMENTE ALUNO PRATICA IMPROBIDADE. Configura ato de improbi-
dade administrativa a conduta de professor da rede pública de ensino que, aproveitando-se dessa condição,
assedie sexualmente seus alunos. Isso porque essa conduta atenta contra os princípios da administração pública,
subsumindo-se ao disposto no art. 11 da Lei nº 8.429/1992. STJ. 2ª Turma. REsp 1255120-SC, Rel. Min. Humberto
Martins, julgado em 21/5/2013 (Info 523).
PRESCRIÇÃO – MESMAS REGRAS PARA O PARTICULAR - As regras de prescrição em improbidade admi-
nistrativa aplicáveis aos particulares que participam do ato ímprobo são as mesmas do agente público também
envolvido (Súmula 634-STJ) 1ª Seção. Aprovada em 12/06/2019, DJe 17/06/2019.
IMPRESCRITIBILIDADE DA AÇÃO DE RESSARCIMENTO AO ERÁRIO EM CASO DE ATOS DE IMPROBIDA-
DE PRATICADOS DOLOSAMENTE. São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática
de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa. STF. Plenário. RE 852475/SP, Rel. orig. Min. Ale-
xandre de Moraes, Rel. para acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 08/08/2018 (repercussão geral) (Info 910).
EM CASO DE CONCURSO DE AGENTES, A PRESCRIÇÃO DA AÇÃO DE IMPROBIDADE É CONTADA IN-
DIVIDUALMENTE - Em caso de ação de improbidade administrativa que envolva dois ou mais réus, o prazo
prescricional de 5 anos previsto no art. 23 da Lei nº 8.429/92 deve ser contado de forma individual. O art. 23 é
claro no sentido de que o início do prazo prescricional ocorre com o término do exercício do mandato ou cargo
em comissão, sendo tal prazo computado individualmente, mesmo na hipótese de concurso de agentes, haja
vista a própria natureza subjetiva da pretensão sancionatória e do instituto em tela. STJ. 2ª Turma. REsp 1230550/
PR, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 20/02/2018.
TERMO INICIAL DO PRAZO PRESCRICIONAL NO CASO DE REELEIÇÃO - O prazo prescricional em ação de
improbidade administrativa movida contra prefeito reeleito só se inicia após o término do segundo mandato,
ainda que tenha havido descontinuidade entre o primeiro e o segundo mandato em razão da anulação de pleito
eleitoral, com posse provisória do Presidente da Câmara, por determinação da Justiça Eleitoral, antes da ree-
leição do prefeito em novas eleições convocadas. STJ. 2ª Turma. REsp 1414757-RN, Rel. Min. Humberto Martins,
julgado em 6/10/2015 (Info 571).

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INTERRUPÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL NA AÇÃO DE IMPROBIDADE - Nas ações civis por ato de im-
probidade administrativa, o prazo prescricional é interrompido com o mero ajuizamento da ação de improbida-
de dentro do prazo de 5 anos contado a partir do término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou
de função de confiança, ainda que a citação do réu seja efetivada após esse prazo. Assim, se a ação de impro-
bidade foi ajuizada dentro do prazo prescricional, eventual demora na citação do réu não prejudica a pretensão
condenatória da parte autora. STJ. 2ª Turma. REsp 1391212-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 2/9/2014
(Info 546).
INAPLICABILIDADE DAS SANÇÕES POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ABAIXO DO MÍNIMO
LEGAL - No caso de condenação pela prática de ato de improbidade administrativa que atenta contra os prin-
cípios da administração pública, as penalidades de suspensão dos direitos políticos e de proibição de contratar
com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios não podem ser fixadas abaixo de
3 anos, considerando que este é o mínimo previsto no art. 12, III, da Lei nº 8.429/92. Não existe autorização na
lei para estipular sanções abaixo desse patamar. STJ. 2ª Turma. REsp 1582014-CE, Rel. Min. Humberto Martins,
julgado em 7/4/2016 (Info 581).

LICITAÇÃO E CONTRATO

É o processo administrativo utilizado pela Administração


Pública e pelas demais pessoas indicadas pela lei com o
CONCEITO objetivo de selecionar a melhor proposta, por meio de
critérios objetivos e impessoais, para a celebração de
contratos.

A União possui competência legislativa PRIVATIVA para editar


COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
normas gerais sobre licitações e contratos.

1. PRINCÍPIO DA COMPETITIVIDADE;
2. PRINCÍPIO DA ISONOMIA;
3. PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CON-
PRINCÍPIOS
VOCATÓRIO;
4. PRINCÍPIO DO PROCEDIMENTO FORMAL;
5. PRINCÍPIO DO JULGAMENTO OBJETIVO.

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(i) obras;
(ii) serviços, inclusive de publicidade;
(iii) compras;
OBJETO
(iv) alienações;
(v) concessões e permissões;
(vi) locações da Administração Pública.

1. Administração Pública Direta.


2. Administração Pública Indireta.
DESTINATÁRIOS
3. Entidades controladas direta ou indiretamente pelo Poder
Público.

ANULAÇÃO: é um dever que decorre da ilegalidade no pro-


cedimento. Pode ser decretada pelo Executivo (controle inter-
ANULAÇÃO no) ou Judiciário/Legislativo (controle externo).
E REVOGAÇÃO: é uma faculdade de desfazimento do proce-
REVOGAÇÃO dimento por razões de interesse público, em razão de fatos
supervenientes devidamente comprovados. Somente pode
ser feita pelo Poder Executivo.

- Garantir a observância do princípio constitucional da iso-


nomia.
FINALIDADE
- Seleção da proposta mais vantajosa para a administração.
- Promoção do desenvolvimento nacional sustentável.

TIPOS DE LICITAÇÃO

Proposta mais barata ou com melhores condições de paga-


MENOR PREÇO
mento.
Apresentação de índice técnico comparativamente mais ele-
MELHOR TÉCNICA
vado do que os demais.
Proposta que resulta da média ponderada das notas atribu-
TÉCNICA E PREÇO ídas aos fatores técnica e preço, valorados na conformidade
dos critérios editalícios.
Proposta ofertada em alienação de bens ou concessão de di-
MAIOR LANCE OU OFERTA
reito real de uso, sendo vencedora a mais volumosa.

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DISPENSA DE LICITAÇÃO

Ocorre quando a competição é viável, mas o legislador en-


tendeu por dispensá-la em algumas hipóteses. O rol é taxa-
DISPENSA
tivo, diante da literalidade da lei. A lei prevê a possibilidade
de licitação dispensada e dispensável.

Entende-se majoritariamente que o administrador não tem


DISPENSADA liberdade para licitar, caso queira. Rol específico do art. 17
da Lei nº 8.666.

O administrador pode licitar, caso queira. Rol do art. 24 da


DISPENSÁVEL
Lei nº 8.666

A inexigibilidade trata da inviabilidade da competição, tra-


zendo a lei um rol exemplificativo em seu art. 25.
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros
que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou
representante comercial exclusivo, vedada a preferência de
marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita
através de atestado fornecido pelo órgão de registro do co-
mércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou
o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patro-
nal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no
art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou
empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade
para serviços de publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artís-
tico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde
INEXIGIBILIDADE que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião
pública.
Para que a competição seja viável, necessita-se de três re-
quisitos:
• PRESSUPOSTO LÓGICO: pluralidade de bens e de forne-
cedores do bem ou do serviço.
• PRESSUPOSTO JURÍDICO: a licitação deve proteger o in-
teresse público; não é um fim em si mesmo.
• PRESSUPOSTO FÁTICO: deve existir interesse de mercado,
isto é, da desnecessidade de contratação específica.
A ausência de um desses pressupostos tornaria a competição
inviável e, por conseguinte, ensejando a inexigibilidade da
licitação.
OBS: é vedada a inexigibilidade para serviços de divulga-
ção e publicidade.

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ATUALIZAÇÃO DO DECRETO 9.412/2018

Obras e serviços de enge- Compras e serviços que não sejam de en-


Modalidade
nharia genharia

Antes: até 150 mil Antes: até 80 mil


CONVITE
Agora: até 330 mil Agora: até 176 mil
Antes: até 1 milhão e 500 mil
Antes: até 650 mil
TOMADA DE PREÇOS Agora: até 3 milhões e 300
Agora: até 1 milhão e 430 mil
mil
Antes: acima de 1 milhão e
500 mil Antes: acima de 650 mil
CONCORRÊNCIA
Agora: acima de 3 milhões e Agora: acima de 1 milhão e 430 mil
300 mil

CLÁUSULAS EXORBITANTES

Por modificação do projeto ou das especificações.


Por acréscimo ou diminuição de seu objeto, em até 25%
(ou até 50% de acréscimo em caso de reforma de edifícios
ALTERAÇÃO UNILATERAL
ou equipamentos).
#ATENÇÃO: Somente cláusulas de execução è não pode
alterar o equilíbrio econômico-financeiro.

Inadimplência do contratado, com ou sem culpa.


RESCISÃO UNILATERAL Interesse público.
Caso fortuito e força maior.

- Advertência.
- Multa.
- Suspensão temporária de participação em licitação e de
contratar, por até dois anos. Obs.: existe divergência acer-
ca da abrangência dessa penalidade, se no âmbito interno
apenas ou de todos os entes federativos. Parte da doutrina
entende que se aplica apenas no âmbito interno, mas há en-
APLICAÇÃO DE SANÇÕES
tendimento do STJ que se aplica de forma geral à Administra-
ção Pública direta e indireta da União, Estados e Municípios.
Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
Administração enquanto perdurarem os motivos da punição
ou até a reabilitação, no mínimo após dois anos.
Aplica-se de forma ampla à União, Estados e Municípios, na
esfera direta e indireta.

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Poderá ser exigida garantia do contratado: até 5% do valor


do contrato (até 10% em contrato de grande vulto com alta
complexidade).
Deve haver previsão expressa no instrumento convocatório.
EXIGÊNCIA DE GARANTIAS Modalidades de garantia (opção do contratado): caução
em dinheiro ou títulos da dívida pública; seguro-garantia;
fiança bancária.
Não se confunde com garantia da proposta (até 1% do va-
lor estimado do objeto).

Realizada por representante designado, permitida a con-


tratação de terceiros para auxílio.
FISCALIZAÇÃO PELA ADMINISTRAÇÃO Poderá determinar o que for necessário à regularização dos
problemas observados ou, se as decisões ultrapassarem sua
competência, solicitá-las a seus superiores.

Garante a continuidade dos serviços essenciais.


Hipóteses: (i) como medida cautelar; e (ii) após a rescisão
OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA do contrato.
Incide sobre bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vin-
culados ao contrato.

Somente após 90 dias de atraso é que o contratado pode


demandar a rescisão do contrato administrativo ou, ainda,
paralisar a execução dos serviços, após notificação prévia.
RESTRIÇÃO À OPOSIÇÃO DA EXCEÇÃO DO
CONTRATO NÃO CUMPRIDO Em caso de calamidade pública, grave perturbação da
ordem interna ou guerra, o particular não poderá opor a
exceção do contrato não cumprido mesmo diante de atraso
de pagamento superior a 90 dias.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
SENTIDOS DA CONSTITUIÇÃO

SOCIOLÓGICA A CF é a soma dos FATORES REAIS do poder dentro de uma sociedade, ou seja, de pes-
(FERDINAND LAS- soas que detém o poder político, econômico ou religioso, o que é exercido na prática.
SALE) O resto é “mera folha de papel”.
A CF é o produto de uma DECISÃO POLÍTICA do titular do Poder Constituinte.
SENTIDO MATERIAL: É constitucional o que tem CONTEÚDO de norma constitucional
POLÍTICA
(dentro + fora da CF);
(CARL SCHMIDT)
SENTIDO FORMAL: É constitucional o que tem FORMA de norma constitucional, ou seja,
foi aprovado por processo legislativo rigoroso (dentro da CF).
A CF é o fruto da VONTADE RACIONAL do homem e não das leis naturais. DEVER-SER

JURÍDICA  Lógico-jurídico: Norma hipotética fundamental - plano do suposto, fundamento


(HANS KELSEN) lógico-transcendental da validade da Constituição jurídico-positiva.

 Jurídico-positivo: norma jurídica que valida as normas que lhe são inferiores.
FORÇA NORMA- CF= não é apenas norma nem apenas fator social. Ela incorpora norma e REALIDADE.
TIVA - Questiona o sentido sociológico da Constituição, pois reafirma a imperatividade da
(KONRAD HESSE) Constituição formal, que não pode ser vista como “mera folha de papel!”.
Déficit de concretização jurídico-normativa do texto constitucional.
• Constituição Simbólica é um fenômeno caracterizado pelo fato de que, na atividade
CONSTITUIÇÃO legiferante, há o predomínio da função simbólica (funções ideológicas, morais e cultu-
SIMBÓLICA rais) sobre a função jurídico-instrumental (força normativa). É um fenômeno que aponta
para a existência de um déficit de concretização das normas constitucionais, resultado da
maior importância dada ao simbolismo do que à efetivação da norma.

ELEMENTOS
NORMAS QUE REGULAM A ESTRUTURA DO ESTADO
ORGÂNICOS - Da organização do Estado.
- Da organização dos Poderes e do Sistema de Governo.

LIMITATIVOS NORMAS QUE TRAZEM OS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS


- dos direitos e garantias fundamentais.
NORMAS QUE REVELAM O COMPROMISSO DA CF ENTRE O ESTADO INDIVIDU-
ALISTA E O ESTADO SOCIAL
SOCIOIDEOLÓGI-
COS - dos direitos sociais.
- da ordem econômica e financeira.
- da ordem social.

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NORMAS QUE SOLUCIONAM OS CONFLITOS CONSTITUCIONAIS NA DEFESA DA


CF + DO ESTADO + DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
ESTABILIZAÇÃO - ADI.
CONSTITUCIONAL
- Intervenção da União e dos Estados.
- Processo de EC ́s.
NORMAS QUE ESTABELECEM REGRAS DE APLICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO
FORMAIS DE APLI-
- Preâmbulo.
CABILIDADE
- ADCT.

CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

• Escrita/dogmática: formalizada em um texto escrito.


QUANTO À FOR-
MA
• Não escrita/histórica: não há texto único centralizado.

• Flexível: é alterada da mesma forma que as leis inferiores.

• Semirrígida: uma parte é flexível e outra é rígida.


QUANTO À
ESTABILIDADE • Rígida: a alteração é mais difícil do que as leis inferiores.

• Super-rígidas: uma parte é rígida e outra é imutável.

• Imutáveis: todo o texto é imutável.

• Outorgada: imposta pelo detentor do poder.

• Promulgada: elaborada com ampla participação popular.


QUANTO À ORI-
GEM • Cesarista: o soberano edita o texto e, posteriormente, o submete a um referendo
popular.

• Pactuada (dualista): elaborada através de um pacto realizado entre os detentores


do poder político.

QUANTO À • Heterônoma: é aquela que é imposta por outro país.


VOLUNTARIEDA-
DE • Autônoma: elaborada pelo próprio país.

• Sintética/concisa: apenas definem os princípios gerais da organização do Estado.


QUANTO À EX-
TENSÃO
• Analítica/prolixa: trata de muitos temas.

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• Dirigente: traça metas.

• Ortodoxa: comprometida com uma ideologia específica.

• Compromissária (pluralista): contempla várias ideologias.

• Dúctil: não impõe um modelo de vida, mas apenas assegura as condições para o
exercício do projeto de vida de cada pessoa. É fácil de mudar (flexível).
OUTRAS
CLASSIFICAÇÕES • Balanço: visa reger o ordenamento por um determinado tempo.

• Classificação Ontológica de Karl Loewenstein:

• Normativa: sai do papel, sendo de fato cumprida;

• Nominal: não consegue sair do papel, embora exista a boa intenção;

• Semântica: legitima o status quo injusto, sendo feitas para se perpetuarem no poder
(ditatoriais).

CLASSIFICAÇÃO Escrita, promulgada, rígida, analítica, normativa, dirigente, eclética, principiológi-


CF/88 ca e dogmática.

APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS


Produz todos os efeitos essenciais da norma com a simples entrada em vigor da
norma constitucional, independentemente de qualquer regulamentação. Ex. art. 2º, CF
EFICÁCIA PLENA (“são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário”).
Aplicabilidade direta + imediata + integral.
Produz todos os efeitos essenciais da norma com a simples entrada em vigor
EFICÁCIA CONTIDA da norma constitucional, mas que podem ser restringidas no futuro. Ex. art. 5o, III, CF
OU PROSPECTIVA (“é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer”).
Aplicabilidade direta + imediata, mas sujeita a restrições.
Só produzirá efeitos após sua regulamentação. Ex. art. 37, VII, CF (“o direito de greve
EFICÁCIA LIMITA- será exercido nos termos e nos limites de nidos em lei especí ca”).
DA
Aplicabilidade reduzida.
EFICÁCIA ABSO- São as normas intangíveis ou não emendáveis. São as constantes do artigo 60, 4º, ou
LUTA seja, são as cláusulas pétreas.
EFICÁCIA EXAURI- São normas cuja capacidade para produção de efeitos se encontra extinta. São chama-
DA das também de normas de eficácia esvaída, esgotada, dissipada ou desvanecida.

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NEOCONSTITUCIONALISMO

99Movimento em que as constituições passam a prever valores em seus textos (dignidade da pessoa hu-
mana) e opções políticas gerais (redução das desigualdades sociais, por exemplo) e específicas (como a
obrigação do Estado de prover educação e saúde), ou seja, consagrando direitos de 2ª dimensão.
99 Marcos: a) histórico: fim da Segunda Guerra Mundial b) filosófico: pós positivismo - constitucionalização
dos direitos fudamentais c) teórico: força normativa da Constituição (Konrad Hesse).

HERMENÊUTICA

MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO

GRAMATICAL;
CLÁSSICO OU JU- HISTÓRICO;
RÍDICO TELEOLÓGICO;
GENÉTICO.

TÓPICO PROBLE-
Interpretação a partir do problema concreto. Intérprete avalia vários pontos de vista
MÁTICO
(topoi) a respeito do problema, para chegar à solução normativa do caso. (Viehweg)

Interpretação a partir do direito positivo, com a finalidade de estruturar a norma, que é


NORMATIVO-ES-
mais complexa que o texto legal, pois sofre influência da realidade social, jurisprudên-
TRUTURANTE
cia, doutrina, história e cultura. (Friedrich Muller)
HERMENÊUTICO- Interpretação a partir da pré-compreensão do sentido da norma de decisão, que de-
-CONCRETIZADOR verá ser concretizada. Diálogo entre a norma estruturada e o caso concreto. (Konrad
Hesse).
CIENTÍFICO ESPIRI-
Interpretação influenciada pelo alto grau de conteúdo valorativo (axiológico) das nor-
TUAL OU INTEGRA-
mas constitucionais, interligando o sentido e a realidade constitucional. (Smend)
TIVO

COMPARAÇÃO Intepretação que prega a comparação entre os vários sistemas constitucionais (Harbe-
CONSTITUCIONAL le).

PRINCÍPIOS DE HERMENÊUTICA

A interpretação deve evitar a contradição entre normas constitucionais, que devem ser
UNIDADE DA vistas em sua totalidade e não como normas isoladas. Não há hierarquia formal entre
CONSTITUIÇÃO normas constitucionais, podendo haver hierarquia material. Impossibilidade de haver
norma constitucional originária declarada inconstitucional.

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MÁXIMA EFETIVI- Deve-se optar pela interpretação que dê maior efetividade e concretude à norma, evi-
DADE tando a sua não aplicabilidade. Visa, portanto, a maximizar a norma, afim de extrair
dela todas as suas potencialidades.
FORÇA NORMATI- A constituição, assim como as demais normas do ordenamento, possui eficácia e apli-
VA DA CONSTITUI- cabilidade, devendo interpretada da forma que melhor assegure a sua aplicação con-
ÇÃO creta. É uma autêntica norma jurídica e não uma mera proclamação política.

CORREÇÃO FUN-
É corolário do princípio da separação de poderes. Traduz a ideia de que a interpretação
CIONAL, JUSTEZA
das normas constitucionais não pode subverter o esquema de organização funcional
OU CONFORMI-
estabelecido na Constituição. Deve-se verificar qual o espaço institucional próprio de
DADE
cada poder. É preferível sempre o “diálogo entre as instituições”.

Esse princípio busca que, na interpretação da Constituição, seja dada preferência às


EFEITO INTEGRA-
determinações que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade
DOR
política. É associado ao princípio da unidade da constituição.
HARMONIZAÇÃO Deve-se evitar o sacrifício total de uma das normas diante de um conflito, buscando-se
OU CONCORDÂN- a coexistência delas, através de uma ponderação de interesses no caso concreto. É
CIA PRÁTICA consequência do princípio da unidade da constituição.
Trata-se de técnica interpretativa cujo objetivo é preservar a validade das normas, evi-
tando que sejam declaradas inconstitucionais. Ao invés de se declarar a norma incons-
titucional, o Tribunal busca dar-lhe uma interpretação que a conduza à constitucionali-
dade. A interpretação conforme pode ser de dois tipos: com ou sem redução do texto.
INTERPRETAÇÃO
CONFORME À a) Interpretação conforme com redução do texto: Nesse caso, a parte viciada é con-
CONSTITUIÇÃO siderada inconstitucional, tendo sua eficácia suspensa.
b) Interpretação conforme sem redução do texto:
Nesse caso, exclui-se ou se atribui à norma um sentido, de modo a torná-la compa-
tível com a Constituição.

PODER CONSTITUINTE

99O conceito do Poder Constituinte surgiu no final do Sec. XVII, na França, no panfleto intitulado “Que é o
terceiro Estado?”, por Emmanuel Sieyès.
99É a manifestação soberana da vontade política de um povo, social e juridicamente organizado.
99O Povo é o titular do poder constituinte.
99Estado de latência: o poder constituinte não se finaliza com a simples edição de uma nova constituição, é
um poder permanente.

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• Poder constituinte originário:

Características :

a) inicial: inicia uma nova ordem jurídica;

b) juridicamente ilimitado: não tem de respeitar os limites impostos pelo direito antecessor;

osb.: Segundo parte da doutrina, apesar de o poder constituinte originário ser ilimitado, defende-se a
observância de certos princípios e valores consolidados na consciência jurídica da sociedade
(dignidade da pessoa humana, o da justiça, o da liberdade, da igualdade, da cultura, da religião, etc.),
quando da manifestação desse poder. Limitada pelo princípio da vedação ao retrocesso (efeito cli-
quet).

c) incondicionado: não está sujeita a qualquer regra de forma ou de fundo;

d) autônomo: a estruturação da constituição é decidida pelo próprio constituinte originário.

• Poder constituinte derivado:

I) Reformador: poder de modificar o texto constiticional, mediante procedimento formal de emenda.

• Poder de emenda: alterar pontual e formalmente a constituição.

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• Poder de revisão: modificar ampla e formalmente a constituição, em período determinado de tem-


po (art. 3º ADCT - 5 anos contados da promulgação da CF/88, quórum de maioria absoluta e sessão
unicameral).

• Limites ao poder de reforma:

a) Temporais: não prevista na CF/88. Parte da doutrina defende que está no art. 3º do ADCT.

b) Circunstanciais: estado de defesa, estado de sítio e intervenção federal proíbem a edição de emendas. obs.:
alcança somente os atos deliberativos de EC (proposta, discussão e votação), não atinge a promulgação e publi-
cação.

c) Formais: normas do processo legislativo de emendas. Legitimados, quórum, promulgação, proibição de propo-
sição na mesma sessão legislativa de de EC rejeitada ou prejudicada.

d) Materiais: cláusulas pétreas.

e) Lógicos: regras do procedimento de reforma. Teoria da dupla reforma, reforma em dois tempos.

EMENDA CONSTITUCIONAL:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma
delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 1º A Constituição NÃO poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de
estado de sítio.
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em 2 turnos, considerando-se
aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos respectivos membros
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com
o respectivo número de ordem.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.

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§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada NÃO pode ser objeto de
nova proposta na mesma sessão legislativa.

II) Decorrente (estruturante): poder conferido às Assembleias Legislativas para elaborarem as constituições es-
taduais e procederem com suas reformas. Art. 11, ADCT (Art. 11. Cada Assembléia Legislativa, com poderes consti-
tuintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de 1 ano, contado da promulgação da Constituição Federal,
obedecidos os princípios desta).

• Limites constitucionais:

i) Princípios constitucionais sensíveis/enumerados: art. 34, VII, CF – uma vez não atendidos cabe
intervenção federal: (a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos
da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta
e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida
a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde).

ii) Princípios constitucionais estabelecidos: conjunto de normas que limitam a autonomia estatal,
como as regras de repartição de competências, as normas do sistema tributário, a organização dos
Poderes, as garantias individuais, os direitos políticos etc.

iii) Princípios constitucionais extensíveis: regulam a organização da União, mas se estendem, por
simetria, aos Estados-membros. Exemplos extraídos da jurisprudência do STF: a) a forma de investidu-
ra dos cargos públicos, incluindo o acesso de advogados aos tribunais conforme o chamado “quinto
constitucional”; b) o modelo federal de processo legislativo; c) o regime federal de substituição e de
sucessão do Chefe do Poder Executivo; d) a disciplina relativa à organização e à competência do Tri-
bunal de Contas.

III) Difuso: poder responsável pela criação e desenvolvimento da eficácia de normas constitucionais,
sem alteração formal de seu texto, por meio de convenções constitucionais, os costumes constitu-
cionais e as mutações constitucionais.

• MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL: é o ato ou efeito modificativo da constituição sem revisões ou emendas formais
do texto das disposições constitucionais. Decorrem de processos informais de mudanças, a partir dos quais, in-
dependentemente de alterações textuais, atribuem-se novos sentidos à constituição. Manifestam-se nas práticas
legislativas, jurisprudenciais e administrativas mediante as quais se altera o original sentido da constituição, de ma-
neira a adaptá-la às forças e necessidades políticas que surgem no decurso do tempo.

• RECEPÇÃO: Ocorre a recepção quando se verifica a compatibilidade MATERIAL entre uma norma e a Constitui-
ção que lhe é posterior. A não recepção é a não incorporação de uma norma anterior à nova ordem constitucional,
que equivale a sua revogação. Lembrem que as normas não recepcionadas não podem ser objeto de ADI, em
razão do princípio da contemporaneidade.

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• DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO: Ocorre quando algumas normas da Constituição anterior são recepcionadas


pela posterior com status infraconstitucional. A doutrina brasileira não admite.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

PRINCIPAIS ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE


Conduta comissiva do Poder Público incompatível com a CF (lei ou ato normativo edita-
POR AÇÃO
do).
POR OMISSÃO Há inércia legislativa na regulamentação de normas constitucionais de eficácia limitada. É
combatido por 2 instrumentos: MI e ADO.
É nomodinâmica porque o vício está no seu processo de formação, ou seja, o processo em
si é considerado dinâmico (PROCESSO LEGISLATIVO).
• Propriamente dita: violação de uma norma constitucional referente ao processo
legislativo.
• Subjetiva: violação de norma referente à fase de iniciativa (CD ou SF).
• Objetiva: violação de norma referente às demais fases do processo legislativo
(quórum, sanção/veto, promulgação e publicação).
FORMAL (OU
NOMODINÂMI- • Orgânica: ocorre quando a norma violada estabelece uma competência para le-
CA) gislar sobre determinada matéria.
• Por violação de pressupostos objetivos: ocorre quando a norma violada estabelece
pressupostos objetivos para a criação de um ato infraconstitucional. Ex.1: o art. 62
traz os pressupostos constitucionais da Medida Provisória (relevância e urgência).
#OLHAOGANCHO: Vício por falta de decoro parlamentar? É possível o reconhecimento
de inconstitucionalidade formal no processo de reforma constituinte quando houver vício
de manifestação de vontade do parlamentar, pela prática de ilícitos (compra de votos). Po-
rém, para tanto, é necessária a demonstração inequívoca de que, sem os votos viciados pela
ilicitude, o resultado teria sido outro. STF. Plenário. ADI 4887/DF, ADI 4888/DF e ADI 4889/
DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/11/2020 (Info 998).
MATERIAL (OU Ocorre quando o CONTEÚDO de um ato infraconstitucional viola o conteúdo de uma
NOMOESTÁTICA) norma da CF.
DIRETA Desconformidade entre leis ou outros atos normativos primários e a Constituição.

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O vício não decorre da violação direta da Constituição, mas sim de outro ato normativo
no qual encontra fundamento. Exemplo: decreto que extrapola os limites da lei por ele
regulamentada, ainda que isso tenha causado também, de certa forma, a violação de
INDIRETA (OU determinada norma constitucional. A jurisprudência do STF tem tratado essas hipóteses
REFLEXA) como mera ilegalidade, e NÃO INCONSTITUCIONALIDADE.
#NÃOCONFUNDA: não se trata aqui da inconstitucionalidade derivada (ou consequente),
em que a declaração de inconstitucionalidade da norma regulamentada (primária)
acaba por ensejar automaticamente o reconhecimento da invalidade das normas
regulamentadoras (secundárias) que em função dela foram expedidas.
O vício atinge toda a lei ou todo o dispositivo (geralmente decorre de inconstitucionali-
TOTAL
dade formal).
O vício atinge uma parte da lei ou uma parte de um dispositivo. Pode ser ação (agiu
de forma incompleta) ou omissão (não agiu totalmente). A declaração de inconstitucio-
nalidade pode ser de uma PALAVRA OU EXPRESSÃO, desde que não altere o sentido
PARCIAL originário da norma.
#OLHAOGANCHO #NÃOCONFUNDA: o veto do Poder Executivo, ao final do processo
legislativo, deve recair sobre o texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea (art.
66, §2o, CF).
O objeto surge após a vigência do parâmetro. Lei ou ato normativo editado após a
ORIGINÁRIA
CF/88 e emendas.
O objeto (lei ou ato normativo) é anterior ao surgimento do parâmetro (CF ou emenda).
SUPERVENIENTE
Ex.: uma lei criada em 1980 é incompatível com a CF/88. Ela nasceu constitucional.

PREVENTIVO REPRESSIVO
EXECUTI- Negativa de cumprimento por determina-
Veto jurídico
VO ção normativa
Sustação de atos do Poder Executivo que
exorbitem o poder regulamentar ou dos
limites de delegação legislativa (lei delega-
da)
LEGISLATI-
CCJ e Plenário - Parecer terminativo. Controle sobre os pressupostos objetivos e
VO
o conteúdo da MP;
TCU pode apreciar a constitucionalidade
das leis e dos atos do poder público (súmu-
la 347).
MS impetrado por parlamentar por inobser-
vância do devido processo legislativo
Após a conclusão do processo legislativo
JUDI- obs.: Pode declarar a inconstitucionalidade e ar- (difuso ou concentrado);
CIÁRIO quivar se o projeto de lei violar cláusula pétrea
É possível controle durante a vacatio legis
ou processo legislativo; ou se PEC violar cláusula
pétrea

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#NÃOCONFUNDA: não se trata da hipótese de não recepção de normas anteriores à constituição atual, que
é tratada pelo STF como revogação, e não inconstitucionalidade.
No caso de uma norma compatível com o texto originário da constituição, mas incompatível com determinada
Emenda constitucional, também estamos diante de uma hipótese de revogação, e não de inconstitucionalida-
de superveniente.
Qual é, então, o caso típico de inconstitucionalidade superveniente? Trata-se da chamada inconstitucionali-
dade progressiva (#OLHAOTERMO). Exemplo: o artigo 68, CPP, prevê a legitimidade do MP para a proposi-
tura de ação civil ex delicto quando a vítima é hipossuficiente. O STF considerou a norma ainda constitucional,
tornando-se inconstitucional à medida que a Defensoria Pública seja estruturada na localidade.
É possível falar em constitucionalidade superveniente? É possível que uma norma nasça inconstitucional e em
momento futuro se torne constitucional? Majoritariamente, entende-se que NÃO. O vício de inconstitucionalidade
é absoluto e insanável.

CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE

Controle incidental ou concreto.


CONCEITO O juízo de verificação da compatibilidade da norma com o texto constitucional não é a
questão principal, mas tão somente uma questão prejudicial.

COMPETÊNCIA Qualquer juiz ou tribunal do poder judiciário.

É ampla e abrange as partes, em qualquer demanda; eventuais terceiros intervenientes,


LEGITIMIDADE
o Ministério Público; órgão jurisdicional, de ofício.

Objeto: qualquer ato emanado dos Poderes Público. Igualmente não é relevante se o
ato anterior ou posterior à norma constitucional parâmetro, isto é, pré ou pós-constitu-
OBJETO E PARÂ- cional ou ter sido o ato revogado ou estar com seus efeitos exauridos.
METRO Parâmetro: qualquer norma constitucional, ainda que ela já tenha sido revogada, sen-
do unicamente necessário verificar se essa norma constitucional estava em vigor no
momento da criação do ato.

A sentença tem efeito declaratório e retroage à data da edição da norma, ou seja, é ex


tunc.
No entanto, é possível que haja a modulação dos efeitos temporais, excepcionalmente,
EFEITOS DA DECI-
se o STF, concluir que deva prevalecer a segurança jurídica ou algum interesse social
SÃO
marcante.
A decisão prolatada no controle difuso opera efeitos inter partes, não atingindo tercei-
ros que não participaram daquela específica relação processual.

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Até o presente ano, o papel do Senado era suspender a norma declarada inconstitucio-
nal no controle difuso, produzindo, portanto, efeito erga omnes.
ATENÇÃO: alteração jurisprudencial – houve uma mutação constitucional do art. 52,
X, CF. A nova intepretação do art. 52, X, da CF/88 é a de que o papel do Senado no
ATUAÇÃO DO
controle de constitucionalidade é simplesmente o de, mediante publicação, divulgar a
SENADO
decisão do STF. A eficácia vinculante, contudo, já resulta da própria decisão da Corte.
O STF comunica o Senado com o objetivo que referida casa legislativa dê publicidade
daquilo que foi decidido.
É possível afirmar a adoção da teoria da Abstrativização do Controle Difuso.

art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público
• Não obedece a cláusula de reserva de plenário:
i) art. 949, CPC (reiterados pronunciamentos do órgão especial ou plenário ou do STF);
ii) se Tribunal mantiver a constitucionalidade do ato normativo, ou seja, não declarar
inconstitucional ou não afastar sua aplicação;
iii) se o objeto de apreciação for normas préconstitucionais (trata-se de revogação ou
CLÁUSULA DE RE- recepção, podendo ser questionada também por ADPF);
SERVA DE PLENÁ- #ATENÇÃO: se tratando de controle difuso de norma préconstitucional em confronto
RIO (ART. 97, CF) com a constituição da época da sua edição, deve se observar a cláusula de reserva de
plenário.
iv) se o Tribunal utilizar a técnica da interpretação conforme à Constituição (STF, RE
184.093/SP e RE 460.971/RS).
v) nas hipóteses de decisão em sede de medida cautelar, já que não se trata de decisão
definitiva;
vi) as Turmas do STF, em julgamento de Recursos Extraordinários;
vii) as Turmas Recursais de Juizado Especial (não é tribunal);

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CONTROLE CONCENTRADO

(a) Processo objetivo: não há partes;


(b) Causa de pedir aberta: o STF pode reconhecer a in-
constitucionalidade em face de artigo diverso do apontado
pelo autor da ação. Apesar da causa de pedir ser aberta, o
pedido deve ser fechado.
(c) Competência: STF ou TJ (controle estadual)
(d) Legitimados: Art. 103, CF:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
NOÇÕES GERAIS III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legisla-
tiva do Distrito Federal;
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Bra-
sil; VIII - partido político com representação no Congresso
Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito
nacional.

LEGITIMADOS UNIVERSAIS ESPECIAIS (pertinência temática) **


Presidente Mesa da Assembleia ou Câmara Legislativa
Mesa da Câmara e do Senado Confederação Sindical
PGR Governador
Conselho Federal OAB Entidade de Classe NACIONAL
Partido político com representação no Congresso -
** precisam comprovar a relação de congruência que necessariamente deve existir entre os objetivos estatutários
ou as finalidades institucionais da entidade autora e o conteúdo material da norma questionada.

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QUÓRUNS:

 De instalação do julgamento da: 2/3 (8 ministros)


 Para declaração da inconstitucionalidade: maioria absoluta (art. 97 CF)
 Para concessão de cautelar: maioria absoluta (6 ministros)
 Modulação dos efeitos da decisão de inconstitucionalidade: 2/3 (8 ministros)
 Modulação dos efeitos da decisão de constitucionalidade: maioria absoluta (6 ministros) (informativo
964 STF)

ADI
CABE CONTRA Lei ou ato normativo geral e abstrato
(i) Atos regulamentares; (ii) Normas constitucionais originá-
rias; (iii) normas anteriores à CF/88 (nesse caso, a análise será
NÃO CABE CONTRA
da RECEPÇÃO da norma); (iv) leis revogadas; (v) súmulas; (vi)
projeto de lei ainda não promulgado.
LIMITE ESPACIAL Lei ou ato normativo FEDERAL ou ESTADUAL.
CAUTELAR Erga omnes, EX NUNC, vinculante
EFEITOS DA DECISÃO Vinculante, EX TUNC, ERGA OMNES, repristinatório tácito.

ADC

OBJETO Lei ou ato normativo FEDERAL

REQUISITO ADICIONAL Controvérsia judicial relevante

Suspensão dos processos nos quais se discute o tema pelo


CAUTELAR
prazo de 180 dias.

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ADPF

LEGITIMADOS Mesmo da ADI.

Qualquer ato do poder público que viole preceito funda-


mental.
Preceito fundamental:
i) os princípios fundamentais (art. 1º ao 4º);
ii) os direitos e garantias fundamentais (art. 5º ao 17);
OBJETO
iii) os princípios sensíveis (art. 34, VII);
iv) as cláusulas pétreas (art. 60, §4º);
v) princípios gerais da atividade econômica (art. 170);
vi) direito à saúde (art. 196);
viii) direito ao meio ambiente (art. 225);

CARÁTER SUBSIDIÁRIO Só cabe se não for possível ADI nem ADC.

OBJETO Qualquer ato do poder público.

ASPECTO TEMPORAL Pode ser até mesmo anterior à CF/88.

ASPECTO ESPACIAL Pode ser federal, estadual ou MUNICIPAL.

ADO

O objetivo é conferir efetividade às normas constitucionais


OBJETO
de eficácia LIMITADA.

Autoridade ou órgão responsável pela medida para tornar


LEGITIMIDADE PASSIVA
efetiva a norma constitucional.

(a) Poder competente: será dada ciência ao poder compe-


tente.

EFEITOS DA DECISÃO (b) Órgão administrativo: deverá editar a norma em 30 dias,


sob pena de responsabilidade. A lei permite que o STF fixe
outro prazo, se entender mais conveniente.

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#NÃOCONFUNDA:

MANDADO DE INJUÇÃO ADO

Discutem-se direitos subje-


Processo objetivo, em que se realiza con-
tivos, com o fim de viabili-
trole concentrado e abstrato de constitucio-
NATUREZA E FINALIDADE zar seu exercício. É realizado
nalidade com o fim de declarar a existência
controle concreto de consti-
de omissão normativa.
tucionalidade.

É cabível quando ausente


norma regulamentadora
de direitos e liberdades
Ausência de norma regulamentadora de
constitucionais, bem como
CABIMENTO norma constitucional de eficácia limitada.
de prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e
à cidadania.

- Individual: pessoas natu-


rais ou jurídicas que afirmem
serem titulares dos direitos,
liberdades ou prerrogativas.
- Coletivo:
I - Ministério Público,
II - Partido político com re- Mesmos legitimados para a propositura da
LEGITIMIDADE presentação no Congresso ADI.
Nacional,
III - organização sindical, en-
tidade de classe ou associa-
ção legalmente constituída e
em funcionamento há pelo
menos 1 (um) ano,
IV - Defensoria Pública.

STF, podendo também ser instituída em âm-


Variará conforme a autorida-
COMPETÊNCIA bito estadual, caso em que a competência
de que ocupe o polo passivo.
será do Tribunal de Justiça.

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A lei do mandado de injun-


ção (lei 13.300/2016) deter-
mina que será deferida a in-
junção para:
I - determinar prazo razo-
ável para que o impetrado
promova a edição da norma O Poder Judiciário dará ciência ao Poder
regulamentadora; competente, para que este adote as provi-
dências necessárias.
II - estabelecer as condições
EFEITOS DA DECISÃO em que se dará o exercício Tratando-se de órgão administrativo, este
dos direitos, das liberdades terá um prazo de 30 dias para adotar a me-
ou das prerrogativas recla- dida necessária. Se órgão do Poder Legisla-
mados ou, se for o caso, as tivo, não há prazo.
condições em que poderá o
interessado promover ação
própria visando a exercê-los,
caso não seja suprida a mora
legislativa no prazo determi-
nado.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL

CF, Art. 125. § 2º Cabe aos Estados a instituição de repre-


sentação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos
LEGITIMIDADE estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual,
vedada a atribuição da legitimação para agir a um único
órgão.

OBJETO Leis ou atos normativos estaduais ou municipais.

COMPETÊNCIA TJ.

PARÂMETRO Constituição Estadual.

EFEITOS DA DECISÃO EX TUNC, vinculante, ERGA OMNES.

Se a norma da CE for se reprodução obrigatória da CF, ca-


RECURSO EXTRAORDINÁRIO berá RE ao STF. Nesse caso, esse RE produzirá os mesmos
efeitos de uma ADI (vinculante, ERGA OMNES...).

Coexistindo duas ações diretas de inconstitucionalidade, uma ajuizada perante o tribunal de justiça lo-
cal e outra perante o STF, o julgamento da primeira – estadual – somente prejudica o da segunda – do STF – se
preenchidas duas condições cumulativas:

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1) se a decisão do Tribunal de Justiça for pela procedência da ação e;


2) se a inconstitucionalidade for por incompatibilidade com preceito da Constituição do Estado sem correspon-
dência na Constituição Federal. (Info 927)
#OLHAOGANCHO
 Decisão do STF:
• Norma de reprodução obrigatória:
Declarada Constitucional ou inconstitucional – Por se tratar de norma de reprodução obrigatória, o parâ-
metro é o mesmo em ambas as ações. Dessa forma, qualquer que seja a decisão do STF, obrigará o TJ em razão
do seu efeito vinculante.
• Norma autônoma:
Declarada constitucional – Por se tratar de norma autônoma, o parâmetro em âmbito estadual é diverso,
de modo que mesmo que seja constitucional diante da constituição federal o TJ poderá julgar a norma inconsti-
tucional em face da constituição estadual.
Declarada inconstitucional – Ao ter reconhecida sua inconstitucionalidade, a norma não poderá perma-
necer no ordenamento, de modo que o TJ não poderá considerá-la constitucional, ainda que o parâmetro seja
distinto.
#SELIGANASSÚMULAS
SV 10: VIOLA a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de Tribunal que em-
bora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua
incidência, no todo ou em parte.
Súmula 513-STF: A decisão que enseja a interposição de recurso ordinário ou extraordinário NÃO é a do plená-
rio, que resolve o incidente de inconstitucionalidade, mas a do órgão (câmara, grupos ou turmas) que completa
o julgado.
Súmula 614-STF: Somente o Procurador-Geral da Justiça tem legitimidade para propor ação direta interventiva
por inconstitucionalidade de Lei Municipal.
Súmula 642-STF: Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da sua
competência legislativa municipal. OBS: Lei do DF só pode ser objeto de ADI quando tratar de assunto de com-
petência estadual.
#DEOLHONAJURIS: O Estado-membro não possui legitimidade para recorrer contra decisões proferi-
das em sede de controle concentrado de constitucionalidade, ainda que a ADI tenha sido ajuizada pelo
respectivo Governador. A legitimidade para recorrer, nestes casos, é do próprio Governador (previsto como
legitimado pelo art. 103 da CF/88). Os Estados-membros não se incluem no rol dos legitimados a agir como
sujeitos processuais em sede de controle concentrado de constitucionalidade. STF. Plenário. ADI 4420 ED-AgR,
Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 05/04/2018.

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A alteração do parâmetro constitucional, quando o processo ainda está em curso, não prejudica o con-
hecimento da ADI. Isso para evitar situações em que uma lei que nasceu claramente inconstitucional volte a
produzir, em tese, seus efeitos. STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907).

O advogado que assina a petição inicial da ação direta de inconstitucionalidade precisa de procuração
com poderes específicos. A procuração deve mencionar a lei ou ato normativo que será impugnado na ação.
Repetindo: não basta que a procuração autorize o ajuizamento de ADI, devendo indicar, de forma específica, o
ato contra o qual se insurge. Caso esse requisito não seja cumprido, a ADI não será conhecida. Vale ressaltar, con-
tudo, que essa exigência constitui vício sanável e que é possível a sua regularização antes que seja reconhecida
a carência da ação. STF. Plenário. ADI 4409/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/6/2018 (Info 905).

É irrecorrível a decisão denegatória de ingresso no feito como amicus curiae. Assim, tanto a decisão do Relator
que ADMITE como a que INADMITE o ingresso do amicus curiae é irrecorrível. (Info 920)

#CUIDADO #DIVERGÊNCIA: É possível a impugnação recursal por parte de terceiro, quando denegada sua
participação na qualidade de amicus curiae. STF. Plenário. ADI 3396 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em
6/8/2020 (Info 985). Vale ressaltar que existem decisões em sentido contrário e que o tema não está pacificado.
Nesse sentido: Tanto a decisão do Relator que ADMITE como a que INADMITE o ingresso do amicus curiae é
irrecorrível (STF. Plenário. RE 602584 AgR/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em
17/10/2018. Info 920).
Caso o STF, ao julgar uma ADI, ADC ou ADPF, declare a lei ou ato normativo inconstitucional, ele poderá, de
ofício, fazer a modulação dos efeitos dessa decisão. (Info 918)
Determinada lei foi impugnada por meio de ação direta de inconstitucionalidade. Foi editada medida provisória
revogando essa lei. Enquanto esta medida provisória não for aprovada, será possível julgar esta ADI. Em-
bora seja espécie normativa com força de lei, a medida provisória precisa ser confirmada. A medida provisória é
lei sob condição resolutiva. Se for aprovada, a lei de conversão resultará na revogação da norma. Dessa maneira,
enquanto não aprovada a MP, não se pode falar em perda de interesse (perda do objeto). STF. Plenário. ADI 5717/
DF, ADI 5709/DF, ADI 5716/DF e ADI 5727/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 27/3/2019 (Info 935).

O STF não admite a “teoria da transcendência dos motivos determinantes”.


Segundo a teoria restritiva, adotada pelo STF, somente o dispositivo da decisão produz efeito vinculante. Os
motivos invocados na decisão (fundamentação) não são vinculantes. A reclamação no STF é uma ação na qual
se alega que determinada decisão ou ato:
• usurpou competência do STF; ou
• desrespeitou decisão proferida pelo STF.
Não cabe reclamação sob o argumento de que a decisão impugnada violou os motivos (fundamentos) expostos
no acórdão do STF, ainda que este tenha caráter vinculante. Isso porque apenas o dispositivo do acórdão é que

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é vinculante. Assim, diz-se que a jurisprudência do STF é firme quanto ao não cabimento de reclamação fundada
na transcendência dos motivos determinantes do acórdão com efeito vinculante. STF. Plenário. Rcl 8168/SC, rel.
orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 19/11/2015 (Info 808). STF. 2ª Turma. Rcl
22012/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, red. p/ ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 12/9/2017 (Info 887).
É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em recurso extraordinário com repercussão
geral reconhecida. Para que seja realizada esta modulação, exige-se o voto de 2/3 (dois terços) dos membros
do STF (maioria qualificada). STF. Plenário. RE 586453/SE, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Dias
Toffoli, julgado em 20/2/2013 (Info 695). É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de
controle incidental de constitucionalidade. STF. Plenário. RE 522897/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
16/3/2017 (Info 857).
Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utili-
zando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de reprodução
obrigatória pelos estados. STF. Plenário. RE 650898/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto
Barroso, julgado em 1º/2/2017 (repercussão geral) (Info 852).

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

São direitos ou posições jurídicas que investem os seres humanos, individual ou coletiva-
Conceito
mente considerados, em um conjunto de prerrogativas, faculdades e instituições impres-
cindíveis para assegurar uma existência digna, livre, igual e fraterna entre todas as pessoas.

1ª Dimensão Direitos civis e políticos.


Dimensões 2ª Dimensão Direitos sociais, econômicos e culturais.
3ª Dimensão Direitos de solidariedade e fraternidade.
4ª Dimensão Globalização (não é pacífico).

• Passivo: o sujeito está subordinado aos poderes estatais.


Teoria dos 4
Status • Ativo: sujeito pode participar da formação da vontade do Estado.
(JELLINEK) • Negativo: ao sujeito é assegurada uma esfera indevassável ao Estado.
• Positivo: sujeito tem direito de pedir certas prestações ao Estado.

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99Relatividade;
99Universalidade;

Características 99Aplicabilidade imediata;


99Atipicidade;
99Indisponibilidade;
99Imprescritibilidade.

• Vertical: incidem na relação entre sujeito e Estado;


Eficácia • Horizontal: incidem na relação entre sujeitos privados;
• Diagonal incidem: na relação entre privados em posição de desigualdade. Ex.: consumidor
e fornecedor.

PRINCIPAIS DIREITOS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE (art. 5º, CF/88)


Igualdade
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

Legalidade
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;


Liberdade de IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, indepen-
expressão dentemente de censura ou licença;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional;
Direito de V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por
resposta dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
Liberdade
militares de internação coletiva;
religiosa
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção fi-
losófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
Privacidade X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado
o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Liberdade
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissional
profissionais que a lei estabelecer;

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XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autori-
zação, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades sus-
Liberdade de pensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
associação
• Suspensão: decisão judicial
• Dissolução: decisão judicial com trânsito em julgado
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
Direito adqui-
rido,
ato jurídico
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa Julgada;
perfeito
e coisa julga-
da
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Direitos XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
fundamentais
processuais LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são asse-
gurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

INVIOLABILIDADE DE DOMICÍLIO – EXCEÇÕES CONSTITUCIONAIS

DURANTE O DIA DURANTE A NOITE

Consentimento do morador

Flagrante delito

Desastre

Prestar socorro

Mandado judicial

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INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA E
INAFIANÇÁVEIS IMPRESCRITÍVEIS
ANISTA
Tortura Tortura Racismo
Ação de grupos armados, civis ou
Tráfico ilícito de entorpecen- Tráfico ilícito de entorpecentes e dro-
militares, contra a ordem constitu-
tes e drogas afins gas afins
cional e o Estado Democrático
Terrorismo Terrorismo
Crimes hediondos Crimes hediondos
Racismo
Ação de grupos armados, civis ou mi-
litares, contra a ordem constitucional
e o Estado Democrático

SIGILO BANCÁRIO
Os órgãos poderão requerer informações bancárias diretamente das instituições financeiras?

POLÍCIA NÃO. É necessária autorização judicial.

NÃO. É necessária autorização judicial (STJ HC 160.646/SP, Dje 19/09/2011).


Exceção: É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações bancárias
MP de contas de titularidade de órgãos e entidades públicas, com o fim de proteger
o patrimônio público, não se podendo falar em quebra ilegal de sigilo bancário
(STJ. 5ª Turma. HC 308.493-CE, j. em 20/10/2015).

NÃO. É necessária autorização judicial (STF MS 22934/DF, DJe de 9/5/2012).


TCU
Exceção: O envio de informações ao TCU.

DIREITOS SOCIAIS

Os direitos sociais, direitos de 2ª dimensão, são prestações positivas a serem implementadas


pelo Estado e tendem a concretizar a perspectiva de uma isonomia substancial e social.
CONCEITO
Segundo a CF/88 (Art. 6°), são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o traba-
lho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à mater-
nidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Surgem com a crise do constitucionalismo liberal.


HISTÓRICO
As primeiras Constituições que tratam do tema são do séc. XX (México - 1917).
Posteriormente, foram veiculados da Constituição de Weimar (1919).

Os direitos sociais se efetivam especialmente pela implementação de políticas públicas pelo


JUDICIALIZA-
Estado. O Judiciário não é o local adequado para a implementação desses direitos, mas sim
ÇÃO
o Executivo e o Legislativo. No entanto, não se nega que, diante da inércia desses poderes,
a judicialização seja uma medida importante para a implementação de tais direitos.

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NACIONALIDADE: É o vínculo jurídico-político que liga o indivíduo a determinado Estado, tornando-o componente
do povo, capacitando-o para a exigência de proteção estatal, fruição de prerrogativas, bem como cumprimento de
deveres.NACIONALIDADE

CF/88. Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a ser-
viço de seu país; (aplicação do critério territorial - jus soli)

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da Repú-
blica Federativa do Brasil; (aplicação do critério sanguíneo + critério funcional)

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição bra-
sileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (aplicação do critério sanguíneo + registro)

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portu-
guesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta
Constituição.

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

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V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa.

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;  

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como con-
dição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.

• obs.: O brasileiro NATO possui 06 assentos reservados no Conselho da República (órgão superior de
consulta do Presidente da República).

• Propriedade de empresas jornalísticas e de radiofusão de sons e imagens: o brasileiro NATO pode ser
proprietário de empresas destes ramos, mas o brasileiro NATURALIZADO apenas pode ser proprietário
destas após 10 anos da naturalização.

EXTRADIÇÃO
Nato: NUNCA.
Naturalizado

¾¾Crime comum – praticado ANTES da naturalização;

¾¾Tráfico de drogas – a qualquer tempo.

Estrangeiro – não será extraditado por crime político ou de opinião.

#FOCOINFORMATIVO
Se um brasileiro nato que mora nos EUA e possui o green card decidir adquirir a nacionalidade norte-a-
mericana, ele irá perder a nacionalidade brasileira. Isso porque, como ele já tinha o green card, não havia
necessidade de ter adquirido a nacionalidade norte-americana como condição para permanência ou para o
exercício de direitos civis. Vale ressaltar que, perdendo a nacionalidade, ele perde os direitos e garantias inerentes
ao brasileiro nato. Assim, se cometer um crime nos EUA e fugir para o Brasil, poderá ser extraditado. (info 859).

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DIREITOS POLÍTICOS

PLEBISCITO REFERENDO
Consulta popular sobre determinado assunto. Consulta popular sobre determinado assunto.
CONVOCADO pelo Congresso Nacional. AUTORIZADO pelo Congresso Nacional.
Mediante Decreto Legislativo. Mediante Decreto Legislativo.
Primeiro consulta o povo e depois edita a lei ou Primeiro edita a lei ou o ato administrativo e de-
ato administrativo. pois consulta o povo.

INICIATIVA POPULAR
Lei Federal Lei Estadual Lei Municipal
1% do eleitorado nacional +
Distribuído em pelo menos 5 estados A CF não dispõe, fica a critério
+ da Constituição de cada Esta- 5% dos eleitores do Município.
do.
Pelo menos 0,3% dos eleitores destes
estados.

OBS.: O projeto de lei de iniciativa popular é apresentado à Câmara dos Deputados, onde recebem o mesmo tra-
tamento dos projetos de lei de iniciativa do próprio Poder Legislativo. No entanto, estes projetos NÃO podem ser
rejeitados pelo Congresso por vício de redação. Ademais, o PL de iniciativa popular pode versar apenas sobre um
assunto.

• Alistabilidade (capacidade eleitoral ativa - votar).

99 é obrigatório entre 18 a 70 anos, alfabetizados;


99 facultativo para os maiores de 16 - 18, analfabetos e maiores de 70 anos;
99somente brasileiros natos ou naturalizados podem se alistar eleitores;
99 os conscritos (cumprindo serviço militar obrigatório) e estrangeiros não podem se alistar - inalistáveis;
99obs.: ao militar de carreira é obrigatório o alistamento eleitoral, se atendido os demais requisitos.

• Elegibilidade (capacidade eleitoral passiva - ser votado): deve ser alistável e elegível.

ªª nacionalidade brasileira. obs.: o português equiparado a brasileiro naturalizado pode se candidatar a


cargos eletivos não privativos de brasileiro nato;

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ªª pleno exercício dos direitos políticos;

ªª alistamento eleitoral;

ªª domicílio eleitoral na circunscrição: Não se confunde com o domicílio civil, basta algum interesse
patrimonial, afetivo, profissional, comercial ou funcional;

ªª filiação partidária. obs.: quanto ao militar, a obrigação de filiação será suprida pelo pedido de regis-
tro de candidatura após prévia escolha em convenção partidária;

ªª idade mínima:

• 18 anos --> vereador;

• 21 anos --> deputado federal, estadual, prefeito e vice e juiz de paz;

• 30 anos --> governador e vice;

• 35 anos --> presidente e vice da república e senador.

#CASCADEBANANA: a idade mínima, como regra, é verificada no momento da posse. Todavia, no caso da
vereança, é necessário ter 18 anos quando do registro da candidatura.

Inalistáveis

Absoluta

Analfabetos

Inelegibilidade por
reeleição
Inelegibilidade

Inelegibilidade se não
renunciar ao cargo de
Chefe do Executivo

Inelegibilidade pelo
Relativa
parentesco

Inelegibilidade do
militar

Outros casos de
inelegibilidade por Lei
Complementar

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Art. 14, §7º, CF. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins,
até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de
mandato eletivo e candidato à reeleição.

Súmula Vinculante 18. A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a
inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.

INELEGIBILIDADE DO MILITAR
Militar conscrito: não pode votar ou ser votado.
Militar com MENOS de 10 ANOS de atividade: para se candidatar deve ser AFASTAR DEFINITIVAMENTE das
atividades.
Militar com MAIS de 10 ANOS de atividade: pode ser afastado temporariamente (agregado), e se eleito
passa para a inatividade.

99A CF VEDA a cassação de direitos políticos  e prevê apenas duas formas de privação dos direitos
políticos (PERDA e SUSPENSÃO): 

a) Perda dos direitos políticos: privação definitiva e permanente e ocorre unicamente no caso de perda da na-
cionalidade brasileira (cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado - por atividade nociva
ao interesse nacional).

obs.: há também a perda no caso de brasileiro que adquirir outra nacionalidade voluntariamente fora
dos casos excepcionados pela Constituição, isso porque perderá a nacionalidade brasileira.

b) Suspensão dos direitos políticos: privação temporária e ocorre nas situações de:

i) declaração de incapacidade civil absoluta: menores de 16 anos;

ii) condenação criminal transitada em julgado enquanto durarem seus efeitos: perdura até o
cumprimento/extinção da pena, independente de reabilitação ou prova de reparação dos danos. Obs.:
a sentença absoutória imprópria (impõe medida de segurança) transitada em julgado também suspen-
de os direitos políticos. Efeito automático da sentença. Crime ou contravenção.

iii) recusa de cumprir obrigação a todos impostas ou prestação alternativa: a prestação alterna-
tiva deve ser prevista em lei. Não havendo lei, a recusa à obrigação a todos imposta não pode ensejar
a suspensão dos direitos políticos (norma de eficácia limitada). Há doutrina que sustenta ser caso de
perda.

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iv) condenação por improbidade administrativa:

• enriquecimento ilícito: 8-10 anos;

• dano ao erário: 5-8 anos;

• violação dos princípios: 3-5 anos.

A perda ou a suspensão de direitos políticos acarreta várias consequências jurídicas, como:

99O cancelamento do alistamento e a exclusão do corpo de eleitores;  


99O cancelamento da filiação partidária (LOPP, art. 22, II);  
99A perda de mandato eletivo;  
99A perda de cargo ou função pública; 
99A impossibilidade de se ajuizar ação popular;  
99O impedimento para votar ou ser votado; 
99O impedimento para exercer a iniciativa popular. 

#DEOLHONAJURIS: A suspensão de direitos políticos prevista no art. 15, III, da Constituição Federal, aplica-se
no caso de substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos. Havendo condenação criminal
transitada em julgado, a pessoa condenada fica com seus direitos políticos suspensos tanto no caso de pena
privativa de liberdade como na hipótese de substituição por pena restritiva de direitos. Veja o dispositivo cons-
titucional:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: III - condena-
ção criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; STF. Plenário. RE 601182/MG, Rel. Min. Marco
Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/5/2019 (repercussão geral) (Info 939).

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PARTIDOS POLÍTICOS

APOIAMENTO MÍNIMO
DIREITO A RECURSOS DO FUNDO PARTIDÁRIO E
PARA REGISTRAR O ESTA-
ACESSO GRATUITO AO RÁDIO E À TELEVISÃO
TUTO

3% dos votos válidos para Câmara dos Deputados. Período de 2 anos.


1/3 das unidades da Federação. Eleitores NÃO filiados.
0,5% votos dados na para a
Com um mínimo de 2%.
CD.
1/3 dos Estados (9E), com
OU
um.
Mínimo de 0,1% do eleitora-
Tenha eleito pelo menos 15 Deputados Federais.
do de cada um
1/3 das unidades da Federação.

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

HABEAS CORPUS
Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçada
DEFINIÇÃO de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder.
Legitimidade ativa é universal, sendo que qualquer indivíduo, nacional ou estran-
geiro, independentemente da capacidade civil, política ou profissional, de idade ou
estado mental, tem legitimidade para ingressar com HC, em benefício próprio ou
alheio.
LEGITIMIDADE Sujeito passivo é aquele que pratica a coação ou ilegalidade ao direito de locomo-
ção do paciente.
Paciente será a pessoa física beneficiada pela ordem. Não cabe HC em favor de
pessoa jurídica, cujos interesses poderão ser tutelados na esfera criminal por man-
dado de segurança.
Repressivo – a liberdade de locomoção já está limitada, almejando-se a expedição
de alvará de soltura.
Preventivo – o risco à liberdade é iminente, objetivando-se a obtenção de salvo
ESPÉCIES
conduto.
Suspensivo – na hipótese de a prisão ter sido decretada, porém o mandado ainda
estar pendente de cumprimento.

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Súmula 693 STF – não cabe HC contra decisão condenatória a pena de multa ou
relativa a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única
cominada.
Súmula 694 STF – não cabe HC contra a imposição da pena de exclusão de militar
ou de perda de patente ou de função pública.
PRESSUPOSTOS LÓGI- Súmula 695 STF – não cabe HC quando já extinta a pena privativa de liberdade.
COS E ESPECIFICIDA- Súmula 606 STF – não cabe HC originário para o Tribunal Pleno de decisão de tur-
DES ma, ou do plenário, proferida em HC ou no respectivo recurso.
Súmula 691 STF – não compete ao STF conhecer de HC impetrado contra decisão
do relator que, em HC requerido a tribunal superior, indefere a liminar.
Súmula 692 STF – não se conhece de HC contra omissão de relator de extradição,
se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem
foi ele provado a respeito.

HC segue rito especial, mas é extremamente informal e célere, devido à importân-


PROCEDIMENTO
cia do direito que pretende defender.

Concedida a ordem de HC com base em motivos que não sejam de ordem exclusi-
vamente pessoal, deve ser estendida aos demais corréus, já que o HC, assim como
ocorre com os recursos de ordem criminal, desfruta do efeito extensivo.
REPERCUSSÃO PRO- Em regra, o HC não permite dilação probatória, exigindo, assim como ocorre no
CESSUAL E EFEITOS mandado de segurança, prova pré-constituída.
No HC interposto perante órgão jurisdicional colegiado, em caso de empate na
votação, considera-se a decisão favorável ao paciente, como consectário lógico do
in dúbio pro reo.

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL


Mandado de Segurança possui por escopo a proteção de direito líquido e certo,
contra ato de autoridade ou de quem exerça função pública.
O MS é um remédio constitucional de caráter residual, uma vez que somente po-
derá ser impetrado para amparar direito líquido e certo que não disser respeito ao
direito de locomoção (habeas corpus) e ao direito e ou retificação de informações
pessoais (habeas data).
Não caberá MS quando se tratar de:
DEFINIÇÃO
99Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
99Decisão judicial transitada em julgado;
99Lei em tese;
99Ato interna corporis;
99Substituição por ação popular ou de cobrança.

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A competência para o julgamento do MS é fixada em conformidade com a auto-


COMPETÊNCIA
ridade impetrada.

Legitimidade Ativa – detentor do direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, podendo este ser qualquer pessoa física, jurídica, alguns ór-
LEGITIMIDADE gãos públicos com capacidade processual, agentes políticos, além de outros entes
despersonalizados com capacidade processual.
Legitimidade Passiva – autoridade coatora.
120 dias, contados do conhecimento oficial pelo interessado do ato a ser impug-
nado. Trata-se de prazo decadencial. Após iniciado, não se interrompe, tampouco
se suspende.
PRAZO
Na hipótese de MS ser interposto contra omissão de certa autoridade, não haverá
prazo decadencial a ser observado caso a administração não esteja sujeita a prazo
para praticar o ato.

#COLANARETINA: 
SÚMULA 625 STF.  Controvérsia sobre matéria de direito não impede a concessão de mandado de segurança. 
SÚMULA 429 STF.  A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado
de segurança contra omissão da autoridade. 
SÚMULA 268 STF.  Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado. 
SÚMULA 510 STF.  Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o
mandado de segurança ou a medida judicial. 
SÚMULA 430 STF.  Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe prazo para o mandado
de segurança. 
SÚMULA 333 STJ.  Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de
economia mista ou empresa pública. #ATENÇÃO, cuida de ato administrativo e não de gestão!!! 
SÚMULA 629 STF.  A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos as-
sociados independe de autorização destes. #IMPORTANTE. 
SÚMULA 630 STF.  A entidade de classe tem legitimidade para o mandado de segurança ainda quando a pre-
tensão veiculada interessa apenas a uma parte da respectiva categoria.  

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MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO

É uma ação que visa tutelar o direito líquido e certo de direitos coletivos (transindividuais,
de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas legadas entre si ou
com a parte contrária por uma relação jurídica básica) ou direitos individuais homogêneos
DEFINIÇÃO (decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de
parte dos associados ou membros do impetrante).
Poderá ser utilizado nas mesmas hipóteses de cabimento do mandado de segurança
individual.

COMPETÊNCIA
A competência será a mesma do mandado de segurança individual.

MS coletivo poderá ser impetrado por partido político com representação do Congresso
Nacional ou organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente cons-
LEGITIMIDADE
tituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados.

Abrangem todos os associados que se encontram descritos na petição inicial do writ,


independentemente se o ingresso na associação tenha ocorrido antes ou após a impe-
EFEITOS DA DE- tração.
CISÃO A impetração do mandado de segurança coletivo não gera litispendência entre a esfera
individual e a coletiva, o que possibilita a posterior utilização do mandado de segurança
individual.

HABEAS DATA

HD será concedido para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do


impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou
DEFINIÇÃO
de caráter público, e para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo.

A competência para o julgamento de HD é definida com base na hierarquia funcional do


COMPETÊNCIA
agente público, isto é, tendo por parâmetro a autoridade ou entidade impetrada.

ATIVA - Poderá ser impetrado por qualquer pessoa, tanto natural quanto jurídica, seja nacio-
nal ou estrangeira, para ter acesso às informações a seu respeito.
O caráter personalíssimo da ação, que culmina na conclusão de que o HD será sempre im-
LEGITIMIDADE
petrado para o acesso, retificação ou anotação de informação relativa à pessoa do próprio
impetrante e não de terceiros.
PASSIVA – entidades governamentais ou particulares que tenham caráter público.

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AÇÃO POPULAR
Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade admi-
nistrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
DEFINIÇÃO
É uma ação que viabiliza ao cidadão o controle da legalidade dos atos administrativos
e impede a lesividade. Consiste, portanto, na possibilidade de qualquer membro da
coletividade, com maior ou menor amplitude, invocar a tutela jurisdicional no intuito de
preservar os interesses coletivos.

COMPETÊNCIA Juiz de primeiro grau (Justiça Estadual ou Federal) de acordo com as regras ordinárias de
definição de competência.

ATIVA – pertence ao cidadão, indivíduo dotado de capacidade eleitoral ativa e que esteja
em dia com suas obrigações eleitorais.
PASSIVA – será proposta em face das pessoas jurídicas de direito público, cujo patrimônio
LEGITIMIDADE se procura proteger, bem como suas entidades autárquicas e qualquer outras pessoas
jurídicas que sejam subvencionadas pelos cofres; dos responsáveis pelo ato lesivo, vale
dizer, autoridades diretamente responsáveis pelo ato que está sendo impugnado, admi-
nistradores e demais funcionários; beneficiários diretos do ato ou contrato lesivo.
A natureza da decisão, quando for declarada a procedência do pedido, é dúplice: será des-
constitutiva ou constitutiva negativa.

Os efeitos da sentença são:

99Invalidação do ato lesivo ao patrimônio público;


DECISÃO
99Condenação das autoridades, dos administradores, dos funcionários e dos benefi-
ciários, que arcarão com o ressarcimento dos danos e das perdas;
99Condenação das autoridades, dos administradores, dos funcionários e dos benefi-
ciários em custas e ônus de sucumbência;
99Efeito erga omnes.

ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

• Fundamentos da República Federativa do Brasil: (SO-CI-DI-VA-LI-PLU) - Art. 1º

i) Soberania; ii) Cidadania; iii) Dignidade da pessoa humana; iv) Valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa; v)
Pluralismo político.

• Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil - art. 3º

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i) construir uma sociedade livre, justa e solidária; ii) garantir o desenvolvimento nacional; iii) erradicar a pobreza e a
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; iv) promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

• Princípios que regem a República Federativa do Brasil nas relações internacionais - Art. 4º:

i) independência nacional; ii) prevalência dos direitos humanos; iii) autodeterminação dos povos; iv) não interven-
ção; v) igualdade entre os Estados; vi) defesa da paz; vii) solução pacífica dos conflitos; viii) repúdio ao terrorismo e
ao racismo; ix) cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; x) concessão de asilo político.

• Vedações constitucionais impostas à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

• estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter


com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a
colaboração de interesse público.

• recusar fé aos documentos públicos - ou seja, os documentos públicos presumem-se idôneos;

• criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

obs.: distinções discriminatórias ou indevidas. É possível a distinção entre brasileiros natos, naturalizados e estran-
geiros (ex.: acesso a cargos públicos, a propriedade de rádio ou televisão...).

COMPETÊNCIAS
Atribuída a uma entidade federada com exclusão de todas as demais, SEM possibilidade de
EXCLUSIVA
delegação.
Da União (artigo 22 e parágrafo único).
#LEMBRAR:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,
espacial e do trabalho;
XI - trânsito e transporte;
VIII - comércio exterior e interestadual;
IX - diretrizes da política nacional de transportes;
PRIVATIVA
Pode ser delegada aos Estados para legislarem sobre determinada matéria: Requisitos para
delegação:
Requisito formal: Lei complementar.
Requisito material: Delegação de ponto específico ( jamais se pode delegar todos os
temas de uma só vez).
Requisito implícito: A doutrina majoritária entende que a delegação é destinada a to-
dos os Estados e DF, em observância ao principio da isonomia. Já a doutrina minori-
tária entende que somente pode delegar a um ente específico.

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Atribuída a mais de um ente federado com atuação em níveis distintos.


Os municípios estão excluídos, cabe somente à União, Estados e Distrito Federal, que po-
derão legislar concorrentemente sobre os assuntos constantes no artigo 24, mas, NÃO há
superposição.
#LEMBRAR:
XI - procedimentos em matéria processual.
CONCORREN- XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
TE
(ARTIGO 24) § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer
normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legis-
lativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual,
no que lhe for contrário.

Criação, fusão, incorporação, desmembramento:

ESTADOS MUNICÍPIOS
Aprovação da população (plebiscito) Aprovação da população (plebiscito)
Lei estadual + período estabelecido por lei comple-
Lei complementar (Congresso Nacional)
mentar federal
Não menciona estudos de viabilidade Estudos de Viabilidade Municipal

Competência dos Estados:

CF/88 - Art. 25. § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.

§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na
forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.

§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas
e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planeja-
mento e a execução de funções públicas de interesse comum.

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#DEOLHONASSÚMULAS:

Súmula Vinculante 2: É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas
de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
Súmula vinculante 46: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas
de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.
Súmula vinculante 39: Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias
civil e militar do Distrito Federal.
Súmula vinculante 38: É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento
comercial.
Súmula 419 STF: Os municípios têm competência para regular o horário do comércio local, desde que não infrin-
jam leis estaduais ou federais válidas.
Súmula 19 STJ: A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da União.
Súmula 637 STF. Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de
intervenção estadual em Município. (isso porque a decisão do TJ terá natureza política e não jurisdicional).
Súmula 614 STF. Somente o Procurador-Geral da Justiça tem legitimidade para propor ação direta interventiva
por inconstitucionalidade de Lei Municipal.
STF - Súmula 722: Compete à união legislar sobre a definição dos crimes de responsabilidade e regulamentar o
processo de julgamento desses respectivos crimes.

INTERVENÇÃO

99a CF prevê um rol taxativo de hipóteses autorizadoras de invervenção, em que haverá uma supressão
temporária da autonomia do ente, em casos de anormalidade e exceção.

1 - INTERVENÇÃO FEDERAL:

Hipóteses autorizadoras (art. 34)

I) manter a integridade nacional;

II) repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;

III) pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

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IV) garantir o livre-exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;

V) reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de 2 anos consecutivos, salvo motivo de força
maior;

b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas na Constituição, dentro dos prazos es-
tabelecidos em lei;

VI) prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

VII) assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais (princípios sensíveis):

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da Administração Pública, direta e indireta;

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente


de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

Espécies de intervenção federal:

a) ESPONTÂNEA: nesse caso o Presidente da República age de ofício (art. 34, I, II, III e V). Não necessita de auto-
rização do CN, ou de ajuizamento de ADI interventiva, bem como não é possível restringir direitos fundamentais
no decreto.

I) manter a integridade nacional;

II) repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;

III) pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

V) reorganizar as finanças da Unidade da federação (dívida 2 anos; receitas tributárias);

obs.: o Presidente da República deve ouvir o Conselho da República e o de Defesa Nacional, embora
não esteja obrigado ao parecer destes.

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b) PROVOCADA POR SOLICITAÇÃO: (art. 34, IV, c/c art. 36, I, primeira parte) quando a coação ou impedimento
recaírem sobre o Poder Legislativo ou o Poder Executivo, impedindo o livre-exercício dos aludidos Poderes
nas unidades da Federação. Dependerá de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou
impedido.

obs.: se a coação recair sobre o Poder Judiciário, é caso de requisição do STF; (ex.: Poder Executivo ou
Legislativo está impedindo o livre-exercício do TJ. O TJ comunica ao STF, e este requisitará ao Presidente
da República a intervenção, a qual deve ser obedecida).

obs.: nesse caso, o Presidente da República não está obrigado a decretar a intervenção, possuindo ele
a discricionariedade de acordo com a conveniência e oportunidade.

c) PROVOCADA POR REQUISIÇÃO:

i) art. 34, IV c/c art. 36, I, segunda parte --> se a coação ao livre-exercício for exercida contra o Poder Judiciá-
rio, a decretação da intervenção federal dependerá de requisição do STF.

ii) art. 34, VI, segunda parte, combinado com o art. 36, II --> no caso de desobediência a ordem ou decisão
judicial, a decretação dependerá de requisição do STF, do STJ ou do TSE, de acordo com a matéria.

obs.: nessa hipótese, o Presidente da República, não sendo o caso de suspensão da execução do ato
impugnado, estará vinculado e deverá decretar a medida interventiva, sob pena de responsabiliza-
ção (crime de responsabilidade).

d) PROVOCADA, DEPENDENDO DE PROVIMENTO DE REPRESENTAÇÃO DO PGR (REPRESENTAÇÃO INTER-


VENTIVA): PGR --> STF.

a) art. 34, VII, combinado com o art. 36, III, primeira parte --> no caso de ofensa aos princípios sensíveis, pre-
vistos no art. 34, VII, da CF/88, a intervenção federal dependerá de provimento, pelo STF, de representação do
Procurador-Geral da República (representação interventiva).

b) art. 34, VI, primeira parte, combinado com o art. 36, III, segunda parte --> para prover a execução de lei fede-
ral (pressupondo ter havido recusa à execução de lei federal), a intervenção dependerá de provimento de repre-
sentação do PGR pelo STF (trata-se, também, de representação interventiva).

Decretação e execução da intervenção federal:

99Compete privativamente ao Presidente da República decretar, por meio de decreto presidencial de inter-
venção, a medida interventiva. O decreto especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução, e,
quando couber, nomeará interventor.

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99Nomeado interventor, afasta-se as autoridades envolvidas. Cessando os motivos, as autoridades afastadas


voltarão aos seus cargos, salvo impedimento legal.
99É feita a oitiva do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional, cujos pareceres não têm caráter
vinculante; (art. 90, I e art. 91, §1º, II, CF).

Controle exercido pelo Congresso Nacional:

99O CN exercerá o controle político sobre o decreto de intervenção no prazo de 24h, podendo ser feito
em convocação extraordinária no mesmo prazo.
99O CN, por meio de decreto legislativo, aprovará ou rejeitará a intevenção federal. Se rejeitar, sus-
pende-se a execução do decreto presidencial, ao passo que o Presidente deverá cessá-lo imediatamente,
sob pena de crime de responsabilidade (art. 85, II, CF).
99No caso dos incisos VI (prover execução de lei federal, ordem ou decisão judicial) e VII (afronta aos
princípios sensíveis) - ADI Interventiva (PGR - STF) é dispensada a apreciação pelo Congresso Na-
cional, de modo que o decreto se limitará a suspender a execução do ato impugnado, se bastar para
restabelecimento da normalidade. Se insuficiente para restabelecimento da normalidade, o Presidente da
República decreta a intervenção, nomeia interventor, se for o caso, e submete à apreciação do Congresso
no prazo de 24h.

2 - INTERVENÇÃO ESTADUAL:

99Pode ocorrer tanto a intervenção do Estado em um dos seus Municípios, como da União nos Municípios
localizados em Territórios Federais.

Hipóteses autorizadoras:

a) Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por 2 anos consecutivos, a dívida fundada;

b) não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;

c) não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino
e nas ações e serviços públicos de saúde;

d) o Tribunal de Justiça der provimento a representação (PGJ) para assegurar a observância de princípios indi-
cados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei (estadual), de ordem ou de decisão judicial
(de juízes ou TJ).

Decretação e execução da intervenção estadual:

99Compete privativamente ao Governador do Estado, por meio de decreto de intervenção, o qual especifi-
cará a amplitude, prazo e condições da execução, e, quando couber, nomeará interventor.

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99Nomeado o interventor, afasta-se as autoridades envolvidas. Cessando os motivos, as autoridades afastadas


voltarão aos seus cargos, salvo impedimento legal.

STF - Súmula 637: Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de tribunal de justiça que defere pedido de
intervenção estadual em município.

Controle exercido pelo Legislativo:

99A Assembleia Legislativa realizará controle político no prazo de 24h, podendo haver convocação extraor-
dinária no mesmo prazo.
99No caso do inciso IV do art. 35 (TJ der provimento à representação para assegurar a observância de
princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão
judicial), é dispensada a apreciação política, de modo que o decreto se limitará a suspender a execução do
ato impugnado se for suficiente para o restabelecimento da normalidade. Se não for suficiente, o Governa-
dor decreta a intervenção, submetendo o decreto interventivo à Assembleia, em 24h.

PODER LEGISLATIVO

ESTATUTO DOS PARLAMENTARES

99Prerrogativas inerentes à função, logo, são irrenunciáveis.


99Não se estendem aos suplentes.
99Parlamentar licenciado perde a imunidade, mas não perde o foro por prerrogativa de função.
99Se aplicam aos deputados estaduais.

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e
votos. IMUNIDADE MATERIAL.

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o STF.

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional NÃO poderão ser presos, SALVO em fla-
grante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que,
pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. IMUNIDADE FORMAL.

§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o STF dará ciência
à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros,
poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.

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§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de 45 dias do seu recebimento
pela Mesa Diretora.

§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.

§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em
razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.

§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de
guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.

§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas
mediante o voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Con-
gresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO

Art. 58, § 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das auto-
ridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço (1/3) de
seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso,
encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

CPI PODE CPI NÃO PODE

Notificar testemunhas, investigados e convidados Impor sanção

Determinar a condução coercitiva de testemunha Cassar mandato

Realizar perícia, exames e vistorias Não tem poder geral de cautela

Prender em flagrante Determinar interceptação telefônica

Afastar sigilo bancário, fiscal e de REGISTRO telefônico Determinar busca e apreensão domiciliar.

#SELIGANASSÚMULAS
Súmula 245-STF: A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa.
Súmula 397-STF: O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime come-
tido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a reali-
zação do inquérito.
STF - Súmula 451: a competência especial por prerrogativa de função não se estende ao crime cometido após a
cessação definitiva do exercício funcional;

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Súmula 653-STF: No Tribunal de Contas estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser escolhidos
pela Assembleia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um dentre
auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à sua livre escolha.
Súmula Vinculante 3-STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório
e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie
o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.
Súmula 6-STF: A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro ato aprova-
do pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele tribunal, ressalvada a competência
revisora do judiciário.
#SELIGANAJURIS
STF: O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas.
STF: Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em regime fechado: a perda do cargo será
uma consequência lógica da condenação. Neste caso, caberá à Mesa da Câmara ou do Senado apenas declarar
que houve a perda (sem poder discordar da decisão do STF), nos termos do art. 55, III e § 3º da CF/88. (deixar
de comparecer à terça parte das sessões). Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em regime
aberto ou semiaberto: a condenação criminal não gera a perda automática do cargo. O Plenário da Câmara ou
do Senado irá deliberar, nos termos do art. 55, § 2º, se o condenado deverá ou não perder o mandato. (AP 694/
MT, 2017)
STF: o STF pode impor a Deputado Federal ou Senador qualquer das medidas cautelares previstas no art. 319 do
CPP. No entanto, se a medida imposta impedir, direta ou indiretamente, que esse Deputado ou Senador exerça
seu mandato, então, neste caso, a Câmara ou o Senado poderá rejeitar (“derrubar”) a medida cautelar que havia
sido determinada pelo Judiciário (ADI 5526).
STJ: É possível que o Juiz de primeiro grau, fundamentadamente, imponha a parlamentares municipais as medi-
das cautelares de afastamento de suas funções legislativas sem necessidade de remessa à Casa respectiva para
deliberação (RHC 88.804-RN).

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PROCESSO LEGISLATIVO

99O art. 62 da CF/88 prevê que o Presidente da República somente poderá editar medidas provisórias em
caso de relevância e urgência. A definição do que seja relevante e urgente para fins de edição de medidas
provisórias consiste, em regra, em um juízo político (escolha política/discricionária) de competência do Pres-
idente da República, controlado pelo Congresso Nacional.
99Desse modo, salvo em caso de notório abuso, o Poder Judiciário não deve se imiscuir na análise dos requi-
sitos da MP. No caso de MP que trate sobre situação tipicamente financeira e tributária, deve prevalecer, em
regra, o juízo do administrador público, não devendo o STF declarar a norma inconstitucional por afronta
ao art. 62 da CF/88. STF. Plenário. ADI 1055/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2016 (Info 851).
99É inconstitucional medida provisória ou lei decorrente de conversão de medida provisória cujo
conteúdo normativo caracterize a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória an-
terior rejeitada, de eficácia exaurida por decurso do prazo ou que ainda não tenha sido apreciada
pelo Congresso Nacional dentro do prazo estabelecido pela Constituição Federal. STF. Plenário. ADI
5717/DF, ADI 5709/DF, ADI 5716/DF e ADI 5727/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 27/3/2019
(Info 935).

PODER EXECUTIVO

99O art. 84 (LER) atribui competências privativas, tanto de Chefe de Estado (representando o Brasil nas relações
internacionais e internamente) e como Chefe de Governo (atos de administração e natureza política). Tra-
ta-se de rol exemplificativo.
99 Algumas atribuições podem ser delegadas aos Ministros de Estado, ao PGR e ao AGU, observado os limites
das respectivas delegações:

a) dispor, mediante decreto, sobre a organização e funcionamento da administração federal, quando


não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos (decreto autônomo);

b) dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou de cargos públicos, quando vagos (de-
creto autônomo);

c) conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos por lei;

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d) prover cargos públicos federais, na forma da lei;

obs.: segundo o STF, tal norma se aplica também aos casos de desprover cargos (desnomear).
Assim, Ministro de Estado, mediante delegação, pode demitir um servidor público federal;

obs.: por simetria, a delegação pode ocorrer no âmbito estadual, do Governador ao Secretário
de Estado.

Impedimento e vacância do cargo:

99Segue a linha do Vice-Presidente, Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado e Presidente
do STF.

obs.: segundo o STF, os substitutos eventuais do Presidente da República a que se refere o art. 80 da
CF/88, caso ostentem a posição de réus criminais perante o STF, ficarão impossibilitados de exercer
o ofício de Presidente da República. No entanto, mesmo sendo réus, podem continuar na chefia do
Poder por eles titularizados - ex.: presidente do Senado (ADPF 402 MC-REF/DF).

• Vacância (mandato tampão):

a) Vacância nos 2 primeiros anos do mandato: far-se-á nova eleição 90 dias depois da vaga, - eleição
direta.

b) Vacância nos 2 últimos anos do mandato: eleição em 30 dias da vaga, pelo Congresso Nacional
- eleição indireta.

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CRIMES DE RESPONSABILIDADE PRESIDENTE DA REPÚBLICA


 Segue o rito da CF e Lei n 1.079/50.

 Procedimento bifásico, com fase preambular - juízo de admissibilidade na CD (Tribunal de Pronúncia) e


fase final - julgamento no SF (Tribunal de Julgamento).

1) Juízo de admissibilidade na CD:


 A acusação pode ser formalizada por qualquer cidadão no pleno gozo de seus direitos políticos.

 Pela maioria qualificada de 2/3, a CD autoriza a instauração do processo, admitindo a acusação.

 Decisão de juízo político.

2) Julgamento pelo SF:


 O Senado instaura o processo (recebe a denúncia), mediante o voto da maioria simples, sob a presidência
do Presidente do STF.

 Instaurado o processo no SF, o PR fica suspenso das funções pelo prazo de 180 dias, tempo em que deve
ser concluido o julgamento, sob pena de cessar o afastamento, sem prejuízo do prosseguimento do
processo.

 Aa sentença condenatória se materializará mediante Resolução do SF, proferida por 2/3 dos votos, limi-
tando a condenação às seguintes penas:

i) perda do cargo;
ii) e inabilitação para o exercício de qualquer função pública (seja por concurso, comissionado ou
mandato eletivo), por 8 anos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis.
obs.: segundo o STF, a renúncia ao cargo não extingue o processo quando já iniciado (MS 21.689-1).
Praticam crimes de responsabilidade:
 Presidente;

 Vice Presidente;

 Ministros de Estado, nos crimes conexos com os praticados pelo PR;

 Ministros do STF;

 PGR;

 AGU;

 Governadores;

 Prefeitos;

 Membros do CNJ;

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 Membros do CNMP.

Crimes comuns:
 Crimes ou contravenções.

 Rito da Lei 8.038/90.

 Denúncia oferecida pelo PGR ou ofendido, e julgado perante o STF.

 A acusação deve ser admitida por 2/3 da Câmara dos Deputados.

 Só pode ser preso quando sobrevier sentença penal condenatória.

 Pena prevista no tipo penal.

Imunidade presidencial (irresponsabilidade penal relativa) e prisão:

art. 86, § 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estra-
nhos ao exercício de suas funções.

99Infrações penais praticadas antes do mandato ou durante, sem qualquer relação com a função presidencial,
não podem ser objeto de persecução penal, ficando provisoriamente suspensa, suspendendo-se também
a prescrição.
99PR não pode ser preso enquanto não sobrevier sentença condenatória. Não se exige trânsito em julgado.
99Não se estendem aos Governadores.

Governadores:

99Crime comum é julgado pelo STJ, e crime de responsabilidade pelo Tribunal Especial.

obs.: Lei 1.079/50 - a competência para julgar os Governadores, por crime de responsabilidade, é do
Tribunal Especial, composto por 5 membros do Legislativo (eleitos pela AL) e 5 desembargadores (sor-
teados), sob a presidência do Presidente do TJ local, que terá direito de voto no caso de empate (art.
78); a condenação somente será decretada pelo voto de 2/3 dos membros; 11 membros.

99Segundo o STF é INCONSTITUCIONAL norma estadual que exige a autorização prévia da assembleia
legislativa como condição de procedibilidade para instauração de ação por crime comum (STJ) e de
responsabilidade (Tribunal Especial) contra Governador - 2/3 dos membros da Assembleia Legislativa, de
acordo com o art. 51, I, CF (ADI 5540/MG, ADI 4764/AC, ADI 4797/MT e ADI 4798/PI).
99É INCONSTITUCIONAL norma inserida na Constituição Estadual que determine o afastamento automático
do Governador do Estado, após recebida denúncia pelo STJ.

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Prefeitos:

STF - Súmula 702: a competência do TJ para julgar Prefeitos restringe-se aos crimes de competência da Justiça
comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau (TRF,
TRE).

Crime de responsabilidade: compete à Câmara Municipal.

PODER JUDICIÁRIO

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:


→ o Supremo Tribunal Federal;

→ o Conselho Nacional de Justiça;

→ o Superior Tribunal de Justiça;

→ o Tribunal Superior do Trabalho;

→ os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;


COMPOSIÇÃO
→ os Tribunais e Juízes do Trabalho;

→ os Tribunais e Juízes Eleitorais;

→ os Tribunais e Juízes Militares;

→ os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.


§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm
sede na Capital Federal.
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o territó-
rio nacional.

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Os juízes gozam das seguintes garantias:


 vitaliciedade, que, no 1° grau, só será adquirida após 2 ANOS de exercício, depen-
dendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;

 inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;

 irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150,
II, 153, III, e 153, § 2º, I.
Aos juízes é VEDADO:

GARANTIAS
ªª exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de ma-
gistério;

ªª receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

ªª dedicar-se à atividade político-partidária;

ªª receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,


entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;

ªª exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos


TRÊS ANOS DO AFASTAMENTO do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores 95% dos Ministros do STF

90,25% dos Ministros do


Subsídio dos desembargadores do TJ
STF

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ÎÎForo por prerrogativa de função:

AUTORIDADE FORO COMPETENTE


Presidente e Vice-Presidente da República
Deputados Federais e Senadores
Ministros do STF
Procurador-Geral da República
Ministros de Estado
STF
Advogado-Geral da União
Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica
Ministros do STJ, STM, TST, TSE
Ministros do TCU
Chefes de missão diplomática de caráter permanente
Governadores
Desembargadores (TJ, TRF, TRT)
Membros dos TRE STJ
Conselheiros dos Tribunais de Contas
Membros do MPU que oficiem perante tribunais
Juízes Federais, Juízes Militares e Juízes do Trabalho
TRF ou TRE
Membros do MPU que atuam na 1ª instância
Juízes de Direito
TJ
Promotores e Procuradores de Justiça
Prefeitos TJ, TRF ou TRE

SUMULA VINCULANTE
O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito
vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista
na Lei nº 11.417/06.
O enunciado da súmula terá por OBJETO a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas,
acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, controvérsia atual que
acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão.
O Procurador-Geral da República, nas propostas que não houver formulado, manifestar-se-á previamente à
edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante.

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A EDIÇÃO, a REVISÃO e o CANCELAMENTO de enunciado de súmula com efeito vinculante dependerão de


decisão tomada por 2/3 (dois terços) dos membros do Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária.
No prazo de 10 (dez) dias após a sessão em que editar, rever ou cancelar enunciado de súmula com efeito
vinculante, o Supremo Tribunal Federal fará publicar, em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial
da União, o enunciado respectivo.
São LEGITIMADOS a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – o Procurador-Geral da República;
V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI - o Defensor Público-Geral da União;
VII – partido político com representação no Congresso Nacional;
VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional;
IX – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais
Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.
O Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja parte, a edição, a revisão ou o
cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a suspensão do processo.
No procedimento de edição, revisão ou cancelamento de enunciado da súmula vinculante, o relator poderá
admitir, por decisão irrecorrível, a manifestação de terceiros na questão, nos termos do Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal.
A súmula com efeito vinculante tem eficácia imediata, mas o Supremo Tribunal Federal, por decisão de 2/3
(dois terços) dos seus membros, poderá restringir os efeitos vinculantes ou decidir que só tenha eficácia a partir
de outro momento, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse público.
Revogada ou modificada a lei em que se fundou a edição de enunciado de súmula vinculante, o Supremo
Tribunal Federal, de ofício ou por provocação, procederá à sua revisão ou cancelamento, conforme o caso.
A proposta de edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante não autoriza a suspensão
dos processos em que se discuta a mesma questão.
Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência
ou aplicá-lo indevidamente caberá RECLAMAÇÃO ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou
outros meios admissíveis de impugnação.
Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das
vias administrativas.
Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará a de-
cisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme
o caso.

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CNJ:

COMPOSIÇÃO DO CNJ - 15 MEMBROS

Presidente do STF (que será o Presidente do CNJ). 1 Desembargador do TJ. 1


Indicados pelo STF
Juiz Estadual.

1 Ministro do STJ (será o Corregedor). 1 Juiz de TRF.


Indicados pelo STJ
1 Juiz Federal.

1 Ministro do TST. 1 Juiz de TRT.


Indicados pelo TST
1 Juiz do Trabalho.

1 Membro do MPU.
Indicados pela PGR 1 Membro do MPE, escolhido pelo PGR dentre os nomes indicados pelo ór-
gão competente de cada instituição estadual.

Indicados pelo CFOAB 2 advogados.

Indicado pela CD 1 cidadão de notável saber jurídico e reputação ilibada.

Indicado pelo SF 1 cidadão de notável saber jurídico e reputação ilibada.

ADVOCACIA PRIVADA:

99O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no
exercício da profissão e nos limites da lei (art. 133, CF).

Inviolabilidade do advogado:

99Prerrogativa vinculada ao exercício profissional, com o intuito de resguardar o pleno exercício do direito de
defesa.
99Goza de imunidade material quanto aos crimes de injúria e difamação, relativa às suas manifestações e atos
no exercício da atividade laboral, protegido contra palavras e atos que possam ser ofensivos à outrem.

obs.: a imunidade NÃO alcança desacato e calúnia.

obs.: a imunidade também NÃO alcança manifestações excessivamente abusivas.

Direitos do advogado:

Súmula Vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova
que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária,
digam respeito ao exercício do direito de defesa.

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99Presença de representante da OAB em caso de prisão em flagrante no exercício da profissão.


99Em caso de prisão cautelar, ser recolhido em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condi-
gnas.
99Inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como instrumentos de trabalho, correspondên-
cia, telefone, desde que relativas ao exercício da advocacia.
99É possível que a autoridade judicial ordene mandado de busca e apreensão, que deverá ser executado na
presença de representante da OAB, vedada utilização dos documentos, das mídias e dos objetos perten-
centes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que conten-
ham informações sobre clientes, salvo se for coautor ou partícipe.

STF: não opera a inviolabilidade do escritório de advocacia, quando o próprio advogado seja suspeito da prática de
crime, sobretudo concebido e consumado no âmbito desse local de trabalho, sob pretexto de exercício da profissão
(Inq. 2.424/RJ).

DEFESA DO ESTADO

ESTADO DE DEFESA ESTADO DE SÍTIO

PR decreta e submete ao CN PR solicita previamente ao CN

30 dias + 30 30 dias + 30 (ilimitadamente)

• comoção de grave repercussão nacional;


• grave e iminente instabilidade institucional;
• ineficácia do estado de defesa;
• calamidade de grandes proporções.
• guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.

Restrições:
- correspondência, liberdade de reunião, comunica-
Restrições: ções, imprensa; permanência em locais; busca e
- correspondência, reunião, ainda que em asso- apreensão; intervenção em empresas de serviços
ciações, e comunicações; uso de bens e serviços públicos e requisição de bens; detenção em pré-
públicos. dios não destinados a presos.
obs.: em caso de guerra - qualquer garantia constitu-
cional.

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FORÇAS ARMADAS

99NÃO cabe habeas corpus em relação às punições disciplinares militares; salvo quanto à legalidade.
99Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve.
99Enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos.
99O militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil tem-
porária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso
XVI, alínea “c” (profissional da saúde), ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto
permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para
aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de 2 anos de afastamento, contínuos ou não,
transferido para a reserva, nos termos da lei.

SEGURANÇA PÚBLICA

É um dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública
e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos (rol taxativo):

I - polícia federal (PF);

II - polícia rodoviária federal (PRF);

III - polícia ferroviária federal (PFF);

IV - polícias civis (PC);

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares (PM e CBM);

VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (#NOVIDADE LEGISLATIVA).

§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade federativa a que
pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de
2019).

obs.: os entes federativos NÃO poderão criar novos órgãos distintos daqueles designados pela CF para integrarem
a segurança pública.

§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se,
juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios.

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Polícias dos Municípios:

99Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e insta-
lações, conforme dispuser a lei (Lei 13.022/14 - Estatuto Geral das Guardas Municipais).

OBS.: o Estatuto atribui às guardas municipais, em caráter primário, dentre outros, o exercício de competências
municipais de trânsito; atendimento de ocorrências emergenciais ou de pronto atendimento; auxílio na segurança
de grandes eventos e proteção de autoridades e dignitários.

STF: É constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício do poder de polícia de trânsito, inclusive para
a imposição de sanções administrativas legalmente previstas - ex: multas de trânsito (RE 658570/MG).

Direito de greve

99Segundo o STF, a polícia civil NÃO tem direito de greve. Trata-se de serviço público essencial (segurança
pública e incolumidade das pessoas e bens).

obs.: o STF também proibiu a redução do efetivo para 20% (AC 3034).

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA

O Plenário do Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional lei do Paraná que permitia exercício do cargo
de delegado pela Polícia Militar. A decisão foi tomada em Ação Direta de Inconstitucionalidade contra o artigo
1º, do Decreto 1.557/03. ADI 3.614
É inconstitucional dispositivo de CE que exija que o Superintendente da Polícia Civil seja um delegado
de polícia integrante da classe final da carreira. STF. Plenário. ADI 3077/SE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado
em 16/11/2016 (Info 847).

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DIREITO PENAL

CONCEITOS – HISTÓRIA #PCPA

O Direito Penal se preocupa com em analisar comportamentos humanos indesejados, definindo-os como
crimes ou contravenções penais, e aplica de acordo com a gravidade, sanções penais. É tudo que está normatiza-
do. O Direito Penal ocupa-se do crime enquanto norma. Ex: define que homicídio doloso é crime.

Já a criminologia se ocupa do estudo do criminoso e das causas da criminalidade, sendo uma ciência em-
pírica e interdisciplinar, utilizando-se de várias áreas do conhecimento. Ex: analisa os fatores que contribuem para
o cometimento de homicídio doloso.

A política criminal utiliza as informações advindas do estudo da criminologia e as aplica através de meios de
prevenção e repressão à delinquência, e assim, define estratégias de controle social. Ex: O que pode ser feito para
que o homicídio seja evitado, que políticas podem levar a uma diminuição do homicídio.

Criminalização primária ocorre com a criação de uma lei penal que incrimina determinadas condutas, e per-
mite a punição de quem praticar determinado crime. A criminalização secundária é a ação concreta de aplicação
da lei sobre alguém, que tenha praticado determinado ato criminalizado primariamente.

O direito penal do fato se ocupa do fato praticado pelo agente, pouco importando suas condições sociais,
o que interessa é o que ele fez ou deixou de fazer. Direito penal do autor é aquele que vai rotular, estereotipar
determinados grupos de pessoas. Leva em conta a figura do agente. O exemplo histórico foi o direito penal da
Alemanha nazista. Tribunal de Nuremberg. O Direito Penal do Inimigo é o exemplo moderno do Direito Penal do
autor. Não se admite o DP do autor, pois viola o princípio da isonomia.

Vamos relembrar o que é garantismo penal? Importante saber quem é o precursor da doutrina: Luigi Ferrajoli.

1.5 Garantismo Penal.

O garantismo, à luz da hermenêutica constitucional, tutela não apenas os direitos individuais dos acusados, in-
vestigados ou processados na esfera criminal, devendo valorar todos os direitos e deveres previstos na Constitui-
ção Federal. Isso porque os direitos fundamentais não preveem apenas uma proibição de intervenção (proibição
de excesso), mas também uma vedação à omissão (proibição da proteção deficiente, proibição da proteção
insuficiente). Essa doutrina é fruto dos estudos do jurista Luigi Ferrajoli que, em seu livro Direito e razão assentou
os dez princípios do sistema garantista (todos já conhecidos pela CF de 1988).

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1) Nulla poena sine crimine; 2) Nullum crimen sine lege; 3) Nulla lex (poenalis) sine necessitate;
4) Nulla necessitas sine injuria; 5) Nulla injuria sine actione; 6) Nulla actio sine culpa; 7) Nulla culpa sine
judicio; 8) Nullum judicium sine accusatione; 9) Nulla accusatio sine probatione; 10) Nulla probatio sine
defensione.
Garantismo Penal Integral.
O garantismo penal integral ou proporcional é aquele que assegura os direitos do acusado, não permitindo
violações arbitrárias, desnecessárias ou desproporcionais, e, por outro lado, assegura a tutela de outros bens
jurídicos relevantes para a sociedade, em consonância com as duas vertentes do princípio da proporcionalidade,
incluindo a proibição do excesso e a proibição da proteção deficiente. Compreende:
- o Garantismo negativo: visa frear o poder punitivo do Estado, ou seja, refere-se à proibição de excesso; e
- o Garantismo positivo: visa fomentar a eficiente intervenção estatal, ou seja, refere-se à proibição da inter-
venção estatal insuficiente (deficiente), bem como evitar a impunidade.
Garantismo Penal Hiperbólico ou Monocular.
Segundo a tese defendida por Douglas Fischer, é aquele aplicado de maneira ampliada e desproporcional, mo-
nocular. Tutela apenas os direitos fundamentais do investigado/processado, desconsiderando-se o interesse co-
letivo. Contrapõe-se ao garantismo penal integral, que resguarda os direitos fundamentais afetos à coletividade.

1.6 Direito Penal do Inimigo

Conceito elaborado por Jakobs. Segundo ele, o inimigo é aquele sujeito que se coloca em posição de sub-
versão completa da ordem jurídica estatal, enfrentando a autoridade do Estado com comportamentos tidos como
absolutamente perigosos à vida em comunidade (ex.: integrantes de organizações criminosas e terroristas). Em
resposta a esse comportamento, e buscando fazer valer a sua Teoria Funcionalista, Jakobs propõe a sistematização
de normas penais e processuais penais diversas a serem aplicadas no julgamento do inimigo. É dizer: há um Direito
Penal do Cidadão e um Direito Penal do Inimigo.

As premissas sobre as quais se funda o Funcionalismo Sistêmico, Radical ou Monista, deram ensejo à exu-
mação da Teoria do Direito Penal do inimigo (ou bélico), representando a construção de um sistema próprio para
o tratamento do indivíduo infiel ao sistema. Jakobs dá vida para uma teoria já defendida por filósofos como Protá-
goras, São Tomás de Aquino, Kant, Locke e Hobbes.

Evolução histórica

Vingança divina: o sujeito era penalizado pela tribo, a punição era baseada em entidades divinas.

Vingança Privada: Aplicada na Lei de Talião. Olho por olho, dente por dente...

Vingança Pública: o direito de punir passa ao Estado, porém com caráter cruel, prevendo pena de morte.

106 RETA FINAL PC/RN + PC/PA | @CICLOSMETODO


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Fase Iluminista: uso da racionalidade, época de desenvolvimento humano. A intervenção àqueles que trans-
grediam a lei devia ser rápida, mínima e necessária.

Com relação à evolução do direito penal no Brasil, importante lembrar que em 1824, com o advento do Có-
digo Criminal do Império ficou caracterizado como uma legislação mais humanizada, trazendo a individualização
da pena, entretanto aplicava a pena de morte aos escravos. Já em 1891, como advento do Código Criminal da
República vedou-se a pena de morte e de caráter perpétuo.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL

¾¾Princípio da Reserva Legal ou Estrita Legalidade:

Somente a lei pode criar delitos e cominar penas. Como consequência lógica, não se admite a utilização de
medida provisória em matéria penal.

#CUIDADO! O STF já admitiu MP na seara penal, desde que para favorecer o réu. Ex.: MP 417 que prorrogou a
“atipicidade temporária” nos crimes de posse de armas.

O princípio da legalidade possui algumas funções fundamentais:

99Lei estrita: é proibida a analogia contra o réu.


99Lei escrita: é proibido o costume incriminador.

#OLHAOGANCHO: da mesma forma que o costume não tem o condão de incriminar, também não tem de
descriminalizar (os costumes contrários às leis são chamados de DESUETUDO: contrariam uma lei penal, mas não
a revogam. Ex.: crime de casa de prostituição/jogo do bicho).

99Lei certa: é proibida a criação de tipos penais vagos e indeterminados.


99Lei prévia: é proibida a aplicação da lei penal incriminadora a fatos - não considerados crimes - praticados
antes de sua vigência. Engloba aqui o da anterioridade, cláusula pétrea.

¾¾Princípio da Intervenção Mínima:

Afirma ser legítima a intervenção penal apenas quando a criminalização de um fato se constitui meio indis-
pensável para a proteção de determinado bem ou interesse, não podendo ser tutelado por outros ramos do orde-
namento jurídico. A intervenção mínima é gênero do qual são espécies: a fragmentariedade e a subsidiariedade.
Vamos conferir?

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99Princípio da Fragmentariedade: no universo da ilicitude, somente alguns poucos fragmentos con-


stituem-se em ilícitos penais. O Direito Penal é a última etapa de proteção. #ATENÇÃO! O princípio da
fragmentariedade atua no PLANO ABSTRATO (na criação de tipos penais).

#SELIGA: FRAGMENTARIEDADE ÀS AVESSAS: É o contrário da fragmentariedade; o crime deixa de existir, pois


a incriminação se torna desnecessária. Por exemplo, o adultério.

99Princípio da Subsidiariedade: incide no PLANO CONCRETO, ou seja, no momento de aplicação da lei


penal. É analisado se, naquele caso concreto, seria possível solucionar através de outros ramos do direito,
ou se será preciso utilizar a ultima ratio, o executor de reserva, isto é, o direito penal.

¾¾Princípio da Ofensividade:

Possui quatro funções principais:

1) Proibição da incriminação de uma atitude interna, como as ideias, convicções, e desejos dos homens.

2) Proibição da incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor (princípio da alte-
ridade).

3) Proibição da incriminação de simples estados ou condições existenciais (aplica-se o direito penal do fato
e não do autor).

4) Proibição da incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico.

¾¾Princípio da Insignificância:

Pode ser visto como instrumento de interpretação restritiva do tipo penal. Possui natureza jurídica de causa
supralegal de exclusão da tipicidade material, devendo ser analisado em conexão com os postulados da fragmen-
tariedade e da intervenção mínima.

Vamos dar uma conferida nos requisitos desse princípio?!

Objetivos: mínima ofensividade da conduta do agente; nenhuma periculosidade social da ação; reduzido
grau de reprovabilidade do comportamento; Inexpressividade da lesão jurídica provocada.

Subjetivos: importância do bem para a vítima (STF) e condições do agente (#SELIGA: a reincidência, a rei-
teração criminosa, a habitualidade delitiva NÃO são suficientes, por si sós, para afastar a aplicação do princípio da
insignificância – STF Info 793).

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#ATENÇÃO: Os tribunais superiores, em algumas situações concretas, têm afastado o princípio da insignificância
nos casos de reincidência e de furto qualificado.

#OLHAOGANCHO. #BAGATELAIMPRÓPRIA. No caso do princípio da insignificância impróprio ou bagatela


imprópria ocorre o injusto penal. Entretanto, verifica-se que no caso concreto a pena é desnecessária (incidência
dos princípios da desnecessidade da pena com o princípio da irrelevância penal do fato).
Vamos entender melhor?
O princípio da insignificância impróprio pressupõe a análise do que ocorreu após a prática do crime até o mo-
mento do julgamento. Ex.: O réu casou, teve filhos, tem uma empresa com 50 funcionários?! Nesses casos, o juiz
reconhece a existência do crime, mas conclui que a pena não é necessária. Aqui não há causa supralegal de
exclusão da tipicidade, há causa supralegal de extinção da punibilidade. O Estado reconhece o crime, mas
conclui pela desnecessidade de punição. A punição não é mais vantajosa para a sociedade.
A análise da pertinência da bagatela imprópria há de ser realizada, obrigatoriamente, na situação fática, jamais
no plano abstrato. Atente-se também para a necessidade de se observar que a bagatela imprópria tem como
pressuposto inafastável a não incidência do princípio da insignificância (própria). Afinal, se o fato não era mere-
cedor da tutela penal em decorrência da sua atipicidade, descabe enveredar pela discussão acerca da necessi-
dade ou não de pena.
A bagatela imprópria se ASSEMELHA ao perdão judicial (art. 107, IX, do CP). O fundamento da bagatela impró-
pria e do perdão judicial é o mesmo, só que o perdão judicial está duplamente previsto em lei, enquanto instituto
bem como em relação às hipóteses legais em que ele incide. Em contrapartida, no Brasil, não há previsão legal
do princípio da insignificância impróprio.

Pessoal, por fim, COLEM NA RETINA essa revisão sobre a aplicação do princípio da insignificância. Trata-se
de um compilado das principais informações extraídas da jurisprudência, tomando por base os comentários do
Dizer o Direito. #DEOLHONAJURIS. #AJUDAMARCINHO.

NÃO SE APLICA A INSIGNIFICÂNCIA:

- Delitos praticados em violência doméstica.

- Posse ou porte de arma ou munição.

- Estelionato contra o INSS (estelionato previdenciário).

- Tráfico de drogas.

- Crime de moeda falsa.

- Contrabando.

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- Roubo.

- Lesão Corporal.

- Falsificação de documento público.

- Estelionato envolvendo o seguro-desemprego e FGTS.

- Violação de Direito Autoral (art. 184, §2º, CP).

- Tráfico internacional de arma de fogo ou munição.

- Furto qualificado (Há divergência, conforme informativo abaixo):

Obs. Como regra, a aplicação do princípio da insignificância tem sido rechaçada nas hipóteses de furto qualificado,
tendo em vista que tal circunstância denota, em tese, maior ofensividade e reprovabilidade da conduta. Deve-se,
todavia, considerar as circunstâncias peculiares de cada caso concreto, de maneira a verificar se, diante do quadro
completo do delito, a conduta do agente representa maior reprovabilidade a desautorizar a aplicação do princípio
da insignificância. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 785755/MT, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
22/11/2016. STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 746011/MT, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 05/11/2015.

Crimes Militares:

Trata-se de tema extremamente polêmico, mas a posição majoritária é no sentido de que não se aplica o princípio
da insignificância aos crimes militares, sob pena de afronta à autoridade, hierarquia e disciplina, bens jurídicos cuja
preservação é importante para o regular funcionamento das instituições militares. O caso mais comum e que é
provável que seja cobrado em sua prova é o crime de posse de substância entorpecente em lugar sujeito à admi-
nistração militar (art. 290 do CPM). O Plenário do STF já assentou a inaplicabilidade do princípio da insignificância
à posse de quantidade reduzida de substância entorpecente em lugar sujeito à administração militar (art. 290 do
CPM). STF. 2ª Turma. HC 118255, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 19/11/2013. STF. 2ª Turma. ARE 856183
AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/06/2015.

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POSSÍVEL APLICAR A INSIGNIFICÂNCIA

Crimes ambientais.
#AJUDAMARCINHO: É possível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes ambientais, devendo ser
analisadas as circunstâncias específicas do caso concreto para se verificar a atipicidade da conduta em exame.
STJ. 5° Turma. AgRg no AREsp 654.321/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 09/06/2015. É
possível aplicar o princípio da insignificância para crimes ambientais. STF. 2ª Turma. Inq 3788/DF, Rel. Min. Cár-
men Lúcia, julgado em 1°/3/2016 (Info 816).
PORÉM, CUIDADO:
#AJUDAMARCINHO: O princípio da bagatela não se aplica ao crime previsto no art. 34, caput c/c parágrafo
único, II, da Lei 9.605/98: Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados
por órgão competente: Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou median-
te a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos; Caso concreto: realização de pesca
de 7kg de camarão em período de defeso com o uso de método não permitido. STF. 1ª Turma. HC 122560/SC,
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/5/2018 (Info 891). #JULGADORECENTE.
Descaminho.
Furto Simples. PORÉM, CUIDADO:
Se o valor do bem é acima de 10% do salário mínimo vigente na época, o STJ tem negado a aplicação do
princípio da insignificância. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1558547/MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 19/11/2015.
“Flanelinha” e exercício da profissão sem registro no órgão competente (não configura a contravenção penal
prevista no art. 47 do Decreto-Lei 3.688/1941: exercício ilegal de profissão ou atividade).

#DIVERGÊNCIA entre o STJ e o STF.

MANTER RÁDIO CLANDESTINA

STJ: NÃO STF: SIM

STJ: NÃO. É inaplicável o princípio da insignificância


ao delito previsto no art. 183 da Lei nº 9.472/97, nas STF: SIM, é possível, em situações excepcionais, o
hipóteses de exploração irregular ou clandestina de reconhecimento do princípio da insignificância des-
rádio comunitária, mesmo que ela seja de baixa po- de que a rádio clandestina opere em baixa frequên-
tência, uma vez que se trata de delito formal de pe- cia, em localidades afastadas dos grandes centros
rigo abstrato, que dispensa a comprovação de qual- e em situações nas quais ficou demonstrada a ine-
quer dano (resultado) ou do perigo, presumindo-se xistência de lesividade. STF. 2ª Turma. HC 138134/
este absolutamente pela lei. Nesse sentido: STJ. 6ª BA, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
Turma. AgRg no AREsp 740.434/BA, Rel. Min. Anto- 7/2/2017 (Info 853).
nio Saldanha Palheiro, julgado em 14/02/2017.

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APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA

STJ: SIM STF: NÃO


O STJ já firmou o entendimento de que é O bem jurídico tutelado pelo delito de apropriação indébi-
possível a aplicação do princípio da insig- ta previdenciária é a subsistência financeira da Previdência
nificância ao delito de apropriação indébita Social. Logo, não há como afirmar-se que a reprovabilidade
previdenciária, desde que o total dos valores da conduta atribuída ao paciente é de grau reduzido, con-
retidos não ultrapasse o valor utilizado pela siderando que esta conduta causa prejuízo à arrecadação já
Fazenda Público como limite mínimo para deficitária da Previdência Social, configurando nítida lesão a
que sejam ajuizadas as execuções fiscais. STJ. bem jurídico supraindividual. O reconhecimento da atipici-
5ª Turma. AgRg no REsp 1241697/PR, Rel. dade material nesses casos implicaria ignorar esse preocu-
Min. Laurita Vaz, julgado em 06/08/2013. STJ. pante quadro. STF. 1ª Turma. HC 102550, Rel. Min. Luiz Fux,
6ª Turma. RHC 59839/SP, Rel. Min. Nefi Cor- julgado em 20/09/2011. STF. 2ª Turma. RHC 132706 AgR, Rel.
deiro, julgado em 07/04/2016. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/06/2016.

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

STJ: NÃO STF: SIM

Há julgados da 2ª Turma admitindo a aplicação do


Súmula 599-STJ. princípio mesmo em outras hipóteses além do des-
caminho.

PORTE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL

STJ: NÃO STF: SIM

A jurisprudência de ambas as turmas do STJ firmou


entendimento de que o crime de posse de drogas
para consumo pessoal (art. 28 da Lei nº 11.343/06) é
STF: possui um precedente isolado, da 1ª Turma,
de perigo presumido ou abstrato e a pequena quan-
aplicando o princípio.
tidade de droga faz parte da própria essência do de-
lito em questão, não lhe sendo aplicável o princípio
da insignificância

CRIMES PRATICADOS POR PREFEITOS

STJ: NÃO STF: SIM

Possui precedentes afirmando que não é possível a


aplicação do princípio da insignificância a prefeito,
em razão mesmo da própria condição que ostenta,
Possui julgados entendendo ser possível.
devendo pautar sua conduta, à frente da municipa-
lidade, pela ética e pela moral, não havendo espaço
para quaisquer desvios de conduta.

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#RESUMINDO #COLANARETINA #RELERPARAREFORÇAR

APLICABILIDADE INAPLICABILIDADE DIVERGÊNCIAS


Lesão corporal; roubo; tráfico Crimes ambientais, Crimes cometidos por pre-
de drogas; moeda falsa e ou- feitos (STF já admitiu, STJ não); Apropriação in-
tros crimes contra a fé pública; débita previdenciária (STF já admitiu, STJ afas-
Furto simples, crimes contrabando; estelionato con- ta); Porte de droga para consumo pessoal (STF
contra a ordem tri- tra o INSS, envolvendo FGTS tem um precedente isolado); Crimes contra Ad-
butária e descaminho ou envolvendo seguro-desem- ministração Pública (STJ afasta, STF já admitiu);
(STJ e STF: 20 mil re- prego; violação de direito au- Rádio comunitária clandestina (STF admite em
ais); “Flanelinha” e toral; posse ou porte de arma rádios com baixa frequência e em locais afas-
exercício da profissão de fogo/munição (Cuidado com tados dos grandes centros, quando demons-
sem registro no órgão a exceção: porte ilegal de uma trada a inexistência de lesividade – Info 853.O
competente. munição como pingente); deli- STJ, por sua vez, não admite); furto qualificado
tos praticados em violência do- (em alguns casos o STJ já admitiu o princípio da
méstica; provedor clandestino insignificância, como no furto qualificado pelo
de internet sem fio. concurso de pessoas).

#VAICAIR: Com relação à polêmica sobre os crimes contra a Administração Pública, o STJ, em novembro de
2017, editou a Súmula nº 599:
SÚMULA 599 DO STJ:O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pú-
blica.
#MAISUMA O STJ recentemente editou súmula em relação ao delito de rádio clandestina:
Súmula 606-STJ: Não se aplica o princípio da insignificância aos casos de transmissão clandestina de si-
nal de internet via radiofrequência que caracterizam o fato típico previsto no artigo 183 da lei 9.472/97.
#CUIDADO: Nos crimes ambientais, há divergência no STF sobre a possibilidade de aplicação do princípio da
insignificância quanto à pesca ilegal.
#AJUDAMARCINHO: A Lei de Crimes Ambientais tipifica a pesca ilegal, nos seguintes termos: “Art. 34. Pescar
em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente:” Se a pessoa é
flagrada sem nenhum peixe, mas portando consigo equipamentos de pesca, em um local onde esta atividade é
proibida, ela poderá ser absolvida do delito do art. 34 da Lei de Crimes com base no princípio da insignificância?

2ª TURMA DO STF 2ª TURMA DO STF


SIM. É possível aplicar o princípio da insigni- NÃO. Não é possível aplicar o princípio da insignificância
ficância para crimes ambientais. para crimes ambientais.
Na estação ecológica, os servidores do IBAMA encontraram
Ex.: pessoa encontrada em uma unidade de
uma pequena embarcação com um indivíduo. Apesar de não
conservação onde a pesca é proibida, com
estar com peixes, ele estava com vara de pescar, linha e an-
vara de pescar, linha e anzol, conduzindo
zol. O pescador foi autuado administrativamente pelo IBAMA
uma pequena embarcação na qual não ha-
por pesca ilegal, e o MP ofereceu denúncia contra ele, pela
via peixes.
prática do crime previsto no art. 34, caput, da Lei nº 9.605/98.
STF. 2ª Turma. Inq 3788/DF, Rel. Min. Cár-
STF. 2ª Turma. RHC 125566/PR e HC 127926/SC, Rel. Min.
men Lúcia, julgado em 1°/3/2016 (INFO 816
Dias Toffoli, julgados em 26/10/2016 (INFO 845 DO STF)
DO STF)

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¾¾Princípio da Culpabilidade:

Possui três consequências materiais:

a) Não há responsabilidade penal objetiva;

b) A responsabilidade penal é pelo fato praticado e não pelo autor;

c) A culpabilidade é a medida da pena.

¾¾Princípio da Exclusiva Proteção de Bens Jurídicos:

O Direito Penal possui como função a proteção de bens jurídicos mais relevantes para a sociedade. Assim,
o Estado não pode utilizar o Direito Penal para tutelar a moral, a religião, os valores ideológicos etc., sob pena de
prevalecer a intolerância.

¾¾Princípio da Proporcionalidade:

O princípio da proporcionalidade adveio do direito alemão. É chamado de razoabilidade (direito italiano) ou


de convivência das liberdades públicas (direito norte-americano). É desdobramento lógico do Princípio da Indivi-
dualização da Pena. Em síntese, o que a proporcionalidade impõe é que a pena seja proporcional à gravidade da
infração penal.

Não é possível analisar esse princípio sob uma única ótica. Há dois aspectos fundamentais. Vamos conferir?

99Garantismo negativo: proibição contra os excessos do Estado. Não se pode punir mais do que o necessário
para a proteção de um bem jurídico.
99Garantismo positivo: proibição da proteção insuficiente do bem jurídico.

¾¾Princípio da Pessoalidade ou da intranscendência da Pena:

A pena deve ser aplicada somente ao autor do fato e não a terceiros.

CF, art. 5, XLV - Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas,
até o limite do valor do patrimônio transferido.

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FONTES E APLICAÇÃO DA LEI PENAL

As fontes do Direito Penal se dividem em:

Materiais: relativas ao órgão que a cria. No nosso ordenamento jurídico a União tem competência privativa
para a criação de crimes. Entretanto, lei complementar federal pode autorizar os Estados-membros a legislar sobre
Direito Penal, porém, somente em questões específicas de interesse local (§único, do art. 22 da CRFB/88).

Formais:

a) imediata: Lei (a doutrina moderna acrescenta tratados, convenções de Direitos Humanos, jurisprudência
e princípios);

b) mediata: princípios, costumes (corrente moderna entende que a doutrina é fonte formal mediata, e os
costumes seriam fonte mediata INFORMAL).

Características da Lei Penal:

- Exclusividade: somente por lei se cria crimes;

- Imperatividade: a lei é imposta, exprime uma ordem;

- Generalidade: se aplica a todos, no geral;

- Impessoalidade: independe da pessoa, ela é aplicada a todos de forma igual.

Classificação da lei penal:

- Lei penal incriminadora: define o que é crime;

- Lei penal não-incriminadora:

- Permissiva: permite que a conduta tipificada como crime, seja praticada (ex: legitima defesa);

- Explicativa: quando traz uma explicação de conceitos (ex: art. 327, CP);

- Complementar: fornecem princípios gerais para a aplicação da lei penal. P. ex. o art. 59, do CP, quando
trata sobre a aplicação de pena;

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- De Extensão: permite a tipicidade de um fato que não se enquadra perfeitamente à lei penal incrimi-
nadora. Chamadas de norma de aplicação típica mediata. Ex: art. 14, II, tentativa. Permite que um crime tentado,
embora não esteja previsto no artigo incriminador seja penalizado da mesma forma, com diminuição da pena.

LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO

Teoria da atividade: considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda


que outro seja o momento do resultado.
TEMPO DO
CRIME #SELIGANASUMULA SÚMULA 711 DO STF: Nos casos de crime continuado, permanente ou
habitual, aplica-se a lei mais grave, se vigente antes de cessada a continuidade, permanência
ou habitualidade.
Teoria da ubiquidade: considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou
LUGAR DO omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado).
CRIME #NÃOCONFUNDA: Com o artigo 70 do CPP, que adota a teoria do resultado no que diz res-
peito à competência para julgar crimes.

#DECORE #OLHAOMACETE: LUTA: Lugar = Ubiquidade / Tempo = Atividade.

LEI PENAL NO ESPAÇO


TERRITORIALIDADE: consiste na aplicação da lei brasileira aos crimes praticados no Brasil
REGRA
(art. 5o, CP).
INCONDICIONADA (art. 7o, I, CP)
EXTRATERRITORIALIDADE: na qual aplica-se a lei
CONDICIONADA (art. 7o, II, CP)
EXCEÇÃO brasileira a crimes (não inclui contravenção penal)
praticados no exterior. HIPERCONDICIONADA (art. 7o, §3°,
CP)

#ATENÇÃO diz-se que o Código Penal adotou a Teoria da Territorialidade mitigada ou temperada.

LEI PENAL NO TEMPO


PRINCÍPIO DA ATIVIDADE: A lei é aplicada aos fatos praticados durante a sua vigência.
REGRA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL: Em regra, a lei penal não retroage para alcançar fatos an-
teriores a sua vigência.
RETROATIVIDADE DA LEI PENAL BENÉFICA: A lei nova mais benéfica retroage, de forma que
será aplicada aos fatos criminosos praticados antes de sua entrada em vigor. Ex: ABOLITIO CRIMI-
NIS: lei nova que deixa de considerar um fato como criminoso, aplica-se inclusive aos processos
EXCEÇÕES já transitados em julgado. Nesse caso, a competência será do juiz das execuções penais.
ULTRATIVIDADE DA LEI PENAL BENÉFICA: A lei mais benéfica, quando revogada, continua a
reger os fatos praticados durante a sua vigência.

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#ATENÇÃO LEX TERTIA: é a combinação de aspectos mais benéficos de mais de uma lei, criando uma terceira lei.
É vedada (súmula 501 do STJ).

#SELIGA Princípio da descontinuidade normativo-típica ou da transmudação geográfica: Pode ocorrer a revo-


gação formal da lei sem que ocorra a abolitio criminis, em razão de inexistir a descontinuidade normativo-típica.
Como exemplo, pode ser citado o crime de atentado violento ao pudor (CP, art. 214), que passou a ser considerado
como estupro (CP, art. 213).

#NÃOCONFUNDA Em relação às normas processuais penais não se aplica a retroatividade, vigora o princípio do
tempus regit actum.

Leis que tratam de matéria penal, mas que estão fora do Código Penal. Ex: Lei de
LEI PENAL ESPECIAL:
drogas.
LEI PENAL TEMPORÁ- É a que tem vigência predeterminada no tempo. Ex. Lei nº 12.663/12 (Lei Geral da
RIA: Copa do Mundo de Futebol de 2014).
São aquelas que são produzidas para vigorar durante determinada situação. Ex:
LEI PENAL EXCEPCIO-
Uma lei definindo crimes durante o período de intervenção federal no estado do
NAL:
Rio de Janeiro.

#ATENÇÃO: A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circuns-
tâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência (art. 3, CP).

INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL

Interpretação é a tarefa mental que procura estabelecer a vontade da lei, ou seja, o seu conteúdo e signifi-
cado.

Tipos de interpretação da norma:

- Autêntica (realizada pelo legislador);

- Doutrinárias;

- Jurisprudencial;

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- Gramatical: considera o sentido literal das palavras;

- Teleológica: se refere à intenção objetivada pela lei;

- Histórica: indaga a origem da lei;

- Sistemático: interpretação em conjunto com a legislação em vigor e com os princípios gerais do direito;

- Progressiva: busca o significado legal de acordo com o progresso da ciência.

Interpretação quanto ao resultado: declaratória, extensiva e restritiva:

Declaratória, declarativa ou estrita é aquela que resulta da perfeita sintonia entre o texto da lei e a sua von-
tade. Nada resta a ser retirado ou acrescentado.

Extensiva é a que se destina a corrigir uma fórmula legal excessivamente estreita. A lei disse menos do
que desejava amplia-se o texto da lei, para amoldá-lo à sua efetiva vontade. Por se tratar de mera atividade
interpretativa, buscando o efetivo alcance da lei, é possível a sua utilização até mesmo em relação àquelas de
natureza incriminadora. Exemplo disso é o art. 159 do Código Penal, legalmente definido como extorsão mediante
sequestro, que também abrange a extorsão mediante cárcere privado.

Restritiva é a que consiste na diminuição do alcance da lei, concluindo-se que a sua vontade, manifestada
de forma ampla, não permite seja atribuído à sua letra todo o sentido que em tese poderia ter. A lei disse mais do
que desejava.

Interpretação analógica:

Interpretação analógica ou “intra legem” é a que se verifica quando a lei contém em seu bojo uma fór-
mula casuística seguida de uma fórmula genérica. É necessária para possibilitar a aplicação da lei aos inúmeros e
imprevisíveis casos que as situações práticas podem apresentar. Ex: Homicídio qualificado. Art. 121, §2º, CP.

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INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL X ANALOGIA

INTERPRETAÇÃO EX- INTERPRETAÇÃO ANALÓ-


ANALOGIA
TENSIVA GICA

Existe norma para o Existe norma para o caso


Não existe norma para o caso concreto.
caso concreto. concreto.

No caso em que há lacuna (caso omisso), o juiz apli-


ca, por analogia (por assemelhação), uma lei que tra-
ta sobre o caso semelhante.
Não pode ser prejudicial ao réu (in malam partem).
OBS: também chamada de analogia legal ou “legis”.
O legislador previu uma
fórmula genérica, permitin- Ex. adolescente estuprada que pretende interromper
do ao juiz encontrar outras. a gestação do seu feto pode fazer uso do aborto
sentimental previsto no art. 128, II, CP, apesar deste
Amplia-se o alcance. Pode ser prejudicial ao réu.
não ter sido editado quando da previsão legal do es-
Ex: na palavra “arma”
Ex. art. 121, §2º, I - median- tupro de vulnerável, portanto, não abrangendo essa
– art. 157, § 2° do CP.
te paga ou promessa de hipótese.
recompensa, ou por outro
#CUIDADO: A analogia não é forma de interpreta-
motivo torpe (qualificadora
ção da lei penal, mas sim técnica de integração ou
do homicídio);
colmatação do ordenamento jurídico. A lei pode ter
lacunas, mas não o ordenamento jurídico. Trata-se
de aplicação, ao caso não previsto em lei, de norma
reguladora de caso semelhante. Não se aplica às leis
excepcionais, justamente em razão de seu caráter ex-
traordinário.

PRINCÍPIOS PARA SOLUCIONAR O CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS (#MNEMÔNICO SECA)

Atua no plano concreto. O crime tipificado pela lei subsidiária, além de menos grave do
que o narrado pela lei primária, dele também difere quanto à forma de execução, já que
SUBSIDIARIEDA- corresponde a uma parte deste. Em outras palavras, a figura subsidiária está inserida na
DE principal. No princípio da subsidiariedade a comparação sempre deve ser efetuada no
caso concreto, buscando-se a aplicação da lei mais grave. A subsidiariedade pode ser
tanto expressa (por exemplo, disparo de arma de fogo), como tácita.

Sua aferição se estabelece em abstrato, ou seja, para saber qual lei é geral e qual é es-
pecial, prescinde-se da análise do fato praticado. Pouco importa também a quantidade
ESPECIALIDADE de sanção penal reservada para as infrações penais. A comparação entre as leis não se
faz da mais grave para a menos grave, pois a lei específica pode narrar um ilícito penal
mais rigoroso ou mais brando.

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Também é analisado no plano concreto. Difere-se da subsidiariedade em dois aspectos.


Na regra da subsidiariedade, em função do fato concreto praticado, comparam-se as
leis para saber qual é a aplicável. Por seu turno, na consunção, sem buscar auxílio nas
leis, comparam-se os fatos, apurando-se que o mais amplo, completo e grave consome
os demais. O fato principal absorve o acessório, sobrando apenas a lei que o disciplina.
Lei consuntiva é aquela que define o todo, o fato mais amplo. Lei consumida define a
parte, o fato menos amplo. A consunção é aplicada nos casos de crimes progressivos, na
progressão criminosa ou nos atos impuníveis.
#EXEMPLIFICACOACH: Na subsidiariedade, o constrangimento ilegal só pode ser pra-
ticado se houver a ameaça. Um crime está obrigatoriamente dentro do outro, a ameaça
é elemento do constrangimento ilegal. Por outro lado, na consunção, tomemos como
exemplo a lesão corporal e o homicídio. A lesão corporal não é um elemento do homicí-
dio. O homicídio pode ser praticado por outro modo que não a lesão corporal. Um crime
não está obrigatoriamente dentro do outro, comparam-se os fatos.
CONSUNÇÃO SÚMULA 17 DO STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade
lesiva, é por este absorvido.
#DEOLHONAJURIS: um crime não pode ser absorvido por uma contravenção penal.
#NÃOCONFUNDA

CRIME PROGRESSIVO PROGRESSÃO CRIMINOSA

A intenção do agente é, desde o início, co-


Há uma mudança no ânimo do agente. Ex.:
meter o crime mais grave. Ex.: objetiva co-
ele deseja inicialmente causar lesão corpo-
meter um homicídio. Contudo, para se che-
ral. Contudo, durante a execução muda de
gar até o homicídio, ocorre primeiro a lesão
intenção e acaba cometendo o homicídio.
corporal (crime de ação de passagem). Pela
Pela consunção, a lesão corporal é absor-
consunção, a lesão corporal é absorvida
vida pelo homicídio.
pelo homicídio.

Se refere aos crimes plurinucleares, ou seja, aqueles crimes que apresentam vários ver-
bos, a exemplo do artigo 33, caput, da Lei n. 11.343/2006. A prática de mais de uma
ALTERNATIVIDA- dessas condutas configura crime único, podendo a pena ser majorada em razão dos
DE vários núcleos praticados na fase da dosimetria da pena. É também chamado de “tipo
penal misto alternativo”. #NÃOCONFUNDIR com o princípio da alteridade, segundo o
qual não se deve punir condutas que prejudicam apenas o próprio agente. Ex: autolesão.

INFRAÇÃO PENAL: ELEMENTOS E ESPÉCIES. SUJEITOS DA INFRAÇÃO PENAL

Existe diferença entre CRIME, DELITO e CONTRAVENÇÃO?

Para o nosso sistema, crime e delito são sinônimos, mas não se confundem com contravenção.

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Conforme doutrina de Rogério Greco, enquanto para alguns sistemas, como o francês, esses três elementos
se distinguem (critério tripartido), para o Brasil (assim como na Alemanha e na Itália) utiliza-se o critério bipartido
– crimes e delitos, como sinônimos, de um lado, e contravenções penais, de outro. Infração penal, por sua vez, é
gênero relativo a essas duas espécies.

No artigo da 1º Lei de Introdução ao Código Penal vem a distinção entre crime e contravenção:

Art. 1º. Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamen-
te, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina,
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.

CRIME, delito CONTRAVENÇÃO, crime anão, liliputiano


Reclusão / detenção / multa; Prisão simples / Multa;
Cabe tentativa; Há tentativa, mas não é punível;
Pena máxima: 40 anos; Pena máxima: 5 anos;
SURSIS (2 a 4 / 4 a 6 anos); SURSIS (1 ano a 3);
Extraterritorialidade (pode ser aplicado aos crimes pra- Territorialidade: Somente aplicado aos crimes pratica-
ticados fora do país); dos no país;

Pode ser processado nas Justiças Federal, Eleitoral, Es-


Justiça Estadual, salvo foro privilegiado;
tadual;

Cabe prisão preventiva e temporária Não cabe prisões cautelares.

Na verdade não há diferença substancial entre crime e contravenção. O critério é meramente político, como
também é político o critério de identificação de ser tal ou qual conduta crime ou contravenção. Ex.: o porte de
arma, que era contravenção penal, passou a ser crime em 1997.

O legislador não conceituou o crime. O conceito hoje apresentado, portando, é essencialmente jurídico. O
crime pode apresentar três conceitos diferentes:

CONCEITO FORMAL – crime é todo o fato humano proibido pela lei penal.

CONCEITO MATERIAL – todo o fato humano lesivo de um interesse capaz de comprometer as condições de
existência, de conservação e de desenvolvimento da sociedade. É a conduta que viola os bens jurídicos mais im-
portantes.

CONCEITO ANALÍTICO – crime é ação típica (tipicidade), antijurídica ou ilícita (ilicitude) e culpável (culpabilidade).
Para a maioria da doutrina, esse foi o conceito adotado pelo Código Pena brasileiro.

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FONTE: Rogério Greco

Os Sujeitos da infração penal é um tema doutrinário. Aqui a discussão mais importante para a prova é a
possibilidade da pessoa jurídica figurar como sujeito ativo do crime e a Teoria da Dupla Imputação.

De acordo com doutrina de Bitencourt, no Brasil, a obscura previsão do art. 225, § 3º, da Constituição
Federal, relativamente ao meio ambiente, tem levado alguns penalistas a sustentarem, equivocadamente, que a
Carta Magna consagrou a responsabilidade penal da pessoa jurídica. No entanto, a responsabilidade penal ainda
se encontra limitada à responsabilidade subjetiva e individual.

Segundo entendimento do STJ, é possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais
independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. Logo, perce-
be-se que a jurisprudência não mais adota a chamada teoria da “dupla imputação”. Neste sentido, STJ. 6ª
Turma. RMS 39.173-BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 6/8/2015 (Info 566).

RE 548181 PR (STF) - EMENTA DIREITO PENAL. CRIME AMBIENTAL. RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA
JURÍDICA. CONDICIONAMENTO DA AÇÃO PENAL À IDENTIFICAÇÃO E À PERSECUÇÃO CONCOMITANTE DA
PESSOA FÍSICA QUE NÃO ENCONTRA AMPARO NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. 1. O art. 225 , § 3º , da
Constituição Federal não condiciona a responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes ambientais à si-
multânea persecução penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da empresa. A norma constitucio-
nal não impõe a necessária dupla imputação. 2. As organizações corporativas complexas da atualidade se
caracterizam pela descentralização e distribuição de atribuições e responsabilidades, sendo inerentes, a esta
realidade, as dificuldades para imputar o fato ilícito a uma pessoa concreta. 3. Condicionar a aplicação do art.
225 , § 3º , da Carta Política a uma concreta imputação também a pessoa física implica indevida restrição da nor-
ma constitucional, expressa a intenção do constituinte originário não apenas de ampliar o alcance das sanções
penais, mas também de evitar a impunidade pelos crimes ambientais frente às imensas dificuldades de individu-
alização dos responsáveis internamente às corporações, além de reforçar a tutela do bem jurídico ambiental. 4. A
identificação dos setores e agentes internos da empresa determinantes da produção do fato ilícito tem relevância
e deve ser buscada no caso concreto como forma de esclarecer se esses indivíduos ou órgãos atuaram ou delib-
eraram no exercício regular de suas atribuições internas à sociedade, e ainda para verificar se a atuação se deu
no interesse ou em benefício da entidade coletiva.

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Portanto, a jurisprudência dos Tribunais Superiores NÃO adota a Teoria da Dupla Imputação para a
responsabilização penal das pessoas jurídicas por crimes ambientais.

PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS CRIMES1

COMUM PROPRIO DE MÃO PRÓPRIA


Só pode ser praticado por alguém Só pode ser praticado pela pessoa
Pode ser praticado por qual- que detenha uma situação fática ou expressamente indicada no tipo
quer pessoa. jurídica diferenciada. EX: crimes pra- penal. EX: crime de falso testemu-
ticados por funcionários públicos. nho.
Admite participação e coau-
Admite participação e coautoria Admite participação.
toria

CRIME PRÓPRIO
PURO IMPURO
Sem a condição, o fato pode ser enquadrado em ou-
Sem a condição, o fato é atípico. tro crime. Ex: peculato. Se não for funcionário público
Ex: crime de abandono de função (art.323, CP) ele não responde por peculato, mas poderá respon-
der por furto.

SIMPLES COMPLEXO
Fusão de dois ou mais tipos penais. Ex: Roubo – fu-
Um único tipo penal. Ex: furto.
são entre furto + ameaça.

INSTANTANEO PERMANENTE INSTÂNTANEO DE EFEITOS PERMANENTES

Por vontade do agente, pro-


Consuma-se em momento de- Independe da vontade do agente, os efeitos se
longa-se no tempo. Ex: se-
terminado. Ex: furto. prolongam após a consumação. Ex: bigamia.
questro.

UNISSUBSITENTE PLURISSUBSISTENTE

É praticado em um único ato de execução, não se


Praticado mediante dois ou mais atos, são fracionáveis,
fraciona, e por isso não cabe tentativa. Ex: crimes contra
admitindo tentativa. Ex: homicídio.
a honra.

1  Baseado no livro Direito Penal em Tabelas – Martina Correia.

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UNISSUBJETIVO PLURISSUBJETIVO
Pode ser praticado por uma pessoa apenas, ou mais Só pode ser cometido com a participação de diversas
(concurso eventual). pessoas. Ex: associação criminosa.

TRTANSEUNTE NÃO TRANSEUNTE

Não deixa vestígio material. Ex: crimes contra a honra. Deixa vestígios. Ex: homicídio.

DE INTENÇÃO OU DE TENDÊNCIA INTERNA TRANSCENDENTE

A consumação do crime independe do agente alcançar o resultado desejado (finalidade transcendente).

DE RESULTADO CORTADO MUTILADO DE DOIS ATOS

O resultado visado pelo agente (dispensável para a O resultado visado pelo agente (dispensável para a
consumação) depende de uma conduta de terceiros. consumação) depende de uma conduta complementar
Ex: extorsão mediante sequestro, o resgate depende do do próprio sujeito. Ex: crime de moeda falsa, o intuito
pagamento realizado por um terceiro. do agente é colocar a moeda falsa para circular.

DE DANO DE PERIGO
Consuma-se com a efetiva lesão do bem. Ex: lesões
Consuma-se com a exposição do bem jurídico a perigo.
corporais.

CRIME DE PERIGO

ABSTRATO CONCRETO

A situação perigosa deve ser comprovada.


A situação perigosa não precisa ser comprovada, pois é
presumida em lei. Ex: nos crimes previstos no CTB, quando a lei menciona
‘gerando perigo de dano’.

TIPICIDADE, ILICITUDE, CULPABILIDADE, PUNIBILIDADE

O conceito de crime varia de acordo com o critério adotado para defini-lo. Não existe um único conceito de
crime. Critérios:

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Critério material ou substancial:

Crime é a ação ou omissão humana, isto é, a conduta humana, e também da pessoa jurídica nos crimes
ambientais, que lesa ou expõe a perigo de lesão a bens jurídicos penalmente protegidos. Esse conceito material
funciona como um reforço/complemento ao princípio da reserva legal, pois não é porque o legislador tem a lei
que ele pode incriminar qualquer conduta. A conduta deve ser apta a lesar ou colocar em perigo bem jurídico. Esse
critério, portanto, desempenha um papel seletivo no direito penal. Princípios da ofensividade, intervenção mínima.

Critério legal:

Crime é o que a lei classifica como tal. É o conceito fornecido pela própria lei. O conceito legal de crime está
no art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal.

Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente,
quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, iso-
ladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.

Critério formal ou analítico

Leva em conta os elementos estruturais do crime. A estrutura do crime.

• Teoria quadripartida: fato típico, ilicitude, culpabilidade e punibilidade. Basileu Garcia, Giulio Battaglini. A
grande crítica é feita à punibilidade, que não seria elemento do crime e sim consequência do crime.

• Teoria tripartida: divide o criem em fato típico, ilícito e culpável. Essa teoria tem viés clássico e finalista. Nel-
son Hungria, Magalhães Noronha, José Frederico Marques (clássicos), Hans Welzel (finalista).

• Teoria Bipartida: fato típico e ilicitude. A culpabilidade seria pressuposto para aplicação da pena. Quem é
bipartido obrigatoriamente é finalista. Esse finalismo bipartido é criação brasileira (criador: René Ariel Dotti –
O incesto. Foi de forma despretensiosa). Em SP a bipartida é dominante. O STF já adotou as duas. Sugestão:
Não adotar nenhuma posição. Saber explicar as duas. Já Roxin adota uma teoria bipartida diferente = injusto
penal (fato típico + ilicitude) + responsabilidade penal (entra no lugar da culpabilidade. É a o grau de repro-
vabilidade + necessidade de pena).

Prevalece, hoje, que, sob o enfoque analítico, crime é composto por três substratos: fato típico, ilicitude (ou
antijuridicidade) e culpabilidade.

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TEORIAS DO DELITO
SISTEMA CLÁSSICO (POSITIVISMO JURÍDICO)
FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE
Conduta: movimento corporal
voluntário; Imputabilidade

Resultado naturalístico; Relação de contrariedade entre o Dolo normativo ou culpa – inclui a


fato e o direito. consciência atual da ilicitude
Relação de causalidade;
Teoria psicológica.
Tipicidade.

SISTEMA NEOCLÁSSICO / NEOKANTISMO

FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE

Conduta: ao invés de ação, pre-


fere-se comportamento, abran- Imputabilidade.
gendo omissão (adota teoria
Dolo normativo ou culpa - inclui a
causalista para o conceito de
consciência atual da ilicitude.
crime, agregando ao tipo dados Relação de contrariedade entre o
valorativos); fato e o direito. Exigibilidade de conduta diver-
sa.
Resultado naturalístico;
Teoria psicológica-normativa da
Relação de causalidade;
culpabilidade.
Tipicidade.

SISTEMA FINALISTA

FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE

Conduta - dolo e culpa (o dolo é Potencial consciência da ilicitude.


natural, pois não contém a cons-
ciência da ilicitude); Relação de contrariedade entre o Exigibilidade de conduta diversa.
fato e o direito. Teoria normativa pura.
Resultado naturalístico;
Relação de causalidade; Imputabilidade.

Tipicidade.

#ATENÇÃO O FUNCIONALISMO busca explicar as funções do direito penal e não apenas conceituar o cri-
me em si. Temos duas principais espécies:

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FUNCIONALISMO SISTÊMICO
FUNCIONALISMO MODERADO OU DUALISTA DE ROXIN
OU RADICAL DE JAKOBS
O Direito Penal só reconhece os
O Direito Penal tem limites impostos pelo próprio direito penal e demais
limites impostos pelo próprio Di-
ramos do direito.
reito Penal.

A função do Direito Penal é pu-


A função do Direito Penal é tutelar os bens jurídicos. O Direito Penal se nir, aplicar a norma. A sociedade
ajusta à sociedade. é que deve ajustar-se ao Direito
Penal.

Tem como norte a política criminal. Direito Penal do inimigo.

ELEMENTOS DO FATO TÍPICO (TIPICIDADE)

Conduta

Resultado

Nexo Causal

Tipicidade Formal e Material

#SELIGA A tipicidade penal é formada pela tipicidade formal + tipicidade material. A tipicidade formal é o
juízo de subsunção/adequação entre o fato e a norma. O fato praticado na vida real se encaixa no modelo de
crime previsto pela norma penal. A tipicidade formal não é suficiente, sendo necessária a tipicidade material,
expressada na lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico penalmente protegido. O princípio da insignificância
exclui a tipicidade material.

FATO TÍPICO:

CONCEITO

Conforme doutrina de Rogério Sanches, é o 1º substrato do crime, sendo um fato humano indesejado, con-
sistente numa conduta causadora de um resultado, com tipicidade penal (ajustando-se formal e materialmente a
um tipo penal).

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TEORIAS DA TIPICIDADE

TEORIA DO TIPO AVALO-


RADO/TIPO MERAMENTE Fato típico não constitui emissão de valor sobre ilicitude.
DESCRITIVO:

Trata-se da teoria majoritariamente aceita. Coloca a tipicidade como ratio cog-


TEORIA INDICIÁRIA DO noscendi, sendo vista, portanto, como um indício da ilicitude. Todo fato típico
TIPO (RATIO COGNOS- também é presumidamente ilícito, operando-se uma presunção relativa de ilici-
CENDI): tude. O efeito prático da teoria indiciária é a inversão do ônus da prova no
tocante as excludentes da ilicitude.

TEORIA DA RATIO ESSEN- Fato típico e ilícito seria um elemento só.


DI:

Tipicidade legal + antinormatividade. Para que uma conduta seja crime é ne-
TEORIA DA TIPICIDADE cessário que seja proibida pelo ordenamento jurídico globalmente considerado.
CONGLOBANTE (ZAFFA- Antecipa a análise de excludentes de ilicitude: exercício regular de direito e
RONI): o estrito cumprimento do dever legal são analisados como causas excludentes
da tipicidade penal.

O estudo da conduta/ação vai estar inserido nas escolas jus filosóficas de acordo com uma análise ontológica
ou funcional do crime e do Direito Penal. Portanto, passemos ao estudos das Teorias da Conduta:

Teoria Causalista (Causal Naturalista/Clássica/Naturalistica/Mecanicista)

Teóricos: Von Liszt e Beling.

Conduta é uma ação humana voluntária que produz modificação no mundo Exterior. A caracterização da
conduta criminosa depende somente da circunstância de o agente PRODUZIR FISICAMENTE UM RESULTADO
PREVISTO EM LEI COMO INFRAÇÃO PENAL, INDEPENDENTEMENTE DE DOLO OU CULPA. Ação = vontade +
movimento corporal que exterioriza a vontade + resultado dessa atuação. Perceba que o resultado está embutido
no conceito de ação.

O tipo penal só admite elementos objetivos, o dolo e a culpa são espécies da Culpabilidade.

A culpabilidade, na teoria causalista, é o vínculo psicológico entre o autor e o fato (TEORIA PSICOLÓGICA
DA CULPABILIDADE). O dolo da teoria causalista é o DOLO NORMATIVO (vontade + consciência atual da ilicitu-
de, que é o elemento normativo).

A imputabilidade era tida como um pressuposto da culpabilidade.

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Estrutura do Crime na Teoria Causalista:

Teoria neokantista ou neoclássica:

Teóricos: Frank e Edmund Mezger

Conduta é um comportamento humano voluntário que produz modificação no mundo exterior. O


conceito de conduta passa a abranger a OMISSÃO (“comportamento” e não mais “ação”).

A culpabilidade foi enriquecida (Reihnart Frank). O dolo e a culpa passam a ser ELEMENTOS da culpabilidade
(não mais espécies).

• O dolo continua sendo normativo (consciência da ilicitude).

• Admite elementos não meramente descritivos no tipo.

Em relação à culpabilidade, adota a Teoria Psicológico-Normativa, a qual autoriza o surgimento de duas


novas excludentes da culpabilidade: coação moral irresistível e obediência hierárquica. Além disso, abre espaço
para as causas supralegais de exclusão da culpabilidade.

Estrutura do Crime na Teoria neokantista:

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Teoria finalista:

Teórico: Hans Welzel.

Surge na Alemanha, em 1930, com os Estados de Hans Welzel, amparou-se na lógica, na filosofia, na mate-
mática e escreveu o Livro O Novo Sistema Jurídico Penal.

Para essa teoria, conduta é o comportamento humano, consciente e voluntário, dirigido a um fim. Daí o seu
nome finalista, levando em conta a finalidade do agente. Para Welzel a causalidade é cega, não analisa o querer
interno do agente. O finalismo, por ser guiado (pelo dolo e pela culpa), é vidente.

DOLO E CULPA ESTÃO NO TIPO, NÃO NA CULPABILIDADE.

O dolo não é mais normativo, porque a consciência da ilicitude (elemento normativo) agora está na
culpabilidade, que passa a ser normativa pura.

Dolo e culpa, que na teoria clássica residiam na culpabilidade, foram deslocados para o interior da con-
duta, e, portanto, para o fato típico. Formou-se, assim, uma culpabilidade vazia, desprovida do dolo e da culpa.

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Para a maioria da doutrina, o Código Penal adotou a teoria finalista. Indício: o art. 20 diz que “o erro
sobre o elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se
previsto em lei”. SE A AUSÊNCIA DO DOLO ACARRETA A EXCLUSÃO DO FATO TÍPICO, É PORQUE O DOLO
ESTÁ NA CONDUTA.

Teorias Funcionalistas

Analisam a finalidade do direito penal com base em ESTRUTUTAS SOCIOLÓGICAS. O funcionalismo penal
surgiu na Alemanha a partir de 1970, como forma de submeter a dogmática penal aos fins específicos do direito pe-
nal. O CONCEITO DE CONDUTA DEVE OBSERVAR A MISSÃO DO DIREITO PENAL. Há 2 correntes funcionalistas:

Teoria Funcionalista Teleológica (Moderada)

Teórico: Claus Roxin (Escola de Munique).

O crime é composto de fato típico, ilicitude e a responsabilidade ou reprovabilidade. (Responsabilidade


ou reprovabilidade). Para Roxin, culpabilidade seria limite da pena.

A responsabilidade ou reprovabilidade é formada de imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, ine-


xigibilidade de conduta diversa e necessidade da pena.

Para Roxin, a missão do direito penal é proteger bens jurídicos, ou seja, proteger os valores essenciais à
convivência social harmônica. Conduta é conceituada como comportamento humano voluntário causador
de relevante e intolerável lesão ou perigo de lesão ou bem jurídico tutelado.

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Teoria do funcionalismo sistêmico/ monista/ radical

Teórico: Günther Jakobs (Escola de Bonn).

O crime é fato típico, ilicitude e culpabilidade. A culpabilidade engloba: imputabilidade, potencial consciên-
cia da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. A missão do direito penal é assegurar a vigência do sistema.

Conduta é o comportamento humano voluntário causador de um resultado violador do sistema, frus-


trando as expectativas normativas. Está relativamente vinculada à noção de sistemas sociais (Ninklas Luhmann).

As premissas sobre as quais se funda o funcionalismo sistêmico deram ensejo à exumação da TEORIA DO
DIREITO PENAL DO INIMIGO, representando a construção de um sistema próprio para o tratamento do indivíduo
infiel ao sistema. Trabalha teorias já trabalhadas no passado distante. Trata-se, em verdade, de uma teoria antiga.

Direito Penal Do Inimigo / Direito Penal Bélico:

Fundamentos: o delinquente, autor de determinados crimes não é considerado cidadão, mas um “cranco” socie-
tário, que merece ser extirpado.

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Pensadores: Protágoras, São Tomás de Aquino, Kant, Locke, Hobbes.

Jakobs exumou o Direito Penal do inimigo (e não o inventou), inspirando-se nestes pensadores. Jakobs
fomenta o Direito Penal do inimigo para o terrorista, traficante de drogas, de armas e de seres humanos e
para os membros de organizações criminosas transnacionais.

QUADRO DE TEORIAS DA CONDUTA


Conduta é um movimento corporal (ação) voluntário que produz uma modificação
Teoria Causalista
no mundo exterior perceptível pelos sentidos.
Conduta é um comportamento (ação ou omissão) voluntário que produz uma
Teoria Neokantista
modificação no mundo exterior perceptível pelos sentidos.
Conduta é um comportamento humano voluntário psiquicamente dirigido a um
Teoria Finalista (Wel-
determinado fim. Por essa teoria, o dolo e a causa compõe o elemento “condu-
zel) #IMPORTANTE
ta”. Foi a teoria adotada pelo nosso Código Penal.
Teoria cibernética da Foi criada para explicar o elemento vontade (controle da vontade) nos crimes cul-
ação (Welzel) posos. Afirmava Welzel que a vontade estava no resultado e não na conduta.
Teoria significativa da Valoriza o significado da ação em um contexto social em detrimento da vontade
ação (Vivés Anton) do agente.
Teoria Social da Ação Conduta é um comportamento humano voluntário dirigido a um fim socialmente
(Wessels) reprovável.
Funcionalismo Mode- Conduta aparece como comportamento humano voluntário, causador de relevante
rado (Roxin) e intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal.
Funcionalismo Radical Conduta é comportamento humano voluntário causador de um resultado evitável,
(Jakobs) violador do sistema, frustrando as expectativas normativas.

CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CONDUTA:


Caso fortuito (homem) ou força maior (natureza).
Atos ou movimentos reflexos. #ATENÇÃO Não se confundem com as ações em curto circuito que são ex-
plosões emocionais repentinas (há conduta e crime, em regra).
Coação Física irresistível (#OLHAOGANCHO Se for resistível, é atenuante).
Sonambulismo e Hipnose

#ATENÇÃO Não há crime sem conduta, pois o Direito Penal do fato não aceita os crimes de mera suspeita, isto
é, aqueles em que o agente não é punido por sua conduta, mas sim pela suspeita despertada pelo seu modo
de agir.

Dentro do Finalismo Penal o dolo integra a conduta, sendo seu elemento psicológico. Tanto Sistema Clássico
quanto no Sistema Neoclássico o dolo é normativo, integrando a culpabilidade.

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Espécies de Dolo:

Dolo direto/determinado/imediato/intencional/incondicionado x dolo indireto: a vontade do agente é vol-


tada para um determinado resultado. Há uma direção fixa, única.

Já no dolo indireto, a vontade do agente não se dirige a um resultado preciso, determinado. Pode ser divi-
dido em:

a) Dolo alternativo: a vontade do agente se dirige, com igual intensidade, a produzir um ou outro resultado.
No dolo alternativo, o agente sempre responderá pelo crime mais grave, consumado ou tentado. Ex. atira
para matar ou ferir. No caso de tentativa responde por tentativa de homicídio, pois o CP adotou a teoria da
vontade. Se teve a vontade deve responder por ela.

b) Dolo eventual: o agente não quer o resultado, mas assume o risco de produzi-lo.

O alemão Reinhard Frank desenvolveu a teoria positiva do conhecimento, que serve para identificar o dolo
eventual. O agente pensa: “seja como for, der no que der, eu não deixarei de agir”.

*#QUESTÃO #OUSESABER - O que é a teoria da cegueira deliberada ou teoria de Avestruz?


R: A teoria da cegueira deliberada, também denominada teoria do avestruz, de origem norte-americana, está no
âmbito dos crimes de lavagem de capitais e visa à tornar típica a conduta do agente que tem consciência sobre
a possível origem ilícita dos bens ocultados por ele ou pela organização criminosa a qual integra, mas, mesmo
assim, deliberadamente, cria mecanismos que o impedem de aperfeiçoar sua representação acerca dos fatos.
Ao evitar a consciência quanto à origem ilícita dos valores, assume os riscos de produzir o resultado, daí porque
responde pelo delito de lavagem de capitais a título de dolo eventual.

Dolo de primeiro grau x dolo de segundo grau/de consequências necessárias: No dolo de primeiro grau é
aquele em que o agente quer e persegue um único resultado, utilizando-se, para tanto, dos meios necessários.
Em verdade, esse dolo pode ser considerado como sendo o dolo direto. No dolo de segundo grau representa os
efeitos colaterais da conduta. Essa terminologia é da lavra de Claus Roxin. Exemplo: colocar uma bomba no avião
de Obama com a intenção de matá-lo (dolo de primeiro grau). Entretanto, é assumido o risco de matar as outras
pessoas que eventualmente estejam presentes no avião (dolo de segundo grau).

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Espécies de Culpa:

Culpa inconsciente/sem previsão/ex ignorantia x culpa consciente/com previsão/ex lascivia: na culpa in-
consciente, o agente não prevê o resultado objetivamente previsível, isto é, o resultado que era previsível para o
homem standard. Na culpa consciente, o agente prevê o resultado, mas acredita sinceramente que ele não ocor-
rerá.

Culpa própria x culpa imprópria/por extensão/por equiparação/por assimilação: Na culpa própria, é a culpa
propriamente dita, quando o agente não quer o resultado, nem assume o risco de produzi-lo. Já na culpa impró-
pria, o agente, após prever o resultado, e desejar a sua produção, realiza a conduta por erro inescusável - evitável
- quanto à ilicitude do fato. O agente supõe presente uma causa de exclusão da ilicitude, mas esta suposição é
equivocada. Se for inevitável exclui a tipicidade. Aqui se adota a teoria limitada da culpabilidade.

Crime Preterdoloso: trata-se de um crime qualificado pelo resultado (deve ser ao menos previsível). O agente
pratica uma conduta dolosa, menos grave, porém obtém um resultado danoso mais grave do que o pretendido, na
forma culposa. Ex: Estupro (dolo) + Morte (culposo). Se o agente tiver dolo no estupro e na depois decide matar a
vítima, é concurso material (estupro + homicídio). Aqui também não cabe tentativa, como no crime culposo.

Relação de causalidade

Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-
-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

Superveniência de causa independente

§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o
resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.

Relevância da omissão

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§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de
agir incumbe a quem:

a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;

b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;

c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

A relação de causalidade ou nexo causal pode ser conceituado com o vínculo formado entre a conduta pra-
ticada pelo agente ativo de um crime e o resultado por ele produzido. É através dela que se conclui se o resultado
foi ou não provocado pela conduta, autorizando, desde que presente a tipicidade (adequação do fato à norma) a
configuração da tipicidade.

Encontra previsão legal no artigo 13 e parágrafo primeiro, do Código Penal, onde está expresso que o re-
sultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa, sendo esta a ação ou
omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido, bem como de que a superveniência de causa relativamente
independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultados, imputando-se os fatos anteriores a
quem os praticou. A relação de causalidade, portanto, está relacionada aos crimes materiais, compostos pelos
delitos em que o tipo penal descreve uma conduta e um resultado naturalístico, exigindo a produção deste para a
consumação.

Teorias:

1.ª teoria: Equivalência dos antecedentes: também chamada de teoria da equivalência das condições, teoria da
condição simples, teoria da condição generalizadora, ou, finalmente, teoria da conditio sine qua non, foi criada por
Glaser, e posteriormente desenvolvida por Von Buri e Stuart Mill, em 1873.

Para essa teoria, causa é todo fato humano sem o qual o resultado não teria ocorrido, quando ocorreu
e como ocorreu.

2.ª teoria: Teoria da causalidade adequada: também chamada de teoria da condição qualificada, ou teoria indi-
vidualizadora, originou-se dos estudos de Von Kries, um fisiólogo, e não jurista.

Causa, nesse contexto, é o antecedente, não só necessário, mas adequado à produção do resultado.
Para que se possa atribuir um resultado à determinada pessoa, é necessário que ela, além de praticar um ante-
cedente indispensável, realize uma atividade adequada à sua concretização. Considera-se a conduta adequada
quando é idônea a gerar o efeito.

3.ª teoria: Teoria da imputação objetiva: Introduzida no Direito Penal por Claus Roxin. A imputação objetiva
trabalha com a ideia de risco proibido. Assim, o resultado só poderá ser imputado ao agente que criou um risco
proibido ou aumentou um risco proibido já existente.

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Dentre as três teorias é a mais favorável ao réu. É uma proposta doutrinária que já foi reconhecida em alguns
julgados do STJ, mas não tem previsão legal no Brasil. Foi adotada pelo STJ simplesmente por ser mais favorável ao
réu. Só se aplica aos crimes materiais, pois precisa haver resultado.

*#OUSESABER: Caso um dependente químico de longa data morra após abusar de substância entorpecente
vendida por um narcotraficante, este responderá por homicídio culposo, diante da previsibilidade do resultado
morte essa hipótese? A teoria da imputação objetiva auxilia-nos na solução desse problema. Ela estabelece que
o agente somente pode responder se criou ou incrementou risco proibido do resultado e se o risco se materia-
lizou no resultado jurídico, que deve estar incluído no alcance do tipo penal. Assim, o narcotraficante ao vender
a droga praticou o crime de tráfico, mas não pode responder pelo delito de homicídio pois o resultado morte,
em referido caso, não se encontra alcançado pelo tipo penal. De acordo com Junqueira e Vanzolini (Manual de
Direito Penal, p. 237) Segundo exemplo: A entrega heroína a B para que este a consuma, sendo que a periculosi-
dade ambos conhecem. B injeta a droga em si e morre em decorrência dela. Evidentemente A gerou para B um
risco não permitido. Mas o resultado morte lhe é imputável? (Claus Roxin, Derecho penal, p. 389). [...] Do ponto
de vista da teoria da imputação objetiva do resultado, o entendimento é de que “autocolocações em perigo
queridas e realizadas de modo autorresponsável não estão abrangidas no tipo de um delito de lesões corporais
ou homicídio, ainda que o risco a que a vítima conscientemente se expôs se realize.” (Luiz Greco, Um panorama
da teoria da imputação objetiva, p. 64).
APLICAÇÃO PRÁTICA: Rumoroso caso do afogamento em piscina de um jovem, em uma festa de formatura,
onde havia livre trânsito de substâncias psicotrópicas. O MP denunciou todos os integrantes da comissão de
formatura, o que foi rechaçado pelo STJ, nos seguintes termos: “4. Ainda que se admita a existência de re-
lação de causalidade entre a conduta dos acusados e a morte da vítima, à luz da teoria da imputação
objetiva, necessária é a demonstração da criação pelos agentes de uma situação de risco não permitido,
não-ocorrente, na hipótese, porquanto é inviável exigir de uma Comissão de Formatura um rigor na fis-
calização das substâncias ingeridas por todos os participantes de uma festa”. (HC 46.525/MT, Rel. Ministro
ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 21/03/2006, DJ 10/04/2006, p. 245).

¾¾Concausas:

É a convergência de uma causa externa à vontade do autor da conduta, influindo na produção do resultado
naturalístico por ele desejado e posicionando-se paralelamente ao seu comportamento, omissivo ou comissivo.

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#SELIGANATABELA:

Causa Dependente Causa independente


Foge da linha normal de desdobramento da conduta.
Emana da conduta do agente, se insere no curso
Aparecimento é inesperado e imprevisível.
normal do desenvolvimento causal.
Capacidade por si só de produzir o resultado.
Não exclui a relação de causalidade.
Pode ser absoluta ou relativamente independente a
Há dependência entre os acontecimentos.
depender da sua origem.

Classificação da causa independente em razão da origem:

Causa absolutamente independente Causa relativamente independente

Não se originam da conduta do agen- Se originam da conduta do agente.


te. Essas causas não existiriam sem a conduta do agente.
Podem ser: preexistentes, concomi-
Podem ser: preexistentes, concomitantes e supervenientes.
tantes e supervenientes.
Efeito jurídico:
1. Preexistente e concomitante: o agente responde pelo resultado
naturalístico
2. Superveniente:
Efeito jurídico (em todas as modalida-
2.1. Que produzem por si só o resultado: agente não responde pelo
des): agente não responde pelo resul-
resultado naturalístico, mas somente pelo seu dolo (atos até então
tado naturalístico, mas somente pelo
praticados). Rompimento do nexo causal. Art. 13, §1º, CP (teoria da
seu dolo (atos até então praticados).
causalidade adequada). Exemplo: acidente com a ambulância que
transportava o enfermo.
2.2. Que não produzem por si só o resultado: agente responde pelo
resultado naturalístico. Exemplo: omissão no tratamento médico
após um ato de atentado contra a vida da vítima.

¾¾Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz:

Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza,
só responde pelos atos já praticados.

São formas de tentativa abandonada, ou seja, a consumação do crime não ocorre em razão da vontade do
agente. A natureza jurídica da desistência voluntária e do arrependimento eficaz majoritariamente na jurisprudên-
cia é de causa de exclusão da tipicidade.

Na desistência voluntária, o agente voluntariamente interrompe o processo executório do crime, abando-


nando a prática dos demais atos necessários e que estavam à sua disposição para a consumação.

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Diferencia-se da tentativa através da Fórmula de Frank (#SELIGANONOME), pois na desistência voluntária o


agente pode prosseguir, mas não quer, enquanto na tentativa o agente quer prosseguir, mas não pode.

No arrependimento eficaz, o agente já praticou todos os atos executórios suficientes à consumação do crime,
mas adota providências aptas a impedir a produção do resultado. Possível somente nos crimes materiais (que
necessitam de resultado).

#ATENÇÃO
A desistência voluntária e arrependimento eficaz são comunicáveis no concurso de pessoas?
1ª corrente: caráter subjetivo dos institutos, não se comunicam.
2ª corrente: caráter misto (objetivo e subjetivo), se comunicam. (#DOMINANTE)

#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #AJUDAMARCINHO

O instituto do arrependimento eficaz e da desistência voluntária somente são aplicáveis a delito que não tenha
sido consumado. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1549809/DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
02/02/2016.

¾¾Arrependimento Posterior:

 Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até
o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.

É a causa pessoal e obrigatória de diminuição da pena que ocorre quando o responsável pelo crime prati-
cado sem violência à pessoa ou grave ameaça, voluntariamente e até o recebimento da denúncia ou queixa, restitui
a coisa ou repara o dano provocado por sua conduta. Seus fundamentos são a proteção da vítima e o fomento ao
arrependimento por parte do agente.

#OLHAOGANCHO:
Em regra, o arrependimento deve ser integral, mas o STF já admitiu o arrependimento posterior na reparação
parcial do dano.
Há comunicabilidade aos demais coautores e partícipes em razão de sua natureza objetiva.
O índice de redução da pena em função da maior ou menor celeridade no ressarcimento do prejuízo à vítima.

#VAIMARCINHO #DIZERODIREITO

Não se aplica o instituto do arrependimento posterior (art. 16 do CP) para o homicídio culposo na direção de
veículo automotor (art. 302 do CTB) mesmo que tenha sido realizada composição civil entre o autor do crime

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a família da vítima. Para que seja possível aplicar a causa de diminuição de pena prevista no art. 16 do CP é in-
dispensável que o crime praticado seja patrimonial ou possua efeitos patrimoniais. O arrependimento posterior
exige a reparação do dano e isso é impossível no caso do homicídio. STJ. 6ª Turma. REsp 1561276-BA, Rel. Min.
Sebastião Reis Júnior, julgado em 28/6/2016 (Info 590).

 Desse modo, os crimes contra a fé pública, semelhantes aos demais crimes não patrimoniais em geral, são in-
compatíveis com o instituto do arrependimento posterior, dada a impossibilidade material de haver reparação do
dano causado ou a restituição da coisa subtraída. STJ. 6ª Turma. REsp 1242294-PR, Rel. originário Min. Sebastião
Reis Júnior, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/11/2014 (Info 554).

¾¾Crime Impossível:

Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto,
é impossível consumar-se o crime.

Quando por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, jamais ocorrerá a consu-
mação. No crime impossível não há perigo ao bem jurídico penalmente tutelado. Tem natureza jurídica de
causa de exclusão da tipicidade.

Teorias sobre o crime impossível:


1. Teoria Sintomática: Preocupa-se com a periculosidade do autor. Justifica-se em qualquer caso a aplicação de
medida de segurança.
2. Teoria Subjetiva: Leva em conta a intenção do agente.
3. Objetiva Pura: Quando nenhum bem jurídico foi lesado ou exposto. Mas não importa se a inidoneidade do
meio ou do objeto é absoluta ou relativa.
4. Objetiva Temperada: Haverá crime impossível quando a inidoneidade do meio ou a impropriedade do ob-
jeto for absoluta. #ADOTADAPELOCP
#DEOLHONASSÚMULAS
Súmula 145-STF. Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consuma-
ção.
Súmula 567-STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no
interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.

#MAISJURISPRUDÊNCIA

O STF em julgamento do dia 22/08/17, publicado em 06/02/2018, entendeu que a Súmula 567 do STJ pode ser
relativizada a depender do caso concreto. vejamos a ementa do julgado:

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Recurso ordinário em habeas corpus. Penal. Furto simples tentado. Artigo 155, caput, em combinação com o art.
14, inciso II, ambos do Código Penal. Conduta delituosa praticada em loja de departamento. Estabelecimento
vítima que exerceu a vigilância direta sobre a conduta do paciente. Acompanhamento ininterrupto de todo o iter
criminis. Ineficácia absoluta do meio empregado para a consecução do delito, dadas as circunstâncias do caso
concreto. Crime impossível caracterizado. Artigo 17 do Código Penal. Atipicidade da conduta. Recurso provido.
Com fundamento diverso, votaram pelo provimento do recurso os eminentes Ministros Celso de Mello e Edson
Fachin. 1. A forma específica mediante a qual os funcionários do estabelecimento vítima exerceram a vigilância
direta sobre a conduta do paciente, acompanhando ininterruptamente todo o iter criminis, tornou impossível a
consumação do crime, dada a ineficácia absoluta do meio empregado. Tanto isso é verdade que, no momento
em que se dirigia para a área externada do estabelecimento comercial sem efetuar o pagamento do produ-
to escolhido, o paciente foi abordado na posse do bem, sendo esse restituído à vítima. 2. De rigor, portanto,
diante dessas circunstâncias, a incidência do art. 17 do Código Penal, segundo o qual “não se pune a tentativa
quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se
o crime”. 3. Esse entendimento não conduz, automaticamente, à atipicidade de toda e qualquer subtração em
estabelecimento comercial que tenha sido monitorada pelo corpo de seguranças ou pelo sistema de vigilância,
sendo imprescindível, para se chegar a essa conclusão, a análise individualizada das circunstâncias de cada caso
concreto. 4. Recurso provido para conceder a ordem de habeas corpus, reconhecendo-se a atipicidade da con-
duta imputada ao paciente na Ação Penal 0000802-76.2016.8.24.0039, com fundamento no art. 17 do Código
Penal. 5. Com fundamento diverso, votaram pelo provimento do recurso os eminentes Ministros Celso de Mello
e Edson Fachin.

TEORIA DO ERRO: ERRO DE TOPO E ERRO DE PROIBIÇÃO

ERRO DE TIPO

Trata-se de uma falsa percepção da realidade, em que o agente não sabe o que faz. Possui previsão expres-
sa no art. 20 do Código Penal, podendo o erro recair sobre circunstâncias essenciais (erro essencial) ou
agregadas ao tipo penal (erro acidental).

Exclui o dolo, mas admite a responsabilidade a título de culpa, se


ERRO DE EVITÁVEL
TIPO ESSEN- prevista em lei.
CIAL
INEVITÁVEL Exclui o dolo e a culpa.

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Art. 20, CP: O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado
não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou
ERRO SOBRE A PES- qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente que-
SOA ria praticar o crime. Ex. agente que pretende ceifar a vida de A, mas
termina por cometer o homicídio contra seu irmão gêmeo, crendo
ser A.
Agente projeta sua conduta sobre um objeto, mas na realidade inci-
ERRO SOBRE O OB-
de sobre coisa diversa. Ex. Acredita que está furtando um relógio de
JETO
ouro, mas é uma bijuteria. Responde pelo furto da bijuteria.
O engano é no tocante à causa do crime. O resultado buscado pelo
agente ocorreu em razão de um acontecimento diverso daquele que
ERRO SOBRE O ele inicialmente idealizou. Ex. A empurra B da ponte para matá-lo
NEXO CAUSAL ou
ABERRATIO CAUSAE afogado. B vem a falecer, mas não por asfixia derivada do afogamen-
to, mas sim em decorrência do traumatismo craniano, pois se chocou
com uma pedra antes de ter contato com a água.

ERRO DE Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução,
TIPO ACI- o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge
DENTAL ERRO NA EXECU- pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra
ÇÃO ou ABERRATIO
ICTUS aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código.
No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia
ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código (concurso formal).

RESULTADO DIVER- Erro na execução com unidade complexa, com resultado duplo: é a
SO DO PRETENDIDO situação descrita pelo art. 73, in fine, do Código Penal, na qual o su-
ou ABERRATIO CRI- jeito, além de atingir a pessoa inicialmente desejada, ofende também
MINIS pessoa ou pessoas diversas.

Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou


erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do preten-
ERRO SOBRE A PES-
dido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime
SOA
culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra
do art. 70 deste Código.

Exemplo: Ciclano joga uma pedra na vidraça de seu rival, mas acaba
ERRO SOBRE O OB-
atingindo pedestre que passava naquele momento. O agente, em
JETO
razão do erro, acaba por atingir bem jurídico diverso.

ERRO DE PROIBIÇÃO
No erro de proibição o agente sabe exatamente o que está fazendo, mas desconhece a ilicitude do fato.
Não é que o agente ignore os termos da lei, até porque o art. 21, “caput”, do CP, considera que “o desconheci-
mento da lei é inescusável”, não admitindo, portanto, a ignorantia legis. No erro de proibição, o agente apesar
de saber dos termos da lei, desconhece ou interpreta mal o seu conteúdo, ou seja, não compreende com
clareza seu caráter ilícito.
EVITÁVEL Causa de diminuição de pena de 1/6 até 1/3.
INEVITÁVEL Isenção de pena.

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ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO
O agente sabe o que faz, mas pensa que sua con-
O agente não sabe o que faz.
duta é lícita, quando, na verdade, é proibida.
É o erro incidente sobre os elementos objetivos do
É o erro quanto à ilicitude da conduta.
tipo.
Afasta a POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITU-
Trata-se da má interpretação sobre os FATOS. Recai
DE, que é requisito da culpabilidade. Não há erro so-
sobre os requisitos ou elementos fático-descritivos
bre a situação de fato, já que essa está incontestável,
do tipo, como também sobre requisitos jurídico-nor-
mas não há a exata compreensão sobre os LIMITES
mativos do tipo.
JURÍDICOS DA LICITUDE da conduta.
Exclui sempre o DOLO, se poderia ser evitado (ines- Exclui a CULPABILIDADE, se INEVITÁVEL ou ES-
cusável), responde pela culpa, caso haja previsão da CUSÁVEL.
forma culposa do delito. Diminui a pena, se EVITÁVEL ou INESCUSÁVEL.
Exclui CRIME. Exclui PENA.
Exemplo: pessoa que levou o carro de outrem Exemplo: holandês que acreditou que no Brasil po-
achando que fosse o seu. deria usar drogas sem que praticasse crime.

CONCURSO DA Art. 72. No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas


PENA DE MULTA distinta e integralmente.
Art. 69. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omis-
SISTEMA DO CÚ- são, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se
MULO MATERIAL: CONCURSO MA-
cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja in-
Impõe ao juiz a TERIAL
soma de todas as corrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e
penas dos crimes de detenção, executa-se primeiro aquela.
praticados pelo réu. Art. 70. 2ª parte (concurso formal imperfeito ou impróprio).
CONCURSO FOR- As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou
MAL IMPRÓPRIO omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos.
Art. 70. 1ª parte (concurso formal próprio ou perfeito) Quando
o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou
CONCURSO FOR-
mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das pe-
MAL PRÓPRIO
nas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em
qualquer caso, de um sexto até metade (...).
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omis-
são, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas
SISTEMA DA condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras seme-
EXASPERAÇÃO: O lhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do
juiz aplica somente
primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas,
uma das penas, au-
mentada de deter- ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um
minado percentual. CRIME CONTI- sexto a dois terços.
NUADO Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes,
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá
o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta
social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as
circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas,
ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do
parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
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#SELIGANAJURIS #AJUDAMARCINHO

Impossibilidade de aplicação concomitante da continuidade delitiva comum e específica.


Se reconhecida a continuidade delitiva específica entre estupros praticados contra vítimas diferentes, deve ser
aplicada exclusivamente a regra do art. 71, parágrafo único, do Código Penal, mesmo que, em relação a cada
uma das vítimas, especificamente, também tenha ocorrido a prática de crime continuado. STJ. 6ª Turma. REsp
1471651-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 13/10/2015 (Info 573).

Não há continuidade entre o art. 6º da Lei 7.492/86 e o art. 1º da Lei 9.613/98


Não há continuidade delitiva entre os crimes do art. 6º da Lei nº 7.492/86 (Lei dos Crimes contra o Sistema Finan-
ceiro Nacional) e os crimes do art. 1º da Lei nº 9.613/98 (Lei dos Crimes de “Lavagem” de Dinheiro). Não incide a
regra do crime continuado na hipótese, pois os crimes descritos nos arts. 6º da Lei 7.492/86 e 1º da Lei 9.613/98
não são da mesma espécie. STJ. 6ª Turma. REsp 1405989/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. p/ Acórdão Min.
Nefi Cordeiro, julgado em 18/08/2015 (Info 569).

Aumento de pena no máximo pela continuidade delitiva em crime sexual


No caso de crime continuado, o art. 71 do CP prevê que o juiz deverá aplicar a pena de um só dos crimes, se
idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de 1/6 a 2/3. O STJ entende que, em regra,
a escolha da quantidade de aumento de pena deve levar em consideração o número de infrações praticadas
pelo agente com base na seguinte tabela: O critério para o aumento no crime continuado é o número de crimes
praticados: 2 crimes — aumenta 1/6 3 crimes — aumenta 1/5 4 crimes — aumenta 1/4 5 crimes — aumenta 1/3
6 crimes — aumenta 1/2 7 ou mais — aumenta 2/3 Porém, nem sempre será fácil trazer para os autos o número
exato de crimes que foram praticados, especialmente quando se trata de delitos sexuais. É o caso, por exemplo,
de um padrasto que mora há meses ou anos com a sua enteada e contra ela pratica constantemente estupro de
vulnerável. Nessas hipóteses, mesmo não havendo a informação do número exato de crimes que foram cometi-
dos, o juiz poderá aumentar a pena acima de 1/6 e, dependendo do período de tempo, até chegar ao patamar
máximo. Assim, constatando-se a ocorrência de diversos crimes sexuais durante longo período de tempo, é
possível o aumento da pena pela continuidade delitiva no patamar máximo de 2/3 (art. 71 do CP), ainda que sem
a quantificação exata do número de eventos criminosos. STJ. 5ª Turma. HC 311146-SP, Rel. Min. Newton Trisotto
(Desembargador convocado do TJ-SC), julgado em 17/3/2015 (Info 559).

Roubo praticado em ônibus contra o patrimônio de vários passageiros


O sujeito entra no ônibus e, com arma de fogo em punho, exige que oito passageiros entreguem seus pertences
(dois desses passageiros eram marido e mulher). O agente irá responder por oito roubos majorados (art. 157, §
2º-A, I, do CP) em concurso formal (art. 70). Atenção: não se trata, portanto, de crime único. Ocorre concurso
formal quando o agente, mediante uma só ação, pratica crimes de roubo contra vítimas diferentes, ainda que da
mesma família, eis que caracterizada a violação a patrimônios distintos. STJ. 5ª Turma. HC 207.543/SP , Rel. Min.
Gilson Dipp, julgado em 17/04/2012. Nesse caso, o concurso formal é próprio ou impróprio? Concurso formal

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PRÓPRIO. Praticado o crime de roubo mediante uma só ação contra vítimas distintas, no mesmo contexto fático,
resta configurado o concurso formal próprio, e não a hipótese de crime único, visto que violados patrimônios
distintos. STJ. 6ª Turma. HC 197684/RJ , Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 18/06/2012. STJ. 5ª Turma. HC
455.975/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 02/08/2018.

Existe precedente do STJ reconhecendo continuidade entre o art. 168-A e o art. 337-A do CP
Em função da melhor hermenêutica, os crimes descritos nos arts. 168-A e 337-A, apesar de constarem em títulos
diferentes no Código Penal e serem, por isso, topograficamente díspares, refletem delitos que guardam estreita
relação entre si, portanto cabível o instituto da continuidade delitiva (art. 71 do CP). STJ. REsp 1212911/RS, Rel. Min.
Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, julgado em 20/03/2012.

CAUSAS EXCLUDENTES DA ILICITUDE


GERAIS (Art. 23 do CP) ESPECÍFICAS SUPRALEGAIS
- Estado de Necessidade.
- Legítima Defesa. - Art. 128 do CP.
- Consentimento do ofendido.
- Estrito Cumprimento do Dever - Art. 37, Lei 9.605/98.
- outras.
Legal. - outras.
- Exercício Regular do Direito.

#CUIDADO: o consentimento do ofendido também pode atuar como excludente de tipicidade, quando en-
volve bem jurídico indisponível e houver necessidade de dissenso da vítima para configurar o tipo penal.
Exemplo: estupro.

ESTADO DE NECESSIDADE LEGÍTIMA DEFESA


Conflito de vários bens jurídicos diante da mesma si-
Ameaça ou ataque a um bem jurídico.
tuação de perigo.
Pressupõe: agressão humana injusta + atual ou imi-
Pressupõe: perigo atual + sem destinatário certo.
nente + com destinatário certo.
Os interesses em conflito são legítimos. Os interesses do agressor são ilegítimos.
Conclusão: cabe estado de necessidade contra Conclusão: não cabe legítima defesa contra legí-
estado de necessidade. tima defesa.

#ATENÇÃO: Em relação ao estado de necessidade, o Código Penal adotou a teoria unitária, de modo que
sempre será uma causa de exclusão de ilicitude (estado de necessidade justificante). Na teoria diferen-
ciadora, é possível que o estado de necessidade configure exclusão de ilicitude (estado de necessidade jus-
tificante: o bem protegido é de valor superior ao bem sacrificado) ou exclusão da culpabilidade (estado
de necessidade exculpante: o bem protegido é de igual ou menor valor que o bem sacrificado). Atenção:
o CPM adotou a teoria diferenciadora.

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No art. 25, que trata sobre a excludente de ilicitude da Legítima Defesa, foi incluído seu § único com o
seguinte texto:

Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima


defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante
a prática de crimes.

*Antes da Lei nº 13.964/2019 Depois da Lei nº 13.964/2019


“Art. 25. Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no
Legítima defesa caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa
Sem parágrafo correspondente. o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de
agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes.”
ESPÉCIES DE LEGÍTIMA DEFESA
LEGÍTIMA DEFESA AGRESSIVA OU
Pratica um fato previsto em lei.
ATIVA
LEGÍTIMA DEFESA DEFENSIVA OU
Apenas se defende, sem praticar fato típico.
PASSIVA
Pressupondo agressão injusta, não é possível duas pessoas simul-
LEGÍTIMA DEFESA RECÍPROCA
taneamente agirem uma contra a outra em legítima defesa.
LEGÍTIMA DEFESA SUCESSIVA É a reação contra o excesso do agredido.
É descriminante putativa. Legítima defesa putativa por erro de
LEGÍTIMA DEFESA CULPOSA
tipo evitável. Ex. Confunde b com pessoa que pretendia matá-lo.
LEGÍTIMA DEFESA AUTÊNTICA OU
Afasta a ilicitude.
REAL
Afasta a culpabilidade ou tipicidade, depende da teoria da culpabi-
LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA
lidade adotada.
LEGÍTIMA DEFESA SUBJETIVA OU É o excesso por erro de tipo inevitável. Ex. Bate em b (de alto porte)
EXCESSIVA que desmaia. A não percebe e continua agredindo. B morre.
Não é possível. A tipicidade gera presunção relativa de ilicitude, de
LEGÍTIMA DEFESA PRESUMIDA
forma que o ônus de provar a excludente é do acusado.
LEGÍTIMA DEFESA REAL CONTRA
LEGÍTIMA DEFESA CULPOSA (PUTA- A agressão é injusta.
TIVA)
LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA RECÍ- É possível também legítima defesa putativa de legítima defesa puta-
PROCA tiva. Os dois imaginam que vão ser agredidos pelo outros e atacam.

#OBS: Não é possível legítima defesa contra estado de necessidade ou outra excludente real (não pode
ser encarado como agressão injusta). Assim, se dois náufragos se agridem pelo colete salva-vidas, ocorre estado
de necessidade x estado de necessidade, pois nenhuma das agressões é injusta.

#ATENÇÃO: A legítima defesa pode ser invocada diante de agressão perpetrada por inimputável? SIM.
A legítima defesa, enquanto excludente da ilicitude, segundo substrato do conceito analítico de crime, deve ser

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aferida objetivamente, de forma que a injustiça da agressão independe da capacidade de entendimento e auto-
determinação do indivíduo, pois a inimputabilidade constitui elemento da culpabilidade. No entanto, o agente
deve ter maior cautela ao reprimir a agressão injusta no inimputável, se tinha consciência desse fato.
Deve fugir ao combate, se possível.

CULPABILIDADE

Consiste no juízo de reprovação do agente por ter praticado um fato típico e antijurí-
CONCEITO dico, quando podia entender o caráter ilícito do fato e agir conforme o direito.
#ATENÇÃO Para os adeptos do conceito bipartido de crime, é pressuposto de pena.
TEORIA PSICOLÓGICA DA CULPABILIDADE: é o vínculo psicológico entre autor do
fato e um resultado típico e ilícito, ou seja, uma mera imputação (cunho subjetivo:
análise do dolo e culpa). É formada pela imputabilidade e dolo normativo/culpa.
TEORIA PSICOLÓGICO-NORMATIVA DA CULPABILIDADE: A culpabilidade é vista
como um juízo de valor que necessita de uma avaliação simultânea do vínculo psico-
lógico do autor (dolo ou culpa) e da reprovação social, o que a torna psicológico-nor-
mativa. O novo elemento da culpabilidade é de natureza normativa (exigibilidade de
conduta diversa). É formada pela imputabilidade, dolo normativo/culpa e inexigibilidade
de conduta diversa.

TEORIA NORMATIVA Teoria normativa extremada, estrita ou normativa


PURA DA CULPABILI- pura da culpabilidade: para essa vertente, todas as dis-
TEORIAS
DADE: A culpabilidade criminantes putativas configuram erro de proibição indi-
deixa de analisar ele- reto.
mentos subjetivos, tor-
nando-se exclusivamente
normativa, formada pela Teoria normativa limitada: o erro sobre as hipóteses
inimputabilidade, ine- (existência) e os limites das discriminantes putativas (cau-
xigibilidade de condu- sas de exclusão da ilicitude) configuram erro de proibição
ta diversa e potencial indireto, ao passo que o erro relacionado aos pressupos-
consciência de ilicitude. tos fáticos que autorizam a discriminante putativa (causas
É o exercício inadequado de exclusão da ilicitude), caracteriza-se como erro de tipo
do livre-arbítrio. Foi a te- indireto ou permissivo. Adotada pelo CP
oria adotada pelo CP.

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Doença mental ou desenvol-


vimento mental incompleto/
retardado
CAUSAS DE INIM-
IMPUTABILIDADE
PUTABILIDADE Menoridade

Embriaguez completa e aci-


dental

ELEMENTOS POTENCIAL CONSCI- CAUSA DE EXCLU-


Erro de proibição inevitável
ÊNCIA DA ILICITUDE SÃO

Coação moral irresistível


#NÃOCONFUNDA: A coação
EXIGIBILIDADE DE CAUSA DE EXCLU- física irresistível leva à exclusão
CONDUTA DIVERSA SÃO da conduta e, consequentemen-
te, ao fato atípico.

Obediência hierárquica

Para Zaffaroni, existe uma parcela de culpa da sociedade, que contribui para a prática
do delito. Assim, a depender do grau de exclusão social, parcela da doutrina defende a
aplicação da coculpabilidade como atenuante genérica inominada (art. 66 do CP).
#ATENÇÃO COCULPABILIDADE ÀS AVESSAS - É dividida em duas perspectivas:
1ª) É o abrandamento da aplicação da pena nos crimes praticados por pessoas de alto
COCULPABILIDADE poder socioeconômico, como é o caso da extinção da punibilidade pelo pagamento
da dívida nos crimes contra a ordem tributária, previstos na Lei 8.137/1990, quando na
verdade, essas mesmas pessoas deveriam sofrer um maior rigor na aplicação da pena,
porquanto tiveram maiores oportunidades perante a sociedade.
2ª). É a criação pelo Estado de leis que incriminem as condutas passíveis de estarem
sujeitas somente as pessoas de menor capacidade socioeconômica, como é caso da
vadiagem e mendicância.

#SELIGANOTERMO – TEORIA DA ACTIO LIBERA IN CAUSA: Essa teoria surgiu na Itália e foi criada para so-
lucionar os crimes cometidos em estado de embriaguez preordenada. No momento do crime o sujeito está
inconsciente. A teoria antecipa o momento da análise da imputabilidade. A imputabilidade não será ana-
lisada no momento em que o crime foi praticado. Nesse momento ele estava inconsciente. É antecipada para
o momento anterior àquele em que o agente livremente se colocou no estado de embriaguez. Para a
embriaguez preordenada essa teoria é perfeita, pois no momento anterior já existia o dolo - o fundamento é a
causalidade mediata. Antes de começar a beber já havia o dolo de cometer crime. O art. 28, II CP acolheu essa
teoria também para a embriaguez voluntária e culposa. No momento anterior, antes de beber, já existia
o dolo? Não. Por esse motivo, a doutrina critica a aplicação desta teoria à esta hipótese, alegando que
é um resquício da responsabilidade penal objetiva.

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#OLHAOGANCHO O art. 45 da Lei de Drogas de fato traz uma causa especial de exclusão da culpabili-
dade, que ocorre em razão da dependência. Essa excludente, não incide apenas no delito de portar ou
trazer consigo drogas, mas sim sobre qualquer infração penal praticada.

#ATENÇÃO: CAUSAS SUPRALEGAIS DE INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA: cláusula de consciência,


desobediência civil, conflito de deveres, excesso intensivo exculpante (legítima defesa excessiva), legítima defesa
preordenada diante de uma ameaça factível, estado de necessidade exculpante (não é adota no ordenamento
pátrio).

¾¾Tratamento Legislativo do Concurso de Pessoas:

As regras inerentes ao concurso de pessoas estão disciplinadas pelos artigos 29 a 31 do Código Penal.

TÍTULO IV

DO CONCURSO DE PESSOAS

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena
será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

Circunstâncias incomunicáveis

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

Casos de impunibilidade

Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis,
se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 

Concurso de pessoas pode ser conceituado como a colaboração empreendida por duas ou mais pessoas
para a realização de um crime ou de uma contravenção penal, dependendo da existência de cinco requisitos para
sua configuração: pluralidade de agentes culpáveis, relevância causal das condutas para a produção do resultado,
vínculo subjetivo, unidade de infração penal para todo os agentes e existência de fato punível.

a) Pluralidade de Agentes Culpáveis: As condutas devem ser praticadas por pelo menos duas pessoas, e,
consequentemente, de ao menos duas condutas penalmente relevantes. Essas condutas podem ser princi-
pais, no caso da coautoria, ou então uma principal e outra acessória, praticadas pelo autor e pelo partícipe,
respectivamente. Os coautores ou partícipes, entretanto, devem ser culpáveis, ou seja, dotados de culpabi-
lidade.

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b) Relevância Causal das Condutas para a Produção do Resultado: Concorrer para a infração penal importa
dizer que cada uma das pessoas deve fazer algo para que a empreitada tenha vida no âmbito da realidade.
O caput do art. 29 fala em de qualquer modo, expressão que deve ser compreendida como uma contribuição
pessoal, física ou moral, direta ou indireta, comissiva ou omissiva, anterior ou simultânea à execução, deven-
do a conduta individual influir diretamente na produção do resultado.

c) Vínculo Subjetivo: Também denominado de concurso de vontades, impõe que todos os agentes estejam
ligados entre si por um vínculo de ordem subjetiva, um nexo psicológico, pois caso contrário não haverá um
crime praticado com concurso, mas vários crimes simultâneos, caracterizand0o a autoria colateral. Os agen-
tes devem revelar vontade homogênea, visando a produção do mesmo resultado, é o denominado princípio
da convergência, o que impede a contribuição dolosa para um crime culposo, nem a concorrência culposa
para um delito doloso. Por fim, cumpre salientar que o vínculo subjetivo não exige ajuste prévio, muito me-
nos estabilidade da união, sendo suficiente a atuação consciente do partícipe no sentido de contribuir para
a conduta do autor, ainda que este desconheça a colaboração.

d) Unidade de Infração Penal: Para a caracterização do concurso de pessoas, adotou-se, como regra, a teoria
unitária, monística ou monista, segunda a qual, quem concorre para um crime, por ele responde, sujeitando-
-se todos os coautores e partícipes a um único tipo penal.

e) Existência de Fato Punível: O concurso de pessoas depende da punibilidade de um crime, a qual requer,
em seu limite mínimo, o início da execução, constituindo o princípio da exterioridade. Neste sentido, confor-
me expresso no art. 31 do Código Penal, o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

¾¾Teorias sobre a Autoria:

Existem diversas teorias que buscam fornecer o conceito de autor, cumprindo trazer as mais importantes e
com maior chance de cobrança em nossa prova.

a) Teoria Subjetiva ou Unitária: Não diferencia o autor do partícipe. Autor é aquele que de qualquer modo
contribuir para a produção de um resultado penalmente relevante. Seu fundamento deriva da teoria da
equivalência dos antecedentes ou conditio sine qua non, pois qualquer colaboração para o resultado, inde-
pendente do seu grau, a ele deu causa.

b) Teoria Extensiva: Também com fundamento da teoria da equivalência dos antecedentes, não distingue o
autor do partícipe, todavia, ao admitir causas de diminuição da pena para estabelecer diversos graus de au-
toria, é mais suave em relação à teoria anterior. Aparece nesse âmbito a figura do cúmplice, ou seja, o autor
que concorre de modo menos importante para o resultado.

c) Teoria Objetiva ou Dualista: Opera nítida distinção entre autor e partícipe, tendo sido a teoria adotada pela
lei 7.209/84 – Reforma da parte Geral do Código Penal, sendo subdividida em outras 03 (três) teorias:

Teoria objetivo-formal: Autor é quem realiza o núcleo (verbo) do tipo penal, ou seja, a conduta criminosa
descrita pelo preceito primário da norma incriminadora. Por sua vez, partícipe é quem de qualquer modo concor-
re para o crime, sem praticar o núcleo do tipo. A atuação do partícipe seria impune se não existisse a norma de
extensão pessoal prevista no caput do art. 29 do Código Penal, ou seja, a adequação típica, na participação, é de
subordinação mediata.

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É a teoria adotada pelo Código Penal, devendo, entretanto, ser complementada pela teoria da autoria mediata.

Teoria do Domínio do Fato: Foi criada na Alemanha, em 1939, por Hans Welzel, com a finalidade de
ampliar o conceito de autor. Por força dessa teoria, pode também ser considerado autor aquele que, mesmo não
realizando o núcleo do tipo, domina finalisticamente todo o seu desenrolar. Welzel dizia que autor é o senhor
do fato.

Em outras palavras, autor é quem executa uma tarefa essencial para a ocorrência do delito. Se deixar de
praticar sua conduta, o delito não acontece da forma planejada. É quem controla finalisticamente o fato, ou seja,
quem decide a sua forma de execução, seu início, cessação e demais condições.

Já o partícipe é quem executa tarefa não essencial (secundária, acessória). Será aquele que, embora colabo-
re dolosamente para o alcance do resultado, não exerce domínio sobre a ação.

Podemos afirmar que tem o controle final do fato:

a) Aquele que por sua vontade executa o núcleo do tipo (autor propriamente dito).

b) Aquele que planeja o crime para ser executado por outras pessoas (autor intelectual).

c) Aquele que se vale de um não culpável ou de pessoa que age sem dolo ou culpa para executar o tipo
(autor mediato).

Embora a teoria objetivo-formal seja adotada pelo Código Penal, a doutrina moderna tem trabalhado com
a teoria do domínio do fato, como no caso de crimes tributários, onde é comum o Ministério Público invocar a
aplicação desta teoria para pedir a condenação do sócio, pois na maioria dos casos, quem pratica a conduta de
suprimir ou reduzir tributo é o empregado, gerente ou contador da pessoa jurídica.

Contudo, os Tribunais Superiores têm advertido que a teoria do domínio do fato não permite que a mera
posição de um agente na escala hierárquica sirva para demonstrar ou reforçar o dolo da conduta, fixando,
então, certos limites a sua aplicação.

#DEOLHONAJURIS
Não há óbice para que a denúncia invoque a teoria do domínio do fato para dar suporte à imputação penal,
sendo necessário, contudo, que, além disso, ela aponte indícios convergentes no sentido de que o Presidente
da empresa não só teve conhecimento do crime de evasão de divisas, como dirigiu finalisticamente a atuação
dos demais acusados.
Assim, não basta que o acusado se encontre em posição hierarquicamente superior. Isso porque o próprio
estatuto da empresa prevê que haja divisão de responsabilidades e, em grandes corporações, empresas ou ban-
cos há controles e auditorias exatamente porque nem mesmo os sócios têm como saber tudo o que se passa.
STF. 2ª Turma. HC 127397/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/12/2016 (Info 850).

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O diretor-geral da empresa de telefonia Vivo foi denunciado pelo fato de que na filial que funciona no Estado de
Pernambuco teriam sido inseridos elementos inexatos em livros fiscais.
Diante disso, o Ministério Público denunciou o referido diretor pela prática de crime contra a ordem tributária
(art. 1º, II, da Lei nº 8.137/90).
A denúncia aponta que, na condição de diretor da empresa, o acusado teria domínio do fato, o poder de de-
terminar, de decidir, e de fazer com que seus empregados contratados executassem o ato, sendo responsável
pelo delito.
O STF determinou o trancamento da ação penal afirmando que não se pode invocar a teoria do domínio do
fato, pura e simplesmente, sem nenhuma outra prova, citando de forma genérica o diretor estatutário da
empresa para lhe imputar um crime fiscal que teria sido supostamente praticado na filial de um Estado-membro
onde ele nem trabalha de forma fixa.
Em matéria de crimes societários, a denúncia deve apresentar, suficiente e adequadamente, a conduta
atribuível a cada um dos agentes, de modo a possibilitar a identificação do papel desempenhado pelos de-
nunciados na estrutura jurídico-administrativa da empresa. Não se pode fazer uma acusação baseada apenas no
cargo ocupado pelo réu na empresa.
STF. 2ª Turma. HC 136250/PE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/5/2017 (Info 866).

#ATENÇÃO: A teoria do domínio do fato tem aplicação apenas aos crimes dolosos e comissivos.
#ATENÇÃO: É preciso destacar que no julgamento da Ação Penal 470 – Caso Mensalão – alguns ministros do
STF adotaram a teoria do domínio do fato, que posteriormente ganhou força com a edição da Lei 12.850/13 – Lei
do Crime Organizado, em especial no art. 2°, § 3°, que traz a previsão de que a pena é agravada para quem
exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos
de execução.

¾¾Circunstâncias Incomunicáveis:

Circunstâncias incomunicáveis são as que não se estendem, isto é, não se transmitem aos coautores ou par-
tícipes de uma infração penal, pois se referem exclusivamente a determinado agente, incidindo apenas em relação
a ele.

Circunstâncias incomunicáveis

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

A compreensão deste dispositivo depende, inicialmente, da diferenciação entre elementares e circunstâncias.

Elementares são os dados fundamentais de uma conduta criminosa. São os fatores que integram a definição
básica de uma infração penal. No homicídio simples, por exemplo, as elementares são matar e alguém.

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Circunstâncias, por sua vez, são os fatores que se agregam ao tipo fundamental, para o fim de aumentar
ou diminuir a pena. No caso acima usado como exemplo, o homicídio, são circunstâncias o relevante valor moral,
o motivo torpe, o motivo fútil, dentre outras.

Existe ainda a classificação em elementar ou circunstância de caráter pessoal ou subjetivo, que nos moldes
do art. 30 do Código Penal, não se comunicam, que são as que se relacionam à pessoa do agente, e não ao fato
por ele praticado. Em sentido oposto, existe a elementar ou circunstância de caráter real ou objetiva, que dizem
respeito ao fato, à infração penal cometida, e não ao agente. Por fim, deve-se distinguir as condições de caráter
pessoal, aquelas qualidades, os aspectos subjetivos inerentes a determinado indivíduo, que o acompanham em
qualquer situação, independente da prática de uma infração penal, como a reincidência, por exemplo.

TEORIA GERAL DA PENA #PCRN

INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
Individualização da pena legislativa ou abs- É a cominação da pena. Ocorre com a criação do tipo
trata: penal.
Individualização da pena judicial ou concre- É aquela efetuada pelo magistrado mediante a dosime-
ta: tria da pena.
Individualização da pena administrativa ou
É a que ocorre no cumprimento da pena.
executória:

DOSIMETRIA DA PENA – SISTEMA TRIFÁSICO


Circunstâncias judiciais do art. O juiz não pode elevar a pena
1ª FASE
59 do CP: fixação da pena-base acima do máximo previsto no tipo
penal, nem diminuí-la abaixo do
2ª FASE Atenuantes e agravantes mínimo legal.

O juiz pode elevar ou diminuir a


Causas de aumento e diminui-
3ª FASE pena além dos limites revistos no
ção de pena
tipo penal.

Determinação do regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade.

Análise sobre a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos ou multa.
Não sendo cabível a substituição, análise sobre a concessão ou não da suspensão condicional da pena (sur-
sis), se presentes os requisitos legais.

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#OLHAOGANCHO: em relação aos maus antecedentes, o STJ adota o sistema da perpetuidade, enquanto
que o STF adota o princípio da temporariedade (#OLHAOTERMO “direito ao esquecimento na seara penal”
– Gilmar Mendes). Assim, para o STJ, após o período depurador de cinco anos a reincidência passa a ser
considerada como maus antecedentes, ao passo que para o STF não poderá mais ser considerada.

REGIMES
Não reincidente, com pena igual ou inferior a 4 anos. Casa de albergado ou outro estabe-
ABERTO
lecimento adequado.
Não reincidente, com pena superior a 4 anos e não excedente a 8 anos. Colônia agrícola,
SEMIABERTO
industrial ou em estabelecimento similar.

Pena superior a 8 anos.


FECHADO
Estabelecimento de segurança máxima (presídios) ou média (centro de ressocialização).

Limite das penas

Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 40 (quarenta)
anos. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 40 (quarenta)
anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.964,
de 2019)

§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova unificação,
desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.

SUBSTITUIÇÃO POR PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS – REQUISITOS


Aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência
ou grave ameaça à pessoa;
Aplicada pena privativa de liberdade com qualquer pena, se o crime for culposo;
O réu não for reincidente em crime doloso (salvo se a medida for recomendável e não ocorra reincidência
específica);
Circunstâncias judiciais favoráveis.

#SELIGANASSUMULAS

Súmula 718 do STF: a opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação
idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada.

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Súmula 719 do STF: a imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige
motivação idônea.
Súmula 440 do STJ: fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais
gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.
O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 anos e não exceda a 8 anos, tem o direito de cumprir a
pena corporal em regime semiaberto (art. 33, § 2°, b, do CP), caso as circunstâncias judiciais do art. 59 lhe forem
favoráveis. A gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para justificar a fixação do regime
mais gravoso (Info 859 - STF).
-Súmula 241-STJ: A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultanea-
mente, como circunstância judicial.
Súmula 444-STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base.
Súmula 231-STJ: A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mí-
nimo legal.
Súmula 545-STJ: Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador, o réu fará
jus à atenuante prevista no artigo 65, III, d, do Código Penal.

#OLHAOGANCHO: a confissão espontânea, parcial, qualificada ou retratada, todas elas, podem ser utilizadas
pelo juiz, em conjunto com as demais provas, para condenar o réu. Para o STJ, é irrelevante se a confissão é total
ou parcial, condicionada ou restrita, com ou sem retratação posterior. Basta que ela tenha sido levada em con-
sideração pelo magistrado para proferir a condenação. Essa é a conclusão da Súmula 545/STJ.

Súmula 269 STJ: É admissível a adoção do regime prisional SEMIABERTO aos REINCIDENTES condenados a
PENA IGUAL ou inferior a quatro anos SE FAVORÁVEIS AS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS.

#DEOLHONAJURIS

DOSIMETRIA DA PENA. Determinado réu foi condenado por furto qualificado por rompimento de obstáculo
(art. 155, § 4º, I, do CP). O STF considerou incorreta a sentença do juiz que, na 1ª fase da dosimetria da pena,
aumentou a pena-base com fundamento em três argumentos: a) Culpabilidade. O magistrado afirmou que era
patente a culpabilidade do réu considerando que ele tinha plena consciência da ilicitude de seu ato. O juiz con-
fundiu os conceitos. Para fins de dosimetria da pena, culpabilidade consiste na reprovação social que o crime e o
autor do fato merecem. Essa culpabilidade de que trata o art. 59 do CP não tem nada a ver com a culpabilidade
como requisito do crime (imputabilidade, potencial consciência da ilicitude do fato e inexigibilidade de conduta
diversa). b) Antecedentes. O juiz aumentou a pena pelo fato de o agente já responder a quatro outros processos
criminais. A jurisprudência entende que, em face do princípio da presunção de não culpabilidade, os inquéritos
policiais e ações penais em curso não podem ser considerados maus antecedentes (Súmula 444-STJ e STF RE
591054/SC). c) Circunstâncias do crime. O julgador considerou que as circunstâncias do crime eram negativas
porque o crime foi praticado com rompimento de obstáculo à subtração da coisa. Aqui, o erro do magistrado foi

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utilizar como circunstância judicial (1ª fase da dosimetria) um elemento que ele já considerou como qualificadora
(inciso I do § 4º do art. 155). Houve, portanto, bis in idem (dupla punição pelo mesmo fato). STF. 2ª Turma. HC
122940/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/12/2016 (Info 851).

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA


a) Qualidade da pena (art. 77, caput): pena privativa de liberdade (reclusão, detenção ou
prisão simples);
b) Quantidade da pena: pena privativa de liberdade não superior a 2 (dois) anos (art. 77,
REQUISITOS caput).
OBJETIVOS Exceção: pena não superior a 4 (quatro) anos, no caso de ser o condenado maior de seten-
ta anos de idade (sursis etário), ou por razões de saúde (sursis humanitário) que justifi-
quem a suspensão (art. 77, § 2°).
No caso de concurso de crimes considera-se a soma das penas.
REQUISITO Não ser o réu reincidente em crime doloso, salvo se na condenação anterior foi aplicada
SUBJETIVO: somente a pena de multa (art. 77, I, e § 1°).
a) sursis simples: no primeiro ano, o condenado presta serviços à comunidade ou subme-
te-se à limitação de fim de semana. Aplica-se aos casos em que o condenado não reparou
o dano injustificadamente ou quando as circunstâncias do art. 59 do CP não são favoráveis.
b) sursis especial (art. 78, § 2°, do CP): o condenado não precisa prestar serviços à comuni-
dade e não se submete à limitação de fim de semana no primeiro ano do período de prova.
Aplica-se aos casos em que o condenado reparou o dano, salvo justificativa, e desde que as
circunstâncias do art. 59 do CP sejam favoráveis.
c) sursis etário (art. 77, § 2º): a execução da pena privativa de liberdade, não superior a
ESPÉCIES:
quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja
maior de setenta anos de idade (...).
d) sursis humanitário (art. 77, § 2°, segunda parte): a execução da pena privativa de liber-
dade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que
(...) razões de saúde justifiquem a suspensão.
#ATENÇÃO importante observar que o sursis etário aplica-se ao maior de 70 anos conde-
nado a pena que seja superior a dois e não exceda a quatro anos de prisão. Se a sua conde-
nação não for superior a dois anos, o prazo do período de prova será o comum (2 a 4 anos).
Pode ocorrer que o réu obtenha dois sursis ao mesmo tempo. Exemplo: durante o período
SURSIS SIMUL-
de prova o réu é condenado por crime culposo ou contravenção não sendo revogado o
TÂNEOS:
sursis anterior (hipótese de revogação facultativa).

I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;


REVOGAÇÃO II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justi-
OBRIGATÓRIA: ficado, a reparação do dano;
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código (PSC ou Limitação de FDS).

A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição


REVOGAÇÃO
imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena
FACULTATIVA:
privativa de liberdade ou restritiva de direitos.

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DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

Requisitos do livramento condicional

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior
a 2 (dois) anos, desde que:

I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;

II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;

III - comprovado: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

a) bom comportamento durante a execução da pena; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses;  (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;

IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;

V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em
crimes dessa natureza.

Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a con-
cessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o
liberado não voltará a delinqüir.

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#NOVIDADELEGISLATIVA

DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

Efeitos genéricos e específicos

Art. 91 - São efeitos da condenação:

I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime;

II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé:

a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção cons-
titua fato ilícito;

b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do
fato criminoso.

§ 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes
não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior.

§ 2º Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual poderão abranger bens ou
valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior decretação de perda.

Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima superior a 6 (seis) anos de
reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença
entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º Para efeito da perda prevista no  caput  deste artigo, entende-se por patrimônio do condenado todos os
bens: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou indireto, na data da infra-
ção penal ou recebidos posteriormente; e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do início da atividade cri-
minal.  (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita do patrimônio. 


(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

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§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério Público, por ocasião do
oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada.  (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e especificar os bens cuja perda
for decretada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e milícias deverão ser
declarados perdidos em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça onde tramita a ação penal, ainda
que não ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública, nem ofereçam sério risco de ser
utilizados para o cometimento de novos crimes. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 92 - São também efeitos da condenação:       

I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:

a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com
abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública;

b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.  

II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes dolosos sujeitos à pena de
reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro descen-
dente ou contra tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018)

III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.

Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados
na sentença.

MEDIDAS DE SEGURANÇA

INIMPUTÁVEIS: Recebem uma sentença absolutória imprópria para cumprir medida de segurança.

a) internação (penas de reclusão);


ESPÉCIES*:
b) tratamento ambulatorial (penas de detenção).

DURAÇÃO MÍNI-
Prazo mínimo de 1 a 3 anos.
MA:

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Há divergência:
DURAÇÃO MÁ- STJ: SÚMULA 527 DO STJ: O tempo de duração da medida de segurança não deve ultra-
XIMA: passar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado
STF: 30 anos

Adota-se o sistema vicariante ou unitário (ou aplica uma pena reduzida ou uma medida de
SEMI-IMPUTÁ-
segurança), que se contrapõe ao sistema do duplo binário (em que era possível a aplicação
VEIS:
de ambos).

*#SELIGA Segundo o art. 97 do CP: Art. 97. Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art.
26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento
ambulatorial. Assim, se fosse adotada a redação literal do art. 97 teríamos o seguinte cenário: • Se o agente pra-
ticou fato punido com RECLUSÃO, ele receberá, obrigatoriamente, a medida de internação. • Por outro lado, se o
agente praticou fato punido com DETENÇÃO, o juiz, com base na periculosidade do agente, poderá submetê-lo
à medida de internação ou tratamento ambulatorial. O STJ, contudo, abrandou a regra legal e construiu a tese
de que o art. 97 do CP não deve ser aplicado de forma isolada, devendo analisar também qual é a medida de
segurança que melhor se ajusta à natureza do tratamento de que necessita o inimputável. Em outras palavras,
o STJ afirmou o seguinte: mesmo que o inimputável tenha praticado um fato previsto como crime punível com
reclusão, ainda assim será possível submetê-lo a tratamento ambulatorial (não precisando ser internação), desde
que fique demonstrado que essa é a medida de segurança que melhor se ajusta ao caso concreto. À luz dos
princípios da adequação, da razoabilidade e da proporcionalidade, na fixação da espécie de medida de segu-
rança a ser aplicada não deve ser considerada a natureza da pena privativa de liberdade aplicável, mas sim a
periculosidade do agente, cabendo ao julgador a faculdade de optar pelo tratamento que melhor se adapte ao
inimputável. Desse modo, mesmo em se tratando de delito punível com reclusão, é facultado ao magistrado a
escolha do tratamento mais adequado ao inimputável. STJ. 3ª Seção. EREsp 998128-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas,
julgado em 27/11/2019 (Info 662).

#ATENÇÃO A Lei da Reforma psiquiátrica propõe uma superação desse paradigma de internação/tratamento
ambulatorial com base na espécie de pena! Há doutrina que defende que o tratamento da Medida de Segurança
pelo CP fora revogado pela referida lei, mas fique atento ao texto legal para as questões.

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE – PRESCRIÇÃO

CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Morte do agente. Anistia. Graça. Indulto. Abolitio criminis. Prescrição. Decadência. Perempção. Renúncia.
Perdão do Ofendido. Retratação. Perdão Judicial.

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AÇÕES PENAIS PRIVADAS E CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE:

É A perda do direito de ação penal ou de representação em razão de seu não exercício


DECADÊNCIA no prazo legal.
Prazo legal: Em regra, 6 meses a contar do conhecimento da autoria do fato.
É o ato unilateral (não depende de aceitação) e voluntário por meio do qual a pessoa
RENÚNCIA AO DI-
legitimada ao exercício da ação penal privada abdica do seu direito de queixa, antes
REITO DE QUEIXA
do início do processo.
PERDÃO DO OFEN- É o ato bilateral (demanda aceitação) por meio do qual, no curso do processo penal,
DIDO o querelante resolve não prosseguir com a demanda, perdoando o acusado.
É a perda do direito de prosseguir no exercício da ação penal privada em virtude da
negligência do querelante, com a consequente extinção da punibilidade. Hipóteses
(art. 60 do CPP):
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo
durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer
PEREMPÇÃO
em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer
das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato
do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação
nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

#AJUDAMARCINHO #NÃOCONFUNDA

GRAÇA INDULTO
ANISTIA
(Indulto individual) (Indulto coletivo)
É um benefício concedido pelo
Congresso Nacional, com a sanção Concedidos por Decreto do Presidente da República. Apagam o efeito
do Presidente da República (art. executório da condenação.
48, VIII, CF/88) por meio do qual
se “perdoa” a prática de um fato A atribuição para conceder pode ser delegada ao(s):
criminoso. • Procurador Geral da República
Normalmente incide sobre cri- • Advogado Geral da União
mes políticos, mas também pode
abranger outras espécies de deli- • Ministros de Estado
to.
É concedida por meio de uma lei
Concedidos por meio de um Decreto.
federal ordinária.

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Tradicionalmente, a doutrina afirma que tais benefícios só podem ser


Pode ser concedida:
concedidos após o trânsito em julgado da condenação. Esse entendi-
• antes do trânsito em julgado mento, no entanto, está cada dia mais superado, considerando que o
(anistia própria); indulto natalino, por exemplo, permite que seja concedido o benefí-
cio desde que tenha havido o trânsito em julgado para a acusação ou
• depois do trânsito em julgado
quando o MP recorreu, mas não para agravar a pena imposta (art. 5º, I
(anistia imprópria).
e II, do Decreto 7.873/2012).
Extingue os efeitos penais (prin-
Só extinguem o efeito principal do crime (a pena).
cipais e secundários) do crime.
Os efeitos penais secundários e os efeitos de natureza civil permanecem
Os efeitos de natureza civil perma-
íntegros.
necem íntegros.
O réu condenado que foi anistia-
O réu condenado que foi beneficiado por graça ou indulto se cometer
do, se cometer novo crime não
novo crime será reincidente.
será reincidente.

PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA


Perda do direito de executar a punição já impos-
Perda do direito de punir.
ta.
Ocorre após o trânsito em julgado.
Ocorre antes do trânsito em julgado. Impede somente a execução da pena (os demais
Impede qualquer efeito de eventual condenação efeitos penais e extrapenais permanecem).
(penais ou extrapenais). Exemplo: impede a execução da pena, mas não im-
pede a reincidência.

Divide-se em quatro espécies:


a) Em abstrato (P.P.P.A) – art. 109, CP;
b) Retroativa (P.P.P.R) – art. 110, §1º, CP;
Única forma.
c) Superveniente (P.P.P.S) – art. 110, §1º, CP;
d) Virtual ou antecipada ou em perspectiva (P.P.P.V)
– não tem previsão legal, sendo rechaçada pelos
Tribunais Superiores.

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ESPÉCIES DE PPP
ENQUANTO NÃO TRANSITAR
Prescrição em abstrato
EM JULGADO A SENTENÇA
Pena em abstrato
(ART. 109, CP)
Conta-se da publicação da sentença condenatória
Prescrição retroa-
APÓS O TRÂNSITO EM JULGA- para trás e pressupõe trânsito em julgado para a
tiva
DO DA SENTENÇA (ART. 110, CP) acusação.
Conta-se da publicação da sentença condenatória
Pena em concreto Prescrição super-
para frente e pressupõe trânsito em julgado para a
veniente
acusação.

#NOVIDADELEGISLATIVA

Causas impeditivas da prescrição

Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:

I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime;

II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis; (Incluí-
do pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)

Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo
em que o condenado está preso por outro motivo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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CAUSAS INTERRUPTIVAS DA PRESCRIÇÃO: art. 117, CP.

a) Recebimento da Denúncia ou Queixa: se a denúncia for recebida por juiz de 1º grau, interrompe-se com a
publicação do despacho que a recebeu. Se for recebida por Tribunal, aí se conta da sessão do julgamento do re-
curso (Súmula 709, STF). Se proferida por juiz incompetente, não tem o condão de interromper.

#DEOLHONASÚMULA

SÚMULA 709, STF: Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a
rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.

#FOCANAJURISPRUDÊNCIA:

O recebimento da denúncia por magistrado absolutamente incompetente não interrompe a prescrição pe-
nal, uma vez que o referido ato processual é NULO, não passível de convalidação (CP, art. 117, I) - INFO 626, STF.

Tratando-se de incompetência relativa, o exame da prescrição da pretensão punitiva deve considerar o recebi-
mento da denúncia realizado pelo Juízo incompetente, e não a convalidação posterior do Juízo que detém com-
petência territorial, uma vez que este último ato possui natureza declarativa, prestando-se unicamente a confir-
mar a validade do primeiro. Em outros termos: pelo princípio da convalidação, o recebimento da denúncia
por parte de Juízo territorialmente incompetente tem o condão de interromper o prazo prescricional
(STJ - RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS RHC 40514 MG 2013/0294693-6 (STJ), 2014).

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b) Pronúncia: conta-se da publicação da sentença de pronúncia. Se o juiz de 1º grau impronunciou e a acusação


recorreu, conta-se da sessão do julgamento que pronunciou o agente.

#DEOLHONASÚMULA:

SÚMULA 191 DO STJ: A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a des-
classificar o crime.

c) Decisão confirmatória da pronúncia: houve recurso e o Tribunal confirmou os termos da pronúncia. Conta-se
da sessão de julgamento.

d) Publicação da Sentença ou Acórdão Condenatório Recorrível: no caso da sentença, conta-se da publicação


da sentença condenatória e no caso de acórdão conta da sessão de julgamento (e não da data da veiculação no
DO ou outro meio de comunicação congênere).

#ATENÇÃO: O acórdão só é condenatório se a sentença for absolutória. Se o acórdão confirma a condenação


ou altera a pena, não interrompe a prescrição.

CAUSAS SUSPENSIVAS DA PRESCRIÇÃO:

• Questões prejudiciais: do art. 92 e ss., CPP;

• Suspensão do processo parlamentar: art. 53, § 3º a 5º, CF;

• Suspensão condicional da pena: art. 77, CP (STJ);

• Suspensão condicional do processo: art. 88, § 6º, Lei 9.099/95;

• Réu revel citado por edital: art. 366, CPP.

REDUÇÃO PELA METADE DA PPP: a) menos de 21 anos, ao tempo do crime; b) maior de 70 anos, ao tempo da
sentença.

#DEOLHONAJURIS:

Para que incida a redução do prazo prescricional prevista no art. 115 do CP, é necessário que, no momen-
to da sentença, o condenado possua mais de 70 anos. Se ele só completou a idade após a sentença, não
terá direito ao benefício, mesmo que isso tenha ocorrido antes do julgamento de apelação interposta contra a
sentença. Existe, no entanto, uma situação em que o condenado será beneficiado pela redução do art. 115 do CP
mesmo tendo completado 70 anos após a “sentença” (sentença ou acórdão condenatório): isso ocorre quando
o condenado opõe embargos de declaração contra a sentença/acórdão condenatórios e esses embargos são
conhecidos. Nesse caso, o prazo prescricional será reduzido pela metade se o réu completar 70 anos até a
data do julgamento dos embargos. Nesse sentido: STF. Plenário. AP 516 ED/DF, rel. orig. Min. Ayres Britto, red.

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p/ o acórdão Min. Luiz Fux, julgado em 5/12/2013 (Info 731). STF. 2ª Turma. HC 129696/SP, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 19/4/2016 (Info 822).

No caso de crimes conexos que sejam objeto do mesmo processo, havendo sentença condenatória para
um dos crimes e acórdão condenatório para o outro delito, tem-se que a prescrição da pretensão punitiva de
ambos é interrompida a cada provimento jurisdicional (art. 117, § 1º, do CP). STJ. 5ª Turma. RHC 40177-PR,
Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 25/8/2015 (Info 568).
#SÚMULAS
STJ:
Súmula 191 - A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar
o crime.
Súmula 220 - A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva.
Súmula 415 - O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada.
Súmula 338 - A prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas.
Súmula 415 - O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada.
Súmula 438 - É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento
em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal.
STF:
Súmula Nº 497: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença,
não se computando o acréscimo decorrente da continuação.
Súmula nº 592: Nos crimes falimentares, aplicam-se as causas interruptivas da prescrição, previstas no código
penal.

CRIMES CONTRA A PESSOA

HOMICÍDIO (ART. 121, CP):

HOMICÍDIO Em regra, não é crime hediondo, salvo quando praticado em atividade de grupo de extermí-
SIMPLES nio, ainda que por só um agente (art. 1º, I, 1ª parte, Lei nº 8.072/90).

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O homicídio é privilegiado quando o agente comete o crime impelido por motivo de relevante
valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima. Nesse caso, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. As
hipóteses legais do privilégio apresentam caráter subjetivo.
#NÃOESQUECER: são de natureza objetiva, portanto não admitem o homicídio privi-
legiado-qualificado, as hipóteses do art. 121, §2º, III e IV, (referentes aos meios e modos de
execução), com exceção da traição.
HOMICÍDIO PRI-
VILEGIADO As demais qualificadoras, nos demais incisos, são de natureza subjetiva.
#MEMORIZAR as objetivas, por exclusão ( já que são em menor quantidade).
#ATENÇÃO: O homicídio privilegiado não é crime hediondo por ausência de previsão legal.
Lembrem que o rol dos crimes hediondos é um rol taxativo.
#CONCURSO DE AGENTES: em caso de concurso de agentes as causas privilegiadas não se
comunicam, uma vez que são circunstâncias subjetivas do crime (e não elementares). Art.
30, CP.
 MOTIVO TORPE = motivo vil, repugnante. Ex.: matar um parente para ficar com sua
herança.
 MOTIVO FÚTIL = insignificante, desproporcional à natureza do crime praticado. Ex.:
Concurseiro mata dono da salinha de estudo porque fechou o estabelecimento mais cedo
do que o previsto. #NãoFaçaIssoJamais #VaiReprovarNoPsicotécnico #EAindaVaiPraCa-
deia (Rsrsrs).
Obs.: a ausência de motivo não se equipara a motivo fútil.
 MEIO INSIDIOSO: agente usa de fraude para cometer crime sem que a vítima perceba.
Ex.: agente retira óleo do carro da vítima para lhe causar acidente fatal.
 MEIO CRUEL: é aquele que proporciona à vítima um intenso (e desnecessário) sofrimento
físico ou mental quando a morte poderia ser ocasionada de forma menos dolorosa.
HOMICÍDIO  TORTURA: o agente usa da tortura como meio para conseguir a morte da vítima, ou seja,
QUALIFICADO trata-se de morte dolosa. Vai responder por crime de homicídio qualificado.
OBS: TORTURA COM RESULTADO MORTE (art. 1º, §3º, Lei nº 9.455/97): crime essencialmen-
te preterdoloso. O agente tem o dolo de torturar a vítima e, por excesso, finda por causar-lhe
a morte, culposamente.
 TRAIÇÃO: é o ataque desleal, repentino e inesperado. Ex.: atirar na vítima pelas costas.
 EMBOSCADA: pressupõe o ocultamento do agente, que ataca a vítima com surpresa. Ex.:
o agente, escondido no jardim de entrada da casa da vítima, a ataca quando esta chegava
do serviço.
 DISSIMULAÇÃO: fingimento, disfarçando o agente a sua intenção criminosa. Ex.: o agen-
te convida a vítima para jantar, levando-a para lugar ermo onde ocorre o ataque fatal.
 OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DO OFENDI-
DO: trata-se de caso clássico de interpretação analógica.

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 Trata-se de figura qualificada no homicídio doloso, de competência do Tribunal do


Júri e considerada crime hediondo (art. 121, §2º, VI, CP c/c art. 1º, I, Lei nº 8.072/90).
FEMINICÍDIO
#JURIS: Recentemente, o STJ decidiu que a qualificadora do feminicídio é de natureza obje-
tiva.
 A Lei nº 13.142/2015 alterou o Código Penal com escopo de criar uma nova qualificadora
ao crime de homicídio.
 Considera-se homicídio funcional quando o agente passivo for autoridade ou agente des-
crito nos artigos 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da
HOMICÍDIO
Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela,
FUNCIONAL
ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
dessa condição.
#SELIGA: houve também alteração na Lei nº 8.072/ 1990, tornando o homicídio funcional
espécie de crime hediondo.

 É possível a aplicação do perdão judicial nos casos de homicídio culposo. Trata-se de


causa de extinção da punibilidade (art. 107, IX, CP).

HOMICÍDIO #DEOLHONASÚMULA:
CULPOSO Súmula 18, STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da
punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.
 HOMICÍDIO CULPOSO NO TRÂNSITO: deveremos aplicar o art. 302, CTB.

PRINCIPAIS JULGADOS SOBRE OS CRIMES CONTRA A VIDA #AJUDAMARCINHO

STF INFO 849 - A interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação provocada pela própria gestante
(art. 124) ou com o seu consentimento (art. 126) não e ́ crime. E ́ preciso conferir interpretação conforme a
Constituição aos arts. 124 a 126 do Código Penal – que tipificam o crime de aborto – para excluir do seu âmbito
de incidência a interrupção voluntária da gestação efetivada no primeiro trimestre. A criminalização, nessa hipó-
tese, viola diversos direitos fundamentais da mulher, bem como o princípio da proporcionalidade. STF. 1a Turma.
HC 124306/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio. julgado em 29/11/2016 (Info 849)

HOMICÍDIO QUALIFICADO X DOLO EVENTUAL:A qualificadora do motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do CP)
é compatível com o homicídio praticado com dolo eventual? SIM. O fato de o réu ter assumido o risco de
produzir o resultado morte (dolo eventual), não exclui a possibilidade de o crime ter sido praticado por motivo
fútil, uma vez que o dolo do agente, direto ou indireto, não se confunde com o motivo que ensejou a conduta.
STJ. 5ª Turma. REsp 912.904/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/03/2012. STJ. 6ª Turma. REsp 1601276/RJ, Rel.
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/06/2017

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Não incide a qualificadora de motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do CP), na hipótese de homicídio supostamente pra-
ticado por agente que disputava “racha”, quando o veículo por ele conduzido - em razão de choque com outro
automóvel também participante do “racha” - tenha atingido o veículo da vítima, terceiro estranho à disputa
automobilística. Motivo fútil corresponde a uma reação desproporcional do agente a uma ação ou omissão da
vítima. No caso de “racha”, tendo em conta que a vítima (acidente automobilístico) era um terceiro, estranho à
disputa, não é possível considerar a presença da qualificadora de motivo fútil, tendo em vista que não houve uma
reação do agente a uma ação ou omissão da vítima (INFO 583 DO STJ).

No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não
procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante (§ 4º do art. 121 do CP).
Se a vítima tiver morte instantânea, tal circunstância, por si só, é suficiente para afastar a causa de aumento de
pena prevista no § 4º do art. 121? NÃO. No homicídio culposo, a morte instantânea da vítima não afasta a
causa de aumento de pena prevista no art. 121, § 4º, do CP, a não ser que o óbito seja evidente, isto é,
perceptível por qualquer pessoa (INFO 554 DO STJ).

O homicídio perpetrado conta a vítima jovem ceifa uma vida repleta de possibilidades e perspectivas, que não
guardam identidade ou semelhança com aquelas verificadas na vida adulta. Há que se sopesar, ainda, as conse-
quências do homicídio contra vítima de tenra idade no núcleo familiar respectivo: pais e demais familiares enlu-
tados por um crime que subverte a ordem natural da vida. Não se pode olvidar, ademais, o aumento crescente
do número de homicídios perpetrados contra adolescentes no Brasil, o que reclama uma resposta estatal. Assim,
deve prevalecer a orientação no sentido de que a tenra idade da vítima (menor de 18 anos de idade) é elemento
concreto e transborda aqueles inerentes ao crime de homicídio, sendo apto, pois, a justificar o agravamento da
pena-base, mediante valoração negativa das consequências do crime, ressalvada, para evitar bis in idem, a hipó-
tese em que aplicada a causa de aumento prevista no art. 121, § 4º (parte final), do Código Penal. STJ. 3ª Seção.
AgRg no REsp 1851435-PA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 12/08/2020 (Info 679).

Não há incompatibilidade entre o dolo eventual e o reconhecimento do meio cruel, na medida em que o dolo
do agente, direto ou indireto, não exclui a possibilidade de a prática delitiva envolver o emprego de meio mais
reprovável, como veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel (art. 121, § 2º, III, do
CP). Caso concreto: réu atropelou o pedestre e não parou o veículo, arrastando a vítima por 500 metros, assum-
indo, portanto, o risco de produzir o resultado morte; mesmo tendo havido dolo eventual, deve-se reconhecer
também a qualificadora do meio cruel prevista no art. 121, § 2º, III, do CP. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1573829/
SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 09/04/2019. STJ. 6ª Turma. REsp 1829601-PR, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, julgado em 04/02/2020 (Info 665).

Verifica-se a existência de dolo eventual no ato de dirigir veículo automotor sob a influência de álcool, além de
fazê-lo na contramão. Esse é, portanto, um caso específico que evidencia a diferença entre a culpa consciente e
o dolo eventual. O condutor assumiu o risco ou, no mínimo, não se preocupou com o risco de, eventualmente,
causar lesões ou mesmo a morte de outrem. STF. 1ª Turma. HC 124687/MS, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac.
Min. Roberto Barroso, julgado em 29/5/2018 (Info 904).

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#NOVIDADESLEGISLATIVAS

Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação

(Redação dada pela Lei nº 13.968, de 2019)

Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para
que o faça:   

Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.   

§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, nos
termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 

§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte:  

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 

§ 3º A pena é duplicada:  

I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;

II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.

§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de computadores, de rede social
ou transmitida em tempo real.

§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual.

§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e é cometido contra
menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discer-
nimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente
pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código.

§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem não
tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistên-
cia, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. 121 deste Código.

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LESÃO CORPORAL GRAVE LESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA


I - Incapacidade para as ocupações habituais, por
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
mais de trinta dias;
II - perigo de vida; II - enfermidade incurável;

III - perda ou inutilização do membro, sentido ou


III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
função;
IV - deformidade permanente;

IV - aceleração de parto: V - aborto:

Pena - reclusão, de um a cinco anos. Pena - reclusão, de dois a oito anos.

#VAIMARCINHO: A qualificadora “deformidade permanente” do crime de lesão corporal (art. 129, § 2º, IV, do
CP) não é afastada por posterior cirurgia estética reparadora que elimine ou minimize a deformidade na vítima
(INFO 562 do STJ).

A qualificadora prevista no § 9º do art. 129 do CP aplica-se também às lesões corporais cometidas contra
HOMEM no âmbito das relações domésticas (INFO 501 do STJ).

ABORTO

Trata-se de uma exceção à teoria monista, pois os participantes da conduta respondem por crimes diferentes.
A grávida que permite o aborto em si responde pelo art.124, o terceiro que lhe auxilia, pelos art.125 e 126.

Quanto ao aborto permitido (necessário ou em razão de estupro), entende-se se tratar de excludente de ilici-
tude (para quem adota a tipicidade conglobante, exclui a tipicidade). Já o aborto em razão do feto ser anencéfalo,
entende-se como excludente de tipicidade, pois não teria vida, e sim uma antecipação do parto.

#VAIMARCINHO
A interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação provocada pela própria gestante (art. 124)
ou com o seu consentimento (art. 126) não é crime. É preciso conferir interpretação conforme a Constituição
aos arts. 124 a 126 do Código Penal – que tipificam o crime de aborto – para excluir do seu âmbito de incidência
a interrupção voluntária da gestação efetivada no primeiro trimestre. A criminalização, nessa hipótese, viola di-
versos direitos fundamentais da mulher, bem como o princípio da proporcionalidade. STF. 1ª Turma. HC 124306/
RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/11/2016 (Info 849).

Infanticídio: MÃE/FILHO + INFLUÊNCIA DO ESTADO PUERPERAL +DURANTE OU LOGO APÓS O PARTO.

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LESÕES CORPORAIS:

Ação Penal pública condicionada à representação: lesão culposa e leve, salvo se praticado no contexto
de violência doméstica contra a mulher (incondicionado). Demais casos será incondicionada.

Competência: JECRIM no caso de lesão corporal culposa e leve, salvo se cometida contra mulher no con-
texto da violência doméstica (Juízo comum).

VIAS DE FATO: o sujeito não deseja ferir a vítima ou provocar dano à integridade corporal, apenas causar-lhe
um mal físico. Ex: empurrão.

Consentimento do ofendido com a lesão pode ser uma causa de excludente de ilicitude, porém precisa se-
guir algumas condições: ofendido deve ser capaz, bem jurídico deve ser disponível e próprio, e o consentimento
deve ser válido (livre de coação e fraude), expresso e anterior à consumação.

GRAVE - § 1º Se resulta:

I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; Qualquer atividade, desde que lícita.
Exige exame complementar após 30 dias da lesão.

II - perigo de vida; perigo concreto, deve ser provado mediante perícia.

III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; ex: perda de um olho, mas continua enxergando
como o outro.

IV - aceleração de parto: sujeito deve ter conhecimento da gravidez e feto deve nascer com vida.

GRAVÍSSIMA - § 2° Se resulta:

I - Incapacidade permanente para o trabalho; STJ entende que é qualquer trabalho, e a lesão deve implicar em
mudança compulsória e indesejada na vida do indivíduo.

II - enfermidade incurável; incurável é uma probabilidade, levando em conta a ciência no momento atual (pode
ser que futuramente se ache a cura, mas isso não impede a caracterização como incurável);

III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; ex: perda de um braço;

IV - deformidade permanente; lesão deve ser relevante, podendo implicar desgosto, desconforto a quem vê ou
humilhação ao portador, não sendo qualquer dano físico ou estético.

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V - aborto: agente deve conhecer esta condição.

STF: Reconhecimento da gravidade da lesão corporal pode ser feito por outros meios além da perícia.
A ausência do laudo pericial não impede que a materialidade do delito de lesão corporal de natureza grave
seja reconhecida por outros meios, como testemunhas e relatórios de atendimento hospitalar. STF. 2ª Turma. HC
114567/ES, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/10/2012 (Info 684).

É necessário saber quais situações geram a lesão grave e gravíssima. Atentar ao §9º, em quais parentescos
se aplica o referido parágrafo de Violência Doméstica. Lembrando que se a vítima for homem, é necessária a re-
presentação nas lesões leves.

STJ Lesão corporal contra irmão configura o § 9º do art. 129 do CP não importando onde a agressão
tenha ocorrido. Não é inepta a denúncia que se fundamenta no art. 129, § 9º, do CP – lesão corporal leve –,
qualificada pela violência doméstica, tão somente em razão de o crime não ter ocorrido no ambiente familiar.

Ex: João agrediu fisicamente seu irmão na sede da empresa onde trabalham, causando-lhe lesão corporal leve. O
agente deverá responder pelo art. 129, § 9º do CP. Sendo a lesão corporal praticada contra ascendente, descen-
dente, irmão, cônjuge ou companheiro, deverá incidir a qualificadora do § 9º não importando onde a agressão
tenha ocorrido. STJ. 5ª Turma. RHC 50026-PA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 3/8/2017 (Info
609).

Violência Doméstica

§ 9o  Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem
conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. 

§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo,
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).

§ 11.  Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa
portadora de deficiência. 

Este parágrafo é aplicado tanto para vítima mulher, quanto para vítima homem. A diferença primordial é a
questão de se tratando lesão corporal leve, praticada no âmbito doméstico contra o homem, a representação se
faz necessária, ao contrário se praticada contra a mulher.

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Dos crimes contra a honra

O que é honra? Características físicas, morais e intelectuais de uma pessoa. Trata-se de um bem disponível.
Divide-se em honra OBJETIVA (visão que as pessoas tem de outra, é a honra atingida pelos crimes de difamação
e calúnia) e SUBJETIVA (visão que a própria pessoa tem de si, é a honra atingida pelo crime de injúria).

Lembrar que pessoa jurídica pode ser vítima quando atingida pela HONRA OBJETIVA.

Calunia: imputar FATO definido como CRIME, que sabe ser FALSO. Cabe contra os mortos, sendo os herdei-
ros as vítimas.

CALÚNIA X DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA (esta é crime contra a administração da justiça, há a movimentação


da máquina pública, pode ser imputação de crime e contravenção).

Difamação: imputar FATO OFENSIVO (certo, determinado). Cabe exceção da verdade se for contra funcio-
nário público no exercício de suas funções.

Injúria: qualidade negativa/xingamento, atinge a autoestima da vítima. Consuma-se quando a vítima toma
conhecimento. Não admite exceção de verdade.

Injuria real: com violência/vias de fato.

Injuria qualificada “racial”: em razão da raça, cor, etnia, religião, origem, idoso, deficiente...

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

FURTO (ART. 155, CP):

Repouso Noturno: a causa de aumento de pena do repouso noturno pode ser aplicada tanto para o furto
simples como para o furto qualificado.

#AJUDAMARCINHO:

É legítima a incidência da causa de aumento de pena por crime cometido durante o repouso noturno (art. 155,
§1º) no caso de furto praticado na forma qualificada (art. 155, §4º). Não existe nenhuma incompatibilidade entre
a majorante prevista no § 1º e as qualificadoras do §4º. São circunstâncias diversas, que incidem em momentos
diferentes da aplicação da pena. Assim, é possível que o agente seja condenado por furto qualificado (§ 4º) e, na

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terceira fase da dosimetria, o juiz aumente a pena em 1/3 se a subtração ocorreu durante o repouso notur-
no. A posição topográfica do §1º (vem antes do §4º) não é fator que impede a sua aplicação para as situações
de furto qualificado (§ 4º) - (Info 851-STF).

#DEOLHONASSÚMULAS:

Súmula 511-STJ (furto privilegiado-qualificado ou furto híbrido): É possível o reconhecimento do privilégio


previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade
do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.

Súmula 567-STJ (idoneidade relativa do meio – não se aplica o crime impossível): Sistema de vigilância re-
alizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial,
por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.

#SELIGANATABELA:

REQUISITOS DO FURTO PRIVILEGIADO


Primariedade do agente Pequeno valor da coisa furtada

O agente (criminoso) deve ser primário. Segundo a jurisprudência, para os fins do § 2º do art.
155, coisa de pequeno valor é aquela cujo preço, no
Primário é o indivíduo que não é reincidente, nos momento do crime, não seja superior a 1 salário-mí-
termos do art. 63 do CP. nimo.

Furto Privilegiado X Pequeno Valor: o STJ consolidou entendimento no tocante ao conceito de pequeno valor,
a saber, quando não suplantar 1 (um) salário mínimo. Vale lembrar quer o juiz não fica radicalmente adstrito a esse
patamar, caso consiga justificar no caso concreto outro valor. De acordo com o STJ, não se trata de um teto máximo
e intransponível.

Furto Privilegiado X Pequeno Valor X De Crime Continuado: Nos casos de continuidade delitiva, o valor a ser
considerado para fins de concessão do privilégio (artigo 155, § 2º do CP) ou do reconhecimento da insignificância
é a soma dos bens subtraídos.

#NÃOCONFUNDIR: Para efeito da aplicação do princípio da bagatela, é imprescindível a distinção entre valor
insignificante e pequeno valor, uma vez que o primeiro exclui o crime e o segundo pode caracterizar o furto
privilegiado.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA

Possibilidade de aplicar o regime inicial aberto ao condenado por furto, mesmo ele sendo reincidente,
desde que seja insignificante o bem subtraído. A reincidência não impede, por si só, que o juiz da causa reco-
nheça a insignificância penal da conduta, à luz dos elementos do caso concreto. No entanto, com base no caso

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concreto, o juiz pode entender que a absolvição com base nesse princípio é penal ou socialmente indesejável.
Nesta hipótese, o magistrado condena o réu, mas utiliza a circunstância de o bem furtado ser insignificante para
fins de fixar o regime inicial aberto. Desse modo, o juiz não absolve o réu, mas utiliza a insignificância para criar
uma exceção jurisprudencial à regra do art. 33, § 2º, “c”, do CP, com base no princípio da proporcionalidade STF.
1ª Turma. HC 135164/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 23/4/2019
(Info 938).

PEQUENO VALOR VALOR INSIGNIFICANTE


- Mínima ofensividade da conduta;
- Ausência de periculosidade;
- Reduzido grau de reprovabilidade do comporta-
Quando não suplantar 1 (um) salário mínimo. Ana-
mento;
lisar caso concreto.
- Inexpressividade da lesão jurídica.
Requisito subjetivo: importância do bem para a víti-
ma.
FURTO PRIVILEGIADO CAUSA DE EXCLUSÃO DA TIPICIDADE MATERIAL

Consumação do Furto: Consuma-se o crime de furto com a inversão da posse do bem, ainda que por
breve tempo, seguida de perseguição imediata do agente ou recuperação da coisa roubada, sendo prescindível
a posse mansa e pacífica ou desvigiada (STF e STJ). TEORIA DA AMOTIO ou APPREHENSIO.

Furto Qualificado: as qualificadoras do art. 155, §4º, CP dizem respeito ao modo de execução do agente.

Com destruição ou - Destruição: comportamento que faz desaparecer. Ex.: explosivos em caixas ele-
rompimento de obs- trônicos.
táculo à subtração da
coisa - Rompimento: é o ato de deteriorar. Ex.: abrir um cofre com barra de ferro.
- Abuso de confiança: tem que ter relação de confiança (ex.: empregado que já
trabalha há anos com a vítima). Não basta a mera alegação de que o agente traba-
lhava na empresa. É preciso se provar que a vítima depositou confiança no agente.
Com abuso de con- - Mediante fraude: furto qualificado pela fraude (#NÃOCONFUNDIR com o es-
fiança, ou mediante telionato!).
fraude, escalada ou
- Mediante destreza: presença de uma habilidade excepcional, desde que não
destreza.
seja descoberto no ato da conduta delitiva. Assim, o magistrado apenas poderá
acatar o furto qualificado pela destreza quando o agente tenha excepcional habili-
dade em retirar o bem da vítima sem que ela se aperceba (punguista) – STJ (INFO
554).
- O conceito de chave falsa abrange todo o instrumento, com ou sem forma de
Com emprego de cha-
chave, utilizado como dispositivo para abrir fechadura, incluindo mixas (STJ, HC n.
ve falsa.
101.495/MG, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, DJe 25/8/2008).
Mediante concurso de
- Partícipes são computados, inclusive o inimputável.
duas ou mais pessoas.

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#DEOLHONASÚMULA:

SÚMULA 442, STJ: É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante do roubo.

#NOVIDADESSLEGISLATIVAS:

Art. 155, CP.


§ 4º-A. A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato
análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) É CRIME HEDIONDO

§ 7º. A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de substâncias explosivas
ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

ROUBO (ART. 157, CP):

ROUBO PRÓPRIO ROUBO IMPRÓPRIO


ART. 157, “caput”, CP. ART. 157, §1º, CP.
A grave ameaça ou a violência é empregada antes A grave ameaça ou a violência é empregada após a
ou durante a subtração a fim de que o agente possa subtração a fim de assegurar impunidade do crime
alcançar a subtração do bem. ou a detenção da coisa.

#DEOLHONASÚMULA:

Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, mediante emprego de
violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a perseguição imediata ao agente e recu-
peração da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.

#NOVIDADESSLEGISLATIVAS

TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

Furto

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.

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§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela
de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.

§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.

Furto qualificado

§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:

I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;

II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;

III - com emprego de chave falsa;

IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.

 § 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato
análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado
para outro Estado ou para o exterior.

§ 6o  A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção,
ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. 

§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de substâncias explosivas ou de
acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.  (Incluído pela Lei
nº 13.654, de 2018)

Roubo

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou
depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave
ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.

§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:  (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)

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I – (revogado);  (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)

II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;

III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.

IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;

V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.

VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua
fabricação, montagem ou emprego.  (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

 VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)

§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):  (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;  (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause
perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-
se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º Se da violência resulta:  (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)

I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído pela Lei nº 13.654,
de 2018)

II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

ROUBO MEDIANTE EMPREGO DE ARMA


Antes da Lei 13.654/2018 Depois da Lei 13.654/2018
Apenas o emprego de arma de fogo é causa de au-
Tanto a arma de fogo como a arma branca eram cau- mento de pena.
sas de aumento de pena. O emprego de arma branca não é causa de aumento
de pena.
O emprego de arma (seja de fogo, seja branca) era O emprego de arma de fogo é punido com um au-
punido com um aumento de 1/3 a 1/2 da pena. mento de 2/3 da pena.

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ROUBO COM EMPREGO DE ARMA


ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19
A pena aumenta-se de 1/3 até 1/2 se a violência ou
Emprego de arma branca não era causa de au-
grave ameaça é exercida com emprego de ARMA
mento de pena.
BRANCA.

A pena aumenta-se de 2/3 se a violência ou amea- A pena aumenta-se de 2/3 se a violência ou ameaça é
ça é exercida com emprego de arma de fogo. exercida com emprego de ARMA DE FOGO.

Aplica-se a pena em DOBRO se a violência ou grave


ameaça é exercida com emprego de ARMA DE FOGO
DE USO RESTRITO OU PROIBIDO.

#DEOLHONAJURIS:

O emprego de arma branca deixou de ser majorante do crime de roubo, com a modificação operada pela
Lei nº 13.654/2018, que revogou o inciso I do § 2º do art. 157 do Código Penal. Diante disso, constata-se que
houve abolitio criminis devendo a Lei nº 13.654/2018 ser aplicada retroativamente para excluir a referida
causa de aumento da pena imposto aos réus condenados por roubo majorado pelo emprego de arma
branca. Trata-se da aplicação da novatio legis in mellius prevista no art. 5º, XL, da Constituição Federal. STJ.
5ª Turma. REsp 1519860/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 17/05/2018.

Não há continuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda que praticados em conjunto. Isso
porque, os referidos crimes, apesar de serem da mesma natureza, são de espécies diversas. STJ. 5ª Turma. HC
435.792/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/05/2018. STF. 1ª Turma. HC 114667/SP, rel. org. Min. Marco
Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 24/4/2018 (Info 899).

Para a configuração da circunstância majorante do § 1º do art. 155 do Código Penal, basta que a conduta delitiva
tenha sido praticada durante o repouso noturno, dada a maior precariedade da vigilância e a defesa do patri-
mônio durante tal período e, por consectário, a maior probabilidade de êxito na empreitada criminosa, sendo
irrelevante o fato das vítimas não estarem dormindo no momento do crime, ou, ainda, que tenha ocorrido em
estabelecimento comercial ou em via pública, dado que a lei não faz referência ao local do crime. STJ. 5ª Turma.
AgRg-AREsp 1.746.597-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 17/11/2020. STJ. 6ª Turma. AgRg nos EDcl no
REsp 1849490/MS, Rel. Min. Antonio Saldanha, julgado em 15/09/2020. Para a configuração da circunstância
majorante do § 1º do art. 155 do Código Penal, basta que a conduta delitiva tenha sido praticada durante o
repouso noturno, dada a maior precariedade da vigilância e a defesa do patrimônio durante tal período e, por
consectário, a maior probabilidade de êxito na empreitada criminosa, sendo irrelevante o fato das vítimas não
estarem dormindo no momento do crime, ou, ainda, que tenha ocorrido em estabelecimento comercial ou em
via pública, dado que a lei não faz referência ao local do crime. STJ. 5ª Turma. AgRg-AREsp 1.746.597-SP, Rel. Min.
Ribeiro Dantas, julgado em 17/11/2020. STJ. 6ª Turma. AgRg nos EDcl no REsp 1849490/MS, Rel. Min. Antonio
Saldanha, julgado em 15/09/2020.

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#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA

FURTO. É legítima a incidência da causa de aumento de pena por crime cometido durante o repouso noturno
(art. 155, § 1º) no caso de furto praticado na forma qualificada (art. 155, § 4º). Não existe nenhuma incompatibili-
dade entre a majorante prevista no § 1º e as qualificadoras do § 4º. São circunstâncias diversas, que incidem em
momentos diferentes da aplicação da pena. Assim, é possível que o agente seja condenado por furto qualificado
(§ 4º) e, na terceira fase da dosimetria, o juiz aumente a pena em 1/3 se a subtração ocorreu durante o repou-
so noturno. A posição topográfica do § 1º (vem antes do § 4º) não é fator que impede a sua aplicação para as
situações de furto qualificado (§ 4º). STF. julgado em 13/12/2016 (Info 851). STJ, julgado em 4/12/2014 (Info 554).

LATROCÍNIO. Carlos e Luiza estão entrando no carro quando são rendidos por João, assaltante armado, que
deseja subtrair o veículo. Carlos acaba reagindo e João atira contra ele e Luiza, matando o casal. João foge
levando o carro. Haverá dois crimes de latrocínio em concurso formal ou um único crime de latrocínio? STJ: con-
curso formal impróprio. STF e doutrina majoritária: um único crime de latrocínio. STJ, julgado em 17/11/2015. STF,
julgado em 21/2/2017 (Info 855). #IMPORTANTE!

LATROCÍNIO. Aquele que se associa a comparsa para a prática de roubo, sobrevindo a morte da vítima, respon-
de pelo crime de latrocínio, ainda que não tenha sido o autor do disparo fatal ou que sua participação se revele
de menor importância. Ex: João e Pedro combinaram de roubar um carro utilizando arma de fogo. Eles aborda-
ram, então, Ricardo e Maria quando o casal entrava no veículo que estava estacionado. Os assaltantes levaram
as vítimas para um barraco no morro. Pedro ficou responsável por vigiar o casal no cativeiro enquanto João
realizaria outros crimes utilizando o carro subtraído. Depois de João ter saído, Ricardo e Maria tentaram fugir e
Pedro atirou nas vítimas, que acabaram morrendo. João pretendia responder apenas por roubo majorado (art.
157, § 2º, I e II) alegando que não participou nem queria a morte das vítimas, devendo, portanto, ser aplicado
o art. 29, § 2º do CP. O STF, contudo, não acatou a tese. Isso porque João assumiu o risco de produzir resultado
mais grave, ciente de que atuava em crime de roubo, no qual as vítimas foram mantidas em cárcere sob a mira
de arma de fogo. STF, julgado em 21/2/2017 (Info 855). #IMPORTANTE

EXTORSÃO. O crime de extorsão consiste em “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e
com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou
deixar fazer alguma coisa” (art. 158 do CP). A ameaça de causar um “mal espiritual” contra a vítima pode ser
considerada como “grave ameaça” para fins de configuração do crime de extorsão? SIM. Configura o delito de
extorsão (art. 158 do CP) a conduta do agente que submete vítima à grave ameaça espiritual que se revelou
idônea a atemorizá-la e compeli-la a realizar o pagamento de vantagem econômica indevida. STJ, julgado em
14/2/2017 (Info 598)

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#DEOLHONASÚMULA:

SÚMULA 567 DO STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência
de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração
do crime de furto.
SÚMULA 610 DO STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agen-
te a subtração de bens da vítima.
SÚMULA 96 DO STJ: O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
#ATENÇÃO CONSUMAÇÃO E TENTATIVA PARA OS DELITOS DE FURTO E ROUBO: Os Tribunais Superiores
adotam a teoria da amotio, também adotada no delito de roubo, segundo a qual o crime está consumado
com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de tempo e seguida de perseguição ao
agente, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada (STJ, 3ª Seção, Recurso Repetitivo, REsp
1524450, 14/10/2015).
SÚMULA 582 DO STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, mediante emprego
de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a perseguição imediata ao agente e
recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.
FURTO MAJORADO: A causa de aumento de pena do repouso noturno pode ser aplicada tanto para o furto
simples como para o furto qualificado.
FURTO PRIVILEGIADO: § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a
pena de multa.
#DECORE SÚMULA 511 DO STJ: É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do
CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor
da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva

#SELIGANADIFERENÇA

FURTO MEDIANTE FRAUDE ESTELIONATO

Fraude é utilizada pelo agente com o fim de burlar a Fraude é usada como meio de obter o consenti-
vigilância da vítima que, desatenta, tem seu bem sub- mento da vítima que, iludida, entrega voluntaria-
traído sem que perceba. mente o bem ao agente.

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ROUBO E CONCURSO DE CRIMES

Reconhecimento de crime único, diante da evidência de que embora subtraídos


UMA VÍTIMA E PATRI-
patrimônios distintos, os mesmos estavam sob os cuidados de uma única pessoa,
MÔNIOS DIVERSOS
que sofreu a violência ou grave ameaça (STJ, 2014).

MAIS DE UMA VÍTIMA Ainda que no mesmo contexto fático, mediante uma só ação praticada contra
E PATRIMÔNIOS DIVER- vítimas diferentes, configura-se concurso formal de crimes, visto que violados
SOS patrimônios distintos (STJ, 2016).
Se a intenção do agente é direcionada à subtração de um único patrimônio, esta-
MAIS DE UMA VÍTIMA E
rá configurado crime único, ainda que no modus operandi seja utilizada violência
PATRIMÔNIO ÚNICO
ou grave ameaça contra mais de uma pessoa (STJ, 2015).

MAJORANTE DO EMPREGO DE ARMA DE FOGO

Absolutamente ineficaz: não caracteriza a causa de aumento de pena


(roubo circunstanciado), mas pode configurar o roubo simples (art. 157,
ARMA COM DEFEITO “caput”, CP).
Relativamente ineficaz: incide a causa de aumento.

Apesar de constituir-se um meio relativamente ineficaz (o que permitiria a


ARMA DESMUNICIADA causa de aumento de pena), o STJ entende que não incide a majorante,
caracterizando roubo simples.

De acordo com o STF e o STJ, não incide a majorante, caracterizando-se


ARMA DE BRINQUEDO
roubo simples.

CONCURSO MATERIAL ENTRE Se após o contexto fático o agente é surpreendido portando ou na


ROUBO E PORTE/POSSE DE posse de arma de fogo, após roubo cometido, vai responder por crime
ARMA DE FOGO de roubo circunstanciado c/c as penas do Estatuto do Desarmamento.

EXTORSÃO (ART. 158, CP):

EXTORSÃO ROUBO
O agente faz com que a vítima entregue a coisa. O agente subtrai a coisa pretendida. Subtrair. #OLHEO-
Constranger #OLHEOVERBO. VERBO.
A colaboração da vítima é indispensável. A colaboração da vítima é dispensável.
A vantagem buscada pelo agente é contemporâ-
A vantagem buscada é para agora.
nea ao constrangimento ou posterior a ele.
Vantagem econômica indevida: bem móvel ou
Vantagem econômica indevida: somente bem móvel.
imóvel.

DANO (ART. 163, CP) e RECEPTAÇÃO (ART. 180, CP): A Lei nº 13.531/2017 promove alteração nas qualificadoras
dos crimes de dano (art. 163 do CP) e receptação (art. 180) envolvendo bens públicos. Corrigiu essas duas falhas e
incluiu o “Distrito Federal”, as “autarquias”, as “fundações” e as “empresas públicas” no rol do inciso III do parágrafo
único do art. 163 do CP. Compare:

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Antes da Lei nº 13.531/2017 ATUALMENTE

Art. 163 (...)


Art. 163 (...)
Parágrafo único. Se o crime é cometido:
Parágrafo único. Se o crime é cometido:
III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Dis-
III - contra o patrimônio da União, Estado, Municí-
trito Federal, de Município ou de autarquia, funda-
pio, empresa concessionária de serviços públicos
ção pública, empresa pública, sociedade de economia
ou sociedade de economia mista.
mista ou empresa concessionária de serviços públicos.

#NOVIDADESLEGISLATIVAS

Estelionato

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em
erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.

Estelionato contra idoso

§ 4o  Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso.        

§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - a Administração Pública, direta ou indireta; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - criança ou adolescente;  (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - pessoa com deficiência mental; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Antes da Lei nº 13.531/2017 ATUALMENTE

Art. 180 (...) Art. 180 (...)


§ 6º Tratando-se de bens e instalações do § 6º Tratando-se de bens do patrimônio da União, de
patrimônio da União, Estado, Município, Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autar-
empresa concessionária de serviços públicos quia, fundação pública, empresa pública, sociedade de
ou sociedade de economia mista, a pena economia mista ou empresa concessionária de serviços pú-
prevista no caput deste artigo aplica-se em blicos, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste
dobro. artigo.

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ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS

• ABSOLUTA: O artigo diz “É isento de pena”. Configura causa de exclusão da punibilidade: Quem comete
crime patrimonial em detrimento: I) Do cônjuge, na CONSTÂNCIA DA SOCIEDADE CONJUGAL; II) De ascendente
ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.

• RELATIVA: Somente se procede mediante representação: se o crime patrimonial é cometido em prejuízo:


I) Do cônjuge DESQUITADO OU JUDICIALMENTE SEPARADO; II) De irmão, legítimo ou ilegítimo; III) De tio ou so-
brinho, com quem o agente coabita.

#ATENÇÃO: Separação de corpos e de fato não afasta a imunidade absoluta.

• EXCLUSÃO DAS IMUNIDADES: I) Roubo ou de extorsão, ou quando haja emprego de grave ameaça ou
violência à pessoa; II) AO ESTRANHO QUE PARTICIPA DO CRIME; III) Se o crime é praticado contra pessoa com
idade igual ou superior a 60 anos (estatuto do idoso).

CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

Súmula 593, STJ: “O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato
libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua
experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente.”.
O STJ rechaçou totalmente a possibilidade de acolhimento da “Exceção de Romeu e Julieta.”.

#SELIGANAJURIS

CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL. No caso de crimes contra a liberdade sexual (arts. 213 a 216-A) e
crimes sexuais contra vulnerável (arts. 217-A a 218-B), se o autor do delito for ascendente da vítima, a pena de-
verá ser aumentada de metade (art. 226, II, do CP). O bisavô está incluído dentro dessa expressão “ascendente”.
O bisavô está no terceiro grau da linha reta e não há nenhuma regra de limitação quanto ao número de ger-
ações. Assim, se o bisavô pratica estupro de vulnerável contra sua bisneta, deverá incidir a causa de aumento
de pena prevista no art. 226, II, do CP. STF. 2ª Turma. RHC 138717/PR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
23/5/2017 (Info 866).
Homem que beijou criança de 5 anos de idade, colocando a língua no interior da boca (beijo lascivo)
praticou estupro de vulnerável (art. 217-A do CP), não sendo possível a desclassificação para a contra-
venção penal de molestamento (art. 65 do DL 3.668/41).

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O STF entendeu que essa conduta caracteriza o chamado “beijo lascivo”, havendo, portanto, a prática do crime
de estupro de vulnerável, previsto no art. 217-A do Código Penal.
Não é possível desclassificar essa conduta para a contravenção penal de molestamento (art. 65 do Decreto-Lei
nº 3.668/41). Para determinadas idades, a conotação sexual é uma questão de poder, mais precisamente de
abuso de poder e confiança. No caso concreto, estão presentes a conotação sexual e o abuso de confiança para
a prática de ato sexual. Logo, não há como desclassificar a conduta do agente para a contravenção de molesta-
mento (que não detém essa conotação sexual). O art. 227, § 4º, da CF/88 exige que a lei imponha punição severa
à violação da dignidade sexual da criança e do adolescente. Além do mais, a prática de qualquer ato libidinoso
diverso ou a conduta de manter conjunção carnal com menor de 14 anos se subsome, em regra, ao tipo penal
de estupro de vulnerável, restando indiferente o consentimento da vítima.
STF. 1ª Turma. HC 134591/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
1/10/2019 (Info 954).

ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR: crime único ou concurso material? Para o STJ, caso as
condutas tenham sido praticadas contra a mesma vítima e no mesmo contexto fático, trata-se de crime
único, pois é um tipo penal misto alternativo (e não cumulativo). Consequência: a lei nova é mais favorável.
Aplicação retroativa (INFO 543 DO STJ).
O agente abordou de forma violenta e sorrateira a vítima com a intenção de satisfazer sua lascívia, o que ficou
demonstrado por sua declarada intenção de “ficar” com a jovem – adolescente de 15 anos – e pela ação de im-
pingir-lhe, à força, um beijo, após ela ser derrubada ao solo e mantida subjugada pelo agressor, que a imobilizou
pressionando o joelho sobre seu abdômen. Tal conduta configura o delito do art. 213, § 1º do CP. STJ. 6ª Turma.
REsp 1611910-MT, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 11/10/2016 (Info 592).
O agente que passa as mãos nas coxas e seios da vítima menor de 14 anos, por dentro de sua roupa, pratica, em
tese, o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP). Não importa que não tenha havido penetração vagi-
nal (conjunção carnal). STF. 1ª Turma. RHC 133121/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/o acórdão Min. Edson
Fachin julgado em 30/8/2016 (Info 837).

A conduta de contemplar lascivamente, sem contato físico, mediante pagamento, menor de 14 anos
desnuda em motel pode permitir a deflagração da ação penal para a apuração do delito de estupro
de vulnerável. Segundo a posição majoritária na doutrina, a simples contemplação lasciva já configura o “ato
libidinoso” descrito nos arts. 213 e 217-A do Código Penal, sendo irrelevante, para a consumação dos delitos, que
haja contato físico entre ofensor e ofendido. STJ. 5ª Turma. RHC 70976-MS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado
em 2/8/2016 (Info 587).

ASSÉDIO SEXUAL – PROFESSOR E ALUNA - O crime de assédio sexual (art. 216-A do CP) é geralmente as-
sociado à superioridade hierárquica em relações de emprego, no entanto pode também ser caracterizado no
caso de constrangimento cometido por professores contra alunos. Caso concreto: o réu, ao conversar com uma
aluna adolescente em sala de aula sobre suas notas, teria afirmado que ela precisava de dois pontos para al-

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cançar a média necessária e, nesse momento, teria se aproximado dela e tocado sua barriga e seus seios. STJ. 6ª
Turma. REsp 1759135/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. p/ Acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
13/08/2019 (Info 658).
#INOVAÇÃOLEGISLATIVA A Lei 13.772/2018 incluiu o art. 216-B ao Código Penal, com o seguinte texto: Regis-
tro não autorizado da intimidade sexual - Art. 216-B.  Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer
meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos
participantes: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa. Parágrafo único.  Na mesma pena incorre
quem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em
cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo.

#INOVAÇÃOLEGISLATIVA

Importunação sexual (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)


Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria
lascívia ou a de terceiro:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.

Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia


(Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Art. 218-C.  Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por
qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, foto-
grafia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça
apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.   
Aumento de pena  
§ 1º  A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por agente que mantém ou
tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação.
Exclusão de ilicitude   
§ 2º  Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em publicação de
natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação
da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) anos.

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#INOVAÇÃOLEGISLATIVA

Ação penal

(Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018)

Art. 225.  Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública incondi-
cionada.

Parágrafo único. (Revogado).

#INOVAÇÃOLEGISLATIVA

Aumento de pena

Art. 226. A pena é aumentada:               

I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas;     

II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador,
preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela; (Redação dada pela Lei
nº 13.718, de 2018)

III -   (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado:  (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Estupro coletivo

(Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes;

Estupro corretivo

(Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima.

#INOVAÇÃOLEGISLATIVA O crime de tráfico interno de pessoa para fim de exploração sexual foi revoga-
do pela Lei 13.344/2016, que criou o delito de tráfico de pessoas, que é bem mais amplo e abrange diversas
situações, tais como a remoção de órgão, submissão a trabalho condições análogas à de escravo e adoção ilegal.

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Vale a pena ler o dispositivo que é rico em detalhes que podem ser explorados pelo examinador!
#OLHAOGANCHO Apesar de não ser equiparado a hediondo, por expressa disposição legal, o crime de tráfi-
co de pessoas exige o cumprimento de 2/3 da pena para concessão de livramento condicional.

CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA

Incitação ao crime

Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:

Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.

Apologia de crime ou criminoso

Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:

Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.

Qual a diferença entre estes dois crimes? Na incitação o crime ainda não ocorreu e o estímulo é direto,
com instigação. Exemplo: em uma manifestação o indivíduo grita para que as pessoas quebrem o patrimônio pú-
blico de determinado local. Já na prática de apologia o crime já foi praticado e o estímulo é indireto, seja exaltando
o delito ou seu autor.

STF entendeu que a Marcha da Maconha não configura apologia ao crime. A realização dos eventos
chamados marcha da maconha, que reúnem manifestantes favoráveis à descriminalização da droga. Para os
ministros, os direitos constitucionais de reunião e de livre expressão do pensamento garantem a realização des-
sas marchas. Muitos ressaltaram que a liberdade de expressão e de manifestação somente pode ser proibida
quando for dirigida a incitar ou provocar ações ilegais e iminentes. (ADPF 187)

Associação Criminosa

Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.

Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança
ou adolescente.

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Dispensa estrutura ordenada e divisão de tarefas. Fim específico de cometer crimes (dolosos, não importan-
do o tipo ou a sua pena).

Organização criminosa: associação de 4 ou mais pessoas. Pressupõe estrutura organizada e divisão de ta-
refas, ainda que informalmente. Objetiva vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais
(contravenção também) com penas máximas superiores a 4 anos, ou de caráter transnacional.

CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

FALSIDADE MATERIAL (Art. 297 e 298 do CP) FALSIDADE IDEOLÓGICA (Art. 299 do CP)
O documento possui vício em sua forma. O documento não possui vício em sua forma (refere-
-se ao conteúdo do documento).

Não há rasuras ou supressão de palavras no docu-


O documento apresenta defeitos extrínsecos (rasu-
mento. A pessoa que elabora o documento possui
ras, novos dizeres, supressão de palavras).
legitimidade para isso.
É imprescindível a perícia. Em regra, não há necessidade de perícia.

FALSA IDENTIDADE (307 do CP) USO DE DOCUMENTO FALSO (304 do CP)

Consiste na simples atribuição de falsa identidade,


Aqui há obrigatoriamente o uso do documento falso
sem a utilização de documento falso.

Ex. ao ser parado em uma blitz, o agente afirma que Ex. ao ser parado em uma blitz, o agente afirma que
seu nome é Pedro Silva, quando na verdade é João seu nome é Pedro Silva e apresenta RG falsificado
Lima. com esse nome, quando na verdade é João Lima.

#AJUDAMARCINHO #DEOLHONAJURIS

Inserir informação falsa em currículo Lattes não configura crime de falsidade ideológica. Não é típica
a conduta de inserir, em currículo Lattes, dado que não condiz com a realidade. Isso não configura falsidade
ideológica (art. 299 do CP) por que: 1) currículo Lattes não é considerado documento por ser eletrônico e não
ter assinatura digital; 2) currículo Lattes é passível de averiguação e, portanto, não é objeto material de falsidade
ideológica. Quando o documento é passível de averiguação, o STJ entende que não há crime de falsidade ideo-
lógica mesmo que o agente tenha nele inserido informações falsas. STJ. 6ª Turma. RHC 81451-RJ, Rel. Min. Maria
Thereza de Assis Moura, julgado em 22/8/2017 (Info 610).

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Falsa declaração de hipossuficiência não configura falsidade ideológica (art. 299). É atípica a mera
declaração falsa de estado de pobreza realizada com o intuito de obter os benefícios da justiça gratuita. A conduta
de firmar ou usar declaração de pobreza falsa em juízo, com a finalidade de obter os benefícios da gratuidade
de justiça, não é crime, pois aludida manifestação não pode ser considerada documento para fins penais, já que
é passível de comprovação posterior, seja por provocação da parte contrária seja por aferição, de ofício, pelo
magistrado da causa. STJ. 6ª Turma. HC 261074-MS, Rel. Min. Marilza Maynard (Desembargadora convocada do
TJ-SE), julgado em 5/8/2014 (Info 546).

Colocar fita na placa: crime do art. 311 do CP. A norma contida no art. 311 do Código Penal busca resguardar
a autenticidade dos sinais identificadores dos veículos automotores, sendo, pois, típica, a simples conduta de al-
terar, com fita adesiva, a placa do automóvel, ainda que não caracterizada a finalidade específica de fraudar a fé
pública. Assim, a conduta de colocar uma fita adesiva ou isolante para alterar o número ou as letras da placa do
carro e, assim, evitar multas, pedágio, rodízio etc., configura o delito do art. 311 do CP. STF. 2ª Turma. RHC 116371/
DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/8/2013 (Info 715). STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1327888/SP, Rel. Min.
Jorge Mussi, julgado em 03/03/2015.

Desnecessidade de prova pericial para condenação por uso de documento falso (art. 304): É possível a
condenação pelo crime de uso de documento falso (art. 304 do CP) com fundamento em documentos e teste-
munhos constantes do processo, acompanhados da confissão do acusado, sendo desnecessária a prova pericial
para a comprovação da materialidade do crime, especialmente se a defesa não requereu, no momento opor-
tuno, a realização do referido exame. O crime de uso de documento falso se consuma com a simples utilização
de documento comprovadamente falso, dada a sua natureza de delito formal. STJ. 5ª Turma. HC 307586-SE, Rel.
Min. Walter de Almeida Guilherme (Desembargador convocado do TJ/SP), julgado em 25/11/2014 (Info 553).

O falso pode ser absorvido pelo descaminho, ainda que a pena da falsidade seja maior que do descaminho (Info
587-STJ).

Súmula 522-STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em
situação de alegada autodefesa. Aprovada em 25/03/2015, DJe 06/04/2015.

SÚMULA 546 DO STJ:A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada
em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação
do órgão expedidor.

SÚMULA 73 DO STJ:A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de
estelionato, da competência da Justiça Estadual.

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CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CRIME FUNCIONAL PRÓPRIO CRIME FUNCIONAL IMPRÓPRIO

Faltando a condição de servidor público o fato dei-


Faltando a condição de servidor público, o fato deixa xa de ser crime funcional, mas permanece criminoso,
de ser crime: ATIPICIDADE ABSOLUTA. ajustando-se a outro tipo incriminador: ATIPICIDA-
DE RELATIVA.

Empresa que comete ato equivalente ao delito de


prevaricação com seus funcionários não comete cri- Ex.: se não for peculato poderá ser furto.
me.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO: Bastante amplo!! Basta o exercício temporário de uma função pú-
blica, ainda que gratuita, para ser considerado funcionário público, a exemplo dos jurados no Tribunal do Júri e
dos mesários no dia das eleições.
#ATENÇÃO PROGRESSÃO DE REGIME X REPARAÇÃO DO DANO: O condenado por crime contra a admi-
nistração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que
causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais (art. 33, §4º, CP).

PECULATO
PECULATO-APROPRIAÇÃO: o agente tem a posse do bem em virtude do cargo e passa
PECULATO PRÓ- a agir como dono.
PRIO PECULATO-DESVIO: o agente tem a posse do bem em virtude do cargo e desvia em
proveito próprio ou de terceiro.
PECULATO IM- PECULATO-FURTO: o agente não tem a posse do bem, mas se vale das facilidades do
PRÓPRIO cargo para subtrair ou concorrer para subtração.
O agente não observa seu dever de cuidado e, por negligência, imprudência ou imperí-
cia, concorre para que outrem subtraia, desvie ou se aproprie do bem.
É infração de menor potencial ofensivo, admitindo transação penal e suspensão
PECULATO CUL- condicional do processo.
POSO
#IMPORTANTE REPARAÇÃO DO DANO: No peculato culposo, se reparar até a sen-
tença irrecorrível, extingue a punibilidade; se após isso, reduz a pena pela metade.
No peculato doloso pode ser aplicado o instituto do arrependimento posterior (artigo
16 do CP) ou a atenuante do art. 65, III, ‘b’ do CP.
PECULATO-ESTE- O agente se apropria de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, rece-
LIONATO beu por erro de outrem.

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O funcionário insere ou facilita a inserção de dados falsos, altera ou exclui indevidamente


PECULATO-ELE-
dados corretos nos sistemas informatizados ou banco de dados da Administração Públi-
TRÔNICO (313-A)
ca, com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano.

#NOVIDADELEGISLATIVA

Concussão

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
mas em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

CONCUSSÃO CORRUPÇÃO PASSIVA CORRUPÇÃO ATIVA

Funcionário público solicita, re- Particular oferece ou promete


O funcionário público exige van-
cebe ou aceita vantagem inde- vantagem indevida a funcionário
tagem indevida.
vida. público.

CONCUSSÃO E CORRUPÇÃO ATIVA: Segundo a jurisprudência, são incompatíveis esses crimes, isto é, não é
possível a existência concomitante de ambos. É que a vítima, ao entregar o dinheiro exigido no crime de concus-
são, não pode ser considerada sujeito ativo do delito de corrupção ativa, pelo simples fato de que a corrupção
ativa pressupõe que o particular livremente ofereça ou prometa a vantagem, o que não ocorre quando há pri-
meiramente a prática do delito de concussão, pois o particular é constrangido a entregar a vantagem.

CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA PREVARICAÇÃO


O agente viola o dever funcional para satisfazer in-
O agente viola o dever funcional cedendo a pedido
teresse ou sentimento pessoal, de modo que não
ou influência de outrem. Envolve a figura do cor-
envolve um terceiro corruptor (não há pedido de ou-
ruptor.
trem).

RESISTÊNCIA DESOBEDIÊNCIA DESACATO

Utilizar de palavras de menos-


O agente se opõe ao ato legal me- Basta que o agente descumpra a
prezo para com o funcionário
diante violência ou ameaça à pes- ordem legal de forma pacífica, sem
público no exercício da sua fun-
soa violência ou ameaça.
ção ou em razão dela.

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CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME AUTOACUSAÇÃO FALSA

Agente denuncia terceira pessoa, Não há acusação contra pessoa


Agente denuncia a si mesmo
sabendo da inocência. alguma

Crime ou contravenção penal, nes-


sa última reduz a pena pela meta- Crime ou contravenção penal. Apenas crime.
de.

OBSERVAÇÃO – ALTERAÇÃO, ENTRANDO EM VIGOR EM 21/12/2020

Edital PCRN refere que alterações posteriores ao edital não caem na prova. Então esta parte não será cobrada
para PCRN. PARA QUEM FOR PRESTAR PCPA: o edital é omisso com relação a alterações posteriores, então é
importante saber:

  Denunciação caluniosa

DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA

Redação anterior do CP Redação dada pela Lei 14.110/2020

Art. 339. Dar causa à instauração de investiga- Art. 339. Dar causa à instauração de  inquérito policial,
ção policial, de processo judicial, instauração de  procedimento investigatório criminal, de processo
de  investigação administrativa, inquérito civil judicial, de processo administrativo disciplinar, de inqué-
ou ação de improbidade administrativa contra rito civil ou de ação de improbidade administrativa contra
alguém, imputando-lhe crime de que o sabe alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou
inocente: ato ímprobo de que o sabe inocente:

Dar causa à instauração de:


Dar causa à instauração de:
· inquérito policial;
· investigação policial;
· procedimento investigatório;
 · processo judicial;
· processo judicial;
· investigação administrativa;
· processo administrativo disciplinar;
· inquérito civil; ou
· inquérito civil; ou
· ação de improbidade administrativa.
· ação de improbidade administrativa.
... contra alguém, imputando-lhe
... contra alguém, imputando-lhe
... crime
... crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo
... de que o sabe inocente:
... de que o sabe inocente:

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Súmula 599, STJ: “O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública”.

#DEOLHONAJURIS

Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela continua a ser crime, conforme
previsto no art. 331 do Código Penal. STJ. 3a Seção. HC 379.269/MS, Rel. para acórdão Min. Antônio Saldanha
Palheiro, julgado em 24/05/2017.

O advogado que, por força de convênio celebrado com o Poder Público, atua de forma remunerada em
defesa dos hipossuficientes agraciados com o benefício da assistência judiciária gratuita, enquadra-se
no conceito de funcionário público para fins penais. Sendo equiparado a funcionário público, é possível
que responda por corrupção passiva (art. 317 do CP). STJ. 5ª Turma. HC 264459-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info 579).

O simples fato de o réu exercer mandato eletivo não é suficiente para a causa de aumento do art. 327, §
2º, do CP. (Info 816 - STF). É necessário que ele ocupe uma posição de superior hierárquico (o STF chamou
de “imposição hierárquica”). A causa de aumento do § 2º do art. 327 aplica-se aos agentes políticos, inclusive o
Chefe do Poder Executivo (ex.: Governador de Estado) – Info 757 do STF.

#SELIGA O STF (INFO 712) considerou atípica a conduta de “peculato de uso” de um veículo para a realização
de deslocamentos por interesse particular.

#NÃOCONFUNDIR: Caso o agente público seja prefeito, há crime de peculato de uso, por expressa previsão
legal. Veja a redação do art. 1°, II, do Decreto-Lei 201/67: Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos
Municipal, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos
Vereadores: II - utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos.

o crime de concussão, a situação de flagrante delito configura-se no momento da exigência da vantagem in-
devida (e não no instante da entrega). Isso porque a concussão é crime FORMAL, que se consuma com a
exigência da vantagem indevida. Assim, a entrega da vantagem indevida representa mero exaurimento
do crime. (Info 564-STJ).

A obtenção de lucro fácil e a cobiça constituem elementares dos tipos de concussão e corrupção passiva (arts.
316 e 317 do CP), sendo indevido utilizá-las para aumentar a pena-base alegando que os “motivos do crime”
(circunstância judicial do art. 59 do CP) seriam desfavoráveis. STJ. 3ª Seção. EDv nos EREsp 1196136-RO, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 24/5/2017 (Info 608).

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FALSO TESTEMUNHO: O crime de falso testemunho é de natureza formal. Consuma-se no momento em


que é feita a afirmação falsa a respeito de fato juridicamente relevante, aperfeiçoando-se quando encerrado o
depoimento, podendo, inclusive, a testemunha ser autuada em flagrante delito. Para que esse delito ocorra, não
interessa se as afirmações feitas possuem ou não potencialidade lesiva. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 603.029/SP,
Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 23/05/2017. STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 723.184/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro,
julgado em 22/11/2016

CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS #PCPA

Artigos importantes:

Contratação de operação de crédito

Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização legislativa:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 

Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou externo:

I – com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em resolução do Senado Federal;

II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo autorizado por lei.

Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura

Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do man-
dato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga
no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa: 

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Ordenação de despesa não autorizada 

Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 

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Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura 

Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos cento e
oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura: 

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

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PROCESSUAL PENAL

PRINCÍPIOS PROCESSUAIS

Princípio da presunção de inocência: trata-se de um desdobramento do princípio do devido processo


legal, consagrando-se como um dos mais importantes alicerces do Estado de Direito, preconizando que ninguém
será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.

Desse princípio, derivam duas regras fundamentais: a regra probatória e a de tratamento.

Regra probatória (in dubio pro reo): A parte acusadora tem o ônus de demonstrar a culpabilidade do
acusado além de qualquer dúvida razoável. Recai exclusivamente sobre a acusação o ônus da prova.

Regra de tratamento: o Poder Público está impedido de agir e de se comportar em relação ao suspeito, ao
indiciado, ao denunciado ou ao acusado, como se estes já houvessem sido condenados, definitivamente, enquanto
não houver sentença condenatória com trânsito em julgado.

Princípio do contraditório: Trata-se do direito assegurado às partes de serem cientificadas de todos os


atos e fatos havidos no curso do processo, podendo manifestar-se e produzir as provas necessárias antes de ser
proferida a decisão jurisdicional. Princípio aplicável a ambas as partes. Dela decorrem:

a) Direito à informação: a parte adversa deve estar ciente da existência da demanda ou dos argumentos da
parte contrária – meios de comunicação processuais (citação, intimação e notificação).

b) Direito de participação: possibilidade de a parte oferecer reação, manifestação ou contrariedade à pre-


tensão da parte contrária.

c) Direito e obrigatoriedade de assistência técnica de um defensor:

Princípio da ampla defesa: O direito de defesa está ligado diretamente ao princípio do contraditório. A
defesa garante o contraditório e por ele se manifesta. Afinal, o exercício da ampla defesa só é possível em virtude
de um dos elementos que compõem o contraditório: o direito à informação. Além disso, a ampla defesa se exprime
por intermédio de seu segundo elemento: a reação.

 Defesa técnica: exercida por um profissional da advocacia, dotado de capacidade postulatória, seja ele advo-
gado constituído, seja nomeado, seja defensor público. Para ser ampla, deve ser necessária, indeclinável, plena e
efetiva.

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 Autodefesa (material ou genérica): é aquela exercida pelo próprio acusado, em momentos cruciais do pro-
cesso.

Princípio do nemo tenetur se detegere: ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo.

Trata-se de uma modalidade de autodefesa passiva, que é exercida por meio da inatividade do indivíduo
sobre quem recai ou pode recair uma imputação. Consiste na proibição de uso de qualquer medida de coerção
ou intimidação ao investigado (ou acusado) para obtenção de uma confissão ou para que colabore em atos que
possam ocasionar sua condenação.

LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO

a) Enquanto à lei penal se aplica o princípio da territorialidade (CP, art. 5o) e da extraterritorialidade (CP, art. 7o),
o CPP adota o princípio da territorialidade ou da lex fori, porque a atividade jurisdicional é um dos aspectos da
soberania nacional, logo, não pode ser exercida além das fronteiras do respectivo Estado.

b) Considera-se praticado o crime no local em que ocorreu a ação ou omissão ou no lugar em que ocorreu o
resultado (teoria da ubiquidade ou mista).

c) Excetuam-se à territorialidade as situações em que, nem mesmo de forma subsidiária, pode ser aplicada a lei
processual penal comum (CPP) na apuração das infrações penais, isto é, em hipóteses nas quais devam incidir nor-
mas incorporadas ao direito estrangeiro (ex: em razão de tratados internacionais) ou regras nacionais que inserem
regulamentação específica para determinadas situações (ex: apuração dos crimes militares).

LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO

Art. 2o, CPP. “A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vi-
gência da lei anterior”.

O art. 2º do CPP dispõe que a lei processual penal será aplicada desde logo, sem prejuízo da validade dos
atos realizados sob a vigência da lei anterior. Incide, assim, o princípio tempus regit actum, também chamado de
princípio do efeito imediato ou da aplicação imediata da lei processual. Dessa forma, se no curso de um processo
criminal sobrevier nova lei processual, os atos já realizados sob a égide da lei anterior manterão sua validade nor-
mal.

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SISTEMAS PROCESSUAIS

SISTEMA INQUISITORIAL SISTEMA ACUSATÓRIO


Separação das funções de acusar, defender e julgar.
Por consequência, se caracteriza pela presença das
Não há separação das funções de acusar, defender e
partes (actum trium personarum), contrapondo-se
julgar, que estão concentradas em uma única pessoa,
acusação e defesa em igualdade de condições, so-
que assume as vestes de um juiz inquisidor.
brepondo-se a ambas um juiz, de maneira equidis-
tante e imparcial.
Como se admite o princípio da verdade real, o acu-
O princípio da verdade real é substituído pelo prin-
sado não é sujeito de direitos, sendo tratado como
cípio da busca da verdade, devendo a prova ser
mero objeto do processo, daí porque se admite in-
produzida em fiel observância ao contraditório e à
clusive a tortura como meio de se obter a verdade
ampla defesa.
absoluta.
Gestão de prova: recai precipuamente sobre as par-
tes. Na fase investigatória, o juiz só deve intervir
Gestão da prova: o juiz inquisidor é dotado de am-
quando provocado, e desde que haja necessidade
pla iniciativa acusatória e probatória, tendo liberdade
de investigação judicial. Durante a instrução proces-
para determinar de ofício a colheita de elementos
sual, prevalece o entendimento de que o juiz tem
informativos e de provas, seja no curso das investiga-
certa iniciativa probatória, podendo determinar a
ções ou da instrução processual.
produção de provas de ofício, desde que o faça de
maneira subsidiária e devidamente fundamentada.
A separação das funções e a iniciativa probatória re-
A concentração de poderes nas mãos do juiz e a ini- sidual restrita à fase judicial preservam a equidistân-
ciativa acusatória dela decorrente são incompatíveis cia que o magistrado deve tomar quanto ao interes-
com a garantia da imparcialidade (CADH, art. 8o, §1o) se das partes, sendo compatíveis com a garantia da
e com o princípio do devido processo legal. imparcialidade e com o princípio do devido processo
legal.

Sistema misto ou francês

É chamado de sistema misto porquanto o processo se desdobra em duas fases distintas:

a) a primeira fase é tipicamente inquisitorial, com instrução escrita e secreta, sem acusação e, por isso, sem contra-
ditório. Nesta, objetiva-se apurar a materialidade e a autoria do fato delituoso.

b) A segunda fase é de caráter acusatório, o órgão acusador apresenta a acusação, o réu se defende e o juiz julga,
vigorando, em regra, a publicidade e a oralidade.

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*Antes
da Lei nº *(Atualizado em 24/04/2020) Depois da Lei nº 13.964/2019
13.964/2019
‘Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de
investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação.’
Obs1. “O processo penal terá estrutura acusatória”: Adoção expressa do Sistema Acusatório.
Obs.2 “Vedadas iniciativa do juiz na fase de investigação”:
Como fica o art. 156, I, CPP?
Sem artigo
correspon- 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:
dente I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consi-
deradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da
medida;
Antes da lei anticrime já se entendia que esse dispositivo era inconstitucional, mas agora pode
se entender que ele foi tacitamente revogado por lei posterior que regulou inteiramente a
matéria (13.964/2019).

INQUÉRITO POLICIAL

Procedimento administrativo INQUISITÓRIO E PREPARATÓRIO, presidido pela autoridade policial, com o ob-
jetivo de identificar fontes de prova e colher elementos de informação quanto a autoria e materialidade da infração
penal, a fim de promovera formação da opinião delitiva do titular da ação penal, para que possa ingressar em juízo.
O inquérito policial, embora não possa servir sozinho, para uma decisão judicial, permite por si só a decretação de
medidas cautelares (prisão preventiva, busca e apreensão...).

#CUIDADO Lei nº 13.245/2016 (modificou o Estatuto da OAB), que, para alguns, abre certo espaço para o CON-
TRADITÓRIO no IP, mas Renato Brasileiro alerta que a Lei nº 13.245/2016 não afastou a natureza Inquisitorial do IP.
 Posição majoritária é a de que o inquérito policial é um procedimento inquisitorial, ou seja, não está sujeito
ao contraditório nem à ampla defesa. Não é possível conceber que o inquérito policial preveja o contraditório e
a ampla defesa, sob pena de que o procedimento não alcance os seus objetivos. Lembrando que, em regra, tudo
o que é produzido na fase investigatória (elementos informativos) será confirmado em juízo como prova judicial,
sob o crivo do contraditório e da ampla defesa. Dessa forma, não há prejuízo ao acusado. O inquérito policial
não é processo, pois dele não resulta a imposição de sanção. Assim sendo, se nem mesmo em um processo
administrativo disciplinar, o qual pode geral penas graves, a defesa técnica é indispensável; seria contraditório
exigir a presença de advogado em um procedimento investigatório.
#Atenção: Obrigatoriedade da presença de advogado no interrogatório:
• No interrogatório judicial: a presença do advogado é obrigatória.

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• No interrogatório policial: Prerrogativa do advogado assistir seus clientes e NOVIDADE do art. 15, parágrafo
único, II, da Lei de Abuso de Autoridade.
“Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório:
(...) II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a presença de seu
patrono.
Diante desse dispositivo, Renato brasileiro, pactua com a posição de que a presença do advogado é obrigatória
desde que o interrogando faça essa opção.

#PACOTEANTICRIME

Relativização:

Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição Fede-
ral figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos ex-
trajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício
profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848,
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor.     (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)

§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do procedi-
mento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do
recebimento da citação.     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a
autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à
época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para
a representação do investigado.     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares vinculados às instituições dispostas
no art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da
Lei e da Ordem.     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

ÎÎNATUREZA JURÍDICA

Procedimento de natureza administrativa – PRÉ PROCESSUAL – não resulta em imposição de sanção penal.

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ÎÎCARACTERÍSTICAS

99ESCRITO – formal.
99INQUISITORIAL: Em regra, não há contraditório ou ampla defesa.
99DISCRICIONÁRIO – quanto a sua condução (diligências).*
99SIGILOSO (sumula vinculante 14).**
99OFICIAL - Elaborado pela Autoridade Competente.
99DISPENSÁVEL
99TEMPORÁRIO
99OFICIOSO - O delegado deverá abrir IP de ofício nos casos de crimes submetidos à ação penal pública
incondicionada.
99INDISPONÍVEL: O delegado, uma vez instaurado o IP, não poderá arquivá-lo.
99INFORMATIVO E INSTRUMENTAL (doutrina moderna).***

Requerimentos da defesa durante o IP poderão ser indeferidos pelo Delegado de Polícia, salvo exame de
corpo delito. Do indeferimento, cabe recurso ao Chefe de Polícia.

* salvo quanto as diligências obrigatórias (ex: exame de corpo de delito) e requisições MP e juiz.
** Cuidado Lei 12.850/2013 (Organizações Criminosas): Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decreta-
do pela Autoridade Judicial competente, para garantia da celeridade e da eficácia das diligências investigatórias,
assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos elementos de prova que digam
respeito ao exercício do direito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os
referentes às diligências em andamento. Parágrafo Único. Determinado o depoimento do investigado, seu de-
fensor terá assegurada a prévia vista dos autos, ainda que classificados como sigilosos, no prazo mínimo de 3
dias que antecedem ao ato, podendo ser ampliado, a critério da autoridade responsável pela investigação.
*** Dupla função: PRESERVADORA/GARANTISTA: filtro contra acusações infundadas e temerárias; PREPA-
RATÓRIA: fornece elementos, justa causa, lastro probatório mínimo para o exercício da ação penal.

DILIGÊNCIAS

PRESERVAÇÃO DO LOCAL DO CRIME - Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e a
conservação das coisas, até a chegada dos peritos;
APREENSÃO DE OBJETOS - que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;
COLHEITA DE OUTRAS PROVAS – que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
OITIVA DO OFENDIDO;
OITIVA DO INDICIADO - devendo o respectivo termo ser assinado por 2 (duas) testemunhas que lhe tenham
ouvido a leitura;

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RECONHECIMENTO DE COISAS/PESSOAS E ACAREAÇÕES;


EXAME DE CORPO DE DELITO E OUTRAS PERÍCIAS;
IDENTIFICAÇÃO DO ACUSADO – pelo processo datiloscópico se possível;
AVERIGUAR A VIDA PREGRESSA DO INVESTIGADO - sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua con-
dição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros ele-
mentos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter;
COLHER INFORMAÇÕES SOBRE A EXISTÊNCIA DE FILHOS - respectivas idades e se possuem alguma deficiência
e o nome e contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.

ÎÎVALOR PROBATÓRIO

RELATIVO, serve de base para ajuizamento da ação penal (formação da opinio delicti) e de medidas cautela-
res, não servindo como base para condenação tendo em vista que não é realizado sob o crivo do contraditório
e da ampla defesa.

• Art. 155 do CPP – “O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório
judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na in-
vestigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.”.

Elementos de Informação Elementos de Prova


Em regra, são produzidos na fase processual e, excepcionalmente,
São produzidos na fase do inquérito. de maneira extraprocessual.
 Provas cautelares, irrepetíveis e antecipadas.
São produzidos de maneira inquisitiva São produzidos de maneira dialética, com respeito ao contraditório
 Tem valor probatório RELATIVO. e a ampla defesa, real (imediata) ou diferida.
As provas serão produzidas na presença do magistrado (princí-
pio da imediatidade ou judicialização da prova) e, além disso, o
CPP adotou expressamente o princípio da identidade física do
juiz (art. 399, §2º, do CPP), de forma que o juiz que preside a
instrução deverá, em regra, proferir a sentença;
O juiz é provocado nas hipóteses de
cláusula de reserva jurisdicional e funcio- #CUIDADO: O pacote anticrime (Lei 13964/19) - Art. 157 § 5º
na como órgão de controle do procedi- O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível
mento, preservando as regras. não poderá proferir a sentença ou acórdão. (A eficácia deste ar-
tigo esta suspensa pelo STF, contudo é bom saber a letra de lei).
#FICAESPERTO A Presença do julgador pode ser direta (presen-
ça física na audiência) ou remota (quando se utiliza a videocon-
ferência).
Finalidade: Visa consubstanciar a forma-
ção da opinio delicti do titular da ação Finalidade: objetiva contribuir no convencimento do juiz para
penal e contribuir na adoção de medidas prolação do provimento jurisdicional adequado.
cautelares no transcorrer da persecução.

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Elementos Migratórios:

 PROVAS IRREPETÍVEIS: São aquelas provas de iminente perecimento que não tem como ser refeitas na fase
processual (a evidência do fato desaparece depois). Exemplo: constatação de embriaguez ao volante.
 PROVAS CAUTELARES: A cautelaridade é justificada pela necessidade e urgência e, normalmente, contam
com a intervenção judicial. Exemplo: interceptação telefônica. Detalhe: as provas cautelares e irrepetíveis são
colhidas de maneira inquisitiva e, quando levadas ao processo, se submetem ao contraditório e a ampla defesa
de forma diferida ou postergada.
 INCIDENTE DE PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA: Instaurado perante o magistrado e respeitado o con-
traditório e ampla defesa e o fruto do incidente poderá ser usado validamente na fase processual. Conta com
a intervenção das futuras partes do processo. Art. 225, CPP - Se qualquer testemunha houver de ausentar-se,
ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não exista, o juiz
poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.

ÎÎRecurso inominado para o chefe de polícia:

Do despacho do delegado de polícia que se recusa a abrir IP. (art. 5º, §2º, CPP).

Os requerimentos apresentados pela vítima ou pelo suspeito poderão ser indeferidos se o delegado reputá-
-los impertinentes (art. 14 CPP). Contudo, deve-se ressalvar do indeferimento o exame de corpo de delito quando
o crime apresentar vestígios (art. 158 CPP). Em que pese à omissão da lei, por analogia para combater o indeferi-
mento caberá recurso administrativo endereçado ao chefe de polícia.

Nada impede que o MP seja acionado para requisitar a diligência.

ÎÎNOTITIA CRIMINIS:

Trata-se do conhecimento de um crime pelo delegado de polícia. Pode ser:

99Notitia criminis espontânea – cognição imediata: Toma conhecimento dos fatos através das suas ativi-
dades rotineiras. (ex. abordagem);
99Notitia criminis provocada – cognição mediata: Toma conhecimento por meio de expediente escrito. Ex:
mediante representação do ofendido;
99Notitia criminis de cognição coercitiva: A autoridade policial tem conhecimento dos fatos a partir da
prisão em flagrante.

#OBS: Delatio criminis x notitia criminis:


A delatio é feita por qualquer um do povo, enquanto que a notitia é feita pela própria vítima.

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#SELIGANOSINÔNIMO noticia criminis INQUALIFICADA: é a denúncia anônima.

ÎÎPolícia: art. 144 da CF e Lei nº 12.830/13.

99Polícia administrativa ou ostensiva, que tem o papel preventivo. Figuram como polícia administrativa: polícia
rodoviária, ferroviária, marítima, militar.
99Polícia judiciária ou civil seja ela na esfera estadual ou federal. Polícia civil é o gênero, cujas espécies são as
polícias federais e estaduais. O papel da polícia judiciária é repressivo.

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II -
polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros
militares; VI – polícias penais federal, estaduais e distrital.

#OBS: Com o advento da CF 88, a polícia judiciária passou a ser gerida por Delegados de carreira, leia-se con-
cursados e, necessariamente, bacharéis em direito, sendo que o tratamento protocolar é o mesmo dispensado
aos juízes, promotores, defensores e advogados (art. 3 Lei 12.830/13).
Cabe à polícia civil auxiliar o poder Judiciário e confeccionar o inquérito policial ou outros procedimentos investi-
gativos (art. 2º, §1º, da lei 12.830/13).

ATENÇÃO! O artigo 2º, §2º, da Lei nº 12.830/2013, de forma não exaustiva, também nos apresenta um rol de
diligências que poderão ser adotadas. Art. 2º, § 2º: Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia
a requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #DIZERODIREITO:
Não há nulidade na ação penal instaurada a partir de elementos informativos colhidos em inquérito
policial que não deveria ter sido conduzido pela Polícia Federal considerando que a situação não se
enquadrava no art. 1º da Lei 10.446/2002
Caso concreto: a Polícia Federal, sob a supervisão do Ministério Público estadual e do Juízo de Direito, conduziu
inquérito policial destinado a apurar crimes de competência da Justiça Estadual. Entendeu-se que a Polícia Fe-
deral não tinha atribuição para apurar tais delitos considerando que não se enquadravam nas hipóteses do art.
144, § 1º da CF/88 e do art. 1º da Lei nº 10.446/2002.
A despeito disso, o STF entendeu que não havia nulidade na ação penal instaurada com base nos elementos
informativos colhidos.
O fato de os crimes de competência da Justiça Estadual terem sido investigados pela Polícia Federal não geram
nulidade. Isso porque esse procedimento investigatório, presidido por autoridade de Polícia Federal, foi super-
visionado pelo Juízo estadual ( juízo competente) e por membro do Ministério Público estadual (que tinha a
atribuição para a causa).

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O inquérito policial constitui procedimento administrativo, de caráter meramente informativo e não obrigatório
à regular instauração do processo-crime, cuja finalidade consiste em subsidiar eventual denúncia a ser apre-
sentada pelo Ministério Público, razão pela qual irregularidades ocorridas não implicam, de regra, nulidade de
processo-crime.
O art. 5º, LIII, da Constituição Federal, afirma que “ninguém será processado nem sentenciado senão pela auto-
ridade competente”. Esse dispositivo contempla o chamado “princípio do juiz natural”, princípio esse que não se
estende para autoridades policiais, considerando que estas não possuem competência para julgar. Logo, não é
possível anular provas ou processos em tramitação com base no argumento de que a Polícia Federal não teria
atribuição para investigar os crimes apurados. A desconformidade da atuação da Polícia Federal com as dispo-
sições da Lei nº 10.446/2002 e eventuais abusos cometidos por autoridade policial, embora possam implicar
responsabilidade no âmbito administrativo ou criminal dos agentes, não podem gerar a nulidade do inquérito
ou do processo penal. STF. 1ª Turma. HC 169348/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 17/12/2019 (Info 964).

ADVOGADO: O direito do advogado está substanciado no art. 7º do Estatuto da OAB, Lei n° 8.906/94.

A redação original do artigo art. 7º sofreu importante alteração com as Leis nº 13.245/2016 e Lei nº 13.793/2019.
Esse artigo traz um rol de direitos que são conferidos aos advogados. #COLANARETINA

XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos
de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estiverem sujeitos a sigilo ou segredo
de justiça, assegurada a obtenção de cópias, com possibilidade de tomar apontamentos; (Redação dada pela Lei
nº 13.793, de 2019)

(...)

XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de
flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade,
podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; (Redação dada pela Lei nº 13.245, de 2016)

(...)

XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do res-
pectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele
decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: (Incluído pela
Lei nº 13.245, de 2016)

a) apresentar razões e quesitos; (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)

b) (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016).

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SV 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que,
já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária,
digam respeito ao exercício do direito de defesa.
#OLHAOGANCHO Em caso de negativa de acesso aos autos do IP cabe reclamação ao STF ( já que existe uma
súmula vinculante nesse sentido), além de HC e MS.
#DEOLHONAJURIS #AJUDAMARCINHO
Não viola a SV 14 quando se nega que o investigado tenha acesso a peças que digam respeito a dados
sigilosos de terceiros e que não estejam relacionados com o seu direito de defesa
Mesmo que a investigação criminal tramite em segredo de justiça será possível que o investigado tenha acesso
amplo autos, inclusive a eventual relatório de inteligência financeira do COAF, sendo permitido, contudo, que se
negue o acesso a peças que digam respeito a dados de terceiros protegidos pelo segredo de justiça.
Essa restrição parcial não viola a súmula vinculante 14. Isso porque é excessivo o acesso de um dos investigados
a informações, de caráter privado de diversas pessoas, que não dizem respeito ao direito de defesa dele.
STF. 1ª Turma. Rcl 25872 AgR-AgR/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 17/12/2019 (Info 964).
Não é necessária a intimação prévia da defesa técnica do investigado para a tomada de depoimentos
orais na fase de inquérito policial.
Não haverá nulidade dos atos processuais caso essa intimação não ocorra. O inquérito policial é um procedi-
mento informativo, de natureza inquisitorial, destinado precipuamente à formação da opinio delicti do órgão
acusatório. Logo, no inquérito há uma regular mitigação das garantias do contraditório e da ampla defesa. Esse
entendimento justifica-se porque os elementos de informação colhidos no inquérito não se prestam, por si sós,
a fundamentar uma condenação criminal. A Lei nº 13.245/2016 implicou um reforço das prerrogativas da defesa
técnica, sem, contudo, conferir ao advogado o direito subjetivo de intimação prévia e tempestiva do calendário
de inquirições a ser definido pela autoridade policial. STF. 2ª Turma. Pet 7612/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado
em 12/03/2019 (Info 933).

ÎÎFORMAS DE INSTAURAÇÃO:

Portaria: é a peça escrita que demarca o início da investigação policial. A Portaria contém o fato a ser inves-
tigado, os eventuais envolvidos, possíveis testemunhas, diligências imediatamente cumpridas e o desfecho onde o
delegado determina que o escrivão a reduza a termo, instaurando-se assim o inquérito.

#OBS: A portaria pode ser substituída por outras peças. Eventualmente o auto de prisão em flagrante ou
até mesmo a requisição emanada do juiz ou do MP funcionam como portaria, dispensando que o Delegado baixe
uma nova.

O modo de instauração do inquérito policial dependerá da espécie de ação penal aplicável ao caso.

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99Nos crimes de ação penal pública incondicionada o inquérito policial pode ser instaurado:

• De ofício: por força do princípio da obrigatoriedade, devendo a autoridade policial instaurar o inquérito
policial de ofício, ou seja, independentemente da provocação de qualquer pessoa (CPP, art. 5º, I).

• Por requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público: (art. 5º, inciso II, do CPP). Apesar de o
CPP fazer menção à possibilidade de a autoridade judiciária requisitar a instauração de inquérito policial, a
doutrina controverte sobre o tema, tendo em vista ter a Constituição Federal adotado o sistema acusatório.
O tema está na ordem do dia! Recentemente o Supremo Tribunal Federal foi alvo de críticas após a instau-
ração de inquérito “de ofício” para investigação de crimes contra a honra e ameaças dirigidas aos ministros.
Patente o eventual conflito entre o Código de Processo Penal, em seus artigos 5º, II e o art. 40 com o artigo
43 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal (RISTF).

• Por requerimento do ofendido ou de seu representante legal: CPP, art. 5º, § 1º.

• Notícia oferecida por qualquer do povo: segundo dispõe o art. 5º, § 3º, do CPP, qualquer pessoa do povo
que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou
por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará
instaurar inquérito. Cuida-se da chamada, comumente realizada através de uma ocorrência policial (delatio
criminis simples).

• Auto de prisão em flagrante delito: o auto de prisão em flagrante poderá servir como uma das formas de
instauração do inquérito policial, funcionando o próprio auto como a peça inaugural da investigação.

99Nos crimes de ação penal pública condicionada o inquérito policial dependerá da representação do
ofendido (delatio criminis postulatória) ou de requisição do Ministro da Justiça (CPP, art. 5º, § 4º). A repre-
sentação, entendida como a manifestação da vítima ou de seu representante legal no sentido demonstran-
do interesse na persecução penal, independe de maiores formalidades.
99Nos crimes de ação penal de iniciativa privada: segundo prescreve o art. 5º, § 5º, do CPP, a autori-
dade policial somente poderá proceder a inquérito nos crimes de ação privada a requerimento de quem
tenha qualidade para intentá-la. No caso de morte ou ausência do ofendido, o requerimento poderá ser
formulado por seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CPP, art. 31). O requerimento é condição
de procedibilidade do próprio inquérito policial, sem o qual a investigação sequer poderá ter início. Esse
requerimento deve ser formulado pelo ofendido dentro do prazo decadencial de 6 (seis) meses, contado,
em regra, do dia em que vier a saber quem é o autor do crime.

ÎÎTrancamento de IP:

Ocorre nos casos de instauração de IP temerários. Ex. o delegado de polícia abriu IP para apurar crime cuja
punibilidade já esteja extinta. Recurso cabível: HC e MS.

ÎÎINDICIAMENTO

Ato formal realizado pelo Delegado de Polícia no sentido de imputar ao investigado a materialidade de um
fato delituoso, desde que haja prova de materialidade e indícios de autoria.

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Ato privativo do DELEGADO de Polícia.

O STF já decidiu que o ato de indiciar é privativo de delegado de polícia (art. 2º, § 6º, Lei 12.830/13), em que
pese a atividade investigativa não ser privativa da autoridade policial (ex. MP pode investigar).

™™Investigação de autoridades com foro por prerrogativa de função:

Em regra, a autoridade com foro por prerrogativa de função pode ser indiciada. Existem duas exceções pre-
vistas em lei de autoridades que não podem ser indiciadas:

a) Magistrados (art. 33, parágrafo único, da LC 35/79);

b) Membros do Ministério Público (art. 18, parágrafo único, da LC 75/93 e art. 41, parágrafo único, da Lei nº
8.625/93).

Excetuadas as hipóteses legais, é plenamente possível o indiciamento de autoridades com foro por prerro-
gativa de função. No entanto, para isso, é indispensável que a autoridade policial obtenha uma autorização do
Tribunal competente para julgar esta autoridade (Info 825).

AUTORIDADES COM FORO PRIVATIVO NO STF: Tem que haver prévia autorização judicial (STF inq 2411 QO)

AUTORIDADE COM FORO PRIVATIVO EM OUTROS TRIBUNAIS: Não é necessária prévia autorização judicial.
(REsp 1563962/RN)

ÎÎDESINDICIAMENTO:

Ocorre quando o Delegado de Polícia indicia um investigado que, por sua vez, vem a impugnar o ato (ex.
via HC) e o Tribunal promove a desconstituição do indiciamento por entender ausentes a materialidade e/ou os
indícios de autoria.

PRAZOS: PRESO SOLTO


Justiça Estadual 10 + 15* 30
Justiça Federal 15 + 15 30
Lei de Drogas 30 + 30 90 + 90
Militar 20 40 + 20
Crimes contra economia
10 10
popular
Crimes Hediondos (Tem-
30 + 30 -
porária)
* Pacote anticrime (Art. 3-B, parágrafo 2 CPP)

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ÎÎRELATÓRIO:

Caráter descritivo, em que o delegado irá descrever as diligencias realizadas.

Em regra, não faz juízo de valor (analise TECNICO-JURÍDICA).

Exceção: Lei 11.343/06 (art. 52, I – justificando as razões para a capitulação).

ÎÎARQUIVAMENTO:

Trata-se de uma decisão judicial. (POR ENQUANTO – Suspensão pelo STF).

ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19


MP requeria o arquivamento ao juiz, que homo- MP ordena o arquivamento e remete os autos à instância de
logava ou não. revisão ministerial para fins de homologação.
Arquivamento realizado no âmbito do MP.
Arquivamento realizado na justiça.
Eficácia suspensa pelo STF.

#PACOTEANTICRIME

Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma nature-
za, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará
os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei.      (Redação dada
pela Lei nº 13.964, de 2019)

É um ato COMPLEXO, uma vez que o MP pede o arquivamento e juiz decide sobre ele. (ainda continuará
complexo pois depende de homologação pela instância de revisão ministerial #PACOTEANTICRIME).

#OLHAOGANCHO #ATOCOMPLEXO #ATOCOMPOSTO


Antes da lei, o arquivamento do inquérito policial era ato complexo. O ato complexo é o ato administrativo
formado pela manifestação de vontade de órgãos diversos (promotor + juiz), ele depende de duas manifes-
tações de vontade que decorrem de órgãos diferentes mas em patamar de igualdade, tendo ambos a mesma
importância.
No entanto, após a lei 13.964/2019, o arquivamento do inquérito tornou-se ato composto: “O ato composto
distingue-se do complexo porque este só se forma com a conjugação de vontades de órgãos diversos, ao passo
que aquele é formado pela manifestação de vontade de um único órgão, sendo apenas ratificado por outra
autoridade” (Meirelles, 2007, p. 173).

211 RETA FINAL PC/RN + PC/PA | @CICLOSMETODO


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Sendo assim, o arquivamento do inquérito policial é ato composto, em que se praticam dois atos, um principal
e outro acessório, externadas por agentes em patamar de desigualdade hierárquica. O arquivamento forma-se
com a vontade do promotor natural, no entanto, para ter exequibilidade necessita da homologação da Instância
de revisão ministerial.

#Arquivamento determinado por juiz absolutamente incompetente: segundo o STF, faz coisa julgada
material quando entender por atipicidade da conduta ou excludente de punibilidade, em razão do princípio da
segurança jurídica.

#Recurso?

• RESE – contravenção de jogo do bicho;

• RECURSO DE OFÍCIO – crime contra economia popular.

#PACOTEANTICRIME: RECURSO para a instância de REVISÃO MINISTERIAL – 30 dias.

Hipóteses:

99Ausência dos pressupostos processuais ou das condições da ação;


99Ausência de lastro probatório mínimo para o oferecimento da denúncia ( justa causa);
99Manifesta atipicidade formal ou material;
99Causa excludente da ilicitude;
99Causa excludente da culpabilidade, salvo na hipótese de inimputabilidade do art. 26, caput, CP;
99Causa extintiva da punibilidade.

MOTIVO DO ARQUIVAMENTO É POSSÍVEL DESARQUIVAR?


SIM
1) Insuficiência de provas.
(Súmula 524 - STF)
2) Ausência de pressuposto processual ou de condi-
SIM
ção da ação penal.

3) Falta de justa causa para a ação penal (não há


indícios de autoria ou prova da materialidade). SIM
4) Atipicidade (fato narrado não é crime). NÃO

5) Existência manifesta de causa excludente de ilici- STJ: NÃO (Resp 791471/RJ)


tude. STF: SIM (HC 125101/SP)

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6) Existência manifesta de causa excludente de cul- NÃO


pabilidade. (Posição doutrinária)
NÃO

7) Existência manifesta de causa extintiva da puni- (STJ HC 307.562/RS)


bilidade. (STF Pet 3943)
Exceção: Certidão de óbito falsa

ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO ARQUIVAMENTO INDIRETO

Ocorre quando o MP recebe indiciamento pela prática


Ocorre quando o MP não denuncia por entender
de certa quantidade de crimes e decide denunciar ape-
que se trata de competência da JF (ex. crime de
nas por algum deles, sem falar nada sobre os demais,
moeda falsa) e o juiz não concorda porque enten-
ocorrendo, assim, o arquivamento implícito dos crimes
de que a moeda é grosseiramente falsa, do que
ou das pessoas não denunciadas. Veda-se porque todo
caracteriza estelionato, de competência da JE.
arquivamento deverá ser fundamentado.

ÎÎTERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA (TCO)


A Lei de Juizados Especiais Criminais não previu a instauração de inquérito policial para apuração das
infrações de menor potencial ofensivo.
• Infrações de menor potencial ofensivo: são as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena
máxima não superior a dois anos de prisão, cumulada ou não com multa (art. 61).

Nestes casos, deve ser lavrado o termo circunstanciado, que se constitui de uma peça semelhante a um bo-
letim de ocorrência policial, porém com uma narrativa mais detalhada do fato registrado, com a indicação do autor
do fato, do ofendido e do rol de testemunhas.

Legitimidade:

Doutrina majoritária entende que sendo procedimento investigatório assemelhado ao IP, só pode ser con-
feccionado PELO DELEGADO (polícia judiciária).

STF pactua como a doutrina majoritária, entendendo ser caso de usurpação de função.

STJ possui decisões defendendo a possibilidade por outros órgãos da segurança pública lavrarem o TCO
(PRF e PM). Nesse mesmo sentido: resolução do TJSP e TJAL e, por reconhecimento de Tourinho Filho, o TCO po-
derá ser confeccionado pela autoridade policial militar e pela própria secretaria do Juizado Especial Criminal.

#CUIDADO: O TCO não será aplicado nem na esfera militar e nem nas hipóteses de incidência da Lei
Maria da Penha.

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#SELIGANASSÚMULAS:

SÚMULA 524, STF: Arquivado o Inquérito Policial, por despacho do Juiz, a requerimento do Promotor de Justiça,
não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.

Súmula 234, STJ: A Participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o
seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.

Art. 13-A - CPP. Nos crimes previstos nos arts. 1481, 1492 e 149-A3, no § 3º do art. 1584 e no art. 1595 do Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 19906 (Estatuto
da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o DELEGADO DE POLÍCIA poderá requisitar,
de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da
VÍTIMA OU DE SUSPEITOS.

Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá:

I - o nome da autoridade requisitante;

II - o número do inquérito policial; e

III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação.

Art. 13-B - CPP. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o
membro do Ministério Público ou o DELEGADO DE POLÍCIA poderão requisitar, mediante autorização judi-
cial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os
meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos
suspeitos do delito em curso.

§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e intensidade
de radiofrequência.

§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal:

I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial,
conforme disposto em lei;

II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias,
renovável por uma única vez, por igual período;

III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem judi-
cial.

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§3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e
duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial.

§4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará
às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os
meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos sus-
peitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz.

AÇÃO PENAL E AÇÃO CIVIL

ÎÎACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL:

#PACOTEANTICRIME

É um instrumento que possibilita soluções negociais diretamente pelo membro do MP com investigados
por crimes de menor gravidade, após a confissão deste e condicionado ao oferecimento da denúncia na hipótese
de descumprimento do acordo. O objetivo é racionalizar e tornar efetiva a resposta a crimes considerados menos
graves.

O caput do art. 28-A, bem como o seu §2º, trazem os seguintes REQUISITOS para que se possa celebrar o
acordo:

REQUISITOS
 O agente ter CONFESSADO formal e circunstancialmente a prática de infração penal;
 Ser uma infração penal SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA;
 Ser uma infração penal com PENA MÍNIMA INFERIOR A 4 ANOS;
*Consideradas as causas de aumento e diminuição (aumenta no mínimo, diminui no máximo).
• NÃO ser cabível TRANSAÇÃO PENAL;
• NÃO ser o investigado REINCIDENTE e não ter elementos probatórios que indiquem conduta criminal
habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas;
• O investigado NÃO ter sido beneficiado NOS ÚLTIMOS 5 ANOS em transação penal, suspensão condi-
cional do processo ou ANPP; E
• NÃO se tratar de crime no âmbito de VIOLÊNCIA DOMÉSTICA OU FAMILIAR, ou praticado CONTRA A
MULHER POR RAZÕES DA CONDIÇÃO DE SEXO FEMININO.

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Mediante as seguintes condições ajustadas CUMULATIVA e ALTERNATIVAMENTE:

CONDIÇÕES

Reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;

Renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto
ou proveito do crime;

Prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima co-
minada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do
art. 46 do Código Penal;

Pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Código Penal, a entidade pública ou de
interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens
jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; e/ou

Cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e
compatível com a infração penal imputada.

No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução penal, o inves-
tigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior.

Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o Ministério Público
deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia. Também poderá ser
utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do
processo.

Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a extinção de
punibilidade.

Caberá RESE da decisão, despacho ou sentença que recusar homologação à proposta de acordo de não
persecução penal, previsto no art. 28-A desta Lei.

ÎÎAÇÃO PENAL:

É o direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz que aplique o direito penal objetivo a um caso concreto.

ÎÎCONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL:

São também chamadas de condições de procedibilidade.

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POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO: o pedido deverá ser juridicamente possível.


Para o STJ, pedido juridicamente impossível é aquele que encontra expressa vedação
legal. Ex.: pedido de condenação criminal de agente menor de 18 anos (inimputável) na
data do fato típico. 
LEGITIMIDADE AD CAUSAM: é a pertinência subjetiva da ação. Ex. MP tem legitimida-
de na AP pública e na ação penal pública condicionada à representação. O ofendido ou
seu representante legal tem legitimidade na ação penal privada. 
INTERESSE EM AGIR:
1. Necessidade: não há pena sem processo. É inerente ao processo penal.
Exceção: Juizados Especiais. 
CONDIÇÕES GE-
NÉRICAS  2. Adequação da via eleita: Em se tratando de ação penal condenatória,
a adequação, em verdade, é irrelevante no processo penal, porque, por óbvio,
- toda ação penal sempre será a mesma espécie de ação (ação penal condenatória), ou seja, não
tem que ter -  há diferentes espécies de ação penal, como acontece no processo civil onde há
várias espécies próprias de ação. O acusado se defende dos fatos e não da clas-
sificação jurídica a eles atribuída no processo penal. Portanto, conclui-se que a
adequação só interessa quanto ao estudo de ações penais não condenatórias.
Ex.: HC, que somente poderá ser impetrado quando houver privação da liberda-
de do agente; 
3. Utilidade: o processo vai servir aos interesses do autor? A doutrina dá o
exemplo da prescrição em perspectiva ou virtual (que não é aceita pela
jurisprudência – entendimento sumulado)80. 
JUSTA CAUSA: é o lastro probatório mínimo necessário para o ajuizamento da ação
penal, demonstrando a viabilidade da pretensão punitiva. 
Representação do ofendido. 
CONDIÇÕES ESPE-
Requisição do Ministro da Justiça. 
CÍFICAS 
Laudo preliminar no caso de envolver drogas. 
- nem toda ação
penal tem que ter -  Entrada do agente no território nacional no caso de extraterritorialidade da lei
penal. 

™™Condição de procedibilidade: condições necessárias para o início da ação penal.

™™Condição de prosseguibilidade: condições necessárias para o prosseguimento da ação penal.

™™Condição objetiva de punibilidade: Relaciona-se ao direito penal. São necessárias para que o fato se torne
punível. Exemplos: Sentença declaratória de falência; Decisão final do procedimento administrativo de lança-
mento nos crimes materiais contra a ordem tributária; Entrada de brasileiro no território nacional.

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PRAZOS: PRESO SOLTO


Denúncia 5 dias 15 dias
Queixa 5 dias 6 meses
Lei de Drogas 10 dias 10 dias
Lei eleitoral 10 dias 10 dias
Economia popular 02 dias 02 dias
Abuso de autoridade 05 dias 15 dias

AÇÃO PENAL PÚBLICA AÇÃO PENAL PRIVADA


Titular da ação: OFENDIDO
Titular da ação: MINISTÉRIO PÚBLICO Trata-se de hipótese de legitimidade
Legitimidade ORDINÁRIA (postula em nome próprio EXTRAORDINÁRIA/ SUBSTITUIÇÃO PROCES-
interesse próprio). SUAL
(postula em nome próprio interesse alheio)
EXCLUSIVA
INCONDICIONADA
Pode ser exercida pela vítima, seu representante ou
sucessores.
CONDICIONADA
• Representação do ofendido
Representação do ofendido:
Deve ser oferecida dentro de 06 meses, sob pena de de-
cadência.
PERSONALÍSSIMA
É retratável, até o oferecimento da denúncia pelo MP §
Somente a vítima e seu representante legal;
Não exige forma específica.
O direito de queixa não passa aos sucessores (nem
Não é divisível quanto aos autores do fato criminoso.
pode ser exercido pelo representante legal).
• Requisição do Ministro da Justiça
Não tem prazo (pode ser oferecida enquanto não extinta
a punibilidade).
Não cabe retratação. MP não está vinculado à requisição
(oferecida a requisição, pode o MP deixar de denunciar).
SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA
Quando há INÉRCIA do MP, o ofendido passa a ter
legitimidade para ajuizar a queixa-crime subsidiária.
Essa legitimidade dura por seis meses.
Não é cabível a ação penal privada subsidiária se o
MP requer o arquivamento ou requer a realização
de novas diligências (neste caso não há inércia).

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PRINCÍPIOS AÇÃO PENAL PÚBLICA PRINCÍPIOS AÇÃO PENAL PRIVADA


Princípio do NE PROCEDAT IUDEX EX OFFICIO (princípio
da iniciativa das partes): com a adoção do sistema acusató- Também se aplica nas ações de iniciativa pri-
rio pela CF, ao juiz não é dado iniciar um processo de ofício. vada.
Ou seja, não existe no Brasil o processo judicialiforme. Obs. A
execução pode se iniciar de ofício.
Princípio do NE BIS IN IDEM: ninguém pode ser processa-
Também se aplica.
do duas vezes pela mesma imputação.
Princípio da intranscendência: a ação só pode ser proposta
Também se aplica.
em face do provável autor do crime, e ninguém mais.
Princípio da obrigatoriedade (legalidade processual):
presentes as condições da ação, o MP é obrigado a denun- Princípio da oportunidade ou da conve-
ciar (art. 24, CPP). niência: o ofendido não é obrigado a ofere-
cer queixa. Ele pode ficar inerte durante 06
*mitigação: Transação Penal; Acordo de não persecução pe- meses ou renunciar o direito de queixa.
nal; Colaboração Premiada.
Princípio da indisponibilidade: oferecida a denúncia, o MP Princípio da disponibilidade: o querelante
não pode desistir do processo (art. 42) ou do recurso inter- pode desistir do processo em curso. Ex. Per-
posto. No entanto, pode pedir a absolvição. dão do ofendido, perempção e conciliação
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação pe- nos crimes contra a honra de competência
nal. do juiz singular (art. 522).
*mitigação: Suspensão condicional do processo.
Princípio da indivisibilidade: o ofendido
só pode agir contra todos os envolvidos (art.
48). Se deixar um de fora, há renúncia tácita,
Princípio da divisibilidade (doutrina majoritária): que se estenderá aos demais. O MP pode in-
timar o ofendido para se manifestar a respei-
O Ministério Público não é obrigado a denunciar todos os
to, pois talvez ele apenas tenha se esquecido
envolvidos nos fatos tidos por delituosos, dado que não vi-
de um dos envolvidos.
gora, na ação penal pública incondicionada, o princípio da
indivisibilidade. Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores
do crime obrigará ao processo de todos, e o
Ministério Público velará pela sua indivisibili-
dade.
Só se aplica na fase pré-processual, já que o
Princípio da oficialidade: a persecução penal, nas investiga- processo é conduzido pelo ofendido.
ções e durante o processo, é feita por órgãos estatais.

Princípio da autoridade: o órgão referido acima é uma au- Só se aplica na fase pré-processual, já que o
toridade pública. processo é conduzido pelo ofendido.
Princípio da oficiosidade: nos crimes de ação incondiciona- NÃO SE APLICA, pois até mesmo o início das
da, as autoridades devem agir de ofício, mesmo sem reque- investigações depende de requerimento do
rimento do ofendido. ofendido.

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AÇÃO PENAL PRIVADA

OMISSÃO VOLUNTÁRIA.
OMISSÃO INVOLUNTÁRIA.
(DELIBERADA)
Se ficar demonstrado que a omissão de algum nome foi involun-
Se ficar demonstrado que o querelan- tária – O Ministério Público deverá requerer a intimação do que-
te deixou, de forma deliberada, de relante para que ele faça o aditamento da queixa-crime e inclua os
oferecer a queixa contra um ou mais demais coautores ou partícipes que ficaram de fora.
autores ou partícipes – Entende-se
que houve renúncia tácita. - Se o querelante fizer o aditamento: o processo prosseguirá nor-
malmente.
- O juiz deverá rejeitar a queixa e de-
clarar a extinção da punibilidade - Se o querelante se recusar expressamente ou permanecer
para todos (arts. 104 e 109, V, do CP). inerte: o juiz deverá entender que houve renúncia (art. 49 do CPP)
– extingue a punibilidade de todos.

Na ação penal pública NÃO vigora o princípio da indivisibilidade. Assim, o MP não está obrigado a denun-
ciar todos os envolvidos no fato tido por delituoso, não se podendo falar em arquivamento implícito em relação
a quem não foi denunciado. Isso porque o Parquet é livre para formar sua convicção, incluindo na denúncia as
pessoas que ele entenda terem praticado o crime, mediante a constatação de indícios de autoria e materialidade.
STJ. 6ª Turma. RHC 34233-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 6/5/2014 (Info 540).

Não oferecida a queixa-crime contra todos os supostos autores ou partícipes da prática delituosa, há afronta ao
princípio da indivisibilidade da ação penal, a implicar renúncia tácita ao direito de querela, cuja eficácia extintiva
da punibilidade estende-se a todos quantos alegadamente hajam intervindo no cometimento da infração penal.
STF. 1ª Turma. Inq 3526/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 2/2/2016 (Info 813).

No momento da denúncia, prevalece o PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO SOCIETATE. STF. 1ª Turma. Inq
4506/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/04/2018 (Info 898).

#DEOLHONATABELA:

RENÚNCIA PERDÃO DO OFENDIDO


Causa extintiva da punibilidade nas hipóteses de
ação penal exclusivamente privada ou personalíssi- Causa extintiva da punibilidade nas hipóteses de
ma. Pode ser expressa ou tácita, admitindo todos os ação penal exclusivamente privada ou personalíssi-
meios de prova (art. 57). ma. Também pode ser expresso ou tácito.

Decorre do princípio da oportunidade ou conveni-


Decorre do princípio da disponibilidade.
ência.

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Ato bilateral: depende de aceitação do réu (art. 51).


A aceitação pode ser expressa ou tácita (art. 58). O
Ato unilateral: não depende de aceitação.
procedimento da aceitação está previsto entre os ar-
tigos 52 a 55.
É concedido durante o curso do processo. Pode
É ato extraprocessual (pode ocorrer até o ofereci- ocorrer até o trânsito em julgado (art. 106, §2º, CP).
mento da queixa-crime). No entanto, pela redação do CPP, percebe-se que
também pode ser extraprocessual (artigos 56 e 59).
Por força do princípio da indivisibilidade, a renúncia
Por força do princípio da indivisibilidade, o perdão
concedida a um dos coautores ou partícipes do deli-
concedido a um dos coautores ou partícipes do deli-
to estende-se aos demais (extensabilidade da renún-
to estende-se aos demais, desde que haja aceitação.
cia – art. 49).

ÎÎPerempção

Penalidade ao querelante pela negligência na condução do processo Cabível quando:

• O querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos;

• Falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no pro-
cesso, dentro do prazo de 60 dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo;

• O querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar
presente;

• O querelante deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;

• Sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

#DEOLHONASSÚMULAS:

SÚMULA 714, STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa e do Ministério Público, condi-
cionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão
do exercício de suas funções; sem representação, não há procedibilidade da ação penal.
SÚMULA 542, STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a
mulher é pública incondicionada.
Súmula 594, STF: Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, independentemente, pelo
ofendido ou por seu representante legal.

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DA AÇÃO CIVIL:

Trata-se de ação civil em decorrência de um ilícito penal em que o agente, além de ficar submetido a uma
sanção penal (pena ou medida de segurança), também será responsável pelo ressarcimento à vítima pelo dano
causado.

O juiz da esfera penal poderá, inclusive, já mencionar um valor indenizatório mínimo (art. 387, IV, CPP).

Independência das instâncias: as instâncias são independentes (art. 2º, CF). Contudo, a própria sentença pe-
nal já pode servir de título executivo judicial para o cível, nos casos em que o juiz já atribui um valor indenizatório
mínimo (art. 63, parágrafo único, CPP).

ÎÎFormas que a vítima/sucessores tem para buscar a reparação do dano:

• Ação de execução ex delicto: a vítima (seu representante legal ou sucessores) vai executar a sentença penal
transitada em julgado (art. 63, CPP c/c art. 387, IV, CPP c/c art. 91, I, CP).

ªª A sentença penal só fixa mínimo de reparação quando a parte requerer.

ªª O pedido será para que o condenado seja obrigado a reparar os danos causados à vítima (art. 63 do
CPP).

• Ação civil ex delicto propriamente dita: a vítima (seu representante legal ou sucessores), independente-
mente da sentença penal, irá buscar na esfera cível a reparação do dano decorrente do fato delituoso (art.
64, CPP). Nesse caso, poderá o juiz suspender o curso da ação civil até que transite em julgado a sentença
penal com o patamar mínimo indenizatório.

ÎÎEfeitos civis da absolvição penal:

A absolvição do acusado na esfera penal não influencia a decisão do juiz na esfera cível, salvo quando ficar
comprovado que ele não foi o autor (ou partícipe) da infração penal ou que o fato efetivamente não ocor-
reu (art. 66, CPP c/c art. 386, CPP c/c art. 935, CC).

#DEOLHONAJURIS Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar, é possí-
vel a fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, desde que haja pedido expresso da acusação
ou da parte ofendida, ainda que não especificada a quantia, e independentemente de instrução probatória.
CPP/Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos cau-
sados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido. STJ. 3ª Seção. REsp 1643051-MS, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 28/02/2018 (recurso repetitivo) (Info 621).

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™™Ação civil ex delicto pelo MP: trata-se de hipótese em que o MP poderá ingressar com a ação civil quando
a vítima for pobre (art. 68, CPP). O STF considerou essa possibilidade como sendo de inconstitucionalidade
progressiva, ou seja, o MP apenas poderá ingressar com ação civil em favor de vítima pobre nas comarcas
em que não houver Defensoria Pública.

JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA

99Lei processual que altera regras de competência: Para a jurisprudência, norma que altera competência tem
natureza genuinamente processual, de maneira que aplicamos o princípio da aplicação imediata ou
tempus regit actum (art. 2º, CPP).

#CUIDADO: caso haja sentença de mérito à época da alteração da competência de Justiça, ter-se-á prorrogação
automática e superveniente da competência da Justiça anterior, de modo que a atividade jurisdicional recursal pos-
terior há de se basear na competência já disposta, firmada pela sentença de mérito proferida (STF, HC 76.510/SP).

CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO

SUBSTITUTIVIDADE É nota marcante da jurisdição, implicando na atuação do Estado em substituição à


vontade das partes na resolução das lides, o que impede, em regra, a autotutela.

INÉRCIA Os órgãos jurisdicionais, em regra, para atuarem, precisam ser provocados.

EXISTÊNCIA DE LIDE Para o exercício da jurisdição pressupõe-se a existência da lide, conflito de interes-
ses qualificado pela pretensão resistida.

ATUAÇÃO DO DIREITO É objetivo da jurisdição a aplicação do direito no caso concreto, resolvendo a lide.

A jurisdição tem o seu exercício concluído em uma sentença, que possui caráter
IMUTABILIDADE
definitivo, exceto previsões legais, a exemplo da revisão criminal pro reo.

ÎÎEspécies de competência:

99RATIONE MATERIAE Leva em consideração a natureza da infração penal (art. 69, III, CPP). Ex. Justiça Militar,
Justiça Eleitoral, Tribunal do Júri.
99RATIONE FUNCIONAE Leva em consideração os casos de foro por prerrogativa de função. Ex. deputados
federais e senadores serão julgados pelo STF (art. 102, I, b, CF); governadores e Desembargadores serão
julgados perante o STJ (art. 105, I, a, CF); juízes e promotores dos Estados serão julgados pelo respectivo
Tribunal de Justiça local, salvo no tocante a crimes eleitorais (art. 86, III, CF).

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99RATIONE LOCI Fixada seja pelo lugar da infração, seja pelo domicílio, seja pela residência do réu (art. 69,
I e II, CPP).
99COMPETÊNCIA FUNCIONAL É a distribuição feita pela lei entre diversos juízes da mesma instância ou
de instâncias diversas para, em um mesmo processo, praticar determinados atos. Ex. No Tribunal do Júri
compete ao juiz sumariante exercer a competência na 1ª fase (iudicium accusationis) e ao Juiz Presidente do
Tribunal do Júri exercer a competência na 2ª fase (iudicium causae).

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

(...)IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da
União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a com-
petência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;

V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado
tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

(..)VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro
e a ordem econômico-financeira;

VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade
cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;

(...)IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;

X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o “exequatur”,
e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção,
e à naturalização;

XI - a disputa sobre direitos indígenas.

(...)§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade
de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o
Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo,
incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA

Regra de competência criada com base no interesse Regra de competência criada com base no interesse
público. preponderante das partes.

Pode ser modificada ou prorrogada.


É improrrogável (art. 62, CPC).
 Competência territorial, competência por distri-
 Em razão da matéria, da pessoa ou da função.
buição ou por prevenção.

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É causa de nulidade absoluta:


É causa de nulidade relativa:
• Pode ser arguida a qualquer momento, mes-
mo após o trânsito em julgado; • Deve ser arguida no momento oportuno, sob
pena de preclusão;
• O prejuízo é presumido.
• O prejuízo deve ser comprovado.
#OBS: Sentença absolutória proferida por juiz absolu-
tamente incompetente não poderá ser desfeita, pois
não existe revisão PRO SOCIETATE.

Pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, enquanto Pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, porém somente
não esgotada a jurisdição pela prolação da senten- até o início da instrução, em virtude do princípio da iden-
ça. tidade física do juiz (art. 399, §2º).
#CUIDADO: denúncia recebida por juiz incompe-  Não se aplica no processo penal a súmula 33 do
tente não interrompe prazo da prescrição. STJ.

Pode ser arguida por meio de exceção de incom- Pode ser arguida por meio de exceção de incompe-
petência. Porém, como o magistrado pode conhe- tência. Porém, como o magistrado pode conhecê-la
cê-la de ofício, nada impede que a parte aborde a de ofício, nada impede que a parte aborde a incom-
incompetência absoluta de outra forma. petência relativa de outra forma.
Como não pode ser modificada ou alterada, a co-
Conexão e continência podem alterar a competência
nexão e continência não alteram a competência
relativa.
absoluta.

#SELIGA

ART. 6º DO CP ART. 70, CAPUT, DO CPP


Adotou a teoria da ubiquidade (mista). Adotou a teoria do resultado.
Lugar do crime é local em que:
Lugar do crime é o local em que se consumou
• Ocorreu a ação ou omissão (no todo ou em parte).
a infração, ou, no caso de tentativa, o lugar em
• Bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o que for praticado o último ato de execução.
resultado.
Regra destinada a resolver crimes envolvendo o
Regra destinada a resolver a competência no caso de cri-
território de duas ou mais comarcas (ou seções
mes envolvendo o território de dois ou mais países (con-
judiciárias) apenas dentro do Brasil (conflito in-
flito internacional de jurisdição).
terno de competência territorial).
Define se o Brasil será competente para julgar o fato no Define qual o juízo competente no caso de cri-
caso de crimes à distância. mes plurilocais.

ÎÎRegra na Distribuição da Competência:

O art. 69, CPP, traz as regras de fixação da competência:

• O lugar da infração;

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• O domicílio ou residência do réu;

• A natureza da infração;

• A distribuição;

• A conexão ou continência;

• A prevenção;

• A prerrogativa de função.

#DEOLHONOGANCHO:
No caso da aberratio ictus, não se leva em conta para fixação de competência a pessoa que se desejava atingir,
mas a pessoa efetivamente atingida.

Crime consumado: lugar em que se consumar a infração;


Crime tentado: lugar em que for praticado o último ato de execução.
REGRA
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infra-
ção, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
→ TEORIA DO RESULTADO
Art. 70. § 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele,
a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o
último ato de execução.
ENVOLVENDO
MAIS DE UM § 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será
PAÍS competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido
ou devia produzir seu resultado.
§3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando
incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas
ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
INFRAÇÃO
CONTINUADA Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas
ou CRIME PER- ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
MANENTE
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se- á pelo domicí-
NÃO SENDO
lio ou residência do réu.
CONHECIDO O
§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção.
LUGAR
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente
DA INFRAÇÃO
o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
AÇÃO PENAL Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o FORO DE DOMI-
PRIVADA – Foro
de eleição CÍLIO OU DA RESIDÊNCIA DO RÉU, ainda quando conhecido o lugar da infração.

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CRIMES PRATI-
CADOS
Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o
FORA DO TER- juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca
RITÓRIO tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República.
BRASILEIRO
Justiça Estadual.
CONTRAVEN- Art. 109, IV CF - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens,
ÇÃO PENAL
serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, EX-
CLUÍDAS AS CONTRAVENÇÕES e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça
Eleitoral;

#LEMBRE-SE:

TIPO DE CRIME COMPETÊNCIA


CRIMES PLURILOCAIS Teoria do resultado
CRIMES PLURILOCAIS DOLOSOS CONTRA A VIDA Teoria da atividade
JUIZADOS ESPECIAIS Teoria da atividade
ATOS INFRACIONAIS Teoria da atividade

ÎÎCausas de modificação de competência:

¾¾CONEXÃO (Art. 76):

99Conexão intersubjetiva (inciso I): envolve a prática de vários crimes por várias pessoas.

• Por simultaneidade (conexão subjetivo-objetiva ou intersubjetiva ocasional): praticadas AO MESMO TEM-


PO por várias pessoas reunidas.

Ex. Diversos torcedores que nem se conhecem depredam um estádio; diversas pessoas saqueiam um
supermercado.

• Por concurso (concursal): em concurso, AINDA QUE EM TEMPO OU LOCAL DIVERSO.

• Por reciprocidade: praticadas por várias pessoas, UMAS CONTRA AS OUTRAS (pessoas IDENTIFICADAS).

Ex. Duas gangues combinam brigar. Nesse caso, teremos várias lesões corporais.

OBS: crime de rixa - nesse caso, teremos apenas um único crime.

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99Conexão objetiva, lógica, material ou teleológica (inciso II):

• Teleológica: O crime é praticado para facilitar a execução do outro.

Ex. Mata o segurança para facilitar o sequestro da vítima.

• Consequencial: O crime é praticado para garantir a vantagem ou a impunidade do outro.

Ex. Estupra a vítima e depois mata a única testemunha do crime.

99Conexão instrumental, probatória ou processual (inciso III): quando a prova de um crime influencia na
existência do outro.

Ex: Prova da infração antecedente auxilia na prova do crime de lavagem; prova do furto auxilia na
prova do crime der receptação.

#SELIGANASÚMULA

Súmula 704, STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração
por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.
Súmula 235 STJ: a conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado.
Súmula 122-STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de compe-
tência federal e estadual, não se aplicando a regra do art.78, II, alínea “a”, do Código de Processo Penal.

¾¾CONTINÊNCIA (Art. 77):

99Cumulação subjetiva (inciso I): duas ou mais pessoas praticam UM CRIME, como na coautoria.
99Cumulação objetiva (inciso II): ocorrerá nos casos de CONCURSO FORMAL de crimes (70, CP), ERRO NA
EXECUÇÃO - aberratio ictus (73, CP) e RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO - aberratio delicti (74, CP).

ÎÎREGRAS NA DETERMINAÇÃO DA COMPETÊNCIA – jurisdições da mesma categoria:

99prevalece o juiz que atua no local da consumação do crime mais grave (natureza da pena; pena em ab-
strato – mínima e máxima);
99se os crimes têm a mesma gravidade - local da consumação do maior número de infrações;
99por sua vez, se os delitos têm a mesma gravidade e a mesma quantidade por comarca, prevalece o juiz
prevento.

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ÎÎSEPARAÇÃO FACULTATIVA DOS PROCESSOS (art. 80, CPP):

Se as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo
excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz
reputar conveniente a separação. 

ÎÎSEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DOS PROCESSOS:

Se houver concurso entre a jurisdição comum:

99Militar;
99Juízo de menores (ECA);
99Se sobrevier doença mental em relação a um corréu (art. 79, §1º, CPP);
99Se houver corréu foragido (citado por edital);
99Se não houver número mínimo de jurados no tribunal do júri (estouro de urna).

ªª Renúncia ao mandato na iminência do julgamento caracteriza abuso do direito de defesa, sendo


desconsiderada para efeito do deslocamento da competência (STF).

ªª Foro por prerrogativa X deslocamento: as autoridades com foro por prerrogativa no TJ ou no TRF,
ao praticarem crime fora do Estado ou da região, serão julgadas no seu tribunal de origem.

ªª Foro por prerrogativa X Júri: autoridades com foro por prerrogativa na CF não vão a júri, pois serão
julgadas no seu Tribunal de origem. O mesmo não ocorre quando o privilégio é estabelecido apenas
na Constituição Estadual (Súmula 721 - STF).

#OLHAOGANCHO o Júri prevalece sobre os demais órgãos, julgando os crimes dolosos contra a vida
e as infrações comuns eventualmente conexas.

ªª Justiça Especial prevalece sobre a comum. Exceção: justiça militar - Não se aplicam as regras de
conexão e continência (caso de separação obrigatória de processos).

ªª Para que o crime de tráfico internacional de drogas seja julgado pela Justiça Federal deve atender
aos seguintes requisitos: que o crime esteja previsto em Tratado ou Convenção Internacional e a exe-
cução seja iniciada no País, além da internacionalidade territorial do resultado relativamente à conduta
delituosa.

ªª Estelionato: o crime se consuma no momento da obtenção da vantagem indevida, ou seja, no ins-


tante em que o valor é depositado (“cai”) na conta corrente do autor do delito, passando, portanto, à
sua disponibilidade.

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#DEOLHONASSÚMULAS:

Súmula 38-STJ: Compete a Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por
contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas
entidades.
Súmula 73-STJ: A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelio-
nato, da competência da Justiça Estadual.
Súmula 104-STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de docu-
mento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.
Súmula 107-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionato praticado mediante
falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia
federal.
Súmula 140-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena figure como
autor ou vítima.
Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão
da entidade ou órgão ao qual foi apresentado documento público, não importando a qualificação do órgão
expedidor.
Súmula 522-STF: Salvo ocorrência de tráfico com o exterior, quando, então, a competência será da Justiça Fe-
deral, compete a justiça dos estados o processo e o julgamento dos crimes relativos a entorpecentes.
Súmula 498-STF: Compete a justiça dos estados, em ambas as instâncias, o processo e o julgamento dos crimes
contra a economia popular.

#INFORMATIVOS
Quem julga, no Brasil, crime cometido por brasileiro no exterior e cuja extradição tenha sido negada? • STF:
Justiça Estadual • STJ: Justiça Federal. O fato de o delito ter sido cometido por brasileiro no exterior, por si só,
não atrai a competência da Justiça Federal. Assim, em regra, compete à Justiça Estadual julgar o crime praticado
por brasileiro no exterior e que lá não foi julgado em razão de o agente ter fugido para o Brasil, tendo o nosso
país negado a extradição para o Estado estrangeiro. Somente será de competência da Justiça Federal caso se
enquadre em alguma das hipóteses do art. 109 da CF/88. STF. 1ª Turma. RE 1175638 AgR/PR, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 2/4/2019 (Info 936). Compete à Justiça Federal o processamento e o julgamento da ação
penal que versa sobre crime praticado no exterior que tenha sido transferida para a jurisdição brasileira, por
negativa de extradição. STJ. 3ª Seção. CC 154656-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/04/2018 (Info 625).
STJ. 6ª Turma. RHC 88.432/AP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/02/2019.

Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material por-
nográfico envolvendo criança ou adolescente (arts. 241, 241-A e 241-B do ECA), quando praticados por meio da
rede mundial de computadores (internet). STF. Plenário. RE 628624/MG, Rel. Orig. Min. Marco Aurélio, Red. p/ o
acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28 e 29/10/2015 (repercussão geral) (Info 805).

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O STJ, interpretando a decisão do STF, afirmou que, quando se fala em “praticados por meio da rede mundial de
computadores (internet)”, o que o STF quer dizer é que a postagem de conteúdo pedófilo-pornográfico deve
ter sido feita em um ambiente virtual propício ao livre acesso. Por outro lado, se a troca de material pedófilo
ocorreu entre destinatários certos no Brasil, não há relação de internacionalidade e, portanto, a competência é
da Justiça Estadual. Assim, o STJ afirmou que a definição da competência para julgar o delito do art. 241-A
do ECA passa pela seguinte análise: • Se ficar constatada a internacionalidade da conduta: Justiça FEDERAL.
Ex: publicação do material feita em sites que possam ser acessados por qualquer sujeito, em qualquer parte do
planeta, desde que esteja conectado à internet. • Nos casos em que o crime é praticado por meio de troca de
informações privadas, como nas conversas via Whatsapp ou por meio de chat na rede social Facebook: Justiça
ESTADUAL. Isso porque tanto no aplicativo WhatsApp quanto nos diálogos (chat) estabelecido na rede social
Facebook, a comunicação se dá entre destinatários escolhidos pelo emissor da mensagem. Trata-se de troca de
informação privada que não está acessível a qualquer pessoa. Desse modo, como em tais situações o conteúdo
pornográfico não foi disponibilizado em um ambiente de livre acesso, não se faz presente a competência da
Justiça Federal. STJ. 3ª Seção. CC 150564-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 26/4/2017 (Info
603).

Em caso de conexão entre crime de competência da Justiça comum (federal ou estadual) e crime eleito-
ral, os delitos serão julgados conjuntamente pela Justiça Eleitoral
Compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos. Cabe à Justiça Elei-
toral analisar, caso a caso, a existência de conexão de delitos comuns aos delitos eleitorais e, em não havendo,
remeter os casos à Justiça competente. STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado
em 13 e 14/3/2019 (Info 933).

STJ não é competente para julgar crime praticado por Governador no exercício do mandato se o agente
deixou o cargo e atualmente voltou a ser Governador por força de uma nova eleição
O STJ é incompetente para julgar crime praticado durante mandato anterior de Governador, ainda que atual-
mente ocupe referido cargo por força de nova eleição. Ex: José praticou o crime em 2009, quando era Governa-
dor; em 2011, foi eleito Senador; em 2019, assumiu novamente como Governador; esse crime praticado em 2009
será julgado em 1ª instância (e não pelo STJ). Como o foro por prerrogativa de função exige
contemporaneidade e pertinência temática entre os fatos em apuração e o exercício da função pública, o térmi-
no de um determinado mandato acarreta, por si só, a cessação do foro por prerrogativa de função em relação
ao ato praticado nesse intervalo. STJ. Corte Especial. QO na APn 874-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
15/05/2019 (Info 649).

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QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES

ÎÎQuestão prejudicial heterogênea:

99Questão prejudicial OBRIGATÓRIA

Decisão que envolva estado civil das pessoas:

ªª Suspensão obrigatória do processo: juiz suspenderá a ação penal até que no juízo cível a controvérsia
seja dirimida por sentença com trânsito em julgado, sem prejuízo de inquirição de testemunhas e de
outras provas de natureza urgente (art. 92, CPP).

ªª Independe de já ter ação civil em andamento.

#OBS: a prescrição também ficará suspensa (art. 116, I, CP).

#DEOLHONOGANCHO Recurso:

- Indeferimento: HC, MS e Correição parcial.

- Deferimento: caberá RESE (art. 582, XVI, CPP).

99Questão prejudicial FACULTATIVA

Decisão que envolva questão diversa do estado civil das pessoas:

ªª Suspensão facultativa do processo: juiz poderá suspender o curso da ação penal.

ªª Depende da existência de ação civil.

ªª Somente após a inquirição das testemunhas e realização das outras provas de natureza urgente.

ªª Se o juiz do cível não decidir dento do prazo fixado pelo juiz penal, haverá prorrogação da compe-
tência do juízo criminal que poderá decidir sobre toda a matéria da acusação ou da defesa (art. 93,
§1º, CPP).

#OBS: Decidindo pela suspensão, a prescrição também ficará suspensa (art. 116, I, CP).

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#DEOLHONOGANCHO Recurso:

- Indeferimento: Irrecorrível (art. 93, §2º, CPP).

- Deferimento: caberá RESE (art. 582, XVI, CPP).

ÎÎDa restituição das coisas apreendidas:

ªª Antes do transito em julgado – só quando não interessarem mais ao processo.

ªª Não havendo dúvida, pode ser ordenada pela autoridade policial ou juiz, mediante termo nos autos.

ªª Se houver dúvida ou se tiverem sido apreendidas em poder de terceiro de boa-fé: somente o juiz po-
derá determinar, por meio de autos apartados (5 dias para provas).

ªª Sempre será ouvido o MP.

ªª Perdimento de instrumentos do crime e as coisas confiscadas – serão inutilizados ou recolhidos a mu-


seu criminal (interesse na conservação).

ªª Perdimento de obras de arte ou bens relevante valor cultural ou artístico – museus públicos se não
tiver vitima determinada.

ÎÎDas medidas assecuratórias:

SEQUESTRO:

ªª Indícios veementes da proveniência ilícita dos bens.

ªª Qualquer fase do processo ou antes de oferecida a denúncia/queixa.

ªª Imóveis – adquiridos proventos da infração ainda que transferidos a terceiro. Deverá ser feita a inscri-
ção no registro de imóveis.

ªª Caberá Embargos – de terceiro, do acusado (não tiverem sido adquiridos com os proventos da infra-
ção) e de terceiro (adquirido de boa-fé e a titulo oneroso). Não será pronunciada decisão antes do
transito em julgado da sentença condenatória.

ªª Levantamento:

- Se a ação penal não for intentada em 60 dias contados da conclusão diligência.

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- Terceiro a quem tenha sido transferido os bens, prestar caução.

- Julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu (com transito em julgado).

ªª Móveis – Somente quando não for cabível a medida de Apreensão.

ªª TJSC – Avaliação e venda em LEILÃO – valor recolhido ao FUNDO PENITENCIÁRIO NACIONAL (o que
não couber ao lesado ou terceiro de boa-fé).

HIPOTECA LEGAL:

ªª Sobre imóveis do indiciado (lícitos) – requerida pelo ofendido (autos apartados) em qualquer fase do
processo – certeza da infração e indícios suficientes de autoria.

ªª Caução – dinheiro ou títulos da divida pública pelo valor de sua cotação em bolsa – o juiz poderá
deixar de proceder a inscrição.

ªª Liquidação após a condenação. (passado em julgado – remete ao juízo cível).

ªª Cancelada: Absolvido ou extinta a punibilidade por sentença irrecorrível.

ARRESTO:

ªª Autos apartados.

ªª Imóvel (medida preparatória para a hipoteca legal – visa preservar o bem imóvel para que seja possível
sua inscrição) – Se decretado antes do inicio da especialização, não sendo esta iniciada no prazo de
15 dias, o arresto será revogado.

ªª Móveis suscetíveis de penhora – não possuir bens imóveis ou possuir de valor insuficiente.

- Se coisas fungíveis e facilmente deterioráveis – avaliação e leilão + depósito do valor.

- Das rendas desses bens, poderá ser fornecido recurso, arbitrados pelo juiz, para manutenção do
indiciado e de sua família.

ªª Levantado: Absolvido ou extinta a punibilidade por sentença irrecorrível.

ªª Passado em julgado – remete ao juízo cível.

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UTILIZAÇÃO DOS BENS SUJEITOS AS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS:

ªª Órgãos de segurança pública, sistema prisional e socioeducativo, força nacional e instituto geral de
perícia.

ªª Prioridade – participante das ações de investigação ou repressão que ensejou a constrição.

ªª Veículo, embarcação ou aeronave – o juiz ordenará expedição de certificado provisório de registro e


licenciamento em favor do órgão publico beneficiário (Isento do pagamento de multas, encargos e
tributos anteriores. Não exime o responsável).

ªª TJSC – Decretação do perdimento o juiz poderá determinar a transferência definitiva da propriedade


(ressalvado o direito ao lesado ou terceiro de boa-fé).

ALIENAÇÃO ANTECIPADA:

ªª Para preservar o valor dos bens sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando
houver dificuldade para sua manutenção.

ªª Leilão – preferencialmente eletrônico – Depósito na conta vinculada ao juízo.

ªª Vendidos pelo valor fixado na avaliação ou maior – se não, novo leilão em até 10 dias podendo ser
alienados por valor não inferior a 80%.

DOENÇA MENTAL

ANTERIOR SUPERVENIENTE

Processo continuará com a presença de curador. Processo ficará suspenso até que o acusado se restabeleça.

INCIDENTE DE FALSIDADE: Trata-se de procedimento que tem por objetivo constatar a autenticidade de
um documento inserido nos autos do processo criminal, inclusive aqueles que tenham sido produzidos por meio
eletrônico. Falsidade: pode ser:

(i) Material: é a ausência de autenticidade quanto à forma do documento, pois alterado por alguém, tor-
nando-se algo diverso do original verdadeiro. Nesse caso, pode-se perceber a alteração produzida no corpo do
documento.

(i) Ideológica: é a alteração de conteúdo, possuindo uma aparência de autenticidade. Aqui, a forma é verda-
deira, enquanto o conteúdo é mentiroso.

Documento: é a base materialmente disposta a concentrar e expressar um pensamento, uma ideia ou qualquer
manifestação de vontade do ser humano, que sirva para expressar e provar um fato juridicamente relevante. Assim,
são documentos: escritos, fotos, fitas de vídeo e som, desenhos, esquemas, gravuras, disquetes, CDs, e-mails, etc.

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Legitimidade ativa: (i) Partes; (ii) Ex officio pelo juiz.

#ATENÇÃO: A arguição de falsidade, feita por procurador, exige poderes especiais.

Procedimento:

(i) Suscitado o incidente ou instaurado ex officio pelo magistrado, será autuado em apartado ao processo
criminal.

(ii) Após, determinará o juiz a intimação da parte contrária para se manifestar no prazo de 48 horas, facul-
tando a cada uma a produção de prova de suas alegações pelo prazo de 3 dias.

(iii) Realizadas tais provas, os autos do incidente de falsidade retornarão ao magistrado, que poderá, ainda,
ordenar as diligências que lhe pareçam necessárias à formação de seu convencimento, proferindo, após decisão,
em que concluirá:

(iv) Pela procedência da alegação, reconhecendo a falsidade sustentada pela parte suscitante. Neste caso,
transitada em julgado, determinará o juiz o desentranhamento do documento falso, encaminhando-o, com os
autos do incidente, ao MP, para apuração da responsabilidade penal.

(v) Pela improcedência do incidente, reputando o documento como verdadeiro, que, neste caso, permane-
cerá nos autos.

Sistema recursal: Qualquer que seja a decisão do incidente de falsidade documental, será cabível RESE.

Art. 145.  Arguida, por escrito, a falsidade de documento constante dos autos, o juiz observará o seguinte processo:

I - mandará autuar em apartado a impugnação, e em seguida ouvirá a parte contrária, que, no prazo de 48 horas,
oferecerá resposta;

II - assinará o prazo de três dias, sucessivamente, a cada uma das partes, para prova de suas alegações;

III - conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que entender necessárias;

IV - se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, mandará desentranhar o documento e remetê-lo, com os
autos do processo incidente, ao Ministério Público.

Art. 146.  A arguição de falsidade, feita por procurador, exige poderes especiais.

Art. 147.  O juiz poderá, de ofício, proceder à verificação da falsidade.

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Art. 148.  Qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada em prejuízo de ulterior processo penal ou civil.

PROVAS

Prova é todo meio de se demonstrar, evidenciar uma verdade. Trata-se de um conjunto de atos praticados
pelas partes, pelo juiz ou por 3º (ex. perito), objetivando formar a convicção do juiz no tocante à existência ou
inexistência de um fato, falsidade ou veracidade de uma afirmação.

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O principal objetivo da prova é a formação do convencimento do juiz, razão pela qual ele é o destinatário
direito da prova.

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não po-
dendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as
provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

O nosso CPP adotou como sistema de apreciação de prova o sistema do LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVA-
DO por força do artigo 93 CF que exige a motivação de todas as decisões judiciais.

• Livre ou íntima convicção/ Certeza moral do juiz:

Tem como elemento característico a ampla liberdade para valoração da prova, inclusive daquelas que não
estão nos autos, não sendo obrigado a fundamentar seu convencimento.

• Verdade legal/ tarifado de provas/ Certeza moral do legislador:

Determinados meios de prova tem valor probatório fixado em abstrato. Do juiz é retirada a faculdade de
conferir maior ou menor, nesse caso, só aprecia o conjunto probatório e lhe atribui o valor já fixado.

• Livre convencimento motivado/ Persuasão racional do juiz:

Ao juiz é dado ampla liberdade na valoração das provas constantes dos autos (sob crivo do contraditório),
as quais têm abstratamente o mesmo valor probatório, porém está obrigado a fundamentar as razões com que
chegou a esse convencimento. (Item VII Exposição de motivos do CPP)

™™Regra probatória: recai exclusivamente sobre a acusação o ônus de provar a culpabilidade do acusado,
além de qualquer dúvida razoável, e não do réu em provar sua inocência. Logo, em caso de dúvida razoável,
o acusado deve ser absolvido (princípio do in dubio pro reo).

™™Regra de tratamento: a regra é a permanência do acusado em liberdade. Eventual restrição à liberdade


apenas em situações excepcionais (art. 282, I, CPP).

ÎÎObjeto da prova: podem ser pessoas ou coisas. Ex. a testemunha que diz que viu o agente ceifando a vida
da vítima é uma prova pessoal. O projétil de bala desferido contra a vítima é uma prova real.

ÎÎForma da prova: a prova poderá ser documental (ex. documento), material (ex. arma apreendida) ou teste-
munhal (ex. depoimento de testemunha).

ÎÎFatos que não dependem de prova: fatos axiomáticos ou intuitivos (fatos evidentes, ex. carro atropela a
vítima e corta seu corpo em 2 pedaços), fatos notórios (ex. a água molha), presunções legais (ex. inimputa-
bilidade) e fatos inúteis (ex. provar a cor do prato que o agente lançou na vítima).

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ÎÎFatos que dependem de prova: imputação constante da peça acusatória (o MP tem que provar que houve
o crime, sob pena de absolvição do acusado), costumes (ex. provar que foi durante o repouso noturno e
que naquela cidade o repouso noturno se dá às “x” horas), direito estrangeiro, estadual e municipal e fatos
incontroversos e fatos controversos. Mesmo o fato sendo incontroverso, ou seja, já admitido pelas partes, o
juiz não está adstrito a ele.

ÎÎDestinatário da prova: em regra, o destinatário da prova é o juiz a quem competirá formar seu livre con-
vencimento sobre o fato. O Ministério Público, por sua vez, é o destinatário dos elementos de informação
(para a formação da sua opinio delicti).

ÎÎTempo da prova: a prova poderá ser produzida a qualquer tempo, salvo nos casos do Tribunal do Júri, em
que deverão ser juntadas com antecedência mínima de 3 dias úteis.

ÎÎÔnus da prova: o ônus da prova compete a quem alega. Contudo, é possível que o juiz determine de ofício
a realização de provas que repute relevantes (art. 156, CPP).

#CUIDADO: Não é possível a inversão do ônus da prova em sede processo penal. Nosso ordenamen-
to jurídico adota o princípio da não-culpabilidade e, subsequentemente, o in dubio pro reo, de maneira
que não é possível se falar em in dubio pro societate ou in dubio contra reum.

• Fontes de prova: É tudo de onde emana a prova – pessoas ou coisas – que pode servir para esclarecer a
existência do fato. (São anteriores ao processo)

• Elementos de prova: É o dado que se extrai da fonte de prova. Introduzido no processo, pode ser utilizado
pelo juiz como fundamento da sua atividade julgadora.

ÎÎProva ilícita:

São provas ILÍCITAS aquelas que violam normas constitucionais ou legais (há doutrina que distingue nesse
caso, provas ilícitas e ilegítimas).

São DERIVADAS, as que, não obstante produzidas validamente e em momento ulterior, decorrem de uma
prova ilícita originária (Teoria dos frutos da árvore envenenada). Assim, são também contaminadas e devem ser
desentranhadas.

ªª Desentranhamento: as provas consideradas ilícitas devem ser desentranhadas do processo.

ªª Recurso contra decisão que determina o desentranhamento: RESE (caso a decisão tenha sido antes da
sentença); apelação (caso a decisão tenha sido durante a sentença) e irrecorrível (caso a matéria já
esteja preclusa).

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ªª Descontaminação do julgado: há doutrina que entende que o juiz que teve contato com prova ilícita
não poderá julgar a causa. Contudo, não é o que adotamos. Muito cuidado quanto a isso já que o
pacote anticrime trouxe um novo parágrafo (5º) ao artigo 157: “O juiz que conhecer do conteúdo da
prova declarada inadmissível não poderá proferir a sentença ou acórdão.” #OBS: Este dispositivo teve
sua eficácia SUSPENSA cautelarmente pelo STF na ADI 6298.

Oriunda da jurisprudência da Suprema Corte Americana.


Se existirem provas outras no processo, independentes de uma determinada prova
ilícita produzida, não há de se falar em contaminação.
TEORIA DA PROVA
ABSOLUTAMEN- A prova poderia ser descoberta de forma lícita e ilícita, ou seja, tenho 2 meios de
TE INDEPENDENTE prova: um ilícito e um lícito. Ex. agentes de polícia violam o domicílio de um investi-
(INDEPENDENT SOUCE gado (sem mandado judicial) e constatam que lá ele guarda grande quantidade de
LIMITATION) droga. Então, pedem mandado de prisão e busca e apreensão, adentram no domi-
cílio e prendem o investigado e as drogas. Entende-se que a prova lícita encobriu a
prova ilícita, sendo independente.
Previsto no art. 157, § 1º, segunda parte, CPP.
Se a prova, que circunstancialmente decorre de prova ilícita, seria conseguida de
TEORIA DA DESCO- qualquer maneira, por atos de investigação válidos, ela será aproveitada, eliminan-
BERTA INEVITÁVEL do-se a contaminação.
(INEVITABLE DISCO-
VERY) #OBS: quando o art. 157, § 2º, faz menção à fonte independente, quis, na verdade,
trazer o conceito da limitação da descoberta inevitável.
TEORIA DA CONTA-
Haveria vínculo entre a prova ilícita e a prova derivada, mas ele seria tão tênue, insig-
MINAÇÃO EXPUR-
nificante, que não levaria à ilicitude da prova derivada. Não possui previsão expressa
GADA (PURGED TAINT
no ordenamento brasileiro e não possui aplicação no país.
LIMITATION)
Teoria de origem alemã, visa essencialmente equilibrar os direitos individuais com
os interesses da sociedade, daí porque rejeita a vedação irrestrita do uso da prova
ilícita. Se a prova é ilícita, é preciso ponderar os interesses em jogo para avaliar a
TEORIA DA PROPOR- possibilidade de sua utilização.
CIONALIDADE
Não possui previsão expressa no ordenamento brasileiro, mas vem sendo admitida
de modo excepcional, mas com restrições, ou seja, apenas em benefício dos direitos
do réu inocente que produziu tal prova para sua absolvição (pro reo).

ÎÎTeoria do Encontro Fortuito ou Causal de Provas ou Serendipidade: ocorre quando a prova de determi-
nada infração é obtida a partir da busca regularmente autorizada para a investigação de outro crime.

Apesar de ser a hipótese mais comum, a serendipidade não se dá apenas no caso de interceptação telefôni-
ca. Assim, é possível que ocorra a descoberta fortuita de crimes durante a execução de outras medidas de investi-
gação, como, por exemplo, durante a quebra de sigilo bancário ou fiscal.

• Serendipidade de 1º Grau: descoberta fortuita de provas quando houver conexão ou continência. Para a
doutrina (e jurisprudência) majoritária, os elementos encontrados poderão ser utilizados totalmente como
prova!

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• Serendipidade de 2ª Grau – Aqui, para a doutrina, os fatos descobertos não guardam relação de conexão
ou continência, razão pela qual os elementos de prova não poderiam ser utilizados no novo crime ou em
relação a outro criminoso em tais circunstâncias. No máximo, poderiam servir como notitia criminis.

A jurisprudência se pronunciou e consagrou esse fenômeno em nosso direito processual penal, admitindo as
provas obtidas pela descoberta causal, independentemente do nexo entre elas, sendo consideradas provas lícitas,
bastando que a diligência sobre o crime inicialmente investigado fosse regular.

Assim estabelece o STF:

Para o Min. Alexandre de Moraes, a prova é considerada lícita, mesmo que o “crime achado” não tenha rela-
ção (não seja conexo) com o delito que estava sendo investigado, desde que tenham sido respeitados os
requisitos constitucionais e legais e desde que não tenha havido desvio de finalidade ou fraude. STF. 1ª
Turma. HC 129678/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/6/2017
(Info 869).

™™Teoria da prova emprestada: é a utilização da prova de um processo em outro processo, em nome do


Princípio da Economia Processual.

Há divergência quanto aos seus requisitos.

O STF permite a prova emprestada quando se obedece aos seguintes requisitos:

• Contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV, CF);

• A prova emprestada ingressa com status de prova documental, independentemente de como foi usada no
processo base (ex. confissão, prova testemunhal);

• Não precisa haver identidade de partes, sob pena de se restringir sobremaneira a eficácia da prova.

™™Teoria da prova aparente: é aquela prova produzida por juiz aparentemente competente que descobre,
posteriormente, que não era competente (ex. o acusado tem foro por prerrogativa de função). Essa prova
não é considerada ilícita e será preservada (STF).

ÎÎCADEIA DE CUSTÓDIA:

Trata-se de um mecanismo voltado ao resguardo da integralidade e confiabilidade, garantidor da autentici-


dade das evidências coletadas e examinadas.

Funciona como uma documentação formal do procedimento que busca esclarecer a história cronológica de
uma evidência de modo a impedir que interferências internas ou externas possam pôr em dúvida o resultado –
prova.

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Tem início no exato momento em que a evidência é apreendida e se encerra tão somente com o fim do
processo penal.

• Preservação do local do crime; ou

• Procedimentos policiais ou periciais na qual seja detectada a existência do vestígio.

Não se trata de atividade exclusiva da perícia, pois abrange todos os atores responsáveis pela sua preserva-
ção, integridade, idoneidade e valoração.

Cadeia de A cadeia de custódia da prova é garantia documental da cronologia dos fatos investigados
custódia pelo Estado, sobretudo aqueles voltados aos vestígios.
É todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona
Vestígios
à infração penal.

Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia destinada à guarda e controle dos
vestígios, e sua gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão central de perícia oficial de natureza criminal.

A quebra da cadeia de custódia acarreta na sua inadmissibilidade e daquelas dela decorrentes, consoante
art. 157, § 1º do Código de Processo Penal.

ETAPAS

Reconhecimento: ato de distinguir um elemento como interessante para fins periciais;


Isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, mediante isolamento e preservação do ambiente
imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime;
Fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a
sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensá-
vel a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento;
Coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas características e
natureza;
Acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma individua-
lizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação
da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento;
Transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições adequadas (embala-
gens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de suas características originais,
bem como o controle de sua posse;
Recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado com, no míni-
mo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de
origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio,
protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu;

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Processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia adequada às
suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser for-
malizado em laudo produzido por perito;
Armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser processado,
guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo
correspondente; (Coloca-se o cadáver na geladeira do IML para esperar o sepultamento)
Descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando perti-
nente, mediante autorização judicial.

ÎÎEspécies de provas previstas no CPP:

Exame de corpo e delito, e das perícias em geral;


Interrogatório do acusado;
Confissão do acusado;
Depoimento do ofendido;
Depoimento das testemunhas;
Do reconhecimento das pessoas e coisas;
Acareação;
Dos documentos;
Dos indícios;
Da busca e apreensão.

ÎÎEXAME DE CORPO DE DELITO E PERÍCIAS EM GERAL

O exame de corpo de delito é a perícia cuja finalidade é comprovar a materialidade (existência) das infrações
que deixam vestígios.

Espécies:

• Direto - Quando realizado pelo perito diretamente sobre o vestígio deixado.

• Indireto - Quando o perito realizar o exame com base em informações verossímeis fornecidas a ele.

Pode ocorrer tanto na fase investigatória quanto na fase de instrução do processo criminal.

Obrigatoriedade: o exame de corpo de delito é, em regra, obrigatório nos crimes que deixam vestígios.

Caso tenham desaparecido os vestígios, a prova testemunhal pode suprir a falta (para a jurisprudência, qual-
quer prova pode!).

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OBS.: O exame de corpo de delito está dispensado no caso de infrações de menor potencial ofensivo, desde
que a inicial acusatória esteja acompanhada de boletim médico, ou prova equivalente, atestando o fato.

Formalidades:

• Deve ser realizado por 01 perito oficial - Não sendo possível, por 02 peritos não oficiais. Se a perícia for com-
plexa, que abranja mais de uma área de conhecimento, poderá o Juiz designar MAIS de um perito oficial
(nesse caso, a parte também poderá indicar mais de um assistente técnico).

• Indicação de assistente de técnico e formulação de quesitos - As partes, o ofendido e o assistente de acusa-


ção podem formular quesitos, indicar assistentes técnicos e requerer esclarecimentos aos peritos (restrito à
fase judicial).

• Divergência entre os peritos - Cada um elaborará seu laudo separadamente, e a autoridade deverá nomear
um terceiro perito. Caso o terceiro perito discorde de ambos, a autoridade poderá mandar proceder à reali-
zação de um novo exame pericial.

O Juiz pode discordar do laudo (sistema liberatório de apreciação da prova pericial).

Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva:

I - violência doméstica e familiar contra mulher;

II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. 

ÎÎINTERROGATÓRIO DO RÉU

O ato mediante o qual o Juiz procede à oitiva do acusado acerca do fato que lhe é imputado. Moderna-
mente, é considerado como UM DIREITO SUBJETIVO DO ACUSADO, pois se entende que faz parte do seu direito
à defesa pessoal.

Natureza - Atualmente, se entende que o interrogatório é meio de prova e meio de defesa do réu.

Momento - O interrogatório deve ser o último ato da instrução em todos os procedimentos. A exigência de
realização do interrogatório ao final da instrução criminal, conforme o art. 400 do CPP é aplicável: • aos processos
penais militares; • aos processos penais eleitorais e • a todos os procedimentos penais regidos por legislação espe-
cial (ex: lei de drogas). STF. Plenário. HC 127900/AM, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/3/2016 (Info 816).

Características:

• Obrigatoriedade – Basta a intimação do réu. Se ele não quiser comparecer, não está obrigado. Parte da
Doutrina sustenta que ele estaria obrigado a comparecer para, pelo menos, responder às perguntas sobre
sua qualificação.

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• Ato personalíssimo do réu - Somente o réu pode prestar seu depoimento, não podendo ser tomado seu
interrogatório mediante procuração.

• Oralidade - Em regra, o interrogatório deve se dar mediante formulação de perguntas e apresentação de


respostais orais. No entanto, isso sofre mitigação no caso de surdos, mudos, surdos-mudos e estrangeiros.

• Publicidade - Em determinados casos, pode o Juiz determinar a limitação da publicidade do ato.

• Individualidade - Se existirem dois ou mais réus, o CPP determina que cada um seja ouvido individualmente
(art. 191 do CPP), não podendo, inclusive, que um presencie o interrogatório do outro.

• Faculdade de formulação de perguntas pela acusação e pela defesa - O Juiz deve permitir que, após a
realização de suas perguntas, cada parte (primeiro a acusação, depois a defesa), formulem perguntas ao
interrogando, caso queiram.

ªª Permanece o sistema presidencialista: as perguntas são formuladas ao Juiz, que as direciona ao inter-
rogando, podendo, inclusive, indeferir as perguntas que forem irrelevantes ou impertinentes, ou, ainda,
aquelas que já tenham eventualmente sido respondidas.

ªª OBS.: No julgamento dos processos do Júri, as perguntas serão realizadas diretamente pela acusação e
pela defesa ao interrogando (art. 474, § 1° do CPP). Já as perguntas feitas eventualmente pelos jurados
seguem o sistema presidencialista (art. 474, § 2° do CPP).

Presença do defensor - O interrogatório do réu será realizado obrigatoriamente na presença de seu advo-
gado, sendo-lhe assegurado o direito de entrevista prévia e reservada com este.

Direito ao silêncio - No interrogatório o réu terá direito, ainda, a ficar em silêncio (não se aplica à etapa de
qualificação do acusado). O silêncio não importa confissão e não pode ser interpretado em prejuízo da defesa. Essa
garantia deve ser informada ao acusado antes do seu interrogatório. A ausência dessa advertência gera nulidade
RELATIVA (STJ).

Etapas:

Na primeira o réu responde às perguntas sobre sua pessoa (art. 187, § 1° do CPP).

Na segunda parte, responde às perguntas acerca do fato (art. 187, § 2° do CPP). Antes disso, porém, existe
a etapa de QUALIFICAÇÃO do acusado.

*É possível, a qualquer tempo, de ofício ou a requerimento das partes, não importando se se trata do mesmo
Juiz que anteriormente interrogou o réu.

Interrogatório por meio de Videoconferência - Essa possibilidade só existe no caso de se tratar de réu preso
e somente poderá ser realizada EXCEPCIONALMENTE.

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Procedimento: deve assegurar, no que for compatível, todas as garantias do interrogatório presencial, só
podendo ser realizada quando o Juiz não puder comparecer ao local onde o preso se encontra, e para atender às
seguintes finalidades:

• Prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização cri-
minosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento.

• Viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu com-
parecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal.

• Impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o de-
poimento destas por videoconferência.

• Responder à gravíssima questão de ordem pública.

Presença do defensor: deve haver um advogado junto ao preso e outro junto ao Juiz.

#DEOLHONOSJULGADOS:

O CPP, ao tratar sobre a condução coercitiva, prevê o seguinte: Art. 260. Se o acusado não atender à intimação
para o interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade
poderá mandar conduzi-lo à sua presença.
O STF declarou que a expressão “para o interrogatório”, prevista no art. 260 do CPP, não foi recepcio-
nada pela Constituição Federal.
Assim, caso seja determinada a condução coercitiva de investigados ou de réus para interrogatório, tal conduta
poderá ensejar: • a responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade • a ilicitude das provas
obtidas • a responsabilidade civil do Estado.
Modulação dos efeitos: o STF afirmou que o entendimento acima não desconstitui (não invalida) os interroga-
tórios que foram realizados até a data do julgamento, ainda que os interrogados tenham sido coercitivamente
conduzidos para o referido ato processual. STF. Plenário. ADPF 395/DF e ADPF 444/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgados em 13 e 14/6/2018 (Info 906).

Interrogatório do réu: meio de prova x meio de defesa (STF);

Momento do interrogatório: O art. 400 do CPP prevê que o interrogatório será realizado ao final da instrução
criminal. Este dispositivo se aplica: • aos processos penais militares; • aos processos penais eleitorais e • a todos
os procedimentos penais regidos por legislação especial (ex: lei de drogas).
STF. Plenário. HC 127900/AM, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/3/2016 (Info 816). STJ. 6ª Turma. HC 403.550/SP,
Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 15/08/2017.

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Depoimento sem dano (INFO 556, STJ): admite-se nos casos de crime contra a dignidade sexual contra cri-
ança ou adolescente; não gera nulidade o fato de o advogado/Defensor, Juiz e Promotor não estarem presente
fisicamente (acompanham, simultaneamente, por sistema de vídeo); é possível ainda que antes da fase judicial;
não tem previsão legal expressa (Recomendação 33/2010 - CNJ).

A busca em veículo é equiparada à busca pessoal e não precisa de mandado judicial para a sua realiza-
ção. #EXCEÇÃO: será necessária a autorização judicial se o veículo é destinado à habitação do indivíduo (ex.trai-
lers, cabines de caminhão, barcos), uma vez que serão inseridos no conceito jurídico de domicílio (STF, Info 843).

São nulas as provas obtidas por dados ou conversas registradas no Whatsapp sem autorização judicial
(STJ, Info 583).

Inobservância da ordem de inquirição de testemunhas (art. 212, CPP) é causa de nulidade relativa, do que
depende de arguição em momento oportuno e comprovação do prejuízo à defesa (STJ, HC 212.618/RS).

Não há ilegalidade na perícia de aparelho de telefonia celular pela polícia, sem prévia autorização judicial, na
hipótese em que seu proprietário - a vítima - foi morto, tendo o referido telefone sido entregue à autoridade
policial por sua esposa. STJ. 6ª Turma.RHC 86076-MT, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. Acd. Min. Rogerio Schi-
etti Cruz, julgado em 19/10/2017 (Info 617). CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR: Sem prévia autorização judicial,
são nulas as provas obtidas pela polícia por meio da extração de dados e de conversas registradas no Whatsapp
presentes no celular do suposto autor de fato delituoso, ainda que o aparelho tenha sido apreendido no mo-
mento da prisão em flagrante. STJ. 5ª Turma. RHC 67379-RN, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/10/2016
(Info 593). STJ. 6ª Turma. RHC 51531-RO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/4/2016 (Info 583).

Sem consentimento do réu ou prévia autorização judicial, é ilícita a prova, colhida de forma coercitiva
pela polícia, de conversa travada pelo investigado com terceira pessoa em telefone celular, por meio do
recurso “viva-voz”, que conduziu ao flagrante do crime de tráfico ilícito de entorpecentes. STJ. 5ª Turma. REsp
1630097-RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 18/4/2017 (Info 603).

Acordo de delação premiada não pode ser questionado por quem não seja parte (STJ, RH 69.988/RJ);

Deve ser rejeitada, por ausência de justa causa, a denúncia que, ao arrepio da legalidade, baseia-se em supostas
declarações, colhidas em âmbito estritamente privado, sem acompanhamento de qualquer autoridade pública
(autoridade policial, membro do Ministério Público) habilitada a conferir-lhes fé pública e mínima confiabilidade.
STF. 1ª Turma. AP 912/PB, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/3/2017 (Info 856).

É ilícita a prova obtida por meio de revista íntima realizada com base unicamente em denúncia anônima.
Caso concreto: a diretora da unidade prisional recebeu uma ligação anônima dizendo que Rafaela, que iria visitar
seu marido João, tentaria entrar no presídio com droga. Diante disso, a diretora ordenou que a agente peni-

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tenciária fizesse uma revista minuciosa em Rafaela. Na revista íntima efetuada, a agente penitenciária encontrou
droga escondida na vagina da visitante. Rafaela confessou que estava levando a droga para seu marido. A prova
colhida é ilícita. STJ. 6ª Turma. REsp 1.695.349-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 08/10/2019 (Info
659).

Juiz, Ministério Público, Acusado, Defensor, Assistentes e Auxiliares da Justiça

CAUSAS DE IMPEDIMENTO CAUSAS DE SUSPEIÇÃO


As causas de impedimento referem-se a vínculos ob- As causas de suspeição referem-se ao ânimo subjetivo
jetivos do juiz com o processo, independentemente do juiz quanto às partes, em regra são encontradas
de seu ânimo subjetivo. externamente ao processo.
Há presunção absoluta de parcialidade. Há divergência se gera nulidade relativa ou absoluta.
São causas de nulidade absoluta, alegáveis a qual- Renato Brasileiro diz que são causas de nulidade ab-
quer tempo pelas partes. soluta, porque o art. 572 não a inclui no rol daquelas
Renato Brasileiro diz que os atos praticados são ine- que podem ser sanadas.
xistentes.
• Rol é exemplificativo, porque permite a ex-
• Rol é taxativo. pansão por razões de foro íntimo.

ªª O parentesco por afinidade cessará pela dissolução do casamento, salvo se houver descendentes.

ªª Não funcionará como juiz o sogro, padrasto, cunhado, genro ou enteado.

ªª Não poderá ser declarada ou reconhecida quando a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo
para cria-la.

ÎÎMINISTÉRIOPÚBLICO

É função institucional do Ministério Público promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei
(art. 129, I, CF), com os atos destinados a efetivação do jus puniendi (requerer diligências, ser intimado, impetrar
recursos, etc.).

Deve conduzir-se com imparcialidade, pois deve defender os interesses da sociedade e fiscalizar a aplicação
e a execução das leis, podendo, inclusive, pleitear a absolvição do acusado e recorrer em favor do réu (órgão legi-
timado para a acusação e não órgão de acusação).

É sua atribuição, ainda, o controle externo da atividade policial. Para o exercício de suas funções com
autonomia e segurança, a Constituição garantiu os membros do MP vitaliciedade (após 2 anos), irredutibilidade de
vencimentos e inamovibilidade.

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ÎÎOFENDIDO

O ofendido/vítima é o sujeito passivo da infração penal. Em casos excepcionais, o Estado concede ao ofen-
dido ou a quem legalmente o represente o jus persequendi, permitindo assim ao sujeito passivo do crime o jus
accusationis (direito de acusar – Legitimidade extraordinária).

O ofendido ou seu representante legal poderá ser também sujeito processual principal na chamada ação
penal privada subsidiária da pública (art. 5.°, LIV, da CF e art. 29 do CPP), quando o órgão do Ministério Público
não oferecer denúncia no prazo legal.

ªª O ofendido pode participar como assistente de acusação (também tem interesse em uma conde-
nação justa e proporcional ao fato praticado, isto é, ele não possui apenas interesse econômico, mas
também busca que a justiça seja feita. O artigo 268 do CPP concede ao ofendido o direito de, faculta-
tivamente, auxiliar o Ministério Público na acusação referente aos crimes que se apuram mediante ação
pública, incondicionada ou condicionada, dando-lhe a denominação de assistente).

ªª Pode existir litisconsórcio impróprio entre MP e ofendido (até mesmo no Júri), quando houver crime de
ação penal pública conexo com crime de ação penal privada. Esse litisconsórcio é chamado de impró-
prio porque são duas peças de acusação (queixa e denúncia), que se reunirão em um mesmo processo
por causa da conexão. Tem doutrinador que chama de Ação Penal Adesiva.

ªª A vítima pode ser conduzida coercitivamente para prestar depoimento (art. 201, § 1º, CPP).

ªª O correu não pode intervir como assistente do MP sob pena de ocasionar tumulto processual, pois ora
estaria acusando, ora se defendendo.

PRISÃO E LIBERDADE PROVISÓRIA

É medida cautelar de privação da liberdade de um indivíduo, mediante cárcere, seja em razão de flagrante
delito, seja em razão de ordem escrita ou fundamentada de autoridade judicial.

Espécies de prisão:
PRISÃO EXTRAPENAL: ex. prisão civil; 
PRISÃO PENAL: sentença condenatória com trânsito em julgado; 
PRISÃO CAUTELAR: prisão em flagrante, prisão preventiva e liberdade provisória. 

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NFPSS

#MOMENTO DA PRISÃO E CÓDIGO ELEITORAL: 5 dias antes das eleições e até 48h depois não é possível a pri-
são de indivíduo, salvo em caso de flagrante delito ou em caso de sentença condenatória com trânsito em julgado
de crime inafiançável.

ÎÎDIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DOS PRESOS:

99Direito à integridade física e moral do preso;


99Direito ao não uso de algemas:

• SV11 - O uso de algemas somente se faz necessário em casos resistência e de fundado receio de fuga
ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito.

• Art. 292, parágrafo único – É vedado o uso de algemas em mulheres gravidas durante os atos mé-
dico-hospitalares preparatórios para o parto e durante o trabalho de parto, bem como em mulheres
durante o período de puerpério imediato.

99Comunicação imediata da prisão ao MP e ao juiz (com o encaminhamento do auto de prisão em até 24


horas);
99Comunicação da prisão à família ou a alguém indicado pelo preso;
99Entrega da nota de culpa em até 24 horas ao acusado;
99Direito ao silêncio;
99Assistência de advogado ou defensor;
99Direito de identificação dos responsáveis por sua prisão e por seu interrogatório policial.

ÎÎMEDIDAS CAUTELARES:

99Necessidade:

• Aplicação da lei penal.

• Investigação ou a instrução criminal.

• Evitar a prática de infrações penais.

99Adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou


acusado.

ªª Infrações a que sejam cominadas de forma isolada, cumulativa ou alternativamente pena privativa de
liberdade.

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ªª Podem ser aplicadas isoladas ou cumulativamente.

ªª Competência – JUIZ .

 cláusula de reserva de jurisdição #jurisdicionalidade.

ªª A requerimento das partes, MP ou representação do DELTA.

99Contraditório.

 Ressalvados os casos de urgência ou perigo de ineficácia da medida – justifica-


dos e fundamentados com elementos do caso concreto.

No caso de descumprimento:

• Substituir.

• Impor outra em cumulação.

• Decretar preventiva.

#Requerimento do MP, assistente ou do querelante.

Faltar motivo para que subsista.

• Revogar.

• Substituir.

 Poderá voltar a decreta-la se sobrevierem razões que a justifiquem.

#De ofício ou a pedido.

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Trata-se de medida cautelar e se considera em flagrante o agente que está cometendo a infração
ou que acaba de cometê-la; aquele que fugiu, mas foi encontrado logo após por policiais e aquele
que é encontrado com instrumentos do crime que se façam presumir ter sido o autor do delito
(art. 302, CPP).
→ Flagrante facultativo: é a faculdade que qualquer um do povo tem de prender quem
esteja em situação de flagrante delito;
PRISÃO EM
FLAGRANTE → Flagrante obrigatório: a autoridade policial e os agentes de polícia estão obrigados a
prenderem quem esteja em situação de flagrante delito.

Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência


de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa (art. 304, §4º, CPP).

Trata-se de prisão cautelar decretada pelo juiz por representação da autoridade policial, se no
PRISÃO curso de investigação criminal; ou a requerimento do MP ou das partes.
Para garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução
PREVENTI- criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência
VA do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do
imputado.

Consiste numa prisão cautelar substitutiva da prisão preventiva quando presentes alguns
requisitos (art. 318, CPP):
I - maior de 80 anos;
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com
deficiência;
IV – gestante;
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;
PRISÃO
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de
DOMICI- idade incompletos.
LIAR
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por
crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que:
I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça à pessoa;
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente
#NÃOCONFUNDIR com as hipóteses de prisão domiciliar previstas na LEP: Art. 117, LEP -
Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular
quando se tratar de: I - condenado maior de 70 (setenta) anos; II - condenado acometido de
doença grave; III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; IV - condenada
gestante.

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• Imprescindível para as investigações;

PRISÃO • Réu não possuir residência fixa ou não fornecer elementos para sua identificação;

TEMPORÁ-  Houver fundadas razões de autoria ou participação nos crimes previstos na Lei nº 7.960/89.
RIA
#ATENÇÃO: Só pode ser determinada no inquérito policial e pelo prazo de 5 dias, podendo ser
Lei nº prorrogada por mais 5 dias.
7.960/89
Nos crimes hediondos, o prazo é de 30 + 30.

#SELIGANAJURISPRUDÊNCIA Mesmo após a inserção do art. 318-A CPP, é possível que o juiz negue a prisão
domiciliar para a mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência, desde
que presente situação excepcionalíssima: o art. 318-A do CPP, introduzido pela Lei nº 13.769/2018, estabelece
um poder-dever para o juiz substituir a prisão preventiva por domiciliar de gestante, mãe de criança menor de
12 anos e mulher responsável por pessoa com deficiência, sempre que apresentada prova idônea do requisito
estabelecido na norma (art. 318, parágrafo único), ressalvadas as exceções legais.

A normatização de apenas duas das exceções não afasta a efetividade do que foi decidido pelo STF no
HC 143.641/SP, nos pontos não alcançados pela nova lei. O fato de o legislador não ter inserido outras
exceções na lei, não significa que o magistrado esteja proibido de negar o benefício quando se deparar
com casos excepcionais. Assim, deve prevalecer a interpretação teleológica da lei, assim como a proteção aos
valores mais vulneráveis. Com efeito, naquilo que a lei não regulou, o precedente do STF deve continuar sendo
aplicado, pois uma interpretação restritiva da norma pode representar, em determinados casos, efetivo risco di-
reto e indireto à criança ou ao deficiente, cuja proteção deve ser integral e prioritária.STJ. 5ª Turma. HC 470549/
TO, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 12/02/2019.

Súmula Vinculante 56: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado
em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/
RS.

Havendo déficit de vagas, deverá determinar-se: (I) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de
vagas; (II) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em
prisão domiciliar por falta de vagas; (III) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentencia-
do que progride ao regime aberto; d) até que sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser
deferida a prisão domiciliar ao sentenciado (Info 825 – STF).

Súmula 64, STJ: Não constitui constrangimento ilegal o excesso de prazo na instrução, provocado pela defesa.
Súmula 21, STJ: Pronunciado o réu, fica superada a alegação do constrangimento ilegal da prisão por excesso de
prazo na instrução.
Súmula 347, STJ: O conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão.

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Súmula 716, STF: “Admite-se a progressão do regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regi-
me menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória”.
Súmula 717, STF: “Não impede a progressão do regime de execução da pena, fixada em sentença não transitada
em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial”.

ESPÉCIES DE FLAGRANTE

FLAGRANTE PRÓPRIO,
Ocorre quando o agente está cometendo o crime ou acaba de cometê-lo.
REAL OU PERFEITO

FLAGRANTE IMPRÓPRIO,
Ocorre quando o agente é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendi-
QUASE FLAGRANTE do ou por qualquer pessoa, em situação que o faça presumir ser ele o autor da
infração.

FLAGRANTE PRESUMI-
DO, Ocorre quando o agente, logo depois de praticado o crime, embora não tenha
sido perseguido, é encontrado portanto instrumentos, armas, objetos ou papéis
FICTO OU ASSIMILADO
que façam presumir ser ele o autor da infração penal.

Ocorre quando um agente provocador induz ou instiga alguém a cometer uma


infração penal, somente para assim prendê-lo.
FLAGRANTE PREPARA-
DO, Trata-se de crime impossível, pois inviável a sua consumação. ***
CRIME DE ENSAIO OU #DEOLHONASÚMULA:
DELITO PUTATIVO POR
SÚMULA 145, STF – não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia
OBRA DO AGENTE PRO-
VOCADOR torna impossível a sua consumação.
SÚMULA 567, STJ – sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico
ou por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si
só, não torna impossível a configuração do crime de furto.
É um flagrante artificial, pois composto por terceiros. Embora exista a atuação de
um agente, não há qualquer tipo de comportamento do sujeito que vem a ser
FLAGRANTE FORJADO, preso. É o exemplo do policial que “planta” drogas no veículo de determinado
URDIDO sujeito. Trata-se de fato atípico, motivo pelo qual a prisão em flagrante se torna
ilegal, devendo ser relaxada. O agente forjador, por sua vez, comete o crime de
denunciação caluniosa e, se for agente público, também abuso de autoridade.
Não conta com a interferência de um agente provocador, sendo válido.

FLAGRANTE ESPERADO Ao tomar conhecimento do provável cometimento de um crime, a polícia se


desloca ao local dos fatos e aguarda, em campana, o início dos atos executórios
para a efetivação da prisão em flagrante.

FLAGRANTE DIFERIDO,
É a possibilidade que a polícia tem em retardar a realização da prisão em flagran-
RETARDADO te para obter maiores dados e informações a respeito do funcionamento dos
componentes e da atuação de uma organização criminosa.

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***ATENÇÃO: PACOTEANTICRIME
Estatuto do Desarmamento
Art. 17 § 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem auto-
rização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.”
Tráfico de Drogas
Art. 33 § 1º, inciso IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à
preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente
policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.

FLAGRANTE NAS VÁRIAS ESPÉCIES DE CRIME


Crime permanente: a prisão em flagrante pode ocorrer enquanto não cessar a permanência (art. 303, Crimes
permanentes: a consumação se prolonga no tempo, sendo assim há flagrância enquanto não for cessada a
permanência).
Crimes habituais: é a prática reiterada de determinada conduta. Há divergência acerca da possibilidade, uma
corrente entende não ser possível, contudo, outra corrente entender que sim, desde que demonstrada a ha-
bitualidade da conduta.
Crimes ação penal privada ou ação penal pública condicionada a representação: a persecução penal depende
de manifestação da vítima. Nesse sentido, esta manifestação vontade, mesmo sem formalidade, acerca do
flagrante deve ser realizada em 24 horas.
Crimes formais: o resultado não precisa ocorrer para que tenha a consumação do crime. Assim, é possível o fla-
grante quando o crime estiver acontecendo (consumação), mas, se posterior, quando já exaurido, não poderá.

PECULIARIDADES EM RELAÇÃO A DETERMINADOS SUJEITOS


O adolescente é passível de apreensão em flagrante de ato infracional, caso em
MENORES DE 18 ANOS
que será apresentado imediatamente à autoridade policial.
Apenas pode ser preso pela prática de crime comum após sentença condenató-
PRESIDENTE DA REPÚ-
ria, razão pelo qual não está sujeito à prisão em flagrante (art. 86, parágrafo
BLICA
6 da CF/88).
Prevalece que não se estende a governadores a prerrogativa do artigo 86,
parágrafo 6 da CF/88 diante do silêncio eloquente da CF que, deliberadamente,
GOVERNADOR
não quis permitir essa exclusiva imunidade presidencial a outras autoridades. Não
há que se falar em princípio da simetria constitucional nesse caso.
#ATENÇÃO Tanto os magistrados (art. 33, II, da LOMAN) quanto os membros
do Ministério Público (art. 40, III, da LONMP e art. 18, II, d, LC 75/93) somente
MAGISTRADOS E MEM-
podem ser presos em flagrante pela prática de crime inafiançável. Além
BROS DO MINISTÉRIO
disso, mesmo nesses casos, o auto de prisão em flagrante não é presidido pela
PÚBLICO
autoridade policial, mas sim, no caso dos juízes, pelo Presidente do Tribunal a
que vinculado e, no caso dos membros do MP, pelo Procurador-Geral de Justiça.

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Admite-se a prisão em flagrante de crime inafiançável, impondo-se nas vinte


MEMBROS DO CON- e quatro horas seguintes, o encaminhamento dos autos à respectiva Casa Legis-
GRESSO NACIONAL lativa, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão
(art. 53, parágrafo 2 da CF/88).
DIPLOMATAS ESTRAN- Possuem imunidade diplomática, razão pelo qual não estão sujeitos à prisão
GEIROS em flagrante.
AGENTE QUE PRESTA
SOCORRO À VÍTIMA
Não está sujeito à prisão em flagrante por força do artigo 301 do CTB.
APÓS ACIDENTE DE
TRÂNSITO
INDIVÍDUO QUE SE
APRESENTA ESPONTA- Inexistindo flagrante por apresentação, não se impõe a prisão em flagrante ao
NEAMENTE À AUTORI- indivíduo que se apresenta de modo espontâneo.
DADE
Segundo o Estatuto da Advocacia, o advogado somente poderá ser preso em
flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável. A
contrario sensu, flagrado o advogado na prática de crime afiançável por moti-
ADVOGADOS
vos estranhos ao exercício da advocacia, nada impede a prisão em flagrante,
ressalvando-se, apenas, a necessidade de comunicação expressa á seccional da
OAB.
AUTOR DE INFRAÇÃO Não está sujeito à prisão em flagrante e nem se exigirá fiança se, após a lavratura
DE MENOR POTENCIAL do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromis-
OFENSIVO so de a ele comparecer (art. 69, parágrafo único, da Lei 9.099/95).
INDIVÍDUO FLAGRADO
Não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente
NA POSSE DE DROGAS
encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso
PARA CONSUMO PES-
de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as
SOAL (ART. 28 DA LEI
requisições dos exames e perícias necessários.
11.343/06)
Eleitor tem imunidade nos cinco dias anteriores e até quarenta e oito horas de-
ELEITOR, ANTES E DE- pois do encerramento da eleição, salvo hipótese de flagrante delito (de crime
POIS DO PLEITO afiançável ou inafiançável) ou sentença criminal condenatória por crime inafian-
çável, ou ainda, por desrespeito a salvo-conduto.

ÎÎFases:

99CAPTURA.
99CONDUÇÃO COERCITIVA.
99LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE.
99RECOLHIMENTO À PRISÃO.

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ÎÎConvalidação Judicial:

É obrigatória a comunicação imediata desta prisão e do local onde o preso se encontra ao juiz competente,
ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.

Em até 24 horas após a prisão, o juiz deverá promover a audiência de custódia, com a presença do preso,
seu defensor e o MP. Nesse mesmo prazo, deverá entregar nota de culpa ao preso, assinada pela autoridade, com
o motivo da prisão, o nome do condutor e das testemunhas.

#OBS: Essas 24 horas são contadas desde a efetivação da prisão.

#OBS: se o preso se recusar a assinar o recibo de entrega da nota de culpa, entende-se que, por analogia
ao disposto no art. 304, § 3º CPP, duas testemunhas deverão assinar em seu lugar.

Durante a audiência de custódia, será analisada a prisão sob o aspecto da legalidade, da necessidade e
adequação da continuidade da prisão ou da eventual concessão de liberdade, com ou sem a imposição de outras
medidas cautelares, além de eventuais ocorrências de tortura ou de maus-tratos, entre outras irregularidades.

A autoridade que deu causa, sem motivação idônea à não realização da audiência no prazo estabelecido,
responderá administrativamente, civil e penalmente pela omissão.

#ATENÇÃO a audiência de custódia não pode ser usada como espécie de interrogatório judicial antecipado.
Assim, deve o juiz se abster de fazer perguntas quanto ao mérito da infração penal.

Não é cabível a realização de audiência de custódia por meio de videoconferência


A audiência de custódia, no caso de mandado de prisão preventiva cumprido fora do âmbito territorial da jurisdi-
ção do Juízo que a determinou, deve ser efetivada por meio da condução do preso à autoridade judicial compe-
tente na localidade em que ocorreu a prisão. Não se admite, por ausência de previsão legal, a sua realização por
meio de videoconferência, ainda que pelo Juízo que decretou a custódia cautelar. STJ. 3ª Seção. CC 168.522-PR,
Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 11/12/2019 (Info 663).

#ATENÇÃO: Enunciado 30 da I Jornada de Direito Penal e Processo Penal CJF/STJ


Excepcionalmente e de forma fundamentada, nos casos em que se faça inviável a realização presencial do ato,
é possível a realização de audiência de custódia por sistema de videoconferência.

O juiz deverá fundamentadamente:

• Relaxar a prisão em flagrante, em caso de inexistência da situação de flagrância ou de inobservância


das formalidades constitucionais/ legais, não estando impedido de decretar a prisão preventiva ou
outras medidas cautelares.

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#OBS: uma vez operado o relaxamento da prisão em flagrante, não se impede que seja decretada, na
sequência, a prisão preventiva, desde que presentes todos os requisitos exigidos para a fixação.

• Converter em preventiva, quando presentes os requisitos e se mostrarem insuficientes as medidas


cautelares diversas da prisão;

#CUIDADO – com as alterações promovidas pelo pacote anticrime, hoje, não é mais cabível a decre-
tação da preventiva de ofício (artigo 311 CPP).

• Conceder liberdade provisória, com ou sem fiança, podendo ser cumulada, a depender do caso con-
creto, com as cautelares diversas da prisão.

Ademais, se verificar que o agente praticou o fato com excludente da ilicitude, poderá, de forma fundamen-
tada, conceder liberdade provisória através de termo de comparecimento à todos os atos processuais, sob pena
de revogação.

#FICAESPERTO O juiz deverá DENEGAR a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares se verificar que o
agente é:

 Reincidente;

 Integra organização criminosa armada ou milícia;

 Porta arma de fogo de uso restrito.

Se o Tribunal de 2ª instância não analisou a necessidade da prisão preventiva ou outras medidas caute-
lares em razão de ter aplicado o antigo entendimento do STF sobre a execução provisória, antes de ser
decretada a liberdade, deve o Tribunal fazer essa análise.

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PRISÃO PREVENTIVA PRISÃO TEMPORÁRIA


Art. 311 a 316 CPP
Pode ser decretada em qualquer fase da investiga-
ção criminal ou do processo penal.
Lei 7960/89
 Não será admitida a decretação da prisão
preventiva com a finalidade de antecipação Apenas pode ser decretada na fase de investigação cri-
de cumprimento de pena ou como decor- minal (inquérito ou outros procedimentos).
rência imediata de investigação criminal ou
da apresentação ou recebimento de denún-
cia.
Decretação:
Decretação:
• Representação da autoridade policial.
• Representação da autoridade policial.
*nesse caso ouvirá o Ministério Público.
• Requerimento do MP.
• Requerimento do MP.
• Requerimento querelante ou do assistente
(se durante o processo). O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser
fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte
 A decisão deve ser motivada e fundamenta- e quatro) horas.
da em receio de perigo e existência concreta
 Expedir-se-á mandado de prisão (duas vias -
de fatos novos ou contemporâneos que jus-
uma será entregue ao indiciado e servirá como
tifiquem a aplicação.
nota de culpa).

Para doutrina majoritária, é preciso conjugar as hipóteses


Pressupostos: taxativas ou do inciso I ou do inciso II do art. 1º da Lei no
7.960/89 com a hipótese do inciso III do mesmo dispositi-
• Prova da existência do crime (materialidade); vo legal (que apresenta um rol de crimes graves).
#OBS este rol foi ampliado pela lei no 8.072/90 (Crimes
• Indício suficiente da autoria e do perigo gerado
hediondos).
pelo estado de liberdade do imputado (#paco-
teanticrime). Assim, será decretada:

• Preenchimento de alguma das hipóteses do Art.  Quando houver fundadas razões, de acordo com
312 CPP: qualquer prova admitida na legislação penal, de au-
toria ou participação do indiciado nos crimes pre-
 Garantia da ordem pública. vistos na lei e Hediondos e Equiparados.

 Garantia da ordem econômica. • Desde que seja imprescindível para as investigações


do inquérito policial;
 Conveniência da instrução criminal.
• Desde que indicado não tenha residência fixa ou
 Garantia de aplicação da lei penal. não forneça elementos necessários ao esclareci-
mento de sua identidade.

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Além disso, é cabível no caso de descumprimento


de qualquer das obrigações impostas por força de Crimes:
outras medidas cautelares (art. 282, § 4).
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade tí-
Requisitos: pica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um
só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I,
 Nos crimes dolosos punidos com pena priva-
II, III, IV, V, VI, VII e VIII); (Redação dada pela Lei nº 13.964,
tiva de liberdade máxima superior a 4 (quatro) de 2019)
anos {não cabe contravenção nem crime cul-
poso}. I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art.
129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, §
 Já tiver sido condenado por outro crime do- 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente des-
loso, em sentença transitada em julgado, res- crito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integran-
salvado o disposto no inciso I do caput do art. tes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança
64 CP. Pública, no exercício da função ou em decorrência dela,
ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente con-
 Se o crime envolver violência doméstica e fa- sanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;
(Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
miliar contra a mulher, criança, adolescente,
idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, II - roubo: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
para garantir a execução das medidas proteti-
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima
vas de urgência.
(art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei nº 13.964, de
 Quando houver dúvida sobre a identidade civil 2019)
da pessoa ou quando esta não fornecer ele- b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art.
mentos suficientes para esclarecê-la {devendo 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo de
o preso ser colocado imediatamente em liber- uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela
dade após a identificação, salvo se outra hipó- Lei nº 13.964, de 2019)
tese recomendar a manutenção da medida}.

c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou mor-


te (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da víti-
ma, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º);
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Não será admitida a decretação da prisão preventiva: IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada
• Ter o agente praticado o fato nas condições (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (Inciso incluído pela
Lei nº 8.930, de 1994)
das excludentes de ilicitude.
V - estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 223,
• Se com a finalidade de antecipação de cum- caput e parágrafo único); (Inciso incluído pela Lei
primento de pena ou como decorrência ime- nº 8.930, de 1994)
diata de investigação criminal ou da apre-
sentação ou recebimento de denúncia. VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o
e 4o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).
(Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº
9.695, de 1998)

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VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de


produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art.
273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada
pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso
incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de
exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulne-
rável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela
Lei nº 12.978, de 2014)
IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de
artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-
A). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o cri-
me de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no
2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado.
(Parágrafo incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o
crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no
2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de posse ou porte
ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16
da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos ten-
tados ou consumados. (Redação dada pela Lei
nº 13.497, de 2017)

Parágrafo único. Consideram-se também hediondos,


tentados ou consumados: (Redação dada pela Lei nº
13.964, de 2019)
I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da
Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956; (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de
uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22
de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, pre-
visto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de
2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo,
acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº
10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)
V - o crime de organização criminosa, quando dire-
cionado à prática de crime hediondo ou equiparado.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

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Prazo: (inclui-se o dia do cumprimento do mandado de


Prazo: Não há prazo fixado em lei, devendo, porém, prisão no cômputo).
perdurar até quando haja necessidade, observando
sempre a proporcionalidade e a razoabilidade - prin- 5 dias, prorrogável por igual período em caso de ex-
cípio da duração razoável da prisão cautelar. trema e comprovada necessidade.

 ATENÇÃO - Pacote anticrime. *Nos crimes Hediondos ou equiparados – 30 dias pror-


rogável por igual período.
Deverá o órgão emissor da decisão revisar
 ATENÇÃO - Pacote anticrime.
(de ofício) a necessidade de sua manutenção
a cada 90 dias, sob pena de tornar a prisão Decorrido o prazo contido no mandado de prisão,
ilegal. a autoridade responsável pela custódia deverá, in-
dependentemente de nova ordem da autoridade
O juiz pode de oficio ou a pedido, REVOGAR, ve-
rificar a falta de motivo, ou novamente DECRETAR, judicial, pôr imediatamente o preso em liberda-
se sobrevierem razões que a justifiquem. {Clausula de, salvo se já tiver sido comunicada da prorro-
rebus sic standibus} gação da prisão temporária ou da decretação da
prisão preventiva.

Juiz condenou o réu, concedeu a ele o direito de recorrer em liberdade. Em apelação, o Tribunal de Justiça man-
teve a condenação. Contra esse acórdão, o réu interpôs, simultaneamente, recurso especial e extraordinário. A
decisão do TJ foi proferida na época em que o entendimento do STF era no sentido de ser cabível a execução
provisória da pena. Diante disso, o TJ, logo depois de receber os recursos especial e extraordinário, determinou
que o condenado iniciasse imediatamente o cumprimento da pena. Ocorre que logo depois, o STF alterou a sua
posição e passou a proibir a execução provisória da pena (ADC 43/DF, julgada em 7/11/2019). A defesa do réu
impetrou habeas corpus pedindo a liberdade imediata do condenado. O STF concedeu a ordem, mas não para
a liberdade imediata do condenado, e sim para que o Tribunal de Justiça analise eventual necessidade de prisão
preventiva ou a aplicação de medidas cautelares diversas. STF. 1ª Turma. HC 175405/PR e HC 176841/SC, rel. orig.
Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 17/12/2019 (Info 964).

Relaxamento da prisão Revogação da prisão cautelar Liberdade provisória


Incide nas hipóteses de prisão ile- Incide nas hipóteses de prisão Incide nas hipóteses de prisão le-
gal. legal. gal.
Cabível em face de toda e qual- Por força da lei de 2011, passou a
Cabível em face da prisão tem-
quer espécie de prisão, desde que ser cabível em face de qualquer
porária e da prisão preventiva.
ilegal. prisão.
É medida de contracautela e
Não se trata de medida cautelar, Não se trata de medida caute- também de medida cautelar
mas sim de medida de urgência lar, mas sim de medida de ur- autônoma, que pode ser aplicada
baseada no poder de polícia da gência baseada no poder de com a imposição de uma ou mais
autoridade judiciária. polícia da autoridade judiciária. das medidas cautelares diversas da
prisão (art. 321).

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Acarreta a restituição de liberdade


Acarreta a restituição de liber-
plena. No entanto, na hipótese do
dade plena. Todavia, presentes
relaxamento, presentes FUMUS + Acarreta a restituição da liberdade
FUMUS + PERICULUM, é pos-
PERICULUM, é possível a imposição com vinculação.
sível a imposição de medidas
de medidas cautelares, inclusive as
cautelares diversas da prisão.
prisões preventiva e temporária.
Há dispositivos legais de duvidosa
constitucionalidade que vedam a
liberdade provisória, com ou sem
Cabível em relação a todos os cri- Cabível em relação a todos os
fiança, em relação a alguns deli-
mes. crimes.
tos, o que, todavia, não impede a
aplicação das medidas cautelares
diversas da prisão.
A competência recai sobre
Só pode ser decretada pela auto- quem decretou a medida. Pode ser concedida tanto pela au-
ridade judicial (há quem defenda Logo, se impetrado diretamen- toridade policial (art. 322), como
que o Delegado também pode). te HC, há supressão de instân- pelo juiz.
cia.

ÎÎMedidas cautelares diversas:

• Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e
justificar atividades;

• Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas


ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas
infrações;

• Proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao
fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;

• Proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a


investigação ou instrução;

• Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado
tenha residência e trabalho fixos;

• Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quan-


do houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;

• INTERNAÇÃO PROVISÓRIA do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave
ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e
houver risco de reiteração;

• Fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a
obstrução do seu anda- mento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial;

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• Monitoração eletrônica.

§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo
ser cumulada com outras medidas cautelares.

Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de
fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passa-
porte, no prazo de 24 horas.

ÎÎLIBERDADE PROVISÓRIA COM OU SEM FIANÇA:

Ausentes os requisitos que autorizam prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impon-
do se for o caso, as medidas cautelares artigo 319 CPP.

ÎÎFIANÇA:

Pode ser arbitrada pelo Juiz (a requerimento – 48h para decidir) ou pelo Delegado, neste caso, somente se
a pena máxima for de até 4 anos.

Será concedida independentemente da oitiva do MP – terá vista do processo.

Poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória.



Não admitem fiança: racismo, ação de grupos armados, terrorismo, tortura, tráfico e hediondos.


Não será igualmente concedida: Não será, igualmente, concedida fiança:

I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem
motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código;

II - em caso de prisão civil ou militar;

III - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva.

Limites:

Pena máxima não superior a 4 anos – 1 a 100 salários mínimos

Pena máxima superior a 4 anos – 10 a 200 salários mínimos

De acordo com a situação econômica do preso:

Dispensada

Reduzida até o máximo de 2/3

Aumentada até 1.000 vezes

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ªª Determinará o valor de acordo com:

99Natureza da infração;
99Condições pessoais de fortuna;
99Vida pregressa do acusado;
99Circunstâncias indicativas de sua periculosidade;
99Importância provável das custas do processo.

Reforço

Insuficiente – por engano da autoridade.

Houver depreciação ou perecimento dos bens.

Inovada a classificação do crime.

ªª  A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão, quando, na conformidade deste ar-
tigo, não for reforçada.

Quebrada
• Não comparecer perante a autoridade quando intimado.
• Mudar de residência sem permissão.
• Ausentar-se de sua residência por mais de 8 dias sem comunicar o local onde possa ser encontrado.
• Praticar ato de obstrução.
• Descumprir medida cautelar imposta cumulativamente.
• Resistir à ordem judicial.
• Praticar nova infração penal dolosa.

ªª Importará perda da METADE – cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares
ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva.

• Se condenado e não se apresentar para o inicio do cumprimento da pena definitivamente imposta.

ªª Perdida na sua TOTALIDADE.

• Se condenado, sem ter a fiança quebrada e se apresentar para o inicio do cumprimento da pena.

ªª O saldo será entregue a quem houver prestado a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu
estiver obrigado.

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 Juiz não pode conceder de ofício: prisão temporária, prisão preventiva e cautelares diferentes da prisão
durante o inquérito.
#Pacote Anticrime – Nem mesmo durante o processo!

 Cautelares diversas da prisão: sempre concedidas pelo juiz, salvo a fiança, que pode ser arbitrada pelo
delegado quando a pena máxima do crime for de até 4 anos.

 Atos infracionais pretéritos podem ser utilizados como fundamento para decretação ou manutenção da pri-
são preventiva, desde que haja gravidade específica do ato infracional, o tempo decorrido entre o referido ato e
o crime seja razoável (não excessivo) e haja comprovação da efetiva ocorrência do ato infracional (STJ, Info 585).

 A fuga do distrito da culpa é fundamentação idônea a justificar o decreto da custódia preventiva para a
conveniência da instrução criminal e como garantia da aplicação da lei penal.

 As condições pessoais favoráveis não garantem a revogação da prisão preventiva quando há nos autos
elementos hábeis a recomendar a manutenção da custódia.

 A substituição da prisão preventiva pela domiciliar exige comprovação de doença grave, que acarrete ex-
trema debilidade, e a impossibilidade de se prestar a devida assistência médica no estabelecimento penal.

 As medidas cautelares diversas da prisão, ainda que mais benéficas, implicam em restrições de direitos indi-
viduais, sendo necessária fundamentação para sua imposição.

 A prisão preventiva não é legítima nos casos em que a sanção abstratamente prevista ou imposta na sen-
tença condenatória recorrível não resulte em constrição pessoal, por força do princípio da homogeneidade.

 Os fatos que justificam a prisão preventiva devem ser contemporâneos à decisão que a decreta.

 A alusão genérica sobre a gravidade do delito, o clamor público ou a comoção social não constituem fun-
damentação idônea a autorizar a prisão preventiva.

 Havendo déficit de vagas, deverá determinar-se: (i) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta
de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em
prisão domiciliar por falta de vagas; (iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentencia-
do que progride ao regime aberto; d) até que sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser
deferida a prisão domiciliar ao sentenciado (Info 825 - STF).

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CITAÇÃO E INTIMAÇÃO

ÎÎIntimação:

É a comunicação feita a alguém no tocante a ato já realizado. A título de exemplo, podemos citar a intimação
da degravação de audiência, a intimação de sentença prolatada pelo magistrado, etc.

ÎÎNotificação:

Diz respeito à ciência dada a alguém quanto à determinação judicial impondo o cumprimento de certa provi-
dência. Exemplos: notificação para que a testemunha compareça em juízo para prestar seu depoimento; notificação
do acusado para que compareça à audiência una de instrução e julgamento para fins de reconhecimento pessoal.

ÎÎCitação:

É um dos mais importantes atos de comunicação processual, porquanto dá ciência ao acusado do recebi-
mento de uma denúncia ou queixa em face de sua pessoa, chamando-o para se defender. Subdivide-se em REAL
(pessoal) e FICTA (por edital ou hora certa).

INTIMAÇÃO

MP e DEFENSOR NOMEADO Pessoal

DEFENSOR CONSTITUÍDO
Por publicação
ADVOGADO QUERELANTE/ ASSISTENTE

Citação é o ato por meio do qual o Poder Judiciário comunica ao indivíduo que foi recebida uma denúncia ou
queixa-crime ajuizada contra ele; e convoca o acusado para ingressar no processo e se defender.

Citação REAL (pessoal) Citação FICTA (presumida)

Ocorre quando o acusado não é encontrado para ser


comunicado pessoalmente da instauração do processo.
É aquela na qual o acusado é citado pessoalmen- Apesar disso, se forem cumpridos determinados requisi-
te, ou seja, ele mesmo recebe a comunicação. tos legais, a lei presume que ele soube da existência do
processo e, por isso, autoriza que a marcha processual
siga em frente.

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• Citação por mandado (art. 351);

• Citação por carta precatória (art. 353);

• Citação do militar (art. 358);

• Citação do funcionário público (art. 359); • Citação por edital (art. 361);

• Citação do acusado que estiver preso (art. • Citação por hora certa (art. 362).
360);

• Citação do acusado no estrangeiro (art. 368);

• Citação em legações estrangeiras (art. 369).

Formas de citação que não são admitidas no processo penal

• Citação por via postal (correios);


• Citação eletrônica;
• Citação por e-mail;
• Citação por telefone.

Não comparece:
Citado por edital
Suspende-se o processo e o prazo prescricional
Não comparece:
Citado por hora certa
Nomeia-se defensor dativo

PROCESSO COMUM

PROCEDIMENTO COMUM

ORDINÁRIO PPL = ou + 4 anos

SUMÁRIO PPL inferior a 4 anos

SUMARÍSSIMO IMPO (pena máx. até 2 anos)

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DEFESA PRELIMINAR RESPOSTA A ACUSAÇÃO

Previsão legal:
a) Crimes funcionais – típicos (CPP, art. 514);
Regra no processo penal
b) Lei de Drogas (art. 55, caput, da Lei n9 11.343/06);
Previsão legal: art. 396-A, caput e art. 406,
c) Procedimento originário dos Tribunais (art. 42 da Lei n9 caput.
8.038/90);
d) Juizados Especiais Criminais (art. 81 da Lei n9 9.099/95).

Prazo: pode ser de 10 (dez) ou 15 (quinze) dias, a depender Prazo: 10 (dez) dias, contados a partir da efeti-
do procedimento legal. va citação e não da juntada aos autos do man-
* crimes funcionais: 15 dias. dado.

Momento: deve ser apresentada após o rece-


Momento: deve ser apresentada entre o oferecimento e o
bimento da peça acusatória e depois da cita-
recebimento da peça acusatória.
ção do acusado

Capacidade postulatória: é indispensável que


Capacidade postulatória: é indispensável que essa peça
essa peça seja apresentada por profissional da
seja apresentada por profissional da advocacia. Logo, se o
advocacia. Logo, se o acusado não estiver re-
acusado não estiver regularmente inscrito nos quadros da
gularmente inscrito nos quadros da OAB, não
OAB, não poderá apresentar esta peça defensiva.
poderá apresentar esta peça defensiva.
Objetivo: como essa peça é apresentada antes do recebi- Objetivo: convencer o juiz acerca da presen-
mento da peça acusatória, seu objetivo precípuo é conven- ça de uma das causas de absolvição sumária
cer o juiz acerca da presença de uma das causas de rejeição (CPP, art. 397); subsidiariamente, arguição de
da peça acusatória (CPP, art. 395), evitando-se, assim, a ins- preliminares, juntada de documentos, justifica-
tauração de processos temerários. ções, além da especificação de provas preten-
* crimes funcionais: só é necessária enquanto o acusado for didas, notadamente das testemunhas a serem
funcionário público. ouvidas.

Consequência decorrente da inobservância do modelo tí-


pico: Consequência decorrente da inobservância do
Tem prevalecido o entendimento de que se trata de nulida- modelo típico:
de relativa. trata-se de peça defensiva de apresentação
Logo, para além da comprovação do prejuízo, o vício deve obrigatória, sob pena de nulidade absoluta.
ser arguido no momento oportuno, sob pena de preclusão.

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NÚMERO DE TESTEMUNHAS

PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO


8
1a FASE DO JÚRI

PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO

2a FASE DO JÚRI 5

LEI DE DROGAS

PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO 3

ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA

PROCEDIMENTO COMUM PROCEDIMENTO DO JÚRI

Após resposta à acusação. Após alegações finais.

 Existência manifesta de causa excludente da ilici-


 Provada a inexistência do fato;
tude do fato;
 Provado não ser ele autor ou partícipe do fato;
 Existência manifesta de causa excludente da culpa-
bilidade do agente, salvo inimputabilidade;  Fato não constituir infração penal;
 Fato narrado evidentemente não constitui crime;  Demonstrada causa de isenção de pena ou de ex-
clusão do crime.
 Extinta a punibilidade do agente.

SENTENÇA

EMENDATIO LIBELLI MUTATIO LIBELLI

Não há alteração da base fática da imputação. Há alteração da base fática da imputação devido ao surgi-
Atribui-se definição jurídica diversa, ainda que, em mento de elementares ou circunstâncias não contidas na
consequência, tenha de aplicar pena mais grave. imputação originária.

Há necessidade de aditamento (espontâneo ou provoca-


Não há necessidade de aditamento . do), independentemente do quantum de pena comina-
do à nova imputação.
Não há necessidade de oitiva das partes já que
Há necessidade de oitiva das partes, notadamente da
o juiz apenas altera a capitulação, ou seja, faz o
defesa, que deve ser ouvida antes do juízo de admissibi-
juízo de tipicidade de maneira adequada, per-
lidade do recebimento do aditamento à peça acusatória.
manecendo inalterada a imputação fática.

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É cabível em toda e qualquer espécie de ação


É cabível apenas na ação penal pública (incondicionada
penal pública (incondicionada e condicionada) e
e condicionada) e na ação penal privada subsidiária da
privada (exclusiva, personalíssima e subsidiária da
pública.
pública).
Não pode ser feita em 2ª instância, sob pena de viola-
ção ao princípio do duplo grau de jurisdição (súmula 453
Pode ser feita em 2ª instância, desde que respei- STF).
tado o princípio da non reformatio in pejus.
*Admite-se, todavia, nos casos de competência originária
dos Tribunais.
O juiz fica vinculado ao fato imputado ao acusa- Pelo menos em regra, o juiz fica vinculado aos termos do
do na peça acusatória. aditamento.

Súmula 453-STF: Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo único do Código de Processo Penal,
que possibilitam dar nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância elementar não contida,
explícita ou implicitamente, na denúncia ou queixa.

Art. 392. A intimação da sentença será feita:

• Ao réu, pessoalmente, se estiver preso;

• Ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se livrar solto, ou, sendo afiançável
a infração, tiver prestado fiança;

• Ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a infração, expedido o mandado de pri-
são, não tiver sido encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;

• Mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor que houver constituído não forem encontra-
dos, e assim o certificar o oficial de justiça;

• Mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o réu houver constituído também não for en-
contrado, e assim o certificar o oficial de justiça;

• Mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado, e assim o certificar o
oficial de justiça.

§ 1o O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido imposta PPL por tempo igual ou superior a 1 ano, e de 60
dias, nos outros casos.

§ 2o O prazo para apelação correrá após o término do fixado no edital, salvo se, no curso deste, for feita
a intimação por qual - quer das outras formas estabelecidas neste artigo.

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RECURSOS EM GERAL

Recurso é o instrumento processual de que se vale a parte quando de um inconformismo (total ou parcial)
de uma decisão anteriormente exarada por órgão jurisdicional.

ÎÎCaracterísticas dos recursos:

• Voluntariedade: depende da manifestação de vontade das partes, não há, em regra, o recurso de ofício
(art. 574, CPP).

• Previsão legal.

• Anterior à coisa julgada.

#OBS: Recurso de ofício - é o reexame necessário. Assim, o juiz que proferir uma decisão submetida a recurso de
ofício deverá submetê-la à revisão do Tribunal competente.

ªª Há previsão em 3 hipóteses:

- Da sentença que conceder HC;

- Da sentença que absolver o acusado em razão de exclusão de crime ou isenção de pena no Tribunal
do Júri (art. 574, CPP);

- Da absolvição sumária e a decisão de reabilitação (art. 746, CPP).

ªª Ainda está em vigor essa 2ª hipótese? A doutrina entende que não, porque quando o CPP, após a re-
forma, fala em absolvição sumária no Tribunal do Júri, nada menciona sobre recurso de ofício.

™™Princípio da Voluntariedade: a parte só recorrerá se lhe for conveniente.

™™Princípio da Indisponibilidade: o MP não poderá desistir de recurso que haja interposto (art. 576, CPP).

™™Princípio Unirrecorribilidade/ singularidade: Para cada decisão caberá apenas um recurso (regra)

™™Princípio da Fungibilidade: salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um
recurso por outro (art. 579, CPP) - Interposição do recurso errado no prazo do recurso correto!

™™Princípio taxatividade: Os recursos na esfera penal estão taxativamente previstos em lei.

#CUIDADO RESE – rol taxativo, mas admite interpretação extensiva;

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™™Princípio proibição reformatio in pejus: Recurso exclusivo da defesa não admite reformar para piorar sua
situação.

™™Princípio duplo grau de jurisdição: Não há previsão expressa na CF/88. Tem previsão na Convenção Ameri-
cana de Direitos Humanos.

ÎÎLegitimidade recursal:

O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou
seu defensor (art. 577, CPP).

ªª Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da
decisão (art. 577, parágrafo único, CPP).

#Quais os recursos que podem ser interpostos pelo assistente da acusação?

Segundo o entendimento majoritário, o assistente da acusação somente pode interpor:

• Apelação;

• RESE contra a decisão que extingue a punibilidade.

Obs1: o assistente da acusação somente poderá recorrer se o MP não tiver recorrido.

Obs2: o assistente de acusação não pode recorrer contra ato privativo do MP.

ÎÎConcurso de agentes e efeito extensivo dos recursos:

No caso de concurso de agentes (art.25, CP), a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado
em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros (art. 580, CPP).

#Conforme STF (info 867) esse dispositivo NÃO PODERÁ SER APLICADO se:

 O réu que estiver requerendo a extensão da decisão não participar da mesma relação jurídico-
-processual daquele que foi beneficiado. O requerente será, neste caso, parte ilegítima;

 Invoca extensão da decisão para outros processos que não foram examinados pelo órgão julga-
dor. Isso porque, neste caso, o que o requerente está pretendendo é obter a transcendência dos
motivos determinantes para outro processo, o que não é admitido pela jurisprudência do STF.

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Incidentes ao processo/ procedimento, sem extinguir etapa procedimental.


São em regra, irrecorríveis.
Decisões INTERLOCUTÓ-
RIAS SIMPLES Quando recorríveis – RESE
Exs: recebimento de denúncia ou queixa, indeferimento de habilitação de assis-
tente, e exceção de incompetência.
Põe fim a uma etapa do processo.
Decisões INTERLOCUTÓ- Cabe recurso – RESE.
RIAS MISTAS
Exs: decisão de pronúncia e acerca de exceção de coisa julgada, litispendência e
legitimidade da parte, quando acolhi- das
Decisões DEFINITIVAS, OU
COM FORÇA DE DEFINITI- Cabe recurso – APELAÇÃO.
VAS

DESPACHOS e EXCEÇÃO
IRRECORRÍVEIS.
DE SUSPEIÇÃO

Se a decisão for anterior à sentença condenatória ou abso- Talvez seja caso de RESE
lutória. (rol do art. 581, CPP).
Se a decisão foi proferida dentro de sentença condenatória
APELAÇÃO.
ou absolutória.
Se a decisão for proferida após o trânsito em julgado da AGRAVO EM EXECUÇÃO: ainda que conste no
sentença condenatória ou absolutória imprópria. rol do art. 581, CPP.

ÎÎAdmitem juízo de retratação: RESE, carta testemunhável, agravo em execução.

ÎÎPrincipais prazos:

Carta testemunhável 48 horas


Embargos de declaração 2 dias
RESE 5 dias + 2 dias para razões
5 dias + 8 dias para razões
Apelação Exceção: arrazoar em 3 dias - assistente e contravenção pe-
nal
Correição parcial 5 dias
Embargos infringentes/nulidade 10 dias
RE/Resp 15 dias

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ÎÎRESE:

Cuida-se de modalidade de recurso que se dirige, tão somente, contra decisão de juiz singular, jamais contra
decisões de órgãos colegiados dos Tribunais ou decisões monocráticas de relator nos processos que lhe estejam
afetos.

Em síntese, por mais que a hipótese de cabimento esteja listada no art. 581 do CPP, deve se ter em mente
que sua interposição somente será possível se tal decisão não tiver sido proferida no bojo de uma sentença conde-
natória ou absolutória. Isso porque, segundo o art. 593, § 4º, quando cabível a apelação, não poderá ser usado o
recurso em sentido estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra. Trata-se do princípio da consunção.

São 5 dias para interposição + 2 para razões.

Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:

I - que não receber a denúncia ou a queixa;

II - que concluir pela incompetência do juízo;

III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;

IV - que pronunciar ou impronunciar o réu;

IV – que pronunciar o réu;

V – que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, ou indeferir requerimento de prisão
preventiva, no caso do artigo 312;

V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preven-
tiva, ou relaxar prisão em flagrante.

V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preven-
tiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante;

VI - que absolver o réu, nos casos do art. 411;

VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;

VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;

IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade;

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X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;

XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;

XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;

XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;

XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;

XVIII - que decidir o incidente de falsidade;

XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A
desta Lei.

ªª Subirão nos próprios autos: (art. 583, CPP) os recursos interpostos de ofício e RESE (da decisão que
não receber denúncia ou queixa; da decisão que julgar procedente as exceções, salvo a de suspeição;
da decisão que pronunciar o réu; da decisão que decretar a prescrição ou julgar extinta a punibilidade;
da decisão que conceder ou negar a ordem de HC);

ªª Efeito suspensivo: (art. 584, CPP) nos casos de perda da fiança, concessão de livramento condicional,
da decisão que denegar a apelação ou a julgar deserta, da decisão que decidir pela unificação das
penas, da decisão que converter a multa em detenção ou em prisão simples.

#DEOLHONAJURIS É cabível RESE para impugnar decisão que indefere produção antecipada de prova,
nas hipóteses do art. 366 do CPP. A decisão que indefere a produção antecipada de provas com base no art.
366 deve ser encarada, para fins de recurso, como sendo uma decisão que “ordena a suspensão do processo”
e, além disso, de- termina se haverá ou não a produção das provas. Logo, enquadra-se no inciso XVI do art. 581
do CPP. STJ. 3ª Seção. REsp 1630121-RN, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 28/11/2018 (Info 640).
O inciso I prevê que é cabível o recurso em sentido estrito contra a decisão que “não receber a denúncia ou
a queixa”. Por meio de interpretação extensiva, a jurisprudência admite também o RESE contra a decisão que
não recebe o aditamento da denúncia ou da queixa.
Não existe previsão de recurso em sentido estrito contra a decisão que concede, nega ou revoga a sus-
pensão condicional do processo – O STJ admite a interposição de RESE nesses casos com base em uma
interpretação extensiva do inciso XI (que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena).
É cabível RESE contra decisão que revoga medida cautelar diversa da prisão. STJ. 6ª Turma. REsp 1628262/
RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 13/12/2016 (Info 596).

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ÎÎAPELAÇÃO

A apelação é tratada pela doutrina como recurso ordinário por excelência, já que consiste na impugnação de
efeito devolutivo mais amplo, por permitir ao juízo ad quem, quando interposta contra sentença de mérito proferi-
da por juiz singular, o reexame integral das questões suscitadas no primeiro grau de jurisdição, ressalvadas aquelas
sobre as quais tenha se operado a preclusão.

São 5 dias para interposição + 8 para razões.

Prazo comum: quando forem 2 ou mais os apelantes ou apelados, os prazos serão comuns (art. 600, §3º,
CPP).

Art. 593, CPP:

I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular;

II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capí-
tulo anterior;

III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; b) for a sentença do juiz-pre-
sidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados (tribunal pode corrigir); c) houver erro ou injustiça no tocante
à aplicação da pena ou da medida de segurança (tribunal pode corrigir); d) for a decisão dos jurados manifestamente
contrária à prova dos autos (haverá novo julgamento – aplica-se uma única vez).

Princípio da unirrecorribilidade ou da unicidade ou da singularidade do recurso: a apelação é um


recurso residual (quando não couber RESE, caberá apelação) – art. 583, §4º, CPP.

ªª Atuação subsidiária do ofendido ou do CADI: (art. 598, CPP) nos crimes de competência do Tribunal do
Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo MP no prazo legal, o ofendido
ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenham habilitado como assistente,
poderão interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.

Prazo: 15 dias e correrá do dia em que terminar o do MP (art. 598, p.u, CPP).

#ATENÇÃO: a apelação no JECRIM tem prazo de 10 dias. Contra a decisão que rejeita a denúncia de crime de
menor potencial ofensivo, caberá a interposição de recurso de apelação.

#SELIGANASSÚMULAS
Súmula 705, STF: a renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor, não im-
pede o conhecimento da apelação por este interposta;

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Súmula 709, STF: Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição
da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela;
Súmula 160, STF: É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da acu-
sação, ressalvados os casos de recurso de ofício.

Compete ao STF julgar a apelação criminal interposta contra sentença de 1ª instância caso mais da meta-
de dos membros do Tribunal de Justiça estejam impedidos ou sejam interessados
Compete ao STF julgar a apelação criminal interposta contra sentença de 1ª instância caso mais da metade dos
membros do Tribunal de Justiça estejam impedidos ou sejam interessados (art. 102, I, “n”, da CF/88). STF. 2ª Tur-
ma. AO 2093/RN, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/9/2019 (Info 950).

Jurisprudências em Teses STJ

EDIÇÃO N. 66: APELAÇÃO E RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

• O efeito devolutivo amplo da apelação criminal autoriza o Tribunal de origem a conhecer de matéria
não ventilada nas razões recursais, desde que não agrave a situação do condenado.

• A apresentação extemporânea das razões não impede o conhecimento do recurso de apelação tem-
pestivamente interposto.

• O conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão. (Súmula 347/STJ)

• Verificada a inércia do advogado constituído para apresentação das razões do apelo criminal, o réu
deve ser intimado para nomear novo patrono, antes que se proceda à indicação de defensor para o
exercício do contraditório.

• NÃO CABE mandado de segurança para conferir efeito suspensivo ativo a recurso em sentido estrito
interposto contra decisão que concede liberdade provisória ao acusado.

• O efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua interposi-
ção. (Súmula 713/STF)

• A ausência de contrarrazões ao recurso em sentido estrito interposto contra decisão que rejeita a de-
núncia enseja nulidade absoluta do processo desde o julgamento pelo Tribunal de origem.

• Aplica-se o princípio da fungibilidade à apelação interposta quando cabível o recurso em sentido es-
trito, desde que demonstrada a ausência de má-fé, de erro grosseiro, bem como a tempestividade do
recurso.

• A decisão do juiz singular que encaminha recurso em sentido estrito sem antes proceder ao juízo de
retratação é mera irregularidade e não enseja nulidade absoluta.

• O adiamento do julgamento da apelação para a sessão subsequente não exige nova intimação da
defesa.

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• Inexiste nulidade no julgamento da apelação ou do recurso em sentido estrito quando o voto de De-
sembargador impedido não interferir no resultado final.

• O acórdão que julga recurso em sentido estrito deve ser atacado por meio de recurso especial, confi-
gurando erro grosseiro a interposição de recurso ordinário em habeas corpus.

• O julgamento de apelação por órgão fracionário de tribunal composto majoritariamente por juízes
convocados não viola o princípio constitucional do juiz natural.

• É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o
réu não foi previamente intimado para constituir outro. (Súmula 708/STF)

• A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor, NÃO IMPEDE o
conhecimento da apela- ção por este interposta. (Súmula 705/STF)

ÎÎCARTA TESTEMUNHAVEL

Trata-se de instrumento criado para obstar os problemas decorrentes de os juízes se ocultarem para não
receber os recursos ou de determinarem aos escrivães que não lhes deem andamento. Deve ser utilizada de ma-
neira residual, subsidiária. Em outras palavras, a carta testemunhável será cabível apenas na hipótese de ausência
de previsão legal de outro recurso adequado contra a decisão de não recebimento ou não seguimento do recurso.

A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário do tribunal, conforme o caso, nas 48
(quarenta e oito) horas seguintes ao despacho que denegar o recurso, indicando o requerente as peças do proces-
so que deverão ser trasladadas.

Art. 639, CPP:

I - da decisão que denegar o recurso (salvo denegação de apelação, que provoca RESE);

II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o juízo ad quem.

A carta testemunhável não terá efeito suspensivo (art. 646, CPP).

EMBARGOS INFRINGENTES EMBARGOS DE NULIDADE

São cabíveis quando o acórdão impugnado possuir di- É a impugnação adequada contra acórdãos diver-
vergência em matéria de mérito. gentes em matéria de nulidade processual.

São recursos exclusivos da defesa.

São recursos autônomos.

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
CPP JUIZADOS
2 dias 5 dias

ÎÎREVISÃO CRIMINAL

Trata-se de uma ação autônoma de impugnação, de competência originária dos Tribunais (ou da Turma Re-
cursal no caso dos Juizados), por meio da qual a pessoa condenada requer ao Tribunal que reveja a decisão que a
condenou (e que já transitou em julgado), sob o argumento de que ocorreu erro judiciário (art. 621, CPP).

Hipóteses legais:

I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos;

II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente


falsos;

III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância
que determine ou autorize diminuição especial da pena.

A revisão criminal se parece com a ação rescisória do processo civil. Existem, no entanto, duas diferenças
principais:

REVISÃO CRIMINAL AÇÃO RESCISÓRIA

Pode ser interposta a qualquer tempo após o trânsito em julgado A ação rescisória pode ser proposta pelo au-
(não há prazo de decadência para ajuizar a revisão: art. 622, CPP). tor ou pelo réu.

Só pode ser ajuizada em favor do condenado (só existe revisão Deve ser interposta até o prazo de 2 anos
criminal pro reo; não existe revisão criminal pro societate). após o trânsito em julgado.

Pressupostos: existência de decisão condenatória (ou absolutória imprópria123) com trânsito em julgado;
demonstração de que houve erro judiciário.

Quem pode propor (art. 623, CPP):

• Próprio réu;

• Procurador legalmente habilitado pelo réu;

• O cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do réu, caso este já tenha morrido.

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Competência: tribunal (art. 624, II, CPP).

Pedido na revisão criminal: a revisão criminal se presta às hipóteses taxativas do art. 626 do CPP: julgando
procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou
anular o processo.

#DEOLHONASÚMULA Súmula 393, STF: Para requerer revisão criminal, o condenado não é obrigado a recolher-
-se à prisão.

ÎÎHC

Trata-se de ação autônoma de impugnação. Dosimetria da pena e negativa de autoria não são aferíveis por
meio de HC, em razão das restrições ao exame fático e probatório.

Dosimetria da pena e negativa de autoria não são aferíveis por meio de HC, em razão das restrições ao
exame fático e probatório.

Pessoa sem ter capacidade postulatória que impetra um HC e este é negado, poderá ingressar com recurso
contra a decisão? Info 747 – STF: 1ª Turma do STF: SIM; 2ª Turma do STF e STJ: NÃO.

#DEOLHONASSÚMULAS
Súmula 395 - STF: Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver sobre o ônus das cus-
tas, por não estar mais em causa a liberdade de locomoção.
Súmula 606 - STF: Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de turma, ou do plenário,
proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso.
Súmula 693 - STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo
em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.
Súmula 695 - STF: Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.
Súmula 208 - STF: O assistente do Ministério Público não pode recorrer, extraordinariamente, de decisão con-
cessiva de “habeas corpus”.

#DEOLHONOSJULGADOS O habeas corpus não é meio processual adequado para o apenado obter autor-
ização de visita de sua companheira no estabelecimento prisional (Info 827 - STF);
Pena de suspensão do direito de dirigir veículo automotor: não cabe Habeas Corpus (Info 550 - STJ);
Não cabe HC para se discutir se houve dolo eventual ou culpa consciente em homicídio praticado na direção de
veículo automotor (Info 826 - STF);
#CONSOLIDAÇÃODEENTENDIMENTO NÃO é cabível habeas corpus em face de decisão monocrática
proferida por Ministro do STF. STF. Plenário. HC 105959/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão
Min. Edson Fachin, julgado em 17/2/2016 (Info 814).

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5. Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO)

Trata-se do instrumento investigatório a ser utilizado para a apuração das infrações penais de menor poten-
cial ofensivo. A Lei n° 9.099/95 visou trazer um procedimento mais célere e por isso criou uma fase investigatória
mais rápida.

Em vez da instauração de inquérito policial, é lavrado TCO por qualquer autoridade policial, que se encarrega
de encaminhar a vítima e o autor do delito ao Juizado, bem como providenciar os exames periciais necessários
(art. 69).

O termo circunstanciado é um “relatório sumário, contendo a identificação das partes envolvidas, a menção
à infração praticada, bem como todos os dados básicos e fundamentais que possibilitem a perfeita individualização
dos fatos, a indicação das provas, com o rol de testemunhas, quando houver, e, se possível, um croqui, na hipótese
de acidente de trânsito.”.

#ATENÇÃO:
- Não cabe indiciamento no Termo Circunstanciado;
- Atribuição: Polícia Civil e Polícia Federal podem lavrar. Quanto à Polícia Militar, há divergências. Na
doutrina prevalece que a PM não pode lavrar termo circunstanciado, pois é um procedimento de caráter
investigatório e a PM não tem atribuições investigatórias para crimes comuns (Mirabete). Na prática a PM
lavra. O STF entendeu, na ADI 3614, que a lavratura de termos circunstanciado pela Polícia Militar usurpa as
atribuições da Polícia Judiciária (no mesmo sentido, julgado de 2013, RE 702.617).

Art. 69, Lei n° 9.099/95. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado
e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos
exames periciais necessários.

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LEGISLAÇÃO PENAL E PROCESSUAL PENAL


EXTRAGAVENTE

Decreto Lei n. 3.688/1941 - Lei das Contravenções Penais

Princípio da territorialidade: não se aplica lei brasileira à contravenção no exterior (art. 2º).

Tentativa: não é punível, apesar de ser faticamente possível (art. 4º).

Penas: prisão simples e multa (art. 5º). Prisão simples é cumprida sem o rigor penitenciário e em regime se-
miaberto ou aberto (art. 6º). O trabalho é facultativo caso não exceda 15 dias de pena (art. 6º, § 2º). Pena de
prisão simples não pode ser superior a 5 anos (art. 10).
Reincidência: verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em
julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil,
por motivo de contravenção (art. 7º).

Perdão: no caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusáveis, a pena pode deixar
de ser aplicada (art. 8º).

Sursis: período de prova de 1 a 3 anos (art. 11).

Ação penal: pública incondicionada (art. 17).

Crimes de menor potencial ofensivos, independentemente da pena.

Competência: sempre da Justiça Estadual, salvo prerrogativa de função na Justiça Federal.

#ATENÇÃO: A condenação por contravenção também causa suspensão dos direitos políticos.

#AJUDAMARCINHO: O art. 25 da Lei de Contravenções Penais não foi recepcionado pela CF/88 por violar
os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e da isonomia. Art. 25. Ter alguém em seu poder,
depois de condenado, por crime de furto ou roubo, ou enquanto sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido
como vadio ou mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou instrumentos empregados usualmente na prática
de crime de furto, desde que não prove destinação legítima: Pena — prisão simples, de dois meses a um ano, e
multa de duzentos mil réis a dois contos de réis. STF. Plenário. RE 583523/RS e RE 755565/RS, Rel. Min. Gil-
mar Mendes, julgados em 3/10/2013 (Info 722).

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Lei n. 1.079/50 – LEI DE CRIMES DE RESPONSABILIDADE

A referida lei determina quem são os agentes públicos que poderão incorrer no cometimento deste crime:
o Presidente da República, os Ministros de Estado e os do Supremo Tribunal Federal e o Procurador Geral da Re-
pública.

A Lei 1.079, de 10/04/1950 denominada de Lei dos Crimes de Responsabilidade e de Lei do Impeachment foi
recepcionada pela Constituição Federal, uma vez que o legislador constitucional fez questão de prever em nossa
Carta Magna os crimes tipificados na lei infraconstitucional, em seu art. 85, parágrafo único:

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal
e, especialmente, contra:

I - a existência da União;

II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das
unidades da Federação;

III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

IV - a segurança interna do País;

V - a probidade na administração;

VI - a lei orçamentária;

VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e
julgamento.

Nesta lei, os fatos são considerados infrações políticas-administrativas, pois as penas previstas são:

Art. 2º Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente tentados, são passíveis da pena de perda do car-
go, com inabilitação, até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública, imposta pelo Senado Fede-
ral nos processos contra o Presidente da República ou Ministros de Estado, contra os Ministros do Supremo Tribunal
Federal ou contra o Procurador Geral da República.

Art. 3º A imposição da pena referida no artigo anterior não exclui o processo e julgamento do acusado por crime
comum, na justiça ordinária, nos termos das leis de processo penal.

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CONTRA O PRESIDENTE E MINISTRO DE ESTADO:

Art. 14. É permitido a qualquer cidadão denunciar o Presidente da República ou Ministro de Estado, por crime de
responsabilidade, perante a Câmara dos Deputados.

Art. 15. A denúncia só poderá ser recebida enquanto o denunciado não tiver, por qualquer motivo, deixado definiti-
vamente o cargo.

Art. 33. No caso de condenação, o Senado por iniciativa do presidente fixará o prazo de inabilitação do condenado
para o exercício de qualquer função pública; e no caso de haver crime comum deliberará ainda sobre se o Presidente
o deverá submeter à justiça ordinária, independentemente da ação de qualquer interessado.

DO PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA E DOS MINISTROS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Art. 41. É permitido a todo cidadão denunciar perante o Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e
o Procurador Geral da República, pelos crimes de responsabilidade que cometerem (artigos 39 e 40).

Art. 57. A decisão produzirá desde a data da sua intimação os seguintes efeitos, contra o denunciado:

a) ficar suspenso do exercício das suas funções até sentença final;

b) ficar sujeito a acusação criminal;

c) perder, até sentença final, um terço dos vencimentos, que lhe será pago no caso de absolvição.

DOS GOVERNADORES E SECRETÁRIOS DOS ESTADOS

Art. 75. É permitido a todo cidadão denunciar o Governador perante a Assembléia Legislativa, por crime de respon-
sabilidade.

Art. 78. O Governador será julgado nos crimes de responsabilidade, pela forma que determinar a Constituição do
Estado e não poderá ser condenado, senão à perda do cargo, com inabilitação até cinco anos, para o exercício de
qualquer função pública, sem prejuízo da ação da justiça comum.

IMPORTANTE, O PRAZO PARA PROCESSO E JULGAMENTO:

Art. 82. Não poderá exceder de cento e vinte dias, contados da data da declaração da procedência da acusação, o
prazo para o processo e julgamento dos crimes definidos nesta lei.

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Decreto-Lei 201/67 – crimes de responsabilidade de prefeitos e vereadores

Embora sejam conhecidos, impropriamente, como crimes de responsabilidade, os crimes do art.1º do DL


201/67 são CRIMES COMUNS, ou seja, infrações de natureza penal, julgadas pelo Poder Judiciário, indepen-
dentemente de manifestação da Câmara dos Vereadores. Portanto, são chamados de crimes de responsabi-
lidade impróprios.

Já o art. 4º contempla em seus incisos um rol de infrações político-administrativas sujeitas ao julgamen-


to pela Câmara dos Vereadores e sancionadas com a cassação do mandato (impeachment).

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: Configura o crime do art. 1º, III, do DL 201/67, a conduta do
Prefeito que utiliza verbas oriundas do Fundo Nacional de Saúde (vinculadas a determinado programa de saúde)
para o pagamento de débitos da Secretaria Municipal de Saúde junto ao instituto de previdência do Município.
O delito previsto no art. 1º, III, do DL 201/1967 consiste em o administrador público aplicar verba pública em des-
tinação diversa da prevista em lei. Não se trata, portanto, de desviar em proveito próprio. Para a configuração
deste crime, é irrelevante verificar se houve, ou não, efetivo prejuízo para a Administração Pública. STF.
1ª Turma. AP 984/AP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 11/6/2019 (Info 944).

Sujeito ativo: São crimes funcionais, próprios, que somente podem ser cometidos pelo Prefeito Municipal
ou por quem esteja no exercício desse cargo (Vice ou Presidente da Câmara de Vereadores). Admitem-se, no
entanto, coautoria e participação por parte de outros agentes, caso em que a qualidade de Prefeito, por ser
elementar do delito, comunica-se aos demais (art.30 do CP).

#SELIGANASÚMULA (CAI MUITO) - O término do mandato não impede que o agente seja processado pelos
fatos cometidos durante o seu exercício (S.703 do STF e S.164 do STJ).

Sujeito passivo: Em regra, será o Município ou entidade da administração municipal indireta. Eventualmen-
te, poderão ser vítimas o Estado ou a União, o que determinará, no último caso, alteração de competência.

#SELIGANASÚMULA - SÚMULA 702 DO STF: A competência do tribunal de justiça para julgar prefeitos restrin-
ge-se aos crimes de competência da justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá
ao respectivo tribunal de segundo grau.
#SELIGANASSÚMULAS:
-SÚMULA 208 do STJ: compete a justiça federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita
a prestação de contas perante órgão federal.
-SÚMULA 209 do STJ: compete à justiça estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e
incorporada ao patrimônio municipal.

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Se a conduta imputada ao agente constitui crime em tese e também infração político-administrativa,
ambas as responsabilidade podem coexistir, não se falando em afronta ao art.4º do DL 201.

CRIMES IMPORTANTES:

I - Apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio;

Il - UTILIZAR-SE, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos;

Princípio da especialidade - Esses dois primeiros incisos são especiais em relação ao peculato.

#VAICAIIIIR - Duas observações sobre o peculato de prefeito que as provas adoram (CAI MUITO).
• PUNE-SE TAMBÉM O USO (LOGO, PECULATO DE USO PRATICADO POR PREFEITO É CRIME).
• INCLUI SERVIÇOS (QUE O PECULATO DO CP NÃO INCLUI).

III - desviar, ou aplicar indevidamente, rendas ou verbas públicas;

Princípio da especialidade - Especial em relação ao desvio de verbas.

III - desviar, ou aplicar indevidamente, rendas ou verbas públicas;

Princípio da especialidade - Especial em relação ao desvio de verbas.

VII - Deixar de prestar contas, no devido tempo, ao órgão competente, da aplicação de recursos, empréstimos
subvenções ou auxílios internos ou externos, recebidos a qualquer titulo.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA - 2. O mero fato de ter o prefeito as contas referentes a período de sua gestão
rejeitadas pelo Tribunal de Consta do Estado não é suficiente à verificação do tipo penal, impondo-se a indivi-
dualização da conduta, sob pena de responsabilização objetiva.
3. Ordem concedida para anular a denúncia. (HC 48.700/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA,
SEXTA TURMA, julgado em 04/10/2007, DJ 25/02/2008, p. 361).

PENAS:

• Inciso I e II – RECLUSÃO – 2 a 12 anos.

• Demais – DETENÇÃO – 3 meses a 3 anos (pena mínima igual ou inferior a um ano. Admitem a
suspensão condicional do processo, mas são julgados pela Justiça Comum, já que a pena má-
xima é superior a dois anos).

§ 2º A condenação definitiva em qualquer dos crimes definidos neste artigo, acarreta a perda de cargo e a
inabilitação, pelo prazo de cinco anos, para o exercício de cargo ou função pública, eletivo ou de nomea-
ção, sem prejuízo da reparação civil do dano causado ao patrimônio público ou particular.

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LEI 7.210 – LEI DE EXECUÇÃO PENAL

#NOVIDADESLEGISLATIVAS

Art. 9o-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave contra pessoa,
ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, serão submetidos,
obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, por
técnica adequada e indolor.
§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo que não tiver sido submetido à identificação do
perfil genético por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional deverá ser submetido ao procedimento
durante o cumprimento da pena.
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-se ao procedimento de identificação do perfil
genético.
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar subversão da ordem
ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção
penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características:
I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma
espécie;
II - recolhimento em cela individual;
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem realizadas em instalações equipadas para impedir
o contato físico e a passagem de objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente,
com duração de 2 (duas) horas;
IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro)
presos, desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso;
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em instalações equipadas para impedir
o contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização judicial em contrário;
VI - fiscalização do conteúdo da correspondência;
VII - participação em audiências judiciais preferencialmente por videoconferência, garantindo-se a participação
do defensor no mesmo ambiente do preso.
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos presos provisórios ou condenados, nacionais
ou estrangeiros:
I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade;
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organização
criminosa, associação criminosa ou milícia privada, independentemente da prática de falta grave.

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§ 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização criminosa, associação criminosa ou milícia
privada, ou que tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federação, o regime disciplinar dife-
renciado será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional federal.
§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar diferenciado poderá ser prorrogado sucessivamente,
por períodos de 1 (um) ano, existindo indícios de que o preso:
I - continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal de origem ou da so-
ciedade;
II - mantém os vínculos com organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, considerados tam-
bém o perfil criminal e a função desempenhada por ele no grupo criminoso, a operação duradoura do grupo, a
superveniência de novos processos criminais e os resultados do tratamento penitenciário.
§ 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar diferenciado, o preso que não receber a visita de que
trata o inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio agendamento, ter contato telefônico, que será
gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez) minutos.

Progressão de Regime

RÉU PRIMÁRIO + CRIME SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA: cumprimento de 16% da pena.
RÉU REINCIDENTE + CRIME SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA: cumprimento de 20% da pena.
RÉU PRIMÁRIO + CRIME COM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA: cumprimento de 25% da pena.
RÉU REINCIDENTE + CRIME COM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA: cumprimento de 30% da pena.
RÉU PRIMÁRIO + CRIME HEDIONDO OU EQUIPARADO: cumprimento de 40% da pena.
CRIME HEDIONDO + RESULTADO MORTE: cumprimento de 50% da pena. #SELIGA: aqui é vedado o livra-
mento condicional.
RÉU CONDENADO POR EXERCER O COMANDO, INDIVIDUAL OU COLETIVO, DE ORGANIZAÇÃO CRIMI-
NOSA ESTRUTURADA PARA A PRÁTICA DE CRIME HEDIONDO OU EQUIPARADO: cumprimento de 50%
da pena.
CRIME DE CONSTITUIÇÃO DE MILÍCIA PRIVADA: cumprimento de 50% da pena.
RÉU REINCIDENTE NA PRÁTICA DE CRIME HEDIONDO OU EQUIPARADO: cumprimento de 60% da pena.
RÉU REINCIDENTE NA PRÁTICA DE CRIME HEDIONDO OU EQUIPARADO COM RESULTADO MORTE: cum-
primento de 70% da pena.
 Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa conduta carcerá-
ria, comprovada pelo diretor do estabelecimento.

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#SELIGA: Os §§3º e 4º do art. 112 da LEP, que estabelecem a progressão de regime para mulher gestante ou que
for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência, NÃO FORAM ALTERADOS!

SAÍDA TEMPORÁRIA PERMISSÃO DE SAÍDA

Regime Semi Aberto Regime Fechado ou Semi Aberto

a) visita à família; a) falecimento ou doença grave do cônjuge,


companheira, ascendente, descendente ou
b) frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de irmão;
instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execu-
ção; b) necessidade de tratamento médico (pa-
rágrafo único do artigo 14).
c) participação em atividades que concorram para o retorno ao
convívio social.

A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da execu-


ção, ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e
dependerá da satisfação dos seguintes requisitos:
A permissão de saída será concedida pelo
 Comportamento adequado; diretor do estabelecimento onde se en-
 Cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o con- contra o preso.
denado for primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente;
 Compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.

A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) A permanência do preso fora do estabeleci-
dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante mento terá a duração necessária à finalida-
o ano. de da saída.

Obs: A ausência de vigilância direta não impede a utilização de


equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando
assim determinar o juiz da execução.
Obs.2: Não terá direito à saída temporária a que se refere
o caput deste artigo o condenado que cumpre pena por praticar
crime hediondo com resultado morte.

LEI N. 7.716/1989 - LEI DOS CRIMES RESULTANTES DE PRECONCEITO DE RAÇA OU


DE COR

Direito à igualdade – direitos humanos (objetivo fundamental da República, previsto na CF).

ART. 5º, XLII  trata-se de um mandado de criminalização: XLII - a prática do racismo constitui crime ina-
fiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

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É cabível a discriminação positiva, por exemplo: as cotas, ações afirmativas.

Tipos: raça, cor, etnia, religião, procedência nacional. CUIDADO: não há a discriminação em razão do SEXO.

CRIME DE PRECONCEITO INJÚRIA PRECONCEITUOSA (Art. 140, §3º, Código Penal)


Bem jurídico: dignidade humana. Bem jurídico: honra subjetiva.
Crime de ação pena pública incondicionada. Crime de ação penal pública condicionada à representação.
Crime inafiançável e imprescritível. Crime afiançável e prescritível.
Raça, cor, etnia, religião ou procedência nacio- Raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa ido-
nal. sa ou portadora de deficiência.
O dolo do agente é fazer a distinção da pessoa
justamente em razão de sua raça, cor, etnia, re-
O dolo do agente é ofender pessoa determinada, emitindo
ligião ou procedência da vítima nacional, sem
conceitos depreciativos, qualidades negativas.
emitir qualquer conceito depreciativo. É segre-
gar.
Intenção de ofender a coletividade de determi-
Intenção de ofender sujeito passivo determinado.
nada raça, cor, etnia...

#FICADICA
Crimes punidos somente na forma dolosa.
Todos os crimes são punidos com pena de reclusão.
REGRA: Justiça Estadual. Praticados na INTERNET: competência do local do envio da mensagem.
#AJUDAMARCINHO: Na ADO 26 (2019) o Plenário decidiu, por maioria, a tese de que até que o Congresso
Nacional edite lei específica, as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, se enquadram nos
crimes previstos na Lei 7.716/2018. O conceito de racismo ultrapassa aspectos estritamente biológicos ou feno-
típicos e alcança a negação da dignidade e da humanidade de grupos vulneráveis.
Os efeitos da condenação não são automáticos (perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e
a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses).
DESTRUIÇÃO DO MATERIAL APREENDIDO: automático.
O prazo da suspensão de funcionamento de estabelecimento particular NÃO PODE ULTRAPASSAR O PRA-
ZO DE 3 MESES. Já para o Servidor Público, constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função
pública.
Se a banca cobrar pena, lembre-se que as penas SEMPRE terão um intervalo de 2 anos de diferença (1 a 3
anos de reclusão; 2 a 4 anos de reclusão, etc.) ou 3 anos (2 a 5 anos de reclusão).

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Lei n.º 7.960/1989 – Lei de Prisão de Temporária

Crimes que admitem a prisão temporária

a) homicídio doloso;
b) sequestro ou cárcere privado;
c) roubo;
d) extorsão;
e) extorsão mediante sequestro;
f ) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
g) epidemia com resultado de morte;
h) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte;
i) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
j) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de suas formas típicas;
l) tráfico de drogas;
m) crimes contra o sistema financeiro;
n) crimes previstos na Lei de Terrorismo.
#SELIGA: a prisão temporária é também cabível nos crimes hediondos e equiparados (art. 2º, §4º, da Lei
8.072/90).

Hipóteses de cabimento

Art. 1º.
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de
sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria
ou participação do indiciado nos seguintes crimes.
#DOUTRINA MAJORITÁRIA: deve o inciso III estar sempre presente, seja combinado com o inciso I, seja
combinado com o inciso II.

Prazos

Crimes comuns: 5 + 5 dias;


Crimes hediondos e equiparados: 30 + 30 dias.

Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público (art.
2º, § 1º).

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#AJUDAMARCINHO
STJ – Não se pode decretar a prisão temporária com base na mera suposição de que o suspeito irá compro-
meter a investigação.
STJ – Se é requerida a prisão temporária, o juiz poderá entender que é caso de conceder prisão preventiva.

NOVAS REGRAS

§ 4º-A  O mandado de prisão conterá necessariamente o período de duração da prisão temporária estabelecido
no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser libertado.
§ 7º  Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela custódia deverá, inde-
pendentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já
tiver sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da prisão preventiva.
§ 8º  Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de prisão temporária.

LEI N. 8.069/90 (ECA) – DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL. DA APURAÇÃO DE


ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO A ADOLESCENTE. DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES
DE POLÍCIA PARA A INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL DE
CRIANÇA E DE ADOLESCENTE. DOS CRIMES CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE.

Trata-se de uma lei advinda de um mandado de criminalização previsto no art. 227 da Constituição Federal.

Lei aplicável a inimputáveis (menores de 18 anos). Excepcionalmente aplica dos 18 aos 21 anos.

Criança: até 12 anos; Adolescente: dos 12 anos até 18.

Cometido o ato infracional, se for CRIANÇA, aplica medida PROTETIVA. Se for adolescente, pode ser aplicado
medida SOCIEDUCATIVA + PROTETIVA.

É aplicável ao ECA: Princípio da insignificância, escusas absolutórias, regras da prescrição.

NÃO é aplicável: extradição e atenuante da confissão.

CRIANÇA: o Conselho Tutelar que aplica a medida protetiva, não sendo necessário que haja processo, nem que
seja determinado pelo juiz, SALVO: inclusão do menor em programa de acolhimento familiar, e família substituta.

ADOLESCENTE:

• Com flagrante e violência/grave ameaça: APA (auto de apreensão de adolescente).

• Com flagrante, mas SEM violência: APA ou BOC (boletim de ocorrência circunstanciado).

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Nestes casos, o delegado pode liberar ou não o adolescente:

LIBERA: os pais/responsáveis assinam compromisso de apresentar o menor ao Ministério Público;

NÃO LIBERA: quando há gravidade + repercussão, para garantir a segurança do adolescente e como garantia da
ordem pública. O menor é encaminhado ao Ministério Público, bem como o APA ou BOC em até 24 horas.

• Sem Flagrante: são realizados atos investigatórios, enviando-se ao Ministério Público um relatório de
investigação (peças de informação). Bastam INDÍCIOS de participação.

FASE PRÉ-PROCESSUAL: Oitiva informal com o Ministério Público. Prevalece que não é necessário respeitar o
contraditório e a ampla defesa nessa fase.

- Arquivamento: não há elementos mínimos;

- Remissão: juiz deve homologar e não gera maus antecedentes. Há duas espécies:

Remissão perdão: não é aplicada nenhuma medida;

Remissão transação: é aplicada medida, salvo privação da liberdade;

- Representação por aplicação de medida: semelhante a uma denúncia, independente de prova pré-cons-
tituída (STF entende que deve haver indícios mínimos).

Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o adolescente internado pro-
visoriamente, será de quarenta e cinco dias.

FASE PROCESSUAL:

• Audiência:

Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação do adolescente, de-
cidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, observado o disposto no art. 108 e parágrafo.

• Oitiva de testemunhas, adolescente, pais, e PODE ouvir profissional especializado.

Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos mes-
mos, podendo solicitar opinião de profissional qualificado.

• Remissão judicial: Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser
aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.

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• Instrução:

§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas na representação e na defesa prévia, cum-


pridas as diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional, será dada a palavra ao representante do
Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais
dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá decisão.

• Recurso – apelação – cumprimento imediato da internação:

Inf. 583 do STJ - Cumprimento imediato da internação fixada na sentença ainda que tenha havido recurso. É
possível que o adolescente infrator inicie o imediato cumprimento da medida socioeducativa de internação que
lhe foi imposta na sentença, mesmo que ele tenha interposto recurso de apelação e esteja aguardando seu jul-
gamento. Esse imediato cumprimento da medida é cabível ainda que durante todo o processo não tenha sido
imposta internação provisória ao adolescente, ou seja, mesmo que ele tenha permanecido em liberdade durante
a tramitação da ação socioeducativa. Em uma linguagem mais simples, o adolescente infrator, em regra, não
tem direito de aguardar em liberdade o julgamento da apelação interposta contra a sentença que lhe impôs a
medida de internação.

CONFISSÃO:

“Súmula 342 do STJ - No procedimento para aplicação de medida socioeducativa, é nula a desistência de outras
provas em face da confissão do adolescente.”

Entendimento STJ: A atenuante da confissão espontânea não tem aplicabilidade em sede de procedimento rela-
tivo à apuração de ato infracional.

PRESCRIÇÃO:

Aplica-se a prescrição penal do CP às medidas socioeducativas.

Se a pena for indeterminada, leva-se em conta os 3 anos da internação, salvo prazo especial, como do art.
28 da lei de drogas, que é de 2 anos.

Todos são reduzidos de metade, tendo em vista que são cometidos por menor de 21 anos (logo, de regra
prescrevem em 8 – 4 = 4).

INFILTRAÇÃO DE AGENTES POLICIAIS NA INTERNET – Lei 13.441/17

Quais crimes: arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-


B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).

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*#ATUALIZAÇÃOLEGISLATIVA #ATUALIZAOVADEMECUM #SELIGANANOVIDADE #VAICAIR:


A Lei 13.441/2017 trouxe alterações no ECA, prevendo a infiltração de agentes de polícia na internet
com o fim de investigar crimes contra a dignidade sexual de criança e de adolescente.
“Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com o fim de investigar os crimes previstos nos arts.
240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848,
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), obedecerá às seguintes regras: 
I – será precedida de autorização judicial devidamente circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os limi-
tes da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público; 
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou representação de delegado de polícia e conterá a de-
monstração de sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas
e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas pessoas; 
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o total não
exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade judicial. 
§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requisitar relatórios parciais da operação de infiltração
antes do término do prazo de que trata o inciso II do § 1º deste artigo.
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste artigo, consideram-se: 
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, término, duração, endereço de Protocolo de In-
ternet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão; 
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assinante ou de usuário registrado ou auten-
ticado para a conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário ou código de acesso tenha sido atribuído
no momento da conexão. 
§ 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não será admitida se a prova puder ser obtida por outros meios.”.
 “Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela
autorização da medida, que zelará por seu sigilo. 
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério Público
e ao delegado de polícia responsável pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo das investigações.”.
“Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para, por meio da internet, colher indícios de
autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts.
154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estrita finalidade da investigação responderá
pelos excessos praticados.”.
“Art. 190-D.  Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir nos bancos de dados próprios, mediante
procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as informações necessárias à efetividade da identidade
fictícia criada. 

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Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Seção será numerado e tombado em livro específico.”.
“Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados durante a operação deverão ser regis-
trados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório circuns-
tanciado. 
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste artigo serão reunidos em autos apartados
e apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a preservação da identida-
de do agente policial infiltrado e a intimidade das crianças e dos adolescentes envolvidos.”.

Todos os crimes são de ação penal pública incondicionada (art. 227).

Todos são dolosos, com exceção de dois:

#SELIGANALEI
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
manter registro das atividades desenvolvidas, (...)
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de identi-
ficar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, (...)
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em fla-
grante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das formalidades
legais.
#SELIGA: Por se tratar de tipo penal específico para a tutela de direitos da criança e do adolescente, o dispositivo
prevalece sobre a Lei de Abuso de Autoridade.
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata
comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
#SELIGA: Trata-se de crime próprio, somente praticável pela autoridade policial responsável pela apreensão,
ninguém mais.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem
judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.

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#SELIGA: se não houver esse elemento subjetivo específico, será o delito de subtração de incapazes do CP.
#SELIGA: Consuma-se apenas com a ocorrência do resultado. Ademais, há um especial fim de agir, consisten-
te na intenção de colocar a criança ou adolescente em lar substituto, se não houver esse elemento subjetivo
específico, será o delito de subtração de incapazes do CP.
Art. 240.  Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explí-
cito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1o  Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia
a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses
contracena.
§ 2o  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor,
curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com
seu consentimento.

#AJUDAMARCINHO - Informativo 577 do STJ - Fotografar cena e armazenar fotografia de criança ou ado-
lescente em poses nitidamente sensuais, com enfoque em seus órgãos genitais, ainda que cobertos por peças
de roupas, e incontroversa finalidade sexual e libidinosa, adequam-se, respectivamente, aos tipos do art. 240 e
241-B do ECA.
Portanto, configuram os crimes dos arts. 240 e 241-B do ECA quando fica clara a finalidade sexual e libidinosa
de fotografias produzidas e armazenadas pelo agente, com enfoque nos órgãos genitais de adolescente - ainda
que cobertos por peças de roupas -, e de poses nitidamente sensuais, em que explorada sua sexualidade com
conotação obscena e pornográfica.

Art. 241.  Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

#ATENÇÃO: A consumação do delito do artigo 241 do ECA ocorre com o ato de publicação das imagens. Tra-
ta-se de crime de mera conduta, e não de resultado. Para fixação da competência, o critério adotado pelo STJ
é o do local onde o material é disponibilizado, independentemente dos locais em que terceiros o acessam.

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#AJUDAMARCINHO: Divulgação de pornografia infantil com alcance transnacional – competência da


Justiça Federal – STJ: entende que delitos ligados à pornografia infantil com consequências transnacionais de-
vem ser processados e julgados pela Justiça Federal.
A jurisprudência do STJ entende que só a circunstância de o crime ter sido cometido pela rede mundial de com-
putadores não é suficiente para atrair a competência da justiça federal. Contudo, se constatada a internaciona-
lidade do fato praticado pela internet, é da competência da JF o julgamento de infrações previstas em tratados
ou convenções internacionais.
Competência e impossibilidade de identificação da origem – posição do STJ: caso não seja possível iden-
tificar a origem, o STJ adota o entendimento de que é competente o juízo federal que primeiro tomar conheci-
mento do fato.
Art. 241-A.  Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio,
inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena
de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1o  Nas mesmas penas incorre quem:
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de que trata
o caput deste artigo;
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata
o caput deste artigo.
§ 2o  As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste artigo são puníveis quando o responsável legal pela
prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata
o caput deste artigo.

#AJUDAMARCNHO - Informativo 603 STJ - O STF fixou a seguinte tese:
Compete à Justiça Federal proces-
sar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material pornográfico envolvendo criança ou
adolescente (arts. 241, 241-A e 241-B do ECA), quando praticados por meio da rede mundial de computadores
(internet) (Info 805).
O STJ, interpretando a decisão do STF, afirmou que, quando se fala em “praticados por meio da rede mun-
dial de computadores (internet)”, o que o STF quer dizer é que a postagem de conteúdo pedófilo-pornográfico
deve ter sido feita em um ambiente virtual propício ao livre acesso. Por outro lado, se a troca de material pedófilo
ocorreu entre destinatários certos no Brasil, não há relação de internacionalidade e, portanto, a competência é
da Justiça Estadual.
Assim, o STJ afirmou que a definição da competência para julgar o delito do art. 241-A do ECA passa pela
seguinte análise:
• Se ficar constatada a internacionalidade da conduta: Justiça FEDERAL. Ex: publicação do material feita em
sites que possam ser acessados por qualquer sujeito, em qualquer parte do planeta, desde que esteja conectado
à internet.

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• Nos casos em que o crime é praticado por meio de troca de informações privadas, como nas conversas
via WhatsApp ou por meio de chat na rede social Facebook: Justiça ESTADUAL. Isso porque tanto no aplicativo
WhatsApp quanto nos diálogos (chat) estabelecido na rede social Facebook, a comunicação se dá entre desti-
natários escolhidos pelo emissor da mensagem. Trata-se de troca de informação privada que não está acessível
a qualquer pessoa. Desse modo, como em tais situações o conteúdo pornográfico não foi disponibilizado em
um ambiente de livre acesso, não se faz presente a competência da Justiça Federal.

Art. 243.  Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a
criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar
dependência física ou psíquica:
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.     
#SELIGA: Venda de bebida alcoólica deixou de ser contravenção penal, passou a ser considerado crime e infra-
ção administrativa (art. 258-C).

Art. 244-B.  Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração
penal ou induzindo-o a praticá-la:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1o  Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de
quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet.
§ 2o  As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infração cometida ou
induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990.

#SELIGA: o crime de corrupção de menores é crime formal. Súmula 500 do STJ: “A configuração do crime do
artigo 244-B do ECA independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal”.
#ATENÇÃO: para a causa de aumento de 1/3, se a infração cometida for considerada como crime hediondo.

#AJUDAMARCINHO
Informativo 613 STJ - A prática de crimes em concurso com dois adolescentes dá ensejo à condenação por dois
crimes de corrupção de menores.
Ex: João (20 anos de idade), em conjunto com Maikon (16 anos) e Dheyversson (15 anos), praticaram um roubo.
João deverá ser condenado por um crime de roubo qualificado e por dois crimes de corrupção de menores, em
concurso formal (art. 70, 1a parte, do CP).
- Informativo 655 STJ
O delito do art. 240 do ECA é classificado como crime formal, comum, de subjetividade passiva própria, consis-
tente em tipo misto alternativo de forma que a prática de mais de um verbo típico no mesmo contexto fático
implica a subsunção típica única.

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Informativo 666 STJ:


- Juiz não pode aumentar a pena-base do crime do art. 241-A do ECA alegando que a conduta social ou a
personalidade são desfavoráveis, sob o argumento de que o réu manifestou grande interesse por material por-
nográfico.
- Em regra, não há automática consunção quando ocorrem armazenamento e compartilhamento de
material pornográfico infanto-juvenil.

ÎÎMEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS – APLICADA AOS ADOLESCENTES: advertência, prestação de serviços


à comunidade (prazo máximo de 6 meses), liberdade assistida (prazo mínimo de 6 meses), semiliberdade,
internação (prazo máximo de 3 anos, com reavaliação, no mínimo, a cada 6 meses).

PARA APLICAÇÃO: leva-se em consideração a capacidade de cumprir a medida + as circunstâncias do fato +


gravidade.

• Advertência: basta indícios para a sua aplicação;

• Prestação de serviço: no máximo 6 meses – 8h semanais;

• Liberdade assistida: MÍNIMO de 6 meses;

• Semiliberdade: atividades durante o dia + recolhido à noite. Prazo MÁXIMO: 3 anos, e a cada 6 meses
é avaliado;

• INTERNAÇÃO: medida de exceção. Taxatividade: somente nos casos do art. 122, ECA:

Grave ameaça/violência – reiteração em crimes graves – descumprimento reiterado de medida anterior

#SELIGANASÚMULA - Súmula 492-STJ: O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não con-
duz obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente. STJ. 3ª Seção, DJe
13/8/2012
#SELIGANASÚMULA – SÚMULA 265 DO STJ: É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a re-
gressão da medida socioeducativa.”.

LEI DOS CRIMES HEDIONDOS

Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados:    

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I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só
agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII);

I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o),
quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;

II – roubo: a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); b) circunstanciado pelo
emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art.
157, § 2º-B); c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º);    

III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º);

IV - extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);

V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);

VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o);

VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).

VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art.
273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998).

VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulne-
rável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).

IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-A).

Parágrafo único.  Consideram-se também hediondos, consumados ou tentados:

I - o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956;

II – o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da Lei no 10.826, de 22
de dezembro de 2003;

III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;

IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826,
de 22 de dezembro de 2003;

V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado.

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#SELIGA: o rol é taxativo, ou seja, não estiver previsto na lei não é hediondo. Além do mais, não importa
se o crime for apenas tentado, será também hediondo.

PROGRESSÃO DE REGIME:
I) Cumprir 1/6 da pena (crimes cometidos antes da Lei 11.464/07 - Súmula 471 STJ);
II) Cumprir 2/5 da pena, se réu primário, ou 3/5, se reincidente – aqui não exige reincidente específico (crimes
cometidos após a Lei 11.464/07).
III) Após a Lei 13.964/19 (NOVA REGRA – PACOTE ANTICRIME)
a) 40% da pena se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário.
b) 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for:
- Condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado o
livramento condicional;
- condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática
de crime hediondo ou equiparado; ou     
- condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada;
IV) 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado;
V) 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com resul-
tado morte, vedado o livramento condicional.

VEDAÇÕES:
a) Anistia, graça e indulto; e
b) Fiança.

INCONSTITUCIONALIDADE: A vedação da concessão de liberdade provisória sem fiança e de penas restritivas


de direitos, além do cumprimento de pena em regime integralmente fechado (SÃO INCONSTITUCIONAIS).

PRISÃO TEMPORÁRIA: Em regra, o prazo é de 5 dias + 5 dias. No caso dos crimes hediondos, o prazo da
temporária é de 30 dias + 30 dias.

#AJUDAMARCINHO – Informativo 835 STF - Os crimes de estupro e atentado violento ao pudor, mesmo
que cometidos antes da edição da Lei nº 12.015/2009, são considerados hediondos, ainda que praticados na
forma simples.

LEI N. 8.078/1990 - CRIMES CONTRA O CONSUMIDOR

Pessoal, a maioria das questões sobre crimes contra as relações de consumo perguntam se o crime está no
CDC ou na lei 8.137/90. Sugerimos a leitura dos crimes do art. 7º da lei 8.137/90, que são poucos, para não cair
nessa pegadinha. A maioria trata de venda de produtos adulterados, ou mistura de produtos. Inclui os crimes do
CDC por excesso de zelo.

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Lei 8.078/90 - CDC Lei 8.137/90

Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo


Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a no-
cividade ou periculosidade de produtos, nas embala- I - favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou
gens, nos invólucros, recipientes ou publicidade: freguês, ressalvados os sistemas de entrega ao consu-
mo por intermédio de distribuidores ou revendedores;
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de aler-
tar, mediante recomendações escritas ostensivas, sobre II - vender ou expor à venda mercadoria cuja emba-
a periculosidade do serviço a ser prestado. lagem, tipo, especificação, peso ou composição esteja
em desacordo com as prescrições legais, ou que não
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente corresponda à respectiva classificação oficial – admite
e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de modalidade culposa;
produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colo-
cação no mercado: III - misturar gêneros e mercadorias de espécies dife-
rentes, para vendê-los ou expô-los à venda como pu-
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem ros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades de-
deixar de retirar do mercado, imediatamente quando siguais para vendê-los ou expô-los à venda por preço
determinado pela autoridade competente, os produtos estabelecido para os demais mais alto custo – admite
nocivos ou perigosos, na forma deste artigo. modalidade culposa;
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, IV - fraudar preços por meio de:
contrariando determinação de autoridade competente:
a) alteração, sem modificação essencial ou de quali-
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir dade, de elementos tais como denominação, sinal ex-
informação relevante sobre a natureza, característica, terno, marca, embalagem, especificação técnica, des-
qualidade, quantidade, segurança, desempenho, dura- crição, volume, peso, pintura ou acabamento de bem
bilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços: ou serviço;
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente
oferta. oferecido à venda em conjunto;
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à
deveria saber ser enganosa ou abusiva: venda em separado;
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou d) aviso de inclusão de insumo não empregado na pro-
deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se dução do bem ou na prestação dos serviços;
comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saú-
de ou segurança: V - elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens
ou serviços, mediante a exigência de comissão ou de
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e taxa de juros ilegais;
científicos que dão base à publicidade:
VI - sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou -los a quem pretenda comprá-los nas condições publi-
componentes de reposição usados, sem autorização camente ofertadas, ou retê-los para o fim de especu-
do consumidor: lação;
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, VII - induzir o consumidor ou usuário a erro, por via
coação, constrangimento físico ou moral, afirmações de indicação ou afirmação falsa ou enganosa sobre a
falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se
procedimento que exponha o consumidor, injustifica- de qualquer meio, inclusive a veiculação ou divulgação
damente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, des- publicitária;
canso ou lazer:
VIII - destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor mercadoria, com o fim de provocar alta de preço, em
às informações que sobre ele constem em cadastros, proveito próprio ou de terceiros;
banco de dados, fichas e registros:

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IX - vender, ter em depósito para vender ou expor à


venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima
ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo
– admite modalidade culposa.
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação
sobre consumidor constante de cadastro, banco de #Causas de aumento (art. 12): São circunstâncias
dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber que podem agravar de 1/3 (um terço) até a me-
ser inexata: tade as penas previstas nos arts. 1°, 2° e 4° a 7°:
I - ocasionar grave dano à coletividade; II - ser o
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de crime cometido por servidor público no exercício
garantia adequadamente preenchido e com especifi- de suas funções; III - ser o crime praticado em
cação clara de seu conteúdo; relação à prestação de serviços ou ao comércio
de bens essenciais à vida ou à saúde.

#ATENÇÃO: Só há dois crimes que permitem a forma culposa no CDC: o que começa com “fazer afirmação
falsa” e o de “omitir dizeres”. Isso cai em prova. Todos os outros só admitem a forma dolosa.

#PEGADINHA: Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com es-
pecificação clara de seu conteúdo: as provas dizem que é mera infração administrativa, mas é crime!

#SELIGA - ASSISTENTES DA ACUSAÇÃO (art. 80 CDC): esse tema é bastante cobrado, tendo em vista o re-
gramento ser diferente do CPP. Aqui permite-se um assistente da acusação além do ofendido. O PROCON, por
exemplo, pode entrar como assistente. Ademais, o legislador permitiu às pessoas a que faz menção nos artigos
a seguir a propositura da ação penal privada subsidiária da pública.

#AJUDAMARCINHO – Informativo 560 STJ: Para caracterizar o delito previsto no art. 7º, IX, da Lei 8.137/1990
(crime contra relação de consumo), é imprescindível a realização de perícia a fim de atestar se as mercadorias
apreendidas estão em condições impróprias para o consumo, não sendo suficiente, para a comprovação da
materialidade delitiva, auto de infração informando a inexistência de registro do Serviço de Inspeção Estadual.

LEI N.º 8.137/1990 - CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, ECONÔMICA E


CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO

NATUREZA DAS INFRAÇÕES: no art. 1º da Lei 8.137/90 estão previstos os crimes materiais contra a ordem
tributária (exceto o inciso V, que é formal), pois nestes há uma conduta instrumental, que é a fraude, e uma con-
duta final, que é a supressão ou alteração do tributo. Não basta que o agente cometa as condutas previstas, pois
elas também exigem o resultado de supressão ou redução de tributo. No art. 2º, por sua vez, estão previstos os
crimes formais (exceto o inciso II, que é material).

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#SELIGANASÚMULA - Súmula Vinculante 24: “Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previs-
to no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo”.

#AJUDAMARCINHO – Informativo 819 STF: mesmo não tendo havido ainda a constituição definitiva do crédi-
to tributário, já é possível o início da investigação criminal para apurar o fato.

#AJUDAMARCINHO – STJ: nos delitos contra a ordem tributária e contra a Administração Pública é possível
o agravamento da pena-base com fundamento no prejuízo sofrido pelos cofres públicos, quando o valor do
prejuízo representa montante elevado, dada a maior reprovabilidade da conduta.

#DEOLOHONAJURIS – Informativo 611 STF: o pagamento integral do débito tributário, a qualquer tempo, até
mesmo após o trânsito em julgado da condenação, é causa de extinção da punibilidade do agente, nos termos
do art. 9º, § 2º, da Lei nº 10.684/2003. Entretanto, conforme o informativo 598 do STJ, o pagamento da pena-
lidade pecuniária imposta ao contribuinte que deixa de atender às exigências da autoridade tributária estadual
quanto à exibição de livros e documentos fiscais não extingue a punibilidade do delito. Isso porque não se ad-
equa a nenhuma das hipóteses de extinção de punibilidade previstas no § 2º do art. 9º da Lei nº 10.864/2003.

#SELIGA: Princípio da insignificância no caso de crimes tributários: STF e STJ: 20 mil reais. Esse parâmetro vale,
a princípio, apenas para os crimes que se relacionam a tributos federais.

CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA


RICA)

Entrou em vigor, após a 11ª ratificação, em 1978, no Peru.

Estrutura e objetivos: Possui 82 artigos, e prevê direitos civis e políticos, quais sejam: integridade pessoal,
proibição da escravidão, liberdade pessoal, legalidade e retroatividade, proteção da honra, liberdade de consciên-
cia, religião, pensamento, expressão, reunião, associação, proteção da família.

A Convenção estabelece, que nos países que não houverem abolido a pena de morte, ela só poderá ser
imposta pelos delitos mais graves, em cumprimento de sentença final de tribunal competente, e em conformidade
com a lei que a estabeleça. Além disso, a pena de morte não pode ser imposta contra menores de 18 anos, nem a
mulher em estado gestacional. Não pode restabelecer a pena de morte onde já a aboliram, nem a aplicar a delitos
políticos nos Estados que a admitam.

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As leis dos Estados-Partes podem ampliar o gozo ou o exercício dos direitos previstos na Convenção. A
Convenção determina que os processados devem ficar separados daqueles que já foram condenados. O Pacto
restringe a possibilidade de prisão civil apenas ao devedor inescusável de alimentos, e proíbe qualquer tipo de
trabalhos forçados, exceto ao presidiário. A convenção destaca também, o direito das pessoas perseguidas por
motivos políticos, a asilo em território estrangeiro.

1. Comissão Interamericana de DH

Possui sede em Washington, D.C, composta por 7 integrantes, mandato de 4 anos, não repetindo a nacio-
nalidade dos integrantes e podendo ser reeleitos uma única vez. A Comissão tem caráter consultivo, examinando
as comunicações, encaminhadas por indivíduos ou entidades não governamentais, que contenham denúncia a
violação de direitos consagrados pela Convenção. Para que a Comissão atue, os Estados-partes devem reconhecer
sua competência. A Comissão tem poderes para formular recomendações aos governos dos Estados-partes. Não
possui competência para determinar responsabilidade individual, apenas responsabilidade internacional de um Es-
tado-parte. Para que a comissão atue, é imprescindível que se comprove a interposição e o exaurimento prévio de
todos os recursos de jurisdição interna, exceto se foi prejudicado o acesso a eles, impedido de esgotá-los, ou existir
demora injustificada na decisão. Isso acontece em razão do caráter subsidiário da Comissão, sendo uma garantia
adicional. A Comissão, estabelecerá recomendações ao Estado em caso de denúncias, se ele não as seguir haverá
a remessa automática à Corte.

2. Corte Interamericana de DH

A Corte tem sede em São José da costa Rica, é composta por 7 juízes (não pode repetir a nacionalidade),
eleitos para mandatos de 6 anos, podendo serem reeleitos uma vez. A Corte possui atribuição consultiva e con-
tenciosa ( jurisdicional), podendo julgar casos, basta que o Estado a reconheça para tanto.

Os casos serão submetidos à Corte pelos Estados-partes e pela Comissão Interamericana. Excepcional-
mente, pessoas e organizações não governamentais poderão peticionar diretamente à Corte, mas somente para
solicitar medidas provisórias em casos que já estejam sob sua análise. Não possui competência para determinar
responsabilidade individual, apenas responsabilidade internacional de um Estado-parte.

Embora consagre o duplo grau de jurisdição no direito interno dos Estados, perante a Corte as sentenças
proferidas por ela são definitivas e inapeláveis. Em caso de divergência sobre sentido ou alcance da sentença, a
Corte poderá interpelar, a pedido das partes, desde que o pedido seja feito em até 90 dias a partir da data da
notificação da sentença.

EXEQUIBILIDADE DOMÉSTICA DAS DECISÕES DA CORTE: a Corte poderá fixar indenização compensatória,
podendo ser executada no Estado respectivo.

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3. Presença da Convenção no Brasil

Aprovada e promulgada em 1992. As normas internas poderão ampliar os direitos da convenção, mas não os
restringir. Em 2008, o STF concedeu valor constitucional ao Pacto, bem como aos Tratados sobre DH, entendendo
que a internalização no ordenamento jurídico dos Tratados tem o condão de paralisar a eficácia jurídica de toda e
qualquer disciplina normativa infraconstitucional com ela conflitante. E em razão disto, restou proibida a prisão civil
do depositário infiel, criando-se a Súmula Vinculante 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que
seja a modalidade de depósito.

Em relação às visitas e inspeções in loco realizadas pela Comissão, o Brasil não reconheceu o direito auto-
mático das visitas, dependendo estas inspeções de anuência prévia do Estado. Além disso, quanto as decisões
proferidas pela Corte, quando não implementadas pelo Estado, podem ser executadas como título executivo judi-
cial perante a vara federal competente territorialmente.

Lei n. 8.666/93 - Lei de Licitações

Bem jurídico tutelado pelo direito penal é a moralidade administrativa, especialmente quanto aos princí-
pios da competitividade e da isonomia.

O sujeito ativo dos crimes previstos nessa lei é o “servidor público”, cujo conceito está expresso no art. 84
do diploma legal, à semelhança da norma penal explicativa contida no art. 327 do Código Penal.

O sujeito passivo é o ente público no âmbito do qual se dá o procedimento licitatório. Secundariamente,


poderão ser vítimas o servidor ou outros participantes do certame.

Principais crimes:

Art. 89.  Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades
pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:

Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único.  Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da
ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público.

Art. 90.  Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do
procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do
objeto da licitação:

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Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

#SELIGA: a anulação do procedimento licitatório não afasta a tipicidade da conduta do agente.

Art. 95.  Afastar ou procurar afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de van-
tagem de qualquer tipo:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida.

#ATENÇÃO: É crime de atentado, que se consuma com o mero fato de procurar afastar o licitante, de
modo que não há possibilidade de tentativa.
#SELIGA: esse é especial em relação aos dos arts. 90 e 93, que também se dão por meio de fraude.

ASPECTOS PROCESSUAIS IMPORTANTES:

Art. 100.  Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, cabendo ao Ministério Público
promovê-la.

Art. 101.  Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-
-lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a ocorrência.

Parágrafo único.  Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo apre-
sentante e por duas testemunhas.

Art. 103.  Será admitida ação penal privada subsidiária da pública, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplican-
do-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal.

Art. 104.  Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita,
contado da data do seu interrogatório, podendo juntar documentos, arrolar as testemunhas que tiver, em número
não superior a 5 (cinco), e indicar as demais provas que pretenda produzir.

Art. 108.  No processamento e julgamento das infrações penais definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas
execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão, subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Lei de Execução
Penal.

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LEI N. 9.099/1995 - JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS

PRINCÍPIOS (art. 62): oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade.

COMPETÊNCIA (art. 63): infrações penais de menor potencial ofensivo (contravenção penal e crimes com pena
máxima não superior a 2 anos, cumulada ou não com multa). Adotou a teoria da atividade e não do resultado.

Modificação da competência: conexão e continência; quando não conseguir citar (somente citação pes-
soal, não cabe por edital); em razão da complexidade (remete ao sumário).

#IMPORTANTE! No caso de concurso de crimes, deve ser analisada a pena máxima com a causa de aumento
máxima ou, se diante de causa de diminuição, parte-se da causa mínima para fins de adequação ao rito pro-
cessual. Agravantes e atenuantes não são consideradas para fins de fixação de competência no que tange ao
juizado criminal.

FLAGRANTE DE CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO: se o capturado assumir o compromisso de com-


parecer ao juizado ou a ele comparecer imediatamente, não será lavrado o APF, mas tão somente o TCO, com sua
imediata liberação.

MEDIDAS DESPENALIZADORAS: composição civil dos danos, transação penal, representação nos crimes de le-
sões corporais leves e culposas, suspensão condicional do processo.

COMPOSIÇÃO CIVIL DOS DANOS: na ação penal privada, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito
de queixa, com a extinção da punibilidade. Em se tratando de ação penal pública condicionada à representação,
acarreta a renúncia ao direito de representação, extinguindo-se a punibilidade.

Transação Penal Suspensão Condicional do Processo

Pena Pena máxima </= 2 anos Pena mínima </= 1 ano


- Não ser reincidente em crime com PPL; - Não estar sendo processado ou condenado
por crime;
- Não ter sido beneficiado pelo instituto
Requisitos nos últimos 5 anos; - Requisitos do sursis da pena;
- Art. 59 CP favorável. - Art. 59 CP favorável.
- Reparação dos danos;
- Proibição de frequentar lugar e de se ausentar
da comarca, sem autorização;
Aplicação de uma PRD ou multa.
Consequência - Comparecer mensalmente em juízo;
- Outras condições judiciais.
#Período de prova: 2 a 4 anos.

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- Caso seja descumprida, a ação poderá Não reparar o dano ou for processado por cri-
Revogação ser proposta. Súmula Vinculante 35*. me.
obrigatória

Ser processado por contravenção penal ou não


Revogação cumprir as demais condições.
Facultativa
- Momento: antes do recebimento da
denúncia; - Juiz pode determinar outras condições,
- Não se trata de processo penal, mas de como prestação de serviços à comunidade ou
procedimento. prestação pecuniária (STJ);
Causas espe- - Não gera reincidência ou maus ante- - Pode ser revogada mesmo após o período
ciais de prova;
cedentes;
- Cabe apelação contra a decisão que - Suspende o prazo prescricional.
homologa.

#DEOLHONASÚMULA #SELIGA
Súmula Vinculante 35: A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coi-
sa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério
Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito
policial.
Súmula 696 do STF: Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, mas
se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral,
aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal.

Lei 9.296/96 – LEI DE INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS

Dispõe o artigo 5º, inciso XII, da Constituição Federal, “é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual”.

Terminologias:

I – Interceptação telefônica (em sentido estrito): é a captação da conversa telefônica por um terceiro,
SEM o conhecimento dos dois interlocutores.

II – Escuta telefônica: é a captação da conversa telefônica por um terceiro, COM o conhecimento de ape-
nas um dos interlocutores.

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III – Gravação telefônica (ou gravação clandestina): é a gravação da conversa telefônica por um dos
interlocutores, sem o conhecimento do outro.

IV – Comunicação ambiental: é a conversa mantida entre duas ou mais pessoas sem a utilização do tele-
fone, em qualquer ambiente, público ou privado.

V – Interceptação Ambiental: é a captação da comunicação no próprio ambiente dela, por um terceiro,


SEM o conhecimento dos interlocutores.

VI – Escuta Ambiental: é a captação da comunicação, no ambiente dela, feita por um terceiro, com o
conhecimento de apenas um dos interlocutores.

VII – Gravação Ambiental: é a captação no ambiente da comunicação feita por um dos próprios interlocutores.

#SELIGA: O STF e o STJ entendem que a Lei de Interceptação Telefônica somente se aplica para as situações de
Interceptação telefônica e a escuta telefônica, porque somente nessas duas situações existe uma comunica-
ção telefônica e um terceiro interceptador.

ÎÎNão é válida a interceptação telefônica realizada sem prévia autorização judicial, ainda que haja posterior
consentimento de um dos interlocutores para ser tratada como escuta telefônica e utilizada como prova em
processo penal.

ÎÎNão é necessária a transcrição integral dos diálogos. Basta que sejam transcritos os trechos necessários ao
embasamento da denúncia oferecida e que seja entregue à defesa todo o conteúdo das gravações em mídia
eletrônica.

O legislador optou pela formulação negativa dos requisitos que permitem a autorização de uma intercep-
tação telefônica. Uma leitura a contrário senso do artigo 2º e em consonância com a CF, elenca como requisitos:

a) Ordem judicial devidamente fundamentada;

b) Nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer;

c) Para fins de investigação criminal (medida cautelar preparatória) ou instrução processual penal (medida cau-
telar incidental);

d) Presença de indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;

e) A prova não puder ser feita por outros meios disponíveis;

f ) Infração penal punida com pena de reclusão.

ÎÎExcepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado VERBALMENTE, caso em que a con-
cessão será condicionada à sua redução a termo.

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INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS
a) Indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal;
b) A prova não pode ser feita por outros meios disponíveis;
c) O crime tem que ser punido com pena de reclusão;

REQUISITOS OBS. NOVA REGRA (PACOTE ANTICRIME): No caso de captação ambiental de sinais eletromag-
néticos, ópticos ou acústicos a exigência é para crimes com penas máximas superiores a 04 anos e
o requerimento deve descrever circunstanciadamente o local e a forma de instalação do dispositivo
de captação ambiental. (art. 8º-A)
OBS2 (PACOTE ANTICRIME): Aplicam-se subsidiariamente à captação ambiental as regras previs-
tas na legislação específica para interceptação telefônica e telemática.
Pode ser representada:
 Pela Autoridade Policial, em sede de investigação criminal;
 Pelo Ministério público em sede de investigação e instrução processual penal;
AUTORES
OBS: Ao contrário do que consta na lei, o magistrado não pode determinar a interceptação, pois
tal atitude violaria o sistema acusatório estabelecido pelo nosso ordenamento jurídico.
OBS. 2: É lícita a interceptação autorizada por um magistrado aparentemente competente ao tempo
da decisão e que, posteriormente venha a ser declarado incompetente (Teoria do juízo aparente).
15 dias renováveis por decisão judicial.*
PRAZO *OBS: O entendimento majoritário é que o prazo de interceptação pode ser renovado indefinida-
mente, desde que comprovada a indispensabilidade do meio de prova.
I – Realizar interceptação telefônica ou telemática, promover escuta telefônica ou mesmo quebrar
segredo de justiça sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei – Pena de 2 a
4 anos, mais multa. ATENÇÃO: o mesmo vale pra autoridade que determina.
II – (NOVO) Realizar captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos para
CRIMES investigação ou instrução criminal sem autorização judicial, quando esta for exigida. Pena de 2 a 4
anos, mais multa. (PACOTE ANTICRIME)
• Não haverá crime se feito por um dos interlocutores;
• Pena em dobro se funcionário público determinar a quebra do sigilo das investiga-
ções ou se revelar conteúdo protegido por sigilo judicial.
“A descoberta de fatos novos advindos do monitoramento judicialmente autorizado pode resultar
na identificação de pessoas inicialmente não relacionadas no pedido da medida probatória, mas
que possuem estreita ligação com o objeto da investigação. Tal circunstância não invalida a utiliza-
ção das provas colhidas contra esses terceiros” (STJ, RHC 28794)
SERENDIPI-
DADE “As comunicações telefônicas do investigado legalmente interceptadas podem ser utilizadas para
formação de prova em desfavor do outro interlocutor, ainda que este seja advogado do investiga-
do” (RMS 33.677/SP).

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#SELIGA
a) “sala de bate papo” da internet: segundo o STJ, salas de bate papo da internet não possuem proteção do
sigilo das comunicações, já que o ambiente virtual é de acesso irrestrito e destinado a conversas informais.
b) e-mail corporativo: compreende a comunicação eletrônica disponibilizada ao empregado para fins estrita-
mente profissionais, podendo o empregador monitorar e rastrear a atividade do empregado no ambiente de
trabalho, daí por que não se pode considerar ilícita a prova assim obtida.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA
Informativo 583 STJ: Sem prévia autorização judicial, são nulas as provas obtidas pela polícia por meio da extra-
ção de dados e de conversas registradas no WhatsApp presentes no celular do suposto autor de fato delituoso,
ainda que o aparelho tenha sido apreendido no momento da prisão em flagrante.
Informativo 648 STJ: É dever do Estado a disponibilização da integralidade das conversas advindas nos autos
de forma emprestada, sendo inadmissível a seleção pelas autoridades de persecução de partes dos áudios
interceptados.

Informativo 834 STF: A prova colhida mediante autorização judicial e para fins de investigação ou processo
criminal pode ser utilizada para instruir procedimento administrativo punitivo. Assim, é possível que as provas
provenientes de interceptações telefônicas autorizadas judicialmente em processo criminal sejam emprestadas
para o processo administrativo disciplinar.

#APROFUNDANDO – Interceptação de prospecção: é aquela realizada de forma pré-delitual, fundada ape-


nas na conjectura ou periculosidade de uma situação ou de uma pessoa, ou seja, utilizada para verificar se uma
determinada pessoa, contra a qual inexiste qualquer indício, está ou não cometendo algum crime. A intercepta-
ção de prospecção não é aceita em nosso ordenamento jurídico, uma vez que somente admitimos intercepta-
ção pós-delitual.

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LEI 9.455/97 - LEI DE TORTURA

Constitui crime de tortura (Tortura propriamente dita)


Tortura punitiva/vindicativa ou
Tortura probatória Tortura discriminatória
intimidatória
Art. 1º. Art. 1º. Art. 1º.
I - constranger alguém com I - constranger alguém com em- I - constranger alguém com
emprego de violência ou grave prego de violência ou grave ame- emprego de violência ou grave
ameaça, causando-lhe sofri- aça, causando-lhe sofrimento ameaça, causando-lhe sofri-
mento físico ou mental: físico ou mental: mento físico ou mental:
a) com o fim de obter informa- b) para provocar ação ou omissão c) em razão de discriminação ra-
ção, declaração ou confissão da de natureza criminosa; cial ou religiosa;
vítima ou de terceira pessoa;
Também constitui crime de tortura
Tortura castigo Tortura sem motivação Tortura imprópria ou do garante
Art. 1º. II - submeter alguém, Art. 1º. § 1º. Na mesma pena in- Art. 1º. § 2º Aquele que se omite
sob sua guarda, poder ou autori- corre quem submete pessoa presa em face dessas condutas, quan-
dade, com emprego de violência ou sujeita a medida de segurança do tinha o dever de evitá-las ou
ou grave ameaça, a intenso so- a sofrimento físico ou mental, por apurá-las, incorre na pena de de-
frimento físico ou mental, como intermédio da prática de ato não tenção de um a quatro anos.
forma de aplicar castigo pessoal previsto em lei ou não resultante
ou medida de caráter preventivo. de medida legal.

99Causas de aumento: Tortura praticada por agente público; tortura contra criança ou adolescente, ges-
tante, portador de deficiência, maior de 60 anos; tortura mediante sequestro (tem que ser meio para
a tortura).
99Não admite fiança, mas admite liberdade provisória. É prescritível.
99Extraterritorialidade da lei de tortura: É aplicada ao crime de tortura ocorrido fora do Brasil, se a vítima
for brasileira e o torturador se encontrar em território nacional.
99Competência: Em regra é da Justiça Estadual. O fato de o crime de tortura ter sido praticado contra
brasileiros no exterior não torna, por si só, a Justiça Federal competente para processar e julgar os agentes
estrangeiros.

Efeito da condenação: Perda do cargo, função ou emprego público e interdição pelo dobro do prazo da pena
para seu exercício (§5º). Tais efeitos são automáticos.

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#SELIGA:
A Convenção contra a Tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanas ou degradantes (1984)
rotulou o delito de tortura como próprio, só podendo ser praticado por funcionário público ou pessoa no exer-
cício da função pública. No entanto, a lei 9.455/97, em regra, não exige qualidade ou condição especial do
agente.

#AJUDAMARCINHO: Existe um julgado da 1ª Turma do STF afirmando que o regime inicial no caso de tortura
deveria ser obrigatoriamente o fechado. Pensamos que se trata de uma posição minoritária e isolada do Min.
Marco Aurélio. Não há fundamento que justifique o § 1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90 (que obriga o regime inicial
fechado para crimes hediondos) ter sido declarado inconstitucional e o § 7º do art. 1º da Lei nº 9.455/97 (que
prevê regra semelhante para um crime equiparado a hediondo) não o ser. Em provas de concurso, deve-se
ter atenção para a redação do enunciado.

Lei n. 9.503 – Código de Trânsito Brasileiro

O Brasil foi signatário da Convenção de Viena sobre o Trânsito Viário, obrigando-o a regulamentar a segu-
rança viária.

Bem tutelado: segurança viária (primário) e a vida humana, saúde, paz social (secundário).

Lei 9099 (TC, composição civil, penas restritivas, transação): aplica aos crimes de lesão corporal (ação penal
pública condicionada a representação)  SALVO se o agente estiver sob influência de álcool/substância psicoativa
– participando de competição/racha – transitando com velocidade em 50km/h a mais que o permitido.

Se o agente estiver em uma dessas condições NÃO APLICA A 9099, e será ação penal pública incondicio-
nada!!

Suspensão/Proibição da habilitação: aplicada de forma ISOLADA ou CUMULATIVA.

PODE SER MEDIDA CAUTELAR.

Prazo: 2 meses a 5 anos – 48h para entregar a carteira; Se não entregar, é crime (art.307, §único).

Não incide enquanto o agente estiver preso.

Se o agente for REINCIDENTE: DEVE aplicar a suspensão/proibição. Juiz, Delegado, MP podem pedir como
medida cautelar a suspensão/proibição.

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Nos crimes desta lei: PRESTANDO pronto e integral SOCORRO não se impõe flagrante, nem se exige
fiança.

CRIMES:

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A pena restritiva de direito aplicada nos crimes previstos no CTB será de prestação de serviço à comuni-
dade ou a entidade pública nas instituições de resgate de corpo de bombeiros especializados em atendimento a
vítimas de acidente de trânsito, em prontos-socorros que recebam vítimas de acidente de trânsito, em instituições
de recuperação de acidentados, outras instituições relacionadas ao atendimento de vítimas de acidente de trânsito.

JURISPRUDÊNCIA:
STJ – Info 606 – Em caso de concurso formal de crimes, o perdão judicial concedido a um dos crimes não ne-
cessariamente abrange o outro. Ex: agente provoca a morte, de forma imprudente, no trânsito de sua noiva e
um amigo. O juiz concedeu perdão judicial quanto à noiva, subsistindo a punibilidade quanto à morte o amigo.
STJ – Info 623 – O simples fato de conduzir o veículo sob efeito de álcool não gera presunção de dolo eventual.
Deve-se analisar os outros elementos (a forma como dirigia, as circunstâncias…).
STJ – Info 641 – é atípica a conduta do art. 307 quando a suspensão ou proibição advém de restrição imposta
por decisão administrativa. Tem que ser decisão judicial para incidir.
#AJUDAMARCINHO
Informativo 581 STJ: O fato de o condutor, que causa um homicídio culposo, estar com a CNH vencida não se
enquadra na causa de aumento do inciso I do § 1º do art. 302 do CTB.
Informativo 923 STF: O art. 305 é constitucional e não viola o princípio da não autoincriminação.

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LEI Nº 9.605/1998 - LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS

Ao aplicar a pena, além de obedecer aos critérios da parte geral, no crime ambiental, deve atentar-se aos
seguintes elementos: gravidade do crime; antecedentes ambientais do réu; situação econômica do réu.

ÎÎÉ possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da res-
ponsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. A jurisprudência não mais adota a cha-
mada teoria da “dupla imputação”. Contudo, a pessoa jurídica, mesmo podendo ser sujeito passivo de crimes
ambientais, não pode ser paciente de habeas corpus, apenas impetrante, o que não afasta a possibilidade
de ser beneficiada indiretamente por um HC trancativo.

ÎÎÉ possível aplicação do princípio da insignificância nos crimes ambientais.

ÎÎEm regra, configura crime de competência da Justiça estadual, salvo:

¾¾Tráfico internacional de animais é de competência da justiça federal. Exportar peles e couros de anfíbios e
répteis também.

¾¾Se o animal estiver na lista do IBAMA dos animais ameaçados de extinção, a competência será da justiça
federal.

¾¾Crime de liberação de OGM (organismo geneticamente modificado – Ex.: Soja transgênica) no meio ambien-
te será julgado pela justiça federal, já que os efeitos do crime extrapolam as fronteiras do estado onde está
o OGM.

¾¾Praticado em Unidade de conservação por órgão federal.

#AJUDAMARCINHO – Informativo 602 STJ - Não se configura o crime previsto no art. 34 da Lei nº 9.605/98
na hipótese em que há a devolução do único peixe – ainda vivo – ao rio em que foi pescado.

PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO: prestação de serviços à comunidade; interdição temporária de direitos – 5


anos nos crimes dolosos e 3 anos nos crimes culposos; suspensão parcial ou total de atividades; prestação pe-
cuniária; recolhimento domiciliar.
#NÃOCONFUNDA: no CP temos limitação de final de semana e perda de bens e valores como PRD, mas não
temos suspensão parcial ou total de atividades e recolhimento domiciliar.

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PENAS APLICADAS AS PESSOAS JURÍDICAS: multa; restritivas de direitos (suspensão parcial ou total de
atividades; interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; proibição de contratar com o Poder
Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações que não poderá exceder o prazo de 10 anos);
prestação de serviços à comunidade (custeio de programas e de projetos ambientais; execução de obras de
recuperação de áreas degradadas; manutenção de espaços públicos; contribuições a entidades ambientais ou
culturais públicas).

ÎÎSUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE PELA PENA RESTRITIVA DE DIREITOS: nos crimes
culposos a pena do crime deve ser inferior a 4 anos, ao contrário do CP em que a pena deve ser de 04 anos.

ÎÎTRANSAÇÃO PENAL: exige a prévia composição do dano ambiental atestada pelo laudo competente.

ÎÎSUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO: admite-se em sede de crimes ambientais, desde que a pena
mínima cominada seja igual ou inferior a 1 ano. Exige-se ainda:

a. Reparação do dano ambiental (laudo de constatação da reparação do dano para fins de extinção da
punibilidade após o período de prova.);

b. Caso não tenha havido a reparação integral é possível prorrogação [4 anos + 1 ano];

c. Após os 5 anos, se não houver reparação, poderá ser prorrogado por mais 5 anos;

d. Esgotado o prazo máximo à declaração de extinção, faz‐se um novo laudo de avaliação.

#AJUDAMARCINHO
Informativo 625 STJ - A assinatura do termo de ajustamento de conduta com órgão ambiental não impede
a instauração de ação penal. STJ.

LIQUIDAÇÃO FORÇADA: a pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir,
facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será
considerado instrumento do crime e, como tal, perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional.

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA: condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos.

#NÃOCONFUNDA: no CP a pena deve ser não superior a 2 anos.

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde
humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora.

Pena — reclusão, de um a quatro anos, e multa.

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#JURISPRUDÊNCIA
Informativo 597 STJ - O crime de edificação proibida (art. 64 da Lei 9.605/98) absorve o crime de destruição
de vegetação (art. 48 da mesma lei) quando a conduta do agente se realiza com o único intento de construir
em local não edificável.
Informativo 624 STJ - O delito previsto na primeira parte do artigo 54 da Lei nº 9.605/1998 possui natureza
formal, sendo suficiente a potencialidade de dano à saúde humana para configuração da conduta delitiva, não
se exigindo, portanto, a realização de perícia.
Informativo 667 STJ (2020): Se a ré pratica o crime de poluição qualificada e não toma providências para re-
parar o dano, entende-se que continua praticando ato ilícito em virtude da sua omissão, devendo, portanto, ser
considerado que se trata de crime permanente.

LEI N. 9.613/1998 - LEI DE LAVAGEM DE DINHEIRO


É crime formal e doloso. Prevalece que o bem jurídico protegido é a ordem econômico-financeira.

Admite dolo eventual, não sendo necessário que o agente tenha conhecimento específico da infração an-
tecedente praticada, bastando para a reprovação que tenha conhecimento da origem e natureza delituosa dos
valores, bens ou direitos envolvidos. Todos podem ser praticados com dolo eventual, exceto no crime de:
participar de grupo “tendo conhecimento”, que exige dolo direto.

Teoria da cegueira deliberada (evitação de consciência): como o crime só é punido a título de dolo e não
culpa (exige consciência da origem ilícita dos bens), o sujeito coloca barreiras para não saber da ilicitude do bem,
para depois alegar falta de elemento cognitivo. Isso porque, na hipótese de o agente desconhecer a origem ilícita
do bem, ainda que por erro evitável, ele não responde (seria culpa). No entanto, entende-se que colocar essas
barreiras, quando se tinha a possibilidade de saber, tem grau tão elevado quanto o dolo eventual (assumiu o risco),
devendo responder pela lavagem.

#ATENÇÃO! Não basta mera utilização, mero aproveitamento do produto do crime anterior. Tem que ter o dolo
de ocultar, de dissimular.

#OLHAOGANCHO - GERAÇÕES DA LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS:


1ª Geração: Somente o tráfico poderia configurar como infração Penal antecedente;
2ª Geração: Amplia-se o rol de crimes antecedentes, porém este continua sendo taxativo;
3ª Geração: Qualquer infração penal pode ser antecedente do crime de lavagem. A Doutrina majoritária enten-
de que até mesmo Contravenções Penais podem configurar infração antecedente.

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COMPETÊNCIA: deve ser analisada à luz da infração penal antecedente. Se a infração antecedente for de com-
petência da justiça federal ou atentar contra o Sistema Financeiro Nacional, ordem econômico-financeira e bens,
interesses ou serviços da União, ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, a competência será da
justiça federal.

FASES DO CRIME DE LAVAGEM (C.D.I)


1ª fase Colocação (Placement)
2º fase Dissimulação (Layering)
3ª fase Integração (Integration)

ÎÎNATUREZA ACESSÓRIA (DELITO DE FUSÃO, PARASITÁRIO): depende da prática de uma infração anterior.
Única condição para ser delito antecedente do crime de lavagem é gerar bens, direitos ou valores passíveis
de mascaramento. Prevaricação, por exemplo, não pode. Mesmo que o anterior seja tentado, se gerou bens,
é possível a ocorrência da lavagem (salvo se o anterior for contravenção, pois não é punida sua tentativa).
#SELIGA: como admite qualquer infração como antecedente, é possível a lavagem em cadeia ou lavagem
da lavagem.

• SUJEITO ATIVO: pode ser qualquer pessoa, inclusive o autor da infração anterior. É diferente da re-
ceptação, em que o sujeito ativo não pode ter participado da infração anterior. Como pode ter como
autor inclusive o da infração antecedente e não é absorvido pelo crime antecedente, é possível a au-
tolavagem (autobranqueamento).

#ATENÇÃO: Não há relação de prejudicialidade entre a lavagem e a infração anterior. Independe do pro-
cesso e julgamento das infrações anteriores, ainda que praticadas em outro país, cabendo ao juiz decidir sobre
a unidade de processos.

ÎÎBasta que haja indícios suficientes da existência da infração antecedente (JUSTA CAUSA DUPLICADA), ain-
da que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade da infração antecedente (#ALER-
TA: exceto se extinta por anistia ou abolitio criminis.). Adota-se a teoria da acessoriedade limitada: se exclui
tipicidade e ilicitude, não há lavagem. Se exclui culpabilidade ou punibilidade, há mesmo assim (salvo abolitio
criminis e anistia).

ÎÎNa denúncia pelo crime de lavagem de dinheiro, não é necessário que o Ministério Público faça uma descri-
ção exaustiva e pormenorizada da infração penal antecedente, bastando a presença de indícios suficientes
de que o objeto material da lavagem seja proveniente, direta ou indiretamente, de infração penal. (Corte
Especial, STJ 657)

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ABSOLVIÇÃO DA INFRAÇÃO ANTECEDENTE

NÃO HAVERÁ LAVAGEM HAVERÁ

Anistia e abolitio criminis da infração anterior; Extinção da punibilidade da infração anterior;

Isento (culpabilidade) ou desconhecido o autor da


Exclusão da tipicidade e ilicitude;
infração anterior;

Absolvição por inexistência do fato ou atipicidade. Absolvição geral.

#ATENÇÃO: A lei 13.964/19 (pacote anticrime) incluiu previsão expressa da possibilidade de se usar dos institutos
da ação controlada e infiltração de agentes na apuração de crimes de lavagem (§6º, art. 1º).

#AJUDAMARCINHO: Informativo 866 STF: a. Se a lavagem de dinheiro envolveu valores vultosos, a pena-ba-
se poderá ser aumentada (“consequências do crime”) tendo em vista que, neste caso, considera-se que o delito
violou o bem jurídico tutelado de forma muito mais intensa do que o usual. b. A pena-base pode ser aumen-
tada, no que tange às “circunstâncias do crime”, se a lavagem de dinheiro ocorreu num contexto de múltiplas
transações financeiras e de múltipla transnacionalidade, o que interfere na ordem jurídica de mais de um Estado
soberano. c. Se um Deputado Federal que exerce mandato há muitos anos é condenado, o órgão julgador
poderá aumentar a pena-base atribuindo destaque negativo para a “reprovabilidade”. d. O delito de lavagem
de bens, direitos ou valores (“lavagem de dinheiro”), previsto no art. 1º da Lei nº 9.613/98, quando praticado na
modalidade de ocultação, tem natureza de crime permanente. e. A característica básica dos delitos permanentes
está na circunstância de que a execução desses crimes não se dá em um momento definido e específico, mas em
um alongar temporal. Quem oculta e mantém oculto algo, prolonga a ação até que o fato se torne conhecido.
Assim, o prazo prescricional somente tem início quando as autoridades tomam conhecimento da conduta do
agente.
#DIZERODIREITO - Informativo 904 STF: Recebimento de propina em depósitos bancários fracionados pode
configurar lavagem.

LEI N 10.671/03 – ESTATUTO DO TORCEDOR

#SELIGA #ALTERAÇÃOLEGISLATIVA #DIZERODIREITO:


O denominado “Estatuto do Torcedor” é a Lei nº 10.671/2003, que estabelece normas de proteção e defesa do
torcedor.
A Lei nº 13.912/2019 promoveu duas alterações no Estatuto do Torcedor:
1) Modificou a redação do art. 39-A.

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O art. 39-A do Estatuto do Desarmamento previa que a torcida organizada que causasse tumulto, invasão ou
violência poderia ficar proibida de comparecer em eventos desportivos pelo prazo de até 3 anos. Esse prazo foi
ampliado para 5 anos:

ALTERAÇÃO NO ART. 39-A DO ESTATUTO DO TORCEDOR (LEI 10.671/2003)


Antes da Lei 13.912/2019 Depois da Lei 13.912/2019 (atualmente)
Art. 39-A. A torcida organizada que, em evento es- Art. 39-A. A torcida organizada que, em evento
portivo, promover tumulto; praticar ou incitar a vio- esportivo, promover tumulto, praticar ou incitar a
lência; ou invadir local restrito aos competidores, violência ou invadir local restrito aos competidores,
árbitros, fiscais, dirigentes, organizadores ou jorna- árbitros, fiscais, dirigentes, organizadores ou jorna-
listas será impedida, assim como seus associados ou listas será impedida, assim como seus associados ou
membros, de comparecer a eventos esportivos pelo membros, de comparecer a eventos esportivos pelo
prazo de até 3 (três) anos. prazo de até 5 (cinco) anos.
2) Inseriu um novo artigo (o art. 39-C):

NOVO ART. 39-C DO ESTATUTO DO TORCEDOR

- invadir local de treinamento; ... poderá sofrer duas consequências:


- promover ou participar de 1) ficar impedida de comparecer em eventos
A torcida organizada
confronto entre torcedores; ou desportivos por até 5 anos; e
que...
- praticar ilícitos contra profis- 2) responder civilmente, de forma objetiva e
sionais ligados ao esporte. solidária, pelos danos causados.

Veja a redação do dispositivo:


Art. 39-C. Aplica-se o disposto nos arts. 39-A e 39-B à torcida organizada e a seus associados ou membros en-
volvidos, mesmo que em local ou data distintos dos relativos à competição esportiva, nos casos de:
I - invasão de local de treinamento;
II - confronto, ou induzimento ou auxílio a confronto, entre torcedores;
III - ilícitos praticados contra esportistas, competidores, árbitros, fiscais ou organizadores de eventos esportivos
e jornalistas voltados principal ou exclusivamente à cobertura de competições esportivas, mesmo que, no mo-
mento, não estejam atuando na competição ou diretamente envolvidos com o evento.
As alterações acima explicadas entraram em vigor no dia 26/11/2019 e, por serem mais gravosas, não se aplicam
a fatos ocorridos antes da sua vigência.

#DEOLHONAJURIS: Cambista é a pessoa que vende ingressos com ágio, fora das bilheterias dos teatros, es-
tádios etc. O cambista comete o delito previsto no art. 41-F da Lei 10.671/2003 (Estatuto do Torcedor): “Vender
ingressos de evento esportivo, por preço superior ao estampado no bilhete”. Para a configuração do crime de
cambismo, não é necessário provar que, no momento da oferta, não havia ingressos disponíveis na bilheteria.

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O tipo penal não exige essa circunstância e o simples fato de oferecer o ingresso com preço superior ao da face
já é conduta que ofende o bem jurídico protegido. O cambismo é comportamento dotado de reprovabilidade
penal pela simples razão de envolver a exploração, artificiosa, de um bem finito: a quantidade de lugares nos
estádios. STJ. 6ª Turma. RHC 47835-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 9/12/2014 (Info 554).

Lei n. 10.741/03 – Estatuto do Idoso

Art. 1 º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos.

Logo, idoso é: Maior OU IGUAL a 60 anos.

#ATENÇÃO - O art. 61, li, alínea h do CP, trata da circunstância agravante de crime praticado contra pessoa maior
de 60 anos. Como todos os delitos previstos no Estatuto do Idoso têm como sujeito passivo pessoa com
idade igual ou superior a sessenta anos (elemento do tipo), não poderá incidir a circunstância mencio-
nada, sob pena bis in idem.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA - O Estatuto do Idoso, ao considerar como idosa a pessoa a partir de 60
(sessenta) anos de idade, não alterou o artigo 115 do Código Penal, que prevê a redução do prazo prescricional
apenas quando o acusado é maior de 70 (setenta) anos de idade ao tempo da sentença condenatória. Prece-
dentes do STJ e do STF. HC 284456. Rei. Min. Jorge Mussi, julgado em 22/04/2014.

APLICAÇÃO DO PROCEDIMENTO DA LEI 9.099

Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, apli-
ca-se o procedimento previsto na Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as
disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.

• Pena igual ou inferior a 2 anos: aplica-se o procedimento sumaríssimo, assim como as medidas
depenalizadoras.

• Pena superior a 2 anos e que não ultrapasse 4: aplica-se apenas o procedimento sumaríssimo, não
se aplicando as medidas despenalizadoras.

BEM JURÍDICO TUTELADO: São a dignidade, a saúde, a integridade física e psíquica, a liberdade e o respeito ao
idoso.

A ação penal é pública incondicionada.

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NÃO SE APLICAM as imunidades absolutas e relativas previstas nos arts. 181 e 182 do CP.

Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de trans-
porte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por
motivo de idade:

Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

§ 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer
motivo.

§ 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do
agente.

ESTATUTO DO IDOSO INJÚRIA PRECONCEITUOSA

Bem jurídico: dignidade do idoso. Bem jurídico: honra subjetiva.

Crime de ação pena pública incondicionada. Crime de ação penal pública condicionada a representação.

O dolo do agente é fazer a segregação da O dolo do agente é ofender pessoa determinada, emitindo
pessoa justamente em razão de sua idade. conceitos depreciativos, qualidades negativas.

O estatuto traz crimes especiais em relação aos crimes de:

#EMRESUMO - há crimes especiais em relação:


• Racismo;
• Omissão de socorro;
• Abandono material;
• Perigo de vida;
• Maus tratos;
• Prevaricação;
• Desobediência;
• Exercício arbitrário; (Reter cartão magnético para assegurar recebimento de dívida)
• Apropriação indébita;
• ECA;
• Abuso de incapazes; (induzir a outorgar procuração para adm. de bens)
• Constrangimento ilegal. (Coagir idoso a doar, contratar...).

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LEI N. 10.826/2003 - ESTATUTO DO DESARMAMENTO

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo
com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local
de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

#ATENÇÃO! A posse ilegal de arma de fogo de uso permitido com registro vencido é conduta atípica.

#AJUDAMARCINHO
- Informativo 597 STJ - É típica e antijurídica a conduta de policial civil que, mesmo autorizado a portar ou
possuir arma de fogo, não observa as imposições legais previstas no Estatuto do Desarmamento, que impõem
registro das armas no órgão competente.
- Informativo 844 do STF - A posse (art. 12 da Lei no 10.826/2003) ou o porte (art. 14) de arma de fogo confi-
gura crime mesmo que ela esteja desmuniciada.

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, em-
prestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido,
sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

     

Porte: arma de fogo encontrada em local diverso da residência ou do local de trabalho (nesse último caso
apenas para os proprietários e responsáveis da empresa).

OBS¹. Em caminhão ou táxi é considerado porte e não posse. Não é considerado local de trabalho.

OBS². A posse/porte ilegal de arma de fogo ineficaz é conduta atípica, desde que a ineficácia seja absoluta.

OBS³. É atípica a conduta daquele que porta, na forma de pingente, munição desacompanhada de arma.

OBS⁴: O porte de arma de fogo a que têm direito os policiais civis não se estende aos policiais aposentados.

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#SELIGA- Para o STJ a posse ilegal de arma de fogo de uso permitido (art. 12) e posse ilegal de arma de fogo de
uso restrito (art. 16) no mesmo contexto fático: concurso de crimes.
#SELIGA² – Prevalece nos Tribunais Superiores a possibilidade de se reconhecer o princípio da insignificância em
casos de apreensão de pouca quantidade de munição, sem arma de fogo.
#ATENÇÃO: É desnecessária a realização de perícia para a configuração do crime de posse/porte de arma de
fogo. Basta o simples porte de arma de fogo, ainda que desmuniciada, em desacordo com determinação legal
ou regulamentar, para a incidência do tipo penal. Cabe à defesa o ônus da prova de demonstrar que a arma
empregada para intimidar a vítima é desprovida de potencial lesivo.

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restri-
to, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:   (NOVA REGRA).

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:     

I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;

II – Modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou
restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;

III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar;

IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal
de identificação raspado, suprimido ou adulterado;

V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança
ou adolescente; e

VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.

§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena é
de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.

#ATENÇÃO #SELIGA
- O art. 16 é considerado crime hediondo, situação esta que não deve ser alterada com a alteração da redação
do dispositivo pela Lei 13.964/2019.

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- O porte e a posse são punidos com a mesma pena.
- Com a entrada em vigor da 13.964/19 o indivíduo que for encontrado com uma arma de uso restrito e outra
de uso proibido, responderá pelo caput e parágrafo único, em concurso formal.

OMISSÃO DE CAUTELA (art. 13)

99Não é crime do ECA.

99Esse crime é somente para arma (não diz munição nem acessório).

99Único crime culposo da lei.

99Se esconde e desmunicia a arma: fato atípico, pois observou a cautela.

Disparo de arma de fogo

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou
em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

99Disparar arma OU ACIONAR MUNIÇÃO;


99EM LUGAR HABITADO OU SUAS ADJACÊNCIAS, EM VIA PUBLICA OU DIREÇÃO A ELA (#SELIGA: em
local não habitado é atípico);
99PÕE EM PERIGO PESSOAS INDETERMINADAS. DIFERENTE DO CRIME DE PERIGO DE VIDA, QUE PÕE
EM PERIGO NÚMERO DETERMINADO DE PESSOAS;
99Absorve o porte se no mesmo contexto fático e é absorvido pelo homicídio;
99Consumado com o disparo OU ACIONAMENTO DA MUNIÇÃO.

Tráfico internacional de arma de fogo (ar-


Comércio Ilegal de arma de fogo (artigo 17)
tigo 18)
Necessário haver habitualidade, embora independa de lucro.
OBS: Lei 13.964/19 (pacote anticrime): Independe de habitualidade e de lucro.
- Aumentou a pena para 06 a 12 anos de reclusão e multa. OBS: Lei 13.964/19 (pacote anticrime):
- Equiparou à atividade comercial ou industrial, para efei- - Aumentou a pena para 08 a 16 anos de re-
to deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, clusão e multa.
fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o - Incorre na mesma pena quem vende ou
exercido em residência. entrega arma de fogo, acessório ou muni-
- Determinou que incorre na mesma pena quem vende ou ção, sem autorização ou em desacordo com
entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem autori- a determinação legal ou regulamentar, a
zação ou em desacordo com a determinação legal ou re- agente policial disfarçado, quando presentes
gulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta
elementos probatórios razoáveis de conduta criminal pree- criminal preexistente.
xistente.

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#AJUDAMARCINHO
- A conduta de portar granada de gás lacrimogênio ou granada de gás de pimenta não se subsome (amolda)
ao delito previsto no art. 16, parágrafo único, III, da Lei no 10.826/2003. Isso porque elas não se enquadram no
conceito de artefatos explosivos. (Informativo 599 STJ)
É considerado porte de arma de fogo ainda que esta esteja desmontada e desmuniciada (STJ, HC 396.863/SP)
É irrelevante (desnecessária) a realização de exame pericial para a comprovação da potencialidade lesiva do
artefato (STJ, 5ª Turma, AgRg no REsp 1294551/GO, Rel. Min. Jorge Mussi).

LEI N. 11.340/2006 -LEI MARIA DA PENHA


#AJUDAMARCINHO – Hipóteses de cabimento da Lei 11.340/2006 É possível

FILHO CONTRA A MÃE


SIM
A Lei Maria da Penha aplica-se também nas relações de parentesco.

FILHA CONTRA A MÃE


SIM
Relembrando que o agressor pode ser também mulher.

PAI CONTRA A FILHA SIM

IRMÃO CONTRA IRMÃ


SIM
Obs.: ainda que não morem sob o mesmo teto.

GENRO CONTRA SOGRA SIM

NORA CONTRA A SOGRA


Desde que estejam presentes os requisitos de relação íntima de afeto, mo- SIM
tivação de gênero e situação de vulnerabilidade. Ausentes, não se aplica.

COMPANHEIRO DA MÃE (“PADRASTO”) CONTRA A ENTEADA


Obs.: a agressão foi motivada por discussão envolvendo o relacionamento SIM
amoroso que o agressor possuía com a mãe da vítima (relação íntima de
afeto).

TIA CONTRA SOBRINHA


A tia possuía, inclusive, a guarda da criança (do sexo feminino), que tinha SIM
4 anos.

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EX-NAMORADO CONTRA A EX-NAMORADA


Vale ressaltar, porém, que não é qualquer namoro que se enquadra na SIM
Lei Maria da Penha. Se o vínculo é eventual, efêmero, não incide a Lei
11.340/06 (CC 91.979-MG).

FILHO CONTRA PAI IDOSO


NÃO
O sujeito passivo (vítima) não pode ser do sexo masculino.

#JURISPRUDÊNCIA

Segundo o STJ, prevalece o entendimento de que a hipossuficiência e a vulnerabilidade, necessárias à caracteri-


zação da violência doméstica e familiar contra a mulher, são presumidas pela Lei nº 11.340/2006. A mulher possui
na Lei Maria da Penha uma proteção decorrente de direito convencional de proteção ao gênero (tratados inter-
nacionais), que o Brasil incorporou em seu ordenamento, proteção essa que não depende da demonstração de
concreta fragilidade, física, emocional ou financeira. Ex.: agressão feita por um homem contra a sua namorada,
uma Procuradora da AGU, que possuía autonomia financeira e ganhava mais que ele.
É possível impetrar HC para questionar a legalidade de medida protetiva da Lei Maria da Penha, caso essa venha
a violar a liberdade de ir e vir do acusado. – Informativo 574 STJ

Em casos de crimes dolosos contra a vida praticados no contexto de violência doméstica, a 1ª fase do procedi-
mento do júri pode ser realizada na Vara de Violência Doméstica, desde que haja previsão na Lei de Organização
Judiciária. Informativo 748 STF

O STF também entende que, em se tratando de lesões corporais, mesmo que de natureza leve ou culposa, pra-
ticadas contra a mulher em âmbito doméstico, a ação penal cabível será pública incondicionada.

#SELIGA: permanece a necessidade de representação para crimes como o de ameaça e os cometidos


contra a dignidade sexual.

No Código de Processo Penal, cabe a retratação da representação até o oferecimento da denúncia. #SELIGA:
na Lei Maria da Penha dispõe, em seu art. 16, diz que cabe retratação até o recebimento da denúncia, em au-
diência especificamente designada para isso, perante o juiz e ouvido o MP.

Quanto às escusas dos artigos 181 e 182 do CP, prevalece que se aplicam, posto que não há vedação na lei Maria
da Penha.

Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar, é possível a fixação de valor
mínimo indenizatório a título de dano moral, desde que haja pedido expresso da acusação ou da parte ofendida,
ainda que não especificada a quantia, e independentemente de instrução probatória. – Informativo 621 STJ.

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#SÚMULASSEMPRECAEM
Súmula 600 STJ: Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º da Lei nº
11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a coabitação entre autor e vítima.
Súmula 589 STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticadas
contra a mulher no âmbito das relações domésticas.
Súmula 588-STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça
no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
Súmula 542 STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a
mulher é pública incondicionada.
Súmula 536 STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de
delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.

§ 1o A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as medidas.

§ 2o Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança.

§ 3o O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis.

#SELIGA: A Lei nº 13.641/2018, ao incluir esse § 2º, criou uma exceção à regra do art. 322 do CPP (fiança concedi-
da por Delegado de Polícia não superior a 4 anos). Isso porque o § 2º proíbe que o Delegado de Polícia conceda
fiança para o crime do art. 24-A a despeito desse delito ter pena máxima de 2 anos.
#ATENÇÃO: vale ressaltar que a Lei nº 13.641/2018 é uma lei posterior mais gravosa, porque se entendia que a
conduta de descumprir medida protetiva de urgência não era considerada crime.
Assim, se o agente descumpriu a medida protetiva até o dia 03/04/2018, ele não cometeu delito. No entanto, se
esse descumprimento ocorreu no dia 04/04/2018 ou em data posterior, o sujeito incide no crime tipificado no
art. 24-A da Lei Maria da Penha.

#NOVIDADESLEGISLATIVAS #13.827 #13.871 #13.894 #2019


- Art. 9º: § 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo iminente e disponibilizados para
o monitoramento das vítimas de violência doméstica ou familiar amparadas por medidas protetivas terão seus
custos ressarcidos pelo agressor. §6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo não poderá
importar ônus de qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus dependentes, nem configurar atenuante
ou ensejar possibilidade de substituição da pena aplicada.

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- Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da mulher em situação
de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domi-
cílio ou local de convivência com a ofendida:
I - pela autoridade judicial;
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou 
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível no momento da
denúncia.
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo máximo de 24 (vinte
e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar
ciência ao Ministério Público concomitantemente.
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida protetiva de urgência, não
será concedida liberdade provisória ao preso.
Art. 14-A, § 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuizamento da ação de divórcio ou de
dissolução de união estável, a ação terá preferência no juízo onde estiver.
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas: V - determinar a matrícula dos depen-
dentes da ofendida em instituição de educação básica mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para
essa instituição, independentemente da existência de vaga.

LEI N.º 11.343/2006 – LEI DE DROGAS

99O art. 33, caput, é um crime de ação múltipla, de modo que, se praticar diferentes condutas previstas nesse
dispositivo, apenas resta configurado um único crime.
99Não há causa de aumento pelo concurso de pessoas.
99Inquérito policial: 30 + 30 (preso); 90 + 90 (solto).
99A condenação pelo art. 28 da lei 11.343/2006 (porte de droga para uso próprio) NÃO configura reincidência.
99A incidência no tipo penal do art. 28 não importará prisão em flagrante, devendo o autor ser imediata-
mente encaminhado ao juízo competente, ou, na falta, assumir o compromisso de comparecer, lavrando-se
termo circunstanciado. Aqui a impossibilidade é absoluta. Jamais haverá prisão.
99O chamado “tráfico privilegiado”, previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 não deve ser considerado
crime equiparado a hediondo (Info 831). #Atenção: cancelamento da súmula 512-STJ.

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#NOVIDADESLEGISLATIVAS #2019

Art. 33, IV: vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de
drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfar-
çado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. 
Art. 50-A: A destruição das drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante será feita por incineração,
no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à realiza-
ção do laudo definitivo. (NÃO HÁ MAIS A REFERÊNCIA AO PARÁGRAFOS DO ART. 50)
Art. 61  § 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da comunicação de que trata o caput , determinará a
alienação dos bens apreendidos, excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma da legislação específica.
Art. 63-A. Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado, poden-
do o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores.
Art. 63-B. O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e objeto de medidas assecuratórias
quando comprovada a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários
e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da
infração penal.

#DEOLHONAJURIS #AJUDAMARCINHO

Segundo o entendimento que prevalece no STF é possível aplicar o § 4º do art. 33 da LD às “mulas”. 

Se o agente financia ou custeia o tráfico, mas não pratica nenhum verbo do art. 33, responderá apenas pelo art.
36 da Lei de Drogas.

Se o agente, além de financiar ou custear o tráfico, também pratica algum verbo do art. 33, responderá apenas
pelo art. 33 c/c o art. 40, VII da Lei de Drogas (não será condenado pelo art. 36) – Informativo 534 STJ

Segundo o STJ e o STF, para configuração do tipo de associação para o tráfico (art. 35), é necessário que haja
estabilidade e permanência na associação criminosa. É atípica a conduta se não houver ânimo associativo
permanente (duradouro), mas apenas esporádico (eventual), haverá apenas concurso de pessoas. Obs: crime
de associação não é equiparado a hediondo.

Se o tráfico de drogas ocorrer nas imediações de um estabelecimento prisional (art. 40, III), incidirá a causa de
aumento, não importando quem seja o comprador do entorpecente. É irrelevante se o agente infrator visa ou
não aos frequentadores daquele local (Informativo 858 STF).

Não incide a causa de aumento de pena do art. 40, III, da LD se o crime foi praticado em dia e horário no qual
a escola estava fechada e não havia pessoas lá. Informativo 622 STJ

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É inadmissível a aplicação simultânea das causas de aumento da transnacionalidade (art. 40, I) e da interestadua-
lidade (art. 40, V) quando não ficar comprovada a intenção do importador da droga de difundi-la em mais de
um Estado-membro. - Informativo 586 STJ

#SELIGANASÚMULA - Súmula 607-STJ: A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei nº
11.343/2006) configura-se com a prova da destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a
transposição de fronteiras. 

#SELIGANASÚMULA - Súmula 587-STJ: Para a incidência da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei 11.343/06,
é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da federação, sendo suficiente a demonstração
inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual.

Para incidir a majorante do art. 40, III, é necessário que haja a efetiva comercialização da droga pelo agente
dentro do meio de transporte público. – Informativo 749 STF

A natureza e a quantidade da droga NÃO podem ser utilizadas para aumentar a pena-base do réu (1ª fase da
dosimetria) e também para conceder ao réu uma menor redução de pena na aplicação do benefício do art. 33,
§ 4º (3ª fase de dosimetria). Haveria, nesse caso, bis in idem. – Informativo 759 STF

É possível que a fração da diminuição da pena do tráfico privilegiado possa ser modulada em virtude da quan-
tidade de droga apreendida e demais circunstâncias do delito. (Tese 25 do STJ).

É POSSÍVEL a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para formação da convicção de que
o réu se dedica a atividades criminosas, de modo a afastar o benefício legal previsto no artigo 33, § 4º, da Lei
11.343/06.

Classifica-se como “droga”, para fins da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas), a substância apreendida que possua
“canabinoides” (característica da espécie vegetal Cannabis sativa), ainda que naquela não haja tetrahidrocanabi-
nol (THC) – Informativo 582 STJ.

O interrogatório na Lei de Drogas é o último ato da instrução - Informativo 816 STF.

Para o STJ o princípio da insignificância não se aplica aos delitos de tráfico de drogas e porte de substância
entorpecente para consumo próprio, pois trata-se de crimes de perigo abstrato ou presumido. (RHC 57761/SE)

De acordo com o STJ, NÃO HÁ CONCURSO MATERIAL entre importar e vender drogas e, com os recursos, se
autofinanciar para a prática do tráfico, mas há causa de aumento de pena de um sexto a dois terços.

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Para o STJ o agente comete crime de corrupção de menores (244-B ECA) quando, juntamente com
menor de 18 anos, comete crime diferente dos tipificados nos arts. 33 ao 37 da lei de drogas, haja vista
que estes delitos já possuem causa de aumento de pena pelo mesmo motivo no art. 40, VI da Lei.

STJ - É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para formação da convicção de
que o réu se dedica a atividades criminosas, de modo a afastar o benefício legal previsto no art. 33, § 4º, da Lei
nº 11.343/2006.

O crime do art. 28 admite transação penal e suspensão condicional do processo. Ademais as conde-
nações não geram reincidência, caso contrário, haveria desproporcionalidade em comparação com as
contravenções penais (Tese do STJ).

O juiz pode fixar regime inicial mais gravoso do que aquele relacionado unicamente com o quantum da pena ao
considerar a natureza ou a quantidade da droga. (Tese 50 STJ).

Lei nº 12.830/2013 (Investigação Criminal Conduzida pelo Delegado de Polícia);

A lei 12.830 veio após ampla discussão sobre a natureza jurídica do cargo, bem como a liberdade de condu-
ção do IP pelo DELEGADO. A lei não retira a possibilidade de investigação por parte de outros órgãos, como CPI,
mas tinha como objetivo firmar a importância do Delegado de Polícia e a sua autonomia na direção do INQUÉRITO
POLICIAL.

Antes da lei 12.830 havia alguns entendimentos de que a natureza jurídica do cargo não era jurídica, consi-
derando que seriam atividades materiais da segurança público. Com o advento da lei, isso ficou definido.

O cargo de DELEGADO DE POLÍCIA TEM NATUREZA JURÍDICA. O cargo somente pode ser ocupado por
bacharéis em DIREITO e executa funções de atividade jurídica, como aplicação concreta de normas jurídicas aos
casos apresentados, como o INDICIAMENTO, REPRESENTAÇÃO POR MEDIDAS CAUTELARES, ELABORAÇÃO DE
RELATÓRIOS, ENTRE OUTRAS.

A lei refere a atividade de polícia judiciária e apuração de infrações.

Aqui a doutrina faz uma diferenciação de POLÍCIA JUDICIÁRIA E POLÍCIA INVESTIGATIVA. A primeira é quan-
do a polícia auxilia o PODER JUDICIÁRIO a realizar diligências, ordens de prisão e mandados de busca e apreensão
entre outros. Já a POLÍCIA INVESTIGATIVA seria aquela que investiga a autoria e materialidade dos crimes. Ambas
fazem parte do trabalho da POLÍCIA CIVIL.

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Há também uma divergência em quem seria a dita AUTORIDADE POLICIAL. Uma corrente entende que so-
mente o DELEGADO DE POLÍCIA é autoridade. Outra correndo entende que pode ser o delegado como também
outro agente público designado para exercer as funções do delegado. É a corrente adotada para possibilitar o po-
licial militar de realizar o TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRENCIA. Inclusive, com relação ao TC, houve uma
recente decisão dos TRIBUNAIS SUPERIORES que entendeu pela IMPOSSIBILIDADE DA realização pela POLÍCIA
MILITAR DOS TCO. Essa decisão confirma o DELEGADO como única autoridade policial, e que somente ele pode
presidir INQUÉRITO E TCO.

Outra questão muito debatida no âmbito do inquérito, é em relação a requisições do MP. De acordo com
essa lei, percebe-se que a investigação deve ficar a cargo do delegado de polícia, e ele de forma discricionária
conduzi-la.

Entretanto, quanto a requisição, prevalece que o delegado deve atender a requisição do MP, ainda que
não esteja vinculado hierarquicamente ao órgão, uma vez que este é o titular da ação. Entretanto, se essa requisi-
ção for ilegal, a autoridade não é obrigada a atendê-la, basta motivar a sua recusa.

A lei também traz a possibilidade de AVOCAÇÃO ou a REDISTRIBUIÇÃO de procedimento pelo superior


hierárquico. No caso de AVOCAÇÃO, o superior pega o IP para si, no caso de REDISTRIBUIÇÃO, ele retira do dele-
gado e DESIGNA OUTRO Delegado.

A lei também define que o INDICIAMENTO É PRIVATIVO do delegado de polícia, que deverá fazê-lo
fundamentando mediante análise TECNICO-JURIDICO, indicando indícios de materialidade e autoria. O indi-
ciamento é o ato praticado pelo DELEGADO após o resultado das investigações, por meio do qual alguém passa a
ser apontado como provável suspeito de um fato. Sai da possibilidade para probabilidade.

Por fim, a lei traz expresso que o delegado deve tratado pelo pronome de VOSSA EXCELENCIA, devendo
ser tratado da mesma forma que outras carreiras, como juiz, promotor, defensores públicos.

LEI N. 12.850/2013 - ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS


Antes da Lei 12.850/13, não existia a previsão de tipo penal incriminador para Organizações Criminosas. A
Convenção de Palermo era inaplicável para tipificar crime ou cominar pena.

A diferença entre o crime de Organização Criminosa (4 ou mais pessoas) e Associação Criminosa (3 ou mais
pessoas) está, dentre outras características, na quantidade de agentes necessários e na necessidade de divisão de
tarefas e organização estruturalmente ordenada.

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#RECORDARÉVIVER:

• ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO – 2 ou mais pessoas;

• ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA – 3 ou mais pessoas;

• ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA – 4 ou mais pessoas.

CONCEITO (art. 1º, § 1º, Lei 12.850/13): considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais
pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo
de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas
penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. Trata-se de crime de
perigo abstrato.

#COLANARETINA: Crime organizado por natureza (É o crime de organização criminosa propriamente dita,
previsto na Lei 12.850/13) x crime organizado por extensão (São as infrações penais praticadas pela organiza-
ção).

O acordo sobre a colaboração premiada jamais poderá ser feito na presença do Juiz, sob pena de violação
à imparcialidade.

O delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público, poderá
requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse benefício
não tenha sido previsto na proposta inicial.

O réu que colaborar poderá ter direito aos seguintes benefícios: redução da pena em até dois terços; substi-
tuição por PRD; não oferecimento da denúncia; e redução da pena até a metade ou progressão de regime, no caso
de colaboração posterior à sentença.

O réu que colaborar também renuncia o direito ao silêncio, assumindo o compromisso de dizer a verdade.

Não se pode condenar com base, exclusivamente, no depoimento/confissão do colaborador. É necessária


a colheita de outras provas com base em sua confissão. É o que se chama de regra de corroboração. Ainda que
existam duas ou mais colaborações no mesmo sentindo, o STF entende que deve haver necessariamente uma
fonte diversa de uma colaboração.

A infiltração de agentes é medida excepcional e subsidiária. Somente poderá ser decretada após autorização
judicial, que definirá os seus limites. O agente precisa consentir com a infiltração. Prazo de até 6 (seis) meses, sem
prejuízo de eventuais renovações.

A lei prevê a possibilidade de interceptação ambiental, que se diferencia da interceptação telefônica.

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A ação controlada não requer autorização judicial. Por outro lado, necessita de prévia comunicação ao juízo
competente.

#NÃOCONFUNDA: na Lei de Drogas e na de Lavagem exige-se AUTORIZAÇÃO prévia para a ação contro-
lada.

#NOVIDADESLEGISLATIVAS #2019

ÎÎAtentar para toda a Seção I (Colaboração Premiada).

- Art. 2º, § 8º As lideranças de organizações criminosas armadas ou que tenham armas à disposição deverão iniciar
o cumprimento da pena em estabelecimentos penais de segurança máxima;

Art. 2º § 9º O condenado expressamente em sentença por integrar organização criminosa ou por crime praticado
por meio de organização criminosa não poderá progredir de regime de cumprimento de pena ou obter livramento
condicional ou outros benefícios prisionais se houver elementos probatórios que indiquem a manutenção do vínculo
associativo. 

Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada é negócio jurídico processual e meio de obtenção de prova, que
pressupõe utilidade e interesse públicos.

§ 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo por iniciativa do celebrante, esse não poderá se valer de nenhu-
ma das informações ou provas apresentadas pelo colaborador, de boa-fé, para qualquer outra finalidade.

Art. 3º-C, § 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada deve ser realizada sem a presença de advogado
constituído ou defensor público.

Art. 4º (...)

§ 4º-A: Considera-se existente o conhecimento prévio da infração quando o Ministério Público ou a autoridade
policial competente tenha instaurado inquérito ou procedimento investigatório para apuração dos fatos apre-
sentados pelo colaborador.

§ 7º-B. São nulas de pleno direito as previsões de renúncia ao direito de impugnar a decisão homologatória. 

§ 16º. Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou proferida com fundamento apenas nas declarações do
colaborador:    

I - medidas cautelares reais ou pessoais;  

II - recebimento de denúncia ou queixa-crime;    

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III - sentença condenatória.    

§ 17. O acordo homologado poderá ser rescindido em caso de omissão dolosa sobre os fatos objeto da colabora-
ção.

Art. 5º São direitos do colaborador:

VI - cumprir pena ou prisão cautelar em estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou condenados.

Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes de polícia infiltrados virtuais, obedecidos os requisitos do caput do art.
10, na internet, com o fim de investigar os crimes previstos nesta Lei e a eles conexos, praticados por organizações
criminosas, desde que demonstrada sua necessidade e indicados o alcance das tarefas dos policiais, os nomes
ou apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a
identificação dessas pessoas. 

§ 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, mediante
ordem judicial fundamentada e desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja comprovada sua
necessidade.  

Lei n. 13.869/2019 - Lei de Abuso de Autoridade

Dolo + finalidade específica:

Art. 1º. Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agente público, servidor ou não, que, no
exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.

§ 1º  As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com
a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero
capricho ou satisfação pessoal.

Art. 2º: (...)

Parágrafo único.  Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transi-
toriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de in-
vestidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo.

Art. 3º  Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.

Art. 4º  São efeitos da condenação:

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I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido,
fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos por
ele sofridos;

II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;

III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública.

Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são condicionados à ocorrência de
reincidência em crime de abuso de autoridade e não são automáticos, devendo ser declarados motivadamente
na sentença.

Art. 5º  As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas nesta Lei são:

I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;

II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda
dos vencimentos e das vantagens;

Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.

Art. 8º  Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer
ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no
exercício regular de direito.

Art. 12.  Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo legal:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão,
deva guardar segredo ou resguardar sigilo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório:

I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou

II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a presença de seu patrono.

Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou
suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das condições
estabelecidas em lei:

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Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:

III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas).

Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ou administrativa, em
desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar sumária, devidamente
justificada.

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CRIMINOLOGIA
História da criminologia:

1) Antiguidade: já estudavam os delitos e respectivas sanções. Esta fase ou período é responsável por lançar bases
ou premissas éticas do delito e sua punição, com destaque para as causas e finalidades da pena:

i) Protágoras (485-415 a.C): compreendia a pena como meio de evitar a prática de novas infrações
pelo exemplo que deveria dar a todos os membros de um corpo social --> estudo criminológico sobre
a finalidade preventiva geral negativa da pena.

ii) Sócrates (470-399 a.C): destaca a importância da ressocialização, na medida em que pregava a
necessidade de ensinar os delinquentes a não reiterar a conduta delitiva. --> estudo criminológico
sobre a finalidade preventiva especial negativa (evitar reincidência) e positiva (ressocialização) da pena.

iii) Platão (427-347 a.C): sustentava que a ganância, a cobiça ou cupidez geravam a criminalidade -->
estudo criminológico sobre a etiologia (causa) do crime, relacionando fatores de ordem econômica.

iv) Aristóteles (388-322 a.C): seguia a mesma linha de pensamento de Platão.

2) Idade Média vigorava na Europa o sistema feudal, e o cristianismo era a ideologia religiosa dominante da época.
Nesta fase, a doutrina cita São Tomás de Aquino (1226 - 1274), precursor da Justiça Distributiva, isto é, de se dar a
cada um o que é seu segundo certa igualdade.

i) Santo Agostinho (354 a 430 d.C) compreendia a pena de Talião (olho por olho e dente por dente)
como uma injustiça, pois, para ele, a pena deveria assumir um papel de defesa social e promover a
ressocialização do delinquente, evitando a prática de novos crimes --> finalidade preventiva especial
negativa e positiva.

ii) São Tomás de Aquino sutentava que a pobreza desencadeava o roubo (etiologia) e defendia o
furto famélico (origem do estado necessidade - excludente de ilicitude).

Evolução a partir das escolas clássica e positiva (positivista):

A) ESCOLA CLÁSSICA (SEC. XVIII):

99Procurou construir os limites do poder punitivo do Estado em face da liberdade individual;


99é baseada no iluminismo, insurgindo-se às torturas e desrespeitos aos direitos fundamentais praticados
pelo antigo regime absolutista;

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99a pena deve ser proporcional ao delito, deve ser certa, conhecida e justa (legalidade, proporcionali-
dade..);
99o fundamento da responsabilidade penal encontra-se no LIVRE ARBÍTRIO e na imputabilidade moral. O
homem criminoso, sendo livre para escolher entre o bem e o mal, escolhe este último;
99os partidários desta Escola concentram seu estudo na vontade livre e consciente do indivíduo;
99a pena é uma resposta objetiva a prática do delito, revelando seu cunho RETRIBUCIONISTA;
99o principal nome dessa escola é CESARE BECCARIA (o Marquês de Beccaria - Cesare Bonesana). Pelo livro
“Dos delitos e das penas” (1764), trouxe a proposta de humanização das ciências penais, contra as penas de
caráter cruel. Além de Beccaria, despontam como grandes intelectos dessa corrente Francesco CARRARA
(dogmática penal) e Giovanni CARMIGNANI.

RESUMO - ESCOLA CLÁSSICA


CRIME: não é um ente de fato, é um ENTE JURÍDICO. Não é uma ação, é uma infração (violação ao direito).
LIVRE-ARBÍTRIO: homem é racional e livre em suas ações. Portanto, se escolheu cometer um crime, é essa
liberdade de escolha que permite aplicar a ele uma pena.
PENA: RETRIBUIÇÃO jurídica, buscando um reestabelecimento da ordem violada.

B) ESCOLA POSITIVA (POSITIVISTA - NEOCLÁSSICA):

• fase ANTROPOLÓGICA (Cesare LOMBROSO - o Homem delinquente);

• fase JURÍDICA (Rafael GAROFALO - Criminologia); e

• fase SOCIOLÓGICA (Enrico FERRI - Sociologia Criminale):

99a criminalidade é considerada um FENÔMENO NATURAL de causa determinada;


99a criminologia deve explicar as causas do delito (ETIOLOGIA), utilizando-se de MÉTODO CIENTÍFICO
capaz de prever meios de combater o crime;
99a pena não deve ser aplicada com o fim de retribuição (escola clássica), mas em razão da periculosidade
do deliquente, como instrumento de DEFESA SOCIAL;
99teve como maior expoente Cesare Lombroso, médico responsável por estudos do homem sob uma per-
spectiva morfológica (aparência externa);
99neste período, o estudo da criminalidade abandona as ideias da Escola Clássica (defensora do livre arbítrio)
e migra para o terreno do concretismo, da verificação prática do delito e do delinquente;
99o marco científico se dá com a publicação da obra “L’uomo Delinquente”, de Lombroso;
99sua recepção no Brasil recebeu contornos racistas, notadamente no trabalho antropológico de Nina Ro-
drigues. Reforçou cientificamente o racismo;

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99diversas investigações sobre o crime, sua causa e o criminoso foram conduzidas por pseudociência (ciên-
cias ocultas): Demologia, Fisionomia, Frenologia, Antropologia Criminal (Bertillonage);
99Lombroso, pelo método experimental, orienta a figura do “criminoso nato” (expressão criada por Ferri):
ser incorrigível, não caberiam aplicações de sanções morais, mas sim preventivas (prévia), devendo a socie-
dade se proteger com a pena de prisão perpétua ou de morte.

1) Fase sociológica (Ferri):

99Apontava os fatores antropológicos, sociais e físicos como as causas do delito. Entre os seus estudos,
pode ser apontada a tese de negativa do livre-arbítrio (defesa do determinismo social). Considerado discí-
pulo de Lombroso;
99Acredita que todo criminoso deve ser afastado do convívio social (pena como instrumento de defesa so-
cial);
99 foi idealizador da Lei da Saturação Criminal, pois em determinadas condições sociais seriam produzidos
determinados delitos;
99Mesologia: ciência dedicada ao estudo das relações recíprocas entre o ambiente e os seres que nele
vivem. Influência do meio sobre o indivíduo.

2) Fase Jurídica (Garofalo):

99Criador do termo criminologia, compreendia como a ciência da criminalidade, do delito e da pena;


99 se havia o criminoso nato, também havia o delito nato;
99 acreditava na existência de duas espécies de delito:

a) legais: sofriam variações conforme o local, pois não ofendiam o senso de moralidade comum - ex.:
delitos tributários, contra o sistema financeiro etc.;

b) naturais: lesavam sentimentos de altruísmo ou de piedade, inerentes à condição humana, indepen-


dentemente de onde se econtrasse - ex.: homicídio, roubo, etc.

ESCOLA CLÁSSICA ESCOLA POSITIVA


ente jurídico, consistente na violação de decorre de fatores naturais, sociais e huma-
CRIME
um direito nos
ser livre que pratica o delito por escolha
não é dotado de livre-arbítrio; é ser anormal
DELINQUENTE moral, alheia a fatores externos (livre-ar-
sob óticas biológica e psíquica
bítrio)
funda-se na defesa social, deve ser indeter-
PENA retribuição pelo mal provocado;
minada
ensinamentos de Beccaria, em reação doutrina determinista, introduzindo a ideia de
OBS.:
ao absolutismo criminoso nato - Lombroso, Ferri e Garofalo

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RESUMO ESCOLA POSITIVA


a) o direito penal é obra humana;
b) a responsabilidade social decorre do determinismo social;
c) o delito é um fenômeno natural e social (fatores biológicos, físicos e sociais); Uma realidade ontológica;
d) a pena é um instrumento de defesa social (prevenção geral);
e) método indutivo-experimental;
f ) os objetos de estudo da ciência penal são o crime, o criminoso, a pena e o processo;
g) justifica-se a intervenção estatal em razão da periculosidade do indivíduo;
h) a medida decorrente de um crime não possui um prazo determinado, pois deve perdurar enquanto não
cessada a periculosidade.

C) ESCOLA SOCIOLÓGICA (SEC. XIX):

99Considera que o direito é um fato social, fenômeno social decorrente do próprio convívio do homem em
sociedade, sendo o direito um conjunto de normas que regulam a vida social;
99 direito é realidade da vida social, e seu fundamento está na própria sociedade e nas interrelações sociais;
99 tem origem nos pensamentos de Herbet Spencer, Émile DURKHEIM, León DUGUIT e Nordi Greco.

Nascimento da criminologia:

99O termo criminologia foi criado por Rafael Garofalo;


99o marco científico da criminologia se deve os estudos de Lombroso;
99para aqueles que defendem que criminologia se resume no estudo dos fenômenos sociais, sua gênese se
dá com os trabalhos de Quetelet;
99para aqueles que entendem que criminologia abarca política criminal, sua origem ocorre com Beccaria.

RESUMO ESCOLA DE POLÍTICA CRIMINAL - ESCOLA MODERNA ALEMÃ


a) o método indutivo-experimental para a criminologia;
b) a distinção entre imputáveis e inimputáveis (pena para os normais e medida de segurança para os pe-
rigosos);
c) o crime como fenômeno humano-social e como fato jurídico;
d) a função finalística da pena – prevenção especial;
e) a eliminação ou substituição das penas privativas de liberdade de curta duração;

f ) expoentes: Lizst, Prins e Hammel.

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RESUMO TERZA SCUOLA

a) distinção entre imputáveis e inimputáveis;

b) responsabilidade moral baseada no determinismo (quem não tiver a capacidade de se levar pelos motivos
deverá receber uma medida de segurança);
c) crime como fenômeno social e individual;
d) pena com caráter aflitivo, cuja finalidade é a defesa social;
e) expoentes foram Manuel Carnevale, Bernardino ALIMENA e João IMPALLOMENI, fixou os seguintes pos-
tulados criminológicos.

RESUMO ESCOLA CORRECIONALISTA

a) delinquente, para os correcionalistas, é um ser anormal, incapaz de uma vida jurídica livre, constituindo-
-se, por isso, em um perigo para a convivência social;
b) administração da Justiça deve visar o saneamento social (HIGIENE E PROFILAXIA SOCIAL) e o juiz ser en-
tendido como médico social;
c) função da pena é a correção do indivíduo;
d) expoentes: Karl RODER, Giner de los Ros, Alfredo ALDERÓN, Pedro Dorado MONTERO.

RESUMO MOVIMENTO DA DEFESA SOCIAL

a) supressão dos conceitos de crime, responsabilidade e pena;

b) propõe-se a substituir a pena por medidas sociais;


c) finalidade da pena é proteger a sociedade das ações delituosas. A pena deve ser substituída por sistemas
preventivos e por intervenções educativas e reeducativas, aplicando não uma pena para cada delito, mas
uma medida para cada pessoa;
d) expoentes: Adolphe PRINS, Felipe GRAMÁTICA e Marc ANCEL.

CRIMINOLOGIA

Conceito:

99Ciência EMPÍRICA E INTERDISCIPLINAR, que se ocupa do estudo do CRIME, DO DELINQUENTE, DA


VÍTIMA E DO CONTROLE SOCIAL do comportamento delitivo, e que trata de subministrar uma informação
válida, contrastada, sobre a gênese (causa), dinâmica e variáveis principais do crime – contemplado este
como problema individual e como problema social – , assim como sobre os programas de prevenção eficaz
do mesmo e técnicas de intervenção positiva no homem delinquente e nos diversos modelos ou sistemas
de resposta ao delito.

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99A palavra “criminologia” foi pela primeira vez usada em 1883 por Paul Topinard e aplicada internacio-
nalmente por Raffaele Garófalo, em seu livro Criminologia, no ano de 1885.
99se utiliza do método empírico, baseada na coleção de dados e um fenômeno natural; de modo que, da
análise dos dados, cria uma teoria ou chega a uma determinada conclusão.

CONCEITO MODERNO:

MÉTODO DA CRIMINOLOGIA
Ciência (ou arte, ou saber) empírica (ou seja, estuda a realidade, e
MÉTODO DA não a norma penal) e interdisciplinar (envolve conceitos de diversas
CRIMINOLOGIA ciências: psicologia, sociologia, direito, ciência política, economia) (CI-
ÊNCIA EMPÍRICA INTERDISCIPLINAR).
Que se preocupa com o estudo do crime, do criminoso, da vítima e
OBJETO DA do controle social (objeto atual) e que trata de fornecer uma infor-
CRIMINOLOGIA mação segura sobre a gênese, dinâmica e variáveis principais do even-
to delitivo. (CRIME - CRIMINOSO - VÍTIMA - CONTROLE SOCIAL).
Assim como os programas de eficaz do mesmo (prevenção primá-
ria, secundária e terciária) e técnicas de intervenção positiva do
FUNÇÃO DA
criminoso (prevenção terciária) e nos diversos modelos de resposta
CRIMINOLOGIA
(reação) ao delito (repressiva, reparadora, preventiva). (PREVENÇÃO
- REAÇÃO - INTERVENÇÃO).

CONCEITO TRADICIONAL CONCEITO MODERNO


OBJETO CRIME e DELINQUENTE + VÍTIMA E CONTROLE SOCIAL
ORIENTAÇÃO REPRESSIVA PREVENCIONISTA
INTERVENÇÃO SOCIAL
TRATAMENTO NO CRIMINO-
INTERVENÇÃO - Delito nasce na comunidade e deve ser
SO
enfrentado no âmbito da comunidade.
Análise dos modelos de REAÇÃO ao delito
ETIOLOGIA (CAUSAS E RAÍ-
PARADIGMA (processos de criminalização), sem renun-
ZES DA CRIMINALIDADE)
ciar à análise etiológica do crime.

Outras classificações:

a) A criminologia geral: consiste na sistematização, comparação e classificação dos resultados obtidos no âmbito
das ciências criminais acerca do crime, criminoso, vítima, controle social e criminalidade.

b) A criminologia clínica: consiste na aplicação dos conhecimentos teóricos para o tratamento dos criminosos
(microcriminologia).

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OBJETOS DA CRIMINOLOGIA:

1 - CRIME/DELITO:

99Estuda o comportamento antisocial e suas causas. O crime deve, sob a ótica da criminologia, preencher os
seguintes elementos constitutivos: a) reiteração do fato criminoso junto à sociedade (a fato isolado não
se atribui a condição de crime) b) produção de sofrimento à vítima e ao corpo social (relevância social do
fato); c) persistência espaço-temporal do fato criminoso (distribuição pelo território durante um tempo
juridicamente relevante) d) consenso acerca de sua etiologia (causa), e das técnicas de intervenção para
seu enfrentamento eficaz.
99Para a criminologia moderna, crime não tem um conceito ontológico. Quando dizemos que o crime
não é um conceito ontológico, estamos dizendo que aquela conduta não é algo mal em si, em sua essência,
mas foi tida, em determinado momento-temporal, local e sociedade como algo que deve ser taxado como
crime. obs.: para a escola positiva, o crime é uma realidade ontológica (o mal por si mesmo).

2 - CRIMINOSO/DELINQUENTE

CRIMINOSO

99Ser humano é visto como algo sublime – Ideal do ser humano como centro do
universo e senhor absoluto de si mesmo e de seus atos – o LIVRE ARBÍTRIO.
99Imagem abstrata e ideal do homem.
99Dogma da liberdade e da igualdade de todos os homens – Princípio da Equipo-
tencialidade: não há diferenças qualitativas entre o criminoso e não criminoso.
ESCOLA CLÁSSICA
99O comportamento criminoso é atribuído ao mau uso da liberdade. Criminoso é
um pecador que optou pelo mal e merece ser punido.
99Livre arbítrio fundamenta a culpabilidade, a reprovabilidade da conduta e a im-
posição da pena.
99Protagonismo do estudo do crime e da lei.

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99Nega o livre arbítrio. Criminoso é um animal selvagem e perigoso, portador de


uma DOENÇA (DETERMINISMO BIOLÓGICO), ou de processos causais alheios
(DETERMINISMO SOCIAL).
99Imagem concreta do homem, semelhante a algo químico ou matemático.
99Princípio da diversidade do criminoso – sujeito qualitativamente distinto do hon-
ESCOLA POSITIVA rado que cumpre a lei.
99Teoria do bem e do mal (construção do “outro”).
99O criminoso não é culpável. Sua periculosidade é quem fundamenta uma inter-
venção estatal – a imposição de uma medida de segurança.
99Protagonismo máximo do estudo do criminoso (deu azo às teorias pautadas no
direito penal do autor).
99Imagem pedagógica e paternalista sobre o criminoso. Criminoso é associado ao
menor de idade, inválido ou fraco socialmente ou mentalmente.

ESCOLA 99Imagem de um ser carente de emenda/correção.


CORRECIONALISTA
99Criminoso é um SER INFERIOR, DEFICIENTE E INCAPAZ de dirigir por si mesmo
a sua vida. Sua débil vontade requer uma eficaz e desinteressada intervenção tu-
telar do Estado.
99Visão socialista. Atribui a responsabilidade do crime a determinadas estruturas
econômicas, de maneira que o criminoso torna-se mera VÍTIMA DAS ESTRUTU-
MARXISMO RAS ECONÔMICAS.
99Criminoso é fruto das desigualdades sociais.
99delinquente é examinado como UNIDADE BIOPSICOSSOCIAL (biológico, psi-
cológico e social), e não de uma perspectiva biopsicopatológica – os elemen-
tos biológicos, psicológicos e sociais ajudam a entender a conduta, mas não são
determinantes de forma absoluta (fim da relação causa-efeito do paradigma
CRIMINOLOGIA
MODERNA etiológico).
99O criminoso é um SER NORMAL.
99Estudo do criminoso passa a segundo plano, como uma superação dos enfoques
individualistas em atenção aos objetivos político-criminais.

3 - VÍTIMA

99Vítima não se confunde com vítima penal. A vítima, na criminologia, representa um conceito mais amplo.
99Para a vitimologia, vítima é toda pessoa física ou jurídica e ente coletivo prejudicado pela conduta hu-
mana que constitua infração penal ou não, desde que este ato seja uma agressão a um direito fundamental.

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99Para BENJAMIN MENDELSOHN, considerado por muitos o Pai da Vitimologia Moderna, vítima: “é a
personalidade do indivíduo ou da coletividade na medida em que está afetada pelas consequências so-
ciais de seu sofrimento, determinado por fatores de origem muito diversificada: físico, psíquico, econômico,
político ou social, assim como do ambiente natural ou técnico”.
99Historicidade da vítima no cenário do crime:

1ª fase - Idade do ouro: a vítima é protagonista, comanda o sistema de vingança privada, a vítima
(ou sua família) ditava a punição do agressor. A vítima era muito valorizada na pacificação social dos
conflitos. Foi abolida em razão das desproporcionalidades das punições.

2ª fase - Neutralização da vítima: houve a marginalização da vítima no conflito delitivo. Com o


monopólio do Estado na aplicação da lei e da pena, assumiu um papel de neutralização da vítima.

3ª fase - Vitimologia e redescobrimento da vítima: a vítima volta a integrar a interação com o de-
linquente e sendo objeto de preocupação do sistema penal. Na segunda metade do sec. XX, a vítima
é novamente descoberta, sob um prisma humanista. (ex.: composição civil dos danos; medidas asse-
curatórias destinadas à reparação do dano causado à vítima, etc.).

99O movimento vitimológico surgiu no período do pós-guerra e tinha como norte a defesa dos mais
fracos, excluídos, das minorias, ou melhor, dos vulneráveis que necessitavam de proteção especial, e se for-
taleceu ainda mais nos anos 70 e 80 quando houve um progresso da psicologia social por meio de estudos
científicos que forneceram referenciais teóricos com base empírica.

Vitimologia:

99Consiste no estudo da vítima no que se refere à sua personalidade, quer do ponto de vista biológico,
psicológico e social, quer o de sua proteção social e jurídica, bem como dos meios de vitimização, sua in-
terrelação com o vitimizador e aspectos interdisciplinares e comparativos.

Classificação das vítimas:

99Para Benjamim Mendelsohn:

a) Vítima completamente inocente ou vítima ideal: “é aquela que não tem nenhuma participação
no evento criminoso”.
O delinquente é o único culpado pela produção do resultado (ex: sequestros,
roubos, terrorismo, vítima de bala perdida etc.).

b) Vítima menos culpada do que o delinquente ou vítima por ignorância: é aquela que contribui,
de alguma forma, para o resultado danoso. Ora frequentando lugares reconhecidamente perigosos,
ora expondo seus objetos de valor sem a preocupação que deveria ter em cidades grandes e criminó-
genas.

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c) Vítima tão culpada quanto o delinquente: é aquela cuja participação ativa é imprescindível para
a caracterização do crime.
(ex.: estelionato onde a vítima também age com má-fé - torpeza bilateral).

d) Vítima mais culpada que o delinquente ou vítima provocadora:
 (ex.: homicídio privilegiado,
agindo o agente dominado por violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da vítima - pai
que mata estuprador da filha).

e) Vítima como única culpada: Ex.: “indivíduo embriagado que atravessa avenida movimentada vin-
do a falecer atropelado, ou aquele que toma medicamento sem atender o prescrito na bula, as vítimas
de roleta-russa, de suicídio, etc.”. Nesse caso, o Direito Penal não responsabiliza o autor do crime (culpa
exclusiva da vítima).

Vitimização primária, secundária e terciária: (#IMPORTANTE)

i) vitimização primária: decorre do delito (ex.: vítima que sofre as consequências do assalto);

ii) vitimização secundária (sobrevitimização): decorre do strepitus judicii (escândalo do processo). Consequên-
cia das relações entre as vítimas primárias e o Estado, em face da burocratização de seu aparelho repressivo
(Polícia, Ministério Público etc.);

iii) vitimização terciária: estigmatização e abandono que certos delitos trazem às suas vítimas.

Síndromes:

Síndrome de Potifar: Segundo Cleber Masson, para análise da verossimilhança das palavras da vítima, especial-
mente nos crimes sexuais, a criminologia desenvolveu a teoria da “síndrome da mulher de Potifar”, consistente no
ato de acusar alguém falsamente pelo fato de ter sido rejeitada, como na hipótese em que uma mulher abando-
nada por um homem vem a imputar a ele, inveridicamente, algum crime de estupro;

Síndrome de Estocolmo: identificação afetiva da vítima com o criminoso, pelo próprio instinto de sobrevivência
(ex.: no crime de extorsão mediante sequestro);

Síndrome de Lima: identificação afetiva do sequestrador com a vítima.

4 - CONTROLE SOCIAL

99Conjunto de mecanismos e sanções sociais que pretendem submeter o indivíduo aos modelos e normas
comunitárias.
99 O controle social se subdivide em:

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a) Controle social formal: mecanismos oficiais de controle, atuação do aparelho político do Estado
(polícia, Justiça, Adm. Penitenciária, MP, Exército etc.). Se estuda a eficácia do sistema de penas
no processo de prevenção, retribuição e ressocialização. Os mecanismos de controle social formal são
utilizados subsidiariamente, ou seja, apenas quando os controles sociais informais não logram
êxito.

Seleção da instância formal de controle social:

• 1ª Seleção: Polícia Judiciária (BO, Inquéritos);

• 2ª Seleção: Ministério Público (Denúncia Criminal, Ação Civil Pública);

• 3ª Seleção: Poder Judiciário (Sentença condenatória, Decretação de Prisão Cautelar).

b) Controle social informal: mecanismos de controle casuais. Tem como agentes a família, escola,
profissão, a religião, opinião pública, entre outros.

#ATENÇÃO: o policiamento comunitário exerce e fomenta, concomitantemente, os controles formal e infor-


mal.

FUNÇÕES DA CRIMINOLOGIA. CRIMINOLOGIA, POLÍTICA CRIMINAL E DIREITO


PENAL. MODELOS TEÓRICOS DA CRIMINOLOGIA

DIREITO PENAL CRIMINOLOGIA POLÍTICA CRIMINAL


Ciência dogmática, analisa fatos
Ciência empírica que estuda o cri- Trabalha as estratégias e
humanos indesejados e define
me, o criminoso, a vítima e o com- meios de controle social da
quais devem ser rotulados como
portamento da sociedade. Etiolo- criminalidade. Repressão e
crime ou contravenção, anun-
gia da criminalidade. prevenção dos delitos.
ciando as penas.
Ocupa-se do crime enquanto Ocupa-se do crime enquanto
Ocupa-se do crime enquanto FATO.
NORMA. VALOR.
Ex.: define e tipifica crime de le- Ex.: estuda quais fatores contribuem Ex.: estuda e planeja como di-
são no ambiente doméstico e fa- para a violência doméstica e familiar minuir a violência doméstica e
miliar. na sociedade. familiar na sociedade.

99Nesse procedimento seletivo, a criminologia pode auxiliar o legislador, pois é a ciência que cuida da causa
(etiologia) do comportamento criminoso, e de seus meios preventivos.

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#APROFUNDANDO: Política criminal atuarial:


A lógica atuarial consiste na “adoção sistemática do cálculo atuarial como critério de racionalidade de
uma ação, definindo-se como tal a ponderação matemática de dados – normalmente aferidos a partir
de amostragens – para determinar a probabilidade de fatos futuros concretos”.
Desvinculada dos ideais humanistas de regeneração disciplinar, apresenta-se como uma prática de ino-
cuização dos considerados irrecuperáveis.
O processo de medição de risco de um dado criminoso tem por foco a atribuição de um valor numérico às suas
diversas características individuais e sociais a fim de, posteriormente, compará-las com as informações dos indiví-
duos já criminalizados, permitindo-se decidir sobre possíveis acontecimentos futuros.  É justamente a retórica do
risco que permite a utilização de instrumentos como o cálculo atuarial, incidindo sobre grupos sociais abstratos,
não sobre pessoas concretas. Passa-se a gerir a criminalidade segundo o critério de classificação de indivíduos
em perfis de risco (risk profiles): reincidentes, traficantes, “predadores sexuais”, etc.
O objetivo é identificar os ofensores de alto risco, mantê-lo presos por um longo período e julgá-los
rapidamente, enquanto que para os ofensores de baixo risco a investida do controle é menos intrusiva.
Para os operadores atuariais, a depender do nível de risco oferecido, a incapacitação seletiva terá a função de
reduzir taxas de criminalidade. O que se pretende, com isso, é gerir um segmento da população por meio
da prisão. Não é por acaso que as prisões são classificadas de acordo com o seu nível de segurança. As
sanções são baseadas, portanto, em termos de gestão eficiente do risco.

TEORIAS CRIMINOLÓGICAS

TEORIAS DA SOCIOLOGIA CRIMINAL:

TEORIAS DO CONSENSO X TEORIAS DO CONFLITO:

99Esta dicotomia (consenso x conflito) forma-se a partir do questionamento sobre o significado dos valores
sociais e o papel que eles desempenham na sociedade.

i) Teorias do consenso: Existe um padrão de sociedade ideal. A finalidade da sociedade é atingida quando suas
instituições obtém perfeito funcionamento, os cidadão aceitam as regras vigentes e compartilham as regras sociais
dominantes. Quando a sociedade diverge sobre valores e regras nasce campo fértil para o crime e o criminoso.

ii) Teoria do conflito: a ordem na sociedade é fundada na força e na coerção, ou seja, na dominação por alguns e
obediência de outros. O que é padrão ou ideal para uns não é para o outro. Este sistema de opressão gera o crime
e o criminoso. É a linha de pensamento da Teoria Crítica Radical, de fundo Marxista.

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TEORIAS DO CONSENSO TEORIAS DO CONFLITO

1- ESCOLA DE CHICAGO
1 - CRÍTICA/RADICAL - MARXISTA
2 - ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL
2 - LABELLING APROACH
3 - ANOMIA
4 - SUBCULTURA DELINQUENTE

TEORIAS DO CONSENSO

1 - ESCOLA DE CHICAGO:

99E sua explicação ecológica do crime; constitui uma sociologia da cidade ou ecologia social da cidade.
99 Teoria da “ecologia criminal” ou “DESORGANIZAÇÃO SOCIAL” (Clifford SHAW, Henry MCKAY e Robert
E. PARK;). Em função do crescimento desordenado da cidade de Chicago, que se expandiu do centro
para a periferia (movimento circular centrífugo), inúmeros e graves problemas sociais, econômicos, culturais
etc. criaram ambiente favorável à instalação da criminalidade, ainda mais pela ausência de mecanismos de
controle social.
99 Atribuem à sociedade, e não ao indivíduo, as causas do fenômeno criminal.
99 A violência e o aumento da criminalidade se justificam pela miséria e desigualdade social, carência de
estruturas mínimas de trabalho, moradia, lazer dão ensejo à criminalidade (fatores criminógenos).
99 Defende a prioridade da ação PREVENTIVA, e a minimização da atuação repressiva.
99 As ações interventivas nas cidades devem ser planejadas, limitando-se a bairros e setores (ex.: iluminação
de ruas, construção de espaços públicos).
99 É criticada por seus estudos se limitar as àreas de residência dos delinquentes e não as áreas onde os crimes
ocorriam; isto, inequivocadamente, comprometeria a “pureza” dos seus dados estatísticos.
99 Explica Shecaira (2008, p. 167), “Uma cidade desenvolve-se, de acordo com a ideia central dos principais
autores da teoria ecológica, segundo círculos concêntricos, por meio de um conjunto de zonas ou anéis a
partir de uma área central. No mais central desses anéis estava o Loop, zona comercial com os seus grandes
bancos, armazéns, lojas de departamento, a administração da cidade, fábricas, estações ferroviárias, etc. A
segunda zona, chamada de zona de transição, situa-se exatamente entre zonas residenciais (3ª zona) e a
anterior (1ª zona), que concentra o comércio e a indústria. Como zona intersticial, está sujeita à invasão do
crescimento da zona anterior e, por isso, é objeto de degradação constante”.
99 Assim, a 2ª zona favorece a criação de guetos, a 3ª zona mostra-se como lugar de moradia de tra-
balhadores pobres e imigrantes, a 4ª zona destina-se aos conjuntos habitacionais da classe média e a 5ª
zona compõe-se da mais alta camada social.

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2 - TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL:

99Pensamento de Edwin SUTHERLAND.


99 O delito não consiste apenas em uma inadaptação de pessoas pertencentes as classes menos favorecidas,
pois não é praticado com exclusividade por seus integrantes, portanto, explica a prática dos crimes de CO-
LARINHO BRANCO (WHITE COLLAR CRIME).
99 Para essa teoria, o indivíduo é convertido em deliquente no momento em que os valores predominantes
no grupo do qual faz parte ensinam o crime (e isto acontece quando as considerações favoráveis ao
proceder desviante superam as desfavoráveis).
99 O comportamento criminoso é um COMPORTAMENTO APRENDIDO, como influência do meio social,
quer dizer, aprende-se a praticar um crime como se aprende a praticar uma boa ação; mediante a comu-
nicação com outras pessoas, que varia conforme a proximidade entre as pessoas.
99 Tem-se um processo de imitação (com início no seio familiar; seio de amizade).
99 A motivação e impulsos para o cometimento de crimes se aprende com as definições favoráveis ou
desfavoráveis da lei.
99 A conversão do indivíduo em criminoso ocorre quando as definições favoráveis à violação da norma
superam as definições desfavoráveis.
99 As associações diferenciais podem variar em frequência, duração, prioridade e intensidade (valores
aprendidos na infância podem acompanhar a pessoa por toda a sua vida).

Teoria da IDENTIFICAÇÃO diferencial:

99Desenvolvida por GLASER.


99Espécie de imitação, principalmente dos mais jovens, de condutas delituosas, por se identifica com outras
pessoas reais ou fictícias, desde as perspectivas das quais sua própria conduta delitiva parece aceitável.

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99Enfatiza os meios de comunicação de massa.


99Corrente que critica a exibição de cenas em televisão e cinema, de abuso de drogas ilícitas, prática de rou-
bos, sequestros, bem como outras condutas delituosas, alçando seus protagonistas a status de “heróis” ou
“justiceiros”, fomentando sua imitação pelas pessoas, principalmente jovens.

3 - TEORIA DA ANOMIA:

99Situação social que surge pela ausência da ordem, normas e valores sociais. No caso, a norma existe,
mas os valores sociais, já enfraquecidos ou que se modificaram ao longo do tempo, já não são mais corre-
spondentes a norma. Dessa forma, existe uma disjunção entre o conteúdo da norma e do comporta-
mento social.
99O crime surge, também, pela incapacidade do agente atingir os fins culturais. Quando o INSUCESSO EM
ATINGIR METAS CULTURAIS, devido à insuficiência dos meios institucionalizados (sistema de normas),
gera conduta desviante.
99As desigualdades sociais, a escassez de oportunidades, e os contrastes de uma sociedade heterogênea
e de consumo, incentivam o surgimento de uma mentalidade de anomia. É muito difícil convencer uma
parcela do corpo social menos abastada, de que o trabalho assalariado compensa mais do que os serviços
para o tráfico de drogas, furtos, roubos.
99O aumento da criminalidade está diretamente relacionado, sob esta ótica, ao descrédito de determinado
sistema normativo.
99Consiste na manifestação de um comportamento no qual as regras do jogo social são abandonada
ou contornadas. De acordo com esta teoria, idealizada por Emile DÜRKHEIM, Robert MERTON e T.
PARSONS, o delito não é compreendido como uma anomalia. Por tal motivo não há preocupação com a
etiologia do crime, ou seja, com sua origem, mas sim com as suas consequências. É, portanto, uma teoria
funcionalista. Os teóricos comparam a sociedade a um organismo humano, que tem necessidades vitais
a serem satisfeitas para manter a própria sobrevivência. Quando há um desequilíbrio na manutenção das
necessidades vitais diz-se que há uma disfunção, isto é, uma falha no sistema de funcionamento do corpo
social. Em face desta disfunção haverá uma reação. Quando esta reação por meio dos mecanismos regula-
dores da vida em sociedade for incapaz de sanar a disfunção, tem-se instalada a anomia.
99No Brasil, a ideia do crescimento da criminalidade e da corrupção no aparelho Estatal está associada ao
discurso da impunidade.

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Aceitação (+) ou negação (-)

Modos de Adaptação Metas Culturais Meios Institucionalizados


Conformidade + +
Inovação + –
Ritualismo – +
Evasão/Retraimento – –
Rebelião ± ±

i) Conformidade ou comportamento modal (conformista): num ambiente social estável, é o tipo mais comum,
pois os indivíduos aceitam os meios institucionalizados para alcançar as metas socioculturais. Existe adesão total e
não ocorre comportamento desviante desses aderentes.

ii) Inovação: os indivíduos acatam as metas culturais, mas não aceitam os meios institucionalizados. Quando
se apercebem de que nem todos os meios estão a sua disposição, eles rompem com o sistema e, pela conduta
desviante, tentam alçar as metas culturais. Nesse aspecto o delinquente corta caminho para chegar às metas
culturais. (ex.: se o indivíduo não tem acesso a uma boa escola ou trabalho que o leve a alcançar os padrões impos-
tos pela sociedade - riqueza, poder, ele tende a romper o sistema e seguir outro caminho que o leve ao padrão - tal
como o crime).

iii) Ritualismo: os indivíduos fogem das metas culturais, que, por uma razão ou outra, acreditam que jamais atin-
girão. Renunciam às metas culturais por entender que são incapazes de alcançá-las (ex.: hippies).

iv) Evasão ou retraimento: os indivíduos renunciam tanto às metas culturais quanto aos meios institucionalizados.
Aqui se acham os bêbados, drogados, mendigos e, párias, que são derrotistas sociais.

v) Rebelião: caracterizada pelo inconformismo e revolta, em que os indivíduos rejeitam as metas e meios, lutando
pelo estabelecimento de novos paradigmas, de uma nova ordem social. São individualmente os “rebeldes sem
causa”, ou ainda, coletivamente, as revoluções sociais.

4) TEORIA DA SUBCULTURA DELINQUENTE

99Subcultura e contracultura são espécies sui generis de cultura. Albert COHEN (Delinquent Boys).

• Subcultura: cultura dentro de outra cultura. Aceita certos valores predominantes da sociedade tra-
dicional. Expressa sentimentos e valores do seu próprio grupo, não reconhecidos pela sociedade
tradicional (ex.: os skinheads);

• Contracultura: é caracterizada por um conjunto de valores e comportamentos que contradizem o


modelo da sociedade tradicional (ex.: movimento hippie dos anos 60).

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99Tem origem nos EUA, após a 2ª GM, em que vigorava o American Dream (cultura que começou a enfrentar
problemas decorrentes de falta de acesso de parcela de jovens a valores ali estabelecidos - ex.: luta dos
negros por direitos civis). Formação de gangues de bairros localizados nas periferias das grandes cidades.
99Sofre crítica: na medida que é incapaz de explicar a criminalidade como um todo, de forma genérica, re-
stringindo-se a manifestações da delinquência juvenil.
99Geralmente valem-se do MIMETISMO: a reprodução de um comportamento delituoso, por meio de imi-
tação (indivíduo gosta de se identificar, sendo atraente o comportamento do bandido, pois é “valente, tem
dinheiro e prestígio na comunidade”).
99Cada grupo ou subgrupo possui seu próprio código de valores, os quais nem sempre coincidem com os
valores majoritários e oficiais, e todos querem fazer valê-los frente aos restantes (caráter pluralista e atom-
izado da ordem social).
99 A “subcultura” é uma espécie de cultura de reação que certas minorias marginalizadas criam dentro da
cultura oficial para expressar a ansiedade e frustração que sentem ao não poder participar, por meios legí-
timos, das expectativas que teoricamente seriam oferecidas a todos pela sociedade (êxito, respeitabilidade,
poder – meritocracia).
99A classe média põe especial ênfase na eficiência e na responsabilidade individual, na racionalidade, no re-
speito à propriedade, no emprego do tempo livre, na poupança, na condenação do prazer e na ascensão
social.
99As classes baixas concedem maior importância à força física e à coletividade e menor à poupança e a con-
denação do prazer.
99Os jovens de classe baixa estão propensos ao conflito e à frustração porque se acham em desvantagem. De
algum modo, participam de ambos os sistemas de valores.
99O delinquent boy resolve sua frustração de status enfrentando de forma aberta os padrões da sociedade
oficial e referida rebeldia confere-lhe prestígio.
99Subculturas criminais (de jovens) não são utilitárias porque predomina em seus comportamentos o signifi-
cado simbólico sobre o material pecuniário,
99Comportamento malicioso, prazer em provocações e desafiar os tabus da cultura oficial.
99Rejeição deliberada dos valores da classe média.
99A subcultura criminal é uma cultura de grupo, não uma opção individual, no sentido de Merton.

TEORIAS DO CONFLITO

1 - TEORIA CRÍTICA (RADICAL):

99Tem bases alicercadas no Marxismo;


99enxerga o delito como um fenômeno proveniente do SISTEMA DE PRODUÇÃO CAPITALISTA;

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99este sistema seria um estímulo às forças produtivas, na medida em que evolui e beneficia determinados
setores da economia (fabricantes, grandes empresários...);
99critica o funcionalismo do pensamento criminal onde a lei penal seria uma estrutura dependente do sistema
de produção (infraestrutura);
99alega que o homem não teria o livre-arbítrio, ou liberdade de escolha quando pratica um determinado
delito, por encontrar-se sujeito a um determinado sistema de produção;
99considera a criminalidade um problema insolúvel dentro da sociedade capitalista (produtora de crime);
99um fato é considerado criminoso não porque ofende a moral de um povo, mas porque é do interesse da
classe social dominante dar-lhe essa definição, por ofender os interesses capitalistas;
99para essa teoria, o crime está associado à estrutura política e econômica da sociedade. O rótulo de crimino-
so não decorre da prática de um fato intolerável pelo corpo social, mas por servir aos interesses da classe
dominante;
99parte da ideia de que a divisão de classes no sistema capitalista gera desigualdades e violência a ser contida
por meio da legislação penal;
99a norma visa assegurar uma estabilidade provisória contendo as confrontações violentas entre as classes
que constituem uma determinada sociedade;
99a teoria propõe o deslocamento do paradigma da criminalização, e busca reduzir as desigualdades
sociais penalizando a criminalidade das classes dominantes, como dos crimes do colarinho-branco,
abuso de poder, crime organizado, crimes contra a ordem tributária e sistema financeiro, etc.

2 - TEORIA DO ETIQUETAMENTO, ROTULAÇÃO SOCIAL, ETIQUETAGEM, INTERACIONISTA, INTERACIONIS-


MO SIMBÓLICO OU REAÇÃO SOCIAL (LABELING APPROACH):

99Nasceu nos EUA, na década de 60, e encontra-se fundada na ideia de que a intervenção da justiça na esfera
criminal pode acentuar a criminalidade.
99Autores: Garfinkel, Ervin GOFFMAN, Erikson, Cicourel, Howard BECKER, Schur, Sack etc.
99Não se pode compreender o crime sem se compreender a própria reação social, o processo de definição
ou seleção de certas pessoas e condutas etiquetadas como criminosas (interacionismo simbólico).
99Compreender a criminalidade a partir do mundo do criminoso e captar o verdadeiro sentido que ele atribui
a sua conduta.
99Natureza “definitorial” do delito.
99Uma conduta não é criminosa em si ou por si só (qualidade negativa inerente a ela, de forma ontológica),
nem seu autor é um criminoso por merecimentos objetivos (nocividade do fato, patologia da personali-
dade). O caráter criminoso de uma conduta e de seu autor depende de certos processos sociais de
definição, que lhe atribuem tal caráter, e de seleção que etiquetam o autor como criminoso.

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99O indivíduo se converte em criminoso não porque tenha cometido uma conduta negativa, mas por que
determinadas instituições sociais etiquetam-lhe como tal.
99Para a tendência radical, as instâncias do controle social (Polícia, Poder Judiciário), não detectam ou declaram
o caráter criminoso de um comportamento, senão que o geram ou produzem ao etiquetá-lo (caráter con-
stitutivo do controle social).
99Para a tendência moderada, só cabe afirmar que a justiça penal integra a mecânica do controle social geral
da conduta desviada.
99Todos infringimos a norma penal, mas os riscos para ser etiquetado como criminoso não dependem
tanto da conduta executada, senão da posição do indivíduo na pirâmide social (status – seletivi-
dade e discricionariedade do controle social).
99A pena é uma resposta irracional e criminógena porque aumenta o conflito social em lugar de resolvê-lo.
99Após ser submetido a cerimônias degradantes e estigmatizadoras, o condenado assume uma nova imagem
de si mesmo e redefine sua personalidade em torno do papel do criminoso, desencadeando-se, em um
ciclo vicioso, a “desviação secundária” (outro crime) e uma carreira criminal (self-fulfilling prophecy).
99Substituição do paradigma etiológico (estuda as causas da criminalidade) para o paradigma do controle
social (estuda os processos de criminalização).
99Os fatores que podem explicar a desviação primária do indivíduo (primeiro crime) carecem de interesse.
O decisivo é o estudo dos processos de criminalização que atribuem a etiqueta de criminoso ao indivíduo.
99Trata da criminalidade não só como uma qualidade de uma determinada conduta, mas como resultado
de um determinado PROCESSO DE ESTIGMATIZAÇÃO DA CONDUTA CRIMINOSA e daquele que a
praticou.
99O enfoque do interacionismo é microssociológico, com menor nível de abstração, atenção à empiria e
aos processos individuais relacionados à criminalização, bem como à complexidade dos conflitos sociais.
Diferentemente, as teorias da anomia, ou estruturais-funcionalistas e as chamadas estruturalistas são mac-
rossociológicas, com maior nível de abstração e déficit empírico.
99O etiquetamento consiste na sustentação de um processo de interpretação, definição e tratamento, em que
alguns indivíduos pertencentes à determinada classe interpretam uma conduta como desviante, definem
as pessoas praticantes dessa mesma conduta como desviantes e empregam um tratamento que entendem
apropriados em face dessas pessoas, onde acaba dessocializando, embrutecendo e estigmatizando de-
terminadas pessoas.
99Seus adeptos constatam:

i) Há muito mais condutas praticadas contra a lei penal do que o sistema penal tem condições de
investigar e processar. Muitos cometem crimes, mas somente alguns são considerados criminosos,
principalmente aqueles que o sistema penal tem condições de investigar e processar, e têm a intenção
direcionada à sua punição, sobretudo crimes que causam repúdio da sociedade dominante, como
crimes patrimonais, contra a vida, sexuais...

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ii) Há, mesmo proporcionalmente, muito mais pobres nas cadeias do que membros de outras classes.
Sabendo que o sistema penal é limitado, esse sistema, de acordo com sua capacidade, optou por per-
seguir prioritariamente os pobres, marginalizados (etiquetados).

Enfoques da criminalidade e cifras:

• Criminalidade legal: é aquela que aparece registrada nas estatísticas oficiais.

• Criminalidade oculta:

- tradicional (cifra negra): representa a diferença entre a criminalidade real (quantidade de delitos
cometidos num tempo e lugar) e a criminalidade aparente (presente nas estatísticas);

- econômica (cifra dourada): representa a criminalidade do colarinho branco.

Cifra negra, oculta ou escura: zona obscura que abrange a quantidade de crimes que não chegam ao conhe-
cimento das autoridades. Termo genérico que abrange todas as demais cifras.
Cifra dourada: trata da criminalidade de colarinho branco, abrangendo a prática de crimes próprios do alto
escalão da sociedade, que lesam toda a coletividade. Ex.: crimes contra o sistema financeiro, a ordem econômica
e tributária.
Cifra cinza: designa as ocorrências registradas perante os órgãos policiais, mas que não chegam à fase judicial,
seja pela não elucidação da autoria delitiva ou pela possibilidade de composição civil, transação, renúncia ou
retratação do ofendido.
Cifra amarela: designa os crimes praticados por funcionários públicos que não chegam ao conhecimento
dos órgãos estatais devido ao temor de represálias. Ex.: abuso de autoridade, tortura, corrupção passiva e con-
cussão.
Cifra verde: abrange os crimes contra o meio ambiente que não chegam ao conhecimento dos órgãos estatais.
Cifra azul: designa os crimes econômicos praticados por pessoas menos favorecidas (macaquinho azul dos
operários).
Cifra rosa: terminologia referente aos crimes de homofobia que não chegam ao conhecimento dos órgãos
estatais.

99“As consequências políticas da teoria do labelling approach são reduzidas àquilo que se convencionou
chamar “política dos 4 D’s” (Descriminalização, Diversão, Devido processo legal e Desinstitucional-
ização). No plano jurídicopenal, os efeitos criminológicos dessa teoria se deram no sentido da prudente
não intervenção ou do direito penal mínimo. Existe uma tendência garantista, de não prisionização,
de progressão dos regimes de pena, de abolitio criminis etc.” Nestor Sampaio.

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99Prisionização: Em certa medida, todos os detentos passam por um processo denominado prisionização,
que é a adequação do indivíduo ao comportamento padrão existente – linguajar, hábitos alimen-
tares e de sono, conhecimento das regras informais entre os detentos, grupos de interesse, facções
criminosas, posição de inferioridade e submissão. O detento passa a viver uma vida própria, adaptada à
realidade prisional. O mesmo vale para os carcereiros e demais agentes atuando na prisão. Estes também se
integram à realidade e passam a viver uma vida com valores sociais diferentes dos que tem fora dos muros.

OUTRAS TEORIAS

1- TEORIA BEHAVIORISTA (COMPORTAMENTAL):

99Movimento da psicologia que surgiu no início do século XX nos EUA, e tem como objeto o estudo do
comportamento em termos de estímulo e resposta.
99A finalidade desta teoria é prever e controlar o comportamento.
99Transpõe os métodos da psicologia animal aplicáveis tanto aos homens como aos animais para esta
ciência, revelando sua natureza objetiva e empírica, em franca contraposição ao estudo introspectivo da
consciência. Parte-se da ideia de que os organismos humanos e animais se adaptam ao meio ambiente por
meio de fatores hereditários e hábito, e alguns estímulos conduzem os organismos a apresentar respostas.
99Diversos instrumentos são utilizados para influenciar e alterar o comportamento criminoso, e vão desde o
castigo passando pelo diálogo até chegar a sistemas mais complexos, como a educação, distribuição de
renda, etc.
99A pena continua sendo o principal meio de controle do comportamento, mas só se aplica quando os de-
mais meios de controle falharam.
99Trabalha com o sistema de recompensas (estímulo) e punições (desestímulos).

PREVENÇÃO CRIMINAL

Prevenção criminal no Estado democrático de direito:

99Para a criminologia moderna, crime é um problema social complexo de acordo com a dinâmica de seus
protagonistas (autor, vítima e comunidade).
99Para a criminologia clássica, crime é a luta entre o bem e o mal (minimalista).
99No Estado democrático, a prevenção criminal é integrante da agenda federativa, de incumbência de
todos os setores do Poder Público (ação conjunta dos entes federativos - art. 144, caput, CF).
99Alcança ações dissuasórias (política legislativa - estabelecimento da pena); alteração dos espaços urbanos
e comunitários (função executiva - neoecologismo + neorretribucionismo); e reinserção social.

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99Prevenção situacional: A modalidade preventiva que cuida da diminuição das oportunidades que in-
fluenciam na vontade delitiva, dificultando a prática do crime, é chamada de prevenção situacional.

PREVENÇÃO PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA:

1) PRIMÁRIA: raiz do problema (educação, saúde, emprego, moradia, segurança); implantar direitos sociais
como forma preventiva. Instumentos de médio e longo prazo.

2) SECUNDÁRIA: destina-se a setores da sociedade (grupo ou subgrupos) que podem vir a padecer do proble-
ma criminal e não ao indivíduo. (ação policial, programas de apoio, controle das comunicações). Instrumentos
de curto e médio prazo seletivo.

- Programas de policiamento orientado à solução de problemas e de policiamento comunitário,


assim como outros programas de aproximação entre polícia e comunidade.

- Ações como controle dos meios de comunicação e ordenação urbana, orientadas a determinados
grupos ou subgrupos sociais.

3) TERCIÁRIA: voltada ao preso, visando a recuperação e evitando a reincidência (sistema prisional). Medidas
socioeducativas.

MOVIMENTOS IDEOLÓGICOS DO DIREITO PENAL

ABOLICIONISMO:

99O mal causado pelo sistema penal é muito mais grave do que o fato que gera sua intervenção.
99A vertente mais radical propõe a abolição do sistema penal - ideias de LOUKS HULSMANN; para essa
corrente é necessário, pois, um sistema alternativo, que abandone a programação criminalizante seletiva
em favor da solução informal dos conflitos.
99Defende a retirada das mãos do Estado a responsabilidade na solução dos eventos criminalizáveis; a solução,
portanto, deve ser obtida por meio de instrumentos informais de composição (participação interpessoal
dos envolvidos).
99O abolicionismo propõe a superação da resposta aos conflitos; mas não significa o desaparecimento de
todo e qualquer controle social. Busca apenas a eleiminação do controle repressivo nos moldes em que
é realizado pelo sistema penal.
99MATHIESEN, tidos por muitos como abolicionista, reconhece a impossibilidade de abolir por completo o
sistema penal.
99A pena, entretanto, é ainda, uma inegável necessidade. Isso significa que o padrão atual de direito penal
seja o melhor, é, em algumas hipóteses, necessária.

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99A proposta abolicionista pode conduzir à desestabilização da sociedade e, por consequência, à instalação
de uma justiça arbitrária e insegura, afinal não haveria limites à intervenção punitiva.
99Em conclusão, justifica-se, portanto, um direito penal necessário, considerado uma amarga necessidade em
uma sociedade de seres imperfeitos.
99A abolição de todo o sistema penal significaria a passagem da violência do controle para o descontrole da
violência.

MOVIMENTO DE LEI E ORDEM (LAW AND ORDER):

99Arma-se com as ideias de intervenção máxima do sistema penal e respostas formais do Estado, por meio
do Direito Penal; o Direito Penal é compreendido como único instrumento capaz de conter o crescimen-
to da criminalidade.
99No início da década de 1970, JAMES Q. WILSON nos EUA (Pensando sobre o delito), prega o aumento das
penas privativas de liberdade, defende medidas punitivas mais severas, incapacitadoras (ex.: pena de morte
para criminosos perigosos e reincidentes).
99Desenvolveu com GERGE KELLING a Teoria das Janelas Quebradas (Broken Windows Theory).

• Traduz a ideia de que ninguém se importa com o que acontece nas ruas, e logo, outras janelas tam-
bém seriam danificados, e prédios depredados, dando oportunidade e estímulo para a prática de
delitos mais graves;

• inspirou a técnica policial intensiva conhecida como “Tolerância Zero”, a qual apregoa que qualquer
incivilidade, ainda que mínima, deve ser duramente reprimida, pois pode evoluir facilmente para um
crime mais grave. Defende penas privativas de liberdade, mesmo que a crimes leves (ex.: atos de van-
dalismo, brigas entre vizinhos, mendicância, pichações, embriaguez, prostituição, violações da lei de
trânsito, uso de drogas), toques de recolher;

• apesar da diminuição da criminalidade, os abusos policiais aumentaram;

• os políticos conservadores, a mídia de massa e a opinião pública, prontamente apoiaram tais medidas.

99O sistema penal subterrâneo encaixa-se dentro da legitimidade social dada pelos discursos da “tolerância
zero” e da “lei e ordem”.
99A violência institucional policial passa a ser vista não como crime, mas como técnica natural, passível de
pequenos erros, e encontra legitimidade no senso comum da sociedade, nas mídias de massa, nas institu-
ições policiais e até mesmo intelectuais.

Características do movimento:

a) a pena se justifica como castigo e retribuição;

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b) os chamados crimes atrozes devem ser castigados com penas severas e duradouras (morte e longa priva-
ção de liberdade);

c) as penas privativas de liberdade impostas por crimes violentos sejam cumpridas em estabelecimentos penais
de segurança máxima, sendo o condenado submetido a um excepcional regime de severidade, diverso daquele
destinado aos demais condenados;

d) a prisão provisória tenha seu espectro ampliado, de maneira a representar uma resposta imediata ao crime;

e) haja diminuição dos poderes de individualização do juiz e menor controle judicial da execução, que de-
verá ficar a cargo, quase exclusivamente, das autoridades penitenciárias.

Críticas ao movimento:

99Expansão irracional do Direito Penal (hipertrofia da punição), gerando:

1) Crise do princípio da legalidade: previsão de tipos penais de conteúdo vago e indeterminado;

2) Defeitos de técnica legislativa: o legislador deixa de empregar a melhor técnica no momento de elaborar as
figuras típicas;

3) Bagatelização do Direito Penal: o uso desmedido do direito penal;

4) Violação ao princípio da proporcionalidade das penas;

5) Descrédito do Direito Penal;

6) Inexistência de limites punitivos;

7) Abuso de leis penais promocionais e simbólicas;

8) Flexibilização das regras de imputação;

9) Aumento significativo nos delitos de omissão.

3 - NEORRETRIBUCIONISMO

99Tem como objetivo coibir os pequenos delitos, o que inibiria os mais graves.

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99A teoria neorretribucionista surgiu nos Estados Unidos motivada pelo fracasso do positivismo no seu in-
tento de isolar e identificar os fatores criminógenos e de oferecer uma teoria generalizadora do delito, pela
falta de êxito dos programas ressocializadores e, por último, pelo aumento das taxas criminais. Inspirou-se
na Escola de Chicago (que desenvolveu a teoria da desorganização social na primeira metade do século
XX), pois sustenta que tem que haver um controle prévio dos comportamentos desviantes para que não
evoluam para comportamentos criminais mais graves. Por essa razão é conhecida como “Lei e Ordem” e
“Tolerância Zero” e foi resultante da “Teoria das Janelas Quebradas” que preconiza que a tolerância
com a desordem e com os comportamentos desviantes proporciona um ambiente favorável ao incremento
da criminalidade.

4 - GARANTISMO PENAL:

99Modelo de Direito que repudia os extremos (autoritarismo, hipertrofia de punição, excesso e a proteção
deficiente do Estado).
99Fomenta o direito penal mínimo necessário, proporcional.
99Se pauta na racionalidade e civilidade, estabelecendo os limites do Direito Penal com base no respeito
dos direitos fundamentais.
99O garantismo não pode compreender apenas a proibição do excesso. Diante do plexo de direitos e ga-
rantias explicitados na Constituição, tem o legislador (e o juiz) também a obrigação de proteger os bens
jurídicos de forma suficiente. Em outras palavras: é tão indesejado o excesso quanto a insuficiência da
resposta do Estado punitivo.

• Garantismo penal integral: foi cunhada por Douglas Fischer para demonstrar que o garantismo à
luz da hermenêutica constitucional, com seus consectários reflexos no Direito Penal e Processual Penal,
tutela não apenas os direitos individuais dos investigados ou processados na esfera criminal, devendo
valorar todos os direitos e deveres da sociedade previstos na Constituição Federal (direito de punir,
segurança e ordem pública e social);

• Garantismo hiperbólico (aplicado de maneira ampliada e desproporcional) monocular (tutela


apenas os direitos fundamentais do investigado/processado, desconsiderando-se o interesse coletivo)
contrapõe-se ao garantismo penal integral, que resguarda os direitos fundamentais afetos à coletivi-
dade.

99LUIGI FERRAJOLI (pai do garantismo) tem sua base fincada em 10 AXIOMAS ou implicações deônticas
que não expressam proposições assertivas, mas proposições prescritivas; não descrevem o que ocorre,
mas prescrevem o que deva ocorrer; não enunciam as condições que um sistema penal efetivamente sat-
isfaz, mas as que deva satisfazer em adesão aos seus princípios normativos internos e/ou a parâmetros de
justificação externa. Cada um dos axiomas do garantismo proposto por Luigi Ferrajoli se relaciona com um
princípio.

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• AXIOMA: “nulla poena sine crimine” (não há pena sem crime). -->: Princípio da retributividade ou
da consequencialidade;

• AXIOMA: “nullum crimen sine lege” (não há crime – ou pena - sem lei escrita, anterior, estrita,
certa). --> Princípio da legalidade;

• AXIOMA: “nulla lex (poenalis) sine necessitate” (não há lei penal sem necessidade). --> Princípio da
necessidade ou da economia do direito penal - princípio da intervenção mínima;

• AXIOMA: “nulla necessitas sine injuria” (não há necessidade sem lesão ou perigo de lesão ao bem
jurídico) --> Princípio da lesividade ou da ofensividade do evento;

• AXIOMA: “nulla injuria sine actione” (não há lesividade sem conduta) --> Princípio da materialida-
de ou da exterioridade da ação;

• AXIOMA: “nulla actio sine culpa” (não há conduta sem culpa) --> Princípio da culpabilidade;

• AXIOMA: “nulla culpa sine judicio” (não há culpa sem o devido processo legal) --> Princípio da
jurisdicionariedade;

• AXIOMA: “nullum judicio sine accusatione” (não há processo sem acusação) --> Princípio acusa-
tório;

• AXIOMA: “nulla accusatio sine probatione” (não há acusação sem prova) -->Princípio do ônus da
prova ou da verificação;

• AXIOMA: “nulla probatio sine defensione” (não há prova sem ampla defesa) --> Princípio da ampla
defesa.

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MEDICINA LEGAL
ÁREAS DE ATUAÇÃO DA MEDICINA LEGAL

Estuda o ser humano a partir de sua morfologia (forma), objetivando sua identificação
ANTROPOLOGIA
quanto ao sexo, à idade, à espécie...

TANATOLOGIA Estuda a morte. Seus tipos, suas causas, sua cronologia.

TRAUMATOLOGIA Estuda o trauma, o modo de ação dos agentes vulnerantes e as lesões acarretadas.

Estuda os vestígios decorrentes dos crimes contra a liberdade sexual, infanticídio,


SEXOLOGIA
aborto, bem como os desvios sexuais e parafilias.

TOXICOLOGIA Estuda as ações dos tóxicos e venenos.

PSIQUIATRIA FO-
Estuda os distúrbios mentais, visando diagnosticar imputabilidade e periculosidade.
RENSE

DOCUMENTOS MÉDICOS LEGAIS

99Relatório médico-legal (prêambulo, quesitos, histórico, descrição, discussão, conclusão, resposta


aos quesitos).

• Auto - ditado diretamente ao escrivão;

• Laudo - redigido pelos peritos.

99Atestado: afirmação sobre fato examinado e suas consequências. Não exige compromisso legal. Falsidade:
crime do art. 302, CP.
99Parecer: dirimir divergências. Não possui a descrição (exame médico).
99Notificação compulsória: comunicação feita às autoridades competentes por razões sociais ou sanitárias.
A omissão do médico: crime do art. 269, CP.
99Depoimento oral: esclarecimentos pelo perito acerca o relatório apresentado.
99Prontuário: todo os registros relativos aos cuidados médicos prestados. A Lei Maria da Penha admite como
meio de prova.

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ANTROPOLOGIA FORENSE

IDENTIDADE IDENTIFICAÇÃO

É o conjunto de elementos característicos de uma Processo técnico e científico empregado para


pessoa, que a individualiza, distinguindo-a das de- determinar a identidade. É o método para obter a
mais. identidade.

FUNDAMENTOS PARA CONFERIR CREDIBILIDADE À IDENTIFICAÇÃO

O elemento escolhido como iden-


UNICIDADE/INDIVIDUALIDA-
tificador é específico para cada
DE
indivíduo.

São características que não mu-


IMUTABILIDADE
FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS dam ao longo do tempo.
Consiste na capacidade de cer-
tos elementos resistirem à ação
PERENIDADE do tempo; permanecem durante
toda a vida e, até certo tempo,
após a morte.

Fácil de ser obtido e também de


PRATICALIBIDADE
ser registrado.
FUNDAMENTOS TÉCNICOS

Pode ser arquivado, tornando fá-


CLASSIFICABILIDADE
cil a busca do registro.

Fases do processo de identificação:

1ª - Registro do elemento característico.

2ª - Registro do mesmo elemento no momento em que se quer identificar.

3ª - Comparação dos dois registros.

99Se não houver registro prévio do elemento característico, ou, se esse elemento não puder ser obtido a
partir de algum material da própria pessoa ou de familiares (como o DNA), para servir de 1º registro, não
servirá para identificação por não haver possibilidade de comparação!! Todo método de identificação é
comparativo.

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Métodos de identificação:

1) IDENTIFICAÇÃO DA ESPÉCIE: através do estudo dos ossos e do sangue, possibilita diferenciar restos humanos
de restos de outras espécies.

a) Quanto aos ossos, pode ser feita de duas formas:

• Macroscopicamente - pela morfologia dos ossos ou dos dentes. Importante destacar a clavícula,
pois sua forma em “S” (humano) não se repete em nenhuma outra espécie animal.

• Microscopicamente - pela mensuração dos canais de Havers e dos osteoplastos. Os canais de


Havers são mais largos e em menor número nos humanos e mais estreitos, redondos e numerosos
os outros animais.

Humano Animal

FORMA Oval Circular

LARGURA Mais largo Mais estreito

DENSIDADE Menos denso Mais denso

SOM À PERCUSSÃO Som abafado Som metálico


b) Quanto ao sangue, se for da espécie humana, ao ser submetido aos testes, indicarão o tipo sanguíneo.

obs.: é possível a identificação pelo pêlo.

2) IDENTIFICAÇÃO DA RAÇA: são várias as dificuldades para estimar a cor da pele pelo esqueleto. Isso porque,
além dos tipos fundamentais, há uma enorme miscigenação. Desta forma, tal identificação possui valor relativo.

99Os tipos étnicos fundamentais são: caucasianos, mongólicos, indianos, negroides e australoides.

Pele branca ou trigueira; cabelos lisos ou crespos; louros ou castanhos; íris azuis
TIPO CAUCÁSICO ou castanhas; contorno crânio facial anterior ovoide ou ovoide-poligonal; perfil
facial ortognata e ligeiramente ptognata.
Pele amarela; cabelos lisos; face achatada de diante para trás; fronte larga e baixa;
TIPO MONGÓLICO
espaço interorbital largo; maxilares pequenos e mento saliente.
Pele negra; cabelos crespos, em tufos; crânio pequeno; perfil facial prognata;
TIPO NEGROIDE fronte alta e saliente; íris castanhas; nariz pequeno, largo e achatado; perfil côn-
cava e curto; narinas espessas e afastadas, visíveis de frente e circulares.

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Não se afigura como um tipo racial definido. Estatura alta; pele amarelo-trigueira,
tendente ao avermelhado; cabelos pretos, lisos, espessos e luzidios; íris castanhas;
TIPO INDIANO
crânio mesocéfalo; supercílios espessos; orelhas pequenas; nariz saliente, estreito
e longo; barba escassa; fronte vertical; zigomas saliente e largos.
Estatura alta; pele trigueira; nariz curto e largo; arcadas zigomáticas largas e vo-
TIPO AUSTRALOIDE
lumosas; prognatismo.

• Mulato – Branco com negro.

• Mameluco – Branco com índio.

• Cafuso – Negro com índio.

99Os principais elementos que caracterizam as raças são: primeiramente, a forma do crânio, o índice cefálico
(relação entre largura e comprimento do crânio) e o ângulo facial, depois as dimensões da face, o tipo do
cabelo e a cor da pele. A estimativa é realizada predominantemente pela análise do crânio.

Elementos que caracterizam as raças:

• Forma do crânio.

• Índice cefálico (relação largura-comprimento do crânio) - a capacidade do crânio é maior na raça


branca, seguindo-se em ordem decrescente, a amarela e a negra.

• Ângulo facial (projeção da mandíbula ou maxilar para frente) – é máximo nos brancos e mínimo nos
negros.

• Envergadura - os negros comumente têm os membros superiores mais longos em relação aos inferio-
res. Assim, os índices tibiofemoral e radioumeral tem importância para a identificação racial.

• Tipo de cabelo.

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• Cor da pele.

3) IDENTIFICAÇÃO DO SEXO

As partes que realmente fornecem subsídios de valor são (em ordem de importância):

• A pelve (BACIA);

• O crânio;

• O tórax;

• O fêmur;

• O úmero;

• A primeira vértebra cervical.

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HOMEM MULHER

Bacia (PELVE) mais estreita e mais funda. Bacia mais larga e menos funda.

Crânio mais espesso. Crânio menos espeço.

Tórax é cônico. Tórax é ovoide.

Dimensões e as inserções musculares menos pro-


Dimensões musculares maiores.
nunciadas.

Sacro mais alto. O sacro é mais baixo.

São mais delicados. Extremidades articulares são de


Malares mais salientes.
menores.

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4) IDENTIFICAÇÃO DA IDADE

99Quanto mais jovem o periciando, melhor para conseguir a aproximação da idade cronológica, porque
são maiores as alterações que ocorrem nos primeiros anos de vida.
99O melhor método de identificação da idade é a radiografia dos osso, mais especificamente do punho.

5) DETERMINAÇÃO DA ESTATURA

99No cadáver, as medidas são tomadas em decúbito dorsal.


99Para fragmentos de ossos, a estimativa de estatura tradicionalmente baseia-se na antropometria através da
medição de ossos longos (fêmur, tíbia, fíbula, úmero, ulna e rádio.
99É possível também estimar a estatura através dos dentes, usando-se a técnica de Carrea.

6) IDENTIFICAÇÃO PELOS DENTES

99Importante principalmente nos carbonizados e esqueletizados. É possível desde que haja uma ficha
dentária prévia, que permita comparação. Ademais, os dentes também podem fornecer material para a
análise do DNA.

7) IDENTIFICAÇÃO PELO DNA

99Responsável pela transmissão de características hereditárias de cada espécie. Muito utilizado nas
perícias de investigação do vínculo genético para corpos desconhecidos, paternidade e análise de vestígios
em locais de crime.
99Tem um grande grau de unicidade, pois é praticamente impossível duas pessoas com DNA igual.
99Está presente em todas as células do corpo.
99Na ausência de material do próprio indivíduo, a análise de material dos familiares pode suprir.
99 possível a identificação genética (análise do DNA) mesmo em cadáveres em avançado estado de pu-
trefação.

8) PALATOSCOPIA: pregas palatinas (céu da boca), desde que haja molde prévio.

9) QUEILOSCOPIA: sulos dos lábios.

10) SUPERPOSIÇÃO DE IMAGENS.

IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA

• Diferentemente da identificação médico-legal, a identificação judiciária independe de conhecimen-


tos médicos. Utiliza dados antropométricos e antropológicos para a identidade civil e caracteriza-
ção dos criminosos. É realizada por peritos e não médicos.

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• Vários métodos já foram utilizados, mas a maioria caiu em desuso. Um deles é a Bertilonagem (Sistema
Antropométrico de Bertillon).

SISTEMA DATILOSCÓPICO DE VUCETICH

99Papiloscopia é gênero, dividida em quatro partes:

• Quiroscopia: processo de identificação por meio das impressões palmares;

• Podoscopia: processo de identificação por meio das impressões plantares;

• Poroscopia: processo de identificação por meio dos poros das papilas dérmicas;

• Datiloscopia: processo de identificação humana por meio das impressões digitais.

Desenho digital Impressão digital

99Vucetich se baseou, fundamentalmente, na presença ou ausência de delta, criando a fórmula datiloscópica


e a classificação decadactilar. No sistema datiloscópico de Vucetich, o delta é a característica funda-
mental.
99O delta é o encontro das linhas marginais com as basais e limitado internamente pelas linhas nucleares.

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São quatro os tipos fundamentais de Vucetich:

Arco A1- ausência de delta. Representado pela letra A nos polegares e pelo número 1 nos demais.
Presilha Externa E3– são datilogramas que apresentam um delta à Esquerda do observador. Representada
pela letra E, quando nos polegares, e pelo número 3 quando nos outros dedos. (Para facilitar a lembrança,
externa e esquerda começam com E: presilha Externa / delta à Esquerda).
Presilha Interna I2 – são datilogramas que apresentam um delta à direita do observador. Representada pela
letra I nos polegares e pelo número 2 nos demais dedos.
Verticilo V4 – são datilogramas que apresentam dois deltas. Representado pela letra V, quando nos polega-
res, e pelo número 4 quando nos outros dedos:
CUIDADO - Não esquecer que o sistema de Vucetich considera a impressão digital. Se o delta estiver à direita
do desenho digital, na impressão digital ele estará à esquerda!! Logo, será um caso de presilha externa!!! Se a
prova der o desenho digital você tem que inverter para conseguir a impressão digital!!!! Ou seja, se o delta era
na direita, passa a ser na esquerda.
V = 4 →Verticilo
E = 3 →Presilha externa
I = 2 →Presilha interna
A = 1 → Arco
Importante estar ciente também das anomalias e suas formas de representação:
• Ausência de dedo = representa-se pelo número 0
• Presença de cicatriz que altera a impressão digital = representa-se por um X
• Presença de dedo supranumerário = letra minúscula ao lado da letra do polegar
obs.: Sindrome de Nagali. Trata-se de uma doença em que não há impressões digitais. Não há cura. A pessoa
não tem impressões digitais e tem dificuldade em segurar objetos.

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V E I A

4 3 2 1

99As impressões obtidas são colocadas na fórmula datiloscópica, na qual são representadas como uma fração,
onde a mão direita está no numerador e a mão esquerda no denominador. Mão direita em cima (série) e
esquerda embaixo (secção).
99A sequência de representação dos dedos é: polegar→indicador→médio→anular→mínimo.

Vejamos:

TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL

99Traumatologia estuda: o trauma, a lesão resultante do trauma e o agente vulnerante (que transmite esta
energia, ou seja, aquele que fere).
99Trauma: é a atuação de uma energia externa sobre o indivíduo, suficientemente intensa para provocar
desvio da normalidade, com ou sem expressão morfológica.
99Lesão: é a alteração estrutural proveniente de uma agressão ao organismo. Daí que se denominem ener-
gias lesivas quaisquer formas de energia capazes de provocar lesões.
99Agentes vulnerantes: são todos os instrumentos ou meios que atuam no organismo produzindo lesão.
Logo, podem ser instrumentos ou meios:

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• Instrumentos - são objetos que transferem energias cinéticas (mecânicas) e

• Meios - são todas aquelas situações que transferem quaisquer outras formas de energia (meios físicos,
químicos, físico-químicos, etc).

ENERGIAS VULNERANTES
Instrumentos contundentes, perfurantes, cortantes
MECÂNICAS
e mistos.
FÍSICAS
Barométrica, térmica, elétrica, radiante, sonora e
NÃO MECÂNICAS
luminosa.
QUÍMICAS Cáusticos e venenos.
Asfixias: impedem a passagem do ar e alteram o estado bioquímico do san-
MISTAS (FÍSICO-QUÍMICAS)
gue.

Energias de Ordem Mecânica

99Transferem energia cinética


99Ativas - impacto de um objeto em movimento contra o corpo humano parado;
99Passivas - o instrumento encontrar-se imóvel e o corpo humano em movimento (chão);
99Mistas - os dois se acharem em movimento, indo um contra o outro.

INSTRUMENTO LESÃO AÇÃO EXEMPLOS


Punctória ou puntifor-
Perfurante Pressão Alfinete, agulha, prego
me
Cortante Incisa Deslizamento Navalha, gilete

Pressão, percussão, ar- Cassetete, chão, muro,


Contundente Contusa rastamento e tração. pau

Perfurocortante Perfuroincisa Pressão e deslizamento Peixeira, faca, bisturi

Projétil de arma de fogo,


Pressão e penetração chave de fenda, ponta
Perfurocontundente Perfurocontusa do guarda-chuva
Pressão e esmagamen- Machado, dente, foice,
Cortocontundente Cortocontusa
to facão

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INSTRUMENTOS VULNERANTES
Aspecto da lesão Superfície de contado
Mecanismo da lesão Tipo da ação
como alvo

Plano Pressão Contundente Sem gume nem ponta


Ponto Pressão Perfurante Ponta
Linha Deslizamento Cortante Gume

Lesões produzidas por ação perfurante

99São instrumentos finos e pontiagudos: agulha, prego, picador de gelo, compasso etc.
99Atua através de uma ponta.
99Atuam por pressão, afastando as fibras do tecido e, raramente, secionando-as.
99A ferida produzida é PUNCTÓRIA OU PUNTIFORME.
99Podem ser de pequeno calibre (agulha, espinho), ou médio (picador de gelo).
99Quando o instrumento perfurante é de médio calibre, a forma das lesões assume aspecto diferente, em
forma de fenda ou em botoeira, obedecendo às LEIS DE FILHOS E LANGER. Tais leis diferenciam as lesões
causadas por instrumentos perfurantes de médio calibre das causadas por instrumentos perfurocortantes.
99Lesão com abertura estreita.
99Raro sangramento.
99Pouca nocividade na superfície e, às vezes de grande gravidade na profundidade.
99Quase sempre de menor diâmetro que o instrumento causador, graças à elasticidade e à retratilidade dos
tecidos cutâneos.
99Também podem apresentar o SINAL DO ACORDEÃO OU SINAL DE LACASSAGNE, cuja ferida, em vir-
tude de ser comprimida, apresenta uma extensão maior do que o instrumento que a produziu. Isso
acontece quando a região atingida apresenta uma depressibilidade dos tecidos, como no ventre.

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Lesões Produzidas por Ação Cortante

99Agem por um ou mais gumes: navalha, bisturi etc.


99Agem por deslizamento sobre os tecidos.
99A ferida causada chama-se INCISA (segundo o Hygino), mas outros autores, entre eles o França, preferem
chamá-la de CORTANTE.
99Essas feridas diferenciam-se das demais lesões pelas seguintes características:

Forma linear; Regularidade das bordas; Regularidade do fundo da lesão; Ausência de vestígios traumáticos em
torno da ferida; Hemorragia quase sempre abundante; Predominância do comprimento sobre a profundidade;
Afastamento das bordas da ferida; Presença de cauda de escoriação voltada para o lado onde terminou a ação
do instrumento; Vertentes cortadas obliquamente; Centro da ferida mais profundo que as extremidades; Paredes
da ferida lisas e regulares; Perfil de corte de aspecto angular, quando o instrumento atua de forma perpendicular,
ou em forma de bisel, quando o instrumento atua em sentido oblíquo ao plano atingido.

99O ponto mais profundo marca o início do golpe. O ponto mais superficial marca o final do golpe.
99Escoriação que marca o final da ferida é chamada de cauda de escoriação.

99Uma questão de suma importância é a ordem das lesões que se cruzam. Como a segunda lesão foi pro-
duzida sobre a primeira, de bordas já afastadas, coaptando-se às margens de uma das feridas, sendo ela
a primeira a ser produzida, a outra não segue um trajeto em linha reta (SINAL DE CHAVIGNY). Esse fato
não interessa apenas ao legista, mas também ao cirurgião, no sentido de suturar as feridas pela ordem de
agressão.

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99Feridas por ação cortante no pescoço:

ESGORJAMENTO DEGOLAMENTO DECAPITAÇÃO

Região posterior do pescoço


Região anterior (frente) OU Separação total da cabeça do cor-
(nuca). DeGOLAmento (lembrar de
LATERAL do pescoço. po
onde fica a gola, para decorar)

99Quando a pessoa está tentando se matar, normalmente, não há muita convicção do golpe que vai dar no
pescoço. Às vezes, ela antes tenta morrer cortando o punho. Aí você nota, na vítima, ao nível do punho,
feridas superficiais agrupadas, não mortais, indicando que ela está procurando coragem para produzir o
golpe fatal. Essas lesões múltiplas, pouco profundas, não letais, são chamadas lesões de hesitação.
99As feridas incisas localizadas na mão ou no antebraço da vítima são chamadas de lesões de defesa. Afas-
tam o elemento surpresa. Quando a pessoa tenta se defender numa luta, ela usa as mãos. Então, a pessoa
leva o antebraço e as mãos para tentar parar o golpe. Por isso, é muito comum feridas incisas na borda
ulnar do antebraço e também na região palmar. Essas feridas indicam que a vítima se defendeu. O perito
vai estabelecer uma probabilidade maior de homicídio ou de suicídio analisando as lesões de hesitação e
as lesões de defesa.
99Outras lesões por ação cortante:

ESQUATERJAMENTO ESPOSTEJAMENTO CASTRAÇÃO

Ato de retirada do órgão sexual mas-


Ato de dividir o corpo em partes Ato de dividir o corpo em várias par-
culino. Muitas vezes está ligada a
(quartos) - nas articulações. tes irregulares (sem ser em 4).
vingança ou crime passional.

Lesões Produzidas por Instrumento Contundente

99Agem por pressão, compressão, percussão, arrastamento e tração.


99A lesão é chamada CONTUSA, tem vários estágios, dependendo da força ou do objeto.

• Lesões Fechadas: rubefação, equimose, hematoma, bossas sanguínea e serosa, luxação, fratura e
roturas.

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• Lesões Abertas: escoriação, ferida contusa, empalamento, encravamento, esmagamento, arranca-


mento, fraturas e luxações expostas.

99Exemplos de instrumentos contundentes: martelo, soco, veículo, escada etc.

Lesões contusas:

99Forma estrelada, sinuosa ou retilínea;


99Bordas irregulares, escoriadas e equimosadas;
99Fundo irregular;
99Vertentes irregulares;
99Presença de pontes de tecido íntegro ligando as vertentes;
99Retração das bordas da ferida;
99Integridade dos vasos, nervos e tendões no fundo da lesão.

• Eritema ou rubefação: dilatação dos vasos sanguíneos que produzem uma mancha vermelha (hiperemia) tran-
sitória que não deixa vestígios (ex.: tapa).

• Equimose: infiltração do sangue na malha dos tecidos. Sangue extravasa e derrama embaixo da pele, formando
uma mancha. Pode aparecer em forma de petéquias (pontos avermelhados e pequenos); sugilação (aglomeração
de petéquias - ex.: sucção/chupão na pele); sufusão (equimose extensa).

• Manchas de Tardieu: petéquias maiores. Podem surgir em vários tipos de morte.

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• Manchas de Paultauf: equimoses, petéquias, espalhadas no pulmão, quando há afogamento e e água penetra.
Caracteriza morte por afogamento.

• Máscara de Morestin (equimose cérvico-facial le dentu): Conjunto de petéquias resultantes do extravasamento de


sangue que surgem pela morte por asfixia mecânica.

• Víbice: lesão com assinatura, marca o instrumento utilizado (ex.: lesão causada por cinto, palmada, bastão, garfo).

Evolução da equimose:

ESPECTRO EQUIMÓTICO DE LE GRAND DU SAULLE


VERMELHA 1º DIA
VIOLÁCEA 2º E 3º DIAS
AZUL 4º AO 6º DIA
VERDE 7º AO 11° DIA
AMARELA 12º DIA
DESAPARECIMENTO EM TORNO DO 15° AO 20° DIA.
#ATENÇÃO: Não se analisa o espectro equimótico nas lesões nos olhos (conjuntiva ocular), escroto e couro
cabeludo.

• Tumefação: palidez e elevação da pele (inchaço).

• Hematoma: é a hemorragia que, pelo seu volume e velocidade de formação, afasta os tecidos vizinhos e OCU-
PA UM ESPAÇO PRÓPRIO, formando uma neocavidade (Se a cavidade já existia, não é hematoma – é hemorragia
interna).

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• Bossa: se apresente sempre sobre um plano ósseo (famoso “galo”).

• Entorse: deslocamento TEMPORÁRIO da articulação, com ou sem rotura ligamentar.

• Luxação: deslocamento PERMANENTE das superfícies articulares. Articulação deixa de manter contato.

• Roturas viscerais: rompimento das vísceras abdominais ou torácicas.

• Escoriação: lesão superficial de atrito que rompe a epiderme, deixando a derme descoberta.

• Estigmas ungueais: escoriação causada pela unha.

• Esmagamento: os planos anatômicos de um segmento do corpo são comprimidos e triturados pelo agente
contundente. Síndrome de Crunsh. (ex.: ocorre com atropelamento por caminhões, ou queda de grande objeto
sobre o corpo).

• Empalamento: objeto de longo eixo é introduzido no ânus ou no períneo.

• Encravamento: Penetração com permanência de objeto em qualquer parte do corpo (menos o ânus e o pe-
ríneo).

• Arrancamento: tração violenta de segmentos corporais (ex.: acidente ferroviário). Quando arranca o couro ca-
beludo é chamado de escalpo.

CONTUSAS INCISAS (cortante)


Bordas irregulares Bordas regulares
Vertente irregular Vertente (encosta) regular
Fundo irregular Fundo regular
Bordas escoriadas e equimosadas Sem escoriação e equimoses
Presença de pontes de tecido íntegro Hemorragia abundante
Retração das bordas Afastamento das bordas
Integridade dos vasos, nervos e tendões no fundo Predomina o comprimento sobre a profundidade. Sua
da lesão, Forma estrelada profundidade é maior no início

Armas brancas

99Em geral, classificam-se quanto à forma de agir em quatro espécies: PERFURANTES (forma alonga-
da, largura pouco significante e ponta afilada), CORTANTES (lâmina de pouca espessura e gume afiado),
PERFUROCORTANTES (de lâmina estreita e extremidade pontiaguda) e, também admitidas por alguns,
as CORTOCONTUNDENTES (de gume mais ou menos afiado e de peso considerável, o que dá ao instru-
mento maior poder de dano).

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99Quanto a sua forma, dividem-se em arma branca laminar com ponta e fio (bisturi, adaga), arma branca
laminar com fio (navalha), arma branca laminar com ponta (punhal, sabre) e arma branca cilíndrica com
ponta (florete, estilete).

Lesões Produzidas por Instrumento Perfurocortante

99Provocadas por instrumentos de ponta e gume, atuando por um mecanismo misto: penetram perfu-
rando com a ponta e cortam com a borda afiada os planos superficiais e profundos do corpo da vítima.
99Agem por pressão (ponta) e deslizamento (dos gumes).
99Causa lesão PERFUROINCISA.
99Agem por pressão e por secção. Há os de um gume - botoeira: um dos ângulos mais agudos que o outros
(faca-peixeira, canivete, espada), os de dois gumes - fenda: âmgulos bastante agudos e semelhantes (pun-
hal, faca “vazada”) e os de três ou mais gumes ou triangulares: forma estrelada (lima).
99Características da lesão: Profundidade maior que largura; Hemorragias internas; Lado do gume mais
agudo; Eventual sinal de torção do instrumento; Lesão pode ser mais profunda que o instrumento; lesão
em acordeão de Lacasagne.

Lesões Produzidas por Instrumento Cortocontundente

99instrumentos dotados de grande massa: enxada, foice, facão, machado, guilhotina, DENTE.
99Transferem sua energia por meio de um gume, que com ajuda da massa produz lesões muito profundas.
99A lesão recebe o nome de CORTOCONTUSA.
99Têm forma bem variável, dependendo da região atingida, da inclinação, do peso, do gume e da força de
quem atua.
99Sendo o instrumento mais afiado, predominam as características dos ferimentos cortantes. Quando o fio de
corte não for vivo, prevalecem os caracteres de contusão dos tecidos.

Lesões Produzidas Por Ação Perfurocontundente

99Esses ferimentos são produzidos quase sempre por projéteis de arma de fogo; no entanto, podem estar
representados por meios semelhantes, como, por exemplo, a ponta de um guarda-chuva, vergalhão,
flecha.

Lesão por arma de fogo (PAF):

EFEITOS PRIMÁRIOS: Produzidos exclusivamente pela ação mecânica do projétil. São característicos dos pon-
tos de impacto, não dependendo da distância do tiro.

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ORLA DE ESCORIAÇÃO OU CON- ORLA DE ENXUGO OU LIMPADU-


ORLA EQUIMÓTICA
TUSÃO RA
Epiderme é arrancada por sua
ação contundente, resultando No trajeto pelo tecido subcutâ-
Produzida pela limpeza dos re-
uma orla de escoriação ao redor neo, o projétil rompe vasos de
síduos existentes no cano da
do orifício de entrada. A derme, calibres médio e pequeno, o que
arma (pólvora, ferrugem, partí-
por ser mais elástica, é esticada provoca infiltração hemorrágica
culas etc), ficando sob a forma de
em forma de dedo de luva por in- que se traduz externamente por
uma auréola escura em volta do
versão e só se rompe quando o uma orla equimótica ao redor do
orifício de entrada.
limite de sua elasticidade é ultra- orifício.
passado.
Serve para caracterizar a rea-
Logo, o diâmetro de entrada é Por vezes, a orla de enxugo só é
ção vital na ferida. SÓ TEM EM
menor que o calibre do projétil observada nas roupas da vítima
VIVO
ORLA EXCLUSIVA DOS ORIFÍ- Essa orla não é constante nem
Não se pode afirmar o calibre
CIOS DE ENTRADA. exclusiva da entrada, poden-
da arma pelo diâmetro dos fe-
do ser observada nos tecidos
rimentos
vizinhos ao orifício de saída.

1 - ferida de entrada
2 - orla de enxugo
3 - orla de escoriação
4 - orla de contusão
5 - zona de esfumaçamento
6 - zona de tatuagem

EFEITOS SECUNDÁRIOS: resultam nos tiros à curta distância:

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ZONA DE CHAMA (CHAMUSCA-


ZONA DE ESFUMAÇAMENTO ZONA DE TATUAGEM
MENTO/DE QUEIMADURA
Produzida pelo depósito de
Produzida pela pólvora incombus-
Produzida pelos gases supera- fuligem decorrente da com-
ta (NÃO QUEIMADA) ou parcial-
quecidos e inflamados. bustão da pólvora (QUEIMA-
mente comburida.
DA).
Acima de 50 cm a quantidade de
TIROS A CURTA DISTÂNCIA TIROS À CURTA DISTÂNCIA
partículas sólidas diminui progressi-
(=queima-roupa). (=queima roupa).
va e rapidamente.
Formada pelos resíduos finos e
impalpáveis aderidos ao plano Incrustam-se no alvo, NÃO REMO-
X do alvo. FACILMENTE REMO- VÍVEIS POR LAVAGEM.
VIDOS POR LAVAGEM.

X
Nos tiros perpendiculares, apresenta forma estralada.
Nos tiros perpendiculares apresenta-se sob a forma circular. Nos inclinados tem forma elíptica.
Traço característico do orifício de
X X
entrada.

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Ferimentos de entrada nos tiros encostados

99A boca do cano da arma se apoia no alvo produzindo lesão pela ação do projétil e gases resultantes da
deflagração da pólvora.

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99O orifício de entrada é irregular, amplo, em regra maior que o diâmetro do projétil.
99NÃO HÁ ZONA DE ESFUMAÇAMENTO E TATUAGEM.
99podem ser caracterizados pelo sinal do “schusskanol”, representado pelo esfumaçamento das paredes do
conduto produzido pelo projétil entre as lâminas interna e externa de um osso chato, a exemplo dos ossos
do crânio.

1) Osso por baixo: faz-se uma cratera (rombo), pela expansão dos gases. Forma a Boca de Mina de HOFFMAN.
O sinal é demonstrado na pele. Bordas do orifício evertidos.

obs.: O sinal de resíduo de pólvora no osso é denominado Sinal de BENASSI:

obs.: A formação de tronco de cone em osso achatado (costela, esterno, ilíaco, cânio), orifício de entrada menor
e saída maior, é chamado de sinal de BONNET:

2) Pele e tecido por baixo: o tiro encostado forma o sinal de PUPPE-WERKGARTNER:

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Ferimentos de entrada nos tiros a curta distância

99Dentro dos limites da região espacial varrida pelos gases e resíduos de combustão da pólvora expelidos
pelo cano da arma.
99O orifício de entrada terá a forma arredondada ou ovalar (nos tiros inclinados).
99Bordas invertidas.
99Orla de contusão e enxugo, auréola equimótica.
99Zonas de queimadura, esfumaçamento e tatuagem.

Outros sinais causados por lesões por PAF:

Anel de Fisch (ou sinal de Romanese): formado pela orla de escoriação e a orla de enxugo. Define a direção do
tiro, quando o anel de fisch está mais acentuado:

Sinal de Chavigny: corresponde à orla de enxugo ou alimpadura (lesão de entrada de PAF).

Lesão em chuleio: quando o mesmo projétil entra e sai mais de uma vez ao longo do seu trajeto, fazendo várias
entradas e várias saídas de lesão.

Lesão em canaleta: é a ferida de raspão (tangente), aparenta lesão contundente; lesão em vala, sulco...

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Rosa de tiro de Cevidalli: lesões causadas por um tiro com vários projéteis, causando múltiplas feridas (cartucho
de projéteis múltiplos - ex.: espingardas, calibre 12). Observar qual foi a arma, pois o cano pode ter sido ser-
rado (maior dispersão).

Ferimentos de entrada nos tiros à distância.

99Diâmetro menor que o do projétil;


99forma arredondada ou elíptica;
99orla de escoriação;
99halo de enxugo;
99aréola equimótica;
99bordas reviradas para dentro;
99nos PROJÉTEIS DE ALTA ENERGIA, pela capacidade de poderem girar 90° sobre si mesmos, são capazes,
por isso, de provocarem um orifício de entrada muito maior que o seu diâmetro. A presença de microlacer-
ações radiadas nas bordas da ferida é um achado freqüente nos tiros de fuzil (velocidade acima de 600m/s.

Ferimento de saída

99É possível a formação de orla de escoriação na lesão de saída, quando há um anteparo resistente encostado
na saída (ex.: vítima de PAF que estava encostado na parede) - forma o sinal de Romanese.
99Sinal de Romanese: Halo contuso erosivo que se observa no orifício de saída de projétil de arma de fogo,
quando o plano cutâneo se acha contatado externamente com um anteparo duro.
99Não há escoriação na saída.
99Maior sangramento.
99Lesão estrelada (irregular).
99Não há enxugo.
99É maior que o calibre do projétil.

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99As bordas são para fora (evertidas).

LESÕES POR PAF ENTRADA SAÍDA

Forma Arredondada (regular) Irregular

Invertidas (Invaginadas), salvo na


Borda Evertidas
mina de Hoffman

Sem Zonas (pode ser orla equi-


Orlas e Zonas (salvo se houver
mótica e de escoriação, mas
Elementos compensador ou roupa)
nunca de enxugo)

Diâmetro Menor ou proporcional ao projétil Maior ou desproporcional

Sangramento Pouco ou Ausente Muito sangue

Trajeto: caminho do projétil dentro do organismo.

Trajetória: caminho do projétil no espaço (fora do organismo).

Ferida cega ou fundo de saco: projétil penetra mas não atravessa o corpo.

Ferida Transfixante: projétil penetra e atravessa o corpo, apresentando orifício de saída.

Ferida Primária: primeira ferida causada pelo projétil.

Ferida de reentrada ou secundária: transfixa outras partes do corpo, com orifícios de entrada.

Cavitação: fenômeno provocado pela energia cinética no alvo provocada pelo PAF.

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a) Cavidade permanente: presente em todos os tiros de arma de fogo, quando o PAF passa pelo corpo;

b) Cavidades temporárias: todos projéteis de arma de fogo produzem cavidades temporárias, devido às ondas
de pressão.Ggeram maiores lesões nos tecidos situados na periferia do túnel permanente criado pela passagem
do projétil; (lembrar do exemplo da onda da lancha). É temporária pois a cavidade formada volta ao normal, em
razão da elasticidade da pele. As amplitudes são variadas, e dependem: i) velocidade do PAF; ii) onda de pressão
do PAF; iii) densidade/eslasticidade do órgão: quanto mais denso o órgão, maior a lesão; iv) estabilidade do PAF:
quanto mais estável, menor a cavidade temporária; v) tamanho do trajeto.

ENERGIA FÍSICA NÃO-MECÂNICA

LESÃO CAUSADA POR AÇÃO TÉRMICA

I. CALOR

TERMONOSE QUEIMADURA
Sinais e sintomas decorrentes da ação térmica di- Sinais e sintomas decorrentes da ação térmica locali-
fusa. zada: contato direto.

A. CALOR DIFUSO: São as denominadas TERMOSES. Estas se apresentam como: insolação ou intermação:

INSOLAÇÃO INTERMAÇÃO
Causada por outra fonte térmica qualquer e pro-
Quando a fonte térmica é o SOL.
duzir lesões. (espaço confinado, sem arejamento).

Quadro clínico subitâneo:

99Palidez;
99Angústia precordial;
99Forte dor na cabeça;
99Transpiração;
99Perda de consciência; e
99Coma;
99RIGIDEZ DA NUCA (SINAL DE KERNIG);
99Trismo (impossibilidade da abertura da boca); e

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99Convulsões, precedendo a morte;


99Na intermação a sintomatologia surge paulatinamente (aos poucos), manifestada por:

• Mal-estar, angústia, nervosismo, taquicardia;

• Cefaleia;

• Náuseas;

• Pulso filiforme;

• Sudorese;

• Sede intensa;

• Midríase;

• Hipertermia (às vezes, hipotermia); e

• Coma e morte;

• Não há renovação do ar. O aumento do vapor d’água impede a transpiração.

B. CALOR DIRETO: São as QUEIMADURAS, de maior ou menor extensão, mais ou menos profundas, infectadas
ou não, advindas das ações das chamas, gases, líquidos e metais aquecidos.

CLASSIFICAÇÃO DE HOFFMANN
Eritema simples, vermelhidão (SINAL DE CHRIS-
1.º GRAU
TINSON); Pele descasca em 3 a 4 dias.
Vesicação, flictenas, bolhas (SINAL DE CHAM-
BERT). Apresentam líquido límpido ou de colorido
amarelo rico em albumina e cloretos.
Alguns autores dividem a queimadura de 2.º grau
em de espessura parcial superficial ou de espessura
parcial profunda.
De espessura parcial superficial - há uma pequena
destruição da epiderme e de parte do derme, com
preservação de grande quantidade células germina-
2.º GRAU
tivas (camada basal da pele), capazes de regenerar
espontaneamente o tegumento lesado, cicatrizando
em 2 ou 3 semanas.
De espessura parcial profunda - são conservados
apenas uma parte do derme e alguns elementos
germinativos (ductos glandulares, folículos pilosos), o
que explica por que a regeneração local do epitélio
demanda 6 a 7 semanas.

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Escaras, escarificação, há necrose (morte de um


grupo de células) de todo o tecido dermo-epidér-
mico. Vai até o plano muscular, gerando placa de
necrose dura e de cor preta ou vinhosa, que ao ser
3.º GRAU tirada deixa uma úlcera (ferida aberta). Para cicatrizar
normalmente precisa de enxerto. Resulta em retra-
ção da pele, chamada sinéquia.
Carbonização. Quando a queimadura atinge
também os ossos. Se o indivíduo for carbonizado
enquanto vivo, ou logo após a morte, a retração dos
músculos leva à POSIÇÃO DE BOXER, OU ATITUTE
DE SALTIMBANCO, OU ATITUDE DE EPÍSTOMO,
OU ESGREMISTA (SINAL DE DEVERGIE).

4.º GRAU

Carbonização total = incineração! A CARBONIZA-


ÇÃO AGE COMO ISOLANTE TÉRMICO E ELÉTRICO.
A observação das queimaduras propicia saber se o
indivíduo já estava morto ou não no momento da car-
bonização. Se morreu no fogo, o sangue dos pulmões
e coração possui alta taxa de monóxido de carbono.

99Em um incêndio, para saber se o indivíduo foi carbonizado morto ou vivo, verifica-se a árvore respiratória
(SINAL DE MONTALTI – FULIGEM E FUMAÇA NAS VIAS RESPIRATÓRIAS).

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II. FRIO

A. AÇÃO DIFUSA (TEMPERATURA DO CORPO CAI ABAIXO DE 35 GRAUS).

99O frio sistêmico (que não atua diretamente) faz diminuir as funções circulatórias e cerebrais. A ação do
frio leva a:

• Alterações do sistema nervoso;

• Arritmia e parada cardíaca;

• Diminuição da função cerebral, sonolência;

• Convulsões;

• Delírios;

• Perturbações dos movimentos;

• Anestesias;

• Congestão ou isquemia das vísceras;

• Podendo advir a morte.

99Os cadáveres apresentam:

• Pele e sangue mais claros;

• A hipóstase é vermelho clara;

• A rigidez cadavérica é precoce;

• Extravasamento de espuma de sangue pelas vias respiratórias;

• Infiltração hemorrágica na mucosa gástrica (SINAL DE WISCHNEWSKI);

• Resfriam rapidamente e demoram mais para entrar em putrefação.

B. AÇÃO DIRETA (GELADURAS): O frio também pode atuar diretamente sobre o corpo.

99Gera demora na chegada do sangue nas extremidades, circunstância em que começa a causar lesões
pela falta de oxigênio nos tecidos (geladuras), podendo levar à perda dos dedos, da mão, dos pés, das
extremidades. Pode levar a necrose, a destruição dos tecidos.

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99As geladuras comportam-se em 3 graus: eritema, flictenas e necrose ou gangrena.

CLASSIFICAÇÃO DAS GELADURAS


Eritema (palidez ou rubefação): Inicialmente o frio
provoca vasoconstrição acentuada nos capilares e
palidez cutânea. Num segundo tempo, rubefação
vermelho-escura entremeada de áreas lívidas na
1º GRAU
pele tensa e luzidia (com aspecto de pele arrepiada),
decorrente da retenção do sangue pobre em oxigê-
nio nesses pequenos vasos dilatados pela estafa da
contratilidade vascular.
Flictenas, bolhas: aqui já há destruição da epider-
2.º GRAU
me, pegando parte da derme.
Necrose ou gangrena: úmida ou seca, posterior à
mortificação dos tecidos, por coagulação do san-
gue dentro dos capilares e perturbações isquêmicas,
assestadas, indolores, lívidas ou azuladas, em qual-
3.º GRAU
quer área do tronco e/ou capaz de destruir parte ou
a totalidade do membro. Com a vasoconstricção, não
passa sangue para os tecidos, ocasionando úlceras
(feridas). Chega ao músculo.

#ATENÇÃO - Alguns autores consideram a classificação do 1º grau ao 4º grau, sendo a de 1º grau: palidez ou
rubefação local; 2º grau: eritema; 3º grau: necrose e 4º GRAU: GANGRENA OU DESARTICULAÇÃO. Logo, a
necrose continua sendo 3º grau. A gangrena que passa para o 4º.

FRIO CALOR
Vasoconstrição periférica. Vasodilatação periférica.
Eriçamento dos pelos. Abaixamento dos pelos.
Inibição da sudorese (para o suor). Liberação do suor.
Aumento do metabolismo (inicialmente). Redução do metabolismo (inicialmente).
Tremores. X
Aumento do apetite. Redução do apetite.
Cuidado com a perda de água e de sais minerais,
Cuidado com a vasoconstrição periférica, porque, faltando
porque, na hora que faltar liquido no corpo, o cé-
sangue nas extremidades, há probabilidade da necrose.
rebro é um dos primeiros a ser afetado.

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LESÃO POR AÇÃO ELÉTRICA

I. AÇÃO DA ELETRICIDADE NATURAL: causada pelo RAIO.

99Fulminação – quando raio mata.


99Fulguração - quando apenas gera danos corporais (internos ou externos).
99Lesão externa com aspecto arborifome, conhecida como SINAL DE LICHTENBERG. É temporário. Tal sinal
desaparece com o tempo.

99Também podem surgir outras, como alterações funcionais dos órgãos, queimaduras (se tiver em contato
com objeto metálico, por exemplo), hemorragias musculares, fraturas ósseas, carbonização...
99Quando a eletricidade se transforma em calor, gerando queimaduras, ocorre o chamado EFEITO JOULE. O
efeito joule nada mais é do que a transformação da corrente elétrica em calor.

II. AÇÃO DA ELETRICIDADE INDUSTRIAL (ELETROPLESSÃO): dano corporal, com ou sem êxito letal, provo-
cado pela ação da corrente elétrica industrial ou artificial, sobre os seres vivos.

99Causa marca elétrica JELLINEK. Essa marca não é obrigatória, pode aparecer ou não. Quando ela aparece,
não significa que a pessoa morreu de eletroplessão. Significa que a pessoa sofreu uma corrente elétrica.

• Aspecto circular, elíptica ou em roseta;

• Branca amarelada;

• Seca e indolor;

• Não há flictema (despida de reações inflamatórias ou assépticas);

• Nem sempre existe. Nem quer dizer que morreu da corrente, pois há outras causas, como ve-
remos (morte cerebral, queda, morte resp...);

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• Tem valor médico-legal para indicar a porta de entrada da corrente elétrica no organismo.

MARCA DE JELLINEK QUEIMADURA ELÉTRICA


Pode ser cutânea, muscular, óssea e até visceral, de-
pendendo do efeito (passagem da corrente elétri-
Representa exclusivamente a porta de entrada da
ca) e da lei de joule. Essas lesões apresentam-se em
corrente elétrica no organismo. É indolor e não in-
forma de escaras negras, de bordas relativamen-
flama.
te regulares, podendo ou não apresentarem as
marcas do condutor.

Pode causar:

99Morte pulmonar – Asfixia por contratura dos músculos respiratórios.


99Morte cardíaca.
99Fibrilação ventricular, arritimia.
99Desfibrilação, causando sístole, contração (acima de 2A).
99Morte cerebral.
99Contusão com a queda no momento do choque.

• Baixa amperagem --> fibrilação ventricular (arritmia) - +- 3 minutos.


• Média/Alta amperagem --> asfixia (espasmos impedem a respiração) - 5 a 7 minutos.
• Média/Alta amperagem --> cardiorespiratória (passagem pelo bulbo – central.

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA CENTRAL PARADA RESPIRATÓRIA PERIFÉRICA

Se a corrente passar pelo TRONCO ENCEFÁLICO,


Mas, se a corrente passar pelo TRONCO (tórax) da
lesa o bulbo, gerando a parada cardiorrespiratória
vítima será caso de parada respiratória periférica.
Central.

ENERGIA BAROMÉTRICA (BAROPATIAS): alterações provocadas por ambientes de pressão.

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A. ALTITUDE

99Mal das montanhas ou dos aviadores - Acima de 3.000m o ar está rarefeito. Causa Náuseas, Dispneia,
Escotomas, vertigens, desmaios, epistaxe, otorragia (soroche andino), podendo a morte sobrevir por
hemorragia cerebral.
99Doença de Monge - algumas pessoas, mais sensíveis, que moram na montanha, adquirem essa doença,
Aumento da produção de glóbulos vermelhos (é um hormônio).

B. BAIXO

99Doença dos caixões ou mal dos escafandristas - mal que atinge mergulhadores. Suscetível de desen-
cadear ruptura do tímpano, vertigens, síndrome de Menière, otorragia, epistaxe, dispneia, perturbações
passageiras da visão, epigastralgia intensa, hemorragia interna, edema pulmonar, parestesias e até a morte
por embolias gasosas formadas pelo nitrogênio anteriormente dissolvido sob pressão no soro sanguíneo.
99Barotrauma do ouvido - ocorre na na descida na água pois a água que entra no ouvido empurra o tím-
pano, o que pode gerar o trauma: A pressão aumenta. Manobra de Valsalva ajuda no equilíbrio.
99Afogamento – ocorre na subida. Quando a pessoa resolve voltar à superfície (mesmo ainda tendo ar nos
pulmões), a pressão começa a diminuir (pois a pessoa está subindo); quando se começa a subir o “pulmão
começa a se descomprimir”, e aquele ar, que estava dentro do pulmão, que passava pra o sangue devido
a compressão, não passa mais para o sangue, levando a pessoa a apagar (desmaiar), o que leva ao afog-
amento.
99Embolia traumática pelo ar – Subida muito rápida. Às vezes, por algum motivo, o retorno se dá de forma
rápida (ex.: água gelada; medo de um tubarão). O gás que estava dissolvido no líquido vira espuma e se
expande) DOENÇA DA DESCOMPRESSÃO (BEND) → é consequência das subidas incorretas (rápi-
das), as quais não chegam a levar a morte, mas somam bolhas (gases descomprimidos) nas articu-
lações que se acumulam (causa contraturas dolorosas)!

LESÃO POR AÇÃO QUÍMICA

I - AÇÃO INTERNA: Produzida por venenos, que ingeridas, inaladas, ou em contato com a pele penetram no
organismo causando dano. A respiração dos tecidos é afetada, causando cianose. A morte sobrevém por edema
pulmonar e parada respiratória.

II - AÇÃO EXTERNA: São os ácidos e bases. É aquilo que queima. Para produzir calor, haverá uma reação química
(reação exotérmica).

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99Ácidos – Desidratam o tecido (LESÃO DURA E SECA, DAS CORES ABAIXO).

• Ácido Sulfúrico (chamado também de vitríolo).

• Crime de vitriolagem = jogar ácido sulfúrico em alguém com a finalidade de deformar (art.
129, §2º, IV, do CP). DEIXA A LESÃO NEGRA.

• Obs. - Se a prova disser o gênero ácido, pode marcar como crime de vitriolagem. Mas, se
especificar o ácido, só é crime de vitriolagem se ácido sulfúrico.

• Ácido Nítrico - DEIXA A LESÃO AMARELA! Embora também se enquadre no artigo da lesão de defor-
midade permanente, não pode ser chamado de vitriolagem.

• Ácido Clorídrico (o ácido muriático) - DEIXA A LESÃO AVERMELHADA! Embora também se enquadre
no artigo da lesão de deformidade permanente, não pode ser chamado de vitriolagem.

99Bases – Liquefazem/derretem o tecido (LESÃO MOLE E ÚMIDA, BRANCAS!): Soda Cáustica; Potassa
Cáustica; Outras, como fenol, ácido fluorídrico, etc.

ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA (ASFIXIAS)

ASFIXIA: quimicamente, significa a concomitantemente falta de oxigênio (hipoxia) e excesso de gás carbono
(hipercapinia ou hipercabia).

99Asfixias são energias físico-químicas, pois, ao mesmo tempo impedem a passagem de ar (asfixia mecânica)
e alteram a composição bioquímica do sangue (hipoxia e hipercapnia).

CLASSIFICAÇÃO DAS ASFIXIAS:

1° Asfixias puras - são manifestadas pela anoxemia e hipercapnéia.

a) Asfixia em ambiente por gases irrespiráveis:

I – Confinamento;

II – Asfixia por monóxido de carbono;

III – Asfixias por outros vícios de ambiente.

b) Obstáculo à penetração do ar nas vias respiratórias:

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I – Sufocação direta (Obstrução da boca e da narina e das vias aéreas mais inferiores);

II – Sufocação indireta (compressão do tórax e crucifixo);

III – Transformação do meio gasoso em meio liquido (afogamento);

IV – Transformação do meio gasoso em meio solido (soterramento).

2° Asfixias complexas – Interrupção primária da circulação cerebral, anoxemia, hiporcapneia: Inibição por com-
pressão dos elementos nervosos do pescoço (constrição cervical).

a) Constrição ativa do pescoço exercida pelo peso do corpo: enforcamento.

b) Constrição ativa do pescoço exercida pela força muscular: estrangulamento.

3° Asfixias mistas – Graus variados dos fenômenos respiratórios, circulatórios e nervosos (esganadura).

SINAIS GERAIS DE ASFIXIA

EXTERNOS INTERNOS
Cianose na face (cor azulada ou arroxeada da face). Sangue fluido e escuro.
Há equimoses viscerais, mais comuns na região
Cogumelo de espuma (não confirma por si só afoga- subpleural (manchas de tardieu, que existem em
mento). qualquer asfixia, não são patognomônicas de afo-
gamento).
Projeção da língua para fora. Maior volume de sangue nas vísceras
Equimoses externas, com forma de petéquias, na pele
e mucosas da face, sobretudo nas pálpebras e olhos Hemorragia, edema e efisema pulmonar.
(conjuntiva ocular).
Livores cadavéricos mais escuros e precoces. X

Sinais de asfixia:

99MANCHAS DE HIPÓSTASE (LIVORES CADAVÉRICOS ESCUROS E PRECOCES): o sangue está sem oxigê-
nio, com gás carbônico. Essa tonalidade é diferente nas asfixias por monóxido de carbono (fica vermelha,
pois as células morrem com bastante oxigênio).
99CIANOSE: “MÁSCARA EQUIMÓTICA E MORESTIN”, mais frequente na asfixia por compressão do tórax
(sufocação indireta), impede o sangue de voltar ao coração. Disseminadas no rosto, pescoço e tórax supe-
rior. TAMBÉM CHAMADA DE EQUIMOSE CERVICO FACIAL DE LE DENTU.

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99EQUIMOSES DA PELE, MUCOSAS E VÍSCERAS: Em consequência do aumento da pressão, os vasos se


rompem formando as manchas equimóticas. No pulmão e no coração recebem o nome de MANCHAS DE
TARDIEU. NÃO SÃO PATOGNOMÔNICAS de afogamento, aparecem nas asfixias em geral.

99SANGUE NÃO COAGULADO: Nas asfixias o sangue tende a não coagular, tende a permanecer fluido.
99COGUMELO DE ESPUMA: É formado de uma bola de finas bolhas de espuma que cobre a boca e as nari-
nas e que continua pelas vias aéreas inferiores. Pode ser de coloração clara ou sanguinolenta.

99PROJEÇÃO DA LÍNGUA E EXOFTALMIA : Pode ser por causa mecânica externa, como nos casos de asfix-
ia mecânica por constrição do pescoço (CERVICAL) ou por edema post-mortem.

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99MAIOR QUANTIDADE DE SANGUE NOS ÓRGÃOS: Órgãos que normalmente contêm sangue, como o
fígado, ficam muito cheios. Congestão polivisceral.

99Tríade asfíxica: características que surgem em diversas modalidades de mortes: naturais, por envenena-
mento, por intoxicação, por infecções, por eletricidade, por doenças e também por asfixia: i) sangue fluido
e escuro; ii) congestão polivisceral; iii) equimoses puntiformes (petéquias) disseminadas - Manchas
de Tardieu; nas subconjuntivas, na cabeça, no pulmão, no coração, no timo.

ASFIXIAS EM ESPÉCIE

1 - SUFOCAÇÃO DIRETA - causada pela obstrução dos orifícios ou condutos respiratórios. a) Oclusão da boca
e das fossas nasais ou b) Oclusão das vias respiratórias por corpos estranhos impedindo a passagem de ar até os
pulmões (popularmente conhecido como engasgamento).

99obs.: pode-se encontrar a presença de marcas ungueais (estigmas ungueais) ao redor dos orifícios
nasais e da boca nos casos de sufocação.
99É também comum encontrar lesões nos lábios pelo traumatismo desta com os dentes.
99Poderá estar presente, na árvore respiratória, o corpo estranho causador da sufocação (no caso de en-
gasgamento).

2 - SUFOCAÇÃO INDIRETA - causada pela compressão do tórax e abdome (ex.: desmoronamento, atropela-
mentos de multidões, ação criminosa e crianças que dormem com os pais).

99No rosto da pessoa que tem o tórax comprimido começa a aparecer um pontilhado hemorrágico (máscara
equimótica de MORESTIN).

#ATENÇÃO - SUFOCAÇÃO POSICIONAL PODE SER CONSIDERADA UMA SUFOCAÇÃO INDIRETA. O me-
canismo de morte seria a fadiga aguda dos músculos da respiração, seguida de apneia e anoxia:
• CRUCIFICAÇÃO ou
• Quando o indivíduo é colocado muito tempo de “cabeça para baixo”.

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3 - AFOGAMENTO: Produzido pela penetração de um meio líquido ou semilíquido nas vias respiratórias.

I. SINAIS EXTERNOS DO AFOGADO:

• Baixa temperatura da pele;

• Pele anserina: a pele tem um aspecto chamado anserino - arrepiada pelo mecanismo pilo-eretor.
Recebe o nome de Sinal de Bernt;

• Contração de determinadas partes do corpo: os mamilos, a bolsa escrotal, pênis e clitóris são con-
traídos;

• Maceração da pele palmar e plantar: a pele das mãos (mãos de lavadeira) e dos pés ficam mace-
radas (enrugadas);

• A pele chega a descolar e permanece tão perfeita, destacada com tanta precisão (como uma luva), que
é até possível colher as impressões digitais;

• Cogumelo de espuma: espuma branca ou rosada que sai da boca e dos orifícios nasais. A PRESENÇA
DE COGUMELO DE ESPUMA NO CADÁVER, POR SI SÓ, NÃO CONFIRMA O DIAGNÓSTICO DA
MORTE POR AFOGAMENTO;

• Lesões por animais aquáticos: são comuns nos afogamentos. Os animais têm predileção pelos lá-
bios, pálpebras e nariz;

• Escoriações e pequenas feridas nas polpas digitais: enquanto ainda vivo, o afogado tentar agarrar-se a
qualquer coisa, assim pode sofrer atrito dos dedos em pedras ou materiais do meio;

• Dentes e unhas róseos (chamado de dentes róseos post mortem). Os dentes encontrados em
algumas vítimas de afogamento e enforcamento apresentam-se de róseo-claro a vermelho
pouco intenso.

II. SINAIS INTERNOS DE AFOGAMENTO

• Inundação das vias aéreas com líquido: Por meio do líquido pode-se analisar o meio aquático em
que o indivíduo se afogou. Também ocorre aspiração de corpos estranhos que entram nos pulmões
juntamente com o líquido (MATERIAL LODOSO NO NARIZ E BOCA).

• Lesão dos pulmões: as manchas de Tardieu são raras, sendo mais comuns as manchas de Paltauf que
são maiores e de contornos irregulares. As MANCHAS DE PALTAUF são valiosas para o diagnóstico
de afogamento, pois não são observadas em outras formas de asfixia (diferentemente da de
Tardieu).

• Presença de líquidos no aparelho digestivo: o indivíduo também engole água, além de inspirá-la.

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99Um cadáver dentro da água, pela sua densidade, tende a afundar. Durante as primeiras 24 horas, o
cadáver fica submerso, depois disso ele vem à superfície, porque o processo da putrefação produz uma
enorme quantidade de gases (fase gasosa). Esses gases fazem com que o cadáver venha para a superfície.
99Observações sobre a tanatologia nos afogados: Os livores hipostáticos do cadáver dos afogados tomam
tonalidade mais clara que nas demais formas de asfixias mecânicas. Os livores na cabeça. Nos afogados, a
mancha verde aparece no tórax (bactérias começam a atuar no pulmão) e não no abdômen.

AFOGADOS BRANCOS AFOGADO AZUL


Chamados brancos de Parrot ou afogados secos.
O indivíduo morre por inibição ao tocar na água.
Quando não há líquido nos pulmões, porque a Em que a morte ocorreu por entrada de líquido
morte ocorreu por parada cardíaca reflexa. É a nos pulmões. Aqui sim é um afogamento.
MORTE POR INIBIÇÃO, estando a respiração au-
sente quando o indivíduo submerge.

ÁGUA DOCE ÁGUA SALGADA


Água passa dos alvéolos para os vasos, diluindo o
Desloca a água do sangue para dentro dos al-
sangue (hemodiluição) e causando aumento do
véolos, os quais ficam encharcados tanto pela água
volume de sangue (hipervolemia). A morte no
aspirada como pela água do sangue. Levando á as-
afogado de água doce se dá por parada cardíaca
fixia. Esse é o genuíno afogamento.
e não por asfixia.
Percebe-se o sangue do átrio esquerdo mais con-
Percebe-se o sangue do átrio esquerdo mais diluído
centrado do que o do átrio direito.
que o do átrio direito.

CONSTRIÇÃO CERVICAL

1 - ENFORCAMENTO:

99Constrição do pescoço por um laço (formado por apenas uma volta e dotado de um nó que pode ser
fixo ou deslizante, simples ou múltiplo). O nó se opõe à alça do laço.
99A força que constrange é o peso do próprio indivíduo.
99A morte ocorre no prazo de 5 a 10 min, dependendo da intensidade da constrição. Às vezes é instantânea,
decorrente de parada cardíaca (=morte por inibição).
99O sulco é: Oblíquo ascendente. Tem profundidade variável. É interrompido no nó. Fica por cima da cartila-
gem tireóidea.
99Se produzido por laço mole: a tonalidade é branca.
99Se produzido por laço duro, apergaminhado: a tonalidade é pardo escura (linha argêntica), resultante da
desidratação da pele.

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99Infiltrações hemorrágicas puntiformes no fundo do sulco = SINAL DE NEYDING.


99Vesículas sanguinolentas no fundo do sulco = SINAL DE LESSER.
99Pele enrugada e escoriada no fundo do sulco (SINAL DE AMBROISE PARÉ) resulta do laço firme compri-
mindo o pescoço.
99Os livores situam-se abaixo do umbigo. Livores cadavéricos em placas, por cima e por baixo das bordas
= SINAL DE PONSOLD.
99Os sinais de Amussat e Friedberg são encontrados nas asfixias por constrição cervical.
99A POSIÇÃO DA CABEÇA SEMPRE SE MOSTRA VOLTADA PARA O LADO CONTRÁRIO DO NÓ.
99É comum a presença de líquido ou espuma pela boca e narinas (cogumelo de espuma). A língua é
cianótica e está projetada além das arcadas dentárias.

ENFORCAMENTO TÍPICO ENFORCAMENTO ATÍPICO


Qualquer outra posição.
Se o nó estiver para trás, na nuca, e a alça para diante.

ENFORCAMENTO COMPLETO ENFORCAMENTO INCOMPLETO


Corpo totalmente suspenso. Algumas partes do corpo tocam o chão.

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ENFORCADO AZUL ENFORCADO BRANCO

Face fica cianosada e com aspecto aumentado, porque


o laço, ao apertar o pescoço, comprime também a cir- A face fica branca e lívida, devido a FORTE COMPRES-
culação. QUANDO A PRESSÃO DO LAÇO NÃO FOR SÃO DO LAÇO, QUE OBSTRUI TOTALMENTE TANTO
EXAGERADA (pois o sangue sobe para a cabeça e fica AS VEIAS QUANTO AS ARTÉRIAS.
comprometido na descida).

2 - ESTRANGULAMENTO : o laço acionado por uma força externa, geralmente homicida. Para determinar
se a causa da morte foi enforcamento ou estrangulamento, é necessária a análise das características do
sulco deixado pelo laço.

ENFORCAMENTO ESTRANGULAMENTO
Oblíquo ascendente. Horizontal.
Variável segundo a zona do pescoço. Uniforme em toda a periferia do pescoço.
Interrompido ao nível do nó. Contínuo.
Em geral, único. Frequentemente múltiplo.
Por cima da cartilagem tireóidea. Por baixo da cartilagem tireóidea.
Só excepcionalmente apergaminhado, pois o
Quase sempre apergaminhado.
agressor tende a afrouxar após a morte.
De profundidade desigual. De profundidade uniforme.

#OBSERVAÇÃO: Existe também o estrangulamento antebraquial, em que ocorre a constrição do pescoço


pelaação do braço e do antebraço sobre a laringe, conhecido como “golpe de gravata”.

3 - ESGANADURA: verifica pela constrição do pescoço pelas mãos:

99É SEMPRE HOMICIDA.


99HÁ DISPARIDADE DE FORÇAS ENTRE OS SUJEITOS.

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99Nos sinais locais notam-se equimoses e as escoriações produzidas pelas unhas do agressor, teorica-
mente de forma semilunar, apergaminhadas, de tonalidade pardo-amarelada, conhecidas como ESTIGMAS
OU MARCAS UNGUEAIS.
99Petéquias na face = SINAL DE LACASSAGN.
99Lesões do aparelho laríngeo por fraturas das cartilagens tireóidea e cricóidea e dos ossos estilóide e hióide
(gogó) são mais frequentes que no estrangulamento e no enforcamento.
99Face da vítima fica pálida ou cianótica, dependendo da intensidade da constrição.

4 - CONFINAMENTO

99Falta de renovação de ar respirável.


99A morte pode decorrer de asfixia (falta de oxigênio e acumulo de gás carbônico) e intermação (aumento de
vapor d’agua impede a perda de calor).

5 - MONÓXIDO DE CARBONO

99Asfixia pela inalação de monóxido de carbono.


99Rigidez cadavérica tardia, pouco intensa e de menor duração.
99Tonalidade rósea da face (“como de vida”).
99Manchas de hipóstases claras (vimos em tanatologia).
99Pulmão e demais órgãos de tom carmim e sangue fluido e róseo.

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6 - SOTERRAMENTO

99Asfixia por obstrução por terra ou substância pulvurelenta.


99Presença de material estranho nas vias respiratórias e digestivas é diagnóstico.
99O soterramento pode provocar sufocação indireta (tórax), direta (partículas nas vias aéreas), confinamento
e ação contundente.

TANATOLOGIA FORENSE

99 Hoje, o diagnóstico mais aceito da morte é o conceito de morte encefálica.

MORTE ENCEFÁLICA MORTE CEREBRAL

Na morte encefálica, a lesão atinge outras estruturas


além do cérebro. No caso, o tronco encefálico. Nunca
mais haverá respiração espontânea. Os parâmetros clí-
nicos a serem observados para a constatação de morte
encefálica são:
• Coma aperceptivo, com ausência de atividade
motora supraespinhal, e Quando lesado difusamente apenas o cérebro, levando
• Ausência de reflexos que dependem da integri- ao coma persistente. As funções cardíaca e respiratória
dade do tronco encefálico: mantém-se, apesar do estado inconsciente.

o Pupilas fixas e arreativas;


o Ausência de reflexo córneo palpebral;
o Ausência de reflexos óculo-cefálicos;
o Ausência de reflexo da tosse.
• Apneia (ausência de respiração espontânea).

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Fenômenos Cadavéricos

CLASSIFICAÇÃO DOS FENÔMENOS CADAVÉRICOS

Denominação Fenômenos

-Ausência de função cerebral;


-Inconsciência;
-insensibilidade;
-Imobilidade;
Músculos relaxam, permitindo eliminação de fe-
zes;
ABIÓTICOS IMEDIATOS/SINAIS DE INCERTEZA/ Pupilas dilatam (midríase);
DIAGNÓSTICO DE MORTE CLÍNICA
Corpo se amolda ao apoio;
Tórax se achata;
Boca entreaberta;
Rugas da face se atenuam (máscara da morte);
-Parada da respiração;
-Parada da circulação.

-Algidez;
-Rigidez;
ABIÓTICOS MEDIATOS/CONSECUTIVOS/SINAIS DE
-Hipóstase ou livor;
CERTEZA/SINAIS TARDIOS
-Resfriamento;
-Espasmo cadavérico.

-Autólise;
-Putrefação: coloração (mancha verde), ga-
TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
soso, coliquativo, esqueletização;
-Maceração.

Mumificação;
Saponificação;
TRANSFORMATIVOS CONSERVATIVOS
Corificação;
Calcificação.

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FENÔMENOS ABIÓTICOS, AVITAIS OU VITAIS NEGATIVOS

1 - SINAIS ABIÓTICOS IMEDIATOS, DE INCERTEZA, OU DIAGNÓSTICO DA MORTE (CLÍNICA)

99Não dão certeza de morte.


99art. 162 do CPP diz que os peritos devem esperar pelo menos 06 horas após a morte para realizar a autop-
sia (salvo nos casos de certeza em relação à morte, como cadáver espostejado, decaptado, etc.).
99Período de Incerteza de Tourdes: corresponde ao período onde ainda não há certeza da morte: vai até
o momento em que o Sinal da Parada Respiratória e Cardíaca se tornar for Irreversível. Após, pode-se dizer
que morte ocorreu.

AUSÊNCIA DE FUNÇÃO CARDIO- AUSÊNCIA DE FUNÇÕES CERE-


AUSÊNCIA DE RESPIRAÇÃO
CIRCULATÓRIA BRAIS

-Inconsciência;
-insensibilidade;
-Imobilidade;
Músculos relaxam, permitindo eli-
minação de fezes;
-Batimentos cardíacos ausentes;
Pupilas dilatam (midríase);
-Pulso ausente; -Movimentos torácicos ausentes.
Corpo se amolda ao apoio;
-Pressão arterial zero.
Tórax se achata;
Boca entreaberta;
Rugas da face se atenuam. (más-
cara da morte)

2 - FENÔMENOS ABIÓTICOS MEDIATOS, DE CERTEZA, TARDIOS, OU CONSECUTIVOS

99Os sinais consecutivos constituem uma tríade.

• Livor (coloração);

• Rigor (rigidez);

• Algor (temperatura).

99Fenômenos:

• Evaporação tegumentar (desitratação);

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• Resfriamento;

• Livor;

• Rigor;

• Espasmo.

I. Evaporação Tegumentar (Desidratação Cadavérica)

99Decréscimo de peso (devido à evaporação de água dos tecidos);


99Apergaminhamento da pele (a pele se desseca, endurece, tomando um aspecto de pergaminho);
99Dessecamento das mucosas dos lábios (principalmente dos recém-nascidos);
99Modificação dos globos oculares:

• Formação da tela viscosa, resultante da evaporação da lágrima;

• Enrugamento da córnea;

• Mancha negra da esclerótica ou SINAL DE SOMMER E LARCHER (na parte branca do olho, sur-
ge depois de 3 h e se generaliza em 7):

• após 8h, surge o Sinal de Ripault: deformação da pupila com a pressão do dedo sobre o olho;

• Sinal de STENON-LOUIS: desidratação da córnea, olhos ficam com uma camada fina de poeira
e detritos, opacos, aspecto fosco.

II - Resfriamento Cadavérico (Algor Mortis)

99A tendência do corpo é equilibrar sua temperatura com o meio ambiente. O esfriamento começa pelos pés,
mãos e face. Os órgãos internos mantêm-se aquecidos por 24 horas em média.
99Nas mortes por infecção generalizada o resfriamento é mais lento (mais bactérias).
99A fórmula de Moritz para calcular as horas desde a morte, pela temperatura retal, manda subtrair de 37º
a temperatura registrada no momento do exame e somar mais 3 ao resultado. Este expressa o número de
horas pós-morte.

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III. Manchas de Hipóstase Cutâneas (Livor Mortis)

99São manchas arroxeadas resultantes do acúmulo do sangue no interior dos vasos sanguíneos.
99Surgem com o fim da circulação: pressão intravascular nula + posição de declive que se encontra o cadáver
(atração gravitacional).
99Cronologia:

• 30 minutos – Ainda não há livores (lembrar que também não tem rigidez cadavérica, nem Mancha
Negra Ocular de Larcher-Sommer);

• Após 30 minutos - pontilhado avermelhado na região de maior declive;

• Aproximadamente 2 horas - manchas maiores (lembrar que aqui a musculatura da mandíbula já está
dura, mas ainda estudaremos o rigor mortis);

• 6 horas - As manchas estão generalizadas (lembrar que a rigidez também já será total e que a Mancha
Negra Ocular de Larcher-Sommer já existe);

• Até 8 horas - Os livores estão móveis (se uma pessoa mudar a cadáver de posição, os livores também
mudarão de posição no corpo do cadáver; se colocar uma placa de vidro em cima da mancha, ela
clareia);

• A partir de 8 horas (alguns livros dizem 12 h) - os livores estão fixos, pois os tecidos estão manchados
(mesmo que se mude o cadáver de posição, os livores não saem mais do lugar; se colocar uma placa
de vidro em cima, não mudarão mais de cor).

99Importância médico-legal dos livores na avaliação do tempo da morte, identificação da posição do cadáver
no momento da morte. Diagnóstico da causa da morte pela coloração das manchas.
99 NA INTOXICAÇÕES POR MONÓXIDO DE CARBONO (ESCAPAMENTO DE CARROS), A MANCHA É
AVERMELHADA, pois as células morrem com bastante oxigênio.

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IV - Rigidez Cadavérica (Rigor Mortis)

99Provocada pela escassez de oxigênio e acúmulo de ácido lático.


99É um fenômeno químico.
99LEI DE NYSTEM SOMMER – Diz que a rigidez tem início na cabeça (mandíbula e nuca), evoluindo de for-
ma descendente (da cabeça para os pés). A sequência é:
99MANDÍBULA --> TÓRAX --> BRAÇOS --> ABDOMEN --> PERNAS.
99O relaxamento se faz no mesmo sentido (da cabeça para os pés).
99O cadáver toma um posição “atlética”, com discreta flexão do antebraço sobre o braço, da perna sobre a
coxa, com os polegares fletidos para baixo dos outros dedos.
99Começa entre 1 e 2 horas depois da morte, chegando ao máximo após 8 horas. Desaparece quando se
inicia a putrefação (depois de 24 horas).
99Cronologia (com base na lei de Nystem Sommer):

• Menos de 2 horas - Flacidez do Cadáver, flacidez muscular generalizada;

• Mais de 2 horas (Neusa Bittar diz de 1 a 2 horas) - Músculo masseter (da mandíbula) endurecido. Este
é o primeiro músculo a enrijecer (não se consegue fechar nem abrir a boca do cadáver);

• 6 a 8 horas - Quando o cadáver estiver todo rígido;

• Como o início da putrefação começa a amolecer, no mesmo sentido, de cima para baixo.

99#PARAFIXAR - O cadáver está flácido → a morte ocorreu há menos de 2 h; O cadáver está todo duro →
a morte ocorreu entre 06 e 08 h; O cadáver não está todo duro, mas não fecha a boca → a morte ocorreu
há mais de 2 h, mas há menos de 6 ou 8 horas.
99A rigidez será mais ou menos intensa de acordo com: A idade – Nos velhos pode nem existir; A constituição
individual (massa muscular) – Nos desnutridos pode nem existir; A causa da morte.
99#CUIDADO - se for usada a força humana, o cadáver volta a amolecer no local onde foi manipulado
(ex.: se for encontrado um cadáver com braço duro e outro mole; com os braços moles e as pernas duras;
com a boca mole e as pernas e braços duros... Perceba que é preciso observar aquela ordem que vem de
cima para baixo (se ela for alterada, o cadáver foi manipulado).
99Existem situações em que a rigidez cadavérica é Precoce. São elas: Mortes violentas, acompanhadas de
intensa luta; e Casos de asfixia mecânica (não é qualquer tipo).

V. Espasmo Cadavérico

99Também chamado de rigidez cadavérica cataléptica, estatutária ou plástica.

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99Se caracteriza por uma rigidez abrupta, generalizada e violenta, sem o relaxamento muscular que precede
a rigidez comum. Significa a manutenção da última posição, da última contração muscular, do in-
divíduo antes de morrer.

3 - TAFONOMIA (FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS)

99A tafonomia forense é o estudo de todas as fases que o ser humano passa após a morte, de destru-
ição ou conservação, no interesse judicial ou forense.
99Compreendem os destrutivos (autólise, putrefação e maceração) e os conservadores (mumificação,
saponificação, corificação e calcificação).
99 São sinais que atestam a realidade de morte.

1. FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS

I. AUTÓLISE:

99Processo de destruição celular.


99Com a acidez no corpo, será a vida impossível, iniciando-se os fenômenos intra e extracelulares de decom-
posição.
99É o mais precoce dos fenômenos cadavéricos.
99Afeta precocemente os cadáveres de recém-nascidos e aqueles ainda não putrefeitos ou em que esse
fenômeno mal se iniciou.

II. PUTREFAÇÃO:

99Decomposição do corpo pela ação das bactérias saprófitas, gerando grande quantidade de gases.
99Fatores que mais interferem na decomposição cadavérica:

• Temperatura – Calor antecipa e frio retarda;

• Aeração, a higroscopia do ar – Se houver dificuldade de resfriamento, antecipa;

• Peso do corpo, as condições físicas, a idade do morto – Obesos demoram mais a perder calor e
antecipam a putrefação;

• Causa morte – Infecção antecipa a putrefação.

99São 4 as fases da putrefação: cromática, enfisematosa (gasosa), coliquativa e esqueletização.

• A) Cromática ou de Coloração

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• Mancha verde abdominal, localizada NA FOSSA ILÍACA DIREITA.

• Quanto ao feto, a mancha verde começa ao redor dos orifícios naturais do corpo.

• Já nos afogados, a mancha verde apareça primeiro no tórax e no pescoço.

• Quando essa mancha aparece, já se passaram mais de 24 horas da morte.

• B) Gasosa ou Enfisematosa

• Do interior do corpo, vão surgindo os gases de putrefação (enfisema putrefativo).

• O corpo aumenta de tamanho, principalmente na face, no abdômen e nos órgãos genitais


masculinos, dando-lhe a posição de lutador. Nota-se a projeção dos olhos e da língua e a
distensão do abdome.

• Bolhas na epiderme, de conteúdo líquido hemoglobínico.

• Odor fétido.

• Descolamento da pele.

• Esses gases também podem fazer pressão sobre o sangue que foge para a periferia e, pelo
destacamento da epiderme, esboça na derme o desenho vascular conhecido como CIRCU-
LAÇÃO PÓSTUMA DE BROUARDEL.

• O aumento da pressão abdominal pode produzir prolapso do reto e do útero, além de ele-
vação do diafragma.

• Eliminação de secreção avermelhada pela boca e nariz.

• Eliminação de fezes, urina ou esperma.

• Nos casos de útero gravídico, pode ocorrer a expulsão post mortem do feto.

• Cérebro se transforma em uma massa acinzentada, que escorre da cavidade craniana assim
que aberta. Os pulmões se tornam muito colapsados e o coração amolecido com coloração
pardo-escura. Líquidos nas cavidades pleurais são frequentes. O fígado, também amolecido,
apresenta, ao corte, cavidades que lembram um queijo suíço.

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• C) Redutora, Coliquativa Ou Liquefação:

• Os tecidos amolecidos (putrilagem) se desfazem, pois o cadáver é invadido por larvas


de insetos.

• Fica mais difícil para se encontrar as lesões ou a causa da morte. Há a exposição do esque-
leto. Pode ser local ou geral. Pode estar presente ao lado de outras fases.

• D) Esqueletização

• A fase em que os ossos estão presos apenas por alguns ligamentos.

• um cadáver sepultado, em 1 ou 2 anos ele chega a esqueletizar (dependo da condição do


solo).

• Se o cadáver estiver em ar livre, este cadáver pode esquelitizar em até 15 dias, devido à
alimentação de alguns animais, como urubus, por exemplo.

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III. MACERAÇÃO

99Ocorre nos corpos submersos - maceração séptica (com germes).


99Nos fetos mortos retidos no útero materno a partir do 5º mês, denominado maceração asséptica (sem
germes).
99A pele do cadáver, que se encontra submerso, se torna enrugada e amolecida e facilmente destacável
em grandes retalhos.
99Os fetos apresentam cor avermelhada, o couro cabeludo se desprende, a face fica deformada e achatada,
os membros ficam flácidos e com grande mobilidade, conferindo-se aspecto de polichinelo.

2. FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES

99São 4: mumificação, saponificação, corificação e calcificação. Vejamos cada um deles:

I. MUMIFICAÇÃO

99Ocorre quando a evaporação da água for tão rápida que iniba o crescimento bacteriano.
99Pode ser natural (evaporação pelo clima seco e quente); artificial (resina, formol) e mista (ambos).
99O cadáver mumificado apresenta peso reduzido, pele dura, seca, enrugada e de tonalidade enegrecida,
cabeça diminuída de volume e a face conserva vagamente os traços fisionômicos.
99As condições que favorecem a mumificação são:

• Ambientes secos, bem ventilados, quentes.

• Solos arenosos.

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II. SAPONIFICAÇÃO OU ADIPOCERA

• Formação de material esbranquiçado, mole, com cheiro de ranço, NAS PARTES GORDUROSAS do cadá-
ver. Cadáver adquire consistência untuosa, mole, como o sabão ou cera.

• Atenção! EXIGE PROCESSO PRÉVIO DE PUTREFAÇÃO!!!

• As condições que favorecem o surgimento da saponificação cadavérica são:

• Ambiente pouco ventilado, quentes.

• Solo argiloso e úmido.

• Indivíduo obeso.

III. CALCIFICAÇÃO

• É a petrificação ou calcificação do corpo.

• Ocorre mais frequentemente em fetos mortos e retidos na cavidade uterina (ABAIXO DO 5º MÊS
DE GESTAÇÃO! A PARTIR DO 5º MÊS É MACERAÇÃO, FENÔMENO DESTRUTIVO, COMO VI-
MOS!), constituindo-se nos chamados litopédios.

IV. CORIFICAÇÃO

• Fenômeno transformativo conservador muito raro, foi observado em cadáveres que foram acolhi-
dos em urnas metálicas (com zinco na composição). O cadáver submetido a tal fenômeno apre-
senta a pele ressecada e endurecida, semelhante a couro.

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CRONOTANATOGNOSE

• A cronotanatognose estuda o espaço de tempo verificado em diversas fases do cadáver e o momento em


que se verificou o óbito. A importância desse estudo está não apenas nas soluções de questões civis ligadas
à premoriência no interesse na sucessão, mas também em determinar-se a responsabilidade criminal.

• Esfriamento: não devem ser esquecidas as variadas condições do cadáver e do meio ambiente.

• 3 primeiras horas - queda da temperatura do corpo é em torno de 0,5°C.

• 4ª hora em diante - queda em torno de 1,0°C até equilibrar com o meio.

• Cerca de 12h após a morte – equilíbrio.

• Livores:

• 2 a 3h depois da morte – Surgimento.

• 12h - fixação.

• Nesse espaço de tempo, com a mudança de decúbito, esses livores podem mudar de posição.

• Rigidez

• 1ª a 2ª h depois do óbito – surge na mandíbula e nuca.

• 2ª a 4ª h - nos membros superiores.

• 4ª a 6ª h - nos músculos torácicos e abdominais.

• 6ª e 8ª h - nos membros inferiores.

• 36 a 48h - flacidez muscular pelo desaparecimento do rigor mortis, aparece progressivamente


na mesma sequência, iniciando-se, portanto, pela mandíbula e nuca (Lei de Nysten).

• Mancha verde abdominal:

• 24 e 36h - aparecimento, quase sempre na fossa ilíaca direita (região do ceco).

• 3° ao 5° dia - se estende por todo o corpo e sua tonalidade se acentua cada vez mais, dando uma
coloração verde-enegrecida ao corpo.

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• Crioscopia do sangue: o ponto de congelação do sangue afasta-se à medida que evolui o tempo de morte.

• Conteúdo estomacal: analisa-se o alimento encontrado no estômago do cadáver.

• Crescimento dos pelos da barba: será possível se souber a hora em que o indivíduo se barbeou pela última
vez.

• Fauna cadavérica: a entomologia médico-legal estuda a evolução dos insetos e de outros artrópodes na
estimativa do tempo de morte.

• Fundo de olho: com a paralisação da circulação dos vasos da retina, observam-se, ao exame de fundo de
olho.

• A fragmentação da coluna sanguínea (2 horas post mortem).

• O aparecimento do anel isquêmico perivascular (5 horas post mortem).

• Desaparecimento dos vasos sanguíneos começando pelas arteríolas, vênulas, artérias até as
veias (25 horas post mortem).

Em resumo, o calendário da morte:

Até 2 horas de morte:

• Corpo flácido;

• Temperatura quente;

• Ausência de livores.

De 2 a 4 horas:

• Rigidez de nuca e mandíbula;

• Início dos livores;

• Alterações oculares (fundo de olho).

De 4 a 6 horas:

• Rigidez de membros superiores, nuca e mandíbula;

• Livores;

• Alterações oculares (fundo de olho).

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De 8 a 16 horas:

• Rigidez generalizada;

• Manchas de hipóstase;

• Alterações oculares (fundo de olho).

De 16 a 24 horas:

• Rigidez generalizada;

• Início da mancha verde abdominal;

• Alterações oculares (fundo de olho).

De 24 a 48 horas:

• Início da flacidez;

• Mancha verde abdominal;

• Alterações oculares (fundo de olho).

De 48 a 72 horas:

• Disseminação da mancha verde abdominal;

• Fase gasosa;

• Alterações oculares (fundo de olho);

• surgem os Cristais de Westenhöffer-Rocha-Valverde no sangue periférico.

2 a 3 anos:

• Desaparecimento das partes moles do corpo;

• Presença de insetos.

Após 3 anos:

• Esqueletização completa.

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INUMAÇÃO E EXUMAÇÃO

• Inumação consiste no sepultamento do cadáver, confirmada a realidade da morte e após registro


do atestado de óbito nos cartórios, o cadáver é sepultado.

• Exumação é o ato de desenterrar um cadáver atendendo aos reclamos da Justiça, para averiguar
uma causa de morte passada despercebida, esclarecer um detalhe, confirmar um diagnóstico ou uma
identificação.

PREMORIÊNCIA COMORIÊNCIA
É quando não se consegue precisar, presumindo
É a sequência de morte estabelecida, ou seja, “A” simultaneidade de mortes, caso mais comum, pois na
morreu antes de “B”. maioria das vezes não é possível a determinação da
sequência de eventos.

LESÕES EM VIDA E POST MORTEM

POST MORTEM EM VIDA


Sangue Não Coagulado (lesões brancas) Sangue Coagulado
Irretratabilidade dos tecidos Retração dos tecidos (bordas afastadas)
X Tem espectro equimótico (muda cor)
X Crosta das escoriações
X Reações inflamatórias, embolias, evolução dos calos
Queimadura não apresenta nenhuma reação vital:
bolhas contém ar ou líquido destituído de leu- Reações das zonas de queimaduras.
cócito e albumina
Ausência De Malhas De Fibrina Presença De Malhas E Fibrina
Ausência De Infiltração Hemorrágica Infiltração Hemorrágica
Ausência De Transformação Hemoglobínica Sinais De Transformação De Hemoglobina
Presença De Metahemoglobina Ausência De Meta-Hemoglobina

ASPECTOS MÉDICOS-LEGAIS DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

PERÍCIA DA CONJUNÇÃO CARNAL

99No caso de vítima virgem, a perícia de coito vaginal se fundamenta no estudo da integridade himenal.

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99Nos caso de mulheres de vida sexual pregressa ou hímen complacente, a perícia se baseia na:

• Presença de gravidez;

• Presença de esperma na cavidade vaginal;

• Presença de fosfatase ácida ou de glicoproteína P30 (de procedência do líquido prostático); ou

• Contaminação venérea profunda.

99O hímen é a membrana que circunda o orifício de entrada da vagina. É variável em forma e tamanho e tem
uma abertura única (o óstio himenal), que pode existir em número maior ou até mesmo não existir.

RUPTURA X ENTALHE

RUPTURA ENTALHE
Se estendem até as borda (Completos). Não se estendem até as bordas (incompletos).
As bordas se coaptam (se encaixam). As bordas não se coaptam.
As bordas apresentam cicatriz. As bordas são do mesmo tecido do hímen.
Sob luz ultravioleta, apresenta-se pálida. Apresenta-se mais vermelha.
São assimétricos. São geralmente simétricos.
Ângulo em forma de V. Ângulo arredondado.

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99#ATENÇÃO - NEM SEMPRE O HÍMEN SE ROMPE COM A CONJUNÇÃO CARNAL. O hímen pode ter
uma elasticidade tal que não se rompa com a penetração do pênis. Quando isso ocorre, o hímen é
chamado complacente. Para fins periciais, não fornece subsídios para o diagnóstico da virgindade. Himens
não complacentes também podem não romper, por exemplo quando estiver muito lubrificada, ou o pênis
for muito pequeno. Outras vezes, a presença de muitos entalhes aumenta o orifício e não há ruptura com
a penetração.
99Após um parto, as rupturas aumentam, restando apenas fragmentos de hímen, os quais são chamados de
CARÚNCULAS MIRTIFORMES. Logo, as carúnculas mirtiformes indicam que a vítima já pariu ( já teve
filho).

SINAIS DE POSSIBILIDADE E SINAIS DE CERTEZA

a) Sinais de possibilidade (duvidosos, que não levam ao diagnóstico):

• Lesões nos lábios menores e maiores da vulva;

• Equimoses, pontos hemorrágicos, escoriações;

• Presença de pelos, dor;

• Manchas de sêmen na roupa etc.

b) Sinais que caracterizam a conjunção carnal (sinais certos):

• Ruptura ( já vimos que é diferente de entalhe) do hímen, no caso de mulher virgem, caracterizada por:

• Sangramento evidente nos 3 primeiros dias;

• Secreção na região das rupturas: duram de 6 a 12 dias;

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• Equimoses locais: duram até 6 dias;

• Cicatrizam em aproximadamente 20 dias;

• Lembrar que a não ruptura não dá certeza de que não houve conjunção carnal, como vimos.

• Presença de espermatozoide no fundo do saco vaginal: CONFIRMA A CONJUNÇÃO, INDEPENDEN-


TEMENTE DE HAVER RUPTURA HIMENAL. Gera diagnóstico de conjunção carnal, pouco importando o
tipo de hímen.

• Presença de doenças venéreas: Apenas algumas doenças venéreas, no fundo da vagina, que só se repro-
duzem por contato (ex.: cancro sifilítico, cancróides, granulomas e condilomas presentes no fundo da vagina).

• Gravidez: Confirmatório, mesmo com hímen integro.

• Presença de fosfatase ácida: presença, na vagina, de enzima que só existe no líquido espermático, MESMO
NOS VASECTOMIZADOS ( já caiu em prova). Para boa parte da doutrina, a presença de fosfatase ácida
não é confirmatória, porque essa enzima está presente também em alguns órgãos, tecidos e secreções, em
baixas concentrações (6 a 20 u.K.A/mL). A próstata produz altas taxas de fosfatase ácida nos valores de 400
a 8000u.K.A/mL. Assim, o achado de alto teor dessa enzima no conteúdo vaginal (ACIMA DE 300UK)
indica (É INDÍCIO, DIFERENTE DA P30 QUE É CONSTATAÇÃO) que houve ejaculação intravaginal.

• Presença de glicoproteína P30 - é confirmatório de conjunção carnal.

PRESENÇA DE FOSFATASE ÁCIDA GLICOPROTEÍNA P30/PSA


Orientação Certeza

99Os testes utilizados para identificar se há ou não esperma são:

• Reação de Florence (iodatada).

• Método de Barbério (solução de ácido pícrico) - Consiste na utilização de ácido pícrico sobre a
mancha, pois este forma cristais amarelos ao reagir com a espermina.

• SORO ANTI-ESPERMA OU DE CORIN-STOCKIS - consiste na obtenção de imagens microscó-


picas de espermatozóides coloridos, com o uso de reagentes como a solução de eritrosina
amoniacal.

• Quanto à coleta, deve ser cuidadosa (swab = cotonete), com exames a fresco e com coloração pela
TÉCNICA CHRISTMAS TREE ou hematoxilina-eosina.

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• PERÍCIA NO COITO ORAL

99É preciso realizar o exame da secreção bucal o mais precocemente possível. As lesões são raras, dificultando
a constatação, tanto nos lábios como na cavidade bucal. O diagnóstico de certeza é feito através de provas
biológicas que identifiquem o sêmen na boca e das possíveis manifestações tardias de doenças sexual-
mente transmissíveis na mucosa bucal. Pode-se também realizar a pesquisa de glicoproteína P30 ou PSA
na secreção oral.

• PERÍCIA DE COITO ANAL

99O orifício anal é diferente do vaginal, permanece fechado por conta da ação do esfíncter anal. O esfíncter
é composto tanto por músculos cuja contração não controlamos (esfíncter interno), como músculos que
controlamos (esfíncter externo). Quando relaxado, o orifício anal assume seu diâmetro original. Por outro
lado, se contraído, faz com que a pele da região anal fique pregueada.
99Lesões anais e perianais (períneo é a região entre o ânus e a vagina). São expressas por equimoses, es-
coriações...
99FÍSTULA RETOVAGINAL – ruptura dos tecidos entre o reto e a vagina.
99As linhas de força da pele do ânus estão dispostas no sentido radiado, fazendo com que qualquer lesão
nesse local assuma a forma de fenda ou triângulo (chamada de RÁGADE).

• Se mais recentes – radiadas e sangrantes.

• Se mais antigas – triangulares e esbranquiçadas.

#ATENÇÃO - Sinal de Winston Johnston - ocorre com a cópula anal mediante violência. É uma rotura trian-
gular que tem a base na borda do ânus e o vértice no períneo anal.
#ATENÇÃO - Também pode-se chegar ao diagnóstico do coito anal pela comprovação da fosfatase
ácida e da glicoproteína P30 ou PSA, que se mostram em forma de traços na secreção retal, mesmo
quando os autores são vasectomizados.

PERÍCIA DO ABORTO

99O aborto é a interrupção da gravidez. INDEPENDE DA EXPULSÃO DO FETO. O exame pericial, nos casos
de abortamento, consiste no diagnóstico de gravidez pregressa. Em caso de óbito, a autópsia permitirá o
exame dos genitais internos e dos pulmões, pois frequentemente detectam-se células de placenta no tecido
pulmonar.
99Tóxicos: de origem vegetal ou mineral. Agem causando intoxicação da gestante podendo causar o aborto
e até a morte da gestante.
99Mecânicos:

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• Diretos: usados na cavidade vaginal (duchas alternadas), no colo do útero (dilatadores mecânicos), na
cavidade uterina (curetagem, etc).

• Indiretos: mais raros, representado pelos traumatismos abdominais.

Prova de vida extrauterina autônoma (atenção!!!)

99Para a comprovação do nascimento com vida, ou seja, de que o ser humano respirou, utiliza-se obrig-
atoriamente um conjunto de provas denominadas docimasias, além das provas ocasionais (presença de
corpo estranho nas vias respiratórias, presença de substancias alimentares no tubo digestivo...).

PULMÃO QUE NÃO RESPIROU QUE RESPIROU

Menor Maior (ocupa toda a cavidade torácica)

Vermelho pardo Vermelho claro

Aspecto uniforme Consistência esponjosa e crepita

Bordas finas Quando espremido sai ar e sangue

99As docimásias baseiam-se na possível existência de sinais de vida, manifestados principalmente nas funções
RESPIRATÓRIAS, DIGESTIVAS E CIRCULATÓRIAS (não são apenas respiratórias).
99O laudo pericial deve obrigatoriamente esclarecer qual a docimásia pulmonar ou respiratória empregada
para a afirmação conclusiva de que a vítima nasceu com vida, pois a não obediência a esta metodização
desprove a perícia médico-legal da necessária fundamentação para comprovar a materialidade do
infanticídio. Vejamos cada uma delas:

-Baseia-se na densidade do pulmão que respirou e do que não respirou.


• Pulmão que respirou - densidade entre 0,70 a 0,80. Em condições
normais de pressão e temperatura a densidade da água é de 1,0.
Posto em recipiente contendo água em temperatura ambiente,
pulmão que respirou forçosamente flutuará, pois seu peso especí-
fico é mais leve que o da água;
DOCIMÁSIA HIDROS-
TÁTICA PULMONAR DE • Pulmão que não respirou - não sobrenadará, por ter peso especí-
GALENO fico maior que o da água, ou seja, em torno de 1,40 a 1,92.
-Só tem valor até 24h após a morte, porque começa a putrefação e os gases
podem atrapalhar.
-Tem 4 fases.

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PSICOLOGIA FORENSE

LIMITADORES E MODIFICADORES DA CAPACIDADE CIVIL E DA IMPUTABILIDADE PENAL

BIOLÓGICOS PSICOPATOLÓGICOS PSIQUIÁTRICOS MESOLÓGICOS

SONO
PATOLÓGICO: DOENÇAS IVILIZAÇÃO
IDADE
SONAMBULISMO MENTAIS (SILVÍCOLAS)
E HIPNOTISMO

EMOÇÃO E SURDIMUTISMO PSICOLOGIA DAS


OLIGOFRENIAS
PAIXÃO MULTIDÕES

PERSONALIDADES
SEXO AFASIA
PSICOPATAS

AGONIA PRODIGIALIDADE NEUROSES

EMBRIAGUEZ

TOXICOMANIAS

MODIFICADORES PSIQUIÁTRICOS

DOENÇA MENTAL

99Demência - é o relaxamento de todos os setores do psiquismo, tendo como exemplos: demência senil,
Alzheimer, trauma craniano...
99Psicose – é a ruptura total ou parcial com realidade circundante, alterando a conduta social do indivíduo.
Inclui a psicose maníaco-depressiva (distúrbio bipolar), as psicoses epilépticas, pré-senil, senil, puerperal,
esquizofrênica...

• Psicose maníaco depressiva (distúrbio bipolar): Grave distúrbio primário do humor. Ocorrem pe-
ríodos de extrema depressão, intercalados por períodos de extrema euforia.

• Psicose esquizofrênica: Desordem profunda nos processos psíquicos. Possui diversas formas, sendo
mais comum a paranoide, que leva a uma desagregação do pensamento, alucinações auditivas, delí-
rios de perseguição.

• Psicose epiléptica: As alterações graves do psiquismo se assemelham às da esquizofrenia, mas as


alucinações são visuais, sendo comuns também as gustativas e olfativas.

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OLIGOFRENIA (RETARDO MENTAL)

99Indica desenvolvimento mental incompleto de natureza congênita ou sobrevindo por causas patológicas no
primeiro período de vida extrauterina, antes do término da evolução das faculdades psicointelectivas,
com acentuado déficit da inteligência.
99Retardo mental é o funcionamento intelectual geral subnormal, que pode ser evidente no nascimento,
ou surgir durante a infância. As oligofrenias se manisfestam precocemente: dificuldade de sugar o ma-
milo materno, gritos e choros impertinentes, lentidão de movimentos, atardamento da deambulação e da
palavra, dificuldade de raciocinar, planejar ou construir.
99Apesar de ambos tratarem de capacidade de intelecto, faz-se importante diferenciarmos oligofrenia e
demência:

OLIGOFRENIA DEMÊNCIA
Manifesta-se após o desenvolvimento mental nor-
Manifesta-se logo nos primeiros momentos do de-
mal, ocorrendo preferencialmente na idade adulta,
senvolvimento.
depois de desenvolvidas as faculdades cognoscitivas.

TOXICOLOGIA FORENSE

CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS

99De acordo com os efeitos produzidos no Sistema Nervoso Central, as drogas podem ser classificadas em 3
categorias (decorar os sinônimos):

• Depressoras = PSICOLÉPTICOS;

• Estimulantes = PSICOANALÉPTICOS;

• Perturbadoras = PSICODISLÉPTICOS.

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PSICOLÉPTICAS PSICOANALÉPTICAS PSICODISLÉPTICAS


Deprimem a atividade mental, Perturbam a atividade mental,
diminuem a vigília, reduzem a Estimulam a atividade mental,
gerando distorção da realidade
atividade intelectual, sedam a aumentam a vigília, causam insô-
(delírios). Agem modificando a
tensão emocional. nia, excitam a atividade intelectu-
qualidade da atividade cerebral
al, exaltam a tensão emocional.
(não a quantidade).

Ópio, Fenorbarbital (gardenal),


Cocaína, crack, oxi, anfetamina
barbitúricos (calmantes), sonífe- Maconha, LSD, cogumelo (san-
(bolinha, speed, ecstasy, cristal,
ros, cola de sapateiro, morfina, to daime), meta.
rebite).
heroína, álcool.

FASES DA EMBRIAGUEZ ALCOÓLICA

1) FASE EUFÓRICA/FASE DA EXCITAÇÃO/FASE DO MACACO- 1º período: de euforia com extroversão exage-


rada.

2) FASE AGITADA/CONFUSÃO/FASE DO LEÃO - (perturbações psicosensoriais profundas), com diminuição das


faculdades mentais e falta de auto-controle. É A FASE DE MAIOR INTERESSE POR ISSO É TAMBÉM CHAMADA DE
FASE MÉDICO-LEGAL.

3) PERÍODO COMATOSO/FASE DA DEPRESSÃO/FASE DO PORCO - caracterizado por arreflexia, atonia, midría-


se, pulso lento, hipotensão e hipotermia.

CRIMINALÍSTICA

1. Definições, Objetivos, áreas de atuação da Criminalística:

A criminalística é enquadrada como uma disciplina autônoma, possuindo métodos e princípios próprios.
Além disso, possui um procedimento multidisciplinar, pois faz uso de diversas áreas do conhecimento ao ana-
lisar e interpretar vestígios (Matemática, física, biologia, química...). A criminalística fornece embasamento para as
decisões judiciais por meio das perícias. Lembrar que havendo vestígios de um crime, a criminalística se faz neces-
sária para analisá-los e interpretá-los.

Quem utilizou a expressão criminalística pela primeira vez foi Hans Gross, em 1893, na Alemanha, ele é con-
siderado o pai da Criminalística.

“Criminalística é uma disciplina autônoma, integrada pelos diferentes ramos do conhecimento técnico-cientí-
fico, auxiliar e informativa das atividades policiais e judiciárias de investigação criminal, que tem por objeto o estudo
dos vestígios materiais extrínsecos à pessoa física, no que tiver de útil à elucidação e à prova das infrações penais
e, ainda, à identificação dos autores respectivos.” Eraldo Rebello.

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“DISCIPLINA QUE TEM COMO OBJETIVO O RECONHECIMENTO E A INTERPRETAÇÃO DOS INDÍCIOS MA-
TERIAIS EXTRÍNSECOS, RELATIVOS AO CRIME OU À IDENTIDADE DO CRIMINOSO”.

A principal diferença entre Medicina Legal e a Criminalística, é que a primeira estuda os vestígios intrín-
secos do crime, aqueles encontrados nas pessoas, sejam vítimas ou suspeitos. Já a Criminalística analisa e interpreta
aqueles vestígios extrínsecos do delito.

CRIMINALÍSTICA ≠ CRIMINOLOGIA A Criminologia pode ser conceituada como uma ciência que estuda
o crime, o criminoso, a vítima e o controle social dos delitos, buscando compreender os fatores causais e as inte-
rações entre esses objetos.

Exemplos de atuação da criminalística: Perícia em Informática, Perícia Financeira e Contábil, Perícia em Quí-
mica Forense, Perícia de Engenharia, Peritos criminais no local de crime, Perícia de Meio Ambiente, Peritos em
Genética Forense.

PRINCÍPIOS ATINENTES À CRIMINOLOGIA:

PRINCÍPIO DA OBSERVAÇÃO: conhecido também como Princípio da Troca de Locard. O criminalístico Ed-
mond Locard entendia que todo contato deixa uma marca.

PRINCÍPIO DA ANÁLISE: Metodologia científica, de forma que a análise pericial deve seguir um método
científico.

PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO (INDIVIDUALIDADE): dois objetos podem ser indistinguíveis, mas


nunca idênticos (também conhecido como Princípio de Kirk); Ou seja, a perícia deve trazer os mínimos detalhes,
tentando fazer sempre uma identificação precisa, individualizando aquele elemento de prova.

PRINCÍPIO DA DESCRIÇÃO: Os resultados dos exames periciais devem ser descritos sempre de forma
clara, racional, fundamentados em princípios científicos buscando sempre uma linguagem técnica.

PRINCÍPIO DA DOCUMENTAÇÃO: Cadeia de custódia da prova material. A amostra deve ser documen-
tada, desde seu recolhimento na cena do crime até sua análise e descrição final. Através da cadeia de custódia po-
de-se estabelecer fielmente todo o fluxo percorrido pela prova, de modo que não haja dúvidas sobre os elementos
probatórios.

Postulados da Criminalística:

I) O conteúdo de um LAUDO PERICIAL É INVARIANTE COM RELAÇÃO AO PERITO CRIMINAL QUE O PRODU-
ZIU. Entende-se que peritos diferentes não podem divergir em suas conclusões, pois o resultado deve ser
imparcial e não depender de opiniões pessoais. Não se confunde com a estrutura do laudo, que pode ser
diferente de um perito para outro.

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II) As CONCLUSÕES de uma perícia criminalística SÃO INDEPENDENTES DOS MEIOS UTILIZADOS PARA AL-
CANÇÁ-LAS. As conclusões de uma perícia deverão ser constantes, independentemente das técnicas e/ou
métodos. Desta forma, independente se o perito utilizar método A ou B, as conclusões devem ser as mesmas.

III) A perícia criminal É INDEPENDENTE DO TEMPO. Pode passar o tempo que for, a verdade será só uma.

PROVA X INDÍCIO X PRESUNÇÕES X VESTÍGIOS

Prova, analisada sob aspecto jurídico, pode ser considerada como tudo aquilo que foi produzido pelas par-
tes e demonstra a verdade, independente de qual parte produziu, e servirá para o juiz analisar e se convencer a
respeito de um fato, sua existência ou não, bem como a autoria.

Essa prova é trazida pelo Código de Processo Penal e pode ser TESTEMUNHAL, DOCUMENTAL OU MATE-
RIAL.

a) Testemunhal: é aquela que depende da declaração de alguém, independente desta pessoa ser
tecnicamente uma testemunha. Ex: declaração do ofendido.

b) Documental: documento é o elemento que representa graficamente o pensamento de alguém Ex:


carta, desenho, pintura.

c) Material: é o elemento que corporifica o próprio fato, como ocorre com a perícia no instrumento
do crime.

TAMBÉM PODE SER PROVA DIRETA E INDIRETA:

a) Prova direta: são aquelas que por si sós demonstram o próprio fato objeto da investigação. Ex: uma
testemunha que presenciou o crime, uma perícia realizada.

b) Prova indireta: é aquela que se refere a outro fato e que, por raciocínio lógico, nos permitirá ratifi-
car ou ilidir o fato principal. Ex: testemunha que viu o acusado em outro lugar na hora do crime.

Neusa Bittar também traz a relação entre um fato conhecido (indício) e o desconhecido (presunção), poden-
do ser:

1. Causal: quando o fato desconhecido é a causa do fato conhecido, ex: onde há fumaça, há fogo.

2. De identidade: o fato conhecido é atributo próprio do desconhecido, permitindo identifica-lo. Ex: as marcas
deixadas no projétil pela arma que o deflagrou.

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Em Processo Penal, há a conceituação de indício:

Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por
indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.

Para a criminalística, há diferença entre INDÍCIO e VESTÍGIO. Vestígio é qualquer marca, objeto ou sinal
localizado em pessoas, no local do crime e que possa ter relação com o fato. Após esse vestígio ser analisado,
interpretado por peritos e analisados em conjunto com a investigação criminal, sendo considerado como um sinal
importante para aquele crime, ele passa a ser um INDÍCIO.

Prova Confessional. Prova testemunhal. Prova Documental e Prova Pericial.

Confissão

Conceito

Trata-se do reconhecimento pelo réu da imputação que lhe foi feita por meio da denúncia ou da queixa-cri-
me.

#SELIGA: A confissão também é conhecida como testemunho duplamente qualificado: do ponto de vista obje-
tivo, porque recai sobre fatos contrários ao interesse de quem confessa; e do ponto de vista subjetivo, porque
provém do próprio acusado, e não de terceiro.

Requisitos:

A confissão deve ser:

a) Ato voluntário: produzido livremente pelo agente, sem qualquer coação;

b) Ato expresso: manifestado, sem sombra de dúvida, nos autos;

c) Ato pessoal: o ato deve ser pessoal, sem interposta pessoa;

d) Ato divisível: o acusado pode confessar a prática de um fato delituoso e negar o cometimento de
outro, como também pode confessar todos os fatos delituosos que lhe são atribuídos.

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Natureza jurídica e objeto:

Trata-se de um meio de prova. Seu objeto são os fatos, inadmitindo-se questões relativas ao direito e às
regras de experiência. A confissão, embora importante como informação complementar, não é o fim principal da
investigação, porque, sozinha, não tem força probatória.

Retratabilidade:

Se o réu, após ter confessado, voltar atrás, caberá ao magistrado confrontar a confissão e a retratação com
os demais meios de prova constantes no processo, verificando qual delas deve prevalecer. Assim, tal circunstância
não significa que, uma vez retratada a confissão de um crime, perca ela seu valor como prova, pois nada impede
que venha o juiz, a partir de seu livre convencimento, considerar como verdadeira a confissão.

Prova testemunhal

Conceito e natureza jurídica da testemunha

Testemunha é a pessoa que, perante o juiz, declara o que sabe acerca dos fatos que se referem o processo,
ou as que são chamadas a depor, perante o juiz, sobre as suas percepções acerca dos fatos imputados ao acusado.
A natureza jurídica da testemunha é de meio de prova.

Capacidade para testemunhar

Nos termos do art. 202 do CPP, toda pessoa é capaz de ser testemunha, ou seja, qualquer indivíduo que
tenha condições de perceber os acontecimentos ao seu redor e narrar o resultado destas suas percepções, in-
dependentemente de sua integridade mental, idade e condições físicas, pode ser testemunha. Ex: o interdito, o
inimputável, o surdo, o mudo etc.

Prova documental

Conceito de documento

Nos termos do art. 232 do CPP, documentos são escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares.
A prova documental, atualmente, não se limita ao escrito, englobando a fotografia, as gravuras, pinturas, fitas de
vídeo etc., de acordo com a interpretação progressiva.

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Prova Pericial

A prova pericial é considerada de natureza técnica, imparcial e objetiva e interpreta os elementos que estão
à disposição do perito após o cometimento do delito. A prova pericial possui como principal objetivo a MATERIA-
LIDADE DO FATO TÍPICO, perpetuando os indícios materiais ao longo da ação penal. Através da prova pericial se
esclarece questões judiciais, estabelecem a dinâmica dos fatos, e até mesmo indicar a autoria do fato, como por
exemplo no exame de digitais, vestígio de sangue no local do crime, etc.

Pericia percipiendi é quando o perito realiza seus exames periciais diretamente sobre o fato de interesse
forense.

Já a pericia deducendi é a análise pericial realizada indiretamente sobre fatos pretéritos, geralmente por
meio de análise do caso por laudos já realizados, fotografias, documentos, autos do processo etc., os quais servirão
de base para a emissão do parecer. Ou seja, não há análise direta do objeto.

Este ponto é importante fazer a leitura do CPP no que tange os tipos de provas periciais:

CORPO DE DELITO

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não
podendo supri-lo a confissão do acusado.

Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que en-
volva:

I - violência doméstica e familiar contra mulher;

II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.

O exame de corpo de delito é indispensável sempre que a infração deixar vestígios ainda que o réu tenha
confessado o crime. Logo, a prioridade é para o exame direto, se não for possível realizar o exame direto, será fei-
to o indireto. Nos casos de falta do exame complementar, o depoimento de testemunhas poderá suprir a ausên-
cia da prova pericial. Art. 168, § 3o CPP. A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal.

AUTÓPSIA

Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de
morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.

Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver
infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver neces-
sidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante.

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EXUMAÇÃO

Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para que, em dia e hora previa-
mente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.

Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de de-
sobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não
destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto.

Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem como, na medida do
possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime.

Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame
provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados.

IDENTIFICAÇÃO DO CADÁVER

Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto
de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de reco-
nhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.

Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os objetos encontrados, que possam ser
úteis para a identificação do cadáver.

PERÍCIA EM LOCAL DO CRIME

Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade providenciará imedia-
tamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com
fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.

Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das coisas e discutirão, no relatório, as
conseqüências dessas alterações na dinâmica dos fatos.

PERÍCIA DE LABORATÓRIO

Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a eventualidade de nova perícia.
Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou es-
quemas.

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PERÍCIA EM OBJETOS E INSTRUMENTOS

Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de
escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época
presumem ter sido o fato praticado.

PERÍCIA DE DANOS

Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam pro-
duto do crime.

Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à avaliação por meio dos elementos existen-
tes nos autos e dos que resultarem de diligências.

PERÍCIA DE INCÊNDIO

Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que houver começado, o perigo que dele
tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstâncias
que interessarem à elucidação do fato.

PERÍCIA EM DOCUMENTOS

Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, observar-se-á o seguinte:

I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato, se for encontrada;

II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judi-
cialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida;

III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que existirem em arquivos ou esta-
belecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados;

IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que
a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá
ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever.

Corpo de delito

Qualquer ente material relacionado a um crime e no qual é possível efetuar um exame pericial. É a corpo-
ração física do delito, são os vestígios materiais produzidos pelo crime, é algo palpável, que se pode tocar, pegar,
ver. Trata-se do elemento principal de um local de crime, em torno do qual podem estar os vestígios que serão
analisados pelos peritos. Em uma cena de crime, por exemplo, o instrumento do crime, o sangue pelo chão, a faca
e cadáver, tudo isso compõem o de corpo do delito.

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Local de crime

Conforme Neusa Bittar, é o local da ocorrência dos fatos de interesse policial e judiciário.

Conforme art.6º, é atribuição da autoridade policial, ao tomar conhecimento de uma infração:

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

I – se possível e conveniente, dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e conser-
vação das coisas, enquanto necessário;

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a
chegada dos peritos criminais;

II – apreender os instrumentos e todos os objetos que tiverem relação com o fato;

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, de-
vendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;

VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha
de antecedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica,
sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem
para a apreciação do seu temperamento e caráter.

X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o
contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.

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Deve haver a interdição da área, conforme o art. 169, CPP:

Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade providenciará imedia-
tamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com
fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.

A exceção é em casos de acidente de trânsito, em que a vítima que tenha sofrido lesão deve ser imediatamente
removida. Lei 5.970/1973, art.1º:

Art. 1º Em caso de acidente de trânsito, a autoridade ou agente policial que primeiro tomar conhecimento do fato
poderá autorizar, independentemente de exame do local, a imediata remoção das pessoas que tenham sofrido lesão,
bem como dos veículos nele envolvidos, se estiverem no leito da via pública e prejudicarem o tráfego.

Parágrafo único. Para autorizar a remoção, a autoridade ou agente policial lavrará boletim da ocorrência, nele con-
signado o fato, as testemunhas que o presenciaram e todas as demais circunstâncias necessárias ao esclarecimento
da verdade.

Neusa Bittar traz a classificação do local do crime quanto aos indícios:

a) Local preservado/idôneo: quando os indícios foram preservados desde a ocorrência dos fatos até o com-
pleto registro;

b) Local contaminado/inidôneo: quando houve adulteração por adição, subtração, substituição de algum
elemento incriminador;

c) Local referido: quando dois locais se associam ou se completam.

Nas mortes por precipitação, a distância entre o ponto de repouso do cadáver e o perfil da edificação (face
da qual a vítima caiu) recebe especial atenção quando das análises realizadas pelos peritos criminais: se o corpo
caiu nas proximidades das paredes e pilares, provavelmente é acidente, quando a distância é intermediária, indica
homicídio, quando há uma maior distância entre o corpo e os pilares e paredes, indica suicídio.

Local imediato, mediato e relacionado

Local imediato: é aquele onde se encontra o corpo delito e os vestígios materiais próximos; é onde
ocorreu o fato em si;

Local mediato: área adjacente de onde ocorreu o fato criminoso; é espacialmente próximo ao local
imediato, onde possivelmente poderão haver vestígios;

Local relacionado: é o local sem relação geográfica direta com o local do crime em si, no entanto,
pode possuir vínculo com o respectivo. Ex: Casa do suspeito, ou da vítima onde pode haver indícios
do crime.

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O que é recognição visuográfica? RECONHECIMENTO VISUAL DE ALGO – DELEGADO DE PO-


LÍCIA

A  recognição visuográfica é um documento elaborado pelo Delegado  no qual devem ser registradas


informações minuciosas obtidas no local do crime. Este documento não está previsto expressamente no Código de
Processo Penal. A recognição seria uma espécie de “reconstituição do todo por um fragmento ou parte conhecida”
e deve conter:

Descrição do local (tipo, aspectos gerais, acidentes geográficos, condições de higiene, objetos, existência de
animais, vizinhança etc.).

Croqui do local.

Informações sobre a arma (marca, modelo, calibre, capacidade de tiros, canos, cartuchos recolhidos no local
etc.).

Descrição do cadáver (posição, situação, cheiros etc.).

Condições climáticas.

Pessoas ouvidas e informações coletadas.

Equipe presente no local.

Vestígios e indícios encontrados nos locais de crime

Os vestígios podem ser classificados como Verdadeiros (em princípio, todos os vestígios encontrados numa
cena de crime, até que se prove o contrário), Ilusórios (aqueles que não têm relação com o referencial, tal como
uma ponta de cigarro que já se encontrasse num local onde um corpo foi encontrado, compondo o cenário) ou
Forjados (aqueles vestígios produzidos por interesse do criminoso, muitas vezes na tentativa de desviar as conclu-
sões que se poderia extrair do local).

a) Impressões digitais, a serem comparadas posteriormente com as do possível suspeito.

Podem ser:

- COLORIDAS/REVELADAS (quando há algum produto que possa deixar a impressão na superfície, tais
como graxa, tinta ou sangue);

- MOLDADAS (quando a impressão fica desenhada em material depressível, tais como manteiga, gor-
dura, massa de vidraceiro);

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- LATENTES (são as impressões deixadas por descuido em razão do suor da mão, compostas por ácido
graxo e água). Para ficar evidentes, a impressão digital precisa ser revelada com reveladores próprios
(carbonato de chumbo, negro de fumo e outros método).

b) Manchas de esperma: geralmente envolvendo crimes sexuais, busca-se a existência de espermatozoides


para confirmar que se trata de esperma. Não sendo localizados, ainda pode ser analisada a fosfatase ácida,
que é encontrado em grande quantidade no esperma. Logo, a sua existência pode indicar se tratar de esper-
ma. Atualmente se utilizam da dosagem de glicoproteína P30, específica do esperma.

c) Manchas de sangue:

*Podem ser GOTAS (seu tamanho na superfície varia com a altura do gotejamento).

Forma circular: pequena altura, de 5cm a 10 cm;

Forma estrelada com bordos irregulares: aproximadamente 40cm;

Forma estrelada, bordos dentados e presença de gotas menores ao redor: mais de 125cm;

Gotículas: mais de 2m;

*Manchas por escorrimento: estando a vítima parada, e possuindo ferimento interno ou externo, o
sangue saíra e poderá formar um filete ou poça de sangue, dependendo da gravidade da lesão.

*Salpicos: quando há atuação de outra força e, após, o sague cai por ação da gravidade. Podem ser
causados pela movimentação da arma e/ou do indivíduo.

Como é feita a identificação da existência de sangue?

1. Pesquisa de Sangue Humano:

A pesquisa de sangue humano consiste em duas etapas: realização de testes presuntivos e testes confirma-
tórios.

Testes Presuntivos (luminol, fenolftaleína, benzidina).

São testes de elevada sensibilidade e baixa especificidade. Resultados negativos informam que não há a
presença de sangue no material analisado.

Fenolftaleína: trata-se de uma substância que ao reagir com o sangue assumirá a cor rósea, e incolor no
caso de ausência de sangue.

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Luminol. Faz parte de uma reação quimiluminiscente. É um dos testes presuntivos para sangue com maior
sensibilidade, entretanto possui baixa especificidade, pois ele pode reagir com descolorantes de produtos de lim-
peza, agua sanitária, entre outros. O inconveniente do Luminol é tornar imprestável o material para outros testes
de certeza.

Benzidina: em contato com sangue assume a cor azul. A reação química é de maior especificidade que a
aplicação de luminol.

Teste específico para sangue humano:

(Imunocromatográfico para sangue humano): são testes específicos para detecção de hemoglobina
humana. A reação se dá através da presença de anticorpos antihemoglobina humana.

Teste de Teichman: quando uma solução de brometo de potássio, iodeto de potássio e cloreto de potássio
dissolvidos em ácido acético glacial reage com a hemoglobina mediante aquecimento formando os cristais.

Teste de Takayama: detecta cristais de hemocromogênio cuja estrutura é característica em coloração e


forma de cristal.

OBS: com o pacote anticrime, importante saber as características da CADEIA DE CUSTÓDIA:


#O art. 158-A trouxe a chamada Cadeia de Custódia, sendo definida no citado projeto de lei como “o conjunto
de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado
em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o
descarte. Importante destacar que a cadeia de custódia não é atividade exclusiva da perícia Abrange todos os
“atores responsáveis pela sua preservação, integridade, idoneidade e valoração”, se inicia na fase de investiga-
ção preliminar e se estende até o processo criminal, alcançando todo o caminho percorrido pela prova. Logo,
qualquer policial, seja ele civil ou militar, que for receptor de algum objeto material que possa estar relacionado a
alguma ocorrência, deve também – já no seu recebimento ou achado – proceder com os cuidados da aplicação
da cadeia de custódia. E essas preocupações vão além da polícia e da perícia, estendendo-se aos momentos
de trâmites desses objetos da fase do processo criminal, tanto no ministério público quando na própria justiça.2

2  https://jus.com.br/artigos/78653/pacote-anticrime-lei-n-13-964-2019-e-suas-mudancas-no-ambito-penal-e-processual-penal

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*Antes
da Lei nº Depois da Lei nº 13.964/2019
13.964/2019
“Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados
para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas
de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.
Provas
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com proce-
Sem artigo dimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio.
correspon-
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a
dente
produção da prova pericial fica responsável por sua preservação.
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que
se relaciona à infração penal.’

Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas:
I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produ-
ção da prova pericial;
II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o
ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime;
III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no
corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias,
filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo
perito responsável pelo atendimento;
IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas
características e natureza;
V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado
de forma individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas,
para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o
Sem artigo acondicionamento;
correspon-
VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições
dente
adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a manuten-
ção de suas características originais, bem como o controle de sua posse;
VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documen-
tado com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de
polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código
de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de
quem o recebeu;
VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a me-
todologia adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o
resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito;
IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material
a ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado,
com vinculação ao número do laudo correspondente;
X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente
e, quando pertinente, mediante autorização judicial.’

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Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial, que
dará o encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo quando for necessária
a realização de exames complementares.
Sem artigo § 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem ser tratados como
correspon- descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial de natureza criminal responsável por
dente detalhar a forma do seu cumprimento.
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer vestígios de
locais de crime antes da liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada como
fraude processual a sua realização.’
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela natureza
do material.
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada, de
forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o transporte.
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características, impedir con-
Sem artigo taminação e vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço para registro de informa-
correspon- ções sobre seu conteúdo.
dente § 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e, motivadamen-
te, por pessoa autorizada.
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de acompanhamento de
vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as infor-
mações referentes ao novo lacre utilizado.
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente.’

Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia destinada
à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão cen-
tral de perícia oficial de natureza criminal.
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local para conferência,
recepção, devolução de materiais e documentos, possibilitando a seleção, a classificação e a
distribuição de materiais, devendo ser um espaço seguro e apresentar condições ambientais
Sem artigo que não interfiram nas características do vestígio.
correspon-
dente § 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser protocoladas,
consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito que a eles se relacionam.
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser identificadas e
deverão ser registradas a data e a hora do acesso.
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações deverão ser registradas,
consignando-se a identificação do responsável pela tramitação, a destinação, a data e horário
da ação.’
‘Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de custódia,
devendo nela permanecer.
Sem artigo
correspon- Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou condições de armazenar
dente determinado material, deverá a autoridade policial ou judiciária determinar as condições de
depósito do referido material em local diverso, mediante requerimento do diretor do órgão
central de perícia oficial de natureza criminal.

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DIREITO CIVIL

LINDB – Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.

A lei só ganha vigência depois da vacatio legis (lapso temporal necessário para que as pessoas tenham
conhecimento de sua existência).

Art. 1º, LINDB → salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país QUARENTA E CINCO DIAS de-
pois de oficialmente publicada.

§1º → nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois
de oficialmente publicada.

§3º → se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste
artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.

§4º → as correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

Durante a vacatio legis, a lei já existe, mas ainda não tem vigência.

Revogação: uma vez cumprida a vacatio legis e entrando em vigor, a lei continuará vigendo até que venha
outra e, expressa ou tacitamente, a revogue princípio da continuidade.

A revogação de uma lei pode ser expressa ou tácita, só se admitindo, no sistema brasileiro, a revogação de
uma lei através de outra lei.

Art. 2º, LINDB → não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.

§1º → a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

O Direito Brasileiro não admite o dessuetudo, que é a revogação da lei pelos costumes (uma lei que não
conseguiu “pegar”, por exemplo).

A revogação necessariamente se dará por outra lei, que revogará expressa ou tacitamente, no todo ou em
parte, a lei antiga.

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*#NEVER EVER FORGET: A revogação é gênero da qual ab-rogação e derrogação são espécies.
a) ab-rogação: é a revogação total da lei.
b) derrogação: é a revogação parcial da lei.

Art. 2º, § 2º, LINDB → a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga
nem modifica a lei anterior.

Repristinação: é o restabelecimento dos efeitos de uma lei que foi revogada pela revogação da lei revogadora.
A revogação da lei revogadora não restabelece os efeitos da lei revogada. Ex.: Lei A → Lei B → Lei C. A Lei C
revoga a Lei B, os efeitos da Lei A não serão restabelecidos.
Art. 2º, § 3º → salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a
vigência.
* Exceção: pode haver repristinação quando houver expressa disposição neste sentido na lei.

Art. 4º, LINDB → quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios
gerais de direito.

*#NEVERFORGET: ordem alfabética: A,C,P.

Esse dispositivo traz um rol TAXATIVO e preferencial de integração da norma. Sendo assim, o juiz deve se
valer dessa ordem e somente dos critérios integrativos colocados nesse dispositivo.

ANALOGIA INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA

Rompe-se com os limites do que está previsto na nor- Apenas amplia-se o sentido da norma, havendo a
ma. (Integração). subsunção. (Conhecimento).

Parte da comparação entre dois casos Não há comparação entre casos

É forma de integração É forma de interpretação

Art. 6º, LINDB → a Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido
e a coisa julgada.

Art. 5º, XXXVI, CRFB → a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.

Exceção: admitem-se, excepcionalmente, efeitos retroativos na lei quando presentes dois requisitos, quais
sejam:

a) Expressa disposição neste sentido: é preciso que a lei diga que produzirá efeitos retroativos, e,

b) que a retroação não prejudique o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido.

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Art. 7º, LINDB → a lei do país em que DOMICILIADA a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da per-
sonalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.

§1º → realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às
formalidades da celebração.

§2º → o casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de
ambos os nubentes.

§3º → tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio
conjugal.

§4º → o regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se
este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.

Das Pessoas (Livro I – parte geral)

Pessoa natural é o ser humano capaz de direitos e obrigações na esfera civil.

Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção,
os direitos do nascituro.

ÎÎInício da personalidade civil: Nascer com vida.

Basta nascer e respirar pela primeira vez para se tornar pessoa humana, para adquirir direitos e contrair obri-
gações. Colocar a salvo os direitos do nascituro significa impedir situações que venham a prejudicar os direitos que
serão estabelecidos com seu nascimento.

Quanto ao início da personalidade e a natureza jurídica do nascituro, recordemos das principais correntes:

Teoria Da Personalidade Condi-


Teoria Natalista Teoria Concepcionista
cional
A personalidade jurídica se inicia com a
A personalidade jurídica só
A personalidade civil começa concepção, muito embora alguns direi-
se inicia com o nascimento.
com o nascimento com vida, tos só possam ser plenamente exercitá-
O nascituro não pode ser
mas o nascituro titulariza direi- veis com o nascimento. O nascituro é
considerado pessoa. Só será
tos submetidos à condição sus- pessoa desde o momento em que ele é
pessoa quando nascer com
pensiva (ou direitos eventuais). concebido (o nascituro é um sujeito de
vida.
direitos).

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O nascituro tem apenas ex- O nascituro possui direitos sob


O nascituro possui direitos.
pectativas de direitos. condição suspensiva.

Sílvio Rodrigues, Caio Mário, Washington de Barros Monteiro, Silmara Chinellato e a grande maioria da
Sílvio Venosa. Arnaldo Rizzardo. doutrina.

Art. 1º “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.”.

Art. 2º “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção,
os direitos do nascituro.”.

Enunciado n. 1 da I Jornada de Direito Civil

Art. 2º. A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos da persona-
lidade, tais como nome, imagem e sepultura.

Se uma gestante envolve-se em acidente de carro e, em virtude disso, sofre um aborto, ela terá direito de receber
a indenização por morte do DPVAT, nos termos do art. 3º, I, da Lei 6.194/74. REsp 1415727-SC

ÎÎPERSONALIDADE JURÍDICA:

Desdobra-se em:

• Personalidade jurídica subjetiva: aptidão genérica para ser sujeito de direitos e passar a figurar como
sujeito ativo ou passivo. É atribuída tanto à Pessoa Física, como à Pessoa Jurídica;

• Personalidade jurídica objetiva: conjunto de atributos inerentes e essenciais à pessoa humana. É a


personalidade enquanto objeto do direito; como valor ou conjunto de atributos inerentes à pessoa
humana atrelados ao princípio da dignidade humana.

ÎÎCAPACIDADE:

Desdobra-se em:

Capacidade de direito (capacidade de gozo): Capacidade de fato (capacidade de exercício):

A capacidade de direito confunde-se com o próprio


Significa a capacidade de, pessoalmente, exercer os
conceito de personalidade, é a capacidade jurídica
atos da vida civil. Nem todas as pessoas a possuem.
genericamente reconhecida a qualquer pessoa.

Capacidade civil plena: é a soma dessas duas


capacidades

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ªª A soma dessas duas capacidades dá origem ao que chamamos de capacidade civil plena.

ªª Entes despersonalizados não têm direitos da personalidade, mas têm capacidade jurídica.

#OBS: Não confundir capacidade com legitimidade. A falta de legitimidade significa que, mesmo sendo capaz, a
pessoa está impedida por lei de praticar determinado ato (ou seja, trata-se de um impedimento específico para a
prática de determinado ato). Já a falta da capacidade de fato gera a incapacidade civil, que pode ser absoluta ou
relativa.

99Alteração dos artigos 3º e 4º realizada pelo Estatuto da Deficiência (Lei 13.146/2015).

ªª Somente os menores de 16 (dezesseis) anos que são absolutamente incapazes.

ªª Deficiência não é motivo para nenhuma incapacidade.

ªª OBS: Não corre prescrição, nem prazo decadencial contra os absolutamente incapazes.

#SEMPRECAI: Aqueles que, por causa transitória ou permanente não puderem exprimir sua vontade são RELATI-
VAMENTE incapazes.

A menoridade cessa aos dezoito anos.

ÎÎJá a incapacidade de fato poderá cessar com a EMANCIPAÇÃO:

99Pela concessão dos pais ou de um deles na falta de outro, mediante INSTRUMENTO PÚBLICO, indepen-
dentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis
anos completos;
99Pelo casamento;
99Pelo exercício de emprego público efetivo;
99Colação de grau em curso de ensino superior
99Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que em função
deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

ÎÎEXTINÇÃO DA PESSOA FÍSICA:

A morte marca o fim da pessoa natural.

A morte real é diagnosticada com a morte encefálica atestada em boletim de óbito.

Além da morte real (à vista do cadáver), existem as seguintes hipóteses de morte presumida:

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• Morte presumida por ausência: A ausência é o procedimento em que se declara o estado de desapa-
recimento de uma pessoa do seu domicílio sem deixar procurador. Foi tratada pelo codificador como
uma situação de morte presumida, a partir do momento em que é aberta a sucessão DEFINITIVA dos
bens do ausente.

• Morte presumida do art. 7º do CC:

ªª Declaração de morte presumida SEM decretação de ausência:

99Se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;


99Se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até DOIS anos
após o término da guerra.

OBS: A declaração de morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgo-
tadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

#SELIGA Não há exigência de formalidade específica acerca da manifestação de última vontade do indivíduo
sobre a destinação de seu corpo após a morte, sendo possível a submissão do cadáver ao procedimento de
criogenia em atenção à vontade manifestada em vida.

ÎÎAUSÊNCIA:

Sobre ausência, ler os artigos do CC (arts. 22 a 39).

#ATENÇÃO aos artigos 25, 26, 28, 37 e 38, pois, estabelecem prazos relacionados aos procedimentos de ausência.

AUSÊNCIA

CURADORIA:
Requerida por qualquer interessado ou MP
• Nomeia curador

SUCESSÃO PROVISÓRIA
Após 1 ano / 3 anos (se deixar representante)
Requerida pelos interessados
• Posse dos bens aos herdeiros (caução e frutos)

*A sentença só tem efeito 180 dias após sua publicação

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SUCESSÃO DEFINITIVA
Após 10 anos
Requerida pelos interessados
• Partilha dos bens e Declaração de morte

* Se o ausente voltar até 10 anos depois – terá direito aos bens no estado em que se acharem, sub-ro-
gados ou preço pago.

ÎÎCOMORIÊNCIA:

Art. 8º do Código Civil. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum
dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.

#OBS o artigo fala na mesma ocasião (TEMPO), em razão do mesmo evento ou não, sendo essas pessoas ligadas
por vínculos sucessórios! A presunção da morte simultânea tem como principal efeito que, não havendo tempo ou
oportunidade para a transferência de bens entre os comorientes, um não herda do outro.

ÎÎDIREITOS DA PERSONALIDADE:

Os direitos da personalidade são direitos subjetivos, de índole existencial, estabelecendo uma proteção fun-
damental para toda e qualquer pessoa, em face de sua essência de ser pessoa. O rol é apenas exemplificativo (não
é taxativo).

Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, OS DIREITOS DA PERSONALIDADE SÃO INTRANSMISSÍVEIS E IRRE-
NUNCIÁVEIS, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.

99INTRANSMISSIBILIDADE: Não se transmite por atos entre vivos ou causa mortis. Mas podem ser protegi-
dos os direitos da personalidade de pessoa morta.
99INALIENABILIDADE E IRRENUNCIABILIDADE: Não podem ser objeto de renúncia ou alienação, no
entanto, embora não possam sofrer limitação voluntária, esta é possível, se não for permanente nem geral
(Enunciado 4 do CJF). Ex.: Big Brother.
99IMPRESCRITIBILIDADE: Não estão sujeitos à prescrição os direitos da personalidade em si. Mas suas
projeções econômicas estão sujeitas a prazos prescricionais. #ATENÇÃO VITALICIEDADE Perduram durante
toda a vida do titular.
99EXTRAPATRIMONIALIDADE: Não podem ser objeto de penhora ou expropriação, muito embora isso seja
possível quanto às consequências econômicas.
99OPONIBILIDADE ERGA OMNES: Opõem-se à observância de todos, como predicado da proteção da
dignidade da pessoa humana.

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#ATENTOSTJ: no Informativo 632, o STJ afirmou que a inobservância do dever de informar e de obter o con-
sentimento informado do paciente viola o direito à autodeterminação e caracteriza responsabilidade extracon-
tratual, ou seja, passível de danos morais.

#OUSESABER: A dimensão objetiva contrapõe-se à dimensão subjetiva dos direitos fundamentais. A dimensão
subjetiva é a perspectiva clássica em que há um sujeito, titular de direitos, que demanda do Estado a tutela de seu
interesse. Logo, nota-se uma relação bilateral de demanda, em que um sujeito exige do outro uma contrapartida.
A dimensão objetiva, por sua vez, desprende-se desse caráter pessoal/individual. A dimensão objetiva cria deveres
apriorísticos de proteção dos direitos fundamentais pelo Estado. Há um caráter preventivo. O Estado passa a ter
deveres independentemente de um titular que esteja demandando a proteção.

O rol dos direitos da personalidade é exemplificativo.

Existe uma cláusula geral de proteção da personalidade no direito brasileiro: a dignidade da pessoa humana.

Dignidade não comporta um conceito unívoco, mas comporta um núcleo duro, um conteúdo míni-
mo:

• Respeito à integridade física e psíquica;

• Reconhecimento de liberdade e igualdade;

• Reconhecimento de um direito a um mínimo existencial.

#SELIGA: quem tem personalidade jurídica tem capacidade genérica, mas a recíproca não é verdadeira.

Ex.: entes despersonalizados. Ter personalidade jurídica significa ter uma proteção fundamental (direitos da
personalidade) enquanto a capacidade jurídica é a possibilidade de titularizar atos jurídicos.

™™Lesados indiretos (art. 12, p. único, CC):

Ocorre quando a lesão é dirigida à personalidade de alguém que já morreu.

A lesão atinge diretamente o morto, mas não produz nenhum efeito, porque sua personalidade já se extin-
guiu. Contudo, além do morto, serão atingidos indiretamente os familiares do morto.

Os familiares estarão legitimados a requerer indenização em nome próprio, defendendo interesse


próprio. Trata-se de uma legitimidade autônoma (ordinária) para o processo.

#CASCADEBANANA: a legitimação para proteger os direitos da personalidade do morto varia. A regra geral é que
tem legitimação o cônjuge ou qualquer parente em linha reta ou colateral até o quarto grau. Mas, se tratando de
direito à imagem, a legitimidade é apenas do cônjuge ou dos descendentes. Veja:

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Art. 12: Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem
prejuízo de outras sanções previstas em lei.

Parágrafo único: em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge
sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta ou colateral até o quarto grau.

Art. 20: Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a
divulgação de escritos, a transmissão da palavra ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma
pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra,
a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.

Parágrafo único: Em se tratando de morto ou ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge,
os ascendentes ou os descendentes.

Jornal divulgou a foto do cadáver de um indivíduo morto em tiroteio ocorrido em via pública. Os familiares do
morto ajuizaram ação de indenização por danos morais contra o jornal alegando que houve violação aos direitos
de imagem. O STF julgou a ação improcedente argumentando que condenar o jornal seria uma forma de censura,
o que afronta a liberdade de informação jornalística. STF. 2ª Turma. ARE 892127 AgR/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgado em 23/10/2018 (Info 921).
#DEOLHONAJURIS Determinada “farmácia de manipulação” utilizou o nome e a imagem da atriz Giovanna
Antonelli, sem a sua autorização, em propagandas de um remédio para emagrecer. O STJ afirmou que, além da
indenização por danos morais e materiais, a atriz também tinha direito à restituição de todos os benefícios eco-
nômicos que a ré obteve na venda de seus produtos (restituição do “lucro da intervenção”). Lucro da intervenção
é uma vantagem patrimonial obtida indevidamente com base na exploração ou aproveitamento, de forma não
autorizada, de um direito alheio. Dever de restituição do lucro da intervenção é o dever que o indivíduo possui
de pagar aquilo que foi auferido mediante indevida interferência nos direitos ou bens jurídicos de outra pessoa.
A obrigação de restituir o lucro da intervenção é baseada na vedação do enriquecimento sem causa (art. 884 do
CC). A ação de enriquecimento sem causa é subsidiária. Apesar disso, nada impede que a pessoa prejudicada in-
gresse com ação cumulando os pedidos de reparação dos danos (responsabilidade civil) e de restituição do inde-
vidamente auferido (lucro da intervenção). Para a configuração do enriquecimento sem causa por intervenção,
não se faz imprescindível a existência de deslocamento patrimonial, com o empobrecimento do titular do direito
violado, bastando a demonstração de que houve enriquecimento do interventor. O critério mais adequado para
se fazer a quantificação do lucro da intervenção é o do enriquecimento patrimonial (lucro patrimonial). A quan-
tificação do lucro da intervenção deverá ser feita por meio de perícia realizada na fase de liquidação de sentença,
devendo o perito observar os seguintes critérios: a) apuração do quantum debeatur com base no denominado
lucro patrimonial; b) delimitação do cálculo ao período no qual se verificou a indevida intervenção no direito de
imagem da autora; c) aferição do grau de contribuição de cada uma das partes e d) distribuição do lucro obtido
com a intervenção proporcionalmente à contribuição de cada partícipe da relação jurídica. STJ. 3ª Turma. REsp
1698701-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 02/10/2018 (Info 634).

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ÎÎNome:

Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.

Art. 19: O pseudônimo adotado para atividades LÍCITAS goza da proteção que se dá ao nome.

99Prenome: é o nome próprio de cada pessoa e tem como função a distinção de membros da própria família,
podendo ser simples (João, José) ou composto (Carlos Eduardo, Pedro Henrique). Pode ser livremente es-
colhido pelos pais, devendo prevalecer o bom senso na escolha para não expor o filho ao ridículo.
99Sobrenome ou Patronímico: o sobrenome, também conhecido como apelido de família, cognome ou
patronímico, é o sinal que define e identifica a origem da pessoa, de forma a indicar sua filiação ou estirpe.
É característico da família sendo, assim, transmissível por sucessão. Os apelidos de família são adquiridos
ipso iure, com o simples fato do nascimento.
99Agnome: tem a função de diferenciar pessoas da mesma família que possuem o mesmo prenome e sobre-
nome. São nomes do tipo Filho, Neto, Sobrinho, ou ainda Segundo, Terceiro.
99Nome Vocatório: caracteriza-se por ser aquele pelo qual o indivíduo é comumente conhecido. Pode ser
escolhido pela própria pessoa ou por terceiros, sendo certo que o sujeito poderá insurgir-se contra esse
nome quando utilizado de forma indevida ou ofensiva.

#OLHONAJURIS Transgênero pode alterar seu prenome e gênero no registro civil mesmo sem fazer
cirurgia de transgenitalização e mesmo sem autorização judicial. O transgênero tem direito fundamental
subjetivo à alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero no registro civil, não se exigindo, para
tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal faculdade tanto pela via
judicial como diretamente pela via administrativa.
Essa alteração deve ser averbada à margem do assento de nascimento, vedada a inclusão do termo “transgêne-
ro”. Nas certidões do registro não constará nenhuma observação sobre a origem do ato, vedada a
expedição de certidão de inteiro teor, salvo a requerimento do próprio interessado ou por determinação judicial.
Efetuando-se o procedimento pela via judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício ou a requerimento
do interessado a expedição de mandados específicos para a alteração dos demais registros nos órgãos públicos
ou privados pertinentes, os quais deverão preservar o sigilo sobre a origem dos atos. STF. Plenário. RE 670422/
RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/8/2018 (repercussão geral) (Info 911). Os transgêneros, que assim o de-
sejarem, independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou da realização de tratamentos hormonais ou
patologizantes, possuem o direito à alteração do prenome e do gênero (sexo) diretamente no registro civil. STF.
Plenário. ADI 4275/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28/2 e
1º/3/2018 (Info 892).

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ÎÎPESSOA JURÍDICA:

O Código Civil adotou a teoria da realidade técnica, eis que se trata da somatória de outras duas outras
teorias:

99Teoria da ficção (Savigny e Windscheid): sustentava que a pessoa jurídica era dotada de uma existência
meramente abstrata ou ideal, fruto da técnica jurídica, desprovida de uma dimensão social.
99Teoria da realidade objetiva (teoria organicista ou sociológica): é diametralmente oposta à teoria anterior e
reconhecia a pessoa jurídica como verdadeiro organismo social vivo, independentemente da técnica jurídi-
ca. Possui natureza eminentemente sociológica. A pessoa jurídica resultaria da conjugação do corpus (a
coletividade ou conjunto de bens) e o animus (a vontade do instituidor).
99Teoria da realidade técnica (Raymond Sayles): é a mais equilibrada e prediz que a pessoa jurídica era per-
sonificada pela técnica do direito, mas também era detentora de uma dimensão social, integrando relações
de variada ordem como sujeito de direito autônomo.

• O registro da pessoa jurídica é ato constitutivo da sua personalidade jurídica. Algumas pessoas jurí-
dicas, além desse registro, precisam de uma autorização ou aprovação específica do Poder Executivo
para constituir o início da sua existência legal. Ex.: bancos e companhias de seguros.

• Ausente o registro, estaremos diante de uma sociedade despersonificada, que resulta na responsabili-
dade pessoal dos sócios e administradores (art. 986 e ss.).

ªª As pessoas jurídicas tem a proteção dos direitos da personalidade no que couber. (Sumula 227 STJ)

ªª Adota-se a Teoria da realidade orgânica: A pessoa jurídica não se confunde com seus membros (Art.
49-A CC).

ªª As pessoas jurídicas só adquirem personalidade após a INSCRIÇÃO dos atos constitutivos no registro
respectivo.

ªª Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado.

ªª O direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado por defeito neste ato, decai
em 3 anos a contar da publicação de sua inscrição no registro.

ªª Decai em 03 (três) anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por
defeito do ato respectivo, contado do prazo da publicação de sua inscrição no registro.

ÎÎASSOCIAÇÕES: Conjunto de pessoas que se organizam para fins não econômicos.

- Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos;

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- O estatuto poderá instituir categorias de associados com vantagens especiais;

- A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário;

- É possível a exclusão do associado havendo justa causa reconhecida em procedimento que assegure
a ampla defesa e o contraditório (eficácia horizontal dos direitos fundamentais);

- Compete privativamente à assembleia geral destituir os administradores e alterar o estatuto.

ÎÎFUNDAÇÕES: Conjunto de bens arrecadados e afetados para uma finalidade especifica sem fins lucrativos
(fins nobres – interesse social/coletivo).

- São instituídas por escritura pública ou testamento;

- Se o estatuto não for elaborado no prazo assinalado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em 180
dias, a incumbência será do Ministério Público;

- Alteração do estatuto da fundação: deliberação de 2/3 dos competentes para gerir e representar a
fundação, não contrarie ou desvirtue o fim da fundação e seja aprovada pelo órgão do Ministério Pú-
blico no prazo máximo de 45 dias (caso o MP não aprove no prazo ou denegue, o juiz poderá suprir,
a requerimento do interessado).

ÎÎTEORIA DA APARÊNCIA: sob o fundamento da boa-fé, a pessoa jurídica responde pelos atos que seus inte-
grantes ou prepostos (em sentido amplo) praticam, aparentemente, em seu nome, ainda que extrapolando
os limites dos poderes que detinha, salvo se o prejudicado conhecia tal situação (afinal, ninguém pode se
valer de sua própria torpeza).

- A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de alocação e segregação de


riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de empre-
gos, tributo, renda e inovação em benefício de todos.

ªª DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA:

Há apenas ampliação da responsabilidade e não extinção da pessoa jurídica!

• Desconsideração direta (regular): bens dos sócios ou administradores respondem por dívidas da
pessoa jurídica.

• Desconsideração indireta (inversa ou invertida): bens da pessoa jurídica respondem por dívidas dos
sócios e administradores. Atualmente é prevista expressamente no CPC (Art. 133).

• Desconsideração expansiva: tem o escopo de atingir o patrimônio do sócio oculto que se utiliza de
um terceiro aparente (“laranja”, “testa de ferro”) para controlar a sociedade.

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• Desconsideração indireta: É aplicável substancialmente aos grupos/conglomerados econômicos em


que a empresa controladora utiliza de sociedades menores, controladas/filiadas, que estão à beira da
insolvência, para praticar atos abusivos.

Somente serão responsabilizados os sócios ou administradores que foram direta ou indiretamente benefi-
ciados pelo abuso.

* também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica.

ABUSO DA PERSONALIDADE:

• Desvio de finalidade (ATENÇÃO independe de DOLO)

• Confusão patrimonial:

I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa;

II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcio-


nalmente insignificante; e

III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.

- Não é desvio de finalidade a mera expansão ou alteração da finalidade original da pessoa jurídica!

- Prescinde da demonstração de insolvência da pessoa jurídica.

- O encerramento irregular não é causa, por si, para desconsideração!

TEORIA ADOTA-
DISPOSITIVO HIPÓTESE DE CABIMENTO
DA

ART. 50, CC TEORIA MAIOR - abuso da personalidade.

- abuso de direito;
- excesso de poder;
- infração da lei;
- fato ou ato ilícito;
ART.28, CAPUT, CDC TEORIA MAIOR - violação dos estatutos ou contrato social;
- falência;
- estado de insolvência;
- encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provoca-
dos por má administração.

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- sempre que personalidade for, de alguma forma, obstá-


ART.28, § 5º, CDC TEORIA MENOR culo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumi-
dores.

ART. 4°, LEI 9.605/98 (LEI - quando personalidade for obstáculo ao ressarcimento de
TEORIA MENOR
AMBIENTAL) prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.

- abuso de direito;
- excesso de poder;
- infração da lei;
- fato ou ato ilícito;
ART. 34, LEI 10.2.529/2011
(LEI ANTI-TRUST) TEORIA MAIOR - violação dos estatutos ou contrato social;
- falência;
- estado de insolvência;
- encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provoca-
dos por má administração.

- excesso de poderes;
ART. 135, CTN TEORIA MAIOR
- infração de lei, contrato social ou estatutos.

Enunciado 281: a aplicação da teoria da desconsideração, descrita no art. 50 do Código Civil, prescinde da de-
monstração de insolvência da pessoa jurídica.
Enunciado 284: as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos ou de fins não econômicos estão
abrangidas no conceito de abuso da personalidade jurídica.
Enunciado 285: a desconsideração prevista no art. 50 do CC pode ser invocada pela pessoa jurídica em seu favor.
Enunciado 07: só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica quando houver a prática de ato irregular
e, limitadamente, aos administradores ou sócios que nela hajam incorrido.
Enunciado 146: nas relações civis, interpretam-se restritivamente os parâmetros de desconsideração da perso-
nalidade jurídica previstos no art. 50 (desvio de finalidade social ou confusão patrimonial). Este Enunciado não
prejudica o Enunciado n. 7.

#DEOLHONAJURIS

Nas causas em que a relação jurídica for cível-empresarial, a desconsideração da personalidade da pessoa ju-
rídica será regulada pelo art. 50 do Código Civil. A inexistência ou não localização de bens da pessoa jurídica
não é condição para a desconsideração da personalidade jurídica. O que se exige é a demonstração da prática
de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial (art. 50 do CC). Assim, o incidente de desconsideração da
personalidade jurídica pode ser instaurado mesmo nos casos em que não for comprovada a inexistência de bens
do devedor. STJ. 4ª Turma. REsp 1729554/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 08/05/2018.

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ÎÎExtinção da pessoa jurídica:

Em geral, a dissolução de uma pessoa jurídica pode se dar de três maneiras:

• Extinção Convencional: é aquela deliberada pelos próprios sócios ou administradores que firmam um
distrato;

• Extinção Administrativa: é aquela que deriva da cassação do ato administrativo de constituição e fun-
cionamento. Ex: Bancos precisam de autorização para iniciar suas atividades. Pode ser que o Banco
Central faça intervenção e dissolva Banco administrativamente, fazendo a sua liquidação;

• Extinção Judicial: é aquela que deriva de um processo judicial com a prolação de uma sentença. Ex:
procedimento de falência.

ÎÎDOMICÍLIO:

O domicílio é o lugar em que a pessoa física fixa residência com ânimo definitivo, transformando-o no centro
da sua vida jurídica (art. 70 do CC).

ªª Domicílio = Residência (elemento objetivo) + Ânimo Definitivo (elemento subjetivo).

#OBS: O Código Civil admite pluralidade de domicílios.

Além disso, contempla também o domicílio profissional, limitado aos efeitos específicos da relação jurídica de
que participa o profissional. Trata-se, portanto, de um domicílio específico para aspectos da profissão.

99Voluntário: É o geral e comum. Fixado por simples ato de vontade. O ato de fixação do domicílio voluntário
é um ato jurídico em sentido estrito.
99De eleição: Trata-se, nos termos do art. 78 do CC, daquele domicílio escolhido pelas próprias partes, em
contrato escrito, segundo a autonomia privada.
99Legal ou necessário: É aquele que deriva da Lei - Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público,
o militar, o marítimo e o preso.

• Dos incapazes, é o dos seus representantes ou assistente;

• Do funcionário público, é o lugar onde exerce suas funções definitivas (não temporárias);

• Do militar, é o do lugar onde serve; sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que
se encontrar imediatamente subordinado;

• Dos oficiais e tripulantes da marinha mercante, é o do lugar onde o navio está matriculado;

• Do preso, é o do lugar onde cumpre a sentença.

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Dos Bens (Livro II – parte geral)

ÎÎBens imóveis: são aqueles que não podem ser removidos ou transportados. Transporte e remoção implicam
destruição ou deterioração. Existem quatro modalidades de bens imóveis:

99Bens imóveis por natureza: a imobilidade decorre de sua essência. Ex.: árvore natural.
99Bens imóveis por acessão física industrial: a imobilidade decorre da atuação humana, concreta e efetiva. Ex.:
construções e plantações.
99Bens imóveis por acessão física intelectual (Tartuce): são os bens móveis incorporados ao bem imóvel pela
vontade do proprietário. Ex.: trator.
99Por determinação legal (art. 80, CC): os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram e o direito
à sucessão aberta.

™™Não perdem o caráter de imóveis:

- As edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro
local;

- Os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.

ÎÎBens móveis: são aqueles que podem ser removidos ou transportados.

99Bens móveis por natureza: a mobilidade decorre de sua essência, sendo possível a remoção por força alheia
ou por força própria (semoventes).
99Bens móveis por antecipação: eram imóveis, mas foram mobilizados por uma atuação humana concreta e
efetiva. Ex.: plantação colhida e prédio demolido.
99Bens móveis por determinação legal (art. 83, CC): as energias que tenham valor econômico; os direitos reais
sobre objetos móveis (ex.: penhor) e as ações correspondentes; os direitos pessoais de caráter patrimonial
(ex.: direitos autorais) e respectivas ações.

ÎÎCLASSIFICAÇÃO QUANTO À DEPENDÊNCIA. Bens reciprocamente considerados.

• Bem principal: é um bem autônomo (independente) no plano concreto ou abstrato.

• Bem acessório: é um bem cuja existência supõe a do bem principal.

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#UNIVERSALIDADE DE FATO E DE DIREITO:

Art. 90. Constitui UNIVERSALIDADE DE FATO a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa,
tenham destinação unitária.

Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias.

ÎÎFRUTOS: Saem do bem sem diminuir a quantidade. Podem ser naturais, industriais e civis. É aquela utilidade
que a coisa principal periodicamente gera e cuja percepção não diminui a sua substância (não esgota a coisa
principal). Ex: frutos naturais (laranja, soja, maçã, bezerro em relação à vaca); frutos industriais (manufatura-
dos); frutos civis (denominados rendimentos, como aluguéis, juros, dividendos).

ÎÎPRODUTOS: Saem do bem diminuindo o principal. São utilidades que não se renovam (não renováveis), de
maneira que a sua percepção esgota/diminui a coisa principal. Ex: Ouro, carvão, petróleo, etc.

ÎÎPERTENÇAS: Não constituem parte integrante, mas servem de modo duradouro ao uso, serviço ou embe-
lezamento de outro bem. É a coisa que, sem fazer parte integrante do bem principal, acopla-se ao mesmo
para sua melhor utilização, para melhor servi-lo. É a coisa que, sem integrar o bem principal, facilita a sua
utilização. Ex.: Ar-condicionado, escada de incêndio, trator. OBS: As pertenças não seguem a sorte do prin-
cipal, é exceção à regra.

ÎÎPARTE INTEGRANTE: Acessório unido ao bem principal formando com este um todo indivisível.

ÎÎBENFEITORIAS: Acréscimos e melhoramentos introduzidos no bem principal. Podem ser: Necessárias; Úteis;
Voluptuárias. (Não existe benfeitoria natural. A benfeitoria é SEMPRE artificial.)

Dos Fatos Jurídicos (Livro III – parte geral)

ÎÎFATO JURÍDICO:

É aquele que estabelece uma relação jurídica. Não sendo necessário que produza efeitos em concre-
to; basta que seja um fato capaz de produzir efeitos. Não exige a eficácia em si, apenas a potencialidade!

99Fato jurídico natural/ Fato jurídico stricto sensu:

É todo evento da natureza que tem importância para o direito. Divide-se em duas espécies:

Ordinários: fatos comuns da vida. O simples decurso do tempo irá provocá-los: concepção, nascimento, maiorida-
de, morte. Para a doutrina majoritária, prescrição e decadência são exemplos de fato jurídicos naturais ordinários.

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Extraordinários: são os fatos do acaso. Caso fortuito e força maior. A importância deles é o fato de serem causas
excludentes de responsabilidade civil, excluindo o nexo de causalidade. O nexo é elemento tanto da responsabili-
dade objetiva quando da subjetiva.

99Fato jurídico humano ou jurígeno:

Todo evento caracterizado pela manifestação e vontade que tem importância para o direito.

99Ato jurídico Lato Sensu:

É toda manifestação de vontade que está de acordo com o ordenamento jurídico (lícita).

Ato jurídico stricto sensu:

É toda manifestação de vontade que produz efeitos impostos pelo ordenamento jurídico.

O conteúdo e as consequências do ato estão predeterminados em lei, assim, a autonomia se restringe a


praticar ou não o ato.

Negócio jurídico:

É toda manifestação de vontade que produz efeitos desejados pelas partes e permitidos por lei.

A lei atua como simples limite. As partes podem exercer a autonomia privada/autonomia da vontade na
determinação do conteúdo e das consequências do negócio jurídico.

Trata-se do plano substantivo do negócio jurídico.

São analisados os elementos que compõem a sua existência e sem os quais o negócio é
um nada jurídico (inexistente).

Apesar de não haver sido regulado na parte geral do CC, é amplamente aceito pela
doutrina e pela jurisprudência.
Plano de Existência • Manifestação de Vontade: É a soma da vontade interna + externa. Em geral
(pressupostos de pode ser expressa ou tácita. O silêncio pode traduzir aceitação para evitar com-
existência): portamento contraditório.3

• Agente Emissor da Vontade: Todo negócio deve ter um declarante, sob pena
de não existir.

• Objeto do Negócio: É o bem jurídico visado.

• Forma: A forma é o “veículo/meio” pelo qual a vontade se manifesta (Ex.: escrita,


oral). Por isso, não se confunde com a própria vontade, apesar de estar intima-
mente ligada a ela.
3  A proibição do comportamento contraditório encontra base na teoria do Nemo potest venire contra factum proprium.

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Verifica se o negócio possui aptidão para produzir efeitos.


• Manifestação de Vontade LIVRE e DE BOA-FÉ: Percebam que os vícios de
vontade (Erro, Dolo, Coação, Lesão ou Estado de Perigo) são “qualificadoras” que
atacam diretamente a vontade do agente, incidindo exatamente sobre o plano
de validade do negócio jurídico.

• Agente Emissor da Vontade CAPAZ e LEGITIMADO.

• Objeto LÍCITO, POSSÍVEL E DETERMINADO/DETERMINÁVEL: No Brasil, a


doutrina tradicional enxerga a licitude do objeto não apenas com base na legali-
dade estrita, mas também como aquele que não atentar contra o padrão médio
Plano de Validade de moralidade e dos bons costumes.
(pressupostos de
validade)4 • Forma LIVRE (NÃO DEFESA) OU PRESCRITA EM LEI: O CC consagra o prin-
cípio da liberdade da forma para os negócios jurídicos. Vale dizer: os negócios
jurídicos no Brasil, em geral, têm forma livre (art. 107 do CC – “A validade da
declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei
expressamente a exigir”).

- O CC, porém, excepcionalmente, exige a forma do negócio para efeito de prova (ne-
gócio ad probationem – art. 2275) ou como pressuposto de validade do negócio jurídico
(negócio ad solemnitatem – art. 1086).
No plano da eficácia estudam-se os elementos que interferem na eficácia jurídica do
negócio jurídico. Esses elementos também são chamados de elementos acidentais do
Plano de Eficácia:
negócio jurídico (acidentais porque podem ou não ocorrer). São eles: Condição, Termo
e Meio (ou Encargo).

ÎÎElementos acidentais do negócio jurídico:

ÎÎCondição: Evento futuro e INCERTO. Deriva exclusivamente da vontade das partes, subordina o NJ a
evento futuro e incerto. Não podem ser ilícitas ou contraditórias.

ªª Suspensiva: suspende a aquisição - são aquelas que enquanto não se verifica a condição, o NJ não
gera efeitos. Não pode ser impossível. Ex.: venda a contendo do comprador.

ªª Resolutiva: enquanto não se verificar a condição, ela não traz qualquer consequência, cabendo inclusi-
ve o exercício do direito sob condição. Ex.: retrovenda (direito do vendedor de resgatar coisa vendida).

4  Os pressupostos de validade nada mais são que os pressupostos de existência qualificados.


5  Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito.
6  Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou
renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a 30 Vezes o maior salário mínimo vigente no País.

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ÎÎTermo: Evento futuro e CERTO.

Será não escrita a condição de não fazer coisa impossível.

Quando suspensivo: NÃO impede a aquisição do direito, mas, apenas o seu exercício - gera direito
adquirido.

ªª Termo inicial (dia a quo): a partir desse termo, o NJ passa a produzir efeitos. Enquanto não se imple-
menta não se inicia o exercício do direito decorrente do contrato, mas o direito já foi incorporado ao
patrimônio jurídico do contratante.

ªª Termo final (dia ad quem): tem eficácia resolutiva, pondo fim às consequências derivadas do NJ.

ÎÎEncargo/ modo: Cláusula acessória à liberalidade

ªª NÃO impede a aquisição nem o exercício do direito – gera direito adquirido

ªª Em regra, não suspende aquisição, nem exercício do direito, salvo quando imposto como condição
suspensiva.

ÎÎVICIOS

Vício de consentimento Vício social

O defeito está na manifestação da vontade (vontade


O defeito está na formação da vontade (vontade in- externa) e o prejudicado é sempre um terceiro.
terna) e o prejudicado é um dos contratantes.

Ex: Erro, Dolo, Coação, Lesão ou Estado de Perigo. Ex: fraude contra credores e simulação.

ÎÎERRO:

Trata-se da falsa percepção da realidade (ignorância é o reconhecimento total do NJ).

Espécies de erro:

• Negócio: é o que incide sobre a natureza da declaração negocial da vontade.

• Objeto: é o que incide sobre as características do objeto do próprio negócio.

• Pessoa: é aquele que incide sobre os elementos de identificação do próprio declarante.

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- Erro vício (próprio): atinge a formação da vontade, toma por verdadeiro o que é falso.

- Erro obstáculo (impróprio): incide apenas na vontade declarada, e não em sua intenção.

Requisitos para que haja erro:

Erro essencial + cognoscibilidade = Baseado na teoria da confiança, o segundo elemento informa que o erro
tem que ser hipoteticamente reconhecível pelo destinatário da declaração, caso agisse com diligências normais.

ÎÎDOLO:

Consiste no artifício ou ardil empregado pela outra parte ou por terceiro para prejudicar o declarante enga-
nado. É um erro provocado.

Nos termos do art. 145, somente terá efeito invalidante o dolo principal, ou seja, se atacar a causa do ne-
gócio. O dolo acidental, previsto no art. 146, por atacar aspectos secundários do negócio, não o invalida, gerando
apenas obrigação de pagar perdas e danos.

• Dolo negativo consiste em uma omissão dolosa de informação ou silêncio intencional que prejudica a
outra parte do negócio. Traduz quebra do dever de informação e violação à boa-fé objetiva (art. 147,
CC). Gera a invalidade do negócio jurídico.

• Dolo Bilateral: Já no dolo bilateral, previsto no art. 150, nenhuma parte pode alegar dolo da outra para
anular o negócio.

ÎÎCOAÇÃO:

A coação traduz violência.

Consiste em uma ameaça ou violência psicológica.

Não se confunde com a coação física (vis absoluta), causadora da inexistência do próprio negócio.

A coação deve ser de tal intensidade que seja capaz de incutir no agente fundado temor de dano iminente
“à sua pessoa, à sua família ou aos seus bens” (Art. 151 CC).

Se for de dano futuro/remoto, ou genérico, ou do exercício normal de um direito, não gera anulabilidade do
negócio, inclusive nem o simples temor reverencial.

O juiz deve levar em conta circunstancias pessoais da vítima da coação e não do homem médio (Art. 152
CC), emprega-se assim um critério concreto e não abstrato.

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ÎÎESTADO DE PERIGO:

É causa de anulação do negócio jurídico, quando o agente, diante de uma situação de perigo de dano
conhecido pela outra parte (dolo de aproveitamento), assume uma obrigação excessivamente onerosa, em
franco desrespeito ao princípio da função social.

Elementos:

99Objetivo - Obrigação excessivamente onerosa:

Consiste na assunção de obrigação excessivamente onerosa (analise no momento da celebração).

99Subjetivo – Conhecimento pela parte:

Em relação à vítima, caracteriza-se pela situação de inferioridade em que se encontra, qualificada pela ne-
cessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família de grave dano. Já em relação à outra parte, o elemento subjetivo
caracteriza-se pelo estado de consciência a respeito do risco que recai sobre o declarante que se encontra
ameaçado pelo perigo.

• Cheque caução: o cheque caução como condição para atendimento emergencial em hospitais é
exemplo da teoria do estado de perigo para justificar a invalidade do ato praticado.

ÎÎLESÃO:

Elementos:

99Objetivo - Onerosidade Excessiva:

O desequilíbrio entre as prestações deve, em primeiro lugar, ser manifesto, não se qualificando a lesão
baseada no simples lucro, ainda que elevado, de uma das partes.

O que se coíbe é a desproporção exagerada, manifestamente, ao valor da prestação oposta. O CC deixou


de traçar parâmetros, ficando a matéria reservada à apreciação judicial em face dos valores praticados no mercado
para hipóteses semelhantes.

Deve estar presente no momento da celebração do contrato (Art. 157, §1 CC), não podendo ser superve-
niente. Assim, se o desequilíbrio advém de fato superveniente, não há que se invocar a lesão, devendo a parte
prejudicada recorrer à resolução ou revisão contratual por onerosidade excessiva.

99Subjetivo – Necessidade ou inexperiência:

O contratante que sofre o ônus excessivo deve ter se obrigado “sob premente necessidade, ou por inexpe-
riência” (art. 157).

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#OLHAOGANCHO É de 4 anos o prazo decadencial para pleitear anulação de NJ, nos casos de erro, dolo,
coação, fraude contra credores, estado de perigo e lesão. Contudo, caso a lei não informe o prazo de
anulabilidade de um NJ, este será de 2 anos.

ÎÎFRAUDE CONTRA CREDORES:

Caracteriza-se quando o devedor insolvente, ou na iminência de se tornar insolvente, celebra negócios


jurídicos que desfalcam seu patrimônio em detrimento da garantia que tal patrimônio representa para os credores.

Requisitos para Caracterização da Fraude Contra Credores.

• Disposição onerosa: exige a colusão fraudulenta entre as partes (consilium fraudis – elemento subje-
tivo) e o prejuízo ao credor (eventus damni – elemento objetivo).

• Disposição gratuita: basta o prejuízo ao credor (eventus damni).

Hipóteses legais:

Negócio de transmissão gratuita de bens e Perdão fraudulento/remissão de dívida (art. 158):

Dispensa-se o elemento subjetivo, ou seja, há presunção de consilium fraudis nessa hipótese permitindo a
anulação do ato praticado pelo devedor “mesmo que ignore” seu próprio estado de insolvência.

Negócio jurídico fraudulento oneroso (art. 159 CC):

Também dispensa-se o elemento subjetivo, no caso de transmissão onerosa, quando “a insolvência for
notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante”.

Antecipação fraudulenta de pagamento feita a um dos credores quirografários (art. 162 CC).

Outorga fraudulenta de garantia de dívida (art. 163 CC).

Distingue-se da fraude à lei, que se destina a fraudar a aplicação de lei imperativa, conduzindo à nulidade do
ato (art. 166, VI CC). E da fraude à execução (art. 792 CPC), que exige a pré-existência da lide e conduz à ineficácia
da alienação em face do credor, e não à invalidade.

Para reconhecimento da anulabilidade do ato, depende de AÇÃO PAULIANA (ação revocatória), que tem
natureza desconstitutiva.

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: (...)

II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.

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Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo sobre que se
tenha de efetuar o concurso de credores.

Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor
ou anticrese, sua invalidade importará somente na anulação da preferência ajustada.

Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for
notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insol-
vente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirogra-
fários, como lesivos dos seus direitos.

§1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.

§2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.

ÎÎSIMULAÇÃO. ART. 167, CC.

É a celebração de um negócio jurídico que aparentemente está de acordo com a ordem jurídica que
o disciplina, mas que, em verdade, não visa ao efeito que juridicamente deveria produzir, por se tratar de
uma declaração enganosa de vontade.

Trata-se de caso negócio jurídico NULO, com efeito ex tunc (retroativo), fulminando o ato em sua origem e
extirpando todos os seus efeitos. Tal retroatividade deve, contudo, ser atenuada diante da presença de terceiros de
boa-fé.

Elementos:

• A divergência entre o negócio jurídico celebrado e os efeitos perseguidos pelos declarantes;

• Um acordo simulatório entre os declarantes;

• O intuito de enganar terceiros.

Enunciado 152, III, Jornada de Direito Civil: “toda simulação, inclusive, a inocente (que não causa prejuízo),
é invalidante”.

#NÃOCONFUNDA:

• Simulação absoluta: na aparência há determinado negócio, mas na essência não há negócio algum,
o que gera a nulidade do ato praticado.

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• Simulação relativa: na aparência há determinado negócio (simulado), mas na essência há outro ne-
gócio (dissimulado). Prevê o art. 167, CC, que nulo é o negócio simulado e válido o dissimulado, se
apresentar os mínimos requisitos de validade.

No CC/02, a simulação absoluta e a relativa geram nulidade absoluta do negócio jurídico.

Enunciado 578 CJF: Sendo a simulação causa de nulidade do negócio jurídico, sua alegação prescinde de
ação própria.

NULIDADE ABSOLUTA (NULIDADE) NULIDADE RELATIVA (ANULABILIDADE)

Atinge interesse público Atinge interesse particular


Pode ser suscitada por qualquer interessado, e deve ser re- Só pode ser suscitada pelos interessados (art.
conhecia de ofício pelo juiz (art. 168)7. 177).
É irratificável (art. 169, 1ª parte)8, ou seja, é insuscetível de É ratificável (art. 172). Pode ser suprida, sa-
confirmação. nada, inclusive pelas partes.
Sentença produz efeitos EX TUNC, pois, regra geral, o ato
O tema se tornou controvertido.
nulo não produz efeitos.
Não convalesce pelo decurso do tempo (art. 169, parte fi- Ação anulatória possui prazos decadenciais (4
nal). Isso significa que a nulidade é imprescritível. ou 2 anos – art. 178 e 179, CC);

Art. 166. É NULO o negócio jurídico quando:


I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; Art. 171. Além dos casos expressamente decla-
rados na lei, é ANULÁVEL o negócio jurídico:
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for
ilícito; I - por incapacidade relativa do agente;
IV - não revestir a forma prescrita em lei; II - por vício resultante de erro, dolo, coação,
estado de perigo, lesão ou fraude contra cre-
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere es-
dores.
sencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a
prática, sem cominar sanção.

7  Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público,
quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e
as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.
8  Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.

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ÎÎPrescrição e Decadência:

PRAZO HIPÓTESES

99Hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabeleci-


mento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos.
99Segurado contra o segurador, ou deste contra aquele.
99 Tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção
01 ANO de emolumentos, custas e honorários.
99Contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de
sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembleia que aprovar o laudo.
99Credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da
publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade.

02 ANOS 99Prestações alimentares.

 Alugueis de prédios;

 Para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;

 Enriquecimento sem causa;

 Reparação civil;

 Restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em


03 ANOS que foi deliberada a distribuição;

 Contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto;

 Pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de


lei especial;

 Beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de res-


ponsabilidade civil obrigatório.

04 ANOS  Pretensão relativa à tutela.

 Cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;

05 ANOS  Pretensão de profissionais liberais;

 Vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.

10 ANOS  Quando a lei não lhe haja fixado prazo menor

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PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA

Põe fim à pretensão. Põe fim ao direito.

Relacionada aos direitos subjetivos


Relacionada aos direitos potestativos (aqueles que se opõem a
(cunho prestacional. Aqueles que se
um estado de sujeição).
opõem a um dever jurídico).

Pode ser prevista em lei (decadência legal) ou através de contra-


Somente pode ser prevista em lei.
to (decadência convencional).

Prazo de decadência não pode ser impedido, suspenso ou inter-


rompido (em regra – art. 207 do CC: “Salvo disposição legal em
Prazo da prescrição pode ser impedi-
contrário, não se aplicam à decadência as normas que impe-
do, suspenso ou interrompido.
dem, suspendem ou interrompem a prescrição”). Exceção (dis-
posição legal em contrário): art. 26, § 2º, do CDC.

Da Responsabilidade Civil (Livro I Título IX – parte especial)

As excludentes de ilicitude nem sempre isentam o agente do dever de ressarcir.

• Estado de necessidade (artigo 188, II, CC): se no atuar em estado de necessidade o agente atingir
terceiro inocente (que não tiver sido responsável pelo dano), deverá indenizá-lo, com direito de regres-
so contra o causador do dano, na forma dos artigos 929 e 930.

• Legítima defesa (artigo 188, I, 1a parte, CC): o agente não pode atuar além do indispensável para
afastar o dano ou a iminência de prejuízo material ou imaterial. Assegura-se direito de regresso con-
tra o real causador do dano, em caso de uso imoderado dos meios disponíveis ou de legítima defesa
putativa.

Se atinge um terceiro inocente, deverá indenizá-lo, cabendo a regressão ao causador do dano, apli-
cando-se também os artigos 929 e 930.

#ATENÇÃO: a legítima defesa putativa (o agente pensa estar em situação de legítima defesa, mas
esta não se verifica no plano fático) não exclui o dever de indenizar.

• Excesso na legitima defesa: a indenização deverá ser proporcional ao excesso.

• Estrito cumprimento do dever legal e Exercício regular de direito (188, I, 2a parte, CC): Afasta a
responsabilização desde que não haja abuso.

#OLHAOGANCHO: inclusão do dever no cadastro de inadimplentes. Constitui exercício regular de um direito,


porém, a lei e a jurisprudência impõem alguns limites para essa prática que atinge direitos da personalidade.

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Excluem o dever de indenizar:

- Culpa exclusiva da vítima;

- Fato de terceiro;

- Caso fortuito (evento totalmente imprevisível) e força maior (evento previsível, mas inevitável).

#Perda de uma Chance:

Trata-se de teoria inspirada na doutrina francesa (perte d’une chance). Na Inglaterra é chamada de  loss-of-
-a-chance. Segundo esta teoria, se alguém, praticando um ato ilícito, faz com que outra pessoa perca uma
oportunidade de obter uma vantagem ou de evitar um prejuízo, esta conduta enseja indenização pelos danos
causados. Em outras palavras, o autor do ato ilícito, com a sua conduta, faz com que a vítima perca a opor-
tunidade de obter uma situação futura melhor. Com base nesta teoria, indeniza-se não o dano causado, mas
sim a chance perdida. Esta teoria é aplicada pelo STJ, que exige, no entanto, que o dano seja REAL, ATUAL e
CERTO, dentro de um juízo de probabilidade, e não mera possibilidade, porquanto o dano potencial ou incerto,
no espectro da responsabilidade civil, em regra não é indenizável (REsp 1.104.665-RS, Rel. Min. Massami Uyeda,
julgado em 9/6/2009).

#Dano “in re ipsa” – Frequentemente consagrado em julgados do STJ, caracteriza uma situação de dano que,
por sua natureza, dispensa prova em juízo. Ou seja, é aquele que importa em prejuízo presumido, a exemplo da
situação de inscrição indevida no SPC ou no SERASA.

A responsabilidade civil deriva da transgressão de uma norma jurídica preexistente, contratual ou extracon-
tratual, impondo-se consequentemente ao causador do dano o dever de indenizar. A depender da natureza da
norma jurídica preexistente violada, a responsabilidade jurídica poderá ser:

Contratual (art. 389 e 395): Extracontratual ou Aquiliana (art. 186, 187 e 927):

É aquela que surge quando descumprida uma


obrigação prevista na LEI.

É aquela que surge quando descumprida uma A responsabilidade civil extracontratual pressupõe
obrigação prevista em contrato. que tenha ocorrido o descumprimento direto da lei.
Por meio do comportamento danoso viola-se a lei
Não há necessidade de prova da culpa do devedor diretamente.
pelo descumprimento, basta a prova do inadimple-
mento. A partir do momento em que o art. 186 do CC prevê
a regra geral da responsabilidade civil, passa a con-
Há inversão do ônus da prova com relação à culpa, sagrar uma ilicitude subjetiva, ao fazer nítida referên-
haja vista que caberá ao devedor provar que não foi cia aos elementos dolo e culpa.
culpado.
Diferentemente, logo em seguida, o art. 187 do CC,
ao definir o abuso de direito, consagrou uma ilicitude
objetiva, dispensando o dolo e a culpa.

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Toda forma de responsabilidade pressupõe um comportamento humano, positivo ou


negativo, marcado pela voluntariedade e consciência (elementos volitivo e intelectivo).
Não se pode responsabilizar animais ou atuações humanas involuntárias.
Conduta Humana
#CUIDADO Excepcionalmente, poderá haver responsabilidade civil decorrente de ato
lícito. Ex: direito de passagem forçada e desapropriação.
Trata-se do vínculo jurídico que une o comportamento do agente ao dano ou prejuízo
causado. O direito brasileiro adota, majoritariamente, a teoria da causalidade adequa-
da. Não obstante, há forte embate doutrinário.
Nexo de Causali- Pablo Stolze se filia aos professores Gustavo Tepedino e Carlos Roberto Gonçalves, de-
dade
fendendo que o Código Civil teria adotado a teoria da causalidade direta ou imedia-
ta, em razão da redação do art. 403 do CC.
É a lesão a um interesse jurídico tutelado, seja ele material ou moral.
Não é todo dano que é indenizável, pois para ser indenizável pressupõe 3 requisitos:
 Violação a Interesse Jurídico Tutelado;
Dano ou Prejuízo
 Subsistência do Dano (se o dano foi reparado não subsiste);
 Certeza do Dano (para que o dano possa ser indenizável ele não pode ser
hipotético, tem que ser um dano certo).

TEORIAS QUANTO AO NEXO DE CAUSALIDADE:

Teoria do Histórico dos Antecedentes (sine qua non): todos os fatos diretos ou indiretos geram responsa-
bilidade civil.

Teoria do Dano Direto e Imediato: serão reparáveis os danos que diretamente resultarem da conduta do
agente, admitindo-se excludentes de nexo. Para doutrina majoritária, é adotada pelo nosso CC (art. 403, CC).

Teoria da Causalidade Adequada: a responsabilidade civil deve ser adequada às condutas dos envolvidos
(contribuição causal). Admite excludentes do nexo.

ªª Conclusão: no concurso estará correta a alternativa que falar na teoria da causalidade adequada ou
teoria do dano direto e imediato.

ÎÎClassificação da responsabilidade civil quanto à culpa:

• RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: A vítima tem o ônus de provar a culpa lato sensu do réu.

• RESPONSABILIDADE OBJETIVA: Constitui exceção no CC/02 por decorrência evolutiva da


teoria do risco. A vítima não tem o ônus de provar a culpa do réu.

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ÎÎA responsabilidade objetiva decorre:

• Da lei;

• Atividade de risco (cláusula geral de responsabilidade objetiva).

Ex.: acidente de trabalho.

Principais casos de responsabilidade objetiva no Código Civil:

99Responsabilidade Objetiva Indireta ou por Atos de Outrem (art. 932 e 933).

Os responsáveis só respondem objetivamente se provada a culpa daquele por quem são responsáveis.

Os casos previstos no art. 932, CC, são de responsabilidade solidária.

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:

I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;

II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;

III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes com-
petir, ou em razão dele;

IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de
educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;

V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.

Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, res-
ponderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.

Art. 942. (...) Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os coautores e as pessoas designadas
no art. 932.

A responsabilidade do incapaz é subsidiária, excepcional e equitativa.

Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação
de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá
ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.

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Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou,
SALVO se o causador do dano for DESCENDENTE seu, ABSOLUTA OU RELATIVAMENTE INCAPAZ.

#DEOLHONAJURIS A responsabilidade civil do incapaz pela reparação dos danos é subsidiária, condicional,
mitigada e equitativa Os incapazes (ex: filhos menores), quando praticarem atos que causem prejuízos, terão res-
ponsabilidade subsidiária, condicional, mitigada e equitativa, nos termos do art. 928 do CC. Subsidiária: porque
apenas ocorrerá quando os seus genitores não tiverem meios para ressarcir a vítima. Condicional e mitigada:
porque não poderá ultrapassar o limite humanitário do patrimônio mínimo do infante. Equitativa: tendo em vista
que a indenização deverá ser equânime, sem a privação do mínimo necessário para a sobrevivência digna do
incapaz. A responsabilidade dos pais dos filhos menores será substitutiva, exclusiva e não solidária. STJ. 4ª Turma.
REsp 1436401-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2/2/2017 (Info 599)

Não há como afastar a responsabilização do pai do filho menor simplesmente pelo fato de que ele não estava
fisicamente ao lado de seu filho no momento da conduta O art. 932 do CC prevê que os pais são responsáveis
pela reparação civil em relação aos atos praticados por seus filhos menores que estiverem sob sua autoridade e
em sua companhia. O art. 932, I do CC, ao se referir à autoridade e companhia dos pais em relação aos filhos,
quis explicitar o poder familiar (a autoridade parental não se esgota na guarda), compreendendo um plexo de
deveres, como proteção, cuidado, educação, informação, afeto, dentre outros, independentemente da vigilância
investigativa e diária, sendo irrelevante a proximidade física no momento em que os menores venham a cau-
sar danos. Em outras palavras, não há como afastar a responsabilização do pai do filho menor simplesmente
pelo fato de que ele não estava fisicamente ao lado de seu filho no momento da conduta. STJ. 4ª Turma. REsp
1436401-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2/2/2017 (Info 599).

Um menor, após ingerir bebida alcoólica, pegou o carro que pertencia à empresa de sua família e foi dirigir le-
vando um amigo no carona. O menor conduzia o automóvel em alta velocidade e, após perder o controle em
uma curva, colidiu com um poste, ocasionando graves lesões no amigo que resultaram, inclusive, na amputação
parcial de um de seus braços. O STJ afirmou que os pais e a empresa proprietária do veículo são responsáveis
solidariamente pelo pagamento da indenização à vítima (amigo que estava no banco do carona). Em regra, a
responsabilidade civil é individual de quem, por sua própria conduta, causa dano a outrem. Porém, em determi-
nadas situações, o ordenamento jurídico atribui a alguém a responsabilidade por ato de outra pessoa – como
no caso em questão, em que cabe aos pais reparar os danos causados pelo filho menor, conforme prevê o art.
932 do Código Civil. Além disso, em matéria de acidente automobilístico, o proprietário do veículo responde
objetiva e solidariamente pelos atos culposos de terceiro que o conduz e que provoca o acidente. Assim, a em-
presa proprietária do veículo também tem responsabilidade. A vítima terá que ser indenizada porque o menor
agiu com culpa grave, nos termos da Súmula 145 do STJ: “No transporte desinteressado, de simples cortesia, o
transportador só será civilmente responsável por danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou
culpa grave”. STJ. 3ª Turma. REsp 1637884/SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/02/2018.

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Uma revista fez uma reportagem sobre trabalho infantil. Para ilustrar a matéria, a revista utilizou fotos de crianças
simulando como se estivessem trabalhando em minas de talco. Ocorre que os pais das crianças não autorizaram
essas imagens. A revista deve ser condenada a pagar indenização por danos morais pela violação do direito de
imagem das crianças que tiveram as fotos publicadas na reportagem sem a autorização dos pais. O ordenamen-
to pátrio assegura o direito fundamental da dignidade das crianças (art. 227 do CF/88), cujo melhor interesse
deve ser preservado de interesses econômicos de veículos de comunicação. O dever de indenização por dano à
imagem de criança veiculada sem a autorização do representante legal é in re ipsa. STJ. 3ª Turma. REsp 1628700/
MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 20/02/2018.

99Responsabilidade por ato ou fato de animal.

Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força
maior.

99Responsabilidade Objetiva pelo Fato da Coisa.

#OBS Se o imóvel for locado, quem responde é o locatário.

Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta
de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.

Enunciado 556 CJF: A responsabilidade civil do dono do prédio ou construção por sua ruína, tratada pelo art. 937 do
CC, é objetiva.

Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou
forem lançadas em lugar indevido.

Enunciado 557 CJF: Nos termos do art. 938 do CC, se a coisa cair ou for lançada de condomínio edilício, não sendo
possível identificar de qual unidade, responderá o condomínio, assegurado o direito de regresso.

ªª Responsabilidade alternativa: técnica de responsabilização decorrente de danos causados por obje-


tos caídos ou lançados de um prédio, “pela qual todos os autores possíveis - isto é, os que se encontra-
vam no grupo - serão considerados, de forma solidária, responsáveis pelo evento, em face da ofensa
perpetrada à vítima por um ou mais deles, ignorado o verdadeiro autor, ou autores”.

Espécies de danos a serem indenizados:

ªª Danos materiais: é o dano patrimonial causado à parte lesada.

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Divide-se em:

• Danos emergentes: o que o indivíduo efetivamente perdeu, em virtude da conduta;

• Lucros cessantes: o que o indivíduo deixou de ganhar, em virtude da conduta.

ªª Danos morais

Da Posse e Da Propriedade (Livro III Título I e III – parte especial)

ÎÎTeorias justificadoras da posse:

Teoria da Função Social da


Teoria Subjetiva (Savigny). Teoria Objetiva (Ihering).
Posse (Saleilles, Perozzi e Gil).
Posse = Corpus + Animus Domi- Posse = Corpus.
ni.
Poder jurídico sobre a coisa, contudo
Poder jurídico sobre a coisa este é mais elástico que o conceito de
exercido pelo próprio possuidor corpus exposto por Savigny. Abrange
Posse é função social (posse-
ou por preposto (longa manos) a posse direta (poder físico) e posse
-trabalho). A tutela posses-
acrescido o exercício da posse indireta (poder jurídico);
sória estaria condicionada ao
com a intenção de ser dono.
Teoria adotada na visão clássica. reconhecimento da função
Não foi a adotada. social.
OBS.: Para essa teoria a posse precária
OBS.: Para essa teoria a posse é posse, mas não é posse ad usuca- Tendência contemporânea.
precária é mera detenção, logo, pionem (não confere usucapião), mas
locatário, comodatário e deposi- é posse ad interdicta, pois ao possui-
tário não tinham tutela possessó- dor precário direto se confere prote-
ria, eram meros detentores. ção possessória.

Exemplos de função social da posse:

ªª Redução dos prazos de usucapião extraordinário e ordinário: art. 1.238, § Único, do CC; e art.
1.242, parágrafo único, do CC.

O CC diz que se o Usucapiente estiver morando ou tiver tornado a terra produtiva, o Juiz pode reduzir em 5
anos o prazo de usucapião (o extraordinário cai de 15 para 10; o ordinário cai de 10 para 5). Isso significa que o Juiz
pode reduzir em 5 anos o prazo de usucapião, quando o usucapiente estiver cumprindo a função social da posse.

ªª Impossibilidade de discutir propriedade em sede de ação possessória: Art. 1.210, § 2º, do CC que
assim dispõe:

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Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado
de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.

§ 2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a
coisa.

Na ação possessória não se deve discutir propriedade. Com efeito, a ação possessória vai ser julgada em
favor do melhor possuidor, pouco importando quem seja o proprietário.

A antiga Súmula 4879 do STF perdeu o objeto, porque autorizava o Juiz a julgar a ação possessória em favor
do melhor proprietário quando ambas as posses se fundassem na propriedade. Atualmente, prevalece o entendi-
mento (no próprio STF) de que não poderá o Juiz, nem neste caso, julgar a ação possessória em favor do melhor
proprietário, tendo em vista que a ação possessória SEMPRE será julgada em favor do melhor possuidor.

ªª Desapropriação Judicial Indireta:

“Desapropriação Indireta” tem outro significado no Direito Administrativo.

A desapropriação judicial indireta está nos §§ 4º e 5º do Art. 1.228 do CC. O proprietário pode perder a sua
propriedade na seguinte hipótese:

Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem
quer que injustamente a possua ou detenha.

§ 4º O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse
ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem
realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico
relevante.

§ 5º No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá
a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores.

POSSE

É a situação de fato, regulada pelo direito, na qual o possuidor tem o exercício, pleno ou não, de
alguns dos poderes inerentes à propriedade.
• POSSE NATURAL: é aquela que já nasce do contato físico com a coisa possuída.

• POSSE CIVIL: é aquela decorrente de uma relação contratual, tal como o constituto
possessório.

9  Súmula 487/STF: Será deferida a posse a quem, evidentemente, tiver o domínio, se com base neste for ela disputada - SUPERADA.

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• JUSTA: que não for violenta, clandestina ou precária.

• INJUSTA: Apresenta-se com pelo menos um dos vícios objetivos.

- Violenta: É a posse esbulhada. A violência é aquela cometida contra pessoas e não


contra a coisa e pode ser tanto a vis compulsiva (coação moral) como a vis absoluta
(coação física).

- Clandestina: Seria o furto da posse. Para a clandestinidade da posse, é bastante que o


Quanto aos possuidor esbulhado não o saiba, embora seja do conhecimento do resto das pessoas.
vícios objeti-
vos: - Precária: é o esbulho pacifico - abuso de confiança.

 Efeitos para usucapião e ações possessórias.


OBS: há entendimento doutrinário que a posse injusta por violência ou clandestinidade, após 1
ano e 1 dia torna-se justa; mas o vício da precária nunca se tornaria justa.
OBS: posse justa/injusta não influencia nas questões referentes à benfeitoria, frutos e responsa-
bilidade, mas apenas a posse de má-fé.

• BOA-FÉ: Quando o possuidor ignora um obstáculo para aquisição da propriedade (Boa-


Quanto aos -fé real) ou tem o justo título (boa-fé presumida).
vícios subje-
• MÁ-FÉ: A pessoa sabe que não pode ser proprietária e não tem o justo título.
tivos:
 Efeitos: frutos, benfeitorias e responsabilidades.

• DIRETA: É aquele em que há um contato imediato e corpóreo entre a pessoa e a coisa.


Quanto ao • INDIRETA: Contato mediato com a coisa.
desdobra-
mento: * O possuidor direto e o indireto podem invocar a proteção possessória, inclusive podendo o
possuidor direto valer-se deste instrumento contra o possuidor indireto.

• Posse com título (ius possidendi) – há causa representativa. Posse causal ou posse civil.
Quanto ao • Posse sem título (ius possessionis, quod possideo) – não há causa representativa.
título Posse natural ou posse ato-fato.

Quanto ao • Posse nova – tem até 1 ano.


tempo • Posse velha – tem pelo menos 1 ano e 1 dia.

• Posse ad interdicta – é a regra geral. Posse que pode ser defendida pelas ações
possessórias.
Quanto aos • Posse ad usucapionem – é aquela que se prolonga por determinado lapso de tempo e
efeitos admite a aquisição da propriedade. Tem que se mansa, pacífica, duradoura, ininterrupta
e com intenção de dono.

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ÎÎResponsabilidade civil do possuidor:

Se o possuidor está de boa-fé, a sua responsabilidade é subjetiva e ele só responde pela perda ou deterio-
ração da coisa se provada a sua culpa.

Por outro lado, se o possuidor está de má-fé, a sua responsabilidade se torna objetiva COM RISCO INTE-
GRAL.

ªª O possuidor de má-fé responde pela perda ou deterioração da coisa, independentemente de culpa,


mesmo que proveniente de caso fortuito ou força maior (responsabilidade objetiva com risco integral),
EXCETO nos casos em que prove que de igual modo se teriam dado a perda ou deterioração, estando
na posse do reivindicante.

BOA-FÉ

Tem direito aos frutos percebidos, salvo pendentes e colhidos por antecipação - mas
FRUTOS
tem direito à dedução das despesas da produção de custeio destes.

Tem direito à indenização e retenção pelas necessárias e úteis; podendo levantar as


BENFEITORIAS
voluptuárias, sem causar prejuízo da coisa.

RESPONSABILIDADE Só responde pela coisa se houver dolo ou culpa.

MÁ-FÉ

Não tem direito, e responde pelos frutos colhidos e que deixou de colher.
FRUTOS
Tem direito à indenização das despesas da produção de custeio destes.

Tem direito à indenização das benfeitorias necessárias (indenização, mas não reten-
BENFEITORIAS
ção). A indenização será pelo valor atual ou de custo.

Responde pela coisa, ainda que por fato acidental (caso fortuito e força maior), ex-
RESPONSABILIDADE
ceto se comprovar que o dano ocorreria mesmo se não estivesse sob a sua posse.

• Ações possessórias:

REINTEGRAÇÃO DE POSSE MANUTENÇÃO DE POSSE INTERDITO PROIBITÓRIO

No caso de esbulho No caso de turbação No caso de ameaça

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DETENÇÃO

Quem achando-se em relação de dependência para com outro, CONSERVA A POSSE EM NOME DESTE e em
cumprimento de ordens ou instruções suas.
* Pode no interesse do possuidor, exercer a autodefesa do bem sob seu poder.
* Tem contato físico mas não é possuidor!
* É possível a conversão da detenção em posse, desde que rompida a subordinação, na hipótese de exercício
em nome próprio dos atos possessórios.

FÂMULO DA POSSE (gestor da posse):


É aquele que apreende a coisa por força de uma relação subordinativa para com terceiro, ou em razão de uma
dependência jurídica. É aquele que apreende a coisa em nome de outrem. (artigo 1198 CC)

ATOS DE MERA TOLERÂNCIA:


Os atos de mera tolerância não induzem posse por conta do abuso de confiança.
Evita-se com isso que a posse precária convalesça. (artigo 1208)

PERMISSÃO e CONCESSÃO DE USO DE BEM PÚBLICO:


A permissão e concessão de uso de bem público não induz posse, mas mero ato de detenção.

Súmula 619-STJ: A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária, insusce-
tível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.
#FOCANAJURIS Em ação possessória entre particulares é cabível o oferecimento de oposição pelo ente públi-
co, alegando-se incidentalmente o domínio de bem imóvel como meio de demonstração da posse. STJ. Corte
Especial. EREsp 1.134.446-MT, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 21/03/2018 (Info 623).

ÎÎPROPRIEDADE:

A propriedade é o direito real por excelência. Trata-se de domínio jurídico que uma pessoa exerce sobre uma
coisa.

É um direito fundamental, protegido no art. 5.º, inc. XXII, da Constituição Federal, mas que deve sempre
atender a uma função social, em prol de toda a coletividade.

A propriedade é definida, tradicionalmente, como a soma de quatros atributos (direitos ou faculdade):

G – gozar/fruir: retirar frutos da coisa.

R – reivindicar: através de ação petitória com prova de domínio.

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U – usar: o uso da propriedade encontra limites nos direitos de vizinhança e no Estatuto da Cidade.

D – dispor: por atos inter vivos ou causa mortis.

A junção de todos esses atributos ou faculdades compõe a propriedade plena. Havendo apenas um desses
atributos, existirá posse, e não propriedade. Se esses atributos estiverem divididos entre pessoas distintas, sobre um
mesmo bem, haverá a figura da propriedade restrita (e não mais plena), que dá ensejo aos demais direitos reais
que conhecemos: a hipoteca, o uso, o usufruto, a servidão, e outros.

Poderes

Título

• TRADIÇÃO – bens Móveis

• REGISTRO – bens Imóveis

Propriedade do bem
ACESSÕES - ILHAS,
ALUVIÃO, AVULSÃO,
ÁLVEO ABANDONADO,
PLANTAÇÕES E
CONSTRUÇÕES.
FORMAS ORIGINÁRIAS

USUCAPIÃO

FORMAS DE AQUISIÇÃO
DA PROPRIEDADE
IMÓVEL

REGISTRO IMOBILIÁRIO

FORMAS DERIVADAS

SUCESSÃO HEREDITÁRIA

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ÎÎUSUCAPIÃO:

Modo originário de aquisição de propriedade por meio da POSSE.

• Sentença é declaratória e constitutiva.

• Não há transferência de gravames.

• Impossibilidade quanto aos bens públicos (será mera detenção).

• Prescrição é vista pelo âmbito aquisitivo (art. 1244 CC).

Não corre contra:

 Absolutamente incapazes;

 Pessoa à serviço do país no exterior;

 Entre cônjuges ou companheiros na constância da sociedade conjugal, salvo usucapião con-


jugal (art. 1240-A CC).

Requisitos obrigatórios:

Mansa, pacifica, ininterrupta e com “animus domini”


 Soma das posses:

Posse qualificada: - Por atos ‘inter vivos’


- Por atos ‘causa mortis’
*Não cabe para usucapião especial

Coisa hábil Idoneidade da coisa

Bens imóveis (quadro)


Bens móveis:

Lapso temporal: 3 anos ( justo título + boa-fé)

5 anos (sem justo título + boa-fé)

Requisitos facultativos:
Instrumento público ou particular que seria idôneo para adquirir a proprieda-
Justo título:
de se não tivesse vício.
Boa-fé

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USUCAPIÃO ORDINÁRIO USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO

Requisitos obrigatórios.
+ Requisitos obrigatórios.
Requisitos facultativos.

Prazo: 10 anos Prazo: 15 anos


Posse simples. Posse simples.

Prazo: 5 anos
Prazo: 10 anos
Posse qualificada pelo cumprimento da função social (mo-
Posse qualificada pelo cumprimento da função
rando ou tornando a terra produtiva) E justo título instituído
social (morando ou tornando a terra produtiva).
por escritura pública.
*Juiz de ofício ou a requerimento reduz o prazo.
*Juiz de ofício ou a requerimento reduz o prazo.

USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL

Requisitos obrigatórios
+
Requisitos obrigatórios
• Área urbana de até 250m²
+
• Função social – fixar moradia
• Área rural até 50 hectares;
 Não pode ser proprietário de outro imóvel urbano • Função social – fixar moradia ou
ou rural; tornando a terra produtiva
 Só admite 1 única vez  Não pode ser proprietário de outro imó-
vel rural ou urbano.
 Inadmissível por pessoa jurídica!
 Admite mais de uma!
 ESPECIAL COLETIVA URBANA:
 Não pode desmembrar o imóvel
- Imóvel urbano superior a 250m²

- População de baixa renda em composse

Prazo: 5 anos Prazo: 5 anos

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USUCAPIÃO FAMILIAR/ CONJUGAL

Requisitos obrigatórios

• Abandono do lar pelo ex-cônjuge/companheiro

(aquele que permaneceu no imóvel que era do casal pode usucapir a meação do outro)

• Função social – fixar moradia

 Não pode ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

Imóvel urbano até 250 m²

Prazo: 2 anos

USUCAPIÃO COLETIVA

Requisitos obrigatórios

+
*Os usucapientes não podem ser proprietários de outro imóvel urbano ou rural;
*Indispensável a intimação do MP.
Estatuto da cidade (art. 10)
Imóvel urbano até 250 m²
Prazo: 5 anos

#SELIGANASÚMULA

Súmula 237, STF: O usucapião pode ser argüído em defesa.

Súmula 263, STF: O possuidor deve ser citado pessoalmente para a ação de usucapião.

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#FOCONAJURIS É possível o reconhecimento da usucapião quando o prazo exigido por lei se complete no
curso do processo judicial, conforme a previsão do art. 493, do CPC/2015, ainda que o réu tenha apresentado
contestação. Em março de 2017, João ajuizou ação pedindo o reconhecimento de usucapião especial urbana,
nos termos do art. 1.240 do CC (que exige posse ininterrupta e sem oposição por 5 anos). Em abril de 2017,
o proprietário apresentou contestação pedindo a improcedência da demanda. As testemunhas e as provas
documentais atestaram que João reside no imóvel desde setembro de 2012, ou seja, quando o autor deu entrada
na ação, ainda não havia mais de 5 anos de posse. Em novembro de 2017, os autos foram conclusos ao juiz para
sentença. O magistrado deverá julgar o pedido procedente considerando que o prazo exigido por lei para a
usucapião se completou no curso do processo. STJ. 3a Turma. REsp 1.361.226-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, julgado em 05/06/2018 (Info 630).

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PROCESSO CIVIL
PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL

• “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo le-
gal”(art. 5º, LIV, CF)
DEVIDO PROCESSO
LEGAL • hoje deve ser entendido como devido processo legal substancial (substantive due
process) e não apenas o processo legal formal (procedural due process), por uma
decisão jurídica devida, justa, efetiva e satisfativa;

• art. 5º, LV, CF: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusa-
dos em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes”.

• Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento (isonomia processual) em


relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos
ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar
pelo efetivo contraditório.

CONTRADITÓRIO • Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previa-
mente ouvida. Parágrafo único.  O disposto no caput não se aplica: I - à tutela
provisória de urgência; II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311,
incisos II e III; III - à decisão prevista no art. 701 (recebimento da monitória). -->
“inaudita altera pars”

• Art. 10.   O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de
se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício
(matéria de ordem pública, ex.: prescrição, decadência)

CF/88 - Art. 93, IX: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei
limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados,
ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
MOTIVAÇÃO - Art. 489, §1º traz as premissas de uma decisão não fundamentada:
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem ex-
plicar sua relação com a causa ou a questão decidida;

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CF/88 - Art. 93, IX: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei
limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados,
ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
- Art. 489, §1º traz as premissas de uma decisão não fundamentada:
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem ex-
plicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
MOTIVAÇÃO II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto
de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em
tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajus-
ta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado
pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a
superação do entendimento.

Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de


direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à
ISONOMIA
aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contradi-
tório.

Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às


exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa
humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a pu-
blicidade e a eficiência.
Art. 11. Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a
presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do
PUBLICIDADE Ministério Público.
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de
justiça os processos:
I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união
estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;

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III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;


IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral,
desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante
o juízo.
PUBLICIDADE § 1º O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça
e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
§ 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão
do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de
divórcio ou separação

Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do


RAZOÁVEL DURAÇÃO DO mérito, incluída a atividade satisfativa.
PROCESSO Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha,
em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha,
COOPERAÇÃO
em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

Art. 12.  Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológi-


ca de conclusão para proferir sentença ou acórdão.
OBS.: houve alteração na redação original pela Lei nº 13.256/2016, incluindo
ORDEM CRONOLÓGICA a expressão “preferencialmente”, amenizando a obrigatoriedade de obedi-
DE JULGAMENTO ência à ordem pelos magistrados;
§1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à
disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computado-
res.

O princípio da boa-fé se dirige a todos os sujeitos do processo, inclusive ao juiz.


O NCPC previu o princípio da boa-fé expressamente em seu art. 5o:
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de
acordo com a boa-fé.
BOA FÉ PROCESSUAL - O princípio da boa-fé processual impede o abuso de direitos processuais;
- Possui função hermenêutica;
- O exercício abusivo de um direito processual é considerado ilícito.
- Proíbe comportamentos contraditórios.

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O NCPC, em diversos momentos, estimula a autocomposição, concretizando o


princípio da solução consensual dos conflitos.
SOLUÇÃO CONSENSUAL Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. [...]
DOS CONFLITOS
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de
conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e
membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.

PRIMAZIA DA DECISÃO Para o NCPC, a decisão de mérito é prioritária em relação à decisão que não é
DE MÉRITO de mérito.

Consoante o artigo 10 do Código de Processo Civil “o juiz não pode decidir,


em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não
se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de
matéria sobre a qual deva decidir de ofício. Esse princípio é aplicável em grau
recursal (art. 933). #ATENÇÃO: O art. 9º prevê exceções:
VEDAÇÃO À DECISÕES Art. 9º. “Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previa-
SUPRESAS mente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III - à decisão prevista no art. 701”.

Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lí-
AUTONOMIA DA cito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para
VONTADE PROCESSUAL ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes,
faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.

O princípio da decisão informada está previsto no art. 166, “caput”, do NCPC e


aplica se à conciliação e à mediação. Segundo Daniel Amorim Neves, o referido
princípio “cria o dever ao conciliador e ao mediador de manter o jurisdicionado
DECISÃO INFORMADA
plenamente informado quanto aos seus direitos e ao contexto fático no qual está
inserido”. Assim, é uma forma de permitir que as partes celebrem acordos tendo
plena ciência do ato que estão praticando.

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JURISDIÇÃO

Conceito: função/capacidade atribuída ao Estado, representado por um terceiro imparcial competente (substitu-
tividade), de modo a realizar o direito de modo imperativo (imperatividade), reconhecendo, efetivando e prote-
gendo situações jurídicas concretamente deduzidas, em decisão insuscetível de controle externo, com aptidão de
definitividade (coisa julgada material), respeitando e assegurando os direitos e garantias processuais e constitucio-
nais.

Equivalentes jurisdicionais: são formas alternativas de solução de conflitos que equivalem à jurisdição.

a) Autotutela: excepcionamente admite-se (ex: desforço imediato - art. 1.210, §1º, CC; legítima defesa - art. 188, I,
CC; estado de necessidade ; direito de retenção).

b) Autocomposição: transação (há concessões mútuas, sacrifício recíproco) e a submissão (há uma situação uni-
lateral. Ex.: renúncia, pelo autor, ao próprio direito; reconhecimento da procedência do pedido inicial pelo réu).

c) Mediação: as partes chegam à solução consensual, induzidas pelo mediador.

d) Julgamento de conflitos por tribunais administrativos: (ex.: Tribunais de Contas, Agências reguladoras,
CADE, etc.).

e) Arbitragem: é jurisdição propriamente dita, exercida por particulares com autorização do Estado. É desn-
cessária a homologação judicial da sentença arbitral, a qual tem natureza de título executivo judicial, fazendo
coisa julgada material, porém, pode ser invalidada pelo Judiciário por vícios formais.

PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO

Art. 2º “O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por im-


pulso oficial, salvo as exceções previstas em lei”.
#ATENÇÃO: Em algumas situações o Juiz pode agir de ofício, como em
procedimentos especiais, jurisdição voluntária (alienação judicial, arreca-
INÉRCIA
dação de herança, bens de ausentes, restauração de autos), cumprimento
de sentença e produção de provas.
Art. 370, CPC: “Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, deter-
minar as provas necessárias ao julgamento do mérito”.

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Todo Juiz tem jurisdição em todo o território nacional e no exterior, desde


que respeitados os costumes locais e acordos internacionais.
A divisão do exercício da função jurisdicional (medida da jurisdição) se tra-
duz na atribuição de competência (órgãos jurisdicionais especializados).
Art. 59 do CPC: “O registro ou a distribuição da petição inicial torna pre-
TERRITORIALIDADE OU vento o juízo”.]
ADERÊNCIA MITIGAÇÃO:
Art. 60 do CPC: “Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado,
comarca, seção ou subseção judiciária, a competência territorial do juízo
prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel”.
Art. 255 do CPC: “Nas comarcas contíguas de fácil comunicação e nas que
se situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetu-
ar, em qualquer delas, citações, intimações, notificações, penhoras e quais-
quer outros atos executivos”.
O exercício da função jurisdicional é indelegável. Apenas os órgãos esta-
belecidos e autorizados pela Constituição Federal podem praticar os atos
jurisdicionais. Assim, é vedada a delegação de atos decisórios. Contudo,
é possível pedido de cooperação (inquirição de testemunhas através de
carta precatória, carta de ordem etc.), no que tange aos atos instrutórios,
à luz do princípio da cooperação (art. 6º, CPC). Mas ainda assim não é
caso de delegação do exercício da jurisdição.
Obs.: as delegações no âmbito do Judiciário não abrangem os atos deci-
sórios, somente atos instrutórios, diretivos ou executórios.
Obs.: a CF/88, no art. 93, XI e XIV, autoriza a delegação de competên-
cia do Tribunal Pleno para um Órgão Especial e para serventuário poder
praticar atos de administração e mero expediente sem caráter decisório,
respectivamente.
Art. 93 da CF/88: “Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal
INDELEGABILIDADE Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes
princípios:
(...)
XI – nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá
ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte
e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdi-
cionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade
das vagas por antiguidade outra metade por eleição do tribunal pleno;
XIV – os servidores receberão delegação para a prática de atos de adminis-
tração e atos de mero expediente
sem caráter decisório”.
Art. 203, § 4º, do CPC: “Os atos meramente ordinatórios, como a juntada
e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de
ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário”.

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INEVITABILIDADE As partes devem se sujeitar ao que for decidido pelo órgão jurisdicional. É
inevitável a sujeição das partes ao resultado que emanar do Estado-Juiz.
Ideia de imperatividade da jurisdição (vinculação obrigatória).
art. 5º, XXXV, CF. O juiz não pode se eximir de decidir sobre ameaça ou
lesão a direito. O interessado não é obrigado a esgotar as vias adminis-
trativas ou procurar outros meios de solução de conflito para se valer do
Poder Judiciário. O princípio pode ser mitigado, pela exigência do esgo-
tamento das vias administrativas na Justiça Desportiva (art. 217, §1º,
CF), no Habeas-Data - exige a recusa de informações por parte da auto-
INAFASTABILIDADE OU ridade administrativa (Súmula nº 2 do STJ). No caso de ato administrativo
INDECLINABILIDADE que ofenda súmula vinculante, a reclamação constitucional exige o
esgotamento das vias administrativas. Segundo o STF no caso de pedido
de benefício previdenciário, exige-se a negativa do requerimento admi-
nistrativo ou a demora superior a 45 dias para responder o requerimento
ou a pretensão fundada em tese notoriamente rejeitada pelo INSS - dis-
pensa o requerimento prévio, por ser presumida a lide (STF, RE 631.240/
MG).
não haverá juízo ou tribunal de exceção, e a apreciação de questões leva-
das ao Judiciário incumbe a um juiz competente, independente e impar-
cial. A convocação de juízes de primeiro grau para compor o Tribunal de
Justiça não ofende o princípio do juiz natural. Também impede que o PGJ
JUIZ NATURAL OU PROMOTOR
designe discricionariamente promotores para a prática de determinados
NATURAL
atos, “ad hoc”, ou “acusador de encomenda”. A participação do promotor
assistente, em atuação conjunta, não fere o princípio do promotor natural.
As equipes especializadas de promotores de justiça (“força tarefa”) não
ofende o princípio.

Jurisdição voluntária: não se trata de atividade jurisdicional, mas mera administração pública de interesses
privados, exercendo o juiz atividade administrativa (prevalece - teoria clássica ou administrativista).

99Argumentos utilizados pelas teorias da jurisdição voluntária: i) inexistência de caráter substitutivo; ii)
inexistência de aplicação do direito ao caso concreto; iii) ausência de lide (obs.: embora a lide, no con-
ceito clássico, não seja indispensável para caracterização da jurisdição, há ainda a tese de que existe pre-
tensão resistida, justamente pela previsão legal que condiciona a obtenção da tutela por meio da atuação
de um juiz. Além disso, na interdição, v.g, pode existir conflito entre o interditando e o interditado); iv) não
há partes, mas meros interessados; v) não há processo, mas mero procedimento; vi) inexistência de
coisa julgada material: (OBS.: doutrina entende que faz coisa julgada material).
99Casos de Jurisdição Voluntária: Arts. 726 a 770, CPC (Ex.: notificação e interpelação; alienação judicial; divór-
cio e separação consensuais, da extinção consensual de união estável e da alteração de regime de bens
do matrimônio; testamento e codicilos; herança jacente; bens dos ausentes; coisas vagas; interdição; orga-
nização e fiscalização das fundações; ratificação dos protestos marítimos e dos processos testemunháveis
formados a bordo, tutela e curatela).

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99Características da jurisdição voluntária:

a) atividade estatal de integração (da vontade do interessado) e fiscalização, pois os efeitos jurí-
dicos almejados somente poderão ser obtidos após a atuação do Estado-juiz, que o faz quando, de
plano, fiscaliza os requisitos legais.

b) inquisitoriedade: o juiz poderá dar início, de ofício, a determinadas demandas, afastando-se o


rigorismo do princípio da inércia, bem como poderá produzir provas mesmo contra a vontade das
partes.

c) equidade: o juiz pode deixar de observar a legalidade estrita e usar da discricionariedade, deci-
dindo de acordo com critérios de conveniência e oportunidade, ainda que contrariamente à lei ou à
vontade das partes. Vale observar que, segundo o parágrafo único do art. 140, “o juiz só decidirá por
equidade nos casos previstos em lei”.

d) regras procedimentais comuns (arts. 719 a 725) e especiais (arts. 726 a 770).

e) intimação pessoal do MP, desde que presentes as situações previstas no art. 178 (interesse público
ou social, interesse de incapaz ou litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana). Do mesmo
modo, a Fazenda Pública será intimada sempre que tiver interesse - jurídico ou econômico (art. 722).

f) cabimento de apelação da decisão final.

COMPETÊNCIA

Espécies:

1) Competência relativa: prestigiam a vontade das partes, de natureza dispositiva. Territorial e valor da causa.

99Em matéria de defesa, deve ser arguida em preliminar de contestação. São legitimados para arguir: réu e
seu assistente, MP, assistente litisconsorcial.
99CPC. Art. 63, §3º: Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de
ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo de foro de domicílio do réu.

2) Competência absoluta: fundadas em razões de ordem pública, de natureza cogente, devendo ser aplicada
sem ressalva ou restrição. Funcional, em razão da matéria e em razão da pessoa.

99Deve ser alegada pelo réu como preliminar de contestação, sob pena de preclusão;

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99Pode ser alegada a qualquer tempo e grau de jurisdição, por todos os sujeitos, devendo ser declarada
de ofício pelo juiz;
99CPC: Art. 62.  A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável
por convenção das partes.

CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA:

1) Competência da Justiça Brasileira (art. 21 a 23)

99Os arts. 21 e 22 prevêm hipóteses de competência internacional concorrente entre juízo nacional e es-
trangeiro, caso em que, se apreciada por juízo estrangeiro, pode ser homologada pelo STJ.

Art. 21. I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil [se pessoa jurídica estrangei-
ra se tiver agência, filial ou sucursal]; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - o fundamento seja fato
ocorrido ou ato praticado no Brasil. Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada
no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.

Art. 22. I - de alimentos, quando: a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; b) o réu mantiver vínculos
no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; III - em
que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.

99O art. 23 trata de hipóteses de competência exclusiva da justiça brasileira:

Art 23. I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, pro-
ceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o
autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio,
separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular
seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.

99Litispendência internacional:

Art. 24.  A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade
judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de
tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.

Parágrafo único.  A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judi-
cial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.

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99Jurisdição e ação:

Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.

Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurí-
dico. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial.

Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma
relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento.

ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA:

1 - COMPETÊNCIA TERRITORIAL: determina qual o foro competente para a demanda (Comarca ou Seção Judi-
ciária).

a) Foro comum (geral ou ordinário) - art. 46: domicílio do réu, somente em casos de direito pessoal e direito
real sobre bem móvel.

i) Tendo o réu mais de um domicílio: será demandado em qualquer deles, à escolha do autor;
subsidiariamente, sendo incerto ou desconhecido, pode ser demandado onde for encontrado (re-
sidência) ou no domicílio do autor.

ii) Se o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil: a ação pode ser proposta no domicílio do
autor; se o autor residir no exterior, a ação pode ser proposta em qualquer foro (foros supletivos).

iii) Havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios: pode ser em qualquer deles, à escolha
do autor. No caso de execução fiscal, há foros concorrentes entre o domicílio do réu, no de sua resi-
dência ou onde for encontrado.

b) Direito real imobiliário - art. 47: compete ao foro de situação da coisa (forum rei sitae). Deve ter por objeto
o rol taxativo do art. 47, §1º - os direitos de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e remarcação de terras e
nunciação de obra nova; e ação possessória - §2º.

99Imóvel situado em mais de um foro: o autor pode optar entre qualquer deles, tornando prevento o juízo
que receber a petição inicial para conhecer qualquer outra ação conexa, ainda que de competência de
outro foro (art. 60);
99Ações de adjudicação compulsória: se estiver o contrato de promessa de compra e venda registrado o foro
é do lugar do imóvel (direito real). Se não estiver registrado, a competência é relativa - domicílio do réu
(direito pessoal). Segundo o STJ, em ambos os casos é direito real, logo, é competente o lugar do imóvel.

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c) Inventário, partilha, arrecadação, cumprimento de disposições de última vontade, impugnação ou anu-


lação de partilha extrajudicial e ações em que o espólio for réu - art. 48: compete ao foro do domicílio do
de cujus (autor da herança); ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.

99não tendo o autor da herança domicílio certo: o foro será da situação dos bens imóveis;
99havendo vários bens imóveis em diferentes foros: qualquer deles;
99não havendo bens imóveis: será competente o lugar de qualquer dos bens do espólio;
99o foro do lugar do imóvel tem preferência sobre o foro do art. 48.

d) Réu ausente - art. 49: será competente o último domicílio do réu; aplicável quando não houver regra de foro
especial.

e) Réu incapaz: - art. 50: será competente o foro do domicílio de seu representante ou assistente; obs.: a
incapacidade é a jurídica, sendo de fato aplica-se a regra do foro comum (art. 46).

f) União - art. 51:

99União autora: será competente o domicílio do réu;


99 União demandada: a competência pode ser do domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato, no
da situação da coisa ou no DF.

g) Competência por delegação - art. 109, §3º, CF: na ausência de vara federal no foro, a vara estadual se torna
competente para julgamento.

§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas
em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do
juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e
julgadas pela justiça estadual.

§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de
jurisdição do juiz de primeiro grau.

h) Estado ou DF:

99Estado ou DF parte autora: será competente o domicílio do réu;


99Estado ou DF demandado: a competência pode ser do domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou
fato, no da situação da coisa ou na capital do ente;
99É possível que o Estado se sujeite a decisão do Poder Judiciário de outro Estado;

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99O CPC prevê que Estados-membros podem celebrar compromisso recíproco para prática processual em
favor de outro, mediante convênio entre as respectivas procuradorias.

i) Ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável


- art. 53, I: o CPC elencou uma ordem de preferência legal:

1) havendo filho incapaz --> domicílio do guardião;

2) não havendo filho incapaz --> último domicílio do casal;

3) não residindo nenhuma das partes no antigo domicílio --> domicílio do réu;

4) violência doméstica e familiar --> domicílio da vítima;

obs.: no caso de guarda compartilhada, aplica-se a regra do último domicílio do casal.

99trata-se de regra de competência relativa, a qual poderá ser prorrogada;


99 não mais se prevê o foro do domicílio da mulher.

j) Ação de alimentos - art. 53, II: é competente o foro do domicílio ou residência do alimentando.

99se aplica aos casos de alimentos por parentesco, casamento ou gravídicos;


99no caso de alimentos fundado em ato ilícito, convenção ou testamento, aplica-se o art. 46 (domicílio do
réu);
99aplica-se também às causas de oferecimento de alimentos (Lei 5.478/1968) e ações de investigação de pa-
ternidade cumulada com pedido de alimentos;
99 no caso de ações exoneratórias de alimentos, aplica-se a regra do domicílio do réu;
99 por ser competência relativa, é possível a prorrogação.

k) Pessoa jurídica como réu - art. 53, III, a: é competente o foro onde se localiza sua sede.

99é estabelecido no contrato social ou estatuto social, podendo ou não se confundir com o seu domicílio
(diretoria, administração, etc.);
99segundo o STJ, se o réu for autarquia federal, a competência é do local de sua sede ou agência ou sucursal
onde ocorreram os fatos ou atos que deram origem a demanda.

l) Obrigações contraídas por agência ou sucursal - art 53, III, b: é competente o foro onde se acha a agência
ou sucursal.

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99pela nova redação, pode ser eleita qualquer foro onde a pessoa jurídica tenha agência ou sucursal, inde-
pendentemente de onde foi contraída obrigação;
99 não afeta as relações consumeiristas.

m) Sociedade ou associação sem personalidade jurídica (sociedade de fato) como parte ré - art. 53, III, c:
será competente o local onde excercem suas atividades.

99havendo dúvida, qualquer juízo em que a sociedade exerça de forma significativa suas atividades.

n) Obrigação a ser cumprida - art. 53, III, d: local onde a obrigação deve ser satisfeita (forum destinatae
solutionis).

o) Direitos do Idoso - Estatuto - art. 53, III, e: local de residência do idoso como autor, no caso de direito ma-
terial contemplado pelo Estatuto do Idoso.

99exige-se os requisitos subjetivo (idoso) e objetivo (direito previsto no Estatuto do Idoso) para fixar a
competência de acordo com o art. 53, III, e;
99 se autor e réu forem idosos, aplica-se a regra comum do domicílio do réu.

p) Sede da serventia notarial ou de registro - art. 53, III, f: compete ao foro do lugar da sede da serventia
notarial ou de registro, no caso de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício.

99entretanto, tendo em vista que a atividade notarial é regido pelo CDC, entende-se que será competente o
foro de domicílio do autor;
99STJ: O Código de Defesa do Consumidor aplica-se à atividade notarial (REsp 1.163.652/PE).

q) Reparação de dano: compete ao lugar do ato ou fato que gerou o dano (forum comissi delicti).

99se aplica ao ato ilícito civil extracontratual, pois se for ilícito contratual, aplica-se a regra do art. 53, III, d
(local de satisfação da obrigação), ou se ilícito penal, aplica-se a regra do domicílio do autor ou local do fato;
99inclui-se também à tutela inibitória.

r) Administrador ou gestor de negócios alheios figurando como réu - art. 53, IV, b: lugar em que o ato ou
fato que ensejou o processo foi praticado (forum gestae administrationis).

99se aplica somente quando a ação for movida pelo titular do direito administrado. Se movida por terceiros,
aplica-se a regra comum de domicílio do réu.

s) Reparação de dano oriundo de delito ou acidente de veículo - art. 53, V: há foro concorrente entre lugar
do ato ou fato ou domicílio do autor.

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99aplica-se a acidente de veículo terreste, aéreo, marítimo ou fluvial, em sentido amplo e extensivo;
99 no caso de ação de cobrança de indenização decorrente de seguro DPVAT, o autor pode optar entre: o foro
do domicílio do réu, o foro do seu domicílio (autor) ou lugar da ocorrência do fato.

2 - COMPETÊNCIA FUNCIONAL: fixado em razão das funções especiais a serem realizadas pelos juízes num
mesmo processo. É competência absoluta.

a) por fases do procedimento: o juiz que praticou determinado ato processual é absolutamente competente
para praticar outro ato processual subsequente, previamente estabelecido (Ex.: competência do juízo sentenciante
para liquidar a sentença genérica por ele proferida - regra afastada somente no caso de liquidação individual de
sentença coletiva);

b) relação entre ação principal e ações acessórias e incidentais: o juízo da ação principal será absolutamente
competente para as ações acessórias ou incidentais (ex.: reconvenção, oposição, restauração de autos, cautelar,
embargos à execução, embargos ao mandado monitório, embargos de terceiros);

c) pelo grau de jurisdição: pode ser recursal ou originária;

d) pelo objeto do juízo: verifica-se quando da mesma decisão participam dois diferentes órgãos (ex.: declaração
incidental de inconstitucionalidade, em que a Câmara ou Turma do Tribunal decidem o mérito em si, e o Tribunal
Pleno ou Órgão Especial interpreta ou decide a respeito da constitucionalidade da norma objeto de controle).

• Ações reais imobiliárias (propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação e nunciação
de obra nova): a competência será do local do imóvel.

• Ação civil pública: a competência é do local do dano para as demandas coletivas, e sua propositura
prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma
causa de pedir ou o mesmo objeto.

• ECA: local do ato ou omissão.

• Idoso: local do domicílio do idoso.

• Consumidor : local do dano (local) ou capitais (regionais).

3 - COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA: é determinada em virtude da natureza da causa (objeto da deman-


da). A CF (Trabalho, Eleitoral, Militar, JF), as CE’s, leis federais e leis de organização judiciária (ex.: varas especializa-
das) estabelecem a competência em razão da matéria. É absoluta.

4 - COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA: é competência absoluta; ex.: vara da Fazenda Pública nas demandas
envolvendo o Estado e o Município; competência da JF para causas envolvendo a União, autarquia, fundação e
empresa pública federal.

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5 - COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO VALOR DA CAUSA: tem relevância quando envolve Juizados Especiais.

a) Juizados Especiais Estaduais - Lei 9.099/95: causas até 40 salários mínimos, desde que observado os de-
mais requisitos para fixação de competência do juizado. Trata-se de competência absoluta, caso em que, recon-
hecida a incompetência, o processo será extinto sem resolução de mérito, e não remetidos à Justiça Comum. O
autor da demanda que supere o valor de 40 s.m. pode renunciar o excedente, salvo conciliação.

b) Juizados Especiais Federais - Lei 10.259/2001: causas de até 60 salários mínimos. A competência é abso-
luta.

c) Juizados Especiais da Fazenda Pública Estadual - Lei 12.153/2009: competente para as causas cíveis de
interesse dos Estados, DF, Territórios e Municípios, até o valor de 60 salários mínimos. Trata-se de competência
absoluta.

d) Foros regionais (distritais): é determinada pelas leis de organização judiciária. É competência absoluta.

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL: tem previsão no art. 109, CF, de competência absoluta (em razão da pes-
soa e em razão da matéria). O art. 108, CF, trata da competência originária dos TRF’s.

1 - Competência da JF em razão da pessoa (ratione personae):

I - Causas em que União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de auto-
ras, rés, assistentes ou opoentes, exceto as de falência, acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça
do Trabalho;

II - Causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no
país:

III - Mandados de segurança e os Habeas Data contra ato de autoridade federal, excetuado os casos de competência
dos tribunais federais (TRF, STJ, STF).

2 - Competência em razão da matéria (ratione materiae):

I - Causas fundadas em tratados ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional:

II - Execução de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas refer-
entes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização:

III - Disputa sobre direitos indígenas:

obs.: a simples presença de indígena não é suficiente para fixar a competência da JF. Deve ter como
objeto demandas sobre direitos da coletividade indígena,

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IV - Causas relativas a direitos humanos

PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA: aplicam-se exclusivamente às regras de competência relativa. Exceção:


tutela coletiva, na qual permite a reunião de demandas conexas mesmo com determinação de competência ab-
soluta do local do dano; Há a prorrogação legal (conexão; continência e ausência de alegação de incompetência
relativa) e prorrogação voluntária (cláusula de eleição de foro e prorrogação unilateral pelo autor).

1 - PRORROGAÇÃO LEGAL:

a) CONEXÃO:

99comum o pedido ou a causa de pedir (fatos ou fundamentos jurídicos);


99quanto à causa de pedir, exige que um de seus elementos seja coincidentes (fatos ou fundamentos jurídicos)
e haja um vínculo de indentidade, ainda que não sejam idênticas;
99trata-se de matéria de ordem pública, não sujeita à preclusão, forma específica ou prazo, podendo ser
arguida por qualquer sujeito processual, inclusive o juiz de ofício;
99não há suspensão do processo para apreciação da conexão;
99ainda que não haja conexão, serão reunidos os processos que possam gerar risco de prolação de de-
cisões conflitantes ou contraditórias se decididos separadamente;
99é admitida a reunião de processo de execução de título extrajudicial e ação de conhecimento,
quando relativas ao mesmo ato jurídico;
99há conexão nas ações de execução fundadas no mesmo título executivo;
99tem como finalidade a economia processual e harmonização dos julgados;
99os feitos serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado;

• STJ - Súmula 235: A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado.

99o STJ entende que a reunião de feitos conexos é ato jurisdicional discricionário, não sendo obrigatória
a reunião no caso concreto;

• STJ - Súmula 515: A reunião de execuções fiscais contra o mesmo devedor constitui faculdade do
Juiz.

99não é possível a reunião de ações conexas de diferentes competências absolutas, podendo, nesse caso,
haver a suspensão de uma das ações por prejudicialidade;
99no caso de ações coletivas em trâmite perante a Justiça Federal e Justiça Estadual, prevalece o entendi-
mento do STJ no sentido de ser possível a reunião, a se realizar perante a JF;

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• STJ - Súmula 489: Reconhecida a continência, devem ser reunidas na Justiça Federal as ações civis
públicas propostas nesta e na Justiça estadual.

99se duas causas conexas estiverem tramitando perante um mesmo juízo, não é obrigatório o julgamento
conjunto, se o juiz notar que a solução de uma demanda não influenciará na outra.

b) CONTINÊNCIA:

99identidade de partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais;
99quando a ação continente (mais ampla) tiver sido proposta anteriormente, o processo relativo à ação con-
tida (individual, restrita) será extinto sem resolução de mérito;
99se primeiro proposta a ação menos ampla, haverá reunião dos feitos por continência.

2 - PRORROGAÇÃO VOLUNTÁRIA:

a) ELEIÇÃO DE FORO:

99nas competências relativas (valor e território) as partes podem afastar a aplicação da competência previs-
ta em lei, escolhendo um foro determinado para futuras demandas;
99nas ações reais imobiliárias (local do imóvel) e ação civil pública (local do dano), por se tratarem de com-
petência territorial absoluta, é absolutamente ineficaz a cláusula de eleição de foro;
99a juizados especiais em que a competência pelo valor da causa é absoluta, sendo ineficaz a cláusula de
eleição de foro;
99a competência em razão da matéria, pessoa ou função é inderrogável por convenção das partes (com-
petência absoluta);
99a cláusula de eleição de foro só é admita em demandas fundadas em direito obrigacional, excluindo-se
as demandas sobre direito indisponível;

• STF - Súmula 335: É válida a cláusula de eleição do foro para os processos oriundos do contrato.

99a cláusula deve vir expressa no instrumento escrito, indicando o negócio jurídico específico, excluída,
portanto, a generalidade;
99se discutida a própria validade do contrato em que se está inserida a cláusula de eleição de foro, essa não
deve prevalecer.

b) VONTADE UNILATERAL DO AUTOR:

99autor, ainda quando haja foro especial protetiva de seu direito, opta por propor a demanda na regra de foro
geral (domicílio do réu);

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99 é possível que o réu argua a incompetência, se provar prejuízo.

PREVENÇÃO

99é a concentração de competência em um juízo, quando sejam competentes um ou mais juízos para a
causa;
99a reunião das ações conexas serão realizadas no juízo prevento;
99a prevenção é gerada pelo registro ou distribuição da petição inicial;
99segundo entendimento do STJ, a propositura da ação se dá com o protocolo da petição inicial.

PERPETUATIO JURISDICTIONIS

99são irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando
suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta;
99não se perpetua a incompetência absoluta;
99o STF e STJ vêm firmando entendimento no sentido de que a criação de varas ou comarcas não é mo-
tivo para modificar a competência, prestigiando-se a perpetuatio jurisdictionis, além do fato de que as
resoluções;
99no caso de nova ação de alimentos (revisional) e relativo a guarda de incapaz, devem elas ser propos-
tas no foro do domicílio atual do alimentado/incapaz, ainda que modificado durante a ação, mitigando
a regra da perpetuatio.

COOPERAÇÃO INTERNACIONAL/NACIONAL

99a jurisdição nacional encontra óbice na soberania dos demais países;


99as sentenças estrangeiras, as quais emanam de poder soberano externo, tem eficácia e exequibilidade
no Brasil após a sua homologação, cuja competência é do STJ;
99sem a homologação a sentença estrangeira é absolutamente ineficaz e inexequível, mesmo com o trân-
sito em julgado no exterior;
99após a homologação, ela se torna eficaz (arts. 960 e ss. do CPC);
99decisão interlocutória judicial e sentença proferida por tribunal arbitral constituído em país estrangeiro
também exigem homologação pelo STJ.

Requisitos para homologação:

a) decisão proferida por autoridade competente;

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b) as partes devem ter sido citadas ou caracterizada a revelia; (contraditório);

c) deve ser eficaz no país em que foi prolatada;

99diferentemente da S. 420 do STJ, Res. 9 do STJ, RISTJ e LINDB o CPC não exige o trânsito em julgado, ba-
stando ser eficaz;
99STJ - Súmula 420: Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do trânsito em
julgado;
99assim, segundo o CPC é possível a homologação de sentença estrangeira não transitada em julgado, ou
que penda recurso sem eficácia suspensiva; admitindo-se a execução provisória.

d) não afronte coisa julgada brasileira (mesmas partes, mesmo pedido e causa de pedir);

e) traduzida por tradutor oficial (intérprete autorizado), salvo dispensa prevista em tratado;

f ) não pode conter manifesta ofensa à ordem pública;

99segundo a LINDB, leis, atos e sentenças de outro país, bem como qualquer declaração de vontade, não
terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
99as partes não poderão modificar o conteúdo da sentença estrangeira, cabendo-lhe apenas impugnar a
autenticidade do documento ou preenchimento dos requisitos para acolhimento do pedido, bem como
a interpretação da decisão estrangeira;
99o MP é ouvido no prazo de 10 dias; havendo impugnação, o Presidente do STJ encaminhará à Corte
Especial; mas, se não houver, o próprio Presidente analisará o pedido, cabendo agravo regimental para a
Corte;
99após a homologação, a sentença estrangeira se tornará eficaz, podendo ser executada e gerar os efeitos
da litispendência ou coisa julgada; sendo tratada como título executivo judicial, podendo ser executada
no juízo federal competente.

1 - Jurisdição concorrente (arts. 21 e 22):

99ações que tanto podem ser conhecidas e julgadas no Brasil, como pela justiça estangeira, quando ho-
mologada pelo STJ;
99não induz litispendência, podendo tramitar duas ações identicas, uma no Brasil e uma no estrangeiro,
salvo disposições em contrário em tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil;
99a superveniência da coisa julgada em um dos processos acarretará a extinção da que ainda estiver em cur-
so; ou seja, prevalece a que primeiro transitou em julgado;

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99quando o autor pode escolher livremente a jurisdição, tem-se o denominado “forum shopping”; quando
um juízo pode recusar o exercício da jurisdição em favor de outro foro, por entender mais conveniente para
julgá-lo, tem-se o que a jurisprudência escocesa denominou de “forum non conveniens”.

a) réu domiciliado no Brasil, independente de sua nacionalidade;

b) no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;

c) fato ocorrido ou ato praticado no Brasil;

d) ação de alimentos, quando o alimentado (credor) tiver domicílio ou residência no Brasil ou o réu tiver vínculos
no Brasil (posse, propriedade, bens, renda, benefícios econômicos);

e) relação de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil e em que as partes, expressa
ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.

2 - Jurisdição exclusiva brasileira (art. 23):

99só podem ser julgadas pela justiça brasileira, não podendo o STJ homologar sentença estrangeira que trate
das matérias do art. 23;
99em geral, tem relação com bens e imóveis situados no Brasil.

a) relativas a imóveis situados no Brasil;

b) sucessão hereditária, confirmação de testamento particular e o inventário e partilha de bens situados no


Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha domicílio fora do território nacional;

99trata da sucessão causa mortis, não havendo distinção entre bens móveis ou imóveis;
99STJ: se o ordenamento jurídico pátrio impede ao juiz sucessório estrangeiro de cuidar de bens aqui situa-
dos, móveis ou imóveis, em sucessão mortis causa, em contrário sensu, o juiz sucessório brasileiro não
pode cuidar de bens sitos no exterior, ainda que possível a decisão brasileira de plena efetividade
lá (REsp 397.769).

c) ações de divórcio, separação ou dissolução de união estável, quando a partilha se referir a bens situados no
Brasil, ainda que o titular seja estrangeiro ou tenha domicílio fora do Brasil.

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TUTELA PROVISÓRIA

99O principal objetivo da tutela provisória é abrandar os males do tempo sobre o processo, garantindo a
efetividade da jurisdição.
99Características:

a) preparatórias ou incidentais: obs.: não se aplica à tutela de evidência;

b) urgência ou preventividade: fundadas no periculum in mora. Obs.: não se aplica à tutela de evidência;

c) cognição sumária: ideia da provisoriedade e celeridade;

d) inexistência de coisa julgada material: não é definitiva, pode ser modificada durante o trâmite processual;

e) provisoriedade: são precárias, durando até o julgamento do pedido principal;

f ) reversibilidade: não pode ser concedida se o juiz constatar que a medida é irreversível;

g) fungibilidade: admite-se em caso de urgência, entre a cautelar e a tutela antecipada. obs.: não vale para a tutela
de evidência;

h) responsabilidade objetiva por dano processual: o beneficiário da medida é responsável pelo dano causado ao
lesado, independentemente de culpa;

i) retirada do efeito suspensivo da apelação: a concessão da tutela provisória ou sua manutenção em sentença tem
a força de retirar o efeito suspensivo de eventual apelação interposta;

j) passível de recurso: agravo de instrumento. obs.: se concedida ou indeferida em sentença caberá apelação. Se
em segundo grau, mocraticamente, desafia agravo interno.

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TUTELA DE URGÊNCIA TUTELA DE EVIDÊNCIA

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quan-


do houver elementos que evidenciem a probabili-
dade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.
§1º Para a concessão da tutela de urgência,
o juiz pode, conforme o caso, exigir caução
real ou fidejussória idônea para ressarcir os
danos que a outra parte possa vir a sofrer,
podendo a caução ser dispensada se a parte
economicamente hipossuficiente não puder ofe-
recê-la. Art. 311. A tutela da evidência será concedida, indepen-
dentemente da demonstração de perigo de dano ou de
§2º A tutela de urgência pode ser concedida risco ao resultado útil do processo, quando:
liminarmente ou após justificação prévia.
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o
§3º A tutela de urgência de natureza antecipada manifesto propósito protelatório da parte;
não será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão. II - as alegações de fato puderem ser comprovadas ape-
nas documentalmente e houver tese firmada em julga-
Art. 301. A tutela de urgência de natureza caute- mento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
lar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro,
arrolamento de bens, registro de protesto contra III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em pro-
alienação de bem e qualquer outra medida idônea va documental adequada do contrato de depósito, caso
para asseguração do direito. em que será decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa;
Art. 302. Independentemente da reparação por
dano processual, a parte responde pelo prejuízo que IV - a petição inicial for instruída com prova documen-
a efetivação da tutela de urgência causar à parte tal suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor,
adversa, se: a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida
razoável.
I - a sentença lhe for desfavorável;
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz
II - obtida liminarmente a tutela em caráter ante- poderá decidir liminarmente.
cedente, não fornecer os meios necessários para a
citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em
qualquer hipótese legal;
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou
prescrição da pretensão do autor.
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos
autos em que a medida tiver sido concedida, sem-
pre que possível.

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DIREITOS HUMANOS
CONCEITOS/TERMINOLOGIAS
Para George Marmelstein, “possuem um conteúdo
bastante semelhante ao direito natural. Não seriam
propriamente direitos, mas algo que surge antes de-
DIREITOS DO HOMEM les e como fundamento deles. Eles (os direitos do ho-
mem) são a matéria-prima dos direitos fundamentais,
ou melhor, os direitos fundamentais são os direitos do
homem positivados”.
Segundo André de Carvalho Ramos, são “direitos do
DIREITOS FUNDAMENTAIS ser humano reconhecidos e positivados pelo Direito
Constitucional de um Estado específico”.
Para Valério Mazzuoli, são “direitos protegidos pela
ordem internacional (especialmente por meio de
tratados multilaterais, globais ou regionais) contra as
violações e arbitrariedades que um Estado possa co-
DIREITOS HUMANOS
meter às pessoas sujeitas à sua jurisdição. São direitos
que estabelecem um nível protetivo (standard) míni-
mo que todos os Estados devem respeitar, sob pena
de responsabilidade internacional”.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA

1) Código de Hamurabi (1690 a. C): consagrava a


todos os indivíduos direitos como a vida a proprieda-
de e a honra.
2) Povo Judeu: lembrar-se dos 10 mandamentos de
Moisés, que envolviam normas relativas à vida, direito
à propriedade e à honra.
3) Grécia Antiga: se alusão a um Direito natural ante-
rior ao indivíduo e superior a suas leis e valores como
a liberdade, a igualdade e a participação política.

ANTIGUIDADE 4) Roma: na Lei das Doze Tábuas também se confe-


riram direitos como a igualdade e a propriedade aos
cidadãos romanos.
5) Doutrina Cristã: consagrou a universalidade dos
direitos humanos ao garantir aos estrangeiros o mes-
mo direito e a igualdade de tratamento, bem como
tutelar minorias (viúvas, órgãos), antecipando o espíri-
to dos atuais sistemas de proteção dos direitos huma-
nos, que consagram normas específicas de proteção
especial a pessoas em determinadas condições.

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Magna Carta (1215): outorgada pelo Rei João Sem


Terra, da Inglaterra, limitou os poderes do monarca in-
glês frente aos membros da nobreza que, em contra-
IDADE MÉDIA partida, adquiriam certos direitos, como a liberdade
de locomoção, o livre acesso à justiça e certa proteção
na área tributária.
1) Petition of Rights (1628): estabelece o dever do
rei de não cobrar impostos sem autorização do Parla-
mento e trata sobre o devido processo legal.
2) Habeas Corpus Act (1679): formalização da cria-
ção do habeas corpus para a tutela da liberdade.
3) Bill of Rights (1689): avança na garantia de direi-
tos e na limitação do poder estatal, ainda que benefi-
ciando mais a nobreza.
IDADE MODERNA
4) Revolução Americana: retrata o processo de in-
dependência das colônias britânicas na América do
Norte, culminado em 1776, e ainda a criação da Cons-
tituição norte- americana de 1787. Somente em 1791
foram aprovadas 10 Emendas que, finalmente, intro-
duziram um rol de direitos na Constituição norte-a-
mericana.
1) Revolução Francesa: adoção da Declaração Fran-
cesa dos Direitos do Homem e do Cidadão pela As-
sembleia Nacional Constituinte francesa, em 27 de
agosto de 1789, que consagra a igualdade e liberda-
de, que levou à abolição de privilégios, direitos feudais
e imunidades de várias castas, em especial da aristo-
cracia de terras. Lema dos revolucionários: “liberdade,
igualdade e fraternidade” (“liberté, egalité et fraterni-
té”).
2) Século XIX: surgimento de movimentos socialis-
tas, em favor dos direitos dos trabalhadores. Principais
teóricos: Proudhon, Marx e Engels.

IDADE CONTEMPORÂNEA 3) Direitos sociais: reconhecidos, pioneiramente, pe-


las Constituições do México (1917) e Alemanha (Wei-
mar, 1919).
4) Surgimento da primeira organização interna-
cional: a OIT (Organização Internacional do Trabalho),
em 1919, no pós primeira guerra mundial.
5) Segundo pós-guerra mundial: surgimento da
ONU pela Carta de São Francisco (1945) e aprovação
da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948).
Marca a efetiva internacionalização dos Direitos Hu-
manos, com o reconhecimento da dignidade da pes-
soa como valor supremo.

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FUNDAMENTOS

Os direitos humanos se fundamentam em uma ordem


TEORIA JUSNATURALISTA
superior, universal, imutável e inderrogável.

Alicerça tais direitos na ordem jurídica posta, pelo que


somente seriam reconhecidos como direitos humanos
TEORIA POSITIVA aqueles positivados.

Fundamenta os direitos humanos na “experiência e cons-


ciência moral de um determinado povo”, ou seja, na con-
TEORIA MORALISTA vicção social acerca da necessidade da proteção de de-
terminado valor.

CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS

UNIVERSALIDADE Aplicam-se a todos os seres humanos, sem distinção.

Pertencem aos seres humanos simplesmente pela sua


INERÊNCIA
condição de ser humano.

Independem da nacionalidade do indivíduo ou do fato


TRANSNACIONALIDADE
de ser apátrida.

Não configuram uma pauta fixa e estática, definida em


um único momento da história. Ao revés, há um catálogo
aberto a novos direitos. Além disso, vigora a proteção do
retrocesso, impedindo a eliminação da proteção alcança-
da a algum direito.
HISTORICIDADE. PROIBIÇÃO AO RETROCESSO
A proibição do retrocesso não significa vedação absoluta
a qualquer medida que vise alterar a proteção de um
direito específico.

Inalienabilidade: Impossibilidade de se atribuir dimen-


são pecuniária aos direitos humanos, para fins comerciais.
INDISPONIBILIDADE ou IRRENUNCIABILIDADE,
INALIENABILIDADE Indisponibilidade ou Irrenunciabilidade: Impossibili-
dade de o ser humano abrir mão da sua condição huma-
na e permitir a violação desses direitos.

Os direitos humanos não desaparecem pela passagem


IMPRESCRITIBILIDADE
do tempo.

Os direitos humanos possuem uma mesma proteção ju-


INDIVISIBILIDADE, INTERDEPENDÊNCIA, rídica, única, sem divisões. Todos os direitos contribuem
COMPLEMENTARIEDADE para a realização da dignidade humana, exigindo aten-
ção integral a todos, sem exclusão.

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Diante de um conflito entre duas normas de direitos hu-


PRIMAZIA DA NORMA MAIS FAVORÁVEL manos, deve ser aplicada aquela que melhor proteja a
dignidade humana.

PROCESSO DE INCORPORAÇÃO DE TRATADOS INTERNACIONAIS DE DH NO BRASIL

Compreende o processo que vai da negociação dos ter-


mos do tratado – quando ainda aberta – até a assinatura
do seu texto pelo Estado. É protagonizada pelo Presi-
ASSINATURA dente da República ou por representantes considerados
capazes para assinar tratados.

Compreende a apreciação legislativa do texto do tratado


pelo Congresso Nacional.
Peculiaridade da incorporação dos tratados dos DH: rito
APROVAÇÃO CONGRESSUAL especial do art. 5º, § 3º, CF. Este rito é facultativo, deve
ser requerido pelo Presidente da República, cabendo a
escolha da sua adoção ao Congresso Nacional.

Compreende a ratificação pelo Presidente da República,


ato por meio do qual o Estado consente em obrigar-se
aos termos do ato internacional. É com a conclusão des-
sa fase que o tratado entra em vigor no plano inter-
RATIFICAÇÃO nacional para o Estado, exceto se no texto contiver ou-
tra exigência para que isso ocorra, como, por exemplo,
número mínimo de ratificações ou fixação de data.

Compreende a incorporação legislativa do tratado na


ordem jurídica interna por meio de um decreto de pro-
mulgação do Presidente da República. Embora criti-
cada por um setor expressivo da doutrina, que vê no art.
5º, § 1º, da CF, uma imposição para que os tratados
PROMULGAÇÃO de direitos humanos sejam automaticamente
incorporados e imediatamente aplicados, trata-se de
uma fase exigida pelo STF e praticada na atividade
legislativa-constitucional brasileira, sem a qual o tra-
tado não tem vigor na ordem jurídica interna.

HIERARQUIA DAS NORMAS DE DIREITOS HUMANOS


Todos os tratados revestiam-se de caráter SUPRALEGAL. Esse era o posicionamen-
Até 1977 to majoritário, muito embora houvesse precedentes no caminho da tese da lei ordi-
nária e do status constitucional.
Nessa época, os tratados eram equiparados a LEI ORDINÁRIA. Tal visão era calcada
Entre 1977 e 1988 no art. 102, III, “b”, da CRFB/88, que prevê a competência do STF para julgar RE que
tenha como objeto decisão que declarar a inconstitucionalidade de tratado.

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Doutrina: Constitucionalidade material dos tratados de DH, independentemente do


procedimento de aprovação.
Jurisprudência:
a) ATÉ 2007: LEI ORDINÁRIA;

Atualmente (CF/88) b) Jurisprudência majoritária atual (#POSIÇÃODEPROVA): SUPRALEGALIDADE


(GILMAR MENDES), salvo se aprovado com o procedimento das emendas cons-
titucionais – quórum qualificado de 3/5 e votação em 2 turnos em ambas as casas,
caso em que o status passa a ser CONSTITUCIONAL (art. 5º, 2º);

c) Entendimento minoritário: CONSTITUCIONALIDADE MATERIAL (CELSO DE


MELLO – HC 87.585/TO).
A situação da EC nº 45/2004: os §§1º e 2º do art. 5º
Após a edição da CF/88, parte da doutrina apoiou a tese de que os tratados de direitos humanos eram dife-
renciados dos demais tratados em virtude da redação dos dois parágrafos originais do art. 5º, com base nos
seguintes argumentos:

1. Art. 5º, §1º: estabelece a aplicação imediata das normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais
– consequentemente, para parte da doutrina, haveria dispensa do decreto de promulgação, bastando
apenas a entrada em vigor internacional e a ratificação para que o tratado fosse válido internamente. En-
tretanto, o STF entendeu que todos os tratados, inclusive os de direitos humanos, deveriam passar pelas
quatro fases de incorporação de tratados, carecendo de decreto de promulgação para validade interna.

2. Art. 5º, §2º: dispõe que os direitos e garantias expressos na CF não excluem outros decorrentes do regime
e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que o Brasil seja parte – consequen-
temente, para parte da doutrina, a CF/88 havia adotado a hierarquia constitucional dos tratados de direitos
humanos.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS – DUDH

99Proclamada em 1948, por meio de resolução da Assembleia Geral da ONU, a declaração NÃO É UM TRAT-
ADO, mas sim mera resolução, de caráter recomendatório, não vinculante (soft law, portanto).
99Na atualidade é majoritário o entendimento de que os dispositivos consagrados na Declaração são juri-
dicamente vinculantes, visto que os preceitos contidos em seu texto já foram positivados em tratados
posteriores e no Direito interno de muitos Estados.
99Consagra:

• DIREITOS CIVIS: direito à vida, liberdade e segurança (art. 3º), mas SEM REGULAR A PENA DE MOR-
TE, que ficou a cargo de instrumentos posteriores; Liberdade de pensamento, consciência, religião,
opinião e expressão, reunião e associação pacíficas. Integridade pessoal, vedação da tortura, direito
de asilo; Direito a uma nacionalidade e a não ser arbitrariamente privado de sua nacionalidade; Direito
de PROPRIEDADE, de não ser privado arbitrariamente da sua propriedade (art. 17), direito AUTORAL;

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• DIREITOS POLÍTICOS: direito de tomar parte no governo de seu país;

• DIREITOS SOCIAIS: Direito de FAMÍLIA (art. 14), de contrair matrimônio; Direito DO TRABALHO: proi-
bição da escravidão, da servidão, do tráfico de escravos, direito ao trabalho, a condições justas e
favoráveis, à proteção contra o desemprego, igual remuneração, justa e satisfatória, de organizar
sindicatos, repouso, lazer, limitação razoável das horas de trabalho, férias remuneradas etc. (art. 23 e
24); Direito a um padrão de vida capaz de assegurar o bem-estar, saúde, alimentação vestuário etc.
Proteção à maternidade; Direito à livre participação na vida cultural da comunidade.

99A proteção dos direitos essenciais do ser humano no plano internacional recai em três sub-ramos específi-
cos do Direito Internacional Público: o Direito Internacional dos Direitos Humanos (DIDH), o Direito Interna-
cional Humanitário (DIH) e o Direito Internacional dos Refugiados (DIR).
99A inter-relação entre esses ramos é a seguinte: ao DIDH incumbe a proteção do ser humano em todos os
aspectos, englobando direitos civis e políticos e também direitos sociais, econômicos e culturais; já o DIH
foca na proteção do ser humano na situação específica dos conflitos armados (internacionais e não interna-
cionais); finalmente, o DIR age na proteção do refugiado, desde a saída do seu local de residência, trânsito
de um país a outro, concessão do refúgio no país de acolhimento e seu eventual término.
99Marcos iniciais do processo de internacionalização dos direitos humanos: o Direito Humanitário; a Liga das
Nações; a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

CONVENÇÃO CONTRA A TORTURA E OUTROS TRATAMENTOS OU PENAIS CRUÉIS,


DESUMANOS OU DEGRADANTES

99Foi celebrada em 1984.


99Para fins de Convenção, a tortura consiste no “ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou
mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de terceira pessoa, infor-
mações ou confissões; de castigá-la por ato que ela ou terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita
de ter cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado
em discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimentos são infligidos POR UM FUNCIO-
NÁRIO PÚBLICO ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu
consentimento ou aquiescência”.
99De acordo com a Convenção, NENHUMA CIRCUNSTÂNCIA EXCEPCIONAL PODERÁ SER INVOCADA
PARA JUSTIFICAR A TORTURA, como a ameaça ou o estado de guerra, instabilidade política etc.
99 Os Estados são competentes para prender indivíduos que se encontrem em seus territórios (extraterritori-
alidade) e que tenham cometido atos de tortura em outros Estados e, caso não os extraditem, são também
competentes para processá-los e julgá-los.

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99 Os Estados deverão cooperar no combate do problema, inclusive por meio do fornecimento de provas de
atos de tortura (art. 9).
99A EXTRADIÇÃO, EXPULSÃO OU DEPORTAÇÃO PARA O ESTADO ONDE EXISTA RISCO DE QUE A PESSOA
POSSA SOFRER TORTURA SÃO ATOS INADMITIDOS pela Convenção (art. 3º ). Por outro lado, a tortura é
entendida como crime extraditável em qualquer tratado (art. 8).
99Nenhuma declaração prestada sob tortura poderá ser invocada como prova em qualquer processo, salvo
contra uma pessoa acusada de tortura como prova de que a declaração foi prestada (art. 15).
99O Estado deve assegurar o direito de a vítima de tortura apresentar queixa a respeito perante as autori-
dades competentes, tomando as medidas cabíveis para protegê-la contra qualquer intimidação.

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DIREITO FINANCEIRO

ORÇAMENTO

Conceito: ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza o Poder Executivo, por certo período de tempo, a
realizar despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econô-
mica ou geral do país, assim como a arrecadar receitas já criadas em lei. Reflete o plano de ação governamental,
espelhando a vida econômica do Estado. Segundo a concepção moderna, o orçamento deixa de ser um mero
documento financeiro ou contábil, para passar a ser instrumento de ação do Estado, sendo, portanto, instrumento
representativo da vontade popular.

Espécies:

1) Tradicional ou Clássico: é desvinculado de qualquer planejamento. Tem foco nos aspectos contábeis, finan-
ceiros e numéricos.

2) Desempenho ou realizações: Se preocupa com o desempenho governamental. O planejamento é desvincu-


lado do orçamento.

3) Programa: Vinculado ao planejamento. Tem foco no aspecto administrativo da gestão.

4) Base zero (estratégia): Necessidade de justificar os programas a cada ciclo orçamentário. Analisa, revisa e avalia
as todas as despesas propostas.

5) Participativo: participação do povo, como forma de democratização do orçamento. Não vincula o gestor, e
normalmente existe nos Municípios.

Natureza jurídica: Lei em sentido formal de natureza autorizativa.

PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

As finanças públicas devem ser manejadas com autorização legal,


seja para arrecadar seja para efetuar gastos.

LEGALIDADE CF/88 - Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às


diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicio-
nais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.

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A lei orçamentária anual não pode conter dispositivos estranhos à


previsão da receita e a fixação da despesa.
Exceções:
a) autorização para abertura de crédito suplementar e
b) contratação de operações de crédito, ainda que por antecipa-
EXCLUSIVIDADE
ção de receita.
CF/88 - art. 165, §8º - A lei orçamentária anual não conterá dis-
positivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não
se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que
por antecipação de receita, nos termos da lei.

O planejamento deve ser vinculado a um nexo entre objetivos


PROGRAMAÇÃO constitucionais e os traçados pelo governo, implementando-os no
PPA, LDO e LOA.

As despesas autorizadas na lei orçamentária não podem ser supe-


riores à previsão das receitas.

EQUILÍBRIO ORÇAMENTÁRIO CF/88 - art. 167, III - a realização de operações de créditos que ex-
cedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autori-
zadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade
precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta.

O orçamento deve ser elaborado e autorizado para um deter-


minado período de tempo, chamado exercício financeiro, e que
corresponde ao civil.
ANUALIDADE Exceção: créditos especiais e extraordinários autorizados nos úl-
timos quatro meses do exercício, que podem ser reabertos nos
limites de seus saldos, no ano seguinte, incorporando-se ao orça-
mento do exercício subsequente.

O orçamento deve ser uno, isto é, deve existir apenas um orça-


UNIDADE mento para dado exercício financeiro e para determinado ente,
contendo todas as receitas e despesas.

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NFPSS

O orçamento deve conter todas as receitas e despesas da Admi-


nistração
CF/88 - art. 165, § 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos,
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fun-
dações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
UNIVERSALIDADE
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União,
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com
direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entida-
des e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta,
bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder
Público.
As receitas e despesas deverão constar na lei pelos seus totais,
ORÇAMENTO-BRUTO
vedadas deduções.

O conteúdo orçamentário deve ser publicado nos veículos oficiais


TRANSPARÊNCIA de comunicação para conhecimento do público e para eficácia de
sua validade (art. 37 da CF/88).
Os impostos não podem ter sua receita vinculada a órgão, fundo
ou despesa. Deve ser livre de aplicação pelo Executivo.
CF/88 - art. 167, IV - a vinculação de receita de impostos a órgão,
fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arreca-
dação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação
de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manu-
tenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades
da administração tributária, como determinado, respectivamente,
NÃO AFETAÇÃO DOS IMPOSTOS
pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às
operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art.
165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos
impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de
que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de
garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos
para com esta.

Veda que se consignem no orçamento dotações globais para


atender indiferentemente despesas nele previstas.

ESPECIFICAÇÃO OU ESPECIALIZAÇÃO Exceções: destinação de recursos para saúde, educação, adminis-


tração tributária, garantia de operações de crédito por antecipa-
ção de receita, programas de apoio a inclusão e promoção social
e programas culturais.

Deve existir uma conta única do Tesouro para fins de contabiliza-


UNIDADE DE CAIXA
ção e apuração do equilíbrio das finanças públicas.

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NFPSS

• PLANO PLURIANUAL – PPA (ART. 165, §1º, CF).

99O PPA estabelece, de forma regionalizada, diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal
para as despesas de capital (não menciona despesas correntes) e outras dela decorrente e para as relati-
vas aos programas de duração continuada (despesas com duração igual ou superior a 2 anos). Estabelece
um planejamento a longo prazo e depende do orçamento anual para ter eficácia quanto à realização das
despesas. É uma programação que deve orientar o executivo na execução da LOA. Investimentos que ul-
trapassem um exercício financeiro, sob pena de caracterização de crime de responsabilidade, devem estar
incluído no PPA ou ter previsão em lei que autorize a inclusão.
99A validade do PPA é de 4 anos.

Processo legislativo:
a) iniciativa – Chefe do Executivo;
b) prazo para remessa ao Legislativo – 4 meses antes do encerramento do 1º exercício do mandato (até 30/08);
c) prazo para ser devolvido pelo Legislativo – até encerramento da sessão legislativa (22/12).

• LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - LDO (ART. 165, §2º, CF; ART. 4º, LRF) – NOVIDADE DA CF/88:

99Funções da LDO previstas no texto constitucional: a) estabelece metas e prioridades da Administração,


incluindo as despesas de capital para o exercício seguinte; b) orienta a elaboração da LOA; c) dispõe sobre
alterações na legislação tributária; d) estabelece a política das agências oficiais de fomento.
99A LRF amplia as funções da LDO - disporá também sobre: a) equilíbrio entre receitas e despesas; b) critérios
e forma de limitação de empenho; c) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados
dos programas financiados com recursos dos orçamentos; d) demais condições e exigências para trans-
ferências de recursos a entidades públicas e privadas.
99Validade da LDO: 1 ano.

Processo legislativo:
a) iniciativa: Chefe do Executivo;
b) prazo para remessa ao Poder Legislativo: até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro
(até 15 de abril);
c) prazo para ser devolvido pelo Poder Legislativo: até o encerramento do 1º período da sessão legislativa
(17/07). A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.

99Integra a LDO: a) ANEXO DE METAS FISCAIS (em que serão estabelecidas metas anuais, em valores
correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida
pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes); b) ANEXO DE RISCOS FISCAIS (onde
serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando
as providências a serem tomadas, caso se concretizem).

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• LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL - LOA (ART. 165, §5º, CF; ART. 5º, LRF).

99Deverá estar compreendido na LOA:

a) orçamento fiscal: estão as autorizações para as despesas do Poder Público. Nele deverá estar in-
cluído o orçamento referente: aos Poderes da União; aos fundos federais; aos órgãos e entidades da
administração direta e indireta; às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; às despesas do
Banco Central.

b) orçamento de investimentos: abrange sociedades de economia mista e empresas estatais em que


a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.

c) orçamento da seguridade social: abrange as despesas ligadas às entidades no tocante à saúde,
previdência e assistência social.

99É vedado o início de programa ou projeto não incluído na LOA. (art. 167, I, CF).
99Não é possível o uso de recursos do orçamento fiscal e da seguridade social para cobrir déficit de empresas,
fundações e fundos sem autorização legislativa específica. (art. 167, VIII da CF).
99Todos os créditos previstos na lei orçamentária devem ter uma finalidade determinada e uma dotação es-
pecífica e certa (art. 5, §4o, LRF); Exceção: DRU (desvinculação das receitas da União) - 20% da receita da
União está desvinculada para se garantir maior margem de manobra.
99Todas as despesas relativas à DÍVIDA PÚBLICA, DÍVIDA MOBILIÁRIA, dívida CONTRATUAL, bem como as
receitas que as atenderão, deverão constar na LOA.
99Refinanciamento da dívida pública deverá constar separadamente da LOA. Atualização monetária do prin-
cipal da dívida mobiliária refinanciada não poderá superar a variação do índice de preços previsto na lei de
diretrizes orçamentárias, ou em legislação específica.
99A CF é expressa em atribuir competência ao Poder Executivo para iniciativa das leis orçamentárias, mas é
omissa quanto aos projetos de lei que visem alterar a LOA.

Processo legislativo para a LOA:


a) iniciativa: Chefe do Executivo;
b) prazo para remessa ao Poder Legislativo: até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro
(até 30/08);
c) prazo para ser devolvido pelo Poder Legislativo: até o encerramento da sessão legislativa (22/12).

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#OLHONOGANCHO:

99O STF reconheceu a possibilidade de controle concentrado de normas orçamentárias.

DESPESA PÚBLICA

Conceito: Despesa/Dispêndio orçamentário é fluxo que deriva da utilização de crédito consignado no orçamento
da entidade, podendo ou não diminuir a situação líquida patrimonial. É aí que entra a diferença entre os dois enfo-
ques: no enfoque orçamentário, pode ou não diminuir; no enfoque patrimonial, a despesa pública é só aquela que
diminui a situação líquida patrimonial.

• Ordinárias são as que ocorrem ordinariamente, voltadas a necessidades públicas estáveis, permanen-
tes e periódicas, constituindo verdadeira rotina. Assim, renovam-se todos os anos, extinguindo-se no
curso de cada exercício financeiro.

• Extraordinárias, por outro lado, são as despesas de caráter esporádico, que não ocorrem com re-
gularidade. Tais despesas têm por finalidade satisfazer necessidades públicas imprevisíveis e urgentes,
provocadas por circunstâncias excepcionais. Por tal razão, essas despesas não encontram dotação
própria no orçamento, demandando a abertura de créditos extraordinários (art. 167, §3o, da CRFB/88).

Créditos adicionais

99Os créditos adicionais são autorizações de despesas não computadas no orçamento ou Dotadas de forma
insuficiente – o que significa dizer que a despesa se revelou maior do que prevista inicialmente. Há três tipos
de créditos adicionais:

a) Suplementares: os destinados a reforço de dotação orçamentária; encaminhado ao Congresso


Nacional pelo Presidente da República através de Projeto de Lei (PLN).

b) Especiais: os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica; enca-
minhado ao Congresso Nacional pelo Presidente da República através de Projeto de Lei (PLN).

c) Extraordinários: os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção


intestina ou calamidade pública; encaminhado ao Congresso Nacional pelo Presidente da República
através de Medida Provisória (MP).

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RECEITA PÚBLICA

99Receita  Entrada definitiva de bens/dinheiro nos cofres públicos.


99Ingresso ou Fluxo de Caixa  Entrada provisória de bens/dinheiro nos cofres públicos.

a) Receita originária: também chamada de receita pública de economia privada, pois é resultante da atividade do
Estado como agente particular, submetida ao direito privado.

b) Derivadas: é aquela que advém do patrimônio do particular, através de um constrangimento legal. Aqui, o
particular não tem escolha, sendo compelido a transferir recursos para o Estado (poder de império). Ex.: tributos,
multas.

c) Transferidas: obrigatória (repartição constitucional) e voluntária.

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TRIBUTÁRIO

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Constituição Federal e Emendas Constitucionais:

99Regula as competências dos entes estatais, os limites do poder de tributação, os direitos e deveres do ci-
dadão perante o fisco e os princípios que fundamentam a atividade tributante.

Lei complementar:

99Regulam as limitações ao direito de tributar, previstas na Constituição Federal, bem como estabelecem nor-
mas gerais em matéria tributária sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência.
99Instituem, excepcionalmente, tributos de competência residual da União. (empréstimos compulsórios e re-
siduais).

Medida provisória:

99Caso a MP implique instituição ou majoração de impostos, só produzirá efeitos no exercício financeiro se-
guinte, se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.

Exceções: II, IE, IPI, IOF e impostos extraordinários de guerra (CF, art. 62, § 20), por terem efeitos ime-
diatos, em razão da sua extrafiscalidade.

Tratado internacional:

99Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão
observados pela que lhes sobrevenha (art. 98, CTN).

Resolução do Senado:

99É utilizada para resolver assuntos de competência exclusiva, sem a sanção presidencial, como a fixação das
alíquotas máximas do ITCMD, das alíquotas mínimas do IPVA, bem como fixação de alíquotas de
ICMS nas operações interestaduais.

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Norma complementar:

99a) atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas (portarias, instruções normativas, circu-
lares etc.);
99b) decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia nor-
mativa;
99c) práticas reiteradas observadas pelas autoridades administrativas (costume administrativo);
99d) convênios que entre si celebrem União, Estados, Distrito Federal e Municípios (convênios de cooper-
ação);
99A observância das normas complementares pelo contribuinte, exclui a imposição de penalidades, a co-
brança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
99NÃO EXCLUI O PAGAMENTO DO TRIBUTO. Assim, em nome da boa-fé e da segurança jurídica, o sujeito
passivo que agiu com base nas normas complementares não pode ser prejudicado se elas forem divergen-
tes do dispositivo legal. Entretanto, a obrigação principal decorrente da lei subsiste, o que não pode incidir
são os gravames como multa, penalidades, juros, etc àquele sujeito de boa-fé.
99A Constituição Federal excepciona o princípio da legalidade, permitindo que certos convênios tenham força
de lei como é o caso daquele previsto no art. 155, § 2°, XII, “g”, relativo ao ICMS.

VIGÊNCIA

Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às
normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo.

Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos
territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que dispo-
nham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. (VIGÊNCIA ESPACIAL)

Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor:

I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação;

II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a
data da sua publicação;

III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista.

Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositi-
vos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:

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I - que instituem ou majoram tais impostos;

II - que definem novas hipóteses de incidência;

III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e obser-
vado o disposto no artigo 178.

EFICÁCIA:

a) Anterioridade: Segundo o art. 150, III, b, da CF, proíbe-se a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro
em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Tal vedação se refere às leis que instituem ou ma-
jorem tributos, pois, caso a lei seja benéfica ao contribuinte ou trate de questões de administração tributária, não
estará ferindo a anterioridade. A CF traz exceções (Empréstimo Compulsório para Despesas Extraordinárias, II, IE,
IOF, IEG, IPI, ICMS, CIDE-Comb., CSS).

STF - Súmula 669: Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao prin-
cípio da anterioridade. (OBS.: trata-se de questão de administração tributária).

b) Anterioridade nonagesimal: todas as leis tributárias instituidoras ou majoradoras de tributos devem ter um
período de vacância de pelo menos 90 dias contados da sua publicação (art. 150, III, c). Há exceções na própria
CF/88: (Empréstimo Compulsório para Despesas Extraordinárias, II, IE, IOF, IEG, IR, IPVA, IPTU). Segundo o STF, o
princípio da anterioridade é cláusula pétrea, protegido pelo art. 60, § 4°, IV, da CF (direito e garantia individual).

APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO:

99A lei a ser aplicada na relação jurídica tributária, em regra, é a lei vigente na ocorrência do fato gerador,
ainda que ela tenha sido posteriormente modificada ou revogada.

Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim
entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116.

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: (aplicação retroativa)

I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos
dispositivos interpretados;

II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:

a) quando deixe de defini-lo como infração (abolitio)

b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido
fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo (nova lei mais benéfica)

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c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (nova lei mais
benéfica)

Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de
direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou
pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:

I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;

II - outorga de isenção;

III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável
ao acusado, em caso de dúvida quanto:

I - à capitulação legal do fato;

II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;

III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;

IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.

PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS

CF/88 - Art. 150, I - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas


ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o es-
tabeleça.”
Exceções: a) ato do Poder Executivo que majora ou reduz alíquo-
tas do II, IE, IPI, IOF, ICMS-Combustíveis e CIDE-Combustíveis;
b) ato do Poder Executivo que atualiza tributo de acordo com ín-
LEGALIDADE dice oficial de correção monetária; c) ato do P. Executivo que altera
prazo de recolhimento da obrigação tributária.
STJ – Súmula 160: É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, me-
diante decreto, em percentual superior ao índice oficial de cor-
reção monetária.
Súmula Vinculante 50: Norma legal que altera o prazo de re-
colhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da
anterioridade.

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A CF/88, no art. 150, IV, veda a utilização do tributo com efeito de


confisco, ou seja, veda a sobrecarga de tributos de tal forma
que se assemelhe a uma punição, pois o Estado estaria absor-
VEDAÇÃO AO CONFISCO vendo boa parte da riqueza gerada pelos contribuintes.
obs.: as multas tributárias (moratórias e punitivas) também estão
sujeitas ao princípio do não confisco.

Segundo o art. 150, II, da CF/88: é vedado instituir tratamento


desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equi-
ISONOMIA valente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profis-
sional ou função por eles exercida, independentemente da denomi-
nação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
Impõe que a lei tributária defina taxativa e completamente as
situações tributárias necessárias e suficientes para o nascimento
TIPICIDADE
da obrigação tributária, bem como os critérios de quantificação
do tributo.

O cidadão tem o dever de contribuir para as despesas públicas,


na exata proporção da sua capacidade econômica, ou seja, a sua
habilidade de suportar o encargo tributário.
CF/88 - Art. 145. § 1° Sempre que possível, os impostos terão cará-
ter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica
do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente
CAPACIDADE CONTRIBUTIVA para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimen-
tos e as atividades econômicas do contribuinte.
STF - Súmula 589: É inconstitucional a fixação de adicional pro-
gressivo do imposto predial e territorial urbano (IPTU) em função
do número de imóveis do contribuinte.
obs: o IPI é necessariamente seletivo. o ICMS pode ser.

As despesas autorizadas na lei orçamentária não podem ser É o


fundamento orientador da atuação estatal, no sentido de promo-
ver o bem de todos. Não há um direcionamento para um sujeito
específico. Pelo contrário, tal preceito leva uma generalidade que
visa atingir a todos sem distinção. Tudo no sentido de se alcançar
SOLIDARIDADE TRIBUTÁRIA um Estado ideal de sociedade.
A tributação não deve ser compreendida como expressão do Po-
der soberano estatal em detrimento dos cidadãos, mas como ati-
vidade necessária ao bom funcionamento da sociedade represen-
tada pelo próprio Estado.

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Segundo o art. 150, III, a, da CF, é vedado cobrar tributos em rela-


ção a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da
lei que os houver instituído ou aumentado.
O CTN preceitua no seu art. 105, que “A legislação tributária
aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos
IRRETROATIVIDADE pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido
início mas não esteja completa nos termos do artigo 116.”
STF - Súmula nº 584: Ao imposto de renda calculado sobre
os rendimentos do ano base aplica-se a lei vigente no exercício
financeiro em que deve ser apresentada a declaração. (retroati-
vidade imprópria)
a) Anterioridade anual/exercício/comum:
Art. 150, III, b, da CF/88, é vedado a qualquer dos entes federativos
(União, Estados, DF e Municípios) cobrar tributos “no mesmo exer-
cício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou”.
Exceções: II, IE, IPI, IOF, Impostos Extraordinários de Guerra, Em-
préstimos Compulsórios (guerra e calamidade), Contribuições
para Financiamento da Seguridade Social, ICMS-Combustíveis e
ANTERIORIDADE OU NÃO SURPRESA CIDE-Combustíveis (apenas para redução e reestabelecimento, se
houver aumento, sujeitam-se à anterioridade).
b) Anterioridade nonagesimal/qualificada/mitigada:
A cobrança de tributos deve ocorrer apenas 90 dias após a publi-
cação de uma lei que institua ou majore tributos.
Exceções: II, IE, IOF, Impostos Extraordinários de Guerra e Emprés-
timos Compulsórios (guerra e calamidade), Imposto de Renda,
Bases de cálculo de IPVA e IPTU.
É vedado aos entes federados “estabelecer limitações ao tráfego
de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou inter-
LIBERDADE DE TRÁFEGO
municipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização
de vias conservadas pelo Poder Público”.

Veda a instituição de tributo que não seja uniforme em todo o


território nacional ou que implique distinção ou preferência em re-
lação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento
UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA
de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a
promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre
as diferentes regiões do País.

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De acordo com o art. 151, II, é vedado à União “tributar a renda


UNIFORMIDADE DA TRIBUTAÇÃO DA das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e
RENDA NOS TÍTULOS DA DÍVIDA PÚ-
dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos res-
BLICA E VENCIMENTOS DOS FUNCIO-
NÁRIOS PÚBLICOS pectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para
suas obrigações e para seus agentes”.

Veda-se que um ente político conceda isenção sobre tributo


PROIBIÇÃO DAS ISENÇÕES HETERÔ- instituído por outro.
NOMAS
Exceções: ICMS-exportação; ISS exterior e Tratados Internacionais.
Este princípio veda aos Estados, DF e Municípios o estabelecimen-
NÃO DISCRIMINAÇÃO QUANTO À
to de diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natu-
PROCEDÊNCIA OU AO DESTINO
reza, em razão da procedência ou destino.

IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS

• ISENÇÃO: A LEI dispensa o pagamento legal do tributo. O ente tem competência para instituir, mas para certa
situações dispensa o pagamento. É modalidade de exclusão de crédito tributário (ex.: concessão, pelo Estado,
de isenção de IPVA aos deficientes físicos).

Súmula 627-STJ: O contribuinte faz jus à concessão ou à manutenção da isenção do imposto de renda, não se
lhe exigindo a demonstração da contemporaneidade dos sintomas da doença nem da recidiva da enfermidade.

• IMUNIDADE: são limitações CONSTITUCIONAIS ao poder de tributar consistentes na delimitação da com-


petência tributária constitucionalmente conferida aos entes políticos. A própria Constituição impede a incidên-
cia de tributo sobre certas atividades, visando preservar valores políticos, religiosos, sociais, econômicos e éticos
da sociedade.

IMUNIDADES

Veda à União, Estados, ao DF e aos Municípios de instituírem IM-


POSTOS sobre o patrimônio, renda e serviços de uns dos outros.
RECÍPROCA Se estende às autarquias e fundações públicas, além de empresas
públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço
público exclusiva de Estado (ex.: Correios)

Veda aos entes federativos instituírem IMPOSTOS sobre os tem-


plos de qualquer culto.
RELIGIOSA
Abrange prédio, patrimônio, renda e serviços relacionados com as
finalidades essenciais (ex.: IPTU, IR, ISS).

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Devem observar os seguintes requisitos:


a) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de
suas rendas, a qualquer título;
b) aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na ma-
PARTIDOS POLÍTICOS, SINDICATOS nutenção dos seus objetivos institucionais;
DE TRABALHADORES E ENTIDADES
c) manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros
EDUCACIONAIS E ASSISTENCIAIS SEM
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
FINS LUCRATIVOS
Súmula vinculante nº 52 (antiga S. 724): Ainda quando aluga-
do a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a
qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da CF, desde
que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as
quais tais entidades foram constituídas.

No seu art. 150, VI, d, a CF/1988 proíbe os entes federados de


instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel des-
tinado a sua impressão. Segundo o STF, se estente aos livros
eletrônicos (e-book) e seus suportes de leitura.
STF: Súmula 657: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF,
abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publica-
ção de jornais e periódicos.
Súmula vinculante 57: A imunidade tributária constante do art.
150, VI, d, da CF/88 aplica-se à importação e comercialização, no
CULTURAL mercado interno, do livro eletrônico (e-book) e dos suportes ex-
clusivamente utilizados para fixá-los, como leitores de livros eletrô-
nicos (e-readers), ainda que possuam funcionalidades acessórias.
A EC 75/13 estendeu a imunidade a “fonogramas e videofono-
gramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais
ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral inter-
pretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais
ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de repli-
cação industrial de mídias ópticas de leitura a laser” (art. 150,
VI, e da CF/88).

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ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

IMPOSTOS
99São tributos não vinculados (o Estado não precisa realizar nenhuma atividade para legitimar a sua co-
brança) e de arrecadação não vinculada (a receita não pode ser vinculada a órgão, fundo, despe-
sa). Serviços universais, sem referibilidade (divisibilidade e especificidade).
99O imposto é tributo unilateral (“eu ajo, eu pago”), estando o seu fato gerador ligado à ação do particular.
A lei ordinária é regra (IGF e Imposto Residual necessitam da edição de lei complementar).
99Os impostos são criados pela União, Estados, Municípios e DF.
99Os impostos podem ser reais (não leva em consideração aspectos subjetivos para sua incidência. Ex.: IPI,
IPVA, IPTU ) ou pessoais ( incidem de forma subjetiva. Ex.: IR ).
99Impostos Federais: II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF, IEG.
99Impostos Estaduais e Distritais: ITCMD, ICMS, IPVA.
99 Impostos Municipais: IPTU, ITBI, ISS.

TAXAS

99São tributos ligados à atividade do Estado, ou seja, está atrelado a uma contraprestação do Estado,
paga pelo contribuinte que usufrui dessa atividade estatal.
99Todo e qualquer ente federativo que prestar serviço público poderá instituir taxas por meio de lei ordi-
nária, ou seja, a competência é comum.
99A taxa pode ser decorrente do exercício regular do poder de polícia ou em virtude da utilização efe-
tiva ou potencial de serviço público específico e divisível.

• A existência de um órgão estruturado e em efetivo funcionamento justifica a cobrança da taxa em


razão do exercício regular do poder de polícia.

• Serviço específico é aquele trabalho possível de ser identificado pela sua natureza contraprestacional,
ou seja, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidades ou de
necessidades públicas.

• Divisível, por sua vez, é aquela em que é possível a individualização de maneira a quantificar o ser-
viço utilizado, possibilitando a mensuração dessa fruição individual.

• A utilização efetiva ocorre quando o serviço é prestado de maneira concreta e, de fato, usufruído
pelo contribuinte.

• A utilização potencial, por sua vez, ocorre quando é o serviço de utilização obrigatória, colocado à
disposição do contribuinte em efetivo funcionamento.

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TARIFA: os serviços públicos não considerados como essenciais e, geralmente, delegados para concessionárias ou
permissionárias serão regulado por preço público, também conhecido como tarifa.

Súmula vinculante 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base
de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.

CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
99Trata-se de tributo instituído em virtude da realização de obra pública que, de maneira geral, valoriza
os imóveis da região abrangida pela obra. Com essa valorização, o ente federado que realizou a obra
poderá exigir a contribuição de melhoria dos proprietários desses imóveis.
99Esse tributo tem como fundamento a vedação do enriquecimento sem causa. Por mais que a obra seja
realizada para atender ao interesse público, resultou em uma “mais-valia tributária” para determinadas
pessoas.
99A mera realização de obra pública não enseja a cobrança desse tributo; se faz necessária a constatação
de valorização imobiliária.
99A base de cálculo deste tributo será calculada a partir de duas dimensões: (i) o valor da valorização indi-
vidual do imóvel; (ii) o quanto foi efetivamente gasto com a realização da obra.
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO

99Trata-se de tributo de competência privativa da União e somente pode ser instituído mediante lei com-
plementar.
99Esse tributo será instituído em caso de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência, bem como
para investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
99#ATENÇÃO! Tratando-se de empréstimo compulsório criado em caso de guerra externa ou sua iminên-
cia ou calamidade pública, poderá haver a cobrança imediata, ou seja, não se faz necessária a obser-
vância do princípio da anterioridade do exercício nem a dos noventa dias. Para investimento público de
caráter urgente e de relevante interesse nacional, por sua vez, deverá haver a observância do princípio
da anterioridade do exercício e o da nonagesimal.
99Por se tratar de empréstimo, a lei que instituir este tributo deverá regulamentar a forma de devolução,
bem como o prazo para o respectivo resgate.

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CONTRIBUIÇÕES

99As contribuições podem ser divididas em contribuições por beneficiárias e as especiais.


99Contribuições por beneficiárias são devidas por um benefício específico que, embora favoreça a cole-
tividade como um todo, é verificado pelos seus contribuintes de modo especial. Ex.: COSIP.
99Contribuições especiais: não estão vinculadas a nenhuma atividade estatal, mas a fatos ligados aos con-
tribuintes. Subdividem-se em contribuições sociais, corporativas e de intervenção no domínio econômico.

SOLIDARIEDADE TRIBUTÁRIA

a) Solidariedade Passiva de fato ou natural: as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua
o fato gerador da obrigação principal. É necessário que as pessoas obrigadas sejam sujeitos da relação jurídica que
deu azo à tributação (ex.: imóvel pertencente à três pessoas, elas são solidariamente responsáveis pelo pagamento
do IPTU, podendo o Fisco cobrar, de um, de dois, ou de todos eles, sem benefício de ordem).

b) Solidariedade Passiva de direito ou legal: as pessoas expressamente designadas por lei. (Ex.: Art. 30, VI, da
Lei nº 8.212/1991: são solidariamente responsáveis o proprietário, o incorporador, o dono da obra ou condômino
de unidade imobiliária, por qualquer que seja a forma de contratação da construção, reforma ou acréscimo, com
o construtor, e estes com a empreiteira, pelo pagamento da contribuição da seguridade social; ressalvado o direito
de regresso contra o executor da obra).

99a solidariedade não comporta benefício de ordem;


99o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
99a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados (parâmetros objetivos), salvo se outorga-
da pessoalmente a um deles (parâmetros subjetivos ou pessoais), subsistindo, nesse caso, a solidariedade
quanto aos demais pelo saldo;
99a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais.

DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO

99Em regra, o estabelecimento do domicílio tributário é feito por eleição.


99É possível à autoridade administrativa recusar, motivadamente, o domicílio eleito, caso perceba que este
impossibilita ou dificulta a arrecadação ou a fiscalização do tributo (CTN, art. 127, § 2º).

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99Não feita a eleição pelo contribuinte – ou não aceito o domicílio por ele eleito –, aplicam-se as
seguintes regras:

• a) quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o
centro habitual de sua atividade;

• b) quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais (empresário individual), o


lugar de sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada esta-
belecimento;

• c) quanto às pessoas jurídicas de direito público, quaisquer de suas repartições no território da


entidade tributante.

99STJ - Súmula nº 435: presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu
domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução
fiscal para o sócio-gerente.

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

99O responsável tributário é a pessoa a quem a lei impõe o dever de pagar o tributo, sem que tenha praticado
o fato gerador, excluindo a responsabilidade do contribuinte (quem praticou o fato gerador) ou atribuin-
do-lhe em caráter supletivo o cumprimento da obrigação tributária.
99A responsabilidade tributária pode ser classificada em (i) por substituição; (ii) por transferência.

1) RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO: surge contemporaneamente à ocorrência do fato gerador, uma


vez que, no momento do seu acontecimento, o dever de pagar o tributo recai sobre o responsável. Exclui-se o
contribuinte do polo passivo, exigindo-se o tributo diretamente do responsável. O contribuinte é logo esquecido,
não sendo ele sequer indicado sujeito passivo, pois o legislador já o “substitui” pelo responsável. (Exemplo: recolhi-
mento de imposto de renda na fonte).

2) RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA: decorre de um evento posterior à ocorrência do fato gerador,


quando a lei determina que o contribuinte não mais deverá pagar o tributo, devendo o pagamento ser efetuado
por outra pessoa, por essa ter incorrido na situação estabelecida em lei como modificadora da sujeição passiva. A
responsabilização recai sobre pessoa que, a priori, nada tem a ver com a relação jurídica preestabelecida, mas será
compelida a pagar o tributo, caso se envolva, ainda que posteriormente, com o sujeito passivo ou com os seus
bens.

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a) Por sucessão:

RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO


O adquirente de um bem imóvel responde pelos créditos tribu-
tários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, a
posse, o domínio útil de bens imóveis, bem como o pagamento
das taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou con-
RESPONSABILIDADE DO ART. 130, CTN tribuições de melhoria, salvo se houver prova de quitação desses
débitos. Se a aquisição do bem imóvel for por arrematação em
hasta pública, os créditos tributários sub-rogar-se-ão no respec-
tivo preço.
O adquirente ou remitente de bens é responsável pelo pagamento
dos créditos tributários adquiridos ou remidos. Quanto à sucessão
hereditária, o CTN prevê que o espólio é responsável pelo paga-
mento dos tributos devidos pelo de cujus até a abertura da suces-
são. Durante o processo de inventário ou arrolamento, o espólio
tem o dever de pagar os tributos cujos fatos geradores ocorrem
nesse período, sendo a responsabilidade do cônjuge meeiro e dos
sucessores até o montante do seu quinhão, até a partilha.
Art. 131. São pessoalmente responsáveis:
RESPONSABILIDADE DO ART. 131, CTN
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens ad-
quiridos ou remidos;
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos
devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limi-
tada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou
da meação;
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da
abertura da sucessão.
Nas operações de fusão, incorporação ou transformação, a pes-
soa jurídica resultante será pessoalmente responsável pelo paga-
mento dos tributos devidos até a data do ato pela pessoa jurídicas
de direito privado fusionada, incorporada ou transformada.
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão,
transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável
pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de
RESPONSABILIDADE DO ART. 132, CTN
direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de ex-
tinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração
da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio rema-
nescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou
sob firma individual.

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O adquirente de fundo de comércio ou estabelecimento comercial,


industrial ou profissional que continuar a respectiva exploração,
ainda que modifique a razão social, é responsável pelo pagamen-
to dos tributos devidos pelo fundo ou estabelecimento adquirido,
ou até a data do ato.
O adquirente responderá integralmente pelos créditos tributários
se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou ati-
vidade. A responsabilidade do adquirente será subsidiária com o
alienante se este continuar a explorar qualquer atividade ou iniciar,
dentro de seis meses, a contar da data da alienação, nova ativida-
de no mesmo ramo ou em outro ramo de comércio, indústria ou
profissão.
RESPONSABILIDADE DO ART. 133, CTN Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir
de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento
comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva explo-
ração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome
individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabeleci-
mento adquirido, devidos até à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio,
indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na explo-
ração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação,
nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria
ou profissão.

99Súmula 614-STJ: O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação jurídico-tributária de IPTU
e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir indébito desses tributos.
99Súmula 585-STJ: A responsabilidade solidária do ex-proprietário, prevista no art. 134 do Código de Trân-
sito Brasileiro – CTB, não abrange o IPVA incidente sobre o veículo automotor, no que se refere ao período
posterior à sua alienação.

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RESPONSABILIDADE DE TERCEIRO
O CTN prevê a responsabilidade solidária a algumas pessoas, nos
atos em que intervierem ou forem omissas, na impossibilidade de
exigir o cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte.
Segundo o artigo 134, CTN, “nos casos de impossibilidade de exi-
gência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte,
respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem
ou pelas omissões de que forem responsáveis” os seguintes sujei-
tos:
• Os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
• Os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados
RESPONSABILIDADE DO ART. 134, CTN e curatelados;
• Os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos
por estes;
• O inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
• O síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida
ou pelo concordatário;
• Os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos
tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles,
em razão do seu ofício;
• Os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
Respondem pessoalmente pelos créditos tributários correspon-
dentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com
excesso de poderes ou infração à lei, contrato social ou estatuto
social:
RESPONSABILIDADE DO ART. 135, CTN • As pessoas referidas no art.134, CTN;
• Os mandatários, prepostos e empregados;
• Os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de
direito privado.

99STJ - Súmula nº 430: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a re-
sponsabilidade solidária do sócio-gerente.

RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES: salvo disposição em contrário, a responsabilidade por infrações da le-
gislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão
dos efeitos do ato. A responsabilidade por infrações será excluída quando o contribuinte, antes de qualquer
procedimento administrativo, promover a denúncia espontânea de forma a pagar o tributo acompanhando
de juros. Assim, no caso de denúncia espontânea, o sujeito passivo não terá a obrigação de pagar apenas as multas
tributárias. A Denúncia espontânea afasta também a punição penal.

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99#ATENÇÃO: Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimen-
to administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
99STJ - Súmula nº 360: o benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lança-
mento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo; (ex.: ICMS, IPI...).

CREDITO TRIBUTÁRIO

Constituição do crédito tributário: o crédito tributário será constituído, isto é, materializado, por meio do
lançamento tributário. O lançamento tributário reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e
rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente revogada ou modificada. O lançamento tributário consiste
em uma atividade administrativa, vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Desse modo,
a autoridade administrativa que constatar a ocorrência do fato gerador não poderá deixar de constituir o crédito
tributário, isto é, não poderá deixar de efetivar o lançamento tributário.

O lançamento poderá ocorrer de três formas:

LANÇAMENTO

É realizado pela autoridade administrativa, independentemente de


qualquer atuação ou participação do sujeito passivo. Ela própria
verifica a ocorrência do fato gerador, determina a matéria tribu-
DE OFÍCIO
tável, calcula o montante do tributo devido, identifica o sujeito
passivo e, sendo o caso, propõe a aplicação da penalidade cabível.
(Ex.: IPTU e IPVA)

É realizado pela autoridade administrativa com base em informa-


POR DECLARAÇÃO ções prestadas pelo sujeito passivo sobre a ocorrência do fato ge-
rador. (ex.: Imposto sobre importação da bagagem)

Ocorre quando o próprio sujeito passivo verifica a ocorrência do


fato gerador, calcula o tributo e realiza o pagamento, independen-
temente de qualquer atuação prévia da autoridade administrativa.
Esta apenas irá verificar posteriormente se o pagamento foi reali-
zado corretamente, momento em que irá efetivar a homologação
do lançamento tributário. (Ex.: IPI e ICMS)
STJ - Súmula nº 436: A entrega de declaração pelo contribuinte
POR HOMOLOGAÇÃO OU AUTOLAN- reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensa-
ÇAMENTO da qualquer outra providência por parte do fisco.
STJ - Súmula nº 446: Declarado e não pago o débito tributário
pelo contribuinte, é legítima a recusa de expedição de certidão
negativa ou positiva com efeito de negativa.
STJ - Súmula nº 360 O benefício da denúncia espontânea não se
aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regu-
larmente declarados, mas pagos a destempo.

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99Após a notificação do sujeito passivo, o lançamento tributário poderá ser alterado em três situações: (i) por
impugnação do sujeito passivo; (ii) mediante recurso de ofício; (iii) por iniciativa de ofício da autoridade
administrativa.
99Súmula 555-STJ: Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco
constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que
a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade
administrativa.
99ATENÇÃO: Não confundir as hipóteses de suspensão, exclusão e extinção do crédito tributário. Questão
muito recorrente em provas.

SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

A moratória implica na dilação de prazo para pagamento do


tributo, podendo ser concedido direta e genericamente por lei,
MORATÓRIA
ou por ato administrativo declaratório do cumprimento dos requi-
sitos previstos em lei.

Se o sujeito passivo não concorda com o lançamento feito pelo


Fisco, poderá depositar o valor cobrado (incluído juros e multa),
com o intuito de suspender a exigibilidade do crédito, bem como
DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL livrar-se dos juros de mora.
STJ - Súmula nº 112: O depósito somente suspende a exigibilida-
de do crédito tributário se for integral e em dinheiro.

Trata-se de impugnação administrativa, manifestando o contri-


buinte ou responsável pela discordância contra o lançamento
RECLAMAÇÕES E RECURSOS NOS efetuado. A matéria da reclamação, para fins de suspensão da
TERMOS DAS LEIS REGULAMENTA- exigibilidade, deve se restringir ao lançamento tributário, ou seja,
DORAS DO PROCESSO TRIBUTÁRIO sobre a exigibilidade do crédito.
ADMINISTRATIVO Súmula Vinculante nº 21: É inconstitucional a exigência de
depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para
admissibilidade de recurso administrativo.

A mera propositura desse remédio constitucional com pedido de


LIMINAR EM MANDADO DE SEGU-
liminar não suspende a exigibilidade do crédito tributário, mas sim
RANÇA OU TUTELA ANTECIPADA
a concessão dessa medida pelo Poder Judiciário.

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Medida de política fiscal com a qual o Estado procura recupe-


rar créditos e criar condições práticas para que os contribuintes
inadimplentes retornem à situação de adimplência. O parcela-
mento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei
específica (lei do ente político competente, federal, estadual ou
municipal, respeitada as normas do CTN).
PARCELAMENTO OBS.: a concessão de parcelamento impede o encaminhamento
ao Ministério Público de representação fiscal para fins penais re-
lativa aos crimes contra a ordem tributária definidos nos arts. 1º
e 2º da Lei 8.137/1990, ficando suspensa a pretensão punitiva e a
prescrição criminal enquanto vigente o favor, desde que o pedido
de parcelamento tenha sido formalizado antes do recebimento da
denúncia criminal.

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Devem ser pagos o tributo e respectivas multas para que haja a


PAGAMENTO
extinção do crédito.

CTN: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estip-
ular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade adminis-
trativa, autorizar a compensação de créditos tributários (vencidos)
com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito pas-
sivo contra a Fazenda Pública.
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei de-
terminará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante,
não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente
ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a
data da compensação e a do vencimento.
STJ – Súmula 464: A regra de imputação de pagamentos estabele-
cida no art. 354 do Código Civil (1º juros, 2º capital) não se aplica às
COMPENSAÇÃO hipóteses de compensação tributária.
STJ – Súmula 461: O contribuinte pode optar por receber, por meio
de precatório [restituição] ou por compensação, o indébito tributário
certificado por sentença declaratória transitada em julgado.
STJ – Súmula 212: A compensação de créditos tributários não pode
ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou
antecipatória.
STJ – Súmula 213: O mandado de segurança constitui ação ade-
quada para a declaração do direito à compensação tributária.
STJ – Súmula 460: É incabível o mandado de segurança para con-
validar a compensação tributária realizada pelo contribuinte.

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CTN: Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos
sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação
que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de lití-
TRANSAÇÃO gio e consequente extinção de crédito tributário.
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para au-
torizar a transação em cada caso.
CTN: Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a con-
ceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do
crédito tributário, atendendo:
I – à situação econômica do sujeito passivo;
II – ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto
à matéria de fato;
III – à diminuta importância do crédito tributário;
REMISSÃO
IV – a considerações de equidade, em relação com as características
pessoais ou materiais do caso;
V – a condições peculiares a determinada região do território da
entidade tributante.
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito
adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no art. 155 (mor-
atória)
Extinção do prazo para a Fazenda promover o LANÇAMENTO do
crédito tributário. Prazo de 5 anos.
Súmula 622-STJ: A notificação do auto de infração faz cessar a
DECADÊNCIA contagem da decadência para a constituição do crédito tributário;
exaurida a instância administrativa com o decurso do prazo para a
impugnação ou com a notificação de seu julgamento definitivo e
esgotado o prazo concedido pela Administração para o pagamento
voluntário, inicia-se o prazo prescricional para a cobrança judicial.

Opera-se quando a Fazenda Pública não propõe no prazo legal ex-


ecução fiscal visando a satisfação do crédito tributário. Prazo de 5
anos contados da constituição definitiva do crédito.
Interrupção do prazo: I – pelo despacho do juiz que ordenar a ci-
tação em execução fiscal; II – pelo protesto judicial; III – por qualquer
ato judicial que constitua em mora o devedor; IV – por qualquer ato
inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento
PRESCRIÇÃO do débito pelo devedor”.
STJ - Súmula 314: Em execução fiscal, não localizados bens pen-
horáveis, suspende-se o processo por 1 ano, findo o qual se inicia o
prazo da prescrição quinquenal intercorrente.
Súmula 625-STJ: O pedido administrativo de compensação ou de
restituição não interrompe o prazo prescricional para a ação de re-
petição de indébito tributário de que trata o art. 168 do CTN nem o
da execução de título judicial contra a Fazenda Pública.

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Eleita a via judicial para contestar o lançamento, geralmente reali-


za-se o depósito do montante integral, com o intuito de suspend-
CONVERSÃO DE DEPÓSITO EM REN- er a exigibilidade do crédito, e evitar qualquer medida executiva pela
DA Fazenda. O depósito é convertido em renda quando o sujeito pas-
sivo não obtém sucesso no litígio instaurado, extinguindo-se
crédito tributário.

O pagamento antecipado de crédito sujeito a lançamento por ho-


mologação extingue o crédito, sob condição resolutória da ulte-
PAGAMENTO ANTECIPADO E HOMO-
rior homologação; ou seja, é considerado definitivamente extinto
LOGAÇÃO ULTERIOR
apenas quando a autoridade administrativa competente ho-
mologar a atividade do sujeito passivo.

Art. 164. A importância do crédito tributário pode ser consignada


judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:
I – de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento
de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obriga-
ção acessória;
II – de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências
administrativas sem fundamento legal;
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO III – de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito públi-
(JULGADA PROCEDENTE) co, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.
§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante
se propõe pagar.
§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa
efetuado e a importância consignada é convertida em renda;
julgada improcedente a consignação no todo ou em parte,
cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das
penalidades cabíveis;

DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFOR- Somente extingue o crédito a decisão administrativa irreformável


MÁVEL favorável ao sujeito passivo que questionou o lançamento.

DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM


Somente extingue o crédito tributário a decisão judicial passada
JULGADO
em julgado favorável ao sujeito passivo.

Haverá dação em pagamento quando o Estado consentir em ex-


DAÇÃO EM PAGAMENTO DE IMÓVEL tinguir o crédito tributário mediante o recebimento de imóvel no
lugar de dinheiro.

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EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

É a dispensa legal do pagamento do tributo devido; não se tra-


ta de não-incidência tributária, isso porque o fato gerador ocorre,
gerando as respectivas obrigações tributárias, as quais são impe-
didas de serem constituídas.
ISENÇÃO Art. 178. A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função
de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por
lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104;
STF – Súmula 544: Isenções tributárias concedidas, sob condição
onerosa, não podem ser livremente suprimidas.

É o perdão legal de infrações, tendo como consequência a proi-


bição de que sejam lançadas as respectivas penalidades pe-
cuniárias.
O benefício somente pode ser concedido após o cometimento
da infração e antes do lançamento da penalidade pecuniária,
pois, se o crédito já está constituído, a dispensa somente pode ser
realizada mediante remissão (extinguindo-se o crédito tributário).
É vedada a concessão de anistia:
i) atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos
ANISTIA
que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo,
fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em
benefício daquele. Não se analisa o dolo ou culpa. A conduta ilíci-
ta não sendo simulada, dolosa ou fraudulenta pode ser anistiada.
ii) infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pes-
soas naturais ou jurídicas. O CTN ressalva previsão legal em
sentido contrário, de modo que é possível a concessão de anistia
nos casos de conluio (ajuste doloso entre duas ou mais pessoas
naturais ou jurídicas, visando a sonegação e fraudes fiscais - art.
73, Lei nº 4.502/64).

GARANTIAS E PRIVILÉGIOS

Poderes das autoridade fiscais:

99STF – Súmula 439: Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais,
limitado o exame aos pontos objeto da investigação.

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99STF - Súmula 260: O exame de livros comerciais, em ação judicial, fica limitado às transações entre os
litigantes.
99A autoridade fiscal pode requisitar força policial, federal, estadual ou municipal, quando vítimas de em-
baraço ou desacato, ou quando necessário para efetivar medida prevista na legislação tributária, ainda que
não configure crime ou contravenção.
99A autoridade policial pode se negar ao auxílio requisitado nos casos em que haja inobservância de ga-
rantias individuais, tais como a inviolabilidade do domicílio.

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DIREITO AMBIENTAL
Direito ambiental e Constituição Federal: leitura do art. 225 é imprescindível!!

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as
presentes e futuras gerações.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossiste-
mas;         (Regulamento)

II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pes-
quisa e manipulação de material genético;         (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que com-
prometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;         (Regulamento)

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degrada-
ção do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;         (Regulamento)

V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco
para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;         (Regulamento)

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação
do meio ambiente;

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.         (Regulamento)

§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com
solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.

§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira
são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação
do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.         (Regulamento)         (Regulamento)

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§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à
proteção dos ecossistemas naturais.

§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não
poderão ser instaladas.

§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas
desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta
Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro,
devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.         (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 96, de 2017)

COMPETÊNCIA AMBIENTAL

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DA UNIÃO:

Importante perceber que quando o tema se refere à exploração econômica de recursos naturais com po-
tencial energético (como os recursos minerais, atividades nucleares e as águas para geração de energia), a com-
petência legislativa é privativa da União, mesmo porque nesses casos, os referidos bens são da União (ex: recursos
minerais, art. 20, IX da CRFB/ 1988) ou estão relacionados a atividades monopolizadas pela União (ex: atividades
nucleares, art. 177, V, da CRFB/ 1988).

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;

X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;

XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

XIV - populações indígenas;

XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;

XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza.

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COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DO ESTADO:

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta
Constituição.

§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.

§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma
da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 5, de 1995)

§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento
e a execução de funções públicas de interesse comum.

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DO MUNICÍPIO:

Vale lembrar que, muito embora ao Município não tenha a Constituição instituído competência legislativa exclusiva
em matéria ambiental, nos termos do art. 30, I da CRFB/ 1988, compete aos Municípios “legislar sobre assuntos de
interesse local”.

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

(...)

VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio
ambiente e controle da poluição;

VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;

VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, his-
tórico, turístico e paisagístico;

(...)

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender
a suas peculiaridades.

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§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for con-
trário.

Pode-se dizer que existe um verdadeiro Paralelismo Triplo de Normas Ambientais (#DeOlhoNaNomen-
clatura). A União editará as regras gerais; os Estados e o DF, observadas as normas gerais, editarão normas ob-
servando seus interesses regionais, enquanto que os municípios as editará de acordo com os interesses locais,
mas sempre observando aquelas que lhe sobrepõem.

COMPETÊNCIA MATERIAL (ADMINISTRATIVA):

Ao contrário da competência legislativa, a competência material não confere poder para legislar sobre ma-
térias por ela abrangidas, mas apenas atribui o poder de execução. A competência material subdivide-se em
competência material exclusiva e competência material comum.

 EXCLUSIVA: União.

Art. 21. Compete à União:

(...)

IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico


e social;

(...)

XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:

a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de


15/08/95:)

b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com
os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;

c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;

d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transpo-
nham os limites de Estado ou Território;

e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;

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f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;

(...)

XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;

(...)

XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu
uso; (Regulamento)

XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urba-
nos;

(...)

XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa,
a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados,
atendidos os seguintes princípios e condições:

a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do
Congresso Nacional;

b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos
médicos, agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida
igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 49, de 2006)

XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;

XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa.

 COMUM: União, DF, Estados e Municípios.

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

(...)

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VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;

IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento


básico;

X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores
desfavorecidos;

XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e mi-
nerais em seus territórios;

(...)

Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

A regulamentação para a divisão das competências administrativas deve se dar por lei complementar.

Somente em 08/12/2011 é que veio a LC 140, distribuindo as competências administrativas ambientais entre
a União, Estados, Municípios e DF.

Vale lembrar que a delegação de atribuições de um ente ao outro pode abarcar não só o licenciamento,
mas tantas outras, desde que o delegatário possua um conselho do meio ambiente e um órgão ambiental próprio.

Fases do Direito Ambiental no Brasil:

Fase individua- Descobrimento do


Ausência de preocupação com o meio ambiente.
lista Brasil até 1950
Fase Fragmen- Controle de algumas atividades exploratórias de recursos naturais em
1950 até 1980
tária função de seu valor econômico.
Compreensão do meio ambiente como um todo integrado e inter-
De 1981 até o pre-
Fase Holística dependente. Seu grande marco foi a Lei 6.938/81 que dispõe sobre a
sente
Política Nacional do Meio Ambiente.

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MEIO AMBIENTE

A Política Nacional do Meio Ambiente - Lei 6.938/81 é considerada o marco de nascimento do direito am-
biental no Brasil, como um conjunto de regras e princípios harmônicos com campo próprio de estudo.

A definição legal de meio ambiente consta do art. 3º da lei 6938/81, considerando-o como “o conjunto de
condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em
todas as suas formas”.

Entende-se que o meio-ambiente é uno e indivisível, mas, para fins didáticos, pode ser subdividido em 4
segmentos: natural, cultural, artificial e do trabalho.

Constituído pelos recursos naturais e pela correlação recíproca de cada um desses


Meio ambiente natural
em relação aos demais.

Constituído ou alterado pelo ser humano, é constituído pelos edifícios urbanos e


Meio ambiente artificial
pelos equipamentos comunitários.

Patrimônio histórico, artístico, paisagístico, ecológico, científico e turístico, consti-


Meio ambiente cultural
tuindo-se tanto de bens de natureza material quanto imaterial.

Meio ambiente do traba-


Conjunto de fatores que se relacionam às condições do ambiente de trabalho.
lho

Admitido apenas por parte da Doutrina. Trata-se de informações de origem gené-


Patrimônio genético tica oriundas dos seres vivos de todas as espécies, seja animal, vegetal, microbiano
ou fúngico.

PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO E DA PRECAUÇÃO

Prevenção Precaução
É aplicado nos casos em que os
Diz respeito à ausência de certezas científicas. É aplicado nos ca-
impactos ambientais já são conhecidos.
sos em que o conhecimento científico não pode oferecer respostas
Trabalha com a certeza da ocorrência
conclusivas sobre a inocuidade de determinados procedimentos.
do dano.
*#OUSESABER: O princípio da precaução é previsto expressamente na legislação pátria? Sim. 
De acordo com o Princípio da Precaução, se determinado empreendimento puder causar danos ambientais sérios
ou irreversíveis, contudo inexiste certeza científica razoável fundada em juízo de probabilidade não remoto da sua
potencial ocorrência, o empreendedor deverá ser compelido a adotar medidas de precaução para elidir ou reduzir
os riscos ambientais para a população. Desta forma, a INCERTEZA CIENTÍFICA milita em favor do meio ambiente e

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da saúde (in dubio pro natura ou salute), caracterizando-se a precaução pela ação antecipada diante do risco des-
conhecido (Frederico Amado. Direito Ambiental Esquematizado, 2015, p. 33). Tal princípio, conforme reconhecido
pelo Ministro Carlos Britto no julgamento da ACO 875 MC-AGR, encontra-se implicitamente consagrado no art.
225 da CF e é expressamente reconhecido na Lei de Biossegurança (art. 1°).

PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O desenvolvimento sustentável é o modelo que procura coadunar os aspectos ambiental, econômico e


social, buscando um ponto de equilíbrio entre a utilização dos recursos naturais, o crescimento econômico e a
equidade social. Dessa forma, busca-se o crescimento da economia observando a preservação ambiental, olhando
também para as gerações futuras que devem gozar dos bens ambientais. A CF/88 não o traz expressamente, mas
implicitamente como, por exemplo, no art. 170 :

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) VI - defesa do
meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e
de seus processos de elaboração e prestação.

De igual forma, o art. 225 da CF é essencial para extrairmos o princípio do desenvolvimento sustentável:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.

PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR OU RESPONSABILIDADE

Esse princípio estabelece que aquele que utilizar o recurso ambiental deve suportar seus custos, sem que
essa cobrança resulte na imposição taxas abusivas, de maneira que nem o Poder Público nem terceiros sofram com
tais custos. O objetivo do princípio do poluidor-pagador é forçar a iniciativa privada a internalizar os custos ambien-
tais gerados pela produção e pelo consumo na forma de degradação e de escasseamento dos recursos ambientais.

Vale ressaltar que o princípio não representa uma abertura à poluição, desde que pague por ele. Inclusive,
ele consta na Declaração do Rio de 1992, no Princípio 16: “As autoridades nacionais devem procurar promover a in-
ternacionalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem segun-
do a qual o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção ao interesse
público e sem provocar distorções no comércio e nos investimentos internacionais.”.

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É aquele responsável diretamente pelo dano ambiental.


Poluidor Direto
Ex: Empresa responsável por um determinado acidente ambiental.
É aquele que se beneficia da atividade poluente, consumindo um determinado produto
Poluidor Indire- que é oriundo de uma atividade considerada poluente, ou quem cria os elementos ne-
to cessários para que a poluição ocorra, permitindo que o bem a ser consumido seja lesivo
ao meio ambiente.

USUÁRIO-PAGADOR

É um princípio mais amplo, chegando a englobar o princípio do poluidor-pagador. Segundo o referido


princípio, todos aqueles que se utilizam dos bens da natureza, devem pagar por eles, havendo degradação ou não,
já que os bens naturais possuem economicidade.

Saliente-se que é um dos objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente “a imposição, ao poluidor e ao
predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utiliza-
ção de recursos ambientais com fins econômicos”, nos moldes do inciso VII, do artigo 4.º, da Lei 6.938/1981.

Cuidar diferença entre Poluidor-Pagador e Usuário-Pagador:

Poluidor-Pagador Usuário-Pagador
O poluidor deve arcar com os custos sociais da degrada-
ção causada por sua atividade impactante. Estabelece que todos aqueles que se utilizarem
de recursos naturais devem pagar por sua utili-
No poluidor pagador existe, necessariamente, uma polui- zação, mesmo que não haja poluição.
ção!

PROTETOR-RECEBEDOR

Positivado no ordenamento jurídico brasileiro no âmbito da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o princípio
do protetor-recebedor premia quem protege o meio-ambiente.

Em sua concretização, o artigo 41 do novo Código Florestal brasileiro previu o programa de apoio e incen-
tivo à preservação e recuperação do meio ambiente, com a possibilidade de pagamento ou incentivo a serviços
ambientais como retribuição, monetária ou não, às atividades de conservação e melhoria dos ecossistemas e que
gerem serviços ambientais, tais como, isolada ou cumulativamente:

a) o sequestro, a conservação, a manutenção e o aumento do estoque e a diminuição do fluxo de carbono;

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b) a conservação da beleza cênica natural;

c) a conservação da biodiversidade;

d) a conservação das águas e dos serviços hídricos;

e) a regulação do clima;

f ) a valorização cultural e do conhecimento tradicional ecossistêmico;

g) a conservação e o melhoramento do solo;

h) a manutenção de Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito.

RESUMO:

Princípios mais cobrados em provas


É o modelo que procura coadunar os aspectos ambiental, econômico e social,
Princípio do desenvolvi-
buscando um ponto de equilíbrio entre a utilização dos recursos naturais, o
mento sustentável
crescimento econômico e a equidade social.
Estabelece a proteção ao meio ambiente como Direito Humano Fundamental
Princípio do Direito Hu-
indispensável à manutenção da dignidade humana, vida, e progresso da socie-
mano Fundamental
dade.
Assegura ao cidadão o direito à informação e a participação na elaboração das
Princípio da Participação
políticas públicas ambientais
É aplicado nos casos em que os impactos ambientais já são conhecidos. Traba-
Princípio da Prevenção
lha com a certeza da ocorrência do dano.
Diz respeito à ausência de certezas científicas. É aplicado nos casos em que o
conhecimento científico não pode oferecer respostas conclusivas sobre a inocui-
Princípio da Precaução dade de determinados procedimentos.
Neste, há risco incerto ou duvidoso.
Deve o poluidor responder pelos custos sociais da poluição causada por sua
atividade impactante, devendo-se agregar esse valor ao custo produtivo da sua
atividade, para evitar que se privatizem o lucro e se socializem os prejuízos.
Princípio do poluidor-pa-
gador Possui viés preventivo e repressivo, ao mesmo tempo em que promove o ressar-
cimento do dano ambiental, também visa evitá-lo.
É necessário que haja poluição para a sua incidência!
Princípio do usuário-pa- Estabelece que todos aqueles que se utilizarem de recursos naturais devem
gador pagar por sua utilização, mesmo que não haja poluição.
Assegura ao cidadão o direito à informação e a participação na elaboração das
Princípio da participação políticas públicas ambientais, de modo que devem ser assegurados os meca-
ou da Gestão comunitária nismos judiciais, legislativos e administrativos que efetivam o princípio. Dessa
forma, a população deve ser inserida em questões ambientais.

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INSTRUMENTOS JURISDICIONAIS

AÇÃO POPULAR

A Ação Popular é o instrumento pelo qual o cidadão defende o meio ambiente como direito de toda coleti-
vidade, por meio de sua conduta individual.

Conforme o inciso LXXIII do art. 5º de nossa Constituição Federal: “qualquer cidadão é parte legítima para
propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprova-
da má-fé, inseto de custas judiciais e do ônus da sucumbência”.

A Ação Popular Ambiental é destinada a anular ato lesivo que esteja prejudicando o meio ambiente. Assim,
tal ação não visa reparar danos causados, mas somente extinguir o ato lesivo enquanto ocorrente, se o ato já estiver
se consumado não é cabível tal ação. Possui legitimidade passiva qualquer pessoa que pratique ato prejudicial ao
meio ambiente (no caso o poluidor).

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

A Ação Civil Pública configurada na Lei nº 7.347/85 é aquela que visa à reparação de danos causados ao
meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
tem como objeto responsabilizar os causadores de danos patrimoniais e morais causados aos interesses difusos e
coletivos.

Tem legitimidade ativa o Ministério Público (estando sempre na proposição de tal ação, quando não for su-
jeito ativo, será fiscal da lei), a Defensoria Pública, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, autarquia,
empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista e associações constituídas há pelo menos 1 ano, dis-
pensa-se este requisito se o dano ocorrer após o ato lesivo.

No que se refere à atuação do particular, este não possui legitimidade para ajuizar a ação civil pública am-
biental. A condenação poderá ser em forma de dinheiro (indenização) ou no cumprimento de obrigação de fazer
(ação positiva) ou obrigação de não-fazer (deixar de agir).

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MANDADO DE SEGURANÇA

A Constituição Federal estabeleceu o Mandado de Segurança Individual e o Coletivo, o Individual é definido


como a garantia constitucional que disposta à pessoa física ou jurídica (abstração jurídica, configurada por pessoa
física ou conjunto de bens), órgão com capacidade processual ou universalidade que a lei reconhece, para prote-
ção de direito individual líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data, que tenha sido lesado
ou esteja na iminência de o ser, por autoridade de qualquer categoria ou função, responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder.

Já o Mandado de Segurança Coletivo possui de modo geral as mesmas características do individual, poden-
do ser definido como o instrumento que presta a proteção de direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, contra atos ou omissões ilegais ou com abuso de poder de autoridade, buscando a preser-
vação (caráter preventivo) ou reparação (caráter repressivo) de interesses transindividuais, quais sejam, individuais
homogêneos, coletivos e difusos, incluso neste o meio ambiente.

A legitimidade ativa é conferida aos partidos políticos com representação no Congresso Nacional, às orga-
nizações sindicais, entidades de classe e associações, as quais devem estar legalmente constituídas e é necessário
que atuem na defesa dos interesses dos seus membros associados, no caso das associações estas devem estar em
funcionamento há pelo menos 1 ano.

MANDADO DE INJUNÇÃO

Conforme a Constituição Federal (art. 5º, LXXI, LXXVII) trata-se de mecanismo processual utilizado para ga-
rantir o exercício dos direitos dos cidadãos, principalmente os previstos como fundamentais e sociais, elencados no
art. 5º. O mandado de injunção ambiental, regulamentado pela Lei 13.300/2016, é cabível na ausência de normas
que regulamentem a proteção do meio ambiente e do clima estável. Justifica-se a utilização deste mandado já que
a preservação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico sustentável não podem esperar infinitamente pelas
regulamentações constitucionais.

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

O licenciamento ambiental é o processo administrativo complexo que tramita perante a instância adminis-
trativa responsável pela gestão ambiental, seja no âmbito federal, estadual ou municipal, e que tem como objetivo
assegurar a qualidade de vida da população por meio de um controle prévio e de um continuado acom-
panhamento das atividades humanas capazes de gerar impactos sobre o meio ambiente.

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Objetivo: O licenciamento ambiental tem como objetivo efetuar o controle das atividades efetiva e poten-
cialmente poluidoras, através de um conjunto de procedimentos a serem determinados pelo órgão ambiental
competente, com o intuito de defender o equilíbrio do meio ambiente equilibrado e a qualidade de vida da cole-
tividade.

LICENCIAMENTO AMBIENTAL MÚLTIPLO: é vedado no Brasil. O licenciamento ambiental múltiplo é aquele


licenciamento realizado por mais de uma esfera de governo. Ocorre que o licenciamento deve ser federal, esta-
dual ou municipal, não sendo possível que dois entes se unam para fazê-lo.
DISTINÇÃO ENTRE LICENCIAMENTO E LICENÇA AMBIENTAL
A licença ambiental é uma espécie de outorga com prazo de validade concedida pela Administração
Pública para a realização das atividades humanas que possam gerar impactos sobre o meio ambiente,
desde que sejam obedecidas determinadas regras, condições, restrições e medidas de controle ambiental.
O licenciamento ambiental deve ser compreendido como o processo administrativo no decorrer ou ao final
do qual a licença ambiental poderá ou não ser concedida.

ART. 14 DA LC 140/11

Atenção às disposições do art. 14, e cuidado para não confundir o disposto no §3º, com a renovação tácita
do licenciamento (§4º), que será estudada no próximo tópico.

Art. 14.  Os órgãos licenciadores devem observar os prazos estabelecidos para tramitação dos processos de licencia-
mento. 

§ 1o  As exigências de complementação oriundas da análise do empreendimento ou atividade devem ser comunicadas
pela autoridade licenciadora de uma única vez ao empreendedor, ressalvadas aquelas decorrentes de fatos novos. 

§ 2o  As exigências de complementação de informações, documentos ou estudos feitas pela autoridade licenciadora
suspendem o prazo de aprovação, que continua a fluir após o seu atendimento integral pelo empreendedor. 

§ 3o  O decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, não implica emissão tácita nem
autoriza a prática de ato que dela dependa ou decorra, mas instaura a competência supletiva referida no art. 15. 

RENOVAÇÃO DO LICENCIAMENTO

A Lei Complementar 140/11 dispõe sobre a renovação do licenciamento em seu art. 14, determinando que
ele deve ser solicitado até cento e vinte dias ANTES do vencimento. Sendo solicitado, se o órgão responsável não
se manifestar, operar-se-á a renovação tácita da licença até manifestação em contrário. Assim, a renovação tácita
ocorre quando o órgão ambiental não se manifesta no prazo sobre o requerimento de renovação de licença.

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Art. 14, § 4o  A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e
vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente pror-
rogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente. 

TIPOS DE LICENÇA

É concedida na fase preliminar do projeto, estabelecendo a sua viabilidade ambiental e os


Licença Prévia – LP requisitos a serem atendidos nas próximas fases.
Possui prazo de validade de até 05 (cinco) anos.
Licença de Instala- Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade.
ção – LI Possui prazo de validade de até 06 (seis) anos.

Licença de Opera- Autoriza que o empreendimento ou atividade seja finalmente colocado em prática.
ção – LO Possui prazo de validade que varia entre 04 (quatro) e 10 (dez) anos.
Licença Simplifi- Autoriza o funcionamento de atividades e empreendimentos de pequeno potencial de
cada impacto ambiental em uma única etapa.

Principais características da licença ambiental:

a) Diferentes modalidades;
b) Prazos de validade diferenciados;
c) Pressupõem prévio Estudo de Impacto Ambiental;
d) Não incorporam o patrimônio jurídico do outorgado.

Política Nacional do Meio Ambiente

A Lei 6.938/81 dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente e institui o Sistema Nacional do Meio Am-
biente, seus fins e mecanismos de formação e aplicação.

Os objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente podem ser classificados em geral e específicos, confor-
me estabelece a própria Lei n° 6.938/81.

OBJETIVOS GERAIS:

Segundo o art. 2° da Lei n° 6.938/81, a Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação,
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propicia à vida, visando assegurar, no país, condições ao desenvol-
vimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.

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Dessa maneira, o objetivo geral pode ser dividido em preservar, recuperar e melhorar a qualidade do meio
ambiente, de acordo com a seguinte conceituação:

Preservar é procurar manter o estado natural do meio ambiente, impedindo a intervenção dos seres huma-
nos.

Melhorar significa aumentar a qualidade ambiental por meio da intervenção humana.

Recuperar é fazer com que uma área degradada volte a ter as características ambientais anteriores ou com-
patíveis com a sua função ecológica.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O art. 4º da Lei 6.938/81 estabelece os objetivos específicos da Política Nacional do Meio Ambiente:

Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:

I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e


do equilíbrio ecológico;

II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo
aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de
recursos ambientais;

IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambien-
tais;

V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à


formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio
ecológico;

VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade per-
manente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;

VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao
usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.

Para colocar a PNMA em prática, foi implementado o SISNAMA . Ele é formado por órgãos e entidades de
todas as esferas de governo.

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SISNAMA – SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE


Possui a função de assessorar o Presidente da República na formulação po-
ÓRGÃO SUPERIOR: CONSE-
lítica nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os
LHO DE GOVERNO
recursos ambientais.
Possui a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo,
diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos
ÓRGÃO CONSULTIVO E naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões
DELIBERATIVO: CONAMA compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à
sadia qualidade de vida.
ÓRGÃO CENTRAL: MINIS-
Possui a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como
TÉRIO DO MEIO AMBIENTE
órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para
(Antiga Secretaria do Meio
o meio ambiente.
Ambiente)
ÓRGÃOS EXECUTORES: IBA- Com a finalidade de executar e fazer executar, como órgãos federais, a polí-
MA E ICMBIO tica e diretrizes governamentais fixadas para meio ambiente.
ÓRGÃOS SECCIONAIS: ES- São os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de progra-
TADUAIS E DO DISTRITO FE- mas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provo-
DERAL car a degradação ambiental.
São os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscali-
ÓRGÃOS LOCAIS: MUNICI-
zação de atividades capazes de provocar a degradação ambiental, nas suas
PAIS
respectivas jurisdições.

Art. 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:

PADRÕES DE QUALIDADE AMBIENTAL:

I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;

É por meio do estabelecimento de padrões de qualidade ambiental que são definidos os limites de emissão
ou lançamento de efluentes, energias, matérias ou resíduos na natureza.

A legislação não proíbe a poluição ou a produção de impactos ambientais, mas apenas regulamenta-os a
fim de que os mesmos ocorram em níveis tais que sejam socialmente aceitáveis.

ZONEAMENTO AMBIENTAL:

II – O zoneamento ambiental;

O zoneamento ambiental é o instrumento de planejamento do uso do solo que procura delimitar as áreas
de acordo com a suas características ecológicas, econômicas e sociais, determinando as atividades que podem ou
não ser desenvolvidas em determinada região.

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Estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos
recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a me-
lhoria das condições de vida da população.

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS:

III – A avaliação de impactos ambientais; (AIA)

O nome mais utilizado para este instrumento é Estudo de Impacto Ambiental – EIA, mas ambos devem ser
considerados válidos para fazer menção a tal instrumento. Ele será analisado mais adiante dado a sua importância,
como já ficou ressaltado.

LICENCIAMENTO E REVISÃO DE ATIVIDADES:

IV - licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;

INCENTIVOS E DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS:

V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a


melhoria da qualidade ambiental;

Cabe à administração pública fomentar, tanto no setor público, quanto no setor privado, a realização de pes-
quisa para a adoção de tecnologias menos impactantes para o meio ambiente. Este inciso tem uma ligação direta
com o art. 170, VI da Constituição, que coloca a defesa do meio ambiente como princípio informador da ordem
econômica.

ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS:

VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais
como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;

ATENÇÃO: Esse é o instrumento mais cobrado em provas, independentemente de qual a banca exami-
nadora. Sua importância é tão grande que ele foi constitucionalizado. O art. 225, §1º, III, prevê os espaços ambien-
tais especialmente protegidos.

SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE O MEIO AMBIENTE - SINIMA:

VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;

O Sistema Nacional de Informações sobre Meio Ambiente - SINIMA é o instrumento da Política Nacional do
Meio Ambiente responsável pelo gerenciamento das informações ambientais no âmbito do SISNAMA, tendo por
objetivo reunir informações oriundas e produzidas por todos os órgãos ambientais ou que guardem relação com
a matéria, seja em âmbito federal, estadual, distrital ou municipal.

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#TEMCARADEPROVA #ATENÇÃO: Todas as informações dos órgãos ambientais integrantes do SISNAMA são
públicas, ressalvados o sigilo empresarial, e qualquer cidadão poderá ter acesso a elas sem precisar motivar.

CADASTRO TÉCNICO FEDERAL DE ATIVIDADES E INSTRUMENTOS DE DEFESA AMBIENTAL:

VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;

O objetivo do Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental é realizado no


IBAMA, podendo ser conceituado como o “registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a
consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de equipamentos, aparelhos
e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras”, conforme dispõe o
inciso 1 do art. 17 da Lei n. 6.938/81.

PENALIDADES DISCIPLINARES:

IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou


correção da degradação ambiental.

RELATÓRIO DE QUALIDADE DO MEIO AMBIENTE:

X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989).

O objetivo do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente é fazer uma avaliação de impactos ambientais
globais do país, no intuito de construir uma espécie de inventário da situação dos ecossistemas e identificar os
principais problemas ambientais do país, a fim de que, com base nessas informações, sejam definidas as políticas
públicas relativas ao meio ambiente.

PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES:

XI - A garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las,
quando inexistentes; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)

Toda informação em matéria ambiental é considerada de interesse público, de maneira que deverá ser dispo-
nibilizada à sociedade, pois se parte do pressuposto de que sem o seu acesso não poderão ser definidas as políticas
públicas nem haverá engajamento popular.

CADASTRO TÉCNICO FEDERAL DE ATIVIDADES POTENCIALMENTE POLUIDORAS:

XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais.
(Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)

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O objetivo do Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou utilizadoras de Recursos


Ambientais é fazer o “registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencial-
mente poluidoras e/ou à extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos
ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora”, nos termos do que dispõe o inciso I
do art. 17 da Lei n. 6.938/81.

INSTRUMENTOS ECONÔMICOS:

XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. (Incluído
pela Lei nº 11.284, de 2006).

O art. 9°, XIII da Lei 6.938/81 estabelece como instrumentos econômicos da PNMA a concessão florestal,
servidão ambiental, seguro ambiental, dentre outros.

a) Concessão florestal: É contrato administrativo no qual o poder público delega ao particular a exploração
sustentável das florestas públicas.

O art. 3°, VII da Lei 11.284/06 define concessão florestal como “a delegação onerosa, feita pelo poder conce-
dente, do direito de praticar manejo florestal sustentável para exploração de produtos e serviços numa unidade de
manejo, mediante licitação, à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que atenda às exigências do respectivo edital
de licitação e demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado”.

b) Servidão ambiental: Está disciplinada no art. 90-A da Lei 6.938/81, e é instituída mediante instrumento
público ou particular, ou ainda, por termo administrativo firmado perante órgão integrante do SISNAMA, cujo
objetivo é a limitação da propriedade de forma total ou parcial autorizada por seu proprietário, com o objetivo de
preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais.

Pela servidão, o proprietário ou possuidor pode renunciar ao direito de explorar os recursos ambientais
daquele imóvel (urbano ou rural). Esta renúncia pode ser definitiva ou temporária (de pelo menos 15 anos). Isso
pode ser feito por filantropia ou com fins econômicos. Basta que seja feito um instrumento com o órgão ambiental
com o seu respectivo no cartório de registro de imóveis.

c) Seguro ambiental: É modalidade de seguro cujo objetivo é reparar os danos ambientais advindos da exe-
cução das atividades econômicas, haja vista a responsabilidade em sede de meio ambiente ser objetiva, baseada
na teoria do risco integral. Tem respaldo nos princípios do poluidor pagador e da prevenção.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

De acordo com o art. 1º, inciso IV, da Resolução 01/86 do CONAMA:

É impacto ambiental toda alteração no meio ambiente provocada exclusivamente pela conduta ou atividade huma-
na, atingindo direta ou indiretamente a saúde, a segurança e o bem estar da população, atividades socioeconômi-
cas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente ou a qualidade dos recursos ambientais.

Conforme estabelece a CF, em seu art. 225, §1º, inciso IV:

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degra-
dação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;

O Estudo de Impacto Ambiental é PRÉVIO, pois é elaborado antes da concessão da licença prévia. Somente
após o órgão licenciador poderá aferir a viabilidade ambiental do empreendimento para conceder ou negar a
licença.

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL

Costuma-se utilizar o termo EIA-RIMA, fazendo-se menção a estes dois instrumentos juntos. Esse documen-
to não consta do texto da Constituição, mas tão somente da Resolução CONAMA 01/86. Assim, o Relatório de
Impacto Ambiental não se mistura com o Estudo de Impacto Ambiental. O documento técnico, complexo e com
uma linguagem de maior dificuldade de compreensão é o EIA.

Já o RIMA é outro documento que decorre do EIA, dessa forma, o RIMA é consectário lógico do EIA. Aquele
é um documento simples, de linguagem acessível para quem quer que queira consultá-lo, contando apenas com
as conclusões extraídas daquele estudo realizado.

RECURSOS HÍDRICOS – LEI 9.433/1997

A Lei n. 9.433, de 8 de janeiro de 1997, instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, criou o Sistema Na-
cional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e regulamentou o inciso XIX do art. 21 da CF.

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Art. 21. Compete à União:

XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu
uso;

Atualmente prevalece que inexistem águas de propriedade particular no Brasil, uma vez que, de acordo com
os artigos 20, III, VI e VIII, e 26, I, da CRFB, as águas, quando não forem bens da União, serão dos Estados e, por
analogia, do Distrito Federal, não havendo previsão de titularidade municipal.

RECURSOS HÍDRICOS

ÁGUAS
São as águas originadas do interior do solo (lençol freático).
SUBTERRÂNEAS

São as águas encontradas na superfície da terra (fluentes, emergentes e em de-


ÁGUAS SUPERFICIAIS pósito). Estas dividem-se em águas internas (rios, lagos, lagoas, baías etc.) e águas
externas (mar territorial).

São as baías formadas pela junção do mar com os rios localizados nas proximidades
ESTUÁRIOS
dos oceanos, onde se misturam as águas fluviais e as marítimas. É a foz de um rio.

MAR TERRITORIAL É a faixa marítima de doze milhas de largura do litoral brasileiro.

FUNDAMENTOS DOS RECURSOS HÍDRICOS

A água é um bem de domínio público.

A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico.


Em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a desseden-
tação de animais.
A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas.
A bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hí-
dricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público,
dos usuários e das comunidades.

Os objetivos dos recursos hídricos encontram-se expressamente arrolados no art. 2º, I, II e III, da Lei n.
9.433/97.

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OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS


Assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualida-
de adequados aos respectivos usos.
A utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas
ao desenvolvimento sustentável.
A prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso
inadequado dos recursos naturais.
Incentivar e promover a captação, a preservação e o aproveitamento de águas pluviais.

A preocupação com a disponibilidade de águas de boa qualidade para as futuras gerações realiza o Prin-
cípio do Pacto Intergeracional ou Equidade, por meio da sua utilização sustentável, sendo finalidade da PNRH.

Constituem diretrizes básicas de ação para a implementação dessa política:

DIRETRIZES GERAIS DE AÇÃO PARA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRI-


COS
Gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de quantidade e qualidade.
Adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas,
sociais e culturais das diversas regiões do País.
Integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental.
Articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores usuários e com os planejamentos
regional, estadual e nacional.
Articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo.
Integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas estuarinos e zonas costeiras.

A União e os Estados deverão se articula com vistas ao gerenciamento dos recursos hídricos de interesse
comum.

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Constituem instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos:

INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS


São os verdadeiros “planos diretores” das bacias hidrográficas (arts. 6º, 7º
Planos de Recursos Hídricos
e 8º da Lei n. 9.433/97).
Visa a assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigen-
Enquadramento dos corpos de tes a que forem destinadas, diminuir os custos de combate à poluição das
água em classes, segundo os
usos preponderantes da água águas, mediante ações preventivas permanentes (arts. 9º e 10 da Lei n.
9.433/97).
Compete à União definir os critérios de outorga dos direitos de uso de re-
Outorga dos direitos de uso de cursos hídricos (art. 21, XIX, da CF); a outorga depende da intervenção do
recursos hídricos Poder Executivo federal (art. 29, II, da Lei n. 9.433/97) e dos Poderes Execu-
tivos estaduais e do Distrito Federal (art. 30, I, da Lei n. 9.433/97).
Objetiva reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma
indicação de seu real valor, incentivar a racionalização do uso da água e
Cobrança pelo uso de recursos
obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e interven-
hídricos
ções contemplados nos planos de recursos hídricos (arts. 19, 20, 21 e 22 da
Lei n. 9.433/97).
Compensação a municípios O art. 24 foi vetado pelo Presidente da República.
É um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de
Sistema de Informações sobre
informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão
Recursos Hídricos
(arts. 25, 26 e 27 da Lei n. 9.433/97).

Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos

O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos é constituído por um conjunto de órgãos e ins-
tituições que atuam na gestão dos recursos hídricos na esfera federal, estadual e municipal.

Art. 32. Fica criado o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, com os seguintes objetivos:

I - coordenar a gestão integrada das águas;

II - arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hídricos;

III - implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos;

IV - planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação dos recursos hídricos;

V - promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos.

Compete aos órgãos públicos integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos a
responsabilidade de conscientizar a população da importância desse recurso e dos riscos que podem causar as
águas contaminadas, bem como estabelecer programas sociais de inclusão social de acesso a esse recurso essen-
cial.

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O Conselho Nacional de Recursos Hídricos, presidido pelo Ministro do Meio Ambiente, possui representantes
do Poder Público (dos Ministérios e Secretarias da Presidência da República com atuação no gerenciamento ou uso
dos recursos hídricos), dos indicados pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, dos usuários e das organi-
zações civis de recursos hídricos.

Art. 34. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos é composto por:

I - representantes dos Ministérios e Secretarias da Presidência da República com atuação no gerenciamento ou no


uso de recursos hídricos;

II - representantes indicados pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos;

III - representantes dos usuários dos recursos hídricos;

IV - representantes das organizações civis de recursos hídricos.

Parágrafo único. O número de representantes do Poder Executivo Federal não poderá exceder à metade mais um do
total dos membros do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.

Art. 35. Compete ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos:

I - promover a articulação do planejamento de recursos hídricos com os planejamentos nacional, regional, estaduais
e dos setores usuários;

II - arbitrar, em última instância administrativa, os conflitos existentes entre Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos;

III - deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursos hídricos cujas repercussões extrapolem o âmbito dos
Estados em que serão implantados;

IV - deliberar sobre as questões que lhe tenham sido encaminhadas pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos
ou pelos Comitês de Bacia Hidrográfica;

V - analisar propostas de alteração da legislação pertinente a recursos hídricos e à Política Nacional de Recursos
Hídricos;

VI - estabelecer diretrizes complementares para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, aplicação
de seus instrumentos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;

VII - aprovar propostas de instituição dos Comitês de Bacia Hidrográfica e estabelecer critérios gerais para a elabo-
ração de seus regimentos;

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VIII -  (VETADO)

IX - acompanhar a execução do Plano Nacional de Recursos Hídricos e determinar as providências necessárias ao


cumprimento de suas metas;

IX – acompanhar a execução e aprovar o Plano Nacional de Recursos Hídricos e determinar as providências neces-
sárias ao cumprimento de suas metas;                   (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)

X - estabelecer critérios gerais para a outorga de direitos de uso de recursos hídricos e para a cobrança por seu uso.

XI - zelar pela implementação da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB);                  (Incluído pela Lei
nº 12.334, de 2010)

XII - estabelecer diretrizes para implementação da PNSB, aplicação de seus instrumentos e atuação do Sistema
Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB);                     (Incluído pela Lei nº 12.334, de 2010)

XIII - apreciar o Relatório de Segurança de Barragens, fazendo, se necessário, recomendações para melhoria da se-
gurança das obras, bem como encaminhá-lo ao Congresso Nacional.              (Incluído pela Lei nº 12.334, de 2010)

RECURSOS FLORESTAIS

O Código Florestal protege: florestas, demais formas de vegetação e as terras propriamente ditas. Vejamos:

Art. 2o As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação nativa, reconhecidas de uti-
lidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos
de propriedade com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem.

Área de Preservação Permanente - APP: “área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo
gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas” (Art. 3º, II).

A APP é caracterizada pela intocabilidade dos recursos naturais da área, salvo casos de utilidade pública
ou interesse social ou outros definidos na Lei 12.651/12.

Basicamente a APP tem a função de preservar a água, o solo, a paisagem, a fauna e a flora. São dois os ti-
pos de área de preservação permanente: as legais (ex lege), que são as áreas taxativamente previstas pelo Código
Florestal, e as administrativas, que são as áreas criadas por ato do Poder Público municipal, estadual ou federal,
de acordo com a conveniência e oportunidade do caso concreto.

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FLORESTAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE PELO EFEITO DO CÓDIGO FLORESTAL

Nesse sentido, estabelece o art. 4º a definição de Área de Preservação Permanente:

Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei:

I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde
a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: [...]

Largura do curso d’água Extensão da APP


Curso d’água com menos de 10 metros de largura Faixa de 30 (trinta) metros
Cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cin-
Faixa de 50 (trinta) metros
quenta) metros de largura
Cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200
Faixa de 100 (cem) metros
(duzentos) metros de largura
Para os cursos d’água que tenham largura superior a
Faixa de 500 (quinhentos) metros
600 (seiscentos) metros

As florestas de preservação permanente por efeito da lei só podem ser suprimidas por outra lei, diante
do princípio da similitude das formas.

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: A legislação municipal não pode reduzir o patamar mínimo de
proteção marginal dos cursos d’água, em toda sua extensão, fixado pelo Código Florestal. A norma federal con-
feriu uma proteção mínima, cabendo à legislação municipal apenas intensificar o grau de proteção às margens
dos cursos d’água, ou quando muito, manter o patamar de proteção ( jamais reduzir a proteção ambiental). STJ.
2ª Turma. AREsp 1.312.435-RJ, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 07/02/2019 (Info 643).

DAS ÁREAS CONSOLIDADAS EM RESERVA LEGAL

O proprietário ou possuidor de imóvel rural que detinha, em 22 de julho de 2008, área de Reserva Legal em
extensão inferior ao estabelecido no art. 12, poderá regularizar sua situação, independentemente da adesão ao
Programa de Regularização Ambiental (PRA), adotando as seguintes alternativas, isolada ou conjuntamente:

I – recompor a Reserva Legal;

II – permitir a regeneração natural da vegetação na área de Reserva Legal; e

III – compensar a Reserva Legal.

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INDENIZABILIDADE DA PROTEÇÃO FLORESTAL

A proteção florestal, seja por RFL ou por APP, não implica desapropriação, nem deve ser indenizada,
exceto se restringir o domínio ou causar alguma espécie de prejuízo.

GESTÃO DAS FLORESTAS PÚBLICAS – LEI 11.284/06

A Lei 11.284/2006 estabelece no plano jurídico um sistema de gestão de florestas destinado a criar pro-
dutos e serviços em proveito do desenvolvimento sustentável, concebendo a floresta como um instrumento
de exploração econômica eficiente e de largo alcance, compreendendo: I – a criação de florestas nacionais, esta-
duais e municipais (...) e sua gestão direta; II – a destinação de florestas públicas às comunidades locais, nos termos
do art. 6º desta Lei; III – a concessão florestal, incluindo florestas naturais ou plantadas e as unidades de manejo
das áreas protegidas referidas no inciso I do caput deste artigo.

A lei 11.284/2006 é tida como norma geral, de modo que as leis estaduais e municipais deverão se adequar às
suas normas de contornos gerais, bem como, pela competência suplementar, poderão elaborar normas supletivas
e complementares e estabelecer padrões relacionados à gestão florestal.

PRINCÍPIOS DA GESTÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS:

O Art. 2º da Lei 11.284/2006 estabelece os princípios da gestão de florestas públicas. Vejamos:

I – a proteção dos ecossistemas, do solo, da água, da biodiversidade e valores culturais associados, bem como do
patrimônio público;

II – o estabelecimento de atividades que promovam o uso eficiente e racional das florestas e que contribuam
para o cumprimento das metas do desenvolvimento sustentável local, regional e de todo o País;

III – o respeito ao direito da população, em especial das comunidades locais, de acesso às florestas públicas e
aos benefícios decorrentes de seu uso e conservação;

IV – a promoção do processamento local e o incentivo ao incremento da agregação de valor aos produtos e


serviços da floresta, bem como à diversificação industrial, ao desenvolvimento tecnológico, à utilização e à ca-
pacitação de empreendedores locais e da mão-de-obra regional;

V – o acesso livre de qualquer indivíduo às informações referentes à gestão de florestas públicas, nos termos da
Lei no 10.650, de 16 de abril de 2003;

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VI – a promoção e difusão da pesquisa florestal, faunística e edáfica, relacionada à conservação, à recuperação


e ao uso sustentável das florestas;

VII – o fomento ao conhecimento e a promoção da conscientização da população sobre a importância da con-


servação, da recuperação e do manejo sustentável dos recursos florestais;

VIII – a garantia de condições estáveis e seguras que estimulem investimentos de longo prazo no manejo, na
conservação e na recuperação das florestas.

ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS

Desapropriação em APP e indenização: Para o Superior Tribunal de Justiça, a vegetação não será inde-
nizável em desapropriação. Noutro giro, para o Supremo Tribunal Federal, haverá indenização.

Desapropriação em Reserva Legal e indenização: Segundo o Superior Tribunal de Justiça, haverá inde-
nização limitada da mata em caso de desapropriação, desde que haja exploração via plano de manejo florestal
aprovado.

Área rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008,
com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de
pousio.

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Pequena propriedade ou posse rural familiar: aquela explorada mediante o trabalho pessoal do agricultor
familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os assentamentos e projetos de reforma agrária, e que atenda ao
disposto no art. 3º da Lei no 11.326, de 24 de julho de 2006.

Uso alternativo do solo: substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por outras coberturas do
solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de trans-
porte, assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação humana.

Manejo sustentável: administração da vegetação natural para a obtenção de benefícios econômicos, sociais
e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se,
cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos e
subprodutos da flora, bem como a utilização de outros bens e serviços.

Unidade de Conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais,
com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e
limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

Proteção Integral: manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana,
admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais.

Uso Sustentável: exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais
renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma
socialmente justa e economicamente viável.

Zoneamento: definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo
e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da
unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz.

Plano de Manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma uni-
dade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo
dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade.

Zona de Amortecimento: o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão
sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade.

Corredores Ecológicos: porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conserva-


ção, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a
recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevi-
vência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais.

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UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL

O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas seguintes categorias de unidade de
conservação: O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas
o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos em lei.

#ATENÇÃO #NÃOCONFUNDA

Estação Ecológica: tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisar científicas (Domínio
Público). As áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas e é proibida a visitação pública, exce-
to quando com objetivo educacional.

Reserva Biológica: tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em
seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recu-
peração de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio
natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais (Domínio Público). As áreas particulares incluídas
em seus limites serão desapropriadas e é proibida a visitação pública, exceto quando com objetivo educacional.

Parque Nacional: tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância eco-
lógica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de
educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico (Domínio
Público). As áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas e a visitação pública está sujeita às
normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável
por sua administração, e àquelas previstas em regulamento.

Monumento Natural: tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza
cênica (Domínio Público ou Privado). A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano
de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas
em regulamento.

Refúgio de Vida Silvestre: tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a
existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória (Domínio
Público ou Privado). A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da
unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em regula-
mento.

UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL

O grupo das Unidades de Uso Sustentável é composto pelas seguintes categorias de unidade de conser-
vação: o objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o uso
sustentável de parcela dos seus recursos naturais.

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Área de Proteção Ambiental: é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de
atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar
das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo
de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais (Domínio Público ou Privado). Nas áreas
sob propriedade privada, cabe ao proprietário estabelecer as condições para pesquisa e visitação pelo público,
observadas as exigências e restrições legais.

Área de Relevante Interesse Ecológico: é uma área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma
ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional,
e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível
dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza (Domínio Público ou
Privado).

Floresta Nacional: é uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem

como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em mé-
todos para exploração sustentável de florestas nativas (Domínio Público). As áreas particulares incluídas em seus
limites serão desapropriadas.

Reserva Extrativista: é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no
extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e
tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável
dos recursos naturais da unidade (Domínio Público). As áreas particulares incluídas em seus limites serão desapro-
priadas. São proibidas a exploração de recursos minerais e a caça amadorística ou profissional.

Reserva de Fauna: é uma área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas,
residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável
de recursos faunísticos (Domínio Público). As áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas. É
proibido o exercício da caça amadorística ou profissional.

Reserva de Desenvolvimento Sustentável: é uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência
baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e
adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza
e na manutenção da diversidade biológica (Domínio Público). As áreas particulares incluídas em seus limites serão
desapropriadas, quando necessário.

Reserva Particular do Patrimônio Natural: é uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de
conservar a diversidade biológica (Domínio Privado).

Artigos Importantes do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC: Lei nº


9.985/2000.

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Art. 22.§ 3º No processo de consulta de que trata o § 2º, o Poder Público é obrigado a fornecer informações adequa-
das e inteligíveis à população local e a outras partes interessadas.

§ 4º Na criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica não é obrigatória a consulta de que trata o § 2º
deste artigo. #VAICAIR

Art. 22-A. O Poder Público poderá, ressalvadas as atividades agropecuárias e outras atividades econômicas
em andamento e obras públicas licenciadas, na forma da lei, decretar limitações administrativas provisórias ao
exercício de atividades e empreendimentos efetiva ou potencialmente causadores de degradação ambiental, para
a realização de estudos com vistas na criação de Unidade de Conservação, quando, a critério do órgão ambiental
competente, houver risco de dano grave aos recursos naturais ali existentes.

Art. 24. O subsolo e o espaço aéreo, sempre que influírem na estabilidade do ecossistema, integram os limi-
tes das unidades de conservação.

Art. 25. As unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio
Natural, devem possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos #VAICAIR

Art. 30. As unidades de conservação podem ser geridas por organizações da sociedade civil de interesse público com
objetivos afins aos da unidade, mediante instrumento a ser firmado com o órgão responsável por sua gestão.

Art. 31. É proibida a introdução nas unidades de conservação de espécies não autóctones.

§ 2º Nas áreas particulares localizadas em Refúgios de Vida Silvestre e Monumentos Naturais podem ser criados
animais domésticos e cultivadas plantas considerados compatíveis com as finalidades da unidade, de acordo com o
que dispuser o seu Plano de Manejo.

Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim consi-
derado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório -
EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo
de Proteção Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei.

Art. 41. A Reserva da Biosfera é um modelo, adotado internacionalmente, de gestão integrada, participativa e sus-
tentável dos recursos naturais, com os objetivos básicos de preservação da diversidade biológica, o desenvolvimento
de atividades de pesquisa, o monitoramento ambiental, a educação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a
melhoria da qualidade de vida das populações.

§ 1º A Reserva da Biosfera é constituída por:

I - uma ou várias áreas-núcleo, destinadas à proteção integral da natureza;

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II - uma ou várias zonas de amortecimento, onde só são admitidas atividades que não resultem em dano para as
áreas-núcleo; e

III - uma ou várias zonas de transição, sem limites rígidos, onde o processo de ocupação e o manejo dos recursos
naturais são planejados e conduzidos de modo participativo e em bases sustentáveis.

§ 2º A Reserva da Biosfera é constituída por áreas de domínio público ou privado.

Art. 44. As ilhas oceânicas e costeiras destinam-se prioritariamente à proteção da natureza e sua destinação para fins
diversos deve ser precedida de autorização do órgão ambiental competente.

Art. 49. A área de uma unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral é considerada zona rural,
para os efeitos legais. #VAICAIR

Art. 57-A. O Poder Executivo estabelecerá os limites para o plantio de organismos geneticamente modificados nas
áreas que circundam as unidades de conservação até que seja fixada sua zona de amortecimento e aprovado o seu
respectivo Plano de Manejo.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica às Áreas de Proteção Ambiental e Reservas
de Particulares do Patrimônio Nacional. #VAICAIR

RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL

No Direito Ambiental, pelo menos desde 1981 a responsabilidade independe da existência de culpa. Isso
porque o § 1º do art. 14 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, expressamente determina que:

Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente
da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados
por sua atividade. O MP da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e
criminal, por danos causados ao meio ambiente.

Nesse sentido, a responsabilidade objetiva fundamenta-se na noção de risco social, que está implícito em
determinadas atividades, como na indústria, nos meios de transporte de massa, nas fontes de energia. Assim, a
responsabilidade objetiva, calcada na teoria do risco, é uma imputação atribuída por lei a determinadas pessoas
para ressarcirem os danos provocados por atividades exercidas no seu interesse e sob seu controle.

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A teoria do risco integral constitui uma modalidade extremada da teoria do risco em que o nexo cau-
sal é fortalecido de modo a não ser rompido pelo implemento das causas que normalmente o abalariam (v.g. culpa
da vítima; fato de terceiro, força maior). Essa modalidade é excepcional, sendo fundamento para hipóteses legais
em que o risco ensejado pela atividade econômica também é extremado, como ocorre com o dano nuclear
(art. 21, XXIII, “c”, da CF e Lei 6.453/1977). O mesmo ocorre com o dano ambiental (art. 225, caput e § 3º, da CF e
art. 14, § 1º, da Lei 6.938/1981), em face da crescente preocupação com o meio ambiente.

Tríplice responsabilidade em matéria ambiental: a responsabilização do poluidor, em decorrência de um único


dano ambiental, pode ser penal, civil e administrativa (art. 225,§3º, da CF).

Princípio 13 da Declaração do Rio: “os Estados deverão desenvolver a legislação nacional relativa à res-
ponsabilidade e à indenização referente às vítimas da contaminação e outros danos ambientais. Os Estados
deverão cooperar de maneira inteligente e mais decidida no preparo de novas leis internacionais sobre responsabili-
dade e indenização pelos efeitos adversos dos danos ambientais causados pelas atividades realizadas dentro de sua
jurisdição, ou sob seu controle, em zonas situadas fora de sua jurisdição”.

Conceito legal de poluidor: a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, diretamente ou
indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental (Lei 6.938/1981).

Degradação ambiental: expressão com acepção mais ampla que poluição, pois representa alteração adversa
das características do meio ambiente, enquanto a poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante
de atividades que, direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b)
criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as
condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões
ambientais estabelecidos (Lei 6.938/1981).

Poluição lícita e ilícita: A poluição poderá ser lícita ou ilícita. Ex: se uma pessoa desmata parte da vegetação de
sua fazenda amparada por regular licenciamento ambiental, haverá uma poluição lícita, pois realizada dentro dos
padrões de tolerância da legislação ambiental e com base em licença, o que exclui qualquer responsabilidade ad-
ministrativa ou criminal do poluidor. Contudo, mesmo a poluição lícita não exclui a responsabilidade civil do
poluidor na hipótese de geração de danos ambientais, pois a responsabilidade civil por danos ambientais não
é sancionatória; mas sim, reparatória.

Pessoa Jurídica de Direito Público como poluidora: a responsabilidade civil do Poder Público, em matéria am-
biental, pode decorrer de atos omissos ou comissivos. No caso de omissão do ente estatal no dever de fiscali-
zar as atividades poluidoras, a responsabilidade é objetiva e solidária (Nesse sentido: STJ, REsp 1.071.741 e STJ,
REsp 1.071.741-SP). Porém, a execução a responsabilização do Estado é subsidiária na hipótese de omissão de
cumprimento adequado do seu dever de fiscalizar que foi determinante para a concretização ou o agravamento
do dano causado pelo seu causador direto (STJ, REsp 1071741/SP). Intervenção de terceiros devedores solidários
(denunciação à lide ou chamamento ao processo): é vedada a denunciação da lide ou o chamamento ao processo
nos processos de reparação por danos ambientais, sendo necessário o ajuizamento de ação própria contra os co-
devedores ou responsáveis subsidiários (STJ, AgRg no Ag 1.213.458).

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*#SAINDODOFORNO: Súmula 618-STJ: A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação am-
biental.

Conceito de dano ambiental: prejuízo causado ao meio ambiente por uma ação ou omissão humana, que afe-
ta de modo negativo o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e, por consequência,
atinge, também de modo negativo, todas as pessoas, de maneira direta ou indireta. Em sentido amplo, o dano
ambiental é aquele que afeta todas as modalidades de meio ambiente (natural, artificial, cultural e laboral), ao pas-
so que o dano ambiental stricto sensu afeta os elementos bióticos e/ou abióticos da natureza, sendo denominado
puramente ecológico.

TIPOS DE DANO AMBIENTAL:

É aquele em que um ou alguns dos componentes naturais do


Dano Ecológico Puro
ecossistema é atingido de forma intensa.
Abrange todos os componentes do meio ambiente, inclusive
Quanto à Dano Ecológico Lato Sen-
o patrimônio cultural, protegendo-se, pois, o meio ambiente e
amplitude do su
todos os seus componentes, numa concepção unitária.
bem protegi-
do Atinge pessoas individualmente consideradas e incide sobre
Dano individual ambien- interesses próprios do lesado, pois o dano patrimonial ou ex-
tal ou reflexo trapatrimonial sofrido por uma pessoa, ou a doença contraída,
inclusive a morte, podem decorrer de degradação ambiental.
Diz respeito a interesses próprios, tanto os individuais quanto
Dano ambiental de repa-
os individuais homogêneos. O interesse que sofreu lesão será
rabilidade direta
indenizado diretamente.

Quanto à Re- Relaciona-se aos interesses difusos, coletivos e, eventualmente,


parabilidade individuais de dimensão coletiva. A reparação é dirigida prefe-
Dano ambiental de repa- rencialmente ao bem ambiental de interesse coletivo, conside-
rabilidade indireta rando-se a capacidade funcional ecológica e a de aproveita-
mento humano do meio ambiente. Não objetiva, pois, ressarcir
interesses próprios e pessoais.
Dano patrimonial am-
Incide sobre os bens materiais. Trata-se do dano material.
biental
Considerando É o dano moral ocasionado à sociedade e/ou decorrente de
à extensão do lesão ao meio ambiente. Abrange o dano ambiental extrapa-
dano Dano extrapatrimonial
trimonial coletivo (quando atingido o macrobem ambiental) e
ambiental
o dano ambiental extrapatrimonial reflexo, a título individual
(quando se referir ao microbem ambiental).
Dano ambiental de inte- À coletividade interessa preservar o macrobem ambiental para
Interesses ob- resse da coletividade as presentes e futuras gerações.
jetivados Dano ambiental de inte- Aquele que se reflete no interesse particular da pessoa, inclusi-
resse individual ve o de defender o macrobem, tutelado via ação popular.

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Inversão do ônus da prova: é possível a inversão do ônus da prova nas ações de reparação dos danos ambientais,
com base no interesse público da reparação, no princípio da precaução, e nos art. 6º, VIII, da Lei 8.078/1990 c/c
o art. 21 da Lei 7.347/1985 (STJ, REsp 972.902/RS).

Desconsideração da personalidade jurídica: No campo do Direito Ambiental, aplica-se a teoria menor no caso
de responsabilidade civil por dano ao meio ambiente (art. 4º da Lei 9.605/1998), ou seja, basta a mera prova de
insolvência da pessoa jurídica para o pagamento de suas obrigações, independentemente da existência de desvio
de finalidade ou de confusão patrimonial.

Natureza objetiva da responsabilidade civil em matéria ambiental: em regra, no ordenamento jurídico pátrio,
a responsabilidade civil é de cunho subjetivo, tendo por seu fundamento a culpa do causador de um dano (art.
186 do CC/2002). No caso de dano ambiental, a responsabilidade civil é objetiva, conforme o art. 14, §1º, da Lei
6938/1981, segundo o qual “[...] é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou
reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade.”.

Imprescritibilidade: por envolver direito fundamental, a pretensão reparatória ambiental não prescreve (STJ, REsp
647.493/2007).

Caráter punitivo da reparação civil por danos ambientais (punitive damages): não é possível conferir caráter
punitivo à reparação por danos causados ao meio ambiente, pois a responsabilidade civil por danos ao meio am-
biente prescinde de culpa e revestir a compensação de caráter punitivo propiciaria bis in idem, já que a punição
imediata é incumbência específica do direito administrativo e penal (STJ, REsp 1.354.536-SE, julgado em 26/03/2014).

Dano moral coletivo em matéria ambiental: é admissível o dano moral coletivo ambiental. O dano ao meio
ambiente, por ser bem público, gera repercussão geral, impondo conscientização coletiva à sua reparação, a fim de
resguardar o direito das futuras gerações a um meio ambiente ecologicamente equilibrado. O dano moral coletivo
ambiental atinge direitos de personalidade do grupo massificado, sendo desnecessária a demonstração de que a
coletividade sinta a dor, a repulsa, a indignação, tal qual fosse um indivíduo isolado (STJ, REsp 1269494/MG).

Obrigação propter rem: a obrigação de reparar o dano ambiental é propter rem, sendo o proprietário obrigado
a reparar o dano ambiental em seu prédio rústico, mesmo que não o tenha causado (STJ, RESP 1251697). O
Código Florestal também dispõe nesse mesmo sentido: “as obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e são
transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural” (art.
2º,§2º, da Lei 12651/2012).

Reparação in integrum: o princípio da reparação in integrum aplica-se ao dano ambiental. Com isso, a obrigação
de recuperar o meio ambiente degradado é compatível com a indenização pecuniária por eventuais prejuízos, até
sua restauração plena. Contudo, se quem degradou promoveu a restauração imediata e completa do bem lesado
ao status quo ante, em regra, não se fala em indenização. Nas demandas ambientais, por força dos princípios do
poluidor-pagador e da reparação in integrum, admite-se a condenação do réu, simultânea e agregadamente, em
obrigação de fazer, não fazer e indenizar. Aí se encontra típica obrigação cumulativa ou conjuntiva. Assim, na in-

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terpretação dos arts. 4º, VII, e 14, § 1º, da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/1981), e do art. 3º
da Lei 7.347/1985, a conjunção “ou” opera com valor aditivo, não introduz alternativa excludente. A cumulação de
obrigação de fazer, não fazer e pagar não configura bis in idem, porquanto a indenização, em vez de considerar
lesão específica já ecologicamente restaurada ou a ser restaurada, põe o foco em parcela do dano que, embora
causada pelo mesmo comportamento pretérito do agente, apresenta efeitos deletérios de cunho futuro, irreparável
ou intangível. (STJ, RESP 1198727).

Julgamento extra petita e demanda ambiental: em virtude do princípio do poluidor pagador, é lícito ao
julgador determinar medida não requerida na petição inicial (STJ,REsp 967.375-RJ).

PATRIMÔNIO GENÉTICO, BIOTECNOLOGIA E BIOSSEGURANÇA #PCPA

Nos termos do art. 7º, inciso XXIII, da LC 140/2011:

XXIII - gerir o patrimônio genético e o acesso ao conhecimento tradicional associado, respeitadas as atribuições se-
toriais; 

Considera-se patrimônio genético a informação de origem genética, contida em amostras do todo ou de


parte de espécime vegetal, fúngico, microbiano ou animal, na forma de moléculas e substâncias provenientes do
metabolismo destes seres vivos e de extratos obtidos de organismos vivos ou mortos, encontrados em condições
in situ, inclusive domesticados, ou mantidos em coleções ex situ, desde que coletados em condições in situ no ter-
ritório nacional, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva.

Já o conhecimento tradicional associado é definido como a informação ou prática individual ou coletiva


de comunidade indígena ou de comunidade local, com valor real ou potencial, associada ao patrimônio genético.

Por sua vez, o acesso ao patrimônio genético é a obtenção de amostra de componente do patrimônio
genético para fins de pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico ou bioprospecção, visando a sua aplicação
industrial ou de outra natureza, ao passo que o acesso ao conhecimento tradicional associado é a obtenção de in-
formação sobre conhecimento ou prática individual ou coletiva, associada ao patrimônio genético, de comunidade
indígena ou de comunidade local, para fins de pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico ou bioprospecção,
visando sua aplicação industrial ou de outra natureza.

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BIOSSEGURANÇA #PCPA

A Biossegurança é uma medida surgida no século XX, e, em sentido lato, consiste no conjunto de atividades
e técnicas utilizadas no controle e na minimização de riscos ao meio ambiente e à saúde humana advindos da
utilização de diferentes tecnologias.

ÓRGÃOS E ENTIDADES DE BIOSSEGURANÇA NO BRASIL

CONSELHO NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA – CNBS:

O Conselho Nacional de Biossegurança é órgão de assessoramento superior, vinculado ao Presidente da


República, e tem a missão básica de auxiliar a formulação e a implantação da Política Nacional de Biossegurança
(arts. 8º e 9º da Lei 11.105). Convém ponderar que, segundo a doutrina, tal órgão possui natureza política, e não
técnica.

As atribuições do conselho estão previstas no art. 8º da Lei 11.105, dentre as quais se destacam: fixar princí-
pios e diretrizes para a ação administrativa dos órgãos e entidades federais com competências sobre a matéria;
analisar, a pedido da CTNBio, quanto aos aspectos da conveniência e oportunidade socioeconômicas e do
interesse nacional, os pedidos de liberação para uso comercial de OGM e seus derivados; avocar e decidir,
em última e definitiva instância, com base em manifestação da CTNBio e, quando julgar necessário, dos órgãos
e entidades referidos no art. 16 desta Lei, no âmbito de suas competências, sobre os processos relativos a ativi-
dades que envolvam o uso comercial de OGM e seus derivados.

COMISSÃO TÉCNICA NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA - CTNBIO:

A CTNbio é a base do sistema de biossegurança e dela partem as principais decisões sobre o tema. A CT-
Nbio não tem personalidade jurídica, não sendo autarquia, fundação, empresa pública ou agência. Ela integra
a pessoa jurídica da União. Trata-se de um órgão eminentemente técnico integrante do Ministério da Ciência e
Tecnologia, sendo uma instância colegiada multidisciplinar de caráter consultivo e deliberativo, para prestar apoio
técnico e de assessoramento ao Governo Federal na formulação, atualização e implementação da PNB de OGM e
seus derivados, bem como no estabelecimento de normas técnicas de segurança e de pareceres técnicos referen-
tes à autorização para atividades que envolvam pesquisa e uso comercial de OGM e seus derivados, com base na
avaliação de seu risco zoofitossanitário, à saúde humana e ao meio ambiente.

COMISSÃO INTERNA DE BIOSSEGURANÇA – CIBIO:

Toda instituição que utilizar técnicas e métodos de engenharia genética ou realizar pesquisas com OGM e
seus derivados deverá criar uma Comissão Interna de Biossegurança - CIBio, além de indicar um técnico principal
responsável para cada projeto específico. Os critérios de funcionamento destas comissões são estabelecidos pena
CTNBio e as atribuições destas comissões estão previstas no art. 18 da lei.

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ÓRGÃOS E ENTIDADES DE REGISTRO FISCALIZAÇÃO:

A lei prevê que os órgãos e entidades de registro e fiscalização do Ministério da Saúde, do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Ministério do Meio Ambiente, e da Secretaria Especial de Aquicultura
e Pesca da Presidência da República possuem atribuições no sistema brasileiro de Biossegurança. Suas atribuições
possuem caráter meramente registrário e fiscalizatório, devendo sempre obedecer, as decisões técnicas da CTNBio,
as deliberações do CNBS e os mecanismos estabelecidos na Lei 11.105/05.

Cumpre destacar que, no exercício de atividade fiscalizatória, tais órgãos e entidades podem aplicar multas,
sendo o valor arrecado destinado aos próprios órgãos e entidades. Esta destinação destoa daquela prevista na Lei
9.605, onde o valor das multas aplicadas em decorrência de infrações ambientais é destinado ao Fundo Nacional
do Meio Ambiente.

RESPONSABILIDADE PENAL:

Foram previstos crimes no Cap. VIII, arts. 24 a 29, da Lei 11.105/2005; e, com o acréscimo da tipificação do art.
5º, § 3º, há sete crimes no total. Todos são crimes dolosos.

Art. 24. Utilizar embrião humano em desacordo com o que dispõe o art. 5o desta Lei:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Art. 25. Praticar engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano ou embrião humano:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 26. Realizar clonagem humana:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Art. 27. Liberar ou descartar OGM no meio ambiente, em desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio e
pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1o (VETADO)

§ 2o Agrava-se a pena:

I – de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço), se resultar dano à propriedade alheia;

II – de 1/3 (um terço) até a metade, se resultar dano ao meio ambiente;

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III – da metade até 2/3 (dois terços), se resultar lesão corporal de natureza grave em outrem;

IV – de 2/3 (dois terços) até o dobro, se resultar a morte de outrem.

Art. 28. Utilizar, comercializar, registrar, patentear e licenciar tecnologias genéticas de restrição do uso:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Art. 29. Produzir, armazenar, transportar, comercializar, importar ou exportar OGM ou seus derivados, sem autoriza-
ção ou em desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio e pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

BIODIVERSIDADE #PCPA

Em apertada síntese, biodiversidade pode ser conceituada como a variedade e a quantidade de espécies
de uma comunidade ou ecossistema.

A proteção à biodiversidade decorre da CF/88, art. 225, § 1º, II, que determina que o Poder Público e a co-
letividade devem preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do país e fiscalizar as entidades
dedicadas à pesquisa e manipulação do material genético.

Argumenta-se que as obrigações oriundas de normas sobre a biodiversidade são erga omnes, pois a pre-
servação desta é interesse comum da Comunidade Internacional. A biodiversidade representa recursos genéticos
insubstituíveis para prosperidade do planeta, fontes alimentícias, matéria farmacêutica e contribui para o equilíbrio
na biosfera. Além disso, é interesse da Comunidade Internacional que os recursos naturais sejam conservados para
o benefício da presente e das futuras gerações.

A UNCBD não aceita reservas e prevê que suas disposições devem prevalecer sobre tratados cujos dis-
positivos possam causar danos desnecessários à biodiversidade.

O Direito Internacional do Meio Ambiente apresenta mais de 400 tratados multilaterais que preveem, entre
outras, normas sobre a conservação da biodiversidade. Portanto, o caráter erga omnes de normas sobre a prote-
ção e preservação da biodiversidade é passível de comprovação, dada a grande aceitação dos documentos sobre
o assunto entre os Estados.

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BIOPIRATARIA: #PCPA

Biopirataria é a exploração, manipulação, exportação e/ou comercialização de recursos biológicos


contrariando as normas da CDB (Convenção sobre Diversidade Biológica, 1992). Em outras palavras, é a
apropriação indevida de recursos da fauna e da flora, levando à monopolização dos conhecimentos no que se
refere ao uso desses recursos.

Cabe ressaltar que, com a novel Lei 13.123/15, a biopirataria e outros atentados contra a biodiversidade são
sancionados administrativamente com penas de multa, advertência e apreensão (art. 27). Contudo, ainda não há
tipificação penal, entre nós, do crime de biopirataria.

LEI 11.516/2007 #PCPA

Artigos importantes:

Art. 1º Fica criado o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, autarquia
federal dotada de personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Mi-
nistério do Meio Ambiente, com a finalidade de:

I - executar ações da política nacional de unidades de conservação da natureza, referentes às atribuições federais
relativas à proposição, implantação, gestão, proteção, fiscalização e monitoramento das unidades de conservação
instituídas pela União;

II - executar as políticas relativas ao uso sustentável dos recursos naturais renováveis e ao apoio ao extrativismo e às
populações tradicionais nas unidades de conservação de uso sustentável instituídas pela União;

III - fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e conservação da biodiversidade e de edu-
cação ambiental;

IV - exercer o poder de polícia ambiental para a proteção das unidades de conservação instituídas pela União; e

V - promover e executar, em articulação com os demais órgãos e entidades envolvidos, programas recreacionais, de
uso público e de ecoturismo nas unidades de conservação, onde estas atividades sejam permitidas.

Parágrafo único. O disposto no inciso IV do caput deste artigo não exclui o exercício supletivo do poder de polícia
ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA.

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Art. 2o O Instituto Chico Mendes será administrado por 1 (um) Presidente e 4 (quatro) Diretores.

Art. 3o O patrimônio, os recursos orçamentários, extra-orçamentários e financeiros, o pessoal, os cargos e funções


vinculados ao Ibama, relacionados às finalidades elencadas no art. 1o desta Lei ficam transferidos para o Instituto
Chico Mendes, bem como os direitos, créditos e obrigações, decorrentes de lei, ato administrativo ou contrato, inclu-
sive as respectivas receitas.

Parágrafo único. Ato do Poder Executivo disciplinará a transição do patrimônio, dos recursos orçamentários, extra-
-orçamentários e financeiros, de pessoal, de cargos e funções, de direitos, créditos e obrigações, decorrentes de lei, ato
administrativo ou contrato, inclusive as respectivas receitas do Ibama para o Instituto Chico Mendes.

Crimes ambientais: recomendamos a leitura na PARTE DE LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL.

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