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Teoria Geral do Processo

Email: Johanesmoura.adv@gmail.com
Autor indicado para estudo: Antônio Carlos de Araújo Cintra.
Datas das atividades
> Intermediária - G1: (21/08)
 G1: (25/09)
> Intermediária - G2: (06/11)
 G2: (04/12) (Conteúdo cobrado será desde o início.)
 Sub: (11/12)
> Netaulas: São entregues fisicamente (30/09 e 11/11)
 Conceito de indisponibilidade e disponibilidade e 4 exemplos, dois de indisponibilidade e dois de
disponibilidade um na área civil e outro na área penal.
 Distinção entre jurisdição contenciosa e jurisdição voluntária.
> Aula magna: (09/08)

Direito Processual e Direito Material


> É como se divide o Direito.
> O estudante de Direito estuda para ser um operador do Direito.
Pilares do Direito Processual
1) Jurisdição
2) Ação
3) Processo

Aula – 01
(24/07/2017)
Sociedade e Tutela Jurídica
Sociedade e Direito
> Não se trata somente do Direito positivo.
> Homem é um ser social por esse motivo necessita do Direito para regular as relações sociais.
> Sem regra vigora a lei do mais forte. (Autotutela ou Autodefesa)
Conflito e insatisfação
> Insatisfação é um fato social que gera conflitos que por sua vez são resolvidos pelo Estado.
> Nosso ordenamento veda o "Exercício regular das próprias razões.
> O Estado é o juiz que vai pacificar os conflitos através do exercício da "Jurisdição".
Autotutela à jurisdição
> Autotuela: Conflitos resolvidos a força vencia o mais forte.
> Autocomposição: As partes resolviam os conflitos com base na:
 Desistência
 Submissão
 Transação
Obs.: Autocomposição é pré Romano, porém existe até hoje.
> Séc. III d.C foi introduzido a jurisdição privada.
> Atualmente utilizamos a Jurisdição Pública onde a atividade central do Estado é pacificadora, ou seja, o
Estado tem de decidir imperativamente e impor suas decisões, com a finalidade de alcançar a justiça e o bem
comum. Sendo assim o Estado está obrigado a prestar a tutela jurisdicional.
Obs.: A pacificação é a atividade central da tutela jurisdicional do Estado, que possuí como objetivo a
justiça.
Sociedade e Tutela Jurídica (Livro)

1) Sociedade e direito
> Não há sociedade sem direito: ubi societas ibi jus.
> Relação entre sociedade e direito.
 A função que o direito exerce sobre a sociedade é ordenadora, isto é, de coordenação dos interesses
que se manifestam na vida social, de modo a organizar a cooperação entre pessoas e compor os
conflitos que se verificarem entre os seus membros.
> A ordem jurídica possuí como tarefa harmonizar as relações sociais, sem muitos desgastes e sacrifícios,
seguindo os critérios do justo e do equitativo.
> Direito é um conjunto de instrumentos de que a sociedade dispõe para resoluções de seus conflitos de
forma mais eficaz. (Utilizado no tempo moderno como controle social).
2) Conflitos e insatisfação
> A existência do direito não é suficiente para evitar ou eliminar os conflitos. A insatisfação é sempre um
fator anti-social, independentemente de a pessoa ter ou não ter direito ao bem pretendido. As pessoas perante
o bem pretendido e perante o próprio direito é sempre motivo de angústia e tensão individual e social.
> Eliminação dos conflitos ocorrentes na vida em sociedade:
 Pode-se verificar por obra de um ou de ambos os sujeitos dos interesses conflitantes. Um dos sujeitos
ou cada um deles consente no sacrifício total ou parcial do próprio interesse (Autocomposição) ou
impõe o sacrifício do interesse alheio (autodefesa ou autotutela).
 Por ato de terceiro, enquadram-se a defesa de terceiro, a conciliação, a mediação e o processo
(estatal ou arbitral)
3) da autotutela à jurisdição
> Para pôr fim a um conflito é preciso chamar o Estado-juiz, que dirá qual a vontade do ordenamento
jurídico para o caso concreto através de uma (LIDE = Processo).
> Antigamente não era assim a própria repressão aos atos criminosos se fazia em regime de vingança
privada e, quando o Estado chamou para si o “jus punitionis”, ele o exerceu inicialmente mediante seus
próprios critérios e decisões, sem a interposição de órgãos ou pessoas imparciais independentes e
desinteressadas “Princípio da imparcialidade não era respeitado”. (Autotutela ou autodefesa) era precária e
aleatória, pois não garantia a justiça, mas a vitória do mais forte, mais astuto ou mais ousado sobre o mais
fraco ou mais tímido.
 Principais características da (autotutela)
1) Ausência de juiz distinto das partes.
2) Imposição da decisão por uma das partes á outra.
> Além da "autotutela" outra forma de resolver os conflitos de forma primitiva era com a "autocomposição"
a qual, de resto, perdura residualmente no direito moderno. Uma das partes em conflito, ou ambas, abrem
mão do interesse ou de parte dele.
 Autocomposição possuí três formas que existem até hoje:
a) Desistência: renúncia a pretensão.
b) Submissão: renúncia à resistência oferecida à pretensão.
c) Transação: concessão recíproca.
Obs.: Dependem da vontade e da atividade de uma ou de ambas as partes envolvidas. (Parcial = por
ato das próprias partes)
> O direito romano arcaico (das origens do direito romano até ao século II a.C, sendo dessa época a Lei das
XII tábuas), já o Estado participava, na medida da autoridade então conseguia perante os indivíduos, dessas
atividades destinadas a indicar qual o preceito a preponderar no caso concreto de um conflito de interesses.
Surge então o legislador (a Lei das XII tábuas, do ano 450 a.C, é um marco histórico fundamental dessa
época).
> A partir do século III d.C quando o Estado se tornou mais forte e começou proferir sentença inclusive, ao
invés de nomear ou aceitar a nomeação de um árbitro que fizesse. Esse período ficou conhecido como
"cognitio extra ordinem". Saiu da justiça privada e foi para justiça pública onde o Estado impõem-se sobre
os particulares e, prescindindo da voluntária submissão destes, impõe-lhes autoritativamente a sua solução
para os conflitos de interesses. (Juízes estatais examinam as pretensões e resolvem os conflitos dá-se o nome
de jurisdição.
> Pela jurisdição, como se vê, os juízes agem em substituição ás partes, que não podem fazer justiça com as
próprias mãos. (Vedada a autodefesa).
> Antes de o Estado conquistar para si o poder de declarar qual o direito no caso concreto e promover a sua
realização prática (jurisdição) houve três fases distintas:
 Autotutela
 Arbritagem facultativa
 Arbritagem obrigatória
 A autocompisção, forma de solução parcial dos conflitos, é tão antiga quanto a autotuela.

Meios Alternativos para resolução dos conflitos


> Trata-se dos meios alternativos de que se cuida no presente item, representados particularmente pela
conciliação e pelo arbitramento. A primeira característica dessas vertentes alternativas é a ruptura com o
formalismo processual. Desformalização é uma tendência, quando se trata de dar pronta solução dos litígios,
mas continua sendo célere. A gratuidade é uma característica marcante quando se trata em levar justiça a
todos. Os meios informais gratuitos ou baratos são obviamente mais acessíveis a todos e mais céleres. Outro
meio de pacificação social é também a delegalização, caracteriza-se por amplas margens de liberdade nas
soluções não-jurisdicionais (juízos de equidade e não juízos de direito, como no processo jurisdicional.
Direitos disponíveis ou indisponíveis vão sendo incrementados os meios alternativos de pacificação social
representados essencialmente pela conciliação, mediação e arbitragem. Conciliação já citada na Constituição
imperial brasileira exigia que fosse tentado antes de todo o processo, o juiz tratando-se de causas versando
direitos disponíveis, tentará a solução conciliatória antes de definir os pontos controvertidos a serem
provados. A mediação assemelha-se à conciliação: os interessados utilizam a intermidação de um terceiro,
particular, para chegarem à pacificação de seu conflito. Distingue-se dela somente porque a conciliação
busca sobretudo o acordo entre as partes, enquanto a mediação objetiva trabalha o conflito, surgindo o
acordo como mera conseqüência. A arbitragem, tradicionalmente regida pela lei material e pelo código de
processo Civil, era um instituto em desuso no direito brasileiro, mas com advento da Lei das Pequenas
Causas e a Lei de Arbitragem, ela ganhou nova força e vigor, em alguma medida, vai passando a ser
utilizada efetivamente como meio alternativo para a pacificação de pessoas em conflito.

Aula – 02
(31/07/2017)
As Funções do Estado Moderno
> Tripartição do poder exercido por entes distintos, mas onde um fiscaliza o outro.
Obs.: Estado liberal é o primeiro estado que surge.
> Reforma do Estado a partir de 1600.
> O Estado moderno passou por três fases:
 Estado Absolutista.
 Estado Liberal.
 Estado Social. (Well fare State)
> Estado Social: Atraiu para si o poder jurisdicional do Estado (Auto-tutela jurisdicional) que tinha como
objetivo a resolução pacífica dos conflitos com o intuito de se alcançar a justiça.

Direito Material X Direito Processual = Teoria Dualista do ordenamento jurídico.


> Direito Processual:
 É uno, mas se subdivide nos ramos do direito processual.
 Complexo de normas e princípios que regem tal método de trabalho, ou seja, o exercício conjugado
da jurisdição pelo Estado-juiz, da ação pelo demandante e da defesa pelo demandado.
 Instrumento meio para aplicação do direito material, para alcançar a justiça.
 Direito processual do ponto de vista da sua função jurídica, um instrumento a serviço do direito
material todos os seus institutos básicos (jurisdição, ação, exceção, processo) são concebidos e
justificam-se no quadro das instituições do Estado pela necessidade de garantir a autoridade do
ordenamento jurídico. O objeto do direito processual reside precisamente nesses institutos e eles
concorrem decisivamente para dar-lhe sua própria individualidade e distingui-lo do direito material.
> Direito Material: Dita as regras abstratas e estas tornam-se concretas no exato momento em que ocorre o
fato enquadrado em suas previsões , automaticamente, sem qualquer participação do juiz.
 É um conjunto de princípios e normas que disciplina as relações jurídicas referentes a bens e
utilidades da vida.
 Corpo de normas que disciplinam as relações jurídicas referentes a bens e utilidades da vida (direito
civil, penal, administrativo, comercial, tributário, trabalhista etc.
Princípios da Teoria Geral do Processo
> Conceito: São preceitos fundamentais que dão forma e caráter ao direito processual, iluminando a
aplicação do direito processual.
1. Imparcialidade do Juiz: ausência de interesse na causa ou de beneficiar esta ou aquela parte. O juiz
coloca-se entre as partes e acima delas: esta é a primeira condição para que possa exercer sua função dentro
do processo. A imparcialidade do juiz é requisito de validade do processo.
 Obs.: A suspensão e o impedimento são dois instrumentos que garante a imparcialidade do juízo.
 CF/88, Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II,
153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos
do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
 Juiz natural: veda o juiz de exceção, ou seja, deve haver um juiz pré-constituído para julgar
determinada causa.
 Tribunal ou juiz de exceção são constituídos para julgamentos pós-fatos e isso é proibido no Brasil.
Aos tribunais de exceção instituídos para contingências particulares, contrapõe-se o juiz natural, pré-
constituído pela constituição e por lei.
 As modernas tendências sobre o princípio do juiz natural nele englobam a proibição de subtrair o juiz
constitucionalmente competente. Desse modo, a garantia desdobra-se em três:
> Só são órgãos jurisdicionais os instituídos pela constituição.
> Ninguém pode ser julgado por órgão constituído após a ocorrência do fato.
> Entre os juízes pré-constituídos vira uma ordem taxativa de competência que excluí
qualquer alternativa deferida á discricionariedade quem quer que seja.

2. Igualdade – As partes e os procuradores devem merecer tratamento igualitário, para que tenham as
mesmas oportunidades de fazer valer em juízo suas próprias razões.
 Art. 125, inciso I, do código civil proclama que compete ao juiz “assegurar às partes igualdade de
tratamento”; e o art. 90 determina que se dê curador especial ao incapaz que não o tenha (ou cujos
interesses colidam com os do representante) e ao réu preso, bem como ao revel citado por edital ou
com hora-certa. No processo penal, ao réu revel é dado defensor dativo e nenhum advogado pode
recusar a defesa crimanal.
 Como regra é a igualdade formal “Art. 5º CF, Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:”
 Exceção igualdade material “Tratar os iguais com igualdade e os desiguais com desigualdade na
medida de suas desigualdades.
Ex.: Art. 180 CPC: O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que
terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1o.
> MP é o fiscal da lei e extremamente demandado por isso ele possuí prazo em dobro “Custus
Legis”
 Obs.: No processo penal o princípio da igualdade é atenuado pelo favor rei (réu).
3. Devido processo legal
 Entende-se, com essa fórmula, o conjunto de garantias constitucionais que, de um lado, asseguram às
partes o exercício de suas faculdades e poderes processuais e, do outro, são indispensáveis ao correto
exercício da jurisdição.
 Compreende-se modernamente na cláusula do devido processo legal “ninguém será privado de sua
liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.
 Consiste na imprescindibilidade/necessidade de se aplicar todas as garantias processuais.
 Carta magna do João sem terra.
> Segurança de que as garantias processuais seriam respeitadas.
4. Da ação
 Garante ao indivíduo o direito de instigar o poder judiciário e com isso o Estado tem o dever de
prestar a tutela jurisdicional. Indica a atribuição à parte da iniciativa de provocar o exercício da
função jurisdicional, visando à satisfação de uma pretensão.
 A jurisdição é inerte e para sua movimentação, exige a provocação do interessado. É isto que
denomina se o princípio da ação: Nemo judex sine actore.
5. Da defesa
 O Estado deve garantir o direito de defesa.
6. Inafastabilidade do controle jurisdicional
 O Estado está obrigado a prestar a tutela jurisdicional, não podendo se eximir do seu dever de julgar
os conflitos.
7. Inércia
 O Estado juiz para prestar a tutela jurisdicional precisa ser provocado, não podendo agir de ofício
dessa forma assegura o princípio da imparcialidade.
8. Impulso oficial
 Uma vez iniciada a ação o Estado juiz é obrigado a tocar o processo até o fim, movendo o processo
de fase em fase até prestar a tutela jurisdicional.
 É o princípio pelo qual compete ao juiz, uma vez instaurada a relação processual, o procedimento de
fase em fase, até exaurir a função jurisdicional.
Aula – 03
Continuação da Aula - 02
(07/08/2017)

9. Persuasão racional do juiz


 O juiz a partir das provas produzidas no processo ele tem a liberdade para formar a sua convicção.
 Regula a apreciação e avaliação das provas existentes nos autos, podendo valorá-las de acordo com a
persuasão racional.
 Obs.: Através da motivação do Juiz que as partes se tornam protegidas, para recorrer de suas
decisões nos órgãos colegiados.
10. Motivação das decisões judiciais
 Obriga o juiz a expor os motivos da suas decisões, para proteger as partes envolvidas no processo,
com a finalidade de aferir-se em concreto a imparcialidade do juiz e a legalidade e justiça das
decisões.
 Obs.: É o pré-requesito para admissibilidade de recurso extraordinário.
 Toda sentença possuí:
> Relatório
> Fundamentação
> Dispositivo
11. Contraditório
 O direito que as partes têm de tomar ciência da pratica de atos sociais praticados pelas partes ou pelo
juízo. A bilateralidade da ação gera a bilateralidade no processo. Em todo processo contencioso há
pelo menos duas partes: autor e réu. O autor (demandante) instaura a relação processual, invocando a
tutela jurisdicional, mas a relação processual só se completa e põe-se em condições de preparar o
provimento judicial com o chamamento do réu a juízo.
 O juiz por força do dever de imparcialidade coloca-se entre as partes, mas eqüidistante delas:
ouvindo uma, não pode deixar de ouvir a outra; somente assim se dará a ambas a possibilidade de
expor suas razões, de apresentar suas provas, de influir sobre a convencimento do juiz.
 Formas de informar a pratica de atos processuais.
> Citação: É a comunicação inicial a parte ré de que existe um processo sendo movido em seu
desfavor, o convidando para se defender dos fatos que contra ele está sendo citado.
> Intimação: A informação da pratica de atos processuais praticados no processo. É utilizado nas de
mais comunicações que já foram iniciadas pela “citação”.
Obs.: Notificação: É muito utilizado em D.Trabalho.
 Obs.: A falta de comunicação pode gerar nulidade absoluta do processo.
 Obs.: Ainda que o réu seja revel e tenha sido, citado por edital ou hora certo, a ele será garantido um
defensor, para que o processo não seja anulado.
12. Disponibilidade e indisponibilidade
 Disponibilidade - O ato pelo qual fica configurada a possibilidade de apresentar ou não, sua
pretensão em juízo, bem como de apresentá-la de maneira que melhor lhe aprouver e renunciar a ela
ou a certas situações processuais.
Obs.: Regra no processo civil, pois lidamos com o direito material disponível, mas quando o direito
for indisponível na seara penal ou cível não será facultada essa liberdade a parte.
Obs.: Princípio da indisponibilidade vigora no direito processual penal.
 Indisponibilidade – É quando o interesse público prevalece sobre o privado, sendo assim não tem
como o direito ser renunciado, pois envolve o interesse da coletividade. O princípio da
indisponibilidade prevalece no processo criminal, o crime é uma lesão irreparável ao interesse
coletivo e a pena é realmente reclamada, para a restauração da ordem jurídica violada.
 Obs.: Direito processual penal vigora o princípio da indisponibilidade.
13. Princípio do dublo grau de jurisdição
 Indica a possibilidade de revisão, por via de recurso, das causas já julgadas pelo juiz de primeiro
grau (primeira instancia), que corresponde à denominação jurisdição inferior.
 Decisão de um órgão monocrático é sentença, mas a de um órgão colegiado é acórdão.
 Decisão de segunda instancia são consideradas mais acertadas, pois são mais pessoas julgando o caso
e possuí pessoas com mais experiência.
 Está ligado com o princípio da motivação das decisões.
14. Dispositivo – Informa que o juiz depende na instrução da causa da iniciativa das partas quanto às provas
e as legações em que se fundamentará sua decisão. Cabe as partes trazer aos autos às provas em relação
aquilo que foi alegado e com base nessas provas que o juiz decidirá.
Obs.: As provas são produzidas pelas partes, mas pertencem ao juiz.
15. Livre investigação das provas
 Art. 370 CPC: Juiz pode solicitar provas de ofício e não irá afrontar o princípio da imparcialidade
do juiz.
 Principio da verdade formal: Muita ocorrência no processo civil. O juiz julga conforme as provas
carreadas aos autos.
 Princípio da verdade real: Muita ocorrência no processo penal. Não basta as provas está nos autos
é preciso haver a busca da verdade. É por isso que alguém pode ser inocentado por falta de provas.
16. Publicidade – Constitui uma preciosa garantia do indivíduo no tocante ao exercício da jurisdição. A
presença do público nas audiências e a possibilidade do exame dos autos por qualquer pessoa representam o
mais seguro instrumento de fiscalização popular sobre a obra dos magistrados, promotores públicos e
advogados. Em última análise o povo é o juiz dos juízes.
 Os atos do poder público de uma forma geral precisão ser publicado. Art. 37 CF.
 Como regra os atos praticados e as decisões no âmbito do processo são público.
Exceção
> Segredo de justiça
 Em regra geral da publicidade dos atos processuais encontra exceção nos casos em que o decoro ou o
interesse social aconselhem que eles não sejam divulgados.

Atividade – Deixar no caderno.


 Resenha sobre a tutela constitucional do processo.
 Relação entre direito processual e direito constitucional.

Aula 04
(14/08/17)

Objeto da norma processual (Página 95)


> O objeto das normas processuais é a disciplina do modo processual de resolver os conflitos e controvérsias
mediante a atribuição ao juiz dos poderes necessários para resolvê-los e, às partes, de faculdades e podres
destinados à eficientes defesa de seus direitos, além da correlativa sujeição à autoridade exercida pelo juiz.
> Fornecer os instrumentos necessários para resolução dos conflitos entre as partes e para o juiz é dado o
poder.

Fontes do direito processual (Página 98)


> Material: Conjunto de elementos e fatores psicológicos, sociológicos, ambientais, culturais e políticos
que levam a necessidade da criação da norma. (Extra-jurídico)
> Formal: Aonde encontramos a norma positivada
 No direito processual se encontra na constituição federal, nos códigos de processo penal e civil.

Eficácia da lei processual no espaço e tempo (página 103)


> Eficácia é a capacidade que a norma tem de produzir efeitos.
> Eficácia temporal – âmbito civil e penal CPC. Art. 14.  A norma processual não retroagirá (Ex nunc) e
será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as
situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. (Tempus regit actum)
 A lei que se aplica é a do momento da realização do ato processual formal, e não a do tempo que o
ato material se deu.
 E se o processo já estiver em andamento? Existem três correntes e uma for adotada pelo Brasil.
1. Unidade processual – Não é aplicada em nosso ordenamento jurídico.
2. Fases processuais – Também não é aplicada em nosso ordenamento.
3. Isolamento dos atos processuais – Essa teoria foi adotada no Brasil, art. 14, CPC.
> Isolamento dos atos processuais, com o advento de uma nova norma processual, aplicar-se-á nas
fases do processo em andamento que ainda não foram realizadas.

> Eficácia territorial/espacial – Em regra se aplica o princípio da territorialidade seja no âmbito civil ou
penal.
 CPC. Art. 13.  A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as
disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil
seja parte.

Pilares do TGP (Jurisdição / Ação / Processo)


Jurisdição (Página 147) – É uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos
interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que os envolve, com a justiça.
O Estado desempenha essa função sempre mediante o processo, seja expressando imperativamente o
preceito (através de uma sentença de mérito), seja realizando no mundo das coisas o que o preceito
estabelece (através da execução forçada).
 Função do Estado: ocorreu quando o estado atraiu para si, o monopólio da justiça.
O Estado moderno quando é criado ele atraí para si o poder estatal e o exerce através de três funções:
> Função legislativa
> Função executiva
> Função jurisdicional
 Substituição aos titulares – na resolução dos conflitos, evitando a imposição da força pelas partes.
 Imparcialidade – o Estado não tem interesse no objeto da causa, nem de favorecer um ou o outro.
 Pacificação do conflito – objetivo central do Estado é pacificar através do direito os conflitos
visando à justiça.
 Justiça – é alcançada quando o conflito é resolvido de forma pacifica através da aplicação do direito.
> A jurisdição dividi-se em:
 Como poder, é manifestação do poder estatal, conceituado como capacidade de decidir
imperativamente e impor decisões.
 Como função expressa o encargo que tem os órgãos estatais de promover a pacificação de conflitos
interindividuais, mediante a realização do direito justo e através do processo.
 Como atividade ela é o complexo de atos do juiz no processo, exercendo o poder e cumprindo a
função que a lei lhe comete.
Características da jurisdição
> Substitutivo: O Estado na resolução dos conflitos ele substitui as partes e entrega ao titular o que lhe for
de direito. É o Estado juiz que resolve o conflito e não as partes, mas ultimamente o Estado tem incentivado
as partes a resolver os conflitos através da mediação, arbitragem e auto-composição sem a utilização da
força.
> LIDE: (Processo): São os conflitos que chegam ao Estado juiz em outras palavras é conhecimento do
judiciário através da petição inicial.
Obs.: Jurisdição contenciosa existe LIDE, na jurisdição voluntária não há LIDE.
> Inércia: o Estado para a prestação da tutela jurisdicional precisa ser provocado, não podendo agir de
ofício.
> Definitividade: quando a decisão se tornar imutável, ou seja, coisa julgada material.
> Escopo/objetivo jurídico da atuação do direito:
 Realização do direito material.
 Ordenamento jurídico preservado em sua autoridade.
 Paz e a ordem na sociedade pela imposição da vontade do Estado.
Espécies de jurisdição - Obs.: Jurisdição é uno, indivisível, mas ela pode ser classificada.
> Cível – tudo aquilo que não for da jurisdição penal.
> Penal – competência para julgar somente causas penais.
> Especial – jurisdição que tem competência para julgar as matérias eleitoral, trabalhista, militar.
> Comum – julga tudo aquilo que não for eleitoral, trabalhista e militar.
> Superior – Tribunais superiores e o STF
 Justiça comum: STJ
 Justiça especial: TSE, TST, STM
> Inferior
 Justiça comum:
> Federal: TRF, Juiz Federal
> Estadual: TJ, Juiz Estadual
 Justiça especial: TRE, TRT, Juiz Eleitoral, Juiz do trabalho.
Obs.: Quando um tribunal tem competência para julgar originariamente, então será considerado jurisdição
inferior e o tribunal recursal jurisdição superior. Julgar originariamente é quando um órgão seja ele
colegiado ou não tem a competência de julgar em primeira instância.

Aula 05
(21/08/17)

Princípios jurisdicionais
> Inércia da jurisdição
> Juiz natural
> Investidura – Para alguém exercer a atividade jurisdicional é preciso que este indivíduo seja investido
devidamente, legalmente pelo Estado para desempenhar a função jurisdicional.
 Uma sentença prolatada por alguém que não foi devidamente investida no cargo de juiz será
considerado um ato inexistente.
 Uma sentença prolatada por um juiz incompetente leva a nulidade absoluta do processo.
> Aderência ao território: todo órgão jurisdicional possuí uma base geográfica onde exerce a sua
jurisdição.
 Jurisdição é exercida em todo o território nacional, mas sofre limitações e dividi a competência
dentro do território nacional onde cada juiz ou órgão colegiado irá exercer seu poder jurisdicional.
> Indelegabilidade: os órgãos jurisdicionais não podem delegar a prestação da tutela jurisdicional a outros
órgãos. Sendo assim só o poder judiciário pode exercer a sua função típica jurisdicional, não podendo
transmiti-la a outros poderes sua competência que foi delegada por lei.
> Inafastabilidade da prestação jurisdição: uma vez o poder judiciário provocada, ele está obrigado a
prestar a tutela jurisdicional.
> Inevitabilidade: as autoridades dos órgãos jurisdicionais se empoem independentemente da vontade das
partes depois de homologada a decisão.

Aula – 06
(04/09/17)

Poder Judiciário (Página 173)


> O Estado exerce a jurisdição através de seus órgãos julgadores.
> O judiciário não tem a importância política dos outros poderes, mas ocupa um lugar de destaque entre os
demais, quando encarados pelo ângulo das liberdades e dos direitos individuais e sociais, de que constitui a
principal garantia.
> Jurisdição é uma, assim como uma é a sua função precípua – a jurisdição – por apresentar sempre o
mesmo conteúdo e a mesma finalidade. Por outro lado, a eficácia especial da lei a ser aplicada pelo
judiciário deve coincidir em princípios com os limites espaciais de competência desde, em obediência ao
princípio una Lex, uma jurisdictio. Daí decorre a unidade funcional do poder judiciário.

Independência do poder judiciário:


 A posição do Poder Judiciário, como guardião das liberdades e direitos individuais, só pode ser
preservada através de sua independência e imparcialidade.

Garantias constitucionais:
> Independência política – o Poder judiciário é entendido com um todo, servindo para resguardá-lo da
influência de outros poderes; outras concernem diretamente aos órgãos do Judiciário e particularmente a
seus juízes, a qual se manifesta no autogoverno da Magistratura, nas garantias da vitaliciedade, da
inamovibilidade e irredutibilidade de vencimento e na vedação do exercício de determinadas atividades, que
garantem às partes a imparcialidade do Juiz.
> Independência jurídica dos juízes – retira os magistrados de qualquer subordinação hierárquica no
desempenho de suas atividades funcionais; o juiz subordina-se somente à lei, sendo inteiramente livre da
formação de seu convencimento e na observância dos ditames de sua consciência.
> Garantias institucionais: protege o próprio poder.
 Autonomia orgânica administrativa – Art. 96, I a III.
Art. 96. Compete privativamente:
I - aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de
processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento
dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando
pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169,
parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim
definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes
forem imediatamente vinculados;
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao
Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes
forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos
tribunais inferiores, onde houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como
os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a
competência da Justiça Eleitoral.
 Autonomia administrativa financeira e orçamentária – Art. 99 parágrafos 10 ao 50.
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados
conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores,
com a aprovação dos respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de
Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro
do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente,
ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os
limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins
de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a
assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias,
exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
> Garantias funcionais: protegem os membros do poder judiciário – art. 95
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a
perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos
demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
(Inamovibilidade garante que o juiz não seja movido sem a sua anuência, salvo por interesse público,
com a decisão com maioria absoluta dos membros dos tribunais.)
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III,
e 153,§ 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos juízes é vedado: (Vedações garantem a proteção da sociedade)
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas
ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
Obs.: Vedação filiação partidária aplica-se aos membros do MP, salvo os que entraram antes da CF88.

Quinto constitucional. Art. 94


> O quinto constitucional é uma forma de ingresso na carreira de juiz sem a necessidade de aprovação no
concurso público da magistratura. Veja o que diz o artigo 94 da CF:
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito
Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e
de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade
profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo,
que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.

Pleno/órgão especial
> Art. 93, XI, nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão
especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições
administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas
por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno;
> Os tribunais possuem duas espécies de órgãos
 Fracionário
 Pleno + 25 membros fará um órgão especial.

Aula – 07
(11/09/2017)

Competência – Página 248 do livro.


> Conjunto de regras que estabelece um limite para o exercício da jurisdição.
> Competência como medida da jurisdição (cada órgão só exerce a jurisdição dentro da medida que lhe
fixam as regras sobre competência.
 Jurisdição é exercida por todos os órgãos do poder judiciário, porém cada um a exerce dentro de suas
competências, ou seja, dentro dos limites previstos em lei.
> Conceitos
 Clássico: Competência é a medida da jurisdição.
 Liabman: Consiste na quantidade de jurisdição cujo exercício é atribuído a cada órgão ou grupo de
órgãos do poder judiciário.
 Alexandre Freitas. Câmara: Conjunto de limites dentro dos quais cada órgão do poder judiciário
pode exercer legitimamente a função jurisdicional.
> Princípios para fixação da competência
 Indisponibilidade: o órgão que recebe a incumbência de exercer a atividade jurisdicional, não pode
ser disposto, ou seja, o órgão não pode abrir a mão dela. Só a lei pode fazer isso.
 Tipicidade: como regra geral é a lei que fixa a competência dos órgãos.
 Obs.: Se a lei cria a competência só a lei pode dispor dela e não o órgão.
> Distribuição da competência
 Tarefa legislativa
> Constituição Federal
> Lei ordinária
> Lei orgânica do poder judiciário
> Exemplo de competência
Art. CF 102, 105
 Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
lhe: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe:
 Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
Art. 43 CPC. “Leitura minuciosa”
 Art. 43.  Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial,
sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo
quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.
> Competência originária (257)
 Conhecer e julgar as causas
 Em regra é dos órgãos inferiores (órgãos judiciários de primeiro grau de jurisdição, ou de primeira
instância.
> Competência derivada
 Conhecer e julgar as causas de forma recursal.
 Exemplo causas que possuem foro por prerrogativa de função. São julgados pelo tribunais, segundo
grau de jurisdição, ou segunda instância.
Obs.: Há alguns casos que os tribunais detêm competências originárias.

Aula – 08
(18/09/17)

Processo de fixação de competência


> Em razão da matéria. (Em regra é absoluta)
 Na área civil é aplicada por exclusão, ou seja, tudo que não for penal é civil.
> Em razão do valor da causa. (Em regra é relativa) – indica se é juizado especial ou comum.
 Fixa a competência ou a afasta.
 Exemplos
> Justiça Estadual: as causas no valor de até 40 salários mínimos poderão ser ajuizadas no juizado
especial civil.
> Justiça Federal: as causas no valor de até 60 salários mínimos poderão ser ajuizadas no juizado
especial civil.
 Valor da causa é indicar o quanto vale a causa.
> Em razão da qualidade de uma das partes. (Em regra é absoluta) – indica se é justiça federal ou estadual.
 Pode ser justiça Estadual ou Federal.
 Ex. Quando uma das partes for a União ou ela tiver interesse é competência da justiça federal, caso
contrário é estadual.
> Em relação a critério funcional (Em regra é absoluta) – Indica aonde será protocolizada a causa, ou seja, se
é primeira instancia ou recursal.
 Em regra são os órgãos de primeira instancia que possuí competência originária.
> Em razão do critério territorial. (Em regra é relativa)– indica a comarca que deve ser protocolizada as
ações. Art. 48 até 53 CPC.
Obs.: Todos esses critérios são utilizados de forma concomitante e como regra, podem ser classificados
como absolutos ou relativos.
Etapas para fixação
1. Fixa se o Brasil pode ou não prestar a sua tutela jurisdicional em determinada causa: Art. 21 ao 23 CPC.
 Jurisdição concorrente (Arts. 21 e 22, CPC)
Art. 21.  Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único.  Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa
jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
Art. 22.  Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda
ou obtenção de benefícios econômicos;
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no
Brasil;
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
 Jurisdição exclusiva (Art. 23, CPC)
Art. 23.  Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao
inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens
situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do
território nacional.
> Trata da possibilidade da atuação da jurisdição brasileira, embora seja uma etapa de fixação de
competência, não se confunde com a mesma, pois o Brasil é competente. Nessa etapa nós analisamos se a
Jurisdição Brasileira será aplicada ou não. Arts. 21 ao 25, CPC.
2. Definição da competência constitucional, pois é ela quem vai dizer quem é o competente para julgar
determinada causa. Art. 102, 105, 108, 109, 114 CF.
 A justiça estadual é residual/remanescentes.
3. É a aplicação do processo de fixação.
 Em razão da matéria.
 Em razão do valor da causa.
 Em razão da qualidade de uma das partes.
 Em relação a critério funcional.
 Em razão do critério territorial.

A competência dividi-se em:


> Absoluta: são regras criadas para atender o interesse público e podem ser conhecidas de ofício pelo juiz a
qualquer tempo. Os atos praticados pelo juiz incompetente são considerados nulos.
> Relativa: são regras criadas para atender o interesse particular, não podem ser conhecidas de ofício pelo
juiz. Os atos praticados pelo juiz incompetente poderão ser anulados, caso fique comprovado prejuízo a
outra parte (convalidados). Preclusão perda do direito da praticar determinado ato processual, ou seja, argui
em outro momento a incompetência relativa do juízo.

Atividade G2 – Tome-se ação indenizatória movida em face do estado do RJ, no fórum interiorano de São
Eustaquio, juízo único (vara única), dizendo respeito a fatos lá ocorridos. O Estado é citado e vem aos autos
sustentar que a causa deveria tramitar no forum da capital, perante um dos juízos de fazenda publicada
capital, que teria competência absoluta para a causa. O juiz São Eustaquio deverá acolher a alegação do
Estado e declinar de sua competência?
Recurso Especial do STJ – 192896 de Relatoria do Ministro Milton Luiz Pereira.

A consideração dos interesses dos menores pode levar a relativização das regras de competência?
Julgado: Relatoria do Ministro Nancy Andrighi

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