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DIREITO ADMINISTRATIVO

Atos Administrativos – Introdução


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ATOS ADMINISTRATIVOS – INTRODUÇÃO

Esse assunto, atos administrativos, costuma ser recorrente em concursos públicos, espe-
cialmente a parte dos atributos dos atos administrativos, a extinção e a diferença entre anu-
lação e revogação.
Não existe uma lei sobre atos administrativos, mas temos conceitos doutrinários. O ato
é uma conduta, uma manifestação de vontade do agente público, e diversos doutrinadores
falam a respeito, cada um com sua posição, muitas vezes divergentes entre si.
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Atos Administrativos

Como dito, atos administrativos são manifestações de vontade dos agentes públicos em
nome do Estado., que é uma pessoa jurídica, titular de direitos e obrigações e que manifesta
vontade por meio dos seus agentes públicos.
São exemplos de atos administrativos que os agentes públicos podem praticar: portarias,
decretos, resoluções, circulares, ordens de serviço, memorandos, instruções, instruções nor-
mativas, dentre outros.
Uma multa por excesso de velocidade captado por um “pardal” é um ato administra-
tivo, por ex.; é o Estado manifestando pelo agente público a intenção de punir o motorista.
Quando o Estado quer desapropriar uma propriedade, por meio do agente – o chefe do
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Poder Executivo – ele faz um decreto para tal, manifestando essa vontade. Quando um par-
ticular quer construir uma propriedade, é preciso que o Estado verifique que ele preencheu
todas as condições e autorize, emitindo uma licença para isso. Todas essas manifestações
são atos administrativos que expressam a vontade do Estado, seja de punir um particular,
restringir um direito, aplicar uma sanção, criar um direito, impor uma restrição, garantir um
direito pré-existente etc.
Observe o mapa mental abaixo, com o conceito de ato administrativo:
Estado ↓

CONCEITO

• Declaração unilateral (≠ contrato)


• Estado ou represente | Ex.: concessionários
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• Inferia à lei | CF / lei / atos adm.


• função administrativa | PE = PL = PJ
• interesse público
• Controle do P. J. → Vinculado / → Discricionário

→ legalidade

• O conceito mais técnico de ato administrativo é uma declaração unilateral de von-


tade do Estado ou de quem o represente, de nível inferior à lei, praticada no exercício
de função administrativa visando atender ao interesse público e sujeita a controle do
Poder Judiciário;
• É uma relação unilateral pois é uma manifestação da vontade do Estado através de
seu agente em direção ao particular. Diferentemente dos contratos, que são relações
bilaterais nas quais deve haver um acordo de vontades mediante negociação das
partes, no ato administrativo não há acordo;
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• Uma pessoa não pode simplesmente colocar na calçada as mesas do seu bar; o Estado
precisa analisar, fazer o juízo de conveniência e oportunidade e só então autorizar, se
for o caso, o que inclusive pode ser depois revogado. A revogação também é um ato
administrativo unilateral. Da mesma forma acontece, por ex., quando um dos cônjuges
quer se separar, não precisando da concordância do outro, ou quando um Presidente
da República deseja renunciar;
• Alguns editais trazem o tópico “atos bilaterais ou multilaterais” e é preciso ter cuidado,
pois dentro de ato administrativo, trata-se do ato complexo, aquele que tem que juntar
várias vontades de agentes públicos para fazer um ato só. Não é contrato, é ato unila-
teral em direção ao particular formado por vários órgãos, vários agentes juntos;
• Um agente público ou um particular podem representar o Estado. Por ex., os con-
cessionários de serviço público são aqueles que fizeram um contrato com o Estado e
receberam a delegação para executar um serviço público, praticando assim atos admi-
nistrativos. É o caso de uma empresa de concessão de metrô que baixa uma portaria
estabelecendo como usá-lo, sendo essa uma manifestação do Estado;
• Se é considerado um ato administrativo, nasce com todos os seus atributos: presun-
ção de que é legítimo, imperatividade (imposição ao particular) e autoexecutoriedade
(não necessita de ordem judicial para ser executado);
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• O ato administrativo não está no mesmo nível de uma lei. No mapa mental acima é
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possível ver o desenho da pirâmide de hierarquia de normas, em cujo topo está a CF,
seguida pelas leis e, por fim, pelos atos administrativos, que somente obedecem e
complementam uma lei. Existe apenas uma exceção, que é o decreto autônomo inde-
pendente do art. 84, VI, da CF, que busca a validade diretamente da CF; caso outro ato
administrativo também o faça, ele estará nascendo com um vício de ilegalidade;
• Certa questão de concurso afirmava que somente o Poder Executivo pratica ato admi-
nistrativo, o que está errado; todos os poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário –,
desde que estejam em função administrativa, vão praticar atos administrativos. É certo
dizer que é o Executivo que o desempenha de forma típica devido à sua função admi-
nistrativa, mas os demais poderes também praticam, atipicamente, função administra-
tiva na qual praticam seus atos administrativos;
• Dizer que todos os atos praticados pelo Poder Executivo são atos administrativos
também é incorreto, pois também há os atos políticos, nas quais ocorre a manifesta-
ção de vontade em nome do chefe de Estado; o Presidente da República, chefe maior
do Executivo, pratica esse ato como chefe de Estado, não como chefe da administra-
ção pública. Ao decidir, por ex., conceder ou negar extradição a um estrangeiro, trata-
-se de um ato de caráter político, não administrativo; o mesmo em caso de ele decidir
declarar guerra a outro país. O ato político tem alguns requisitos, como competência,
forma, finalidade, objeto e motivo, de forma parecida com o ato administrativo; porém
seu controle judicial é muito restrito, tendo margem de liberdade muito diferente;
• Quando o Presidente sanciona ou veta uma lei, não se trata de ato administrativo;
é um ato que faz parte do processo legislativo e o Presidente o faz como chefe de
Estado. O conteúdo do decreto feito para isso é de um ato político;
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• Quando o juiz faz uma sentença, esse é um ato judicial, não administrativo. No Poder
Judiciário são praticados atos judiciais; no Legislativo, atos legislativos, fazendo leis.
São atos de cada poder com efeitos diferentes;
• Sempre o ato administrativo irá atender o interesse da coletividade, embora às vezes
pareça não ser o caso; se se praticar um ato visando interesse próprio ou de terceiros
determinados, isso viola a impessoalidade e torna o ato ilegal. Por ex., a remoção de
um servidor para acompanhar cônjuge, embora pareça interesse particular, é de inte-
resse da coletividade pois a CF protege e fomenta a promoção da família;
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• Todo ato administrativo é sujeito a controle de legalidade por parte do Poder Judiciário,
seja ele ato vinculado ou discricionário. O Judiciário não faz controle de mérito, que é
analisar o juízo de conveniência e oportunidade no lugar do administrador, o que está
presente no ato discricionário.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor pelo professor Gustavo Scatolino da Silva.
�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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