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RESUMO DE ADMINISTRATIVO:

1. Atos administrativos

Fatos administrativos: acontecimento natural, que independe do


homem e gera efeitos no mundo jurídico, especificamente, no campo
do Direito administrativo. Quando não gera efeitos no D. Adm. é um
fato da administração.

Atos da administração: todo ato praticado no exercício da função


administrativa é ato da administração. Já o ato administrativo,
abrange apenas uma categoria de atos praticados no exercício da
administração. É aceito apenas nos países em que se reconhece a
existência de um regime jurídico administrativo, a que se sujeita a
adm. pública.

Conceito de ato administrativo: “a manifestação de vontade do


Estado, por seus representantes, no exercício regular de suas
funções, ou por qualquer pessoa que detenha, nas mãos, fração de
poder reconhecido pelo Estado, que tem pro finalidade imediata criar,
reconhecer, modificar, resguardar ou extinguir situações jurídicas
subjetivas, em matéria administrativa.” (José Cretella Júnior);

“a declaração do Estado ou de quem lhe faça as vezes, expedida em


nível inferior à lei – a título de cumpri-la – sob regime de direito
público e sujeita a controle de legitimidade por órgão jurisdicional.”
(Celso Antônio Bandeira de Mello);

“a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos


jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de
Direito público e sujeita a controle pelo poder judiciário.” (Maria
Sylvia Zanella di Pietro)

Atributos:
Submetem-se ao regime jurídico de direito público e possuem certas
prerrogativas.

1) Presunção de legitimidade e veracidade


Legitimidade – presume-se que os atos adm foram emitidos em
conformidade com a lei
Veracidade – diz respeito aos fatos. Presumem-se verdadeiros os
fatos alegados pela adm. Atos dotados de fé pública. Inverte o
ônus da prova

2) Imperatividade
Os atos adm se impõem a terceiros, independentemente de sua
concordância. É o que difere do ato privado, pois este não cria
obrigação a terceiro independente de sua concordância. Existe nos
atos que impõem obrigações.

3) Auto-executoriedade
O ato adm pode ser posto em execução pela própria adm pública,
sem necessidade de intervenção do poder judiciário. Corresponde
ao privilégio da ação de ofício, que permite à adm executar
diretamente a sua decisão pelo uso da força. A adm possui meios
coercitivos próprios.

Elementos:

- COMPETÊNCIA: quem tem capacidade para a prática de atos


administrativos são as pessoas públicas políticas (União, Estados,
Municípios e DF). Ocorre que as funções que competem a esses entes
são distribuídas entre órgãos administrativos( Ministérios, Secretarias
e suas subdivisões) e, dentro destes, entre seus agentes, pessoas
físicas. Assim, competência pode ser definida como o conjunto de
atribuições das pessoas jurídicas, órgãos e agentes, fixadas pelo
direito positivo. A competência, com valor e conteúdo propriamente
jurídicos, só existe com relação aos órgãos criados e estruturados por
lei; com relação aos demais, a competência terá valor meramente
administrativo.
Regras:
a) Decorre sempre da lei;
b) É inderrogável;
c) Pode ser objeto de delegação ou de avocação.

Lei nº 9.784/99: “a competência é irrenunciável e se exerce pelos


órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os
casos de delegação e avocação legalmente admitidos”.

- OBJETO: É o efeito jurídico imediato que o ato produz. Sendo o ato


adm. espécie do gênero ato jurídico, ele só existe quando produz
efeito jurídico, ou seja, quando, em decorrência dele, nasce,
extingue-se, transforma-se um determinado direito. Esse efeito
jurídico é o objeto ou conteúdo do ato.
Pra identificar esse elemento, basta verificar o que o ato enuncia,
prescreve, dispõe.
Como no direito privado, o objeto deve ser lícito, possível, certo e
moral.
Pode ser também, natural ou acidental (decorrente de cláusulas
acessórias, tais quais termo, encargo, condição).

- FORMA: exteriorização do ato e procedimento do ato. Condição de


existência e validade. Tem grande relevância a obediência à forma,
pois, constitui garantia jurídica para o administrado e para a própria
administração; é pelo respeito à forma que se pode controlar o ato
adm.
Exige, a rigor, que seja adotada a forma escrita.
Excepcionalmente, admitem-se ordens verbais, gestos, apitos,sinais
luminosos, ate mesmo o silêncio*

- FINALIDADE: É o resultado que a administração quer alcançar com


a prática do ato.
Enquanto o objeto é o efeito jurídico imediato, a finalidade é o efeito
mediato.
Distingue-se do motivo, porque este antecede a pratica do ato. Já a
finalidade sucede a pratica do ato, pois corresponde a algo que a
adm. quer alcançar com a sua edição.
Motivo + Finalidade = vontade da administração.

 Sentido amplo: corresponde sempre à consecução de um


resultado de interesse público. (finalidade pública)
 Sentido restrito: é o resultado específico que cada ato deve
produzir, conforme definido em lei. (finalidade da lei)

É o legislador que define a finalidade que o ato deve alcançar, não


havendo liberdade de opção para a autoridade administrativa. Se
foge à finalidade ampla ou estrita, o ato é ilegal,por haver desvio de
poder.

- MOTIVO: É o pressuposto de fato ou de direito que serve de


fundamento ao ato administrativo.
Pressupostos de direito é o dispositivo legal em que se baseia o ato.
Pressuposto de fato corresponde às circunstancias, acontecimentos,
situações que levaram a adm. a praticar o ato.
Não se confundem motivo e motivação do ato. Motivação é a
exposição dos motivos, ou seja, é a demonstração, por escrito, de
que os pressupostos de fato realmente existiram.

* Teoria dos motivos determinantes: a validade do ato se vincula aos


motivos indicados como seu fundamento, de tal modo que, se
inexistentes ou falsos, implicam a sua nulidade.
A motivação só será valida se os motivos forem verdadeiros.

Discricionariedade e Vinculação

Os poderes que exerce o administrador público são regrados pelo


sistema jurídico vigente. Não pode a autoridade ultrapassar os limites
que a lei traça à sua atividade, sob pena de ilegalidade.
Se esse regramento atinge os vários aspectos de uma atividade
determinada, o poder da administração é vinculado, ou seja, a lei
não deixa opções, ela determina como o agente deve proceder, de
modo que o particular tem um direito subjetivo de exigir que seja de
tal modo. Quando a lei deixa margem de liberdade de decisão, o
regramento não atinge todos os aspectos da atuaçao administrativa,
de modo que a autoridade poderá optar entre as opções permitidas
por lei, o poder é discricionário.
Com relação à competência, o ato é sempre vinculado. No que diz
respeito à finalidade também existe vinculação. Com relação à
forma, os atos em geral são vinculados,eventualmente a lei prevê
mais de uma forma possível, existindo discricionariedade. Porém,
onde mais comumente se localiza a discricionariedade é no motivo e
no objeto do ato.
O ato discricionário deve ser analisado sob o aspecto da legalidade e
do mérito, já que neste se avalia a oportunidade e conveniência
diante do interesse público.
O controle do poder judiciário sobre os atos adm recai sem restrições
em relação aos atos vinculados, já que todos seus elementos são
definidos em lei. No entanto, em relação aos atos discricionários, o
controle judicial deverá respeitar a discricionariedade dentro dos
limites assegurados à adm pública.
Desvio de poder – uso do poder discricionário para atingir fim
diferente daquele que a lei fixou. O poder judiciário pode dcretar a
nulidade do ato
Teoria dos motivos determinantes – Os motivos indicados pela
adm só serão válidos se verdadeiros. Ato poderá ser anulado.
Princípio da razoabilidade – a valoração subjetiva da
discricionariedade deve ser feita dentro do razoável, em consonância
com aquilo que seria aceitável perante a lei.

Atos administrativos em espécie:

1. Quanto ao conteúdo

Autorização:
Ato unilateral, discricionário e precário. Faculta ao particular uso de
bem público, prestação de serviço público ou desempenho de ato que
sem autorização seria ilícito. Ato constitutivo.

Licença:
Ato unilateral e vinculado. Faculta àquele que preencha os requisitos
legais o exercício de uma atividade. Ato declaratório.

Admissão:
Ato unilateral e vinculado. Reconhece ao particular, que preencha os
requisitos legais, o direito à prestação de serviço público.
Permissão:
Ato unilateral, precário e discricionário. Faculta ao particular a
execução de serviço público ou utilização privativa de bem público.

Aprovação:
Ato unilateral e discricionário. Controle a priori ou a posteriori do ato
administrativo.

Homologação:
Ato unilateral e vinculado. Reconhece a legalidade de um ato adm.

Parecer:
Pode ser facultativo (fica a critério solicitar, não sendo vinculante
para quem solicitou), obrigatório (deve solicitar, mas não vincula.
Exige motivação) e vinculante. Ato pelo qual os órgãos consultivos da
adm emitem opinião sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua
competência.

Visto:
Ato unilateral pelo qual a autoridade competente atesta a
legitimidade formal de outro ato jurídico.

2. Quanto à forma

Decreto: é a forma de que se revestem os atos individuais ou gerais,


emanados do chefe do poder executivo.

Resolução e Portaria: são formas que se revestem os atos, gerais


ou individuais, emanados de autoridades outras que não o chefe do
executivo.

Circular: é o instrumento de que se valem as autoridades para


transmitir ordens internas uniformes a seus subordinados.

Despacho: é o ato adm que contém decisão das autoridades adm


sobre assunto de interesse individual ou coletivo submetido à sua
apreciação.

Alvará: é o instrumento da licença ou da autorização.

Extinção dos atos administrativos:

a) Cumprimento de seus efeitos

b) Desaparecimento do sujeito ou objeto


c) Retirada
- Revogação (razoes de oportunidade e conveniência)
- Invalidação (ilegalidade)
- Cassação (destinatário descumpriu condições que deveriam
permanecer atendidas)
- Caducidade (sobreveio norma jurídica que tornou inadmissível a
situação antes permitida)
- Contraposição (ato emitido com efeitos contrapostos ao
anterior)

d) Renúncia (o beneficiário abre mão da vantagem que


desfrutava)

Vícios do ato administrativo:

a) Relativos à competência
Os principais vícios quanto à competência são: USURPAÇÃO DE
FUNÇÃO (crime definido no art. 328 do CP. A pessoa que pratica o
ato não foi investida em cargo, emprego ou função. Ela se apossa das
atribuições do agente publico sem ter essa qualidade); EXCESSO DE
PODER (quando o agente público excede os limites de sua
competência); FUNÇÃO DE FATO (quando a pessoa que pratica o ato
está irregularmente investida no cargo, emprego ou função, mas sua
situação tem aparência de legalidade).

b) Relativos ao objeto
Proibido por lei; diverso do previsto na lei para o caso; impossível
porque os efeitos são irrealizáveis; imoral; incerto em relação aos
destinatários, às coisas, ao tempo, ao lugar.

c) Relativos à forma
Consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de
formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato

d) Relativos ao motivo
Inexistência e falsidade do motivo.

e) Relativos à finalidade
Desvio de poder ou desvio de finalidade. Ocorre quando o agente
pratica o ato com inobservância do interesse público ou com objetivo
diverso daquele previsto explícita ou implicitamente na lei.

Conseqüências decorrentes dos vícios:

Atos administrativos nulos e anuláveis


Quando o vício seja sanável ou convalidável, caracteriza-se hipótese
de nulidade relativa; caso contrário a nulidade é absoluta.
CONVALIDAÇAO ou saneamento é o ato adm pelo qual é suprido o
vício existente em um ato ilegal, com efeitos retroativos à data em
que este foi praticado. (faculdade da administração). Quanto à
competência, admite-se a convalidação que recebe o nome de
RATIFICAÇAO (não é possível em matéria de competência exclusiva).
Quanto ao motivo e à finalidade, nunca é possível convalidação.
Objeto e conteúdo não admitem convalidação, mas é possível a
CONVERSAO (substituição de um ato por outro).
A CONFIRMAÇAO mantém o ato tal como foi praticado, ou seja, com
o vicio. Somente é possível quando não causa prejuízo a terceiros.
Na REVOGAÇAO os efeitos são ex nunc e possui limitações: não
revoga os atos vinculados; os atos que exauriram seus efeitos;
quando exauriu a competência; atos que integram um procedimento;
que geram direitos adquiridos; não atinge meros atos adm.

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