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Justiça Federal da 1ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

06/04/2023

Número: 1000548-04.2023.4.01.3600
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 1ª Vara Federal Cível e Agrária da SJMT
Última distribuição : 14/01/2023
Valor da causa: R$ 259.446,17
Assuntos: Aposentadoria por Invalidez, RMI - Renda Mensal Inicial, Parcelas de benefício não pagas
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
PEDRO PAULO PEIXOTO DA SILVA (AUTOR) MARIA DONIZETE RODRIGUES DE SOUZA (ADVOGADO)
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (REU)
Central de Análise de Benefício - Ceab/INSS (TERCEIRO
INTERESSADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
15536 30/03/2023 10:24 Impugnação Impugnação
59872
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 1ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO
JUDICIÁRIA DE CUIABÁ/MT

Processo nº 1000548-04.2023.4.01.3600

PEDRO PAULO PEIXOTO DA SILVA, já qualificada nos autos


em epígrafe por intermédio de sua advogada e procuradora,
vem APRESENTAR IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO de id
nº 1467311361, nos seguintes termos:

1. IMPERTINÊNCIA A SUSPENSÃO DO PROCESSO

O INSS afirma que o presente processo necessita ser suspenso


uma vez que resta pendente publicação de acórdão junto ao
STF.
Ledo engano, pois, a decisão do STF de suspensão do feito se
pautou em uma liminar exarada pelo i. Relator.
Com o julgamento de mérito, a liminar foi cassada
imediatamente.
Com a liminar cassada, o mérito pode se processado no juízo de
competência, ao caso em concreto o presente r. juízo.
A regra processual é clara ou se cumpre a decisão judicial ou se
recorre.
Caso o INSS quiser manter a suspensão que recorra ! E, não se
utilize de subterfúgio para ter a medida judicial a qual ele mesmo
admite ainda que implicitamente diga que nada tem a fazer.
Assim, requer, a rejeição do pedido de suspensão do feito.

2. CALCULOS – PARÂMETROS DE REVISÃO

O INSS, sustenta que não existe parâmetros.


Impugna-se esse argumento, pois, o STF, fixou parâmetros para
aplicação de cálculos, qual seja:

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• Fixação da data de início do benefício – DIB;
• Entendimento quanto se existe ou não atividade especial;
• Discriminação do valor dos salários de contribuição.

Aplicando-se as regras comuns para revisão de benefícios


gerais.
Esclarece-se que a intenção do legislador, ao
desconsiderar as contribuições prévias ao período de
lançamento do “Plano Real”, foi preservar o valor das
aposentadorias dos efeitos deletérios dos altos índices de
inflação daquela época e, com isso, beneficiar principalmente os
segmentos de trabalhadores de menor renda.
Essa regra transitória é mais benéfica àqueles que
tiveram suas remunerações aumentadas no período mais
próximo da aposentadoria em virtude da percepção de renda
salarial mais elevada, com o consequente aumento no valor das
contribuições. No entanto, não é a realidade do segmento dos
trabalhadores com menor escolaridade, que têm a trajetória
salarial decrescente quando se aproxima o momento de sua
aposentadoria.
Nesse contexto, negar a opção pela regra definitiva,
tornando a norma transitória obrigatória aos que ser filiaram ao
RGPS antes de 1999, é medida que desconsidera todo o
histórico contributivo do segurado e lhe causa grave prejuízo, de
modo a subverter a própria finalidade da norma de transição.
Portanto, o contribuinte tem o direito de escolher o critério
de cálculo que lhe proporcione a maior renda mensal possível, a
partir de seu histórico das contribuições. Ademais, admitir que a
norma transitória importe ao segurado mais antigo tratamento
mais gravoso em comparação ao novo é prática que contraria o
princípio da isonomia.

3. CRONOGRAMA DO INSS

Afirma o INSS que necessário a suspensão do processo até que


haja a confecção de CRONOGRAMA do INSS em 10(dez) dias.
D. juiz, o julgamento da tese da revisão para vida toda ocorreu
em 23.03.2022 e até a presente data não confeccionou nenhum
cronograma.

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Provavelmente somente ocorrerá um cronograma quando houver
decisões judiciais favoráveis aos aposentados com determinação
de apresentação de cálculo que lhes sejam mais favoráveis.
Por essa razão impugna-se esse argumento.

4. INEXISTENCIA DE DECADÊNCIA

Suscita o réu a ocorrência de decadência. Não ocorreu ! Fato


que se impõe que deve ser rejeitado pelo r. juízo.
Pois bem,
O termo inicial, como revelado na inicial foi o da percepção do
benefício ocorreu em 22.08.2016, assim, o termo inicial
decadencial se deu no dia 23.08.2016 e ocorrerá o prazo
decadencial em 22.08.2026, o que não ocorreu ainda.
Portanto, deve ser rejeitada a decadência.

5. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO

O réu afirma que existe prescrição, impugna-se a esse pedido,


pois, o direito em tela está sendo exercido dentro do período
decadencial de 10anos, na forma do art. 103-A da lei nº 8213/91,
ante o pleito do requerimento ao direito de pensão por morte,
inexiste prescrição quinquenal. Como pode observar o julgado
abaixo, qual seja:

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO


REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. CONCESSÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA. NÃO
OCORRÊNCIA. ART. 103 CAPUT DA LEI 8.213/1991
APLICÁVEL AO ATO DE REVISÃO DO BENEFÍCIO.
AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. No
presente caso, o benefício previdenciário ainda não foi
concedido. O caput do art. 103 da Lei 8.213/1991
está voltado tão somente para o ato revisional de
concessão do benefício. Prescrição do fundo de
direito não há, quando se trata de concessão de
benefício previdenciário, inserido no rol dos
direitos fundamentais. 2. Agravo regimental não
provido. (AgRg no AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL Nº 493.997 – PR (2014/0070481-6)

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Portanto, deve ser rejeitado o pleito de prescrição.

6. DO RECHAÇO A IMPUGNAÇÃO AOS CÁLCULOS

O INSS impugna os cálculos apresentados pelo autor. Essa


impugnação não merece ser acolhida, pois, ela é desprovida de
memória de cálculo, ou seja, é uma mera falácia e contestação
genérica, o que é vedado pelo ordenamento jurídico brasileiro.

7. MÉRITO

Comprovando que a autora estava exposta a agentes insalubres,


aplica-se a súmula nº 62 da Turma Nacional de Uniformização –
TNU, qual seja:

“O segurado contribuinte individual pode obter


reconhecimento de atividade especial para fins
previdenciários, desde que consiga comprovar
exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade
física”.

Ademais, a aposentadoria especial não exige a exposição


permanente a agentes insalubre como revela a súmula nº 49 da
Turma Nacional de Uniformização – TNU, qual seja:

Para reconhecimento de condição especial de


trabalho antes de 29/4/1995, a exposição a agentes
nocivos à saúde ou à integridade física não precisa
ocorrer de forma permanente.

8. DO PEDIDO

Porto todo o exposto, é a presente nos melhores moldes do


Direito, para requerer a impugnação in tottum a Contestação
apresentada, reiterando todos os pedidos contidos na peça
exordial, espera-se pela sua procedência total, como medida de

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inteira, lídima e salutar JUSTIÇA.

Termos em que, pede deferimento.


Cuiabá/MT, 30.03.2023.

Maria Donizete Rodrigues de Souza


OAB/MT 8.655

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