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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-AIRR-1001175-05.2020.5.02.0010

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10050C6556044CD309.
Agravante: RED CANIDS E-SPORT CLUB LTDA
Advogado: Dr. Thereza Cristina Carneiro Goncalves Bezerra Silva
Agravado: RICARDO RESENDE VAZ DE MELO
Advogado: Dr. Helio Tadeu Brogna Coelho

GMLC/lp

DECISÃO

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA

Cuida-se de Agravo de Instrumento interposto ao despacho


regional que negou seguimento ao Recurso de Revista, nos seguintes termos:
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Atos Processuais /
Nulidade / Negativa de Prestação Jurisdicional.
Conquanto afirme estar incompleta a prestação jurisdicional, verifica-se
que a reclamada deixou de opor embargos declaratórios em face do v.
acórdão regional para sanar o alegado vício processual. Logo, preclusa a
oportunidade de arguição de nulidade do v. acórdão recorrido, nos termos da
Súmula 184, do TST.
Nesse sentido: Ag-AIRR-20574-19.2016.5.04.0205, 1ª Turma, Relator
Ministro Amaury Rodrigues Pinto Junior, DEJT 01/04/2022;
RRAg-550-88.2012.5.09.0651, 2ª Turma, Relatora Ministra Maria Helena
Mallmann, DEJT 25/03/2022; Ag-AIRR-100831-32.2016.5.01.0070, 3ª Turma,
Relator Ministro Alberto Bastos Balazeiro, DEJT 01/04/2022;
Ag-AIRR-10178-10.2013.5.18.0007, 4ª Turma, Relator Ministro Alexandre Luiz
Ramos, DEJT 25/03/2022; RRAg-25184-30.2015.5.24.0101, 5ª Turma, Relator
Ministro Breno Medeiros, DEJT 10/09/2021; RR-1420-75.2013.5.15.0023, 6ª
Turma, Relator Ministro Augusto Cesar Leite de Carvalho, DEJT 18/03/2022;
AIRR-11468-30.2016.5.15.0010, 7ª Turma, Relator Ministro Renato de Lacerda
Paiva, DEJT 11/03/2022; AIRR-11487-96.2018.5.15.0129, 8ª Turma, Relatora
Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 07/02/2022.
DENEGA-SE seguimento.
Rescisão do Contrato de Trabalho / Reintegração / Readmissão ou
Indenização.
Consta no v. acórdão que, no caso em exame, a Covid-19 deve ser
considerada como doença ocupacional porque não foram adotadas pela
reclamada as medidas governamentais de isolamento social, tais como as
determinadas pelas Medidas Provisórias nºs 927 e 636, de 2020 (antecipação
de férias, férias coletivas e suspensão temporária do contrato de trabalho).
Firmado por assinatura digital em 06/03/2023 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que
instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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Assim delineado o quadro fático, não se vislumbra ofensa aos
dispositivos legais apontados.
O aresto paradigma é inespecífico ao caso vertente, contrariando o teor
da Súmula 296, I, do TST, pois não abriga premissa fática idêntica à contida no
v. acórdão recorrido.
DENEGA-SE seguimento.
Rescisão do Contrato de Trabalho / Reintegração / Readmissão ou
Indenização / Estabilidade Acidentária.
A Turma decidiu em perfeita consonância com a Súmula 378,
II, do TST, o que torna inviável o seguimento do apelo, nos termos do artigo
896, § 7º, da CLT, e da Súmula 333, do TST.
DENEGA-SE seguimento.
Responsabilidade Civil do Empregador / Indenização por Dano
Moral / Doença Ocupacional.
As razões recursais revelam a nítida intenção de revolver o conjunto
fático-probatório apresentado, o que não se concebe em sede extraordinária
de recurso de revista, a teor do disposto na Súmula 126, do TST.
DENEGA-SE seguimento.
Responsabilidade Civil do Empregador / Indenização por Dano
Moral / Valor Arbitrado.
A tormentosa questão de se mensurar a adequada indenização, no
campo jurídico do dano moral, há de ser norteada pela prudência e
parcimônia, na análise das particularidades de cada caso concreto, mormente
em observância aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.
Considerada, assim, a gravidade dos fatos, a culpa da empregadora, a real
extensão do sofrimento do ofendido, inclusive, se houve repercussão familiar
e social, e, finalmente, porque fixada em atenção à situação econômica da
devedora e ao caráter pedagógico da sanção, para que não haja reincidência.
A indenização por dano moral não significa o "pretium doloris" (preço
da dor), porque essa verdadeiramente nenhum dinheiro paga, mas, por outro
lado, pode perfeitamente atenuar a manifestação dolorosa e deprimente de
que tenha sofrido o trabalhador lesado. Nesse sentido, a indenização em
dinheiro, na reparação dos danos morais, é meramente compensatória, já
que não se pode restituir a coisa ao seu status quo ante, por conseguinte, ao
estado primitivo, como se faz na reparação do dano material. Assim, embora
represente uma compensação à vítima, a reparação do dano moral deve,
sobretudo, constituir uma pena, ou seja, uma sanção ao ofensor,
especialmente num País capitalista em que vivemos, onde cintilam interesses
econômicos.
In casu, coerente e "razoável" o valor arbitrado pelo Regional (R$
20.000,00), o qual se mostra suficiente para impedir a prática de novos
atentados dessa ordem por parte da empregadora, bem como para
compensar o sofrimento de ordem moral sofrido pelo empregado.
Não se constata, pois, violação dos dispositivos legais e constitucionais
indicados.
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instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-AIRR-1001175-05.2020.5.02.0010

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DENEGA-SE seguimento.
CONCLUSÃO
DENEGA-SE seguimento ao recurso de revista.
Em Agravo de Instrumento, a Reclamada repisa as alegações
apresentadas no Recurso de Revista denegado, porém, não obtém êxito em
desconstituir os fundamentos do despacho agravado.
Assim, mantém-se juridicamente robusta a fundamentação do
despacho denegatório, que enfrentou as alegações apresentadas pela parte e expôs de
forma coerente e coesa os motivos legais pelos quais o recurso não admite
processamento.
No caso em análise, a fundamentação per relationem sustenta-se,
pois a decisão agravada foi capaz de enfrentar todas as alegações expostas no recurso
e encontra amparo no precedente de repercussão geral AI-QO nº 791.292-PE, (Relator
Ministro Gilmar Mendes, DJe – 13/08/2010), no qual o E. Supremo Tribunal Federal
reconheceu satisfatoriamente embasada, nos termos do artigo 93, IX, da Constituição
Federal de 1988, a decisão que “endossou os fundamentos do despacho de
inadmissibilidade do recurso de revista, integrando-os ao julgamento do agravo de
instrumento”.
Por todo o exposto, nego provimento ao Agravo de
Instrumento.
Publique-se.
Brasília, 06 de março de 2023.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


LIANA CHAIB
Ministra Relatora

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