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Prioridade Processual
Tutela de Urgência
1. PRELIMINARMENTE
Av. Ana Jansen, nº 2, Edif. Mendes Frota, SL 911 | São Francisco | São Luís | MA| CEP 65076-200 |
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Considerando que a Requerente é portadora de grave deficiência, ou seja, a ação
envolve matéria regulada pela Lei 13.146/15, bem como o art. 1.048, inciso I, do CPC, sendo
devida a prioridade da tramitação da presente demanda.
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na
contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que
evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo,
antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos
referidos pressupostos.
Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz jus a Requerente ao
benefício da gratuidade de justiça:
Cabe destacar que o a lei não exige atestada miserabilidade do requerente, sendo
suficiente a "insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas processuais e honorários
advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme destaca a doutrina:
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"Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade, nem tampouco se fala em
renda familiar ou faturamento máximos. É possível que uma pessoa natural, mesmo
com boa renda mensal, seja merecedora do benefício, e que também o seja aquela
sujeito que é proprietário de bens imóveis, mas não dispõe de liquidez. A gratuidade
judiciária é um dos mecanismos de viabilização do acesso à justiça; não se pode
exigir que, para ter acesso à justiça, o sujeito tenha que comprometer
significativamente sua renda, ou tenha que se desfazer de seus bens, liquidando-os
para angariar recursos e custear o processo." (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael
Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed. Editora JusPodivm, 2016. p. 60)
Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal e pelo artigo 98
do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça á requerente.
I. DOS FATOS
Além disso, o Réu está descontando o valor mensal de R$ 1.141,26 (mil cento e
quarenta e um reais e vinte e seis centavos) do benefício da Requerente, por entender que houve
pagamento a maior do benefício anterior (mais vantajoso) até a efetiva implantação da
aposentadoria por incapacidade permanente.
2 DO DIREITO
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• 60% +2% a cada ano que exceder 15 e 20 anos de tempo de contribuição para mulher e
homem, respectivamente
• Dessa forma, o coeficiente acima é multiplicado pela média de 100% dos salários de
contribuição desde 07/1994.
Por outro lado, caso o benefício seja ACIDENTÁRIO, o coeficiente do primeiro item
acima fica em 100%.
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Ainda, merece destaque o julgamento do feito nº 5004228-75.2020.4.04.7115, de relatoria
da Juíza Federal Marina Vasques Duarte:
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previdenciários. 3. Hipótese em que a parte autora vinha auferindo benefício
previdenciário por incapacidade desde setembro de 2016 (TRF4, AC 5005522-
52.2021.4.04.7205, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC, Relator para
Acórdão PAULO AFONSO BRUM VAZ, juntado aos autos em 02/06/2022, com
grifos acrescidos)
Desta análise, não há outra conclusão a ser tomada, senão a declaração incidental de
inconstitucionalidade do art. 26, § 2º, III, da EC 103/2019, devendo ser aplicado o art. 44 da
Lei 8.213/91 para admitir a utilização do coeficiente correspondente a 100% do salário de
benefício para a apuração da RMI do benefício de aposentadoria por invalidez/aposentadoria
por incapacidade permanente.
Vejamos os valores dos descontos desde 05/12/2023 (data de início dos descontos):
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ao salário mínimo (art. 201, §2º, CF/88). Precedentes. 3. Na aferição da boa-
fé, é preciso avaliar a aptidão do segurado "para compreender, de forma
inequívoca, a irregularidade do pagamento" (STJ, REsp 1381734/RN, Rel.
Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Seção, julgado em 10/03/2021, DJe
23/04/2021, p. 31). 4. Em matéria previdenciária, a prova da boa-fé também
se dá a partir das condições pessoais de cada segurado, tais como idade, grau
de instrução, contexto de fragilidade social e possibilidade concreta de
conhecer e entender a extensão das prestações previdenciárias. (TRF4, AC
5002976-89.2015.4.04.7122, SEXTA TURMA, Relator JOÃO BATISTA PINTO
SILVEIRA, juntado aos autos em 16/06/2022, com grifos acrescidos)
[...]
No caso em tela, percebe-se claramente a lesão causada pelo INSS á Autora com os
descontos em sua verba previdenciária, afetando diretamente o núcleo essencial dos seus
direitos fundamentais.
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2.3 DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA
O Código de Processo Civil estabelece em seu art. 300 que “A tutela de urgência será
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo”.
Neste sentido, o diploma legal exige para a concessão da tutela de urgência dois
elementos, quais sejam, o fumus boni iuris e o periculum in mora.
No caso em comento, o fumus boni iuris resta demonstrado a partir dos documentos
anexos, dos quais se exprime que o INSS está descontando mensalmente, de forma indevida, da
folha de pagamento do Requerente o valor de R$ 1.141,26 (mil cento e quarenta e um reais e vinte
e seis centavos).
O perigo de dano, por outro lado, consiste justamente no caráter alimentar do benefício
previdenciário, cujos descontos efetuados pelo INSS estão causando prejuízo ao sustento da
Requerente.
A parte Autora manifesta, em cumprimento ao art. 319, inciso VII do CPC, que não há
interesse na realização de audiência de conciliação ou de mediação, haja vista a iminente
ineficácia do procedimento e a necessidade de que ambas as partes dispensem a sua realização,
conforme previsto no art. 334, §4º, inciso I, do CPC.
II. PEDIDOS
2. O deferimento da Gratuidade da Justiça, pois o Autor não tem condições de arcar com
as custas processuais sem o prejuízo de seu sustento e de sua família (vide procuração
outorgada com poderes específicos, conforme autoriza art. 105 do CPC);
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5.1) Declarar a inexistência do débito alegado pelo INSS, referente à consignação no
benefício, abstendo-se o Réu de efetuar qualquer cobrança nesse sentido;
Dá à causa o valor de R$ 35.487,37 (trinta e cinco mil, quatrocentos e oitenta e sete reais e trinta
e sete centavos) para efeitos procedimentais.
NESSES TERMOS,
PEDE DEFERIMENTO.
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