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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA

${INFORMACAO_GENERICA}ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE

Processo nº: ${processo_numero_1o_grau}

${cliente_nomecompleto}, já devidamente qualificado nos autos do


presente processo, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por
meio de seus procuradores, inconformado com a sentença proferida,
interpor RECURSO DE APELAÇÃO, com fulcro no art. 10, § 1º da
Lei nº 12.016/2009, c/c art. 1.009 e segs. do CPC. Nessa conformidade,
REQUER o recebimento do recurso, sendo remetidos os autos, com as
razões recursais anexas, ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, para
que, ao final, seja dado provimento ao presente recurso. Deixa de juntar
preparo por ser beneficiário da Gratuidade da Justiça.

Nesses Termos;

Pede Deferimento.

, 10 de maio de 2023.

RECURSO DE APELAÇÃO

Recorrente : ${cliente_nomecompleto}

Recorrido : Gerente Executivo - Instituto Nacional Do Seguro Social –INSS –


Processo nº : ${processo_numero_1o_grau}

Origem : ${informacao_generica}ª Vara Federal


de

Colendo Tribunal

Eméritos Julgadores

O Autor (ora Recorrente) impetrou o presente mandado de segurança visando a


concessão do Benefício Assistencial ao Idoso ou, subsidiariamente, a anulação do ato de
indeferimento do benefício.

O juízo a quo denegou a segurança, entendendo não haver prova suficiente da


irregularidade do ato administrativo de indeferimento.

Desta forma, não resta alternativa ao Recorrente senão a interposição do presente,


visando a reforma da sentença combatida.

Razões Recursais

I – DOS FATOS

O Impetrante requereu em (DER) ${data_generica}, perante a Autarquia Previdenciária,


a concessão de Benefício Assistencial ao Idoso, tendo em vista a satisfação de todos os requisitos
ensejadores do benefício postulado.

O grupo familiar da Impetrante é composto por duas pessoas: o Sr. ${cliente_nome} e


sua cônjuge, Sra. ${informacao_generica} (também idosa na DER –
${informacao_generica} anos). A renda da família é oriunda, exclusivamente, dos valores
auferidos pela esposa do Impetrante, no valor de R$ ${informacao_generica}, a título de
aposentadoria por idade, o que se exprime do INFBEN acostado no processo administrativo
anexo aos autos originários.
Sendo incontroverso o preenchimento do requisito etário (65 anos na data do
requerimento administrativo), o Impetrante deve seu benefício indeferido pelo INSS, sob a
seguinte razão:

${informacao_generica}

A prestação requerida foi negada em virtude de o INSS, equivocadamente, incluir no


cálculo da renda familiar a aposentadoria percebida pela Sra. ${informacao_generica}, cônjuge
do Impetrante.

Recebido o feito pelo juízo singular, o Magistrado a quo entendeu que o Impetrante não
cumpriu o requisito da prova pré-constituída, indeferindo a inicial e declarando o processo
extinto sem resolução do mérito, conforme arts. 10 da Lei nº 12.016/2009 e 485, I, do CPC/2015.
Opostos embargos de declaração para fins de sanar a evidente omissão, os aclaratórios foram
rejeitados.

Inconformada, o Recorrente interpôs recurso de apelação. Ao apreciar o recurso, o


TRF/${informacao_generica} anulou a sentença, determinando o retorno dos autos à origem
para regular processamento.

Em cumprimento à decisão do Tribunal, o juízo singular notificou a autoridade impetrada


para prestar informações.

Por ocasião da sentença, a Magistrada sentenciante denegou a segurança, sob as


seguintes alegações:

${informacao_generica}

Com todo o respeito que merece o juízo de primeiro grau, o caso merece solução diversa,
senão vejamos:

DO MÉRITO

O direito à concessão do Benefício Assistencial ao Idoso vem amparado no art. 203,


inciso V, da Constituição Federal de 1988, na Lei 8.742/93 e demais normas aplicáveis. Tais
normas dispõem que para fazer jus ao Benefício Assistencial, a Requerente deve apresentar
deficiência (nos termos da legislação relacionada à matéria) ou ser pessoa com mais de 65 anos
de idade, além de comprovar a impossibilidade de ter seu sustento provido pelo seu núcleo
familiar.

Neste sentido, cumpre salientar que, quando do requerimento administrativo, o


Demandante contava com 65 anos, de modo a satisfazer o critério “etário” previsto no art. 20 da
Lei 8.742/93.

O grupo familiar do Impetrante é composto por duas pessoas: o Sr. ${cliente_nome} e


sua cônjuge (também idosa na DER – ${informacao_generica} anos). A renda da família é
oriunda, exclusivamente, dos valores auferidos pelo marido da Impetrante, no valor de R$
${informacao_generica}, a título de aposentadoria por idade, o que se exprime do INFBEN
acostado no processo administrativo anexo aos autos originários.

Malgrado o preenchimento de todos os requisitos, sobreveio decisão de indeferimento,


nos seguintes termos:

E a informação juntada aos autos pela Agência do INSS deixa mais claro ainda o motivo
do indeferimento administrativo:

${informacao_generica}

Como visto, a negativa do INSS consiste na suposta impossibilidade de excluir da renda


familiar a aposentadoria da cônjuge do Impetrante, por se tratar de benefício em valor superior
ao mínimo.

A esse respeito, cabe destacar que este Respeitável Tribunal possui firme
entendimento no sentido de que deve ser EXCLUÍDO do cálculo da renda familiar per
capta o valor auferido por idoso com 65 anos ou mais a título de benefício previdenciário de
renda mínima ou de benefício previdenciário de valor superior ao mínimo, até o limite de
um salário mínimo:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL.
RENDA FAMILIAR PER CAPITA. IDOSO QUE RECEBE APOSENTADORIA ATÉ
O LIMITE DE UM SALÁRIO MÍNIMO. EXCLUSÃO DO CÁLCULO. [...] 2. No
cálculo da renda familiar per capita, deve ser excluído o valor auferido por idoso com
65 anos ou mais a título de benefício assistencial ou benefício previdenciário de
renda mínima, ou de benefício previdenciário de valor superior ao mínimo, até o
limite de um salário mínimo, bem como o valor auferido a título de benefício
previdenciário por incapacidade ou assistencial em razão de deficiência,
independentemente de idade. [...] (TRF4, AG 5043324-73.2018.4.04.0000, TURMA
REGIONAL SUPLEMENTAR DO PR, Relator FERNANDO QUADROS DA SILVA,
juntado aos autos em 18/12/2018, com grifos acrescidos)
PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL.
PESSOA IDOSA. MISERABILIDADE. DILAÇÃO PROBATÓRIA. NECESSIDADE.
INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. BENEFÍCIO DE RENDA MÍNIMA.
EXCLUSÃO. SEGURANÇA CONCEDIDA EM PARTE. REANÁLISE. PEDIDO
ADMINISTRATIVO. [...] 6. Por outro lado, merece guarida o pedido subsidiário da
impetrante, para determinar ao INSS que reanalise o pedido de benefício
assistencial ao idoso, excluindo do cálculo da renda familiar, até o limite de um
salário mínimo, o valor percebido pelo cônjuge a título de aposentadoria. Reexame
necessário parcialmente provido. (TRF4 5003905-63.2016.4.04.7001, QUINTA
TURMA, Relatora GISELE LEMKE, juntado aos autos em 01/03/2018, com grifos
acrescidos)

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. IDOSO. CÁLCULO DA


RENDA FAMILIAR PER CAPITA. POSSIBILIDADE. EXCLUSÃO DE VALOR
MÍNIMO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO RECEBIDO POR OUTRO MEMBRO
DO GRUPO FAMILIAR. SITUAÇÃO DE RISCO SOCIAL DEMONSTRADA NO
CASO CONCRETO. [...] 2. No cálculo da renda familiar per capita, deve ser excluído
o valor auferido por idoso com 65 anos ou mais a título de benefício assistencial ou
benefício previdenciário de renda mínima (EIAC nº 0006398-38.2010.404.9999/PR,
julgado em 04-11-2010), ou de benefício previdenciário de valor superior ao
mínimo, até o limite de um salário mínimo, bem como o valor auferido a título de
benefício previdenciário por incapacidade ou assistencial em razão de deficiência,
independentemente de idade (EIAC N.º 2004.04.01.017568-9/PR, Terceira Seção,
julgado em 02-07- 2009. [...] (TRF4, AC 5038699-06.2017.4.04.9999, TURMA
REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC, Relatora GABRIELA PIETSCH SERAFIN,
juntado aos autos em 19/12/2017, com grifos acrescidos)

Percebam, Excelências, que o TRF/4 entende devida a exclusão dos valores recebidos por
idoso com 65 anos ou mais a título de benefício previdenciário de valor superior ao mínimo, até
o limite de um salário mínimo.

É exatamente esta a situação dos autos, porquanto a cônjuge do Impetrante, idosa de


${informacao_generica} anos no momento do requerimento do Benefício Assistencial ao Idoso
em ${data_generica}, aufere aposentadoria no valor de R$ 941,49. Deveria o INSS, então, ter
procedido à exclusão do valor de um salário mínimo (R$ 937,00 em 2017), computando-se no
cálculo apenas a verba remanescente (R$ 4,49).

Em sendo excluído o valor de R$ 937,00 (e também excluindo a Sra.


${informacao_generica} da composição do grupo familiar), a renda auferida pelo Impetrante a
ser considerada consistiria em R$ 4,49, valor este muito inferior ao critério de ¼ do salário
mínimo.
Assim, o INSS equivocou-se ao não excluir do cálculo da renda familiar o valor recebido
pela Sra. ${informacao_generica}, até o limite de um salário mínimo, e, por corolário,
equivocou-se ao indeferir o benefício postulado.

Destarte, a reforma da sentença é medida que se impõe.

DO PEDIDO

Em face do exposto, REQUER o conhecimento e o provimento do presente recurso, para


fins de reforma da sentença, sendo determinada a anulação do ato de indeferimento do
benefício, para que a autoridade coatora reanalise o pedido administrativo e profira nova
decisão (mantida a DER em ${data_generica}), desconsiderando a renda do cônjuge do
Impetrante, até o valor de um salário mínimo, computando apenas o valor remanescente
no cálculo da renda per capta familiar.

Nesses Termos;

Pede Deferimento.

, 10 de maio de 2023.

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