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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(ÍZA) FEDERAL DA VARA FEDERAL DA

SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE JUIZ DE FORA/MG

COM PEDIDO DE TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL

${cliente_nomecompleto}, já
cadastrada eletronicamente, vem,
com o devido respeito, por meio de
seus procuradores, perante Vossa
Excelência, propor

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA
DE CONCESSÃO DE
APOSENTADORIA POR
IDADE  

em face do INSTITUTO NACIONAL


DO SEGURO SOCIAL (INSS), pelos
seguintes fundamentos fáticos e
jurídicos:

I – DOS FATOS

A Autora, nascida em ${cliente_nascimento} (documento de identidade anexo),


contando atualmente com ${cliente_idade} anos de idade, filiou-se à Previdência Social em $
{data_generica}, sendo que até a presente data realizou diversas contribuições à Autarquia
Previdenciária. A tabela a seguir demonstra de forma objetiva estes períodos:

${calculo_vinculos_resultado}
No dia ${data_generica}, a Autora pleiteou, junto a Autarquia Ré, o benefício da
aposentadoria por idade, o qual foi indeferido com a justificativa de falta de período de
carência. Tal decisão indevida motiva a presente demanda.

II – DO DIREITO

A aposentadoria por idade possui previsão constitucional no art. 201, § 7º, II, e
regulamentação nos arts. 48 a 51 da Lei 8.213/91, sendo apontado como marco etário os 60
anos para as mulheres. Portanto, no caso em comento, o requisito etário foi preenchido em $
{data_generica}.

Firmou-se entendimento no Superior Tribunal de Justiça de que sua concessão não


demanda a satisfação simultânea dos requisitos idade, carência, e qualidade de segurado, ou
seja, torna-se necessário que o segurado tenha a idade mínima e o número de contribuições,
mesmo que implementados em momentos distintos. Este entendimento está albergado pela
Lei 10.666/2003, a qual dispõe que a perda da qualidade de segurado não será considerada
para a concessão do benefício.

Carência

É o número mínimo de contribuições que um segurado deve ostentar para fazer jus ao
benefício previdenciário, sendo que o regramento permanente sobre o estabelecimento da
carência vem disposto nos arts. 25 e 26, de tal forma que para a aposentadoria por idade torna-
se necessário verter 180 contribuições.

Dessa forma, a carência também se mostra implementada, haja vista que a Autora
realizou ${data_generica} recolhimentos ao INSS.

DO PERÍODO CONTRIBUTIVO NÃO RECONHECIDO PELO INSS: ${data_generica} a $


{data_generica}

O período em análise é parte integrante do contrato de trabalho celebrado com a


empresa ${informacao_generica}, que perdurou durante o período de ${data_generica} a $
{data_generica}.
Tal vínculo empregatício foi registrado na primeira carteira de trabalho da Autora, a qual
foi extraviada. Dessa forma, no momento do requerimento administrativo, foi apresentada a
cópia da referida CTPS, na qual consta o registro do contrato e diversas alterações de salário.

Ademais, segue em anexo a ficha de registro de empregados da empresa, documento


que confirma as datas de admissão e rescisão do referido contrato de trabalho, as quais são
idênticas aos registros do extrato do CNIS.

Todavia, ao analisar o processo administrativo, em razão de indicação de


extemporaneidade no extrato do CNIS, verifica-se que o INSS somente reconheceu o período
de ${data_generica} a ${data_generica}.

Por todo o exposto, considerando todos os documentos apresentados, é devido


também o reconhecimento do interregno de ${data_generica} a ${data_generica}.

DO ERRO DE CÁLCULO E EXCLUSÃO DO PERÍODO DE ${data_generica} a $


{data_generica}

O período supracitado, no qual a Autora trabalhou para o Sr. ${cliente_nome}, foi


comprovado no momento do requerimento administrativo por meio da carteira de trabalho
original, com anotação de alteração de salário, bem como o extrato do CNIS.

Todavia, no resumo de documentos para cálculo do tempo de contribuição, sem


qualquer justificativa, o referido período foi computado apenas para efeito de tempo de
contribuição, e não para fins de carência. Vale conferir (grifos acrescidos):
${informacao_generica}

Ainda em análise do resumo de documentos para cálculo do tempo de contribuição,


percebe-se que foram computados dois períodos parcialmente concomitantes ao interregno
em análise:

${informacao_generica}

Ocorre que o INSS, por costumeiro e lamentável equívoco, com o objetivo de evitar o
cômputo em dobro dos períodos concomitantes, acabou por excluir do cálculo todo o
interregno de ${data_generica} a ${data_generica}, correspondente a dezesseis contribuições,
enquanto computou apenas as quatro contribuições concomitantes.
Sendo assim, faz-se necessário que seja computado integralmente, para efeito de
carência, o período de ${data_generica} a ${data_generica}.

III – DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

ENTENDE A AUTORA QUE A ANÁLISE DA MEDIDA ANTECIPATÓRIA PODERÁ SER


MELHOR APRECIADA EM SENTENÇA.

De acordo com a previsão do art. 43 da Lei 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais Cíveis e
Criminais), salvo situações excepcionais, deverá ser atribuído apenas o efeito devolutivo aos
recursos inominados. Tal disposição possui aplicação aos Juizados Especiais Federais, conforme
disposto no art. 1º da Lei 10.259/01.

De qualquer forma, a Requerente necessita da concessão do benefício em tela para


custear a própria vida. Vale ressaltar que os requisitos exigidos para a concessão do benefício
se confundem com os necessários para o deferimento desta medida antecipatória, motivo pelo
qual, em sentença, se tornará imperiosa a sua concessão.

A idade avançada e o caráter alimentar do benefício traduzem um quadro de urgência


que exige pronta resposta do Judiciário, tendo em vista que nos benefícios previdenciários resta
intuitivo o risco de ineficácia do provimento jurisdicional final, exatamente em virtude do fato
da Autora estar afastada do mercado de trabalho e, consequentemente, desprovida
financeiramente, motivo pelo qual se tornará imperioso o deferimento deste pedido
antecipatório em sentença.

IV – DO PEDIDO

EM FACE DO EXPOSTO, REQUER:

1. O recebimento e o deferimento da presente peça inaugural, bem como a concessão de


prioridade na tramitação, com fulcro no art. 71 da Lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso) e no art.
1211-A do CPC, eis que a Autora conta com mais de sessenta anos de idade;

2. A concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita, tendo em vista que a Autora não
tem como suportar as custas judiciais sem o prejuízo do seu sustento próprio e da sua família;

3. A citação da Autarquia, por meio de seu representante legal, para que, querendo, apresente
defesa;
4. A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente o documental;

5. O deferimento da Antecipação de Tutela, com a apreciação do pedido de implantação do


benefício em sentença;

6. Ao final, julgar PROCEDENTES os pedidos formulados na presente ação, condenando o Instituto


Nacional do Seguro Social a:

7. Reconhecer, para efeito de carência, os seguintes períodos contributivos: ${data_generica} a $


{data_generica}

8. Conceder à parte autora a APOSENTADORIA POR IDADE NB: ${informacao_generica}, com a


condenação ao pagamento das prestações em atraso a partir da DER, em ${data_generica},
corrigidas na forma da lei, acrescidas de juros de mora desde quando se tornaram devidas as
prestações.

Nesses Termos;

Pede Deferimento.

Dá à causa o valor[1] de R$ ${processo_valordacausa}.

Juiz de Fora/MG, 06 de maio de 2023.

 
ROSINERE FRANÇA PINTO
OAB/MG 169.200

[1] Demontrativo do cálculo do valor da causa em anexo.

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