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Advogada
FRANCISCA LIMA RIBEIRO vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por meio
de seus procuradores, dizer e requerer o que segue:
Na presente ação se pleiteia a concessão de benefício assistencial à pessoa com deficiência, que
foi indeferido na esfera administrativa por equivocadamente entender o INSS que o Requerente
não satisfazia os requisitos constantes no artigo 20, §§ 2º e 10 da Lei 8.742/93.
Cumpre informar ao Juízo que, lamentavelmente, o Sr. ${cliente_nome} faleceu no curso da
instrução processual, mais especificamente no dia ${data_generica}, em virtude de choque
hipovolêmico, hemorragia gastrointestinal, insuficiência renal aguda, cirrose hepática, nos
termos da certidão de óbito anexa.
Não obstante o óbito do Demandante, remanesce o interesse de agir no que tange ao
recebimento das parcelas atrasadas, compreendidas entre a data do requerimento administrativo
e o falecimento do Autor, principalmente considerando que restou demonstrada a gravidade do
seu quadro clínico, o qual resultou no seu falecimento.
Outrossim, embora trate-se de benefício personalíssimo, não se confundindo com os
benefício de natureza previdenciária, o valor devido e não recebido em vida pela
Demandante será pago aos seus herdeiros ou sucessores (TRF4, APELREEX 0019583-
70.2015.404.9999, SEXTA TURMA, Relatora SALISE MONTEIRO SANCHOTENE, D.E.
05/10/2016).
Assim, realizada a avaliação socioeconômica (Evento ${informacao_generica}) deu-se conta de
que o Autor preenchia o requisito socioeconômico que enseja a concessão do BPC-LOAS,
TAMANHA ERA A SITUAÇÃO PENOSA, VULNERÁVEL E DEGRADANTE QUE
VIVIA O GRUPO FAMILIAR, conforme explanado na petição juntada ao evento 43.
Contudo, realizada avalição médica pericial (Evento ${informacao_generica}), foi constatado
que o Autor não estaria incapaz para o exercício das suas atividades laborativas
(RECICLADOR/CATADOR) em virtude da doença hepática tóxica (CID 10 K71) que o
acometia, tendo sido avaliado tão somente sob a ótica da incapacidade laborativa,
propriamente dita.
Ocorre que não é este (ou não deveria ser) o foco da demanda, mas sim a repercussão da
deficiência na participação plena e efetiva na sociedade, considerando-se para este fim,
principalmente, aquelas pessoas que não possuem a mesma deficiência.
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Silvana Camilo Pinheiro
Advogada
${informacao_generica}
Perceba-se, ainda, que alguns trechos do relato da Assistente Social demonstram que o Autor
utilizava apenas COMPLEXO B como medicação em face do desconhecimento da gravidade do
seu quadro clínico (evento ${informacao_generica}):
${informacao_generica}
Vale mencionar que a vizinha do Autor, por ocasião da avaliação socioeconômica, relatou
que ele estava acometido por hemorragia constantemente, evidenciando a gravidade do
estado de saúde do Sr. ${cliente_nome}:
${informacao_generica}
Com efeito, ainda que o perito tenha entendido que não existia incapacidade em virtude da
doença hepática tóxica (CID 10 K71), o fato é que o Autor, dada a gravidade do seu estado de
saúde, FALECEU APÓS A REALIZAÇÃO DA PERÍCIA MÉDICA, tendo como causa de seu
óbito “choque hipovolêmico, hemorragia gastrointestinal, insuficiência renal aguda, cirrose
hepática” (vide certidão de óbito anexa).
Ademais, em virtude da demora do Sistema Único de Saúde – SUS, do qual o Sr. $
{cliente_nome} dependia, o Autor faleceu antes de qualquer diagnóstico ou tratamento
adequado (vide documentos médicos anexados aos eventos ${informacao_generica} dos autos).
Destarte, é notório que o Demandante era pessoa com deficiência permanente, uma vez que
estava acometido por inúmeras patologias, as quais o impossibilitavam para a prática da
COLETA DE RESÍDUOS PARA A RECICLAGEM, resultando no seu óbito! Assim, é
evidente o Autor estava gravemente enfermo no período que antecedeu ao seu óbito.
ISTO POSTO, REQUER:
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Silvana Camilo Pinheiro
Advogada
Nestes termos,
pede deferimento.
, 28 de dezembro de 2022.
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Advogada
FATOS
O Autor requereu, perante a Autarquia Previdenciária, a concessão do benefício assistencial de
prestação continuada, que foi indeferido. Conforme expõe a documentação anexa, o motivo do
indeferimento foi a alegada não satisfação do requisito socioeconômico.
Ocorre que o Demandante vive em uma situação de vulnerabilidade social, onde a renda total
não é capaz de prover as necessidades mais elementares da rotina diária.
Por esse motivo, os argumentos da Autarquia Previdenciária não merecem prosperar, ensejando
o presente processo.
Dados do requerimento administrativo:
1. Número do benefício ${informacao_generica}
2. Data do requerimento ${informacao_generica}
3. Razão do indeferimento ${informacao_generica}
FUNDAMENTOS JURÍDICOS
A pretensão do Autor encontra respaldo legal no artigo 203, V, da Constituição Federal, no
artigo 20 da Lei 8.742/93 (regulamentado pelo Anexo do Decreto do Decreto nº 6.214/07) e
demais normas aplicáveis. De acordo com a legislação inerente à matéria, é devido o benefício
àquelas pessoas deficientes ou idosas (idade igual ou superior a 65 anos) que não possuem
condições de prover o próprio sustento por seus próprios meios, nem de tê-lo provido pelo
núcleo familiar.
Neste sentido, cumpre salientar que, quando do requerimento administrativo, o Demandante
contava com ${informacao_generica} anos de idade, de modo a satisfazer o critério etário
previsto no artigo 20 da Lei 8.742/93.
De outra banda, se encontra igualmente satisfeito, no caso em apreço, o requisito “renda”. Isto,
pois, conforme se observa em documento constante no processo administrativo, o grupo familiar
do Demandante é composto por três pessoas: o Requerente, sua cônjuge e seu filho. A renda
familiar é proveniente do Benefício Assistencial ao Idoso recebido pela cônjuge do Requerente,
no valor de R$ ${informacao_generica}.
A esse respeito, cabe destacar que o art. 20, § 14 da Lei nº 8.742/93 estabelece que deve ser
excluído do cálculo da renda familiar per capita o benefício de prestação continuada auferido
por um dos componentes da família:
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Com a exclusão do Benefício Assistencial recebido pela cônjuge, a renda familiar está em
patamar abaixo do critério de ¼ do salário mínimo previsto no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93, o
qual gera presunção absoluta de miserabilidade, conforme tese jurídica fixada no julgamento
do IRDR 12 do TRF/4.
Assim, diante do exposto, tem-se comprovado que a Parte Autora satisfaz os requisitos inerentes
à concessão do benefício de prestação continuada.
TUTELA DE URGÊNCIA
O Código de Processo Civil estabelece em seu art. 300 que “A tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo”. Neste sentido, o novo diploma legal exige para a concessão
da tutela de urgência dois elementos, quais sejam, o fumus boni iuris e o periculum in mora.
No presente processo, que visa a prestação de benefício assistencial, resta evidente o periculum
in mora, eis que se trata de benefício de caráter alimentar.
O fumus boni iuris resta devidamente comprovado, visto que a renda per capta familiar está
abaixo do critério de ¼ do salário mínimo previsto no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93, o qual gera
presunção absoluta de miserabilidade, conforme tese jurídica fixada no julgamento do IRDR
12 do TRF/4.
ISTO POSTO, imperioso sejam antecipados os efeitos da tutela, através do deferimento, in
limine litis, da prestação do benefício ora requerido, eis que demonstrado o preenchimento
de todos os requisitos necessários a tal medida.
DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO OU DE CONCILIAÇÃO
Considerando a necessidade de produção de provas no presente feito, a Parte Autora vem
manifestar, em cumprimento ao art. 319, inciso VII do CPC/2015, que não há interesse na
realização de audiência de conciliação ou mediação, haja vista a iminente ineficácia do
procedimento e a necessidade de que ambas as partes dispensem a sua realização, conforme
previsto no art. 334, § 4º, inciso I, do CPC/2015.
PEDIDOS
EM FACE DO EXPOSTO, REQUER a Vossa Excelência:
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Silvana Camilo Pinheiro
Advogada
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
, 28 de dezembro de 2022.
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Silvana Camilo Pinheiro
Advogada
[1]
Valor da causa = ${processo_calculo_valordacausa}
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