Você está na página 1de 6

EXMO(A). SR(A). DR(A).

JUIZ(A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL


FEDERAL DA 11ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE
SANTANA DO IPANEMA – AL.

TRAMITAÇÃO VIA – JUÍZO 100% DIGITAL

Paulo Antônio dos Santos, brasileiro, viúvo, inscrito no RG nº 30.698.098-


8 SSP/SP e CPF nº 249.249.988-00, residente e domiciliado no Conjunto
Mutirão, Quadra D, nº 09, Centro, Canapi - AL, vem respeitosamente
perante Vossa Excelência, ajuizar a presente:

AÇÃO DE CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE

Em desfavor do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, na


pessoa de seu representante legal, pelos fatos e fundamentos jurídicos que
passa a expor:

1 – DOS FATOS

Excelência, o autor era casado com a Sra. Maria do Socorro Leite


dos Santos, conforme certidão de casamento em anexo, provando assim a
qualidade de dependente e segurada da falecida, tendo a mesma falecido em

Travessa José Correia Filho, nº 40, Eldorado


Delmiro Gouveia – Alagoas | CEP: 57.480-000
(82) 3641-5463
22/09/2018, conforme se constata através da certidão de óbito anexada
virtualmente.

Sendo que, após esse trágico fato e diante das dificuldades vividas
no dia-a-dia, o autor teve ciência de que, devido ao fato de seu pai ter
falecido sob o manto dos segurados especiais da Previdência Social -
AGRICULTORA e a sua fonte de renda era imprescindível à subsistência
familiar, poderia requerer junto à Autarquia Federal – INSS, uma prestação
mensal na condição de dependente. Com isso, em atenção ao fato de se
enquadrar nos requisitos legais necessários para a concessão de um
benefício, resolveu o autor propor o competente requerimento administrativo
com NB 188.418.486-0 de concessão de pensão por morte, o qual ocorreu
em 04/12/18.

Ocorre que, para sua surpresa, o INSS indeferiu o pleito


administrativo sob o fundamento que: “Falta de qualidade de Segurado
Especial”, muito embora a falecida fosse agricultora.

Cumpre informar que o autor junto com sua esposa desenvolviam


atividade rural no imóvel denominado: SÍTIO CAITITU, Zona Rural,
município de Canapi – AL, no período compreendido de 15/01/1999 até
19/09/2018, onde plantavam milho e feijão.

Destarte, não há razão para prosperar a decisão do INSS. Medida


pela qual vem o autor, perante este Douto Juízo, requerer o benefício de
pensão por morte. Veja excelência que as provas juntadas nos autos virtuais
comprovam de forma efetiva a qualidade de segurado do falecido, vejamos:
1- Certidão de Nascimento dos filhos, onde
consta a profissão agricultor(a);
2- Carteira do Sindicato do marido, profissão
agricultora;

Travessa José Correia Filho, nº 40, Eldorado


Delmiro Gouveia – Alagoas | CEP: 57.480-000
(82) 3641-5463
3- Requerimento de matrícula, profissão
agricultor(a).
4- Certidão Eleitoral, onde consta a profissão de
agricultora;
5- Certidão Eleitoral, profissão agricultor(a);
6- Declaração de exercício de atividade rural,
profissão agricultor(a);
7- Declaração Verbal, profissão agricultora;
8- ITR; e
9- Ficha Ambulatorial, profissão agricultora.

Portanto, vê-se que os únicos obstáculos criados à efetiva


materialização do direito da autora são frutos das atitudes arbitrárias
praticadas pelo INSS, que insiste em denegar direito tão patente ao autor,
tornando-se, assim, a via judicial, o solitário caminho hábil à concretização
da verdadeira Justiça.

2 – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Como amplamente conhecido, para a concessão de pensão por


morte, deve, inexoravelmente, o autor, comprovar o perfeito implemento dos
requisitos legais, os quais, segundo o art. 74 da Lei 8.213/91, são: ser
dependente do falecido; e, que ocorra o óbito de uma segurada da
Previdência Social. Sabendo-se de tais condições, passar-se-á a comprovar
cada uma destas exigências, com o objetivo de demonstrar o seu cabal
preenchimento, por parte do requerente, resultando no consequente
merecimento ao benefício previdenciário ora requerido.

2.1 – DA CONDIÇÃO DE DEPENDENTE/QUALIDADE SEGURADO


ESPECIAL.

Travessa José Correia Filho, nº 40, Eldorado


Delmiro Gouveia – Alagoas | CEP: 57.480-000
(82) 3641-5463
Douto(a) Julgador(a), analisando-se a fundo o caso concreto,
percebemos que se faz indispensável tecer claros comentários acerca da
condição de dependente do autor. Isto porque, a legislação previdenciária
(Lei 8.213/91) prevê que somente o cônjuge, a companheira, o companheiro
e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou
inválido, gozam de presunção de dependência, conforme se expõe:

Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência


Social, na condição de dependentes do segurado:
I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e
um) anos ou inválido;
II – os pais;
(...)
§ 4° A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso
I é presumida e a das demais deve ser comprovada.

Veja Exa. que o cerne principal da discussão judicial gira em torno


da comprovação da qualidade de segurado especial, não há duvida quanto a
esta qualidade a época de seu óbito, razão pela qual se passará a tratar
deste ponto de forma pormenorizada.

O requerente era casado com a falecida, cuja renda familiar era


suprida totalmente pelo trabalho rural da falecida, tendo somente esta como
a única fonte de renda fixa para si e para os seus familiares, conforme
documentos anexados, os quais demonstram tal fato. Daí porque é
absolutamente injusta e descabida a atitude tomada pelo réu de indeferir
administrativamente o benefício pleiteado.

Assim sendo, dúvidas não pairam a respeito da adequada


superação do presente requisito, com vistas à almejada concessão do
benefício, COMO TAMBÉM AS PROVAS JUNTADAS NOS AUTOS VIRTUAIS DA
QUALIDADE DE DEPENDENTE DO REQUERENTE E A QUALIDADE DE
SEGURADA ESPECIAL DA FALECIDA.

Travessa José Correia Filho, nº 40, Eldorado


Delmiro Gouveia – Alagoas | CEP: 57.480-000
(82) 3641-5463
Em verdade, Doutor(a) Julgador(a), tal condição é facilmente
constatada através da análise dos documentos acostados aos autos virtuais,
a qual demonstra solidamente que na época do falecimento, o falecido, era
uma Trabalhadora Rural, estando claro e evidente, a qualidade de
dependente do autor bem como a qualidade de segurado especial da falecida.

Portanto, na data do óbito, o falecido era segurada especial do


INSS, o que dá por cumprida a exigência legal de falecimento de um
segurado.

Assim, consoante exaustivamente demonstrado, inexistem óbices à


concessão do benefício de pensão por morte, razão pela qual facilmente se
percebe o descabimento das alegações aduzidas pelo INSS para justificar o
indeferimento administrativo.

Portanto, configurados todos os requisitos legais por meio de fortes


provas materiais, e após a oitiva de seu depoimento, deve ser CONCEDIDA A
PENSÃO POR MORTE, por ser medida da mais absoluta e verdadeira
Justiça.

3 – DO PEDIDO

Destarte, diante das razões acima aduzidas, a parte autora requer que V.
Ex.ª digne-se em:
a) Designar a audiência prévia de conciliação, nos termos do art. 319, VII, do
CPC/2015.
b) A concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita, tendo em
vista que o Autor não tem como suportar as custas judiciais sem o prejuízo
de seu sustento e de sua família;
c) O recebimento e deferimento da presente peça inaugural – nos moldes do
Juízo 100% Digital

Travessa José Correia Filho, nº 40, Eldorado


Delmiro Gouveia – Alagoas | CEP: 57.480-000
(82) 3641-5463
d) Determinar a citação do INSS, ora réu, por meio de seu representante
legal, no endereço supracitado, para que, querendo, conteste os termos da
presente, no prazo legal, com as advertências previstas no art. 246,
CPC/2015;
e) Seja julgada PROCEDENTE a presente ação, concedendo o benefício de
PENSÃO POR MORTE ao requerente, por restarem indubitavelmente
comprovados os requisitos exigidos por nossa legislação, bem como que seja
CONDENADO o INSS ao pagamento das parcelas retroativas a que o
mesmo tem direito, conforme planilha de cálculos em anexo, respeitando o
limite do teto do JEF, renunciado desde já o excedente;
f) Protesta, o autor, pela produção de todos os meios de prova em direito
admitidos, os quais desde já se requerem, especialmente o seu depoimento
pessoal, por ser meio idôneo à confirmação do seu direito.

Dá-se à causa o valor de R$ 36.195,54 (trinta e seis mil, cento e


noventa e cinco reais, cinquenta e quatro centavos).

Nestes termos,
Pede deferimento.

Delmiro Gouveia/AL, 03 de setembro de 2020.

RENATO DAVID TORRES DE OLIVEIRA


Advogado - OAB/AL nº 8.025

ROBERTA ASSIS CALIXTO TORRES


Advogada – OAB/AL n° 12.895

SERGIO DAVID TORRES DE OLIVEIRA


Advogado – OAB/AL nº 9.904

Travessa José Correia Filho, nº 40, Eldorado


Delmiro Gouveia – Alagoas | CEP: 57.480-000
(82) 3641-5463

Você também pode gostar