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1º OFÍCIO GERAL – Boa Vista/RR

AO JUÍZO DA 3ª VARA FEDERAL DE JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA SJRR

PAJ nº. 2021/005-00481

LUCIANA TRAJANO COSTA, brasileira, viúva, empregada, inscrita no CPF nº.


585.682.632-91, residente e domiciliada no endereço: Rua Abel Francisco de Oliveira, nº
501, Bairro Jardim Floresta Boa Vista (Capital)/RR, CEP: 69312-123, com o número de
telefone para contato: (95) 99111-7219, sem endereço eletrônico, vem, sob a assistência
jurídica gratuita da DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO, , por seu agente signatário, em
cumprimento às suas atribuições constitucionais previstas no artigo 134 da Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988, constituída na forma do art. 128, XI da Lei
Complementar n° 80/94, vem, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo
40, § 7º, da CRFB/88, artigo 25, inciso II, “a” do Decreto nº 3.048/99 e artigo 311, inciso IV,
do Código de Processo Civil, ajuizar

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE


COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

Pelo procedimento sumaríssimo previsto no inciso I do artigo 98 da Constituição da


República e artigo 3º da Lei 10259/01, em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO
SOCIAL - INSS, pessoa jurídica de direito público, sob a forma de autarquia federal,
podendo ser citado à Rua Glaycon de Paiva, nº 86, Mecejana, Boa Vista/RR, CEP: 69.301-
256, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I- DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

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A parte autora afirma ser pessoa carente, não possuindo meios de arcar com custas e
despesas processuais sem prejuízo do sustento próprio e de sua família, razão pela qual faz
jus à gratuidade de justiça nos termos da lei 1060/50, com redação dada pela lei 7510/86.

II - DA INTIMAÇÃO PESSOAL

Requer ainda sejam todas as intimações dirigidas à Defensoria Pública da União do


Rio de Janeiro, na forma do art. 44, inciso I da Lei Complementar n° 80/94.

III - DOS FATOS

A Autora viveu em uma União Estável com o Sr. José Antenor Moreira de Araújo, por
mais de 18 anos, e juntos tiveram três filhos, ANNA ISABELLY MOREIRA DA COSTA de 05
anos de idade, ALICE VITORIA MOREIRA COSTA de 09 anos de idade e ARTHU
MOREIRA COSTA de 11 anos de idade. A requerente viveu com seu esposo até a data do
óbito em em 25.01.2019.
Assim, em 30.01.2019, a demandante requereu perante o INSS o benefício de pensão
por morte (NB: 190.497.043-2,), porém teve o benefício indeferido parcialmente,
reconhecendo como dependentes somente os filhos do casal. Quando a ela foi descrito que,
“por motivo de não reconhecimento de união estável com o segurado, não foi
possível sua inclusão no benefício, que será devido apenas para os dependentes
legalmente habilitados”.
Porém, conforme demonstram os documentos que embasam a demanda, a Srª Luciana
e o Sr. José, foram casados por mais de 18 anos conforme a alegação da parte autora, além
do fato de que ambos residiram no mesmo endereço até o óbito do falecido.
Sobre a documentação que comprova os fatos alegados, estão sendo apresentados
vários documentos comprobatórios, tais como: os documentos pessoais do falecido em seu
poder (CNH e CTPS), certidões de nascimento dos filhos em comum que demonstra a
filiação, certidão de óbito que em suas anotações há a declaração de união estável, e além
disso a autora apresenta sentença declaratória de união estável, firmada pela juíza de
direito, Dra. Patricia Oliveira dos Reis, que declarou em sentença a existência da união

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estável de Luciana Trajano Costa com José Antenor Moreira de Araújo, até a data do óbito
deste, em 25/01/2019.
Por tais razões, a Autora pretende que seja reconhecida sua qualidade de dependente
em relação ao falecido e que seja concedido em seu favor o benefício de pensão por morte.

IV. DO DIREITO

A pretensão da Autora vem amparada pelos Art. 16, inciso I, § 4º c/c e Art. 74, inciso II,
ambos da Lei n° 8.213/91. O benefício de pensão por morte tem por escopo amparar os
familiares que dependiam dos ganhos do segurado para sua subsistência, tendo como
requisitos: a vinculação do segurado para com o Instituto de Previdência e a relação de
dependência entre o pretenso beneficiário e o segurado, sendo certo que, no caso, restam
ambos os requisitos preenchidos.
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de
dependentes do segurado:

I - O cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de


qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente
incapaz, assim declarado judicialmente;

§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é


presumida e a das demais deve ser comprovada.

Por seu turno, o Art. 74, inciso II, assim prevê:

Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do
segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data: II - do
requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso anterior.

O benefício de pensão por morte tem por escopo amparar os familiares que dependiam
dos ganhos do segurado para sua subsistência, tendo como requisitos: a vinculação do
segurado para com o Instituto de Previdência e a relação de dependência entre o pretenso
beneficiário e o segurado, certos que, no caso, restam ambos os requisitos preenchidos.
A autora convivia com, seu esposo, o falecido até a data de seu óbito, conforme
os documentos em anexo, e conforme reconhecido judicialmente.

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A qualidade de dependente da autora em relação ao segurado falecido, encontra-se


comprovada pelos documentos em anexo. De outra banda, como é cediço, a dependência
econômica para os beneficiários elencados no inciso I do artigo acima mencionado, é
presumida por força do disposto no artigo 16, § 4° da Lei n. 8.213/91, sendo certo que a
dicção da norma não comporta mitigações.
Embora hajam provas documentais, caso necessário com efeito, à luz da hierarquia das
normas que rege o sistema pátrio, assegurou o Constituinte Originário (art. 5º, inciso LVI) o
direito à produção de provas lícitas, dentre as quais, destaca-se a prova testemunhal,
expressamente aceita no ordenamento vigente.
Os Tribunais pátrios têm o posicionamento que para a comprovação da existência de
união estável, caso não houvessem provas documentais, poderiam ser feita exclusivamente
por testemunhas. Neste caso concreto podem ambas as provas serem apresentadas.

Vejamos a jurisprudência da TNU;

PEDILEF nº 2007.72.95.002652-0/SC. PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR


MORTE. RECONHECIMENTO EXISTÊNCIA UNIÃO ESTÁVEL.
COMPETÊNCIA JUSTIÇA FEDERAL. ENTENDIMENTO
JURISPRUDENCIAL TNU JEF. REQUISITOS PREENCHIDOS.
EXCLUSÃO COTA-PARTE BENEFÍCIO EX-ESPOSA. IMPOSSIBILIDADE.
JULGAMENTO LIDE RESTRITO AOS LIMITES DA CAUSA FIXADOS NA
PETIÇÃO INICIAL. FUNDAMENTAÇÃO MAGISTRADO SENTENCIANTE
IRRETOCÁVEL. RECURSOS DESPROVIDOS.[g.n].

Destarte, qualquer ato do Poder Executivo com viés restritivo não subsiste em face
da Constituição da República, tampouco da lei, de onde retira diretamente seu fundamento
de validade. Para dirimir quaisquer dúvidas sobre o tema, colaciono os seguintes julgados
acerca do tema:

PELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº 0012666-35.2015.4.04.9999/SC


Ementa: PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. FILHOS.
COMPANHEIRA. UNIÃO ESTÁVEL COMPROVADA. DEPENDÊNCIA
ECONÔMICA PRESUMIDA. QUALIDADE DE SEGURADO DO
INSTITUIDOR. COMPROVADA. 1. A concessão do benefício de pensão
por morte depende da ocorrência do evento morte, da demonstração da
qualidade de segurado do de cujus e da condição de dependente de quem
objetiva o benefício, como na espécie. 2. Deliberação sobre índices de
correção monetária e taxas de juros diferida para a fase de cumprimento de
sentença, de modo a racionalizar o andamento do processo, e diante da

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pendência, nos tribunais superiores, de decisão sobre o tema com caráter


geral e vinculante. Precedentes do STJ e do TRF da 4ª Região. Certifico
que o (a) 5ª TURMA, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A TURMA, POR
UNANIMIDADE, DECIDIU CONHECER EM PARTE DA REMESSA
NECESSÁRIA, E NESSA EXTENSÃO NEGAR-LHE PROVIMENTO E NÃO
CONHECER DO APELO DO INSS. RELATORA :Juíza Federal TAÍS
SCHILLING FERRAZ. Publicação: D.E. 13/09/2016. [g.n].

Diante desse contexto, mostra-se ilegal o ato administrativo de indeferimento do


pedido de pensão por morte (NB: 190.497.043-2), requerido em 30/01/2019, razão pela qual
a Autora pretende a obtenção de provimento jurisdicional que lhe garanta a concessão da
pensão por morte que lhe é devida a contar da data do requerimento administrativo.

V. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

1) seja deferido o benefício da Gratuidade de Justiça a parte Autora;


2) a intimação pessoal da Defensoria Pública da União de todos os atos do
processo;
3) seja concedida a antecipação dos efeitos da tutela após instrução probatória
determinando-se, por conseguinte, a imediata implantação do benefício pensão por morte
(NB: 190.497.043-2);
4) a citação dos Réus para contestar o presente feito, querendo;
5) seja julgado procedente o pedido, com a condenação do INSS a efetuar a
imediata implantação do benefício de pensão por morte (NB: 190.497.043-2) em favor da
Autora;
6) seja condenado o INSS ao pagamento das prestações vencidas, contadas a partir
da data do óbito do instituidor do benefício, monetariamente corrigidas desde o respectivo
vencimento e acrescidas de juros legais moratórios, de 1% ao mês, bem como das que se
vencerem no curso da presente demanda.

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Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente documental


superveniente e testemunhal, deixando para apresentar ao decorrer do processo seu rol de
testemunhas a serem ouvidas em audiência a ser designada por este MM. Juízo.

Atribui-se à causa o valor de R$ 49. 893,00 (quarenta e nove mil, oitocentos e noventa e
três reais).

Termos em que pede deferimento.


Boa Vista/RR, 14 de junho de 2021.

PAULO SÉRGIO OLIVEIRA DE CARVALHO FILHO


Defensor Público Federal

NATHÁLIA KAROLINE GOMES RODRIGUES


Estagiária da Defensoria Pública da União

Rol de documentos Concatenados:


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1- Outorga;
2- Questionário de Hipossuficiência;
3- Termo de Autorização;
4- RG e CTPS da Autora;
5- Demostrativo de Pagamento da Autora;
6- Comprovante de Residência;
7- Cadastro do CNIS;
8- Extrato Bancário;
9- Sentença Declaratória de União Estável;
10- Requerimento do Benefício de Pensão por morte;
11- CNH da Autora e seu falecido Esposo;
12- Declaração de União estável Pós-Morte;
13- Certidão de Óbito;
14- Certidão de Nascimento dos Filhos;
15- Carteira de Trabalho do Falecido;
16- CNIS do Falecido;
17- Cadastro Único da família;
18- CPF dos filhos da Autora;
19- Comunicado da Decisão.

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