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A Autora requereu, junto à Autarquia Previdenciá ria, a concessã o do benefício de pensã o por
morte, em razã o do falecimento de seu filho, XXXXXXXXXXXXXXX, conforme certidã o de ó bito anexa.
Da qualidade de dependente:
A pensã o por morte tem previsã o no art. 74 da Lei 8.213/91, que regula que será devido o
benefício ao conjunto de dependentes do segurado falecido, aposentado ou nã o.
O art. 16, inciso II, § 4º, do mesmo diploma institui que os pais sã o dependentes do segurado,
todavia estabelece que, de forma distinta aos dependentes do inciso I, aos pais deve ser feita prova
da dependência.
PREVIDENCIÁ RIO. PENSÃ O POR MORTE DE FILHO. DEPENDÊ NCIA ECONÔ MICA
COMPROVADA. CORREÇÃ O MONETÁ RIA E JUROS DE MORA. 1. Tendo sido comprovada a
dependência econômica, ainda que não exclusiva, da autora em relação ao falecido
filho, existe direito à pensão por morte. 2. Situação em que os rendimentos do falecido
em conjunto com os rendimentos da mãe formavam um sistema de colaboração de
todos os membros da família para o sustento do grupo. 3. O Supremo Tribunal Federal
reconheceu repercussã o geral à questã o da constitucionalidade do uso da Taxa Referencial
(TR) e dos juros da caderneta de poupança para o cá lculo da correçã o monetá ria e dos ô nus
de mora nas dívidas da Fazenda Pú blica, e vem determinando, por meio de sucessivas
reclamaçõ es, e até que sobrevenha decisã o específica, a manutençã o da aplicaçã o da Lei nº
11.960/2009 para este fim, ressalvando apenas os débitos já inscritos em precató rio, cuja
atualizaçã o deverá observar o decidido nas ADIs 4.357 e 4.425 e respectiva modulaçã o de
efeitos. Com o propó sito de manter coerência com as recentes decisõ es, deverã o ser
adotados, no presente momento, os critérios de atualizaçã o e de juros estabelecidos no 1º-F
da Lei nº 9.494/1997, na redaçã o dada pela Lei nº 11.960/2009, sem prejuízo de que se
observe, quando da liquidaçã o, o que vier a ser decidido, com efeitos expansivos, pelo
Supremo Tribunal Federal. (TRF4, AC 0009888-92.2015.404.9999, Sexta Turma, Relator
Osni Cardoso Filho, D.E. 01/10/2015, com grifos acrescidos)
1
Comentá rios à lei de benefícios da previdência social / Daniel Machado da Rocha, José Paulo Baltazar Junior. 8. ed. Ver.
Atual. – Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora: Esmafe, 2008. (pá g. 289)
Pelo Simples fato de os filhos residirem com os pais, em famílias não-
abastadas, é natural a existência de colaboração espontânea para uma divisão
das despesas da casa, naquilo que aproveita para toda a família.
Outrossim, necessá rio referir que NÃO é a pensão por morte benefício de caráter
assistencial, devido apenas aos dependentes que dela necessitem para a mínima
subsistência, diante da falta do instituidor. Muito pelo contrá rio, a pensão por morte, segundo
Pereira de Castro e Lazzari2
Em igual sentido, note-se a liçã o de Joã o Ernesto Aragonés Vianna, Procurador Federal, ex-
Procurador Geral do INSS acerca da matéria em testilha, na sua obra de direito previdenciá rio3:
“A respeito do tema o Tribunal Federal de Recursos editou a Súmula 229, segundo a qual ‘a mãe do
segurado tem direito à pensão previdenciária, em caso de morte do filho, se provada a dependência
econômica, mesmo não exclusiva’.”
“É que os critérios para a fixação do quadro de dependentes são vários, e não somente o da
dependência puramente econômica. São os vínculos familiares, dos quais decorre a solidariedade civil
e o direito dos necessitados à provisão da subsistência pelos mais afortunados (CF, art. 229), a nosso
ver, o principal critério norteador da fixação da dependência no campo previdenciário. Este critério,
em alguns casos, será conjugado com o da necessidade econômica, vale dizer, quando se estende a
dependência a pessoas que estão fora da célula familiar básica – cônjuges e filhos. É o caso dos pais do
segurado, bem como dos irmãos inválidos ou menores de idade, não emancipados.”
EMBARGOS INFRINGENTES. PREVIDENCIÁ RIO. PENSÃ O POR MORTE DE FILHO. DEPENDÊ NCIA
ECONÔ MICA. COMPROVAÇÃ O. Estando demonstrado, pelo conjunto probató rio, que o segurado
falecido contribuía para o sustento da genitora, mesmo que não com exclusividade, é
2
Manual de Direito Previdenciá rio / Carlos Alberto Pereira de Castro; Joã o Batista Lazzari – Florianó polis: Conceito
Editorial, 2010.
3
Curso de Direito Previdenciá rio / Joã o Ernesto Aragonés Vianna – 5. Ed. – Sã o Paulo: Atlas, 2012.
deferida a pensão em favor desta. (TRF4, EINF 5001784-92.2012.404.7004, Terceira Seçã o,
Relatora p/ Acó rdã o Vâ nia Hack de Almeida, juntado aos autos em 17/08/2015, com grifos
acrescidos)
PREVIDENCIÁ RIO. PENSÃ O POR MORTE. REQUISITOS. CONDIÇÃ O DE DEPENDÊ NCIA ECONÔ MICA
DOS PAIS EM RELAÇÃ O AO FILHO. SÚ MULA 229 DO EXTINTO TFR. 1. A concessã o do benefício de
pensã o por morte depende (a) da ocorrência do evento morte; (b) da demonstraçã o da qualidade
de segurado do de cujus; e (c) da condiçã o de dependente de quem objetiva a pensã o (art. 26, I, da
Lei nº 8.213/91). 2. Dependência econômica, na acepção da legislação previdenciária,
significa contribuição às despesas da família, implica participação no orçamento doméstico,
não sendo necessário que a subsistência dependa exclusivamente dos recursos advindos do
segurado. Assim, para que fique configurada a dependência econômica dos pais em relação
ao filho, não se exige que o trabalho do filho seja a única fonte de renda da família. A
jurisprudência do extinto Tribunal Federal de Recursos, consolidada na Sú mula nº 229, conforta
esta tese: "A mã e do segurado tem direito à pensã o previdenciá ria, em caso de morte do filho, se
provada a dependência econô mica, mesmo nã o exclusiva." (TRF4, APELREEX 0013933-
13.2013.404.9999, Quinta Turma, Relator p/ Acó rdã o Luiz Carlos de Castro Lugon, D.E.
27/09/2013, com grifos acrescidos)
A dependência econômica dos pais em relação aos filhos deve ser comprovada, consoante
estabelece o art. 16, inciso II c/c § 4º, da Lei nº 8.213/91. Todavia, não há na legislação
previdenciária aplicável à presente situação exigência da exclusiva dependência econômica.
Com efeito, muito embora a renda do falecido nã o fosse exclusiva para a manutençã o e
sustento da Autora, mostrava-se importante que fosse somada ao orçamento familiar para suportar
as despesas rotineiras.
Disto decorre que a decisã o administrativa foi indevida, eis que a Requerente era
economicamente dependente de seu filho, sendo que desde o trá gico ó bito do mesmo o sustento da
Autora vem sendo severamente prejudicado.
Neste ínterim, a ora Postulante ingressa com a presente açã o previdenciá ria de pensã o pela
morte de seu filho, para que, judicialmente, seja reparado o equivoco ocorrido na esfera
administrativa.
benefício postulado depende de dilaçã o probató ria, uma vez que é a partir da
produção de prova, especialmente testemunhal, que se demonstra a
dependência econômica de pais em relação a filhos. (TRF4, AG 0008020-
74.2013.404.0000, Sexta Turma, Relator Celso Kipper, D.E. 25/03/2014, com grifos
acrescidos)
Da Carência:
Na presente demanda, tal requisito restou plenamente demonstrado, eis que, conforme
extrato do INFBEN juntado anexo, o falecido gozou de aposentadoria por invalidez NB
XXX.XXX.XXX-X até a data do óbito.
Assim, fundamental seja deferido o benefício ora pretendido à Requerente, conforme atinem
os dispositivos relacionados à matéria, e o entendimento jurisprudencial e doutriná rio.
2. TUTELA DE URGÊNCIA
O novo Có digo de Processo Civil estabelece em seu art. 300 que “A tutela de urgência será
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou
o risco ao resultado útil do processo”. Nesse sentido, o novo diploma legal exige para a concessã o da
tutela de urgência dois elementos, quais sejam: o fumus bonis iuris e o periculum in mora.
A Autora necessita da concessã o do benefício em tela para custear a sua vida, tendo em vista
que a renda advinda de seu filho integrava de forma insubstituível o sustento familiar.
De qualquer modo, o cará ter alimentar do benefício traduz um quadro de urgência que exige
pronta resposta do Judiciá rio, tendo em vista que nos benefícios previdenciá rios resta intuitivo o
risco de ineficá cia do provimento jurisdicional final. Assim, imperioso o deferimento deste pedido
antecipató rio em sentença.
DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO OU DE CONCILIAÇÃO
3. PEDIDOS
3) A citaçã o do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo, apresentar defesa;
a) Conceder o benefício de pensã o por morte à parte Autora, desde a data de entrada do
requerimento administrativo, nos termos do art. 74, inciso II, da Lei 8.213/91;
Nesses Termos;
Pede Deferimento.
4
Valor da causa = 12 parcelas vincendas (R$ XX.XXX,XX) + parcelas vencidas (R$ X.XXX,XX).
Santa Maria, 14 de Abril de 2016.
NOME DO ADVOGADO
OAB/UF XX.XXX