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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(IZA)

FEDERAL DA VARA FEDERAL DE MUNICÍPIO/UF.

NOME DO CLIENTE, brasileiro(a), estado civil, ocupação, portador(a) do RG


nº, inscrito(a) no CPF sob o nº, residente e domiciliado na Rua , nº , Bairro ,
Cidade/UF, CEP, por seus advogados que esta subscrevem, com escritório
profissional na, nº, Bairro, cidade/UF, onde recebem intimaçõese notificações à
presença de Vossa Excelência requerer a presente

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE com


fundamento na Constituição Federal, art. 201, V, e na Lei 8213/91, art. 74,
contra o

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, com endereço na rua, nº ,


bairro, municipio/UF, CEP, ante os motivos de fato e de direito, que a seguir
passa a expor e ao final requerer:

I. DOS FATOS

O requerente é pai do segurado instituidor [nome do filho falecido], conforme


documento de identidade em anexo. O segurado João veio ao óbito em
24/07/2011 decorrente de hemorragia interna ocasionada em acidente de
trânsito, conforme Certidão de Óbito juntada aos autos.

O requerente entrou com o pedido de concessão de Pensão por Morte, NB


[numero do benefício], em 29/02/2012, uma vez que o filho falecido era o único
mantenedor da família, porém teve o benefício negado em 21/05/2012,sob o
argumento de falta de qualidade de dependente.

Ocorre que, o requerente era dependente do filho, uma vez que, restou sem
condições de trabalhar, sendo o segurado falecido que laborava para o sustento
de ambos. O instituidor residia na casa dopai, arcando com todas as despesas
relativas à casa e a subsistência da família, uma vez que o requerente não possui
nenhum rendimento mensal.

O instituidor sempre ajudou opai no sustento da família, sendo que, nos últimos
anos tornou-se o único mantenedor, pois opai restou desempregodevido a idade
avançada. A carência e a qualidade de segurado do instituidor restam
comprovadas, conforme carteira de trabalho e comprovante de seguro
desemprego em anexo.
A dependência econômicanão se confunde com simples auxílio financeiro, ou
seja, com aquele dinheiro eventual que não é destinado às despesas ordinárias
da casa. Contudo, não precisa ser exclusiva, conforme interpretação analógica
da Súmula 229/ex-TFR, que assim dispõe:

“A mãe do segurado tem direito à pensão previdenciária, em caso de morte do


filho, se provada à dependência econômica, mesmo não exclusiva”.

Assimospais de segurado falecidosão considerados beneficiários, na condição de


dependentes de seu filho, desde que devidamente comprovada a sua
dependência econômica em relação a ele, valendo atinar para o que
normalmente acontece na realidade: nas famílias mais humildes, os filhos
continuam ajudando os pais mesmo após ingressarem no mercado de trabalho,
enquanto nas famílias com razoável poder aquisitivo isso não ocorre.

Dessa forma, também ocorre com o requerente que dependia economicamente


do filho, sendo o salário que o instituidor falecido recebia o único rendimento
que garantia a subsistência da família. Assim, a requerente além de ter que
suportar a traumatizante perda de seu filho, ainda restou sem ter como se
manter.

Mesmo não sendo necessária a apresentação de prova documental para a


comprovação de dependência econômica dos pais em relação aos filhos, o
requerente junta diversos documentos que comprovam que o segurado residia
com opai até seu falecimento, além do recebimento de seguro DPVAP pelo
requerente e contrato de cessão de direitos em nome do autor, corroborada com
robusta prova testemunhal.

Está claro e ficará comprovado nos autos que, o requerente era dependente de
seu filho, o que requer seja reconhecido por Vossa Excelência.

II. DO DIREITO

O entendimento jurisprudencial dominante na TNU é de que a prova


exclusivamente testemunhal é suficiente para o reconhecimento de dependência
econômica.Não se exige a apresentação de prova documental para a
comprovação de dependência econômica dos pais em relação aos filhos, como
segue no julgado abaixo:
“PREVIDENCIÁRIO PENSÃO MORTE DE FILHO DEPENDÊNCIA
ECONÔMICA DA GENITORA”. EXCLUSIVIDADE.
A regra nas famílias humildes é a de que os filhos auxiliem os pais. Hipótese em
que a presunção é a de que o menor de idade, vivendo na companhia da família,
ajudava com seu salário nas despesas da casa, ainda mais quando comprovado
que efetuava compras de gêneros alimentícios e vestuário para a família, o que é
bastante para caracterizar a dependência econômica da sua genitora. A não-
exclusividade da dependência não obsta o direito à pensão, consoante assenta a
Súmula 229 do TFR, pelo que se confirma o deferimento do benefício à mãe
pela morte do filho.
(6ª Turma, Rel. Des. Federal João Surreaux Chagas, unânime, DJU
09/07/1997, p. 52855);

Ainda nesse sentido:

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. MÃE DE SEGURADO FALECIDO.


1. Sendo o filho falecido solteiro é natural e lógico que ajudasse na manutenção
econômica dos pais, ademais, quando há prova oral uníssona nesse sentido.

(Ac nº 93.04.07257-3/SC, Rel. Juíza Ellen Gracie Northfleet,)

(...) Já quanto à prova material, qualquer documento que comprove a


dependência é suficiente, mostrando-se despicienda a existência de ao menos
três dos documentos citados nos incisos I ao XVI do § 3º do art. 22 do Decreto
3.048, de 06 de maio de 1999,visto que o próprio inciso XVII indica ser válido
quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar. Ademais, a
Lei 8.213/91 não exige sequer prova material para a demonstração da
dependência econômica, obrigando o início de prova material apenas para
comprovação de tempo de serviço, o que tornaria excessivas as exigências
previstas no Regulamento de Benefícios, que daquela desbordou. Precedentes
do STJ.
(APELAÇÃO CÍVEL 2005.04.01.037736-9/SC RELATOR: DES. FEDERAL
VICTOR LUIZ DOS SANTOS LAUS)2003.01.99.000885-6/GO)

A TNU seguiu a mesma orientação nos seguintes julgados:

►PEDILEF nº 2002.70.03.004791-1/PR, Rel. Juiz Fed. Sônia Diniz Viana, DJ


27.05.2005
►PEDILEF nº 2003.61.84.104242-3/SP, Rel. Juíza Fed. Joana Carolina L.
Pereira, DJ 07.07.2009
Entretanto, no caso em tela, além de prova testemunhal cabal, o requerente
possui também prova documental suficiente, da dependência econômica entre
elo e o segurado instituidor. Dessa forma, é de se reconhecer o direito do autor.

III. DO PEDIDO

ANTE AO EXPOSTO, requer a Vossa Excelência:

a) Seja determinada a citação do INSS, no endereço indicado preambularmente


para contestar querendo a presente ação no prazo legal, sob as penas do art. 359
do CPC

b) Seja determinada a intimação do INSS, no endereço indicado


preambularmente para QUE TRAGA AOS AUTOS TODOS OS DOCUMENTOS
INDISPENSÁVEIS AO ESCLARECIMENTO DA PRESENTE CAUSA
INCLUSIVE A CÓPIA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO, nos moldes do
artigo 11 da Lei 10259/01;

c) Provar por todos os meios de prova em direito admitidoo ora


alegado,especialmente, oitiva de testemunhas e depoimento pessoal do
requerente;

d) Seja concedido ao requerente, o benefício da Justiça Gratuita, nos termos da


Lei nº. 1060/50, eis que o mesmo é pessoa pobre e não possui condições
financeiras de arcar com as despesas processuais e os honorários advocatícios
sem prejuízo do seu próprio sustento;

e) Ao final, seja julgada TOTALMENTE PROCEDENTE a presente ação, sendo


reconhecida a dependência entre o requerente e o segurado falecido, com a
condenação do INSS no pagamento da pensão mensal por morte ao autor, na
conformidade da Lei nº. 8213/91,

f) o pagamento das remunerações atrasadas desde a data do óbito dosegurado,


cujo valor deverá ser acrescido de atualização monetária e juros legais até a data
do devido pagamento;

g) A condenação do Órgão Requerido, no pagamento dos honorários


advocatícios no percentual equivalente a 20% sobre a condenação, conforme
preleciona o art. 20 do Código de Processo Civil.

VALOR DA CAUSA:R$ 00.000,00 (valor por extenso)


8 parcelas vencidas + 12 parcelas vincendas de R$ 0.000,00) = 00.000,00

Termos em que
Pede deferimento.

Município, data

Eduardo Koetz
Advogado OAB/RS 73.409

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