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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA PRIMEIRA

VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE

, vêm
respeitosamente a presença de V.Exa., por seus advogados infra-assinados nos autos da
Ação Concessiva de Benefício Previdenciário - Pensão por Morte, que movem em face
do INSS, cujo feito tem curso perante este D. Juízo, apresentar RÉPLICA À
CONTESTAÇÃO, conforme despacho proferido, nos termos que segue.

A autora viveu em união estável, possuindo inegável notoriedade


pública e duradora de sua relação, bem como vínculo de dependência econômica com o
Sr. JOSÉ LUIS FERREIRA, por mais por mais de 8 anos. Essa união perdurou até o
falecimento do Instituidor da pensão, ocorrido em 20.02.2017, conforme certidão de
óbito em anexo.

Na qualidade de dependente pleiteou junto a Autarquia Ré em, o


benefício previdenciário de Pensão por Morte . Após análise da documentação apresentada
o benefício foi indeferido sob a alegação de “falta de qualidade de dependente –
companheiro (a)”.

Vale ressaltar, que o Instituidor da pensão era segurado especial


(pesacador), na data do óbito o mesmo já se encontrava recebendo a aposentadoria por
idade rural.

Sobre a qualidade de dependente do instituidor da Pensão restou


comprovada pelos diversos documentos anexados. É possível concluir que a Requerente
sempre conviveu com o Ex-segurado e nessa condição permaneceu até a ocorrência do
óbito.

Dessa forma, ingressaram com a presente ação, uma vez que fazem jus
a benesse pleiteada.

Após a devida citação, a Autarquia Ré apresentou Contestação com


razões que não merecem prosperar, conforme segue:

I – DA NÃO COMPROVAÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO.

A Autarquia Federal pugna pela extinção do processo sem resolução


do mérito sob a alegação de que não foi possível comprovar qualidade de segurado do
falecido.
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Primeiramente, a contestação arguida pela Advocacia Geral da União é
totalmente descabida e não deve prosperar, pois na época do óbito o de cujus já se
encontrava aposentado por idade rural (pescador).

Sabe-se que para concessão do benefício em questão, a Lei n°


8.213/91 estabeleceu como requisitos: a) ser o(a) instituidor(a) segurado(a) da
Previdência; b) ser a parte autora (beneficiária) sua dependente; e c) ter ocorrido o
evento social protegido pela Previdência Social - o óbito.

Pois bem, a parte autora comprovou a ocorrência do óbito, a qualidade


de segurado do de cujus, bem como, a qualidade de dependente, como veremos a seguir.

II - DA NÃO COMPROVAÇÃO DA CONDIÇÃO DE DEPENDENTE

A Autarquia Federal alega que não ficou comprovada a condição de


dependência econômica da autora.

Os referidos documentos detém idoneidade por serem dotados de fé


pública, sendo, portanto, suficientes para satisfazer a exigência jurisprudencial do início
razoável de prova material.

De acordo com este entendimento, o aresto abaixo:

TRF5-061557) PROCESSO CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO


POR MORTE. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS
DEPENDÊNCIA E QUALIDADE DE SEGURADO. APELAÇÃO
PROVIDA. 1. A Pensão por Morte é um benefício de prestação
continuada, de caráter substitutivo, com o fim de suprir a falta de quem
provia as necessidades econômicas dos beneficiários, concedida aos
dependentes do segurado que vier a falecer, sendo aposentado ou não,
como dispõe o art. 74 da Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991. 2. Para a
concessão da pensão por morte faz-se necessária a reunião de dois
requisitos, quais sejam, a qualidade de dependente e a condição de
segurada da falecida. 3. O apelante demonstrou sua condição de
dependente da falecida, através de cópia de certidão de casamento. 4.
No que tange à condição de segurada especial, observa-se que, a
despeito de o apelante afirmar que a extinta já era beneficiária de
aposentadoria rural, os documentos carreados aos autos a esse respeito
não comprovam satisfatoriamente de que benefício se tratava, podendo
ser, inclusive, algum que não gere o direito à pensão por morte. 5.
Embora não tenha restado LEONARDO^ÍRASI LEIRO Juiz de Direito
Página 3 de 4 comprovada a existência de benefício, os outros
documentos anexados aos autos demonstram que a falecida exercia
atividade rurícola. 6. E meramente exemplificativo o rol de documentos
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constante do art. 106, da Lei 8.213/91, daí se poder aceitar qualquer
outro indício de prova material, revelador da realidade e típicos da
cultura rural. A certidão de casamento em que consta a profissão de
agricultor do cônjuge da falecida, datada de 23.06.1965, o cadastro para
fins de fiscalização e cobrança de contribuinte produtor rural em que
consta o cônjuge da falecida como parceiro/arrendatário, datado de
1997. constando, ainda, que o parceiro produz em regime de economia
familiar desde 1977 e os testemunhos prestados em juízo demonstram,
satisfatoriamente, a qualidade de Trabalhadora Rural da falecida. 7.
Estende-se à mulher, com vistas à comprovação de atividade rurícola, a
condição profissional de trabalhador rural do marido. 8. Devido o
benefício de pensão por morte ao suplicante, à falta de requerimento
administrativo, desde a data da citação. 9. Honorários advocatícios, em
desfavor do INSS, fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da
condenação, nos termos do art. 20. parágrafo 4o. do CPC, observada a
Súmula 111 do STJ. 10. Nas causas previdenciárias, não se tratando de
servidores públicos, ao valor da condenação deverão incidirjuros de
mora à razão de 1% (um por cento) ao mês, a contar da citação (Súmula
204/STJ) e correção monetária de acordo com os índices recomendados
pelo Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos na
Justiça federal, aprovado pela Resolução n° 561, de 02.07.2007, editada
pelo Conselho da Justiça Federal. 11. Apelação provida. (AC n°
487755/PB (2009.05.99.003807-0), Ia Turma do TRF da 5a Região,
Rei. Rogério Fialho Moreira, j. 17.12.2009, maioria, DJe 15.01.2010).

Assim, conduzindo todo o conjunto probatório carreado aos autos,


reputo legítima a pretensão veiculada na inicial, no sentido de provocar o Estado-Juiz
para concedero benefício previdenciário de pensão por morte para a parte autora.
Destarte, demonstrada a implementação dos requisitos legais para a
concessão do beneficio almejado, cabe, neste instante, ponderar acerca do termo a quo
para o pagamento do benefício.
Desse modo, estão preenchidos todos os requisitos necessários para a
concessão do benefício pleiteado.

CONCLUSÃO

Nestes termos restam impugnados todos os argumentos da Autarquia


na peça contestatória. Estando evidenciado o preenchimento de todos os requisitos para
concessão do benefício, Pensão por Morte, a Autora, a saber: a) o óbito; b) a
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dependência econômica para com o falecido/segurado; e; c) a qualidade de segurado do
falecido no momento do óbito, comprovada por intermédio das provas materiais.

Dessa forma, deve ser julgado totalmente procedente o pedido da


Parte Autora, para o fim de se determinar a imediata implantação da Pensão por Morte
desde a data do óbito, por ser medida de justiça.

Subsidiariamente, caso não seja esse o entendimento do D. Juízo,


requer a designação de audiência de instrução, pela colheita de prova testemunhal e
depoimento pessoal, a fim de comprovar todos os pontos mencionados em sede de
exordial, bem como para corroborar com as provas materiais anexadas.

Nestes termos, pede deferimento

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