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MINISTÉRIO DA ECONOMIA - MECON

CONSELHO DE RECURSOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - CRPS

1ª Composição Adjunta da 11ª Junta de Recursos


Data/Hora: 09/02/2022 10:57:25

Número do Processo: 44233.643474/2018-10


Tipo do Processo: Recurso Ordinário com Incidente
APS Responsável: AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL CEAB RECONHECIMENTO DE DIREITO SRII
Objeto do Processo: Espécie/NB: 21/183.481.555-7
Espécie: Pensão por morte previdenciária
Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
Recorrido: WALMIRO NUNES PINTO
HERCULES ALMEIDA DE OLIVEIRA
Assunto: INDEFERIMENTO
Relator: ANGELO DIAS SALOMON

Inclusão em Pauta
Incluído em pauta em 01/02/2022 09:29:25 para sessão 0032/2022.

Relatório
Tratam os autos de Recurso ordinário interposto em face de decisão do INSS que indeferiu pedido de
PENSÃO POR MORTE PREVIDENCIÁRIA formulado em 20/12/2017 por WALMIRO NUNES PINTO, na
qualidade de pai do segurado instituidor, por falta da qualidade de dependente, tendo em vista a não
comprovação de dependência econômica.
O segurado instituidor, MARCOS AURELIO NUNES PINTO, faleceu em 11/02/1993, no estado civil de
solteiro, como prova a Certidão de Óbito de fls. 23, e residia no endereço da Rua Adalto Dantas lote 03,
quadra 05 – Cantagalo – Niterói-RJ, semelhante ao declarado pelo requerente na DER, qual seja: Rua
Adalto Dantas lote 03, quadra 05, Cs 1 – Maceio – Niterói-RJ.
Para provar sua dependência econômica em relação ao segurado instituidor, apresentou:
- Contas da telefone em nome dele, datada de 2016, posterior ao óbito (fls. 24);
- Certidão de Casamento dele e de óbito da esposa, este ocorrido em 2017 (fls. 25/26); e documentos de
identificação.
Instrumento de Mandato juntado às fls. 29, constituindo a Dra. Sandra Regina da Costa.
Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS do Requerente, da falecida esposa e do filho juntados às
fls. 32/35, informando o mesmo endereço para ele e para o filho, mas o da Rua Joaquim Távora 28, apt
1101 – Icaraí Niterói-RJ.
Carta de Exigências às fls. 37, solicitando a apresentação de documentação suplementar, sendo
cumprida com a apresentação de declaração de associação de moradores, além de rol de testemunhas
para Justificação Administrativa (fls. 39/40), além de registro de casamento, correspondência da Oi já
apresentada, certidão de óbito e correspondência da falecida esposa, esta última datada de 2017, para o
endereço dele (fls. 42/47).
Conforme Comunicação de Decisão de fls. 53/59, a Requerente foi informada de que não foi reconhecido
o direito ao benefício por falta de qualidade de dependente, tendo em vista que os documentos

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Assinatura digital do presidente: 01EB8C38B2307B3B38777A83D5E8170B13FD19796D85DB559689A02AA0684236
Assinatura digital do(a) relator(a): 9CFCE4481EAC7AA10EF17FD804C56D04B379D9CF2EDBF24A15C0C341FDC4360E
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apresentados não comprovaram dependência econômica em relação ao segurado instituidor.
Razões do recurso às fls. 37, nas quais o Recorrente se insurge contra o indeferimento, alegando que o
seu filho partilhava de todas as despesas da moradia, juntando Sentença de processo judicial movido
pela falecida esposa que reconheceu o direito dela à pensão (fls. 08/12), sendo que o benefício era
recebido por ela no endereço dele, conforme relatório do sistema PLENUS-TITULA de fls. 13.
Contrarrazões do INSS às fls. 66, mantendo o ato indeferitório, encaminhando os autos para análise desta
Junta.
Pedido de sustentação oral juntado às fls. 69.
O processo foi incluído em pauta para a Sessão nº 114/2019, de 12/06/2019, tendo o julgamento sido
convertido em diligência, conforme Decisão nº 68 / 2019 (fls. 58/60), para que a parte recorrente
promovesse a apresentação do processo judicial completo, bem como das Certidões de Nascimento e
óbito dos demais filhos dela, e para que o INSS promovesse a juntada do processo concessório do
benefício da mãe do instituidor, e para que a Autarquia realizasse de Pesquisa na Vizinhança,
independentemente da apresentação da documentação solicitada.
O recorrente manifestou-se às fls. 62, informando que promovia a juntada de certidões de óbito,
nascimento e casamento, do processo judicial e do processo administrativo relativo a (fls. 68/264).
O processo retornou para a retificação de erro material (fls. 270), o que foi não foi possível, conforme fls.
271/274, razão pela qual o processo foi reincluído em pauta, sendo o erro, que se consubstanciou na
citação de que o INSS havia agido com acerto, retificado para “pelo que agiu com erro o INSS ao indeferir
o seu pedido”.
É o relatório.

Voto
EMENTA:

Pensão por morte previdenciária. Pai. Necessidade de comprovação da dependência


econômica. Indeferimento. Recurso ordinário. Observância dos pressupostos legais.
Ilegalidade do ato recorrido. Arts. 16, § 7º, 22, § 3º, e 105 do Decreto 3.048/99.
Retificado erro material.

Não existe preliminar prejudicial ao conhecimento do mérito do Recurso.


Inicialmente, tendo em vista que a consulta ao processo completo e aquela que se obtém através da
“árvore do processo” podem gerar numeração diferente para as folhas dos autos, ressaltamos que o
número de páginas apontados tanto no relatório quanto na fundamentação poderá conter certas
divergências, o que não invalida o conteúdo do presente Acórdão.
No caso de Pensão por Morte, o óbito do segurado é que é o fato gerador do direito a esse benefício,
regulando-se a sua concessão pela legislação vigente na data do mesmo.
Segundo a regra do art. 16, do Decreto nº 3.048/99, em vigor na ocasião do óbito do segurado instituidor,
a dependência econômica dos pais em relação aos filhos não é presumida, devendo ser comprovada.
O artigo 22, parágrafo 3º, do Decreto 3.048/99, em vigor na ocasião do óbito do segurado instituidor,
estabelece que, para comprovação da dependência econômica, é necessário um mínimo de 3 das provas
relacionadas em seus incisos, das quais somente uma foi apresentada pela recorrente, qual seja, aquela
referente a comprovante de residência.
Salienta-se que a dependência econômica entre pais e filhos pode ser parcial, nos termos do Enunciado
JR/CRPS n.º 13:

“A dependência econômica pode ser parcial, devendo, no entanto, representar um auxílio substancial,
permanente e necessário, cuja falta acarretaria desequilíbrio dos meios de subsistência do dependente.”

O processo foi incluído em pauta para a Sessão nº 114/2019, de 12/06/2019, tendo o julgamento sido
convertido em diligência, conforme Decisão nº 68 / 2019 (fls. 58/60), para que a parte recorrente
promovesse a apresentação do processo judicial completo, bem como das Certidões de Nascimento e
óbito dos demais filhos dela, e para que o INSS promovesse a juntada do processo concessório do
benefício da mãe do instituidor, e para que a Autarquia realizasse de Pesquisa na Vizinhança,
independentemente da apresentação da documentação solicitada.
O recorrente manifestou-se às fls. 62, informando que promovia a juntada de certidões de óbito,
nascimento e casamento, do processo judicial e do processo administrativo relativo a (fls. 68/264).
O INSS não promoveu a realização de pesquisa na vizinhança sendo que o processo judicial, s.m.j., não
apresenta elementos que desconstituem o direito do ora recorrente à percepção do benefício pleiteado.

Assinatura do documento: 7F42B16E2FACD83D4F66E2A7C5E5A83686048C04A7B33101438F9F6F136DD1DB


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Protocolo: 44233.643474/2018-10 Página: 2
Os documentos apresentados pelo recorrente comprovam que seu filho residia com ele e sua falecida
esposa, sendo que ela teve reconhecida sua dependência econômica por Sentença de processo judicial
movido pela falecida esposa que reconheceu o direito dela à pensão (fls. 08/12), sendo que o benefício
era recebido por ela no endereço dele, conforme relatório do sistema PLENUS-TITULA de fls. 13.
Assim, porque a prova apresentada se mostra satisfatória, preenche o recorrente o requisito exigido para
fazer jus ao benefício requerido, pelo que agiu com erro o INSS ao indeferir o seu pedido.
O processo retornou para a retificação de erro material (fls. 270), o que foi não foi possível, conforme fls.
271/274, razão pela qual o processo foi reincluído em pauta, sendo o erro, que se consubstanciou na
citação de que o INSS havia agido com acerto, retificado para “pelo que agiu com erro o INSS ao indeferir
o seu pedido”.
CONCLUSÃO: Pelo exposto, VOTO no sentido de, preliminarmente, CONHECER DO RECURSO para, no
mérito, DAR-LHE PROVIMENTO.
ANGELO DIAS SALOMON
Relator(a)

Declaração de Voto

Conselheiro(a) concorda com o voto do(a) Relator(a).

RAFAELA DA SILVA VIEIRA DE MELLO


Conselheiro(a) Suplente Representante das Empresas

Declaração de Voto

Conselheiro(a) concorda com o voto do(a) Relator(a).

ASTROGILDO ANTONIO SILVA FILHO


Conselheiro(a) Suplente Representante do Governo

Declaração de Voto

Presidente concorda com o voto do(a) Relator(a).

FERNANDO NUNES PESTANA


Conselheiro(a) Suplente Representante do Governo

Decisório
Nº Acordão: 1ªCA 11ª JR/0731/2022

Vistos e relatados os presentes autos, em sessão realizada em 09/02/2022, ACORDAM os membros


da 1ª Composição Adjunta da 11ª Junta de Recursos, em CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE
PROVIMENTO, POR UNANIMIDADE, de acordo com o voto do(a) Relator(a) e sua fundamentação.

Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros ASTROGILDO ANTONIO SILVA FILHO e


RAFAELA DA SILVA VIEIRA DE MELLO.

ANGELO DIAS SALOMON FERNANDO NUNES PESTANA


Relator(a) Conselheiro(a) Suplente Representante do Governo
(Presidente designado)

Assinatura do documento: 7F42B16E2FACD83D4F66E2A7C5E5A83686048C04A7B33101438F9F6F136DD1DB


Assinatura digital do presidente: 01EB8C38B2307B3B38777A83D5E8170B13FD19796D85DB559689A02AA0684236
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Protocolo: 44233.643474/2018-10 Página: 3

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