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Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1000728-62.2021.8.26.0301 e código A153468.
SENTENÇA
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por FABRICIO AUGUSTO DIAS, liberado nos autos em 08/08/2022 às 14:55 .
Juiz de Direito: FABRÍCIO AUGUSTO DIAS
Trata-se de ação de conhecimento. O autor alegou que uma pessoa fez contato
telefônico e lhe disse que era do Banco Pan e que havia o valor de R$3.500,00 para ele receber,
decorrente de um empréstimo com juros elevados que ele teria contratado com o banco. Aduziu
que no mesmo telefonema a pessoa lhe disse que houve aprovação para empréstimo de
R$47.281,24 ao autor. Relatou que disse ao interlocutor que tinha interesse na quantia de
R$3.500,00, mas não no empréstimo de R$47.281,24. Asseverou que enviou foto ao interlocutor
para receber os R$3.500,00. Sustentou que depois verificou no extrato que havia a quantia de
R$47.281,24 em sua conta e tentou devolver. Aduziu que entrou em contato com o banco e o
atendente o orientou a pagar boleto de R$47.281,24 devolvendo a quantia. Alegou que recebeu o
boleto pelo Whatsapp e pagou, mas depois descobriu que o valor foi direcionado para pessoa
desconhecida. Asseverou que está sendo cobrado pelas 84 parcelas de R$1.214,00 desse
empréstimo consignado que tentou devolver, estão sendo descontadas de seu benefício
previdenciário. Requereu a tutela provisória para suspender os descontos em seu benefício
previdenciário e, ao final, pleiteou a confirmação da tutela, a declaração de inexistência de
relação jurídica e a condenação ao pagamento de indenização por dano material e compensação
por dano moral.
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Os requeridos apresentaram contestação. O Banco Pan aduziu que a contratação
do empréstimo consignado foi lícita e que o autor não devolveu o valor (fls. 90/110). O banco
Bradesco aduziu que o fato de o fraudador ter se utilizado de boleto seu não leva à sua
responsabilização pelo evento danoso (fls. 192/214).
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Réplica a fls. 244/246.
As partes não manifestaram interesse na produção de outras provas (fls. 260, 263
e 289/290).
É o relatório.
Fundamento e decido.
O autor foi vítima de fraude, em que uma pessoa, passando-se por atendente do
Banco Pan, o teria convencido a pagar boleto bancário no valor de R$47.281,24, supostamente era
a devolução de valor de empréstimo consignado que o autor não teria contratado. Assim, o autor
estaria pagando esse boleto como forma de devolução do valor mutuado, já que não pretendia o
empréstimo.
Ocorre que o autor não provou o pagamento do referido boleto - também não
provou o recebimento dos R$3.500,00 nem o negócio jurídico que o faria ter direito aos
R$3.500,00 -, já que não juntou aos autos o comprovante de pagamento ou o extrato bancário,
colacionou apenas o boleto (fls. 19/20). Ainda que tenha pago, o fez em favor do fraudador e não
da instituição financeira, que não contribuiu de qualquer forma para o evento danoso, inexistindo
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nexo causal.
O autor pagou boleto enviado por Whatsapp pelo fraudador, não se certificou do
destino do pagamento e nada pagou em favor do banco. No boleto bancário consta que o
beneficiário é "Empire Soluções Financeiras EIRELI", evidentemente se trata da empresa de
fachada usada pelo criminoso para recebimento da quantia.
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Quanto ao empréstimo consignado celebrado com o requerido, foi legitimamente
celebrado eletronicamente, conforma documentos acostados a fls. 31/46. O autor enviou
fotografia sua e de seu RG para a celebração do contrato e os logs demonstram o caminho
percorrido no aplicativo bancário para a celebração do negócio, tendo o autor anuído com o
empréstimo (fls. 92/93).
Os prints juntados pelo autor, da tela do aplicativo Whatsapp (fls. 53/63), apenas
afastam qualquer dúvida acerca da fraude, nota-se que terceiros se passaram por atendentes do
Banco Pan para aplicarem o golpe. O fato de a foto de perfil conter o nome do Banco Pan não
significa, por óbvio, que fosse um atendente do banco, já que qualquer pessoa pode colocar em
seu perfil no referido aplicativo foto de qualquer lugar. Outrossim, os números telefônicos que
entraram em contato com o autor via Whatsapp não se relacionam ao Banco Pan, o que também
não foi verificado pelo autor.
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consequente repasse à intermediadora do negócio que repassou ao vendedor, o qual não
entregou o bem adquirido pela autora.
(TJSP; Apelação Cível 1071562-53.2017.8.26.0100; Relator (a): Adilson de Araujo; Órgão
Julgador: 31ª Câmara de Direito Privado; Foro Regional I - Santana - 6ª Vara Cível; Data
do Julgamento: 04/02/2020; Data de Registro: 04/02/2020)
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HOMOLOGADO. RECURSO PREJUDICADO. RECURSO DO AUTOR. PEDIDO DE
CONDENAÇÃO DO RÉU BANCO DO BRASIL. ILEGITIMIDADE PASSIVA MANTIDA.
MERO EMITENTE DO BOLETO DE COBRANÇA DA RÉ BV FINANCEIRA.
SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DO AUTOR CONHECIDO E NÃO PROVIDO.
RECURSO DA RÉ PREJUDICADO.
(TJPR - 2ª Turma Recursal - RI 0014449-78.2016.8.16.0034 - Piraquara - Rel.: Juíza
Fernanda Bernert Michelin - J. 28.08.2020)
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esse suposto estelionato como uma falha no dever de segurança dos serviços bancários
prestados pelo recorrido.
6. Recurso especial não provido.
(REsp 1786157/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
03/09/2019, DJe 05/09/2019)
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Ante o exposto e nos termos do artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil,
revogo a tutela provisória e JULGO IMPROCEDENTE o pedido.
Esta sentença valerá como mandado, carta, termo, ofício, carta precatória e alvará,
a autenticação eletrônica lhe confere originalidade para todos os efeitos legais.