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TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
São Paulo
Registro: 2023.0000716047
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1078218-53.2022.8.26.0002 e código 221ECDAD.
ACÓRDÃO
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MANOEL RICARDO REBELLO PINHO, liberado nos autos em 22/08/2023 às 17:36 .
São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento em parte ao recurso. V. U.", de
conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.
REBELLO PINHO
RELATOR
Assinatura Eletrônica
fls. 174
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
São Paulo
VOTO nº 43986
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Apelação Cível nº 1078218-53.2022.8.26.0002
Comarca: São Paulo 9ª Vara Cível do Foro Regional II Santo Amaro
Apelante: Itaú Unibanco S/A
Apelado: Analina Novais Silva
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PROCESSO - Rejeição da alegação de nulidade da sentença, por
cerceamento do direito de defesa, em razão do julgamento
antecipado da lide.
DENUNCIAÇÃO DA LIDE Manutenção da r. sentença quanto
ao indeferimento da denunciação da lide pretendida - Isto porque:
(a) é descabida quando o direito de regresso não decorre
diretamente e incondicionalmente de previsão legal ou contratual,
como acontece na espécie, porquanto lastreada em imputação feita
pela denunciante em responsabilidade da denunciada; e (b) a
denunciação da lide, prevista no art. 125, II, CPC/2015, não é
obrigatória, e deve ser indeferida, quando se verificar que
procrastinará a marcha normal do processo, sendo certo que a ré
denunciante poderá demandar contra o terceiro, em ação própria, o
que entender direito.
OPERAÇÕES INDEVIDAS EM CONTA CORRENTE
Reconhecimento da existência de ato ilícito e defeito de serviço da
parte ré banco, consistente no descumprimento do dever de
resguardar a segurança da conta corrente da parte autora contra a
ação de fraudadores, falha de serviço esta que permitiu o acesso
destes à conta da parte autora correntista e, posteriormente, a
realização de operações indevidas descritas na inicial, resultando
na retirada de valores mediante transferências via PIX da conta da
parte autora.
RESPONSABILIDADE CIVIL - Comprovado o ato ilícito e
defeito de serviço, consistente no descumprimento do dever de
resguardar a segurança da conta corrente da parte autora contra a
ação de fraudadores, falha de serviço esta que permitiu o acesso
destes à conta da parte autora correntista e, posteriormente, a
realização de operações indevidas descritas na inicial, resultando
na retirada de valores mediante transações via PIX da conta da
parte autora, e não configurada nenhuma excludente de
responsabilidade, de rigor, o reconhecimento da responsabilidade
e a condenação do banco réu na obrigação de indenizar a autora
pelos danos decorrentes do ilícito em questão.
DANO MORAL - O descumprimento do dever de resguardar a
segurança da conta corrente da parte autora cliente contra a ação
de fraudadores, bem como a necessidade dela de ingressar em
Juízo para obter a solução de defeito de serviço da parte ré
fornecedora, por descumprimento do dever de segurança
patrimonial de seus clientes, constitui fato suficiente para causar
desequilíbrio do bem-estar e sofrimento psicológico relevante, e
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situação de sentimentos de humilhação, desvalia e impotência
Mantida a indenização por dano moral fixada na quantia de
R$2.000,00, com incidência de correção monetária a partir da data
do arbitramento.
DANOS MATERIAIS Reforma da r. sentença, para reduzir o
valor da indenização por danos materiais para a quantia de
R$4.573,00, com incidência de correção monetária a partir das
datas em que efetivadas as transações impugnadas - A retirada
indevida de valores na conta corrente da parte autora, em razão de
defeito de serviço da parte ré banco, é fato gerador de dano
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material, porquanto implicou diminuição do patrimônio do
correntista.
Recurso provido, em parte.
Vistos.
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imprescindível a improcedência da ação. Diante disso, roga-se pela anulação da sentença
combatida para continuidade da instrução probatória com a designação de audiência de
instrução e julgamento para oitiva pessoal da parte autora recorrida”; (b) “no caso em tela,
inexistente a responsabilidade da ora Ré por fortuito externo sofrido pela parte autora.
Desta forma, faz-se necessário a denunciação da lide em relação ao favorecido para
apuração de sua responsabilidade no recebimento de valores controversos. Assim,
denunciante e denunciado, prosseguirão na ação principal em litisconsorte passivo (art.128,
I, CPC), podendo o réu, demonstrar a ausência de sua responsabilidade”; (c) “as operações
e contratação somente foram possíveis visto quem realizou detinha o conhecimento dos
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dados e senhas, informações esses pessoais e intransferíveis da apelada. Ou seja, ou fora a
própria parte autora quem realizou as transações ou quem detinha conhecimento de seus
dados e senhas. Ressalta-se, entretanto, que a parte apelada tem o dever de zelar pela
guarda de seus dados e suas senhas. Somente com o conhecimento dos dados pessoais da
parte autora seria possível realizar tais operações”; (d) “eventual falha somente teria
ocorrido se o cliente não tivesse qualquer dispositivo eletrônico ativo quando dos débitos
ou se houvesse sido realizado transações em dispositivo eletrônico após solicitação de seu
cancelamento pelo próprio cliente bancário, contexto esse que não se verifica nos autos,
não podendo o Banco recorrente ser responsabilizado apenas pela mera alegação negativa
de débito pela parte recorrida”; (e) “não restando comprovado qualquer fraude ou violação
do sistema do Banco Itaú referente a operação reclamada, não pode ser o Banco apelante
responsabilizado pela ação de terceiros fora de seus estabelecimentos bancários, ao passo
que em se tratando de FORTUÍTO EXTERNO, fica obstado eventual aplicação da súmula
479 do STJ para contexto fático dos autos”; (f) “as operações reclamadas são legítimas,
sendo realizadas de forma regular e, portanto, inexistindo provas de falha ou ilicitude pelo
Banco apelante na autorização do débito contestado, não havendo assim que se falar em
danos materiais”; (g) “subsidiariamente requer que seja efetuada a compensação do valor
já devolvido a apelada de R$307,00”; (h) “o dano alegado não se afigura in re ipsa, assim,
cabia à parte autora provar a suposta ofensa grave e lesiva ao seu moral que justificasse
eventual indenização, o que não o fez” e (i) diminuição dos honorários sucumbenciais.
É o relatório.
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constante dos autos, que pudesse advir da oitiva pessoal da autora.
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que as movimentações foram realizadas pelo correntista, ou por terceiros por ele
autorizados - Entidade financeira poderia provar o alegado em sua contestação, por
exemplo, exibindo gravações de imagens das agências ou dos caixas eletrônicos onde
foram efetuadas as movimentações questionadas, mas não o fez - Uma das operações foi
um mútuo de R$ 9.750,00, cuja autoria o autor atribuiu ao fraudador. (...)Responsabilidade
objetiva do Banco pelo fato do produto e do serviço (arts. 12 a 14 do CDC), bem como
pelo vício do produto e do serviço (arts. 18 a 20, 21, 23 e 24 do CDC) - Ato ilícito e falha
na prestação do serviço bancário Responsabilidade do Banco-réu também resulta do
risco de sua atividade econômica Precedentes do STJ - Dano material (restituição de
valores) e dano moral Cabimento Indenização por dano moral arbitrada em primeiro
grau (R$ 27.556,80) reduzida para R$ 15.000,00, com atualização monetária a partir da
data deste acórdão e juros de mora da citação - Sentença reformada apenas para esse fim,
sendo confirmada nos demais pontos. Recurso provido em parte.” (20ª Câmara de Direito
Privado, Apelação 0011604-96.2013.8.26.0229, rel. Des. Álvaro Torres Júnior, j.
06.05.2019, o destaque não consta do original); (b) “Apelações Serviços bancários
Ação declaratória c.c. indenizatória precedida de pedido de tutela provisória de urgência
em caráter antecedente Sentença de rejeição da impugnação à gratuidade da justiça e de
acolhimento apenas do pedido declaratório de inexigibilidade das cobranças referentes aos
gastos no cartão de crédito Sentença parcialmente reformada, com o acolhimento
integral dos pedidos, revogados os benefícios da gratuidade da justiça concedidos ao autor.
1. Gratuidade da justiça Autor que se qualifica como empresário e promove gastos a
débito e a crédito em valores expressivos Favor legal revogado, destinado que é aos
verdadeiramente necessitados Recolhimento de todas as custas que haverá de se dar nos
termos do art. 102 do CPC, havendo de ser ressarcidas, ao final, pelo vencido. 2.
Cerceamento de defesa Inocorrência Requerimento voltado à mera colheita do
depoimento pessoal do adversário não justificando, por si só, a anulação do processo
a partir da perspectiva de que poderia advir confissão. 3. Responsabilidade civil da
instituição financeira. (...) Dispositivo: Afastaram a preliminar, deram provimento à
apelação do autor e deram parcial provimento à do réu.” (19ª Câmara de Direito
Privado, Apelação 1011897-82.2017.8.26.0011, rel. Des. Ricardo Pessoa de Mello Belli, j.
11.02.2019, o destaque não consta do original); e (c) “LEGITIMIDADE PASSIVA - Ação
declaratória de inexistência de débito Cartão de crédito - Compras não reconhecidas pelo
consumidor - Bandeira de cartão de crédito que também é responsável pelo serviço -
Legitimidade passiva configurada: A bandeira do cartão de crédito é parte legítima para
figurar no polo passivo de ação referente a compras não reconhecidas pelo consumidor -
Marcas de cartão de crédito respondem solidariamente com as instituições financeiras
administradoras do cartão, estando dentro da cadeia de fornecimento, nos termos do art. 14
do CDC. Precedentes do E. STJ. CERCEAMENTO DE DEFESA Requerimento de
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à solução da controvérsia Julgamento antecipado Possibilidade: Não há
cerceamento de defesa no julgamento antecipado da lide quando as provas pleiteadas
se mostram inócuas para a plena cognição da controvérsia Caso específico que
demanda prova eminentemente documental Ausente a nulidade suscitada. AÇÃO
DECLARATÓRIA Consumidor Cartão de crédito utilizado por terceiros Transações
nitidamente destoantes do padrão de consumo do consumidor Dever da instituição
financeira zelar pela segurança das transações Exclusão do nexo causal
Impossibilidade: É dever da instituição financeira zelar pela segurança das transações de
seus clientes, razão pela qual, falhando nessa tarefa, não há exclusão do nexo causal, pela
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utilização do cartão de crédito furtado Declaração de inexigibilidade das compras
contestadas, indicadas na fatura e no extrato acostado aos autos. DANO MORAL
Movimentação indevida em conta corrente e uso de cartão de crédito Fraude
Responsabilidade objetiva do banco - Relação de consumo Inteligência da Sumula 479
do STJ - Indenização Cabimento (...). RECURSO DA MASTERCARD CONHECIDO
EM PARTE E NA PARTE CONHECIDA NÃO PROVIDO. RECURSO DA
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA NÃO PROVIDO. RECURSO ADESIVO DO AUTOR
PROVIDO EM PARTE.” (13ª Câmara de Direito Privado, Apelação
1003591-65.2018.8.26.0278, rel. Des. Nelson Jorge Júnior, j. 19.09.2019, o destaque não
consta do original)
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operação indevida realizada através do Banco Itaú Unibanco S/A, caso dos autos, visto que
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não encontra amparo no art. 125, II, CPC/2015.
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Neste sentido, a orientação:
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mantida, constando de recentíssimo aresto que não será admitida a denunciação da lide
quando o reconhecimento do alegado direito de regresso requeira a análise de
fundamento novo que não conste da demanda originária; e haverá fundamento novo
quando o direito de regresso não derive, direta e incondicionalmente, da lei ou do
contrato celebrado com o denunciante sendo necessário recorrer a outros
elementos para evidenciá-lo, dado o tumulto que trará à marcha processual, em
contrariedade aos princípios da instrumentalidade e celeridade (...) Impende ponderar,
todavia, que o “fundamento” da denunciação nunca será o mesmo “fundamento” da ação;
destarte, melhor seria referência a “matéria nova”, não vinculada direitamente ao thema
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decidendum objeto da cognição.” (“Intervenção de Terceiros”, 19ª ed., Saraiva, 2010, SP,
p. 121/122, o destaque não consta do original);
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razões do especial, apontou ofensa aos artigos 160, 946 e 1.536, § 2º, do Código Civil de
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1916, 219 do Código de Processo Civil e 2º da Lei n. 6.690/79, bem como divergência
jurisprudencial, alegando que a responsabilidade de baixa do protesto é do devedor, não
houve comprovação do dano moral, que o valor fixado a título de danos morais é
exorbitante para o caso dos autos (R$ 15.000,00) e que o termo inicial dos juros de mora é
a citação. Inadmitido o recurso na origem (e-STJ fls. 227/228), adveio o presente Agravo
de Instrumento. É o relatório. Não merece prosperar o inconformismo. 3.- Primeiramente,
o Recorrente afirma que o protesto do título foi regular, tendo sido condenada ao
pagamento de indenização por danos morais apenas por sua inércia na retirada do
apontamento. Entretanto, o Acórdão recorrido, com base nas provas produzidas, concluiu
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que o protesto foi efetuado após a quitação do débito, portanto, "protesto indevido,
reconhecido, inclusive, pelo banco/ora apelado" (e-STJ fls. 165/166). Diante de tal
contexto, verifica-se que a desconstituição das conclusões a que chegaram as instâncias
ordinárias, para afastar a responsabilidade da recorrente, como propugnado, ensejaria nova
incursão no acervo fático-probatório da causa, o que é vedado à luz da Súmula 7 desta
Corte. 4.- Quanto a alegação de que não restou comprovado nos autos a existência de
prejuízo capaz de caracterizar o dano moral, esta Corte já firmou entendimento que "o
dano moral não depende de prova; acha-se in re ipsa" (REsp 296.634-RN, Rel. Min.
BARROS MONTEIRO, DJ 26.8.2002), pois "não há falar em prova do dano moral, mas,
sim, na prova do fato que gerou a dor, o sofrimento, sentimentos íntimos que o ensejam"
(REsp 86.271/SP, Rel. Min. CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, DJU 9.12.97).
No mesmo sentido, confiram-se os seguintes precedentes: REsp 23575/DF, Rel. Min.
CESAR ASFOR ROCHA, DJU 1º.9.97; REsp. 233.076/RJ, Rel. Min. SÁLVIO DE
FIGUEIREDO TEIXEIRA, DJU 28.2.00; REsp. 471.159/RO, Rel. Min. ALDIR
PASSARINHO JUNIOR, DJ 31.3.03, entre muitos outros. 5.- De outro lado, não obstante
o grau de subjetivismo que envolve o tema da fixação da indenização, uma vez que não
existem critérios determinados e fixos para a quantificação do dano moral, reiteradamente
tem se pronunciado esta Corte no sentido de que a reparação do dano deve ser fixada em
montante que desestimule o ofensor a repetir a falta, sem constituir, de outro lado,
enriquecimento indevido. Com a apreciação reiterada de casos semelhantes, concluiu-se
que a intervenção desta Corte ficaria limitada aos casos em que o quantum fosse irrisório
ou exagerado, diante do quadro fático delimitado em primeiro e segundo graus de
jurisdição (REsp. 331.221/PB, relator Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA,
DJ de 04.02.2002, e REsp. 280.219/SE, relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES
DIREITO, DJ de 27.08.2001). Assim, não obstante os argumentos apresentados pela parte
Recorrente, não se vislumbra, em face da quantia afinal fixada pelo Tribunal de origem
(R$ 15.000,00), razão para provocar a intervenção desta Corte. 6.- Por fim, em relação ao
termo inicial dos juros moratórios nos casos de protesto indevido e inscrição indevida nos
serviços de proteção ao crédito, a jurisprudência desta Corte orienta que é caso de
aplicação da Súmula 54/STJ, segundo a qual "os juros moratórios fluem a partir do evento
danoso, em caso de responsabilidade extracontratual". Nesse sentido, entre outros:
PROCESSO CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. DANOS MORAIS. PROTESTO
INDEVIDO. OFENSA AO ART. 535 DO CPC. INDEFERIMENTO DE PROVA
TESTEMUNHAL. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO-OCORRÊNCIA.
RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL. JUROS MORATÓRIOS. SÚMULA
N. 54/STJ. SUCUMBÊNCIA. SÚMULA N. 326/STJ. QUANTUM INDENIZATÓRIO.
EXCESSIVIDADE. DENUNCIAÇÃO DA LEI. ART. 70, III, DO CPC.
IMPOSSIBILIDADE. 1. Não há por que falar em violação do art. 535 do CPC quando o
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acórdão recorrido, integrado pelo julgado proferido nos embargos de declaração, dirime, de
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forma expressa, congruente e motivada, as questões suscitadas nas razões recursais. 2.
Inexiste cerceamento de defesa quando o órgão julgador, verificando que está
suficientemente instruído o processo e que é desnecessária a dilação probatória, indefere o
pedido de produção de prova testemunhal. 3. Tratando-se de responsabilidade
extracontratual, os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, no caso, a data do
protesto indevido. Inteligência da Súmula n. 54/STJ. 4. Na ação de indenização por dano
moral, a condenação a montante inferior ao postulado na inicial não implica sucumbência
recíproca. Inteligência da Súmula n. 326/STJ. 5. Cabe ao STJ, na via do recurso especial,
reavaliar, considerando o contexto fático-jurídico delineado no acórdão recorrido, o
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quantum indenizatório fixado a título de danos morais quando ele não guardar
proporcionalidade e equivalência à gravidade da ofensa e ao grau de culpa do causador do
dano. 6. Não havendo preceito normativo ou instrumento contratual que estabeleça
vínculo obrigacional entre o denunciante e o denunciado, não se admite a
denunciação da lide com fundamento no art. 70, III, do CPC. 7. Recurso conhecido em
parte e provido. (REsp 967.644/MA, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJe
5.5.2008); PROCESSO CIVIL - AGRAVO REGIMENTAL - RESPONSABILIDADE
CIVIL - INDENIZAÇÃO - DANOS MORAIS - INSCRIÇÃO INDEVIDA EM
CADASTROS RESTRITIVOS DE CRÉDITO - RESPONSABILIDADE
EXTRACONTRATUAL JUROS MORATÓRIOS - SÚMULA 54/STJ -
APLICABILIDADE - DESPROVIMENTO. 1 - Tendo em vista que a inscrição em
cadastros restritivos de crédito não está prevista nas relações avençadas entre as partes,
cuida-se a hipótese de responsabilidade extracontratual. O dever de indenizar decorreu da
violação ao art. 159 do CC/16 e não do descumprimento de uma cláusula contratual.
Precedentes das duas Turmas que compõem a Segunda Seção desta Corte.2 - Agravo
regimental desprovido. (AgRg no AG 801.258/PR, Rel. Min. JORGE SCARTEZZINI, DJ
5.2.2007). 7.- Pelo exposto, nega-se provimento ao Agravo de Instrumento. Publique-se.
Intimem-se” (Ag 1416669, rel. Min. Sidnei Beneti, j. 08.05.2012, o destaque não consta
do original); e (e.3) quanto ao descabimento de denunciação da lide decorrente de cessão
de crédito, a orientação dos julgados extraídos do site: “RECURSO ESPECIAL.
PROCESSO CIVIL. PRELIMINAR DE INTEMPESTIVIDADE RECURSAL.
REJEIÇÃO. AÇÃO DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
DENUNCIAÇÃO DA LIDE. CESSÃO DE CRÉDITO ENTRE INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS. LIDE PARALELA. FUNDAMENTO NOVO.
INADMISSIBILIDADE. 1. O pedido de reconsideração, por não ser qualificado como
recurso, não interrompe nem suspende o prazo para a interposição de agravo, que tem
como termo inicial o ato decisório que deu origem ao gravame. Inaplicabilidade desse
entendimento na espécie, dadas as peculiaridades da causa. Retratação do relator no ponto.
2. Consoante jurisprudência consolidada nesta Corte Superior, não é admissível a
denunciação da lide embasada no art. 70, III, do CPC quando introduzir fundamento
novo à causa, estranho ao processo principal, apto a provocar uma lide paralela, a
exigir ampla dilação probatória, o que tumultuaria a lide originária, indo de encontro
aos princípios da celeridade e economia processuais, os quais esta modalidade de
intervenção de terceiros busca atender. Ademais, eventual direito de regresso não
estará comprometido, pois poderá ser exercido em ação autônoma. 3. Recursos
especiais parcialmente providos, a fim de afastar a denunciação da lide.” (STJ-3ª
Turma, REsp 1043612/RS, rel. Min. Vasco Della Giustina, v.u., j. 01/10/2009, DJe
30/11/2009, o destaque não consta do original); e
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TERCEIRO - Denunciação da lide - Endosso de duplicata mercantil - Denunciação à
empresa endossante - Denunciação só é obrigatória em relação ao denunciante que, não
denunciando, perderá o direito de regresso - Denunciação nos casos do inciso III do art.
70, isto é, regresso fundado em dever legal ou contratual de indenizar a quem perde a
demanda, não é obrigatória, em que pese a dicção do caput do art. 70 - Preliminar
rejeitada. CAMBIAL - Duplicata mercantil - Falta de aceite e de comprovante de efetiva
compra e venda de mercadoria - Título sem causa - Ré é empresa de factoring e admitiu ter
recebido o título por endosso - Se ela recebeu duplicata incompleta, deve arcar com o risco
de seu negócio, ou sujeitar-se às consequências decorrentes de sua incúria - Boa fé da
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endossatária - Irrelevância - Ressalva quanto ao seu direito de regresso em relação à
sacadora - Manutenção da decisão de primeiro grau, com a adoção de seus fundamentos
como razão de decidir - Ações principal (anulatória de título de crédito) e cautelar (de
sustação de protesto) procedentes. Recurso desprovido” (Apelação nº
9074225-28.2006.8.26.0000, rel. Des. Álvaro Torres Júnior, j. 11.04.2011, o destaque não
consta do original) e (f.2) “Prescrição - Ação regressiva de ressarcimento de cobertura
securitária Contrato de transporte marítimo Avarias nas mercadorias Reparação de dano
causado por fato do serviço Inaplicabilidade do prazo ânuo previsto no art. 8, "caput", do
Decreto-lei 116/67 - Prazo quinquenal Art. 27 do CDC Seguradora sub-rogada em todos os
direitos e ações de sua segurada, a quem indenizou o prejuízo derivado das mercadorias
avariadas em transporte de responsabilidade da ré Art. 786, "caput", do CC Pretensão ao
reembolso do valor da indenização paga pela autora que não se encontra prescrita Ação
ajuizada em menos de dois anos da data do desembarque das mercadorias avariadas
Prescrição afastada Sentença reformada. Responsabilidade civil - Ação regressiva de
ressarcimento de cobertura securitária - Denunciação da empresa que
a transportadora ré contratou para o transbordo da carga de um navio para o outro
Inadmissibilidade Art. 70, III, do CPC Inexistência do dever da empresa denunciada,
legal ou contratual, de indenizar a ré-denunciante pelos prejuízos que esta possa vir a
suportar com o resultado da ação proposta pela autora Ré-denunciante que
introduziu, na denunciação, fundamento novo estranho à "causa petendi" da ação
principal - Ausência de denunciação, ademais, que não ocasiona a perda do direito de
regresso ou de indenização - Denunciação da lide indeferida. Responsabilidade civil
Ação regressiva de ressarcimento de cobertura securitária Mercadorias da segurada da
autora que foram avariadas durante o transporte realizado pela ré Responsabilidade
objetiva da ré reconhecida Arts. 730, 749 e 750 do CC e art. 14, "caput", do
CDC Transportadora ré que não se desincumbiu de provar fato impeditivo, modificativo
ou extintivo do direito alegado pela autora, de acordo com os arts. 333, II, do CPC e 14, §
3º, do CDC. Responsabilidade civil Ação regressiva de ressarcimento de cobertura
securitária Reembolso do valor da indenização paga à segurada da autora Montante a ser
ressarcido nos limites do prejuízo resultante das mercadorias avariadas que se encontravam
acondicionadas no contêiner objeto da ação, nº SUDU 1633384 Valor concernente ao
outro contêiner, nº SUDU 3774577, que não pode ser reembolsado, por não ter sido objeto
da demanda Parcial procedência da ação decretada Apelo da autora provido em parte.
VOTO: “(…) Logo, apenas é admissível a denunciação da lide nas hipóteses de
garantia automaticamente resultante da lei ou do contrato, sendo proibida a
intromissão de fundamento novo, não constante da ação originária. No caso vertente,
não há o dever da empresa “Sepetiba Tecon S.A.”, legal ou contratual, de indenizar a
ré-denunciante pelos prejuízos que esta possa vir a suportar com o resultado da ação
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acordo com a logística da operação e como era de ciência da própria segurada autora, o
transporte foi realizado em duas etapas. Na primeira delas, a carga foi transportada a bordo
do navio 'Cap Cortes' desde o porto de origem, em Taiwan, até o porto de Sepetiba, no Rio
de Janeiro. Na sequência, a carga foi submetida à operação de transbordo para o navio
'Aliança Maracanã', a bordo do qual seguiu até o porto de destino, em Manaus-AM.
Importante registrar que a ré, na qualidade de transportador marítimo, não manuseia
cargas. Desse modo, no caso dos autos, a operação de transbordo da carga foi executada
pela empresa de Operações Portuárias 'Sepetiba Tecon S.A.', contratada pela ora
contestante para esta finalidade, a qual manuseou e movimentou o contêiner em que se
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encontrava acondicionada a carga da segurada da autora, realizando o transbordo do cofre
de carga para o navio 'Aliança Maracanã'. Ocorre que, durante a execução da referida
operação de transbordo, ocorreu avaria no contêiner em que se encontrava a carga da
segurada da autora, acarretando, em consequência, avaria e perda total da carga
acondicionada no interior do equipamento. Neste particular, conforme se verifica das
mensagens de e-mail anexas, o próprio operador portuário reconhece que as avarias
verificadas no contêiner e na carga da segurada da autora ocorreram nas dependências do
terminal 'Sepetiba Tecon S.A.', durante os procedimentos de transbordo da carga, o que
afasta por completo a responsabilidade da ré ora contestante em relação aos decorrentes
prejuízos” (fls. 168/169) (grifo não original). Ademais, a ré-denunciante introduziu, na
denunciação, fundamento novo, estranho à “causa petendi” da ação principal. Vale
dizer, segundo o pedido de denunciação da lide, a ré- denunciante atribuiu a
responsabilidade pelas avarias na carga que se encontrava sob sua guarda à empresa
denunciada que ela mesma contratou, por sua conta e risco, a fim de realizar a
operação de transbordo da aludida carga, verificada no percurso do transporte, de
um navio para outro (fl. 176). A ausência de denunciação na hipótese em exame, de
outra banda, não ocasiona a perda do direito de regresso ou de indenização” (23ª
Câmara de Direito Privado, Apelação nº0013210-09.2008.8.26.0562, rel. Des. José Marcos
Marrone, j. 11.12.2013, o destaque não consta do original).
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Caracterização da violação à regra do inciso II do § 3º do art. 12 do CDC. 6 - Recurso
especial provido, julgando-se procedente a demanda nos termos da sentença de primeiro
grau.” (STJ-3ª Turma, REsp 1288008/MG, rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, v.u.,. j.
04/04/2013, DJe 11/04/2013, RSTJ vol. 230 p. 591, o destaque não consta do original); e
(b) de Bruno Miragem: “Note-se que, no caso da responsabilidade civil dos bancos, tem
prevalência a aplicação do CDC, não sendo necessário investigar a presença dos
elementos da relação de consumo, como se reclama na disciplina dos contratos
bancários. Explica-se: enquanto nos contratos bancários, reclama-se a existência da
relação de consumo, invocando o disposto no art. 3º, § 2º, do CDC, quanto à quantificação
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da atividade bancária como espécie do serviço objeto da relação de consumo, bem como
no entendimento jurisprudencial afirmado pela Súmula 297 do STJ, há de se fazer uma
distinção É preciso definir se, além de se tratar de relação contratual entre cliente e banco,
o cliente ostenta qualidade que lhe permita ser identificado como consumidor, seja pela
exegese do conceito de destinatário final (art. 2º), ou pela interpretação do art. 29, que
autoriza a equiparação para fins de proteção contratual, atualmente interpretado segundo
exigência de demonstração de vulnerabilidade in concreto, de subordinação entre o cliente
e o banco. Outra coisa é a relação jurídica que resulta da imputação de
responsabilidade pelo dever de indenizar. Isso porque, aqui, a hipótese de
equiparação a consumidor, seja de quem não é cliente do banco, ou sendo cliente, não
se considera destinatário final ou vulnerável (uma grande sociedade empresária, por
exemplo), decorre de mera constatação fática de que se trata de vítima de um dano
cuja responsabilidade é do fornecedor. Em outros termos: enquanto em matéria
contratual permite-se investigar a qualidade subjetiva do cliente bancário para efeito
de promover sua equiparação a consumidor por força do art. 17 do CDC, sob o
fundamento de que se trata de pessoa exposta aos riscos de mercado de consumo, e,
em especial da atividade desenvolvida pelo banco. Assim, por exemplo, não se cogita
de questionar a aplicação odo CDC nos danos causados, seja a clientes pessoas físicas
ou grandes sociedades empresárias, pela informações levadas indevidamente a
registro pela instituição financeira em bancos de dados restritivos de crédito, ou pelo
protesto indevido de título. (...) Naquilo que diga respeito diretamente à prestação de
serviços bancários, contudo, no âmbito da atividade título da instituição financeira
(art. 17 da Lei 4.595/1694), a aplicação do CDC é impositiva, inclusive, pela
equiparação das vítimas.” (“Direito Bancário”, RT, 2013, SP, p.488/469, o destaque não
consta do original).
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CDC estabelece no inciso II, do § 3º, do art. 14, do CDC, determinadas situações aptas a
excluir o nexo causal entre a conduta do fornecedor e o dano causado ao consumidor, quais
sejam: a culpa exclusiva do consumidor ou a culpa de terceiro.” (STJ-3ª Turma, REsp
685662/RJ, rel. Min. Nancy Andrighi, v.u., j. 10/11/2005, DJ 05.12.2005 p. 323).
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“A inversão do ônus da prova pode decorrer diretamente da
própria lei (ope legis), quando a comprovação de um fato, que normalmente seria encargo
de uma parte, é atribuída, pela própria lei, à outra parte. No caso da responsabilidade civil
por acidentes de consumo, o legislador atribuiu expressamente ao fornecedor o ônus de
comprovar todas as causas de exclusão da responsabilidade civil, que foram elencadas
pelos arts. 12 e 14, em seus respectivos §§3º, do CDC. Nas hipóteses de culpa exclusiva da
vítima, fato de terceiro ou de não-colocação do produto no mercado, essa distribuição do
encargo probatório acompanhou o sistema tradicional estabelecido pelo art. 333, II, do
Código de Processo Civil. O legislador, todavia, atribuiu também ao fornecedor o ônus de
comprovar a inexistência de defeito do produto ou do serviço. Normalmente, o defeito,
como fato constitutivo do direito do demandado, deveria ser demonstrado pelo consumidor
lesado, como autor da ação indenizatória. O CDC, em seu art. 12, §3º, II, e em seu art. 14,
§3º, I, deixa expresso que compete ao fornecedor o ônus de comprovar a inexistência de
defeito no produto ou no serviço. Essa modificação na distribuição dos encargos
probatórios pela própria lei é o que se denomina de inversão ope legis do ônus da prova”.
(Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, “Responsabilidade Civil no Código do Consumidor e
a Defesa do Fornecedor”, 3ª ed., Saraiva, 2010, SP, p. 355/356).
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RESPONSABILIDADE OBJETIVA. FORTUITO INTERNO. RISCO DO
EMPREENDIMENTO. 1. Para efeitos do art. 543-C do CPC: As instituições bancárias
respondem objetivamente pelos danos causados por fraudes ou delitos praticados por
terceiros - como, por exemplo, abertura de conta-corrente ou recebimento de
empréstimos mediante fraude ou utilização de documentos falsos -, porquanto tal
responsabilidade decorre do risco do empreendimento, caracterizando-se como
fortuito interno. 2. Recurso especial provido” (o destaque não consta do original); e (b)
dos julgados extraídos do site deste Eg. Tribunal de Justiça: (b.1) “Ação indenizatória por
danos materiais e morais Golpe da troca do cartão por fraudador no interior do
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estabelecimento bancário Realização de saques indevidos de conta corrente,
decorrente de abordagem de correntista por fraudador, em caixa eletrônico de
autoatendimento Aplicação do CDC (súmula 297 do STJ) Culpa objetiva do
Banco prestador de serviço bancário (art. 14 CDC) por não coibir a ação criminosa
de estelionatário que aborda correntista em caixa eletrônico na agência e efetua
movimentações bancárias com cartão magnético Súmula 479 do STJ - Matéria
pacificada pelo julgamento do Recurso Especial nº 1.199.782/PR, com base no artigo
543-C do Código de Processo Civil Danos materiais comprovados - Devolução dos
valores indevidamente sacados por falsário O esvaziamento da conta com diversos
saques ilícitos acarretam dano moral Valor da indenização arbitrado em consonância
com a razoabilidade e proporcionalidade Recurso negado”. (13ª Câmara de Direito
Privado, Apel. Cível nº 0011452-02.2011.8.26.0655, rel. Des. Francisco Giaquinto, v.u., j.
06.07.2015, o destaque não consta do original); e (b.2) “RESPONSABILIDADE CIVIL
Dano moral Golpe sofrido pelo cliente na fila do caixa eletrônico Troca do cartão
por terceiro Saques indevidos em sua conta corrente Dever do banco de zelar
pela segurança não só dos estabelecimentos, mas também dos caixas eletrônicos
Responsabilidade objetiva Manutenção do valor fixado na r. sentença em R$ 10.000,00
(dez mil reais) Recurso improvido. RESPONSABILIDADE CIVIL Dano material
Devolução do valor sacado, devidamente corrigido Recurso improvido”. (23ª Câmara de
Direito Privado, Apel. Cível nº 1004570-29.2014.8.26.0161, rel. Des. J.B. Franco de
Godoy, v.u., j. 24.06.2015, o destaque não consta do original).
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de cartão bancário e/ou senha. - Se foi o cliente que retirou o dinheiro, compete ao
banco estar munido de instrumentos tecnológicos seguros para provar de forma
inegável tal ocorrência. Recurso especial parcialmente conhecido, mas não provido.”
(STJ-3ª Turma, REsp 727843/SP, rel. Min. Nancy Andrighi, v.u., j. 15/12/2005, DJ
01/02/2006 p. 553 RDDP vol. 40 p. 145, o destaque não consta do original); e (a.2)
“DECISÃO (...) O acórdão recorrido encontra-se em consonância com o entendimento
preconizado por esta Corte no sentido de que, nas ações declaratórias negativas, cabe
à parte adversa a comprovação do ato ou fato negado pelo autor. Nesse sentido:
"PROCESSO CIVIL. ÔNUS DA PROVA. FATO AFIRMADO PELO AUTOR E
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CONFESSADO PELO RÉU. DESNECESSIDADE DE PROVA. CPC, ARTS. 333 E 334.
PRECEDENTES. RECURSO DESACOLHIDO. I - Em regra, o ônus da prova incumbe
a quem alega o fato, sendo desnecessário provar os fatos afirmados por uma parte e
confessados pela parte contrária, sendo igualmente certo, até porque proclamado
pela lei, que, salvo nas declaratórias negativas, ao autor cabe a prova dos fatos
constitutivos, e ao réu a prova dos fatos extintivos, impeditivos ou modificativos. II -
Tendo o acórdão concluído pela suficiência das provas dos autos para julgar procedente o
pedido, o reexame do conjunto probatório resta vedado a esta instância especial, a teor do
enunciado nº 7 da súmula/STJ." (REsp 161.629/ES, Rel. Ministro SÁLVIO DE
FIGUEIREDO TEIXEIRA, DJ 21.02.2000) Nego provimento ao agravo.”(Ag
650254/MG, rel. Min. Fernando Gonçalves, data da publicação: 21/09/2007, o destaque
não consta do original); e (b) de Luiz Paulo da Silva Araújo Filho: “Assim, por exemplo,
em ações nas quais alegue o consumidor que houve saques irregulares em sua conta
corrente ou em sua caderneta de poupança, e o banco conteste afirmando que os saques
foram feitos por cartão magnético, decerto do cliente. O tema tem sido frequentemente
analisado pela jurisprudência à luz da inversão do ônus da prova, em bora, a rigor,
devesse ser tratado como simples alegação de defeito do serviço, desde que
devidamente interpretada a expressão 'quando não fornece a segurança [neste caso
patrimonial] que o consumidor dele pode esperar, constante do §1º do art. 14 do
CDC, hipótese em que, para não ser responsabilizado, competiria ao banco provar
que 'o defeito inexiste' (v. o §3º, I, do art. 14). Seja como for, também é admissível a
inversão do ônus da prova, porque há notícias de saques efetuados com cartões
'clonados', além de outras falcatruas na realização de saques fraudulentos, sendo a
alegação do consumidor, portanto, verossímil. Mesmo que não se considerasse
verossímil a alegação, a hipossuficiência do consumidor é manifesta, porque não se
pode negar a sua inferioridade, uma vez que não tem ele acesso aos conhecimentos
técnicos do projeto ou do processo utilizado na execução do serviço, nem tem
condições, ele mesmo, de tomar as medidas necessárias para evitar esse tipo de
incidente, como poderia fazê-lo o banqueiro. Dessa forma, deve o juiz inverter o ônus da
prova em benefício do consumidor, se não entender, simplesmente, que compete ao banco
provar que o defeito na prestação do serviço não existiu. Não procederia, neste, eventual
alegação do banco de que a prova lhe é impossível, ou extremamente difícil, porque
para garantir ao cliente a segurança que do serviço se poderia esperar, e para
assumir os riscos da atividade econômica, competiria ao banco tomar todas as
medidas de controle possíveis. Nos Estados Unidos, verbi gratia, há anos os 'caixas
eletrônicos' ou 'bancos 24 horas' são equipados com câmeras de filmagem ou
máquinas fotográficas, que registram as imagens durante o funcionamento ou a
intervalos de segundos. Do consumidor, em qualquer caso, é que não se pode exigir a
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Consumidor”, 2ª ed., Saraiva, 2009, SP, p. 15/16, o destaque não consta do original).
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esta que permitiu o acesso destes à conta da parte autora correntista e, posteriormente, a
realização de operações indevidas descritas na inicial, resultando na retirada de valores
mediante transações via PIX realizadas da conta corrente da parte autora.
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embargante apelante para demonstrar o desacerto do r. ato judicial recorrido, para evitar
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inútil tautologia e como autoriza o art. 252, do RITJ, adota-se a fundamentação da r.
sentença recorrida, muito bem lançada, pelo MM Juiz de Direito, Dr. Anderson Cortez
Mendes, como razão de decidir e que se transcreve:
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configurada, in casu, sua hipossuficiência organizacional diante da empresa
ré.
[...]
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Urge a consideração, pois, que a responsabilidade civil exige para o
surgimento do dever de indenizar, em sua modalidade objetiva, um dano
imputado causalmente ao serviço, colocando-se o risco como nexo de
imputação em coexistência com a culpa, em nosso ordenamento (cf.
GODOY, Claudio Luiz Bueno de. Responsabilidade civil pelo risco da
atividade. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 26). Na hipótese sub judice, todos os
seus pressupostos restaram configurados, de sorte a ensejar a condenação do
demandado a reparar os danos morais experimentados pelo demandante, a
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inexigibilidade do débito e a devolução dos valores transferidos via PIX, no
importe total de R$4.880,00.
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empresa autora, mediante internet banking Cenário dos autos prestigiando a boa-fé
da demandante, presunção não infirmada pelo banco réu Inequívoca
responsabilidade do réu pelo ocorrido, nos termos da orientação cristalizada na
Súmula 479 do STJ Acertado, portanto, o reconhecimento do direito da autora à
restituição do que foi desviado de sua conta Falta de aptidão, porém, à falta da
especificidade exigida pelo art. 286 do CPC, do pedido destinado a que o valor da
restituição englobe os juros e demais encargos de cheque especial em que teria incorrido a
demandante Bem rejeitado o pedido de indenização por danos morais, não caracterizados
Entes fictícios que são, as pessoas jurídicas não experimentam sofrimento íntimo,
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sentimento a que só as pessoas naturais estão sujeitas Reconhecimento de dano moral, no
que concerne a tais entes, reclamando a demonstração de que o episódio trouxe
comprometimento ao bom nome da pessoa jurídica Situação dos autos em que não existiu
alegação nem prova nesse sentido Cenário de sucumbência recíproca e equivalente
justificando a repartição igualitária de responsabilidades por tais verbas, compensados os
honorários Recurso do réu não conhecido no tópico em que aborda o dano moral, uma vez
que a sentença lhe foi favorável nesse tópico. Apelação conhecida ao apenas em parte e, na
parte conhecida, desprovida; também improvido o adesivo, com observação.” (19ª Câmara
de Direito Privado, Apelação 4007995-63.2013.8.26.0576, rel. Ricardo Pessoa de Mello
Belli, j. 29/09/2014, o destaque não consta do original).
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morais, adota-se a seguinte orientação: (a) o arbitramento de indenização por dano moral
reconhecido deve considerar a condição pessoal e econômica do autor, a potencialidade do
patrimônio do réu, bem como as finalidades sancionadora e reparadora da indenização,
mostrando-se justa e equilibrada a compensação pelo dano experimentado, sem implicar
em enriquecimento sem causa do lesado; e (b) “a fixação do valor da indenização, devida a
título de danos morais, não fica adstrita aos critérios do Código Brasileiro de
Telecomunicações” (STJ-4ª Turma, AgRg no Ag 627816/MG, rel. Min. Fernando
Gonçalves, v.u., j. 03/02/2005, DJ 07.03.2005 p. 276, , conforme site do Eg. STJ).
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3.8.3. “Quanto ao emprego do salário mínimo como critério
de indexação do valor da indenização, o recurso merece parcial acolhida. Reproduzo, por
esclarecedora, a ementa do RE 409.427- AgR, Relator Ministro Carlos Velloso:
"CONSTITUCIONAL. INDENIZAÇÃO: SALÁRIO-MÍNIMO. C.F., art. 7º, IV. I. -
Indenização vinculada ao salário-mínimo: impossibilidade. C.F., art. 7º, IV. O que a
Constituição veda -- art. 7º, IV -- é a fixação do quantum da indenização em múltiplo de
salários-mínimos. STF, RE 225.488/PR, Moreira Alves; ADI 1.425. A indenização pode
ser fixada, entretanto, em salários-mínimos, observado o valor deste na data do
julgamento. A partir daí, esse quantum será corrigido por índice oficial. II. - Provimento
parcial do agravo: RE conhecido e provido, em parte." Cito, no mesmo sentido, os REs
270.161, Relatora Ministra Ellen Gracie; 225.488, Relator Ministro Moreira Alves; e
338.760 Relator Ministro Sepúlveda Pertence. Assim, frente ao art. 557, § 1º-A, do CPC,
dou parcial provimento ao recurso apenas para desvincular o quantum indenizatório do
valor do salário mínimo, devendo ser considerado o vigente na data da condenação, a ser
atualizado monetariamente pelos índices legais. Publique-se. Brasília, 26 de outubro de
2004. Ministro CARLOS AYRES BRITTO Relator” (RE 430411 / RJ, rel. Min. Carlos
Ayres Britto, DJ 30/11/2004 PP-00110, conforme site do Eg. STF).
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dano emergente, também chamado positivo este sim, importa efetiva e imediata
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diminuição no patrimônio da vítima em razão do ato ilícito. O Código Civil ao disciplinar
a matéria no seu art. 402 (reprodução fiel do art. 1.059 do Código de 1916, caracteriza o
dano emergente como sendo aquilo que a vítima efetivamente perdeu. A mensuração do
dano emergente, como se vê, não enseja maiores dificuldades. Via de regra importará no
desfalque sofrido pela vítima; será a diferença do valor do bem jurídico entre aquele que
ele tinha antes e depois do ilícito.” (“Programa de Responsabilidade Civil”, 9ª ed., Atlas,
2010, SP, p. 74, item 18.1.). Observa-se que a r. sentença permaneceu irrecorrida na parte
que fixou o valor da indenização por danos materiais, visto que o arbitramento não foi
impugnado especificamente, daí por que tal questão não foi devolvida ao conhecimento
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deste Eg. Tribunal de Justiça (CPC, arts. 1.008, 1.010, II e 1.013, do CPC/2015).
Relator