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MILEIDE LACERDA
CAMPO GRANDE
2022
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MILEIDE LACERDA
CAMPO GRANDE
2022
Prova ilícita no processo civil
Mileide Lacerda ¹
RESUMO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................05
2 CONCEITO DE PROVA...........................................................................................06
2.1 DIREITO A PROVA .............................................................................................06
2.2 PROVA COMO ELEMENTO ESSENCIAL NA BUSCA DA VERDADE .............07
3 PROVAS ILÍCITAS..................................................................................................11
4 O ORDENAMENTO PROCESSUAL CIVIL............................................................15
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................22
REFERÊNCIAS...........................................................................................................23
5
1 INTRODUÇÃO
2 CONCEITO DE PROVA
que questões penais são tão graves que justificaria uma busca mais ampla da
verdade, diferentemente das questões de processo civil.
Oliveira (2010) esclarece que toda verdade judicial é uma verdade
processual, tendo em vista ser produzida no curso do processo e por se referir
a uma certeza que é de natureza exclusivamente jurídica.
Fernandes (2007) faz uma crítica relevante aos limites às provas,
explicando que a estrita legalidade e a busca da verdade formal condicionada
por modelos formalistas de Direito Penal, em que preveem limites às provas a
serem admitidas dentro de um processo, a intangibilidade da coisa julgada, o
princípio do in dubio pro reo e todas as demais imposições que limitam ou
impedem o julgador de reconstituir a verdade histórica do fato constituem
impedimentos para se alcançar a verdade real ou substancial.
No mesmo sentido, Ferrajoli (2006) descreve que se uma justiça penal
integralmente com verdade constitui uma utopia, uma justiça penal
completamente sem verdade equivale a um sistema de arbitrariedade. Em
outras palavras, tanto a busca pela certeza absoluta quanto a abertura do
processo a modelos subjetivamente decisionistas são extremos que não devem
ser aceitos.
A verdade processual é indutiva, e como tal, tem valor de uma hipótese
probabilística, pois um mesmo conjunto de observações e dados
históriográficos pode admitir diversas explicações. O segundo limite é a
subjetividade da verdade específica do conhecimento judicial. Como relata
Duclerc (2004, p. 113):
3 PROVAS ILÍCITAS
não deveria ignorar”; quem “tiver alterado a verdade dos factos ou omitindo
factos relevantes para a decisão da causa”; quem “tiver praticado omissão
grave do dever de cooperação” e quem tiver feito do processo ou dos meios
processuais um uso manifestamente reprovável, com o fim de conseguir um
objetivo ilegal, impedir a descoberta da verdade, entorpecer a ação da justiça
ou protelar, sem fundamento sério, o trânsito em julgado da decisão
(RAMIRES, 2002).
A Lei 11.690/08 solucionou expressamente a segunda questão. Agora,
nos termos da nova redação do artigo 157, CPP, a prova inadmissível deve ser
“desentranhada do processo”. Quanto à problemática da abrangência da
inadmissibilidade o novo dispositivo não foi tão claro. O artigo 157, CPP, em
sua nova conformação, afirmam que são inadmissíveis no processo as provas
ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou
legais. A leitura desavisada do artigo em debate pode levar à conclusão de que
de agora em diante a sanção de inadmissibilidade restringe-se às “provas
ilícitas” e não se estende às “ilegítimas (MAXIMILIANO, 1999).
Ao utilizar a expressão “provas ilícitas” o legislador emprega um termo
técnico jurídico bem definido pela doutrina, conforme demonstrado linhas
volvidas. E quando a lei usa termos técnicos, estes devem ser interpretados em
seu estrito sentido técnico. Afirma Carlos Maximiliano que “quando são
empregados termos jurídicos, deve crer-se ter havido preferência pela
linguagem técnica”.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, 2003, p. 103.
LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal. 12 ed. São Paulo: Saraiva,
2015. p. 351.
LOPES, João Batista. A prova no direito processual civil. 2.ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2002.
MARCÃO, Renato. Curso de Processo Penal. 5ª. ed. São Paulo: Saraiva,
2019.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal. 18ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil interpretada e legislação
constitucional. São Paulo: Atlas, 2002.
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 13. ed. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 346.