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FACTU

Alunas: Rafaela R Medeiros; Gabrielle Gonçalves.

Questão 1

MERETÍSSIMO JUÍZO DA VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA


DE UNAÍ-MG.

Urgente: Com pedido de tutela antecipada!

Maria da Silva Andrade, brasileira, viúva, do lar, inscrita no CPF sob o


n.º999.434.226-76, portadora do documento de identidade n.º MG-66.555.433 residente
e domiciliada na Rua Grande, 765, Centro, Unaí/MG, CEP 38.610-000, vêm, muito
respeitosamente, por intermédio de seu advogado legalmente constituído por
(procuração anexa), com endereço profissional na Rua Belém, n.º 444, apt. 4, Unaí-MG,
CEP 38.610-132, e telefone profissional 38 99876-3434, onde deverão ser
encaminhadas intimações e notificações do feito, propor

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE

em face do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), pessoa jurídica de direito


público, inscrita no CNPJ 29.979.036/0001-40, situado na Av. Governador Valadares,
n.º 722, Centro, Unaí-MG, CEP 38.610-014, pelos motivos de fato e direito a seguir
expostos:

I – DA JUSTIÇA GRATUITA:
Requer, a parte autora, a concessão dos benefícios da gratuidade de justiça, pois
a demandante atesta que não reúne condições de arcar com as despesas do processo sem
prejuízo do seu sustento e de sua família, situação que garante a concessão da
gratuidade processual, conforme jurisprudência do egrégio Superior Tribunal de
Justiça1.

1
Com efeito, a representante legal da incapaz é a única provedora do lar, sendo
ela doméstica. De fato, o documento em anexo (cópia da carteira de trabalho) atesta que
nãopossui rendasuficiente para arcar com custas processuais sem prejuízo do próprio
sustento e de sua família.
Ante todo o exposto e com fundamento no artigo 5º, inciso LXXIV, CF/88, art.
98 § 5º, ainda art. 99, § 3º, ss. c/c do Art. 374 todos do CPC, sob as cominações da Lei
7.115/83, requer seja concedida ao demandante, a gratuidade da Justiça.

II – DA RENÚNCIA EXPRESSA AO VALOR EXCEDENTE A 60 (SESSENTA)


SALÁRIOS MÍNIMOS:
A parte autora renúncia, neste momento, ao valor que, eventualmente, exceder a 60
(sessenta) salários-mínimos.

III – DO CONTEXTO FÁTICO:


A requerente, junto à Autarquia Previdenciária, fez o pedido da concessão do
benefício de pensão por morte, em razão do falecimento do seu cônjuge, que ocorreu há
um mês Sr. José das Couves, conforme certidão de óbito anexa.
Todavia, o requerimento administrativo fora indeferido pela parte ré sob a
fundamentação de que o instituidor não restou demostrado aalegada união estável.
Apesar de ser comprovada tal união, que já se perpetua há 22 anos, por diversas
testemunhas que conheciam o casal. É fatoainda, que da união adveio ao casal 2 filhos,
quais sejam: Alanzinho Rosinha e Luquinha Pit Bitoca, que hoje estão com 18 anos de
idade.
Portanto, não restam dúvidas da existência da união estável que houve entre o
casal durante muitos anos, até ser interrompida pelo lamentável falecimento de José.
Existem diversas fotos e inúmeras testemunhas que demostra que o casal vivia em uma
convivência pública notória e duradoura.
A requerente não recebe nenhum tipo de benefício da Previdência Social, nem
de outro regime previdenciário.
O falecido, Jose das Couves, teve como causa mortis, o infarto, como prova o
atestado de óbito.
A requerente era companheira do espólio, conforme provas documentais,
portanto, faz jus a Pensão por Morte, em conformidade com a legislação em vigor.
Realizado o resumo do contexto fático, passa-se a fundamentar juridicamente o
pedido.

III – FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA:

PENSÃO POR MORTE E REQUISITOS LEGAIS


Inicialmente, cumpre salientar que a pensão por morte é um benefício pago aos
dependentes do segurado, homem ou mulher, que falecer, aposentado ou não,
conformeprevisão expressa do art. 201, V, da Constituição Federal. Trata-se de
prestação de pagamento continuado, substituidora da remuneração do segurado falecido.
As regras gerais sobre a pensão por morte estão disciplinadas pelos arts. 74 a 79 da
Lei 8.213/91, com as alterações promovidas pela Emenda Constitucional nº 103/2019,
bem como pelas Leis 13.135, 13.146 e 13.138/2015, e arts. 105 a 115 do Decreto
3.048/99.
Assim, os REQUISITOS para a concessão do benefício são: a qualidade de
segurado do falecido, o óbito ou morte presumida deste e a existência de dependentes
que possam se habilitar como beneficiários perante o INSS.

a) DA QUALIDADE DE DEPENDENTE:
A pensão por morte tem previsão no art. 74 da Lei 8.213/91, a qual regula que
será devido o benefício ao conjunto de dependentes do segurado falecido, aposentado
ou não.
De mesma banda, o artigo 16 da mesma lei define aqueles que são dependentes
do segurado. Veja-se:
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes
do segurado:

I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição,


menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o
torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;

(...)

4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve
ser comprovada.
Em vista disso, para a comprovação de sua qualidade de dependente, a parte
autora apresenta fotos e testemunhas para comprovar que vivia em união estável com o
falecido.

Portanto, resta demonstrado que o extinto e a Demandante constituíram uma


família, de forma que viveram juntos, sem se separar, por 22 anos.

IV- DA TUTELA DE URGÊNCIA:


A tutela de urgência poderá ser antecipada quando estiverem presentes elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo, conforme estabelece o art. 300 do CPC.
No caso em tela, faz-se necessário a concessão da tutela de urgência, a fim de conceder,
incontinenti, o benefício pleiteado. Isto porque, conforme ampla documentação acostada
aos autos, a parte autora depende do respectivo benefício para se alimentar e uma
demora do Poder Judiciário em analisar a questão pode acarretar prejuízos imensuráveis
às partes.
Pois bem, no caso em tela, encontram-se presentes os respectivos requisitos, senão
vejamos.

A-) Probabilidade do direito:


A probabilidade do direito é patente. Conforme documento anexo, a requerente
se dedicava integralmente aos cuidados da família, portanto, não trabalhavafora, sendo
que o falecido era o único provedor da casa. Nãorestam dúvidas que a requerente e seus
filhos se encontram hoje desamparados financeiramente, pois não possui ninguém em
sua família que possa prover o seu sustento.
Ou seja, os documentos em anexo permitem aferir, DE PLANO, que a
demandante necessita do benefício pleiteado para sua SOBREVIVÊNCIA.
Em casos idênticos ao aqui debatido, tem decidido o egrégio Tribunal Regional
Federal da 1.ª Região:

Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de efeito suspensivo, pelo


INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS contra decisão do
Juízo a quo, que deferiu o pedido de antecipação dos efeitos da tutela
requerido pela parte autora, qual seja, a concessão do benefício
previdenciário de amparo assistencial (Lei n. 8.742/93). Sustenta a agravante
que não foram demonstrados os requisitos para a concessão da antecipação
de tutela, eis que ausente a prova inequívoca da alegação. Assevera que o
periculum in mora reside no fato de que a parte agravada não faz jus à
percepção do benefício em questão. Pugna, assim, pela concessão de efeito
suspensivo de modo a obstar o pagamento das rendas mensais, haja vista que
seria impossível a restituição dos valores pagos caso o pleito seja julgado
improcedente. Requer, nessa fase de cognição sumária, seja deferido o efeito
suspensivo. Relatado. Decido. Conforme dispõe o artigo 932, II, do Código
de Processo Civil, o relator poderá "apreciar o pedido de tutela provisória nos
recursos e nos processos de competência originária do tribunal." A tutela de
urgência demanda a demonstração da probabilidade do direito e perigo do
dano ou risco ao resultado útil do processo (art. 300 do CPC). A decisão
agravada concedeu a tutela de urgência, ante o conjunto probatório dos autos,
uma vez que restou evidenciada a probabilidade do direito da

V) DA COMPROVAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL

De acordo com os esclarecimentos da Requerente, observa-se com veemência


que deveria o instituto requerido ter concedido o benefício pleiteado ali,
administrativamente, sem que houvesse necessidade desta manifestação a este órgão.

Durante os 22(VINTE E DOIS) anos de convivência, a Requerente e o decujos,


natural e involuntariamente, acabaram construindo provas que nada mais fazem que
convencer o magistrado sobre a existência de uma vida em comum entre eles.
Obviamente, os direitos advindos da união estável, se estendem aos benefícios
previdenciários. Tão certa e pacífica é esta afirmação que os TRIBUNAISguardam o
entendimento de que A companheira, atendidos os requisitos legais, faz jus a pensão do
segurado falecido, quer em concorrência com os filhos do casal, quer em sucessão a
estes, não constituindo obstáculo a ocorrência do óbito antes da vigência do Decreto-Lei
nº 66, de 1966.
O fato de a Requerente ter preservado apenas uma união estável com o de cujus
não deve obstar nos direitos advindo de um companheirismo. Ora, o princípio da
isonomia deve prevalecer nesta ocasião.
Para fins de concessão de pensão por morte, desta natureza, necessário se faz
comprovar a dependência, da seguinte forma:
Art. 22: A inscrição do dependente do segurado será promovida quando do
requerimento do benefício a que tiver direito, mediante a apresentação dos seguintes
documentos: (Redação dada pelo Decreto nº 4.079, de 2002):

(…)

§ 3º Para comprovação do vínculo e da dependência econômica, conforme o caso,


devem ser apresentados no mínimo três dos seguintes documentos:

I – certidão de nascimento de filho havido em comum;

(…)

XV – escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente;

(…)

XVII – quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar.

Em sendo assim, vê-se com bastante clareza que a Requerente comprovou o


referido vínculo. Pois, na ocasião, apresentou certidão de nascimento dos dois filhos do
casal, fotos recentes das quais se conclui que existia um vínculo afetivo entre o casal.

VI) DA PROVA TESTEMUNHAL

Desde o momento em que a Requerente se viu constrangida com o afastamento


de seu direito, ela vem tentando coletar provas que devam ajudar a convencer o nobre
julgador em declarar a existência da união estável, e lhe conceda o direito pleiteado.
Acontece que, uma prova que, apesar de se tratar de um pedido de benefício
previdenciário, deve-se levar em consideração as provas testemunhais que serão
ofertadas na audiência de instrução e julgamento.
É que normalmente a prova exclusivamente testemunhal para fins de
comprovação não vem ganhando forças de convencimento pelos órgãos judiciários, e
tão somente para corroborar documentos anexados aos autos.
No presente caso é diferente, pois trata-se pleito de pensão por morte e a maioria
dos magistrados entendem que uma vez convencidos pelos depoimentos testemunhais,
devem conceder a pensão por morte.

Neste sentido:

PREVIDENCIÁRIO. PEDIDO DE CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE DE


FILHO. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA COMPROVADA POR PROVA
TESTEMUNHAL. REMESSA NECESSÁRIA DESPROVIDA. I – Para ser deferida a
pensão por morte é necessário o preenchimento de seus pressupostos básicos, ou seja,
quando verificadas as condições de segurado do falecido instituidor do benefício e de
dependente da pessoa que o requer II – A concessão de pensão por morte aos pais
depende da comprovação da dependência econômica existente entre eles e seu filho. No
caso em tela, apesar de não haver nos autos ampla prova material que comprove essa
dependência, os depoimentos das testemunhas foram unânimes no sentido de
reconhecer a existência da dependência econômica. III – Remessa necessária
desprovida.

TRF-2 – REO: xxxxxxxxxxx RJ xxxx.xx.xx.xxxxxx-3, Relator: Juiz Federal


Convocado ALUISIO GONCALVES DE CASTRO MENDES, Data de Julgamento:
xx/xx/xxxx, PRIMEIRA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-DJF2R –
Data::xx/xx/xxxx – Página::xx) (grifos nossos).

Evidentemente, a Requerente apresenta provas relacionadas ao seu vínculo com


o de cujus, todavia, se por ventura o nobre julgador não seja convencido por elas, deve
observar o depoimento pessoal, testemunhais e até mesmo de familiares, na qualidade
de informante. Todo esforço para que se alcance a verdade absoluta.

VII) DOS PEDIDOS

Ante o exposto, a Requerente suplica que:


a- Seja a presente ação recebida e, observadas as suas regularidades de estilo,
requer que seja realizada a citação do instituto requerido, e, na ocasião, que seja-lhe
dado prazo para apresentar defesa aos fatos e pedidos então formulados;

b- Após formação processo, seja designada audiência de instrução e julgamento,


onde todos os figurantes desta causa deverão ser intimados a comparecer;
c- Isenção de custas judiciais;

d- Ao decidir, condene o instituto requerido a CONCEDER pensão por morte


pleiteada que deverá ser rateada entre os filhos do de cujus e a Requerente.

Dá-se a causa, o valor de R$ 1000,00 (HUM MIL REAIS), para efeitos meramente
fiscais.

Nestes termos,
Pede Deferimento.
Questão 2

AO JUIZO DA VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE UNAÍ-MG

Processo nº [Número do Processo]

BRUNA BICALHO, brasileira, casada, professora, portadora da cédula de identidade


nº MG 21.609.899 e inscrita no CPF sob o nº 122.246.086-93, residente e domiciliada
na Av. São João, nº 20, apto 102, Bairro Jardim, por meio de seu advogado José
Antônio, inscrito na OAB sob o nº OAB/XXXXX, com escritório profissional na Av.
José Luiz Adjuto, 105, Centro, Unaí-MG, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, apresentar

CONTESTAÇÃO

pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

I - DOS FATOS

1. A Requerente é casada com José dos Caminhões, e do referido matrimônio


nasceu o filho Alan Topa Tudo, que infelizmente veio a falecer em decorrência
de acidente.
2. O falecido Alan Topa Tudo trabalhou na oficina do pai, José dos Caminhões,
com carteira assinada por determinado período.
3. Após um acordo entre pai e filho, Alan deixou de trabalhar com carteira
assinada.
4. Alan teve um filho, Joaozinho Pan, fruto de um relacionamento breve com
Maria Total Flex.
5. Joaozinho Pan, atualmente com 9 anos de idade, recentemente requereu pensão
de morte, mas teve seu pedido negado por ausência de carência do pai, alegando
que faltaram 6 (seis) meses para completar o período exigido.

II - DO DIREITO

Diante dos fatos apresentados, destacam-se os seguintes pontos de direito:


1. Quanto ao período de carência, deve-se considerar a situação especial e o acordo
estabelecido entre Alan e seu pai José dos Caminhões.

Constituição Federal de 1988:

Art. 7º, inciso XXI: "São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social: [...] XXI - aviso prévio
proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da
lei".

Código Civil:

Art. 421: "A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do
contrato."

Art. 422: "Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do


contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé."

Art. 1.036: "Os acordos e convenções previstos neste Capítulo [Da


Remuneração do Trabalho] têm prevalência sobre a lei quando, entre outras
situações, ajustarem condições relativas ao período de carência e ao aviso
prévio."

2. A negação do benefício de pensão de morte baseada exclusivamente na ausência


de carência não considera as particularidades do acordo entre pai e filho, e,
portanto, carece de fundamento legal.

Lei nº 8.213/91 - Plano de Benefícios da Previdência Social:

Art. 25, inciso II: "A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de
Previdência Social independe de carência, observado o disposto no art. 26
desta Lei no que se refere à pensão por morte e auxílio-reclusão para os
casos em que a concessão desses benefícios depender de perícia médica."
Art. 26: "Independe de carência a concessão das seguintes prestações: [...] II -
pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente para os
segurados especiais referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei".

III - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

1. O acolhimento da presente Contestação, com a consequente reforma da decisão


que negou o benefício de pensão de morte a Joaozinho Pan.
2. A concessão do benefício de pensão de morte em favor de Joaozinho Pan,
considerando as circunstâncias especiais do acordo firmado entre Alan Topa
Tudo e José dos Caminhões.

IV - DOS REQUERIMENTOS FINAIS

Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a oitiva de


testemunhas, a juntada de documentos e perícias que se fizerem necessárias.

Dá-se a causa, o valor de R$ 1.200,00 (UM MIL E DUZENTOS REAIS)

Pede deferimento.

Unaí-MG, 13 de Novembro de 2023

José Antonio, OAB/XXXXXX

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