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EXCELENTISSÍMO(A) SENHOR(A) PRESIDENTE DESEMBARGADOR(A) DO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ

PROCESSO ORIGINÁRIO Nº: ______________________

REBECA__________ _______, ___________, diarista, portador da cédula de


identidade nº ___, inscrito no CPF sob o nº_____, residente e domiciliado à
Rua________________, vem perante Vossa Excelência, por meio de seu advogado, infra
assinado, ajuizar

AGRAVO DE INSTRUMENTO

Em face de decisão que indeferiu o pedido de antecipação de tutela, em ação


declaratória de inexigibilidade de débito, ajuizada em face da instituição financeira BANCO
TIO PATINHAS S.A.
RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

AGRAVANTES: REBECA____________
AGRAVADA: BANCO TIO PATINHAS S.A
AÇÃO: AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO
PROCESSO ORIGINÁRIO Nº: ______________________

Vara: 13ª VARA CÍVEL E EMPRESARIAL DE BELÉM

Colenda Câmara
Eméritos Julgadores,

I – DA TEMPESTIVIDADE

O presente agravo de instrumento é tempestivo, pois, foi interposto no prazo de 15


(quinze) dias subsequentes, contados a partir do recebimento da intimação, conforme o
disposto no art. 1.003, § 2º, e art. 231, inciso I, ambos do Código de Processo Civil

II - DO PREPARO

A apelante deixa de juntar guia de custas recursais, tendo em vista a decisão que
julgou procedente o pedido de justiça gratuita face a sua hipossuficiência, nos moldes do art.
98 e 99 do Código de Processo Civil - CPC.
Assim, não bastando os expostos, o agravo preenche todos os requisitos de
admissibilidade.

III – DA BREVE SÍNTESE E DA DECISÃO AGRAVADA

Trata-se de Ação de Inexigibilidade De Débito pleiteando em seu pedido principal a


declaração de inexigibilidade de débito e a devida indenização por danos morais, requerendo
preliminarmente a antecipação de tutela, para que sue nome fosse retirado da lista de
inadimplentes dos órgãos de proteção ao crédito.

No entanto, o MM juiz de direito, indeferiu o pedido liminar de antecipação tutela, em


decisão interlocutória que:

Em seu conteúdo, julgou procedente em parte, o pedido de justiça gratuita em face da


hipossuficiência da autora, e em contramão julgou improcedente o pedido de tutela antecipada
para que fosse determinado a exoneração, em caráter liminar, do débito constante
indevidamente no nome da autora, inscrito nos órgãos de proteção ao crédito.

Decisão esta que não há de prosperar, pois, o pedido atende todos os requisitos
indispensáveis à tutela pleiteada, uma vez que ficaram demonstrado os requisitos legais, como
passa a demonstrar.

IV – DA LIMINAR E A TUTELA DE URGÊNCIA

O Código de Processo Civil Brasileiro, em seu Art. 300, ensina que poderá ser aceita a
tutela de urgência antecipada, quando demostrado o indubitável direito da parte face a lide, o
chamado fumus boni iuris, e o risco ao resultado útil do processo pelo periculum in mora em
cessar o dano.

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.

Melhor dizendo, a tutela de urgência será concedida diante de um risco eminente a


parte, tendo em vista a demora na resolução do conflito, o que prejudicará o resultado deste
quando transitado em julgado, por motivo óbvio, a parte já sofrera todos os danos e efeitos
negativos possíveis, sendo assim, a tutela jurisdicional resta-se prejudicada por não ser
exercida em um momento oportuno.

Além do mencionado, o Art. 84 do Código de Defesa do Consumidor corrobora com a


ideia do deferimento de liminar específica para assegurar o resultado efetivo do processo.

Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não
fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências
que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.

Nesse diapasão, o Art. 311, incisos II e III do Código de Processo Civil assegura o
pedido de tutela de evidência.

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração


de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e
houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula
vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa;
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir
liminarmente.

Pois bem, a autora realizou a juntada de documento comprobatório, na qual demonstra


por intermédio de um e-mail recebido por ela, da ouvidoria da parte agravada BANCO TIO
PATINHA S.A, que em seu conteúdo, afirma que REBECA jamais foi cliente da instituição
financeira.
Sendo assim, pela lógica, diante da evidente demonstração de inexistência de vinculo,
não há como REBECA ter realizado o empréstimo no montante de R$ 20.000,00 (vinte mil
reais) junto a parte agravada.

IV.I – DA PROBABILIDADE DO DIREITO

Pois bem, a autora realizou a juntada de documento comprobatório, na qual demonstra


por intermédio de um e-mail recebido por ela, da ouvidoria da parte agravada BANCO TIO
PATINHA S.A, que em seu conteúdo, afirma que REBECA jamais foi cliente da instituição
financeira.

A probabilidade do direito, vislumbrando sobre o anteposto, resta-se caracterizada, de


forma inequívoca, por meio de prova documental juntada aos autos, a afirmativa da
reclamada, que a autora não é cliente do BANCO TIO PATINHA S.A.

Sendo assim, pela lógica, diante da evidente demonstração de inexistência de vinculo,


não há como REBECA ter realizado o empréstimo no montante de R$ 20.000,00 (vinte mil
reais) junto a parte agravada, e nem adquirido dívida para que seu nome fosse taxado no
“muro dos maus pagadores”.

Destarte, não há razão para aguardar o desfecho do processo, diante de um direito


inequívoco.

IV.II – DO PERIGO NA DEMORA

É sabido que, grande parte dos brasileiros sonham em ter uma casa própria, não
diferente REBECA, uma mulher pugnadora, também tem o objetivo de realizar esse sonho,
inclusive se inscreveu no programa de habitação “Minha Casa Minha Vida” visando financiar
a sua mais que merecida casa própria, no entanto, devido a restrição pregada em seu nome,
por uma dívida que ela jamais contraiu, o Banco Alfabeta negou, por ora o financiamento.
Excelência, ninguém deve sofrer as más consequências que por ação ou omissão de
outra vierem acontecer, no caso em tela, temos um direito sólido, indubitável, que o
periculum in mora na resolutiva, causará danos irreversíveis, o que prejudica a tutela
jurisdicional que é devida ao cidadão.

Por outro lado, a inscrição indevida no cadastro de inadimplentes é caracterizado, em


entendimento uniforme dos tribunais como dano moral in res ipsa, outra evidencia que a
tutela pleiteada deve sim prosperar.

Diante dos fatos carreados, é inegável a existência de fundado receio de dano


irreparável, sendo imprescindível a liminar de tutela antecipada para a retirada do nome da
autora do cadastro de inadimplentes.

V – DO DIREITO E RAZÕES DO PEDIDO DA REFORMA

A apelante em razão do seu nome constar no cadastro de inadimplentes, ressaltando


que de forma indevida, vem experimentando passar por situações vexatórias, o que viola a sua
honra, e consequentemente a dignidade da pessoa humana, um dos fundamentos da República
Federativa do Brasil previsto no Art. 1º, inciso III da Constituição Federal de 1988.

Não há de se negar que a honra da apelante, resta-se abalada, e o extremo estresse e o


sentimento de angustia desnecessárias, causados pela parte apelada, vigoram no dia-dia da
apelante, tendo que conviver com o sentimento de impotência face ao seu direito
constitucionalmente previsto e protegido pelo Art. 5º, inciso X, da Constituição Federal.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;
Ressalta-se que, o supracitado prevê e assegura indenização por dano material ou
moral decorrente de ato que viola tal direito.

A tutela de urgência em caráter liminar, se faz necessária tendo em vista o dano que
possa se tornar irreparável, o dano moral por exemplo, muitas vezes a vítima de atentado a
moral, desenvolve doenças psíquicas, tais como a depressão e ansiedade, difíceis de lidar, que
causam tormento a quem vivencia.

O Art. 12 do Código Civil Brasileiro, diz que se pode exigir que seja cessado a
ameaça ou lesão a um direito de personalidade, no caso o nome e a honra da apelante,
podendo ela exigir a reparação de perdas e danos em decorrência.

Mais um motivo para o pleito e deferimento da liminar de tutela de urgência, tendo em


vista que a inscrição indevida no cadastro de inadimplentes é por si só é um dano presumido,
é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça.

AGRAVO INTERNO. RECURSO ESPECIAL.


RESPONSABILIDADE CIVIL. CADASTRO DE INADIMPLENTES.
INSCRIÇÃO INDEVIDA. DANO MORAL. IN RE IPSA. 1. A
inscrição/manutenção indevida do nome do devedor em cadastro de
inadimplente enseja o dano moral in re ipsa, ou seja, dano vinculado a
própria existência do ato ilícito, cujos resultados são presumidos. 2. Agravo
interno não provido.

(STJ - AgInt no REsp: 1846222 RS 2019/0326486-1, Relator: Ministro


LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de Julgamento: 10/08/2020, T4 -
QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 13/08/2020)

Portanto, o dano deve ser cessado. E como já vimos, a apelante encontra-se impedida
de financiar sua casa própria junto ao Banco Alfabeta, isso é apenas uma prova do dano
sofrido injustamente pela apelante, que ultrapassa os limites do mero dissabor.

Assim sendo, estes são os motivos e fundamentos por qual a apelante, requer que seja
reformada a decisão, para conceder em caráter liminar a tutela de urgência.
VI – DO PEDIDO

Anteposto, REQUER que:

1. A decisão atacada seja REFORMADA, para julgar PROCEDENTE a liminar de


TUTELA DE URGÊNCIA, para que o nome da agravante seja retirado do rol de
maus pagadores dos órgãos de proteção ao crédito, tendo em vista os fatos e
fundamentos aqui erguidos.

Nestes termos, pede o deferimento

Belém, ______________

___________________________________
ADVOGADO
OAB________

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