Você está na página 1de 7

DOUTO JUÍZO DE DIREITO DA 3º VARA CÍVEL DO TRIBUNAL

DE JUSTIÇA DO RIO DE JANIERO

GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES SA, pessoa jurídica de direito


privado, mantendo sede bairro de Curicica, distrito de Jacarepaguá, na zona oeste,
Rio de Janeiro, CNPJ 27.865.757/0001-02, por intermedio de seu advogado que
subscreve esta exordial, regularmente constituído conforme instrumento de mandado
anexo, vem mui respeitosamente à presença de V. Ex.º propor:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER OU NÃO FAZER OU DAR


C/ Tutela de Urgência

Em face de MARCOS ANTONIO RODRIGUES DO SANTOS, natural de


XXXXXX, inscrito sob o CPF XXXXX, residente e domiciliado XXXXXXXXX, Rio de
Janeiro.

PRELIMINARMENTE:

(a) QUANTO À AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

A parte Autora propõe a realização de audiência conciliatória, na qual requer


a citação da parte Ré, para comparecer à audiência designada para essa
finalidade, todavia, avaliando-se o pleito de tutela de urgência aqui pretendida.
I - DOS FATOS

No dia 23 de setembro de 2021, foi celebrado pela parte Autora uma ação
trabalhista, na qual a mesma se comprometeu a efetuar o pagamento no valor de
R$ 318.600,40 (trezentos e dezoito mil, seiscentos reais e quarenta centavos).

Por uma ação equivoca, a transferência do valor foi realizada para a parte
Ré já qualificada nesse processo, um terceiro sem qualquer participação jurídica
com a citada avença, cujo os dados bancários constavam de cadastros no
departamento jurídico/financeiro da parte Autora.

Após a percepção do equívoco ocorrido pelo departamento, a mesma entrou


em contato com a instituição financeira responsável, a qual teve a informação de que
a operação realizada (PIX) era irreversível.

Ao ter completa ciência da situação, no dia 30 de dezembro de 2021, a


parte autora entrou em contato com o réu, por meio de mensagens através do
aplicativo WhatsApp, a qual recebeu a resposta de que o mesmo havia prometido
comprar um imóvel com o dinheiro que havia acidentalmente recebido em suaconta
corrente.

No mesmo tempo, a parte ré apresentou o instrumento particular de promessa


de compra e venda, contendo assinatura firmada no dia 27 de dezembro

de 2021, conforme pode ser visto na documentação em anexo neste mesmo


processo.

Diante do fato exposto, foi noticiado pelo réu através de e-mail e telegramas,
conforme anexo, sem que fosse obtido sucesso na pretendida devolução, de todo
inquestionavelmente devida.
II - DO DIREITO

Não há discursão que o caso exposto se trata de uma obrigação de dar coisa
certa, onde, de um lado, está o Ré, detentor e devedor da quantia a qual requer a
parte autora a devolução, nos termos dos artigos 233º e 234º do Código Civil Brasileiro
de 2002.

“Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios

dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do


título ou das circunstâncias do caso.

Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem

culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição

suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a

perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo

equivalente e mais perdas e danos.”

O Código Civil Brasileiro de 2002 dispõe sobre os direitos do lesado na


prevenção e reparação de seus e de seus direitos patrimoniais

“Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica
obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele querecebe

dívida condicional antes de cumprida a condição”

A presente ação visa efetivar o reestabelecimento financeiro do requerente afim de se


evitar o locupletamento ilícito da requerida, vitando-se, assim prejuízo ao autor.

III - DA TUTELA DE URGÊNCIA

A tutela de urgência ora pleiteada encontra guarida na expressa dicção do


artigo 300, do Novo CPC, que diz:

“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver

elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo


de dano ou o risco ao resultado útil do processo.”

De acordo com o que ficou demonstrado, no casos dos autos, há provas


inequívocas de que o requerido estabeleceu — à míngua de qualquer justificativa
porquanto o contrato de compra e venda de imóvel — A matéria, a rigor, não
depende de alta indagação e resulta de um simples exame das peças dos autos,
dispensando qualquer outro elemento probatório.

Presente —e latente — bem assim, o requisito do perigo do dano — exigido


ele preceito inscrito no artigo 300 do supracitado dispositivo legal, presente, no
particular a extrema dificuldade de ser recuperado o valor correspondente a transação
realizada.

Trocando em miúdos: impende se emprestar aos ordenamentos instrumental


e material de regência a maior eficácia possível em ordem a que tenha alcance a
sepultar, de vez, a via- crúcis revelada pela draconiana regra do solve etrepete, ou
seja, PAGUE E DEPOIS RECLAME o qual não deve se submeter a parte que,
conforme exposto, certamente obterá êxito no julgamento final desta causa.
De outra parte, não há qualquer obstáculo jurídico ou prático, à concessão
do provimento antecipatório, uma vez que os respectivos efeitos não são – nem há
perigo de que sejam – irreversíveis, não incidindo, portanto, o limite estatuído pela
norma consubstanciada no § 3º, do artigo 300 do CP.

IV - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, REQUER a Vossa Excelência:

1. O deferimento da petição quanto a RESTITUIÇÃO DO VALOR DE R$


318.600,40(trezentos e dezoito mil, e seiscentos reais e quarenta centavos);

2. A citação do Réu para, querendo, apresentar sua defesa, sob pena de serem
tomadas como verdadeiros os fatos alegados na inicial, se prosseguindo na
lide até o final, quando julgado procedente os pedidos acima descritos.

Dar-se à causa o valor de R$ 318.600,40 (trezentos e dezoito


mil, e seiscentos reais e quarenta centavos)

Termos em que;

Pede e espera o deferimento, Senhor do Bonfim ,18 de Março de 2022

Você também pode gostar