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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
QUESTÕES DE PROVAS OBJETIVAS “FGV” E “CEBRASPE”.
Atualizado até 17.04.23
LEGENDA DE CORES:
VERDE IDENTIFICAÇÃO DA MATÉRIA E DESTAQUE DE PONTOS IMPORTANTES
AMARELO DESTAQUE
VERMELHO ATENÇÃO! SUPER IMPORTANTE!
AZUL ASSERTIVAS/QUESTÕES DE PROVA
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SUMÁRIO
1. DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................................................................... 8
1.1 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA .................................................................................................................... 8
1.2 RESPONSABILIDADE ........................................................................................................................................ 8
1.3 PODER DE POLÍCIA ........................................................................................................................................ 12
1.4 AGENTES PÚBLICOS ...................................................................................................................................... 12
1.5 INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA ........................................................................ 12
1.6 ATO ADMINISTRATIVO ................................................................................................................................... 13
1.7 PRESCRIÇÃO ................................................................................................................................................... 13
1.8 ACORDO DE LENIÊNCIA ................................................................................................................................. 15
2. DIREITO CONSTITUCIONAL .................................................................................................................................... 16
2.1 SISTEMA REMUNERATÓRIO .......................................................................................................................... 16
2.2 CPI – COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO ...................................................................................... 16
2.3 IMPOSIÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES ..................................................................................................... 17
2.4 CRIME COMUM PRATICADO POR GOVERNADOR: DESCENECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO DA
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA ........................................................................................................................................ 17
2.5 COMPETÊNCIA ................................................................................................................................................ 17
2.6 MEDIDA PROVISÓRIA ..................................................................................................................................... 18
2.7 FAKE NEWS ..................................................................................................................................................... 19
2.8 AUTONOMIA DIDÁTICO-CIENTÍFICA E ADMINISTRATIVA DAS UNIVERSIDADES ................................... 19
2.9 ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAIS ................................................................................................. 20
3. DIREITO CIVIL ........................................................................................................................................................... 21
3.1 BEM DE FALMILIA ........................................................................................................................................... 21
3.2 RESPONSABILIDADE CIVIL ............................................................................................................................ 21
3.3 ANALOGIA........................................................................................................................................................ 21
3.4 CONTRATO DE HIPOTECA ............................................................................................................................. 23
3.5 DIREITOS DE PERSONALIDADE: DIREITOS AUTORAIS ............................................................................. 24
3.6 SEGURO DE VIDA x SEGURO DE AUTOMÓVEL .......................................................................................... 24
3.7 DOS ATOS PRÓPRIOS .................................................................................................................................... 25
3.8 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA .............................................................................. 26
3.9 SÚMULA 537 STJ – REPARAÇÃO DE DANOS x SEGURADORA ................................................................ 26
4. PROCESSO CIVIL ..................................................................................................................................................... 27
4.1 QUERELA NULLITATIS (AÇÃO DECLARATÓRIA) ........................................................................................ 27
4.2 FRAUDE À EXECUÇÃO ................................................................................................................................... 27
4.3 IMPRESCRITIBILIDADE DAS AÇÕES DE RESSARCIMENTO FUNDADAS NA PRÁTICA DE ATO DOLOSO
DA LIA 27
4.4 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS ...................................................................................................................... 28
4.5 EXECUÇÃO FISCAL ........................................................................................................................................ 28
4.6 EMBAROS DE DECLARAÇÃO: NÃO SUSPENDEM E NEM INTERROMPEM O PRAZO PARA
INTERPOSIÇÃO DO AGRAVO...................................................................................................................................... 28
4.7 EXECUÇÃO DE PENALIDADE IMPOSTA POR TRIBUNAL DE CONTAS ..................................................... 29
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1. DIREITO ADMINISTRATIVO
ATENÇÃO: ADI 7236 Sobre o acordo de não-persecução civil, destaca-se recente decisão
do Min. Alexandre de Moraes nos autos da ADI 7236: O ministro também suspendeu o
artigo 17-B parágrafo 3º, da LIA, que exige a manifestação do Tribunal de Contas
competente, no prazo de 90 dias, para o cálculo do ressarcimento em caso de acordo de
não persecução civil com o Ministério Público. Para o relator, entre outros pontos, a medida
condiciona o exercício da atividade-fim do Ministério
Público à atuação da Corte de Contas, em possível interferência na autonomia
funcional do MP.
A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu que os danos decorrentes
da prestação de serviço público por fundação privada de apoio à universidade pública se
submetem ao prazo prescricional de cinco anos previsto no artigo 1º-C da Lei 9.494/1997.
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A controvérsia analisada pelo colegiado teve origem em ação de danos morais e materiais
ajuizada por uma pós-doutoranda que, em virtude de falha no serviço de desembaraço
aduaneiro prestado por fundação privada de apoio à universidade pública, alega ter perdido
amostra genética destinada à sua pesquisa.
Entretanto, após retornar ao Brasil, em 2015, ela teve as amostras retidas na aduana. A
fundação de apoio à universidade afirmou ter enviado os documentos necessários para o
desembaraço, mas a pesquisadora, após estranhar a demora na entrega do material e se
informar diretamente com a Anvisa, soube que os tecidos haviam sido devolvidos a Portugal
por falta da documentação. Todo o material genético se degradou, levando ao cancelamento
do experimento.
A fundação alegou ser entidade de direito privado e não ter nenhuma relação contratual com
a cientista, visto que a parceria foi firmada diretamente com a universidade. Assim, haveria
apenas uma responsabilidade extracontratual sujeita ao prazo prescricional de três anos
(artigo 206, parágrafo 3º, inciso V, do Código Civil) – tese acolhida pelo tribunal de
origem.
Prescrição é de cinco anos no caso de falha de serviço público prestado por entidade
privada
O magistrado lembrou que a própria Constituição Federal, em seu artigo 37, parágrafo 6º,
dispõe sobre a responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas de direito privado
prestadoras de serviços públicos pelos danos causados a terceiros.
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[...] 8. Quando prestado diretamente pelo Estado, no âmbito de seus hospitais ou postos de
saúde, ou quando delegado à iniciativa privada, por convênio ou contrato com a
administração pública, para prestá-lo às expensas do SUS, o serviço de saúde constitui
serviço público social. [...] 10. Hipótese em que tem aplicação o art. 1º-C da Lei 9.494/97,
segundo o qual prescreverá em cinco anos o direito de obter indenização dos danos
causados por agentes de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços
públicos. [...] (REsp n. 1.771.169/SC, relatora Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
26/5/2020, DJe de 29/5/2020).”
*(A Lei 9494/97 Disciplina a aplicação da tutela antecipada contra a Fazenda Pública, altera
a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.).
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teria como ser evitado. TESE FIRMADA: em caso de inobservância do seu dever
específico de proteção previsto no artigo 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal, o Estado
é responsável pela morte do detento.
Observação: o simples fato de ter havido revista "regular" não exime o Estado da
responsabilidade decorrente de disparo efetuado por visitante, do qual resultou a
morte de um dos detentos, considerando que o Estado tem o dever de evitar o ingresso
de pessoas armadas no interior de suas instalações penitenciárias. Com efeito, é evidente
que, se tivesse sido de maneira eficiente, a revista teria evitado a entrada da arma e, por
conseguinte, também o cometimento do crime de homicídio. Não há como se afastar, pois,
a responsabilização objetiva do Estado, neste exemplo hipotético.
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A lei LEI Nº 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965 disciplina que são nulos os atos lesivos ao
patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de desvio de
finalidade, existente quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele
previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.
1.7 PRESCRIÇÃO
ADMINISTRATIVO – PRESCRIÇÃO - "prescrição contra a Fazenda Pública é quinquenal,
mesmo em ações indenizatórias, uma vez que é regida pelo Decreto 20.910 /32, tendo
como termo inicial a data do ato ou fato do qual originou a lesão ao patrimônio material ou
imaterial" (AgRg no REsp 1.221.455/RJ, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira
Turma, DJe 14/9/2015). Portanto, a resposta é: no prazo prescricional de cinco anos,
com base em aplicação analógica do Decreto Federal n.º 20.910/1932.
ASSERTIVA CORRETA: Determinado taxista dirigia embriagado quando colidiu contra o
prédio de determinada secretaria estadual, que foi danificado com a batida. conforme o
entendimento do STJ, o estado federado prejudicado deverá propor ação de ressarcimento
no prazo prescricional de cinco anos, com base em aplicação analógica do Decreto Federal
n.º 20.910/1932.
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PRESCRIÇÃO – LEI 8429/92: “Na ação civil pública por ato de improbidade administrativa
é possível o prosseguimento da demanda para pleitear o ressarcimento do dano ao erário,
ainda que sejam declaradas prescritas as demais sanções previstas no art. 12 da Lei nº
8.429/92 (STJ. 1ª Seção. REsp 1.899.455-AC, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 22/09/2021).
1.8 ACORDO DE LENIÊNCIA
ACORDO DE LENIÊNCIA - É possível o compartilhamento, para outros órgãos e
autoridades públicas, das provas obtidas no acordo de leniência, desde que sejam
respeitados os limites estabelecidos no acordo em relação aos aderentes. Assim, por
exemplo, se uma empresa celebra acordo de leniência com o MPF aceitando fornecer
provas contra si, estas provas somente poderão ser utilizadas para as sanções que
foram ajustadas no acordo. No entanto, nada impede que tais provas sejam fornecidas
(compartilhadas) para os órgãos de apuração para que sejam propostas medidas
contra as outras pessoas envolvidas nos ilícitos e que não fizeram parte do acordo.
STF. 2ª Turma. Inq 4420 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/08/2018. (Julgado cobrado em 2 questões
da FGV)
ASSERTIVA CORRETA: o compartilhamento pretendido é viável, desde que o pedido se
mostre adequadamente delimitado e justificado, bem como não acarrete eventual prejuízo
aos aderentes do instrumento, de maneira que sejam respeitados os limites estabelecidos
no acordo, observadas as formalidades cabíveis.
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2. DIREITO CONSTITUCIONAL
2.1 SISTEMA REMUNERATÓRIO
ADI 6436/DF - PGR questiona vinculação de remuneração de procurador do Legislativo de MT
a subsídio de ministro do STF (art. 37, XIII, CF)
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, não conheceu da ação em relação ao art. 1º, § 3º,
da Lei nº 10.276/2015 do Estado de Mato Grosso, e, na parte conhecida, julgou parcialmente
procedente a ação direta, para declarar a inconstitucionalidade dos §§ 1º, 2º e 4º do art. 1º
da referida lei, nos termos do voto do Relator. Falou, pela interessada, o Dr. Gustavo Roberto
Carminatti Coelho, Procurador-Geral Adjunto da Assembleia Legislativa do Estado de Mato
Grosso. Plenário, Sessão Virtual de 20.11.2020 a 27.11.2020.
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2.5 COMPETÊNCIA
É inconstitucional lei estadual que fixe a obrigatoriedade de divulgação diária de fotos de
crianças desaparecidas em noticiários de TV e em jornais de estado-membro. Na hipótese,
a lei estadual invade a competência legislativa da União para dispor privativamente sobre
radiodifusão de sons e imagens, em afronta ao previsto no art. 22, IV, da CF (1)(2). (INFO 1048
STF).
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Atenção porque está falando sobre a Convenção, que foi incorporada como norma
constitucional e não como norma de caráter supralegal (pegadinha da assertiva)
Conforme o STF, “Lei 10.820/1992 do Estado de Minas Gerais, que dispõe sobre adaptação
dos veículos de transporte coletivo com a finalidade de assegurar seu acesso por pessoas
com deficiência ou dificuldade de locomoção. (...) A ordem constitucional brasileira,
inaugurada em 1988, trouxe desde seus escritos originais a preocupação com a proteção
das pessoas portadoras de necessidades especiais, construindo políticas e diretrizes de
inserção nas diversas áreas sociais e econômicas da comunidade (trabalho privado, serviço
público, previdência e assistência social). Estabeleceu, assim, nos arts. 227, § 2º, e 244, a
necessidade de se conferir amplo acesso e plena capacidade de locomoção às pessoas com
deficiência, no que concerne tanto aos logradouros públicos quanto aos veículos de
transporte coletivo, determinando ao legislador ordinário a edição de diplomas que
estabeleçam as formas de construção e modificação desses espaços e desses meios de
transporte. (...) Muito embora a jurisprudência da Corte seja rígida em afirmar a amplitude
do conceito de trânsito e transporte para fazer valer a competência privativa da União (art.
22, XI, CF), prevalece, no caso, a densidade do direito à acessibilidade física das pessoas
com deficiência (art. 24, XIV, CF), em atendimento, inclusive, à determinação prevista nos
arts. 227, § 2º, e 244 da Lei Fundamental, sem preterir a homogeneidade no tratamento
legislativo a ser dispensado a esse tema. Nesse sentido, há que se enquadrar a situação
legislativa no rol de competências concorrentes dos entes federados. Como, à época
da edição da legislação ora questionada, não havia lei geral nacional sobre o tema, a teor
do § 3º do art. 24 da CF, era deferido aos Estados-membros o exercício da competência
legislativa plena, podendo suprir o espaço normativo com suas legislações locais. [ADI 903,
rel. min. Dias Toffoli, j. 22-5-2013, P, DJE de 7-2-2014.]
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Obs: Redação da tese aprovada nos termos do item 2 da Ata da 12ª Sessão
Administrativa do STF, realizada em 09/12/2015.
ORDEM SOCIAL: A questão expõe caso hipotético semelhante a julgado do STF, exigindo
do candidato o conhecimento relacionado à jurisprudência da corte. Nesse sentido, Por
unanimidade de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou procedente a
Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3792 e declarou inconstitucional a Lei
8.865/2006, do Rio Grande do Norte, que determina a realização de plantão criminal pelo
escritório de prática jurídica gratuita mantido pelo curso de Direito da Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), para atender, nos finais de semana e
feriados, os casos de prisão em flagrante.
Portanto, analisando o caso hipotético e conforme a CF, a doutrina e a jurisprudência do
STF, a lei Y é inconstitucional por ferir a autonomia didático-científica e administrativa
da universidade.
“(...) - Por sua vez, a legislação em questão resultou de projeto de lei de iniciativa
parlamentar, ao passo que, para a promoção da atividade, deve a UERN efetuar o
remanejamento de professores supervisores e ceder espaços convenientes, bem como
arcar com os ônus decorrentes da atividade. Sem falar que, como os atendimentos serão
realizados pelos acadêmicos do Curso de Direito cursando o estágio curricular obrigatório,
a Universidade, obrigatoriamente, terá que alterar as grades curriculares e horárias dos
estudantes para que desenvolvam essas atividades em regime de plantão, ou seja, aos
sábados, domingos e feriados. Nisso peca o diploma legislativo em sua totalidade, porque
fere a autonomia administrativa, a financeira e, até mesmo, a didático-científica da
instituição, restando ausente o seu assentimento para a criação/modificação do novo
serviço a ser prestado.
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3. DIREITO CIVIL
3.1 BEM DE FALMILIA
BEM DE FALMILIA - STF: É constitucional a penhora de bem de família pertencente a fiador
de contrato de locação, seja residencial, seja comercial. STF. Plenário. RE 1.307.334/SP,
Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/3/2022 (Repercussão Geral – Tema 1127) (Info 1046).
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não gera a nulidade da penhora incidente sobre o bem de família ofertado pelos
proprietários como garantia de contrato de compra e venda por eles descumprido.4.
Recurso especial provido. (REsp 1455554/RN, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 14/06/2016, DJe 16/06/2016).
OBS.: SOBRE O NEXO CAUSAL - Conforme visto, nos seguros de vida, não há que se
comprovar o nexo causal entre a embriaguez e o acidente, conforme a súmula 620 do STJ.
Já no seguro de automóveis, em regra a indenização não será devida, exceto se
houver a comprovação do nexo causal.
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1 - Regras de interpretação;
2 - Fontes de direitos e de deveres jurídicos;
3 - Limites ao exercício de direitos subjetivos.
Pertencem a este terceiro grupo a teoria do adimplemento substancial das obrigações e a
teoria dos atos próprios (tu quoque; venire contra factum proprium - vedação ao
comportamento contraditório; surrectio; supressio). (Fonte: Tartuce, Flávio.Manual de direito civil: volume
único. 6. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2016).
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final do prazo convencionado. Por óbvio, não se pode admitir que, logo em seguida, seja
praticado ato processual de ofício - publicação de decisão - e, ademais, considerá-lo
como termo inicial do prazo recursal.
ASSERTIVA ERRADA: Jurema deixou consignada uma estatueta sua em uma loja de
antiguidades, a Salomão Ltda. Os representantes da loja incumbiram-se de buscar vendê-
la, obrigando-se a pagar a Jurema o preço ajustado ou devolver a estatueta ao final de um
mês. a entrega da estatueta para a venda implica transferência de sua propriedade à loja
Salomão Ltda. (NÃO IMPLICA TRANSFERÊNCIA) – (FGV – TJPE/22).
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4. PROCESSO CIVIL
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Administrativa. STF. Plenário. RE 852475/SP, Rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, Rel. para acórdão Min. Edson
Fachin, julgado em 08/08/2018 (repercussão geral) (Info 910).
ASSERTIVA CORRETA: A ação prevista nesta lei (Lei 4717. Art. 21) prescreve em 5
(cinco) anos. Mas o ressarcimento por ato doloso é imprescritível.
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nos casos em que é exigido, ou seja, à reanálise pelo tribunal mesmo que não existam
recursos.
Tese: É legalmente admitido o imediato cumprimento definitivo de parcela transitada em
julgado, tanto na hipótese de julgamento antecipado parcial do mérito (§§ 2° e 3º do art. 356
do CPC), como de recurso parcial da Fazenda Pública, e o prosseguimento, com
expedição de RPV ou precatório, na hipótese de impugnação parcial no cumprimento de
sentença que reconheça a exigibilidade de quantia certa (art. 523 e §§ 3º e 4º do art. 535 do
CPC), respeitada a remessa oficial, nas hipóteses em que necessária, nas ações em que é
condenada a Fazenda Pública na Justiça Federal, nos Juizados Especiais Federais e na
competência federal delegada.
4.9 RESERVA DE PLENÁRIO
STF: RCL 24284/SP - EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO –
ALEGAÇÃO DE OFENSA À SÚMULA VINCULANTE 10/STF – DECISÃO FUNDADA EM
JURSIPRUDÊNCIA DESTA CORTE - NÃO CABIMENTO DA RECLAMAÇÃO –
PRECEDENTES - AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. A jurisprudência deste Supremo Tribunal é
pacífica no sentido de que é desnecessária a submissão de demanda judicial à regra da
reserva de plenário na hipótese em que a decisão judicial estiver fundada em
jurisprudência do Plenário do Supremo Tribunal Federal ou em Súmula deste Tribunal,
nos termos dos arts. 97 da Constituição Federal, e 949 do CPC/2015. 2. Agravo regimental,
interposto em 21.06.2016, a que se nega provimento. (Rcl 24284 AgR, Relator(a): Min. EDSON FACHIN,
Primeira Turma, julgado em 22/11/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-098 DIVULG 10-05-2017 PUBLIC 11-05-2017)
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ASSERTIVA ERRADA: Admite-se a denunciação da lide àquele que estiver obrigado, por
lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no
processo, ainda que introduzir fundamento novo à causa.
4.11 RECURSOS
PRONUNCIAMENTO JUDICIAL - STJ é de que “O erro do sistema eletrônico do Tribunal
de origem na indicação do término do prazo recursal é apto a configurar justa causa
para afastar a intempestividade do recurso”. STJ. Corte Especial.EAREsp 1.759.860-PI, Rel. Min. Laurita
Vaz, julgado em 16/03/2022 (Info 730).
STJ - “as decisões interlocutórias sobre a instrução probatória não são impugnáveis
por agravo de instrumento ou pela via mandamental, sendo cabível a sua impugnação
diferida pela via da apelação”. STJ. 2ª Turma. RMS 65943-SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado
em 26/10/2021).
STJ - É incabível mandado de segurança contra decisão judicial transitada em julgado (art.
5º, III, da Lei nº 12.016/2009 e Súmula nº 268-STF). No entanto, se a impetração do
mandado de segurança for anterior ao trânsito em julgado da decisão questionada,
mesmo que venha a acontecer, posteriormente, o mérito do MS deverá ser julgado,
não podendo ser invocado o seu não cabimento ou a perda de objeto. STJ. Corte Especial.
EDcl no MS 22.157-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 14/03/2019 (Info 650). Veja a fundamentação
do Min. Mauro Campbell Marques:
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(...)
Não há razoabilidade na perda superveniente do interesse no mandado de segurança
quando a decisão por ele impugnada transita em julgado após a sua impetração.
Interpretação em sentido contrário se afasta, então, do disposto no art. 5º, XXXV, da
CF/1988.”
Art. 7º (...)§ 2º Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação
de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a
reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a
extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza. ASSERTIVA ERRADA:
Existem vedações legais à concessão de liminar em mandado de segurança. Entre elas,
inclui-se a vedação à liminar para liberação de mercadorias provenientes do
exterior, considerada constitucional por decisão do Supremo Tribunal Federal em controle
concentrado de constitucionalidade. (SENADO FEDERAL/2022- consultor legislativo/FGV).
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- DJe 09/10/2008)
OBS.: Importante ressaltar que quando a sentença ou o acórdão que denega mandado
de segurança, não decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria,
pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais, de acordo com o art. 19
da Lei 12.016 (lei do mandado de segurança). ASSERTIVA CORRETA: o juiz da nova
causa, após o oferecimento da réplica autoral, deve julgar extinto o feito, sem resolução do
mérito, em razão da coisa julgada.
4.13 RESSARCIMENTO x EFETIVAÇÃO DE TUTELA DE URGÊNCIA
“Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência
territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de
provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico
fundamento, valendo-se de nova prova”. (Incluído pela Lei 9.494/1997).”
Jurisprudência relacionada:
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
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STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 454.098/SC - Existem diversos julgados do STJ afirmando
que os sindicatos e associações, na qualidade de substitutos processuais, detêm
legitimidade para atuar judicialmente na defesa dos interesses coletivos de toda a
categoria que representam
REsp 1.243.887/PR (Corte Especial), o STJ decidiu que o art. 16 é incompatível com as
finalidades da própria tutela da coletividade. Por isso, é possível requerer
individualmente o cumprimento de sentença fora dos limites territoriais de onde ela
foi proferida.
STJ .Não pode haver limite territorial em relação aos efeitos da coisa julgada.
STJ. Corte Especial. EREsp 1.134.957/SP - 3ª. A eficácia das decisões proferidas em
ações civis públicas coletivas NÃO deve ficar limitada ao território da competência do
órgão jurisdicional que prolatou a decisão.
ASSERTIVA CORRETA: Caso seja julgada procedente a ação civil pública ajuizada pela
associação, a eficácia subjetiva da sentença alcançará os sujeitos residentes em todos
os territórios de comercialização do produto, inclusive o Estado de Goiás, motivo pelo
qual é dispensada a identificação dos associados na petição inicial. (MPE-GO-2022).
Súmula 506 do STJ: “A Anatel não é parte legitima nas demandas entre concessionária
e o usuário de telefonia decorrentes da relação contratual." Desse modo, não sendo a
ANATEL litisconsorte passiva necessária, compete à Justiça estadual julgar causas
entre consumidor e concessionária de serviço público de telefonia, de acordo com a súmula
vinculante 27.
A ação civil pública contra operadora de telefonia é da competência da justiça estadual, não
havendo que remeter a petição ao juiz federal, pois a ANATEL não está como
litisconsorte passiva necessária. ASSERTIVA ERRADA: determinar a emenda da
petição inicial, para que a agência reguladora do setor seja inserida no polo passivo, por se
tratar de litisconsórcio passivo necessário.
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
Súmula 506 do STJ: “A Anatel não é parte legitima nas demandas entre concessionária
e o usuário de telefonia decorrentes da relação contratual." Desse modo, não sendo a
ANATEL litisconsorte passiva necessária, compete à Justiça estadual julgar causas
entre consumidor e concessionária de serviço público de telefonia, de acordo com a súmula
vinculante 27.
A ação civil pública contra operadora de telefonia é da competência da justiça estadual, não
havendo que remeter a petição ao juiz federal, pois a ANATEL não está como
litisconsorte passiva necessária. ASSERTIVA ERRADA: determinar a emenda da
petição inicial, para que a agência reguladora do setor seja inserida no polo passivo, por se
tratar de litisconsórcio passivo necessário.
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
ASSERTIVA CORRETA: A ação civil pública é meio processual inadequado para a defesa
de fundos de natureza institucional cujos beneficiários possam ser individualizados, como é
o caso do FGTS. Isso não impede, todavia, o reconhecimento da possibilidade de
sua utilização para defesa de direitos sociais relacionados a estes fundos.
Por outro lado, o pensamento do STF é que não se aplica o prazo em dobro.
• STF; SL-AgR-AgR 586; Tribunal Pleno; Rel. Min. Presidente; DJE 25/08/2017;
• STF; SS-AgR 4.390; Tribunal Pleno; Rel. Min. Presidente; DJE 27/02/2018.
“Art. 1.070. É de 15 (quinze) dias o prazo para a interposição de qualquer agravo, previsto
em lei ou em regimento interno de tribunal, contra decisão de relator ou outra decisão
unipessoal proferida em tribunal.”
“Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-
ão somente os dias úteis.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.”
Art. 12. § 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar
grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública, poderá o Presidente do
Tribunal a que competir o conhecimento do respectivo recurso suspender a execução da
liminar, em decisão fundamentada, da qual caberá agravo para uma das turmas
julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação do ato.
• Esse prazo de 5 dias não é mais aplicável por causa do art. 1.070 do CPC, que
fixou o prazo de 15 dias para qualquer agravo, independentemente de estar
previsto em lei ou em regimento interno de Tribunal.
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
tutela provisória.
Inconformado com essa decisão, o Município, através do órgão da Advocacia Pública,
poderá interpor recurso de agravo, no prazo de quinze dias; (TJSC/2022).
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
Com o advento da nova lei, não há mais espaço para qualquer interpretação no sentido de
ser devido o reexame necessário no contexto das ações de improbidade administrativa.
Ou seja, para que as sentenças de improcedência cheguem à segunda instância, é
necessário que o órgão acusador recorra por meio de apelação. E, quando o
Ministério Público assim não agir, o caso automaticamente transitará em julgado. o
Superior Tribunal de Justiça lançou o Tema 1.042.
Ocorre que, com o advento da nova legislação, e inexistindo margem para
interpretações contra legem, o aludido Tema perdeu o objeto, pois os dois pontos
levantados pelo Superior Tribunal de Justiça no Tema 1.042 já foram resolvidos, de
forma inequívoca, pelo legislador federal. É dizer: o Congresso Nacional já definiu que
o reexame necessário não se aplica no âmbito da improbidade administrativa e que,
portanto, o respectivo processo somente chegará na segunda instância se o órgão
acusador exercer a sua prerrogativa de recorrer. Por força da Lei Federal nº 14.230/2021,
todos os reexames necessários provenientes de ações de improbidade
administrativa, que ainda não tenham transitado em julgado, devem ser
imediatamente extintos, independentemente da manifestação do Superior Tribunal
de Justiça.
(Fonte: Jusbrasil https://eduardocrego.jusbrasil.com.br/artigos/1429679190/a-lei-federal-n-14230-2021-e-o-
fim-do-reexame-necessario-nas-acoes-de-improbidade-administrativa).
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@graceliamenezes
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
Tema 675/STF. Suspensão de ação individual em razão da existência de ação coletiva. ARE
738109. Não há repercussão geral (questão infraconstitucional).
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
5. DIREITO DO CONSUMIDOR
STJ - Resp 1.737.412/SE - DANO MORAL COLETIVO - É cabível indenização por danos
morais em caso de demora excessiva para atendimento na fila do banco?
RECURSO ESPECIAL. CONSUMIDOR. TEMPO DE ATENDIMENTO PRESENCIAL EM
AGÊNCIAS BANCÁRIAS. DEVER DE QUALIDADE, SEGURANÇA, DURABILIDADE E
DESEMPENHO. ART. 4º, II, "D", DO CDC. FUNÇÃO SOCIAL DA ATIVIDADE
PRODUTIVA. MÁXIMO APROVEITAMENTO DOS RECURSOS PRODUTIVOS. TEORIA
DO DESVIO PRODUTIVO DO CONSUMIDOR. DANO MORAL COLETIVO. OFENSA
INJUSTA E INTOLERÁVEL. VALORES ESSENCIAIS DA SOCIEDADE. FUNÇÕES.
PUNITIVA, REPRESSIVA E REDISTRIBUTIVA. 1. Cuida-se de coletiva de consumo, por
meio da qual a recorrente requereu a condenação do recorrido ao cumprimento das regras
de atendimento presencial em suas agências bancárias relacionadas ao tempo máximo de
espera em filas, à disponibilização de sanitários e ao oferecimento de assentos a
pessoas com dificuldades de locomoção, além da compensação dos danos morais
coletivos causados pelo não cumprimento de referidas obrigações.
2. Recurso especial interposto em: 23/03/2016; conclusos ao gabinete em: 11/04/2017;
julgamento: CPC/73. 3. O propósito recursal é determinar se o descumprimento de normas
municipais e federais que estabelecem parâmetros para a adequada prestação do serviço
de atendimento presencial em agências bancárias é capaz de configurar dano moral de
natureza coletiva. 4. O dano moral coletivo é espécie autônoma de dano que está
relacionada à integridade psico-física da coletividade, bem de natureza estritamente
transindividual e que, portanto, não se identifica com aqueles tradicionais atributos da
pessoa humana (dor, sofrimento ou abalo psíquico), amparados pelos danos morais
individuais. 5. O dano moral coletivo não se confunde com o somatório das lesões
extrapatrimoniais singulares, por isso não se submete ao princípio da reparação integral (art.
944, caput, do CC/02), cumprindo, ademais, funções específicas. 6. No dano moral coletivo,
a função punitiva - sancionamento exemplar ao ofensor - é, aliada ao caráter preventivo - de
inibição da reiteração da prática ilícita - e ao princípio da vedação do enriquecimento ilícito
do agente, a fim de que o eventual proveito patrimonial obtido com a prática do ato irregular
seja revertido em favor da sociedade. 7. O dever de qualidade, segurança, durabilidade e
desempenho que é atribuído aos fornecedores de produtos e serviços pelo art. 4º, II, d, do
CDC, tem um conteúdo coletivo implícito, uma função social, relacionada à otimização e
ao máximo aproveitamento dos recursos produtivos disponíveis na sociedade, entre eles, o
tempo. 8. O desrespeito voluntário das garantias legais, com o nítido intuito de otimizar o
lucro em prejuízo da qualidade do serviço, revela ofensa aos deveres anexos ao princípio
boa-fé objetiva e configura lesão injusta e intolerável à função social da atividade produtiva
e à proteção do tempo útil do consumidor. 9. Na hipótese concreta, a instituição financeira
recorrida optou por não adequar seu serviço aos padrões de qualidade previstos em lei
municipal e federal, impondo à sociedade o desperdício de tempo útil e acarretando violação
injusta e intolerável ao interesse social de máximo aproveitamento dos recursos produtivos,
o que é suficiente para a configuração do dano moral coletivo. 10. Recurso especial provido.
(REsp 1737412/SE, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/02/2019, DJe 08/02/2019).
CONSTITUCIONALIDADE
Essas leis municipais são constitucionais?
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
SIM. Trata-se de assunto de interesse local, sendo, portanto, de competência dos Municípios
segundo o art. 30, I, da CF/88.
Esse é o entendimento do STF:
É pacífica a jurisprudência desta Corte de que os Municípios detêm competência para
legislar sobre o tempo máximo de espera por atendimento nas agências bancárias, uma vez
que essa questão é de interesse local e diz respeito às normas de proteção das relações de
consumo, não se confundindo com a atividade-fim das instituições bancárias.
STF. 1ª Turma. AI 495187 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/08/2011.
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
STJ. 3ª Turma. REsp 1473846/SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
21/02/2017.
Reparação dos danos morais: individuais X coletivos
Danos morais INDIVIDUAIS Danos morais COLETIVOS
O objetivo da reparação é promover o O propósito visado não é,
retorno do status quo, ou seja, da primordialmente, o retorno à situação
situação anterior à violação do direito. anterior.
Sua finalidade precípua é a de punir o
responsável pela lesão e inibir novas
práticas ofensivas.
Importante binômio: punir e inibir.
A reparação está limitada pela A reparação tem por objetivo
extensão do dano (art. 944 do CC) e redistribuir o lucro obtido pelo ofensor
pelo princípio da compensação de forma ilegítima, entregando parte
integral da lesão, razão pela qual a dele à sociedade.
vítima não deve receber quantia
Não se trata, portanto, de uma
inferior ou superior aos danos reparação típica.
sofridos.
O valor obtido com a indenização visa Restitui o dano causado de forma
a restituir de forma direta o dano apenas indireta, considerando que o
causado à vítima. ganho obtido com a prática do ilícito é
revertida ao fundo de reconstituição
dos bens coletivos, previsto no art. 13
da Lei nº 7.347/85.
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
5.8 JUROS NO PÉ
STJ - AGRAVO INTERNO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. "JUROS NO PÉ".
SÚMULA 83/STJ. 1. A Segunda Seção, no julgamento do EREsp 670.117/PB, decidiu que
não é abusiva a cláusula de cobrança de juros compensatórios incidentes em período
anterior à entrega das chaves nos contratos de compromisso de compra e venda de imóveis
em construção sob o regime de incorporação imobiliária (Rel. para acórdão Ministro Antonio Carlos
Ferreira, julgado em 13.6.2012). 2. Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt no AREsp 144.732/RJ, Rel. Ministra
MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 15/09/2016, DJe 21/09/2016). ASSERTIVA ERRADA:
Nos contratos de compromisso de compra e venda de imóveis em construção decorrente de
incorporação imobiliária, é abusiva cláusula que estipule cobrança de juros compensatórios
incidentes em período anterior à entrega das chaves. (CESPE).
STJ - REsp 1.091.756-MG - Ação civil pública. Proteção dos direitos do consumidor.
DPVAT. Indenização às vítimas. Ausência de pertinência temática. Legitimidade
ativa ad causam de associação. Ausência.
Na origem, trata-se de ação civil pública proposta por associação civil de defesa dos direitos
de donas de casa e de consumidores por meio da qual pleiteia o recebimento das diferenças
de indenização do seguro obrigatório (DPVAT) às vítimas de acidente de trânsito, com base
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
nos montantes fixados pelo art. 3º da Lei n. 6.194/74. Nesse contexto discute-se,
preliminarmente, a legitimidade e a própria existência de interesse processual da referida
associação para o ajuizamento da demanda, fazendo-se necessário decidir, de início, se há
correspondência entre a finalidade estatutária da entidade associativa e o objeto da lide. E,
sob esse enfoque, tem-se que o seguro DPVAT, instituído e imposto por lei, não
consubstancia sequer reflexamente uma relação consumerista, a revelar a ausência de
pertinência temática da associação demandante com os interesses discutidos na presente
ação. Em se tratando de uma obrigação imposta por lei, não há, por conseguinte, qualquer
acordo de vontades e, principalmente, voluntariedade, entre o proprietário do veículo (a
quem compete, providenciar o pagamento do "prêmio"), e as seguradoras componentes do
consórcio seguro DPVAT (que devem efetivar o pagamento da indenização mínima pelos
danos pessoais causados à vítima do acidente automobilístico), o que, por si, evidencia, de
contrato, não se cuidar, mas sim de hipótese de responsabilidade legal objetiva,
vinculada à teoria do risco, afigurando-se de todo desinfluente a demonstração, por parte
do beneficiário, de culpa do causador do acidente. Evidenciado que o seguro DPVAT
decorre de imposição legal e não de uma relação contratual, constata-se, de igual modo,
a inexistência de uma relação consumerista, ainda que se valha das figuras equiparadas de
consumidor dispostas na Lei n. 8.078/90. Nesse sentido, não há, por parte das seguradoras
integrantes do consórcio do seguro DPVAT, responsáveis por lei a procederem ao
pagamento, qualquer ingerência nas regras atinentes à indenização securitária, inexistindo,
para esse propósito, a adoção de práticas comerciais abusivas de oferta, de contratos de
adesão, de publicidade, de cobrança de dívidas, etc. Aliás, diversamente do que se dá no
âmbito da contratação de seguro facultativo (esta sim, de inequívoca incidência da legislação
protetiva do consumidor), a atuação das referidas seguradoras, adstrita à lei de regência,
não é concorrencial, tampouco destinada à obtenção de lucro. Finalmente, seria impossível
falar-se em vulnerabilidade, na acepção técnico-jurídica, das vítimas de acidente de trânsito
— e muito menos do proprietário do veículo a quem é imposto o pagamento do "prêmio" do
seguro DPVAT — perante a seguradoras, as quais não possuem qualquer margem
discricionária para efetivação do pagamento da indenização securitária, sempre que
presentes os requisitos estabelecidos na lei. Dessa forma, ausente, sequer
tangencialmente, relação de consumo, não se afigura correto atribuir a uma
associação, com fins específicos de proteção ao consumidor, legitimidade para tutelar
interesses diversos, como é o caso dos que se referem ao seguro DPVAT, sob pena
de desvirtuar a exigência da representatividade adequada, própria das ações
coletivas. REsp 1.091.756-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. Acd. Min. Marco Aurélio Bellizze, por maioria, julgado em
13/12/2017, DJe 05/02/2018. (Informativo 618 do STJ).
A controvérsia dos autos consiste na definição do prazo prescricional a ser adotado para o
ajuizamento de ação de indenização por furto de joias utilizadas como garantia de
mútuo em contrato de penhor subscrito com instituição financeira. De início, anota-se,
no que diz respeito à natureza da relação existente entre os pactuantes do contrato
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
STJ - REsp 1.573.859-SP - Ação de indenização por danos morais. Saque indevido de
numerário na conta corrente do autor. Ressarcimento dos valores pela instituição
bancária. Ausência de dano moral in re ipsa.
De início, não se olvida que a Terceira Turma desta Corte tem precedente no sentido de
considerar que o saque indevido em conta corrente, por si só, acarreta dano moral. Observe-
se que, por ocasião do julgamento do Recurso Especial Repetitivo n. 1.197.929/PR, a
Segunda Seção desta Corte fixou a tese de que as instituições bancárias respondem de
forma objetiva pelos danos causados aos correntistas, decorrentes de fraudes praticadas
por terceiros, caracterizando-se como fortuito interno. Cabe ainda ressaltar que no referido
julgado foi reconhecido o dano moral presumido em decorrência da inscrição indevida em
cadastro de proteção ao crédito, razão pela qual não se confunde com o caso ora em análise.
Assim, na linha do que ficou decidido no recurso especial representativo da controvérsia
citado alhures, os valores sacados de forma fraudulenta na conta corrente do consumidor,
tal como ocorrido na espécie, devem ser integralmente ressarcidos pela instituição bancária.
Logo, nessas hipóteses, o consumidor não terá qualquer prejuízo material em decorrência
do defeito na prestação do serviço oferecido pelo banco. Embora não se tenha dúvida de
que o saque indevido acarreta dissabores ao consumidor, para fins de constatação de
ocorrência de dano moral é preciso analisar as particularidades de cada caso concreto, a
fim de verificar se o fato extrapolou o mero aborrecimento, atingindo de forma significativa
algum direito da personalidade do correntista (bem extrapatrimonial). Circunstâncias, por
exemplo, como o valor total sacado indevidamente, o tempo levado pela instituição bancária
para ressarcir os valores descontados e as repercussões daí advindas, dentre outras,
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
deverão ser levadas em conta para fins de reconhecimento do dano moral e sua respectiva
quantificação. Não seria razoável que o saque indevido de pequena quantia,
considerada irrisória se comparada ao saldo que o correntista dispunha por ocasião
da ocorrência da fraude, sem maiores repercussões, possa, por si só, acarretar
compensação por dano moral. Dessa forma, o saque indevido em conta corrente não
configura, por si só, dano moral, podendo, contudo, observadas as particularidades do caso,
ficar caracterizado o respectivo dano se demonstrada a ocorrência de violação significativa
a algum direito da personalidade do correntista. REsp 1.573.859-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por
unanimidade, julgado em 07/11/2017, DJe 13/11/2017. (Informativo 615 do STJ).
STJ - REsp 1.442.597-DF (INFO 614) - Ação redibitória. Reclamação que obsta a
decadência. Forma documental ou verbal. Admissão. Comprovação pelo consumidor.
A reclamação obstativa da decadência, prevista no art. 26, § 2º, I, do CDC pode ser
feita documentalmente ou verbalmente.
ASSERTIVA CORRETA: Embora seja abusiva cláusula contratual que preveja a interrupção
de tratamento psicoterápico por esgotamento do número de consultas anuais asseguradas
pela Agência Nacional de Saúde Complementar, o plano de saúde poderá cobrar
coparticipação nas consultas excedentes.
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
USO FORA DA BULA (Off-label) - A operadora de plano de saúde não pode negar o
fornecimento de tratamento prescrito pelo médico, sob o pretexto de que a sua
utilização em favor do paciente está fora das indicações descritas na bula/manual
registrado na ANVISA (uso off-label). REsp 1.721.705-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade,
julgado em 28/08/2018, DJe 06/09/2018 (Informativo 632 STJ).
Uma das condições para que o reajuste de mensalidade de plano de saúde individual
fundado na mudança de faixa etária do beneficiário seja válido é que os percentuais
aplicados sejam razoáveis, baseados em estudos atuariais idôneos, e não onerem
excessivamente o consumidor nem discriminem o idoso.
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
54/106
“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
56/106
“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
STJ: “O ECA não estipulou um número mínimo de atos infracionais graves para justificar a
internação do menor infrator com fulcro no art. 122, II, do ECA (reiteração no cometimento
de outras infrações graves). Logo, cabe ao magistrado analisar as peculiaridades de cada
caso e as condições específicas do adolescente a fim de aplicar ou não a internação. A
depender das particularidades e circunstâncias do caso concreto, pode ser aplicada, com
fundamento no art. 122, II, do ECA, medida de internação ao adolescente infrator que antes
tenha cometido apenas uma outra infração grave. Está superado o entendimento de que a
internação com base nesse dispositivo somente seria permitida com a prática de no mínimo
3 infrações. (STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 527.658/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 05/03/2020)."
Pelo princípio do livre convencimento motivado, o Juiz avalia as provas dos autos de
forma fundamentada e racional, mas sem ser obrigado a se vincular aos estudos técnicos.
"O Magistrado não está adstrito aos laudos elaborados pelas equipes de avaliação
psicossocial, notadamente os que sugerem a extinção da medida ou a progressão para
medida socioeducativa mais branda, haja vista que os aludidos relatórios consubstanciam
apenas um dos elementos de convicção, sem caráter vinculante. Assim, é possível que,
ainda que haja parecer técnico favorável à progressão, seja justificada a continuidade
da internação do adolescente com base em outros dados e provas constantes dos
autos. A teor dos julgados desta Corte, é 'indubitável a possibilidade de extinção e
progressão de medida socioeducativa, todavia, a decisão sobre tais situações é de livre
convencimento do juiz, o qual deverá apresentar justificativa idônea, não estando
vinculado ao relatório multidisciplinar do adolescente'". (STJ AREsp 1248960). ASSERTIVA
ERRADA: Por ser uma consequência natural do processo de ressocialização, a progressão
da medida socioeducativa prescinde do juízo de convencimento do magistrado, que fica
vinculado ao relatório multidisciplinar individual do adolescente. (NÃO FICA VINCULADO).
58/106
“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
ADOÇÃO - A adoção é uma forma de colocação em família substituta, pela qual o adotado
passa a integrar a família como membro, sendo medida excepcional e irrevogável. Tal
medida se submete a um procedimento prévio por meio de cadastro de crianças e de
adolescentes aptos à adoção, bem como de pessoas e casais aptos a adotarem. A efetiva
adoção de um infante por uma pessoa obedece, em regra, a ordem cronológica da inclusão
da última no cadastro.
A adoção à brasileira ou adoção de fato é uma burla ao cadastro. O(a)(s) genitor(a)(s)
entrega a criança ou o adolescente a pessoa sem parentesco e não incluída no cadastro,
sem se submeter ao Poder Judiciário. Aquele que recebe o petiz o registra como se fosse
seu filho. Trata-se de crime (art. 242 do Código Penal).
Em regra, para o reconhecimento da adoção à brasileira, o estudo psicossocial não é
essencial: basta o reconhecimento falso de maternidade ou paternidade, por vontade
própria, abstendo-se dos procedimentos legais, e com o registro do nascimento.
Contudo, segundo entendimento recente do Superior Tribunal de Justiça, se o
reconhecimento da adoção de fato for o elemento principal de destituição do poder
familiar, o estudo social é imprescindível para verificar a presença de uma das causas
permissivas para a destituição e se o adotado vive em situação de risco. (STJ 1.674.207-PR).
STJ - "A omissão voluntária e injustificada do pai quanto ao amparo material do filho
gera danos morais, passíveis de compensação pecuniária". (STJ, 1.087.561).
O poder familiar consiste, entre outras obrigações, na assistência moral, material e
educacional à criança e ao adolescente. Se podendo, o genitor deixa de prestar assistência
material, acarreta danos à integridade do filho, tanto física quanto psicológica, ensejando,
em última instância, afronta à dignidade da pessoa humana. Dessa forma, é passível a
indenização pelos danos morais pela humilhação e privação que eventual criança ou
adolescente tenha passado pelo descumprimento involuntário do pagamento de pensão
alimentícia de seu(ua) genitor(a).
59/106
“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
CF. Art. 109.: “Aos juízes federais compete processar e julgar: (...) V - os crimes previstos
em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o
resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente".
Art. 241-A do ECA:. “Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou
divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou
telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa".
O Brasil é signatário de tratado internacional que prevê o combate a atividades
criminosas relacionadas a pedofilia. Para determinação da competência da justiça federal, o
crime do art. 241-A deve também manter uma relação de internacionalidade entre a
conduta praticada e o resultado produzido ou que deveria ter sido produzido.
Segundo o Superior Tribunal de Justiça, se o crime é praticado por meio de mensagens
de whatssap entre pessoas residentes no Brasil, não há internacionalidade e, portanto,
o crime é de competência da justiça estadual. Constatado que a imagem ultrapassou
os limites do país, a competência é da Justiça Federal. (STJ. 150.564-MG).
60/106
“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
7. DIREITO PENAL
7.1 MARCO INTERRUPTIVO DA PRESCRIÇÃO
61/106
“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
"A configuração do crime de associação para o tráfico (art. 35 da Lei 11.343/06) é suficiente
para afastar a aplicação da minorante do tráfico privilegiado, porquanto evidencia a
dedicação do agente à atividade criminosa. Precedentes. In casu, mantido o decreto
condenatório pela prática do crime tipificado no art. 35, caput, da Lei 11.343/2006, inviável
a aplicação da causa de diminuição prevista no art. 33, § 4º, da Lei de Drogas." (AgRg
no AREsp 2.084.889/SP, relator ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, julgado em 9/8/2022,
DJe de 16/8/2022).
"A jurisprudência desta Corte entende que, tendo o furto sido praticado durante o repouso
noturno e mediante o rompimento de obstáculo, resta demonstrada maior reprovabilidade
da conduta, o que obsta a aplicação do Princípio da Insignificância. "(AgRg
no HC 737.900/RO, relator ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, julgado em 2/8/2022, DJe de 10/8/2022).
62/106
“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
IMPORTANTE: Asilo inviolável, mas nem sempre: o STJ e o ingresso policial em domicílio
(29/08/2022).
A entrada de forças policiais na residência do investigado é, provavelmente, um dos
momentos de maior tensão entre o interesse público – nesse caso, a pretensão do Estado
de manter a ordem, investigar e punir ilícitos – e as garantias individuais, como a intimidade,
a privacidade e a inviolabilidade do domicílio.
Quando o ingresso policial é amparado em mandado judicial – apesar de também haver
momentânea mitigação do princípio da inviolabilidade domiciliar –, há menos discussão nos
tribunais e na esfera doutrinária sobre eventual ilegalidade; a controvérsia principal se dá
nas situações em que a entrada dos agentes não é precedida de autorização judicial, como
em situações de alegado flagrante.
No caso do ingresso sem mandado, são comuns os pedidos de anulação das provas obtidas
na diligência em virtude de aspectos como a falta de consentimento do morador ou a
inexistência da comprovação de investigações prévias que embasassem a ação policial.
Afinal, quais são os critérios para o ingresso da polícia em uma residência? Em meio
a esse debate, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem corrigido ilegalidades e fixado
parâmetros para evitar que elas ocorram.
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
A Quinta Turma, no HC 588.445, entendeu não haver nulidade na busca feita por
policiais, sem mandado judicial, em apartamento que não revelava sinais de habitação e
sobre o qual havia fundada suspeita de servir para a prática de crime permanente.
No caso, o ministro verificou que houve uma denúncia anônima sobre armazenamento de
drogas e de armas, e também informações dos vizinhos de que não haveria residentes no
imóvel. Segundo os autos, a polícia teria feito uma vistoria externa, na qual não foram
identificados indícios de ocupação por moradores, mas foi visualizada parte do material
ilícito. Quando a força policial entrou no local, encontrou grande quantidade de drogas.
Em 2017, a Sexta Turma negou provimento ao REsp 1.574.681, interposto pelo Ministério
Público do Rio Grande do Sul, e manteve a absolvição de um homem acusado de tráfico de
drogas, ao reconhecer a ilicitude da prova colhida em busca realizada no interior de sua
residência sem autorização judicial.
Para o relator do recurso da acusação, ministro Rogerio Schietti Cruz, o contexto fático
anterior à invasão não permitia a conclusão da ocorrência de crime no interior da residência
que justificasse o ingresso dos agentes.
De acordo com o ministro, os policiais até poderiam ter abordado o suspeito em via pública
para averiguação, mas a simples intuição quando à prática de tráfico não configura, por
si só, justa causa capaz de autorizar o ingresso em domicílio sem o consentimento do
morador – que deve ser mínima e seguramente comprovado – e sem determinação judicial.
No HC 686.489, julgado em 2021, a Quinta Turma anulou as provas e absolveu um réu que
havia sido condenado por tráfico após a polícia invadir sua residência sem mandado
judicial. O processo informa que o homem estava em frente de casa e, ao avistar o carro
da polícia, que fazia ronda pelo bairro, correu para dentro do imóvel. Os policiais bateram
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
à porta e foram atendidos pelo próprio acusado, o qual, segundo eles, teria admitido
a posse de drogas e autorizado a entrada.
Para o relator do habeas corpus, ministro Reynaldo Soares da Fonseca, os policiais "agiram
sem mandado judicial e sem o amparo de denúncia ou de investigação prévia que os
conduzisse a crer que naquele local havia tráfico de drogas. Suas suspeitas tiveram por
base apenas o fato de que uma pessoa que estava na frente da casa fugiu para o quintal
assim que percebeu a aproximação da viatura policial".
O morador relatou que os policiais afirmaram estar procurando um assaltante e lhe pediram
para abrir o portão, mas, depois de entrar, passaram a procurar drogas. Por outro lado, os
policiais disseram que o morador, abordado na rua, admitiu ter drogas em casa e autorizou
a entrada.
Ele destacou que o Supremo Tribunal Federal (STF), ao julgar o RE 603.616, com
repercussão geral, decidiu que o ingresso forçado em domicílio sem mandado só é lícito
quando amparado em fundadas razões, com lastro em circunstâncias objetivas que
indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente e de nulidade das provas obtidas.
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
O relator, ministro Ribeiro Dantas, apontou que o caso em julgamento envolvia sérias
dúvidas sobre o alegado consentimento para ingresso em domicílio. Consta do processo
que, em razão de denúncia anônima sobre tráfico de drogas, o réu e sua namorada –
também acusada –foram abordados na rua e revistados, mas não se encontrou nada. Na
sequência, foram levados à residência do acusado, que teria autorizado a entrada dos
agentes, os quais localizaram entorpecentes durante a busca domiciliar.
Ribeiro Dantas destacou, porém, que o suposto consentimento não foi documentado e que
a defesa apresentou outra versão: o casal teria sido levado à força, algemado e sob coação,
para dentro da casa. "O consentimento do morador, para validar o ingresso de agentes
estatais em sua casa e a busca e apreensão de objetos relacionados ao crime, precisa ser
voluntário e livre de qualquer tipo de constrangimento ou coação", declarou o ministro ao
anular as provas e determinar a libertação dos acusados.
Para o relator, ministro Reynaldo Soares da Fonseca, mesmo a autorização tendo sido dada
por pessoa não residente no imóvel – no caso, uma hóspede não eventual –, essa situação
não é capaz, por si só, de tornar ilícita a ação policial. Para o ministro, deve-se aplicar ao
caso a teoria da aparência, pois quem autorizou o ingresso dos agentes foi a ex-
companheira do filho da proprietária, que se referiu a ela como "sogra".
O ministro explicou também que, por ser crime permanente, quem guarda drogas em
casa está em situação de flagrante. "Legítima, portanto, a entrada de policiais para fazer
cessar a prática do delito, independentemente de mandado judicial, desde que existam
elementos suficientes de probabilidade delitiva", afirmou.
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
De acordo com o processo, o morador foi abordado na rua pela polícia e, tentando esconder
o fato de já ter registro de envolvimento com drogas, identificou-se com dados de seu irmão,
sem saber que contra este havia um mandado de prisão em aberto. Ao ser informado da
existência do mandado, o morador conseguiu fugir. Enquanto uma equipe policial o
procurava, outra foi à sua casa, onde procedeu a uma minuciosa revista.
Para o relator no STJ, ministro Rogerio Schietti, nenhuma circunstância do caso justificava
o ingresso dos policiais na residência sem autorização judicial – nem o crime de falsa
identidade, pois os agentes ainda não sabiam que o suspeito havia mentido; nem o mandado
de prisão, pois não foi respeitado o artigo 293 do CPP, e a polícia nem mesmo sabia se o
fugitivo estava ou não ali.
"Admitir a entrada na residência especificamente para efetuar uma prisão não significa
conceder um salvo-conduto para que todo o seu interior seja vasculhado indistintamente,
em verdadeira pescaria probatória (fishing expedition), sob pena de nulidade das
provas colhidas por desvio de finalidade", disse o magistrado.
As disposições contidas no art. 226 do CPP configuram uma recomendação legal, e não
uma exigência absoluta. Assim, é válido o ato mesmo que realizado de forma diversa da
prevista em lei. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1665453/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em
02/06/2020.
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@graceliamenezes
STJ: Como regra, o Código Penal, em seu art. 14, II, adotou a teoria objetiva quanto à
punibilidade da tentativa, pois, malgrado semelhança subjetiva com o crime consumado,
diferencia a pena aplicável ao agente doloso de acordo com o perigo de lesão ao bem
jurídico tutelado.
QUESTÃO DO MP sobre este julgado: Praticado o crime por José, o Ministério Público
ofereceu a denúncia. Durante a instrução, José confessou a prática delitiva e ficou
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
comprovado que o crime não se consumou por circunstâncias alheias a sua vontade. O juiz,
no momento de fixar a pena, deverá adotar o seguinte critério para diminuir a pena a ser
aplicada a José em razão da tentativa:
Resposta: O caminho (iter criminis) percorrido por José, na execução do crime, até ser
interrompido.
STJ:
a) O crime de associação para o tráfico (art. 35 - Lei 11.343/2006), mesmo formal ou
de perigo, demanda os elementos "estabilidade" e "permanência" do vínculo
associativo, que devem ser demonstrados de forma aceitável (razoável), ainda que
não de forma rígida, para que se configure a societas sceleris e não um simples
concurso de pessoas, é dizer, uma associação passageira e eventual (03/05/2022);
b) Dispositivo declarado inconstitucional;
c) A conduta foi despenalizada, não descriminalizada;
d) Não se aplica. Perigo abstrato;
e) Não é possível que o agente responda pela prática do crime do art. 34 da Lei nº
11.343/2006 quando a posse dos instrumentos configura ato preparatório destinado ao
consumo pessoal de entorpecente. STJ. 6ª Turma. RHC 135.617-PR, Rel. Min. Laurita
Vaz, julgado em 14/09/2021 (Info 709). (DIZER O DIREITO) ASSERTIVA CORRETA:
a posse de instrumentos destinados ao plantio de cannabis sativa para consumo
pessoal não configura o crime previsto no art. 34 da Lei de Drogas (Lei nº 11.343/2006),
que demanda instrumentos com a finalidade específica de tráfico de drogas.
Art. 34, Lei 11.343/06: Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir,
entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação,
produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000
(dois mil) dias-multa.
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
Juris em teses STJ nº 152 - 4) A contemplação lasciva configura o ato libidinoso constitutivo
dos tipos dos art. 213 e art. 217-A do CP, sendo irrelevante, para a consumação dos delitos,
que haja contato físico entre ofensor e vítima.
STJ: A qualificadora do motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do CP) é compatível com o
homicídio praticado com dolo eventual?
SIM. O fato de o réu ter assumido o risco de produzir o resultado morte (dolo eventual), não
exclui a possibilidade de o crime ter sido praticado por motivo fútil, uma vez que o dolo do
agente, direto ou indireto, não se confunde com o motivo que ensejou a conduta. (STJ. 5ª
Turma. REsp 912.904/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/03/2012.) (STJ. 6ª Turma. REsp 1601276/RJ,
Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/06/2017)
DOLO EVENTUAL – (Essa juris já foi cobrada em várias questões). o STJ já decidiu
que não há incompatibilidade ente o homicídio qualificado praticado por meio cruel e com
dolo eventual, veja o julgado:
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
STJ “A ameaça de mal espiritual, em razão da garantia de liberdade religiosa, não pode ser
considerada inidônea ou inacreditável. Para a vítima e boa parte do povo brasileiro, existe a
crença na existência de força ou forças sobrenaturais, manifestada em doutrinas e rituais
próprios, não havendo falar que são fantasiosas e que nenhuma força possuem para
constranger o homem médio. Os meios empregados foram idôneos, tanto que ensejaram a
intimidação da vítima, a consumação e o exaurimento da extorsão". REsp 1299021
(2012/0002922-6 - 23/02/2017). ASSERTIVA CORRETA: extorsão (art. 158 do CP) pode
ser praticada mediante ameaça feita por pastor, de causar “mal espiritual” a um fiel da igreja,
com a finalidade de compeli-lo a realizar doação em dinheiro.
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
nuclear típica. (...) Aponta a doutrina que a participação pode ocorrer por via moral ou
material. (...) O auxílio pode ser prestado durante os atos preparatórios ou executórios, mas,
se consumado o delito, somente se considera eventual assistência se previamente acordada
entre os agentes. (...)".
Obs.: muito cuidado com o estilo de cobrança CESPE-CEBRASPE. Como se viu acima, é
possível, ainda que excepcionalmente, que a participação ocorra após a consumação.
Isso não é contraditório com a assertiva porque ela não disse que a participação somente é
admitida até a consumação ou que a participação não será admitida após a consumação.
A múltipla reincidência ocorre quando o réu possui mais de uma condenação anterior apta
à gerar sua reincidência. Segundo o STJ, em caso de multirreincidência, prevalecerá a
agravante e haverá apenas a compensação parcial/proporcional (mas não integral) -
Vide: STJ 6ª Turma AgRg no AREsp 713.657/DF, Rel. Min Nefi Cordeiro, julgado em 10/04/2018.
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
A conduta de portar ou possuir munição é típica (crime), pois ausência de arma de fogo
não é capaz de afastar a tipicidade da conduta. Conforme o entendimento do Superior
Tribunal de Justiça “O simples fato de possuir ou portar munição caracteriza os delitos
previstos nos arts. 12, 14 e 16 da Lei n. 10.826/2003, por se tratar de crime de perigo
abstrato e de mera conduta, sendo prescindível a demonstração de lesão ou de perigo
concreto ao bem jurídico tutelado, que é a incolumidade pública” (Tese, STJ – Edição 108).
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
Os requisitos para que incida a redução de pena prevista no art. 33, § 4° da lei n°
11.343/2006 (LEI DE DROGAS) – TRAFICO PRIVILEGIADO - são a primariedade de
agente, os bons antecedentes, não dedicação a atividades criminosas ou integração
a organização criminosa, esses requisitos são cumulativos. Assim, a quantidade de
drogas não é requisito preponderante nem para aplicar e nem para afastar a aplicação
da redução de pena. Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça “a
quantidade de drogas, por si só, não constitui fundamentação suficiente para afastar
a incidência do redutor previsto no § 4º do art. 33 da Lei n. 11.343/2006”. (AgRg no HC
691.243/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 15/02/2022, DJe
21/02/2022).
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
O delito do art. 2º, § 1º, da Lei nº 12.850/2013 é crime material, inclusive na modalidade
embaraçar. STJ. 5ª Turma. REsp 1.817.416-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 03/08/2021 (Info
703).
A Lei nº 12.850/2013 (Lei de Organização Criminosa), prevê o seguinte delito no § 1º do art.
2º: Art. 2º (...) Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas
correspondentes às demais infrações penais praticadas. § 1º Nas mesmas penas incorre
quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que
envolva organização criminosa.
O crime do art. 2º, § 1º é formal ou material? Material. O tipo penal possui dois núcleos
(verbos): impedir e embaraçar. No que tange ao núcleo “impedir”, nunca houve dúvida de
que se trata de crime material. A dúvida estava no verbo “embaraçar”. Alguns
doutrinadores afirmavam que, neste ponto, o delito seria formal. Não foi esta, contudo, a
conclusão do STJ. Tanto no núcleo impedir como embaraçar, o crime do art. 2º, § 1º
da Lei nº 12.850/2013 é material.
A adoção da corrente que classifica o delito como crime material se explica porque o verbo
embaraçar atrai um resultado, ou seja, uma alteração do seu objeto. Na hipótese
normativa, o objeto é a investigação, que pode se dar na fase de inquérito ou na instrução
da ação penal. Em outras palavras, haverá embaraço à investigação se o agente conseguir
produzir algum resultado, ainda que seja momentâneo e reversível. STJ. 5ª Turma. REsp
1.817.416-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 03/08/2021 (Info 703). (Fonte: Dizer o Direito).
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
ASSERTIVA CORRETA: o princípio da consunção incide quando for um dos crimes meio
necessário ou usual para a preparação, execução ou mero exaurimento do delito final visado
pelo agente, desde que não ofendidos bens jurídicos distintos.
7.29 DETRAÇÃO
STJ: “(...) a medida cautelar de recolhimento domiciliar noturno, nos finais de semana e dias
não úteis, com monitoração eletrônica, representando efetiva privação da liberdade de
locomoção, computa-se para fins de detração quanto aos dias em que efetivamente for
cumprida a medida. 1.1. Destaca-se que somente o tempo em que o segregado se
encontrou obrigatoriamente recolhido em casa, gera direito ao desconto da pena" (HC
455.097/PR – Info 693). ASSERTIVA CORRETA: o período de recolhimento domiciliar
fiscalizado por monitoramento eletrônico deve ser detraído.
STJ: “(...) a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça deve uniformizar a jurisprudência
e perfilhar do entendimento da Quinta Turma, de que a medida cautelar de recolhimento
domiciliar noturno, ainda que não cumulada com a fiscalização eletrônica, implica privação
da liberdade que justifica a detração" (RHC 140.214/SC).
ATENÇÃO: A detração se aplica à medida cautelar de recolhimento domiciliar noturno
mesmo que não tenha havido fiscalização eletrônica.
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
O Ministério Público pode ajuizar a ação penal em face de um réu e a investigação prosseguir
em face de outros. Nesse sentido o julgamento do HC 34.233/SP:
“PROCESSUAL PENAL. ACÓRDÃO DE TRIBUNAL DE JUSTIÇA DENEGATÓRIO DE
HABEAS CORPUS. INTERPOSIÇÃO DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO AO INVÉS
DE RECURSO ORDINÁRIO. ERRO GROSSEIRO. FUNGIBILIDADE. NÃO APLICAÇÃO.
CONHECIMENTO DA SÚPLICA COMO IMPETRAÇÃO SUBSTITUTIVA DE RECURSO
ORDINÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE FLAGRANTE ILEGALIDADE.
PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE. NÃO INCIDÊNCIA À AÇÃO PENAL PÚBLICA.
PRECEDENTES ITERATIVOS DO STJ.
1 - A interposição de recurso em sentido estrito no lugar de recurso ordinário, contra acórdão
que denega habeas corpus, em única instância, em Tribunal de Justiça, configura erro
grosseiro, apto a impedir a aplicação da fungibilidade, ainda mais se, como na espécie, a
súplica somente foi protocolada mais de trinta depois da publicação do julgado atacado,
inviabilizando qualquer tipo de recurso.
2 - Hipótese expressa na Constituição Federal acerca do cabimento do recurso ordinário e
ausência de previsão, no Código de Processo Penal, em uma das hipóteses taxativas
referentes ao recurso em sentido estrito.
3 - Não vigora o princípio da indivisibilidade na ação penal pública. O Parquet é livre
para formar sua convicção incluindo na increpação as pessoas que entenda terem
praticados ilícitos penais, ou seja, mediante a constatação de indícios de autoria
e materialidade, não se podendo falar em arquivamento implícito em relação a quem
não foi denunciado.
4 - Recurso não conhecido."
ATENÇÃO: Segundo o princípio da indivisibilidade, quando a parte optar por oferecer a ação
penal deverá realizar em face de todos os autores. Se houver uma omissão voluntária
quanto a um agente ocorrerá a extinção da punibilidade pela renúncia ao direito de
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
queixa, artigo 107, V, do Código de Processo Penal, que se estende a todos os envolvidos,
artigo 49 do CPP. Se a omissão for involuntária o Ministério Público irá requerer a
intimação do querelante para aditar a queixa-crime (não fazendo ocorrerá extinção da
punibilidade com base nos artigos citados).
Na ação PENAL PÚBLICA vigora o princípio da divisibilidade, ou seja, o Ministério
Público pode ajuizar a ação penal em face de um réu e a investigação prosseguir em
face de outros.
Na ação penal PRIVADA SUBSIDIÁRIA da PÚBLICA o Ministério Público pode retomar
como parte principal se ocorrer situações como as que geram a perempção da ação penal
privada.
IMPORTANTE STJ - A indivisibilidade da ação é uma das características da ação penal
privada, em que se renunciar o ofendido ao direito de queixa em relação a um dos
beneficiários, a todos se estenderá. Tal preceito não se aplica à ação penal pública
incondicionada, apesar de haver alguma controvérsia doutrinária, a maioria e o STJ
entendem que PROCESSUAL PENAL. ACÓRDÃO DE TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DENEGATÓRIO DE HABEAS CORPUS. INTERPOSIÇÃO DE RECURSO EM SENTIDO
ESTRITO AO INVÉS DE RECURSO ORDINÁRIO. ERRO GROSSEIRO. FUNGIBILIDADE.
NÃO APLICAÇÃO. CONHECIMENTO DA SÚPLICA COMO IMPETRAÇÃO SUBSTITUTIVA
DE RECURSO ORDINÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE FLAGRANTE
ILEGALIDADE.PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE. NÃO INCIDÊNCIA À AÇÃO PENAL
PÚBLICA.
PRECEDENTES ITERATIVOS DO STJ.
1 - A interposição de recurso em sentido estrito no lugar de recurso ordinário, contra acórdão
que denega habeas corpus, em única instância, em Tribunal de Justiça, configura erro
grosseiro, apto a impedir a aplicação da fungibilidade, ainda mais se, como na espécie, a
súplica somente foi protocolada mais de trinta depois da publicação do julgado atacado,
inviabilizando qualquer tipo de recurso.
2 - Hipótese expressa na Constituição Federal acerca do cabimento do recurso ordinário e
ausência de previsão, no Código de Processo Penal, em uma das hipóteses taxativas
referentes ao recurso em sentido estrito.
3 - Não vigora o princípio da indivisibilidade na ação penal pública. O Parquet é livre
para formar sua convicção incluindo na increpação as pessoas que entenda terem
praticados ilícitos penais, ou seja, mediante a constatação de indícios de autoria e
materialidade, não se podendo falar em arquivamento implícito em relação a quem não foi
denunciado.4-Recurso não conhecido. (RHC 34.233/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS
MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 06/05/2014, DJe 14/05/2014).
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
e) Não há poder geral de cautela em matéria penal. Isso porque as medidas cautelares
são previstas de formas na taxativa no art. 319 do Código de Processo Penal e em leis
especiais, não pode ser aplicadas medidas cautelares atípicas.
ATENÇAO: A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que por força do
poder geral de cautela, de forma excepcional e motivada, não há óbice ao magistrado
impor ao investigado ou acusado medida cautelar atípica, a fim de evitar a prisão preventiva,
isto é, mesmo que não conste literalmente do rol positivado no art. 319 do CPP, o alcance
das hipóteses típicas pode ser ampliado para, observados os ditames do art. 282 do CPP,
aplicar medida constritiva adequada e necessária à espécie ou, ainda, pode ser aplicada
medida prevista em outra norma do ordenamento. (RHC 148.574/MG, Rel. Ministro ANTONIO
SALDANHA PALHEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 14/12/2021, DJe 17/12/2021)
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
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“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
espontânea. Precedentes.2. Ordem denegada. (HC 218.814/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO
BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 04/10/2011, DJe 20/10/2011).
ASSISTÊNCIA - sabe-se que se o juiz indeferir o pedido para admitir o assistente, não
caberá recurso, de acordo com o art. 273 do CPP, entretanto, a doutrina entende que se
admite o mandando de segurança, a exemplo de Nucci (2014).
Veja também o julgado do STJ: O Superior Tribunal de Justiça tem entendimento
uniforme de que o mandado de segurança instituto que visa a proteção de direito
líquido e certo contra ato abusivo ou ilegal de autoridade pública não pode ser
utilizado como sucedâneo recursal, sob pena de se desnaturar a sua essência
constitucional. Não obstante, em hipóteses excepcionais, quando o ato judicial for eivado de
ilegalidade, teratologia ou abuso de poder, esta Corte tem abrandado referido
posicionamento. 1. Embora, em regra, não caiba mandado de segurança quando o ato
judicial é passível de recurso próprio, conforme disciplina a Súmula 267/STF, esta
Corte Superior tem abrandado esse entendimento nas hipóteses de decisão
teratológica, de manifesta ilegalidade ou abuso de poder. 2. No caso, o Tribunal
Regional Federal da 1ª Região entendeu que a hipótese era justamente de teratologia da
decisão que decretou o sequestro e indisponibilidade dos bens do impetrante, não havendo
que se falar em ofensa ao dispositivo legal indicado. 3. Agravo regimental a que se nega
provimento. (AgRg no REsp 1155085/MT, Relator Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA,
DJe 02/06/2014). Na hipótese dos autos, entretanto, em que a recorrente ataca decisão que
deferiu o ingresso de assistente de acusação, não há a previsão legal de cabimento de
recurso, nos moldes dispostos no art. 273, do Código de Processo Penal, in verbis: "Do
despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo, entretanto,
constar dos autos o pedido e a decisão". Assim, autorizada está a impetração do remédio
heróico. Nesse sentido, esta Corte já se manifestou anteriormente no julgamento do
RHC 31667/ES, da relatoria do em. Ministro Jorge Mussi. Do voto do relator, extrai-se o
seguinte excerto: No caso dos autos, o Desembargador Relator do habeas corpus originário
não o conheceu sob o argumento de que "a doutrina pátria tem formado o entendimento
de que uma vez impossível a utilização de qualquer via recursal para impugnação da
decisão que admite ou não o assistente de acusação, deve-se utilizar a via ordinária
do mandado de segurança" (e-STJ fl. 99), entendimento que foi confirmado em sede de
agravo regimental. (STJ - RMS: 44402 MG 2013/0395068-6, Relator: Ministro GURGEL DE FARIA, Data
de Publicação: DJ 17/02/2016).
8.13 TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO
Juris em Teses 108, STJ: tese nº 9) Para a configuração do tráfico internacional de arma
de fogo, acessório ou munição não basta apenas a procedência estrangeira do artefato,
sendo necessário que se comprove a internacionalidade da ação.
“A participação do ora paciente em aulas de capoeira, ainda que contribua para sua
ressoacialização, não pode ser interpretada como frequência em curso de ensino
formal, tendo em vista tratar-se de prática esportiva e não de atividade
83/106
“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
Antes da resolução, o STJ indeferiu pedido para remição de pena ao apenado que
frequentou curso de capoeira por entender que não caracterizaria curso de ensino formal, e
que não se trata de atividade intelectual. O julgado ocorreu em 2012 e não representa o
atual cenário jurídico em relação à remição de pena, que tem se mostrado cada vez
mais ampliativo, exatamente para fomentar práticas culturais, sociais, esportivas e
intelectuais que auxiliem no processo de reintegração social.
(Fonte:https://www.migalhas.com.br/depeso/363758/esporte-essencial-para-a-execucao-penal).
Apesar da mencionada resolução, a banca considerou como CERTA a assertiva que
considerou os exatos termos do julgado de 2012:"A participação do ora paciente em
aulas de capoeira, ainda que contribua para sua ressoacialização, não pode ser interpretada
como frequência em curso de ensino formal, tendo em vista tratar-se de prática esportiva e
não de atividade intelectual, propriamente dita".
8.15 BENEFÍCIO DA PROGRESSÃO AO APENADO EM PRESÍDIO FEDERAL DE
SEGURANÇA MÁXIMA
• Se já não há mais motivos para ele permanecer no presídio federal: significa que ele
poderá receber a progressão de regime.
• Se ainda há motivos para ele permanecer no presídio federal: ele não poderá
progredir.” Fonte: CAVALCANTE, Márcio André Lopes. ASSERTIVA CORRETA: De
84/106
“JURISPRUDÊNCIA EM PROVAS”
@graceliamenezes
acordo com o STF, a transferência do apenado para penitenciária federal por motivo de
segurança pública não é compatível com a progressão de regime prisional.
A competência não pode ser reduzida, mas nada impede que seja ampliada por lei
infraconstitucional (STF HC 101.542/SP). ASSERTIVA ERRADA: A competência
constitucional do tribunal do júri é uma cláusula pétrea, razão pela qual é inadmitida a sua
ampliação por lei ordinária
Exceção da verdade é processada em primeiro grau e apenas julgada pelo Tribunal (STJ
HC 311.623/RS). Jurisprudência em tese 1305, STJ. O juízo de admissibilidade, o
processamento e a instrução da exceção da verdade oposta em face de autoridades
públicas com prerrogativa de foro devem ser feitos pelo próprio juízo da ação penal
originária que, após a instrução dos autos, admitida a exceptio veritatis, deve remetê-los à
instância decorrente da prerrogativa de função para julgamento do mérito.
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STJ - O termo inicial da contagem do prazo para impugnar decisão judicial é, para o
Ministério Público, a data da entrega dos autos na repartição administrativa do órgão.
É irrelevante que a intimação pessoal tenha se dado em audiência, em cartório ou por
mandado. Cuida-se de jurisprudência do STJ, 3ª Seção. REsp 1.349.935-SE, julgado em 23/8/2017 (recurso
repetitivo) (INFO 611).
STJ - O que ocorre é que a circunstância do promotor de justiça, com atuação no processo
em fase das alegações finais, formular pedido de absolvição acolhido na sentença, não
impede que um outro membro do MP interponha recurso pugnando para que se
preserve a acusação inicial (STJ - AgRg. no Ag. 1322990/RJ - 2010). Sendo assim, pode-
se considerar como reflexo dos princípios constitucionais da instituição: unidade,
indivisibilidade e independência funcional.
ASSERTIVA ERRADA: Determinado órgão do MP não terá interesse na interposição de
apelação contra sentença absolutória quando outro órgão, em alegações finais, tiver se
manifestado pela absolvição do réu. (ESTA MANIFESTAÇÃO NÃO IMPEDE OUTRO
MEMBRO DE FAZÊ-LO).
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tem o condão de prejudicar a análise da tese defensiva de que teria havido quebra da cadeia
de custódia da prova, em razão de a substância entorpecente haver sido entregue para
perícia sem o necessário lacre. Isso porque, ao contrário do que ocorre com a prisão
preventiva, por exemplo - que tem natureza rebus sic standibus, isto é, que se caracteriza
pelo dinamismo existente na situação de fato que justifica a medida constritiva, a qual deve
submeter-se sempre a constante avaliação do magistrado -, o caso dos autos traz hipótese
em que houve uma desconformidade entre o procedimento usado na coleta e no
acondicionamento de determinadas substâncias supostamente apreendidas com o paciente
e o modelo previsto no Código de Processo Penal, fenômeno processual, esse, produzido
ainda na fase inquisitorial, que se tornou estático e não modificável e, mais do que isso, que
subsidiou a própria comprovação da materialidade e da autoria delitivas.
2. Segundo o disposto no art. 158-A do CPP, "Considera-se cadeia de custódia o conjunto
de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do
vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a
partir de seu reconhecimento até o descarte". 3. A autenticação de uma prova é um dos
métodos que assegura ser o item apresentado aquilo que se afirma ele ser, denominado
pela doutrina de princípio da mesmidade. 4. De forma bastante sintética, pode-se afirmar
que o art. 158-B do CPP detalha as diversas etapas de rastreamento do vestígio:
reconhecimento, isolamento, fixação, coleta, acondicionamento, transporte, recebimento,
processamento, armazenamento e descarte. O art. 158-C, por sua vez, estabelece o perito
oficial como sujeito preferencial a realizar a coleta dos vestígios, bem como o lugar para
onde devem ser encaminhados (central de custódia). Já o art. 158-D disciplina como os
vestígios devem ser acondicionados, com a previsão de que todos os recipientes devem ser
selados com lacres, com numeração individualizada, "de forma a garantir a inviolabilidade e
a idoneidade do vestígio". 5. Se é certo que, por um lado, o legislador trouxe, nos arts. 158-
A a 158-F do CPP, determinações extremamente detalhadas de como se deve preservar a
cadeia de custódia da prova, também é certo que, por outro, quedou-se silente em relação
aos critérios objetivos para definir quando ocorre a quebra da cadeia de custódia e quais as
consequências jurídicas, para o processo penal, dessa quebra ou do descumprimento de
um desses dispositivos legais. No âmbito da doutrina, as soluções apresentadas são as mais
diversas. 6. Na hipótese dos autos, pelos depoimentos prestados pelos agentes estatais em
juízo, não é possível identificar, com precisão, se as substâncias apreendidas realmente
estavam com o paciente já desde o início e, no momento da chegada dos policiais, elas
foram por ele dispensadas no chão, ou se as sacolas com as substâncias simplesmente
estavam próximas a ele e poderiam eventualmente pertencer a outro traficante que estava
no local dos fatos. 7. Mostra-se mais adequada a posição que sustenta que as
irregularidades constantes da cadeia de custódia devem ser sopesadas pelo magistrado com
todos os elementos produzidos na instrução, a fim de aferir se a prova é confiável. Assim, à
míngua de outras provas capazes de dar sustentação à acusação, deve a pretensão ser
julgada improcedente, por insuficiência probatória, e o réu ser absolvido.
9. O fato de a substância haver chegado para perícia em um saco de supermercado, fechado
por nó e desprovido de lacre, fragiliza, na verdade, a própria pretensão acusatória, porquanto
não permite identificar, com precisão, se a substância apreendida no local dos fatos foi a
mesma apresentada para fins de realização de exame pericial e, por conseguinte, a mesma
usada pelo Juiz sentenciante para lastrear o seu decreto condenatório. Não se garantiu a
inviolabilidade e a idoneidade dos vestígios coletados (art. 158-D, § 1º, do CPP). A
integralidade do lacre não é uma medida meramente protocolar; é, antes, a segurança de
que o material não foi manipulado, adulterado ou substituído, tanto que somente o perito
poderá realizar seu rompimento para análise, ou outra pessoa autorizada, quando houver
motivos (art. 158-D, § 3º, do CPP). 9. Não se agiu de forma criteriosa com o recolhimento
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dos elementos probatórios e com sua preservação; a cadeia de custódia do vestígio não foi
implementada, o elo de acondicionamento foi rompido e a garantia de integridade e de
autenticidade da prova foi, de certa forma, prejudicada. Mais do que isso, sopesados todos
os elementos produzidos ao longo da instrução criminal, verifica-se a debilidade ou a
fragilidade do material probatório residual, porque, além de o réu haver afirmado em juízo
que nem sequer tinha conhecimento da substância entorpecente encontrada, ambos os
policiais militares, ouvidos sob o crivo do contraditório e da ampla defesa, não foram
uníssonos e claros o bastante em afirmar se a droga apreendida realmente estava em poder
do paciente ou se a ele pertencia. 10. Conforme deflui da sentença condenatória, não houve
outras provas suficientes o bastante a formar o convencimento judicial sobre a autoria do
crime de tráfico de drogas que foi imputado ao acusado. Não é por demais lembrar que a
atividade probatória deve ser de qualidade tal a espancar quaisquer dúvidas sobre a
existência do crime e a autoria responsável, o que não ocorreu no caso dos autos. Deveria
a acusação, diante do descumprimento do disposto no art. 158-D, § 3º, do CPP, haver
suprido as irregularidades por meio de outros elementos probatórios, de maneira que, ao
não o fazer, não há como subsistir a condenação do paciente no tocante ao delito descrito
no art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006. 11. Em um modelo processual em que sobrelevam
princípios e garantias voltadas à proteção do indivíduo contra eventuais abusos estatais que
interfiram em sua liberdade, dúvidas relevantes hão de merecer solução favorável ao réu
(favor rei).
12. Não foi a simples inobservância do procedimento previsto no art. 158-D, § 1º, do
CPP que induz a concluir pela absolvição do réu em relação ao crime de tráfico de
drogas; foi a ausência de outras provas suficientes o bastante a formar o
convencimento judicial sobre a autoria do delito a ele imputado. A questão relativa à
quebra da cadeia de custódia da prova merece tratamento acurado, conforme o caso
analisado em concreto, de maneira que, a depender das peculiaridades da hipótese
analisada, pode haver diferentes desfechos processuais para os casos de
descumprimento do assentado no referido dispositivo legal.
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AgRg no AREsp 1.874.301/AL (...) Conquanto o exame de corpo de delito deva, como
regra, ser produzido para a configuração do delito de lesão corporal ocorrida no contexto de
violência doméstica, já que se trata de situação que deixa vestígio, admite-se que a
MATERIALIDADE possa ser comprovada por outros meios de prova, tais como laudos
médicos subscritos por profissionais da saúde (Lei 11.340/06 art. 12,§3º).
STF – JUSTA CAUSA – AÇÃO PENAL - Informativo 869 do STF: A justa causa é
exigência legal para o recebimento da denúncia, instauração e processamento da
ação penal, nos termos do art. 395, III, do CPP, e consubstancia-se pela somatória de três
componentes essenciais: (a) tipicidade (adequação de uma conduta fática a um tipo penal);
(b) punibilidade (além de típica, a conduta precisa ser punível, ou seja, não existir quaisquer
das causas extintivas da punibilidade); e (c) viabilidade (existência de fundados indícios de
autoria). 3. Esses três componentes estão presentes na denúncia ofertada pelo Ministério
Público, que, nos termos do art. 41 do CPP, apontou a exposição do fato criminoso, com
todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e a classificação do crime. STF. 1ª
T., HC 129678, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ Ac. Min. Alexandre de Moraes, j. 13/06/17.
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PROCESSO PENAL - AÇÃO PENAL - "A ação privada subsidiária da pública só é possível
quando o Órgão Ministerial se mostrar desidioso e não se manifestar no prazo previsto em
lei. Se o Ministério Público promove o arquivamento do inquérito ou requer o seu retorno
ao delegado de polícia para novas diligências, não cabe queixa subsidiária" (STJ. 6ª Turma.
AgRg no AREsp 1049105/DF, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/10/2018).
ASSERTIVA CORRETA: não será cabível ação penal privada subsidiária da pública pelo
ofendido quando o órgão de execução do Ministério Público promover o arquivamento do
inquérito policial;
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9. DIREITO ELEITORAL
9.1 ALFABETIZAÇÃO EM BRAILLE DE CANDIDATO DEFICIENTE VISUAL PARA FINS
DE PARTICIPAÇÃO NO PLEITO.
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STF sobre o tema: “Partido político não possui legitimidade para postular pedido de
suspensão de segurança, já que se trata de pessoa jurídica de direito privado, com
base na vedação legal disposta no art. 15 da Lei 12.016/2009”. STF. Tribunal Pleno, SL 1424
AgRg, Min. Luiz Fux (Presidente), julgado em 15/09/2021.
A competência para processar e julgar as contas do chefe do Poder Executivo, após emissão
de parecer prévio do Tribunal de Contas é:
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b) distintividade;
d) anterioridade de uso.
STJ. 3ª Turma. REsp 1943690-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em
19/10/2021 (Info 715).
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Nessa hipótese, não se apresenta possível a aplicação do disposto no art. 111 do Código
Civil de 2002 que estabelece: "O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os
usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa", porquanto a
Lei n. 11.101/2005 impõe a necessidade de votação favorável da maioria dos credores,
ou seja, é imprescindível a declaração de vontade expressa favorável para a aprovação
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10.3 FALÊNCIA
“Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, não será
decretada se o requerido provar: (...)
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STJ: O STJ entende, contudo, que esses dois dispositivos não proíbem que a Fazenda
Pública faça a habilitação dos créditos tributários na falência. Esses dispositivos
garantem ao ente público a prerrogativa de escolher entre receber o pagamento de
seu crédito pelo rito da execução fiscal ou mediante habilitação nos autos da
falência. Assim, muito embora o processamento e o julgamento das execuções fiscais não
se submetam ao juízo universal da falência, compete à Fazenda Pública optar por ingressar
com a cobrança judicial ou requerer a habilitação de seu crédito na ação falimentar. O
ajuizamento de execução fiscal em momento anterior à decretação da quebra do devedor
não enseja o reconhecimento da ausência de interesse processual do ente federado
para pleitear a habilitação do crédito correspondente no processo de falência. STJ. 3ª
Turma. REsp 1.857.055-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/05/2020 (Info 672).
Se a Fazenda Pública optar por habilitar o crédito na falência, ela deverá renunciar ao
rito da execução? NÃO.
A tramitação da ação executiva fiscal não representa, por si só, uma garantia para o credor.
Diante do pedido de habilitação do crédito na falência, não haverá obrigatoriedade de a
Fazenda Pública renunciar a execução fiscal se, no processo executivo, não há constrição
de bens. Logo, é cabível a coexistência da habilitação de crédito na falência com a
execução fiscal desprovida de garantia, desde que a Fazenda Pública se abstenha de
requerer a constrição de bens em relação ao executado que também figure no polo
passivo da ação falimentar. STJ. 1ª Turma. REsp 1.831.186-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,
Rel. Acd. Min. Regina Helena Costa, julgado em 26/05/2020 (Info 674). STJ. 2ª Turma REsp 1866843-SP, Rel.
Min. Herman Benjamin, julgado 22/09/2020.
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4. O artigo 1º, § único da Lei de ação civil pública (Lei nº 7.347/85) dispõe que: "Não será
cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições
previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de
natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados. (Vide
Medida Provisória nº 2.180-35, de 24.8.2001)" (grifou-se) 5. A Contribuição para Custeio
do Serviço de Iluminação Pública - COSIP tem inequívoca natureza tributária, posto
encartada na definição de tributo do CTN, in verbis: "Art. 3º Tributo é toda prestação
pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada."
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de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida (STF, Repercussão Geral, Tema 201) (STF,
RE n.º 593.849/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 19/10/2016);
STJ: Súmula STJ n.º 457. Os descontos incondicionais nas operações mercantis não se
incluem na base de cálculo do ICMS.
Constitui um dos fatos geradores do ICMS a entrada de bem ou mercadoria importados do
exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto,
qualquer que seja a sua finalidade, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o
domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço, nos termos
do art. 155, § 2.º, inc. IX, alínea “a", da CF.
Nos termos do art. 155, § 2.º, incs. IV e V, alíneas “a" e “b", da CF, compete ao Senado
Federal fixar, por resolução, as alíquotas do ICMS nas operações interestaduais.
Também é facultado ao Senado Federal regular as alíquotas mínimas do ICMS nas
operações internas e as alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito
específico que envolva interesse de Estados.
11.5 EXECUÇÃO FISCAL X PEDIDO DE HABILITAÇÃO DE CRÉDITO
4. A interpretação sistemática dos arts. 5º, 29 e 38 da Lei n. 6.830/1980, do art. 187 do CTN
e do art. 76 da Lei n. 11.101/2005 revela que a execução fiscal e o pedido de habilitação de
crédito no juízo falimentar coexistem, a fim de preservar o interesse maior, que é a satisfação
do crédito, não podendo a prejudicialidade do processo falimentar ser confundida com falta
de interesse de agir do ente público.
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@graceliamenezes
5. Para os fins do art. 1.039 do CPC, firma-se a seguinte tese: "É possível a Fazenda
Pública habilitar em processo de falência crédito objeto de execução fiscal em curso,
mesmo antes da vigência da Lei n. 14.112/2020 e desde que não haja pedido de
constrição no juízo executivo".
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@graceliamenezes
pois tal se dá porque esse enunciado aplica-se em situação onde o direito de propriedade
invocado produz efeitos contra a Fazenda Pública, diferente da situação em discussão.
Apelação improvida. (TRF 3ª Região, 4ª Turma, ApCiv - APELAÇÃO CÍVEL - 0004922-
15.2011.4.03.6100, Rel. Desembargador Federal MARLI MARQUES FERREIRA, julgado em 22/09/2022,
DJEN DATA: 28/09/2022).
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@graceliamenezes
STF - REPERCUSSÃO GERAL – ITCMD - Os Estados não podem criar leis para tributar
as doações e heranças de bens no exterior, sob pena de violação do artigo 155, § 1º,
inciso III, da Constituição Federal, que exige lei complementar para regular esta cobrança
(STF, Tema 825, Repercussão Geral).
12. AMBIENTAL
12.1 MEDIDAS ADMINISTRATIVAS NECESSÁRIAS À CORRETA GESTÃO DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS
Para o Superior Tribunal de Justiça, o ente federado que se omite em seu dever de fiscalizar
e preservar o meio ambiente pode ser considerado como poluidor indireto), o que ensejaria
responsabilidade civil objetiva. Vale ressaltar que se trata de responsabilidade civil, não
cabendo responsabilidade penal ou administrativa resultante da omissão estatal.
Jurisprudência em teses nº 30 - Tese 8: Em matéria de proteção ambiental,
há responsabilidade civil do Estado quando a omissão de cumprimento adequado do
seu dever de fiscalizar for determinante para a concretização ou o agravamento do dano
causado. (Cebraspe – TJPA 2019)
Jurisprudência em teses nº 30 - Tese 8: Em matéria de proteção ambiental,
há responsabilidade civil do Estado quando a omissão de cumprimento adequado do
seu dever de fiscalizar for determinante para a concretização ou o agravamento do dano
causado.
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