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Processo Civil
Sujeitos do Processo (arts. 70 a 112)
Apostila 05
Dia: 04/09/2018
1 2.
1.1.6. Representação, legitimação ordinária e extraordinária ............................................ 6
DEVERES DAS PARTES, SEUS PROCURADORES E DEMAIS PARTÍCIPES DO PROCESSO ........ 7
2.1. RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO PROCESSUAL. AS SANÇÕES PROCESSUAIS POR LITIGÂNCIA DE
MÁ-FÉ ................................................................................................................................... 9
5. PROCURADORES ............................................................................................................. 22
6. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL E SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES ............. 23
7. OUTROS SUJEITOS DO PROCESSO ................................................................................... 25
7.1. O JUIZ ................................................................................................................................. 25
7.1.1. Deveres, poderes e responsabilidades do juiz (Elpídio Donizetti): ........................... 25
7.1.2. Impedimento e suspeição ........................................................................................ 27
7.1.2.1. Procedimento da alegação de impedimento e suspeição ................................................ 28
7.2. MINISTÉRIO PÚBLICO ............................................................................................................. 29
7.3. ADVOCACIA PÚBLICA ............................................................................................................. 31
7.4. DEFENSORIA PÚBLICA ............................................................................................................ 31
8. ANOTAÇÕES DO MEU CADERNO ..................................................................................... 32
8.1. GRATUIDADE DA JUSTIÇA ........................................................................................................ 37
9. DIZER O DIREITO ............................................................................................................. 37
1. Sujeitos do processo
Todos aqueles que intervierem no processo são sujeitos processuais. Assim, além dos
sujeitos que normalmente atuam na relação processual (juiz, autor e réu), podem participar do
processo outros sujeitos, a exemplo dos auxiliares da Justiça, advogados, Ministério Público e
terceiros.
2 O NCPC trata, no Livro III, dos sujeitos do processo (arts. 70 a 187). São citados como
sujeitos processuais: a) as partes (autor e réu); b) os procuradores; c) os terceiros; d) o juiz; e)
os auxiliares da Justiça; f) o Ministério Público; g) a Advocacia Pública; e h) a Defensoria Pública.
Portanto, a expressão sujeitos do processo abrange todos os entes acima mencionados e
não apenas as partes e o juiz.
1.1. Parte e respectivos conceitos material e processual, espécies,
representação, legitimação ordinária e extraordinária
1.1.1. Parte e respectivos conceitos material e processual, espécies
Conceito: segundo o clássico conceito de Chiovenda, são aqueles que pedem ou contra
quem é pedida uma providência jurisdicional. Para Liebman, conceito mais moderno, são os
sujeitos do contraditório instituído perante o juiz.
Participam do processo com parcialidade, ou seja, com interesse na causa. A parte pode
ser: a) Principal, que pode ser interessada (autor e réu) ou desinteressada (juiz); e b) Auxiliar
(atua no processo ajudando as partes principais. Ex: assistente).
Partes na demanda: aquele que pleiteia e aquele em face de quem se pleiteia a tutela
jurisdicional (autor /réu).
Partes no processo: todas as pessoas que participam do procedimento em contraditório,
ao lado do autor e do réu, independentemente de fazer pedido ou contra ele algo ser pedido
(ex: assistente e MP quando funciona como fiscal da lei).
Parte material: é o sujeito que participa da relação de direito material que constitui o
objeto do processo (nem sempre o sujeito que figura como parte na demanda será parte
material, ex: substituição processual).
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Importante: a parte ilegítima também é parte, tanto que ela vai alegar sua própria
ilegitimidade.
1.1.2. Capacidade de ser parte
Capacidade de ser parte é a aptidão genérica para figurar no processo como autor ou réu.
Basta, para tanto, que tenha personalidade jurídica.
Qualquer pessoa, sem exceção, tem personalidade jurídica e, por consequência, desfruta
de capacidade de ser parte, ainda que seja menor ou doente mental.
Quanto aos entes despersonalizados, também chamados de quase pessoa jurídica, que
são certos patrimônios especiais e os órgãos públicos, ostentam uma capacidade restrita para
ser parte, embora não tenham personalidade jurídica.
Estes entes patrimoniais, que são a massa falida, a herança jacente, o espólio, o
condomínio e a pessoa jurídica sem registro, apesar de não serem dotados de personalidade
jurídica, podem ser partes, como autores ou réus, quando a lei lhes atribuir algum direito.
Os órgãos públicos, por sua vez, são os componentes de uma pessoa política. Exemplos:
Tribunal de Justiça, Câmara dos Vereadores, Secretarias de Governo etc. Os órgãos públicos
podem impetrar mandado de segurança e ajuizar outras ações para a defesa de suas atribuições
institucionais. A súmula 525 do STJ, a propósito, dispõe que: A Câmara de Vereadores não possui
personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo
para defender os seus direitos institucionais. O raciocínio é válido para os demais órgãos
públicos. Em outras ações, porém, quando não se discute as atribuições institucionais, a parte
4 dispondo que o cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse
sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de
bens. Assim, tanto quando atuarem no polo ativo, quanto no polo passivo, ambos deverão
integrar a lide.
Esquematizando:
Capacidade processual ativa: necessita do consentimento do outro para propor ação que
verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casado sob o regime de separação absoluta de
bens. Tal consentimento, de acordo com o artigo 74, pode se suprido pelo juiz quando for
negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo, de
modo que a falta do consentimento invalida o processo. Atenção: não se trata de litisconsórcio
ativo, uma vez que o direito não pode constranger alguém a demandar como autor, mas tão
somente de consentimento, que pode ser suprido pelo juiz (art. 74).
Capacidade processual passiva: no §1º do artigo 74, o CPC dispõe que ambos os cônjuges
serão citados para a ação que: i) verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob
o regime de separação absoluta de bens; ii) resultante de fato que diga respeito a ambos os
cônjuges ou de ato praticado por eles; iii) fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a
bem de família e; iv) que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de
ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.
Diferentemente da capacidade ativa dos cônjuges, na passiva há a configuração de
litisconsórcio passivo necessário e se aplicam, sob pena de nulidade do processo, aos regimes
de comunhão parcial de bens, universal e de participação final de aquestos.
Nas ações possessórias (ius possessionis), que é algo diferente de direito real imobiliário
(ius possidendi), a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas
hipóteses de composse ou de ato praticado por ambos. (art. 73, §2º, CPC)
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Ainda, tudo o que foi dito acima se aplica à união estável comprovada nos autos (art. 73,
§3º, CPC)
1.1.4. Capacidade processual dos entes referidos no artigo 75 do CPC
Pessoal. Isso aqui se trata de uma apostila para revisão, ok? Então eu não vou fazer
delongas doutrinárias sobre cada inciso. Vou colar o texto da lei aqui e fazer observações por
tópicos abaixo. Do contrário, o material vai virar um livro, e não uma apostila. Hehe.
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado;
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
III - o Município, por seu prefeito ou procurador;
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar;
V - a massa falida, pelo administrador judicial;
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;
VII - o espólio, pelo inventariante;
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação,
por seus diretores;
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a
quem couber a administração de seus bens;
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal
aberta ou instalada no Brasil;
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.
§ 1o Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o espólio
seja parte.
§ 2o A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a irregularidade de sua constituição
quando demandada.
§ 3o O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a receber citação para
qualquer processo.
§ 4o Os Estados e o Distrito Federal (municípios não) poderão ajustar compromisso recíproco para prática de ato
5 processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas
procuradorias.
Observações ponto a ponto:
Na representação dos entes federativos e suas autarquias/fundações, descabe qualquer
exigência de juntada aos autos de instrumento de procuração, por se presumir conhecido o
mandato pelo título de nomeação do Procurador. É o que dispõe a Súmula 644 do STF: Ao titular
do cargo de procurador de autarquia não se exige a apresentação de instrumento de mandato
para representá-la em juízo.
Quando o espólio for representado por inventariante dativo, todos os sucessores do falecido
deverão ser citados nas ações em que o espólio for réu.
Apesar de o código dispor que a representação de pessoa jurídica seja feita por quem o ato
constitutivo designar, o STJ entende que reputa-se válida a citação da pessoa jurídica quando
esta é recebida por quem se apresenta como seu representante legal, com base na teoria da
aparência, sem ressalva quanto à inexistência de poderes de representação em juízo.
Associação de Municípios e Prefeitos não possui legitimidade ativa para tutelar em juízo direitos
e interesses das pessoas jurídicas de direito público. Insuscetível a delegação à pessoa jurídica
de direito privado tutelar interesse de pessoa jurídica de direito público sob forma de
substituição processual.
Sobre o espólio, verificar as aulas passadas a sua legitimidade ativa e passiva para tutelar direitos
do de cujus. Há especificidades, sendo como regra, legítimo o espólio para ações e direitos
patrimoniais já existentes quando o falecido era vivo, ou ações que originariamente se dirigiriam
ao de cusus. Lado outro, serão legitimados os herdeiros quando tratar-se de direitos surgidos
post mortem, para proteger a memória (personalíssimos), ou direitos que surgiram após a morte
do de cujus.
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Daí a restrição do art. 18, que só admite a substituição processual quando o próprio
ordenamento jurídico reconheça ao terceiro uma legitimação especial para demandar interesse
alheio.
De qualquer maneira, não se concebe que a um terceiro seja reconhecido o direito de
demandar acerca do direito alheio, senão quando entre ele e o titular do direito exista algum
vínculo jurídico especial. Sempre, pois, que a substituição processual se mostre possível perante
a lei, ocorrerá o pressuposto de uma conexão de interesse entre a situação jurídica do substituto
e a do substituído.
Assim, o alienante do bem litigioso pode continuar litigando em nome próprio, embora o
bem já não mais lhe pertença, porque o terceiro, ao negociar com as partes, sujeitou-se a
estabelecer uma nova situação jurídica material vinculada à sorte da demanda pendente. Uma
associação ou um sindicato também pode demandar em defesa de direitos de seus associados
porque o fim social da entidade envolve esse tipo de tutela aos seus membros: há, pois, conexão
entre o interesse social e o interesse individual em litígio. Daí ser justificável a substituição. Será,
por isso mesmo, incabível a substituição quando a associação agir na defesa de direito do sócio
que não tenha identidade com o objetivo social. Ressalte-se, por fim, que a relevância do vínculo
capaz de legitimar a substituição processual só decorre de valoração que se reserva apenas à
lei. A vontade das partes, portanto, não é suficiente para criar substituição processual que não
tenha sido expressamente prevista em lei.
Quanto aos poderes do substituto processual, eles são amplos, no que dizem respeito aos
atos e faculdades processuais, mas não compreendem, obviamente, os atos de disposição do
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(b) não formular pretensões ou apresentar defesa, cientes de que são destituídas de
fundamento (inciso II);
(c) não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou
defesa do direito (inciso III);
(d) cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza antecipada ou final, e não
criar embaraços à sua efetivação (inciso IV);
(e) declinar o endereço, residencial ou profissional, onde receberão intimações no
primeiro momento que lhes couber falar nos autos, atualizando essa informação sempre que
ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva (inciso V);
(f) não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso (inciso VI).
No processo, as partes possuem faculdades, que são escolhas a serem feitas pelas partes
durante a tramitação da demanda. Essa faculdade pode não trazer qualquer consequência
jurídica negativa; outras podem acarretar prejuízos, chamadas de ônus processuais e, por fim,
há deveres processuais que devem ser cumpridos no exercício da faculdade, ligados aos
interesses de todos os sujeitos do processo, de modo que seu descumprimento poderá gerar
graves sanções, inclusive de natureza penal.
Dentro da sistemática do processo civil moderno, as partes são livres para escolher os
meios mais idôneos à consecução de seus objetivos. Mas essa liberdade há de ser disciplinada
pelo respeito aos fins superiores que inspiram o processo, como método oficial de procura da
8 justa e célere composição do litígio.
Daí a exigência legal de que as partes se conduzam segundo os princípios da lealdade e
probidade, figuras que resumem os itens do art. 77 do NCPC, em sua acepção mais larga, e
decorrem da norma fundamental do art. 5º.
Exemplo de improbidade encontramos nas expressões ofensivas, cujo emprego nos
escritos do processo é expressamente vedado às partes, a seus advogados, aos juízes, aos
membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe do
processo, cabendo ao juiz mandar riscá-las, de ofício ou a requerimento do ofendido (art. 78, §
2º). Quando a manifestação ofensiva for feita oral ou presumidamente, em audiência, o juiz
deverá advertir o ofensor para não mais repeti-la, sob pena de lhe ser cassada a palavra (art. 78,
§ 1º).
O NCPC, diversamente do que fazia o CPC/73, preferiu não reprimir as “expressões
injuriosas”, texto que gerava polêmica sobre se havia correspondência ou não, com as figuras
catalogadas pelo Código Penal, no tratamento dos crimes contra a honra. Falando a lei nova na
vedação de “expressões ofensivas”, o que se exige dos sujeitos processuais é que a linguagem
no processo seja a de pessoas educadas e respeitosas, como, aliás, já vinha sendo entendido
pela jurisprudência formada ao tempo do CPC/1973.
Ocorre, outrossim, violação do dever de lealdade em todo e qualquer ato inspirado na
malícia ou má-fé e principalmente naqueles que procuram desviar o processo da observância
do contraditório. Isso se dá quando a parte desvia, astuciosamente, o processo do objetivo
principal e procura agir de modo a transformá-lo numa relação apenas bilateral, em que só os
seus interesses devam prevalecer perante o juiz.
Entre os casos de abuso processual ofensivos do dever de boa-fé e lealdade, deve-se
incluir a conduta maliciosa da parte que retarda a execução da sentença ou da medida
antecipatória para se beneficiar com o exorbitante avolumar da multa judicial (astreintes), que
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Ainda, o §1º dispõe que “Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja
realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do Ministério Público, quando sua
intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica”, e o §2º “A sentença condenará o vencido a
pagar ao vencedor as despesas que antecipou.”
A doutrina costuma identificar duas espécies de custas: despesas processuais e os
honorários advocatícios. Como despesas processuais, o artigo 84 dispõe que são as custas dos
atos do processo, a indenização de viagem, a remuneração do assistente técnico e a diária de
testemunha. Lembrem-se que as custas judiciais são tributos, da espécie taxa.
Já os honorários advocatícios constituem a remuneração devida aos profissionais da
advocacia em razão da atuação no processo, reguladas pelo artigo 85.
Feito a introdução, vamos entender a sistemática.
3.1. Despesas processuais
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houver previsão orçamentária para tanto, hipótese em que poderão ser pagos no exercício
financeiro seguinte ou ao final, pelo vencido, caso o processo se encerre antes do adiantamento
a ser feito pelo ente público.
Outras exceções ao adiantamento das despesas:
Beneficiários da Justiça Gratuita;
Lei dos Juizados Especiais, para despesas da primeira instância (art. 54, Lei
9.099/95)
Lei de Ação Popular;
Lei de Ação Civil Pública.
Vou falar agora da obrigação do pagamento final pelo vencido, que envolve o princípio da
causalidade e, posteriormente, vou citar os artigos faltantes importantes, cujo entendimento se
resume ao texto da lei, bem como os entendimentos jurisprudenciais que devem ser levados
para as provas.
3.1.2. Obrigação: pagamento ao final pelo vencido
Como dito anteriormente, cada parte tem o ônus de adiantar as despesas dos atos que
realiza ou que pretende que seja realizado. Ao final, terá o vencido a obrigação de pagar ao
vencedor as despesas que este antecipou (art. 82, §2º), podendo ser compelido, inclusive, via
procedimento executivo.
Assim, se o autor adiantou todas as despesas e sai vencedor, o vencido deverá ressarci-lo
de tudo. Se o autor é beneficiário da justiça gratuita e sai vencedor, o vencido deverá ressarcir
12 o Estado de todas as despesas não recolhidas pelo autor.
Ainda, mesmo que o beneficiário da justiça gratuita seja parte vencida, este poderá ser
condenado às custas e honorários, entretanto, sua exigibilidade ficará suspensa, sendo possível
sua cobrança nos cinco anos subsequentes ao trânsito em julgado da demanda, se o credor
demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos financeiros que deram
ensejo à gratuidade da justiça. Decorrido este prazo, a obrigação será extinta. (art. 98, §2º e 3º)
Vou falar de gratuidade, em minúcias, mais adiante.
aplicação do princípio da causalidade. O mesmo se pode dizer quando a ação perde seu objeto,
de modo que os honorários serão devidos por quem deu causa ao processo (art. 85, §10º)
Ainda, o artigo 90, §4º, dispõe que aquele que reconhece a procedência do pedido e,
simultaneamente, a obrigação for cumprida em sua integralidade, o réu será condenado à
metade dos honorários.
Sobre os demais parágrafos do artigo 90:
§1º Sendo parcial a desistência, a renúncia ou o reconhecimento, a responsabilidade pelas
despesas e pelos honorários será proporcional à parcela reconhecida, à qual se renunciou ou da
qual se desistiu.
§2º Havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto às despesas, estas serão
divididas igualmente.
§3º Se a transação ocorrer antes da sentença, as partes ficam dispensadas do pagamento
das custas processuais remanescentes.
3.2. Honorários advocatícios
Constituem a remuneração devida aos advogados em razão de prestação de serviços
jurídicos, tanto em atividade consultiva como processual. Podem ser contratuais, relacionados
a um contrato celebrado com o próprio cliente para a prestação de algum serviço jurídico, ou
sucumbenciais, relacionados à vitória de seu cliente em processo judicial.
O STJ e o STF são no sentido de que os honorários possuem natureza de verba alimentar,
13 possuindo os mesmos privilégios dos créditos trabalhistas, sendo a previsão do art. 85, §14º, do
NCPC.
Serão fixados, conforme o §2º do art. 85, entre 10% e 20% sobre o valor da condenação,
do proveito econômico obtido, ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da
causa.
3.2.1. Sucumbência e causalidade
Conforme dispõe o caput do artigo 85, a sentença condenará o vencido a pagar honorários
ao advogado vencedor. Da redação, percebe-se que o princípio da sucumbência é o critério
determinante na condenação em pagamento de honorários advocatícios.
Entretanto, nem sempre a sucumbência é determinante para tal condenação, devendo
ser aplicado o princípio da causalidade, de modo que, mesmo que a parte saia vencedora, seja
condenada ao pagamento de honorários ao advogado da parte vencida, uma vez que foi o
responsável pela existência do processo.
Ex: ação de exibição de documentos em que o juiz condena o autor vitorioso. O réu exibe
o documento no prazo de contestação e não há nos autos prova do pedido extrajudicial de
exibição. Nesse caso, como o réu não deu causa ao processo, mesmo sendo vencido, a
condenação ao pagamento de honorários recairá sobre o vencedor.
STJ, repetitivos: Os honorários advocatícios nos embargos de terceiro serão fixados com
base no princípio da causalidade, arcando com o encargo o embargante quando este não
atualizou os dados cadastrais do bem constrito judicialmente. Ora, se você compra um bem, é
dever seu promover a alteração em cartório das informações sobre a propriedade do bem. Até
então, o judiciário pensa que o bem é do antigo proprietário. Isto posto, constrito o bem, quem
deu causa aos embargos de terceiro foi o embargante, em virtude de sua desídia em promover
à retificação da matrícula do bem.
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No NCPC, verifica-se a causalidade em alguns artigos. O §10º do art. 85, p. ex, nos casos
de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem deu causa ao processo. O mesmo
podemos dizer do artigo 90, já muito bem debatido em tópico anterior. Vejamos:
Art. 90. Proferida sentença com fundamento em desistência, em renúncia ou em reconhecimento do pedido,
as despesas e os honorários serão pagos pela parte que desistiu, renunciou ou reconheceu.
§ 1o Sendo parcial a desistência, a renúncia ou o reconhecimento, a responsabilidade pelas despesas e pelos
honorários será proporcional à parcela reconhecida, à qual se renunciou ou da qual se desistiu.
§ 2o Havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto às despesas, estas serão divididas
igualmente.
§ 3o Se a transação ocorrer antes da sentença, as partes ficam dispensadas do pagamento das custas
processuais remanescentes, se houver.
§ 4o Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir integralmente a prestação
reconhecida, os honorários serão reduzidos pela metade.
Assim, consagração específica do princípio da causalidade: responde o autor por ter dado
causa ao processo e depois dele desistido ou renunciado ao direito material; responde o réu por
ter exigido do autor a propositura da ação e reconhecido seu pedido em juízo.
3.2.2. Cabimento em condenação em honorários advocatícios
Conforme dispõe o §1º do art. 85, são devidos honorários advocatícios na reconvenção,
no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos
recursos interpostos, cumulativamente. Nos demais incidentes, não há condenação em
honorários, mas apenas ressarcimento das despesas processuais realizadas.
Lembrem-se: a reconvenção, apesar de ter perdido sua autonomia formal com o NCPC,
14 uma vez que pode ser apresentada na contestação, não perdeu sua autonomia material, ou seja,
sua natureza de ação, de modo que é são devidos honorários advocatícios na reconvenção
também, além da ação principal.
No cumprimento de sentença, conforme dispõe o artigo 523, §1º, só são devidos
honorários quando não ocorrer o pagamento voluntário no prazo de 15 dias, hipótese em que
o pagamento será acrescido de multa de 10% e, também, de honorários advocatícios de 10%.
Outro parágrafo importante é o §7º, do artigo 85, dispondo que “Não serão devidos
honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública que enseje expedição de
precatório, desde que não tenha sido impugnada.”
Assim, na hipótese de precatórios, apresentados os cálculos pela parte exequente, não
havendo impugnação da Fazenda, não haverá condenação em honorários, uma vez que o
sistema de precatórios é imposição constitucional.
Lado outro, no caso de RPV, ainda que a Fazenda deixe de impugnar, serão devidos
honorários, exceto quando ela, de ofício, faz os cálculos e apresenta ao credor, demonstrando
o pagamento da obrigação. É o que foi chamado de execução invertida.
Ainda, o STJ entende que não serão devidos honorários na hipótese de o cumprimento de
sentença começar por precatório e o exequente renunciar ao excedente para adequá-la ao
sistema do RPV.
Esquematizando: Nas execuções contra a Fazenda Pública são devidos honorários advocatícios?
o 1) Sistemática dos PRECATÓRIOS:
• Se a Fazenda Pública apresentou embargos à execução: SIM.
• Se a Fazenda Pública não apresentou embargos à execução: NÃO. Aplica-se aqui
a regra do art. 1º-D da Lei 9.494/97.
o 2) Sistemática da RPV:
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• Regra: SIM. Em regra, é cabível a fixação de verba honorária nas execuções contra
a Fazenda Pública, ainda que não embargadas, cujo pagamento da obrigação é feito
mediante RPV.
• Exceção: a Fazenda Pública não terá que pagar honorários advocatícios caso
tenha sido adotada a chamada “execução invertida”.
Tal regra não é absoluta, a teor da súmula 345 do STJ, que dispõe que são devidos
honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções individuais de sentença proferidas
em ações coletivas, ainda que não embargadas. No ano de 2018, o STJ se debruçou sobre o
assunto em sede de recurso repetitivo, Tema 973, fixando a seguinte tese: O artigo 85,
parágrafo 7º, do CPC/2015 não afasta a aplicação do entendimento consolidado na Súmula 345
do STJ, de modo que são devidos honorários advocatícios nos procedimentos individuais de
cumprimento de sentença decorrente de ação coletiva, ainda que não impugnados e promovidos
em litisconsórcio.
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Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de honorários incidirá
sobre a soma das prestações vencidas com mais doze prestações vincendas. (art. 85, §9º)
3.2.5. A Fazenda Pública como parte e honorários advocatícios
Aqui houve significativa mudança em relação ao código anterior. Quando a Fazenda
Pública for parte, pouco importa se vencedora ou perdedora, em virtude ao princípio da
isonomia, haverá um escalonamento a ser seguido. É o que dispõe o §3º do art. 85, de modo
que a fixação de honorários em ações em que a Fazenda Pública deverá seguir os seguintes
percentuais, de forma a deverá observar a faixa inicial e, naquilo que exceder, a faixa
subsequente, e assim sucessivamente (§5º, art. 85).
Percentual Valor da condenação ou do proveito
econômico obtido
10% a 20% Até 200 salários mínimos
8% a 10% Acima de 200 salários mínimos até 2.000
salários mínimos
5% a 8% Acima de 2.000 salários mínimos até 20.000
salários mínimos
3% a 5% Acima de 20.000 salários mínimos até
100.000 salários mínimos
1% a 3% Acima de 100.000 salários mínimos
17
Não havendo condenação principal, ou não sendo possível mensurar o proveito
econômico obtido, a condenação dar-se-á pelo valor atualizado da causa (inc. II, §4º, art. 85).
Ainda, o salário mínimo a ser considerado é o vigente quando prolatada sentença líquida ou o
que estiver em vigor na data de liquidação. O que importa é quando “sai o valor líquido”, ok?
Esses percentuais aplicam-se desde logo, quando a sentença for líquida. Não sendo
líquida, a definição do percentual somente ocorrerá quando liquidado o julgado.
Ainda, os limites e critérios previstos nos §§2º e 3º aplicam-se independentemente de
qual seja o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de improcedência ou de sentença sem
resolução de mérito.
Esses percentuais aplicam-se desde logo, quando a sentença for líquida. Não sendo
líquida, a definição do percentual somente ocorrerá quando liquidado o julgado.
3.2.6. Sucumbência recíproca
Deixando de lado a celeuma doutrinária e críticas diversas, antigamente, quando havia
sucumbência recíproca, os honorários advocatícios eram compensados, sendo este o
entendimento sufragado pelo STJ.
Sabe-se, atualmente, que os honorários são de titularidade dos advogados. Hoje, com o
NCPC, de cunho protetor aos advogados, não há mais essa possibilidade de compensação. É o
que dispõe o §14º do art. 85: Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza
alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo
vedada a compensação em caso de sucumbência parcial.
Assim, os advogados que participaram do processo são credores na hipótese de
sucumbência recíproca, sendo devedores a parte contrária.
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diminuiu o patrimônio do vencedor da lide ao ter que contratar um advogado para pleitear seus
direitos.
Assim, a doutrina e a jurisprudência entendem que se trata de aplicação do princípio da
restituição integral que, segundo o STJ, se entrelaça com os princípios da equidade, da justiça e,
consequentemente, com o princípio da dignidade da pessoa humana, tendo em vista que,
minimizando-se os prejuízos efetivamente sofridos, evita-se o desequilíbrio econômico gerado
pelo descumprimento da obrigação e protege-se a dignidade daquele que teve o seu patrimônio
lesado por um ato ilícito.
Mas atenção. Não pode haver abuso na contratação. A parte vencida não pode ser
responsabilizada por uma contratação absolutamente desarrazoada em valores exorbitantes
para uma demanda judicial que à luz da razoabilidade não exigia tal postura. Deve ser analisado
a complexidade da demanda.
Ao caso, aplica-se o princípio do duty to mitigate de loss, decorrente da boa-fé objetiva,
consagrada expressamente no artigo 422 do Código Civil. Assim, a parte que invoca violações a
um dever legal ou contratual tem um dever de mitigar o próprio dano por meio da adoção de
medidas possíveis e razoáveis para limitar seu prejuízo. Nesse sentido, o STJ já se manifestou
que, havendo abuso na contratação e sendo o valor dos honorários exorbitantes, caberá ao juiz
arbitrar outro valor, podendo inclusive tomar como parâmetro os valores indicados na tabela
de honorários da OAB.
4. Gratuidade de justiça
19 Segundo o artigo 98 do CPC, a pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários
advocatícios têm direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
O STJ tem julgados no sentido de que estrangeiros, após o advento do NCPC, mesmo sem
residência fixa no país, tem direito à gratuidade de justiça. STJ. Corte Especial. Pet 9815-DF, Rel.
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 29/11/2017 (Info 622).
Esta gratuidade, segundo o §1º do mesmo artigo, compreende as taxas, custas, selos
postais, despesas com publicação na imprensa oficial, indenização à testemunha, quando
empregada, despesas com realização de exame de DNA e outros considerados essenciais,
honorários do advogado e do perito e a remuneração do interprete ou tradutor, custo com
cálculos, os depósitos prévios para interposição de recurso e propositura de ação, emolumentos
devidos a notários ou registradores em virtude de registro/averbação de ato notarial necessário
à efetivação judicial ou à continuidade do processo judicial no qual o benefício tenha sido
concedido.
A gratuidade é um direito pessoal, não se estendendo aos litisconsortes ou sucessores do
beneficiado (art. 99, §6º). Da mesma forma, a prerrogativa não aproveita ao recorrente adesivo
quando o recorrente principal for beneficiário da gratuidade da justiça.
A gratuidade é algo pessoal no sentido material, de modo que, v.g., se o advogado da
parte beneficiária recorrer exclusivamente de seus honorários, deverá recolher o preparo, salvo
se o advogado também demonstrar ter direito à gratuidade. (art. 99, §5º).
A gratuidade da justiça depende da insuficiência de recursos da parte para o pagamento
das custas, despesas processuais e honorários advocatícios, de modo que a insuficiência de
recursos se associa ao sacrifício para manutenção da própria parte ou de sua família na hipótese
de serem exigidos tais adiantamentos.
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5. Procuradores
A parte deve ser representada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem
dos Advogados do Brasil (art. 103 do CPC). O ato praticado por advogado sem mandato nos
autos é ineficaz, passível de ratificação (o Estatuto da OAB fala que é nulo), já o ato praticado
por quem não tem habilitação de advogado reputa-se inexistente.
É, pois, necessária, além da capacidade para ser parte e da capacidade processual, que
haja ainda a capacidade postulatória, que é a aptidão para manifestar-se nos autos do processo.
Esta capacidade é exclusiva dos advogados e membros do Ministério Público.
É lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal, isto é, se for
advogado, mas, nesse caso, deverá declarar na petição inicial ou na contestação, o endereço, o
número da OAB e nome da eventual sociedade de advogados da qual participa.
O advogado não poderá postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão,
decadência, prescrição ou para praticar ato urgente, mas, nessas hipóteses, sob pena de
ineficácia do ato, deverá juntar a procuração em 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período
por despacho do juiz (art. 104 do CPC). É assim possível protocolar recurso sem procuração, mas
é preciso juntá-la posteriormente.
22 A súmula 115 do STJ, que reputava esse recurso inexistente, encontra-se cancelada,
diante da clareza dos arts. 76 e § 1º do art. 938.
A procuração “ad judicia” deve ser por escrito, mas não é preciso reconhecimento de
firma. É suficiente o instrumento particular, não se exige procuração por instrumento público,
ainda que a parte seja absolutamente ou relativamente incapaz, pois o art. 105 do CPC não faz
essa exigência para nenhuma hipótese de procuração ad judicia, por isso prevalece sobre o art.
654 do CC, que exige instrumento público para as demais procurações do incapaz.
Os Defensores Públicos e Procuradores do Estado estão dispensados de juntar procuração
(súmula 644 do STF).
A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma de lei específica. A procuração
deverá conter o nome do advogado, seu número de inscrição na OAB e o endereço completo do
advogado (§§ 1º e 2º do art. 105 de CPC). Se o advogado integrar sociedade de advogados, a
procuração também deverá conter o nome dessa sociedade, o seu número de registro na OAB
e endereço completo.
No silêncio, a procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as fases
do processo, inclusive para o cumprimento de sentença (§ 4º do art. 105 do CPC).
A procuração “ad judicia” habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto
receber citação, confessar, reconhecer o pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito do
autor, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência
econômica, que devem constar da cláusula expressa (art. 105 do CPC).
Por outro lado, o advogado poderá ser substituído de duas formas: por vontade da parte
ou por vontade própria.
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Com efeito, a parte pode revogar a procuração a qualquer tempo, sem necessidade de
fundamentação. A parte que revogar a procuração deverá constituir outro advogado que
assumirá o patrocínio da causa.
Não sendo constituído novo advogado no prazo de 15 (quinze) dias, as consequências são
as seguintes:
a) o processo será extinto sem resolução do mérito, se a providência couber ao autor;
b) o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;
c) o terceiro que houver ingressado no processo como litisconsorte passivo, também será
considerado revel; nas demais hipóteses, o terceiro será excluído do processo;
d) o eventual recurso não será conhecido;
e) as contrarrazões do recurso serão desentranhadas.
Equivale a revogação tácita, a constituição de novo advogado sem ressalvar os poderes
do anterior.
O advogado ainda pode ser substituído por vontade própria através da renúncia ao
mandato, que pode ser a qualquer tempo sem necessidade de fundamentação. É, no entanto,
indispensável que o advogado renunciante comunique a renúncia ao mandante, a fim de que
este nomeie sucessor (art. 110 do CPC). Esta comunicação deve ser feita pelo próprio advogado,
e não pelo juiz. Dispensa-se essa comunicação quando a procuração tiver sido outorgada a vários
advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renúncia (§2º do art. 112 do
23 CPC). Fora dessa hipótese, durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a
representar o mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo, nos termos do §1º do
art. 112 do CPC, mas pode desligar-se se antes desse prazo a parte constituir novo advogado.
Por fim, enquanto o advogado que não provar que notificou o cliente da renúncia,
continuará representando-o e, após essa notificação, ainda o representa por 10 dias, quando
necessário para lhe evitar prejuízo.
Recomenda-se a leitura do art. 107 a fim de ver os direitos do advogado em relação ao
processo.
Uma dessas hipóteses ocorre quando a parte, na pendência do processo, aliena a coisa
litigiosa ou cede o direito pleiteado em juízo. Embora o alienante deixe de ser o sujeito material
da lide, continua a figurar na relação processual como parte (sujeito do processo), agindo, daí
em diante, em nome próprio, mas na defesa de direito material de terceiro (o adquirente) (art.
109).
Outro exemplo pode ser encontrado no art. 68 do Código de Processo Penal, que
reconhece legitimidade ao Ministério Público para mover a ação civil de reparação do dano ex
delicto, quando o titular do direito à indenização for pobre.
Há, porém, nos diversos casos excepcionais de substituição processual, um interesse
conexo da parte processual com o da parte material, pois a regra de legitimidade de parte como
condição da ação impede que, em geral, qualquer pessoa demande em seu nome a tutela de
um interesse alheio.
Daí a restrição do art. 18, que só admite a substituição processual quando o próprio
ordenamento jurídico reconheça ao terceiro uma legitimação especial para demandar interesse
alheio.
De qualquer maneira, não se concebe que a um terceiro seja reconhecido o direito de
demandar acerca do direito alheio, senão quando entre ele e o titular do direito exista algum
vínculo jurídico especial. Sempre, pois, que a substituição processual se mostre possível perante
a lei, ocorrerá o pressuposto de uma conexão de interesse entre a situação jurídica do substituto
e a do substituído.
Assim, o alienante do bem litigioso pode continuar litigando em nome próprio, embora o
24 bem já não mais lhe pertença, porque o terceiro, ao negociar com as partes, sujeitou-se a
estabelecer uma nova situação jurídica material vinculada à sorte da demanda pendente. Uma
associação ou um sindicato também pode demandar em defesa de direitos de seus associados
porque o fim social da entidade envolve esse tipo de tutela aos seus membros: há, pois, conexão
entre o interesse social e o interesse individual em litígio.
Daí ser justificável a substituição. Será, por isso mesmo, incabível a substituição quando a
associação agir na defesa de direito do sócio que não tenha identidade com o objetivo social.
Ressalte-se, por fim, que a relevância do vínculo capaz de legitimar a substituição processual só
decorre de valoração que se reserva apenas à lei. A vontade das partes, portanto, não é
suficiente para criar substituição processual que não tenha sido expressamente prevista em lei.
Substituição de parte: é a sucessão processual. Pode ocorrer quando o bem litigioso é
alienado (facultativa – só com a autorização da parte contrária; sem autorização, é o caso de
substituição processual) (arts. 108 e 109 do NCPC) e na hipótese de morte de uma das partes
(obrigatória – entram o espólio e/ou sucessores) (art. 110 do NCPC). Outros casos de sucessão
processual: ação civil pública e ação popular, quando a parte originária desiste da ação.
No que toca ao Código de Processo Civil, o artigo 109 dispõe que a alienação da coisa o
do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não altera a legitimidade das partes.
Em continuidade, o adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o
alienante ou o cedente, sem que o consinta a parte contrária. Entretanto, neste último caso, o
adquirente ou o cessionário poderá intervir no processo como assistente litisconsorcial do
alienante ou cedente. Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias
ao adquirente ou cessionário.
Na hipótese de morte de qualquer das partes, ocorrerá a sucessão pelo seu espólio ou
pelos seus sucessores. Aqui ocorre a habilitação (art. 689), hipótese em que o juiz suspenderá o
processo para regularizar o polo da demanda. Nós estudaremos em momento oportuno.
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Já no caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência
de instrução e julgamento, o juiz determinará que a parte constitua novo mandatário, no prazo
de 15 (quinze) dias, ao final do qual extinguirá o processo sem resolução de mérito, se o autor
não nomear novo mandatário, OU ordenará o prosseguimento do processo à revelia do réu,
se falecido o procurador deste. (art. 313, §3º)
25 Imparcialidade: o juiz deve abster-se de julgar a demanda quando houver motivos que
levem as partes a duvidar de sua imparcialidade (impedimento ou suspeição).
7.1.1. Deveres, poderes e responsabilidades do juiz (Elpídio Donizetti):
Rápida solução do litígio (O NCPC fala em "duração razoável do processo" - art. 139, II);
ordenar ou indeferir provas ou diligências (art. 370 do NCPC); julgar antecipadamente a lide (art.
355 do NCPC); determinar a reunião de processos (art. 55, § 1º, do NCPC); tentar a qualquer
tempo conciliar as partes (O NCPC estabelece que incumbe ao juiz promover, a qualquer tempo,
a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais - art.
139, V).
Repressão aos atos atentatórios à dignidade da Justiça arts. 139, III, e 142 do NCPC: punir
o litigante de má-fé arts. 80 e 81 do NCPC, advertir a testemunha mentirosa art. 458, p. único,
do NCPC, fazer retirar da audiência pessoas inconvenientes (art. 360, II, do NCPC), obstar a
utilização do processo para praticar ato simulado ou proibido por lei (art. 142 do NCPC)
Prestação da tutela jurisdicional (art. 140, "caput", do NCPC) aplicar normas legais, se
houver, se não houver normas legais, recorrer a: analogia, costumes e princípios gerais do dir.
(O NCPC não remete, expressamente, aos instrumentos de integração. No entanto, é possível
sua aplicação com base no art. 4º da LINDB)
O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei (art. 140, p. único, do NCPC).
Decisão da lide nos limites propostos (arts. 141, 371 e 492 do NCPC): pode apreciar
livremente a prova (princípio do livre convencimento motivado ou da persuasão racional) (O
NCPC excluiu o advérbio "livremente", reforçando a necessidade de se afastar a
discricionariedade ou o voluntarismo judicial na apreciação das provas. OBS: Alexandre Freitas
Câmara, em face da supressão do advérbio "livremente", sustenta que restou superado o
sistema do livre convencimento motivado ou da persuasão racional, passando a ser adotada a
"valoração democrática da prova", pela qual deve o juiz fazer uma valoração discursiva da prova,
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sequer lugar para oitiva da parte contrária. Caberá ao juiz, tão somente, adotar uma das
seguintes condutas:
(i) reconhecer os motivos para sua recusa e ordenar imediatamente a remessa dos autos
ao seu substituto legal (art. 146, § 1º);
(ii) rejeitar os motivos de seu afastamento, determinando a autuação em apartado da
petição e, no prazo de quinze dias, apresentar suas razões, acompanhadas de documentos e de
rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal (art. 146, § 1º).
Como se vê, no incidente de suspeição ou impedimento, a posição de requerido toca ao
próprio juiz recusado, visto que o requerente se dirige ao órgão judiciário superior para tentar
diretamente a exclusão de sua pessoa da relação processual. Sua posição assemelha-se à de um
réu, durante a tramitação do procedimento incidental, tanto que, se o incidente for procedente,
o juiz sofrerá até condenação nas custas (art. 146, § 4º).
Não obstante se reconheça ao magistrado a posição de sujeito passivo do incidente, a
petição que o provoca será dirigida ao próprio juiz rejeitado. Porém, não lhe caberá, como é
óbvio, indeferir a pretensão, nem mesmo quando reputá-la manifestamente improcedente. A
subida dos autos ao tribunal é obrigatória, e não haverá sequer lugar para ouvida da outra parte
do processo principal. A questão se restringe ao excipiente e ao excepto.
III – Apreciação e julgamento do incidente:
A apreciação e o julgamento do incidente, quando o juiz não acolhe a arguição, tocam ao
Tribunal a que ele se acha subordinado, e nunca ao próprio impugnado. Se, em vez de remeter
29 o caso ao tribunal, o juiz a quo resolve indeferir a impugnação liminarmente, caberá mandado
de segurança “para a cassação tanto daquele indeferimento liminar como dos atos praticados
no período de suspensão desencadeado pela oposição da exceção”, mesmo porque o NCPC não
prevê recurso para a espécie.
Distribuído o incidente no tribunal, o relator deverá declarar os efeitos em que o recebe:
(i) se não atribuir efeito suspensivo, o processo voltará a correr normalmente em primeira
instância; (ii) se o receber com efeito suspensivo, permanecerá suspenso o processo até o
julgamento do incidente (art. 146, § 2º).
Prevê o Código que, enquanto não declarado o efeito em que é recebido o incidente ou
quando este for recebido com efeito suspensivo, o requerimento de tutela de urgência deve ser
dirigido ao substituto legal do juiz (art. 146, § 3º).
Por importar afastamento do magistrado do exercício da jurisdição e envolver matéria de
ordem moral e de alta relevância, que pode afligir a pessoa do suspeitado e suscitar até
menosprezo à própria dignidade da justiça para acolhimento da exceção de suspeição, “é
indispensável prova induvidosa”.
Se o tribunal reconhecer o impedimento ou a suspeição, fixará o momento a partir do
qual o juiz não poderia ter atuado (art. 146, § 6º) e decretará a nulidade dos atos, praticados
quando já presente o motivo de impedimento ou de suspeição (art. 146, § 7º).
7.2. Ministério Público
Pode o Ministério Público ser conceituado como “o órgão através do qual o Estado
procura tutelar, com atuação militante, o interesse público e a ordem jurídica, na relação
processual e nos procedimentos de jurisdição voluntária. Enquanto o juiz aplica imparcialmente
o direito objetivo, para compor litígios e dar a cada um o que é seu, o Ministério Público procura
defender o interesse público na composição da lide, a fim de que o Judiciário solucione esta
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● Os ESTADOS e o DISTRITO FEDERAL poderão ajustar compromisso recíproco para prática de ato
processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado
pelas respectivas procuradorias.
o Logo, perceba que NÃO há MUNICÍPIOS e NÃO é TERMO DE COOPERAÇÃO, mas
sim convênio.
● As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo MP ou DP deverão ter seus valores adiantados
pelo ENTE em que a entidade estiver vinculada, devendo serem pagas ao final pelo vencido. O
encargo financeiro para a realização da prova pericial deve recair sobre a Fazenda Pública a que
o Ministério Público estiver vinculado, por meio da aplicação analógica da Súmula 232/STJ. Eles
serão pagos no exercício seguinte ou ao final, pelo vencido, caso o processo se encerre antes
do adiantamento a ser feito pelo ente público”.
● Nas hipóteses de extinção do processo sem resolução de mérito provocada pela perda do objeto
da ação em razão de ato de terceiro e sem que exista a possibilidade de se saber qual dos
litigantes seria sucumbente se o mérito da ação fosse julgado, o pagamento das custas e dos
honorários advocatícios deve ser rateado entre as partes.
● Há no novo CPC previsão de suspensão dos autos para advogada gestante/adotante, pelo prazo
de 30 dias a contar do parto ou adoção, desde que haja notificação ao cliente. No caso de pai, o
período de suspensão será de 8 dias.
● O período de suspensão do processo por convenção das partes não poderá exceder a 6 meses.
● O dano processual não é pressuposto para a aplicação da multa por litigância de má-fé prevista
no art. 18 do CPC/1973 (art. 81 do CPC/2015). Trata-se de mera sanção processual, aplicável
inclusive de ofício, e que não tem por finalidade indenizar a parte adversa.
● ENUNCIADO 1 – A verificação da violação à boa-fé objetiva dispensa a comprovação do animus
33 do sujeito processual. Verifica-se através dos comportamentos externos do agente.
● É cabível a fixação de honorários recursais, prevista no art. 85, § 11, do CPC/2015, mesmo
quando não apresentadas contrarrazões ou contraminuta pelo advogado. Para tanto, deve ser
julgado após a vigência do NCPC.
● Se a sentença foi prolatada a partir do dia 18/03/2016, deverão ser aplicadas as regras do
CPC/2015 a respeito dos honorários advocatícios ainda que a ação tenha sido ajuizada antes do
novo Código. Isso porque os honorários advocatícios nascem contemporaneamente à sentença
e não preexistem à propositura da demanda. A sentença é o marco para delimitação do regime
jurídico aplicável à fixação de honorários advocatícios, revelando-se incorreto seu arbitramento,
com fundamento no CPC/1973, posteriormente à 18/03/2016 (data da entrada em vigor da
novel legislação).
● Configura supressão de grau de jurisdição o arbitramento no STJ de honorários de sucumbência
com base no CPC/2015, na hipótese em que as instâncias ordinárias utilizaram
equivocadamente o CPC/1973 para a sua fixação. Ex: TJ fixou honorários advocatícios com base
no CPC/1973, mesmo tendo o acórdão sido prolatado após o CPC/2015; no Resp, o STJ deverá
reformar o acórdão recorrido e determinar o retorno dos autos ao TJ para que esta Corte faça
um novo julgamento da apelação e analise os honorários advocatícios de sucumbência com base
no CPC/2015.
● A Fazenda Pública pode celebrar convenção processual, nos termos do art. 190 do CPC.
● § 6o Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério
Público não se aplica o disposto nos §§ 2o a 5o (pagar a multa de ato atentatório à dignidade da
justiça) devendo eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de
classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará.
● Nas ações de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de honorários incidirá sobre
a soma das prestações VENCIDAS, devidamente atualizadas, acrescida de 12 (doze) prestações
VINCENDAS.
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O curador especial tem legitimidade para propor reconvenção em favor de réu revel citado por
edital.
34 Os cônjuges casados em regime de comunhão parcial de bens devem ser necessariamente
citados em ação demolitória. Nesse caso há litisconsórcio passivo necessário.
É dispensável a intimação do ex-cônjuge casado sob o regime de separação convencional de
bens da penhora sobre bem imóvel de propriedade particular, sobre o qual não tem direito de
meação.
O espólio, ainda que representado pelo inventariante, não possui legitimidade ativa para ajuizar
ação de cobrança do seguro obrigatório (DPVAT) em caso de morte da vítima no acidente de
trânsito.
De regra, a representação judicial das pessoas jurídicas de direito público faz-se por
procuradores constituído por servidores públicos, hipótese na qual se dispensa a apresentação
de prova do mandato, porque este é tido como decorrência ex lege. No entanto, quando a
representação do ente público faz-se mediante advogados privados, contratados, no comum
dos casos, por prévio procedimento licitatório, é necessário que esse contrato de mandato
prove-se pelo respectivo instrumento, vale dizer, pela procuração ou pelo substabelecimento.
As assembleias legislativas somente possuem personalidade judiciária quando em defesa de
seus interesses em juízo, não possuindo, portanto, legitimidade passiva em ação de execução.
A representação do ente municipal não pode ser exercida por associação de direito privado, haja
vista que se submete às normas de direito público. Assim sendo, insuscetível de renúncia ou de
delegação a pessoa jurídica de direito privado, tutelar interesse de pessoa jurídica de direito
público sob forma de substituição processual.
Associação de Municípios e prefeitos não possui legitimidade ativa para tutelar em juízo direitos
e interesses das pessoas jurídicas de direito público.
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Corte Especial. REsp 1648238/RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 20/06/2018 (recurso
repetitivo).
São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não impugnação,
depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do
advogado da parte executada.
SV47: Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante principal
devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a
expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita aos
créditos desta natureza.
A base de cálculo dos honorários de advogado em desapropriação é a diferença entre a oferta
e a indenização, corrigidas ambas monetariamente.
Na ação de nulidade de registro de marca em que o INPI foi indicado como réu ao lado de
sociedade empresária em virtude da concessão indevida do registro e do não processamento do
procedimento administrativo para anular o registro indevidamente concedido, a autarquia
federal responde solidariamente pelos honorários advocatícios sucumbenciais, na hipótese em
que se reconheceu a omissão do instituto quanto a citada inércia, ainda que o ente federal tenha
reconhecido a procedência do pedido judicial.
A reclamação tem natureza jurídica de ação pelo ingresso do beneficiário do ato como parte a
necessidade de contraditório prévio e, por conta disso, é possível a condenação em honorários
advocatícios.
Os honorários são regulados pela lei vigente à época da prolação da sentença, quando surge o
direito aos honorários.
36 É possível a condenação da Fazenda Pública ao pagamento de honorários advocatícios em
decorrência da extinção da Execução Fiscal pelo acolhimento de exceção de pré-executividade.
(repetitivo).
A majoração de honorários na seara recursal independe de requerimento da parte.
Não cabe honorário recursal na hipótese de recurso que conhece “error in procedendo” e anula
a sentença, uma vez que essa providência torna sem efeito o capítulo decisório referente aos
honorários sucumbenciais e estes, por seu turno, constituem pressuposto para fixação
(majoração) do ônus em grau recursal.
O agravo interno visa apenas a levar ao órgão colegiado, considerado juiz natural da causa, a
questão decidida monocraticamente pelo Relator, razão pela qual não há que se falar em
elevação da verba de sucumbência.
Não haverá honorários recursais no julgamento de agravo interno e de embargos de declaração
apresentados pela parte que, na decisão que não conheceu integralmente de seu recurso ou
negou-lhe provimento, teve imposta contra si a majoração prevista no §11 do art. 85 do CPC.
Embargos de divergência há um novo grau recursal, sujeito à majoração dos honorários.
É cabível a fixação de honorários recursais mesmo quando não apresentadas contrarrazões ou
contraminuta pelo advogado.
(Repetitivo) A lei 11941 só dispensou dos honorários advocatícios o sujeito passivo que desistir
de ação judicial em que requeira ‘o restabelecimento de sua opção ou a sua reinclusão em
outros parcelamentos’. Nas demais hipóteses, à mingua de disposição legal em sentido
contrário, aplica-se o art. 90 do CPC, que determina o pagamento de honorários advocatícios
pela parte que desistiu do feito.
INSS não tem isenção de custas em ação de acidente na Justiça Estadual.
Em ação de nulidade de registro de marca a que o INPI não deu causa nem ofereceu resistência
direta, não cabe condenação do instituto em honorários advocatícios sucumbenciais. STJ. 3ª
Turma. REsp 1378699-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 7/6/2016 (Info 585).
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Apostila 05
Dia: 04/09/2018
Em execução fiscal proposta na Justiça Federal, cabe à Fazenda pública adiantar as despesas
com o transporte/condução/deslocamento dos oficiais de justiça necessários ao cumprimento
das cartas precatória de penhora e avaliação de bens (processada na Justiça Estadual), por força
do princípio hermenêutico ubi eadem ratio ibi eadem legis dispositio.
A CEF, nas ações em que represente o FGTS, por força legal, está isenta do pagamento de custas,
emolumentos e demais taxas judiciárias, isenção que, todavia, não a desobriga de, quando
sucumbente, reembolsar as custas adiantadas pela parte vencedora. (repetitivo)
É imprescindível a intimação da parte para constituição de novo advogado, quando comprovada
a notificação pelo causídico da renúncia dos poderes, conforme CPC, art. 112.
8.1. Gratuidade da justiça
● Cabe agravo de instrumento da revogação e da não concessão de justiça gratuita. A concessão
só pode ser impugnável por apelação à sentença.
● Quando a parte é detentora do benefício da justiça gratuita e seu recurso versar tão somente
sobre os honorários advocatícios do causídico que defendeu o beneficiado, o recurso estará
sujeito a preparo, SALVO se o próprio advogado demonstrar que tem direito à gratuidade.
o A justiça gratuita é personalíssima, não se estende ao advogado ou sucessor da
parte.
● Não é possível fixar honorários recursais quando o processo originário não preveja
condenação em honorários. (MS)
● O Estatuto da Cidade, ao tratar sobre a ação de usucapião especial urbana, prevê que "o autor
terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de
registro de imóveis." Isso significa que o autor da ação de usucapião especial urbana gozará
37 sempre da gratuidade da justiça? Há uma presunção absoluta de que este autor não tem
recursos suficientes para pagar as custas? NÃO. O art. 12, § 2º, da Lei nº 10.257/2001 (Estatuto
da Cidade) estabelece uma presunção relativa de que o autor da ação de usucapião especial
urbana é hipossuficiente. Isso significa que essa presunção pode ser ilidida (refutada) a partir da
comprovação inequívoca de que o autor não é considerado "necessitado".
● A concessão de justiça gratuita NÃO afasta a responsabilidade do beneficiário de justiça gratuita
pelas despesas processuais e pelos honorários de sucumbência. Suas obrigações ficarão sob
condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se nos 5 (cinco) anos
subsequentes ao trânsito em julgado a situação do condenado mudar.
● INDEPENDENTEMENTE DE TER FINS LUCRATIVOS OU NÃO a condição de impossibilidade de
pagar custas deve ser demonstrada. Súmula 481 do STJ: Faz jus ao benefício da justiça gratuita
a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com
os encargos processuais.
É relativa a presunção de hipossuficiência do autor em ação de usucapião especial urbana,
podendo ser ilidida a partir de prova inequívoca de que o autor não pode ser considerado
necessitado, nos termos do art. 2º, parágrafo único da lei 1060/50 (revogado pelo cpc, e virou
art. 98 no CPC).
Fixa-se verba honorária inclusive quando o vencedor é beneficiário da justiça gratuita.
Defesa pela Defensoria Pública não significa automática concessão da justiça gratuita, devendo
preencher os requisitos fixados em lei.
9. Dizer o Direito
Execução de honorários sucumbenciais e fracionamento
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Apostila 05
Dia: 04/09/2018
Imagine que 30 pessoas, em litisconsórcio ativo facultativo, propuseram uma ação ordinária
contra determinada autarquia estadual. Desse modo, 30 pessoas que poderiam litigar
individualmente contra a ré decidiram se unir e contratar um só advogado para propor a ação
conjuntamente. A ação foi julgada procedente, condenando a entidade a pagar "XX" reais ao
grupo de 30 pessoas. Na mesma sentença, a autarquia foi condenada a pagar R$ 600 mil reais
de honorários advocatícios sucumbenciais ao advogado dos autores que trabalhou no processo.
O advogado dos autores, quando for cobrar seus honorários advocatícios, terá que executar o
valor total (R$ 600 mil) ou poderá dividir a cobrança de acordo com a fração que cabia a cada
um dos clientes (ex: eram 30 autores na ação; logo, ele poderá ingressar com 30 execuções
cobrando R$ 20 mil em cada)?
• SIM. É legítima a execução de honorários sucumbenciais proporcional à respectiva
fração de cada um dos substituídos processuais em "ação coletiva" contra a Fazenda Pública
(STF. 1ª Turma. RE 919269 AgR/RS, RE 913544 AgR/RS e RE 913568 AgR/RS, Rel. Min. Edson
Fachin, julgados em 15/12/2015. Info 812).
• NÃO. Não é possível fracionar o crédito de honorários advocatícios em litisconsórcio
ativo facultativo simples em execução contra a Fazenda Pública por frustrar o regime do
precatório (STF. 2ª Turma. RE 1038035 AgR/RS, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min.
Dias Toffoli, julgado em 7/11/2017. Info 884). É a corrente que prevalece. STF. 2ª Turma. RE
1038035 AgR/RS, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em
7/11/2017 (Info 884).
Para que a cessão do precatório seja válida, é necessário que o crédito cedido
38 esteja expressamente consignado no precatório
O cessionário de honorários advocatícios tem legitimidade para se habilitar no crédito
consignado em precatório desde que comprovada a validade do ato de cessão por escritura
pública e seja discriminado o valor devido a título de verba honorária no próprio requisitório,
não preenchendo esse último requisito a simples apresentação de planilha de cálculo final
elaborada pelo Tribunal de Justiça. STJ. Corte Especial. EREsp 1127228-RS, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, julgado em 21/6/2017 (Info 607).
Ao se calcular o valor dos honorários sucumbenciais não se deve incluir as
astreintes
O valor da multa cominatória (astreintes) não integra a base de cálculo da verba
honorária. Ex: juiz proferiu sentença condenando o réu a pagar:a) R$ 100 mil a título de danos
morais;b) R$ 40 mil de multa cominatória (astreintes);c) 10% de honorários advocatícios sobre
o valor da condenação. Os 10% do advogado serão calculados sobre R$ 100 mil (e não sobre R$
140 mil). A base de cálculo dos honorários advocatícios sucumbenciais na fase de conhecimento
é a condenação referente ao mérito principal da causa. STJ. 3ª Turma. REsp 1367212-RR, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 20/6/2017 (Info 608).
Advogado deve receber seus honorários calculado sobre o valor total do
precatório, antes de ser realizada compensação de crédito. Possibilidade de
retenção para pagamento de honorários contratuais da parte vencedora
O advogado deve receber os honorários contratuais calculados sobre o valor global do
precatório decorrente da condenação da União ao pagamento a Município da complementação
de repasses ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorização do Magistério (FUNDEF), e não sobre o montante que venha a sobrar após eventual
compensação de crédito de que seja titular o Fisco federal. STJ. 1ª Turma. REsp 1516636-PE, Rel.
Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 11/10/2016 (Info 597).
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