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Jurisdição
a. Atuação estatal.
b. Aplicação do direito objetivo ao caso concreto.
c. Solução do conflito com definitividade.
d. Pacificação social: economicidade, duração razoável, resultado justo.
Equivalentes jurisdicionais
Formas alternativas e adequadas de solução de conflitos. Ex: mediação.
Autotutela
Sacrifício integral de uma das partes em razão do exercício da forma da parte
contrária. A força dominante da parte é a determinante.
Autocomposição
Sacrifício integral ou parcial em razão da vontade das partes.
Mediação
Forma de solução sem sacrifício de pretensões, por meio de soluções.
Para a solução o enfoco é a causa do conflito entre as partes, que tem uma
relação previa ao conflito. Ex: relação familiar.
Conciliadores e mediadores
Arbitragem
Decisão impositiva por árbitros.
Lide
Conflito de interesses qualificado por pretensão resistida.
Apesar desta regra temos exceções: herança jacente – art. 738, CPC ; ação de
recuperação de autos – art. 712, CPC; arrecadação de bens de ausente -art. 744,
CPC.
Art. 2º, CPC. Ações sincréticas (ex: ação e cumprimento de sentença). O juiz
deverá dar andamento de ofício. Obrigações de pagar (art. 523, CPC) e fazer/não
entregar coisa de ofícios (art. 536 e 538, §3º, CPC) são exceções que dependem de
provocação.
Definitividade
Coisa julgada material. É exclusividade da jurisdição.
No caso da arbitragem, por outro lado, ainda que seja método alternativo, a partir
do momento que se trata de jurisdição privada, há coisa julgada material.
Princípios da Jurisdição
Investidura
Exercício concreto do poder. Estado investe uma pessoa humana dos poderes
jurisdicionais para exercer a atividade jurisdicional. É a pessoa do juiz.
Indelegabilidade
- externa: o Poder Judiciário não pode repassar seus poderes para outros Poderes.
- interna: o órgão jurisdicional competente não pode delegar sua atividade para
outro órgão. Exceções:
Exemplo: produção de provas pelas Varas e execução dos julgados (art. 102, I,
“m”, CF).
A execução dos julgados não é aplicável somente ao STJ, mas analogicamente por
todos os Tribunais.
Inevitabilidade
A citação causa inevitavelmente o citado parte do processo, ainda que ilegítimo.
Inafastabilidade
Art. 5º, XXXV, CF. A lei não excluirá da apreciação do judiciário a lesão ou ameaça
de direito.
Ainda que seja ingressado na via administrativa, não é necessário exaurir a via
administrativa para ingressar judicialmente.
Decisões judiciais que inadmitem a ação ou a suspendem caso não haja tentativa
previa de solução consensual em lides consumeristas através do acesso a
plataforma consumidor.gov.
Juiz natural
Ninguém será processado senão pelo juízo competente – art. 5º, LIII, CF.
Tribunal de exceção – art. 5º, XXXVII. Juízo criado após os fatos, e temporário,
criado para julgar fatos específicos. Ex: Tribunal de Nuremberg;
Obs: regras gerais, abstratas e impessoais não ferem este princípio. Exemplo: vara
de direito empresarial.
Tutela Jurisdicional
Espécie de Crises Jurídicas
Tutela de Conhecimento
Visa reconhecer a violação de um direito material. Dividida em três subespécies:
Tutela Executiva
Visa a satisfação do direito material.
Tutela cautelar
Crise de perigo. Obs: tutela antecipada como tutela de urgência.
Sincretismo processual
Autonomia das tutelas e das crises jurídicas.
Tutela inibitória
Art. 497, CC.
Voltada para o futuro, para evitar o ilícito. Visa a remoção do ato ilícito continuado
e dos seus efeitos.
Tutela reparatória
Voltada para o passado, visa a reparação do dano ocorrido.
Exemplos:
As hipóteses são:
- tutela especifica impossível. Neste caso o bem jurídico não existe mais.
- vontade do titular do direito. Neste caso o titular do direito não tem mais
interesse no bem inicial, na tutela específica.
OBS: art. 497, caput do CPC: tutela especifica e resultado prático equivalente ao
adimplemento são variantes de tutela especifica diante do pedido do autor
Espécies De Técnicas Procedimentais
Tutela comum
Vale-se do procedimento comum
Tutela diferenciada
Exigências do direito material no caso concreto
Obs: poderes-deveres do juiz estão excluídos, não poderão ser objeto de negócio
processual.
- não depende de homologação (art. 200, caput do CPC), já tendo efeitos desde
sua celebração.
Normas Cogentes
* juízo de probabilidade
Tutela definitiva
Cognição exauriente
Juiz teve acesso a todos os elementos de cognição. Tem-se juízo de certeza do
direito.
* juízo de certeza
Ação
Teorias do direito de ação
Teoria Imanentista Ou Civilista
Direito material estático enquanto respeitado. Se houver agressão ou ameaça de
agressão, surge o que seria o direito de ação.
Assim, por essa teoria não existe direito de ação sem direito material, já que são o
mesmo direito.
Windscheid e Muther (actio romana) e obra de Oscar von Bulow a respeito dos
pressupostos processuais.
Apesar de distinguir direito material de direito de ação, não via autonomia entre
esses direitos. Se não existisse direito material não haveria direito de ação.
***As duas teorias iniciais não são mais defendidas hoje pois insustentáveis.
Para Barbosa Moreira: No caso de não haver direito material, havendo o processo,
este será o direito de petição.
Para esta teoria a carência da ação poderá ser superveniente (STJ, 1ª Turma, RMS,
21.651/SP), ou seja, poderá ser alegada a qualquer tempo do processo.
Condições da Ação
No código de 1973, o Liberman trouxe três condições da ação: possibilidade
jurídica do pedido; interesse de agir; e legitimidade.
Interesse de agir
Binômio necessidade + adequação (Dinamarco/Marinoni/STJ, 2ª Turma, REsp REsp
1.880.950/PR). Deverá ser provada a necessidade e adequação.
Necessidade: autor não pode obter no caso concreto o bem da vida sem a
intervenção jurisdicional (lide e ações necessárias).
Ainda que seja possível resolver o conflito por acordo, este deve decorrer de
vontade das partes, ou seja, ainda nesta hipótese vê-se a necessidade.
Legitimidade
Pertinência subjetiva da demanda (situação prevista em lei que legitima a
presença do sujeito na relação jurídica processual). Ex: ação de divórcio deve ser
entre os cônjuges.
- regra: legitimação ordinária (art. 18, CPC): sujeito litiga em nome próprio na
defesa de interesse próprio (sujeitos que participam da relação jurídica de direito
material)
Obs1: art. 18, parágrafo único, CPC: substituído processual pode ingressar como
assistente litisconsorcial.
Obs2: substituição processual é sinônimo de legitimação extraordinária.
Classificação
- autônoma (legitimidade da parte) X subordinada (legitimidade do assistente).
Elementos Da Ação
Os elementos da ação permitem a identificação das ações para fins de
comparação (iguais, parecidas, diferentes)
Partes
Conceito de partes tem conceitos doutrinários históricos.
Causa De Pedir
A doutrina e a jurisprudência dizem que se adota no brasil a teoria da
substanciação.
OBS: Pela leitura do artigo 319, III, CPC tem-se: fatos e fundamentos jurídicos do
pedido. Por isso há divergências doutrinárias da adoção da teoria da
substanciação, contudo, para fins de prova deve-se adotar este conceito.
Processos objetivos
Dinamarco/Barbosa Moreira/Fux: decisão fundada em outro fundamento jurídico
(narra mihi factum dabo tibi jus) – STJ, 2ª Turma, AgRg no AREsp 674.850/SP
Embora haja este poder do juiz de decidir sobre fato jurídico diverso, deve ser
observado o contraditório e o principio da não surpresa. Poderá exercer de ofício
desde que intime previamente as partes para somente após proferir sentença.
A isso dá-se o nome de causa de pedir aberta (STF, Tribunal Pleno, ADI 2.213/MC-
DF, rel. Min. Celso de Mello, j. 04/04/2002).
Em uma ADI o STF não está vinculado ao que foi alegado pelo autor.
O juiz não pode julgar com base no fato jurídico diverso do pedido, mas poderá
com base a fato simples diverso. Fato simples é o fato que por si só não tem
condições de gerar consequências jurídicas, não tendo condição de gerar
consequências jurídicas. Fato jurídico é o que per si gera consequência jurídica. Ex:
mudar a estação de rádio – fato simples/ colisão de veículo – fato jurídico.
Distinção entre Fundamento jurídico x fundamento legal.
O fundamento jurídico não vincula juiz, no entanto deverá ser alegado na inicial. A
fundamentação é requisito formal da inicial, sob pena de inépcia. - STJ, 4ª Turma,
AgRg no REsp 1.075.225/MG.
Pedido
Pedido imediato (espécie de tutela) X pedido mediato (bem da vida)
Certeza e Determinação
Arts. 322, caput e 324, caput do CPC: os elementos são cumulativos
Não é permitido pedido indeterminado ou incerto. Obs: não existe pedido incerto
(Barbosa Moreira/STJ, 1ª Turma, REsp 764.820/MG).
OBS: dano moral - pedido genérico facultativo na vigência do CPC de 1973 (STJ, 3ª
Turma, REsp 777.219/RJ) x CPC/15: exige pedido determinado (art. 292, V, do
CPC)? O valor da causa será o valor do dano, inclusive no caso do dano moral. É
ainda uma questão em aberto, não definida pela jurisprudência. As decisões
recentes mantem o direito somente devido a intemporalidade do CPC de 1973.
III – valor depender de ato a ser praticado pelo réu - prestação de contas. Ex: Ação
de exigir contas definirá o valor da causa.
Pedido Implícito:
Não é possível que o juiz condene o réu a pedido não feitos pelo autor mas que
decorram logicamente de sua narrativa. O pedido deverá ser expresso, conforme
artigo 492, CPC. Caso contrário haverá sentença extra e ultra petita.
Demais casos:
* Astreintes: se não houve pedido, e dada de ofício a multa para forçar a entrega
do bem, é possível entender que trata-se de pedido implícito, ao passo que visa
dar ao autor exatamente o que pediu. Entendimento de Dinamarco e Marinoni.
Cumulação de pedidos
Cumulação própria
Ocorrerá quando os pedidos formulados poderão ser todos acolhidos pelo juiz.
Esta divide-se em duas espécies:
I- Cumulação simples:
O acolhimento dos dois pedidos pode ser acolhido sem afetar o outro. Sumula 37,
STJ – cumulação de dano moral e material.
Cumulação imprópria
Apenas um dos pedidos formulados poderá ser concedido.
Requisitos:
Art. 327, CPC.
Processo
Pressupostos Processuais
Subjetivos
Relacionados a pessoa do juiz ou do juízo.
1. Investidura:
O Poder jurisdicional do Estado é exercido pelo Juiz, que deverá ser investido em
seu cargo para que a atividade seja legitimada.
A relação jurídica processual é triangular, via de regra, com autor, juiz e réu. Ou,
excepcionalmente será linear, com autor e juiz, ex: ação de restauração de autos.
2. Imparcialidade
Na suspeição é necessário provar que houve prejuízo pelo ato ocorrido previsto na
norma. Ex: recebimento de presente – não é qualquer presente que gera
suspeição.
Imparcialidade x Impartialidade: ser impartial significa que o juiz não pode ser
parte. O juiz não pode ser parte na demanda. Antes de ser imparcial, não pode ser
parte.
O juiz neutro não existe, pois não poderia levar o julgamento de sua experiencia
de vida, não sofre influência extra autos em seus julgamentos, pois negaria suas
experiencias de vida, contudo, deverá ser imparcial.
A imparcialidade é requisito de validade.
3. Competência
É pressuposto de validade.
4. Partes
a. Capacidade de ser Parte
Precisa ter capacidade de ser parte, ou seja, capacidade de ser titular de direitos e
obrigações.
Ex: Processo ajuizado por morto é inexistente. Autor falece durante a lide e não é
sucedido por seus sucessores.
Quando o sujeito não tem capacidade de estar em juízo, será representado. Ex:
criança representada por sua mãe.
Exceções:
Habeas Corpus.
Justiça do trabalho.
Objetivos
1. Extrínsecos
a. Coisa julgada;
b. Litispendência;
c. Convenção de arbitragem;
d. transação;
e. Pagamento de custas em sentença terminativa;
2. Intrínsecos
a. Demanda.
O artigo 330, CPC trata das hipóteses de inépcia da inicial. A petição inicial é ato
solene, e depende do prendimento de requisitos. Trata-se de pressuposto de
validade.
c. Citação validade.
O vicio decorrente da falta de citação pode ser alegado a qualquer tempo, por
isso, diz-se que se trata de vício trans rescisório, e , por isso, neste ponto há o
direito da querela nulitatis.
d. Regularidade formal
Princípios processuais
Devido processo legal
- art 5 º, LIV, da CF
- supraprincípio princípio base, por isso, é base para fundamentação dos demais
princípios, inclusive os não escritos.
-devido processo legal formal (procedural due process soma dos princípios
constitucionais escritos e não escritos (processo justo, com ampla participação e
efetiva proteção dos direitos)
Obs: devido processo legal substancial às relações jurídicas privadas. Visa evitar
arbitrariedade também na seara particular. Ex: clube não aceita a extensão do
título ao companheiro homossexual.
Contraditório
Art.5º, LV, da CF: contraditório e a ampla defesa.
Observação:
Obs1: STJ, 4ª Turma, AgInt no AREsp 1.124.598 /SE , rel. Min. Luis Felipe Salomão,
j. 05/12/2017, DJe 12/12/2017 – dispensa apenas quanto ao fundamento legal. O
juiz não precisa determinar a intimação das partes para julgar com fundamento
legal diverso do indicado pelas Partes.
*art.9º,caput,CPC(incisos)
Fundamentação
-art.93,IX,daCF
Obs: STJ, CorteEspecial, EDcl no AgRg nos EREsp 1483155/BA, rel. Min. Og
Fernandes, j. 15/06/2016, DJe 03/08/2016.
Processo
Isonomia
- art. 5ª, caput e I, da CF
- Art. 7º do CPC: É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao
exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos
deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo
efetivo contraditório.
- paridade de armas
- prerrogativas:
2. situação concreta: prazo em dobro (art. 229, do CPC): Dificuldade de acesso aos
autos em caso de litisconsórcio de partes com advogados diferentes e autos
físicos.
3. Fazenda Pública
Obs. ADI 4296 (arts. 7º, §2º, e 22, §2º, LMS) – julgou inconstitucional a
exigibilidade de oitiva prévia da PJDPúblico para deferimento de tutela de
urgência, e, por analogia no caso do MSC. Aparentemente estaria superado,
portanto, a prerrogativa de oitiva prévia da PJDúblico. Necessário aguardar
posicionamento neste sentido, mas a principio este é o entendimento.
- art. 5º, LX, CF: “segredo de justiça”: hipóteses de segredo de justiça no caso de
intimidade e interesse social. No artigo 189, CPC estão incluídas estas hipóteses da
CF e outras.
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça
os processos: I - em que o exija o interesse público ou social; II - que versem sobre
casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação,
alimentos e guarda de crianças e adolescentes; III - em que constem dados
protegidos pelo direito constitucional à intimidade; IV - que versem sobre
arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a
confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. § 1o
O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e
de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores. § 2o
O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do
dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de
divórcio ou separação.
Economia Processual
- ponto de vista sistêmico: economia macroscópica (menos atividade e mais
resultado)
- instrumentalidade das formas permite que mesmo ato viciado gere efeitos e
atinja os resultados pretendidos
- art. 4º, CPC: As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução
integral do mérito, incluída a atividade satisfativa
- celeridade não pode sacrificar direitos fundamentais das partes: célere não quer
dizer somente um processo rápido, devem ser garantidos os direitos das partes.
Deve-se considerar: complexidade do tema; comportamento dos litigantes;
estrutura do órgão jurisdicional (Corte Europeia de Direitos Humanos: relevância
do direito posto em juízo para a vida da parte prejudicada pela excessiva demora
do processo).
Cooperação
Art. 6º, CPC: Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se
obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
- partes cooperam com o juízo – boa fé e participação ativa - juiz coopera com as
partes
* dever de esclarecimento: esclarecimento sobre alegações e pedidos, evitando-se
a decretação de nulidades e interpretações equivocadas
- expressão de Julio Cesar ao notar que seu filho adotivo Brutus estava entre os
que atentavam contra sua vida: “To quoque, filli? ou Tu quoque, Brute, fili mi”.
Obs: art. 276 do CPC que a parte responsável pela criação do vicio processual não
tem legitimidade para alega-lo em juiz. No caso da nulidade absoluta não se aplica
esta tese, vez qiue pode ser reconhecida até mesmo de ofício.
* duty to mitigate the loss (dever imposto ao credor de mitigar suas perdas) –
justifica a diminuição das astreintes para que não seja realizada como forma de
poupança para o requerente, que, vendo a insuficiência da medida para
atingimento do bem da vida pretendido, deveria requer outra forma. Obs: art.
537, § 1º do CPC: o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou
a periodicidade da multa vincenda ou excluí-la.
Competência
Conceito
- conceito tradicional de competência: medida da jurisdição, ou ainda a
quantidade de jurisdição delegada a um determinado órgão ou grupo de órgãos
Diferenças Procedimentais
Legitimados para alegar a incompetência
a) Competência relativa
- réu
* art. 63, § 3º, do CPC. Cláusula de eleição de foro abusiva é aquela que acarreta
dificuldade no exercício da ampla defesa da parte. Esta cláusula é declarada
ineficaz, de forma que o réu poderá alega-la para imputar incompetência ao novo
juízo. Obs: “antes da citação” – preclusão temporal para o juiz.
b) Competência absoluta
- autor mesmo sendo o causador do vício tem legitimidade para alega-lo porque
se trata de nulidade absoluta
Identidades Procedimentais
a) Forma de alegação da incompetência - preliminar de contestação. Não há forma
absoluta de alegar.
Obs: IA alegada depois da contestação pode ser alegada sob qualquer forma
escrita ou oral.
Obs1: art. 51, III, da Lei 9.099/95 – extinção do processo nos Juizados Especiais em
razão da incompetência territorial.
- art. 64, § 4º do CPC: atos praticados por juízo incompetente são válidos, devendo
ser revistos ou ratificados (ainda que tacitamente) pelo juízo competente
Espécies De Competência
Competência Territorial
a) foro comum: domicílio do réu (art. 46 do CPC)
Outros direitos reais (usufruto, uso, habitação) não se aplica o art. 47 do CPC (STJ,
3ª Turma, REsp 1.051.652/TO).
- sem domicilio certo: situação dos bens imóveis; mais de um qualquer dos foros,
local de qualquer bem.
d) réu ausente (art. 49 do CPC) - foro do último domicílio do réu para as ações de
arrecadação, inventário, partilha e cumprimento de disposição de última vontade
- Estado ou Distrito Federal for autor: foro comum, ou seja, do foro de domicílio
do réu
* sem filho incapaz: último domicílio do casal; nenhuma das partes residir em tal
domicilio, foro do domicilio do réu
j) pessoa jurídica como réu – art. 53, III, “a”, do CPC - foro onde se localiza sua
sede, que estabelecida em seu contrato social ou estatuto social pode não se
confundir com o seu domicílio (poderá ser o lugar onde funcionam as diretorias e
administrações ou um domicílio legal, estabelecido pelos atos constitutivos da
pessoa jurídica.
l) obrigações contraídas pela agência ou sucursal – art. 53, III, “b”, do CPC -
competente o foro do lugar da agência ou sucursal quanto às obrigações que ela
contraiu (CPC/73) x onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a
pessoa jurídica contraiu (CPC/15)
n) obrigação a ser cumprida – art. 53, III, “d”, do CPC - do local onde a obrigação
deve ser satisfeita (forum destinatae solutionis)
o) direitos previstos no Estatuto do Idoso (art. 53, III, “e”, do CPC) – não basta que
o idoso seja parte, é necessário que se discuta matéria prevista no Estatuto do
Idoso.
Obs: STJ, 2.ª Turma, REsp 1.163.652/PE – atividade notarial é regida pelo CDC,
desse modo, pelo CPC seria na sede da serventia, contudo, pelo CDC seria o
domicilio do consumidor.
- foro competente será o do lugar do ato ou fato que gerou o dano (forum
commissi delicti)
* tipificando-se o ato gerador do dano como ilícito penal (crime) (art. 53, V, do
CPC)
r) administrador ou gestor de negócios alheios figurando como réu
– art. 53, IV, “b”, do CPC - lugar em que o ato ou fato que ensejou o processo
judicial foi praticado (forum gestae administrationis)
Valor Da Causa
- Juizados
* JEF (art. 3º, § 3º, da Lei 10.259/2001) e JEFP (art. 2º, § 4º da Lei 12.153/2009):
competência absoluta de caráter funcional. Exemplo: São Paulo.
Funcional
* pelas fases do procedimento
* objeto do juízo
* Chiovenda: determinado território pelo fato de ser nesse foro mais eficaz e fácil
o exercício da função jurisdicional (art. 47 do CPC e art. 2 da LACP).
- Justiça Comum: Justiça Federal (art. 109, III, V-A, X, XI, da CF) e Justiça Estadual
(residual)
* competência do juízo
Prorrogação De Competência
Conceito E Espécies
- juízo abstratamente incompetente se torna concretamente competente
Conexão E Continência
a) Conceito - conexão: identidade da causa de pedir ou do pedido (art. 55, caput,
do CPC) - continência: identidade de partes, causa de pedir e o pedido de uma
ação, por ser mais amplo, abrange os das demais (art. 56 do CPC)
b) Efeitos
* conexão
- conexão entre ações de execução fundadas no mesmo título executivo (art. 55, §
2º II, CPC)
- reunião de ações não conexas sempre que exista risco de prolação de decisões
conflitantes ou contraditórias (art. 55, § 3º, do CPC)
Obs: não há reunião de ações conexas se uma delas já tiver sido sentenciada
(Súmula 235/STJ) (art. 55, § 1º, do CPC)
Prorrogação Voluntária
Cláusula De Eleição De Foro
- art. 63, caput do CPC: territorial (desde que relativa) e valor da causa (inaplicável,
porque as partes não podem modificar competência de foro central/regional e
nem dos Juizados Especiais).
- cláusula escrita
Foros Concorrentes
- forum shooping – escolhido pelo autor.
- forum non conveniens – não poderá ser escolhido foro que prejudique o réu, é
limitação do direito do autor de definir o foro. Obs: STJ entende que não há foro
non conviniens no Brasil, somente fórum shopping. Vide: 3ª Turma, MC 15.398/RJ.
Contudo, há alguns casos em que se verifica o fórum non conveniens:
Cabimento
Trata-se de mecanismo de economia processual, pois evita repetição de demanda
idênticas. Contudo, só será formado nas hipóteses legais.
Art. 113, caput, CPC – apesar do termo “podem”, o dispositivo legal trata do
litisconsórcio necessário e facultativo.
Hipóteses de cabimento: Art. 113, CPC. Maior probabilidade nos primeiros incisos,
e menor ao se afastar do caput.
Classificação
* posição processual na qual foi formado
Obs2: litisconsórcio facultativo ulterior não é admitido por violar juízo natural (STJ,
1ª Turma, AgRg no AREsp 184.951/SP). Pois poderia ser uma tentativa de escolha
do juízo.
- Scarpinella Bueno: citação atípica de quem não quer litigar, que estará
integrado ao processo e poderá assumir o polo ativo, o polo passivo ou manter-
se neutro. Por que a parte ficaria neutra? Evitar as custas de sucumbência.
- Nelson Nery Jr: quem não quer litigar deve ser colocado como réu, mas depois
da citação poderá manter-se no polo ativo ou mudar para o polo passivo. Obs:
Na ação popular a pessoa jurídica de direito publico é réu, e, citada, poderá virar
autor, se assim entender.
- Bedaque: quem se coloca contra a pretensão é réu, de forma que o sujeito que
não quer litigar será colocado no polo passivo e nele permanecerá até o final do
processo.
Obs1: STJ, 3.ª Turma, REsp 1.222.822/PR admite o litisconsórcio ativo necessário
Obs2: art. 115, parágrafo único, do CPC trata apenas da forma procedimental de
formação do litisconsórcio necessário passivo não formado.
- Litisconsórcio multitudinário
Art. 47, parágrafo único, CPC/73 (art. 115, parágrafo único, do CPC) é entendida
por parcela da doutrina como espécie de intervenção iussu iudicis: Luiz Fux e
Marinoni
Art. 115, parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz
determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser
litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo.
Para disposição de direito eficaz é necessário que todos os réus concordem, caso
contrário é ineficaz para todos. É necessário ao menos a anuência dos demais para
eficácia.
Se o fato é único e prejudica ambos, será considerado para ambos, ainda que
prejudicial.
Prazos
Art. 229, CPC – Para prazo em dobro é necessário que o processo seja físico e que
os litisconsortes tenham patronos de escritórios diversos.
Exceções:
Intervenção de Terceiros
Podem ser típicas ou atípicas.
Intervenções atípicas
Intervenção anômala
Art. 5º, Lei 9469/97, caput: A União poderá intervir nas causas em que figurarem,
como autoras ou rés, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia
mista e empresas públicas federais.
Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas cuja
decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, intervir,
independentemente da demonstração de interesse jurídico, para esclarecer
questões de fato e de direito, podendo juntar documentos e memoriais reputados
úteis ao exame da matéria e, se for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins de
deslocamento de competência, serão consideradas partes.
Intervenções Típicas
Assistência
- forma voluntária de intervenção
A relação jurídica do terceiro com a parte não é discutida no processo, mas pode
vir a ser afetada pela decisão deste. Assim, visa auxiliar a parte. Ex: sublocatário
em ação de despejo.
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente
interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no
processo para assisti-la.
Assistência litisconsorcial/qualificada
Terceiro é titular do direito material discutido no processo.
Procedimento
Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do
assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar. Parágrafo único. Se
qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o
juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo.
- com ou sem manifestação das partes no prazo de 15 dias o juiz decidirá - não há
mais desentranhamento da peça de requerimento e de resistência
– cumular o pedido de intervenção com outro ato processual para não perder a
oportunidade. Exemplo: apresenta contestação e pede para ser admitido como
interveniente.
Poderes Do Assistente
Assistente simples
Na hipótese de réu revel o assistente atuará como seu substituto processual (art.
121, parágrafo único, CPC) - a oposição do assistente aos atos de disposição de
direito praticados pelo assistido é ineficaz (art. 122, CPC).
Assistente litisconsorcial
Tem poder de atuação como litisconsorte unitário, com maiores poderes que o
assistente simples.
Eficácia Da Intervenção
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o
assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão,
salvo se alegar e provar que: I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas
declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis
de influir na sentença; II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das
quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.
Denunciação da Lide
Trata-se de intervenção provocada por requerimento do réu.
Hipóteses de cabimento
I) EVICÇÃO
(a) passivo ou ativo. Eis que ambos, autor e réu, tem legitimidade para denunciar a
lide.
(b) inicial ou ulterior. Se feita pelo autor, será inicial, eis que em petição inicial. Se
pelo réu, será ulterior.
Denunciação Sucessiva
Denunciação da lide da denunciação da lide . Ex: resseguro.
Procedimento:
Obs: litisconsórcio passivo ulterior (STJ, 2.ª Turma, AgRg no REsp 1.281.020/DF) *
art. 275 do CC: credor tem direito de exigir de um ou alguns dos devedores.
II) réu: fiador e chamado: demais fiadores. Obs: cumulação dos incisos I e II III)
Procedimento
- tópico da contestação
- citação em 30 dias sob pena de ineficácia (art. 131, caput). Chamado residir em
outro foro ou local incerto o prazo é de 2 meses (art. 131, p. único, CPC)
Cabimento
- Desconsideração tradicional: desconsidera-se a personalidade jurídica de
empresa da qual o devedor é sócio.
- Previsão expressa de aplicação nos JEC (art. 1.062 do CPC). Não cabe intervenção
de terceiros no JEC, exceto desconsideração da PJ, por expressa previsão do CPC
de 2015.
- Responsável tributário (STJ, 2ª Turma, AREsp 1.286.512/RS)
Procedimento
A pedido da parte ou do Ministério Público(como fiscal da ordem jurídica). Não
cabe de oficio.
Amicus Curiae
Antes do CPC de 15, o amicus curiae era considerado como auxiliar do juízo, sem
ser terceiro interveniente.
O STF não queria dar legitimidade recursal do amicus curiae, e por isso, não era
considerado como interveniente.
No entanto, após o CPC de 15, foi incluído como terceiro interveniente, tendo
capacidade postulatória.
Sujeito
- pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com
representatividade adequada (art. 138, caput, CPC). Pode ser pessoa natural, mas
não é comum. Geralmente é PJ ou entidade com representatividade adequada.
Hipóteses De Cabimento
(a) relevância da matéria;
Procedimento
- Requerimento das partes, do terceiro ou de ofício;
Obs: e decisão que indefere pedido de ingresso? STJ, 3ª Turma, AgInt na PET no
REsp 1.367.212/RR e STF, Plenário, RE 602.584 AgR/DF): decisão irrecorrível.
Independentemente do conteúdo, os tribunais tem decidido que irrecorrível a
decisão que verse sobre a admitissão ou inadmissão do ingresso do amicus curiae.
Obs: legitimidade recursal limitada por lei (STF, 2ª Turma, Inq 4.383 AgR/DF)
Reclamação – aula 23
Processo de Conhecimento
Processo é o meio pelo qual se realiza a jurisdição. Procedimento é a sucessão de
atos processuais, da petição inicial ao transito em julgado.
Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde
logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro
de 1973. § 2º Permanecem em vigor as disposições especiais dos procedimentos
regulados em outras leis, aos quais se aplicará supletivamente este Código.
Razoável duração do processo: art. 5º, LXXVIII da Constituição Federal ("a todos,
no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”).
Máxima coincidência: o processo deve dar a quem tem direito tudo aquilo e
precisamente aquilo a que faz jus. “Il processo deve dare per quanto è possibile
praticamente a chi ha un diritto tutto quello e proprio quello chʼegli ha diritto di
conseguire”(Chiovenda).
“Contudo, advertem Fredie Didier, Lenio Streck e Dierle Nunes que, quando a
convenção processual interferir em poderes, deveres e faculdades do juiz, o
negócio somente se perfectibilizará se esse, baseado em um juízo discricionário,
concordar com a pactuação. Ainda assim, ele não será parte da convenção, pois
não titulariza situações processuais em nome próprio, mas sim em nome do
Estado. Assim, não pode dispor de situação alguma. A concordância do magistrado
atuará no plano da eficácia somente, e não da existência ou validade da pactuação
(CUNHA, Leonardo Carneiro da (Org); FREIRE, Alexandre (Coord.). Comentários ao
Código de Processo Civil: de acordo com a Lei n. 13.256/2016. Rio de Janeiro:
Saraiva, 2016, p. 319).
Petição Inicial
Requisitos da Petição Inicial
A causa de pedir e o pedido são os temas que abrangem quase a totalidade das
questões. São de maior relevância pois a ausência destes na Petição Inicial
configura em inépcia (Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: I - for
inepta; § 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: I - lhe faltar pedido ou
causa de pedir;).
Causa de pedir (319, II)
A causa de pedir é a razão, o motivo, o fundamento do pedido.
FPPC 281: A indicação do dispositivo legal não é requisito da petição inicial e, uma
vez existente, não vincula o órgão julgador.
Para julgar com base em dispositivo legal diverso do indicado pela parte, o juiz
deve lançar mão do dever de consulta (art. 10, CPC)? Ex: invoco o CC na petição
inicial, mas o julgador entende que seria o caso de julgar pelo CDC. Adota-se no
CPC o contraditório substancial, baseado no binômio influencia e não surpresa, de
forma que, ainda que puder julgar de oficio, o juiz deverá dar a oportunidade para
as partes se manifestarem. Neste caso entende-se que não é necessário dar as
partes o prévio direito de manifestação:
FPPC 282: (arts. 319, III e 343) Para julgar com base em enquadramento normativo
diverso daquele invocado pelas partes, ao juiz cabe observar o dever de consulta,
previsto no art. 10. ENFAM 6: Não constitui julgamento surpresa o lastreado em
fundamentos jurídicos, ainda que diversos dos apresentados pelas partes, desde
que embasados em provas submetidas ao contraditório.
Ex: impedir que ocorra um show do lado da minha casa – tutela inibitória.
Art. 497. Parágrafo único: Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a
prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é
irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou
dolo.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade,
e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a
medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em
linha reta, ou colateral até o quarto grau.
Súmula 266 do STF: “Não cabe mandado de segurança contra lei em tese” Obs. O
MS não pode ser utilizado para o controle abstrato de normas.
Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de
constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível
com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio
de embargos de terceiro.
Pedido (319,IV)
Conceito: pedido é a conclusão lógica da causa de pedir, exprimindo aquilo que o
autor deseja.
O Pedido fixa o mérito da causa, o objeto litigioso do processo. Aquilo que o juiz
pode e deve decidir.
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe
vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa
da parte.
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem
como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe
foi demandado. Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva
relação jurídica condicional.
Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o
juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará
providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático
equivalente.
Em se tratando de uma ação cujo pedido seja o de uma prestação de fazer, de não
fazer ou de entregar uma coisa, o juiz, acolhendo a pretensão (ou concedendo a
tutela provisória satisfativa):
Portanto, dois pilares do Processo Civil são relativizados com essas regras:
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para
efetivação da tutela provisória. Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória
observará as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que
couber.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe: IV – determinar todas as medidas indutivas, coercitivas,
mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de
ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;
CPC. Art. 85. § 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao
direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição
e cobrança.
Outra exceção à certeza: prestações vincendas. Art. 323. Na ação que tiver por
objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, estas serão
consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do
autor; se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las,
serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação.
"Não há falar em julgamento extra petita quando o órgão julgador não afronta os
limites objetivos da pretensão inicial, tampouco concede providência jurisdicional
diversa da requerida, respeitando o princípio da congruência. Ademais, os pedidos
formulados devem ser examinados a partir de uma interpretação lógico-
sistemática, não podendo o magistrado se esquivar da análise ampla e detida da
relação jurídica posta, mesmo porque a obrigatória adstrição do julgador ao
pedido expressamente formulado pelo autor pode ser mitigada em observância
aos brocardos da mihi factum dabo tibi ius (dá-me os fatos que te darei o direito) e
iura novit curia (o juiz é quem conhece o direito)" (AgRg no REsp 1.385.134/RN,
Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em
19/03/2015, DJe de 31/03/2015). (AgInt no AREsp 556.695/SC, Rel. Ministro RAUL
ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 13/12/2021, DJe 16/12/2021).
FPPC 285: “A interpretação do pedido e dos atos postulatórios em geral deve levar
em consideração a vontade da parte, aplicando-se o art. 112 do Código Civil” .
Determinação
Art. 324. O pedido deve ser determinado.
**Ações universais são as que versam sobre uma universalidade de bens. Ex:
biblioteca.
**Condenação depende de ato que será realizado pelo réu no curso da ação – ex:
prestação de contas.
Lei 9.099/1995. Art. 14. § 2º É lícito formular pedido genérico quando não for
possível determinar, desde logo, a extensão da obrigação.
Sim!
Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor
puder cumprir a prestação de mais de um modo. Parágrafo único. Quando, pela lei
ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de
cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha
formulado pedido alternativo.
É importante dizer que o pedido alternativo (art. 325 do CPC)não se confunde com
a cumulação alternativa de pedidos (parágrafo do art. 326 do CPC), na qual o autor
formula mais de um pedido para que o juiz acolha qualquer um deles, sem ordem
de preferência (v.g., rescisão contratual ou indenização).
Pedido Sucessivo
No pedido sucessivo, também conhecido como cumulação eventual de pedidos,
pedido subsidiário ou cumulação subsidiária de pedidos, o autor requer ao juiz
que acolha um pedido posterior na hipótese de não acolher um pedido anterior
(v.g., anulação de casamento ou, na impossibilidade de acolhimento do pedido
principal, divórcio).
Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o
juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior.
FPPC 287. “O pedido subsidiário somente pode ser apreciado se o juiz não puder
examinar ou expressamente rejeitar o principal.
Caso o pedido principal seja deferido, contudo, após recurso, seja revertida a
procedência, poderá o Tribunal analisar o pedido sucessivo. Art. 1013, §1º, CPC.
Litisconsórcio Sucessivo
Já o litisconsórcio sucessivo consiste em pedidos relacionados a pessoas
diferentes, para que o juiz acolha uma delas se acolhera outra (v.g., ação proposta
pelo filho e pela mãe em face do suposto pai, para que o juiz declare a
paternidade – pedido do filho – e, sucessivamente, condene o réu a restituir as
despesas com o parto – pedido da mãe).
Litisconsórcio Alternativo
Por sua vez, o litisconsórcio alternativo consiste em pedidos relacionados a
pessoas diferentes, para que o juiz acolha qualquer uma delas, sem ordem de
preferência (por exemplo: ação de consignação em pagamento para esclarecer
que é o credor).
Cumulação de Pedidos
Não é necessário, a rigor, conexão entre os pedidos, exceto no Juizado especial
Cível.
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de
vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. § 1º São requisitos de
admissibilidade da cumulação que: I – os pedidos sejam compatíveis entre si; II –
seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III – seja adequado para
todos os pedidos o tipo de procedimento. 2º Quando, para cada pedido,
corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor
empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas
processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam
um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições
sobre o procedimento comum. § 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações
de pedidos de que trata o art. 326.
Lei 9.099/1995. Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão ser
alternativos ou cumulados; nesta última hipótese, desde que conexos e a soma
não ultrapasse o limite fixado naquele dispositivo.
Note que o artigo 329 do CPC de 2015, ao contrário do caput do artigo 264 do CPC
de 1973, não utiliza a expressão “mantendo-se as mesmas partes”, razão pela
qual, na vigência do Código de 2015, pode o autor alterar não apenas a causa de
pedir e o pedido, mas também as próprias partes.
Fato superveniente
O juiz deverá ouvir o réu.
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo
ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em
consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a
decisão. Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes
sobre ele antes de decidir.
FPPC 283 (arts. 319, §1º, 320, 396) Aplicam-se os arts. 319, § 1º, 396 a 404
também quando o autor não dispuser de documentos indispensáveis à
propositura da ação.
FPPC 519 (art. 450; art. 319, §1º; art. 6º) Em caso de impossibilidade de obtenção
ou de desconhecimento das informações relativas à qualificação da testemunha, a
parte poderá requerer ao juiz providências necessárias para a sua obtenção, salvo
em casos de inadmissibilidade da prova ou de abuso de direito.
Valor da Causa
Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo
econômico imediatamente aferível.
Saneamento da inicial
Indeferimento da inicial
Improcedência liminar
Improcedência liminar
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente
da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I –
enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça; II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III – entendimento
firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência(IRDR ou IAC); IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre
direito local. § 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o
pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição (a
prescrição somente poderá ser legal, não convencional/contratual). § 2º Não
interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença,
nos termos do art. 241. § 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5
(cinco) dias. § 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do
processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação
do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.
"A possibilidade jurídica do pedido após o CPC/15, (...) compõe uma parcela do
mérito em discussão no processo, suscetível de decomposição e que pode ser
examinada em separado dos demais fragmentos que o compõem, de modo que a
decisão interlocutória que versar sobre essa matéria, seja para acolher a alegação,
seja também para afastá-la, poderá ser objeto de impugnação imediata por agravo
de instrumento com base no art. 1.015, II, CPC/15" (STJ – Terceira Turma, REsp
1757123/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJe de 15/8/2019).
FPPC 293: (art. 331; art. 332, § 3º; art.1.010, § 3º) Se considerar intempestiva a
apelação contra sentença que indefere a petição inicial ou julga liminarmente
improcedente o pedido, não pode o juízo a quo retratarse.
Ponto de atenção
Art. 165. § 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não
houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio,
sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação
para que as partes conciliem. § 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos
casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a
compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam,
pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções
consensuais que gerem benefícios mútuos.
CPC, Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o
caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação
ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado
o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
CPC, Art. 319. A petição inicial indicará: VII – a opção do autor pela realização ou
não de audiência de conciliação ou de mediação.
FPPC 19: São admissíveis os seguintes negócios processuais, dentre outros: pacto
de impenhorabilidade, acordo de ampliação de prazos das partes de qualquer
natureza, acordo de rateio de despesas processuais, dispensa consensual de
assistente técnico, acordo para retirar o efeito suspensivo de recurso15, acordo
para não promover execução provisória; pacto de mediação ou conciliação
extrajudicial prévia obrigatória, inclusive com a correlata previsão de exclusão da
audiência de conciliação ou de mediação prevista no art. 334; pacto de exclusão
contratual da audiência de conciliação ou de mediação prevista no art. 334; pacto
de disponibilização prévia de documentação (pacto de disclosure), inclusive com
estipulação de sanção negocial, sem prejuízo de medidas coercitivas,
mandamentais, sub-rogatórias ou indutivas; previsão de meios alternativos de
comunicação das partes entre si; acordo de produção antecipada de prova; a
escolha consensual de depositário-administrador no caso do art. 866; convenção
que permita a presença da parte contrária no decorrer da colheita de depoimento
pessoa.
b) Convenção Incidental – negócio jurídico processual durante o processo (art. 190
c/c o art. 334, §4º do CPC e Enunciado 19 do FPPC).
Cabe agravo de instrumento ou apelação contra a decisão pela qual o juiz aplica a
multa pelo não comparecimento à audiência de conciliação ou de mediação?
Daí por que a doutrina considera suficiente para afastar a penalidade a presença
da parte ou do seu representante legal (que pode ou não ser o seu advogado).
Desse modo, ficando demonstrado que os procuradores da ré, munidos de
procuração com poderes para transigir, estiveram presentes na audiência, tem-se
como manifestamente ilegal a aplicação da multa por ato atentatório à dignidade
da Justiça. De fato, a ausência de conciliação, por si só, também não autorizaria a
aplicação da multa. RMS 56.422-MS, Rel. Min. Raul Araújo, Quarta Turma, por
unanimidade, julgado em 08/06/2021, Info 700.
Obs. Se a citação eletrônica não for confirmada em três dias úteis do recebimento,
o ato processual não se presumirá efetivado, e deverá ser procedida a citação pelo
correio ou pelos demais meios admitidos.
Termo inicial
O termo inicial é o primeiro dia útil seguinte, conforme artigo 224, CPC.
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia
do começo e incluindo o dia do vencimento. § 1º Os dias do começo e do
vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se
coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado
depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica. §
2º Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da
disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico. § 3º A contagem do
prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação.
CJF 122 - O prazo de contestação é contado a partir do primeiro dia útil seguinte à
realização da audiência de conciliação ou mediação, ou da última sessão de
conciliação ou mediação, na hipótese de incidência do art. 335, inc. I, do CPC.
Prazo em Dobro
Fazenda Pública (União, Estados, Municípios, Distrito Federal, Autarquias e
Fundações Públicas)
Ministério Público
Defensoria pública e assemelhados (escritórios de prática jurídica das
faculdades de direito e entidades que prestam assistência judiciária gratuita em
convênio com a defensoria pública)
Litisconsortes com procuradores diferentes (desde que os autos não sejam
eletrônicos e que os advogados pertençam a escritórios de advocacia distintos).
**Ministério público e defensoria terão prazo em dobro somente se não for prazo
especifico para eles.
Contestação
Princípio da Eventualidade ou concentração de defesa: toda a defesa deverá ser
concentrada na contestação, sob pena de preclusão.
É necessário lembrar que ainda assim deverá ser concedido contraditório, ainda
que trate-se de fato cognoscível de oficio.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo
ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em
consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a
decisão. Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes
sobre ele antes de decidir
Defesa processual
São as previstas no artigo 337, CPC.
Caso não possam ser conhecidas de ofício, serão denominadas exceção. Ex:
Exceção de pré-executividade. Somente são exceções no artigo 337 a convenção
de arbitragem e a incompetência relativa, conforme §5º.
Caso o réu alegue a ilegitimidade passiva, o autor terá prazo de 15 dias para
indicar a parte correta. O autor deverá pagar honorários de sucumbência de 3 a
5%.
Caso o réu saiba a parte correta, pela boa fé e cooperação, deverá indicar a parte
competente, sob pena de ter que indenizar o autor.
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o
responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias,
a alteração da petição inicial para substituição do réu. Parágrafo único. Realizada a
substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao
procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do
valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º.
Obs. art. 85, § 8º: por apreciação equitativa do juiz (pelo senso de justiça dele),
atendendo a critérios como o zêlo profissional, a importância da causa etc.
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo
da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar
com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da
falta de indicação.
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial
para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
Terceira Turma do STJ “Com efeito, a Terceira Turma do STJ já decidiu que a
incidência da previsão do art. 338 do CPC/15 é exclusiva da hipótese em que há a
extinção do processo em relação ao réu originário, com a inauguração de um novo
processo, por iniciativa do autor, em relação a um novo réu?, razão pela qual se
ausentes essas circunstâncias específicas, descabe cogitar da fixação de
honorários mencionada no parágrafo único do art. 338 do CPC/15 (REsp
1.800.330/SP, 3ª Turma, DJe 04/12/2020). (...) Além disso, a Quarta Turma do STJ
já teve a oportunidade de afirmar que a previsão de redução do percentual dos
honorários advocatícios somente se aplica quando, invocada pelo requerido sua
ilegitimidade passiva, realizar o autor a substituição da parte” (AgInt no AREsp
1.317.147/PR, 4ª Turma, DJe 04/05/2020). (AgInt no REsp 1912926/PR, Rel.
Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/11/2021,
DJe 19/11/2021)
O juiz pode ouvir o autor de ofício, antes de qualquer manifestação do réu? Sim.
O autor pode substituir o réu por alguém não indicado por ele? O autor pode
incluir, como litisconsorte passivo, pessoa não indicada pelo réu? Sim.
O autor, ouvido em quinze dias, pode tomar qualquer dessas atitudes: não
substituir o réu; substituir o réu pela pessoa indicada por ele; substituir o réu por
alguém não indicado por ele; incluir, como litisconsorte passivo, a pessoa indicada
pelo réu; incluir, como litisconsorte passivo, alguém não indicado pelo réu.
FPPC 42: (art. 339) O dispositivo aplica-se mesmo a procedimentos especiais que
não admitem intervenção de terceiros, bem como aos juizados especiais cíveis,
pois se trata de mecanismo saneador, que excepciona a estabilização do processo.
FPPC 511: A técnica processual prevista nos arts. 338 e 339 pode ser usada, no
que couber, para possibilitar a correção da autoridade coatora, bem como da
pessoa jurídica, no processo de mandado de segurança. CJF 123: Aplica-se o art.
339 do CPC à autoridade coatora indicada na inicial do mandado de segurança e à
pessoa jurídica que compõe o polo passivo.
Defesa de mérito
Contém questões de fato e de direito.
Atenção ao ônus da impugnação especificada dos fatos: cada fato deve ser
impugnado individualmente, caso contrário será presumido o fato não impugnado
como verdadeiro. Não é admitida contestação por negativa geral, exceto no caso
do defensor público, advogado dativo e curador especial – art. 341, CPC.
Art. 341. Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se
aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial
Revelia
É a falta de contestação, contestação fora do prazo, ou equivocada.
É possível no JEC, se ausente em audiência, e também nos demais juízos, caso haja
irregularidade na representação.
Efeitos da revelia
Presunção de veracidade ou confissão ficta (efeito material da revelia):
todos os fatos narrados pelo autor presumem-se verdadeiros.
Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão
verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
A presunção é relativa, logo, admite prova em contrário, sendo possível que o juiz
determine a prova de oficio, ou pelo réu revel, ao tempo que ingressar nos autos.
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: I – havendo
pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; II – o litígio versar sobre
direitos indisponíveis; III – a petição inicial não estiver acompanhada de
instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; IV – as alegações de
fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com
prova constante dos autos.
Uma parcela da doutrina entende que não há confissão ficta no caso de ação
rescisória, vez que tem em seu favor a coisa julgada. No caso dos embargos a
execução a situação é a mesma, vez que p embargado tem a seu fato o titulo
executivo.
O revel não deverá ter requerida a produção de prova e não era necessária a
produção de outras provas.
Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data
de publicação do ato decisório no órgão oficial. Parágrafo único. O revel poderá
intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se
encontrar.
Reconvenção
A reconvenção é ação proposta pelo réu (que na reconvenção se torna reconvinte)
contra o autor (que na reconvenção se torna reconvindo).
Requisitos:
A reconvenção pode ser proposta pelo réu e terceiro ou contra o autor e terceiro,
seja este litisconsorte necessário ou facultativo. FPPC 674: A admissibilidade da
reconvenção com ampliação subjetiva não se restringe às hipóteses de
litisconsórcio necessário.
Tendo em vista que a reconvenção tem o mesmo caráter de ação, deverá ser
possível sua correção. CJF 120: Deve o juiz determinar a emenda também na
reconvenção, possibilitando ao reconvinte, a fim de evitar a sua rejeição
prematura, corrigir defeitos e/ou irregularidades.
Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito
da revelia previsto no art. 344 , ordenará que o autor especifique as provas que
pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado.
Obs. Art. 218. § 3º Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será
de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte.
b) Réplica: caso sejam alegadas as matérias do art. 337 (defesa processual) ou fato
impeditivo, modificativo ou extintivo pelo réu. O prazo será de 15 dias.
Os demais casos.
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos
formulados ou parcela deles: I - mostrar-se incontroverso; II - estiver em
condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355 .
Quando se fala aqui de Mérito, penso que o sentido é mais amplo, abrangendo as
decisões de mérito do 487. Ex. prescrição parcial.
Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II
e III , o juiz proferirá sentença. Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput
pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que será impugnável
por agravo de instrumento.
Liquidação e Cumprimento
Se líquida a obrigação, poderá ser iniciado o cumprimento de sentença. Se houver
recurso, o cumprimento será provisório. Se não houver recurso, haverá
cumprimento definitivo. O cumprimento provisório dispensa a caução.
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos
casos em que: I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua
origem; II - o credor demonstrar situação de necessidade; III - pender o agravo
fundado nos incisos II e III do art. 1.042 ; III – pender o agravo do art. 1.042;
(Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) IV - a sentença a ser
provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência
do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em
conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos.
Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa
resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação.
Art. 356. § 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo
de instrumento.
Por isso, o recurso cabível é de agravo de instrumento.
Enunciado 61: Deve ser franqueado às partes sustentar oralmente as suas razões,
na forma e pelo prazo previsto no art. 937, caput, do CPC, no agravo de
instrumento que impugne decisão de resolução parcial de mérito (art. 356, § 5º,
do CPC).
Enunciado 117 da Jornada do CJF. O art. 356 do CPC pode ser aplicado nos
julgamentos do s tribunais.
Enunciados do FPPC
Enunciados CJF
125: “A decisão parcial de mérito não pode ser modificada senão em decorrência
do recurso que a impugna.”
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em
decisão de saneamento e de organização do processo: I - resolver as questões
processuais pendentes, se houver; II - delimitar as questões de fato sobre as quais
recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; III -
definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373 ; IV - delimitar as
questões de direito relevantes para a decisão do mérito; V - designar, se
necessário, audiência de instrução e julgamento. § 1º Realizado o saneamento, as
partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo
comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável. § 2º As partes
podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das
questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se
homologada, vincula as partes e o juiz. § 3º Se a causa apresentar complexidade
em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o
saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz,
se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações. § 4º
Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo
comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de
testemunhas. § 5º Na hipótese do § 3º, as partes devem levar, para a audiência
prevista, o respectivo rol de testemunhas. § 6º O número de testemunhas
arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a
prova de cada fato. § 7º O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando
em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados. § 8º
Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o
disposto no art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua
realização. § 9º As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1
(uma) hora entre as audiências.
Pontos de destaque
FPPC 427: A proposta de saneamento consensual feita pelas partes pode agregar
questões de fato até então não deduzidas
FPPC 428: A integração e o esclarecimento das alegações nos termos do art. 357,
§3° , não se confundem com o aditamento do ato postulatório previsto no art.
329.
O direito à prova constitui garantia processual constitucional art. 5.º, LIV Nessa
medida, o pedido de produção de provas somente pode ser indeferido, à luz do
art. 370, parágrafo único, quando “inúteis ou protelatórias”.
Objeto
Fato jurídico PERTINENTE (diz respeito ao processo), RELEVANTE (influencia o
resultado do processo) e CONTROVERTIDO (impugnado).
Obs. O art. 374 do CPC fala sobre os fatos que independem de prova, como, por
exemplo, os notórios.
Prova de Direito
É possível? Sim.
Ônus da prova
Há duas teorias sobre o ônus da prova:
Teoria Estática
Art. 373. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de
seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito do autor.
É a regra geral.
Requisitos:
b) Judicial: o juiz atribui o ônus da prova a quem tem maior facilidade de provar
(carga dinâmica, exigindo fundamentação e possibilidade/oportunidade da parte
se desincumbir do ônus) ou nas demais situações em que a lei autoriza ele atribuir
de modo diverso (inversão, v.g., Art. 6º, VIII do CDC)
Recurso
Da decisão que redistribuir o ônus da prova nos termos do § 1º do art. 373 caberá
o recurso de agravo de instrumento (inciso XI do art. 1.015 do CPC).
Art. 406. Quando a lei exigir instrumento público como da substância do ato,
nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.
Art. 444. Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obrigação, é admissível a
prova testemunhal, quando houver começo de prova por escrito, emanado da
parte contra a qual se pretende produzir a prova.
Meios de Provas
Provas típicas e provas atípicas: provas típicas são as com previsão legal, e
atípicas as com ausência de disposição legal expressa.
Prova ilegal: Não é admitida. Podem ser: a) ilegítima – viola norma de
direito processual; b) ilícita – viola norma de direito material.
Sim!
Prova emprestada
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo,
atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.
Não.
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os
moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a
verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na
convicção do juiz.
FPPC 515: “Aplica-se o disposto no art. 489, §1° , também em relação às questões
fáticas da demanda”.
FPPC 516: Para que se considere fundamentada a decisão sobre os fatos, o juiz
deverá analisar todas as provas capazes, em tese, de infirmar a conclusão
adotada.
Natureza Jurídica
Ação – tem uma pretensão própria: o direito à produção antecipada da prova.
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
§1º O arrolamento de bens observará o disposto nesta Seção quando tiver por
finalidade apenas a realização de documentação e não a prática de atos de
apreensão. (arrolamento de bens) (...)
E prova documental?
Art. 382. § 3 o Os interessados poderão requerer a produção de qualquer prova no
mesmo procedimento, desde que relacionada ao mesmo fato, salvo se a sua
produção conjunta acarretar excessiva demora.
Jornada do CJF
STJ
Competência
Art. 381. § 2 o A produção antecipada da prova é da competência do juízo do foro
onde esta deva ser produzida ou do foro de domicílio do réu. § 3 o A produção
antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação que venha
a ser proposta. 4 o O juízo estadual tem competência para produção antecipada
de prova requerida em face da União, de entidade autárquica ou de empresa
pública federal se, na localidade, não houver vara federal.
Defesa e Recurso
Art. 382. § 1 o O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a citação
de interessados na produção da prova ou no fato a ser provado, salvo se
inexistente caráter contencioso. § 4 o Neste procedimento, não se admitirá
defesa ou recurso, salvo contra decisão que indeferir totalmente a produção da
prova pleiteada pelo requerente originário.
E tutela de urgência?
Honorários
Há condenação em honorários? Só se houver resistência da parte contrária.
Coisa Julgada
Faz coisa julgada? Não.
Provas em Espécie
Depoimento pessoal
Depoimento Pessoal é o testemunho prestado por uma das partes em juízo. O
autor pode requerer o depoimento pessoal do réu e este pode requerer o
depoimento pessoal do réu daquele.
Art. 386. Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao que lhe
for perguntado ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais circunstâncias
e os elementos de prova, declarará, na sentença, se houve recusa de depor.
Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a fim de que
esta seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do
poder do juiz de ordená-lo de ofício.
Produção
Prova documental
Documento é toda e qualquer coisa capaz de representar um fato.
Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos
novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados
ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos. Parágrafo único.
Admite-se também a juntada posterior de documentos formados após a petição
inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou
disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o motivo
que a impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso,
avaliar a conduta da parte de acordo com o art. 5º.
Documentos Eletrônicos
Falsidade do documento
Cinco vias para a declaração da falsidade:
SIMPLES ALEGAÇÃO
INCIDENTE DE FALSIDADE
AÇÃO DECLARATÓRIA AUTÔNOMA
AÇÃO RESCISÓRIA
PROCESSO CRIMINAL
Formas mais comuns de arguição de falsidade (simples alegação e incidente de
falsidade): arts. 430 ao 433
Alegação simples nos autos: se não houver pedido declaratório, será decida como
questão incidental e não transitará em julgado; o juiz decide na apreciação do
conjunto probatório.
Art. 431. A parte arguirá a falsidade expondo os motivos em que funda a sua
pretensão e os meios com que provará o alegado.
Art. 432. Depois de ouvida a outra parte no prazo de 15 (quinze) dias, será
realizado o exame pericial. Parágrafo único. Não se procederá ao exame pericial se
a parte que produziu o documento concordar em retirá-lo.
Prova testemunhal
Prova testemunhal é a que se obtém através da declaração prestada em juízo por
pessoa estranha ao litígio, a respeito de fatos percebidos pelos sentidos.
Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obrigação, é admissível a prova
testemunhal quando houver começo de prova por escrito, emanado da parte
contra a qual se pretende produzir a prova.
Testemunha
Podem depor todas as testemunhas, exceto, segundo o CPC, as incapazes,
impedidas e suspeitas, e, segundo o CC, as que não podem ser admitidas como
testemunhas.
Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes,
impedidas ou suspeitas.
Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas: (Vide Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência) I - os menores de dezesseis anos; (..revogados..) IV - o interessado
no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes; V - os cônjuges, os
ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro grau de alguma das
partes, por consangüinidade, ou afinidade.
Art. 455. Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele
arrolada do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-se a
intimação do juízo. § 1º A intimação deverá ser realizada por carta com aviso de
recebimento, cumprindo ao advogado juntar aos autos, com antecedência de pelo
menos 3 (três) dias da data da audiência, cópia da correspondência de intimação e
do comprovante de recebimento. § 2º A parte pode comprometer-se a levar a
testemunha à audiência, independentemente da intimação de que trata o § 1º,
presumindo-se, caso a testemunha não compareça, que a parte desistiu de sua
inquirição. § 3º A inércia na realização da intimação a que se refere o § 1º importa
desistência da inquirição da testemunha. § 4º A intimação será feita pela via
judicial quando: I – for frustrada a intimação prevista no § 1º deste artigo; II – sua
necessidade for devidamente demonstrada pela parte ao juiz; III – figurar no rol
de testemunhas servidor público ou militar, hipótese em que o juiz o requisitará
ao chefe da repartição ou ao comando do corpo em que servir; IV – a testemunha
houver sido arrolada pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública; V – a
testemunha for uma daquelas previstas no art. 454. § 5º A testemunha que,
intimada na forma do § 1º ou do § 4º, deixar de comparecer sem motivo
justificado será conduzida e responderá pelas despesas do adiamento.
Obs. Mesmo que o juiz acolha a contradita, poderá ouvir a testemunha como
informante.
O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente, primeiro as do autor e
depois as do réu, e providenciará para que uma não ouça o depoimento das
outras.
Forma de perguntar
Testemunhas do autos – testemunhas do réu.
Perguntas: juiz, advogado que arrolou, advogado da parte contrária, e por ultimo,
MP, se o caso.
Prova pericial
Prova pericial é aquela realizada por um terceiro imparcial detentor de
conhecimento técnico específico, nomeado pelo juiz ou, conforme o caso,
escolhido pelas partes.
Regra geral, o juiz nomeará o perito (ou ele será escolhido pelas partes), fixando
de imediato o prazo para a entrega do laudo.
QUINZE DIAS: contados da intimação do despacho de nomeação do perito,
incumbe às partes: I – Arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o
caso; II indicar o assistente técnico; II - apresentar quesitos.
ATÉ VINTE DIAS: O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo
juiz, pelo menos vinte dias antes da audiência de instrução e julgamento.
Sentença
Os pronunciamentos do juiz são três:
Despachos
Decisões interlocutórias
Sentenças
Sentença é o ato pelo qual o juiz, com fundamento no art. 485 ou 487, CPC, por
fim a fase de conhecimento ou extingue a execução. Possui caráter decisório,
sendo recorrível por apelação.
Acórdãos são decisões de turma recursal, câmara. É recorrido por RE, RESP e
embargos de divergência.
Espécies de sentença
Sentença determinativa ou dispositiva: sentença que decide relação jurídica
continuativa, cujos efeitos se prolongam no tempo. Faz coisa julgada material?
Art. 505, CPC.
Há três correntes:
Pontos importantes
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe
submeterem.
Se houver falta de fundamentação, serrá cabível apelação, podendo, neste caos, o tribunal
julga-la, pela teoria da causa madura, art. 1013, IV, CPC.
Juízo de retratação
Sentença processual sem julgamento do mérito (485, §7º), indeferimento da inicial (331),
improcedência liminar (332).
Se a apelação for intempestiva, não é possível o juízo de retratação – FPPC, enunciado 293,
jornada do CJF, enunciado 68.
Coisa julgada
Coisa julgada Formal
Implica na imutabilidade e indiscutibilidade de sentença ou decisão, que não mais poderá
ser revista.
A coisa julgada não pode prejudicar terceiros (506), mas poderá, portanto, afetar terceiros
para beneficiá-los. Entende-se, porem, que os terceiros devem ser relacionados ao
processo - Enunciado 36, jornada do CJF.
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites
da questão principal expressamente decidida.
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como
questão principal.
Pontos de atenção
FPPC 165
FPPC 437
FPPC 438
FPPC 338
FPPC 439
FPPC 638
Alguns autores ainda admitem a propositura de ação declaratória incidental para o caso de
falta de eventual requisito analisado na decisão.
Reexame necessário
Consiste no reexame pelo tribunal da material da sentença.
Hipóteses de reexame
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal, a sentença:
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz
ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo
tribunal avocá-los-á.
Inaplicabilidade de Reexame
Art. 496, CPC
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias
e fundações de direito público.
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos repetitivos;
Atenção
Sentença ilíquida contra a fazenda pública cabe reexame – sumula 490, STJ
Ao apreciar o reexame, o tribunal pode piorar a situação da FP? Não, vez que o
reexame visa proteger o erário.
Tutela Provisória
Conceito
A tutela provisória é uma tutela jurisdicional sumária não definitiva.
Sumária, porque fundada em cognição sumária, ou seja, fundada num exame menos
aprofundado da causa. Exige-se apenas um juízo de probabilidade, e não um juízo de
certeza. A cognição é o quanto o juiz poderá analisar de materiais sobre o caso, se
exauriente, mas no caso da tutela, não há informações sobre a defesa, que ainda não
ocorreu.
Não definitiva, porque normalmente não dura para sempre, ou seja, normalmente nasce
para ser substituída por outra
Obs. A tutela cautelar tida por muitos como temporária, e não provisória; não nasce para
ser substituída por outra; durará enquanto for útil
Plano vertical: A cognição é vista de acordo com a profundidade de análise das matérias.
Se o juiz puder apreciar a matéria de modo profundo, a cognição será profunda ou
exauriente. Se o juiz julga com base na aparência ou mera probabilidade, e não com base
em certeza, a cognição é sumária. Quando o sistema permite que o juiz julgue com
probabilidade, ganha-se em celeridade e perde-se em segurança (a probabilidade de o juiz
errar é bem maior). Por exemplo, as tutelas de urgência trabalham com a cognição
sumária, pois exigem fumus boni juris.
a)De urgência
b)De evidência
a.1) Cautelar: visa conservar a satisfação do direito buscado. Ex: impedir dilapidação de
patrimônio.
O que se entende por liminar? Liminar é uma tutela provisória, concedida sem a oitiva da
outra parte.
Tutela de Urgência
Princípio da isonomia - art. 5º, caput da CF – reequilíbrio de forças (o ônus do tempo recai
sobre aquele que provavelmente não tem direito, e não apenas sobre o autor).
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXV - a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Pelo CPC de 2015 todas as tutelas cautelares foram incluídas em um único procedimento,
e sem a necessidade de distinção de uma para as outras.
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que: I - haja fundado
receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na
pendência da ação; II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a
autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito; III - o prévio
conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
Efetivada a cautelar, não é necessário aditar a inicial, conforme tutela antecedente, trata-
se de procedimento autônomo.
Há direito geral de cautela, baseado na CF, que possibilita o ingresso com ação cautelar
autônoma, ainda que não haja expressa disposição desta no Código.
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter
antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se
objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Parágrafo
único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz
observará o disposto no art. 303.
A fungibilidade é uma via de mão dupla (da antecipada para a cautelar – fungibilidade
regressiva – e da cautelar para a antecipada – fungibilidade progressiva)? Sim! A
fungibilidade é de mão dupla.
Existe fungibilidade entre antecipada e cautelar nominada? Sim, uma vez que os requisitos
são os mesmos. Enunciado 45 da Jornada de Direito Processual do CJF. CJF 45: Aplica-se às
tutelas provisórias o princípio da fungibilidade, devendo o juiz esclarecer as partes sobre o
regime processual a ser observado.
É importante que o juiz, ao converter, esclareça que adotou a fungibilidade, vez que
importa em procedimentos diversos.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Art. 300. § 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando
houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
FFPC 419: “Não é absoluta a regra que proíbe a tutela provisória com efeitos irreversíveis”
ENFAM 25: A vedação da concessão de tutela de urgência cujos efeitos possam ser
irreversíveis (art. 300, § 3º do CPC/2015) pode ser afastada no caso concreto com base na
garantia do acesso à Justiça (art. 5º, XXXXV da CRFB).
CJF 40: A irreversibilidade dos efeitos da tutela de urgência não impede sua concessão, em
se tratando de direito provável, cuja lesão seja irreversível.
Para a tutela de evidencia não há estes requisito expresso, mas há quem entenda que o
requisito é igualmente exigível.
Caução
É possível que seja exigida caução, para garantia no caso de irreversibilidade.
Aplica-se a teoria do risco proveito, de forma que a concessão da tutela causa proveito,
contudo, um risco de que futuramente seja determinado o reestabelecimento do estado
anterior.
Art. 300. § 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir
caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a
sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não
puder oferecê-la.
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em
que: I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem; II - o
credor demonstrar situação de necessidade; III – pender o agravo do art. 1.042; (Redação
dada pela Lei nº 13.256, de 2016) IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver
em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do
Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de
casos repetitivos. Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa
possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação.
Além destes requisitos, no caso de hipossuficiência poderá ser dispensada – art. 300, § 1º,
CPC.
O juiz pode conceder tutela de urgência sem ouvir a outra parte? Em regra, não. Art. 9o
Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Mas, no caso da tutela de urgência há exceções: Art. 9o Parágrafo único. O disposto no
caput não se aplica: I - à tutela provisória de urgência; II - às hipóteses de tutela da
evidência previstas no art. 311, incisos II e III; III - à decisão prevista no art. 701.
O juiz pode conceder a tutela de urgência de ofício? Penso que não é possível a concessão
de tutela de urgência de ofício, pois: A) Salvo disposição legal em contrário, o juiz não
pode decidir de ofício; B) Não se trata de uma matéria de ordem pública; C) A parte pode
não ter interesse na obtenção da tutela (v.g., em razão da teoria do risco-proveito – art.
302 do CPC); D) Fere a imparcialidade do juiz;
O requerimento de tutela provisória pode ser formulado pelo réu? Sim, não é somente o
autor que pode requerer, e ter direito a jurisdição efetivação. O assistente simples e o MP
também podem fazê-lo.
Será antecedente quando requerida antes do pedido principal. Não haverá um processo
autônomo para o requerimento de tutela de urgência antecedente. O requerente fará uma
petição simples com o pedido de tutela de urgência e depois, tempestivamente, aditará
essa petição, formulando o pedido principal, independentemente de novas custas (art. 295
do CPC de 2015).
Por sua vez, será incidental quando requerida simultaneamente ao pedido principal ou
após o pedido principal.
Cabe tutela de urgência antecedente em ação rescisória? Sim, inclusive para suspender o
cumprimento da decisão rescindenda. Art. 969. A propositura da ação rescisória não
impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela
provisória. Pode ser requerida em caráter antecedente ou incidental, vez que não há
vedação.
CJF 44: É requisito da petição inicial da tutela cautelar requerida em caráter antecedente a
indicação do valor da causa.
Obs. Se a medida adequada for a tutela antecipada, ocorre a fungibilidade
b) Réu citado para contestar em cinco dias, podendo indicar provas (nada impede, porém,
a concessão da tutela cautelar de forma antecipada, liminarmente – inaudita altera parte –
ou após justificação prévia. Dessa decisão, caberá agravo de instrumento – art. 1015, I do
CPC).
Fase Principal
Terceira Turma do STJ - “A contagem do prazo de 30 (trinta) dias previsto no art. 308 do
CPC/2015 para formulação do pedido principal se inicia na data em que for totalmente
efetivada a tutela cautelar. ”
“O cerne da controvérsia consiste em saber qual o termo inicial para a contagem do prazo
de 30 (trinta) dias previsto no art. 308 do NCPC para formulação do pedido principal
quando a medida constritiva antecedente é cumprida de forma parcial. Dispõe o referido
dispositivo legal que "Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado
pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos
em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas
custas processuais". Infere-se, portanto, que, quando a tutela cautelar for proposta em
caráter antecedente, o requerente deverá promover, nos mesmos autos, o pedido
principal no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da efetivação da medida liminar deferida,
sob pena de, em assim não fazendo, perder-se o efeito da providência antes concedida. A
fluência desse prazo se inicia, portanto, na data em que "efetivada a tutela cautelar", isto
é, a partir da sua implementação, da sua total satisfação. Com efeito, a previsão constante
no art. 308 do NCPC trata de prazo especial ex vi legis, com preceptivo normativo expresso
em todos os seus termos de início da sua contagem a partir de quando "efetivada a tutela
cautelar", de maneira que não há como interpretá-la restritivamente. O cumprimento
parcial da tutela de urgência não tem o condão de fazer com que o prazo de 30 (trinta)
dias para a formulação do pedido principal comece a fluir a partir daquele momento.
Ressalte-se que o entendimento de que o termo inicial do prazo de 30 (trinta) dias recai
na data do primeiro ato de constrição só tem cabimento nas hipóteses de concessão de
múltiplas medidas cautelares em que, pelo menos, uma delas é cumprida de forma
integral.” (STJ – Terceira Turma, REsp 1.954.457-GO, Rel. Min. Moura Ribeiro, Terceira
Turma, por unanimidade, julgado em 9/11/2021, DJe de 11/11/2021, Informativo 718)
Obs. Cessa a eficácia da cautelar nas hipóteses do art. 309 (por exemplo: o autor não
deduzir o pedido principal no prazo legal).
Segundo Fernando Gajardoni, “Deve-se buscar uma interpretação útil e consentânea como
o modelo de aceleração e simplificação proposto pelo CPC/2015. Por isso, entende-se que
a definição do procedimento cautelar antecedente estará a depender da concessão ou não
da tutela em caráter antecipado. Concedida a cautelar liminarmente ou após justificação
prévia (artigo 300, § 2º CPC/2015), o réu será citado/intimado do pedido e da medida
deferida. No entanto, o contraditório pleno se dará após a efetivação da medida e
apresentação do pedido principal nos próprios autos da cautelar (artigo 308 e parágrafos
do CPC/2015). Evidentemente, assegura-se ao prejudicado, inclusive porque
citado/intimado da medida antecipada deferida, o direito de intervir no processo para
pleitear reconsideração da tutela liminar cautelar, ou mesmo para agravar de tal decisão
(artigo 1.015, I, do CPC/2015).
Entretanto, não haverá espaço para a resposta propriamente dita nesse instante
processual, o que levaria a uma desnecessária e inexplicável duplicação de defesas ante a
iminência com que será apresentada a defesa da pretensão principal (na qual estará
inserida a pretensão cautelar).
Fase Principal
b) Concedida a tutela, o autor aditará a petição em quinze dias ou prazo maior que o juiz
fixar, complementando a causa de pedir, juntando documentos e confirmando o pedido,
sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito (como se trata do mesmo
processo, não haverá o pagamento de novas custas).
Questão: Como devem ser contados os prazos para recorrer e aditar a petição?
O prazo é de 15 dias para aditar, ou prazo maior que o juiz determinar. Se indeferida, o
prazo é de 5 dias para aditar.
Como é contado o prazo? Eles são são concomitantes, mas, subsequentes, conforme
entendimento do STJ, e exigem intimação específica:
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da
decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso. § 1º No caso previsto no
caput, o processo será extinto.
Alguns autores, como Daniel Mitidiero, Fredie Didier, Rafael Alexandria de Oliveira e Paula
Sarno Braga, entendem que outras manifestações do réu no prazo do recurso impedem a
estabilização (v.g., contestação ou manifestação pela realização da audiência de
conciliação ou de mediação).
Não há indicação se a extinção será com ou sem resolução do mérito, e não há previsão no
CPC.
No que tange a indicação de recurso, há que entenda que qualquer tipo de impugnação
serve, pois a parte não seria obrigada a recorrer. Contudo, há quem indique que a menção
é de recurso em sentido estrito, seja este agravo, ou outro.
Terceira Turma do STJ “É de se observar, porém, que, embora o caput do art. 304 do
CPC/2015 determine que "a tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se
estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso", a leitura
que deve ser feita do dispositivo legal, tomando como base uma interpretação sistemática
e teleológica do instituto, é que a estabilização somente ocorrerá se não houver qualquer
tipo de impugnação pela parte contrária, sob pena de se estimular a interposição de
agravos de instrumento, sobrecarregando desnecessariamente os Tribunais, além do
ajuizamento da ação autônoma, prevista no art. 304, § 2º, do CPC/2015, a fim de rever,
reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada.” (STJ – Terceira Turma, REsp
1760966 / SP, rel. Min. Marco Aurélio Belizze, DJe 07/12/2018)
Ação Revisional
Para rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada (para afastar a estabilidade dos
efeitos da tutela), é preciso promover uma ação revisional. Obs. Fala-se aqui em: técnica
monitória de contraditório diferido ou inversão do ônus de demandar.
Aspectos Importantes:
Legitimidade
Legitimidade: essa ação pode ser proposta por qualquer das partes.
Competência
Prazo
Prazo: prazo decadencial de dois anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o
processo.
Tutela Antecipada
Tutela antecipada: na ação revisional pode-se requerer uma tutela antecipada para
suspender os efeitos da decisão estabilizada.
Art. 304. § 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever,
reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput. § 3º A tutela
antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por
decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2º. § 4º Qualquer das partes poderá
requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, para instruir a
petição inicial da ação a que se refere o § 2º, prevento o juízo em que a tutela antecipada
foi concedida. § 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto
no § 2º deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que
extinguiu o processo, nos termos do § 1º.
Segundo o Código, não HÁ COISA JULGADA MATERIAL, mas a tutela SE TORNA ESTÁVEL,
cabendo contra ela, no prazo de dois anos, a propositura de uma ação revisional.
Art. 304. § 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade
dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar,
proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2º deste artigo.
Questão - O que ocorre após o prazo de dois anos? Pode-se falar em coisa julgada material
após o prazo de dois anos para a propositura da ação revisional?
B) Para alguns, é possível rever a eficácia após decisão a respeito do direito, enquanto para
outros não é possível rever os efeitos práticos após decisão a respeito do direito, embora
seja possível obter indenização; C) Não há eficácia positiva da estabilização;
FPPC 33: Não cabe ação rescisória nos casos estabilização da tutela antecipada de
urgência.
ENFAM 27: Não é cabível ação rescisória contra a decisão estabilizada na forma do art. 304
do CPC/2015.
Questão Há estabilização de tutela antecipada em ação rescisória? FPPC 421: Não cabe
estabilização de tutela antecipada em ação rescisória. CJF 43: Não ocorre a estabilização
da tutela antecipada requerida em caráter antecedente, quando deferida em ação
rescisória.
Tutela de Evidência
Trata-se de uma tutela sumária satisfativa fundada exclusivamente num juízo de alto grau
de probabilidade ou de quase-certeza da pretensão de direito material, que prescinde da
urgência.
Uma delas é uma tutela punitiva (inciso I) enquanto as outras são tutelas documentadas
(incisos II, III e IV).
Observações
b) A maioria sustenta que é uma tutela punitiva ou sancionatória; outros dizem que não é
uma sanção, pois se fosse, sobreviveria à improcedência.
d) para Fredie Didier Jr., Curso de Direito Processual Civil, v. 1, “As expressões ‘abuso de
direito de defesa’ e ‘manifesto propósito protelatório’ têm sentidos distintos: aquela
abrange atos praticados dentro do processo, em defesa, o que inclui os atos protelatórios
praticados no processo; esta última se refere aos comportamentos da parte, protelatórios,
adotados fora do processo (ex.: simulação de doença, ocultação de prova etc.)
c) ENFAM 30: É possível a concessão da tutela de evidência prevista no art. 311, II, do
CPC/2015 quando a pretensão autoral estiver de acordo com orientação firmada pelo
Supremo Tribunal Federal em sede de controle abstrato de constitucionalidade ou com
tese prevista em súmula dos tribunais, independentemente de caráter vinculante;
d) CJF 48: É admissível a tutela provisória da evidência, prevista no art. 311, II, do CPC,
também em casos de tese firmada em repercussão geral ou em súmulas dos tribunais
superiores;
f) ENFAM 31: A concessão da tutela de evidência prevista no art. 311, II, do CPC/2015
independe do trânsito em julgado da decisão paradigma.
Tutela documentada fundada contrato de depósito
Art. 311, III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada
do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa;
b) O CPC acabou com o procedimento especial da ação de depósito, mas não com a ação
de depósito.
Existem outras hipóteses de tutela de evidência, além das previstas no art. 311 do CPC?
Existem. Ex:
Liminar em ação possessória de força nova, com esbulho ou turbação com menos
de um ano e um dia – art. 562, CPC.
Expedição do mandado monitório na ação monitória, quando o direito do autor é
evidente – era. 701, CPC.
Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a
expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário,
determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para
comparecer à audiência que for designada. Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de
direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia
audiência dos respectivos representantes judiciais.
Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de
pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer,
concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de
honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa.
Art. 9º. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: II - às hipóteses de tutela da
evidência previstas no art. 311, incisos II e III; III - à decisão prevista no art. 701.
Art. 311. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir
liminarmente.
Art. 4o O Juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir medidas cautelares
no curso do processo, para evitar dano de difícil reparação.
Art. 5o Exceto nos casos do art. 4o , somente será admitido recurso de sentença definitiva.
Lei 12.153/2009
Art. 4o Exceto nos casos do art. 3o , somente será admitido recurso contra a sentença.
FPPC 418: As tutelas provisórias de urgência e de evidência são admissíveis no sistema dos
Juizados Especiais.
FONAJEF 178 - A tutela provisória em caráter antecedente não se aplica ao rito dos
juizados especiais federais, porque a sistemática de revisão da decisão estabilizada (art.
304 do CPC/2015)é incompatível com os arts. 4º e 6º da Lei nº 10.259/2001.
Relator
Art. 932. Incumbe ao relator: II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos
processos de competência originária do tribunal;
Impedimento ou Suspeição
Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o
impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual
indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a
alegação e com rol de testemunhas. § 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é
recebido o incidente ou quando este for recebido com efeito suspensivo, a tutela de
urgência será requerida ao substituto legal.
CJF 41: Nos processos sobrestados por força do regime repetitivo, é possível a apreciação
e a efetivação de tutela provisória de urgência, cuja competência será do órgão
jurisdicional onde estiverem os autos.
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de
contestação. § 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de
decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo
juízo competente.
Revogação ou Modificação
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a
qualquer tempo, ser revogada ou modificada. Parágrafo único. Salvo decisão judicial em
contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período de suspensão do
processo.
Ausência de Preclusão
Fundamentação Analítica
Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz
motivará seu convencimento de modo claro e preciso.
FPPC 141 - O disposto no art. 298, CPC, aplica-se igualmente à decisão monocrática ou
colegiada do Tribunal.
A tutela provisória pode ser revogada ou modificada sem que ocorra alteração do
quadro fático-probatório?
a) alguns admitem a modificação, desde que ocorra mudança fática – alterando o fumus
ou o periculum (Theodoro Jr., Calmon de Passos); b) alguns admitem a modificação, desde
que exista novo material probatório (Ovídio Baptista); c) alguns admite a modificação, por
simples mudança de opinião do juiz (Galeno Lacerda, Marcelo Lima Guerra etc.).
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo
com a boa-fé. Condutas corretas, leais e coerentes de todos os sujeitos do processo.
Venire contra factum proprium ou nemo potest venire contra factum proprium.
“Não desrespeita a autoridade de decisão do Tribunal ad quem a sentença que, com base
em novos fundamentos, restabelece tutela antecipada cassada em agravo de instrumento”
(STJ – Terceira Turma, REsp 1419262 / BA, rel. Min. João Otávio de Noronha, DJe
17/04/2015).
Cláusulas Gerais
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para
efetivação da tutela provisória. Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória
observará as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que
couber.
Teoria do Risco-Proveito
A parte beneficiada pela tutela ganha um proveito, mas tem um risco, de ter que
reparar eventuais prejuízos causados à outra parte, em caso de reversão da tutela
concedida.
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para
efetivação da tutela provisória. Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória
observará as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que
couber.
Cabe agravo de instrumento quanto ao ato pelo qual o juiz posterga a análise do
pedido de tutela de urgência ou o condiciona a algum requisito não previsto em
lei?
Sim. Vide:
Agravo Interno
É cabível, em se tratando de decisão monocrática.
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o
respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do
regimento interno do tribunal. FPPC 142: Da decisão monocrática do relator que
concede ou nega o efeito suspensivo ao agravo de instrumento ou que concede,
nega, modifica ou revoga, no todo ou em parte, a tutela jurisdicional nos casos de
competência originária ou recursal, cabe o recurso de agravo interno nos termos
do art. 1.021 do CPC.
RE ou REsp
Entende-se que não é cabível.
Argumentos contrários:
a) remessa necessária;
Argumentos favoráveis:
a) a remessa é só para sentença, não abrangendo as decisões interlocutórias –
aliás, no MS tem remessa e mesmo assim sempre se admitiu a concessão de
liminar;
Em um caso analisado naquela Corte (STJ. 1ª Turma. REsp 834.678/PR, rel. Min.
Luiz Fux, j. 26.06.2007, DJ 23.08.2007), entendeu-se que: “1. A tutela de urgência
pressupõe a impossibilidade de cumprimento de liturgias que posterguem a
prestação jurisdicional, sendo essa a ratio aferível na gênese do novel instituto. 2.
Deveras, a institucionalização dos provimentos urgentes é consectário do princípio
da inafastabilidade da jurisdição ou do acesso à justiça, que deve atuar de pronto
diante de ameaça ou lesão a direito individual ou coletivo. [...] 4. A ideia de
efetividade, auto-executoriedade e mandamentalidade ínsita aos provimentos de
urgência, cuja situação acautelada reclama satisfatividade imediata, conduzem à
conclusão da incompatibilidade com os meios que revelem postergação da
efetivação da tutela deferida, como sói ser o recebimento de apelação com efeito
suspensivo e, a fortiori, submissão da execução das mencionadas tutelas ao
regime de precatório. [...] 6. A possibilidade de graves danos decorrentes da
demora da efetivação do provimento antecipatório sub examine revela a
incompatibilidade da submissão da tutela de urgência ao regime do precatório,
máxime porque a pensão provisória a ser paga pelo Município requerido, até
decisão final da ação principal, é imprescindível para fazer face às despesas
médicas e terapêuticas da menor, acometida de encefalopatia grave e irreversível,
em decorrência de vacinação em posto de saúde do Município de Curitiba [...]” d)
a própria lei admite a tutela provisória contra fazenda pública, ao fazer restrições
pontuais.
PROCESSO CIVIL. TUTELA ANTECIPADA CONCEDIDA NA SENTENÇA. EFEITO DA
APELAÇÃO. O reexame necessário a que estão sujeitas as sentenças proferidas
contra a Fazenda Pública não constitui óbice à antecipação da tutela. O
recebimento da apelação apenas no efeito devolutivo, preservando a eficácia da
tutela antecipada concedida na sentença, não viola o art. 475, II, do Código de
Processo Civil. - Agravo regimental desprovido. (AgRg no AREsp 32608 / PE, rel.
Min. Ari Pargendler, DJe 04/02/2014).
Restrições:
CPC - Art. 1.059. À tutela provisória requerida contra a Fazenda Pública aplica-se o
disposto nos arts. 1º a 4º da Lei nº 8.437, de 30 de junho de 1992, e no art. 7º, §
2º, da Lei nº 12.016, de 7 de agosto de 2009.
Lei 12.016/09 - Art. 7o § 2o Não será concedida medida liminar que tenha por
objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens
provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos
e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer
natureza. § 5o As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas
neste artigo se estendem à tutela antecipada a que se referem os arts. 273 e 461
da Lei no 5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Lei 8.437/92 - Art. 1° Não será cabível medida liminar contra atos do Poder
Público, no procedimento cautelar ou em quaisquer outras ações de natureza
cautelar ou preventiva, toda vez que providência semelhante não puder ser
concedida em ações de mandado de segurança, em virtude de vedação legal. § 1°
Não será cabível, no juízo de primeiro grau, medida cautelar inominada ou a sua
liminar, quando impugnado ato de autoridade sujeita, na via de mandado de
segurança, à competência originária de tribunal. § 2° O disposto no parágrafo
anterior não se aplica aos processos de ação popular e de ação civil pública. § 3°
Não será cabível medida liminar que esgote, no todo ou em qualquer parte, o
objeto da ação. § 4° Nos casos em que cabível medida liminar, sem prejuízo da
comunicação ao dirigente do órgão ou entidade, o respectivo representante
judicial dela será imediatamente intimado. (Incluído pela Medida Provisória nº
2,180-35, de 2001) § 5o Não será cabível medida liminar que defira compensação
de créditos tributários ou previdenciários. (Incluído pela Medida Provisória nº
2,180-35, de 2001).
Súmula 212 STJ - A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em
ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória.
Lei 9.494/1997 - Art. 1º Aplica-se à tutela antecipada prevista nos arts. 273 e 461
do Código de Processo Civil o disposto nos arts. 5º e seu parágrafo único e 7º da
Lei nº 4.348, de 26 de junho de 1964, no art. 1º e seu § 4º da Lei nº 5.021, de 9 de
junho de 1966, e nos arts. 1º, 3º e 4º da Lei nº 8.437, de 30 de junho de 1992.
Lei 8.036/90 -Art. 29-B. Não será cabível medida liminar em mandado de
segurança, no procedimento cautelar ou em quaisquer outras ações de natureza
cautelar ou preventiva, nem a tutela antecipada prevista nos arts. 273 e 461 do
Código de Processo Civil que impliquem saque ou movimentação da conta
vinculada do trabalhador no FGTS. Incluído pela Medida Provisória nº 2.197-43, de
2001)
Inconstitucionalidade dos requisitos que impedem a tutela em MS
Recentemente o STF posicionou como inconstitucional os requisitos para tutela
em MS.
Vide:
Matéria Previdenciária
Súmula 729 do STF: A decisão na ADC-4 não se aplica à antecipação de tutela em
causa de natureza previdenciária.
O Pleno do STF, por maioria, julgou parcialmente procedente o pedido realizado
em ADI para declarar a inconstitucionalidade do art. 7º, § 2º, e do art. 22, § 2º, da
Lei nº 12.016/2009, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes,
Redator para o acórdão.
Lei do MS
Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: (...) § 2º Não será concedida medida
liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de
mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de
servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou
pagamento de qualquer natureza.”
Recursos
Teoria Geral de Recursos
Conceito
Meio que a lei (princípio da taxatividade) põe à disposição da parte vencida, do
MP e do terceiro prejudicado (legitimidade recursal), para anular, reformar,
esclarecer ou integrar, a decisão, dentro do processo em que proferida.
Natureza jurídica
A teoria que prevalece é que o recurso é o prolongamento de uma ação, dado que
não pode-se inovar na matéria, exceto em caso de fatos novos.
Algumas premissas:
Ex:
Súmula 115 do STJ: “Na instância especial é inexistente recurso interposto por
advogado sem procuração nos autos. ”
Recurso Prematuro
Súmula 418 do STJ
*O CPC de 2015 consagrou que deve-se dar o prazo de 5 dias para que sejam
sanados os vícios sanáveis.
FPPC 82: É dever do relator, e não faculdade, conceder o prazo ao recorrente para
sanar o vício ou complementar a documentação exigível, antes de inadmitir
qualquer recurso, inclusive os excepcionais.
Corte Especial do STJ: “Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes
as acima indicadas, acordam os Ministros da Corte Especial do Superior Tribunal
de Justiça: Preliminarmente, em questão de ordem, a Corte Especial, por maioria,
decidiu que o Ministro que não participou do início do julgamento, com
sustentação oral, fica impossibilitado de participar posteriormente do julgamento.
” (STJ – Corte Especial, EREsp 1.447.624 – SP, Dje 11/10/2018)
CPC - Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
Primeira Turma do STJ - “Vale lembrar que esta Corte, no julgamento do Tema
995/STJ, fixou a orientação de que se deve levar em conta fatos supervenientes,
ocorridos no curso do processo, que podem criar ou ampliar o direito requerido.
Contudo, essa medida só pode ser tomada, nos termos do art. 933 do CPC/2015,
até o julgamento de segunda instância. Sendo inviável tal medida em instância
superior (REsp. 1.727.063/SP, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe
2.12.2019). ” (STJ – Primeira Turma, AgInt no AREsp 1280125/SP, Rel. Ministro
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 26/10/2020, DJe
29/10/2020)
Cabimento
Diz respeito a recorribilidade do pronunciamento jurisdicional, e a escolha da via
recursal adequada.
1. Taxatividade: todo recurso deve ser previsto por lei federal – art. 22, I, CF.
2. Singularidade, unirrecorribilidade ou unicidade: para cada decisão judicial,
cabe apenas um tipo de recurso. Art. 1013, §5º, CPC.
Exceções: acordão do TJ ou TRF que viola lei federal e CF – cabe Resp e RE.
O único requisito é, na verdade, a dúvida objetiva, vez que é necessário que haja
divergência na doutrina.
Se a lei dispõe de maneira específica sobre o recurso cabível, não será possível a
fungibilidade, pois será considerado erro grosseiro.
No caso cabe agravo interno, art. 1021, CPC, portanto, em não havendo dúvida,
dado o cabimento expressamente previsto, será entendido como erro grosseiro,
não sendo cabível a fungibilidade.
A fungibilidade prevista nos arts. 1.032 e 1.033 do CPC exige a dúvida objetiva ou
ausência de erro grosseiro? Não. Na fungibilidade específica não são exigidos.
Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro
prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem
jurídica. Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a
decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de
que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual.
Súmula 202 do STJ: ”A impetração de segurança por terceiro, contra ato judicial,
não se condiciona a interposição de recurso”.
Este verbete somente incide àquele que não tinha ciência da decisão no devido
tempo, caso contrário, deverá recorrer.
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os
mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o
assistente será considerado seu substituto processual.
O advogado pode apelar da decisão quanto aos honorários? Sim, pois lhe
pertencem. Somente haverá JG se cabível ao advogado também.
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial,
na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. §
4º A assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão
de gratuidade da justiça. § 5º Na hipótese do § 4º, o recurso que verse
exclusivamente sobre valor de honorários de sucumbência fixados em favor do
advogado de beneficiário estará sujeito a preparo, salvo se o próprio advogado
demonstrar que tem direito à gratuidade.
RECURSO ESPECIAL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE. EXTINÇÃO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. HONORÁRIOS DE
ADVOGADO. CPC DE 2015. LEGITIMIDADE RECURSAL CONCORRENTE DA PARTE E
DO ADVOGADO. 1. A regra do art. 99, §5º, do CPC, não trata da legitimidade
recursal, mas da gratuidade judiciária e, notadamente, do requisito do preparo,
deixando claro que, mesmo interposto recurso pela parte que seja beneficiária de
gratuidade judiciária, mas que se limite a discutir os honorários de advogado, o
preparo deverá ser realizado acaso o advogado também não seja beneficiário da
gratuidade. 2. Não há confundir esse requisito de admissibilidade com aquele
relativo à legitimidade recursal concorrente da parte e do próprio titular da verba
de discutir os honorários de advogado. 3. A própria parte, seja na vigência do CPC
de 1973, inclusive após o reconhecimento do direito autônomo dos advogados
sobre a verba honorária, ou mesmo na vigência do CPC de 2015, pode interpor,
concorrentemente com o titular da verba honorária, recurso acerca dos
honorários de advogado. 4. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (STJ – Terceira
Turma, REsp 1776425/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, julgado
em 08/06/2021, DJe 11/06/2021)
Interesse recursal
Significa a utilidade do recurso. O recurso deve ser apto a produzir vantagem ou
beneficio jurídico.
Ex: recurso pela parte vencedora para que a tese seja aplicada em todo território
nacional – declarado o interesse recursal pelo pleno do STF.
José Roberto Mello Porto “... se refere ao recurso contra o acórdão final do IRDR
(RE 1307386, Tema 1.141 de repercussão geral). Determinada pelo tribunal a quo
a interpretação da norma, com fixação de tese, podem os interessados recorrer
para o Supremo Tribunal Federal, se a questão jurídica for de natureza
constitucional, ou para o Superior Tribunal de Justiça, se ostentar natureza legal
(artigo 987). A lei processual não diz muito mais, No caso concreto, definiu o
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que "é lícita a divulgação por provedor de
aplicações de internet de conteúdos de processos judiciais, em andamento ou
findos, que não tramitem em segredo de justiça, e nem exista obrigação jurídica
de removê-los da rede mundial de computadores, bem como a atividade realizada
por provedor de buscas que remeta aquele". A questão peculiar é a seguinte: o
recurso partiu da parte que saiu "vitoriosa" do incidente, ou seja, daquela que
teve sua visão jurídica sobre a questão acolhida. Em razão disso, ressoava
questionável a existência de interesse recursal.”
Tempestividade recursal
Tempestividade: prazos unificados - prazos de 15 dias, exceto se ED.
Efeito interruptivo dos EDcl. Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem
efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso.
Prazos em dobro
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas
manifestações processuais. § 3º O disposto no caput aplica-se aos escritórios de
prática jurídica das faculdades de Direito reconhecidas na forma da lei e às
entidades que prestam assistência jurídica gratuita em razão de convênios
firmados com a Defensoria Pública.
Súmula 641 do STF: “Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um
dos litisconsortes haja sucumbido”.
Jornada do CJF
Regularidade Formal
Todo recurso deve ter uma forma mínima, ou seja, razões e pedido, a depender do
recurso, para que seja recebido.
Preparo
Taxa a ser recolhida para a interposição do recurso. Deve ser comprovado no ato
de interposição, exceto se encerrado o expediente bancário, quando deverá ser
recolhida no dia subsequente.
Súmula 484 do STJ: Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia útil
subsequente, quando a interposição do recurso ocorrer após o encerramento do
expediente bancário.
Preparo: ausência e insuficiência
Prazo de 5 dias em caso de insuficiência, para complementar.
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial,
na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. §
7º Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o recorrente estará
dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbindo ao relator,
neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para realização
do recolhimento.
Renúncia e desistência
Renúncia ao Recurso: posterior ao recurso.
Caso, porém, haja repercussão geral sobre a questão já reconhecida, será julgado
de forma abstrata, somente para fixar a tese.
FPPC 231: “No caso do art. 998, parágrafo único, o resultado do julgamento não se
aplica ao recurso de que se desistiu”.
FPPC 231: “No caso do art. 998, parágrafo único, o resultado do julgamento não se
aplica ao recurso de que se desistiu”.
Desistência do recurso e má-fé
Caso a desistência seja de má-fé, para evitar a criação de precedente vinculante, o
STJ tem admitido a não aceitação da desistência do recurso, embora não seja
coerente, tendo em vista que trata-se de direito da parte.
“O feito foi incluído em pauta no dia 10.10.2019. Nesse caso, fere o princípio da
celeridade processual o pedido de desistência, sem fundamentação, formulado
pela parte recorrente após a inclusão do feito em pauta. O pedido de desistência
nem sempre impede a análise do recurso pelo órgão julgador, v.g: em processo
afetado (art. 998, parágrafo único do CPC/2015); após o julgamento (AgRg na SLS
2.045/PB, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, CORTE ESPECIAL, julgado em
16/09/2015, DJe 16/10/2015). Ademais, o pedido de desistência não deve servir
de empecilho a que o STJ "prossiga na apreciação do mérito recursal,
consolidando orientação que possa vir a ser aplicada em outros processos
versando sobre idêntica questão de direito" (REsp 1721705/SP, Rel. Ministra
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 28/08/2018, DJe 06/09/2018)”
(STJ – Segunda Turma, AgInt no AREsp 1431884 / ES, rel. Min. Francisco Falcão,
DJe 18/11/2019)
Aceitação da Decisão
Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá
recorrer. Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma
reserva, de ato incompatível com a vontade de recorrer
Desistência da Ação
Só pode ocorrer até a sentença.
Transação
Acordo entre as partes. Gera extinção com resolução de mérito.
Renúncia ao Direito
Autor renuncia ao pedido. Gera extinção com resolução de mérito.
a) má apreciação do fato; ou
b) má apreciação do direito.
Normalmente a impugnação por error in procedendo é total, enquanto a
impugnação por error in judicando pode ser parcial ou total.
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou
decisão judicial em sentido diverso. Parágrafo único. A eficácia da decisão
recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de
seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar
demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.
Outros Efeitos
Efeito translativos: materiais de ordem publica podem ser conhecidas de ofício
por ocasião do julgamento do recurso, em qualquer tempo e grau de jurisdição.
Deve haver, porém, o dever de consulta (p. da não surpresa).
Art. 485. § 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI
e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em
julgado.
Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo
se distintos ou opostos os seus interesses. Parágrafo único. Havendo solidariedade
passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros quando as
defesas opostas ao credor lhes forem comuns.
Efeito Regressivo: com o recurso, o juízo a quo terá prazo de 5 dias para se
retratar.
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente
da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: §
3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
O agravo interno pode ser interposto na forma adesiva? Não, somente os recursos
previstos.
Sucumbência Recursal
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do
vencedor. § 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados
anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal,
observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo vedado ao
tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do
vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a
fase de conhecimento.
Recursos em Espécie
Apelação
Cabimento da Apelação: cabe em face de sentença, independente da matéria,
inclusive em face de tutela, se decidida em sentença.
Qual o recurso cabível quando o juiz decide alguma matéria do art. 1.015 do CPC
dentro da sentença? Cabe apelação.
Cabe apelação contra decisão interlocutória? Sim, se não agravável será apelável.
Qual o recurso cabível contra a decisão pela qual o juiz aplica multa à parte pelo
não comparecimento à audiência do art. 334 do CPC? Cabe apelação.
Posição de Rogério Licastro - “Se, por alguma razão, a apelação é inadmitida por
intempestividade, por exemplo, ou deixa de existir por algum outro motivo
(desistência do recurso), não necessariamente as contrarrazões deixarão de ter
utilidade e relevância.” Posição de Fredie Didier e de Leonardo Carne.
Heitor Sica “Pense-se na parte que, tendo saído vencedora, apela apenas para
aumentar o valor dos honorários sucumbenciais. Não haveria interesse em
impugnar, nessa oportunidade, uma decisão interlocutória que indeferiu a
realização de uma prova pericial. Contudo, à vista da apelação (principal ou
adesiva) do adversário, que pugnava pela integral reforma da sentença, passou o
litigante a ostentar interesse em apontar eventual cerceamento de defesa”.
Há casos nos quais se pode interpor apelação autônoma (no prazo principal)
contra a decisão interlocutória, sem impugnar a sentença. Ex. multa por não
comparecimento à audiência de conciliação ou de mediação; multa por litigância
de má-fé; ou acolhimento ou rejeição da impugnação ao valor da causa oferecida
como preliminar de contestação.
Não. Essa impugnação não é recurso adesivo, que exige sucumbência recíproca.
Qual a medida cabível contra a decisão do juízo a quo que nega seguimento à
apelação?
Efeitos Clássicos
Devolutivo e Suspensivo
Efeito Devolutivo
Art. 1.014
Art. 933
Art. 485, § 3º
FPPC 102: “O pedido subsidiário (art. 326) não apreciado pelo juiz – que acolheu o
pedido principal – é devolvido ao tribunal com a apelação interposta pelo réu”.
Princípio da Congruência
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe
vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa
da parte.
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem
como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe
foi demandado. Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva
relação jurídica condicional.
Fundamentação Analítica
Art. 489, § 1º. Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que:” Fundamentação analítica I – se limitar à
indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida; II – empregar conceitos jurídicos
indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III –
invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV – não
enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese,
infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V – se limitar a invocar precedente ou
enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem
demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI – deixar
de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte,
sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação
do entendimento.
Força Maior
Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser
suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de
força maior.
Efeito Translativo
É exceção ao efeito devolutivo, vez que poderá ser conhecido mesmo se não
objeto do recurso, se matéria de ordem pública.
Art. 485. § 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI
e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em
julgado.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
O Tribunal pode aplicar fundamento jurídico não invocado pelas partes durante o
processo?
Sim. Mas muitos entendem que é necessário lançar mão do dever de consulta.
Para decidir com base em fundamentação LEGAL diversa da indicada pelas partes,
o tribunal precisará realizar o dever de consulta? Os entendimentos são
divergentes.
FPPC 282: (arts. 319, III e 343) Para julgar com base em enquadramento normativo
diverso daquele invocado pelas partes, ao juiz cabe observar o dever de consulta,
previsto no art. 10.
ENFAM 6: Não constitui julgamento surpresa o lastreado em fundamentos
jurídicos, ainda que diversos dos apresentados pelas partes, desde que embasados
em provas submetidas ao contraditório.
A proibição de inovar alcança o terceiro prejudicado? Não, pois ele nada alegou.
Para que ocorra o efeito translativo é preciso que o recurso seja conhecido? Sim, e
as partes devem ser consultadas.
Efeito Suspensivo
Efeito Suspensivo Legal: o recurso de apelação impede a aplicação dos efeitos da
decisão recorrida.
Lei de MS
Lei do inquilinato
Formas de requerer efeito suspensivo
Na apelação: Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. § 4o Nas hipóteses do
§ 1o , a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante
demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a
fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
Nos recursos em geral: Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão,
salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso. Parágrafo único. A
eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da
imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou
impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do
recurso.
O pedido pode ser efetuado inclusive através de petição avulsa dirigida ao relator.
É possível em 4 hipóteses.
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no
prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se.
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente
da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: §
3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
CPC de 2015 - Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o
julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de
outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no
regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão
do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de
sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores. § 3º A técnica de
julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não
unânime proferido em: I – ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da
sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior
composição previsto no regimento interno; II – agravo de instrumento, quando
houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito.
Aplica-se em:
apelação
ação rescisória
agravo de instrumento de decisão que julga parcialmente o mérito.
assunção de competência;
resolução de demandas repetitivas
remessa necessária
julgamentos do plenário ou corte especial
A técnica prevista no art. 942 do CPC deve ser aplicada ao julgamento não-
unânime, quando não houver reforma a uma sentença de mérito?
“9. A incidência do art. 942, caput, do CPC/2015 não se restringe aos casos de
reforma da sentença de mérito, tendo em vista a literalidade da disposição legal,
que não estabelece nenhuma restrição semelhante ao regime dos extintos
embargos infringentes. 10. A redação do caput do art. 942 do CPC/2015, que
dispõe acerca da apelação, é distinta do § 3º, que regulamenta a incidência da
técnica nos julgamentos não unânimes de ação rescisória e agravo de
instrumento, para os quais houve expressa limitação aos casos de rescisão ou
modificação da decisão parcial de mérito.” (STJ – Terceira Turma, REsp 1762236 /
SP, rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, rel. p. o ac., Ministro RICARDO VILLAS
BÔAS CUEVA, DJe 15/03/2019)
A técnica prevista no art. 942 pode ser aplicada em caso de divergência quanto à
admissibilidade da apelação?
O agravo deve ser provido para reformar decisão que julga parcialmente o mérito.
“Especificamente no que se refere ao agravo de instrumento, a interpretação
restritiva do dispositivo impõe concluir que a regra se dirige apenas às ações de
conhecimento, não se aplicando ao processo de execução e, por extensão, ao
cumprimento de sentença, como no caso" (AgInt no AREsp 1233242/RS, Rel.
Ministro LÁZARO GUIMARÃES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª
REGIÃO), QUARTA TURMA, julgado em 18/09/2018, DJe 24/09/2018).” (STJ –
Quarta Turma, AgInt no REsp 1828365 / PR, rel. Min. Luis Felipe Salomão, DJe
10/03/2020)
A técnica prevista no art. 942 pode ser aplicada em no agravo contra a decisão do
IDPJ?
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. OMISSÃO. NÃO
OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS PARA DESCONSIDERAÇÃO INVERSA
DA PERSONALIDADE JURÍDICA. REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ.
JULGAMENTO NÃO UNÂNIME. TÉCNICA DE AMPLIAÇÃO DO COLEGIADO. ART. 942
DO CPC/2015. AGRAVO DE INSTRUMENTO. REFORMA DA DECISÃO QUE JULGAR
PARCIALMENTE O MÉRITO. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO DEMONSTRADO.
DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. AGRAVO NÃO PROVIDO.
A técnica prevista no art. 942 pode ser aplicada em caso de rescisão parcial do
julgado?
“Os novos julgadores convocados não ficam restritos aos capítulos ou pontos
sobre os quais houve inicialmente divergência, cabendo-lhes a apreciação da
integralidade do recurso. 9. O prosseguimento do julgamento com quórum
ampliado em caso de divergência tem por objetivo a qualificação do debate,
assegurando-se oportunidade para a análise aprofundada das teses jurídicas
contrapostas e das questões fáticas controvertidas, com vistas a criar e manter
uma jurisprudência uniforme, estável, íntegra e coerente.” (STJ – Terceira Turma,
REsp 1771815 / SP, rel. Min. RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, DJe 21/11/2018)
“O art. 942 do CPC/2015 não ostenta natureza recursal, como ocorria com os
revogados Embargos Infringentes do CPC/1973 (art.530).Trata-se de técnica de
julgamento que visa aprofundar o debate da controvérsia e proporcionar
julgamento colegiado com quorum ampliado, que será encerrado somente após
anunciado o resultado final. Por isso não há espaço para se falar em efeito
devolutivo na ampliação do colegiado, podendo os julgadores convocados
apreciar a integralidade do recurso, não estando adstritos, portanto, aos capítulos
em que existente divergência. Precedentes: REsp 1.771.815/SP, Rel. Ministro
Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, DJe 21/11/2018; REsp 1798705/SC, Rel.
Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, DJe 28/10/2019.
CONCLUSÃO 16. Agravo conhecido para se dar provimento aos Recursos Especiais
interpostos por Rodrigo Antônio Ribeiro da Costa, Fernando Meira Júnior e
Marcelo Cotrim Borges, com a devolução dos autos ao Tribunal de origem para
que examine a integralidade das Apelações interpostas, e não apenas os capítulos
em que houve a divergência.” (STJ – Segunda Turma, AREsp 1520297/RJ, Rel.
Ministro HERMAN BENJAMIN, julgado em 23/03/2021, DJe 26/04/2021)
Pode ser dispensado o quinto julgador, sob o argumento de que já teria sido
atingida a maioria sem possibilidade de inversão do resultado?
Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a
improcedência do pedido cabe apelação.
CF, Art. 102. III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em
única ou última instância, quando a decisão recorrida.
Agravo de Instrumento
Agravo de instrumento é o principal recurso cabível das decisões interlocutórias.
Cabe nas hipóteses do art. 1.015 do CPC. Quando a decisão interlocutória não
estiver no art. 1.015 do CPC, poderá ser impugnadas nas razões ou nas contra
razões de apelação (art. 1.009, § 1º do CPC).
Hipóteses de Cabimento
Art. 1.015 do CPC
Mérito do processo
Cabe agravo contra a decisão que rejeita uma alegação de prescrição ou de
decadência?
Cabe agravo contra a decisão que rejeita uma alegação ilegitimidade para a
causa?
“Ademais, destaque-se que o artigo 1.015, VII, do CPC traz como hipótese de
cabimento de agravo de instrumento a exclusão de litisconsorte, o que é distinto
da rejeição da preliminar de ilegitimidade passiva, pois, como acima afirmado, a
responsabilidade do réu pelos fatos imputados na petição inicial poderá ser
revista após a devida instrução processual. Precedentes: AgInt no AREsp
1063181/RJ, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em
17/09/2019, DJe 24/09/2019; AgInt no REsp 1788015/SP, Rel. Ministro MARCO
AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 17/06/2019, DJe 25/06/2019.”
(AgInt no REsp 1918169/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 24/05/2021, DJe 27/05/2021)
Exclusão de litisconsorte
Somente no caso de exclusão em decisão caberá. Se em sentença, cabe apelação.
Cabe agravo contra a decisão que rejeita excluir o litisconsorte? Se o juiz não
excluir, ou seja, rejeitar excluir, não caberá agravo.
Há quem entenda que cabe agravo, diante da ausência de expressa negativa legal,
e previsão de AI contra decisão que inadmitiu intervenção de terceiros.
STF e STJ entenderam que não cabe agravo, exceto em processos objetivos, como
ADI e ADC.
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o
respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do
regimento interno do tribunal.
Não Cabe: Corte Especial do STJ, Questão de Ordem no REsp 1.696.396/MT, Rel.
Ministra NANCY ANDRIGHI, DJe de 19/12/2018 (em questão de ordem)
Não cabe: Tribunal Pleno do STF - RE 602584 AgR/DF, rel. orig. Min. Marco
Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, DJe 17.10.2018 (analisando processos
subjetivos)
Cabe: Tribunal Pleno do STF - ADI 3396 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJe
14/10/2020 (analisando processos objetivos)
Vencidos os ministros Luiz Fux, Dias Toffoli, Ayres Britto, Edson Fachin e Cármen
Lúcia, que não conheceram do agravo, por entenderem ser irrecorrível o
pronunciamento.
Sim!
Cabe agravo de instrumento contra o ato pelo qual o juiz intima o devedor a
cumprir sentença que condena ao pagamento de quantia? Em principio trata-se
de mero despacho, não cabendo agravo de instrumento, exceto se, por exemplo,
determinar a aplicação de multa sem intimação pessoal.
Tema Repetitivo 1.022 (Segunda Seção do STJ): "É cabível agravo de instrumento
contra todas as decisões interlocutórias proferidas nos processos de recuperação
judicial e nos processos de falência, por força do art. 1.015, parágrafo único, CPC".
A Lei 14.112/2020 estabeleceu que as decisões proferidas nos processos a que se
refere a Lei 11.101/2005 (Lei de Falências) serão passíveis de agravo de
instrumento, exceto nas hipóteses em que a própria Lei previr de forma diversa
(art. 189, § 1º, II).
Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de
sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for
resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação. § 1º O recorrente estará
dispensado do recolhimento de custas até decisão do relator sobre a questão,
preliminarmente ao julgamento do recurso. § 2º Confirmada a denegação ou a
revogação da gratuidade, o relator ou o órgão colegiado determinará ao
recorrente o recolhimento das custas processuais, no prazo de 5 (cinco) dias, sob
pena de não conhecimento do recurso.
Cabe agravo contra o ato que determina a emenda da inicial nos embargos à
execução? Sim.
O que fazer quando a decisão interlocutória não está prevista no art . 1 .015 do
CPC, mas a apelação é inútil, inócua ou ineficiente?
Taxatividade Mitigada do art. 1015 do CPC - Tese 988. Decisão da Corte Especial
do STJ em Recursos Repetitivos.
TESE 988 6- Assim, nos termos do art. 1.036 e seguintes do CPC/2015, fixa-se a
seguinte tese jurídica: O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por
isso admite a interposição de agravo de instrumento quando verificada a
urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de
apelação. 7- Embora não haja risco de as partes que confiaram na absoluta
taxatividade serem surpreendidas pela tese jurídica firmada neste recurso especial
repetitivo, pois somente haverá preclusão quando o recurso eventualmente
interposto pela parte venha a ser admitido pelo Tribunal, modulam-se os efeitos
da presente decisão, a fim de que a tese jurídica apenas seja aplicável às decisões
interlocutórias proferidas após a publicação do presente acórdão. 8- Na hipótese,
dá-se provimento em parte ao recurso especial para determinar ao TJ/MT que,
observados os demais pressupostos de admissibilidade, conheça e dê regular
prosseguimento ao agravo de instrumento no que se refere à competência,
reconhecendo-se, todavia, o acerto do acórdão recorrido em não examinar à
questão do valor atribuído à causa que não se reveste, no particular, de urgência
que justifique o seu reexame imediato. 9- Recurso especial conhecido e
parcialmente provido. (STJ – Corte Especial, REsp 1.696.396 – MT, rel. Min. Nancy
Andrighi, J. 5.12.2018)
Seria necessário comprovar prejuízo? Sim, sem prejuízo não haverá inadmissão.
Assim, para que tenha efeito suspensivo, necessário requerer o efeito judicial (op
iudicis), ou antecipação da tutela recursal (efeito ativo)
Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído
imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o
relator, no prazo de 5 (cinco) dias: I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso
ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal,
comunicando ao juiz sua decisão;
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou
decisão judicial em sentido diverso. Parágrafo único. A eficácia da decisão
recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção
de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e
ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. – fumus boni iuris
e periculum in mora
Agravo Interno
Cabível em face de decisões monocráticas de membros de tribunais.
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o
respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do
regimento interno do tribunal. § 1 o Na petição de agravo interno, o recorrente
impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada. § 2 o O
agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre
o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o
relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta. § 3 o
É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada
para julgar improcedente o agravo interno. § 4 o Quando o agravo interno for
declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o
órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao
agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa. §
5 o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito
prévio do valor da multa prevista no § 4 o , à exceção da Fazenda Pública e do
beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final.
Caberá ao relator julgar, mas, caso não se retrate, o colegiado julgará o recurso.
Embargos de Declaração
Recurso de fundamentação vinculada, vez que a tipicidade do erro é pressuposto
de cabimento, pode-se alegar somente as matérias da lei: omissão, obscuridade,
contradição ou erro material.
Obscuridade
A falta de clareza compromete a compreensão da decisão judicial.
A obscuridade significa que o pronunciamento jurisdicional é ininteligível ou
incompreensível.
ED para esclarecimento.
Contradição
Por sua vez, a contradição significa que o pronunciamento jurisdicional contem
proposições inconciliáveis.
Erro material
E o erro material se caracteriza pela inexatidão material ou por um erro de cálculo.
Quando contraditória a decisão com os elementos probatórios, não cabe ED, pois
trata-se de contradição interna.
Omissão
A omissão significa a ausência de resolução de alguma questão – pedido,
argumento sobre o qual o juiz deva se posicionar ou matéria de ordem pública.
O juiz não é obrigado a atacar todos os argumentos, mas somente aqueles que
podem infirmar a conclusão adotada pelo julgador. Logo, se vencida a parte, todos
seus argumentos deveriam ser apreciados.
FPPC 453: A estabilidade a que se refere o caput do art. 926 consiste no dever de
os tribunais observarem os próprios precedentes
FPPC 454: Uma das dimensões da coerência a que se refere o caput do art. 926
consiste em os tribunais não ignorarem seus próprios precedentes (dever de
autorreferência
b) a decisão incorre em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º (ou seja,
a decisão não apresenta uma fundamentação qualificada, legítima ou analítica).
Tem quem apresente ED indicando erro de premissa, mas não seria hipótese de
ED.
Cabem embargos de declaração por equívoco manifesto? Sim. Embora não esteja
na lei.
Quinta Turma do STJ PROCESSUAL CIVIL. TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL. ART. 62,
DA LEI N.º 5.010/66. TEMPESTIVIDADE. RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO. EQUÍVOCO. EFEITOS MODIFICATIVOS. POSSIBILIDADE. 1. A
presença de equívoco manifesto na decisão embargada possibilita o acolhimento
dos embargos de declaração com efeitos modificativos. 2. Embargos de declaração
acolhidos, com efeitos infringentes. (STJ – Quinta Turma, EDcl nos EDcl no AgRg no
Ag 795.328/RS, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em
23/06/2009, DJe 03/08/2009)
O tema, aliás, pode ser bem mais abrangente. Como casos repetitivos se referem
apenas a IRDR e Recursos repetitivos, poderíamos inserir aí outras situações como
decisões de ADI, ADC, ADPF, IAC e até RE com repercussão geral reconhecida e
Embargos de Divergência.
É admitido como decorrência logica do provimento dos EDs, mas não pode ser o
objeto dos EDs.
Fungibilidade
Entre EDs e agravo interno.
Deve ser concedido prazo de 5 dias pelo julgador para que o recorrente possa
impugnar de forma especificada os fundamentos da decisão recorrida.
Princípio da Complementaridade
Art. 1.024. § 4 o Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique
modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro
recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas
razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado
da intimação da decisão dos embargos de declaração.
CF:
CPC:
Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário:I – pelo Supremo Tribunal Federal,
os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos
em única instância pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão; II –
pelo Superior Tribunal de Justiça: a) os mandados de segurança decididos em
única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos
Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; b) os
processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo
internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País. §
1º Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as decisões
interlocutórias caberá agravo de instrumento dirigido ao Superior Tribunal de
Justiça, nas hipóteses do art. 1.015.
Cabimento
Para o STF: acórdão denegatório (significa decisão sem resolução de mérito ou
improcedência – o impetrante perdeu) em Mandado de Segurança, Mandado de
Injunção ou Habeas Data de competência originária de tribunal superior.
Efeito devolutivo
Art. 1.027. § 2º Aplica-se ao recurso ordinário o disposto nos arts. 1.013, § 3º, e
1.029, § 5º.
FPPC 357: (arts. 1.013, 1.014, 1.027, §2º) Aplicam-se ao recurso ordinário os arts.
1.013 e 1.014.
Efeito suspensivo
Não tem!
Art. 1.027. § 2º Aplica-se ao recurso ordinário o disposto nos arts. 1.013, § 3º, e
1.029, § 5º.
Processamento
O ROC deve ser interposto perante o presidente ou vice-presidente do tribunal
recorrido, sem juízo de admissibilidade no órgão a quo, à semelhança do que
ocorre com a apelação. Envia direto aos tribunais superiores.
Art. 1.028. Ao recurso mencionado no art. 1.027, inciso II, alínea “b”, aplicam-se,
quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento, as disposições
relativas à apelação e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. § 1º Na
hipótese do art. 1.027, § 1º, aplicam-se as disposições relativas ao agravo de
instrumento e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.§ 2º O recurso
previsto no art. 1.027, incisos I e II, alínea “a”, deve ser interposto perante o
tribunal de origem, cabendo ao seu presidente ou vicepresidente determinar a
intimação do recorrido para, em 15 (quinze) dias, apresentar as contrarrazões. §
3º Findo o prazo referido no § 2º, os autos serão remetidos ao respectivo tribunal
superior, independentemente de juízo de admissibilidade.
Reclamação
FFPC 208: (arts. 988, I, 1.010, § 3º, 1.027, II, “b”) Cabe reclamação, por usurpação
da competência do Superior Tribunal de Justiça, contra a decisão de juiz de 1º
grau que inadmitir recurso ordinário, no caso do art. 1.027, II, ‘b’.
FFPC 209: (arts. 988, I, 1.027, II, 1.028, §2º) Cabe reclamação, por usurpação da
competência do Superior Tribunal de Justiça, contra a decisão de presidente ou
vice-presidente do tribunal de 2º grau que inadmitir recurso ordinário interposto
com fundamento no art. 1.027, II, “a”.
FFPC 210: (arts. 988, I, 1.027, I, 1.028, §2º) Cabe reclamação, por usurpação da
competência do Supremo Tribunal Federal, contra a decisão de presidente ou
vice-presidente de tribunal superior que inadmitir recurso ordinário interposto
com fundamento no art. 1.027, I.
Writ of error do direito americano: 1789 – recurso agora para suprema corte, não
mais ao rei. Além disso, so cabia para interpretação de lei federal e CF, diante da
federação e independência dos estados.
1. Prequestionamento:
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: III - julgar, em recurso especial,
as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
a decisão recorrida.
Há três correntes:
Não basta que seja indicado, porém, deve ser enfrentado na decisão.
Prequestionamento ficto
Súmula 211 do STJ Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito
da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo tribunal a quo.
Primeira Turma do STJ - “O art. 1.025 do Código de Processo Civil de 2015 prevê
que esta Corte considere prequestionada determinada matéria apenas caso
alegada e reconhecida a violação ao art. 1.022 do Código de Processo Civil de
2015. ” (STJ - Primeira Turma, AgInt no REsp 1648649 / RS, rel. Min. Regina Helena
Costa, DJe 30/08/2018)
Ou seja:
O STJ não admitia essa forma de prequestionamento (em razão da Súmula 211).
O CPC de 2015 admite essa forma de prequestionamento (art. 1.025), mas existem
decisões exigindo que no mesmo recurso seja indicada violação ao art. 1.022 do
CPC/15.
Súmula 320 do STJ A questão federal somente ventilada no voto vencido não
atende ao requisito do prequestionamento.
Vinicius Lemos lembra que o termo causa decidida é abstrato e pode ser
ressignificado pelo legislador infraconstitucional, uma vez que o próprio texto
constitucional não soluciona a sua conceituação. O que é causa decidida? Para ele
é a necessidade de que a questão a ser ventilada no recurso excepcional tenha
sido enfrentada pelo Tribunal recorrido, com efetiva discussão.
Art. 1.029, §3º do CPC Art. 1.029. § 3º O Supremo Tribunal Federal ou o Superior
Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou
determinar sua correção, desde que não o repute grave.
A apelação foi julgada pelo colegiado . Contra essa decisão foram opostos
embargos de declaração . No entanto, os embargos foram julgados
monocraticamente . Cabe REsp ? não, seira necessário prévio agravo interno neste
caso.
Súmula 203 do STJ Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão
de segundo grau dos Juizados Especiais.
Toda vez que se analisa prova não será cabível RE ou Resp? Não! Somente se visar
o reexame dela. Se por exemplo tratar de prova inadmissível, caberá Resp e RE.
Pressupostos Específicos
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: III - julgar, em recurso especial,
as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a
decisão recorrida: a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; b)
julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; c) der a lei
federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Alínea a
LEI FEDERAL
Lei Federal: Lei Ordinária; Lei Delegada; Lei Complementar; Medida Provisória;
Decreto-Lei etc.
Súmula 518 do STJ Para fins do art. 105, III, a, da Constituição Federal, não é
cabível recurso especial fundado em alegada violação de enunciado de súmula.
Pode-se alegar a lei que deu origem a sumula, mas nunca a súmula.
Fungibilidade ou Conversibilidade
Se interposto RESP e houver ofensa a CF, será concedido prazo para comprovar os
demais requisitos e encaminhado o recurso ao STF.
Alínea B
Alínea C
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro
tribunal.
Recurso Extraordinário
Cabimento
Pressupostos Gerais
Pressupostos Gerais:
Prequestionamento
Súmula 356 do STF: O PONTO OMISSO DA DECISÃO, SOBRE O QUAL NÃO FORAM
OPOSTOS EMBARGOS DECLARATÓRIOS, NÃO PODE SER OBJETO DE RECURSO
EXTRAORDINÁRIO, POR FALTAR O REQUISITO DO PREQUESTIONAMENTO –
prequestionamento ficto – só ocorrer se o tribunal tinha o dever de se
manifestar sobre a matéria.
Pressupostos Gerais: a decisão recorrida pode ser proferida por qualquer órgão
jurisdicional
Súmula 279 do STF - PARA SIMPLES REEXAME DE PROVA NÃO CABE RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
Súmula 735 do STF - Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere
medida liminar.
Nem tudo que diz respeito a prova é matéria de fato – por exemplo, a prova ilícita!
Assim, poderá ser cabível RE nesta hipótese.
Demonstração da Repercussão
Inexistência de repercussão
Caso o STJ entenda não haver repercussão geral, embora haja este tópico, caberá
agravo interno.
Pressupostos Específicos
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas
decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar
dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei
federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta
Constituição; d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
Alínea a
Alínea b
CF, Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
Alínea c
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
Alínea d
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou
decisão judicial em sentido diverso. Parágrafo único. A eficácia da decisão
recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de
seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar
demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.
Efeito devolutivo
Aplica-se ao RESP e RE.
Efeito translativo
CPC, Art. 485. § 3 o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV,
V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o
trânsito em julgado.
CC, Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela
parte a quem aproveita.
CC, Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida
por lei.
CC, Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode
alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.
“Em sede de recurso especial, a análise de questão de ordem pública que não foi
suscitada nas razões recursais somente é possível depois de aberta a instância
especial pelo conhecimento do apelo nobre, viabilizando o efeito translativo do
recurso. Precedentes. 2.1. Na espécie, o recurso especial não ultrapassou a
barreira do conhecimento, de modo que não há como apreciar, de ofício, a
prescrição da pretensão autoral.” (STJ – Quarta Turma, AgInt nos EDcl no AREsp
1032955 / SP, rel. Min. Marco Buzzi, DJe 15/09/2017)
Agravo em RE ou Resp
Cabível quando negado seguimento por falta de pressuposto de admissibilidade
do Resp e RE, por presidente do tribunal.
Cabe reclamação contra a decisão do órgão a quo que nega seguimento ao agravo
em recurso especial ou em recurso extraordinário?
Sim. Não há juízo de admissibilidade perante o recurso a quo, de forma que, se
houver, caberá reclamação no STJ ou STF, para preservação da competência
destes.
Art. 1.042. § 4º Após o prazo de resposta, não havendo retratação, o agravo será
remetido ao tribunal superior competente.
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
Cabe agravo interno, e não agravo em REsp ou RE, em três situações. O Presidente
ou Vice nega seguimento a:
Art. 1.030. § 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá
agravo interno, nos termos do art. 1.021.”
Embargos de Divergência
Cabimento
Art. 1.043 do CPC.
Acórdão recorrido
Pode ser proferido por qualquer órgão colegiado fracionário do STJ ou do STF.
Pode ser proferido pelo mesmo órgão que proferiu a decisão embargada, desde
que sua composição tenha sofrido alteração em mais da metade de seus membros
(§ 3º do art. 1.043).
Mérito x Admissibilidade
Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que: I - em recurso
extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro
órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito;
III - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de
qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro
que não tenha conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia;
Caso o STF ou STJ erre o rotulo, exemplo: não conhece, mas analisa o mérito, o
cotejo a ser feito deverá ser relativo ao mérito.
“IV - Cabe ainda salientar que o CPC de 2015, em seu art. 1.043, II, previa a
possibilidade de interposição de embargos de divergência em se tratando de
arestos relativos a juízo de admissibilidade. Ocorre que tal dispositivo foi revogado
quando da edição da Lei n. 13.256/2016, ratificando o entendimento já
prestigiado por esta Corte de Justiça, que recentemente já se manifestou a
respeito do assunto. (AgInt nos EREsp 1473968/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, CORTE ESPECIAL, julgado em 17/08/2016, DJe 30/08/2016).” (STJ –
Corte Especial, AgInt nos EAREsp 721867 / SP, rel. Min. Francisco Falcão, DJe
23/05/2018)
Atualidade do Dissídio
O dissídio precisa ser atual, não pode ser feito sobre questão superada.
Dano Moral
Súmula 420 do STJ: Incabível, em embargos de divergência, discutir o valor de
indenização por danos morais.
Finalidades
• STF – Súmula 247. O relator não admitirá os embargos da Lei 623, de 19.2.49,
nem deles conhecerá o Supremo Tribunal Federal, quando houver jurisprudência
firme do Plenário no mesmo sentido da decisão embargada. • STF – Súmula 290.
Nos embargos da Lei 623, de 19.02.1949, a prova de divergência far-se-á por
certidão, ou mediante indicação do “Diário da Justiça” ou de repertório de
jurisprudência autorizado, que a tenha publicado, com a transcrição do trecho que
configure a divergência, mencionadas as circunstâncias que identifiquem ou
assemelhem os casos confrontados. • STF – Súmula 300. São incabíveis os
embargos da Lei 623, de 19.02.1949, contra provimento de agravo para subida de
recurso extraordinário. • STF – Súmula 353. São incabíveis os embargos da Lei 623,
de 19.02.49, com fundamento em divergência entre decisões da mesma Turma do
Supremo Tribunal Federal. • STF – Súmula 598. Nos embargos de divergência não
servem como padrão de discordância os mesmos paradigmas invocados para
demonstrá-la mas repelidos como não dissidentes no julgamento do recurso
extraordinário. • STJ – Súmula 158. Não se presta a justificar embargos de
divergência o dissídio com acórdão de turma ou seção que não mais tenha
competência para a matéria neles versada. • STJ – Súmula 168. Não cabem
embargos de divergência, quando a jurisprudência do Tribunal se firmou no
mesmo sentido do acórdão embargado. • STJ – Súmula 315. Não cabem embargos
de divergência no âmbito do agravo de instrumento que não admite recurso
especial. • STJ – Súmula 316. Cabem embargos de divergência contra acórdão que,
em agravo regimental, decide recurso especial. • STJ – Súmula 420. Incabível, em
embargos de divergência, discutir o valor de indenização por danos morais.
Recurso Inominado
Lei 9.099/1995
É julgado por turma recursal, formada por três juízes togados de primeiro grau.
Prazo
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da
sentença, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do
recorrente. •§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer
resposta escrita no prazo de dez dias.
Preparo
Art. 42. •§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, nas
quarenta e oito horas seguintes à interposição, sob pena de deserção.
FONAJE 168 - Não se aplica aos recursos dos Juizados Especiais o disposto no
artigo 1.007 do CPC 2015.
Recurso Inominado (pagamento de custas e honorários) e Gratuidade
FONAJE 96 – A condenação do recorrente vencido, em honorários advocatícios,
independe da apresentação de contrarrazões (XVIII Encontro – Goiânia/GO).
Aplica-se nos casos de recurso não conhecido ou não provido. Esse mesmo
raciocínio foi aplicado tempos depois pelo STJ em relação à sucumbência recursal
do CPC.
CPC, Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição
inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em
recurso. § 7º Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o
recorrente estará dispensado de comprovar o recolhimento do preparo,
incumbindo ao relator, neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar
prazo para realização do recolhimento.
Efeitos
Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito
suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte.
FONAJE 160 – Nas hipóteses do artigo 515, § 3º, do CPC, e quando reconhecida a
prescrição na sentença, a turma recursal, dando provimento ao recurso, poderá
julgar de imediato o mérito, independentemente de requerimento expresso do
recorrente.
Juízo de Admissibilidade
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da
sentença, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do
recorrente.
O juiz pode realizar o juízo de admissibilidade?
FPPC 508: (art. 332, § 3º; Lei 9.099/1995; Lei 10.259/2001; Lei 12.153/2009)
Interposto recurso inominado contra sentença que julga liminarmente
improcedente o pedido, o juiz pode retratar-se em cinco dias.
Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores,
que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno,
em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado
inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar
oralmente suas razões perante os novos julgadores. •§ 3º A técnica de julgamento
prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido
em: •I – ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo,
nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto
no regimento interno; •II – agravo de instrumento, quando houver reforma da
decisão que julgar parcialmente o mérito.
Aplica-se em:
apelação
ação rescisória
agravo de instrumento de decisão que julga parcialmente o mérito.
assunção de competência;
resolução de demandas repetitivas
remessa necessária
julgamentos do plenário ou corte especial
•Recurso Adesivo
Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com
observância das exigências legais. • § 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso
interposto por qualquer deles poderá aderir o outro. • § 2º O recurso adesivo fica
subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras
deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo
disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte: • I - será dirigido ao órgão
perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a parte
dispõe para responder; • II - será admissível na apelação, no recurso
extraordinário e no recurso especial; • III - não será conhecido, se houver
desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível.
•FONAJE 88 – Não cabe recurso adesivo em sede de Juizado Especial, por falta de
expressa previsão legal (XV Encontro – Florianópolis/SC).
•Embargos de Declaração
•Lei 9.099/1995, Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito
ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.
“Art. 48. Caberão embargos de declaração contra sentença ou acórdão nos casos
previstos no Código de Processo Civil.” (NR)
FONAJE 125 – Nos juizados especiais, não são cabíveis embargos declaratórios
contra acórdão ou súmula na hipótese do art. 46 da Lei n.º 9.099/1995, com
finalidade exclusiva de prequestionamento, para fins de interposição de recurso
extraordinário (XXI Encontro – Vitória/ES).
Interrupção ou suspensão?
•Agravo de Instrumento
O Agravo de instrumento é o principal recurso cabível das decisões interlocutórias.
Cabe nas hipóteses do art. 1.015 do CPC. Quando a decisão interlocutória não
estiver no art. 1.015 do CPC, poderá ser impugnadas nas razões ou nas contra
razões de apelação (art. 1.009, § 1º do CPC). Hipóteses de Agravo de Instrumento
Cabimento
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que
versarem sobre: •I - tutelas provisórias; •II - mérito do processo; •III - rejeição da
alegação de convenção de arbitragem; •IV - incidente de desconsideração da
personalidade jurídica; •V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou
acolhimento do pedido de sua revogação; •VI - exibição ou posse de documento
ou coisa; •VII - exclusão de litisconsorte; •VIII - rejeição do pedido de limitação do
litisconsórcio; •IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; •X -
concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à
execução; •XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o ; •XII
- (VETADO); •XIII - outros casos expressamente referidos em lei. •Parágrafo único.
Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas
na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo
de execução e no processo de inventário.
Princípios Informadores
FONAJE 15 – Nos Juizados Especiais não é cabível o recurso de agravo, exceto nas
hipóteses dos artigos 544 e 557 do CPC. (nova redação – XXI Encontro – Vitória/
ES).
Cabe agravo de instrumento nos juizados especiais cíveis contra decisão de tutela
provisória?
Lei 10.259/2001
Art. 5o Exceto nos casos do art. 4o, somente será admitido recurso de sentença
definitiva.
Art. 4o Exceto nos casos do art. 3o, somente será admitido recurso contra a
sentença.
Cabe agravo de instrumento nos juizados especiais cíveis sempre que houver
periculum in mora? Conselho Supervisor dos Juizados Especiais do TJSP –
Enunciado 60: No sistema dos Juizados Especiais cabe agravo de instrumento
somente contra a decisão suscetível da causar à parte lesão grave e de difícil
reparação, bem como nos casos de inadmissão do recurso inominado
Cabe agravo interno, e não agravo em REsp ou RE, em três situações. O Presidente
ou Vice nega seguimento a: •a) RE, quando o STF já tiver negado repercussão
geral à questão; •B) RE contra acórdão que esteja em conformidade com
entendimento do STF exarado em repercussão geral; •C) RE ou REsp contra
acórdão que esteja em conformidade com entendimento em recursos repetitivos
Questão •Cabe agravo interno nos Juizados Especiais?
FONAJE 15 – Nos Juizados Especiais não é cabível o recurso de agravo, exceto nas
hipóteses dos artigos 544 e 557 do CPC. (nova redação – XXI Encontro – Vitória/
ES).
FPPC 464: (arts. 932 e 1.021; Lei 9.099/1995; Lei 10.259/2001; Lei 12.153/2009) A
decisão unipessoal (monocrática) do relator em Turma Recursal é impugnável por
agravo interno.
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: III - julgar, em recurso especial,
as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a
decisão recorrida: Súmula 203 do STJ Não cabe recurso especial contra decisão
proferida por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais.
Procedimento
Inicia-se por provocação da parte, MP, DP ou de oficio pelo relator (§ 1º).
Cabimento
Efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a
mesma questão unicamente de direito – não há valor específico. Não é
necessária a mesma questão fática, mas que todas sejam resolvidas pela
mesma questão de direito.
Risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica (art. 976, I e II).
Obs2: não cabe o incidente quando um dos tribunais superiores, no âmbito de sua
respectiva competência, já tiver afetado recurso para definição de tese sobre
questão de direito material ou processual repetitiva (art. 976, § 4º).
Competência
Tribunais de segundo grau, conforme art. 976, § 4, 982, I, 982, § 3, 985, I, e 987,
caput
Legitimidade
Art. 977, CPC.
O relator de ofício.
As Partes.
MP – como custos legis, visando a promoção de segurança jurídica. Se não
instaurar, participará obrigatoriamente, tendo em vista atuação como
fiscal da ordem jurídica. Do mesmo modo, se o autor desistir do recurso, o
MP conduzirá o processo, como custos legis.
Defensoria Pública – defesa dos vulneráveis e direitos humanos.
Obs: em qual momento o juiz pode suscitar o conflito diante do art. 978, parágrafo
único, do CPC – “Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar o
incidente e de fixar a tese jurídica julgará igualmente o recurso, a remessa
necessária ou o processo de competência originária de onde se originou o
incidente.”. O recurso, reexame necessário e o processo de competencia originária
serão julgados pelo mesmo Tribunal que julgou o IRDR. Há uma primeira corrente
originária que prevê que deve haver algo no Tribunal para instauração do IRDR,
seja um recurso, seja uma ação de competencia originária. No caso de apelação,
obrigatoriamente haverá análise de admissibilidade, sendo possível neste que o
juiz suscite o IRDR. A segunda corrente entende que esta é uma mera regra de
prevenção.
Publicidade
Ampla e específica divulgação e publicidade, por meio de registro
eletrônico no Conselho Nacional de Justiça (acesso dos juízes para
suspender os processos;
Visa conferir a eficácia vinculante seja a mais ampla e completa possível)
(art. 979).
Instauração
Competência do órgão colegiado (art. 981)
Obs1: decisão colegiada não recorrível por REsp/RE (não há decisão da causa) –
cabe somente EDs.
Obs2: juízo de admissibilidade não impede novo incidente uma vez presente o
pressuposto antes considerado inexistente (art. 976, § 3º), contudo, é necessário
demonstrar que o fundamento que ensejou a inadmissibilidade do IRDR, restou
superado.
Obs1: Poderá haver ampliação para todo território nacional pode ser obtido por
pedido para tribunal superior por qualquer legitimado previsto no art. 977, II e III
(art. 982, § 3º) ou por qualquer parte de processo repetitivo (art. 982, § 4º).
Obs2: pedido de tutela de urgência dirigido para o juízo da causa (art. 982, § 2º)
IRDR (Incidente de resolução de demandas repetitivas).
Obs3: preferência para julgamento em 1 ano, salvo HC e réu preso (art. 980,
caput); sem decisão fundamentada vencimento de prazo gera afastamento da
suspensão (art. 980, parágrafo único), e retomada dos processos, salvo se
fundamentado o não julgamento.
Obs7: O STF e STJ entendem que a suspensão dos processos não é obrigação legal,
mas mero juízo de conveniência e oportunidade do julgador – ex: julgamento do
tema 8, sobre o rol taxativo mitigado do Agravo de Instrumento.
Exposição do objeto pelo relator, autor, réu, MP e demais interessados com prazo
de 30 minutos para sustentação oral .
O Amicus Curiae poderá sustentar oralmente, mas, a rigor, deverá ser partilhado o
prazo de 30 minutos entre a defesa e a acusação, logo, havendo 10 a sustentar,
cada um terá 3 minutos.
Mesmo que autor desista do processo o incidente será julgado (art. 976, § 1º) –
não é possível evitar a criação do precedente vinculante.
Reclamação
Não se trata somente da Reclamação Constitucional, pois não direciona-se
somente aos Tribunais Superiores.
Natureza Jurídica
Possui natureza jurisdicional.
Não se trata de recurso, e não pode ser usada como sucedânea recursal, ou meio
de substituição de recurso.
Possui natureza de ação? Segundo Didier, Cunga, Navarro Ribeiro Dantas, sim.
Mas, o STJ sempre restitui a esse entendimento e consagrou que a reclamação
seria o exercício do direito de petição, não do direito de ação. Contudo,
OBS: STF, Tribunal Pleno, Rcl. 1.821/PR, rel. Min. Mauricio Correa (governador em
Rcl de deicsão proferida em ADIN) - não é recurso:
a) não há qualquer previsão em lei federal que a preveja como recurso, e sem essa
previsão legal expressa considerar a reclamação um recurso seria afrontar o
princípio da taxatividade;
b) a reclamação está prevista nos arts. 102, I, “l” e 105, I, “f”, ambos da CF, como
atividade de competência originária dos tribunais superiores, e não como
atividade recursal;
- não é incidente processual (pode existir sem que haja processo, diante de
descumprimento da decisão de tribunal por autoridade administrativa).
(a) petição inicial veiculando uma pretensão, citação; (b) contraditório; (c) decisão
de mérito coberta por coisa julgada material; (d) pressupostos processuais
positivos, tais como a capacidade de ser parte, de estar em juízo e postulatória, e
negativos, tais como a ausência de coisa julgada, perempção e litispendência STF -
natureza de direito de petição, previsto no art. 5º, XXXIV da CF (STF, Tribunal
Pleno, ADI 2.212/CE, rel. Min. Ellen Gracie; ADI 2.480/PB, Tribunal Pleno, rel. Min.
Sepúlveda Pertence) - natureza de direito de ação (STF, 1ª Turma, Rcl. 24.417 AgR,
rel. Min. Luiz Roberto Barroso, j. 07/03/2017)
Cabimento
Usurpação de competencia: Forma de preservação da competência do
tribunal - art. 988, § 1º: preservação de competência de tribunal de
segundo grau.
Ex: juízo de admissibilidade do agravo do art. 544 do CPC/73 – art. 1.042 do CPC
(STF, Tribunal Pleno, Rcl 4.484/SO).
Art. 988, § 1º, do CPC: garantir autoridade das decisões de segundo grau.
Terceiros desde que o processo tenha eficácia erga omnes (STF, Rcl. 3.138/CE,
Tribunal Pleno).
Uniformização de jurisprudência
Obs2: Poder Legislativo não está vinculado, podendo aprovar nova lei com o
mesmo teor daquela já declarada inconstitucional (STF, Rcl. 2.617 AgR/MG,
Tribunal Pleno).
Obs3: não cabe Rcl de decisão que determina o sobrestamento do feito. Aplicação
do Art. 1.035, §§6º e 7º, do CPC/15 (STF, 1ª Turma, Rcl 25.090 AgR/RJ).
Art. 7º, caput da Lei 11.417/2006: decisão judicial ou ato administrativo contrariar,
negar vigência ou aplicar indevidamente entendimento consagrado em súmula
vinculante.
É possível reclamação ainda que não haja processo judicial, no caso de decisão
administrativa que desrespeite sumula vinculante.
(a) decisão judicial: STF a cassará e determinará que outra seja proferida em seu
lugar, com ou sem a aplicação da súmula.
Após, o STJ muda seu entendimento, e passa a não mais admitir Reclmaação nem
mesmo no caso de não recebimento de Resp - não cabimento para controle de
respeito a precedentes (STJ, Corte Especial, Rcl 36.476/SP), cabendo somente MS.
Procedimento
Petição inicial
- necessidade de provocação (art. 13, caput, da Lei 8.038/1990). - aplicação, no
que couber, do art. 319 do CPC
A petição inicial deve ser instruída com documentos que o auxiliem a convencer o
tribunal de suas razões (art. 988, § 2º, do CPC).
Não há prazo para o ingresso da RCl OBS: não cabe de decisão transitada em
julgado (art. 988, § 5º, I, do CPC) (Súmula 734/STF)
O relator fará:
MP como fiscal da ordem jurídica, desde que não seja autor (Meirelles-Wald-
Mendes: Procurador-Geral da República X Zenkner: promotor da causa originária -
art. 991 do CPC). O prazo é de 5 dias, contudo, ainda que sem manifestação, o
procedimento prossegue com ou sem manifestação.
Julgamento
Art. 992 do CPC.
Ação Rescisória
Art. 966 e seguintes, CPC.
Cabimento
Ação autônoma de impugnação de decisão judicial.
Não é cabível no caso de ação do juizado especial – art. 59, lei 9099/95, e no caso
de ações de controle concentrado de constitucionalidade – art. 26, lei 9868/99;
cautelar, salvo no caso do art. 310 do CPC (Barbosa Moreira).
- prevaricação (art. 319, CP); concussão (art. 316 do CP); corrupção (art. 317 do
CP)
substituída por decisão proferida por juízo competente não permite AR (Câmara)
III) dolo da parte vencedora e colusão das partes para fraudar a lei
Obs1: art. 966, § 5º: Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput
deste artigo, contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão
proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a
existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório
que lhe deu fundamento.
originária (BM/HTJr.)
(ii) por motivo alheio a sua vontade não pode produzir a prova
- prova deve ser hábil a reverter resultado: STJ, 3ª Seção, AR 3.444/PB - fato
provado deve ter sido alegado na ação originária. Prova nova é diferente de fato
novo
(ii) não cabe prova na AR, deve ser utilizada a prova produzida na ação originária
Legitimidade
Legitimidade Ativa
Art. 967, CPC.
Legitimidade Passiva
Todos que são parte na ação originárias deverão ser parte na ação rescisória, logo,
se não for autor, deverá ser réu.
Competência
Ação de competência originária, que proferiu a decisão.
Contudo, se o STJ ou STF não admitir o recurso, por indicar que não há violação a
norma federal ou constitucional, será a competencia do STJ e STF - S249/STF/STJ,
2ª Turma, AgRg no Ag 917.818/DF – recurso não conhecido, mas matéria
enfrentada.
Prazo
Art. 975 do CPC: 2 anos do transito em julgado.
Termos diferenciados
Data de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de cinco
anos, contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no
processo (§ 2º)
simulação ou colusão das partes, o prazo começa a contar para o terceiro
prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a
partir do momento em que têm ciência da simulação ou da colusão (§ 3º)
coisa julgada inconstitucional: data do trânsito em julgado da decisão do
STF (art. 525, § 15º e art. 535, § 8º do CPC)
Execução do Julgado
Art. 969 do CPC: tutela provisória (impedimento do início ou suspensão de
execução).
Procedimento
Petição Inicial
Petição inicial - art. 319 do CPC
Pedido: (i) juízo rescindendo (iudicium rescindens): rescisão do julgado; (ii) juízo
rescisório (iudicium rescissorium): novo julgamento OBS: cumulação sucessiva,
não existe pedido implícito OBS: somente pedido rescindendo (incompetência
absoluta e ofensa a coisa julgada).
Valor da causa (valor do bem da vida, não existindo relação direta com o valor da
causa da ação originária – STJ, 1ª Turma, REsp. 913.751/DF) .
Depósito de 5% do valor da causa (art. 968, II, do CPC), salvo União, aos Estados,
ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas respectivas autarquias e fundações de
direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que tenham
obtido o benefício de gratuidade da justiça.
Obs: art. 968, § 2º do CPC: o depósito previsto no inciso II do caput deste artigo
não será superior a 1.000 (mil) salários-mínimos - visa evitar o abuso e será
perdido para o réu no caso de julgamento unânime.
Citação
Resposta do Réu
Prazo entre 15 e 30 dias (art. 970, caput, do CPC).
Cabimento: contestação + reconvenção (depósito e prazo).
Atividade saneadora
Art. 970 do CPC: após a contestação do réu aplica-se o procedimento comum:
providencias preliminares e julgamento conforme o estado do processo - não cabe
audiência preliminar; presunção de veracidade (JAL); extinção por convenção de
arbitragem e reconhecimento jurídico do pedido 9.5. Fase probatória - art. 972, do
CPC: carta de ordem para prova oral/pericial com prazo de 1 a 3 meses Ação
rescisória
Manifestações finais
Prazo de 10 dias - autor, réu, MP como fiscal da ordem jurídica 9.7. Julgamento -
decisão terminativa - decisão de mérito.
Procedimentos Especiais
Ação de Consignação em Pagamento
Forma anômala de extinção da obrigação.
Consignação Extrajudicial
É opção do devedor .
(d) credor conhecido, certo, capaz e solvente, o que afasta a consignação nos
casos de (i) não se conhecer o credor (dúvida sobre a identidade física); (ii) dúvida
a respeito de quem é o credor (dúvida sobre a condição jurídica); (iii) devedor
incapaz, que não pode validamente receber ou dar quitação; (iv) credor insolvente
ou falido, hipóteses nas quais o crédito deve ser destinado às respectivas massas;
(v) existência de demanda judicial que tenha como objeto a prestação devida.
Procedimento:
Realizado o depósito o credor será cientificado pelo estabelecimento bancário por
meio de carta AR (prazo de 10 dias).
OBS: termo inicial é o retorno do aviso de recebimento (art. 539, § 2º, do CPC)
(c) silenciar, entendendo-se que nesse caso houve aceitação tácita, de forma que
a obrigação será reconhecida como extinta, ficando o valor depositado à espera
do levantamento do credor;
O prazo de 30 dias serve tão somente para que o devedor não sofra os efeitos da
mora. Após os 30 dias, o depósito extrajudicial perderá os seus efeitos, o que dá a
entender que o autor deverá realizar um novo depósito - Art. 890, § 4.º, do CPC
para ingressar judicialmente.
Legitimidade
-Legitimação ativa: devedor ou seus sucessores.
Objeto da Demanda
Pedido tem natureza meramente declaratória (correção e suficiência do depósito
realizado)
No caso da obrigação de pagar não é preciso ter valor liquido, sendo permitida a
revisão incidental de cláusulas contratuais no âmbito da demanda de consignação
em pagamento (STJ, 3ª Turma, REsp 436.842/RS).
Procedimento
(a) petição inicial (arts. 319 e 320 do CPC)
Pedido de depósito em cinco dias (art. 542, I, do CPC). - intimação do autor para
depósito em 5 dias (prazo impróprio: STJ, 3ª Turma, REsp 702.739/PB).
(a) responder * contestação - art. 544 do CPC (limitação das matérias de mérito
alegáveis): (I) não houve recusa ou mora em receber a quantia ou coisa devida; (II)
justeza na recusa; (III) depósito não se efetuou no prazo ou lugar do pagamento;
(IV) depósito não é integral.
Art. 546, caput do CPC: nem sempre haverá presunção de veracidade (STJ, 3ª
Turma, REsp 769.468/RJ)
Complementação Do Depósito
- acolhimento da alegação de insuficiência: improcedência do pedido.
OBS: natureza dúplice – condenação do autor sem pedido expresso do réu (STJ, 3ª
Turma, REsp 886.823/DF) - art. 545, § 1.º, do CPC (tutela antecipada em favor do
réu): levantamento imediato do valor consignado por ser incontroverso. Ação de
consignação em pagamento
- pedido implícito
- não há novo prazo de defesa a cada depósito, mas ré deve ser intimado.
- termo final: (a) prolação da sentença (aplicação analógica do art. 67, III, da Lei
8.245/1991: Marcato/Ovidio Baptista); (b) até o trânsito em julgado: STJ, 2ª Seção,
REsp 439.489/SP. (c) possibilidade de consignação incidental após a prolação da
sentença dependendo do teor desse ato decisório diante do pedido elaborado
pelo autor (HTJr). Ação de consignação em pagamento
Por questão de economia processual, o legislador entendeu por bem criar uma
limitação ao objeto da reconvenção, sendo inadmissível que tenha outras
prestações que não sejam objeto da consignatória.
- direito de complementação (art. 67, VII, da Lei 8.245/1991): (a) o prazo para
complementação é de 5 dias; (b) ao valor da complementação será acrescido 10%
sobre o valor da diferença;
Procedimento
- petição inicial (arts. 319 e 320 do CPC): cumulação sucessiva de pedidos (duas
fases procedimentais sucessivas e eventuais.
Art. 551 do CPC (forma adequada – com especificação de receitas, aplicação das
despesas e investimentos) OBS2: aplicação do art. 355 (art. 550, § 4º, CPC).
- decisão condenatória (prazo de 15 dias para apresentação das contas, sob pena
de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar (art. 550, § 5º, do CPC)
Pode ser usado para AS? Sim, desde que tenha capital fechado e no polo passivo
haja acionista ou acionistas que representem cinco por cento ou mais do capital
social, com fundamento de que a sociedade não pode preencher o seu fim (Art.
206, II, b, Lei das S.A.s e artigo 599, §2º, CPC.
O STJ já admitia nas sociedade anônimas familiares, onde a pessoa dos sociaos é
essencial (STJ, EResp 111.294 PR), quando reompido o affectio societatis – Eresp
1079763.
Pretensão
São formulados dois pedidos isoladamente ou em cumulação (art. 599, I a III):
Legitimidade
Legitimidade ativa (art. 600):
*falecimento do sócio:
(I) do espólio do sócio falecido, quando a totalidade dos sucessores não ingressar
na sociedade;
- legitimidade ativa da sociedade, nos casos em que a lei não autoriza a exclusão
extrajudicial (arts. 1.030, 1.004 e 1.085 do CC)
Legitimidade passiva
A sociedade não será citada se todos os seus sócios o forem, mas ficará sujeita aos
efeitos da decisão e à coisa julgada (art. 600, parágrafo único, CPC)
Procedimento
- duas fases procedimentais consecutivas: dissolução e apuração de haveres
(especialidades procedimentais estão reservadas à segunda fase procedimental):
Art. 603 trata apenas de condenação ao pagamento de honorários advocatícios -
apuração de haveres: caberá ao juiz fixar a data da resolução da sociedade (art.
605)
(III); na hipótese de retirada por justa causa de sociedade por prazo determinado e
na exclusão judicial de sócio, a do trânsito em julgado da decisão que dissolver a
sociedade
Ações Possessórias
- interditos possessórios: reintegração de posse (esbulho), manutenção de posse
(turbação) e interdito proibitório (ameaça).
Aspectos Procedimentais
Ação de Natureza Dúplice.
A “exceção de domínio” não é matéria a ser alegada, haja vista que se discute a
posse. Esta tese somente será adequada se alegar o proprietário que sua posse é
legítima pois é o proprietário. Obs. Súmula 487/STF: “Será deferida a posse a
quem, evidentemente, tiver o domínio, se com base neste for ela disputada”.
Litígio coletivo pela Posse (Art. 565) – O principal ponto é a realização de audiência
de conciliação, no caso de posse velha, por exemplo, cuja liminar exige previa
audiência de mediação. O mesmo ocorre caso depois de concedida liminar não
executada em um ano a contar da distribuição.
Inventariante
Visa auxiliar especial do juízo: administra o acervo e representa o espólio - múnus
público: prestação de compromisso (art. 617, parágrafo único, do CPC).
Remoção
Como o inventariante exerce múnus publico, ele pode ser removido (art. 622 do
CPC). As hipóteses do rol são meramente exemplificativas: Qualquer conduta
desleal, ímproba ou viciada de qualquer forma (STJ, 4.ª Turma, Resp. 988.527/RS).
Arrolamento sumário
Art. 659 do CPC.
Requisitos:
- petição inicial (art. 660 do CPC): (a) requerer ao juiz a nomeação do inventariante
que já vem indicado na própria petição inicial, não havendo necessidade de
aplicação da ordem legal do art. 617 do CPC; (b) declarar os títulos dos herdeiros e
os bens do espólio, nos termos do art. 620 do CPC; (c) atribuir o valor dos bens
para fins de partilha (art. 660 do CPC). (d) havendo dívidas, caberá a indicação na
petição inicial dos bens reservados ao seu pagamento.
*Não é necessário que o inventariante preste compromisso.
Arrolamento Comum
Requisitos (art. 664 do CPC):
b) bens que compõem o espólio não tiverem valor superior a 1.000 salários
mínimos;
Tributos - somente com a prova da quitação dos tributos relativos aos bens do
espólio o juiz julgará a partilha (art. 664, § 5º do CPC).
Procedimento de Inventário
Legitimidade ativa (arts. 615 e 616 do CPC): legitimidade concorrente.
Após, abre-se prazo de 15 dias para a Fazenda Pública informar ao juízo o valor
dos bens de raiz descritos nas primeiras declarações.
Por fim, ocorre cálculo do imposto de transmissão causa mortis com base no valor
dos bens na data da avaliação - prazo de cinco dias sucessivo para as partes e
depois para a Fazenda Pública; sendo acolhida alguma impugnação, os autos serão
devolvidos ao contador para ratificações, declarando o juiz por decisão
interlocutória, recorrível por agravo de instrumento, o valor do imposto.
Partilha
Fase de divisão dos bens (arts. 647 a 658 do CPC).
OBS: formal: (a) título suficiente para a transcrição no Registro Imobiliário; (b)
título executivo judicial (art. 515, IV do CPC).
Art. 656, do CPC: emenda para corrigir erro de fato na descrição dos bens e
inexatidões materiais da sentença.
(b) partilha judicial (sentença constitutiva): ação rescisória (art. 658 do CPC).
Sobrepartilha
Sobrepartilha, não haverá anulação da partilha já realizada, mas uma nova
partilha, a ser realizada no mesmo processo da anterior.
Bens sujeitos à sobrepartilha (art. 669 do CPC): (I) os bens sonegados; (II) os bens
desconhecidos ao tempo da partilha; (III) os bens litigiosos ou de liquidação difícil
ou morosa.
Embargos de Terceiro
Cabimento
Ação de conhecimento de rito especial, que visa a proteção da posse.
Decorre de constrição judicial sobre o bem sobre o qual o embargante tenha a
posse.
Legitimação
Legitimação ativa
Art. 673, do CPC: § 1o Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive
fiduciário, ou possuidor. § 2o Considera-se terceiro, para ajuizamento dos
embargos: I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens
próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843; II - o adquirente de
bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação
realizada em fraude à execução; III - quem sofre constrição judicial de seus bens
por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez
parte; IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto
de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos
atos expropriatórios respectivos.
Pode ser oposto pelo cônjuge meeiro, para defesa da meação. Verificar-
se-á se a divida beneficiou o casal ou a família. Não sendo em benefício de
ambos os cônjuges, preserva-se a meação entregando ao menos metade
do valor da avaliação ao meeiro.
Adquirente quando há alegação de fraude a execução – art. 792, §4º, CPC.
Os embargos poderão ter caráter preventivo.
Quem sofra a constrição mas não foi objeto da desconsideração da PJ.
Credor com garantia real no caso de expropriação judicial – art. 675, CPC.
Legitimação Passiva
Art. 677, § 4º: será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição
aproveita, assim como o será seu adversário no processo principal quando for sua
a indicação do bem para a constrição judicial.
Competência
Art. 676: os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a
constrição e autuados em apartado. –
Art. 676, Parágrafo único: Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os
embargos serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo
deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta.
Obs: parte pode escolher o juízo competente se aguardar a devolução da carta
precatória
Prazo
Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de
conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento
de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação,
da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da
assinatura da respectiva carta.
Após o transito cabe ação comum porque o terceiro não é afetado pela CJM
(HTJr./Marinoni).
Faz-se a execução: até cinco dias após a expropriação, mas nunca após a
assinatura da carta.
Procedimento
* petição inicial (art. 319, do CPC) - art. 677, caput, NCPC: prova sumária da posse
e da qualidade de terceiro, juntando documentos e indicando rol de testemunhas
- art. 677, § 1º: audiência preliminar para a produção da prova da posse OBS:
preclusão da prova testemunhal (STJ, 2ª Turma, REsp. 362.504/RS)
Oposição
Art. 682 do CPC: quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre
que controvertem autor e réu, poderá, até ser proferida a sentença, oferecer
oposição contra ambos.
Terceiro busca excluir pretensão de autor e réu do processo em trâmite. Pode ser
total ou parcial.
Procedimento
- distribuição por dependência (art. 683, parágrafo único, do CPC)
- petição inicial nos termos do art. 319 do CPC (art. 683, caput, do CPC)
O litisconsórcio passivo inicial necessário simples (art. 684 do CPC: se um dos réus
reconhecer juridicamente o pedido a oposição seguirá contra o outro).
No caso de réu sem advogado na ação principal será citado pessoalmente Obs2:
não se aplica prazo em dobro do art. 229.
O prazo é sempre comum de 15 dias, nunca contado em dobro nos termos do 229,
CPC.
Faz-se o julgamento na mesma sentença a oposição será julgada antes (art. 686 do
CPC).
Demanda Bifronte
- ação principal e oposição podem ser julgadas em momentos distintos (não
admissão como oposição e não havendo suspensão do processo principal)
Ação Monitória
Art. 700 e seguintes, CPC.
Admissibilidade
Trata-se de tutela diferenciada para a abreviação do iter processual para a
obtenção de um título executivo.
Pode ser não somente para obrigações de pagar, mas de fazer e entregar coisa
também.
A prova poderá ser produzida de forma unilateral. ,as neste caso a credibilidade
desta é menor.
Contudo, é opção do autor adotar a ação monitória, podendo, se preferir, adotar
ação de conhecimento.
Legitimidade
Incapaz
Não cabe contra devedor incapaz (art. 700, caput, do CPC).
Fazenda Publica
É possível, mas incomum que a Fazenda Pública ingresse com ação monitória.
O cabimento previsto no art. art. 700, § 6º do CPC - art. 701, § 4.º, do CPC, sendo
ré a Fazenda Pública e não apresentados os embargos previstos no art. 702 do
mesmo diploma legal, cabe reexame necessário da decisão concessiva do
mandado monitório.
Procedimento
- petição inicial (arts. 319 e 320 do CPC).
Art. 700, § 2.º, do CPC: (I) a importância devida, instruindo-a com memória de
cálculo; (II) o valor atual da coisa reclamada; (III) o conteúdo patrimonial em
discussão ou o proveito econômico perseguido.
Dispensa da descrição dos fatos e fundamentos jurídicos (Súmula 531 do STJ: “Em
ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é
dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.”;
Informativo 513/STJ, 2.ª Seção, REsp 1.094.571-SP.
Citação
-Expedido o mandado monitório, o réu será citado para integrar o processo e
tomar conhecimento da existência e teor da demanda contra ele proposta, bem
como intimado para a interposição de embargos ao mandado monitório no prazo
de 15 dias.
Reações do Réu
-Prazo de 15 dias: (a) satisfazer a obrigação; (b) não reagir; (c) ingressar com
embargos ao mandado monitório: (d) pagamento parcelado
Embargos Monitórios
Art. 702, § 6º, do CPC: reconvenção a ser proposta pelo réu da demanda monitória
Obs: não cabe reconvenção da reconvenção.
O art. 702, § 4º, do CPC, que prevê que a oposição dos embargos suspende a
eficácia do mandado monitório até o julgamento em primeiro grau.
Nada se refere a decisão que julga os embargos - art. 702, § 8º, do CPC, que prevê
que sendo rejeitados os embargos o mandado monitório se converte de pleno
direito em título executivo (a eficácia do mandado monitório não depende do
trânsito em julgado da decisão dos embargos e nem de seu reexame pelo tribunal
em julgamento de apelação).
Por analogia com o art. 1.012, § 1º, V, do CPC: improcedência dos embargos
confirma a tutela de evidência concedida liminarmente, o que seria suficiente para
retirar o efeito suspensivo da apelação (Medina).
Direito Difuso
Art. 81, parágrafo único, CDC.
Direito Coletivo
Transindividual - titular: grupo, classe ou categoria de pessoas.
É Indivisível.
É necessário ainda:
Art. 94, CDC: publicação de editais - art. 95, CDC: sentença condenatória genérica.
Art. 100, CDC: extensão do dano e número de tutelados para a execução por “fluid
recovery”. STJ, 4ª Turma, Resp 823.063/PR
Diferenças e Identidades
Direito difuso/coletivo: transindividuais e indivisíveis.
Microssistema Coletivo
Reunião de legislações esparsas que normativa o processo coletivo.
Apesar de não ser parte do núcleo duro, a Lei de Ação Popular, alimenta o núcleo
duro com ao menos 3 regras:
c) Efeitos da apelação – efeito suspensivo - art. 14 da LACP x art. 19, caput, do LAP.
d) prazo para execução pelo Ministério Público - art. 15 da LACP x art. 16 da LAP
(STJ, 2ª Turma, Resp 1.172.198/SP). Prazo de 60 dias para o MP executar.
Princípios
Ativismo Judicial
Sistemas processuais dispositivo e inquisitivo - poderes do juiz x vontade das
partes.
Lei 4.717/65
LACP/CDC
Processo Estrutural
As características:
Economia processual
Microscópica: gratuidade processual para o juiz.
Disponibilidade motivada
Art. 9º da Lei 4.717/65; art. 5º, § 3º, Lei 7.347/85.
Não taxatividade
O rol de direitos tuteláveis não é taxativo, a natureza é exemplificativa - art. 1, IV,
LACP: todos os direitos difusos e coletivos.
Atenção, o art. 3º, LACP não é limitação. É possível alternatividade entre pagar e
fazer/não fazer (STJ, 1ª Turma, Resp 625.249/PR).
Competitividade adequada
Foros concorrentes, como escolher?
• forum non conveniens: escolha dirigida a não sacrifica direito de defesa do réu, e
não seleção do foro inadequado para a tutela jurisdicional (conforme produção de
provas).
O STJ entende que não existe no Brasil foro non conveniens, mas somente foro
shopping - STJ , 3ª Turma, MC 15.398/RJ - tutela coletiva (STJ, 1ª Seção, CC
97.351/SP; CC 164.362/MG)
Competência
Competencia Originária nos Tribunais Superiores
Ação popular e ação civil pública: não há prerrogativa de foro.
STF, Tribunal Pleno, Pet. 3.087 AgR/DF
Poderá ser ajuizada nos Tribunais Superiores nos casos previstos em lei:
competência originária do STF: art. 102, I, ‘f”, “e” e “n”.
Justiça Eleitoral: não admite ação coletiva - art. 105-A da Lei 9.504/97.
Será a competente conforme pessoa jurídica lesada pelo ato ilícito impugnado
estiver prevista no art. 109, I, CF, ou seja, for pessoa jurídica fedaral
(Costa/Pacheco).
Competência do foro
Legitimidade
Tutela individual
Art. 18, CPC
Legitimidade Ativa
Cidadão.
Legitimado na ação popular. Deve ser eleitor: cidadania mínima - art. 1º, caput, da
Lei 4.717/65 (art. 1º, § 3º, da LAP).
Há doutrina que deseja ampliar os legitimados das ações populares para os não
cidadãos, mas hoje este não é o entendimento.
Ministério Público
Legitimado na Ação Coletiva, sem necessidade de pertinência temática, deve
haver somente compatibilidade com sua atuação profissional, ou seja, no caso de
direito indisponível.
- art. 129, III, CF: IC e ACP para quaisquer direitos difusos e coletivos
Ou seja:
•Direito compatível com suas funções - art. 129, IX, CF: outras funções
compatíveis com sua finalidade
Associações
Art. 5º, V e art. 82, IV, CDC.
* Requisitos
(a) Constituição nos termos da lei civil há pelo menos um ano - afastamento da
exigência (art. 82, § 1º, CDC).
Excepcionalmente, se não constituída há mais de um ano, havendo, manifesto
interesse social (dimensão ou característica do dano) e Relevância do bem jurídico
a ser protegido, poderá ser admitida a legitimidade.
Obs. Discussão inaugurada pelo STJ que confundiu a substituição processual com
representação processual, havendo necessidade de autorização especifica dos
associados para propor a demanda. Como não atua em substituição processual,
não há que falar em substituição - STF, TP, RE 573.232/SC; STF, TP, Edcl no RE n.
612.043/PR: somente as ações coletivas submetidas ao rito ordinário, pois são
direitos meramente individuais, no qual o autor se limita a representar os titulares
do direito material, atuando na defesa de interesses alheios e em nome alheio, o
que não ocorre nas ações civis públicas.
Não há qualquer exigência neste sentido pelo STJ - Informativo 665/STJ, 3ª Turma,
EDcl no REsp 1.405.697-MG.
Administração Pública Indireta: art. 5º, IV, LACP/art. 82, III, CDC: empresas
públicas; autarquias; fundações e sociedade de economia mista
Órgãos da administração pública sem personalidade jurídica: art. 82, III, CDC. Tem
capacidade jurídica, sem personalidade jurídica. Ex: PROCON (STJ, 2ª Turma, Resp
1.075.392/RJ).
Defensoria Pública
Art. 5º, II, LACP
(b) coletivo/DIH: exigido que sejam vulneráveis mas poderá haver parcela de não
vulneráveis
Intervenção em ações que lhe falta legitimidade ativa: não tem legitimidade ativa,
como em ação popular e em ação de improbidade administrativa. Nestas ações
participará como custus vunerabilis, a depender das circunstancias.
Nas ações em que terá legitimidade ativa, dado que a finalidade institucional não
se coaduna com a pretensão do autor.
Legitimidade Ativa
Partido político com representação no Congresso Nacional
Atuará na defesa de interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à
finalidade partidária (STF, TP, RE 196.184/AM – art. 1º da Lei 9.096/1995) –
necessário comprovar pertinência temática.
Ministério Público
Não há previsão expressa, mas jurisprudencialmente admite-se.
Não pode ser usada para tutelar direitos difusos e individuais homogêneos. Mas
seria ação coletiva?
Em que pese o artigo 17 preveja que não há tutela de direitos coletivos, a lei prevê
a possibilidade de pedido de reparação do erário, ou seja, tutela de direitos
difusos. Logo, a lei é contraditório.
Legitimados
Ministério Público e pessoa jurídica interessada.
Legitimidade Passiva
Na Ação Civil Pública
Qualquer sujeito apontado como responsável pela prática do ato ilícito
Ação Popular
Art. 6º, caput, LAP: litisconsórcio necessário.
A pessoa jurídica lesada pelo ato deve ser intimada sobre a existência do processo,
e, querendo, integrar a lide no polo ativo, mas não se trata de litisconsórcio ativo
necessário (STJ, 1ª T, Resp 970.393/CE). Pode também integrar o polo passivo,
segundo a lei.
Sempre deve haver agente público - beneficiados diretos - STJ, 1ª Turma, Resp
1.171.017/PA. É da essência do ato de improbidade um agente público, ainda que
haja particular envolvido, devendo este integrar o polo ativo.
Mandado de segurança coletivo
PJDP ou autoridade coatora? Há corrente que entende tratar-se de litisconcorcio
necessário, e quem entende que não.
• PJDP (HTJr.)
A prova deverá ser nova necessariamente? Entende-se por Marinoni e Abelha que
basta que seja prova não produzida, ainda que decorrente da desídia. Grinover e
Watanabe entendem que necessário que seja prova superveniente, contudo,
nesta hipótese pune-se o titular do direito por fato que não lhe pode ser
imputado, dado que representado, não devendo ser adotado este entendimento.
Limitação Territorial
Art. 16 da LACP. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da
competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado
improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado
poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.
•
Coletiva
Há dois tipos.
Espécies
Difuso/coletivo: não há especialidade, é comum, apenas liquidando o quantum
debeatur. Art. 95, CDC: sentença genérica. Excepcionalmente bastará cálculos
aritméticos
Legitimidade
Difusos e coletivos: legitimados coletivos.
Difuso e Coletivo: preferência pela tutela específica, se não for possível, reverte-se
para obrigação de pagar com receita destinada ao Fundo (FDD) ou para a pessoa
jurídica prejudicada, quando esta é PJ de direito publico (ressarcimento do erário)
- art. 18, LIA.
Direito Individual Homogêneo: Faz-se execução individual, contudo, em não
havendo um número de legitimados exequentes compatível ao dano praticado,
para que não fique barato ao causador do dano, neste caso, far-se-a execução por
fluid recovery, a fim de não ficar barato ao causador do dano - Resp repetitivo
(tema 948).
Execução por fluid recovery - art. 100, CDC: a aplicação é sempre subsidiária (STJ,
4ª Turma, Resp 1.156.021/RS) Obs. STJ, 4ª Turma, REsp 1.610.821/RJ
Legitimados coletivos (art. 98, CDC) Obs: substituição processual (STJ, CE, AgInt no
RE nos EDcl no AgInt no AREsp 1.215.294 RJ.
O valor não está atrelado aos danos indenizatório, contudo, pelo princípio da
menor onerosidade, a execução por fluid recovery não poderá ser maior que o
dano causado, embora não seja destinado às vítimas, mas ao FDD (STJ, 4ª Turma,
Resp 1.187.632/DF.
Com relação a esse tema, o STJ julgou o Tema 510 (Resp 1.253.844), que ao
interpretar o artigo 18, LACP, que indica a impossibilidade do perito trabalhar de
graça, determinando aplicação da sumula 232, STJ por analogia, que prevê a
necessidade da FP de realizar o depósito prévio do perito nos autos, assim, quem
fará o adiantamento será o responsável pelo autor – Estado, União, etc.
Artigo 91, CPC. Não se aplica a isenção de custas nas tutelas coletivas,
prevalecendo o decidido no tema 510, conforme STJ, RMS 59.927-SP e STF ARE
1.2283.040-RJ.
Requisitos
Prova da má-fé: somente a boa-fé se presume.
Efeitos
Condenação aos honorais
E perdas e danos.
Natureza Jurídica
Tutela direitos indisponíveis.
Uma outra corrente entende, porém, que no TAC há mesmo uma tranação
diferenciada (STJ, Resp 802.060/RS), dado que é consensual, ans ainda diversa da
civilista, dada a indisponibilidade do direito.
Legitimados Ativos
Os órgãos públicos são os legitimados.
art. 5º, § 6º, LACP “Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos
interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais,
mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial”.
Além disso, são legitimados a demanda coletiva, mas não podem celebrar TAC:
associação; fundações privadas; sindicatos e partidos políticos.
Características do TAC
Trata-se de título executivo extrajudicial, ou seja, deve prever uma obrigação
certa, liquida e exigível.
Revisão Judicial
É possível no caso de termo incompleto ou defeituoso.
Ingresso de ação coletiva mesmo quando já exista TAC (STJ, 2ª Turma, Resp
1.150.530/SC) – ação de conhecimento para revisão judicial do TAC, em linha com
o artigo 785, CPC.
A celebração de TAC não obsta ação penal (STJ, 6ª Turma, RHC 24.499/SP).
Inquérito Civil
Introdução
Previsto em leis esparsas.
Art. 129, III, CF: função institucional do MP Art. 8º, § 1º, LACP;
Art. 90 do CDC;
Características
Legitimidade
É de legitimidade exclusiva do MP.
Facultatividade
Cabimento de ação coletiva sem IC prévio, inclusive pelo MP (STJ, 1ª Turma, Resp
1.119.568/PR).
Publicidade Mitigada
Exceto em casos específicos de sigilo, publicidade é a regra - art. 37, CF.
Autoexecutoriedade
MP realiza os atos necessários à condução do procedimento investigativo, vez que
dispõe de poder investigativo autônomo.
Procedimento
1. Instauração
3. Procedimento do IC
4. Encerramento do IC
h) Propositura de ação;
i) Arquivamento. No caso de arquivamento há remessa obrigatória, no prazo
de 3 dias, para o CNMP, sendo cientificados os interessados. As decisões
possíveis serão:
Homologação do arquivamento
Converter o julgamento em diligencia para verificar eventual
detalhe pontual. O CNMP fara a produção da prova.
Continuidade do procedimento;
Propositura de ação coletiva.
Cumprimento de Sentença
Procedimento executivo do titulo executivo judicial.
Há, ainda, aplicação no que couber das regras do processo de execução (art. 513,
caput, do CPC).
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: IV - fixará valor mínimo para
reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos
pelo ofendido. - não existe dever de o juiz penal fixar o valor mínimo - execução
pelo valor mínimo e liquidação para aferição do valor real - não existe coisa
julgada da sentença penal com relação ao valor mínimo.
A indicação do valo mínimo, embora possível, não é dever do juiz penal. Para que
o juiz penal o faça, sua cognição penal deverá permitir identificar o valor mínimo.
Ao juiz penal não é exigido realizar cognição civil. Somente o fara, portanto, se for
possível.
E no caso do juiz civil apurar indenização inferior ao valor indicado pelo juiz penal,
qual decisão prevalecerá? A decisão cível, pois não há coisa julgada sobre o
capítulo cível da sentença penal, dado que a cognição é sumária, e não exauriente.
O juiz penal pode condenar ao pagamento de danos morais? Sim, pois não há
vedação legal. Contudo, o dano moral é eminentemente subjetivo, sendo difícil
obter o valor correto sem a cognição adequada e exauriente. Logo, embora
possível, não é recomendável que o juiz penal faça a indicação do valor mínimo
dano moral, vez que não há cognição exauriente.
Art. 784. § 3º: Não dependem de homologação pelo Supremo Tribunal Federal,
para serem executados, os títulos executivos extrajudiciais, oriundos de país
estrangeiro. O título, para ter eficácia executiva, há de satisfazer aos requisitos de
formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e indicar o Brasil como o
lugar de cumprimento da obrigação.
Sempre que o tribunal atua em grau recursal, não terá competencia executiva,
que competirá ao juízo de primeiro grau.
Havendo diferença entre o juízo que processou e o juízo que decidiu, prefere-se o
segundo: é competente o juiz que formou o título executivo.
Neste caso, os foros são concorrentes, nos termos do art. 516 do CPC Parágrafo
único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do
atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens
sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de
fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será
solicitada ao juízo de origem.
Contudo, este não é o entendimento do STJ, que admitiu a remessa dos autos
durante o cumprimento de sentença - STJ, 1ª Seção, CC 159.326-RS.
Há preclusão consumativa? Ou seja, mudar mais de uma vez após uma alteração
no curso da execução? O STJ não indicou tal questão em seu julgamento, mas em
linha com o julgado do STJ, seria possível, não havendo preclusão.
A sentença penal formada pela Justiça Federal pode ser executada civilmente na
Justiça Estadual e vice-versa.
j) Titulo seja objeto de recurso – dado que se não houver recurso, já transito
em julgado, sendo o cumprimento definitivo.
k) O recurso não pode ter efeito suspensivo, caso contrario impede-se a
execução da decisão.
Procedimento
Art. 522, CPC.
I - decisão exequenda;
Caução
Decisão provisória – recurso sem efeito suspensivo – sendo o recurso provido, ou
ele anulará ou reformará a decisão provisória.
Caso entenda-se que trata-se de garantia legal- caução não cautelar, de forma que
não dependerá do preenchimento de requisitos, tendo chegado o momento legal,
deverá ser prestada (Ovídio Baptista).
Espécies
Deverá ser suficiente e idônea, não havendo espécie não admitida – poderá ser
real, pessoal, em dinheiro, etc.
Uma caução suficiente deverá ter valor suficiente a caucionar o dano, ou seja, no
valor a ser executado. Ocorre que, mas realizada, o dano é eventual, futuro, não
sendo possível quantificá-lo previamente. Deste modo, aceita-se o valor da
execução como garantia, sob pena de subjetivismo absoluto.
- Idoneidade formal: deve ser formalmente adequado, sem vícios que maculem a
execução futura desta caução.
Forma
Art. 520, IV, CPC.
No caso do “prestada nos próprios autos” quer dizer que não há ação incidental
para tanto, sendo a caução nos próprios autos.
Momento
Art. 520, IV, CPC.
Dispensa da Caução
Art. 521, CPC.
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos
casos em que:
Multa
Art. 520, §2º e 3º, CPC.
Ocorre que o acordão que altera o julgamento não trata acerca dos danos
decorrentes da reversão deste título e danos decorrentes do cumprimento
provisório.
A liquidação geralmente é realizada pelo rito comum, nos próprios autos, no qual
faz-se, após o cumprimento de sentença.
Remessa Necessária
A remessa necessária, conforme artigo 496, caput, CPC, não permite a prévia
execução, por execução provisória.
No caso do MS, porém, toda sentença está sujeita a reexame, mas podem ser
executadas provisoriamente – art. 14, §1º e 3º, Lei do MS- trata-se da única
exceção.
Não é feito por petição inicial, vez que o processo já está em tramite – o inicio do
cumprimento de sentença é por requerimento inicial, que tem requisitos mais
simples.
Os requisitos são previstos no artigo 524, CPC, sendo necessário indicar o nome
das partes e CPF, por força legal.
Embora o CPC não preveja, na sequência o juiz intimará o exequente, para que:
aceite os cálculos do contabilista; mantenha os cálculos e valor indicado pelo
exequente inicialmente.
Caso o exequente persista no valor de seus cálculos, por força do CPC, as penhoras
seguirão o valor indicados pelo contabilista, por cautela.
Caso os dados para elaboração dos cálculos não estejam com o exequente, mas
com o executado ou com terceiros, faculta-se o início do cumprimento de
sentença sem cálculos e sem valor.
O artigo 524, §3º e 4º, CPC previu que neste caso o juiz determinará que os dados
sejam exibidos, por exibição de documentos incidental, intimando a parte com os
dados para que os forneça, sob pena de crime de desobediência.
Embora não haja previsão, é necessário permitir o prévio contraditório por este
intimado, seguindo o rito da ação de exibição de documentos.
Caso não seja possível a apresentação destes dados, mais importante que uma
ação penal por descumprimento, será necessário aplicar meios que forcem essa
exibição, conforme artigo 139, §4º, CPC, dado que a falta destes dados impede a
execução.
Caso o exequente tenha somente parte das informações, não tendo todos, o juiz
pode requisitar os documentos faltantes, para que o executado os apresente em
até 30 dias.
O exequente poderá renunciar a esta presunção – art. 524, §5º, CPC. Assim será
seguido o rito no artigo 139, IV, CPC, para recebimento dos dados.
É possível que a intimação seja na pessoa do executado, através dos correios com
AR, quando a representação for através da defensoria pública ou quando o
executado não tiver procurador constituído nos autos.
Contudo, nesta intimação por carta AR, prevê o artigo 513, §4º, CPC de que a
intimação será no mesmo endereço no qual foi citado, sendo presumida a citação
ainda que o executado não mais resida no local, uma vez que tem o ônus de
informar o juízo em caso de mudança.
No caso de réu citado por edital na fase de conhecimento, deverá ser intimado
por edital na fase de cumprimento de sentença, ainda que representado por
curador especial da defensoria pública.
Cumprida a Obrigação
Depois da intimação: executado se livra da multa, protesto e honorários.
Além disso há fixação dos honorários sobre o valor exequendo (sem multa).
Inicialmente os honorários são de 10%, mas poderão ser aumentados, conforme
atuação deste advogado.
Além disso é possível a inclusão no cadastro dos inadimplentes – art. 782, §3º e
5º;e protesto da sentença – art. 517, CPC. – Ambas medidas são de execução
indireta, para forçar o executado a pagar.
Essas medidas somente serão possíveis com transito em julgado, exceto no caso
de cumprimento de alimentos, no qual pode ser feitas as medidas ainda no
cumprimento provisórios.
Garantia do Juízo
É necessária?
Não é necessária, conforme art. 525, CPC. Não é condição processual, mas
circunstancial, podendo ou não ocorrer. Com ou sem penhora, a impugnação será
admitida.
Prazo
15 dias (art. 525, CPC)
ENUNCIADO 90 – Conta-se em dobro o prazo do art. 525 do CPC nos casos em que
o devedor é assistido pela Defensoria Pública.
Efeito Suspensivo
Não é op legis (próprio), portanto, o mero oferecimento de impugnação não
suspende a execução.
Há uma corrente que entende que por analogia, em razão do cabimento nos
embargos à execução, seria possível, mas na literalidade da norma cabe somente
tutela de urgência.
Ainda assim, a suspensão nunca é total e absoluta, de forma que não impede atos
de substituição, redução, reforma da penhora e avaliação - §7º.
A possibilidade da pratica destes atos tem logica, vez que a penhora é condição
para o efeito suspensivo, de modo que, não estando adequada, deverá ser
ajustada.
A avaliação, por sua vez, não gera qualquer prejuízo, constrição de bens ou
restrição de direitos.
Impugnação Parcial
Ocorre quando parcela da pretensão torna-se incontroversa, devido a matéria
alegada pelo executado, como no caso de excesso de execução.
Matérias Alegáveis
Há diferença em relação aos embargos, haja vista que neste caso há titulo
executivo judicial, de forma que o rol de materiais é menor.
No caso dos embargos qualquer matéria poderá ser alegada, haja vista que é a
primeira defesa sobre o titulo executivo judicial.
O rol é:
II - ilegitimidade de parte;
Procedimento
Não há o regramento específico no CPC, por isso, aplica-se o previsto aos
embargos de execução, por analogia.
Quando é possível a execução por prisão civil, deve ser requerida pelo exequente,
não podendo ser decretada de ofício, diversamente das demais formas executivas,
que podem ser determinadas de ofício, por impulso oficial.
O art. 528, §7º, CPC prevê que somente pode ser determinada a prisão civil no
caso das três prestações anteriores a propositura da ação.
Não é necessário, contudo, esperar três meses para ingressar com cumprimento
de sentença de alimentos.
O rol do artigo 529, caput, é taxativo? Não! É possível admitir o desconto em folha
de pagamento, conforme entendimento da jurisprudência.
O desconto em folha de pagamentos pode ser utilizado para pagar não somente o
valor das parcelas vincendas, mas também para quitar as vencidas, desde que o
bloqueio esteja limitado a 50% do salário.
Procedimento especial
Prisão Civil
Somente é cabível para as três ultimas prestações não pagar.
Para defesa desta prisão será possível HC? Sim, mas o efeito devolutivo é limitado,
por isso, o mais adequado é agravo de instrumento, que não tem limitação
cognitiva.
O CPC prevê que a prisão é determinada pelo prazo de 1 a 3 meses, a ser definido
pelo juiz; a lei de alimentos prevê que é de 60 dias. Mas prevalece o CPC. (RHC
23.040
II - ilegitimidade de parte;
II - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi
citado para o processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será
realizado no prazo de 2 (dois) meses contado da entrega da requisição, mediante
depósito na agência de banco oficial mais próxima da residência do exequente.
(Vide ADI 5534)
Contudo, neste caso, o início pode ser de ofício, não sendo necessário
requerimento do credor, vez que não há determinação neste sentido.
Neste caso, faz-se por impulso oficial.
O juiz pode determinar busca e apreensão, que será cumprida por dois oficiais de
justiça.
É cabível o que for possível para a impugnação de sentença, do artigo 525, CPC.
Os deveres de fazer não fazer que não tem natureza obrigacional, seguirá as
regras do art. 536 e 537, CPC.
Astreintes (multa)
Pode ser fixada de ofício (art. 537, caput, CPC).
A multa não precisa ser diária ou periódica, ou ainda, a periodicidade poderá ser
diversa de diária – por ato, por hora, etc. Ou ainda, poderá ser uma multa fixa.
Qual valor da multa? Deve ser fixado no caso concreto, não há previsão legal da
multa ou de parâmetros. Não pode ser irrisório, ou exorbitante.
Nos juizados especiais, inclusive, embora haja limitação da alçada das ações de
juizado, não se aplica esta limitação na aplicação de multas – STJ, Rcl 7.961/SP e
Enunciado 144, FONAJE.
O agente público poderá ser sancionado com multa, se agir com ato atentatório
contra a dignidade da justiça – art. 77, §único, CPC e STJ, Resp 679.048/RJ.
Cabimento
Julgamento de recurso, remessa necessária ou competencia originaria do tribunal,
desde que haja relevante questão de direito, com grande repercussão social, e
sem repetição em múltiplos processos.
O que é a relevante questão de direito? Depende do caso concreto, deve ser algo
importante à sociedade. Trata-se de conceito jurídico indeterminado.
Legitimados
Provocação da parte do processo, MP (como parte e como custus legis, dado que
o IAC visa tutelar a ordem pública - meio uniformizador de jurisprudência – visa
segurança jurídica, previsibilidade e isonomia), DP, de ofício pelo relator.
Procedimento
Após o pedido do IAC, haverá o julgamento de admissibilidade – julgamento pelo
órgão colegiado, que analisará a presença dos requisitos.
Enunciado 65, CJF: “A desistência do recurso pela parte não impede a análise da
questão objeto do incidente de assunção de competência”.
Cabimento
Efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma
questão unicamente de direito e o risco de ofensa à isonomia e à segurança
jurídica (art. 976, I e II).
Legitimidade
Art. 977, CPC.
Se o MP não for quem suscitar p IAC, atuará ainda assim, como custus legis.
Competência
Tribunais de segundo grau.
No mais, entende-se que deverá ser iniciado o IAC e IRDR nos tribunais regionais e
estaduais.
Publicidade
ampla e específica divulgação e publicidade, por meio de registro eletrônico no
Conselho Nacional de Justiça (acesso dos juízes para suspender os processos;
eficácia vinculante seja a mais ampla e completa possível) (art. 979).
IRDR
Instauração
Competência do órgão colegiado (art. 981), não cabe ao relator a análise de
admissibilidade do IRDR.
A decisão colegiada não é recorrível por REsp/RE, pois não há decisão sobre o
mérito da causa.
Ao relator caberá:
Há preferência para julgamento em 1 ano, salvo HC e réu preso (art. 980, caput);
sem decisão fundamentada vencimento de prazo gera afastamento da suspensão
(art. 980, parágrafo único), visando afastar decisões conflitantes, e não fazer com
que o processo fique sobrestado por mais de um ano.
Jurisprudência
Momento de sobretsamento
STJ, 4ª Turma, AgInt no AREsp 916.279/SP
MP – cuctus legis.
Julgamento
Art. 984, CPC.
Exposição do objeto pelo relator, autor, réu, MP e demais interessados com prazo
de 30 minutos para sustentação oral.
Mesmo que autor desista do processo o incidente será julgado (art. 976, § 1º) – é
uma norma pedagógica, vez que, não sendo possível a não formação do
precedente, é melhor que a parte faça parte dele, a fim de resultar em precedente
que melhor lhe atenda. Não há ate hoje noticia de alguma parte que tenha
desistido de seu recurso para a não formação de um precedente.
Há eficácia vinculante (art. 985, I e II): cabimento de Reclamação.
Recursos
Art. 987.
Pode ser aplicado efeitu suspensivo no Resp e RE, até o julgamento deste. No
caso de Embargos de declaração de Resp e RE, não é mantido o efeito suspensivo.
Ação Rescisória
Natureza Jurídica
Ação autônoma que visa impugnar decisão judicial.
Embora seja meio de impugnação judicial, estando assim no mesmo gênero dos
recursos, não poderá ser confundida com este, vez que o recurso desenvolve-se
no mesmo processo em que a ação foi proferida, enquanto que a ação rescisória é
autônoma.
Tem natureza desconstitutiva negativa, logo, é necessário que seja algo existente.
Somente cabe ação rescisória em caso de decisões de mérito – art. 966, CPC.
No caso de decisão homologatória, não cabe rescisória, mas ação anulatória – art.
966, §4º, CPC.
No caso de decisão terminativa, ou seja, que encerra o processo, mas não encerra
o mérito, e possível ingressar com nova ação art. 966, §2º, CPC. Contudo, será
rescindível a ação terminativa que impeça a propositura de nova demanda ou a
admissibilidade do recurso correspondente.
Ainda, por expressa previsão legal, não cabe rescisória no caso de:
Hipóteses de cabimento
I) prevaricação, concussão, corrupção passiva do juiz
- prevaricação (art. 319, CP); concussão (art. 316 do CP); corrupção (art. 317 do
CP)
No caso de sentença penal por outro motivo (p. ex. ausência de provas,
prescrição) não vincula o juiz cível, sendo cabível.
III) dolo da parte vencedora e colusão das partes para fraudar a lei
Art. 966, § 5º: Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste
artigo, contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em
julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a existência de
distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu
fundamento.
No caso de falsidade documental, esta deverá ser essencial à decisão cível para
procedência da rescisória – não basta que a prova seja falsa, deverá ser única ou
essencial.
Qual seria a ultima oportunidade em que seria lícito produzir a prova no processo?
A obtenção de prova nova posteriormente ao transito em julgado (art. 966, VII)
(no CPC/1973 era depois da sentença).
O fato provado deve ter sido alegado na ação originária - prova nova é diferente
de fato novo. Não pode alegar fato novo através de prova nova. O fato deve ter
sido apreciado na decisão rescindenda.
Requisitos (STJ, 1ª Turma, REsp. 839.499/MT): (i) fundamental para a decisão (ii)
não cabe prova na AR (somente nesta hipótese de rescisória, nas demais as provas
são livres), deve ser utilizada a prova produzida na ação originária (iii) não deve
existir controvérsia a respeito do fato (iv) inexistência de pronunciamento judicial
(a má apreciação da prova não é passível de alegação em rescisória).
Legitimidade
Art. 967, CPC.
São legitimados:
- MP (inciso III)
- aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção
(IV). Ex: Cade, CVM, etc.
Competência
Será competente o juízo da - ação de competência originária. Logo:
Prazo
Prazo de 2 anos a contar do trânsito em julgado – art. 975, CPC.
O prazo decadencial não se suspende, contudo, se o último dia cair em dia não
útil, será prorrogado ao próximo dia útil.
Eficácia do Julgado
Tutela de urgência: tutela provisória para impedimento do início ou suspensão de
execução – art. 969, CPC.
Causa de pedir
É necessário que haja jurídico para a rescisória – a não indicação do fundamento
legal (artigo de lei), não importa em vício.
Pedido
Será: (i) juízo rescindendo (iudicium rescindens): rescisão do julgado; (ii) juízo
rescisório (iudicium rescissorium): novo julgamento.
Somente o pedido rescindendo não poderá perder o objeto, caso contrário não
serão analisados os demais pedidos.
Valor da causa
Será o valor do bem da vida, não existindo relação direta com o valor da causa da
ação originária – STJ, 1ª Turma, REsp. 913.751/DF.
Há alguns sujeitos que não precisam realizar o depósito judicial: União, aos
Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas respectivas autarquias e
fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que
tenham obtido o benefício de gratuidade da justiça - Art. 968, II, do CPC.
Citação
Comum, cabível todas as formas.
Respostas do réu
Prazo entre 15 e 30 dias (art. 970, caput, do CPC) para apresentar contestação.
Atividade saneadora
Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior
a 15 (quinze) dias nem superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apresentar
resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á, no que couber,
o procedimento comum.
Fase probatória
Todo médio de prova é admitido.
No caso dos Tribunais e Tribunais Superiores, por não haver estrutura para
produção de provas, a eventual prova a ser produzida será objeto de delegação ao
juízo competente, através de carta de ordem.
Art. 972, do CPC: carta de ordem para prova oral/pericial com prazo de 1 a 3
meses
Manifestações finais
Prazo de 10 dias.
Julgamento
No decisão terminativa, não há análise do mérito.
a) não há qualquer previsão em lei federal que a preveja como recurso, e sem essa
previsão legal expressa considerar a reclamação um recurso seria afrontar o
princípio da taxatividade;
b) a reclamação está prevista nos arts. 102, I, “l” e 105, I, “f”, ambos da CF, como
atividade de competência originária dos tribunais superiores, e não como
atividade recursal;
Não cabe reclamação contra decisão transitada em julgado, assim, embora não
haja prazo previsto em lei, circunstancialmente o prazo será do trânsito em
julgado.
Isso porque pode existir sem que haja processo, diante de descumprimento da
decisão de tribunal por autoridade administrativa.
(b) contraditório;
Contudo, após o CPC de 2015 passou a entender que tem natureza de direito de
ação (STF, 1ª Turma, Rcl. 24.417 AgR, rel. Min. Luiz Roberto Barroso, j.
07/03/2017), diante da previsão de contestação no prazo de 15 dias.
Cabimento
a) Forma de preservação da competência do tribunal, seja do segundo grau
ou superiores (art. 102, I, “l” e art. 105, I, “f” da CF e art. 988, I, do CPC).
No caso do JEC, por não haver turma de uniformização, o STF entendeu que
admissível a Reclamação, deste modo criou-se uma forma de acessar o STJ, o que
aumentou o volume de trabalhos do Tribunal Superior.
Atenção: O Poder Legislativo não está vinculado, podendo aprovar nova lei com o
mesmo teor daquela já declarada inconstitucional (STF, Rcl. 2.617 AgR/MG,
Tribunal Pleno).
d) Contra ato que desrespeita enunciado de súmula vinculante (art. 988, III,
do CPC)
Art. 7º, caput da Lei 11.417/2006: decisão judicial ou ato administrativo contrariar,
negar vigência ou aplicar indevidamente entendimento consagrado em súmula
vinculante.
Procedimento
Petição inicial
Necessidade de provocação (art. 13, caput, da Lei 8.038/1990). - aplicação, no que
couber, do art. 319 do CPC.
É possível que terceiro beneficiado pelo ato (réu), intervenha como assistente
litisconsorcial do réu, contudo, a previsão é estranha, vez que este já é o réu. Art.
990 do CPC: qualquer interessado poderá impugnar o pedido do reclamante,
sendo o beneficiado direito pelo ato admitido como assistente litisconsorcial do
réu.
Julgamento
Art. 992 do CPC: procedente, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu
julgado ou determinará medida adequada à preservação de sua competência.
No caso desta previsão do artigo 992, CPC prevê uma visão ultrapassada da Rcl,
vez que atualmente é cabível em caso de descumprimento de precedentes, de
forma que incabível a mera cassação da decisão, sendo o ideal que o órgão
superior a substituísse para evitar nova violação, e não deixando margem para
que o órgão inferior refaça a decisão.
O efeito pode ser meramente constitutivo (ex: divórcio), mas também executivo.
Cabimento
Será sempre necessária? Depende. Em caso de países com tratado de
reciprocidade, como países do Mercosul e Portugal, não será necessário.
Tipo de decisão
a) Decisão interlocutória estrangeira executada por meio de carta rogatória –
art. 960, §1º, CPC. Depende da concessão de exequatur.
e) Homologação de decisão não judicial definitiva, que pela lei brasileira teria
caráter de decisão jurisdicional – ex: decisão administrativa de interdição
estrangeira.
Homologação Parcial
É possível homologação parcial? Sim. Seja porque este decorre de pedido de
homologação parcial(de um capítulo, por exemplo), ou em caso de pedido de
homologação integral e vício em parte desta.
Requisitos Indispensáveis
Art. 963, CPC.
Competencia da autoridade que proferiu a decisão;
Citação regular da parte ré;
Eficácia no país em que a decisão foi proferida – o RSTJ determinava que a
decisão fosse definitiva, mas o CPC, que deverá prevalecer, não determina
tal requisito – art. 916, §1º, CPC.
Não ofender a coisa julgada brasileira – não há litispendência entre ação
brasileira e ação estrangeira, podendo ambas tramitar, contudo, se
transitar em julgado a homologação da decisão estrangeira antes do
transito em julgado da decisão brasileira, haverá coisa julgada estrangeira,
e vice versa.
Não ofender a ordem pública.
O Art. 964, CPC prevê matérias sobre as quais somente a jurisdição brasileira seria
competente, de forma que não seria possível homologar a decisão estrangeira
sobre estas matérias, ou o exequatur para as cartas rogatórias.
Procedimento
Art. 216-A à N do RISTJ. (não costuma cair nos concursos Regimentos)
Execução
Art. 965, CPC.
No caso de execução, aplica-se o artigo 515, I e 516, § único, CPC e 109, X, CF.
CC, Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do
devedor.
CPC, Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros
para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
“Prévia advertência para aplicação das sanções pela violação do art. 774 do CPC.
Pratica ato atentatório à dignidade da justiça o executado [CPC, art. 774]. A parte
exequente e eventuais auxiliares da Justiça e terceiros sujeitam-se às penas de
litigância de má-fé [CPC, arts. 80 e 81].
A intimação, a pedido da parte [v. art. 921, III], porque não se trata de impulso
oficial, pode ser feita na pessoa do advogado, ainda sem poderes especiais (CPC,
art. 105). O prazo é judicial e, no silêncio, será o geral de cinco dias (CPC, art.
218,§3º).
(1) STJ, REsp 1.371.347/PE, Relator Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda
Turma, julgado em 25.06.2013.
(3) “O executado que não dispõe de qualquer bem que possa responder pela
execução deverá informar tal situação no prazo de cinco dias. A única resposta
que não se admite, gerando a imediata aplicação da multa, é o silêncio do
executado diante de sua intimação, já que a sanção alude ao desrespeito do
executado com a ordem judicial, e não à inexistência de bens que possam se
sujeitar à execução” [NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo
Civil Comentado artigo por artigo. Salvador: JusPodivm, 2016, p. 1208].
Natureza da responsabilidade:
Classificação Da Execução
Origem do título: Judicial ou extrajudicial.
A origem do título executivo determina o procedimento.
[a] por expropriação [ex. obrigação de pagar quantia certa; v. arts. 529 e 825],
[+ desconto] Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor
ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o
exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância da
prestação alimentícia. § 1º Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à
empresa ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência,
o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do
protocolo do ofício. § 2º O ofício conterá o nome e o número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser
descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual deve ser
feito o depósito. § 3º Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o
débito objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do
executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que,
somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos
líquidos.
[b] por desapossamento [ex. obrigações de entrega de coisa; v. art. 806, §2º]
Poderes-deveres do Juiz.
Enunciados n. 41 e 48 da ENFAM.
Dentre os poderes do juiz para direção do processo consta o art. 139, IV.
A inovação foi objeto do enunciado 48, editado pela Escola Nacional de Formação
e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM): 48).
CPC, Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às
exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa
humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a
publicidade e a eficiência.
Critérios: "A adoção de meios executivos atípicos é cabível desde que, verificando-
se a existência de indícios de que o devedor possua patrimônio expropriável, tais
medidas sejam adotadas de modo subsidiário, por meio de decisão que contenha
fundamentação adequada às especificidades da hipótese concreta, com
observância do contraditório substancial e do postulado da proporcionalidade."
(REsp 1.788.950/MT, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, DJe
26.4.2019);
STF: ADI 5.941. O tema é objeto da ADI 5.941 [pendente de julgamento]. Contudo,
o STF não está conhecendo dos Recursos Extraordinários com o fundamento de
que se trata de controvérsia infraconstitucional. Nesse sentido, as seguintes
decisões monocráticas: RE 1.221.543, Relator Min. Alexandre de Moraes, DJe
7.8.2019; RE 1.282.533/PR, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe 25.8.2020; RE
1.287.895, Relator Min. Marco Aurélio, DJe 21.9.2020; RE 1.291.832, Relator Min.
Ricardo Lewandowski, DJe 1.3.2021.
Competência
Execução de título executivo extrajudicial: CPC, art. 781
Art.781 Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada
perante o juízo competente, observando-se o seguinte: I - a execução poderá ser
proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou,
ainda, de situação dos bens a ela sujeitos; II - tendo mais de um domicílio, o
executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles; III - sendo incerto ou
desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar
onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente; IV - havendo mais de
um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de
qualquer deles, à escolha do exequente; V - a execução poderá ser proposta no
foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem
ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.
O juízo deprecado apenas pode negar cumprimento nos termos do art. 267 do
CPC.
A fixação do preço vil é do juiz da execução [891 do CPC: Não será aceito lance que
ofereça preço vil. Parágrafo único. Considera-se vil o preço inferior ao mínimo
estipulado pelo juiz e constante do edital, e, não tendo sido fixado opreço mínimo,
considera-se vil o preço inferior a cinquenta por cento do valor da avaliação].
Não pode um juiz de igual estatura reformar decisão de outro quando legal.
Princípios da Execução
Princípio do resultado ou desfecho único.
O objetivo da execução é um só: satisfação do credor.
CPC, Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o
concurso universal, realiza-se a execução no interesse do exequente que adquire,
pela penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados. Parágrafo único.
Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo bem, cada exequente conservará
o seu título de preferência.
Assim sendo:
Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o
pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários
advocatícios;
Art. 899. Será suspensa a arrematação logo que o produto da alienação dos bens
for suficiente para o pagamento do credor e para a satisfação das despesas da
execução. O devedor deve suportar por todas as despesas para a satisfação do
crédito, incluindo as processuais (princípio do ônus da execução).
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o
cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
A prisão civil do devedor de alimentos não é uma exceção, porque ela não tem
natureza satisfativa, servindo apenas como meio de coerção.
Por isso, Art. 921. Suspende-se a execução: III - quando o executado não possuir
bens penhoráveis;
Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da
execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das
custas da execução. § 1o Quando não encontrar bens penhoráveis,
independentemente de determinação judicial expressa, o oficial de justiça
descreverá na certidão os bens que guarnecem a residência ou o estabelecimento
do executado, quando este for pessoa jurídica. § 2o Elaborada a lista, o executado
ou seu representante legal será nomeado depositário provisório de tais bens até
ulterior determinação do juiz.
Art. 891. Não será aceito lance que ofereça preço vil. Parágrafo único. Considera-
se vil o preço inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e constante do edital, e, não
tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a cinquenta por
cento do valor da avaliação.
Art. 896. Quando o imóvel de incapaz não alcançar em leilão pelo menos oitenta
por cento do valor da avaliação, o juiz o confiará à guarda e à administração de
depositário idôneo, adiando a alienação por prazo não superior a 1 (um) ano. § 1o
Se, durante o adiamento, algum pretendente assegurar, mediante caução idônea,
o preço da avaliação, o juiz ordenará a alienação em leilão. § 2o Se o pretendente
à arrematação se arrepender, o juiz impor-lhe-á multa de vinte por cento sobre o
valor da avaliação, em benefício do incapaz, valendo a decisão como título
executivo. § 3o Sem prejuízo do disposto nos §§ 1o e 2o, o juiz poderá autorizar a
locação do imóvel no prazo do adiamento. § 4o Findo o prazo do adiamento, o
imóvel será submetido a novo leilão.
2. O devedor pode ser o depositário dos bens penhorados [CPC, art. 840, §2º]
Princípio da disponibilidade
A execução é processo do credor [princípio dispositivo; CPC, art. 2º], tanto que o
credor pode desistir unilateralmente da execução (art. 775 do CPC).
Princípio do contraditório
O processo de execução não é vocacionado para o contraditório porque ele parte
da certeza que decorre do título. Por isso, o juiz cita o executado para pagar (não
para se defender).
Não é demais anotar lição de Marcus Vinicius Rios Gonçalves, para quem a
“Constituição Federal consagrou, como garantia expressa dos procedimentos
jurisdicionais e administrativos, o contraditório (art. 5º, LV), sem qualquer
ressalva, o que inclui a execução, conquanto nela a garantia não tenha a mesma
amplitude que no processo de conhecimento, diante da natureza dos atos que são
praticados” (Novo Curso de Direito Processual Civil, 3ª ed., vol. 3, Saraiva, 2010, p.
15).
Diferido porque postergado, já que o juiz primeiro manda o devedor pagar para
depois ouvi-lo.
Eventual porque o contraditório só será provocado pelo juiz se ele tiver que
decidir alguma questão incidente.
Em princípio, o juiz não provoca o devedor para se defender, por isso a defesa na
execução é eventual e depende da iniciativa do próprio devedor. Na execução de
título extrajudicial, a lei nem prevê defesa no processo de execução. Eventual
defesa é através de embargos à execução, que cria um processo autônomo, mas a
doutrina e a jurisprudência admitem a objeção de pré-executividade, que é uma
petição simples no próprio processo de execução.
Partes na Execução
Quem pode promover a execução?
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título
executivo. § 1º Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em
sucessão ao exequente originário:
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei; [Pode ser parte ou fiscal da lei.
Veja art. 100 do CDC.] Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de
interessados em número compatível com a gravidade do dano, poderão os
legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da indenização devida.
Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá para o fundo criado
pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985.
Litisconsórcio e a execução.
Possível a cumulação subjetiva na execução, quer porque há mais de um credor
[ex. crédito solidário – CC, art. 267], quer porque há mais de um devedor
executado [Ex: devedor e seu garantidor, fiador, avalista].
Requisitos da Execução
Pressupostos ou condições específicas da execução:
Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação
certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo. Parágrafo único. A
necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo
não retira a liquidez da obrigação constante do título.
Título
O título é o documento que legitima a execução forçada [nulla executio sine titulo
(art. 803, I, CPC)].
Função do título: “Porque não pode haver execução sem título executivo, assume
ele, no processo de realização coativa do direito do credor, tríplice função, como
lembra Rosenberg, ou seja: 1) a de autorizar a execução; 2) a de definir o fim da
execução e 3) a de fixar os limites da execução”. [THEODORO JÚNIOR, Humberto.
Curso de Direito Processual Civil. v. III. 48ª ed. Rio de Janeiro: Forense. 2016, p.
253].
[b] Documentar uma obrigação certa (quanto ao objeto, o que é devido – “NOP”),
líquida (quantificada) e exigível (com eficácia atual, não estando pendente
condição, encargo ou termo) [cf. CPC, art. 786];
VII - a sentença arbitral; O arbitro não tem poder para execução forçada que será
sempre judicial. A lei da arbitragem não proíbe sentença ilíquida. Nada impede
que ele seja liquidada e executada no judiciário.
Testemunhas instrumentárias
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força
executiva.
- cédula de produto rural (Lei 8.929/1990, art. 211); - decisão do plenário do CADE
impondo multa ou obrigação de fazer ou não fazer (Lei 8.884/1994, art. 60; ver Lei
12.529/2011, art.93);
Entre outros.
Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar
pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial
Inadimplemento
O inadimplemento ocorre quando a obrigação se torna exigível e não há o
cumprimento voluntário [CPC, art. 786].
É o inadimplemento que gera o interesse processual do exequente.
Exigibilidade
Obrigação condicional ou sujeita a termo
Daí porque o credor de obrigação condicionada ou sujeita a termo para se valer de
ação executiva deve provar que se realizou a condição ou o termo a que se sujeita
seu crédito, a ser demonstrado já com a inicial (CPC, art. 798, I, c; CPC, art. 514),
sob pena de ser nula a execução se instaurada antes desta verificação [CPC, art.
803, III]. Não por ausência de título, mas sim de obrigação exigível.
Contrato bilateral
Art. 787. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão mediante
a contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao requerer a
execução, sob pena de extinção do processo. Parágrafo único. O executado
poderá eximir-se da obrigação, depositando em juízo a prestação ou a coisa, caso
em que o juiz não permitirá que o credor a receba sem cumprir a contraprestação
que lhe tocar.
Deverá o credor provar que cumpriu com sua parte do contrato [CPC, art. 798, I, d
– exceção do contrato não cumprido (exceptio non adimpleti contractus).
Responsabilidade Patrimonial
Débito e responsabilidade A relação obrigacional forma um crédito, direito de se
exigir a prestação, e um débito, dever de satisfazer a pretensão.
Primária ou Secundária
Impenhorabilidade
“salvo as restrições estabelecidas em lei”
Por isso, para os casos em que a sucessão a título singular se verifica quando já
proposta a demanda, estabelece o art. 109, § 3.º, do CPC que os efeitos da
sentença proferida entre as partes originárias se estendem para o adquirente ou
cessionário da coisa litigiosa. O inciso I do art. 790 não se aplica à sucessão a título
universal (por exemplo, no caso de morte da parte originária – situação regulada
pelo art. 796 – ou de incorporação de uma pessoa jurídica pela outra). [ROQUE,
Andre Vasconcelos. GAJARDONI, Fernando da F.; DELLORE, Luiz; ROQUE, Andre V.;
AL, et. Comentários ao Código de Processo Civil. [Digite o Local da Editora]: Grupo
GEN, 2021. 9786559640249. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559640249/. Acesso em:
04 jul. 2022. II - do sócio, nos termos da lei;
CC, Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados,
instituidores ou administradores. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) Parágrafo
único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de
alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de
estimular empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e
inovação em benefício de todos.
Daí porque Art. 795. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas
da sociedade, senão nos casos previstos em lei. § 1º O sócio réu, quando
responsável pelo pagamento da dívida da sociedade, tem o direito de exigir que
primeiro sejam excutidos os bens da sociedade. § 2º Incumbe ao sócio que alegar
o benefício do § 1º nomear quantos bens da sociedade situados na mesma
comarca, livres e desembargados, bastem para pagar o débito. § 3º O sócio que
pagar a dívida poderá executar a sociedade nos autos do mesmo processo. § 4º
Para a desconsideração da personalidade jurídica é obrigatória a observância do
incidente previsto neste Código.
VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do
reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores;
Com efeito, nos termos do §2º do art. 158, do Código Civil, somente os credores
que já o eram ao tempo da prática do ato fraudulento podem requerer sua
anulação. O crédito deve ser anterior ao ato de disposição dos bens, porque
somente os credores que já o eram ao tempo dos atos fraudulentos é que podem
demandar a anulação, dado que apenas em relação a eles é que estes atos
diminuem a garantia que o patrimônio do devedor oferece [REsp 1217593/RS].
Funções da Penhora
Individualizar bens
Individualizar bens sobre os quais incidirão os atos de expropriação
Art. 838. A penhora será realizada mediante auto ou termo, que conterá:
Direito de Preferência
Princípio prior tempore, potior iure, ou seja, o primeiro no tempo é o mais forte.
Penhora e preferência.
VII - semoventes;
Art. 793. O exequente que estiver, por direito de retenção, na posse de coisa
pertencente ao devedor não poderá promover a execução sobre outros bens
senão depois de excutida a coisa que se achar em seu poder.
“O art. 793 do CPC/2015 dispõe sobre a penhora de bem que se encontra com o
exequente, por direito de retenção (à semelhança do que pode ocorrer no caso
previsto no §3º do art. 835 do CPC/2015). No caso, estando o exequente na posse
de bem do executado em exercício de direito de retenção, sobre esses bens, como
regra, recairão os atos executivos. Entendemos que tal regra é estabelecida em
proveito do exequente e, conforme o caso, poderá ele requerer que sejam
excutidos outros bens, diversos daqueles em relação aos quais exerce o direito de
retenção. Aplica-se, aqui, o que se disse acima, em relação à penhora de bem
dado em garantia real” [MEDINA, José Miguel Garcia. Direito Processual Civil
Moderno. RT. São Paulo: 2015, p. 1041]
Limites da penhora
Vedação da penhora excessiva
Extensão numérica da penhora.
Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o
pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários
advocatícios. Art. 874. Após a avaliação, o juiz poderá, a requerimento do
interessado e ouvida a parte contrária, mandar: I - reduzir a penhora aos bens
suficientes ou transferi-la para outros, se o valor dos bens penhorados for
consideravelmente superior ao crédito do exequente e dos acessórios; II - ampliar
a penhora ou transferi-la para outros bens mais valiosos, se o valor dos bens
penhorados for inferior ao crédito do exequente.
Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da
execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das
custas da execução. § 1o Quando não encontrar bens penhoráveis,
independentemente de determinação judicial expressa, o oficial de justiça
descreverá na certidão os bens que guarnecem a residência ou o estabelecimento
do executado, quando este for pessoa jurídica. § 2o Elaborada a lista, o executado
ou seu representante legal será nomeado depositário provisório de tais bens até
ulterior determinação do juiz.
“A regra deve ser compreendida no sentido de que não se penhoram bens quando
o proveito daí decorrente não beneficiar o exequente, mas restar absorvido pelas
custas judiciais a serem pagas ao Estado. Não incide a restrição, contudo, se o
valor do bem penhorado, embora pequeno, puder ressarcir ao exequente o valor
das custas por ele antecipadas. Não fosse assim, a regra padeceria de
inconstitucionalidade, pois impediria a realização do direito do exequente”
[MEDINA, José Miguel Garcia. Direito Processual Civil Moderno. RT. São Paulo:
2015, p. 1038].
Já se decidiu pela inaplicabilidade da regra à execução fiscal, confira-se:
Bens Impenhoráveis
Art. 833. São impenhoráveis:
Observações:
Fraude a Execução
O titular de crédito consubstanciado em título executivo representativo de
obrigação certa, líquida e exigível [CPC, art. 783] poderá fazer atuar a sanção
jurídica decorrente do inadimplemento, qual seja a responsabilidade patrimonial
do devedor.
Segundo Liebman, “A fraude toma aspectos mais graves quando praticada depois
de iniciado o processo condenatório ou executório contra o devedor. É que então
não é só mais patente que nunca o intuito de lesar os credores, como também a
alienação dos bens do devedor vem constituir verdadeiro atentado contra o eficaz
desenvolvimento da função jurisdicional já em curso, porque lhe subtrai o objeto
sobre o qual a execução deverá recair”. [in Processo de Execução, 5ª ed., p. 108]. I
“Pela própria natureza de ser um ilícito processual, tal vício é de ordem pública, é
informado pelo princípio inquisitivo e sobre ele pode e deve conhecer de ofício o
juiz, devendo inclusive aplicar a penalidade prevista no art. 774 sem prejuízo de
outras sanções cabíveis. É justamente porque possui uma natureza processual que
tal instituto vem regulamentado pelo CPC no art. 792 com diversos incisos que
tipificam as hipóteses da referida fraude” [ABELHA, Marcelo. Manual de Execução
Civil. 6ª ed. Rio de Janeiro: Forense. 2016, p. 106]. A fraude à execução pode ser
praticada de diversas formas [CPC, art. 792].
2. na pendência [CPC, arts. 240 e 312; art. 828] de demanda fundada em direito
real ou obrigação reipersecutória ou obrigação pecuniária diversa apta a reduzi-lo
à insolvência (CPC, art. 792, I e II),
Requisitos
Houver prática de negócio jurídico conducente à insolvência – negócio
oneroso
CPC, art. 792, § 2º CPC, art. 792, § 2º No caso de aquisição de bem não sujeito a
registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas
necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes,
obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem. Disciplina da
lei n. 13.097/15. Referida lei, que afeta regra processual civil, derivou de MP,
constitucionalidade congênita [CF, art. 62, §1º,b].
Lei n. 13.097/15,Art. 54. Os negócios jurídicos que tenham por fim constituir,
transferir ou modificar direitos reais sobre imóveis são eficazes em relação a atos
jurídicos precedentes, nas hipóteses em que não tenham sido registradas ou
averbadas na matrícula do imóvel as seguintes informações: (Vigência) I - registro
de citação de ações reais ou pessoais reipersecutórias; II - averbação, por
solicitação do interessado, de constrição judicial, de que a execução foi admitida
pelo juiz ou de fase de cumprimento de sentença, procedendo-se nos termos
previstos no art. 828 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
Processo Civil); (Redação dada pela Lei nº 14.382, de 2022) III - averbação de
restrição administrativa ou convencional ao gozo de direitos registrados, de
indisponibilidade ou de outros ônus quando previstos em lei; e IV - averbação,
mediante decisão judicial, da existência de outro tipo de ação cujos resultados ou
responsabilidade patrimonial possam reduzir seu proprietário à insolvência, nos
termos do inciso IV do caput do art. 792 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015
(Código de Processo Civil). (Redação dada pela Lei nº 14.382, de 2022) § 1º Não
poderão ser opostas situações jurídicas não constantes da matrícula no registro de
imóveis, inclusive para fins de evicção, ao terceiro de boa-fé que adquirir ou
receber em garantia direitos reais sobre o imóvel, ressalvados o disposto nos arts.
129 e 130 da Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, e as hipóteses de aquisição
e extinção da propriedade que independam de registro de título de imóvel.
(Renumerado do parágrafo único com redação dada pela Lei nº 14.382, de 2022) §
2º Para a validade ou eficácia dos negócios jurídicos a que se refere o caput deste
artigo ou para a caracterização da boa-fé do terceiro adquirente de imóvel ou
beneficiário de direito real, não serão exigidas: (Incluído pela Lei nº 14.382, de
2022) I - a obtenção prévia de quaisquer documentos ou certidões além daqueles
requeridos nos termos do § 2º do art. 1º da Lei nº 7.433, de 18 de dezembro de
1985; e (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022) II - a apresentação de certidões
forenses ou de distribuidores judiciais. (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022) Lei n.
7.433/85.
Outro requisito é haver pendência [CPC, arts. 240 e 312; art. 828] de demanda
fundada em direito real ou obrigação reipersecutória ou obrigação pecuniária
diversa apta a reduzi-lo à insolvência (CPC, art. 792, I e II), CPC, Art. 240.
Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada,
todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados
no art. 240 depois que for validamente citado.
CPC, Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida
pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação
no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto
ou indisponibilidade. § 1º No prazo de 10 (dez) dias de sua concretização, o
exequente deverá comunicar ao juízo as averbações efetivadas. § 2º Formalizada
penhora sobre bens suficientes para cobrir o valor da dívida, o exequente
providenciará, no prazo de 10 (dez) dias, o cancelamento das averbações relativas
àqueles não penhorados. § 3º O juiz determinará o cancelamento das averbações,
de ofício ou a requerimento, caso o exequente não o faça no prazo. § 4º Presume-
se em fraude à execução a alienação ou a oneração de bens efetuada após a
averbação. § 5º O exequente que promover averbação manifestamente indevida
ou não cancelar as averbações nos termos do § 2º indenizará a parte contrária,
processando-se o incidente em autos apartados.
ENFAM, Enunciado n. 52) A citação a que se refere o art. 792, § 3º, do CPC/2015
(fraude à execução) é a do executado originário, e não aquela prevista para o
incidente de desconsideração da personalidade jurídica (art. 135 do CPC/2015).
CC, Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o
direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
v.
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro
ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
Estudo conjunto dos incisos II e III Não averbada, no registro do bem, a pendência
do processo de execução [CPC, art. 828], a hipoteca judiciária [CPC, art. 495], ou
outro ato de constrição judicial originário do processo [CPC, art, 831], porque
ausente forma pública cognoscível por terceiros [registro público], caberá ao
exequente provar a má-fé, assim como ao adquirente demonstrar ter adotado
cautelas próprias segundo a boa-fé objetiva.
CPC, art. 792, § 2º No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro
adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a
aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do
vendedor e no local onde se encontra o bem.
2. Para a solução do caso concreto: 2.1. Aplicação da tese firmada. 2.2. Recurso
especial provido para se anular o acórdão recorrido e a sentença e,
consequentemente, determinar o prosseguimento do processo para a realização
da instrução processual na forma requerida pelos recorrentes. [REsp n. 956.943,
rel. Min. Nancy Andrighi, rel. p/ acórdão Min. João Otávio de Noronha, j.
20.8.2014] Voto divergente da e. Min. Nancy Andrighi [distribuição dinâmica do
ônus da prova]:
Consequências Jurídicas
A consequência principal é a ineficácia do negócio perante o exequente.
Embargos do Executado
Natureza Jurídica
Embargos do devedor tem natureza de ação incidental à execução, ação principal.
É a posição consolidada da doutrina, sem prejuízo da disposição dos temas do art.
917 do CPC ser própria de defesa. Deve, portanto, ser observada a disciplina do
art. 319 do CPC.
Finalidade
Os embargos do devedor podem, a depender do pedido, i. desconstituir o título
executivo [vício intrínseco ou extrínseco, a exemplo da falta de testemunhas
instrumentárias ao instrumento particular], ii. voltar-se contra a pretensão
executiva deduzida [cumulação de execuções; excesso de execução].
Interesse Processual
Pode o executado alegar nos embargos “qualquer matéria que lhe seria lícito
deduzir como defesa em processo de conhecimento” [CPC, art. 917, VI].
Legitimidade
É legitimado ativo o executado, aquele demandado em ação de execução, seja ou
não devedor. O curador especial pode opor embargos [STJ, súmula n. 196,
ressalvando inexistir revelia em execução, ausente defesa]. STJ, súmula n. 196. Ao
executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer revel, será
nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de embargos.
Legitimado passivo é o exequente. Se plural, o polo passivo deve ser composto por
aquele afetado pelo pedido dos embargos.
De regra, penhora e avaliação são realizadas no mesmo momento [CPC, art. 870].
Aliás, acerca da avaliação: Art. 873. É admitida nova avaliação quando: I - qualquer
das partes arguir, fundamentadamente, a ocorrência de erro na avaliação ou dolo
do avaliador; II - se verificar, posteriormente à avaliação, que houve majoração ou
diminuição no valor do bem; III - o juiz tiver fundada dúvida sobre o valor atribuído
ao bem na primeira avaliação. Parágrafo único.
Aplica-se o art. 480 à nova avaliação prevista no inciso III do caput deste artigo. III
- excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; § 2º Há excesso de
execução quando: I - o exequente pleiteia quantia superior à do título; II - ela recai
sobre coisa diversa daquela declarada no título; III - ela se processa de modo
diferente do que foi determinado no título; IV - o exequente, sem cumprir a
prestação que lhe corresponde, exige o adimplemento da prestação do
executado; V - o exequente não prova que a condição se realizou. § 3º Quando
alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à do
título, o embargante declarará na petição inicial o valor que entende correto,
apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo. § 4º Não
apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, os embargos à
execução: I - serão liminarmente rejeitados, sem resolução de mérito, se o excesso
de execução for o seu único fundamento; II - serão processados, se houver outro
fundamento, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução.
Ainda que essa circunstância deva ser analisada pelo juiz no caso concreto, há um
exemplo que demonstra de maneira bastante clara a possibilidade de concessão
de efeitos suspensivo, ainda que sem a garantia total do juízo.
Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo. § 1º O juiz poderá,
a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando
verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a
execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes. § 2º
Cessando as circunstâncias que a motivaram, a decisão relativa aos efeitos dos
embargos poderá, a requerimento da parte, ser modificada ou revogada a
qualquer tempo, em decisão fundamentada. § 3º Quando o efeito suspensivo
atribuído aos embargos disser respeito apenas a parte do objeto da execução,
esta prosseguirá quanto à parte restante. § 4º A concessão de efeito suspensivo
aos embargos oferecidos por um dos executados não suspenderá a execução
contra os que não embargaram quando o respectivo fundamento disser respeito
exclusivamente ao embargante. § 5º A concessão de efeito suspensivo não
impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da
penhora e de avaliação dos bens.
Impugnação do Executado
Natureza Jurídica
Impugnação do devedor tem natureza de defesa, verdadeiro incidente processual,
com cognição horizontal limitada, limitada ao rol do art. 525,§1º, além de
questões cognoscíveis de ofício seguintes ao trânsito em julgado [CPC, art. 508].
Finalidade
Da natureza de defesa é possível extrair duas finalidades: i. dilatória e ii.
peremptória, caso extinga o incidente.
Competência
A competência é naturalmente do juízo prolator da sentença, podendo incidir a
hipótese alternativa em favor do exequente prevista no art. 516, parágrafo único,
do Código de Processo Civil.
Interesse Processual
Carece de interesse processual o executado que impugnar reportando questão
não descrita no rol do art. 525, §1º, do Código de Processo Civil. O prazo para
impugnar é de 15 dias.
Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário. [CPC, art.
525].
Logo, intimado para pagar em 15 dias e não o fazendo para impugnar no prazo de
15 dias seguintes.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário,
inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de
penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
Legitimidade
É legitimado ativo o executado e legitimado passivo o exequente.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário,
inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de
penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. § 1º
Na impugnação, o executado poderá alegar:
Art. 873. É admitida nova avaliação quando: I - qualquer das partes arguir,
fundamentadamente, a ocorrência de erro na avaliação ou dolo do avaliador; II -
se verificar, posteriormente à avaliação, que houve majoração ou diminuição no
valor do bem; III - o juiz tiver fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem na
primeira avaliação. Parágrafo único. Aplica-se o art. 480 à nova avaliação prevista
no inciso III do caput deste artigo.
CPC, art. 525, § 11. As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo
para apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à
adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem
ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o
prazo de 15 (quinze) dias para formular esta arguição, contado da comprovada
ciência do fato ou da intimação do ato
Efeito Suspensivo
Impugnação por petição com o rigor compatível do art. 319 do Código de
Processo Civil. Contraditório do exequente, quem pode: i. permanecer inerte, ii.
reconhecer o pedido, iii. manifestar-se. Posteriormente, provimento jurisdicional,
podendo ser sentença, se terminativo do cumprimento de sentença ou decisão
[CPC, art. 203, §§1º e 2º].
CPC, Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões
interlocutórias e despachos. § 1º Ressalvadas as disposições expressas dos
procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz,
com fundamento nos arts. 485 e 487 , põe fim à fase cognitiva do procedimento
comum, bem como extingue a execução. § 2º Decisão interlocutória é todo
pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º. § 3º
São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo,
de ofício ou a requerimento da parte. § 4º Os atos meramente ordinatórios, como
a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados
de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo
com os artigos previstos neste Título: I - as decisões proferidas no processo civil
que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não
fazer ou de entregar coisa; II - a decisão homologatória de autocomposição
judicial; III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer
natureza; IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao
inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; V - o
crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários
tiverem sido aprovados por decisão judicial.
Embora não haja previsão de penhora, ocorre aplicação subsidiária das normas do
processo autônomo de execução ao cumprimento de sentença e vice versa.
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título,
observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no
Livro II da Parte Especial deste Código.
Formas Executivas
Fazer com que o devedor inadimplente seja compelido a pagar, prevalecendo a
vontade do direito.
Pode ser por sub-rogação ou direta: a vontade do devedor não importa, pois o
Estado substitui esta vontade pelo direito. A responsabilidade é patrimonial,
assim, o Estado adentra no patrimônio do executado para que este seja
transferido ao credor. Ex: penhora.
ADI 5941 de relatoria do Min. Luiz Fux questiona o art. 139, IV, CPC.
Princípios
Não há execução sem título (Nulla executio sine titulo). Conceito: Título executivo
é documento que representa uma obrigação, a que a norma atribuiu a eficácia
executiva. (Nulla titulus sine lege) Critério: O que leva em consideração o
legislador a atribuir essa eficácia executiva? O titulo deve estar previsto em lei –
art. 784, CPC.
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força
executiva.
Atributos do TEE
CLER – certo, liquido e exigível.
Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação
certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo. Parágrafo único. A
necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo
não retira a liquidez da obrigação constante do título.
TEEs em Espécie
Previstos no CPC, 784.
Letra de cambio: Renato deve a mim. Renato diz que Ricardo o pagará, e faz uma
letra de cambio, que, a partir do aceite de Ricardo, torna-se exigível.
Outro documento público: lavrado por autoridade pública. Ex: nota de empenho.
Credito de foro e laudêmio decorrem de enfiteuse, que foi escrita pelo artigo
2038, CC, regulada ainda pelo CC de 1916.
TEEs unilaterais.
TEEs unilaterais.
TEEs unilaterais.
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força
executiva.
Legitimidade Ativa e Passiva na Execução
Legitimidade ativa
Credor e quem detenha o título
Não precisa ser o indicado no título, mas somente quem o detiver tendo em vista
a circularidade e cartularidade dos títulos de crédito por endosso.
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título
executivo.
Ministério Público
No caso de ACP e Ação Popular, se não houve a execução pelo legirimiado que
ajuizou a ação, em 60 dias do transito em julgado, o MP tem o dever de executar a
sentença.
Cessionário
Sub-rogado
É o caso do fiador, que é executado pelo credor, e pode executar o devedor, com
base no titulo originário.
Legitimidade passiva
CPC, 779.
Devedor
Novo devedor
Fiador
Responsável tributário
Competencia
Justiça especializada ou justiça comum?? somente no caso de títulos formados e
que sejam objeto de justiça especializada. Ex: TAC do MPT.
Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos
executivos, e o oficial de justiça os cumprirá.
Conexão
CPC, 55.
Há conexão??
Sim, há conexão pela teoria materialista, vez que embora a causa de pedir e os
pedidos sejam distintos, havendo relação de prejudicialidade, há conexão.
No caso concreto, havia duas ações: em uma delas o autor (empresa 1) executava
uma dívida da devedora (empresa 2). A executada, por sua vez, ajuizou ação
declaratória de inexistência da relação afirmando que nada deve para a empresa
1. Nesta situação, o STJ reconheceu que havia conexão por prejudicialidade e
decidiu o seguinte: “pode ser reconhecida a conexão e determinada a reunião
para julgamento conjunto de um processo executivo com um processo de
conhecimento no qual se pretenda a declaração da inexistência da relação jurídica
que fundamenta a execução, desde que não implique modificação de
competência absoluta. STJ. 4ª Turma. RESP 1221941-RJ, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 24/2/2015 (Info 559)
Execução fiscal
Procedimento especial de execução por TEE especial, a CDA.
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o
cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
Mas e no caso de prisão civil? Trata-se de medida executiva imprópria, vez que
não exclui a divida, somente atua como meio coercitivo de adimplemento.
Apenas quando um deles tem Resp. Primária e o outro tem Resp. Secundária.
Ocorrerá nos seguintes casos:
Disposições Gerais
CPC, 797 a 805.
É possível o arresto online mesmo que não tenha ocorrido citação? Sim!!
Citado o réu terá prazo de 3 dias para pagar com redução dos honorários a
metade.
b) Não paga, mas requer o benefício do art. 916 do CPC – parcelamento do débito
por moratória legal.
Penhora
Conceito: Ato de apreensão e depósito de bens que servirão para satisfazer o
crédito executado.
Efeitos.
1) Materiais
2) Processuais
Intimação da Penhora:
Art. 841. Formalizada a penhora por qualquer dos meios legais, dela será
imediatamente intimado o executado. § 1º A intimação da penhora será feita ao
advogado do executado ou à sociedade de advogados a que aquele pertença
Registro da penhora:
A penhora
a) deve ser averbada no registro competente para que tenha efeito entre as
partes do processo.
c) não pode recair sobre os bens inalienáveis, seus frutos e rendimentos, mesmo
que à falta de outros bens.
Substituição da Penhora
Art. 848 – Hipóteses de substituição a pedido de qualquer das partes – executado
ou exequente.
- Desobediência ao que determina lei, contrato ou ato judicial; Ex: Bens que
servem como garantia pignoratícia.(835, §3º)
- Bens já penhorados ou gravados de algum ônus, tendo bens livres para serem
penhorados.
- Conversão em penhora
Por também pedir que terceiros façam e requeria após a execução do valor para
por quantia certa.
Multa/Astreinte
Trata-se de meio de execução indireta.
Não tem condão de penalidade, por isso, deve ser razoável para que atinja o
objeto de fazer com que o executado pague.
CPC, 910.
Repercussões jurisprudenciais
O valor incontroverso poderá ser objeto de execução desde logo, desde que
respeitados os parâmetros do tema 28:
Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da Constituição Federal e o
art. 78 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias serão considerados
de pequeno valor, até que se dê a publicação oficial das respectivas leis
definidoras pelos entes da Federação, observado o disposto no § 4º do art. 100
da Constituição Federal, os débitos ou obrigações consignados em precatório
judiciário, que tenham valor igual ou inferior a: I - quarenta salários-mínimos,
perante a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal; II - trinta salários-mínimos,
perante a Fazenda dos Municípios.
Repercussões jurisprudenciais.
Os entes federados são competentes para estabelecer, por meio de leis próprias e
segundo a sua capacidade econômica, o valor máximo das respectivas
obrigações de pequeno valor, não podendo tal valor ser inferior àquele do maior
benefício do regime geral de previdência social (artigo 100, §§ 3º e 4º, da
Constituição Federal, na redação da Emenda Constitucional 62/2009). As unidades
federadas podem fixar os limites das respectivas requisições de pequeno valor em
patamares inferiores aos previstos no artigo 87 do ADCT, desde que o façam em
consonância com sua capacidade econômica. A aferição da capacidade econômica
do ente federado, para fins de delimitação do teto para o pagamento de seus
débitos por meio de requisição de pequeno valor, não se esgota na verificação do
quantum da receita do Estado, mercê de esta quantia não refletir, por si só, os
graus de endividamento e de litigiosidade do ente federado. (STF. Plenário ADI
5100, Rel. Luiz Fux, julgado em 27/04/2020)
O FRACIONAMENTO É PROIBIDO!!
Repercussões jurisprudenciais
Art. 78 do ADCT permite cessão de crédito que serão pagos pelo sistema de
precatórios. A cessão de crédito não implica alteração da natureza. Desse modo, a
cessão não altera a natureza do precatório, podendo o cessionário gozar da
preferência de que trata o § 1º do art. 100 da Constituição Federal, quando a
origem do débito assim permitir, mantida a posição na ordem cronológica
originária. STF. Plenário. RE 631537, Rel. Marco Aurélio, julgado em 22/05/2020
(Repercussão Geral – Tema 361)
O exequente, na inicial, poderá optar pela prisão civil ou pelo rito comum da
penhora. É opção do exequente.
Art. 913. Não requerida a execução nos termos deste Capítulo, observar-se-á o
disposto no art. 824 e seguintes, com a ressalva de que, recaindo a penhora em
dinheiro, a concessão de efeito suspensivo aos embargos à execução não obsta a
que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.
Embargos à execução
CPC, 914 a 920.
Garantia do juízo não é necessária, mas pode refletir nos efeitos em que serão
recebidos os embargos.
- Requerimento expresso
Procedimento.
Intempestivos;
Não sendo hipótese de Rejeição dos embargos (Art. 920) Exequente será ouvido
em 15 dias.
Efeitos:
Prescrição Intercorrente
Se não localizado o executado e bens penhoráveis, o Juiz intima o exequente e o
comunica neste sentido, e suspende a ação, e a prescrição intercorrente, pelo
prazo de 1 ano. Durante este um ano, não corre prescrição intercorrente.
Após este um ano, não localizados bens e o executado, o processo será arquivado,
com o corrimento desta prescrição intercorrente, levando a extinção do processo
se o exequente se mantiver inerte e não localize o executado ou bens.
Ou seja, se procurar e não localizar, ainda assim será extinta a lide se não
localizados bens ou o executado.
Art. 206-A. A prescrição intercorrente observará o mesmo prazo de prescrição da
pretensão, observadas as causas de impedimento, de suspensão e de interrupção
da prescrição previstas neste Código e observado o disposto no art. 921 da Lei nº
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Redação dada pela Lei
nº 14.382, de 2022.