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TEORIA GERAL DA INVESTIGAÇÃO E PERICIAS

Sumário

Perícias e Investigação Criminal...................................................................... 3

Conceito e histórico da polícia ..................................................................... 4


Conceito de investigação criminal ................................................................ 6
Conceito de prova ........................................................................................ 7
Evolução histórica da prova criminal ............................................................ 8
A Investigação Criminal ............................................................................. 14
Processos da Investigação Criminal .......................................................... 17
Interrogatório .......................................................................................... 18

Técnica da Espontaneidade ................................................................... 21

Técnica da Alternância ........................................................................... 24

Técnica da Informação ........................................................................... 24

Do Emprego do Detector de Mentiras .................................................... 25

Infiltração policial .................................................................................... 25

Informante .............................................................................................. 26

Vigilância ................................................................................................ 26

REFERÊNCIAS ............................................................................................. 31

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de


um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de
Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade capaz
de oferecer serviços educacionais em nível superior.

O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua
formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos
científicos, técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade,
transmitindo e propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de
publicações e/ou outras normas de comunicação.

Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, de


forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma
base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no
atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de
uma das instituições modelo no país na oferta de cursos de qualidade.

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Perícias e Investigação Criminal

A investigação policial tem como foco a obtenção de provas criminais que


podem ser testemunhais e técnicas. Prova Criminal é aquela utilizada para
demonstrar ao Juiz a veracidade ou falsidade da imputação feita ao réu e das
circunstâncias que possam influir no julgamento da responsabilidade e na
individualização das penas.

As provas técnicas são as perícias, realizadas por peritos criminais, e são


formadas pelas evidências materiais do
crime. As prova testemunhais são
constituídas pelos depoimentos das
testemunhas, abrangendo, no sentido amplo,
as declarações das vítimas e o interrogatório
dos suspeitos ou indiciados. A atividade de
investigação criminal consiste na apuração
dos crimes, que é feita através da busca de provas, periciais ou testemunhais. As
provas periciais são técnicas, realizadas por peritos criminais e são formadas pelas
evidências materiais do crime.

As prova testemunhais são constituídas pelos depoimentos das testemunhas,


abrangendo, no sentido amplo, as declarações das vítimas e o interrogatório dos
suspeitos ou indiciados. A pesquisa, coleta e produção das provas periciais compete
à Criminalística. Via de regra, o trabalho pericial exige imediatidade.

A título de exemplo, o exame residuográfico de verificação de pólvora exige a


condução do suspeito imediatamente após a prática do delito. O exame de lesões
corporais e de verificação de aborto exige lapso temporal curto entre o crime e o

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exame. Considerada a importância da prova pericial e científica é imprescindível o
isolamento e a preservação do local do crime.

Falhas no isolamento do local do crime podem impossibilitar a produção da


prova pericial. Vestígios deixados no local do crime podem levar ao autor. Como
exemplo, um simples estojo componente de munição ou projétil componente de
munição, encontrado em local de homicídio mediante disparo de arma de fogo, pode,
através de perícia, ser prova crucial para demonstrar autoria.

Conceito e histórico da polícia

A palavra Polícia é vocábulo derivado do latim “politia”, que por sua vez,
procede do grego “politeia”, que significa, segundo Thomé, (...)administração da
cidade. Segundo o mesmo autor, Polícia pode ser definida como: (...) instrumento de
utilidade e que passa a ser responsável pela investigação das infrações penais
cometidas e pela política de disciplina e restrição empregada a serviço do povo.

Marcineiro (2001), conceitua Polícia como sendo: (...) a organização


administrativa que tem por atribuição impor limitações à liberdade (individual ou de
grupo) na exata medida necessária à salvaguarda e manutenção da ordem pública
(...).

No entanto, a polícia mais visível a todos é a de segurança pública e por isso


mesmo todos tendemos a confundi-la, enquanto parte, com o todo (...) a polícia se
especializa e hoje, se apresenta com duas funções: a polícia preventiva
(administrativa), de proteção individual e coletiva e a polícia judiciária, ou seja,
atividade policial repressiva (judicial) ao crime e de auxílio à justiça penal
(investigação científica dos crimes). (MARCINEIRO, 2001: 47,48).

Segundo Tourinho Filho (2001), (...) a Polícia é o órgão incumbido de manter


e preservar a ordem pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio
(TOURINHO FILHO, 2001:27). Você já teve a oportunidade de ler o que dispõe o
artigo 144 da Constituição Federal de 1988 com relação à segurança pública. Diz o
artigo:

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Portanto, às Polícias Rodoviária Federal, Ferroviária Federal e Militares cabe
o policiamento ostensivo, atuando precipuamente na
prevenção dos delitos. De outro lado, é interessante que
você perceba que a atuação principal das Polícias Federal
e Civis ocorre após a prática do crime, na repressão dos
delitos. Apuram materialidade e autoria das infrações
penais, por meio da função investigativa.

À Polícia Federal cabe a apuração das infrações penais contra a ordem política
e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática
tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo
se dispuser em lei, além de prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, o contrabando e o descaminho, nos termos do artigo 144, § 1º, I e II da
Constituição Federal de 1988.

A Polícia Civil, também chamada de Polícia Judiciária, tem competência


residual, tendo a função de apurar as infrações
penais e respectivas autorias, ressalvadas as
atribuições da Polícia Federal e as infrações da
alçada militar, de acordo com o artigo 144, § 4º, da
Carta Magna.

Inicialmente, segundo Thomé (1997), a ação militar em defesa da posse, a


função policial e a função de julgar não estavam separadas. A atividade investigativa
ficava sob a responsabilidade dos magistrados, em especial dos Juízes de Paz. Com

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o rápido crescimento das atividades econômicas e sociais, fez-se necessária a
organização dos serviços policiais.

Segundo Marcineiro e Pacheco, (2001), a origem da Polícia Judiciária, como


organização, ocorreu em 1841, com a promulgação da Lei no. 261, de 03 de
dezembro, que apresentava uma organização policial incipiente, criando em cada
província um Chefe de Polícia, com seus delegados e subdelegados escolhidos
dentre os cidadãos. A partir da promulgação da república, em 1889, a Polícia passou
a atuar de acordo com o modelo político vigente.

Na democracia a Polícia tinha como foco a segurança pública dos cidadãos, e,


nos períodos ditatoriais, a Polícia tinha como prioridade salvaguardar a segurança
nacional estatal, o que fica evidenciado pelos dispositivos que versavam sobre
segurança pública, inseridos nas Constituições Federais que se sucederam.

A atual Constituição Federal de 1988 é fruto de uma redemocratização, iniciada


em 1985, após vinte e um anos de regime de exceção. Promulgada em um Estado
Democrático de Direito, a Carta Magna prima pela garantia dos direitos individuais.
Nesse contexto, a Polícia passa a ter o dever de prestar serviços respeitando tais
garantias e contribuindo para salvaguardá-las

Conceito de investigação criminal

Segundo Bueno (1977), investigar significa (...) indagar, pesquisar, fazer


diligências para achar, (...), descobrir. (BUENO, 1977:685). É um ato instintivo do
homem que o faz movido pelo princípio inteligente e pelo instinto de curiosidade. Você
concorda? Muito bem, vamos adiante e contextualizando.

A investigação policial, ou investigação criminal, é atividade policial direcionada


à apuração das infrações penais e de sua autoria. É o trabalho realizado por policiais,
especialmente delegados e seus agentes, procurando esclarecer a autoria e
materialidade de delitos, bem como as circunstâncias em que ocorreram. Estas
circunstâncias são detalhes de fatos criminosos com a preocupação de melhor
identificar as pessoas com eles relacionados e o próprio objeto do crime, visando

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reunir elementos probatórios para o
indiciamento ou não e posterior
encaminhamento à apreciação
judicial.

O objetivo da investigação
criminal é amealhar provas criminais,
para comprovar materialidade e autoria do delito.

Conceito de prova

Como dito, o objetivo da investigação criminal é a busca das provas criminais


necessárias para a elucidação do crime. O vocábulo “prova” origina-se do latim
probatio, que por sua vez emana do verbo probare, com o significado de demonstrar,
reconhecer, formar juízo sobre um fato. De Plácido e Silva (1978), A prova consiste,
pois, na demonstração da existência ou da veracidade daquilo que se alega como
fundamento do direito que se defende ou que se contesta.(De PLACIDO e SILVA,
1978: 1253).

Todas as afirmações de fato feitas pelo autor, bem como as afirmações feitas
pelo réu, que normalmente se contrapõem àquelas, podem ou não corresponder à
verdade. De acordo com Cintra, as dúvidas sobre a veracidade das afirmações de
fato feitas pelo autor ou por ambas as partes no processo, a propósito de dada
pretensão em juízo, constituem as questões de
fato que devem ser resolvidas pelo juiz, à vista da
prova dos fatos pretéritos relevante.

Especificamente com relação à prova


criminal, pode-se afirmar que é aquela utilizada
para demonstrar a ocorrência ou não de uma infração penal e as circunstâncias que
possam influir no julgamento da responsabilidade e na individualização das penas.
As provas criminais formam a convicção a respeito da autoria e materialidade da
infração penal, das condições de antijuridicidade e culpabilidade, e de todos os
demais elementos necessários para fundamentar uma decisão condenatória ou
absolvitória.

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Em síntese, a prova criminal é aquela utilizada para demonstrar ao Juiz a
veracidade ou falsidade da imputação feita ao réu e as circunstâncias que possam
influir no julgamento da responsabilidade e na individualização das penas.

Evolução histórica da prova criminal

O sistema probatório, no Processo Penal Brasileiro, adotou o modelo europeu-


continental, fazendo-se importante uma breve análise das origens deste modelo. Os
meios de prova, concebidos como instrumentos de reconstituição de fatos pretéritos,
sempre acompanharam a história da civilização, estando fortemente condicionados
por circunstâncias históricas e culturais.

Na Antiguidade, a religião era a força propulsora das organizações


rudimentares e, posteriormente, das cidades, estando acima de tudo e de todos. Leis
e religião se misturavam. Coulange (1996) menciona que o respeito dos antigos às
leis advinha da crença de que estas eram ditadas pelos deuses, tinham origem
sagrada. (COULANGE, 1996:152).

Esta foi uma época em que os homens


não conheceram a liberdade individual, pois
não se tinha a mais leve ideias sobre a
individualidade humana e sobre os Direitos a
ela inerentes. Foi neste período em que se
instituíram as ordálias ou juízos de Deus, e os
juramentos. Aqueles se fundavam na crença
de que Deus não deixaria de sustentar o
Direito do inocente, estes no pressuposto de que ninguém se atreveria a tomar Deus
como testemunha de uma falsidade.

Santos (1970), conceitua ordália como “sendo a submissão de alguém a uma


prova, na esperança de que Deus não o deixaria sair com vida ou sem um sinal
evidente, se não dissesse a verdade ou fosse culpado.” (SANTOS, 1970:25).

Segundo Santos (1970), as ordálias constituíram a prova suprema usada pelos


germanos primitivos e os povos antigos da Ásia, não tendo aplicação entre os

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romanos, que, segundo Sznick conheceram e fizeram uso da tortura contra seus
escravos na Antiguidade. (SZNICK, 1978:24).

Durante muitos séculos na Idade Média, com o domínio absoluto dos bárbaros
na Europa, as ordálias também tiveram aplicação. Segundo Santos, (1970:26) na
prova pelo fogo se fazia o acusado carregar uma barra de ferro em brasa por certa
distância, ou caminhar, com os pés nus, sobre ferros candentes, e a prova pela água
fervente consistia no acusado tirar um ou mais objetos do fundo de uma caldeira de
água fervente, sendo o acusado absolvido se não restassem lesões e condenado no
caso contrário.

Montesquieu (1996), menciona que a prova pela água fervente podia ser
substituída, a critério do acusador, por certa quantia e pelo juramento de algumas
testemunhas que declarassem que o acusado não havia cometido o crime.
(MONTESQUIEU, 1996: 553).

Acerca dos juramentos, Santos (1970) analisa: Compreende-se facilmente a


inclusão do juramento entre os velhos sistemas probatórios, que se reflete na
influência exercida pelas religiões sobre os homens e as organizações sociais da
Antiguidade e da Idade Média, bem como na circunstância de ser quase impossível,
numa época em que a escrita não existia, colherem-se provas testemunhais, dada a
pouca densidade da população e a própria natureza patriarcal dos agregados
humanos. Assim, pode-se dizer que a prova pelo juramento decorria da própria
necessidade (...). (SANTOS, 1970: 30-31).

Com a desmoralização do juramento, instituiu-se como instituto probatório o


duelo, também chamado combate judiciário. No final da época medieval e durante a
Idade Moderna surgiram, na Europa, os tribunais da inquisição, período em eram tidos
como hereges os que contrariavam os dogmas oficiais da Igreja Católica.

Discorrendo sobre este momento, Cotrin (1997) menciona que a tortura era
utilizada oficialmente nos interrogatórios, na presença dos juízes, com a finalidade de
obter a confissão. (COTRIN, 1997:157). Novinski (1982) nomina este método de
“inquisitivo”, atuante nos séculos XVI, XVII e XVIII, e que atendia aos interesses de
todas as facções do poder: coroa, nobreza e clero. (NOVINSKY, 1982:47).

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Considerando a dificuldade de se obter outros meios de prova, a confissão do
acusado representava o objetivo primordial do procedimento inquisitório. Enfocando
a tortura, Gomes Filho (1997), menciona: somente ela podia fornecer a certeza moral
a respeito dos fatos investigados, e a pesquisa cedia vez à confirmação de uma
verdade já estabelecida.(GOMES FILHO, 1997:22).

A tortura clássica tornou-se mecanismo regulamentado e legalizado de Prova.


Segundo Foucault, (2002) a tortura é um jogo judiciário estrito (...), o paciente é
submetido a uma série de provas, de severidade graduada, e que ele ganha
aguentando ou perde confessando. (FOUCAULT, 2002:36). Ortega (1998),
discorrendo sobre o sistema jurídico-penal e processual penal, nos séculos XVI e
XVII, na Europa, menciona que a tortura tratava-se de peça fundamental no processo,
utilizada para obter a confissão do réu, e era diferenciada de acordo com a classe
social a que pertencia o indivíduo, estando a nobreza sujeita à tortura apenas nos
delitos considerados extremamente graves. Portanto, o princípio da igualdade era
inexistente naquela época. (ORTEGA,
1998:463)

Valiente (2002), sintetiza algumas


das ideias defendidas por Beccaria, na
obra citada: a mudança do processo
inquisitivo para o acusatório, público,
com meios de prova claros e racionais; a
igualdade entre nobres, burgueses e plebeus; a proporcionalidade entre os delitos e
as penas; a nítida separação entre a religião e o Estado e seus Poderes,
desvinculando os conceitos de pecado e delito; a supressão total da tortura e da pena
de morte; e a preferência dos métodos preventivos aos repressivos; ideias estas que
continuam a influenciar os sistemas penais e processuais penais atuais. (VALIENTE,
2002:161,162)

Para Bentham, a tortura era empregada para suprir a deficiência dos meios
probatórios da época: “A tortura, empregada para arrancar as confissões, objetiva
suprir a deficiência das provas. Supondo que o delito não está provado, que faz o
juiz? Ordena atormentar uma pessoa, na dúvida de ser inocente ou culpado”.
(tradução da autora).

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Sabadell (2002), discorrendo sobre a tortura oficializada afirma: A tortura
judicial está vinculada ao sistema de provas legais, desenvolvido a partir do século
XIII pelos doutrinadores do Direito medieval europeu. Sua base é a classificação
sistemática das provas romanas, segundo o método escolástico, em graus: provas
plenas, semiplenas, indícios e presunções. Acima da prova plena está o notorium.
Por meio deste instituto era concedida a dispensa de produção de provas em
determinados casos. (SABADELL, 2002:275).

Sabadell (2002), conceitua notorium como sendo a prova


à qual se deve dar a máxima credibilidade, já que,
diferentemente das demais provas, não se permite que se
estabeleça nenhuma discussão ou questionamento. Na Idade
Média e grande período da Idade Moderna, inexistia a
concepção de direitos individuais, havendo sempre a
prevalência do interesse público em detrimento do indivíduo, o
que se coaduna com o sistema inquisitório. A confissão era a
regina probatium* e o depoimento de uma só testemunha não
possuía valor probatório (testis unus, testis nullus**).

Em matéria de processo penal, o princípio da inocência do acusado era


desconhecido, as provas não eram reunidas para apurar uma possível
responsabilidade penal do réu, sendo que esta era constituída por cada um dos
elementos que permitiam reconhecer um culpado.

De acordo com Sabadell (2002), (...) a existência de uma meia prova implicava
a consideração do réu como meio culpado. Um grau alcançado na demonstração da
culpa (prova semiplena), implicava, consequentemente, um determinado grau de
punição, incluindo a autorização para o uso da tortura. Em outras palavras, não se
torturava um inocente, e sim um meio culpado, para confirmar a suspeita legalmente
criada de que ele era realmente culpado. (SABADELL, 2002:278).

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Foram citados alguns meios de prova
utilizados no transcorrer da história. É
importante, também, mencionar os sistemas
de valoração de prova, além do já citado
sistema das provas legais.

Conforme Sabadell (2002), o sistema


das provas legais passou por várias fases,
sendo inicialmente rígido, mas ao longo dos séculos a doutrina o submeteu a
modificações para facilitar a sua aplicação, até o surgimento posterior do sistema da
livre apreciação de provas.

Os ideais iluministas postulados pela Revolução Francesa romperam com o


sistema inquisitivo, e, através da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão,
de 1789, conferiram maior liberdade aos juízes na apreciação da prova e na indicação
dos motivos da convicção. Tratava-se do sistema da íntima convicção.

Tais ideais foram uma reação ao sistema inquisitório e à doutrina das provas
legais. Vêm ao encontro de um sistema probatório que respeita o ser humano
enquanto sujeito de direitos e garantias individuais, dentre elas, a proibição legal da
tortura, a presunção de inocência do acusado e o direito ao contraditório.

Segundo Grinover (1982), a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão,


de 1789, advinda da Revolução Francesa, consagrou a escola do Direito Natural,
“selando a concepção da existência de direitos subjetivos preexistentes ao Estado,
não criados, mas reconhecidos por este”.

Acerca desta Declaração, menciona Bobbio (1992), (...) o núcleo doutrinário da


Declaração está contido nos três artigos iniciais: o primeiro refere-se à condição
natural dos indivíduos que precede a formação da sociedade civil; o segundo, à
finalidade da sociedade política, que vem depois (...) do estado de natureza; o
terceiro, ao Princípio de legitimidade do poder que cabe à nação. (BOBBIO, 1992:93).

Gomes Filho (1997:55) entende que uma verdadeira Justiça penal pressupõe
o reconhecimento, à defesa, do poder de produzir provas contrárias às da acusação,
a fim de obter-se não uma verdade extorquida inquisitorialmente, mas uma verdade
obtida através de meios probatórios produzidos pelas partes.

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Gomes Filho (1997:31) afirma que em 1808, o Code d’instruction criminelle
francês instituiu a combinação entre os padrões inquisitório e acusatório,
influenciando os demais ordenamentos continentais e representando, até os dias
atuais, o modelo inspirador da maioria das legislações. A doutrina passou a postular
limitações à íntima convicção do juiz, e, segundo esta nova concepção, o juiz só
estaria autorizado a condenar se, além de
convencido, estivesse amparado por um
mínimo de elementos probatórios.

Passou-se a postular pelo sistema da


persuasão racional, também chamado por
Capez de sistema da livre (e não íntima)
convicção, da verdade real ou do livre
convencimento. Conforme Colucci (1988): Num terceiro estágio, em respeito ao
contraditório, fixou-se como pressuposto do direito de defesa o conhecimento pelas
partes dos caminhos percorridos pelo juiz ao julgar (persuasão racional), cedendo-se
ao julgador liberdade de valoração da prova, desde que acompanhada de
demonstração lógica dos motivos da decisão.

A motivação das sentenças e decisões de modo geral, tornou-se verdadeira


garantia individual, evitando-se que a excessiva liberdade na avaliação das provas
transformasse o processo penal em instrumento de opressão e terror, em vez de
protetor das liberdades públicas. (COLUCCI, 1988:237-250).

O sistema probatório de persuasão racional foi adotado pelo Código


Processual Penal Brasileiro - Decreto-Lei n.3689, de 03.10.1941-, através do seu
artigo 157. Não serão atendíveis as restrições à prova estabelecidas pela lei civil,
salvo quanto ao estado das pessoas; nem é prefixada uma hierarquia de provas: na
livre apreciação destas, o juiz formará, honesta e lealmente, a sua convicção.

A própria confissão do acusado não constitui, fatalmente, prova plena de sua


culpabilidade. Todas as provas são relativas; nenhuma delas terá, ex vi legis, valor
decisivo, ou necessariamente maior prestígio que outra. Se é certo que o juiz fica
adstrito às provas constantes dos autos, não é menos certo que não fica adstrito a
nenhum critério apriorístico no apurar, através delas, a verdade material.

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Nunca é demais, porém, advertir que livre convencimento não quer dizer puro
capricho de opinião ou mero arbítrio da apreciação das Provas. O juiz está livre de
preconceitos legais na aferição das Provas, mas não pode abstrair-se ou alhear-se
ao seu conteúdo. Não estará ele dispensado de motivar sua sentença. E
precisamente nisto reside a suficiente Garantia do Direito das partes e do interesse
social.

Através do sistema da persuasão racional, não há hierarquia entre as Provas


e o juiz pode decidir de acordo com a sua consciência, desde que o faça
motivadamente e, considerando-se a visão sistêmica, obedecendo à Constituição da
República, o Código de Processo Penal e demais legislações vigentes. Tal motivação
não se faz necessária apenas nas decisões do júri, considerando a soberania dos
vereditos e o sigilo das votações, preceituados no artigo 5º, XXXVIII, da Carta Magna.

De outro lado, os meios de prova mencionados no Código de Processo Penal


são apenas exemplificativos, admitindo-se as provas inominadas. Acerca deste
sistema, entende Capez (2002), que: (...) atende às exigências da busca da verdade
real, rejeitando o formalismo exacerbado, e impede o absolutismo pleno do julgador,
gerador do arbítrio, na medida em que exige motivação. Não basta ao magistrado
embasar a sua decisão nos elementos probatórios carreados aos autos, devendo
indicá-los especificamente.

Não pode, igualmente, o magistrado buscar como fundamento elementos


estranhos aos autos. (CAPEZ 2002:267). Tem-se, pois, um sistema processual penal
que permite todos os meios de prova, limitados, entretanto, pelas normas
constitucionais e infraconstitucionais. Neste sistema, concebe-se a prova no
Processo Penal como verdadeiro direito garantido às Polícias, à acusação e à defesa,
assegurado pela leitura coordenada da Constituição da República, e por textos legais
internacionais.

A Investigação Criminal

A investigação criminal, em regra, inicia-se com a notícia da ocorrência de um


fato criminoso que chega até a polícia. A partir disso são destacados investigadores

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para trabalhar no caso. Estes irão levantar informações das mais diversas maneiras,
entrevistando, acompanhando (seguindo um alvo) ou interrogando pessoas,
procurando documentos, monitorando indivíduos, deslocamentos, conversas
telefônicas, entre outras atividades.

Caso seja um crime que exija uma perícia de local de crime, os peritos criminais
se deslocam para o local e realizam os exames periciais, entretanto, em geral ocorre
pouca ou nenhuma troca de informações entre a equipe de investigação e a perícia
criminal na cena do crime.

Quando se tratar de outro tipo de


crime, que não envolva um exame de
local, a investigação continua evoluindo
sem a participação da perícia. Nesse
processo é gerada uma grande
quantidade de informações que,
dependendo do tipo de delito, podem se
constituir em um volume muito grande de dados. Em regra, até esse ponto, não houve
nenhuma participação da perícia que, portanto, não conhece ainda nada do que está
sendo investigado.

Em determinado momento da investigação é solicitado o exame de corpo de


delito, feita por meio de um distante (descontextualizado) memorando ao coordenador
da área de perícia. É então designado um perito criminal para realizar o exame
pericial. Normalmente, nesse momento já se tem uma enorme quantidade de
informações acerca do fato investigado. Entretanto, em regra, nenhuma dessas
informações chega até o perito. O mesmo recebe apenas o corpo de delito, e a
solicitação do exame, por exemplo, uma arma em que é solicitado o exame geral da
mesma, bem como se os projéteis remetidos foram expelidos pelo cano da referida
arma, que pode ter sido utilizada em um homicídio ou suicídio de uma criança.

Uma vez que o perito não sabe desse detalhe, e não recebe essa informação,
ele realiza o exame solicitado e encaminha o laudo. Entretanto, caso ele soubesse ou
tivesse sido perguntado se seria possível a uma criança de “x” anos disparar a arma
contra si mesma, ele poderia fornecer informações importantes e até definitivas

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acerca do ocorrido. Esse é um caso extremo. Entretanto, inúmeras outras situações
ocorrem todos os dias nos institutos de criminalística do país.

Portanto, ao requisitar a perícia, é importante que o solicitante, seja ele um


delegado de polícia, promotor de justiça ou juiz, inclua no pedido o máximo de
informações possível, visando subsidiar o perito na avaliação dos exames
necessários e da melhor forma de fazê-los, de modo a atender aquilo que é solicitado,
ou dando-lhe (ao perito) condições de também avaliar o que seria mais importante
constar no laudo, naquelas circunstâncias.

Tome-se o exemplo de um segundo caso: um cadáver que chega ao IML, tendo


sido encaminhado para exame cadavérico, sendo questionado apenas os quesitos
legais. No caso em análise, entretanto, suspeita-se de erro médico, mas essa
informação não chega até o legista, que realiza os exames de rotina. Porém, a
detecção de um possível erro médico, exigiria exames complementares, os quais não
são realizados em todos os casos. Assim, é preciso que a perícia seja entendida como
um processo relevante e paralelo à investigação criminal.

É necessário ainda, que ambos os processos se desenvolvam de forma


harmônica e integrada, é preciso, enfim, criar canais de comunicação para que a
perícia e a investigação criminal atuem de forma a se complementarem mutuamente.
Por exemplo, em casos de crimes financeiros, depois de toda a investigação
desenvolvida, remete-se ao perito criminal contador ou economista, um expediente
solicitando a perícia, em que muitas vezes o próprio solicitante não sabe exatamente
o que perguntar, e junto à solicitação encaminha-se um caminhão de documentos.

Como, em geral o perito não sabe do que se trata, ele precisará gastar um
tempo enorme somente para entender a que se referem aqueles documentos e qual
a sua possível ligação com o(s) delitos(s) investigados (OLIVEIRA, 2005). Em
resumo, a investigação criminal (ou policial) deve buscar essencialmente, levantar as
provas relativas a um ato criminoso sob investigação. Ocorre que nessa busca pela
realidade dos fatos em apuração, verifica-se uma dicotomia no processo
investigatório e na produção das provas.

Aquelas de ordem subjetiva ficam sob a responsabilidade dos investigadores


de campo que entrevistam, interrogam, buscam testemunhas etc., enquanto as
segundas ficam a cargo dos peritos criminais, que efetuam o levantamento dos

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vestígios materiais do crime, seja ele um levantamento de local, de ambiente virtual
(Internet), de armas ou materiais diversos utilizados para perpetração do delito,
levantamentos contábeis nos crimes de ordem financeira, e diversos outros.

Nesse sentido VILLANOVA (1977, p. 122), afirma que: (...) a investigação


criminal ou policial tem como objetivo fundamental, estabelecer as provas em relação
ao delito em apuração, sejam elas de ordem material, objetiva; de ordem pessoal,
informativa, ou apenas indiciárias, desde que possibilitem levar à certeza em relação
aos fatos, ou seja à verdade....Na realidade a investigação tem que buscar elucidar
os fatos investigando pessoas e coisas. Ocorre
que só as primeiras cometem crimes, entretanto
sempre se utilizando, alterando, eliminando ou
de qualquer maneira interferindo e relacionando-
se com as segundas... . (...) cabe à criminalística
a investigação das evidências materiais do crime
e à investigação de campo, ou subjetiva, as
evidências pessoais.

Ambas buscam segundo suas técnicas e


ferramentas próprias, partindo de elementos
conhecidos para os desconhecidos restabelecer a verdade, recuando no tempo para
verificar a existência do crime, estabelecer a sua dinâmica, modos e meios de
execução e determinar a sua autoria.

No que tange à criminalística através dos vestígios objetivos do crime,


enquanto a investigação empírica busca o mesmo fim, porém seguindo outros
caminhos. Portanto uma completa a outra e a otimização de resultados só será
possível quando as duas interagirem de modo lógico e harmônico para que as provas
subjetivas e objetivas se ajustem e se completem.

Processos da Investigação Criminal

Podemos dizer que a investigação necessita de técnicas que assegurem um


trabalho lógico, sequencial, pautado pelas garantias individuais e coletivas do

17
cidadão, na busca imparcial da verdade objetivando cumprir o dever do Estado, na
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Visa
à investigação policial resposta para as perguntas: (hectâmetro).

A investigação é direcionada de acordo com os diferentes tipos de delitos,


guardando características próprias e peculiares em função dos mesmos. É um estudo
profundo de um problema, com a finalidade de descobrir fatos novos. Tanto a
investigação quanto a análise se baseiam no exame completo de um problema
concreto. A investigação será realizada a fim de obter informação sobre um tema,
nela se procura, sobretudo, recolher e organizar informações básicas.

Interrogatório

Interrogatório é o termo utilizado pelo Código de Processo Penal para


conceituar a inquirição do acusado no processo penal. O procedimento do
interrogatório encontra-se disposto nos artigos 185 a 196 do Código de Processo
Penal, que foram todos alterados pela Lei n. 10792, de 1.12.2003.

No âmbito policial, denomina-se interrogatório o ato em que o suspeito ou


indiciado pela prática da infração penal presta depoimento formalmente nos autos,
perante a autoridade policial. Usualmente conceitua-se declaração como sendo a
inquirição da vítima e depoimento a inquirição da testemunha. Evidentemente que as
técnicas ora mencionadas também podem ser aplicadas durante a tomada de
declarações da vítima ou a tomada de depoimento de testemunha.

18
A preparação é importante
porque é comum o autor da
infração penal, embora
confessando o delito, fazê-lo de
forma a se beneficiar, diminuindo
as consequências penais,
alegando, por exemplo, uma
legítima defesa putativa ou uma
injusta provocação da vítima, etc. Dessa forma, é importante que o interrogador
busque, de forma técnica, elucidar o crime, tentando sempre buscar a verdade dos
fatos.

Técnicas de abordagem dos fatos

Os fatos acontecem dentro de uma estrutura de tempo, espaço, ação e


resultado. Entretanto, quando alguém vai narrá-los, nem sempre o faz obedecendo a
uma sequência real desses fatos dentro daquela estrutura. Pode acontecer que o
interrogador, em favor da investigação, não tenha interesse de obter a narrativa de
maneira ordenada.

Assim, levando-se em conta a sequência como um interrogado pode narrar os


fatos que estão sendo investigados, o interrogador pode se valer de cinco técnicas, a
saber: da sequência memorial; da sequência dos fatos; da sequência embaralhada;
da sequência protaitiva, e da sequência retroativa:

A experiência tem demonstrado que a prática de um delito, via de regra, quebra


a rotina de quem o pratica, tanto por força das atividades necessárias à perpetração
do delito, como em razão dos cuidados que se toma para ocultar os fatos. Isto não
pode deixar de ser levado em conta por quem investiga.

Por essa razão, é importante buscar apurar onde e com quem o suspeito ou
indiciado esteve durante todo o dia do crime, manteve contatos ou encontros com
pessoas estranhas, ausentou-se de casa ou do trabalho sob qualquer pretexto, se
saiu mais cedo ou chegou mais tarde, etc.

19
Dessa forma, a sequência como os fatos serão abordados deve obedecer a
critérios técnicos que sejam de pleno conhecimento e domínio do interrogador.

O emprego de técnicas no transcurso do interrogatório norteia o interrogador


para que demonstre conhecimento e segurança acerca do delito que investiga, e
obtenha objetivamente a informação desejada.

Técnica da Sequência Memorial

Esta técnica tem aplicação quando a pessoa que estiver sendo inquirida se
prontifica a narrar os fatos espontaneamente. A sequência com que os fatos são
narrados depende da lembrança que interrogando tenha das circunstâncias do fato.

Muitas vezes o interrogando inicia a sua fala pelo ato executório e depois
desordenadamente vai narrando as demais circunstâncias, por parte, na medida em
que estas vão lhe surgindo na memória.

Técnica da Sequência dos Fatos

Esta técnica procura abordar o acontecido levando em conta a sequência em


que os fatos se desenrolaram, percorrendo a narrativa do início ao fim do delito. Para
aplicação desta técnica faz-se necessário que a pessoa que estiver sendo inquirida
demonstre a vontade de expor os fatos, devendo o interrogador conduzir a narrativa
para que os fatos sejam relatados de forma clara e dentro da sequência dos próprios
acontecimentos, quando, como e porque iniciou, como se desenvolveu e como e
quando terminou.

20
Técnica da Sequência Embaralhada

Esta técnica aplica-se quando há indícios de que a pessoa que está sendo
inquirida optou por mentir acerca dos fatos que se investiga. O interrogador deve,
então, embaralhar ao máximo os pontos já abordados, induzindo o interrogando a
erro, para que não consiga responder com encadeamento, lógica e coerência às
perguntas feitas, fazendo-a constatar que a sua versão dos fatos não condiz com as
demais provas materiais e testemunhais amealhadas. Somente uma narrativa real e
verdadeira se sustentaria harmônica diante desta técnica.

Técnica da Sequência Protaitiva

É a técnica pela qual o interrogador parte de um determinado momento que


pode ser de horas ou dias antes do crime e vai avançando no tempo, buscando
esclarecer as atividades e convivências da pessoa que se interrogando, levando-se
em conta o tempo decorrido, a partir do momento estabelecido pelo interrogador.

A experiência tem demonstrado que para esconder atividades e encontros


relacionados com a preparação e execução do crime, o suspeito ou indiciado acaba
inventando situações que são facilmente desmentidas posteriormente.

Técnica da Sequência Retroativa

Esta técnica percorre o tempo de forma inversa aos acontecimentos. Parte de


um determinado momento que pode ser da comunicação do delito ou de sua
execução e vai retroagindo no tempo até um determinado horário, cujas evidências
indiquem como sendo o tempo gasto para o suspeito ou indiciado cogitar, preparar e
executar o delito. Técnicas de Comportamento São técnicas que tratam da postura,
da forma como o interrogador deve se comportar frente ao interrogando.

Técnica da Espontaneidade

É a técnica que deve ser utilizada para o início de um interrogatório. Consiste


em permitir que o interrogando, espontaneamente, sem qualquer interferência do
interrogador, narre livremente o fato criminoso. Por esta técnica, o interrogando faz
uma narrativa dos fatos por ele praticados; da forma mais livre possível. Através desta

21
técnica, o interrogador se comporta de forma amigável com o interrogando, dando a
este um grau de liberdade maior nas suas colocações.

Ainda que a narrativa não corresponda àquilo que já foi apurado nos autos, o
interrogador não deverá interferir, tudo registrando fielmente, inclusive não deixar
transparecer que não está acreditando na versão apresentada. Se a versão for
mentirosa, certamente não resistirá ao crivo da investigação séria, profissional e
criteriosa. A verdade virá naturalmente à tona.

Todavia, é interessante que perceba que nem todo autor de crime confessa o
fato espontaneamente e aí se faz necessário o emprego de outras técnicas para se
chegar à verdade.

Técnica da Indução

Caracteriza-se pela formulação de perguntas ao interrogando que o induzam,


pela própria maneira como são formuladas, a dar uma resposta certa e objetiva. A
técnica da indução permite ao interrogador direcionar o diálogo. Através desta técnica
o interrogador discute as circunstâncias do delito e elucida pontos relevantes
mencionados durante a narrativa espontânea.

O que caracteriza esta técnica é a formulação de perguntas bem elaboradas


que induzam o interrogando a dar uma resposta certa, precisa, sobre este ou aquele
momento do delito, sobre esta ou aquela circunstância não esclarecida. As perguntas
devem ser claras, diretas e de preferência curtas, para que não paire dúvidas ao
interrogando sobre a resposta que deverá dar.

O interrogador jamais deve contar o fato que investiga ao interrogando, pois


assim fazendo correrá o risco de prejudicar a busca da verdade. De um modo geral,
ainda que o interrogando resolva narrar os fatos espontaneamente, dificilmente o fará
de forma completa, isso acontece tanto intencionalmente, como por qualquer outro
motivo, como esquecimento e até mesmo por desconhecer este ou aquele detalhe.

Assim, pela técnica da indução, formulando perguntas bem elaboradas, leva-


se o interrogando a, se tiver mentido na narrativa espontânea, não conseguir
sustentar a sua versão dos fatos.

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Técnica da Persuasão

Esta técnica tem por objetivo persuadir, convencer o investigando a primar pela
verdade dos fatos. Assim o policial deve argumentar com os benefícios da lei,
mostrando ao interrogando que somente tem a ganhar se disser a verdade.
Evidentemente, o interrogador jamais deve inventar benefícios legais inexistentes.

As Leis Federais de números 8.072/1990 e 9.269/1996, preveem diminuição


da pena de um a dois terços para o concorrente que confessa o delito, delatando os
demais participantes.

A Lei Federal n. 9.807/1999, em seu art. 13, dispõe que o juiz poderá conceder
o perdão judicial, com a consequente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo
primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação ou processo
criminal.

A Lei Federal n. 9034/95, que dispõe sobre a utilização de meios operacionais


para a prevenção e repressão de ações praticadas por organizações criminosas, no
seu artigo 6º, menciona a colaboração eficaz, ou delação premiada, que consiste em
um instrumento que permite ao indiciado, em troca da diminuição de pena, fornecer
informações que propiciem o desmantelamento de organização criminosa da qual
faça parte, ou que tenha conhecimento das suas atividades.

Entre as atenuantes do crime, há a confissão espontânea, prevista no art. 65,


inciso III, letra “d” do Código Penal Brasileiro, constituindo um incentivo à confissão.
Outros argumentos ainda podem ser utilizados pelo interrogador, tais como a
possibilidade de responder o crime em liberdade, em face da primariedade, bons
antecedentes, residência fixa, emprego e profissão certos, etc.

O primeiro argumento é de que, uma vez esclarecido o fato criminoso cessa a


perseguição da polícia, que sempre causa transtornos à vida pessoal, social e
profissional de alguém.

Sabe-se que o silêncio do interrogado não pode ser interpretado em prejuízo a


sua defesa, nos termos do artigo 5º, LXIII, da Constituição Federal de 1988. Não
obstante, esta atitude motiva a intensificação das investigações.

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A cessação da pressão social e da imprensa também pode constituir um forte
argumento para convencer uma pessoa a esclarecer o delito.

Técnica do Desmentido

Esta técnica consiste em relacionar e mostrar ao suspeito que está faltando


com a verdade, mostrando a ele todas as controvérsias que seu interrogatório
apresenta, oferecendo a ele, após, a oportunidade de dizer a verdade. Com paciência,
o interrogador deve aguardar a reação do suspeito, agindo sempre com calma e
segurança. Após a aplicação desta técnica, deve-se retornar à técnica da
espontaneidade.

Técnica do Questionamento

Consiste em questionar o que foi dito pelo indiciado e que não estiver de acordo
com o que se apurou. Deve-se indagar acerca do que foi alegado pelo indiciado que
esteja mal esclarecido.

Técnica da Alternância

Consiste na aplicação das técnicas mencionadas acima, com o diferencial de


que, a aplicação de cada técnica deve ser feita por policial diferente, alterando-se,
portanto as técnicas e seus aplicadores. Cada policial deverá estar plenamente certo
da técnica que irá aplicar, além de conhecer com a maior profundidade possível o fato
delituoso que estiver sendo apurado.

Esta técnica tem proporcionado bons resultados práticos, pois é muito comum
o investigando, no decorrer da aplicação das técnicas, escolher um dos policiais para
revelar a verdade, por ter maior afinidade com ele do que com os demais.

Técnica da Informação

Cruzada Aplica-se esta técnica nos casos em que se investiga dois ou mais
coautores ou partícipes do delito, e quando a versões dos fatos oferecidas por eles
sejam controversas. Deve ser aplicada por um único policial, de maneira que se

24
mantenha um perfeito domínio sobre os pontos abordados e que estes sejam
explorados com todos os interrogandos.

É importante inquirir os suspeitos separadamente impossibilitando que um


deles tome conhecimento das declarações dos demais. Quando o interrogador
verifica que existem divergências, questionar o interrogando cuja versão esteja em
desacordo com o conjunto probatório podendo realizar acareação entre os suspeitos,
a fim de elucidar os fatos. É interessante que você perceba que a acareação deve ser
breve e se restringir apenas ao ponto em que houve controvérsia.

Do Emprego do Detector de Mentiras

Diferentemente de outros Países, o detector de mentiras não é utilizado no


Brasil, sabendo-se que ele busca afetar psicologicamente o suspeito.

Infiltração policial

A infiltração policial trata-se de técnica operacional eficaz, que permite a


obtenção de conhecimentos profundos da
organização criminosa, obtidos pelo policial
infiltrado. Apresenta elevado risco para o
policial infiltrado, pelo que requer planejamento
e preparação. Deve ser realizada por tempo
determinado, mediante prévia autorização
judicial e, preferencialmente, sob
acompanhamento do Ministério Público.

No Brasil, em descompasso com a maioria dos países mais avançados no


tocante à repressão ao crime, a infiltração até bem pouco tempo não era permitida.
Foi inserida no sistema processual penal brasileiro pela Lei n. 10217/01, que alterou
a redação do artigo 2º da Lei Federal n. 9034/95: Art. 2º. Em qualquer fase da
persecução criminal são permitidos, sem prejuízo dos já previstos em lei, os seguintes
procedimentos de investigação e formação de provas:

25
V – infiltração por agentes de polícia ou de inteligência, em tarefas de
investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes, mediante
circunstanciada autorização judicial. Trata-se de uma técnica de investigação que
objetiva obter informações, mediante o recrutamento e posterior inserção de pessoas,
em determinado ambiente, sob a proteção de uma história-cobertura. A infiltração visa
a atingir, entre outros, os seguintes objetivos: obter informações ou provas; constatar
se um crime está sendo planejado ou realizado; determinar o momento oportuno para
a realização de uma operação policial; identificar pessoas envolvidas em um crime.

Informante

A técnica do informante permite


estabelecer procedimentos uniformes, a
serem utilizados no manejo de fontes vivas
(informantes), que se encontram inseridos
na comunidade, e, portanto, possuem
informação de grande valia. Existe a
necessidade de sua regulamentação
através de diretrizes gerais, a serem seguidas pelos órgãos policiais, que contemplem
o acompanhamento e fiscalização pelas Corregedorias de Polícia.

Vigilância

A vigilância é a observação
encoberta, contínua ou periódica de
pessoas, veículos, lugares e objetos com a
finalidade de obter informações sobre as
atividades e a identidade de pessoas.
Muito frequentemente, a vigilância é a
única técnica de investigação a que se
pode recorrer para averiguar a identidade dos fornecedores, transportadores e
compradores de drogas ilícitas. O planejamento de uma operação de vigilância, seja
a pé ou por outros meios, deve levar em conta a possibilidade de uma contra

26
vigilância, por parte do suspeito ou de seus cúmplices, por meios similares, incluídas
as contramedidas eletrônicas.

De modo geral, existem três tipos de vigilância:

a) Vigilância móvel: em que o investigador segue um indivíduo a pé ou em um


veículo.

b) Vigilância fixa: que consiste em vigiar continuamente, a partir de um ponto


fixo, um local, objeto ou pessoa.

c) Vigilância eletrônica: na qual se utilizam aparatos eletrônicos, mecânicos ou


de outra índole para interceptar o conteúdo de comunicações orais ou telefônicas.

Os objetivos da vigilância são:

❖ Obter provas de um delito.


❖ Proteger agentes encobertos ou corroborar seu testemunho.
❖ Localizar pessoas observando seus conhecidos e os lugares que
frequentam. Testar a confiabilidade de informantes.
❖ Localizar bens escondidos ou contrabando.
❖ Impedir que se cometa um ato criminoso ou prender uma pessoa no
momento em que comete o delito.
❖ Obter informações que possam ser utilizadas em interrogatórios.
❖ Obter pistas e informações graças aos contatos mantidos com outras
fontes. Determinar onde se encontra uma pessoa a qualquer momento.
❖ Obter provas admissíveis nos tribunais.

Uma das primeiras medidas que antecedem qualquer operação de vigilância é


a designação do policial coordenador. Nas operações em que participam vários
policiais, deve ser preparado um plano tático que preveja as eventualidades e
especifique a função de cada um dos policiais, a duração da vigilância, as
substituições. Além disso, deve-se estabelecer um sistema seguro de comunicação
com os superiores e uma coordenação central. Também devem ser combinados
sinais para a comunicação entre os policiais da vigilância.

Na sequência, você tem a oportunidade de ver mais pormenorizadamente


aspectos da vigilância eletrônica, considerando a sua ampla utilização e sua previsão
legal.

27
a) Vigilância eletrônica

A vigilância eletrônica compreende muitas e diversas tecnologias, algumas das


quais exigem um equipamento complexo e caro. Em muitos países, a vigilância
eletrônica está estritamente limitada pelo temor de violar o direito à intimidade das
pessoas. É extremamente importante que se levem em conta essas limitações
potenciais à estratégia de investigação, e se atue de acordo ao planejar as operações
de vigilância eletrônica.

A vigilância eletrônica é um aparato investigativo que ocasiona excelentes


resultados operacionais, destacadamente no combate ao crime organizado e ao
tráfico de drogas. Para utilizar eficazmente os diversos aparatos e técnicas requeridas
por esse modo especializado de investigação, é necessário receber instrução e
capacitação especializadas.

b) Captação de conversações ambientais

No que concerne à captação de conversações ambientais, a Lei Federal n.


10217/2001 instituiu no sistema jurídico brasileiro esta modalidade de vigilância
eletrônica.

A Lei Federal n. 10217/2001 acrescentou o inciso IV, ao artigo 2º da Lei Federal


n. 9034/1995, disciplinando expressamente acerca da captação e interceptação
ambiental de sinais eletromagnéticos, óticos ou acústicos, bem como o seu registro e
análise.

c) Interceptação de comunicações telefônicas

Mendes, (1999), como a maioria dos doutrinadores, considera interceptação


telefônica a captação, por terceiro, de conversa telefônica, sem ou com o
conhecimento de um ou de ambos os interlocutores. Quando feita por um dos
interlocutores, a captação é chamada gravação de conversa telefônica. A prova obtida
mediante gravação de conversa telefônica será objeto de comentário posteriormente.

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso XII estabelece:

(...) é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas,


de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial,
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou

28
instrução processual penal. Anteriormente à previsão constitucional o fundamento
legal utilizado para a interceptação era o artigo 57, inciso II, alínea “e” da Lei n.
4117/62 (Código Brasileiro das Telecomunicações), que, excepcionando o princípio
constitucional, admitia fossem violadas as comunicações, desde que judicialmente
autorizadas e

(...) para fins de investigação criminal ou prova em processo penal. Com o


advento da Constituição Federal de 1988, a quebra do sigilo das comunicações
passou a ter tratamento constitucional, porém, exigindo necessária regulamentação
por lei ordinária, no entendimento majoritário da doutrina e jurisprudência, inclusive
do Supremo Tribunal Federal.

A Lei n. 9296/96 prevê diversas exigências para a concessão de interceptação


telefônica, tais como:

❖ a interceptação deve ser utilizada como prova em investigação criminal


e em instrução processual penal;
❖ infração penal apurada deve ser punida com pena de reclusão;
❖ requerimento deve ser feito pela autoridade policial, na investigação
criminal, ou pelo representante do Ministério Público, na investigação criminal e na
instrução processual penal;
❖ necessidade de ordem judicial;
❖ prazo máximo de interceptação de quinze dias, prorrogável por igual
período, comprovada necessidade;
❖ procedimento deve tramitar em segredo de justiça;

29
❖ exigência de realização de auto circunstanciado após o término da
interceptação, constando o resumo das operações realizadas.

A mencionada Lei, em seu artigo 10º, previu:

Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de


informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou
com objetivos não autorizados em lei. Penal – reclusão, de dois a quatro anos, e
multa.

Com o advento da Constituição Federal de 1988, que inseriu diversos direitos


e garantias individuais muitas vezes limitadoras da busca da prova criminal, e também
em razão dos crescentes índices da criminalidade, os agentes estatais que realizam
investigação viram-se obrigados a se aperfeiçoar no exercício profissional e a se
pautar em técnicas eficazes à atividade investigativa.

Dessa forma, técnicas e procedimentos passaram a ser adotados. Nesse


contexto, recursos como técnicas de interrogatório, infiltração, uso de informantes e
vigilância são cada vez mais utilizados pelas Polícias investigativas na elucidação dos
delitos.

30
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