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Sumário
Informante .............................................................................................. 26
Vigilância ................................................................................................ 26
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 31
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NOSSA HISTÓRIA
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Perícias e Investigação Criminal
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exame. Considerada a importância da prova pericial e científica é imprescindível o
isolamento e a preservação do local do crime.
A palavra Polícia é vocábulo derivado do latim “politia”, que por sua vez,
procede do grego “politeia”, que significa, segundo Thomé, (...)administração da
cidade. Segundo o mesmo autor, Polícia pode ser definida como: (...) instrumento de
utilidade e que passa a ser responsável pela investigação das infrações penais
cometidas e pela política de disciplina e restrição empregada a serviço do povo.
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Portanto, às Polícias Rodoviária Federal, Ferroviária Federal e Militares cabe
o policiamento ostensivo, atuando precipuamente na
prevenção dos delitos. De outro lado, é interessante que
você perceba que a atuação principal das Polícias Federal
e Civis ocorre após a prática do crime, na repressão dos
delitos. Apuram materialidade e autoria das infrações
penais, por meio da função investigativa.
À Polícia Federal cabe a apuração das infrações penais contra a ordem política
e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática
tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo
se dispuser em lei, além de prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, o contrabando e o descaminho, nos termos do artigo 144, § 1º, I e II da
Constituição Federal de 1988.
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o rápido crescimento das atividades econômicas e sociais, fez-se necessária a
organização dos serviços policiais.
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reunir elementos probatórios para o
indiciamento ou não e posterior
encaminhamento à apreciação
judicial.
O objetivo da investigação
criminal é amealhar provas criminais,
para comprovar materialidade e autoria do delito.
Conceito de prova
Todas as afirmações de fato feitas pelo autor, bem como as afirmações feitas
pelo réu, que normalmente se contrapõem àquelas, podem ou não corresponder à
verdade. De acordo com Cintra, as dúvidas sobre a veracidade das afirmações de
fato feitas pelo autor ou por ambas as partes no processo, a propósito de dada
pretensão em juízo, constituem as questões de
fato que devem ser resolvidas pelo juiz, à vista da
prova dos fatos pretéritos relevante.
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Em síntese, a prova criminal é aquela utilizada para demonstrar ao Juiz a
veracidade ou falsidade da imputação feita ao réu e as circunstâncias que possam
influir no julgamento da responsabilidade e na individualização das penas.
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romanos, que, segundo Sznick conheceram e fizeram uso da tortura contra seus
escravos na Antiguidade. (SZNICK, 1978:24).
Durante muitos séculos na Idade Média, com o domínio absoluto dos bárbaros
na Europa, as ordálias também tiveram aplicação. Segundo Santos, (1970:26) na
prova pelo fogo se fazia o acusado carregar uma barra de ferro em brasa por certa
distância, ou caminhar, com os pés nus, sobre ferros candentes, e a prova pela água
fervente consistia no acusado tirar um ou mais objetos do fundo de uma caldeira de
água fervente, sendo o acusado absolvido se não restassem lesões e condenado no
caso contrário.
Montesquieu (1996), menciona que a prova pela água fervente podia ser
substituída, a critério do acusador, por certa quantia e pelo juramento de algumas
testemunhas que declarassem que o acusado não havia cometido o crime.
(MONTESQUIEU, 1996: 553).
Discorrendo sobre este momento, Cotrin (1997) menciona que a tortura era
utilizada oficialmente nos interrogatórios, na presença dos juízes, com a finalidade de
obter a confissão. (COTRIN, 1997:157). Novinski (1982) nomina este método de
“inquisitivo”, atuante nos séculos XVI, XVII e XVIII, e que atendia aos interesses de
todas as facções do poder: coroa, nobreza e clero. (NOVINSKY, 1982:47).
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Considerando a dificuldade de se obter outros meios de prova, a confissão do
acusado representava o objetivo primordial do procedimento inquisitório. Enfocando
a tortura, Gomes Filho (1997), menciona: somente ela podia fornecer a certeza moral
a respeito dos fatos investigados, e a pesquisa cedia vez à confirmação de uma
verdade já estabelecida.(GOMES FILHO, 1997:22).
Para Bentham, a tortura era empregada para suprir a deficiência dos meios
probatórios da época: “A tortura, empregada para arrancar as confissões, objetiva
suprir a deficiência das provas. Supondo que o delito não está provado, que faz o
juiz? Ordena atormentar uma pessoa, na dúvida de ser inocente ou culpado”.
(tradução da autora).
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Sabadell (2002), discorrendo sobre a tortura oficializada afirma: A tortura
judicial está vinculada ao sistema de provas legais, desenvolvido a partir do século
XIII pelos doutrinadores do Direito medieval europeu. Sua base é a classificação
sistemática das provas romanas, segundo o método escolástico, em graus: provas
plenas, semiplenas, indícios e presunções. Acima da prova plena está o notorium.
Por meio deste instituto era concedida a dispensa de produção de provas em
determinados casos. (SABADELL, 2002:275).
De acordo com Sabadell (2002), (...) a existência de uma meia prova implicava
a consideração do réu como meio culpado. Um grau alcançado na demonstração da
culpa (prova semiplena), implicava, consequentemente, um determinado grau de
punição, incluindo a autorização para o uso da tortura. Em outras palavras, não se
torturava um inocente, e sim um meio culpado, para confirmar a suspeita legalmente
criada de que ele era realmente culpado. (SABADELL, 2002:278).
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Foram citados alguns meios de prova
utilizados no transcorrer da história. É
importante, também, mencionar os sistemas
de valoração de prova, além do já citado
sistema das provas legais.
Tais ideais foram uma reação ao sistema inquisitório e à doutrina das provas
legais. Vêm ao encontro de um sistema probatório que respeita o ser humano
enquanto sujeito de direitos e garantias individuais, dentre elas, a proibição legal da
tortura, a presunção de inocência do acusado e o direito ao contraditório.
Gomes Filho (1997:55) entende que uma verdadeira Justiça penal pressupõe
o reconhecimento, à defesa, do poder de produzir provas contrárias às da acusação,
a fim de obter-se não uma verdade extorquida inquisitorialmente, mas uma verdade
obtida através de meios probatórios produzidos pelas partes.
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Gomes Filho (1997:31) afirma que em 1808, o Code d’instruction criminelle
francês instituiu a combinação entre os padrões inquisitório e acusatório,
influenciando os demais ordenamentos continentais e representando, até os dias
atuais, o modelo inspirador da maioria das legislações. A doutrina passou a postular
limitações à íntima convicção do juiz, e, segundo esta nova concepção, o juiz só
estaria autorizado a condenar se, além de
convencido, estivesse amparado por um
mínimo de elementos probatórios.
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Nunca é demais, porém, advertir que livre convencimento não quer dizer puro
capricho de opinião ou mero arbítrio da apreciação das Provas. O juiz está livre de
preconceitos legais na aferição das Provas, mas não pode abstrair-se ou alhear-se
ao seu conteúdo. Não estará ele dispensado de motivar sua sentença. E
precisamente nisto reside a suficiente Garantia do Direito das partes e do interesse
social.
A Investigação Criminal
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para trabalhar no caso. Estes irão levantar informações das mais diversas maneiras,
entrevistando, acompanhando (seguindo um alvo) ou interrogando pessoas,
procurando documentos, monitorando indivíduos, deslocamentos, conversas
telefônicas, entre outras atividades.
Caso seja um crime que exija uma perícia de local de crime, os peritos criminais
se deslocam para o local e realizam os exames periciais, entretanto, em geral ocorre
pouca ou nenhuma troca de informações entre a equipe de investigação e a perícia
criminal na cena do crime.
Uma vez que o perito não sabe desse detalhe, e não recebe essa informação,
ele realiza o exame solicitado e encaminha o laudo. Entretanto, caso ele soubesse ou
tivesse sido perguntado se seria possível a uma criança de “x” anos disparar a arma
contra si mesma, ele poderia fornecer informações importantes e até definitivas
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acerca do ocorrido. Esse é um caso extremo. Entretanto, inúmeras outras situações
ocorrem todos os dias nos institutos de criminalística do país.
Como, em geral o perito não sabe do que se trata, ele precisará gastar um
tempo enorme somente para entender a que se referem aqueles documentos e qual
a sua possível ligação com o(s) delitos(s) investigados (OLIVEIRA, 2005). Em
resumo, a investigação criminal (ou policial) deve buscar essencialmente, levantar as
provas relativas a um ato criminoso sob investigação. Ocorre que nessa busca pela
realidade dos fatos em apuração, verifica-se uma dicotomia no processo
investigatório e na produção das provas.
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vestígios materiais do crime, seja ele um levantamento de local, de ambiente virtual
(Internet), de armas ou materiais diversos utilizados para perpetração do delito,
levantamentos contábeis nos crimes de ordem financeira, e diversos outros.
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cidadão, na busca imparcial da verdade objetivando cumprir o dever do Estado, na
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Visa
à investigação policial resposta para as perguntas: (hectâmetro).
Interrogatório
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A preparação é importante
porque é comum o autor da
infração penal, embora
confessando o delito, fazê-lo de
forma a se beneficiar, diminuindo
as consequências penais,
alegando, por exemplo, uma
legítima defesa putativa ou uma
injusta provocação da vítima, etc. Dessa forma, é importante que o interrogador
busque, de forma técnica, elucidar o crime, tentando sempre buscar a verdade dos
fatos.
Por essa razão, é importante buscar apurar onde e com quem o suspeito ou
indiciado esteve durante todo o dia do crime, manteve contatos ou encontros com
pessoas estranhas, ausentou-se de casa ou do trabalho sob qualquer pretexto, se
saiu mais cedo ou chegou mais tarde, etc.
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Dessa forma, a sequência como os fatos serão abordados deve obedecer a
critérios técnicos que sejam de pleno conhecimento e domínio do interrogador.
Esta técnica tem aplicação quando a pessoa que estiver sendo inquirida se
prontifica a narrar os fatos espontaneamente. A sequência com que os fatos são
narrados depende da lembrança que interrogando tenha das circunstâncias do fato.
Muitas vezes o interrogando inicia a sua fala pelo ato executório e depois
desordenadamente vai narrando as demais circunstâncias, por parte, na medida em
que estas vão lhe surgindo na memória.
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Técnica da Sequência Embaralhada
Esta técnica aplica-se quando há indícios de que a pessoa que está sendo
inquirida optou por mentir acerca dos fatos que se investiga. O interrogador deve,
então, embaralhar ao máximo os pontos já abordados, induzindo o interrogando a
erro, para que não consiga responder com encadeamento, lógica e coerência às
perguntas feitas, fazendo-a constatar que a sua versão dos fatos não condiz com as
demais provas materiais e testemunhais amealhadas. Somente uma narrativa real e
verdadeira se sustentaria harmônica diante desta técnica.
Técnica da Espontaneidade
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técnica, o interrogador se comporta de forma amigável com o interrogando, dando a
este um grau de liberdade maior nas suas colocações.
Ainda que a narrativa não corresponda àquilo que já foi apurado nos autos, o
interrogador não deverá interferir, tudo registrando fielmente, inclusive não deixar
transparecer que não está acreditando na versão apresentada. Se a versão for
mentirosa, certamente não resistirá ao crivo da investigação séria, profissional e
criteriosa. A verdade virá naturalmente à tona.
Todavia, é interessante que perceba que nem todo autor de crime confessa o
fato espontaneamente e aí se faz necessário o emprego de outras técnicas para se
chegar à verdade.
Técnica da Indução
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Técnica da Persuasão
Esta técnica tem por objetivo persuadir, convencer o investigando a primar pela
verdade dos fatos. Assim o policial deve argumentar com os benefícios da lei,
mostrando ao interrogando que somente tem a ganhar se disser a verdade.
Evidentemente, o interrogador jamais deve inventar benefícios legais inexistentes.
A Lei Federal n. 9.807/1999, em seu art. 13, dispõe que o juiz poderá conceder
o perdão judicial, com a consequente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo
primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação ou processo
criminal.
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A cessação da pressão social e da imprensa também pode constituir um forte
argumento para convencer uma pessoa a esclarecer o delito.
Técnica do Desmentido
Técnica do Questionamento
Consiste em questionar o que foi dito pelo indiciado e que não estiver de acordo
com o que se apurou. Deve-se indagar acerca do que foi alegado pelo indiciado que
esteja mal esclarecido.
Técnica da Alternância
Esta técnica tem proporcionado bons resultados práticos, pois é muito comum
o investigando, no decorrer da aplicação das técnicas, escolher um dos policiais para
revelar a verdade, por ter maior afinidade com ele do que com os demais.
Técnica da Informação
Cruzada Aplica-se esta técnica nos casos em que se investiga dois ou mais
coautores ou partícipes do delito, e quando a versões dos fatos oferecidas por eles
sejam controversas. Deve ser aplicada por um único policial, de maneira que se
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mantenha um perfeito domínio sobre os pontos abordados e que estes sejam
explorados com todos os interrogandos.
Infiltração policial
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V – infiltração por agentes de polícia ou de inteligência, em tarefas de
investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes, mediante
circunstanciada autorização judicial. Trata-se de uma técnica de investigação que
objetiva obter informações, mediante o recrutamento e posterior inserção de pessoas,
em determinado ambiente, sob a proteção de uma história-cobertura. A infiltração visa
a atingir, entre outros, os seguintes objetivos: obter informações ou provas; constatar
se um crime está sendo planejado ou realizado; determinar o momento oportuno para
a realização de uma operação policial; identificar pessoas envolvidas em um crime.
Informante
Vigilância
A vigilância é a observação
encoberta, contínua ou periódica de
pessoas, veículos, lugares e objetos com a
finalidade de obter informações sobre as
atividades e a identidade de pessoas.
Muito frequentemente, a vigilância é a
única técnica de investigação a que se
pode recorrer para averiguar a identidade dos fornecedores, transportadores e
compradores de drogas ilícitas. O planejamento de uma operação de vigilância, seja
a pé ou por outros meios, deve levar em conta a possibilidade de uma contra
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vigilância, por parte do suspeito ou de seus cúmplices, por meios similares, incluídas
as contramedidas eletrônicas.
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a) Vigilância eletrônica
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instrução processual penal. Anteriormente à previsão constitucional o fundamento
legal utilizado para a interceptação era o artigo 57, inciso II, alínea “e” da Lei n.
4117/62 (Código Brasileiro das Telecomunicações), que, excepcionando o princípio
constitucional, admitia fossem violadas as comunicações, desde que judicialmente
autorizadas e
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❖ exigência de realização de auto circunstanciado após o término da
interceptação, constando o resumo das operações realizadas.
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REFERÊNCIAS
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 8 ed. São Paulo: Saraiva. 2002.
p.267
COLUCCI, Maria da Glória Lins da Silva; SILVA, Maria Regina Caffaro. Provas
Ilícitas no Processo Penal. Revista Informativa Legislativa. Ano 25. n. 97. Brasília.
Jan/mar.1988, p.237-250.
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GOMES FILHO, Antônio Magalhães. Direito à Prova no Processo Penal. São
Paulo: RT, 1997. 183p
ORTEGA, Manuel Segura. La Situacion Del Derecho Penal em Los Siglos XVI
y XVII. In: MARTINÉZ, Gregório PecesBarba et al. História de Los Derechos
Fundamentales. Tomo I. Madrid; Dykinson, S.L., 1998. 875 p.
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PASOLD, Cesar Luiz. Prática da Pesquisa Jurídica - Ideias e Ferramentas
Úteis para o Pesquisador do Direito-. 8 ed. Florianópolis: OAB/SC Editora, 2003.
243p.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 16 ed. São
Paulo: Malheiros. 1999. 871p.
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