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Revisão Criminalistica

A Ciência Forense é compreendida como o conjunto de todos os


conhecimentos científicos e técnicas que são utilizados para
desvendar não só crimes, como também variados assuntos
legais (cíveis, penais ou administrativos). É considerada uma
área interdisciplinar pois envolve física, química, biologia, entre
outras. Tem como objetivo principal o suporte a investigações
referentes a justiça civil e criminal
wikipédia

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A Criminalística é um ramo das Ciências Forenses de caráter
multidisciplinar. A sua aplicabilidade é analisar e interpretar
elementos materiais e vestígios encontrados no local do crime,
para produzir respostas acerca das questões técnicas de
interesse da justiça.

—Aryane Elísio, JusBrasil

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Aulas Principais atribuições das Forças de Segurança
01 e 02 que atuam em Cenas de Crime

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CBM-MT
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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR


Prevenção de acidentes e catástrofes / Combate a incêndios
Busca e salvamento / Atendimento pré-hospitalar
Análise de projetos de segurança contra incêndio e acidentes
Perícia de incêndio e de áreas sinistradas
Prevenção balneária por salva-vidas
GM - MT

GUARDA MUNICIPAL
A Guarda Municipal é uma força de segurança pública que
atua em nível local. Trata-se da principal agência municipal de
prevenção às violências dos Municípios, prevista no § 8º do
art. 144 da CF e regulamentada pela Lei Federal nº
13.022/2014, conhecida como Estatuto Geral das Guardas
Municipais.
GM - MT

Uma dúvida muito comum sobre a Guarda Municipal é sobre


o que ela pode ou não fazer, como multar e prender pessoas,
por exemplo. A resposta é sim, pode fazer ambas, pois ela é o
órgão de segurança pública dentro do município, como
reconhecido pela Lei Federal nº 13.675/2018 (“Lei do Sistema
Único de Segurança Pública – SUSP”).
GM - MT

De acordo com o artigo 4º e 5º da Lei nº 13.022/2014, as


funções da Guarda Municipal são:
Proteção sistêmica da população / Colaborar com a
pacificação de conflitos / Auxiliar na segurança de grandes
eventos e na proteção de autoridades e dignitários / Realizar
ações preventivas na segurança escolar / Fiscalizar o trânsito
GM - MT

A criação e especificações depende de cada Município, então


as funções podem variar bastante.
É importante registrar que, apesar de usarem uniformes,
possuírem insígnias e terem funções bem parecidas com a
Polícia Militar, as Guardas não são instituições militares.
Guarda Municipal não investiga crimes!!!
POLITEC-MT

PERÍCIA OFICIAL E IDENTIFICAÇÃO


TÉCNICA
Órgão desconcentrado da administração direta, vinculado à
Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública.
Exerce atividade de perícia oficial de natureza criminal com
autonomia técnica, científica e funcional.
POLITEC-MT

Principais Competências:
◊ Perícias de criminalística, medicina legal e odontologia legal
◊ Serviços de identificação civil e criminal
◊ Perícias ou serviços à Administração Pública estadual
◊ Integração com os demais órgãos de Segurança Pública
POLITEC-MT

Os trabalhos de perícia e identificação criminal serão


prestados, e suas informações fornecidas, sempre que
requisitadas por Presidentes de Inquérito Policial, Civil ou
Militar, pelo Ministério Público ou por determinação judicial,
em qualquer fase da persecução penal.
Os trabalhos de identificação civil serão prestados mediante
solicitação do interessado.
Aulas
Principais Conceitos da Persecução Penal
03 e 04

PERSECUÇÃO PENAL

“É o caminho percorrido pelo Estado-Administração para


que seja aplicada uma pena ou medida de segurança
àquele que cometeu uma infração penal,
consubstanciando-se em três fases:

Investigação preliminar - ação penal e execução penal.”


BONFIM, p.99
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Aulas
Principais Conceitos da Persecução Penal
03 e 04

PERSECUÇÃO PENAL

“É o caminho percorrido pelo Estado-Administração para


que seja aplicada uma pena ou medida de segurança
àquele que cometeu uma infração penal,
consubstanciando-se em três fases:

Investigação preliminar - ação penal e execução penal.”


BONFIM, p.99
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PERSECUÇÃO
PENAL

ÓRGÃOS DA PERSECUÇÃO CRIMINAL


❶ Polícia Judiciária: Inquérito Policial.
❷ Ministério Público: Ação Penal pública.
❸ Poder Judiciário: Processa e Julga causas penais.
Conceitos
e Definições

VESTÍGIO
É toda marca, objeto, sinal, rastro, substância ou elemento
que seja detectado em local onde haja sido praticado um fato
delituoso, ou seja, é todo objeto ou material bruto constatado
e/ou recolhido em local de crime ou presente em uma
situação a ser periciada e que será analisado posteriormente.

DOREA et al., (2010) e Velho et al. (2012)


Conceitos
e Definições

EVIDÊNCIA
É o vestígio após passar por avaliação, análise ou exame,
restando comprovado que possui vínculo direto com o evento
que está sendo investigado.
“Evidência é a certeza manifesta sobre alguma coisa“

(SOARES, 2021)
Conceitos
e Definições

INDÍCIO
No artigo 239 do CPP (Código de Processo Penal Brasileiro),
indício é a evidência provada, isto é, aquela suspeita eivada de
vestígios, que foram materializados por vários vestígios ativos
e que se tornaram evidências, após uma minuciosa e
fundamentada análise técnico-científica resultou na devida
comprovação da tese.
Conceitos
e Definições

INDÍCIO
É definido como a circunstância conhecida, provada e
relacionada ao fato investigado, sendo possível concorrência
ou combinação com outros elementos, situações e
acontecimentos que auxiliem na conclusão indutiva de outros
indícios circunstanciais.
(SOARES, 2021)
Conceitos
e Definições

PROVA
É o conjunto de meios idôneos, visando à afirmação da
existência positiva ou negativa de um fato, destinado a
fornecer ao Juiz o conhecimento da verdade, a fim de gerar
sua convicção quanto à existência ou inexistência dos fatos
deduzidos em Juízo.
VESTÍGIO

Material bruto que o perito constata no local do


crime ou faz parte do conjunto de um exame
pericial qualquer. Porém, somente após examiná-
lo adequadamente é que se pode saber se aquele
vestígio está ou não relacionado ao evento
periciado
EVIDÊNCIA

Vestígio analisado e depurado, tornando-se um


elemento de prova por si só ou em conjunto, para
ser utilizado no esclarecimento dos fatos
INDÍCIO

Art. 239 CPP - Considera-se indício a


circunstância conhecida e provada, que, tendo
relação com o fato, autorize, por indução, concluir-
se a existência de outra ou outras circunstâncias.
Nesta definição legal do que seja indício, estão,
além dos elementos materiais, outros de natureza
subjetiva, ou seja, estão incluídos todos os demais
meios de prova
ESTRUTURA
ANALÍTICA
DA PROVA

PROVA PERICIAL
Consiste em um meio de prova que leva ao conhecimento do
julgador, através de exames realizados nos elementos
encontrados no local do crime.
Trata-se de um dos meios probatórios de maior
confiabilidade, pois fornece ao processo informações com
bases científicas e técnicas.
ESTRUTURA
ANALÍTICA
DA PROVA

PROVA PERICIAL
A Perícia traz requisito fidedigno do que se ocorreu no local
do crime, bem como a relevância e destaque da prova pericial
para o processo penal por ser de cunho técnico e, em muitas
vezes, possibilitar a reconstituição ou demonstração real dos
fatos.
ESTRUTURA
ANALÍTICA
DA PROVA

PROVA PERICIAL
O exame de corpo de delito (prova pericial) consiste na
avaliação científica dos vestígios constatados no local do
crime, ou até mesmo na vítima (ex.: estupro), para a resolução
de uma infração penal, podendo ser nulo o processo na
ausência deste exame.
TIPOLOGIA DOS VESTÍGIOS
●VESTÍGIOS PERSISTENTES: indeléveis ao longo do
tempo, podem ser examinados a qualquer momento
●VESTÍGIOS LATENTES: precisam de aparelhos para ser
encontrados
●VESTÍGIOS ACIDENTAIS: produzidos involuntariamente
●VESTÍGIOS FORJADOS: autor produziu para modificar
elementos originais
VESTÍGIOS

●VESTÍGIOS VERDADEIROS: produzidos pelo autor do


crime
●VESTÍGIOS ILUSÓRIOS: não relacionados com o
crime
●VESTÍGIOS PROPOSITAIS: indica um aviso,
informação
● VESTIGIOS PERCEPTÍVEIS : captado pelos órgãos
do sentido humano
QUANTO À SUA NATUREZA OS
VETÍGIOS PODEM SER:
●Vestígios orgânicos ou biológicos (v.g.
sangue, saliva, pelos, cabelos, unhas,
larvas, pólens, plantas);
●Vestígios inorgânicos ou não biológicos
(v.g. poeiras, solos, tintas, explosivos);
●Vestígios morfológicos (v.g. vestígios
lofoscópicos, pegadas, rastos, marcas de
objetos).
CONTAMINAÇÃO DE VESTÍGIOS
●Por que evitar ?

●Como proceder corretamente?


CADEIA DE CUSTÓDIA
“Denomina-se cadeia de custódia o
conjunto de todos os procedimentos
utilizados para manter e documentar a
história cronológica do vestígio, para
rastrear sua posse e manuseio a partir
de seu reconhecimento até o descarte.”

PORTARIA Nº 82, DE 16 DE JULHO DE 2014


A cadeia de custódia no âmbito pericial é o
conjunto de procedimentos destinados a
proteger, assegurar e garantir a
originalidade, autenticidade e integridade do
vestígio, em todos os eventos,
transferências e movimentações a ele
relativos desde o seu registro e
identificação, até a sua utilização final.
PERÍODO
●DO: CONHECIMENTO DO FATO
DELITUOSO

●AO: ESGOTAMENTO DEFINITIVO


DO INTERESSE DO ESTADO
QUEM DEVE OBECER A CADEIA DE
CUSTÓDIA?
●SERVIDORES PÚBLICOS

●PARTICULARES: exemplo SAMU


IMPORTÂNCIA DA CADEIA DE
CUSTÓDIA
●Segurança para quem manipula a
cadeia de custódia;

●Credibilidade pericial

●Qualidade de trabalho
TRÂMITE DO VESTÍGIO
●Refere-se ao tempo em curso no qual a
amostra está sendo manuseada.

●Deve ser a mais curto possível evitando


o máximo interferências externas
FASES DA CADEIA DE CUSTÓDIA
1- Procedimentos relativos ao
levantamento do local de crime;

2- Procedimentos estritos ao órgão


pericial
PROCEDIMENTOS RELATIVOS AO
LOCAL DO CRIME
Cadeia de Custódia EXTERNA
1 Custódia do Local do Crime
2 Busca dos Vestígios
3 Fixação dos Vestígios
4 Coleta dos Vestígios
5 Acondicionamento dos Vestígios (preparo)
6 Transporte e Entrega dos Vestígios (encaminhamento)
7 Transferência da custódia do local do crime
PROCEDIMENTOS ESTRITOS AO
ÓRGÃO PERICIAL
Cadeia de Custódia INTERNA:
●Recepção e Conferência dos elementos de prova;
●Classificação , Guarda e/ou Distribuição dos
elementos de prova;
●Análise pericial propriamente dita;
●Guarda e devolução dos elementos de prova e
contraprova;
●Demonstração da manutenção da cadeia de
custódia.
REGISTRO DE VESTÍGIOS
DOCUMENTAÇÃO :fotográfica,
dimensional, esquemática, escrita

PARA PERMITIR rastreamento das


operações

E PREVENIR falsificação, perda,


contaminação
FASES DA CADEIA DE CUSTÓDIA
1- ISOLAMENTO E GUARDA

- Impedimento de entrada de terceiros para evitar


contaminação, alteração e adulteração do local de
crime

- Limitar a entrada de pessoas, inclusive àquela


autorizadas. É preciso aguardar a realização dos
exames periciais
Ministério da Justiça Secretaria Nacional de Segurança Pública
Procedimento Operacional Padrão Perícia Criminal
Brasília - DF 2013; 4.1- Local de Crime- pág. 114
Art. 169 do CPP:

Parágrafo único. Os peritos


registrarão, no laudo, as alterações
do estado das coisas e discutirão, no
relatório, as consequências dessas
alterações na dinâmica dos fatos.
O isolamento e guarda são realizados
pela PM até a chegada da PJC e
peritos, devendo ser continuado.

Qualquer alteração do local deve ser


anotado e informado ao perito criminal.
FASES DA CADEIA DE CUSTÓDIA
2- FIXAÇÃO DOS VESTÍGIOS:

Determinação do local exato onde se


encontram os vestígios e as condições em
que se encontram (sinalização , registro
escrito, fotografias ,croquis , vídeos)
FASES DA CADEIA DE CUSTÓDIA
3- COLETA : Os métodos de coleta devem
respeitar as características de cada vestígio e as
normas de biossegurança.

Evitar a contaminação : - Por mistura de materiais


- Pelo instrumento coletor
- Pelo agente coletor
USO DE EPI DURANTE A COLETA

●Minimiza a hipótese de os peritos deixarem evidências


na cena de crime ou nos próprios vestígios (DNA,
impressões digitais, que podem afetar a interpretação
dos resultados;
●Minimiza a probabilidade de o perito levar consigo
vestígios da cena de crime para o laboratório ou para
junto de outros vestígios do crime em investigação;
●Protege o PROFISSIONAL DE PERÍCIA de perigos
biológicos, físicos e químicos, na cena de crime.
FASES DA CADEIA DE CUSTÓDIA
4- ACONDICIONAMENTO:

●Lacres institucionais
●Sacolas lacradas
●Caixas lacradas
●Tubos de ensaio
●swabs
FASES DA CADEIA DE CUSTÓDIA
5- ENCAMINHAMENTO:

O material coletado devidamente lacrado


deve ser entregue à autoridade policial ou
ser encaminhado à gerência que dará
continuidade aos exames periciais
específicos.
FASES DA CADEIA DE CUSTÓDIA
6- ARMAZENAMENTO :

Após os exames quando há possibilidade


de novos exames, o material fica
custodiado no órgão de perícia.
FASES DA CADEIA DE CUSTÓDIA
7- DEVOLUÇÃO OU DESCARTE :

Devolução para a delegacia que investiga o


inquérito.

Descarte deve ser feito em consonância com a lei.


Quando em mãos das autoridades
policiais, os lacres das embalagens não
deverão ser violados, mas se for
imprescindível tal feito, deve-se proceder
ao registro formal no inquérito policial,
justificando o procedimento.
Na cadeia de custódia todos
os trâmites são registrados, a
qualquer tempo, é possível
saber quando e com quem
aquele vestígios estava.
O QUE FAZER COM LACRES
VIOLADOS?
-registrar sinais de violação, descrevê-los;
-identificar o autor e o ponto de rompimento
da cadeia de custódia com a devida
justificativa (responsabilização)
Informações protegidas que não permitam a
alteração dos registros anteriormente
efetuados, se informatizado. as alterações
por erro devem ser editadas e justificadas
Fonte: Cadeia de Custódia. Curso de Local
de Crime Integrado com Balística,
Laboratório, Papiloscopia e Medicina
Legal.8ª Edição . Ministério da Justiça,
2015.
MEIOS DE PROVA
● A perícia pode ser realizada na fase de inquérito
policial ou do processo, a qualquer dia e horário (art.
161 do CPP), observando os peritos o prazo de dez
dias para a elaboração do laudo, prorrogável em casos
excepcionais (art. 160, parágrafo único, do CPP). A
autoridade que determinar a perícia e as partes
poderão oferecer quesitos até o ato.
Deve ser realizada a perícia por perito oficial,
portador de diploma de curso superior. Poderão
ser designados dois peritos, contudo, se a
perícia for complexa, abrangendo mais de uma
área de conhecimento especializado, nos
termos do art. 159, § 7º, do CPP. Nota-se que
tal designação é excepcional; a regra é a
realização do exame por apenas um perito
Se não houver perito oficial, será elaborada
a perícia por duas pessoas idôneas,
portadoras de diploma de curso superior e,
de preferência, com habilitação na área em
que for realizado o exame (art. 159, § 1º, do
CPP), as quais deverão prestar
compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo (art. 159, § 2º, do
CPP).
É facultado ao Ministério Público, ao assistente
de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao
acusado de indicar assistente técnico, bem
como oferecer quesitos (art. 159, § 4º, do CPP).
Este deve ser admitido pelo juiz e atuará após a
conclusão dos exames e elaboração do laudo
pelo perito oficial, sendo as partes intimadas
desta decisão (art. 159, § 4º, do CPP).
PROVA SUBJETIVA
Quando a prova recai alcança o fato
principal por meio de um raciocínio
lógico-dedutivo, levando- se em
consideração outros fatos de
natureza secundária, porém
relacionados com o primeiro é
considerada uma prova indireta.
INTERROGATÓRIO
O interrogatório é ato não preclusivo,
isto é, pode ser realizado a qualquer
tempo. É permitida também a
renovação do ato a todo tempo, de
ofício pelo juiz ou a pedido das partes
(art. 196 do CPP).
PROVA PERICIAL X PROVA
TESTEMUNHAL
●OBJETIVIDADE x SUBJETIVIDADE

●LAPSOS DE MEMÓRIA

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