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A criminalística tem como ciência precursora a Medicina Legal. O termo Criminalística foi utilizado pela
primeira vez na segunda metade do século XIX, na Alemanha, por Hans Gross, considerado o pai da criminalística,
juiz de instrução e professor de Direito Penal.
Conceitos de criminalística
Disciplina que tem por objetivo o reconhecimento e interpretação dos indícios materiais (vestígios)
extrínsecos à pessoa (cadáver) relativos ao crime ou à identidade do criminoso. Os exames dos vestígios
intrínsecos à pessoa (cadáver) são da alçada da Medicina Legal.
1° Congresso Nacional de Polícia Técnica
Disciplina autônoma integrada pelos diferentes ramos do conhecimento técnico científico, auxiliar e
informativa das atividades policiais e judiciárias de investigação criminal, tendo por objeto o estudo dos vestígios
materiais extrínsecos à pessoa física, no que tiver de útil à elucidação e à prova das infrações penais e, ainda, à
identificação dos autores.
Eraldo Rabello
Ciência de natureza multidisciplinar que estuda os vestígios encontrados em um local de delito, a fim de
formar o corpo de delito, resolvendo tecnicamente os problemas criminais relativos à determinação da existência
ou não do delito, a sua qualificação, a identificação do criminoso, a legalização das provas e a perpetuação das
provas materiais.
Antônio Albuquerque Toscano
Perito
É um auxiliar da justiça devidamente compromissado, estranho às partes, portador de um vasto
conhecimento técnico, altamente especializado e sem impedimentos ou incompatibilidades para atuar no
processo. É denominação dada aquele profissional que realiza os exames necessários para viabilizar a
criminalística, ou seja, realiza todos os exames que envolvem o universo possível em cada situação onde possa ter
sido praticado um crime para chegar à materialidade do delito também chamada de prova material.
Para ser perito é necessário ter escolaridade de nível superior, ser concursado, ter freqüentado curso
específico para perito realizado em centro de formação oficial (na Paraíba a ACADEPOL), ter sido nomeado e
empossado no cargo. Perito Had hoc é o profissional nomeado para realizar uma perícia específica a falta de
Perito Oficial. No dicionário Aurélio perito traduz as qualidades de: experiente experimentado, prático, versátil,
sabedor, hábil, especialista.
Perícia
O termo perícia tem sua origem etimológica no vocábulo latino peritia, significando habilidade, saber,
capacidade. No decorrer do tempo, a própria habilidade especial exigida passou a distinguir a ação praticada por
alguém e para a qual colocou seu conhecimento ou saber altamente especializado. Também pode ser
conceituada como: vistoria ou exame técnico especializado.
Tipos de perícia
Perícia criminal
A perícia criminal é aquela que examina todo material sensível relativo às infrações penais onde o estado
assume a defesa do cidadão em nome da sociedade, é função jurisdicional do estado na busca da constatação da
ocorrência de um delito e da prova material de sua prática.
Na perícia criminal só existe a figura do Perito Oficial (dois para cada exame), onde o trabalho pode servir
para todas as partes interessadas (polícia, judiciário, ministério público, advogado etc.)
Perícia cível
A perícia cível é aquela que trata dos conflitos judiciais na área patrimonial e/ou pecuniária.
Na perícia cível existem três profissionais atuando: o perito do juiz, nomeado pelo juiz e os assistentes
técnicos indicados por cada uma das partes. Para fazer parte de uma perícia cível, o profissional precisa ter
formação universitária e ser devidamente registrado no respectivo Conselho Regional de Fiscalização. A perícia é
feita pelo perito do juiz e os assistentes técnicos ou aceitam suas conclusões ou apresentam relatórios em
separado contestando.
Prova
Conceito
É o conjunto de atos praticados pelas partes, por terceiros (testemunha, peritos etc.) e até pelo juiz, para
averiguar a verdade e formar a sua convicção (do juiz). É tudo aquilo que demonstra a veracidade de proposição,
ou a realidade de um fato.
Objeto da prova
O objeto da prova é o que se deve demonstrar, ou seja, aquilo sobre o que o juiz deve adquirir, o
conhecimento necessário para resolver o litígio. De modo geral é qualquer fato capaz de gerar, modificar ou
extinguir direito ou fato jurídico.
Fatos incontroversos
Só aplicado no processo civil
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Fatos axiomáticos
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Intuitivos
Fatos notórios
Aquilo que se vê
Fatos presumidos
Presume‐se como vai acontecer ou como aconteceu.
Tipos de prova
Prova confessional
É o ato pelo qual a parte admite a verdade de um ato contrário ao seu interesse e favorável ao adversário.
Prova testemunhal
É o terceiro, estranho e isento com relação às partes, que vem a juízo trazer as suas percepções
necessárias a respeito de um fato relevante do qual tem conhecimento próprio. É aquela a que se resulta das
declarações de pessoas regularmente chamadas a juízo para dizerem o que sabem sobre o fato contestado, por
terem‐no visto ou ouvido.
Características
Judicialidade
Tecnicamente, só é prova testemunhal aquela prestada em juízo
Oralidade e objetividade
A testemunha deve se limitar aos fatos, não externando suas opiniões.
Retrospectividade
Referência apenas a fatos passados, sem quaisquer prognósticos.
Prova documental
É qualquer coisa capaz de demonstrar a existência de um fato. É aquela que é constituída por qualquer
escrito particular ou ato Jurídico, para o qual a lei não prescreve forma especial.
Prova pericial
É o meio da prova destinado a trazer aos autos, elementos de convicção dependentes de conhecimentos
técnicos não possuídos pelo juiz. Segundo Locard é aquela extraída dos exames feitos pelos peritos, nos vestígios
físicos encontrados nos locais, na pessoa da vítima, no suspeito ou no criminoso.
Formas da prova:
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Forma indireta
Quando comparado a outro fato se permite concluir o alegado diante de sua ligação com o primeiro,
como, por exemplo, na hipótese de um álibi, em que a presença comprovada do acusado em lugar diverso do
crime permite concluir que não praticou o ilícito. É aquela a qual chegamos com base em vestígios, através da
prova pericial. Também conhecidas como objetivas ou materiais.
Corpo de Delito
Conceitos
O corpo de delito é o conjunto de elementos materiais que constituem o delito, enquanto podem ser
observados pela inspeção ocular, exteriorizando‐se pelos vestígios deixados.
Câmara Leal
A expressão corpo de delito (corpus delicti), que primitivamente estava condicionada apenas ao
cadáver da vítima, passou, ao longo do tempo, a indicar todo elemento sensível que tenha relação com o fato
delituoso. Corpo de delito é o próprio crime em sua tipicidade.
Antônio Albuquerque Toscano
Conceito
É o estudo do conjunto de elementos materiais e sensíveis do fato delituoso.
José Lopes Zarzuella
É a verificação de todos os elementos sensíveis, passíveis de exames que cercam o delito e que com ele
tenham relação.
Antônio Albuquerque Toscano
Classificação
Direto
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Exame realizado sobre os vestígios ou elementos materiais oriundos de infrações penais, que perduram e
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Local de Crim
me
Conceeito
É toda área física
fí onde ten
nha ocorrido um evento que,
q pela sua natureza ou pelas circunsttâncias que o
revestem
m, assuma a configuração (ou
( a caracterrística) de um
m delito, e, portanto exija p
presença e pro
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polícia.
Joosé Lopes Zarzuellaa
L
Local de Crim
me constitui um
m livro extrem
mamente frág
gil e delicado, cujas páginass por tem a co
onsistência dee
poeira, desfazem‐se desse modo paara sempre, os
o dados preciosos que ocultam à esperaa da argúcia do
os peritos.
Eraldo Rabelloo
Local de crim
me
Natureza do
d fato Natureza da área
á Preservação
Local de
d morte
Intern
na Idôneo
vio
olenta
Local de crime
conntra o Extern
na Inidôneo
patrrimônio
Loccal de
incêêncdio
e
etc.
Classificação
O locais podem ser consid
Os derados quantto:
• A natureza da árrea;
• A natureza do faato, sob o ponto de vista jurrídico e técnicco;
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• A preservação
p ou
u não do local.
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Quanto à natureza da área
Interno
Local de crime no interior de um imóvel coberto ou uma área delimitada.
Externo
Local de crime sem qualquer tipo de proteção, como por exemplo, terreno baldio, via ou logradouros
públicos.
Quanto à preservação
Divisão de local
São áreas circunvizinhas, acessos e adjacências da área reservada a área imediata, ou seja, toda a área
além da demarcada como área imediata é considerada mediata. Nesta área é comum a presença de marcas, de
pegadas, rastros de veículos, instrumentos utilizados na prática do crime etc.
Local Relacionado
Duas ou mais áreas que tenham relação com um determinado delito.
Levantamento de local
Conceito
É o estudo minucioso e fiel da área onde ocorreu um fato, de interesse ou não da Justiça, por quaisquer
processos hábeis.
Finalidade
Reside na documentação das condições materiais em que se encontra o local por ocasião da chegada dos
peritos. O levantamento do local implica no Exame de Corpo de Delito, direto ou indireto, a fim de:
8 A constatação material do fato, ou seja, verificar se houve, ou não, infração penal.
8 Constatada a infração penal, caracterizá‐la e estabelecer se corresponde a uma modalidade culposa ou dolosa,
simples ou qualificada de delito.
8 Pesquisar e colher os elementos capazes de possibilitar a identificação do autor ou dos autores do delito.
8 Perpetuar os indícios constatados, para que possam ser apresentados como prova em qualquer tempo.
8 Legalizar esses indícios, autenticando‐os, para lhes conferir jurídico valor probante.
Poroscopia
Técnica por sugerida por Locard, está fundamentada no seguinte princípio biológico: cada centímetro da
epiderme, apresenta um determinado número de poros ou orifícios das glândulas sudoríparas que possuem o
mesmo potencial de identificação das impressões papilares.
Modelagem
É o tipo de levantamento que permite a reprodução fiel de um corpo de vestígios, sendo não raro
recorrer‐se a essa técnica para a obtenção de modelos de instrumento de crime, impressões de arcadas dentárias,
chaves, vestígios de marcas de pés e de pneus em terra ou areia, cicatrizes etc.
Residuográfico
Técnica de aplicação em balística forense para diagnóstico da distância e ângulo de tiro entre o alvo e a
“boca” do cano de arma de fogo, face ao alcance das partículas originais em decorrências do disparo. Assim como,
para a determinação dos resíduos advindo do disparo, nas mãos de atiradores ou nas das vítimas, destas armas de
fogo.
Balística
Constitui no processo balístico de identificação individual de uma arma de fogo, na vinculação genérica
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Isolamento de local
É um dos requisitos essenciais a o trabalho dos peritos. A perda de qualquer vestígio que tenha sido
produzido pelos autores da cena do crime, pode prejudicar de maneira definitiva o resultado de um exame
pericial.
Elementos que interferem na preservação das características originais de um local de crime: a população,
o primeiro policial a chegar ao local, a autoridade policial, os peritos.
A população
No Brasil não existe a cultura de isolarmos e preservarmos o local de crime. Portanto, a chegada dos
primeiros populares ao local, geralmente, resulta em prejuízo, uma vez que movidos pela curiosidade, acabam se
aproximando de tal maneira que se deslocam por entre os vestígios, destruindo‐os.
A autoridade policial
A responsabilidade da autoridade policial (delegado) sobre o isolamento e preservação do local de crime
está descrita no artigo 6 e 169 do código de processo penal:
Legislação
Art. 6º. Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I ‐ dirigir‐se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada
dos peritos criminais;
II ‐ apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade providenciará
imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus
laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.
Parágrafo Único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das coisas e discutirão, no relatório, as
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Documentos criminalísticos
Conceito
São instrumentos escritos, de caráter oficial, mediante os quais os peritos prestam esclarecimentos à
justiça.
Ascendino Cavalcanti
Auto
O Auto é o relato escrito e minucioso de todos os fatos referentes a uma perícia determinada por uma
autoridade policial ou judiciária, a um ou mais profissionais nomeados e compromissados na forma da lei. Este
documento oficial se caracteriza pela urgência na apresentação
Após a realização do exame determinado, assim que os peritos possam formar um juízo seguro a respeito
do assunto, o relatório pode ser ditado ao escrivão e tomará então o nome de Auto. Lavrado o auto, o mesmo
será assinado pelos Peritos, pelo Escrivão, que redigiu e também pela Autoridade, caso a mesma tenha
acompanhado o exame.
Laudo pericial
O Documento Criminalístico oficial com o relato escrito e minucioso de todos os fatos referentes a uma
perícia determinada por uma autoridade policial ou judiciária, a um ou mais profissionais nomeados e
compromissados na forma da lei, ser‐lhes‐á concedido prazo, e o relatório, redigido por um dos peritos (perito
relator). O laudo recebe a assinatura do perito relator (1° perito) e do perito revisor (2° perito).
Parecer criminalístico
É a resposta a uma consulta feita por interessado sobre fatos referentes a uma questão a ser esclarecida.
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Pode tratar‐se de um exame propriamente dito ou de uma opinião a respeito do valor científico de um trabalho
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anteriormente produzido, quer seja por peritos oficiais, ou não. Assim sendo, é um documento particular que
independente de qualquer compromisso legal e que é aceito ou faz fé, pelo renome, competência e qualidade
morais de quem o assina.
Ascendino Cavalcanti
Aplica‐se também a um documento a ser emitido por peritos oficiais no exercício de suas funções
públicas (criminalística ou medicina legal) quando se tratar de alguma requisição de autoridades, onde não se
trate especificamente da realização de uma perícia nos moldes tradicionais, para análise de situação real ou
hipotética a partir de depoimentos nos autos para saber a coerência técnica do que é alegado.
Espíndula
Relatório criminalístico
É o documento que expressa o resultado de algum exame ou ação específica que tenha sido realizada por
pessoa que detenha conhecimento técnico e prático pertinente. Origina‐se do exame parcial ou análise sobre uma
determinada situação específica, cujo resultado, servirá para complementar um estudo maior.
Doutrina criminalística
Postulados da criminalística
1º postulado
O conteúdo de um Laudo Pericial Criminalístico é invariável com relação ao Perito Criminalístico que o
produziu.
Comentário
A criminalística baseia‐se em leis naturais, ou seja, em leis específicas com teorias e experiências
consagradas, portanto, seja qual for o Perito Criminalístico que utilizar tais leis para analisar um Fenômeno
Criminalístico, o resultado não poderá depender dele, indivíduo. Esse postulado afirma, em outras palavras, que
cada Laudo Pericial Criminalístico corresponde a uma tese sobre um fenômeno.
2º postulado
As conclusões de uma Perícia Criminalística são independentes dos meios utilizados para alcançá‐las.
Comentário
Se todas as circunstâncias que envolvem o fenômeno forem reproduzidas, as Conclusões Periciais serão
constantes, independentemente de se haver utilizado meios mais rápidos, mais precisos, mais modernos para se
obter o resultado. Pode ocorrer que não se disponha de meios para analisar a fundo um Fenômeno Criminalístico.
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Neste caso não se pode chegar a uma conclusão final. Mas se a conclusão for alcançada, ela não pode depender
dos meios utilizados. O fundamental é que se utilize os meios adequados para se concluir a respeito do Fenômeno
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Criminalístico.
3º postulado
A Perícia Criminalística independe do tempo.
Comentário
Decorre da perenidade da verdade. O que é verdade hoje, não poderá deixar de sê‐lo amanhã.
Princípios da criminalística
A partir dos três postulados, pode‐se chegar a formulação de quatro princípios ou leis da Criminalística.
1ª lei
Se sobre um mesmo Fenômeno Criminalístico existirem dois ou mais laudos periciais discordantes, não
podem todos, simultaneamente serem denominados Laudos Periciais Criminalísticos.
Comentário
Estaria sendo violado o 1° postulado. Se forem examinados com critérios criminalísticos puros, ver‐se‐á
incursões do Perito ou para o mundo da consciência ou para o mundo jurídico ou para o mundo científico onde
predominam as escolas de pensamentos discordantes; a criminalística brasileira somente se utiliza de
conhecimentos científicos experimentados por ela mesma, com resultados consagrados, daí a sua limitação em
relação às perícias clássicas.
2ª lei
A conclusão de um Laudo Pericial Criminalístico é independente da legislação vigente.
Comentário
É proibido ao perito Criminalístico afirmar que tal fenômeno ocorreu por infração de tal artigo de tal lei,
etc. E se amanhã a lei for revogada? Fica ferido o 3° postulado. Por outro lado, ele estaria invadindo o mundo
jurídico. Relativo às legislações técnico‐científicas, tais como as normas técnicas da ABNT e outras, a doutrina da
criminalística brasileira determina que não sejam citadas, uma vez que seu aspecto jurídico é o mesmo daquelas
contidas nos códigos de leis. Veja que tais instituições estão voltadas para estabelecer as normas técnicas
vigentes no país, em atenção ao desenvolvimento político‐tecnológico. Uma mudança política pode seguramente
acarretar alterações das normas legais ali contidas. Igualmente, o ato de citar uma lei, portaria ou regulamento e,
em ato contínuo, tirar conclusões, é um ato de julgamento, e isso é de competência o judiciário. Cabe a
criminalística apenas demonstrar os fenômenos, deixando a critério da classe jurídica o ato do julgamento (ou
tipificação). Não é conveniente nem mesmo citar leis e os seus números de códigos nos laudos periciais
criminalísticos (3° postulado).
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3ª lei
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O Laudo Pericial Criminalístico contém sempre, em seu mérito, as condições de reprodutibilidade para a
análise por outros Peritos Criminalísticos.
Comentário
Qualquer dúvida ou contestação que vier a sofrer um laudo, no caso de uma comissão de Peritos
Criminalísticos, eleita para julgá‐lo contra‐perícia, deverá chegar unamemente à mesma conclusão, pela análise
do laudo em questão; caso contrário, estará ferido o 1° postulado. É estranha a idéia de uma comissão de número
ímpar chegar a um resultado unânime sobre um fato analisado por ela; contudo, em Criminalística isso é fato
analisado por ela; contudo, em criminalística isso é imperativo, uma vez que os julgadores analistas aplicam os
próprios recursos da Criminalística, dentro do seguinte princípio: ima peça pericial concluída e construída sem
prova evidências reprodutíveis em seu mérito, equivale a uma prova testemunhal do perito; enquanto a peça que
contenha os elementos acima citados equivale a uma verdadeira prova pericial.
4ª lei
A verdade pericial obtida num determinado instante com a utilização de um determinado equipamento
não pode falecer se for utilizado equipamento mais sofisticado para obtê‐la no futuro.
Comentário
A não observação desta 4ª lei da criminalística, tem resultado em muitos percalços na esfera judiciária.
Muitas vezes, é até mesmo incompreensível para os leigos em criminalística, aceitar a diferenciação entre a
verdade criminalística, que é usada para fins jurídicos, e a verdade científica, que é usada para fins tecnológicos. A
limitação da perícia nesse campo é grande, de tal forma que se deve ser muito prudente em utilizar‐se de
evidências extrínsecas da literatura da ciência comum, sem que tal evidência científica tenha sido testada
segundo os ditames da doutrina da criminalística brasileira (2° e 3° postulados).
Finalidade da Criminalística
As finalidades da criminalística confundem‐se com as finalidades do levantamento de local de crime.
Indicação da autoria
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É feita através da Pesquisa de elementos capazes de possibilitar a identificação do autor ou dos autores
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do delito.
Todos os indícios constatados devem ser perpetuados e legalizados, para que possam ser apresentados
como prova em qualquer tempo com jurídico valor probante.
Reprodução simulada
Conceito
São procedimentos adotados para esclarecer, se a infração penal ocorrera de determinado modo,
utilizando‐se das descrições in locus dos atores da citada infração, analisando‐as e comparando‐as entre si e com
os vestígios materiais deixados por ocasião da sua ocorrência, objetivando unicamente saber‐se da coerência, ou
não, das versões.
Espíndula
Participantes
As pessoas que de alguma forma estiverem conexão com o fato delituoso, na condição de vítima,
acusado ou testemunha, poderão participar da reprodução simulada quando serão denominadas atores da
infração.
Previsão legal
Código de Processo Penal, Art. 7º: Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de
determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não
contrarie a moralidade ou a ordem pública.
Apesar do Código de Processo Penal estabelecer a responsabilidade da Reprodução simulada à Autoridade
Policial, ela, na prática, apenas procede a requisição, ficando por conta dos Peritos Oficiais sua realização.
Resultado final
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As informações obtidas na reprodução simulada devem ser sintetizadas em um laudo que deverá ser
simples e objetivo, de maneira a evitar o aparecimento de novas dúvidas.
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Documentoscopia
Conceito
É disciplina integrante da criminalística que estuda os documentos através da aplicação prática e
metódica de conhecimentos científicos, no sentido de verificar a autenticidade ou determinar a sua autoria (dos
documentos).
Origem etimológica
Documentoscopia
Origina‐se a partir do termo latino documentus e do termo grego copain.
Documentologia
Origina‐se a partir do termo latino documentus e do termo grego logus.
Documentoscopia ou documentologia?
O emprego dos termos Documentoscopia ou Documentologia justifica‐se por vários motivos:
• Por tratar de linguagem científica moderna;
• Pela impossibilidade de se encontrar outro termo com a idéia imediata do conteúdo;
• Pela necessidade de melhor metodização da disciplina;
• Como significação do seu ingresso no terreno científico, o que, realmente, só se concretizou em período de
tempo bastante recente.
Denominação histórica
Na antiguidade, os mensageiros de um rei apresentavam‐se através de seu diploma. Eram recebidos e
hospedados consoante as normas do velho direito das gentes. Não tardou a aparecerem falsos mensageiros com
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diplomas igualmente falsos para usufruir as regalias dispensadas aos regularmente credenciados. Por esse
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motivo, vários reis destacaram homens de grande saber para examinar os diplomas e verificar se seriam
autênticos. Surgiu, dessa forma, a arte conhecida por diplomacia, sendo os diplomatas aqueles que a exerciam.
Portanto, de acordo com sua denominação histórica a documentoscopia deveria ser designada
Diplomacia. No entanto, este termo que teve seu significado desvirtuado através da história, hoje representa a
arte das relações internacionais a cargo de embaixadores, ministros ou representantes plenipotenciários
conhecidos como ou diplomatas, passando os diplomas a se chamar credenciais.
Filiação científica
Surgiu e criou corpo dentro da Criminalística, que trata do reconhecimento e análise dos vestígios
extrínsecos ao cadáver relacionados com o crime ou com a identidade de seus participantes.
Histórico
Período
Até o início do século XX
Características
9 A busca dos elementos individualizantes da escrita era feita de forma instintiva, sem qualquer base científica.
9 A solução dos problemas se dava através das fantasias e crendices então dominantes.
Na França, os primeiros vestígios da perícia gráfica são encontrados em 1370, em Paon, que organizou
uma coleção de acórdãos, tendo por objetivo um caso de falsificação referente ao senhor de La Riviére, primeiro
camareiro do rei. Em outro livro da mesma época, Simon de Pauvreau de Parteney fornece várias indicações para
se reconhecer uma falsificação, livro esse que inspirou François Demelle a publicar seu Advis pour judeg lês
inscriptions em faux.
Um acontecimento sem dúvida relevante, nestes primórdios da perícia, foi a audaciosa falsificação da
assinatura de Carlos IX, num documento em que o soberano abdicava do trono da França. Para o exame desse
documento foram comissionados juridicamente, pelo seu saber e competência, os mais eminentes homens da
época. Deu lugar à fundação, no ano seguinte (1570), da Communauté d´écrivanins experts verificateurs, cujos
componentes tiveram, durante vários anos, a maior consideração oficial. Esta corporação conseguiu não só um
grande prestígio, como ainda inscritos de renome, tais como, o já mencionado Demelle e o famigerado Jacques
Raveneau, que em 1665 publica o livro intitulado Traité dês inscriptions em Faux. Nele se encontrava a exposição
de vários processos de falsificações e de adiantados meios técnicos de exame (muitos destes processos até hoje
utilizados). Ravaneau julgava o falsário muito mais adiantado que o perito, a tal ponto, que se transformou em
falsificador, com a convicção de não poder ser descoberto. No entanto, em conseqüência de suas próprias lições,
foi levado aos tribunais e condenado.
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A Corporação dos Mestres Escrivães, todavia, foi caindo no descrédito, e transformou‐se em “Academia
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principalmente, fotografias, tinha como principal objetivo causar admiração, não o convencimento.
Em 1906, Reiss traz preciosa contribuição à perícia de escritas, com seu notável trabalho Photographie
Judiciaire. Paulier publica seu livro, com um estudo pormenorizado da constituição dos traços, segundo seu
aspecto caligráfico.
Rogues de Fursac analisa detidamente os Trêmulos Gráficos. Nos Estados Unidos, Ames publica seu
extraordinário livro Ames ou Forgery, aparecendo em 1909 a primeira edição do livro clássico de Albert S. Osborn,
Questioned Documents, que vem influindo, decisivamente, na formação de atuais peritos de documentos dos
Estados Unidos.
Documentos
Conceito
Consideram‐se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares.
Art. 232, Código de Processo Penal
Classificação
Os documentos podem ser classificados em originais e cópias.
Legislação
Art. 231 ‐ Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do
processo.
Art. 232 ‐ Consideram‐se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares.
Parágrafo único ‐ À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do original.
Art. 233 ‐ As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão admitidas em juízo.
Parágrafo único ‐ As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu
direito, ainda que não haja consentimento do signatário.
Art. 234 ‐ Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa,
providenciará, independentemente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se
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possível.
Art. 235 ‐ A letra e firma dos documentos particulares serão submetidas a exame pericial, quando contestada a
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sua autenticidade.
Art. 236 ‐ Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua juntada imediata, serão, se necessário,
traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade.
Art. 237 ‐ As públicas‐formas só terão valor quando conferidas com o original, em presença da autoridade.
Art. 238 ‐ Os documentos originais, juntos a processo findo, quando não exista motivo relevante que justifique a
sua conservação nos autos, poderão, mediante requerimento, e ouvido o Ministério Público, ser entregues à parte
que os produziu, ficando traslado nos autos.
Grafoscopia
Origem etimológica
Termo derivado das palavras gregas graphein (escrever) e skopein (examinar)
Conceito
É a parte da Documentoscopia que estuda a escrita e tem por objetivo verificar a autenticidade ou
determinar a autoria dos grafismos
Grafismo
Escrita diretamente resultante dos gestos gráficos
Escrita
É um gesto gráfico psicossomático que contém um número mínimo de elementos que possibilitam sua
identificação.
Sinonímia
Grafística, grafotecnia ou Perícia Gráfica.
Princípios Fundamentais
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Princípio Fundamental
A escrita resulta de estímulos cerebrais que determinam os movimentos que criam as formas gráficas,
portanto, cada pessoa possui uma escrita.
As leis da escrita independem dos alfabetos utilizados.
Postulado Geral de Solange Pellat (mestre francês daDocumentoscopia)
Alfabetos
são os conjuntos de sinais, obedientes a um sistema, com os quais, diretamente ou indiretamente, o
homem consegue registrar seu pensamento.
Leis do grafismo
1ª Lei
O gesto gráfico está sob a influência imediata do cérebro. Sua forma não é modificada pelo órgão
escritor, se este funciona normalmente e se encontra suficientemente adaptado à sua função.
Comentário
Isto quer dizer que o cérebro preside ou comanda a função gráfica, isso está provado em casos em que o
mesmo escritor por circunstâncias adversas, após treinamento, passar a escrever com a mão esquerda, com a
boca ou com os pés, conserva sempre as mesmas características gráficas, o que mudou foi o mecanismo muscular
anteriormente usado, após algum tempo a reprodução gráfica poderá ficar quase exatamente igual à primitiva.
2ª Lei
Quando se escreve o EU está em ação mas este passa por alternativas contínuas de intensidade e
enfraquecimento. Está no seu máximo de intensidade onde existe um esforço a fazer, i.e. nos inícios e em seu
mínimo onde o movimento escritural é secundado pelo impulso adquirido, i.e. nas extremidades finais.
Comentário
Esta é a lei que regula o automatismo dos gestos gráficos. Isto é, no início a escrita é ato consciente, os
movimentos, porém, se sucedem sem demandar qualquer atenção do escrito.
3ª Lei
Não se pode modificar voluntariamente em dado momento, a própria escrita natural, senão introduzindo
no traçado marca do esforço que se faz para introduzir a modificação.
Comentário
Nos disfarces e nas imitações, o dissimulador fatalmente se trairá. Seu esforço ficará marcado através de
um sinal ou característica.
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4ª Lei
Página
O escritor que age sob circunstâncias em que o ato de escrever é particularmente difícil, traça
instintivamente ou formas de letras que lhe são mais costumeiras, ou mais simples, de esquema mais fácil de ser
construído.
Comentário
Esta é a conseqüência da lei do menor esforço, das simplificações dos gestos gráficos, quando as pessoas
que escrevem em condições anormais tais como: doentes nos leitos, em veículos em movimentos ou com canetas
ou lápis em mau estado. São as chamadas reminiscências gráficas.
Balística Forense
Conceito
A Balística é uma parte da Física Aplicada que estuda os projéteis (sua trajetória, os meios que
atravessam etc.) e as armas de fogo.
Indefinido
É a ciência que estuda as armas de fogo, o alcance e direção dos projéteis delas disparados, bem como o
efeito que eles produzem
Ascendino Cavalcanti
É a parte do conhecimento Criminalístico e Médico‐Legal que tem por objeto especial o estudo das armas
de fogo, da munição, dos fenômenos e efeitos próprios dos tiros destas armas, no que tiverem de útil ao
esclarecimento e a prova de questões do fato, no interesse da justiça tanto penal como civil".
Eraldo Rabelo
Armas de Fogo
Conceito
Armas de fogo, são aquelas capazes de expelir projéteis, em virtude da expansão de gases advindos da
queima da pólvora. Seu funcionamento, em princípio, não depende do vigor, da força física do homem.
As armas de fogo são instrumentos que utilizam a grande quantidade de gases produzidos pela queima
instantânea de uma carga, constituída por um combustível seco (pólvora ou sucedâneo) como forma de propulsão
dos projéteis. Esta queima somente ocorre na presença de "chama viva" (que era como se detonavam as armas de
fogo antigas: canhões, bombardas, arcabuzes, bacamartes, garruchas etc., com o auxílio de um pavio acesso). Daí
a necessidade de existir nos cartuchos uma segunda mistura combustível, capaz de se acender (inflamar) quando
golpeada. Esta forma parte da espoleta ou escorva.
O cano
É constituído por um cilindro metálico fechado em uma de suas extremidades e aberto pela outra. A
extremidade fechada, pode sê‐lo pela própria fabricação (ex.: pica‐pau e armas antigas) ou pelo cartucho quando
este se aloja na câmara (parte de diâmetro ligeiramente maior). A extremidade do cano que dá continuidade à
câmara, é conhecida como "boca de carga", ao passo que a outra extremidade, aquela através da qual o projétil
abandona a arma, recebe o nome de "boca de fogo". A superfície interna do cano pode ser lisa (hoje em dia só se
vê nas armas de caça: espingardas, escopetas), ou raiada, apresentando cristas internas longitudinais (raias),
dispostas de forma helicoidal, ora girando para a direita (dextrógiras), ora para a esquerda (sinistrógiras), que
imprimem ao projétil, quando do percurso ao longo do cano, um movimento básico de rotação sobre o seu eixo,
que serve para manter a trajetória, a direção e outorgar‐lhe maior força de penetração.
Raiadas
Dextrógiras ou levógiras (ambas com n° par ou ímpar de raias)
De retrocarga
Propriamente ditas e com culatra de antecarga.
Por atrito
Fecho de Mola (Weel ‐ Look) e com fecho de Miquelete (Flint ‐ Look).
Por percussão
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Extrínseca e intrínsecas.
Página
Intrínsecas
Pino lateral, central e radial (direta e indireta).
Quanto ao funcionamento
De tiro unitário e de repetição
De tiro unitário
Simples e múltipla
De repetição
Não automática, semi‐automática e automática
Quanto à mobilidade
Fixas, móveis, semiportáteis, portáteis
Móveis
De tração extrínseca e automotrizes
Quanto ao uso
Individuais e coletivas
Em Criminalística se as classifica, também em armas de mão (revólver, pistola etc.) e armas de ombro
(fuzil, carabina etc.).
O calibre
Para as armas de caça ou armas de alma lisa, é determinado pelo número de esferas de chumbo (balins),
de diâmetro igual ao do cano, que perfazem uma libra de massa (≈454 g) (ex: calibre 12 significa que 12 esferas de
chumbo do diâmetro do cano, pesam uma libra). O calibre, para as armas raiadas é dado pela medida do diâmetro
do cano no fundo de duas raias opostas da alma. O calibre pode ser expresso em milímetros (Bélgica: 9 mm, 7,65
mm), em milésimos de polegada (Inglaterra: .303, .380) ou em centésimos de polegada (EE.UU.: .45, .38).
Conceito
É a unidade da munição das armas de percussão e de retrocarga.
Divisão
Um cartucho é composto por diferentes partes: a cápsula ou estojo, a espoleta ou escorva, a carga de
projeção (pólvora), as buchas e o(s) projétil(eis).
Cápsula ou estojo
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Apresenta uma extremidade fechada ‐ a base ou culote ‐ e uma extremidade aberta, onde se encontra(m)
Página
o(s) projétil(eis). A base ou culote pode apresentar um diâmetro algo maior que o estojo ‐ a orla saliente (ressalto
ou talão)) ‐ ou simplessmente ser sem
s orla, mass apresentand
do um gargalo estrangulado. A base im
mpede que a
cápsula entre
e em proffundidade na câmara e, ao
o mesmo tem
mpo, serve parra o cartucho ser empolgad
do pela garraa
do extrator, nas arm
mas de repetição sem tam
mbor. A form
ma do estojo pode ser cillíndrica, tronco‐cônica ou
u
nte a uma garrrafa, podend
semelhan do ser totalmeente metálicaas são feitos de
d (latão para as armas raiaadas) ou com
m
uma basee de latão e o corpo do esto
ojo de papelão
o ou de plástico. O estojo é o elemento agregador daa munição.
Quanto aos
a tipos de base
C
Com aro ou gola
g (rimmed código R), co
om semi‐aro ou semi‐golaa (semi‐rimmeed código SR)), sem aro ou
u
gola (rimless código seempre omitid
do), cinturado
o (belted código B), rebatid
do (reboled có
ódigo RB) e mauser
m tipo A
o).
(obsoleto
Quanto ao
a tipo de inicciação:
P
Percussão lateral ou fogo circular
c e perccussão centrall ou fogo centtral.
Quanto ao
a material uttilizado na suaa fabricação:
C
Cobre, latão (liga
( de cobre e zinco), alum
mínio e plásticco (utilizado em
e treinamento)
Figu
ura 3. Partes do cartucho.
c
A carga de projeção
Os explosivos propelentes têm por fim a produção de um efeito balístico. A sua transformação normal é a
deflagração, que é uma combustão mais ou menos viva, e o impulso inicial que exigem é a chama. A velocidade
de transformação destes explosivos é regulável, e essa propriedade é da maior importância para seu emprego.
As buchas
Presentes principalmente nos cartuchos de projéteis múltiplos próprios das armas de caça ou de alma
lisa, apenas servem para conter a pólvora na cápsula (estojo), separando‐a dos balins de chumbo.
Os projéteis
Projétil é o elemento vulnerante do cartucho. Os projéteis, das armas curtas raiadas de tiro unitário e de
repetição são em geral de chumbo nu, comumente endurecido com a adição de uma pequena porcentagem de
antimônio. Na maioria das armas longas raiadas de tiro unitário e de repetição não automática, assim como, nas
curtas e longas semi‐automática, os projéteis são blindados, isto é, tem núcleo de chumbo ‐ mas estão revestidos
por uma camisa de metal mais duro, que pode ser o aço, o cobre ou o zinco, com ou sem uma pequena
porcentagem de estanho. Nos projéteis blindados, a própria liga metálica da camisa ou jaqueta exerce função
lubrificante, pois o metal desliza bem e praticamente não deixa resíduos no raiamento da arma (comum com os
projéteis de chumbo nu).
Em geral, o diâmetro do corpo cilíndrico do projétil corresponde ao diâmetro interno da boca do cano,
esta medida dá‐se o nome de Calibre Real (que é comumente representado em mm). Pode ser de baixa energia
(com velocidade de 100 m/s até 500 m/s, na saída do cano) ou de alta energia (com velocidade de 500 m/s a 1.200
m/s, na saída do cano).
Deformações Periódicas
Deformações típicas do gênero revólver decorrentes do desalinhamento da câmara com o cano da arma.
Deformações Acidentais
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São aquelas apresentadas pelo projétil após o impacto contra uma superfície rígida.
Página
Deformações Propositais
São aquelas produzidas pelo atirador com o objetivo de aumentar o seu poder vulnerante ou dificultar os
futuros exames a serem realizados nos projéteis.
Alguns elementos
Logotipo ou sinete
É uma marca registrada que identifica imediatamente o seu fabricante.
Número de série
Apresenta‐se por números (Sistema Numérico) ou por letras e números (Sistema Alfanumérico). Sua
gravação pode ser mecânica (através de punções individuais ou por prensa pneumática) ou com uso do Raio laser.
Cada fabricante dá ao sistema de numeração da arma produzida um significado especial.
Elementos
Página
Projéteis
O projétil de uma arma de fogo raiada, ao passar pelo cano, adquire impressões de cheios e de raias, sob
a forma de cavados e ressaltos, que produzirão micro deformações no projétil conhecidas como estrias cujas
características podem ser usadas na identificação da arma utilizada para efetuar o disparo.
Fases da identificação
Genérica
Identificação do gênero da arma. Ex.: revólveres, carabinas, metralhadoras, etc.
Específica
Identificação da espécie de armas do mesmo gênero. Ex.: revólver marca Smith&Wesson, cal. .32;
revólver marca Taurus, cal. .38 SPL; revólver marca Rossi, modelo TA, cal. .22 LR.
Individual
Identificação de uma arma em particular, entre armas de uma mesma espécie. Ex.: revólver marca
Taurus, cal. .38 SPL, n° de série CA 124578.
Distância do tiro
Tanto do ponto de vista Médico Legal, quanto do Criminalístico, os disparos podem ser efetuados a
distâncias variáveis entre a boca de fogo do cano da arma e a vítima:
9 Disparos (tiros) apoiados ou encostados, à distância zero;
9 Disparos (tiros) próximos, a curta distância
9 Disparos (tiros) à distância.
Efeito do tiro
Designam‐se como, às ações mecânicas do projétil sobre o alvo e que, via de conseqüência, são próprios
do orifício de entrada. é imperativo lembrar que estes efeitos independem da distância do disparo, ou seja, da
distância entre a boca de fogo do cano da arma, e o ponto de impacto sobre o alvo (corpo da vítima). Os efeitos
primários do tiro compreendem:
a) o ferimento pérfuro‐contuso ou lácero‐contuso, e
b) as orlas, a saber:
9 Orla de enxugo ou orla de alimpadura: é produzida pela limpeza dos resíduos existentes no cano da arma
(pólvora, ferrugem, partículas etc.) que o projétil transporta e que este deixa ao atravessar a pele ou as vestes,
ficando sob a forma de uma auréola escura em volta do orifício de entrada.
9 Orla de escoriação: corresponde a uma delicada área, localizada em torno do ferimento pérfuro‐contuso de
entrada, em que a epiderme é arrancada pelo atrito do projétil quando penetra deixando exposto o córion:
vermelha e brilhante, quando recente; mate e escura, após algumas horas.
9 Orla equimótica ou Orla de contusão: é produzida pelo projétil quando impacta sobre o corpo, quando se
comporta apenas como um instrumento contundente (inclusive ao longo do túnel de trajeto). Evidencia‐se como
uma equimose cuja extensão e intensidade estará em relação, não apenas com o impacto do projétil como,
também, com a textura dos tecidos da região: mais ampla, quando mais laxos; mais estreita e menos evidente
quando mais firmes ou consistentes.
O conjunto destas três orlas é denominado, pelos autores saxões, como Anel de Fisch.
Tiro encostado
É aquele tiro em que a boca do cano da arma se apóia no alvo de modo que a lesão é produzida pela ação
do projétil e dos gases resultantes da deflagração da pólvora.
Efeitos
O orifício de entrada é irregular, amplo, em regra maior do o diâmetro do projétil que o produziu. Pela
ação dos gases, que penetram juntamente com o projétil, e pelo orifício por este produzido, é que a lesão
apresenta prolongamentos raiados, constituindo a chamada explosão da mina de Hofmann. Nos tiros encostados
não há, em geral, zona de esfumaçamento e de tatuagem. A expansão dos gases ocorrerá dentro do túnel aberto
pelo projétil e as paredes do túnel serão violentamente agastadas e rompidas, com refluxo de gases para o
exterior, ficando os bordos do orifício de entrada dilacerados e revirados para fora (evertidos), com aspecto
análogo ao de um orifício de saída. Internamente, este efeito explosivo se manifesta por devastação intensa,
formando um trajeto denominado de boca de mina (mina de Hofmann).
Nos tiros encostados, no crânio, a zona ou orla de esfumaçamento aparece ao redor do orifício de
entrada, na superfície externa do plano ósseo (sinal de Benassi), podendo aí permanecer até após a decomposição
das partes moles.
dos tecidos do crânio, com o aspecto da cratera de uma mina, nos disparos encostados ou apoiados no crânio.
Página
Sinal de Benassi
Esfumaçamento da tábua externa dos ossos do crânio, em casos de tiro encostado.
Sinal de Werkgaertner
Desenho da boca e da massa de mira do cano, impresso na pele da vítima de um tiro encostado, através
de um halo de tatuagem e esfumaçamento.
Figura 5. Sinal de Puppe‐Werkgarten 1. Marca do cano, com a massa de mira, em volta do orifício de entrada. 2. Esquema de marca deixada por
arma de cano duplo, na qual disparou apenas o cano da esquerda.
Características
O orifício de entrada nos tiros à curta distância terá a forma arredondada ou oval, com bordas invertidas
(voltadas para dentro), orla de contusão e enxugo, auréola equimótica e as zonas de queimadura e
esfumaçamento.
Quando aparece junto do orifício de entrada, além da zona de esfumaçamento, crestação de pêlos, e
cabelos, além de queimadura sobre a pele, alterações estas produzidas pela elevada temperatura dos gases,
considera‐se essa forma de tiro como sendo um tiro a queima‐roupa (termologia não mais utilizada no seio da
Criminalística do país).
A Zona de Esfumaçamento, em tiro à curta distância, cresce em diâmetro até uma distância de 5 a 10 cm
da boca do cano e, à medida que se afasta, vai diminuindo o diâmetro e se tornando mais tênue, até cessar na
distância e se tornando mais tênue, até cessar na distância de 20 ou 30 cm, aproximadamente, para armas curtas.
Designam‐se efeitos secundários do tiro àqueles que se relacionam com a ação ou com o depósito de
produtos residuais da combustão dos explosivos, iniciador e propelente, bem como com corpúsculos metálicos
Página
Zona de chamuscamento
É produzida pelos gases superaquecidos resultantes da combustão do explosivo propelente e se forma
nos tiros encostados (distância zero) e até distâncias de 15 cm no revólveres. é uma zona característica do orifício
de entrada do projétil e é verificada pela ocorrência de queimaduras dos pelos e da pele da vítima (bem como de
tecidos, podendo‐se dar a combustão das vestes quando estas se interpõem no local atingido e são de fios
sintéticos).
Zona de esfumaçamento
É constituída por grânulos de fuligem resultantes da combustão da carga propelente, sendo superficial e
se depositando apenas sobre a pele e/ou das vestes interpostas, em torno do orifício de entrada, deprimido,
sendo facilmente removida da região por lavagem com bucha, água e sabão. Aumentando a distância entre a
boca de fogo e o alvo, cresce o diâmetro da zona de esfumaçamento, na medida em que vai se tornando cada vez
mais tênue a deposição dos resíduos, cuja concentração diminui do centro para a periferia, com crescente perda
da nitidez dos limites.
Zona de tatuagem
É composta por partículas de carvão (pólvora combusta) e de grânulos de pólvora incombusta, dispersas
em torno do orifício de entrada, de bordas deprimidas, cujo diâmetro cresce progressivamente até perder‐se a
energia cinética de cada corpúsculo, assim como a aceleração de que está animado.
Com o crescente alargamento do cone de dispersão se tem que a uma distância de 35 cm entre a boca de
fogo do cano da arma e o alvo, os pontos de tatuagem que se espalham sobre este último, já são poucos e
bastante dispersos, praticamente, cessando de serem assinaláveis os seus efeitos, verificando‐se que o contorno
desta área ou zona perde totalmente a sua regularidade e a sua nitidez.
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Página
Figura 7. Orlas e zonas de contorno. 1. Orla de enxugo ou de alimpadura; 2. Orla de contusão; 3. Zona de esfumaçamento; 4. Zona de
tatuagem.
Figura 8. Sinal do funil de Bonnet: 1. Escoriação evidente na tábua óssea do lado contrário à entrada do projétil. 2. Esquema mostrando no
Página
Características
O orifício de entrada no tiro à distância tem forma arredondada (para tiro perpendicular), oval (para tiro
inclinado), bordos invertidos (revirados para dentro), orla de contusão e enxugo, auréola equimótica, faltando as
demais. O diâmetro do orifício de entrada será aproximadamente igual ao do projétil que o produziu. Entretanto,
em lesões produzidas por projéteis de alta energia, quando um mesmo projétil transfixa mais de um corpo, dentro
do primeiro corpo o projétil pode sofrer uma rotação de 90° e atingir a segunda vítima nesta posição. Neste caso,
o orifício de entrada, na segunda vítima, terá um diâmetro bem maior do que o diâmetro do projétil, podendo ser
equivalente ao do comprimento do projétil.
Quando no alvo, em torno do ponto de impacto do projétil, forem encontrados resíduos que
caracterizam uma Zona de Tatuagem, estaremos diante dos efeitos secundários produzidos por tiro distante. Na
distância de 50 cm os pontos de tatuagem já são poucos e bastante esparsos, em tiros desferidos por armas
curtas, indo até 70 a 80 cm, mas cessando por volta de 1m. o diâmetro da zona de tatuagem cresce
continuamente até que os grãos de pólvora comburidos ou incombustos e os fragmentos do projétil, começam a
cair antes de atingir o alvo.
Trajeto do projétil
Deve ser diferenciado da trajetória do projétil (que pertence à balística externa: fora da arma, mas
também fora do alvo). O trajeto representa o caminho, reto ou não, seguido pelo projétil dentro do corpo. Não
havendo orifício de saída, estende‐se desde o orifício de entrada até o fundo‐de‐saco onde se aloja o projétil.
Pode ser único ou múltiplo (quando o projétil único se fragmenta, ou quando o cartucho apresenta projéteis
múltiplos, e.g. cartuchos de caça, munição "Glaser”), perfurante, penetrante ou transfixante (rever estes conceitos
em "Lesões de Armas Brancas").
Trata‐se de um verdadeiro túnel escavado pelo projétil, durante a sua penetração, a expensas da energia
transferida aos tecidos ao seu redor, que são primeiro comprimidos centrifugamente, criando uma cavidade
temporária, para voltar ao normal após a passagem do projétil, ao longo do seu percurso, e que se traduz como
um túnel equimótico ou hemorrágico, que se inicia com a orla de contusão ou orla equimótica, na superfície do
corpo, ou pelo halo hemorrágico visceral de Bonnet, nas vísceras internas, ensejando a hemorragia em "T", de
Piedelièvre.
Cavidade Permanente
É o orifício ou túnel permanente deixado no alvo pela passagem do projétil. é produzido pelo efeito
esmagador (pressão) e cortante (laceração) do projétil. Dependendo do "desenho" do projétil, a cavidade
permanente pode ser bastante larga, em diâmetro ou difícil de ser vista. Os menores orifícios são produzidos
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pelos projéteis ogivais ou arredondados não‐expansivos e que não apresenta grande precessão e nutação.
Página
Cavidade Temporária ou Temporal
É o limite do deslocamento temporário dos tecidos pelo efeito hidrostático, quando da passagem do
projétil.
Figura 9. Formação das cavidades temporal e permanente com um projétil de baixa energia (de Fackler apud Fr. Frog, 1999)
pistolas com munição THV (Très Haute Vitesse), para defesa) ou longas (fuzis), originariamente de uso apenas
Página
Figura 10. Formação das cavidades temporal e temporária com projétil de alta energia (de Fackler apud Fr. Frog, 1999)
Conceito
É a ciência que estuda a identificação humana por meio das papilas dérmicas. As papilas são pequenas
saliências de natureza neurovascular que se encontram perpendicularmente situadas na parte externa da derme,
estando os seus ápices reproduzidos pelos relevos que se apresentam na epiderme.
Divisão
Datiloscopia
Identificação por meio de impressões digitais
Quiroscopia
Identificação através de impressões palmares
Podoscopia
Identificação por meio de impressões plantares
Postulados da papiloscopia
Perenidade
É a propriedade que têm os desenhos papilares de possuírem formato definido entre o quarto e o sexto
mês de vida intra‐uterina e permanecerem até a completa putrefação cadavérica. Os desenhos papilares
observados num recém‐nascido permanecem até sua velhice, com a única diferença do aumento de tamanho,
como se fora uma ampliação fotográfica.
Este postulado foi descoberto e proposto por Kolliker em 1883 e confirmado por Kollnan, posteriormente.
Imutabilidade
É a propriedade que têm os desenhos papilares de não mudarem a sua forma original, desde o seu
surgimento até a completa decomposição cadavérica.
Variabilidade
É a propriedade que têm os desenhos papilares de não se repetirem, variando, portanto de região para
região papilar e de pessoa para pessoa.
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Classificabilidade
Página
É a propriedade que têm os desenhos papilares de serem classificadas para arquivamento e pesquisa.
Datiloscopia
Conceito
É o processo de identificação humana através das impressões digitais.
Origem etimológica
O termo datiloscopia tem sua origem etimológica nos vocábulos gregos daktilos (dedos) e Scopein
(examinar).
Finalidade
Datiloscopia civil
Tem como objetivo a identificação das pessoas para fins civis. Na oficial é empregada na expedição de
documentos, tais como: Célula de identidade civis, militares e funcionais. Poderá, ainda, ter sua aplicação na área
particular para possibilitar a identificação funcional e de clientes, como nas modernas empresas bancárias.
Finalidades
8 Promover identificação de sentenciados com base no código de processo penal, o que constitui uma forma de
identificação obrigatória, formando um banco de dados de pesquisa que será interligado nacionalmente, através
do Sistema Nacional de Informações de Segurança (INFOSEG).
8 Levantamento de impressão digital em local de crime.
Datiloscopia antropológica
Estuda a raça e agrupamentos humanos.
Datiloscopia clínica
Estuda as perturbações que se notam nos desenhos papilares, notadamente, nas digitais, como
conseqüência de certas enfermidades ou do exercício de algumas profissões.
Desenho digital
É a figura presente em toda a extensão da segunda falange do polegar e terceira falange dos demais
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dedos, formada pelo conjunto de formações lineares salientes denominadas cristas papilares (também conhecida
por papilas) e de depressões existentes entre elas denominadas espaço ou sulcos interpapilares.
Página
Impressão digital (datilograma)
É a reprodução impressa e invertida do desenho digital sobre qualquer suporte, convencionalmente
apresentada nas fichas decadactilares e monodactilares.
Datilograma é sinônimo de impressão digital. Esse vocábulo é formado por um hibridismo grego‐latino,
onde daktilos significa dedos e grama significa qualquer caractere escrito ou impresso. Na prática os termos
desenho digital, datilograma e desenho são usados para designar impressão digital.
Cristas papilares
Linhas impressas da impressão digital.
Poros
Pontos brancos observados sobre as linhas impressas.
Delta
É o ponto de encontro e partida das linhas diretrizes
Linhas diretrizes
São linhas que, partindo do delta e envolvendo o núcleo, limitam os sistemas de linhas. As linhas
diretrizes não precisam ser contínuas e podem conter bifurcações.
Diretriz basilar
É o prolongamento do braço do delta, que envolve e limita o núcleo em sua parte inferior. Em caso de
descontinuidade ou bifurcação a diretriz segue, respectivamente, a linha ou ramo inferior.
Diretriz marginal
É o prolongamento do braço do delta, que envolve e limita o núcleo em sua parte superior. Em caso e
descontinuidade ou bifurcação, a diretriz segue, respectivamente, a linha ou ramo superior.
Sistemas de linhas
Sistema basilar
É o conjunto de linhas situado abaixo da diretriz basilar que corresponde à
parte inferior do desenho digital.
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Sistema marginal
É o conjunto de linhas situado acima da diretriz marginal que corresponde à parte superior do desenho
digital.
Pontos característicos
Particularidades morfológicas que permitem distinguir, entre si, as impressões digitais. Para que seja
afirmada a identidade entre duas impressões digitais, é necessária a existência de, pelo menos, doze figuras ou
pontos característicos coincidentes. Um número menor de pontos característicos só é admitido nos confrontos
em que foram encontrados pontos considerados raros.
Classificação
Arco
são impressões digitais caracterizados pela ausência de delta, é formado por
linhas abauladas e mais ou menos paralelas que atravessam ou tendem a atravessar o
campo digital, e que muitas vezes apresentam ao centro linhas angulares que podem
ainda assumir uma configuração semelhante à presilha. O arco é classificado como tipo A
nos polegares e como tipo 1 nos demais dedos.
Presilhas
São impressões digitais que apresentam um delta e pelo menos uma laçada em perfeita inflexão,
inteiramente livre em seu ramo ascendente e a partir do nível do delta. Pode apresentar uma ou mais linhas
envolvidas pela laçada central da presilha, que são denominadas linhas axiais.
Presilha interna
São impressões digitais que apresentam um delta (O) à direita do observador e
um núcleo contendo uma ou mais laçadas abertas para o lado esquerdo do observador. A
presilha interna é classificada como tipo k nos polegares e como tipo 2 nos demais dedos.
Presilha externa
São impressões digitais que apresentam um delta (O) à esquerda do observador
e um núcleo contendo uma ou mais laçadas abertas para o lado direito do observador. A
presilha externa é classificada como tipo E nos polegares e como tipo 3 nos demais
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dedos.
Página
Verticilo
são impressões digitais que apresentam dois deltas (O), ocultos ou não, e um
núcleo de borda variada, envolvido pelas linhas diretrizes. O verticilo é classificado
como tipo V nos polegares e como tipo 4 nos demais dedos.
Tipo acidental
Indeterminado
É a impressão digital que, destruída por cicatriz, impossibilita a determinação do tipo fundamental a que
pertenceu. Também se classificam nesse tipo os casos de ausência de dedos ou de falange provocada por
acidente ou por amputação de uma mão ou de ambas. A impressão digital indeterminada é classificada como tipo
0, para os polegares e demais dedos, quando há ausência de falange, e tipo X quando uma cicatriz impede a
classificação.
Tipos especiais
Gancho
É a impressão digital formada por laçadas em forma de gancho com encurvamento em direção ao delta,
e apresenta um núcleo em forma de rim ou composto de duas formações verticilares ou ainda, composto de uma
formação verticilar acompanhado de uma ou mais formações em forma de gancho. O gancho é classificado como
tipo G, para os polegares e demais dedos.
Dupla
É a impressão digital que apresenta duas presilhas independentes, sendo uma em forma de gancho e
outra normal, ou duas formações de laçadas independentes com tendência a sinuosidade. Essa impressão digital
é classificada como tipo Dp, para os polegares e demais dedos.
Anômalo
É a impressão digital que não se enquadra rigorosamente em nenhum dos tipos fundamentais ou
especiais dentro das respectivas definições. Essa impressão digital é classificada como tipo An, para os polegares
e demais dedos.
Anomalias digitais
Congênitas
São as que têm origem embrionária.
Sidactilia
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Microdactilia
Dedos anormalmente pequenos.
Ectroceria
Ausência de uma ou de ambas as mãos.
Hemimelia
Ausência de um ou ambos os braços.
Adactilia
Ausência de total dos dedos de uma ou de ambas as mãos.
Polidactilia
Número de dedos superior ao normal
Acidentais
São as que têm origem em acidentes que afetam as papilas digitais. São anomalias provocadas por
queimaduras, traumatismos, cortes, esmagamentos e amputações que atinjam os tecidos dérmicos de maneira
irrecuperável.
Mão amputada
Amputação total da mão.
Amputação parcial
Falange distal parcialmente amputada.
Amputação total
Dedo ou falange distal totalmente amputada.
Cicatriz de corte
Marcas de corte na polpa digital.
Cicatriz de pústula
Marcas de repuxamento na polpa digital.
Cicatriz de queimadura
Marcas de repuxamento e destruição das papilas dérmicas na polpa digital.
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Patológicas
Página
Hanseníase
Caracterizada por deformações decorrentes de hanseníase.
Profissionais
São chamados estigmas profissionais, que provocam alterações nos desenhos digitais de forma adquirida
e transitória. Determinadas profissões desgastam muito as papilas dérmicas, de maneira que dificultam a leitura
da impressão digital. Em outras palavras, estigma profissional é toda a alteração do datilograma que tem origem
no trabalho executado pelo seu portador.
42
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