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OBJETIVOS:
● dar a materialidade do fato típico, constatando a ocorrência do ilícito penal;
● verificar os meios e os modos como foi praticado um delito, visando fornecer a dinâmica
do fenómeno;
● reconhecimento e a interpretação dos indícios materiais extrínsecas;
● indicar a autoria do delito, quando possÌvel;
● elaborar a prova técnica, através da infecciologia material.
Emílio Pablo Bonnet: Identificação do indivíduo, do exame dos vestígios, das manchas e
rastros.
Hilário Veiga de Carvalho: Estudos técnicos e científicos dos indícios materiais do delito e da
identificação do seu autor
EVOLUÇÃO HISTÓRICA:
✓ 1560 – Ambroise Paré falava sobre os ferimentos produzidos por arma de fogo;
✓ 1563 – João de Barros: desenvolvimento da DATILOSCOPIA, com estudos das linhas
papilares;
✓ 1651 – Paolo Zachias: “Questões Médico Legais”, “PAI DA MEDICINA LEGAL”;
✓ 1665 – Marcelo Malpighi: médico anatomista, deu continuidade ao trabalho estudando as
papilas dérmicas nas mãos e nas extremidades dos dedos;
✓ 1753 – Boucher: realizava estudos sobre balística, tarde se chamaria Balística Forense;
✓ 1858 – William James Herschel: iniciou estudos sobre as impressões digitais, concluindo
pela sua imutabilidade;
✓ 1891 – Francisco Latzina e Juan Vucetich: implementaram o sistema datiloscópico que é
usado até hoje no Brasil;
✓ 1893 – Hans Gross: autor da obra SISTEMA DE CRIMINALÍSTICA, considerado o “PAI DA
CRIMINALÍSTICA";
✓ 1903 – Salvatore Ottolenghi: atuou mais na implementação da polícia científica italiana,
fundando a Escola de Polícia Científica de Roma dentro da prisão de Regina Coeli em 1903.
✓ 1988 – CONSTITUIÇÃO FEDERAL
• Avanços no campo legislativo e estrutural;
• Novas Constituições Estaduais;
• Início da desvinculação dos órgãos periciais da estrutura da PolÌcia Civil;
POSTULADOS DA CRIMINALÍSTICA
→ O conteúdo de um laudo pericial criminalístico é invariante com relação ao perito que o produziu.
→ As conclusões de uma perícia criminalística são independentes dos meios utilizados para alcançá-las.
→ A perícia criminalística é independente do tempo.
PROVAS
OBS: Todos os tipos de prova inter-relacionam-se, dessa forma, uma prova documental pode
necessitar de perícia e essa por sua vez necessitar de uma testemunha, confissão.
TIPOS DE PROVA:
→ Confissão: admitir algo contra si, tendo pleno discernimento, de forma voluntária, perante a
autoridade.
→ Sujeito insano ou doente mental: não poderá confessar ou admitir sua culpa validamente. Via de regra,
constará no processo como informante ou acusado. Os fatos por ele narrados serão aproveitados pelo juiz
levando-se em consideração o conjunto das provas, atribuindo o juiz maior ou menor valor à confissão
disposta pelo sujeito.
→ Voluntariedade: embasamento da confissão, onde o sujeito deve encontrar-se livre de
pressão, coação ou constrangimentos (tortura ou ameaça).
→ Testemunha: pessoa que declara ter conhecimento de algo, podendo confirmar a veracidade ou não do
ocorrido. Pessoa física capaz e imputável.
→ Compromissos: imparcialidade e verdade, sob pena de responder pelo crime de falso
testemunho (art. 342).
OBS: Informantes: não prestam compromisso com a verdade. Para a doutrina, os informantes
são uma classificação de testemunha não comprometida: • Doentes mentais; • Menores de 14
anos; • Cônjuge, ascendentes, descendentes, irmãos; • Pai, mãe e filho adotivo.
OBS: Informantes podem se eximir de depor, salvo se for único meio de prova ou estritamente
necessário para o mérito de convencimento do juiz.
→ Documento Nominativo x Anônimo: documentos escritos somente são aceitos quando de autoria
conhecida (nominativos). A documentação anônima é aceita desde que seja do tipo
foto, vídeo ou imagem por outro meio, sem que haja violação de direitos conexos.
→ Documentos no processo: no geral, devem ser apresentados na íntegra. Mediante dúvidas de sua
integridade ou quanto a realização de alterações, o documento deverá passar por
procedimento de perícia.
OBS: Nas localidades onde não há perito de natureza oficial, a autoridade poderá designar
peritos ad hoc, sujeitos os quais possuem conhecimento na área do exame necessário e
geralmente com formação superior, sendo designados em pares.
→ Corpo de delito: qualquer objeto, ser vivo, local real ou virtual e outros elementos que
estejam relacionados à prática de um crime: arma, cadáver, residência, CD, HD, estado
psicológico ou psiquiátrico da vítima ou do acusado.
● LOCAL DE CRIME
1. Definição: “É toda área onde tenha ocorrido um fato que assuma a configuração de
delito e que, portanto, exija as providências da polícia.”
- Quanto à área:
1. Interno: é aquele coberto, podendo ter, ou não, sua área confinada por paredes.
2. Externo: é aquele situado fora das habitações e que está sujeito à influência do tempo,
podendo acarretar alterações ou destruição das evidências.
3. Virtual: é aquele onde não há relação direta entre determinado espaço físico e a presença
dos vestígios a serem periciados (relacionados aos crimes virtuais).
- Quanto à natureza do fato: O local será classificado de acordo com o tipo de ocorrência
que o gerou, podendo ser local de morte violenta, de incêndio, de furto, de acidente.
*Não se confunde com a natureza jurídica do fato delituoso.
OBS: Segundo Stumvoll, a classificação do local de acordo com a natureza do fato delituoso não deve
ser utilizada tecnicamente (inconveniência técnica), porque o fato delituoso somente pode ser
determinado juridicamente, de acordo com os elementos colhidos no local de crime.
“Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade providenciará
imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus
laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das coisas e discutirão, no relatório, as
consequências dessas alterações na dinâmica dos fatos.”
DOCUMENTOS CRIMINALÍSTICOS
❖ Art. 174 CPP
❖ Dentro dos documentos médicos legais existe: o laudo médico-legal e o laudo
criminalístico.
➢ laudo médico-legal: é o exame em uma pessoa viva ou morta.
➢ laudo criminalístico: laudos de exame de local de morte violenta, de locais de
acidentes de trânsito, de exame de caracterização de arma de fogo e munições
(balística), de vistoria de veículo, de perícia documentoscópica, de perícia
grafoscópica.
● LAUDO PERICIAL: laudo se trata de um documento expedido por perito especializado
e que traz todo o detalhamento, considerações, análises, discussões técnicas e
conclusões.
• Peça técnica; • Formal; • Resultado de uma perícia; • Detalhado; • A mais completa das peças
técnicas; • Inclui os resultados e discussões técnicas sobre o exame; • Redigido por
especialistas (peritos); • Pode ser de natureza criminal ou cível.
→ No âmbito criminal, existem as perícias criminais que são regulamentadas pelos arts.158-A à 184 do
CPP, são os exames procedidos por peritos criminais de natureza oficial e por peritos médicos-legistas.
→ A perícia civil ocorre toda às vezes em que o juiz, no decurso do processo, necessita da opinião técnica
de um especialista em determinada matéria ou disciplina. Da mesma maneira que o juiz nomeia o perito, a
parte reclamante e reclamada pode nomear um perito particular (perito assistente técnico).
PARTES DO LAUDO
1. PREÂMBULO:
• Data e endereço da ocorrência e da solicitação; • Nome do perito; • Autoridade
requerente; • Dados da requisição de perícia; • Nome do diretor da repartição pericial;
• Tipo de exame a ser realizado.
2. HISTÓRICO
• Descrição sumária da ocorrência; • Informações trazidas por testemunhas ou outros
policiais; • Sujeitas a confirmação.
3. OBJETIVOS
• Documentar;• Indicar os meios; • Detectar vestígios; • Coletar vestígios; • Propor a
dinâmica do crime; e • Sugerir a autoria.
5. EXAMES
5.1. Do local
5.2. Dos cadáveres
5.3. Dos vestígios materiais
6. DISCUSSÃO
7. CONCLUSÃO
PARTES DO PARECER:
1. PREÂMBULO
2. EXPOSIÇÃO: transcrição dos quesitos e do objeto da consulta;
3. CONCLUSÃO: opinião técnica acerca dos fatos consultados: Credibilidade:
competência técnica de quem o redige; Opinião técnica sobre a análise de uma prova,
fato ou documento; Redigido por profissional competente: químico, engenheiro,
contabilista, médico e outros.
● DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS
- Segundo Genival Veloso de França, há dois tipos de relatório médico-legal: laudo e o
auto.
- Relatório: descrição e discussão minuciosa de qualquer exame médico-legal:
1. Laudo: redigido pelo perito legista;
2. Auto: redigido pelo escrivão e assinado pelo médico legista.