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HORA DA VERDADE

AGENTE DE POLÍCIA
PC GO

Prof. Antônio Pequeno


HISTÓRICO E DOUTRINA DA CRIMINALÍSTICA
Criminalística:
➢ Disciplina;
➢ Se ocupa do estudo da materialização e da causa técnica dos crimes;
➢ Detecção e coleta de vestígios;
➢ Autoria;
➢ Modo de atuação dos autores - dinâmica;
➢ Criminalística: interdisciplinar; se vale de outras ciências... Criminalística:

Abuso de autoridade
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HISTÓRICO E DOUTRINA DA CRIMINALÍSTICA
• A Criminalística se ocupa dos vestígios materiais extrínsecos do corpo de delito;
• Corpo de delito: É o conjunto de alterações físicas, químicas, biológicas, de dados, e
outras, deixadas no local ou no objeto pela dinâmica do crime. Essas alterações são
chamadas de vestígios materiais;
• Exame de corpo de delito: Exame de corpo de delito “é uma análise feita por pessoas
com conhecimentos técnicos ou científicos sobre os vestígios materiais deixados pela
infração penal para comprovação da materialidade e autoria do delito.” (LIMA, Renato
Brasileiro de. Código de Processo Penal comentado. Salvador: Juspodivm, 2016, p. 553);
• Vestígio: Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou
recolhido, que se relaciona à infração penal. Art. 158-A, § 3º, CPP;

Abuso de autoridade
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HISTÓRICO E DOUTRINA DA CRIMINALÍSTICA
Ciências com aplicação forense – Ciências Forenses:
❖ Medicina Legal;
❖ Biologia;
❖ Engenharias;
❖ Química;
❖ Matemática;
❖ Documentoscopia;
❖ Geologia;
❖ Contabilidade;
❖ Informática;
❖ Grafoscopia ou Grafotecnia.
❖ Papiloscopia; Física; Balística Forense;
Abuso de autoridade
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HISTÓRICO E DOUTRINA DA CRIMINALÍSTICA
Ciências com aplicação forense – Ciências Forenses:
❖ Medicina Legal;
❖ Biologia;
❖ Engenharias;
❖ Química;
❖ Matemática;
❖ Documentoscopia;
❖ Geologia;
❖ Contabilidade;
❖ Informática;
❖ Grafoscopia ou Grafotecnia.
❖ Papiloscopia; Física; Balística Forense;
Abuso de autoridade
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HISTÓRICO E DOUTRINA DA CRIMINALÍSTICA
Como a Criminalística (perícia) ajuda esses órgãos?
1. Acontece uma crime:
a. O que aconteceu? Matou, suicidou-se,...
b. Como aconteceu? Arma de fogo, faca,...
c. Onde? Em casa, no trabalho, na rua...
d. Por que? Pra roubar, por vingança, por ódio, por imprudência...
e. Quem? Ladrão, desconhecido, vizinho, marido,...
f. Houve auxílio? Quem?
g. Quando? De dia, de noite, hora, ocasião...
Quintiliano, 35-95 d.C.
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HISTÓRICO E DOUTRINA DA CRIMINALÍSTICA
Como a Criminalística ajuda esses órgãos?
1. Acontece um crime;
2. A polícia judiciária é comunicada: cidadão, PM, imprensa,...;
3. A polícia se certifica do crime;
4. O local é isolado / objeto apreendido;
5. A perícia é acionada;
6. A perícia comparece e examina o local ou objeto;
7. O resultado desse exame, técnico-científico, é exposto em um relatório (laudo);
8. Esse documento vai para a Polícia (delegado); vai para o MP (promotor) , Justiça (juiz),
advogados.
Abuso de autoridade
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HISTÓRICO E DOUTRINA DA CRIMINALÍSTICA
Histórico: Como nasceu a Criminalística?

• Necessidade de investigar cientificamente; aplicação justa da lei; Antigos Impérios;


• Necessidade de investigar cientificamente para saber como o fato criminoso ocorreu;
• Contradições entre acusado x vítima x acusador;
• Nasceu da Medicina Legal: qual a causa da morte? O que foi usado para causar a
morte? Etc.

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HISTÓRICO E DOUTRINA DA CRIMINALÍSTICA
A Criminalística nasceu da Medicina Legal

• As perguntas feitas aos médicos começaram a extrapolar os conhecimentos de


medicina;
• Qual o tipo de arma?
• Como era o local em que aconteceu o fato?
• Que substância química foi usada?
• Percebeu-se a necessidade de envolver outros profissionais especializados além dos
médicos!

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HISTÓRICO E DOUTRINA DA CRIMINALÍSTICA
A Criminalística nasceu da Medicina Legal
• Esses profissionais passam a fazer uso de variados ramos do conhecimento científico
para explicar fatos criminosos de diversos tipos;
• Mortes suspeitas: natural, envenenamento (toxicológico) ou sufocamento (local) ...?
• Morte por precipitação: homicídio, suicídio ou acidente?
• Suicídio ou homicídio: enforcamento, estrangulamento, sufocamento;
• Mortes por atropelamento: acidente ou intencional?
• Os conhecimentos gerados dessa forma deram origem ao que se conhece hoje como
Criminalística.

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HISTÓRICO E DOUTRINA DA CRIMINALÍSTICA
• 1892: Hans Gross, pai da Criminalística, Áustria, obra Manual de Juiz de Instrução:
Antropometria;

HANS GROSS (1893) Criminalística é o estudo do crime e dos métodos práticos de sua
investigação

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HISTÓRICO E DOUTRINA DA CRIMINALÍSTICA
JOSÉ LOPES ZARZUELA (1995) A Criminalística constituiu o conjunto de
conhecimentos científicos, técnicos, artísticos, destinados à apreciação, interpretação e
descrição escrita dos elementos de ordem material encontrados no local do fato, no
instrumento de crime e na peça de exame, de modo a relacionar uma ou mais pessoas
envolvidas em um evento, às circunstâncias que deram margem a uma ocorrência, de
provável interesse judiciário.

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HISTÓRICO E DOUTRINA DA CRIMINALÍSTICA
Como a perícia é tratada na legislação brasileira? Legislação Penal no Brasil:
Constituição Federal;
Código Penal;
*Código de Processo Penal;
Lei 11.343/06 – Lei Antidrogas;
Lei 11.340/06 – Lei Maria da Penha.

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POSTULADOS DA CRIMINALÍSTICA
Postulados da Criminalística Nas ciências, qualquer afirmação ou premissa que é aceita
sem questionamento, sem a necessidade de ser provada. É um consenso para a
construção de uma nova teoria:

1. O conteúdo do laudo pericial não deve variar com o perito que o produziu; impessoal;
visum et repertum;

2. As conclusões da perícia são independentes dos meios utilizados para alcançá-las;

3. As conclusões da perícia independem do tempo; (verdade).


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PRINCÍPIOS DA CRIMINALÍSTICA
1. Princípio da observação: O local e/ou os objetos do crime devem ser examinados de
forma cuidadosa pelo perito a fim de buscar marcas ou vestígios deixados pelo(s)
autor(es) e/ou pela vítima;
Exame a olho nu ou com equipamentos; “Todo contato deixa uma marca.”, Edmond
Locard.

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PRINCÍPIOS DA CRIMINALÍSTICA
2. Princípio da análise:
A perícia é pautada no método científico: observação, análise, formulação de hipóteses e
teorias; testes e experimentos;
Criteriosa observação e análise do local; coleta dos objetos e dos vestígios relacionados
ao fato criminoso.

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PRINCÍPIOS DA CRIMINALÍSTICA
3. Princípio da interpretação (individualidade):
Dois objetos relacionados a crimes podem ser semelhantes, mas nunca iguais.
A identificação de um objeto ou vestígio deve ser feita em três graus:
1.identificação genérica;
2.identificação específica;
3.identificação individual.

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PRINCÍPIOS DA CRIMINALÍSTICA
3. Princípio da interpretação (individualidade):
1. Identificação genérica:
É sangue?
2. Identificação específica:
É humano? Qual o tipo: A, B,...?
3. Identificação individual:
Qual o perfil genético – DNA?

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PRINCÍPIOS DA CRIMINALÍSTICA
4. Princípio da descrição:
A descrição detalhada de objetos e de locais relacionados a crimes deve ser feita de
acordo com os princípios e das leis científicas vigentes;
Exposição clara; Reprodutibilidade, questionabilidade e refutabilidade;

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PRINCÍPIOS DA CRIMINALÍSTICA
5. Princípio da documentação (cadeia de custódia):
Todo objeto, amostra ou vestígio ou deve ser rigorosamente documentada e
armazenada;
Todas as etapas protocoladas e registradas por escrito;
No levantamento, na embalagem, no protocolo (papel ou digital);
Desde o início das investigações até o final do processo;
Protege a idoneidade da prova material; evita provas forjadas; dá credibilidade ao
vestígio.

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PRINCÍPIOS DA CRIMINALÍSTICA

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PRINCÍPIOS DA CRIMINALÍSTICA
1. Fase externa: no local do crime; no levantamento, na embalagem da evidência, no
transporte, devidamente identificada e lacrada;

2. Fase Interna: entrega/transferência e registro das evidências coletadas ou recebidas


nos sistemas de registros do departamento ou seção: livro de registro, arquivo ou
programa de computador/banco de dados (código de barras); armazenamento,
processamento, descarte;

3. Rastreabilidade: o responsável, a origem e todo o percurso da evidência deverão ser


rastreáveis, quando necessário.

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ARTIGOS EXPRESSOS DO CPP
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados
para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de
crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.

§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com


procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a


produção da prova pericial fica responsável por sua preservação. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019) (Vigência)

§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se
relaciona à infração penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
.
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ARTIGOS EXPRESSOS DO CPP
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes
etapas: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a


produção da prova pericial; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o
ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)
III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no
corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias,
filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito
responsável pelo atendimento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas
características e natureza; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

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ARTIGOS EXPRESSOS DO CPP
V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de
forma individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para
posterior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o
acondicionamento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições
adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção
de suas características originais, bem como o controle de sua posse; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)
VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser
documentado com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de
polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de
rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o
recebeu; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

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ARTIGOS EXPRESSOS DO CPP
VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a
metodologia adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o
resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito; (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material
a ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com
vinculação ao número do laudo correspondente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente
e, quando pertinente, mediante autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)

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ARTIGOS EXPRESSOS DO CPP
Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito
oficial, que dará o encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo
quando for necessária a realização de exames complementares. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)

§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem ser


tratados como descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial de natureza
criminal responsável por detalhar a forma do seu cumprimento. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer
vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito responsável, sendo
tipificada como fraude processual a sua realização. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
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ARTIGOS EXPRESSOS DO CPP
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela natureza
do material. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada, de
forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o transporte. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características, impedir


contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço para registro de
informações sobre seu conteúdo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e, motivadamente,
por pessoa autorizada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

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ARTIGOS EXPRESSOS DO CPP
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de acompanhamento de
vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as
informações referentes ao novo lacre utilizado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)

§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

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ARTIGOS EXPRESSOS DO CPP
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia
destinada à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão
central de perícia oficial de natureza criminal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)

§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local para
conferência, recepção, devolução de materiais e documentos, possibilitando a seleção, a
classificação e a distribuição de materiais, devendo ser um espaço seguro e apresentar condições
ambientais que não interfiram nas características do vestígio. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)

§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser protocoladas,


consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito que a eles se relacionam. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

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Prof. Antônio Pequeno
ARTIGOS EXPRESSOS DO CPP
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser
identificadas e deverão ser registradas a data e a hora do acesso. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019) (Vigência)
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações deverão ser
registradas, consignando-se a identificação do responsável pela tramitação, a destinação, a data e
horário da ação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

Abuso de autoridade
Prof. Antônio Pequeno
ARTIGOS EXPRESSOS DO CPP
Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de
custódia, devendo nela permanecer. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)

Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou condições de


armazenar determinado material, deverá a autoridade policial ou judiciária determinar
as condições de depósito do referido material em local diverso, mediante requerimento
do diretor do órgão central de perícia oficial de natureza criminal. (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019) (Vigência)

Abuso de autoridade
Prof. Antônio Pequeno
(INSTITUTO AOCP 2021)
Em 2009, um artigo publicado na Revista dos Tribunais reconheceu a rastreabilidade como um dos
elementos da Cadeia de Custódia. Dez anos depois, o Pacote Anticrime dividiu o rastreamento do
vestígio em etapas, incluindo uma que representa o “ato de recolher o vestígio que será submetido à
análise pericial, respeitando suas características e natureza”. Assinale a alternativa que apresenta o
nome dessa etapa.
A) Reconhecimento.
B) Isolamento
C) Coleta
D) Transporte
E) armazenamento

Abuso de autoridade
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(INSTITUTO AOCP 2021)
Assinale a alternativa INCORRETA
A) Em termos legais, vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou
recolhido, que se relaciona à infração penal.
B) O prazo máximo para a elaboração do laudo pericial é de 10 dias, não podendo esse prazo ser
prorrogado.
C) Cadeia de Custódia pode ser definida pelo conjunto de todos os procedimentos utilizados para
manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de
crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.
D) Será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, quando a infração deixar
vestígios, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
E) O laudo pericial é o documento no qual os peritos descrevem minuciosamente o que
examinaram e respondem aos quesitos formulados.

Abuso de autoridade
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(INSTITUTO AOCP 2021)
Um socorrista não troca as luvas entre atendimentos e, sem qualquer intenção, acaba sujando as
vestes de uma vítima de homicídio com sangue do socorrido anterior. Ao chegar ao local, o Perito
Criminal entende necessária a coleta do sangue encontrado nas vestes do cadáver, estranhando a
ausência de lesões hemorrágicas no corpo da vítima. Após exames laboratoriais, descobre-se que o
vestígio de sangue coletado não tinha relação com o caso de homicídio. Nessa situação, a mancha
de sangue citada pode ser considerada um exemplo de
A) vestígio ilusório.
B) vestígio forjado.
C) vestígio frustratório.
D) vestígio verdadeiro.
E) indício de material enganoso.

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(INSTITUTO AOCP 2021)
Em locais de morte recente, poderia ser considerado um vestígio de interesse forense

A) um dano antigo, com marcas de ferrugem, em veículo de propriedade da vítima.


B) a chave de uma porta arrombada já descartada como vestígio verdadeiro.
C) um punhal ensanguentado próximo à vítima com lesões incisas.
D) uma janela quebrada no imóvel vizinho ao que foi encontrado a vítima, sem qualquer
possibilidade de acesso deste ao local em que se encontrava o corpo.
E) uma arma de fogo registrada em nome da vítima já caracterizada como vestígio ilusório.

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Um dos nomes mais conhecidos dos estudiosos da Criminalística é o de Hans Grossm,
isso porque ele
A) afirmou que “todo contato deixa uma marca”, fundando um dos princípios da
criminalística.
B) demonstrou que “o tempo que passa é a verdade que foge”, urgindo para uma
investigação rápida e breve.
C) fundou a “Escola de Polícia Científica” em Roma, edificando as bases da criminalística
moderna.
D) cunhou o termo “Criminalística” em um livro que reúne conhecimentos de várias
ciências e disciplinas.
E) teve Edmond Locard por discípulo e fundamentou os conhecimentos científicos
aplicados à investigação criminal.
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Em relação aos cinco Princípios da Criminalística, assim definidos por Dorea, assinale a alternativa correta.
A) Princípio da Observação: tem base na célebre frase de Edmond Locard, o Sherlock Holmes da França:
“Todo contato deixa uma marca”. Apesar de haver uma grande quantidade de ações que não resultem em
marcas de provas e de que a evolução e pesquisa no instrumental científico não são capazes de detectar
vestígios ou microvestígios, o (a) perito(a) criminal deve embasar-se na observação e no empirismo para
realizar os respectivos exames periciais, concentrando ali os próprios esforços.

B) Princípio da Análise: “A análise pericial nem sempre deve seguir o método científico”. A perícia empírica
visa a determinar uma das tantas possibilidades de como o fato ocorreu. O (A) perito(a) criminal deve
realizar uma coleta de dados que permita o estabelecimento de conjecturas a respeito de como se
desenvolveu o fato, formulando quaisquer hipóteses sobre ele.

C) Princípio da Interpretação (ou Princípio da Individualidade): “Dois objetos indistinguíveis são sempre
idênticos”. Esse princípio preconiza que a identificação deve ser sempre enquadrada em um único grau –
identificação genérica. Os exames periciais deverão sempre alcançar esse grau a fim de se permitir a
individualização.
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D) Princípio da Documentação: “Toda amostra deve ser documentada, desde seu nascimento no
local de crime até sua análise e descrição final, de forma a se estabelecer um histórico completo e
fiel de sua origem”. Esse princípio tem base na Cadeia de Custódia da prova material e visa a
proteger a fidelidade desta, evitando a consideração de provas forjadas.
E) Princípio da Descrição: “O resultado de um exame pericial nem sempre é constante com relação
ao tempo e deve ser exposto em linguagem técnica”. A linguagem do Laudo de Perícia Criminal
deve atender aos usos e costumes da linguagem técnica referente à área de perícia. Caso o usuário
do Laudo não tenha formação suficiente ou não consiga interpretar a peça técnica, caberá a ele
adquirir a formação adequada, pois o (a) perito(a) criminal não deve colocar notas de rodapé ou
fazer uso de qualquer outra ferramenta linguística e redacional para explicar termos técnicos ou
partes do Laudo que, porventura, sejam de difícil interpretação.

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Historicamente, a Criminalística recebeu muitos nomes sinonímicos, como Polícia
Técnica, Policiologia e Ciência Policial. Porém começou a prevalecer o nome
“criminalística” após ter sido o termo cunhado por
A) Oscar Freire.
B) Paul L. Kirk.
C) Edmond Locard.
D) Hans Gross.
E) Gilberto Porto.

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Com relação aos postulados e princípios da criminalística, é correto afirmar que:
A) o conteúdo de um laudo pericial criminalístico pode sofrer variações conforme o
perito criminal que o produzir.
B) mais precisa será a conclusão da perícia, quanto mais rápidos e mais modernos forem
os meios utilizados pelo perito.
C) todo contato deixa uma marca conforme o princípio da descrição.
D) a análise pericial deve sempre seguir o método científico.
E) dois objetos podem ser indistinguíveis, mas nunca idênticos conforme o princípio da
análise

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CORPO DE DELITO: CONCEITO E EXAMES

• Corpo de delito: É o conjunto de alterações físicas, químicas, biológicas, de dados, e


outras, deixadas no local ou no objeto pela dinâmica do crime. Essas alterações são
chamadas de vestígios materiais;
• Exame de corpo de delito: Exame de corpo de delito “é uma análise feita por pessoas
com conhecimentos técnicos ou científicos sobre os vestígios materiais deixados pela
infração penal para comprovação da materialidade e autoria do delito.” (LIMA, Renato
Brasileiro de. Código de Processo Penal comentado. Salvador: Juspodivm, 2016, p. 553);
• Vestígio: Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou
recolhido, que se relaciona à infração penal. Art. 158-A, § 3º, CPP;

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CORPO DE DELITO: CONCEITO E EXAMES

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito,
direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.

Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar
de crime que envolva: (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018)

I - violência doméstica e familiar contra mulher; (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018)

II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. (Incluído dada pela
Lei nº 13.721, de 2018)

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CORPO DE DELITO: CONCEITO E EXAMES
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial,
portador de diploma de curso superior. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras
de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem
habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. (Redação dada pela Lei nº
11.690, de 2008)
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o
encargo. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao
querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente
técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
o
§ 4 O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos
exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta
decisão. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
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CORPO DE DELITO: CONCEITO E EXAMES
§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à
perícia: (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos,
desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam
encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em
laudo complementar; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo
juiz ou ser inquiridos em audiência. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
o
§ 6 Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será
disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de
perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua
conservação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 7 o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento
especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de
um assistente técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Abuso de autoridade
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CORPO DE DELITO: CONCEITO E EXAMES

QUANDO QUE PODERÁ SER REALIZADO O EXAME DE CORPO DE DELITO

Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer
hora.

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CORPO DE DELITO: CONCEITO E EXAMES
O EXAME DE CORPO DE DELITO NO CASO DE LESÕES CORPORAIS

Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido
incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade
policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou
do acusado, ou de seu defensor.

§ 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, a


fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I, do
Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do
crime.
§ 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal.
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CORPO DE DELITO: CONCEITO E EXAMES
PERÍCIAS DE LABORATÓRIO

Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a
eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com
provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas.

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CORPO DE DELITO: CONCEITO E EXAMES
EXAME NO CASO DE INCÊNDIO

Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que


houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio
alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstâncias que interessarem à
elucidação do fato.

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CORPO DE DELITO: CONCEITO E EXAMES
EXAME PARA RECONHECIMENTO DE ESCRITO

Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra,


observar-se-á o seguinte:
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato,
se for encontrada;

II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa


reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre
cuja autenticidade não houver dúvida;
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CORPO DE DELITO: CONCEITO E EXAMES
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que
existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se
daí não puderem ser retirados;

IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os


exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver
ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por
precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever.

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TIPOS DE PROVAS
PROVA CONFESSIONAL

Confissão é a admissão, por parte do imputado, da sua responsabilidade. A confissão recai


sobre fatos, pois apenas dos fatos o réu se defende.

A confissão pode ser

a) Judicial
b) Extrajudicial

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TIPOS DE PROVAS
Súmula 545 do STJ: Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento
do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no art. 65, III, d, do CP. Todavia, divergindo
da referida súmula, vale considerar que o STF possui julgados no sentido de que a confissão
qualificada não autoriza a incidência da atenuante (HC n. 119.671/SP, rel. Min. Luiz Fux)
Súmula 630 do STJ: A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de
tráfico ilícito de entorpecentes exige o reconhecimento da traficância pelo acusado, não
bastando a mera admissão da posse ou propriedade para uso próprio.
Art. 197 do CPP. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros
elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais
provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.

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TIPOS DE PROVAS
PROVA TESTEMUNHAL

Testemunha é a pessoa desinteressada que depõe sobre fatos relevantes para o desfecho
da demanda. Sob o ponto de vista doutrinário, temos as seguintes espécies de
testemunhas:

Indiretas: Testemunhas que souberam dos fatos por intermédio de outras pessoas.

Numerárias: São testemunhas arroladas pelas partes e devidamente compromissadas.


Compõem o limite máximo de testemunha para cada procedimento.
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TIPOS DE PROVAS
Extranumerárias: Ouvidas por iniciativa do magistrado e, em regra, compromissadas (art.
209, CPP). É o caso das testemunhas referidas, que são aquelas mencionadas por outra
testemunha. Se o juiz reputar relevante, pode determinar a oitiva da pessoa apontada, a
despeito de requerimento da parte.
Informantes: Não se sujeitam ao compromisso de dizer a verdade, nem tampouco
compõem o limite máximo de testemunhas. São as pessoas enumeradas nos artigos 206
e 208 do CPP. Própria Testemunha ouvida sobre os fatos criminosos que integram o
objeto do processo.
Imprópria, instrumentária ou fedatária: Testemunha que depõe sobre algum ato da
persecução criminal. É o que ocorre, por exemplo, na busca e apreensão domiciliar (art.
245, § 7º, CPP) e na leitura do auto de prisão em flagrante (art. 304, § 3º,
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TIPOS DE PROVAS
Laudadores: Testemunhas que prestam declarações relacionadas aos antecedentes do réu.
Também chamadas de testemunhas de “beatificação”.

Testemunhas da coroa: Diz respeito ao testemunho prestado pelo agente infiltrado. Esta
figura foi prevista em alguns diplomas, como a Lei n. 12.850/2013 (Crime Organizado) e a
Lei n. 11.343/2006 (Drogas). Agente infiltrado é o policial que, com autorização judicial,
disfarçado, ingressa em uma organização criminosa, colhendo material probatório acerca
das práticas delitivas.
Inócua: É a pessoa que não sabe absolutamente nada da causa, de maneira a não ser
computada no número legal (art. 209, § 2º, CPP).

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TIPOS DE PROVAS
São as características da prova testemunhal:
a) Oralidade: o depoimento é prestado oralmente, sendo vedado à testemunha levá-lo por escrito,
muito embora seja-lhe facultada a consulta a apontamentos.
b) Objetividade: a testemunha depõe sobre fatos, sendo-lhe vedada a emissão de valorações
subjetivas, salvo se indissociáveis do fato em questão.
c) Retrospectividade: a testemunha depõe sobre fatos já ocorridos e sobre os quais tenha algum
conhecimento.
d) Judicialidade: a testemunha depõe perante o juiz. Como regra, o depoimento prestado na fase pré-
processual deve ser ratificado em juízo.

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TIPOS DE PROVAS
Quantidade de testemunhas

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TIPOS DE PROVAS
Compromisso de dizer a verdade
Art. 203 do CPP. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade
do que souber e lhe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e
sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em que grau,
de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas, e relatar o que souber,
explicando sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-
se de sua credibilidade. (destacamos)
Art. 208 do CPP. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e
deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o
art. 206.

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TIPOS DE PROVAS
Pessoas desobrigadas a depor
Art. 206 do CPP. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão,
entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o
cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo
quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas
circunstâncias.
Pessoas proibidas de depor
Art. 207 do CPP. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério,
ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada,
quiserem dar o seu testemunho.

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TIPOS DE PROVAS
Exceção ao dever de comparecimento
Serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz (rol taxativo):
a) Presidente da República;
b) Vice-Presidente da República;
c) Senadores;
d) Deputados federais;
e) Ministros de Estado;
f) Governadores de Estados e Territórios;
g) Secretários de Estado;
h) Prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios;
i) Prof.
Deputados estaduais;
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TIPOS DE PROVAS
j) Membros do Poder Judiciário;
k) Ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem
como os do Tribunal Marítimo l) Membros do MP (art. 40, I, da Lei Orgânica do Nacional do
Ministério Público (Lei n. 8.625/1993)

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TIPOS DE PROVAS
PROVA DOCUMENTAL
Art. 232 do CPP. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou
particulares. Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo
valor do original.
a) Instrumentos (documentos pré-constituídos): são documentos elaborados com o intuito de provar
algo. Ex.: contratos;
b) Documentos eventuais ou acidentais (meros papeis): possuem objetivo diverso da
demonstração probatória, mas acidentalmente podem ser utilizados com este objetivo;
c) Documentos particulares: elaborados por qualquer do povo;
d) Documento público: elaborado por funcionário público no desempenho funcional, equiparando-se
a ele, para efeitos penais, aqueles originados de entidade paraestatal, o título ao portador, o
transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento
particular (art. 297, § 2º, CP).
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TIPOS DE PROVAS

PROVA PERICIAL

O perito é um auxiliar da justiça com conhecimentos especializados em determinada área,


que colaboram na formação do convencimento do magistrado. Deve ser imparcial,
exercendo um juízo de valor isento, distanciado das partes envolvidas na questão.

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CLASSIFICAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME

“Local de Crime é a porção do espaço compreendida num raio em cuja origem encontra-
se o ponto no qual é constatado o fato. Este se estende de modo a abranger todos os
lugares em que, aparente, necessário ou presumidamente, hajam sido praticados - pelo
criminoso ou criminosos - os atos materiais - preliminares ou posteriores - à consumação
do delito, e com este diretamente relacionados.” (Prof. Eraldo Rabelo, Revista de
Criminalística do Rio Grande do Sul, nº 7)

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CLASSIFICAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME

➢ O local como fonte de informação

➢ Informações subjetivas

➢ Informações oriundas de vestígios – objetivas

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CLASSIFICAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME

Princípio de Locard (1877 – 1966) Paul Kirk (1953) “Onde quer que ele pise, tudo o que
ele tocar, tudo o que ele deixar, mesmo inconscientemente, servirá como uma testemunha
silenciosa contra ele. Não apenas suas impressões digitais ou suas pegadas, mas seu cabelo,
as fibras de suas roupas, o vidro que ele quebrar, a marca de ferramenta que ele deixar, os
arranhões na pintura, o sangue ou sêmen que ele depositar e outros. Tudo isso e muito
mais, testemunham contra ele. Isso é prova que não se esquece e que não é confundida
pela emoção do momento, não sendo falhas como as testemunhas humanas o são. A
evidência factual, a evidência física, não pode estar errada, não pode mentir, não pode ser
totalmente ausente, pois ela sempre estará lá, no local, no objeto ou no corpo da vítima. A
falha ou limitação humana para encontrá-la, estudá-la ou entendê-la é que diminui o valor
dessas evidências."

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CLASSIFICAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME

Princípio da Troca de Locard: o criminoso sempre deixa sinais da sua presença nos locais
ou objetos. Ele também leva consigo vestígios do local e/ou dos objetos

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CLASSIFICAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME

Quanto à natureza do fato


Local de suicídio

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CLASSIFICAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME

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CLASSIFICAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME

❖ Local de crime de trânsito

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CLASSIFICAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME

❖ Local de homicídio

❖ Local de incêndio

❖ Local de explosão

❖ Local de arrombamento

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CLASSIFICAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME

Quanto à natureza da área

Local de crime interno

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CLASSIFICAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME

Quanto à natureza da área

Local de crime externo

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CLASSIFICAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME

Quanto à divisão

Local imediato – onde o fato ocorreu

Local mediato - adjacências

Local relacionado – sem continuidade geográfica

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CLASSIFICAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME

Quanto à preservação
Idôneo - Local de crime idôneo seria aquele que estaria completamente intocável,
preservado os seus vestígios e mantidas todas as condições deixadas pelos agentes do
delito (vitima e agressor).

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CLASSIFICAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME

Quanto à preservação
Inidôneo - Local onde já houve trânsito de pessoas, furto de objetos, foi usado produto
químico para limpeza, movimentação ou mudança de local do cadáver, limpeza da arma
deixada pelos marginais, mudança de posicionamento de objetos considerados
imprescindíveis para a elucidação e autoria do delito

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CLASSIFICAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME

Isolamento de local

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(INSTITUTO AOCP 2021)
Acerca dos conceitos e das classificações de locais de crime, assinale a alternativa INCORRETA
A) Local de crime é toda área onde tenha ocorrido qualquer fato que reclame as providências da polícia.
B) O local imediato é a área onde ocorreu o fato. É nesse ambiente que se procede ao exame muito
cuidadoso de todos os detalhes.
C) O local mediato compreende as adjacências do local de crime. A área intermediária entre o local onde
ocorreu o fato e o grande ambiente exterior e que pode conter vestígios relacionados ao fato sob
investigação.
D) Local de crime é a porção do espaço compreendida em um raio que, tendo por origem o ponto no qual
é constatado o fato, se estenda de modo a abranger todos os lugares em que, aparente, necessária ou
presumivelmente, hajam sido praticados, pelo(s) criminoso(s), os atos materiais, preliminares ou posteriores
à consumação do delito e com este diretamente relacionados.
E) O local de crime é considerado preservado ou não violado quando é devassado após a prática da
infração penal e antes do comparecimento dos peritos ao local, em detrimento da perícia.

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CLASSIFICAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME
Sobre a preservação de local de acidente de trânsito, a autoridade policial, no uso de suas
atribuições previstas na legislação em vigor, poderá
A) providenciar imediatamente para que não se altere o estado das coisas e apreender os objetos
que tiverem relação com o fato antes da chegada dos peritos criminais.
B) impedir que se altere o estado das coisas após apreensão de objetos que tiverem relação com o
fato, devendo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de
crime.
C) dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e a conservação das coisas e
das pessoas após a chegada dos peritos criminais.
D) elaborar o laudo pericial, no qual descreverá minuciosamente o que examinar e responderá aos
quesitos formulados.
E) autorizar, independentemente de exame do local, a imediata remoção das pessoas que tenham
sofrido lesão, bem como dos veículos nele envolvidos, se estiverem no leito da via pública e
prejudicarem o tráfego.
Prof. Antônio Pequeno
CLASSIFICAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME
Imagine uma suíte em uma casa de cinco cômodos, situada em um terreno murado de 450 m .
Ninguém entrou na suíte após o crime. Há, na suíte, um cadáver cuja morte nitidamente foi violenta
e os demais vestígios do crime se concentram ao redor do corpo. Considerando as classificações dos
locais de crime, a suíte pode ser considerada
A) local imediato, idôneo e externo.
B) local mediato, inidôneo e interno.
C) local imediato, idôneo e interno.
D) local imediato, inidôneo e interno.
E) local mediato, idôneo e interno.

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OBRIGADO
Prof. Ricardo Torques

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