Você está na página 1de 258

PERÍCIAS

ESPECIALIZADAS
EM SEGURANÇA
DO TRABALHO

Professor Me. Edinei Aparecido Furquim dos Santos

GRADUAÇÃO

Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi

NEAD - Núcleo de Educação a Distância


Direção Operacional de Ensino
Kátia Coelho
Direção de Planejamento de Ensino
Fabrício Lazilha
Direção de Operações
Chrystiano Mincoff
Direção de Mercado
Hilton Pereira
Direção de Polos Próprios
James Prestes
Direção de Desenvolvimento
Dayane Almeida
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Head de Produção de Conteúdos
Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli
Gerência de Produção de Conteúdos
Gabriel Araújo
Supervisão do Núcleo de Produção de
Materiais
Nádila de Almeida Toledo
Supervisão de Projetos Especiais
Daniel F. Hey
Coordenador de Conteúdo
Luciano Santana Pereira
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Designer Educacional
Distância; SANTOS, Edinei Aparecido Furquim dos. Nayara G. Valenciano
Iconografia
Perícias especializadas em segurança do trabalho. Edinei
Isabela Soares Silva
Aparecido Furquim dos Santos.
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. Projeto Gráfico
258 p. Jaime de Marchi Junior
“Graduação - EaD”. José Jhonny Coelho

1. Perícias 2. Trabalho . 3. Segurança 4. EaD. I. Título. Arte Capa
André Morais de Freitas
CDD - 22 ed. 362 Editoração
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Luís Ricardo P. Almeida Prado de Oliveira
Qualidade Textual
Cíntia Prezoto Ferreira
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário Ilustração
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Bruno Cesar Pardinho
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um
grande desafio para todos os cidadãos. A busca
por tecnologia, informação, conhecimento de
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a
educação de qualidade nas diferentes áreas do
conhecimento, formando profissionais cidadãos
que contribuam para o desenvolvimento de uma
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais
e sociais; a realização de uma prática acadêmica
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização
do conhecimento acadêmico com a articulação e
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela
qualidade e compromisso do corpo docente;
aquisição de competências institucionais para
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade
da oferta dos ensinos presencial e a distância;
bem-estar e satisfação da comunidade interna;
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de
cooperação e parceria com o mundo do trabalho,
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está
iniciando um processo de transformação, pois quando
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou
profissional, nos transformamos e, consequentemente,
Diretoria de
transformamos também a sociedade na qual estamos
Planejamento de Ensino
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com
os desafios que surgem no mundo contemporâneo.
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo
Diretoria Operacional
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens
de Ensino
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou
seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de
Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista
às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis-
so, lembre-se que existe uma equipe de professores
e tutores que se encontra disponível para sanar suas
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza-
gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e
segurança sua trajetória acadêmica.
AUTOR

Professor Esp. Edinei Aparecido Furquim dos Santos


Possui graduação em Engenharia de Produção Agroindustrial e Pós-
Graduação Latu Sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho pela UNIPAN
- União Pan-Americana de Ensino – Cascavel - PR, além de Pós-Graduação
Latu Sensu em Gerenciamento de Projetos e Engenharia de Segurança
contra Incêndio e Pânico pela – UEM – Universidade Estadual de Maringá
– Maringá -PR. Possui Curso Superior de Complementação de Estudos
(SEQUENCIAL) em Recursos Humanos e Educação com ênfase em “Educação
e Administração das Relações Humanas no trabalho” pela Faculdade
Auxilium de Filosofia, Ciências e Letras - FAL – Lins – SP. Atualmente cursando
Mestrado em Bioenergia – UEM (2016/2017). Possui vasta experiência na área
de Recursos Humanos e Segurança do Trabalho em empresas de Grande
Porte nos seguimentos (Agrícola, industrialização de alimentos, fabricação
de implementos rodoviários, cooperativismo, Sucroalcooleiro e metal
mecânico), sendo que dedica-se desde 2008 exclusivamente as boas práticas
da Engenharia de Segurança do Trabalho, como Consultor Técnico e Perito
Judicial do Tribunal Regional do Trabalho - TRT 9o Região – PR, além de atuar
nas áreas de educação, com ênfase em Ensino Técnico Profissionalizante,
Graduação e Pós-Graduação.
APRESENTAÇÃO

PERÍCIAS ESPECIALIZADAS EM SEGURANÇA DO


TRABALHO

SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) aluno(a), é com grande satisfação que apresento a você o livro que fará parte da
disciplina de “Perícias especializadas em segurança do trabalho”. Como perito técnico do
TRT 9a região, tendo desenvolvido diversas perícias de todo o ensejo (insalubridade, pe-
riculosidade e acidente no trabalho) e adquirido conhecimento para tal, além de todos
os cursos de formação que tive acesso, procurei selecionar e sintetizar, neste material,
todo o conteúdo que irá lhe proporcionar conhecimento para o dia a dia, seja como
futuro perito judicial, seja como assistente técnico em perícias judiciais e/ou simples-
mente como gestor ocupacional, acompanhando as diligências como representante da
parte reclamada. Sendo assim, esta disciplina irá somar e fazer a diferença em seu co-
nhecimento e a tudo que você notadamente já conhece sobre a área.
As propostas abarcam um compêndio de elementos que se entendem necessários para
que se possa fazer o desenvolvimento de estudos relacionados ao acompanhamento
das perícias judiciais trabalhistas, desde a nomeação do perito e assistente técnico, bem
como elaboração de quesito, até a entrega do laudo e/ou mesmo contestação do laudo.
Assim, se caracteriza por atualidades de forma dinâmica e conteúdo fácil de assimilar,
porém, com a interatividade e modernidade diante de sua forma estrutural, aqui apre-
sentadas, e que estão em conformidade com as metodologias da Educação a Distância
– EaD, adotadas por esta instituição.
Pretende-se, dessa forma, com o material desenvolvido, levá-lo(a) a reflexões, à compre-
ensão da pluralidade dos conhecimentos que serão, aqui, oferecidos, e possibilitar-lhe
total aplicação dos conceitos específicos desta área, podendo, assim, posteriormente,
como profissional da área de saúde e segurança do trabalho, atuar de forma compe-
tente e com consciência - como convém a todos os profissionais que buscam sempre
a melhor formação, para que, de posse dos conhecimentos adquiridos, possam vencer
os obstáculos e desafios que a evolução técnico-científica acaba por impor ao mundo
contemporâneo.
Este material foi desenvolvido em cinco unidades, que proporcionarão a você, acadêmi-
co(a), conhecimentos sobre tudo que envolve as perícias especializadas em segurança
do trabalho, sendo que será desenvolvido da seguinte forma: Unidade I – Introdução
à Perícia Judicial - O processo do Trabalho e seus Atores; Unidade II – Estudo de Laudo
Pericial - Adicional de Insalubridade/Adicional de Periculosidade; Unidade III – Estudo
de Laudo Pericial - Acidente do Trabalho; Unidade IV – Sistemas de avaliação e uso de
instrumentos em perícias de insalubridade, periculosidade e acidentes do trabalho; e
Unidade V – Elaboração de Laudos periciais.
O desenvolvimento e transcrição dos textos foram realizados com a intenção de torná-
-lo material de subsídio extremamente valioso para criação de conceitos, de tal modo a
facilitar a sua trajetória e o caminho a ser percorrido na carreira profissional, que servirá
de guia e consultas durante seu convívio com esta formação a qual está adquirindo, en-
tre todos os ensinamentos já adquiridos e que, ainda, irá adquirir nas demais disciplinas.
APRESENTAÇÃO

Trabalharemos, neste livro, Introdução à perícia judicial com enfoque trabalhista,


os principais atores que compõem essa peça, a documentação pertinente, os fatos
mais relevantes que geram as perícias de cunho trabalhista, insalubridade, periculo-
sidade e acidente do trabalho. Você conhecerá mais sobre cada um desses fatores,
até a elaboração de folhas de campo e coleta de dados. Ainda nesta repleta gama
de informações, estudaremos sobre a documentação pertinente a essa atividade,
desde análise técnica às metodologias, como também concluir o que foi analisado.
Assim, chegando ao momento de poder tomar decisões quanto ao que avaliar e
como avaliar, se valendo das boas prática da higiene ocupacional e das técnicas
de utilização de equipamentos de medição. Será possível compreender como deve
fundamentar o que está sendo realizado durante a diligência pericial, a fim de evitar
transtornos futuros.
Você poderá observar as melhores formas de coletar e registrar os dados que, futu-
ramente, lhe irão auxiliar na elaboração do laudo pericial. Caminhando para o final
de nosso aprendizado, passará a aprender sobre o “Laudo Pericial” para os peritos
e/ou “Parecer Técnico” para os assistentes técnicos, veremos a composição do laudo,
as principais formas de tratamento e os termos mais usuais, tanto no meio jurídico,
quanto no meio técnico. Em “Ética, Moral e bons costumes”, lembraremos os pontos
importantes para que a justiça seja feita, ainda lhe será fornecido alguns modelos
como referência, para aqueles momentos que lhe faltar a criatividade e/ou que pre-
cisar de um direcionamento. Aproveite e faça bom uso deste material e o tenha
como instrumento para seu sucesso nesta carreira escolhida. Bons estudos!
09
SUMÁRIO

UNIDADE I

INTRODUÇÃO À PERÍCIA JUDICIAL - O PROCESSO DO TRABALHO E


SEUS ATORES

15 Introdução

16 Processo do Trabalho – Partes do Processo e Procedimentos do Processo


do Trabalho

28 A Designação da Perícia Técnica do Juízo - Nomeação do Perito e dos


Assistentes Técnicos das Partes

32 Demais Atores Envolvidos na Perícia Técnica do Juízo

33 Análise Documental Envolvida no Processo e Pertinente à Perícia Técnica


do Juízo

37 Elaboração de Folha de Coleta de Dados Para Perícia Técnica do Juízo

40 Considerações Finais

49 Referências

51 Gabarito

UNIDADE II

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/


ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

55 Introdução

56 Agentes Físicos - Inspeção e Caracterização e Descaracterização -


Métodos Investigativos

60 Agentes Químicos e Poeiras - Inspeção e Caracterização e


Descaracterização - Métodos Investigativos

63 Agentes Biológicos - Inspeção e Caracterização e Descaracterização -


Métodos Investigativos
10
SUMÁRIO

67 Agentes Periculosos - Inspeção e Caracterização e Descaracterização -


Métodos Investigativos

72 Elaboração de Quesitos Técnicos, Folhas de Campo e Coleta de Dados

88 Considerações Finais

96 Referências

98 Gabarito

UNIDADE III

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ACIDENTE DO TRABALHO

101 Introdução

102 A Exposição do Objeto da Perícia - O Tipo do Acidente

109 Análise Técnica ou Científica Realizada Pelo Perito na Avaliação do


Acidente

111 Metodologia a ser Adotada para Averiguação dos Fatos Relacionados ao


Acidente

117 Conclusão das Análises Realizadas Para Serem Apresentada ao Juiz

120 Elaboração de Quesitos Técnicos, Folhas de Campo e Coleta de Dados

123 Considerações Finais

131 Referências

132 Gabarito
11
SUMÁRIO

UNIDADE IV

SISTEMAS DE AVALIAÇÃO E USO DE INSTRUMENTOS EM PERÍCIAS DE


INSALUBRIDADE, PERICULOSIDADE E ACIDENTES DO TRABALHO

135 Introdução

136 O Que e Como Avaliar em uma Perícia de Insalubridade

170 O Que é e Como Avaliar em uma Perícia de Periculosidade

173 O Que é e Como Avaliar em uma Perícia de Acidente de Trabalho

175 Modelos de Petições que Podem ser Apresentadas pelo Perito

211 Considerações Finais

220 Referências

222 Gabarito

UNIDADE V

ELABORAÇÃO DE LAUDOS PERICIAIS

225 Introdução

226 Composição Do Laudo Pericial

230 Formas de Tratamento e Termos Mais Utilizados Pelo Perito Judicial

236 Registro dos Dados Coletados nas Diligências Periciais

240 Ética, Transparência e Sigilo Quanto aos Dados Coletados após Perícia

243 Estudos, Bibliografias e Fundamentação Legal

248 Considerações Finais

256 Referências
12
SUMÁRIO

257 Gabarito

258 CONCLUSÃO
Professor Esp. Edinei Aparecido Furquim dos Santos

I
INTRODUÇÃO À PERÍCIA

UNIDADE
JUDICIAL - O PROCESSO DO
TRABALHO E SEUS ATORES

Objetivos de Aprendizagem
■■ Propiciar o conhecimento sobre as partes do processo do trabalho
com relação aos procedimentos do processo do trabalho.
■■ Demonstrar os procedimentos sobre a designação da perícia técnica
do juízo, desde Perito técnico e Assistentes técnicos.
■■ Apresentar, aos acadêmicos, os demais atores envolvidos na perícia
técnica do juízo.
■■ Apresentar o documental envolvido no processo e pertinente à
perícia técnica do juízo.
■■ Propiciar, ao acadêmico, a possibilidade da elaboração de folhas de
coletas de dados para perícia técnica do juízo.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Processo do Trabalho – Partes do processo e Procedimentos do
processo do Trabalho
■■ A designação da Perícia técnica do Juízo - Nomeação do perito e dos
assistentes técnicos das partes
■■ Demais atores envolvidos na perícia técnica do Juízo
■■ Análise documental envolvida no processo e pertinente à perícia
técnica do Juízo
■■ Elaboração de folha de coleta de dados para perícia técnica do Juízo
15

INTRODUÇÃO

Nesta unidade, abordaremos aspectos introdutórios com relação ao processo


do Trabalho, suas partes e seus procedimentos, formas de designação da Perícia
técnica do Juízo, nomeação do perito e nomeação dos assistentes técnicos das
partes. Ainda dentro do conteúdo, serão abordados detalhes importantes e que
envolvem demais pessoas que irão compor as partes interessadas no processo e
na perícia, aos quais trataremos de demais atores, também com muita impor-
tância às questões relacionadas à análise documental envolvida no processo e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

pertinente à perícia técnica, bem como a elaboração de folha de coleta de dados


para perícia técnica.
Antes de mais nada, temos que nos ater a alguns detalhes importantes com
relação ao doutrinamento da perícia técnica. Vejamos alguns detalhes que serão
discutidos no decorrer de nossa disciplina com relação à prova pericial: esta sur-
giu a partir do Decreto 1.608/39, que criou o CPC - CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL, alterado pelo Decreto 8.570/46, o qual modificou a forma da produção
da prova pericial e o papel do perito.
Em 1992, foi alterado o art. 421 do CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - CPC,
por meio da Lei 8.455, que fixou os prazos para a entrega dos laudos, a indicação
dos peritos assistentes pelas partes e também a apresentação de quesitos técni-
cos. Em 2015, novamente, o CPC passou por reformas e modificações. Assim,
perceberemos que, no Brasil, questões relacionada ao trabalho pericial tiveram
significativos avanços, porém sempre respaldados e baseados nas normas infra-
constitucionais, pois as Constituições Federais de 1824, 1891, 1934, 1937, 1946,
1967 e 1988 não contemplaram e nem destinaram espaço para tratar do tema.
Os legisladores enxergaram a importância da perícia, criando legislações e
capítulos específicos que doutrinaram estas, definindo procedimentos a serem
seguidos na concretização da prova; sendo assim, desejo-lhe um ótimo estudo
e que este lhe sirva de base sólida para ampliar seu conhecimento.

Introdução
16 UNIDADE I

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PROCESSO DO TRABALHO – PARTES DO PROCESSO
E PROCEDIMENTOS DO PROCESSO DO TRABALHO

Quando tratamos ou ouvimos o termo ação trabalhista, remetemos a inúmeras


possibilidades, porém, o correto é que devemos interpretar que alguém não está
ou estava satisfeito com seu patrão ou ambiente de trabalho e, por esse motivo,
resolveu impetrar uma ação para discutir o fato junto à justiça do trabalho. Sendo
assim, o art. 643 da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), conforme seus
dispostos, trata das questões oriundas das relações entre empregados e emprega-
dores, sendo que estas estão estabelecidas na legislação social e suas divergências
são dirimidas pela Justiça do Trabalho.
Basicamente, de acordo com ao art. 111 da CF/88, a Justiça do Trabalho dis-
põe de três órgãos, os quais são:
■■ Juntas de Conciliação e Julgamento;
■■ Tribunais Regionais do Trabalho;

■■ Tribunal Superior do Trabalho.

As Juntas de Conciliação e Julgamento possuem a seguinte composição:


■■ Um Juiz do Trabalho, que será seu presidente;
■■ Dois juízes classistas temporários, sendo um representante dos emprega-
dores e outro dos empregados, havendo um suplente cada.

INTRODUÇÃO À PERÍCIA JUDICIAL - O PROCESSO DO TRABALHO E SEUS ATORES


17
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Reclamação trabalhista é o conceito que se dá a uma ação processual na Justiça do


Trabalho e que consiste na situação em que o empregado entra contra a empresa
ou equiparada a empresa ou, até mesmo, um empregador doméstico a quem
tenha sido prestado serviço e que, em vista de um sentimento de violação de
algum tipo de direito não remunerado, o empregado visa resgatar esses direitos
que podem, ou não, ter sido violados durante a relação de emprego, manifesto
ou implicitamente celebrado entre empregado e empregador.
A reclamatória se inicia com a formalização do processo na Justiça do
Trabalho por meio da Petição Inicial promovida pelo procurador (advogado)
do empregado e, também, pela prévia apresentação da documentação compro-
batória dos fatos que geraram a reclamatória em si, sendo de responsabilidade
do reclamante a apresentação das referidas documentações a seu patrono para
que este faça a junção ao processo como um todo. Ainda no processo trabalhista,
caberá ao preposto da empresa, ou a quem o empregador indicar, o levantamento
dos documentos que serão necessários para apresentação junto ao processo, a
fim de comprovação das alegações contrárias à reclamatória recebida, ou seja, a
defesa que foi feita pela empresa.

Processo do Trabalho – Partes do Processo e Procedimentos do Processo do Trabalho


18 UNIDADE I

No Brasil, surgem mais de 2 milhões de novos processos trabalhistas por


ano. Essa é a marca que consagra o Brasil como número 1 em ações traba-
lhistas. Pense no porquê existem tantos processos assim.
(Guilherme Eduardo Fanderuff ).

As demais situações relacionadas ao processo trabalhista envolvem a análise do


juízo de direito, que definirá a necessidade ou não de mais provas para que possa
fazer sua análise e julgamento, cabendo a este a definição ou a não definição da

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
prova por meio da perícia técnica.
De acordo com Pantaleão (2016, on-line)1, apresentado no guia trabalhista,
o processo trabalhista é um complexo de atos que possuem sequências e diversos
termos. É por meio desses atos que são concretizadas as prestações jurisdicional,
sendo esse instrumento denominado “Ação”, que nada mais é do que o meio pelo
qual o empregado ou empregador se utiliza para satisfazer um possível prejuízo
que, eventualmente, tenha sido originado das relações de trabalho entre ambos.
Ele também relata que o processo do trabalho é muito dinâmico e possui
características que são bem diferentes em relação ao observado no “processo
civil”, no qual se observa um maior rigor formal, enquanto que no processo tra-
balhista as características são próprias e se orientam por princípios sem muitas
complexidades, ou seja, visa dar maior celeridade processual e resolver os con-
flitos no menor tempo possível, sendo
que esse propósito de menor tempo
está relacionado principalmente à
redução de várias fases no processo
e também de vários recursos existen-
tes na esfera civil, além da redução de
prazos e procedimentos contidos nos
atos processuais.
Ainda segundo Pantaleão (2016,
on-line)1, podemos citar alguns prin-
cípios fundamentais do processo
trabalhista, tais como:

INTRODUÇÃO À PERÍCIA JUDICIAL - O PROCESSO DO TRABALHO E SEUS ATORES


19

• Finalidade Social: em razão da própria diferença entre as partes, o


Direito do Trabalho procura assegurar que haja um equilíbrio entre
o empregado e o empregador. O processo trabalhista permite que o
mais fraco (empregado) goze de benefícios que não atingem o empre-
gador, como por exemplo, a isenção do depósito recursal.

• Oralidade: o processo do trabalho é eminentemente oral, isto é, nele


prevalece a palavra falada, não só pela valorização da conciliação
(acordo), como também pela própria faculdade à parte de propor uma
ação ou se defender, sem intermediação de advogado (embora não
seja muito recomendado pela falta de conhecimento técnico).

• Celeridade: as questões trabalhistas por trazerem em seu ânimo o úni-


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

co meio de sobrevivência do trabalhador e de sua família (salário),


nada justificaria a demora na resolução do conflito. A Justiça Traba-
lhista prevê, por exemplo, que se o juiz perceber que a reclamada se
utiliza de recursos com fins exclusivamente protelatórios (adiar o jul-
gamento), poderá aplicar-lhe multa por tal ato.

Como podemos observar, a reclamação trabalhista, quando ajuizada, tem inú-


meros procedimentos, porém diferenciam-se entre si, dependendo do local onde
for impenetrada a ação, por exemplo Justiça do trabalho e Justiça Cível, sendo
que cada uma tem suas peculiaridades, mas ambas são para resolver pendências
entre partes que se julgam prejudicadas de alguma forma.

AS PARTES DO PROCESSO TRABALHISTA

A reclamação trabalhista é composta por partes, como apreciamos no texto ante-


rior, que visam facilitar e reduzir o tempo para julgamento, sendo compreendido
da seguinte forma e sequência:
■■ Petição inicial;
■■ Notificação do reclamado;
■■ Audiência inicial;
■■ Tentativa de acordo.
■■ Apresentação defesa do mérito;
■■ Audiência de instrução;

Processo do Trabalho – Partes do Processo e Procedimentos do Processo do Trabalho


20 UNIDADE I

■■ Produção de provas:
■■ Documentais;
■■ Depoimentos pessoais;
■■ Testemunhas (reclamante/reclamado);
■■ Perícias (Engenharia/médica).
■■ Alegações Finais e considerações;
■■ Nova tentativa de conciliação.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Julgamento do Juiz;
■■ Sentença.

Essas formas e sequências lógicas que proporcionam agilidade no processo tra-


balhista, apesar de muitos acharem moroso, se assim não fossem organizados,
ficaria muito difícil para todos na hora de suas análises e pareceres.

Petição inicial

O documento chamado petição inicial consiste em um documento elaborado


pelo advogado trabalhista que foi procurado pelo trabalhador, o qual se sentiu
lesado de seus direitos; nesta são apresentadas todas as alegações do reclamante,
em função dos aspectos relativos ao seu acordo ou tratado trabalhista com o
reclamado e pelo qual gerou-se o descontentamento em primeiro momento do
reclamante. Nesse documento, o advogado legalmente habilitado, em acordo
com as informações prestadas pelo reclamante, mais as possíveis documentações
apresentadas, faz a sua petição ao Juiz, informando-o o motivo do descontenta-
mento e as possíveis falhas do empregador quanto ao contrato de trabalho e as
suas relações com a legislação vigente à época e ou aos acordos sindicais.

INTRODUÇÃO À PERÍCIA JUDICIAL - O PROCESSO DO TRABALHO E SEUS ATORES


21

Notificação do reclamado

A forma de comunicar às partes sobre o processo que se inicia é a notificação


que, nesse caso, abrange citação e a intimação, sendo possível que elas sejam
realizadas por meio do correio, haja vista que essa forma é, ainda, a mais usual.
Outra maneira é a entrega pessoalmente, quando realizada pelo oficial de jus-
tiça, por publicação do edital no diário oficial ou, ainda, no próprio órgão
que publicar o expediente da Justiça do Trabalho, quando por afixação do edi-
tal na Vara do trabalho, Juízo do Trabalho ou Tribunal do Trabalho de origem
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

do ação trabalhistas.
Já o Art. 841 da CLT contempla que, a partir do momento em que for recebida
e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 horas, remeterá
a segunda via da petição ou do termo ao reclamado, notificando-o para compare-
cer à audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 dias:
§ 1º - A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o recla-
mado criar embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-
-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o
expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo.
§ 2º - O reclamante será notificado no ato da apresentação da reclama-
ção ou na forma do parágrafo anterior.
(BRASIL, DECRETO-LEI Nº 5.452, CAPITULO III).
Observamos, portanto, que as partes devem ser notificadas sobre a audiência e/ou
qualquer outro ato que a justiça deter-
minar, sendo que essa notificação
poderá ser pessoalmente, via oficial
de justiça e/ou via correios. O recla-
mado notificado deverá comparecer
às audiências; caso não notificado por
fatores diversos, a notificação será
realizada por edital em meio oficial
forense, cabendo, portanto, as par-
tes estarem sempre atentas para não
perderem seus prazos.

Processo do Trabalho – Partes do Processo e Procedimentos do Processo do Trabalho


22 UNIDADE I

Audiência Inicial

Termo utilizado para definir o início do processo perante o Juiz de direito do tra-
balho, também conhecida como Audiência inaugural, em que o comparecimento
das partes é obrigatório na audiência e muito importante, independentemente
da presença de seus advogados às partes, conforme o texto do artigo 843 da CLT.
Se houver alguma ausência, assim se dará os fatos:
1. Caso ausente o reclamante, essa ação será extinta nos termos do artigo
844 da CLT.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2. Caso não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de con-
fissão, quanto à matéria de fato.

É muito importante e relevante que os advogados orientem seus clientes a che-


garem mais cedo à audiência inicial, para não correrem riscos desnecessários
aos próprios e ao processo como um todo.
É de fundamental importância que, na audiência inicial ou conciliatória, o
advogado da reclamada apresente inicialmente sua procuração, a carta de pre-
posto e os documentos da empresa.

Tentativa de acordo

Stürmer (2015) apresenta que, no novo dicionário Aurélio, a ação ou o efeito de


conciliar diz respeito a agir de forma pacificadora, ou seja, é um ato ou efeito de
fazer com que as pessoas que estejam em desacordo entrem em acordo; já no
processo trabalhista, a conciliação é um acordo entre as partes que estão num
litígio, ou seja, o ato ou efeito de combinar e/ou harmonizar coisas e pessoas que
se opõem ou se apresentam de maneira distinta e incompatível.

Apresentação Defesa Do Mérito

Como regra, a defesa deverá ser apresentada após a primeira tentativa de conci-
liação, conforme prevê o art. 846 CLT, sendo que esta pode ser feita oralmente,
em audiência, em que o advogado tem um prazo de 20 minutos, conforme o art.

INTRODUÇÃO À PERÍCIA JUDICIAL - O PROCESSO DO TRABALHO E SEUS ATORES


23

847 CLT, sendo que este não terá prorrogação, considerando que não há previ-
são legal. Além de contestar, uma a uma, as pretensões do autor, o reclamado
deverá, também, formular alguns requerimentos, como, por exemplo, de com-
pensação e de retenção. Segundo dispõe o art. 767 da CLT: “a compensação ou
retenção só poderá ser arguida como matéria de defesa”.

Audiência De Instrução

A instrução do processo ocorre no momento em que é apresentada defesa da


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

reclamada e produzidas as outras provas, sendo que a defesa da reclamada pode


ser escrita ou, até mesmo, oral. Em função da Lei, ela tem até 20 minutos para
apresentar a defesa oral, caso venha a fazer essa opção.
Contudo, está bem firmado o procedimento de entregar a defesa escrita, a
julgar que isto facilita em muito o andamento regular do processo e da audiência.
Feito a defesa, o juiz definará quais provas serão necessárias produzir, dessa
forma podendo haver o depoimento das partes (reclamado e reclamante), o
depoimento de testemunhas de ambas as partes e, caso necessário, dependendo
dos pedidos pleiteados pelo reclamante, poderá ser determinada a realização de
uma perícia técnica para esclarecimento de dúvidas do Juiz.
Quanto aos depoimentos, caso necessário, o Juiz poderá realizar algumas per-
guntas tanto ao reclamante
quanto ao reclamado, tendo
como intuito ouvir e poder
formar o seu convencimento
acerca das questões debati-
das no processo, sendo que o
principal objetivo dos depoi-
mentos é poder, de certa
forma, obter a confissão de
algum fato exposto e deba-
tido no processo.

Processo do Trabalho – Partes do Processo e Procedimentos do Processo do Trabalho


24 UNIDADE I

As partes envolvidas no processo também poderão formular perguntas de


forma recíproca, porém de forma indireta, ou seja, as perguntas deverão ser
dirigidas ao juiz que, avaliando a pertinência da mesma, poderá fazê-las. A lei
prevê expressamente que ambos, partes e testemunhas, poderão ser reinquiri-
das a qualquer momento, desde que por intermédio do juiz.
É muito importante e deve ser observado os procedimentos adotados perante
o juiz quanto ao direcionamento de perguntas e ou questionamentos. A realiza-
ção de perguntas deve obedecer a seguinte forma de construção ou, pelo menos,
semelhante ao exemplo a seguir:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
“Vossa excelência, gostaria que a parte (reclamante/ reclamado) informasse se ...”
Outro fato relevante é que as perguntas devem ser elaboradas pelo advogado
que acompanha o reclamante; o juiz deverá se certificar que uma parte não
ouça o depoimento da outra, no intuído de garantir a lisura de suas declara-
ções, sendo que a prova testemunhal, ou seja, as testemunhas elencadas por
cada parte, poderá ser indicadas para intimação a prestar depoimento.
Temos duas audiências que devem ser levadas em consideração:
a. O Rito ordinário, em que as partes poderão indicar até 03 testemunhas.
(Rito ordinário é aquele que apresenta o valor da causa superior a 40 salá-
rios mínimos).
b. O Rito sumaríssimo, em que as partes poderão indicar até 02 testemunhas.
(Rito sumaríssimo é aquele que apresenta o valor da causa em até 40 salá-
rios mínimos).
No caso das testemunhas, a regra é a mesma para o reclamado ou reclamante,
ou seja, as partes poderão formular perguntas às testemunhas, porém as per-
guntas deverão ser dirigidas sempre ao juiz de direito do trabalho, que poderá
avaliar a pertinência da mesma para a contribuição da elucidação dos fatos e,
assim, julgado procedente, as fará a quem for direcionado; portanto, o correto
é que a pergunta seja realizada obedecendo, também, a seguinte construção
ou que seja semelhante a esta:

INTRODUÇÃO À PERÍCIA JUDICIAL - O PROCESSO DO TRABALHO E SEUS ATORES


25

“Vossa excelência, gostaria que a testemunha informasse se ...”


Sendo que o principal objetivo dos depoimentos das testemunhas são a com-
provação da veracidade das questões debatidas durante o processo e suas
partes, um fato muito importante e relevante no processo é que existe a pos-
sibilidade de que seja contradita uma testemunha apresentada no processo.
A contradita de uma testemunha significa que essa pessoa apresentada por
uma das partes não poderá prestar depoimento como testemunha no caso,
isto se o juiz de direito acatar o pedido de contradita que foi efetuado por
uma das partes; sendo assim, as pessoas incapazes, impedidas ou suspeitas,
por motivos diversos ou que tenham interesse no desfecho da causa tipos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

(amigos íntimos, inimigos ou parentes de até terceiro grau). O fato de con-


traditar nada mais é que impugnar um depoimento.
A contradita da testemunha pode ocorrer, porém existe um momento cor-
reto e específico para que a parte possa fazer a contradita da testemunha,
momento este que é após a sua identificação e antes que preste o compro-
misso perante o juiz. Após esse momento, não será mais admitida a contra-
dita. Se realizada a contradita no momento correto e se admitida pelo juiz,
a testemunha será excluída do ato processual ou apenas ouvida como mera
informante, devendo as suas declarações ter um peso ou um valor menor do
que as demais testemunhas inquiridas.
A determinação da perícia técnica - em se tratando de motivos relevantes a fa-
tos originados por acidente de trabalho e/ou exposição a agentes insalubres
e/ou agentes periculosos, havendo demandas jurídicas que envolvam conhe-
cimentos técnicos específicos, o juiz deve nomear um perito de sua confiança,
este será incumbido de inspecionar e verificar os fatos e dados, a fim de ela-
borar um laudo técnico pericial acerca das questões debatidas nos autos, po-
dendo, a seu critério técnico e para a devida formação de seu convencimento
e para que possa ser conclusivo em seu lado, analisar os seguintes itens:
• Inspeções locais;
• Documentos arrolado aos autos;
• Depoimentos pessoais;
• Testemunhas (paradigma de função);
• Fazer uso de instrumentos de medição para as avaliações quantitativas.

Processo do Trabalho – Partes do Processo e Procedimentos do Processo do Trabalho


26 UNIDADE I

O juiz não é obrigado a seguir a conclusão do perito, pois seu convenci-


mento deverá abranger o processo como um todo. No encerramento da
instrução, para conclusão da mesma, ainda é aberta a oportunidade para as
partes se manifestarem sob a forma de razões finais - momento em que as
partes têm a oportunidade de ressaltar alguns pontos principais relaciona-
dos ao processo e pelo qual entendem que isto lhes irá, de certa forma, favo-
recer quanto ao julgado. Após as manifestações das razões finais, o juiz tenta
novamente a conciliação entre as partes, porém, caso não obtenha êxito,
ele irá marcar um dia para proferir sua decisão, ou seja, proferir a sentença.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Alegações Finais e Considerações

O Art. 850 da CLT prevê que: “terminada a instrução, poderão as partes aduzir
razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma”. Em
sequência, o juiz renovará a proposta de conciliação e, não se realizando esta,
será proferida a decisão, ou seja, o julgamento do juiz.

Com a promulgação do novo CPC- Código de processo civil e a sua aplica-


ção a partir de março de 2016, considerando o seu uso subsidiário no Pro-
cesso do Trabalho, a Seção X – Da Prova pericial – e o fato de apresentar um
interesse direto nas Ações Trabalhistas com pedidos de Adicional de Insalu-
bridade e Periculosidade, faço uma análise dos pontos aplicáveis nos casos
concretos. Para saber mais, acesso o link disponível em: <http://gilbertome-
lo.com.br/a-pericia-judicial-do-trabalho-a-luz-do-novo-cpc/>.
Fonte: Melo (2015, on-line)2.

INTRODUÇÃO À PERÍCIA JUDICIAL - O PROCESSO DO TRABALHO E SEUS ATORES


27

Um fato relevante e que deve ser observado nos autos é que a “CLT” nos traz o
fato de que as razões finais serão aduzidas em audiência, tendo como tempo dez
minutos para cada parte, porém, por costume e com o devido amparo no CPC -
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, a Justiça do trabalho acata as alegações finais
em forma de memoriais escritos, documentos estes que serão preparados pre-
viamente e apresentados no dia da audiência de instrução e julgamento, para
que seja juntado ao processo.

Sentença
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Para Almeida (2012), o processo do trabalho não define sentença. Essa definição deve
ser buscada no processo civil, que é uma fonte subsidiária do Processo do Trabalho.
Os artigos 831 e 832 da CLT referem-se, genericamente, à decisão, quando
trata da sentença. Nos seus precisos termos, o art. 831 da CLT preleciona que
“a decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de concilia-
ção” e o art. 832, por sua vez, determina que “da decisão deverão constar o nome
das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciação das provas, os funda-
mentos da decisão e a respectiva conclusão”. Essa decisão nada mais é do que a
sentença; mas, como dito, definição exata de sentença não há. Encontraremos
referência ao termo sentença nos dissídios coletivos, de competência originária
dos Tribunais, cujas decisões são chamadas de sentenças normativas; contudo,
do ponto de vista da técnica processual, a denominação não é a mais adequada,
visto que sentença é termo adequado para a decisão monocrática do órgão juris-
dicional de primeiro grau.

Processo do Trabalho – Partes do Processo e Procedimentos do Processo do Trabalho


28 UNIDADE I

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A DESIGNAÇÃO DA PERÍCIA TÉCNICA DO JUÍZO
- NOMEAÇÃO DO PERITO E DOS ASSISTENTES
TÉCNICOS DAS PARTES

Após vencida todas as tentativas de conciliação, o juiz poderá determinar perícia


técnica, sendo que o embasamento legal está no § 2° do artigo 195 da CLT, esta-
belecendo que, quando a insalubridade ou periculosidade for arguida perante
a Justiça, o juiz nomeará perito habilitado (engenheiro do trabalho ou médico
do trabalho) e, onde não houver, requisitará a perícia ao órgão competente do
Ministério do Trabalho. Por analogia, também utiliza-se esse mesmo critério
para as perícias relacionadas ao acidente de trabalho e/ ou doenças de origem
ocupacional.
Dessa forma e assim definida pela realização de perícia, é nomeado o perito
de confiança do juízo, e este deverá cumprir o encargo que lhe foi conferido
da melhor forma possível, podendo, assim, no uso de suas atribuições e para o
melhor desempenho possível, utilizar-se de todos os meios necessários, ou
seja, ouvindo testemunhas - paradigmas -, obtendo informações, solicitando
documentos que estejam em poder de parte ou repartições públicas, bem como
instruindo o laudo com plantas, desenhos, fotografias e quaisquer outras peças,
conforme prevê o artigo 473 do CPC.

INTRODUÇÃO À PERÍCIA JUDICIAL - O PROCESSO DO TRABALHO E SEUS ATORES


29

Segundo Vendrame (1999), o perito deve honrar a sua nomeação, dispen-


sando a ela todos os esforços necessários para a satisfatória conclusão de seu
trabalho, tendo como linha de pensamento o dever de realizar com o máximo
de imparcialidade e fidelidade aos fatos, não deixando que razões de ordem pes-
soal interfiram no resultado. Sendo assim, Vendrame também apresenta que a
pessoa do Perito Judicial jamais deve se manifestar em assuntos que não sejam
estritamente técnicos, devendo se abster de emitir opiniões de caráter pessoal,
ou mesmo jurídico.
Outra informação muito relevante está relacionada ao Art. 156 do CPC -
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Código de processo civil que, resumidamente, afirma que o perito é escolhido


pelo Juiz e os assistentes técnicos pelas partes envolvidas na ação. Sendo assim,
as perícias técnicas são realizadas por peritos designados pelo juiz e as partes
podem indicar assistentes técnicos.
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depen-
der de conhecimento técnico ou científico.

§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente ha-


bilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em
cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.

§ 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta


pública, por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou
em jornais de grande circulação, além de consulta direta a universida-
des, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública
e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais
ou de órgãos técnicos interessados

§ 3° Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para


manutenção do cadastro, considerando a formação profissional, a atu-
alização do conhecimento e a experiência dos peritos interessados.

§ 4º Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição,


nos termos dos arts. 148 e 467, o órgão técnico ou científico nomeado
para realização da perícia informará ao juiz os nomes e os dados de
qualificação dos profissionais que participarão da atividade.

§ 5º Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibiliza-


do pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e de-
verá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico comprova-
damente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia.

A Designação da PeríciaTécnica do Juízo - Nomeação do Perito e dos AssistentesTécnicos das Partes


30 UNIDADE I

Vimos, portanto, que o perito deve se ater a observar os quesitos técnicos ape-
nas auxiliando o trabalho do juiz, quando solicitado.

PERITO TÉCNICO

O conceito de Perito, na visão atual, levando em conta todas as informações já


vistas anteriormente, é a imagem de que este é uma pessoa detentora do conheci-
mento, especializada em determinada matéria, a qual o juiz de direito não detém

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
conhecimento pleno; dessa forma, este é nomeado pela autoridade judiciária
competente para julgar os fatos apontados; sendo assim, seu parecer serve para
auxiliar a justiça no levantamento de dados técnicos, a fim de esclarecer fatos
levantados nos autos processuais, por meio de laudo técnico pericial para con-
clusão sobre os fatos levantados, emitindo seu parecer técnico sobre o objeto do
litígio ou a algo que com ele tenha relação. Diante do exposto, verificamos que
o perito é a pessoa de confiança do juiz para dirimir as possíveis questões que
envolvam conhecimento técnico ou científico relacionados à demanda processual.
Portanto, este expert tem o dever de fazer cumprir o ofício no prazo que
lhe assina a lei, de forma a empregar diligência esclarecedora em tempo hábil.
Ainda, de acordo com CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - CPC “2015”, o perito
poderá escusar-se do encargo alegando motivo legítimo.

ASSISTENTE TÉCNICO

Assim como o perito, o assistente técnico também é uma figura muito impor-
tante no ato pericial, tendo como conceito que norteia a sua atribuição o seguinte:
assistente é a pessoa técnica que as partes envolvidas, no litígio, têm o direito de
indicar, ou seja, é a pessoa escolhida pelas partes, normalmente por critério de
confiança, e que tem a função de acompanhar o trabalho pericial durante a dili-
gência pericial, a fim de fiscalizar os trabalhos realizados pelo perito “expert”
do juiz, representando fielmente a parte que o constituiu assistente.
No atual Código de Processo Civil (2015), vemos que:

INTRODUÇÃO À PERÍCIA JUDICIAL - O PROCESSO DO TRABALHO E SEUS ATORES


31

Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e


fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo.
§ 1o Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intima-
ção do despacho de nomeação do perito:
I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
II - indicar assistente técnico;
III - apresentar quesitos.

Dessa forma, o assistente técnico nada mais é do que um consultor técnico espe-
cializado da parte e que tem grande responsabilidade em evitar que o perito, de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

certa forma, fique sem informações e/ou colha informações que não serão relevan-
tes. É a pessoa que pode evitar que o expert acabe por ter tendência à conclusão
que não seja a verdadeira, referente ao alegado nos autos processuais. O compor-
tamento desse tal perito é de ficar atento e colaborar da melhor forma possível,
evitando, assim, conflitos e/ou se indispondo sem necessidades com as partes.

Você sabia que o perito (EXPERT) é o profissional que, no desempenho da


função pericial, deve considerar os efeitos em benefício da sociedade, pro-
piciando bem-estar a todos que têm interesse no deslinde da controvérsia.
Fonte: adaptado de Inpecon (on-line)3.

Quanto às suas atribuições, além de acompanhar a perícia, o assistente técnico


pericial deverá, a critério da parte que lhe incumbiu, emitir um parecer técnico
sobre a perícia realizada, podendo o advogado da parte incluir o parecer técnico
emitido pelo assistente técnico indicado nos autos processuais, complementando
com as suas alegações a respeito do mesmo, mas, normalmente, é de praxe que
isso seja feito após o perito do juiz apresentar seu laudo, sendo este juntado aos
autos, a fim de que haja, ou não, a concordância com o laudo do perito. Portanto,
o assistente técnico deve, também, ser uma pessoa com conhecimento de causa
ou detentor de conhecimento técnico suficiente para agregar ao laudo ou que
possa contestar a favor da parte responsável pela atribuição nos autos processuais.

A Designação da PeríciaTécnica do Juízo - Nomeação do Perito e dos AssistentesTécnicos das Partes


32 UNIDADE I

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DEMAIS ATORES ENVOLVIDOS NA PERÍCIA TÉCNICA
DO JUÍZO

Ao estudarmos os componentes da ação trabalhista, verificamos que esta é muito


complexa e necessita da produção do máximo possível de provas, para que o
juiz possa tirar suas conclusões e, assim, sentenciar a ação da melhor forma de
direito possível, evitando prejuízos a qualquer uma das partes.
O perito do juiz, ao aceitar o devido encargo, irá realizar agenda com
antecedência, a data e o local da realização da perícia, informando às partes
o dia, horário e local, bem como o que mais será necessário apresentar no
dia das diligências.
Sendo assim, para o dia da perícia em questão, devem estar presentes, pre-
ferencialmente, as partes: reclamante (advogado e reclamante) e reclamado
(advogado, preposto, lideranças da época, paradigma que tenha trabalhado na
época). Se assim desejar e o perito do juiz achar pertinente, poderá autorizar a
participação de outros atores apresentados pelo reclamado, que possa contribuir
para esclarecimento das dúvidas.

INTRODUÇÃO À PERÍCIA JUDICIAL - O PROCESSO DO TRABALHO E SEUS ATORES


33
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ANÁLISE DOCUMENTAL ENVOLVIDA NO PROCESSO


E PERTINENTE À PERÍCIA TÉCNICA DO JUÍZO

Na ação trabalhista, os meios ou instrumentos de prova são as principais fontes


para o esclarecimento dos fatos apontados nos autos do processo, e, por intermé-
dio desses instrumentos, o juiz poderá obter os elementos de prova necessários
ao estabelecimento da verdade sobre os fatos levantados na ação.
Outro entendimento usual na ação trabalhista é de que os meios de prova
são instrumentos pessoais ou materiais que são apresentados ao processo pelas
partes, tudo no intuito de proporcionar ao juiz a verdade absoluta para o devido
julgamento, dirimindo as dúvidas e estabelecendo, entre as partes, o que é de
direito a cada uma sobre os fatos levantados na ação, cabendo, assim, para meios
de prova, o uso de todos os meios legais e moralmente legitimados, dentre eles:
a) Depoimentos pessoais;
b) Confissão;
c) Exibição de documentos ou coisas;
d) Prova testemunhal;

e) Inspeção judicial e prova pericial.

Análise Documental Envolvida no Processo e Pertinente à Perícia Técnica do Juízo


34 UNIDADE I

Todos esses meios de prova apresentados e juntados aos autos são disponibiliza-
dos aos advogados das partes, aos peritos judiciais e a todas as partes envolvidas
na ação, por intermédio dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT´s) de cada
estado, por meio da consulta ao meio físico, quando não houver o sistema digital
implantado, e por meio de acesso digital em que já estão implantados os siste-
mas de consulta aos autos. Dessa forma, todos os atores pertinentes têm acesso
ao processo e à toda documentação envolvida para consulta, sendo que, assim,
podem se manifestar sobre os mesmos, a fim de promover, ao juiz de direito, os
esclarecimentos devidos. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ, on-line)4 deixa

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
vários esclarecimentos sobre os processos digitais, e o site do Processo Judicial
eletrônico (PJe, on-line)5 esclarece várias dúvidas dos usuários sobre a melhor
maneira de se utilizar o site para acesso aos processos digitais, facilitando assim
a manipulação do sistema informatizado.
Diante do exposto, notamos que é necessário anexar a defesa trabalhista por
ambas as partes (contestação), documentos probatórios diversos ao contrato
laboral e, dentre estes, aqueles que também servirão como base para a perícia
trabalhista; sendo assim, verificamos que os principais documentos relativos ao
contrato de trabalho e que devem, se possível, ser apresentados aos autos são:
■■ O contrato de trabalho firmado entre as partes;
■■ Aditivos contratuais (transferência de local, transferência de horário de
trabalho, promoções etc.);
■■ Livro ou ficha de registro de empregado;
■■ Acordos e convenção coletiva de trabalho da categoria ou Acordo ou
Convenção Coletiva de Trabalho firmada com o sindicato da classe;
■■ Cartão ponto de todo o período;
■■ Atestados médicos;
■■ Licença maternidade;
■■ Recibos de pagamento de todo período reclamado, inclusive 1ª e 2ª par-
cela do 13º salário;
■■ Aviso e recibos de férias pagos;

INTRODUÇÃO À PERÍCIA JUDICIAL - O PROCESSO DO TRABALHO E SEUS ATORES


35

■■ Comunicação de acidente de trabalho – CAT;


■■ Advertências disciplinares, suspensões;
■■ Aviso Prévio;
■■ Termo de rescisão de contrato de trabalho e canhoto comprovando a
entrega do Seguro Desemprego (caso necessário).

Uma observação importante é que qualquer outro documento comprobatório


das alegações da reclamação e ou defesa e que sejam pertinentes ao esclareci-
mento dos fatos devem ser apresentados, anexados ao processo para ciência do
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

juízo de direito e/ou as partes interessadas, a fim de que possam manifestar-se


e/ou apenas tomar ciência da existência dos mesmos.
Um fato importante e muito relevante é que a legislação estabelece a docu-
mentação a ser juntada com a defesa, devendo conter o máximo possível de
informações, de modo a permitir ao juiz do direito avaliar quais são as alega-
ções das partes e, assim, poder formar o seu livre convencimento, imputando,
em um primeiro momento, ao empregador essa obrigação, que é conhecida, no
meio jurídico, como “ônus da prova”.
Na fase das perícias judiciais, momento em que são realizadas as inspeções
ou perícias in loco (perícias no local), o objetivo principal é realizar, a pedido do
juízo de direito do trabalho, uma análise minuciosa do ambiente laboral em que
se decorreu a prestação de serviços pela parte reclamante ou reclamada. Essa aná-
lise tem como grande objetivo analisar o local de trabalho, escutar todas as partes
e, preferencialmente, os paradigmas (quando necessário), não deixando de lado
uma parte muito importante, que é a verificação de documentos juntados aos autos
e/ou apresentados no dia da perícia, isto é, quando permitido pelo juiz a análise
de documentos que estejam fora do âmbito do processo; se permitido, o expert
poderá, desta forma, solicitar e analisar os seguintes documentos ou outros per-
tinentes ao processo, conforme seu conhecimento e, também, conforme o caso
apresentado nos autos, sendo, no mínimo, solicitado os seguintes documentos:
I. PPRA – Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais;
II. PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional;
III. AET – Análise Ergonômica do Trabalho;

Análise Documental Envolvida no Processo e Pertinente à Perícia Técnica do Juízo


36 UNIDADE I

IV. LTCAT – Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho;


V. PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção;
VI. Dispositivos da NR 01 – Ordens de Serviço e Segurança;

VII. Outros pertinentes.

Além disso, para chegar aos objetivos dentro da fase da perícia in loco, o perito
expert deverá utilizar, como metodologia, a verificação de todos os documentos
que envolvem a atividade laboral do reclamante durante todo o seu pacto laboral

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
para a reclamada, podendo, assim, ter seu convencimento sobre os fatos docu-
mentados, sobre os fatos que observou durante a diligência e, também, sobre o
que lhe foi dito pelas partes envolvidas nos autos e presente no dia da perícia.

INTRODUÇÃO À PERÍCIA JUDICIAL - O PROCESSO DO TRABALHO E SEUS ATORES


37

ELABORAÇÃO DE FOLHA DE COLETA DE DADOS


PARA PERÍCIA TÉCNICA DO JUÍZO

Como estudamos até o presente tópico,


percebemos que a perícia técnica se
desenvolve por meio da análise de docu-
mentos e coleta de dados, para que, ao
final, o expert e/ou assistentes técnicos
possam realizar seus documentos perti-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

nentes - o Laudo técnico (Insalubridade,


Periculosidade ou Acidente do traba-
lho) para o perito do juízo, e o Parecer
Técnico Pericial (Insalubridade,
Periculosidade ou Acidente do trabalho)
para os assistentes técnicos das partes
- e que esses documentos estejam bem
elaborados e que possam estar forne-
cendo dados que realmente ajudem a
esclarecer e elucidar as dúvidas do juízo
de direito do trabalho e as partes sobre os fatos que geraram a ação trabalhista.
Diante desse fato, a elaboração de uma boa folha de coleta de dados é fundamen-
tal tanto para o perito do juízo quanto para os assistentes técnicos, visto a quantidade
de informações que deverão ser coletadas e, também, a relevância dessas informa-
ções, que não podem ser esquecidas ou deixada para serem anotadas posteriormente.
Quando pensamos em folha de coleta de dados, nos resta, muitas vezes, dúvi-
das sobre o que colocar no formulário. Sendo assim, é muito importante ter campos
para preencher em que se possa relacionar todos os dados que forem relevantes à
elaboração do laudo ou parecer; nas folhas de campo, é importante o espaço dei-
xado para ser anotando tudo que for pertinente, pois após a fase de coleta de dados,
quando o perito e/ou assistente técnico for realizar uma análise mais afunda dos
dados coletados, ele utilizará apenas o que é importante e deixar de lado o que não
irá agregar ou aquilo que não servir para elaboração do laudo ou parecer.

Elaboração de Folha de Coleta de Dados Para Perícia Técnica do Juízo


38 UNIDADE I

Inúmeras são as formas de escrita e coleta de dados, bem como inúmeros


são os modelos de formulários existentes, portanto, será apresentado um modelo
simples e usual que segue a característica da grande maioria dos formulários uti-
lizados para perícias, lembrando, apenas, que o profissional da área da segurança
do trabalho que se propor a atuar como perito e/ou assistente técnico pericial
deverá analisar e montar para si o formulário que melhor lhe couber e/ou aquele
que julgar melhor para seus levantamentos em campo.
Figura 1 - modelo de folha de campo - coleta de dados
Fonte: o autor.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O modelo de folha de campos deu a você, caro(a) aluno(a), uma visualização
melhor de como preencher o formulário. Isso destaca a importância da coleta

INTRODUÇÃO À PERÍCIA JUDICIAL - O PROCESSO DO TRABALHO E SEUS ATORES


39
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

de informações de maneira correta.

Elaboração de Folha de Coleta de Dados Para Perícia Técnica do Juízo


40 UNIDADE I

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado (a) acadêmico(a), esta unidade lhe proporcionou vários conhecimentos


introdutórios a respeito do processo ou ação trabalhista; serviu para uma breve
descrição das intervenções nas ações trabalhista, principalmente como funciona
o processo, suas partes e as principais peças envolvidas, sejam legais, documentais
ou pessoais; procurou introduzir você nesse contexto como um futuro profis-
sional da área e que poderá se tornar gestor de saúde e segurança do trabalho,
bem como possível assistente técnico de uma das partes. Sendo assim, é possível

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
conhecer um pouco do que é ser perito ou assistente técnico e as responsabilida-
des que cabe a cada um nas diligências periciais e as origens das quais tiramos a
base para as atuais metodologias de avaliação ocupacionais e documental quanto
à incumbência da realização de uma perícia técnica.
Presentes nos dias de hoje, o estudo deste livro, como pode perceber, o
levará a questionamentos gerais para estimular o seu pensamento crítico quanto
às ações trabalhistas e o processo trabalhista como um todo. Na prática, as dis-
posições contidas no texto da unidade acabam por se tornar complexas em um
primeiro entendimento, pois, apesar de uma atividade de cunho técnico, têm
junção importante com as questões trabalhistas e as ações judiciais, o que faz
com que o profissional da área de segurança do trabalho, envolvido nesta ativi-
dade, tenha que se aprofundar em conhecimentos muito importantes, quanto à
interpretação de dados e fatos, bem como no estudo e aprimoramento da escrita
técnica para produção de laudos e documentações judiciais.
Sendo assim, o entendimento pretendido é que se possa perceber as defini-
ções básicas do processo trabalhista e suas partes, e a possível participação do
profissional de segurança e saúde do trabalho no que tange às avaliações ocupa-
cionais enquanto perito do juízo ou assistente técnico, imparcial, esclarecedor de
fatos verdadeiros e/ou inverídicos para o entendimento final do juiz de direito
do trabalho.

INTRODUÇÃO À PERÍCIA JUDICIAL - O PROCESSO DO TRABALHO E SEUS ATORES


41

1. CONCEITO E O PAPEL DA PERÍCIA JUDICIAL


Perícia judicial é a forma de produção de prova por parte de um profissional que tem
a indicação de um juiz; no caso, o Perito Judicial é o profissional possuidor de diploma
de grau superior ou provido de conhecimento técnico, científico ou artístico, na precisa
expressão do chamado “notório saber”, legalmente habilitado ou munido de parecer
de suficiência emitido por entidade de reconhecimento público, dentro do território
nacional, nomeado pelo Juízo para atuar em processo judicial que tramitam em Varas
e Tribunais de Justiça Regionais, Estaduais e Federais, com a finalidade de pesquisar e
informar a verdade sobre as questões propostas, por meio de laudos.
Para atuar como perito judicial, não é necessário prestar concurso público, nem estar
vinculado a alguma instituição ou emprego.
A perícia possui por suas principais características a flexibilidade de horários para exe-
cutar tarefas, prazos relativamente grandes de entrega do laudo e cunho solitário da
atividade; pouco dependente de fatores externos, torna-se um dos principais atrativos
aos que procuram segurança numa atividade profissional paralela.
O perito é chamado pela Justiça para dar pareceres técnicos em processos judiciais, nos
quais podem estar envolvidos pessoas físicas, jurídicas e órgãos públicos. O parecer téc-
nico é dado por meio de um Laudo escrito, que será assinado pessoalmente pelo perito.
O Laudo passa a ser uma das peças que compõem um processo judicial.
A Perícia é sempre realizada para que a autoridade julgadora tenha condições de tomar
uma decisão correta, imparcial e justa. Em se tratando de Perícia Judicial, que totaliza
99% dos casos, ela é sempre determinada pelo Juiz julgador da questão, a pedido das
partes ou por iniciativa própria do magistrado.
2. IMPORTÂNCIA DA PERÍCIA JUDICIAL
Quando falamos em processo trabalhista, a primeira lembrança que temos é a audiên-
cia. Na frente do juiz serão expostos todos os fatos e fundamentos jurídicos que levaram
a ingressar com a ação. Entretanto, a audiência não é o único ato dentro de um pro-
cesso. Uma perícia mal feita pode comprometer todo o andamento de um processo e
prejudicar tanto o réu quanto o autor do processo. O juiz nomeia técnicos nas áreas de
segurança e medicina do trabalho para que visitem o local de trabalho do reclamante e
emitam pareceres sobre as condições de trabalho.
3. CLASSIFICAÇÃO DAS PERÍCIAS
A perícia judicial é aquela determinada pela justiça de ofício ou a pedido das partes en-
volvidas, já a extrajudicial é feita a pedido das partes, particularmente.
A perícia necessária (ou obrigatória) é a imposta por lei ou pela natureza do fato, quando
a materialidade do fato se prova pela perícia. Se não for feita, o processo é passível de
nulidade. A facultativa ocorre quando se faz prova por outros meios, sem necessidade
da perícia.
42

A perícia se dá por determinação do juiz. Pode ser requerida quando é solicitada pelas
partes envolvidas no litígio. Cautelar é a realizada na fase preparatória da ação, quando
realizada antes do processo (ad perpetuam rei memorian). Pode se dar de forma direta,
tendo presente o objeto da perícia e Indireta quando feita pelos indícios ou sequelas
deixadas.
4. CONHECIMENTO SOBRE O PEDIDO
No âmbito trabalhista, as perícias abordam questões, como: insalubridade, periculosi-
dade e, também, itens como ergonomia e acidente de trabalho. Vamos utilizar como
exemplo a perícia que versa sobre periculosidade.
Não é necessário ao autor, no momento do evento pericial, ter o conhecimento de toda
lei referente à periculosidade, contudo, precisa saber que a sua atividade desenvolvida
na empresa deverá, obrigatoriamente, preencher alguns requisitos: a) Ao tipo contato
com determinada atividade perigosa; b) Que além de perigosa, essa atividade cause
risco acentuado ao trabalhador a ponto de, em caso de acidente, lhe tirar a vida ou muti-
lá-lo; c) E, ainda, que essa atividade esteja definida em Lei, ou como no caso da radiação
ou substâncias ionizantes, definida em portaria expedida pelo Ministério do Trabalho.
5. POSTURA DAS PARTES
Ao mesmo tempo em que é importante autores e réus informarem e mostrarem com
detalhes como são desenvolvidas as atividades que geraram a controvérsia, tão ou mais
essencial é a atuação do perito. Ele deve anotar cada detalhe do que foi dito por cada
uma das partes e, se possível, colher informações fotográficas do local de trabalho, para
que o juiz possa emitir sua decisão com base nas informações do posterior laudo.
6. INTERAÇÃO DAS PARTES SOBRE O PARECER DO LAUDO
O laudo é o documento que irá embasar a decisão do juiz quanto ao merecimento ou
não do adicional de insalubridade ou periculosidade. Um laudo pode ser impugnado
quanto a falta ou excesso de informações, porém, as partes precisam estar atentos aos
que foi dito na perícia, de preferência anotando itens mencionados no evento. [...]
7. LAUDO X SENTENÇA: O REAL EFEITO DA PERÍCIA NO PROCESSO
O juiz constrói sua decisão a partir do confronto dos pedidos, com as provas, as normas
legais, a doutrina e a jurisprudência. O perito deve construir o seu laudo, também, com
base nos pedidos que justificaram a prova técnica, as normas legais normalmente apli-
cáveis aos casos congêneres (sem fazer juízos de valor ou decidir entre elas – se houver
divergência doutrinária ou jurisprudencial que possa implicar em mais de um caminho,
deve indagar o parâmetro a ser utilizado na aferição).
O juiz, somente ele, fixa os conceitos jurídicos e sua aplicação. É incorreto o perito afir-
mar que a vítima merece ou desmerece indenização ou o adicional “x” ou “y” e sim que
ela possui ou não possui incapacidade em tal grau ou teve um prejuízo de “z” ou não
emergiram prejuízos do fato etc. É verdade que o próprio juiz induz o perito a emitir con-
43

ceitos ao quesitar, como também é verdade que faz a mesma coisa com testemunhas
(ao indagar, por exemplo, se fulano é honesto, em vez de perguntar o que sabe sobre os
fatos que poderiam indicar o contrário).
Mencionado anteriormente, o laudo será um dos instrumentos que auxiliará o juiz na
promulgação da sentença.

Fonte: adaptada de Galia e Feijó (2016, on-line)6.


44

1. No contexto geral do Processo do trabalho, verificamos que este existe em fun-


ção de demanda para esclarecer hipóteses levantadas por trabalhadores que,
de alguma forma, sentiram-se lesados por seus empregadores, fatos estes que
serão dirimidos na Justiça do trabalho. Diante do exposto, a justiça do trabalho
dispõe de três órgãos competentes para esclarecer e julgar esses fatos levanta-
dos. Quais são os três?
a) Juntas comerciais, tribunais regionais, tribunais superiores.
b) Juntas militares, tribunais do trabalho, tribunais superior.
c) Juntas individuais e julgamento, tribunais regionais de julgamento, tribunais
superiores do trabalho.
d) Juntas de conciliação e julgamento, tribunais regionais do trabalho, tribunal
superior do trabalho.
e) Tribunal de julgamento, junta regional do trabalho, tribunal superior de
julgamento.
2. Sabemos que o processo trabalhista é um complexo de atos que possui sequências
e diversos termos por meio dos quais são concretizadas as prestações jurisdicional,
por intermédio de um instrumento chamado “Ação”, que nada mais é do que o
meio pelo qual o empregado ou empregador se utiliza para satisfazer um prejuízo
que, eventualmente, tenha tido da relação de trabalho entre ambos; sendo assim,
no processo trabalhista, existem alguns princípios fundamentais tais como:
I. Finalidade Social: em razão da própria diferença entre as partes. O Direito do
Trabalho procura assegurar que haja um equilíbrio entre o empregado e o em-
pregador. O processo trabalhista permite que o mais fraco (empregado) goze
de benefícios que não atingem o empregador, como, por exemplo, a isenção do
depósito recursal.
II. Oralidade: o processo do trabalho é eminentemente oral, isto é, nele prevalece
a palavra falada, não só pela valorização da conciliação (acordo), mas também
pela própria faculdade à parte de propor uma ação ou se defender, sem interme-
diação de advogado (embora não seja muito recomendado pela falta de conhe-
cimento técnico).
III. Celeridade: as questões trabalhistas, por trazerem em seu ânimo o único meio
de sobrevivência do trabalhador e de sua família (salário), nada justificaria a de-
mora na resolução do conflito. A Justiça Trabalhista prevê, por exemplo, que se
o juiz perceber que a reclamada se utiliza de recursos com fins exclusivamente
protelatórios (adiar o julgamento), poderá aplicar-lhe multa por tal ato.
IV. O processo trabalhista possui características próprias, que se orienta por princí-
pios sem muitas complexidades, visando dar maior celeridade processual e re-
solver o conflito com o menor tempo possível.
45

Assinale a alternativa correta:


a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas I, II e III estão corretas.
e) Apenas II, III e IV estão corretas.
3. A título de esclarecimento sobre o Juiz nomear um perito técnico para lhe assistir
em caso de necessidade de perícia técnica especializada, a fundamentação está
no CPC - Código de processo Civil vigente, propriamente no Art. 156: “o juiz será
assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico
ou científico”. Sendo assim, assinale verdadeiro (V) ou falso (F).
( ) Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e
os órgãos técnicos ou científicos, não necessitando estarem inscritos em cadas-
tro mantido pelo tribunal, ao qual o juiz está vinculado.
( ) Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública
por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de
grande circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de clas-
se, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Bra-
sil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados.
( ) Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manuten-
ção do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhe-
cimento e a experiência dos peritos interessados.
( ) Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos
termos dos arts. 148 e 467, o órgão técnico ou científico nomeado para realiza-
ção da perícia informará ao juiz os nomes e os dados de qualificação dos profis-
sionais que participarão da atividade.
( ) Na localidade em que não houver inscrito no cadastro disponibilizado
pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair
sobre profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do
conhecimento necessário à realização da perícia.
46

4. Para que o juízo de direito do trabalho possa analisar preliminarmente o pro-


cesso, necessita saber quais os fatos que levaram a demanda; sendo assim, as
partes devem elencar e juntar aos autos documentação necessária, fato este que
encontra amparo legal na legislação que estabelece a documentação a ser jun-
tada com a defesa, devendo conter o máximo possível de informações de modo
a permitir, ao juiz do direito, avaliar quais são as alegações das partes e, assim,
poder formar o seu livre convencimento, imputando, em um primeiro momento,
ao empregador essa obrigação, que é conhecida no meio jurídico com “ônus da
prova”. Sendo assim, conforme apresentado na Unidade I do livro, quais os
principais documentos referentes ao contrato de trabalho devem ser apre-
sentados e juntados aos autos processuais?
a) Livro ou ficha de registro de empregado, Acordos e convenção coletiva de
trabalho, Cartão ponto, Atestados médicos, Licença maternidade, Recibos
de pagamento, Aviso e Recibos de férias, Comunicação de acidente de tra-
balho – CAT, Termo de rescisão de contrato de trabalho, Canhoto compro-
vando a entrega do Seguro Desemprego.
b) O contrato de trabalho, Livro ou ficha de registro de empregado, Acordos e
convenção coletiva de trabalho, Cartão ponto, Atestados médicos, Licença
maternidade, Recibos 13º salário, Aviso e Recibos de férias, Sanções disci-
plinares, Termo de rescisão de contrato de trabalho, Canhoto comprovan-
do a entrega do Seguro Desemprego.
c) O contrato de trabalho, Aditivos contratuais, Livro ou ficha de registro
de empregado, Acordos e convenção coletiva de trabalho, Cartão ponto,
Atestados médicos, Licença maternidade, Recibos de pagamento, Recibos
13º salário, Aviso e Recibos de férias, Comunicação de acidente de trabalho
– CAT, Sanções disciplinares, Termo de rescisão de contrato de trabalho,
Canhoto comprovando a entrega do Seguro Desemprego.
d) O contrato de trabalho, Aditivos contratuais, Livro ou ficha de registro
de empregado, Acordos e convenção coletiva de trabalho, Cartão ponto,
Recibos de pagamento, Recibos 13º salário, Aviso e Recibos de férias, Co-
municação de acidente de trabalho – CAT, Sanções disciplinares, Termo de
rescisão de contrato de trabalho.
47

5. Pensando na coleta em campo e que é muito importante as anotações realizadas


pelo perito, em virtude de que o laudo será realizado posterior à diligência, o
que é importante ao perito na hora de elaborar sua folha de campo?
a) É muito importante ter campos em que se possa relacionar todos os dados
que forem relevantes, anotando tudo que for pertinente.
b) É muito importante ter campos de preenchimento obrigatório.
c) É muito importante ter campos para preenchimento apenas de dados da
empresa.
d) É muito importante ter campos para anotar o nome dos componentes da
saúde e segurança do trabalho.
MATERIAL COMPLEMENTAR

Perícias de Engenharia de Segurança do Trabalho.


Aspectos Processuais e Casos Práticos
Zung Che Yee
Editora: Juruá
Sinopse: a presente obra intitulada Perícias de Engenharia de
Segurança do Trabalho: Aspectos Processuais e Casos Práticos
atende aos anseios dos profissionais operadores da área
jurídica e de perícias em geral, para o melhor aprofundamento
de questões enfrentadas no exercício da profissão, como a
formulação dos quesitos específicos e o estudo de casos práticos verificados no cotidiano como
subsídios de contestações. Composta de cinco capítulos, aborda sequencialmente as perícias
de engenharia de segurança do trabalho na atualidade; estabelece estratégias e critérios para a
formulação de quesitos e apresenta casos reais de perícias de insalubridade e periculosidade e de
indenização por acidente de trabalho. Por fim, casos diversos sobre distintas naturezas periciais
encontram-se ilustradas no livro. Paralelamente, pretende, com essa contribuição, oferecer aos peritos
habilitados, quanto à aprendizagem nas diferentes formas, metodologia de realização pericial e seus
desdobramentos. Tem o propósito de preencher a lacuna, atualmente existente, da ausência de obras
contemporâneas direcionadas ao estudo da prova pericial por agrupamento de similaridade de ações
e da discussão e compreensão das metodologias de realização de perícias dentro de um sentido mais
amplo.

Perícia Judicial e Assistência Técnica em Insalubridade e Periculosidade


Veja a aula Perícia Judicial e Assistência Técnica em Insalubridade e Periculosidade.
Como o Assistente Técnico e o Perito Judicial podem ou devem proceder durante uma perícia
de insalubridade e/ou periculosidade? Conhecer seus direitos e obrigações na perícia judicial é
importantíssimo para garantir uma conclusão pericial favorável. Acesse o link disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=K1Wl85A6d88>
Caro acadêmico, nosso assunto “Perícias” é muito complexo, porém, focado neste link, apresentamos
alguns bons esclarecimento caso deseje aprofundar seus conhecimentos nessa área da segurança e
saúde ocupacional.
Disponível em: <http://www.manualdepericias.com.br/pericias-de-insalubridade-e-periculosidade-
perito-justica-do-trabalho/>
49
REFERÊNCIAS

ALMEIDA, E. S. Sentença e coisa julgada no processo trabalhista. In: Âmbito Jurídi-


co, Rio Grande, XV, n. 98, mar., 2012. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.
com.br/site/index.php?artigo_id=11239&n_link=revista_artigos_leitura>. Acesso
em: 07 jun. 2017.
BRASIL. Código de Processo Civil [vários artigos]. Disponível em: <http://www.pla-
nalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 06 jun.
2017.
______. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasí-
lia: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
______. Decreto-Lei N° 1.608, de 18 de setembro de 1939. Código de Processo
Civil. Presidência da República. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/decreto-lei/1937-1946/Del1608.htm>. Acesso em: 06 jun. 2017.
______. Decreto-Lei N° 5.452, de 1 de maio de 1943. Aprova a Consolidação das
Leis do Trabalho. Presidência da República. Disponível em: <https://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>. Acesso em: 05 jun. 2017.
______. Decreto-Lei N° 8.570, de 8 de janeiro de 1946. Da nova redação a disposi-
tivos do Código de Processo Civil. Presidência da República. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1937-1946/Del8570.htm>. Acesso em:
06 jun. 2017.
______. Lei N° 8.455, de 24 de agosto de 1992. Altera dispositivos da Lei n° 5.869,
de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, referentes à prova pericial.
Presidência da República. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/1989_1994/L8455.htm>. Acesso em: 06 jun. 2017.
STÜRMER, G. Efetivação da justiça e conciliação no processo do trabalho brasileiro.
Revista Páginas de Direito, Porto Alegre, ano 15, n. 1244, mai., 2015. Disponível
em: <http://www.tex.pro.br/artigos/305-artigos-mai-2015/7146-efetivacao-da-jus-
tica-e-conciliacao-no-processo-do-trabalho-brasileiro>. Acesso em: 07 jun. 2017.
VENDRAME, A. C. F. Curso de Introdução à perícia Judicial. Editora LTR, 1997.
50
REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS ON-LINE

1
Em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/processo_trabalho.htm>.
Acesso em: 05 jun. 2017.
2
Em: <http://gilbertomelo.com.br/a-pericia-judicial-do-trabalho-a-luz-do-novo-
-cpc/>. Acesso em: 6 jun. 2017.
3
Em: <http://inpecon.com.br/caminhos-da-pericia-judicial/>. Acesso em: 6 jun.
2017.
4
Em: <http://www.cnj.jus.br/>. Acesso em: 6 jun. 2017.
5
Em: <http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/P%C3%A1gina_principal>. Acesso
em: 6 jun. 2017.
6
Em: <http://emporiododireito.com.br/a-importancia-da-pericia-judicial-no-pro-
cesso-trabalhista-por-rodrigo-wasem-galia-e-paulo-vinicius-feijo/>. Acesso em: 7
jun. 2017.
51
REFERÊNCIAS
GABARITO

1) D.
2) D.
3) F, V, V, V, V.
4) C.
5) A.
Professor Esp.Edinei Aparecido Furquim dos Santos

II
ESTUDO DE LAUDO
PERICIAL - ADICIONAL DE

UNIDADE
INSALUBRIDADE/ADICIONAL
DE PERICULOSIDADE

Objetivos de Aprendizagem
■■ Proporcionar ao acadêmico o conhecimento para poder avaliar
os agentes Físicos, por meio de Inspeção e caracterização e
descaracterização - métodos investigativos.
■■ Proporcionar ao acadêmico o conhecimento para poder avaliar os
agentes Químicos e Poeiras, por meio de Inspeção e caracterização e
descaracterização - métodos investigativos.
■■ Proporcionar ao acadêmico o conhecimento para poder avaliar
os agentes Biológicos, por meio de Inspeção e caracterização e
descaracterização - métodos investigativos.
■■ Capacitar o acadêmico para que possa avaliar os agentes Periculosos,
por meio de Inspeção e caracterização e descaracterização - métodos
investigativos.
■■ Propiciar conhecimento técnico para que o acadêmico, tenha noções
para a realização e elaboração de quesitos técnicos, folhas de campo e
coleta de dados.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Agentes Físicos - Inspeção e caracterização e descaracterização -
métodos investigativos
■■ Agentes Químicos e Poeiras - Inspeção e caracterização e
descaracterização - métodos investigativos
■■ Agentes Biológicos - Inspeção e caracterização e descaracterização -
métodos investigativos
■■ Agentes Periculosos - Inspeção e caracterização e descaracterização -
métodos investigativos
■■ Elaboração de quesitos técnicos, folhas de campo e coleta de dados
55

INTRODUÇÃO

Quando passamos a tratar do laudo pericial, temos que este deve ser um docu-
mento que procure mostrar toda a realidade encontrada pelo perito por meio
das informações que recebeu, viu e presenciou durante a sua diligência pericial,
seguindo todos os preceitos legais e compreendendo o máximo possível do que
a lei exige. Vejamos: de acordo com o art. 157 do Decreto-lei nº 5.452/43, que
instituiu a Consolidação das Leis trabalhistas (CLT), todas as empresas que têm
funcionários/trabalhadores registrados devem adotar medidas preventivas e fazer
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

cumprir as NR´s - Normas de segurança e medicina do trabalho.


Nos artigos, são traçadas, em linhas gerais, a regulamentação quanto às con-
dições mínimas para garantir a saúde e a integridade do trabalhador no ambiente
de trabalho. Verifica-se na CLT, no “Capítulo V”, que é delegado ao Ministério
do Trabalho a edição de normas que estabeleçam parâmetros técnicos acerca da
segurança e medicina do trabalho a serem observados pelas partes integrantes
da relação trabalhista, a fim de efetivar as garantias constitucionalmente insti-
tuídas de direitos e deveres dos trabalhadores.
Portanto, passamos a compreender os detalhes relacionados à legislação e,
posteriormente, à perícia, o nível de detalhes de um processo trabalhista; passa-
mos a nos dedicar mais e mais a buscar o conhecimento para nossas ações como
peritos técnicos e/ ou peritos assistentes.
Tais ações se tornam relevantes ao esclarecimento de todas as possíveis dúvi-
das que podem se originar na ação trabalhista e que, de alguma forma, não seja
uma verdade absoluta e/ ou, até mesmo, inverdade. Assim, a ação pericial é o
fim para se produzir um meio de prova para os possíveis fatos da causa, a fim
de esclarecer ao Juiz fatos e dados relevantes.
Sendo assim, passamos a falar de perícia propriamente dita, porém necessi-
tamos rever alguns conceitos importantes e que farão toda a diferença, conceitos
relacionados aos agentes Físicos, Químicos e Biológicos, quanto à ambiente labo-
ral, forma de investigação e análise e posterior documentação em laudo técnico
pericial.

Introdução
56 UNIDADE II

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
AGENTES FÍSICOS - INSPEÇÃO E CARACTERIZAÇÃO
E DESCARACTERIZAÇÃO - MÉTODOS
INVESTIGATIVOS

O processo de reconhecimento dos riscos em relação ao ambiente de trabalho é rea-


lizado por meio de inspeções preliminares no exato local onde houve o pacto laboral.
Desse modo, são levantados os riscos potenciais em determinadas atividades reali-
zadas nesse local de trabalho. Posterior ao reconhecimento, a avaliação é realizada
por meio da utilização de métodos específicos, avaliando-se qualitativamente e, se
necessário, quantitativamente os agentes prejudiciais ao trabalhador, verificando
se houve o Controle dos riscos encontrados, se existe a documentação pertinente
e que diz respeito às medidas a serem tomadas, com base nos dados verificados no
ambiente de trabalho pela avaliação e reconhecimento, dados que devem ser detalha-
dos, exemplificando o local de trabalho, máquinas utilizadas, operações realizadas etc.
A base legal para adoção dos procedimentos para a avaliação de alguns agen-
tes de risco está disposta na Norma Regulamentadora – NR15 – Atividades e
Operações Insalubres. Em acordo com a NR 15, o trabalhador não deve exceder
o limite de tolerância de exposição aos agentes, sendo que Limite de Tolerância
é a concentração ou intensidade máxima ou mínima que tem relação direta com
a natureza e o tempo de exposição ao agente, e que não causará danos à saúde
do trabalhador, durante a seu pacto laboral.

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/ADICIONAL DE PERICULOSIDADE


57

O trabalhador que labora em ambiente de trabalho que ofereça riscos à sua


saúde tem o direito de receber adicional de insalubridade e periculosidade,
como recompensa pela exposição aos agentes nocivos à saúde em prol da
atividade desenvolvida na empresa.
Para saber mais, acesse o link disponível em: <https://advocaciafrederico-
teotonio.jusbrasil.com.br/artigos/376342482/a-relevancia-da-pericia-de-in-
salubridade-e-periculosidade-no-processo-do-trabalho>.
Fonte: Teotônio (2016, on-line)1.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Alguns agentes elencados pela NR 15 e que normalmente são alvos de discussão


e motivos de averiguação em perícia técnica são os agentes Físicos, conforme
veremos a seguir:

AGENTES FÍSICOS

1. Ruído

O ruído é qualquer “sensação sonora indesejável”. Sendo assim, o ruído exces-


sivo tem vários efeitos indesejáveis sobre o organismo humano, entre eles estão
alguns que são discutíveis, sendo que o principal efeito e que é amplamente com-
provado é “o dano ao aparelho auditivo” - este pode levar à surdez permanente
e incapacitante.
a) Como avaliar?
Via de regra, a unidade de avaliação do ruído é o decibel (DB), sendo que este
é uma unidade não dimensional e, assim, conforme a norma, os níveis de ruído
contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB), com instrumento
de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação “Curva - A” e
circuito de resposta (Lenta-SLOW). Um fato muito relevante é de que as leituras
devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador e os tempos de exposição
aos níveis de ruído não devem exceder os limites de tolerância pré-fixados no
Anexo 1 da NR 15.

Agentes Físicos - Inspeção e Caracterização e Descaracterização - Métodos Investigativos


58 UNIDADE II

b) Observação: dose de Ruído

Aprendemos que os limites de tolerância fixam tempos máximos de exposição


para determinados níveis de ruído conhecidos, porém, também se sabe que, pra-
ticamente, não existem tarefas e atividades profissionais nas quais o indivíduo
fica exposto única e exclusivamente a um único nível de ruído durante toda a
sua jornada de trabalho. Diante dessa situação, observamos que o que ocorre
são exposições a tempos variados e a níveis de ruído variados, o que dificulta
o trabalho pericial; sendo assim, para quantificar tais exposições, deve-se utili-
zar o conceito da dose acumulada, que nada mais é do que o resultado em uma

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ponderação para diferentes situações acústicas (ruídos diferentes), esta estando
de acordo com o tempo de exposição e o tempo máximo permitido, de forma
cumulativa durante a jornada de trabalho.
2. Vibrações

O conceito principal de vibração, quando estudamos esse risco, é de que a vibra-


ção é qualquer tipo de movimento que o corpo executa em torno de um ponto
fixo, sendo que esse movimento pode ser regular - do tipo senoidal - ou irregular
- quando não segue nenhum padrão determinado -. Portanto, a vibração é defi-
nida por três variáveis distintas: a frequência (Hz), a aceleração máxima sofrida
pelo corpo (m/s2) e pela direção do movimento, porém, a direção do movimento
é dada em três eixos, chamados: X - das costas para frente, Y - da direita para
esquerda e Z - dos pés à cabeça.
a) Como avaliar ?

A norma brasileira NR 09 e NR 15 estabelece níveis máximos de vibra-


ção, utilizando os dados especificados pelas recomendações da ISO 2631,
sendo regulamentada pela Portaria Nº 1.297, DE 13 DE AGOSTO DE 2014
- Publicada no DOU de 14/08/2014 - Alterada pela Portaria nº 1.471/2014
- DOU 25/09/2014:
Aprova o Anexo 1 - Vibração - da Norma Regulamentadora nº 9 - Programas
de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), altera o Anexo 8 - Vibração - da
Norma Regulamentadora nº 15 - Atividades e Operações Insalubres, e dá outras
providências.

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/ADICIONAL DE PERICULOSIDADE


59

b) Observação:

A vibração pode afetar o corpo inteiro ou apenas parte do corpo, como as mãos
e os braços.
3. Ambientes Térmicos

Trabalho em temperaturas extremas, particularmente quentes ou frias, trazem


riscos à saúde dos trabalhadores, sendo perceptível que a capacidade muscular
do trabalhador se reduz, seu rendimento decai e a atividade mental se altera,
apresentando perturbação da coordenação sensório-motora e possíveis riscos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

de doenças e/ou acidentes.


a) Como avaliar?
■■ Calor radiante: a exposição ao calor deve ser avaliada por meio do “Índice
de Bulbo Úmido Termômetro de Globo” – IBUTG.
■■ Frio: a exposição ao frio deve ser avaliada utilizando o termômetro de
bulbo seco.

b) Métodos Investigativos – Abordagem em campo


■■ Planejamento e preparativos – (equipamentos, baterias, acessórios, fer-
ramenta e folha de coleta de dados).
■■ Revisão do instrumental (testes em campo) – fazer a verificação de sen-
sores, cargas de bateria, baterias reservas, comportamento em geral dos
equipamentos, extensões etc.
■■ Locais de montagem do equipamento – alinhamento, condições de risco,
posicionamento, campo de trabalho.
■■ Abordagem ambiental – verificar o local, pessoas laborando, reconhe-
cer os ciclos de trabalho, identificar rotinas e possíveis locais utilizado
para descanso.
■■ Coletar dados – utilizar a folha de campo, não deixando de preencher
todos os campos pertinentes.

Vimos que existem vários agentes físicos e suas interferências, e os métodos


investigativos de cada um dos agentes físicos.

Agentes Físicos - Inspeção e Caracterização e Descaracterização - Métodos Investigativos


60 UNIDADE II

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
AGENTES QUÍMICOS E POEIRAS - INSPEÇÃO E
CARACTERIZAÇÃO E DESCARACTERIZAÇÃO -
MÉTODOS INVESTIGATIVOS

AGENTES QUÍMICOS

1. Químicos

No meio ambiente de trabalho, os agentes químicos são as diversas substâncias


e compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respirató-
ria nas mais diversas formas, tais como poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou
vapores ou, também, que, pela natureza da atividade em que se encontra exposto,
possa ter contato ou ser absorvido pelo organismo por meio da pele ou por ingestão.
O entendimento necessário é de que os riscos causados pelas substâncias
químicas presentes no ambiente de trabalho, com relação às condições da maté-
ria-prima, do produto intermediário, produto final e, até mesmo, como material
auxiliar, tais que em função das condições de utilização, poderão entrar em contato
com o corpo humano, interagindo em ações localizada ou em ação generalizada,

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/ADICIONAL DE PERICULOSIDADE


61

podendo chegar aos diferentes órgãos e tecidos do organismo; portanto, é muito


importante compreender que a questão de avaliação dos químicos está direta-
mente ligada a alguns fatores que devem ser observados com astúcia, sendo estes
em relação à intensidade/concentração máxima, relacionada com a natureza e
o tempo de exposição ao agente químico, que poderá causar danos à saúde dos
trabalhadores expostos, durante a sua vida laboral.
Para Ribeiro (2011), uma das formas de identificar todas as situações de
perigo na empresa é analisar desde a estocagem dos produtos, sua utilização
no processo, até o descarte de material. Uma maneira prática de identificar tais
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

situações é seguir o “fluxo” dos produtos químicos dentro da empresa: aquisi-


ção, recebimento/entrega, armazenagem, manuseio, processamento e descarte.
Para tanto, deve-se programar “passeios exploratórios” pelos diversos setores da
empresa, durante diferentes dias e horários da semana e em diferentes semanas.

Como avaliar?

Verificamos que, a exemplo dos agentes físicos, os agentes químicos também


necessitam de instrumentos específicos para que sejam avaliados, embora, em
alguns casos específicos, a atividade de campo irá se restringir a “coletar dados
- Qualitativamente”, conforme o Anexo 12 – Poeiras – e 13 – Agentes químicos,
enquanto outros agente necessitaram ser coletados e enviado para um laboratório
especializado que irá determinar a concentração do mesmo, para a devida análise:
se foram ultrapassados os limites de tolerância constantes do anexo 11 da NR – 15.

Etapas da Avaliação Ocupacional de Agentes Químicos


■■ Inspeção no ambiente de trabalho;
■■ Medida instrumental direta;
■■ Amostragem e análise em laboratório;
■■ Comparação dos resultados com o LT;
■■ Interpretação dos resultados;
■■ Interpretação Legal ou Técnica.

AgentesQuímicosePoeiras-InspeçãoeCaracterizaçãoeDescaracterização-MétodosInvestigativos
62 UNIDADE II

Planejamento da Avaliação Ocupacional a Agentes Químicos


■■ Caracterização do local e tipo de processo produtivo;
■■ Número de trabalhadores expostos;
■■ Trabalhadores eventuais no local;
■■ Agentes a pesquisar;
■■ Agentes interferentes;
■■ Movimentação das fontes geradoras de exposição;

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Condição de ventilação;
■■ Ritmo de produção / trabalho.
Agentes Interferentes na avaliação ocupacional
■■ Condições climáticas (Pressão, Temperatura, Umidade);
■■ Horário da avaliação;
■■ Outras substâncias no ambiente?;

■■ Ventilação do local de trabalho: natural ou forçada.

Observação:
Como os agentes físicos, os agentes químicos também necessitam de instru-
mentos específicos para que sejam avaliados, porém, em alguns casos, a atividade
de campo restringe-se a realizar a coleta dos agentes para que sejam enviados,
posteriormente, a um laboratório especializado, o qual determinará a concen-
tração do mesmo no ambiente pesquisado, sendo assim possível ao expert,
nas atividades ou operações avaliadas - nas quais os trabalhadores permane-
cem expostos a agentes químicos -, a caracterização do direito ao adicional de
insalubridade, caso forem ultrapassados os limites de tolerância constantes dos
anexos 11 e 12 da NR 15, quando necessidade de quantificar e por constatação
por meio de inspeção no ambiente e quando por necessidade de qualificação,
como no anexo 13 da NR 15.

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/ADICIONAL DE PERICULOSIDADE


63

AGENTES BIOLÓGICOS - INSPEÇÃO E


CARACTERIZAÇÃO E DESCARACTERIZAÇÃO -
MÉTODOS INVESTIGATIVOS

Quando estudamos os agentes biológicos, compreendemos que são representados


por todas as classes de microrganismos patogênicos e, para o nosso estudo - prin-
cipalmente patogênico ao ser humano, alguns desses organismos são bem mais
complexos - a exemplo dos insetos e animais peçonhentos e outros difíceis de ana-
lisar, tais como os vírus, bactérias e fungos. Sendo assim, é importante refletir e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

analisar que todos merecem uma ação bem diversa da dos outros agentes, no que
tange às diversas formas de controle que serão necessárias, porém, mais difícil ainda
é fazer a interpretação dos resultados alcançados nas análises no meio ambiente de
trabalho, haja visto que essas formas de controle serão muito específicas.
Portanto, para analisar os risco de origem biológica, teremos que, em pri-
meiro momento, fazer uma análise qualitativa, ou seja, qualificar tais agentes e
possíveis situações; sendo assim, nossa base técnica se volta para o anexo 14 da
NR 15, no qual afirma que para avaliarmos agentes de origem biológicas, deve-
mos nos ater à qualificação por meio do tipo de trabalho realizado, que pode
expor o trabalhador a determinados riscos. Vejamos a tabela de caracterização
conforme ANEXO N.º 14 (Aprovado pela Portaria SSST n.º 12, de 12 de novem-
bro de 1979) - Agentes biológicos.
Relação das atividades que envolvem agentes biológicos, cuja insalubridade
é caracterizada pela avaliação qualitativa.

Agentes Biológicos - Inspeção e Caracterização e Descaracterização - Métodos Investigativos


64 UNIDADE II

Quadro 1 - Insalubridade por agentes biológicos

TIPO DE CARACTERIZAÇÃO
INSALUBRIDADE

Grau Trabalho ou operações em contato permanente com:


Pacientes em isolamento por doenças infectocontagiosas,
bem como objetos de seu uso, não previamente esterilizados;
Carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pelos e
Máximo dejeções de animais portadores de doenças
infectocontagiosas (carbunculose, brucelose, tuberculose);
Esgotos (galerias e tanques); e

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Lixo urbano (coleta e industrialização).
Trabalhos e operações em contato permanente com pacien-
Grau
tes, animais ou com material infectocontagiante em:
Hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios,
postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados
aos cuidados da saúde humana (aplica-se unicamente ao pes-
soal que tenha contato com os pacientes, bem como aos que
manuseiam objetos de uso desses pacientes, não previamente
esterilizados);
Hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros esta-
belecimentos destinados ao atendimento e tratamento de
animais (aplica-se apenas ao pessoal que tenha contato com
tais animais);
Médio Contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo
de soro, vacinas e outros produtos;
Laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se
tão-só ao pessoal técnico);
Gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatolo-
gia (aplica-se somente ao pessoal técnico);
Cemitérios (exumação de corpos);
Estábulos e cavalariças;
Resíduos de animais deteriorados.
Fonte: adaptado de NR 15 - Aprovado pela Portaria SSST n.º 12, de 12 de novembro de 1979.

Sendo, portanto, necessário para o devido enquadramento analisar as atividades


que são realizadas pelos trabalhadores, além de fazer o devido enquadramento
na mesma, com relação aos agentes que possuem patologia ao ser humano.

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/ADICIONAL DE PERICULOSIDADE


65

Ainda nessa esfera, Segundo Vilela (2008), no guia técnico, os riscos bioló-
gicos no âmbito da Norma Regulamentadora Nº. 32 nos traz alguns parâmetros
muito interessantes e que podemos utilizar por analogia para outros ambientes
de trabalho, nos quais as dúvidas não puderam ser dirimidas, vejamos:
[...] a exposição ocupacional a agentes biológicos decorre da presença
desses agentes no ambiente de trabalho, podendo-se distinguir duas
categorias de exposição:

1. Exposição derivada da atividade laboral que implique a utilização ou


manipulação do agente biológico, que constitui o objeto principal do tra-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

balho. É conhecida também como exposição com intenção deliberada.

Nesses casos, na maioria das vezes, a presença do agente já está estabe-


lecida e determinada. O reconhecimento dos riscos será relativamente
simples, pois as características do agente são conhecidas e os procedi-
mentos de manipulação estão bem determinados, assim como os riscos
de exposição.

[...]

2. Exposição que decorre da atividade laboral sem que essa implique na


manipulação direta deliberada do agente biológico como objeto princi-
pal do trabalho. Nesses casos a exposição é considerada não-deliberada.

Temos, ainda, que esse guia nos oferece o conhecimento de que, em 2002, foi
criada, no Brasil, a Comissão de Biossegurança em Saúde – CBS (Portaria n°.
343/2002 do Ministério da Saúde). Entre as atribuições da Comissão, inclui-se a
competência de elaborar, adaptar e revisar periodicamente a classificação, con-
siderando as características e peculiaridades do país.
Portanto, considerando que essa classificação se baseia principalmente no
risco de infecção, a avaliação de risco para o trabalhador deve considerar, ainda,
os possíveis efeitos alergênicos, tóxicos ou carcinogênicos dos agentes biológi-
cos. A classificação publicada no Anexo II da NR 32 indica alguns desses efeitos.

Agentes Biológicos - Inspeção e Caracterização e Descaracterização - Métodos Investigativos


66 UNIDADE II

Quadro 2 - Resumo das características de cada classe de risco

CLASSE DE RISCO RISCO DE PROPAGAÇÃO PROFILAXIA OU


RISCO INDIVIDUAL 1 À COLETIVIDADE TRATAMENTO EFICAZ
1 baixo baixo -
2 moderado baixo existem
3 elavado moderado nem sempre existem
4 elevado elevado atualmente não existem
Fonte: NR 32 (2008).

A avaliação dos riscos é um exame sistemático que envolve todos os aspetos do tra-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
balho que possam causar lesões ou doença no trabalhador, ou seja, é um processo
dinâmico realizado em três fases distintas: identificação dos perigos, análise dos
perigos e avaliação do risco. Essas etapas já foram abordadas com maior detalhe.
a) Como avaliar

Diante das dificuldade na compreensão de avaliação dos riscos ambientais, porém


agora com uma base na NR 32, passamos a compreender que, nas atividades sus-
cetíveis de apresentar um risco de exposição a agentes biológicos, será necessário
proceder à avaliação dos riscos de acordo com as orientações apresentadas na NR 32
e nos manuais de controle de riscos Biológicos vigente, além dos aspectos aponta-
dos na NR 15, anexo 14, mediante a determinação da natureza e do grupo do agente
biológico e, também, do tempo de exposição dos trabalhadores a esses agentes.

A ação trabalhista surge com uma insatisfação do empregado, que busca na


justiça do trabalho um suposto direito ao pagamento do Adicional de Insa-
lubridade, pela exposição a agentes insalutíferos ou periculosidade pelos
serviços prestados.
(Odemiro J. B. Farias)

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/ADICIONAL DE PERICULOSIDADE


67

Diante do conhecimento dessas normas e regras, podemos, com a avaliação dos


riscos da exposição a agente biológicos, que nos permite identificar os agentes
biológicos causadores de risco, ter noção da possibilidade da sua propagação na
coletividade e, também, do tempo de exposição efetiva ou potencial para esses
trabalhadores. Sendo assim, devemos fazer a avaliação de riscos de forma minu-
ciosa e com critérios técnicos, que nos permitirá formular nossas conclusões
quanto ao enquadramento da exposição dos trabalhadores de agentes biológi-
cos perigosos e os meios de proteção adequados e implantados.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

AGENTES PERICULOSOS - INSPEÇÃO E


CARACTERIZAÇÃO E DESCARACTERIZAÇÃO -
MÉTODOS INVESTIGATIVOS

De acordo com o texto da NR 16 - Atividades e Operações Perigosas (Portaria


GM nº 3.214, de 08 de junho de 1978), transcrita em seus primeiros itens de lei-
tura, nos traz as seguintes diretrizes que irão nortear o nosso conhecimento, a
fim de elidir qualquer dúvida oriunda dessas atividades; sendo assims nos traz
os seguintes dizeres:

Agentes Periculosos - Inspeção e Caracterização e Descaracterização - Métodos Investigativos


68 UNIDADE II

16.1 São consideradas atividades e operações perigosas as constantes


dos Anexos desta Norma Regulamentadora - NR.

16.2 O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura


ao trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), in-
cidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações,
prêmios ou participação nos lucros da empresa.

Sendo assim, para o cumprimento do disposto nas portarias relacionadas à


definição de operações perigosas, devemos nos ater ao descrito em cada anexo
constante da mesma, para verificar, qualificar e poder caracterizar a situação que
possa a vir gerar, ao trabalhador, a percepção do devido adicional; sendo assim,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
temos a descrição dos anexos e seus enquadramentos.
Quadro 3 - Anexos e seus enquadramentos

ANEXO NR ATIVIDADE PREPONDERANTE OBSERVAÇÃO


16
ANEXO 1 Atividades e operações peri- (Redação dada pela portaria ssmt
gosas com explosivos n.º 2, de 2 de fevereiro de 1979)
ANEXO 2 Atividades e operações peri- (Redação dada pela portaria ssmt
gosas com inflamáveis n. º 2, de 2 de fevereiro de 1979)
ANEXO 3 Atividades e operações (aprovado pela portaria MTe n.º
perigosas com exposição a 1.885, de 02 de dezembro de
roubos ou outras espécies de 2013)
violência física nas atividades
profissionais de segurança
pessoal ou patrimonial
ANEXO 4 Atividades e operações peri- (aprovado pela portaria MTe n.º
gosas com energia elétrica 1.078, de 16 de julho de 2014)
ANEXO 5 Atividades perigosas em (aprovado pela portaria MTe n.º
motocicleta 1.565, de 13 e outubro de 2014)
ANEXO (*) Atividades e operações peri- (adotado pela portaria gm n.º 518,
gosas com radiações ionizan- de 04 de abril de 2003)
tes ou substâncias radioativas
Fonte: NR 16 (1979).

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/ADICIONAL DE PERICULOSIDADE


69

Nota Explicativa:

(Inserida pela Portaria MTE n. º 595, de 07 de maio de 2015)

1. Não são consideradas perigosas, para efeito deste anexo, as ativi-


dades desenvolvidas em áreas que utilizam equipamentos móveis de
Raios X para diagnóstico médico.

2. Áreas tais como emergências, centro de tratamento intensivo, sala de


recuperação e leitos de internação não são classificadas como salas de
irradiação em razão do uso do equipamento móvel de Raios X.

(*) Anexo acrescentado pela Portaria n. º 3.393, de 17-12-1987.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Ainda complementando o disposto na própria norma regulamentadora NR


16, também temos acesso às súmulas, orientações jurisprudenciais do Tribunal
Superior do Trabalho (TST), sendo que elas têm os seguintes significados:
■■ Súmula um conjunto de decisões, tido como jurisprudência, isto é, a
linha que determinado tribunal segue a respeito de um tema específico,
com a finalidade de tornar público para a sociedade tal posicionamento
e, também, para buscar internamente a uniformidade entre as decisões
dos juízes ou ministros.
■■ Orientação Jurisprudencial (OJ), utilizada apenas na Justiça do Trabalho,
tem o mesmo objetivo, mas diferencia-se por uma singularidade: tem
maior dinamismo.
Por meio das orientações jurisprudenciais, podemos ter uma base do julgado
e das linhas de pensamento dos juízes de direito do trabalho, visto que ambas
súmulas e orientação jurisprudencial têm a finalidade de orientar as decisões
em questões semelhantes, de forma a estabelecer o entendimento do TST sobre
determinadas matérias, como apresentado na figura a seguir:

Agentes Periculosos - Inspeção e Caracterização e Descaracterização - Métodos Investigativos


70 UNIDADE II

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 1: Exemplo de Súmula
Fonte: TST ([2017], on-line)2.

a) Como avaliar

Metodologia observada na elaboração do laudo:


A metodologia mais adequada para determinar a questão de Periculosidade
deve seguir os seguintes critérios:
■■ Realizar análise de documentações do solicitante, de interesse ao obje-
tivo do trabalho;
■■ Inspeção dos locais de trabalho da área produtiva, verificando e/ou reco-
nhecendo a existência ou inexistência de áreas de risco;
■■ Análise das atividades executadas pelas funções objetivos do trabalho nos
seus locais de efetivo trabalho, identificando os procedimentos, materiais,
equipamentos, ferramentas, instalações, substâncias e produtos suscetí-
veis a gerar condições periculosas;
■■ Entrevistas com funcionários, de forma aleatória, coletando informações
que corroborem e auxiliem os levantamentos de dados;
■■ Verificação da execução do trabalho com acompanhamento de represen-
tante indicado pelo solicitante;
■■ Análise de Leis, Decretos, Portarias, Normas e Conceitos Técnicos, utili-
zando-os como fundamentação técnica - legal -, verificando seus textos
e sua aplicabilidade à perícia em questão.

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/ADICIONAL DE PERICULOSIDADE


71

Contudo, é muito importante verificar que a caracterização de periculosidade


passa pela análise do Art. 193 a 197 da Lei nº 6.514/77, além do disposto na NR
16 da portaria 3214/78, na qual verifica-se que, na sua interpretação, sejam satis-
feitos concomitantemente três fatores para atender o direito ou caracterizar a
exposição a agentes periculosos:
■■ Existência de Atividade e área de risco;
■■ Contato permanente ou possível exposição a agentes periculosos;
■■ Condição de Risco Acentuado.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Após a avaliação desses três critérios, realizando o devido enquadramento legal,


poderá o avaliador caracterizar, ou não, o direito ao referido adicional.

Agentes Periculosos - Inspeção e Caracterização e Descaracterização - Métodos Investigativos


72 UNIDADE II

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ELABORAÇÃO DE QUESITOS TÉCNICOS, FOLHAS DE
CAMPO E COLETA DE DADOS

Ainda, para chegar aos objetivos dentro da fase da perícia in loco, devemos nos
ater a formulários para que possamos coletar dados. Sendo assim, é muito impor-
tante a percepção e o conhecimento do todo, a fim de que possamos produzir
formulários que irão suprir nossas necessidades.
Quanto a elaboração de quesitos técnicos, é muito importante, para a questão
do ato pericial, o perito se atentar ao que lhe é perguntado e responder de forma
clara e objetiva, não sendo omisso quanto a informações, mesmo que redundan-
tes ao laudo; já para os assistentes técnicos, os quesitos serão uma ferramenta de
apoio ao departamento jurídico, pois irão consistir em perguntas que serão feitas
ao perito do juízo, a fim de evitar conclusão equivocada sobre determinado fato.

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/ADICIONAL DE PERICULOSIDADE


73

MODELOS USUAIS DE COLETA DE DADOS PARA PERÍCIA -


DADOS PRELIMINARES

A. EMPRESA
Razão Social
Estabelecimento/nome de fantasia
C.N.P.J.: . . / - C.N.A.E.: . -
Rua/Av.: Bairro:
Cidade/Estado: CEP: . -
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

FONE: 0 _ _ ( ) -
GRAU DE RISCO: ELABORADO EM: / /

B. QUANTIFICAÇÃO DE EMPREGADOS
Homens: Mulheres: Menores de 18 anos:

C. ACOMPANHOU A AVALIAÇÃO TÉCNICA DOS LOCAIS DE TRABALHO


O(A) SR.(A):
______________________Função: _______________R.G.: . . - SSP -
______________________Função: _______________R.G.: . . - SSP -
______________________Função: _______________R.G.: . . - SSP -
______________________Função: _______________R.G.: . . - SSP -

D. OBJETO DA AVALIAÇÃO PERICIAL


Setor de Trabalho

Posto de Trabalho/Função

Localização

Trabalhadores entrevistados no local de trabalho

Elaboração de Quesitos Técnicos, Folhas de Campo e Coleta de Dados


74 UNIDADE II

E. ANÁLISE DA FUNÇÃO DO TRABALHADOR


(Descrever cada uma das tarefas que compõem a função nesse posto de trabalho.)

Etapas das operações: (esclarecer cada fase do método do trabalho, a partir


da observação da dinâmica do desenrolar das atividades em processo nor-
mal de produção)

RISCOS OCUPACIO- TEMPO DE EXPOSI-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
NAIS POTENCIAIS ÇÃO AO RISCO
Agente Fonte Tempo n.º ciclos por jornada

F. OBSERVAÇÃO:

Fonte: o autor.

Modelo - Reconhecimento de riscos – Físicos


Agentes Físicos - [Anexos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 da NR-15]
a. Ruído
I. Contínuo [Anexo 1 da NR-15]
( ) Não há ruído contínuo intenso no ambiente.
( ) Aparenta haver ruído contínuo intenso no ambiente com as seguin-
tes fontes geradoras:
1- 2-
3- 4-

Trajetórias/meios de propagação:

Tipo da exposição (tempo): Contínua Intermitente: ___ /8 horas


Nota:

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/ADICIONAL DE PERICULOSIDADE


75

Trabalhadores expostos (Pontos de Trabalho):

Proteções Coletivas Já Instaladas:


1-
2-

Equipamentos de proteção (EPI) já em uso (indicar CA):


1-
2-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b. Temperaturas Anormais
I. Calor [Anexo 3 da NR-15]
( ) Temperatura ambiente satisfatória.
( ) Temperatura ambiente elevada.

( ) Não há fontes geradoras de calor.


( ) Há as seguintes fontes geradoras de calor:
1- 2-
3- 4-

Ventilação:
Natural :

Artificial :

Temperatura:

Proteções Coletivas Já Instaladas:


1-
2-

Elaboração de Quesitos Técnicos, Folhas de Campo e Coleta de Dados


76 UNIDADE II

Equipamentos de proteção (EPI) já em uso (indicar CA):


1-
2-

II. Frio [Anexo 9 da NR-15]


( ) Não há trabalho em temperaturas inferiores às do ambiente.
( ) Há trabalho em temperaturas inferiores às do ambiente conforme
a seguir:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1- 2-

Ventilação:
Natural :

Artificial :

Temperatura:
Proteções Coletivas Já Instaladas:
1-
2-

Equipamentos de proteção (EPI) já em uso (indicar CA):


1-
2-

c. Vibrações [Anexo 8 da NR-15]


( ) Não há fontes produtoras de vibrações.
( ) Há as seguintes fontes produtoras de vibrações:
1- 2-
3- 4-

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/ADICIONAL DE PERICULOSIDADE


77

Proteções Coletivas Já Instaladas:


1-
2-

Equipamentos de proteção (EPI) já em uso (indicar CA):


1-
2-

d. Radiações Ionizantes [Anexo 5 da NR-15]


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

( ) Não há fontes geradoras de radiações ionizantes.


( ) Há as seguintes fontes geradoras de radiações ionizantes:
1- 2-

Uso de Dosímetro Radioativo:

Proteções Coletivas Já Instaladas:


1-
2-

Equipamentos de proteção (EPI) já em uso (indicar CA):


1-
2-

e. Pressão Atmosférica Anormal - [Anexo 6 da NR-15]


( ) Não há trabalho sob pressão acima da atmosférica.
( ) Há trabalho em pressões superiores às do ambiente nas funções,
conforme a seguir:
1- 2-
3- 4-

Elaboração de Quesitos Técnicos, Folhas de Campo e Coleta de Dados


78 UNIDADE II

Proteções Coletivas Já Instaladas:


1-
2-

Equipamentos de proteção (EPI) já em uso (indicar CA):


1-
2-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Modelo – Reconhecimento de riscos – Químicos
a. Agentes Químicos – com Limites De Tolerância [Anexo 11 da NR-15]
Agente químico Ppm/mg/m3 Grau insalubridade

( ) Não há exposição aos agentes relacionados.


( ) Há exposição aos seguintes agentes relacionados:

Ponto de Trabalho Agente/produto


1-
2-

Proteções Coletivas Já Instaladas:


1-
2-

Equipamentos de proteção (EPI) já em uso (indicar CA):


1-
2-

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/ADICIONAL DE PERICULOSIDADE


79

b. Agentes Químicos Sem Limites De Tolerância [Anexo 13 da NR-15]


Arsênio e seus compostos Benzeno e seus compostos Clorobenzenos
Berílio e seus compostos Cádmio e compostos tóxicos Carvão mineral e
tóxicos derivados
Piche Alcatrão Betume
Breu Óleos minerais parafinas
Antraceno Negro de fumo Coque
Chumbo e seus compostos Cloro e seus compostos tóxi- Cromo e seus com-
tóxicos cos postos tóxicos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Ácido crômico Cromatos Bicromatos


Fósforo e seus compostos Níquel e seus compostos Petróleo
tóxicos tóxicos
Petróleo e seus derivados Xisto Betuminoso Gás natural

( ) Não há exposição aos agentes relacionados.


( ) Há exposição aos seguintes agentes relacionados:
Ponto de Trabalho Agente
1-
2-

Proteções Coletivas Já Instaladas:


1-
2-

Equipamentos de proteção (EPI) já em uso (indicar CA):


1-
2-

Elaboração de Quesitos Técnicos, Folhas de Campo e Coleta de Dados


80 UNIDADE II

c. Poeiras Minerais [Anexo 12 da NR-15]


Asbestos ou amianto Manganês e seus com- Sílica Livre
2,0 f/cm3 postos - 1 mg/m3 - vide fórmula Anexo 12 -

( ) Não há exposição aos agentes relacionados.


( ) Há exposição aos seguintes agentes relacionados:
Ponto de Trabalho Agente
1-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2-

Proteções Coletivas Já Instaladas:


1-
2-

Equipamentos de proteção (EPI) já em uso (indicar CA):


1-
2-

d. Agentes Químicos Não Incluídos na NR-15

( ) Não há exposição aos agentes relacionados.


( ) Há exposição aos seguintes agentes relacionados:
Ponto de Trabalho Agente
1-
2-

Proteções Coletivas Já Instaladas:


1-
2-

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/ADICIONAL DE PERICULOSIDADE


81

Equipamentos de proteção (EPI) já em uso (indicar CA):


1-
2-

Modelo – Reconhecimento de riscos – BIOLÓGICOS

a. Agentes Biológicos [Anexo 14 da NR-15]


( ) Não há exposição a agentes biológicos nas formas previstas no
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Anexo n.º 14 da NR-15.


( ) Há exposição aos seguintes agentes relacionados:

Ponto de Trabalho Contato direto com


1-
2-

Proteções Coletivas Já Instaladas:


1-
2-

Equipamentos de proteção (EPI) já em uso (indicar CA):


1-
2-
Fonte: o autor.

Modelo – Reconhecimento de riscos – PERICULOSOS


a. Exposição a agentes periculosos - Anexo 1 - Atividades e operações peri-
gosas com explosivos (redação dada pela Portaria SSMT n.º 2, de 2 de
fevereiro de 1979).
( ) Não há exposição a explosivos.
( ) Há exposição a explosivos.

Elaboração de Quesitos Técnicos, Folhas de Campo e Coleta de Dados


82 UNIDADE II

Atividade Habitual ou ocasional


1-
2-

Proteções Coletivas Já Instaladas:


1-
2-

Equipamentos de proteção (EPI) já em uso (indicar CA):

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1-
2-

b. Exposição a agentes periculosos - Anexo 2 - atividades e operações peri-


gosas com inflamáveis (redação dada pela Portaria SSMT n. º 2, de 2 de
fevereiro de 1979).
( ) Não há exposição a inflamáveis.
( ) Há exposição inflamáveis.
Atividade Habitual ou ocasional
1-
2-

Proteções Coletivas Já Instaladas:


1-
2-

Equipamentos de proteção (EPI) já em uso (indicar CA):


1-
2-

c. Exposição a agentes periculosos - Anexo 3 - atividades e operações peri-


gosas com exposição a roubos ou outras espécies de violência física nas
atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial (aprovado
pela Portaria MTE n.º 1.885, de 02 de dezembro de 2013).

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/ADICIONAL DE PERICULOSIDADE


83

( ) Não há exposição a roubos ou outras espécies de violência física nas ativi-


dades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial.
( ) Há exposição a roubos ou outras espécies de violência física nas ativida-
des profissionais de segurança pessoal ou patrimonial.
Atividade Habitual ou ocasional
1-
2-

Proteções Coletivas Já Instaladas:


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

1-
2-

Equipamentos de proteção (EPI) já em uso (indicar CA):


1-
2-

d. Exposição a agentes periculosos - ANEXO 4 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES


PERIGOSAS COM ENERGIA ELÉTRICA (redação dada pela Portaria MTe n. º
1078, de 16 de julho de 2014).
( ) Não há exposição à energia elétrica.
( ) Há exposição à energia elétrica.
Atividade Habitual ou ocasional
1-
2-

Proteções Coletivas Já Instaladas:


1-
2-

Equipamentos de proteção (EPI) já em uso (indicar CA):


1-
2-

Elaboração de Quesitos Técnicos, Folhas de Campo e Coleta de Dados


84 UNIDADE II

e. Exposição a agentes periculosos - Anexo 5 - atividades perigosas em moto-


cicleta (aprovado pela Portaria MTE n.º 1.565, de 13 e outubro de 2014).
( ) Não há exposição com trabalhos em motocicleta.
( ) Há exposição com trabalhos em motocicleta.
Atividade Habitual ou ocasional
1-
2-

Proteções Coletivas Já Instaladas:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1-
2-

Equipamentos de proteção (EPI) já em uso (indicar CA):


1-
2-

f. Exposição a agentes periculosos - Anexo (*) - atividades e operações peri-


gosas com radiações ionizantes ou substâncias radioativas (adotado pela
Portaria GM n. º 518, de 04 de abril de 2003).
( ) Não há exposição com radiações ionizantes e ou substâncias radioativas.
( ) Há exposição com radiações ionizantes e ou substâncias radioativas.
Atividade Habitual ou ocasional
1-
2-

Proteções Coletivas Já Instaladas:


1-
2-

Equipamentos de proteção (EPI) já em uso (indicar CA):


1-
2-
Fonte: o autor.

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/ADICIONAL DE PERICULOSIDADE


85

Esses são modelos de folhas de campo que podem servir de base para coleta de
dados, cabendo sempre ao profissional da área de saúde e segurança do traba-
lho adaptar aquela que melhor se convier, visto que os dados levantados são de
extrema importância para a elaboração de seus laudos enquanto perito do juízo
e/ou parecer técnico quando assistente técnico das partes.

ELABORAÇÃO E PADRÕES DE QUESITOS TÉCNICOS


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Sabemos, no meio técnico, que o ponto mais importante de uma prova pericial,
em função das suas consequências, é o laudo apresentado pelo perito judicial.
Não se pode esquecer da extrema importância dos quesitos formulados pelas
partes, que são, na verdade, os provocadores das respostas e das omissões resul-
tantes dos esquecimentos, falta de conhecimento ou outras causas de descuido,
que poderão ser fatais para as partes.
Normalmente, nas questões a serem julgadas pelo Juiz do trabalho, este
facultará as partes litigantes à formulação de quesitos, que nada mais são do que
perguntas, dúvidas direcionadas ao expert para direcionamento da perícia téc-
nica, porém estas deverão ser pertinentes, oportunas, bem como guardar relação
direta e estreita com o proposto na ação, caso contrário, o Juiz poderá indeferir,
pela base do art. 470 do CPC, quesitos impertinentes e formular os que enten-
der necessários ao esclarecimento da causa. Os quesitos não são obrigatórios.
Como percebemos, os quesitos nada mais são do que perguntas que serão
direcionadas ao perito, a fim de elucidar a questão proposta.

Modelos de quesitos
Numeração Única: xxxxx-2016-xxx-xx-xx-x
Numeração CNJ: 0000000-00.2016.0.00.0000
Endereço: 02ª VARA DO TRABALHO DE XXXXXX
AUTOR: XXXXXXXXXXXXXXXX
RÉU: XXXXXXXXXXXXXXXXXX
Rol de quesitos - perícia técnica

Elaboração de Quesitos Técnicos, Folhas de Campo e Coleta de Dados


86 UNIDADE II

A reclamada/reclamante requer que os quesitos apresentados a seguir sejam res-


pondidos individualmente, de forma objetiva e não com referências vagas no
corpo do laudo pericial. Requer, ainda, se necessário for, a apresentação de que-
sitos complementares e/ou suplementares.
Quesitos técnicos (gerais):
1. Queira o Sr. Perito informar e descrever detalhadamente a evolução funcional
do reclamante com datas de início e fim e informando, ainda, quais as ativi-
dades exercidas em cada função.
2. Queira o Sr. Perito descrever detalhadamente o(s) local(is) e ambiente(s) em

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cada uma dessas funções.
3. Queira o Sr. Perito informar, mediante questionamento ao reclamante, quais
os EPIs que o reclamante utilizou em cada uma dessas funções e, se necessá-
rio, que faça o reconhecimento visual dos mesmos junto à reclamada.
4. Queira o Sr. Perito informar se a empresa possui documentação pertinen-
tes, questões relacionadas à saúde e segurança do trabalho (PPRA, PCMSO,
LTCAT, LIP, OSS, OUTROS)?
5. O reclamante recebeu treinamentos operacionais e de segurança do traba-
lho para executar suas funções?
6. Queira o Sr. Perito informar quais equipamentos trouxe para medições e que
técnicas e parâmetros serão utilizados. Os equipamentos foram recentemente
aferidos? Há certificados comprobatórios?

Quesitos técnicos (da insalubridade):


1. Descreva o Sr. Perito detalhadamente as atividades laborativas, os postos de
trabalho e o processo de trabalho. Deverá auferir os locais em que o recla-
mante laborava, bem como o eventual local onde supostamente se afere a
insalubridade alegada.
2. Queira o I. Expert descrever detalhadamente as características técnicas dos
equipamentos de trabalho utilizados pelo reclamante ao longo do contrato
de trabalho firmado.
3. Pede-se ao Sr. Perito informar se o reclamante tinha contato com Agentes
químicos, Físicos e/ou agentes biológicos. Se positivo, queira detalhar e especi-
ficar quais produtos/agentes o obreiro tinha contato. Pede-se, ainda, informar

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/ADICIONAL DE PERICULOSIDADE


87

qual a frequência do referido contato com produtos químicos e/ou agentes


biológicos.
4. Caso constatado exposição a algum destes agentes, identifique-os, qualifi-
que-os e quantifique-os, esclarecendo, também, quais os limites de tolerância
admitidos pelos órgãos de saúde oficiais.
5. Pode o Sr. Perito verificar, inclusive indagar, à Reclamante, se as atividades e
tarefas do local e posto de trabalho identificadas na averiguação realizada na
empresa condizem com as condições à época do trabalho do Reclamante, em
volume, quantidade, máquina, gestores, responsabilidades, tarefas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

6. Tal exposição à suposta insalubridade, era eventual ou permanente? Se even-


tual, qual era a frequência? Qual o tempo de exposição? (Horas/ minutos)?
Manusear e/ou lidar com tais situações faziam parte de suas atribuições?
7. A reclamada fornecia EPI´s aos funcionários? Quais os tipos de EPI´s eram
fornecidos?
8. Os EPI´s ora mencionados e apresentados possuíam homologação (C.A) do
Ministério do trabalho e homologados para a utilização perante a suposta
insalubridade alegada?

Quesitos conclusivos
1. Considerando as respostas do item acima, há comprovação de que o recla-
mante tenha direito ao adicional de insalubridade?
2. Caso a resposta seja positiva, favor fornecer com exatidão o enquadramento
e o período, bem como durante quanto tempo o reclamante ficava exposto
ao agente insalubre.
3. Queira o Sr. Perito apresentar quaisquer outros esclarecimentos que consi-
derar oportunos.
4. Queira o Sr. Perito informar:
a. A data em que foi realizada a diligência no(s) posto(s) de trabalho do reclamante;
b. O(s) local(is) diligenciado(s) e respectivo(s) endereço(s);
c. O nome das pessoas que acompanharam a diligência e prestaram os devi-
dos esclarecimentos.
Conforme você viu nos modelos, eles são de extrema importância para o tra-
balho do perito.

Elaboração de Quesitos Técnicos, Folhas de Campo e Coleta de Dados


88 UNIDADE II

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) aluno(a), esta unidade serviu para um breve conhecimento técnico


sobre o que e como avaliar durante a perícia técnica, trazendo conceito de suma
importância para que o perito e/ou o assistente técnico tenha embasamento
para suas ações durante as diligências. Quanto às regras de procedimento, todos
devem compreender que a base técnica legal está nas normativas já existentes,
o que devemos fazer é estudar e saber fazer a interpretação dessas normas e leis
e aplicar da melhor forma possível.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Buscou-se, portanto, trazer informações relevantes quanto às formas de ava-
liação que podem ser apresentadas no ato pericial em função da reclamatória
apresentada, sendo necessário, ao perito tecnico, conhecer, de forma profunda,
aspectos relacionados aos agentes físicos, químicos, biológicos, além das ava-
liações das condições periculosas que possam, de certa forma, estar presentes
no ambiente a ser periciado. Lembrando sempre que tudo irá depender do que
está na ação, porém, o perito expert do juízo não pode ser omisso, ou seja, dei-
xar de evidenciar fatos importantes que levem a informação de condições de
risco grave e iminentes à saúde dos trabalhadores, mesmo que o reclamante não
tenha, por meio da ação, apresentado; porém, alguns juízes, na designação do
ato pericial, já informam ao perito expert para se ater tão somente ao proposto
na ação, sendo assim, deve o perito expert seguir as orientações do juízo, a fim
de não causar tumultos desnecessários.
Foi possível, desta forma, trazer a você, acadêmico, um compêndio de infor-
mações que lhe serão úteis no dia a dia, mas também para lhes estimular ao
pensamento de que é necessário atualizar-se sempre e buscar novos recursos, e
que o profissional da segurança do trabalho, seja ele Perito, Assistente Técnico e/
ou um simples gestor de Segurança e saúde no trabalho, não deve deixar de ser
imparcial e buscar de forma incessante o esclarecimento, a fim de que nenhuma
parte seja prejudicada.

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/ADICIONAL DE PERICULOSIDADE


89

O TÉCNICO EM SEGURANÇA E A PERÍCIA JUDICIAL TRABALHISTA

Muitos colegas técnicos em segurança do trabalho me questionam sobre a participação


dos técnicos nas Perícias Judiciais do Trabalho e, por isso, escrevo esse texto para escla-
recimentos.
Além da participação dos Profissionais Técnicos em Segurança do Trabalho, Tecnólogos
do Trabalho, Enfermeiros do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do
Trabalho, dentre outros, quero esclarecer, também, a importância desses profissionais
na perícia judicial do trabalho.
Para compreensão do assunto, antes de tudo, vamos para alguns esclarecimentos:
1. a ação trabalhista
 O empregado, inconformado com a falta de pagamento de um direito trabalhista, pro-
cura um advogado e entra com uma ação trabalhista contra seu ex-empregador, pedin-
do o pagamento de direitos diversos.
2. os pedidos de insalubridade e periculosidade nas ações trabalhistas
Nessa mesma ação, o empregado pode pedir o pagamento de Adicional de Insalubrida-
de e Periculosidade.
3. os pedidos de indenização por acidente e doença
Também pode o empregado, nessa mesma ação, pedir Indenização por Acidente do
Trabalho ou Doença do trabalho que tenha lhes causado alguma sequela ou diminuição
na sua capacidade de trabalho.
4. a perícia judicial
Nos pedidos de Insalubridade, Periculosidade e Indenização por Acidente ou Doença,
o Juiz do Trabalho nomeia um perito para ir até a empresa e fazer a análise do local de
trabalho para verificar as condições de trabalho e informar se havia exposição a riscos
ambientais que desse ao empregado o direito ao adicional de Insalubridade ou Pericu-
losidade.
5. o perito judicial – quem pode ser?
Somente pode ser perito judicial nas ações trabalhistas os Engenheiros de Segurança do
Trabalho e os Médicos do Trabalho.
6. o assistente técnico da perícia judicial – o que é isso?  
Na audiência em que o Juiz do Trabalho nomeia o perito, também dá-se às partes –
Empregado e Empresa – a oportunidade de nomearem os seus respectivos assistentes
técnicos.
90

O assistente técnico é o profissional, indicado pelas partes (empregado e empresa), para


acompanhar todas as ATIVIDADES PERICIAIS – As Diligências Periciais.
Dentre as atribuições do Assistente Técnico podemos relacionar:
• Elaboração dos quesitos técnicos – perguntas direcionadas para o perito, com o obje-
tivo de esclarecimentos quanto a forma de realização da perícia judicial.
• Acompanhamento das diligências periciais – o Assistente Técnico tem o direito de
acompanhar todas as atividades do Perito Judicial durante a Perícia.
• Elaboração de parecer técnico pericial – relatório emitido pelo Assistente Técnico
para informar aos Advogados todas as atividades desenvolvidas pelo Perito durante
as Diligências Periciais.
• Impugnação do laudo pericial – o Assistente Técnico acompanha as atividades do pe-
rito judicial, e pode elaborar a impugnação do laudo pericial se constatar alguma irre-
gularidade técnica ou jurídica do Perito durante as diligências periciais.
7. quem pode ser assistente técnico na perícia judicial do trabalho?
Qualquer profissional em Saúde e Segurança do Trabalho pode atuar nas perícias judi-
ciais do trabalho, na função de Assistente Técnico.
O Assistente Técnico deve ser um profissional competente e que tenha conhecimentos
do Processo do Trabalho e de Higiene Ocupacional, para que possa desenvolver a fun-
ção com eficácia, auxiliando o advogado da parte que o contratou para acompanhar as
diligências periciais.
8. a importância do assistente técnico em perícia judicial
O Assistente Técnico na Perícia Judicial do Trabalho tem uma enorme importância e re-
levância para que se faça a justiça nos pedidos de adicional de insalubridade, periculosi-
dade e indenização por acidente ou doença do trabalho.
O Assistente Técnico acompanha as diligências periciais, não permitindo que o perito
cometa erros e, com isso, cause uma injustiça.
Nos últimos anos, tenho me assustado com a incompetência de boa parte dos peritos
judiciais que, por falta de conhecimentos básicos em higiene ocupacional, emitem lau-
dos periciais grosseiros, carregados de falhas técnicas que demonstram total falta de
conhecimento nas matérias de Insalubridade e Periculosidade.
Esse despreparo dos peritos judiciais do trabalho tem causado grandes prejuízos para as
empresas que não indicam um assistente técnico para acompanhar as atividades periciais.
Os advogados das empresas cometem uma falha lamentável quando deixam de Indicar
o assistente técnico nas perícias judiciais do trabalho, com isso, perdem a oportunidade
de elaborar quesitos técnicos que obrigam o perito a realizar as diligências periciais de
forma correta.
91

Com a falta de Assistente Técnico, os advogados perdem, também, a oportunidade de


impugnar o laudo pericial que não foi elaborado dentro das Técnicas de Higiene Ocu-
pacional.
Por isso tudo percebemos a importância da nomeação de um assistente técnico para
acompanhar as Perícias Judiciais do Trabalho.
9. o que faço para ser um assistente técnico em perícia judicial do trabalho
Disponibilizo, na internet, um curso on-line de perícia judicial do trabalho, que você
pode se inscrever para ser um assistente técnico.
Fonte: O técnico em segurança…(2015, on-line)3.
92

1. As atividades que tipificam o adicional de insalubridade foram definidas pelo


Ministério do Trabalho e Emprego, conforme previsto no art. 190 da CLT, por-
quanto expõe os trabalhadores a agentes físicos, químicos ou biológicos nocivos
à saúde. Embora o texto do art. 192 da CLT tenha estabelecido o adicional de
insalubridade para a exposição aos agentes nocivos acima do limite de tolerân-
cia (critério quantitativo), a caracterização da insalubridade se dá, também, por
avaliação qualitativa, como nos casos de insalubridade por exposição a agentes
biológicos, que independe de adequação a limite de tolerância (critério qualita-
tivo). Nesse sentido, a caracterização e a classificação da insalubridade decorre
de perícia, conforme estabelecido no art. 195 da CLT. Vários são os riscos am-
bientais que necessitam de atenção no dia a dia, porém mais atenção ainda deve
ter o perito técnico e/ou o assistente técnico em quanto em diligência pericial;
portanto, para o fim de perícias técnicas especializada e para o esclarecimento
de insalubridade, quais dos seguintes riscos ambientais devemos levar em
consideração?
a) Químicos, Ergonômicos e Acidentes.
b) Ergonômicos, Físicos e Biológicos.
c) Biológicos, Químicos e Físicos.
d) Acidentes, Químicos e Físicos.
e) Físicos, acidentes e Biológicos.
2. Quando tratamos dos riscos químicos encontrados no ambiente de trabalho,
que ensejam o direito ao trabalhador ao adicional de insalubridade e que aca-
bam por demandar várias discussões em ações trabalhistas, temos as seguintes
características a observar:
I. Os agentes químicos são as diversas substâncias e compostos ou produtos que
possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas mais diversas formas,
tais como poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores.
II. Os riscos causados pelas substâncias químicas presentes no ambiente de traba-
lho, com relação às condições da matéria-prima, do produto intermediário, pro-
duto final e, até mesmo, como material auxiliar, que, em função das condições
de utilização, poderão entrar em contato com o corpo humano, interagindo em
ações localizada ou em ação generalizada, podendo chegar aos diferentes ór-
gãos e tecidos do organismo.
III. Avaliação dos químicos está diretamente ligada a alguns fatores que devem ser
observados com astúcia, sendo estes em relação a “intensidade/concentração
máxima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente químico.
93

IV. Uma maneira prática de identificar tais situações é seguir o “fluxo” dos produtos
químicos dentro da empresa: aquisição, recebimento/entrega, armazenagem,
manuseio, processamento e descarte.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas I e III estão corretas.
c) Apenas II e IV estão corretas.
d) Apenas III e IV estão corretas.
e) I, II, III e IV estão corretas.
3. Quando tratamos dos agentes biológicos, compreendemos que estes são repre-
sentados por todas as possíveis classes de microrganismos presentes no meio
ambiente de trabalho e patogênicos ao ser humano e que, de certa forma, pos-
sam causar algum malefício aos trabalhadores. Sendo assim, a NR 32 realizou
uma classificação de riscos e a cada uma estipulou características próprias de
cada classe de risco, conforme veremos:
Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
( ) Classe de risco 1, risco individual - baixo.
( ) Classe de risco 2, risco individual - moderado.
( ) Classe de risco 3, risco individual - elevado.
( ) Classe de risco 4, risco individual - elevado.
4. Aprendemos que o adicional de periculosidade é uma verba destinada ao em-
pregado registrado que presta qualquer tipo de serviço mantendo contato per-
manente com elementos que possam provocar danos à sua integridade física, de
acordo com o que determina a legislação aprovada pelo Ministério do Trabalho
e Emprego. Aprendemos também que, para determinar o direito ou não da per-
cepção desse adicional, devemos inspecionar os locais de trabalho e fazer o devi-
do enquadramento. Desta forma, observamos que a legislação é muito explícita
e nos traz diretrizes conforme NR 16. Quantos são os anexos que servem como
diretrizes para averiguação nos locais de trabalho?
a) 2 anexos.
b) 3 anexos.
c) 4 anexos.
d) 5 anexos.
e) 6 anexos.
94

5. Dentro de toda a documentação pertinente, sabemos que o laudo é uma fer-


ramenta extremamente importante para que o juízo possa elidir suas dúvidas
para julgar o processo. Além do processo em si, as partes podem produzir ques-
tionamento a que o juiz de direito do trabalho poderá ou não repassar ao perito
expert para juntar ao laudo. Diante do que estudamos neste capítulo, qual é o
nome técnico dado a essas perguntas?
a) Quesitos do Juízo.
b) Quesitos do reclamante.
c) Quesitos técnicos.
d) Quesitos do reclamado.
e) Quesitos da justiça do trabalho.
MATERIAL COMPLEMENTAR

Controle de Riscos. Prevenção de Acidentes no Ambiente


Ocupacional
Paulo Roberto Barsano e Rildo Pereira Barbosa
Editora: Saraiva
Sinopse: de maneira simples e didática, o livro aborda controle de
riscos e suas tecnologias, como histórico da segurança e da medicina do
trabalho, além da saúde ocupacional; conceitos de risco e perigo; olhar
prevencionista e a teoria da magnitude dos riscos. Apresenta a tecnologia de controle e prevenção
dos principais riscos ocupacionais: químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes. Comenta
processos industriais, bem como rotulagem, transporte, armazenagem e manuseio de materiais,
sinalização de segurança e uso de cores para identificar riscos. Traz fundamentos que norteiam
a segurança do trabalho nas instalações e nos serviços em eletricidade, considerando a Norma
Regulamentadora 10 (NR-10): equipamentos e dispositivos elétricos, instalações elétricas provisórias, riscos
de eletricidade, equipamentos de proteção coletiva e individual. Por fim, aborda classes de incêndio e
métodos para sua extinção, controle de incêndios e explosões, sistemas de alarme e as diversas medidas
de segurança. Pode ser usado nos cursos técnicos em Aeroportuário, Edificações, Geologia, Hidrologia,
Mineração, Qualidade, Reciclagem, Segurança no Trabalho, Sistemas a Gás, entre outros.

Instrumentação Agente s Químicos - 2013


Sinopse: milhares de pessoas são continuamente expostas a uma série de agentes químicos no seu
local de trabalho, sem terem a menor consciência desse fato. Esse vídeo trata dos agentes químicos,
em quais atividades estão presentes e como fazer para neutralizá-los.

ESTRATÉGIA PARA AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO


No site é apresentado, ao leitor, um material muito importante relacionado à estratégia para
avaliação ocupacional segundo a associação americana de higiene industrial, com detalhe
relevante e que podem nos ajudar a elidir dúvidas na hora da perícia técnica.
Em: <http://www.acm.org.br/acm/acamt/documentos/estrategia-para-avaliacao-da-exposicao-
aiha.pdf>.

Material Complementar
96
REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto-lei N° 5.452, de 1 de maio de 1943. Aprova a Consolidação das


Leis do Trabalho. Presidência da República. Disponível em: <https://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>. Acesso em: 05 jun. 2017.
______. Lei N° 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Altera o Capítulo V do Título II
da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo a segurança e medicina do trabalho
e dá outras providências. Presidência da República. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6514.htm>. Acesso em: 07 jun. 2017.
______. Lei Nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil - CPC.
Presidência da República. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 08 jun 2017.
______. Portaria Nº 343, de 19 de fevereiro de 2002. Gabinete do Ministro. Dis-
ponível em: <http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/legislacao/Porta-
ria%20Ministerial%20n%20343%20de%2019%20de%20Fevereiro%20de%202002.
pdf>. Acesso em: 21 jun. 2017.
______. Portaria GM n.º 485, de 11 de novembro de 2005. Normas Regulamenta-
doras NR 32 - Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. Presidência da
República. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/
NR32.pdf>. Acesso em: 08 jun. 2017.
______. Portaria Nº 1.297, de 13 de agosto de 2014. Publicada no DOU de
14/08/2014 - Alterada pela Portaria nº 1.471/2014 - DOU 25/09/2014. Aprova o Ane-
xo 1 - Vibração - da Norma Regulamentadora nº 9 - Programas de Prevenção de
Riscos Ambientais (PPRA), altera o Anexo 8 - Vibração - da Norma Regulamentadora
nº 15 - Atividades e Operações Insalubres, e dá outras providências. Presidência da
República. Disponível em: <http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/ORGAOS/MTE/
Portaria/P1297_14.html>. Acesso em: 07 jun. 2017.
______. Portaria Nº 1.748, de 30 de agosto de 2011. NR 32. Segurança e saúde
no trabalho em serviços de saúde. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/images/
Documentos/SST/NR/NR32.pdf>. Acesso em: 21 jun. 2017.
______. Portaria Nº 3.214, de 08 de junho de 1978. NR 09. programa de preven-
ção de riscos ambientais. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/images/Documen-
tos/SST/NR/NR09/NR-09-2016.pdf>. Acesso em: 21 jun. 2017.
______. Portaria Nº 3.214 de 08 de junho de 1978. NR 15. Aprova as Normas Re-
gulamentadoras do Ministério de Estado do Trabalho, no uso de suas atribuições
legais, considerando o disposto no art. 200, da Consolidação das Leis do Trabalho,
com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Brasília, 1978. Dis-
ponível em: <http://www.camara.gov.br/sileg/integras/839945.pdf>. Acesso em: 07
jun. 2017.
97
REFERÊNCIAS

______. Portaria Nº 3.214 de 08 de junho de 1978. NR 16. Atividades e operações


perigosas. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/
NR16.pdf>. Acesso em: 21 jun. 2017.
RIBEIRO, M. G. Avaliação qualitativa de riscos químicos: orientações básicas para
o controle da exposição a produtos químicos em gráficas. São Paulo: Fundacentro,
2011.
VILELA, R. B. V. Riscos Biológicos - Guia Técnico - Os riscos biológicos no âmbito
da Norma Regulamentadora Nº. 32. Brasília, grupo tripartite - a Comissão Nacional
Permanente da NR 32, 2008.

REFERÊNCIAS ON-LINE

1
Em: <https://advocaciafredericoteotonio.jusbrasil.com.br/artigos/376342482/a-
-relevancia-da-pericia-de-insalubridade-e-periculosidade-no-processo-do-traba-
lho>. Acesso em: 7 jun. 2017.
2
Em: <http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_
Ind_351_400.html#SUM-364>. Acesso em: 7 jun. 2017.
3
Em: <https://ppraonline.wordpress.com/2015/01/21/o-tecnico-em-seguranca-e-
-a-pericia-judicial-trabalhista/>. Acesso em: 8 jun. 2017.
GABARITO

1) C.
2) E.
3) V, V, V, V.
4) E.
5) C.
Professor Esp. Edinei Aparecido Furquim dos Santos

III
ESTUDO DE LAUDO

UNIDADE
PERICIAL - ACIDENTE DO
TRABALHO

Objetivos de Aprendizagem
■■ Proporcionar o conhecimento do objeto que deve ser averiguado
durante a perícia, ou seja, todos os componentes e atores que farão
parte da mesma.
■■ Proporcionar o conhecimento das análises técnicas ou científicas que
serão utilizadas pelo perito durante a diligência.
■■ Proporcionar o conhecimento da metodologia que deverá ser
utilizada pelo perito durante a diligência.
■■ Proporcionar o conhecimento da forma de registro das conclusões
para fundamentar o Juiz em suas decisões.
■■ Proporcionar o conhecimento das formas de registro e coleta de
dados, dos questionamentos pertinentes à perícia em questão,
perguntas e respostas.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ A exposição do objeto da perícia - O tipo do Acidente
■■ Análise técnica ou científica realizada pelo perito na avaliação do
acidente
■■ Metodologia a ser adotada para averiguação dos fatos relacionados
ao acidente
■■ Conclusão das análises realizadas para serem apresentadas ao juiz
■■ Elaboração de quesitos técnicos, folhas de campo e coleta de dados
101

INTRODUÇÃO

Olá, caro(a) aluno(a)!


Os aspectos relacionados ao acidente de trabalho são extremamente rele-
vantes para todo o contexto da saúde e segurança do trabalho. Muitos estudos
são realizados, a fim de que se reduza esse número, visto que o Brasil é um
dos campeões em trabalhadores acidentados no ambiente de trabalho. Diante
desse aspecto fundamental, muito se fala, porém ainda não são aplicadas for-
mas consistentes para eliminação das condições que geram os acidentes; tanto
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

no ministério do trabalho quanto a previdência social apontam dados estatís-


ticos relativos a esses números, porém com ressalvas que muitos acidentes não
são comunicados oficialmente.
Ainda, quanto aos registros, a ABNT desenvolveu a NBR 14280:2001, que
rege o cadastro de acidentes do trabalho - procedimentos e classificação, na qual
encontra-se a maioria das definições usuais do dia a dia e, também, formas de
registro e controle, bem como desenvolvimento de estatísticas para controle de
custos gerados por esses acidentes.
De maneira geral, é importante que se aprenda e que faça parte do dia a dia
do profissional da saúde e segurança do trabalho esses conceitos, para que pos-
samos ser efetivos em nossas ações. Sendo assim, também estudaremos, nesta
unidade, aspectos relativos à investigação pericial a respeito de acidentes de
trabalho, como deve se comportar peritos, assistentes técnicos e demais partes
envolvidas na diligência, a fim de esclarecer todos os fatos pertinentes à ação de
modo que esteja claro, ao juiz de direito do trabalho, o que realmente aconteceu.
A postura por parte de todas as partes nesse tipo de diligência é fundamental,
pois não busca-se culpados, mas sim apenas levantar dados relevantes para se
apurar os fatos de forma fidedigna. Desse modo, não haverá mais dúvidas e deba-
tes e as partes serão devidamente esclarecidas para não haver disputas sobre o
fato em si. Bons estudos!

Introdução
102 UNIDADE III

A EXPOSIÇÃO DO OBJETO DA PERÍCIA - O TIPO DO


ACIDENTE

Um dos aspectos, quando passamos a analisar os aspectos relativos à perícia, é


a exposição do objeto da perícia, sendo que, anteriormente, os profissionais das
áreas de segurança e saúde do trabalho tinham em comum que a perícia existente
era apenas para reconhecimento de insalubridade e perícia para reconhecimento
da periculosidade. Sendo assim, percebemos que, quanto ao acidente de trabalho,
o que irá mudar é simplesmente a exposição do objeto da perícia, sem delongas

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de cópias dos pedidos formulados na inicial, pois o perito deve, simplesmente,
se limitar a informar que o objeto da perícia é o seguinte:
■■ Adicional de Insalubridade;
■■ Adicional de Periculosidade;
■■ Indenização por Acidente do Trabalho.

Legalmente, a expressão, quando se relaciona à exposição do objeto da perícia, é


apenas a forma pela qual é determinado o título dela, ou seja, dada pelo condu-
tor da demanda. No caso, o perito do juízo é, portanto, a matéria ou o assunto
da inspeção a ser por este realizada e, de certa forma, dependendo do juiz, pode
ser focada e consistir exclusivamente ao foco que o juiz determinar. Ele desig-
nará a perícia e expressará seus quesitos e o que gostaria que fosse observado pelo
expert nomeado, direcionando, assim, o foco da perícia para que este observe
detalhes e esclareça pontos controversos nos autos por meio da resposta de seus
quesitos. Esses pontos têm por objetivo simples e claro demonstrar a verdade
dos fatos ou dos atos, alegados na inicial e contestação apresentada. O fato é de
que, se o juiz não se pronunciar quanto ao foco do objeto, o perito deve fazer
investigação minuciosa e detalhada, olhando o todo, o que está e o que não está
nos autos. Portanto, o objeto da perícia é a causa determinante do laudo pericial.

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ACIDENTE DO TRABALHO


103

Você sabia que no período entre 2011 e 2013, excluindo os acidentes de tra-
jeto, ocorreram 221.843 acidentes envolvendo máquinas e equipamentos,
resultando em 601 óbitos, 13.724 amputações e 41.993 fraturas.
(SAAESP)

ACIDENTE DE TRABALHO

Quando tratamos dos acidentes de trabalho, devemos ter em mente que eles têm
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

como principais causas o descumprimento de regras de normas básicas - que


servem para a proteção dos trabalhadores -, que as más condições que acabam
por existir nos ambientes e processos de trabalho contribuem para esses fatos
indesejados por todos os trabalhadores, visto que ninguém deseja se acidentar
no ambiente laboral. Sendo assim, diversas entidades afirmam que a conscien-
tização sobre a necessidade de se prevenir acidentes durante a execução dos
trabalhos e atividades, ainda, é extremamente essencial; sendo assim, temos
como base a lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 que, em seus artigos 19, 20 e 21,
nos apresenta o conceito do Termo acidente de trabalho tal qual veremos agora:
Art. 19.  Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho
a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício
do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte
ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para
o trabalho. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)

§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e


individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador.

§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empre-


sa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.

§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os


riscos da operação a executar e do produto a manipular.

§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os


sindicatos e entidades representativas de classe acompanharão o fiel
cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispu-
ser o Regulamento.

A Exposição do Objeto da Perícia - O Tipo do Acidente


104 UNIDADE III

Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo an-


terior, as seguintes entidades mórbidas:

I - Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada


pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante
da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Pre-
vidência Social;

II - Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada


em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele
se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.

§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) a doença degenerativa;

b) a inerente a grupo etário;

c) a que não produza incapacidade laborativa;

d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em


que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de expo-
sição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída


na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições
especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona dire-
tamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.

Art. 21.  Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos


desta Lei:

I - O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa


única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para re-
dução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão
que exija atenção médica para a sua recuperação;

II - O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho,


em consequência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou


companheiro de trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa


relacionada ao trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de


companheiro de trabalho;

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ACIDENTE DO TRABALHO


105

d) ato de pessoa privada do uso da razão;

e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decor-


rentes de força maior;

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no


exercício de sua atividade;

IV - O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário


de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade


da empresa;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evi-


tar prejuízo ou proporcionar proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando fi-


nanciada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da
mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado,
inclusive veículo de propriedade do segurado;

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para


aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de
propriedade do segurado.

§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião


da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho
ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do tra-
balho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou
se superponha às consequências do anterior.

A partir dessa lei, aprendemos vários conceitos sobre o acidente de trabalho


em função de ambientes, procedimentos, atividades etc., e que as doenças ocu-
pacionais são consideradas acidentes de trabalho e devem ser tratadas como
tal, além de que é obrigação da empresa promover ações para eliminação e ou
neutralização dos riscos existentes nos ambientes de trabalho e/ou a conscien-
tização de seus trabalhadores para evitar ações de risco que possam produzir
acidentes de trabalho.

A Exposição do Objeto da Perícia - O Tipo do Acidente


106 UNIDADE III

A NBR 14280:2001 DA ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE


NORMAS TÉCNICAS

Esta normativa que estabelece a forma de cadastro de acidente do trabalho,


procedimento e classificação, nos traz alguns parâmetros muito importantes e
relevantes para quando houver diligências quanto a acidentes de trabalho. Sendo
assim, é importante conhecer o estabelecido na mesma como conceito do que
é acidente de trabalho:
2.1 Acidente do trabalho: Ocorrência imprevista e indesejável, instan-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tânea ou não, relacionada com o exercício do trabalho, de que resulte
ou possa resultar lesão pessoal.

2.2 Acidente sem lesão: Acidente que não causa lesão pessoal.

2.3 Acidentes de trajeto: Acidente sofrido pelo empregado no percurso


da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer
que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do em-
pregado, desde que não haja interrupção ou alteração de percurso por
motivo alheio ao trabalho.

2.4 Acidente impessoal: Acidente cuja caracterização independe de


existir acidentado, não podendo ser considerado como causador direto
da lesão pessoal.

2.5 Acidente pessoal: Acidente cuja caracterização depende de existir


acidentado.

Esses pontos expostos pela ABNT NBR 14280:2001 acabam por satisfazer escla-
recimentos de muitos pontos controversos que, possivelmente, encontraremos
durantes nossas diligências periciais. Facilitando, porém, o esclarecimento quanto
ao foco do que deve ser observado, conforme descrito na inicial, contestação e,
até mesmo, nos quesitos do juiz e das partes.
Ainda, como foco de investigação, temos outros conceitos importantes que
também podemos retirar da ABNT NBR 14280:2001, que são os fatores gera-
dores do acidente quando este for caracterizado, para esclarecer fatos e dados e
não deixar dúvidas quanto ao fato em si. Sendo assim:
2.6 agentes do acidente (agente): Coisa, substância ou ambiente que,
sendo inerente à condição ambiente de insegurança, tenha provocado
o acidente.

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ACIDENTE DO TRABALHO


107

2.7 fontes da lesão: Coisa, substância, energia ou movimento do corpo


que diretamente provocou a lesão.

2.8 causas do acidente

2.8.1 fatores pessoal de insegurança (fator pessoal): Causa relativa ao


comportamento humano, que pode levar à ocorrência do acidente ou à
prática do ato inseguro.

2.8.2 atos inseguro: Ação ou omissão que, contrariando preceito de se-


gurança, pode causar ou favorecer a ocorrência de acidente.

2.8.3 condições ambiente de insegurança (condição ambiente): Condi-


ção do meio que causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrência.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

2.9 consequências do acidente

2.9.1 lesões pessoal: Qualquer dano sofrido pelo organismo humano,


como consequência de acidente do trabalho.

2.9.1.1 naturezas da lesão: Expressão que identifica a lesão, segundo


suas características principais.

2.9.1.2 localizações da lesão: Indicação da sede da lesão.

2.9.1.3 lesões imediata: Lesão que se manifesta no momento do acidente.

2.9.1.4 lesões mediata (lesão tardia): Lesão que não se manifesta ime-
diatamente após a circunstância acidental da qual resultou.

2.9.1.5 mortes: Cessação da capacidade de trabalho pela perda da vida,


independentemente do tempo decorrido desde a lesão.

2.9.1.6 lesões com afastamento (lesão incapacitante ou lesão com perda


de tempo): Lesão pessoal que impede o acidentado de voltar ao tra-
balho no dia imediato ao do acidente ou de que resulte incapacidade
permanente. NOTA

2.9.1.7 lesões sem afastamento (lesão não incapacitante ou lesão sem


perda de tempo): Lesão pessoal que não impede o acidentado de voltar
ao trabalho no dia imediato ao do acidente, desde que não haja incapa-
cidade permanente

2.18 comunicações de acidente: Informação que se dá aos órgãos in-


teressados, em formulário próprio, quando da ocorrência de acidente.

2.18.1 comunicações de acidente para fins legais: Qualquer comuni-


cação de acidente emitida para atender a exigências da legislação em
vigor como, por exemplo, a destinada a órgão de previdência.

A Exposição do Objeto da Perícia - O Tipo do Acidente


108 UNIDADE III

2.18.2 comunicações interna de acidente para fins de registro: Comu-


nicação que se faz com a finalidade precípua de possibilitar o registro
de acidente.

2.19 registros de acidente: Registro metódico e pormenorizado, em for-


mulário próprio, de informações e de dados de um acidente, necessários
ao estudo e à análise de suas causas, circunstâncias e consequências.

2.20 registros de acidentado: Registro metódico e pormenorizado, em


formulário individual, de informações e de dados relativos a um aci-
dentado, necessários ao estudo e à análise das causas, circunstâncias e
consequências do acidente.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Todos esses fatos apresentados na legislação trabalhista e previdenciária, além
dos esclarecimentos contidos na ABNT NBR 14280:2001, serão os balizadores
para que se possa realizar um laudo conclusivo para oferecer ao juiz uma con-
clusão que lhe sirva para fazer bem o seu julgamento. Devendo o perito técnico
e/ou assistente das partes fazer o uso dos mesmos e se ater a detalhes, a fim de
que não sejam prejudicadas nenhuma das partes, principalmente a parte mais
prejudicada, que normalmente é o trabalhador lesionado.

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ACIDENTE DO TRABALHO


109
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ANÁLISE TÉCNICA OU CIENTÍFICA REALIZADA PELO


PERITO NA AVALIAÇÃO DO ACIDENTE

Quando definido o foco de estudo do perito, que originou a demanda, ele ini-
ciará seus trabalhos investigativos, devendo levar em conta dois princípios muito
importantes e que devem ser respeitados para que o resultado seja alcançado,
princípios estes que veremos a seguir:
1. O perito deve, durante a diligência, eliminar aspectos que levem à hierarqui-
zação do grupo, ou seja, colocar de lado as diferenças hierárquicas existentes
entre os participantes da diligência, pois Gerentes, Supervisores, chefes e
líderes, não necessariamente, são as pessoas que mais conhecem todos os
detalhes dos elementos relativos ao acontecimento em questão, pois, habi-
tualmente, o que vemos nos ambientes laborais é que eles por força de suas
funções, não estão constantemente em contato com o trabalho do acidentado.
2. Em um primeiro momento, o perito deve eliminar totalmente do desen-
volvimento desse trabalho pericial qualquer busca de responsabilidade ou
culpabilidade de alguém, porque esse fato levaria, certamente, a discussões,
desavenças e, até mesmo, provocar um efeito de dissimulação ou de modi-
ficação dos fatos conhecidos pelos participantes da diligência e fazer com
que o perito tenha uma imagem distorcida dos fatos reais, que é seu foco.

Análise Técnica ou Científica Realizada Pelo Perito na Avaliação do Acidente


110 UNIDADE III

Nesses dois princípios, o objeto foco da perícia será certamente levado a fazer
surgir a descrição correta do acidente, de tal maneira que fique realmente evi-
denciado o que ocorreu ou, pelo menos, a situação mais próxima da realidade.
Caso o perito não consiga se impor dessa forma e inibir a dissimulação, os
fatos geradores do fator que deu origem ao acidente de trabalho podem ser modi-
ficados em comparação à realidade, pelos fatos dos componentes ou participantes
da diligência sentirem-se, de certa forma, inibidos e acharem que poderão ser
considerados culpados ou responsáveis. Isso fará com que haja a ineficiência na
coleta de dados realizada pelo perito técnico.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
É muito importante que o perito esteja ciente de todo o processo e de tudo que já
foi arrolado aos autos, que tenha realizado um estudo prévio das documentações já
existentes e de tudo que necessitará durante a diligência. Caso ache pertinente para
evitar embaraços, deve-se solicitar apresentação formal de documentações, entre
outros, peticionando ao juiz de direito que lhe incumbiu da diligência, a fim de evi-
tar constrangimentos e, até mesmo, simulações e/ou modificações de fatos e dados.

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ACIDENTE DO TRABALHO


111
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

METODOLOGIA A SER ADOTADA PARA


AVERIGUAÇÃO DOS FATOS RELACIONADOS AO
ACIDENTE

Com referência à perícia, o perito deve, de certa forma, estar no local onde o fato
realmente ocorreu para que possa verificar e estar de posse de tudo que for con-
veniente e pertinente, a fim de tirar suas conclusões. Nesse intuito, o perito deve:
a) Observar as instalações e condições de trabalho dos empregados sempre
que acontecer um acidente e as condições atuais.
b) Observar se houve outros acidentes ocorridos nos locais de trabalho e
quais foram os objetos, máquinas ou equipamentos causadores do fato
gerador do acidente.
c) Observar e, se possível, coletar declarações e depoimentos de paradig-
mas que laboram no mesmo local que o reclamante, preferencialmente
os que laboram juntos com ele (importantes para o esclarecimento dos
fatos). Caso não haja ninguém da época no local, solicitar aleatoriamente
alguém que esteja realizando a mesma atividade, objetivando evitar qual-
quer manobra durante a diligência.

Quando for necessário ouvir o reclamante que se acidentou e, também, outros


empregados do estabelecimento onde houve o acidente gerador da perícia, ques-
tioná-los sobre:

Metodologia a ser Adotada para Averiguação dos Fatos Relacionados ao Acidente


112 UNIDADE III

a) Se existiam ou existem ações médicas e segurança do trabalho, e se os


mesmos estão sendo submetidos a essas ações periodicamente.
b) Se estão sendo devidamente treinados e capacitados para suas atividades.
c) Se é comum, na empresa, o desvio de função.
d) Quais são os turnos e horários de trabalho.
e) Se o reclamante acidentado era uma pessoa qualificada para exercer aque-
las funções quando da origem do acidente.
f) Se o empregador, no dia do fato ocorrido, prestou assistência ou auxílio

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
médico ou primeiros socorros à vítima do acidente.
g) Qual o tempo de experiência do reclamante acidentado na função que
estava realizando quando houve o fato.
h) Se anteriormente ou outros empregados sofreram acidentes semelhantes
e quais as medidas tomadas pela empresa para prevenir a reincidência.
i) Se existiam medidas ou equipamentos de segurança que não foram uti-
lizados e que poderiam evitar o acidente.
j) Se as máquinas e equipamentos ou ainda ferramentas utilizadas possuem
manual de instrução e se os envolvidos no uso e manipulação dos mes-
mos tinham acesso a ele.

Alguns dados são específicos sobre o empregador, assim, é importante destacar que:
a) Se cumpria e faz cumprir as disposições legais e regulamentares sobre
Segurança e Medicina do Trabalho.
b) Se elabora Ordens de Serviço sobre o tema, dando ciência aos emprega-
dos, visando prevenir acidentes de trabalho.
c) Se divulga as obrigações e proibições de que os empregados devam conhe-
cer e cumprir quando dentro do ambiente laboral.
d) Se dá conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição
pelo descumprimento das Ordens de Serviço e que o descumprimento
das normas de saúde e segurança do trabalho são passíveis de dispensa
por justa causa.

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ACIDENTE DO TRABALHO


113

e) Se determina procedimentos que deverão ser adotados em caso de aci-


dente de trabalho.
f) Adotam-se medidas determinadas pelo Ministério do Trabalho, eviden-
ciando a realização das mesmas.
g) Se adota medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condi-
ções inseguras do trabalho por meio de programas, conforme preconiza
a portaria 3214/78, se existe evidências sobre as realizações.
Condução da diligência, além de todas os dados anteriores, é muito importante
para o perito se ater à postura na hora de entrevistar as partes. Sendo assim,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

segue alguns detalhes muito relevantes para um bom resultado.

No Brasil, efetividade dos direitos sociais, dentre eles a do direito à saúde,


na forma prevista pelo artigo 6º da Constituição Federal, e dos direitos de
solidariedade, em que se destaca o direito ao meio ambiente saudável, na
forma preconizada pelos arts. 7º, inciso XXII, e 225 da Constituição Federal
impõem ao Estado o dever de utilizar os mecanismos que lhe são próprios
para coibir a nocividade à saúde daquele que depende de sua força de
trabalho para o seu sustento. Para saber mais, acesse o link disponível em:
<http://www.abergo.org.br/arquivos/noticias/DIRETRIZES.pdf>.
Fonte: adaptado de Trabalho Seguro (2014, on-line)1.

A arte de realizar entrevistas não é para todos, porém podemos nos preparar
para tal, vista que devemos nos municiar de informações e treinar, treinar muito,
pois somente assim nos tornaremos capazes de realizar determinadas situações
que nós julgamos incapazes. Portanto, quando entrevistamos as partes, deve-
mos ter em mente que atribuir fidelidade a um documento breve como este
não é totalmente relevante, sendo o propósito da entrevista estabelecer enten-
dimento com as partes e obter, de suas próprias palavras, a descrição do evento
gerador do acidente.

Metodologia a ser Adotada para Averiguação dos Fatos Relacionados ao Acidente


114 UNIDADE III

ALGUMAS DICAS E TÉCNICAS PARA CONDUÇÃO DA PERÍCIA

Primeiro, se você não estava na cena do acidente, então não pode concluir, por-
tanto, deve-se perguntar por meio de questões diretas e objetivas. Sendo assim, é
óbvio que você deva tomar muito cuidado para assegurar credibilidade a qualquer
resposta dada durante a entrevista. Outro fato relevante é que as respostas às primei-
ras questões, geralmente, vão mostrar se a parte entrevistada realmente observou
o que aconteceu de fato, com referência ao acidente e toda ocorrência envolvida.
Outra técnica normalmente utilizada para determinar uma sequência de

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
eventos e chegar à conclusão de um fato é a de reproduzir ou simular todos os
eventos assim como eles aconteceram, quando possível. Claro que com cui-
dados, evitando colocar em risco todos os participantes da diligência. Caso
possível, pode-se solicitar ao reclamante e/ou ao paradigma que tenha laborado
em mesmo período (e/ou se não houve alteração de trabalho, atividade, posto
de trabalho) que faça a reprodução de ações realizadas durante atividade, movi-
mentos, operações, entre outras que o perito julgar necessária, sempre levando
em conta situações que antecederam o acidente, resguardando as normativas de
segurança e que todos os envolvidos na perícia se sintam seguros para realizar.

COMO DEVEMOS CONDUZIR A PERÍCIA

Antes de iniciar a perícia, é muito importante se aclimatar do ambiente e das pessoas


que estão presentes e procurar um lugar em que todos sintam-se confortáveis, bus-
cando deixar todos cientes do que está acontecendo e qual a finalidade do momento.
Sendo assim, é necessário que o perito saiba se comunicar de forma adequada, se
fazendo entender da melhor maneira, dessa forma, deve atentar-se aos seguintes itens:
a) Procure deixar o entrevistado à vontade, porém deixe claro a necessidade
e o tempo disponível.
b) Enfatize o real motivo da entrevista, para determinar o que e porque
aconteceu.

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ACIDENTE DO TRABALHO


115

c) Não faça o cerceamento do entrevistado, deixe-o falar, ouça e, caso surja


dúvida, pergunte novamente de forma a não constranger e/ou deixar o
entrevistado confuso.
d) Realize a confirmação para ver se você obteve a resposta correta.
e) Procure ficar atento e perceber qualquer situação que esteja o entrevis-
tado agindo por emoção em função do fato ocorrido.
f) Faça pequenas intervenções de notas simples que for anotando durante a
entrevista, a fim de esclarecer o fato do que foi dito durante a entrevista.
g) Caso possua autorização do juiz de direito do trabalho, solicitado nos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

autos, comunique as partes que irá gravar, filmar e ou fotografar durante


a entrevista ou diligência, se você for fazê-lo.
h) Realize o fechamento da entrevista sempre fazendo um comentário positivo
e de agradecimento, mesmo que a impressão deixada não seja das melhores.
Você viu, caro(a) aluno(a), alguns pontos relevantes no que diz respeito ao com-
portamento do perito frente ao entrevistado.

COMO NÃO DEVEMOS CONDUZIR A PERÍCIA

Como apresentado no tópico anterior, da mesma forma durante a perícia técnica,


temos que nos atentar a detalhes e fatos que podem interferir no resultado final
da diligência. O expert deve estar preparado para enfrentar situações adversas
que podem surgir. Sendo assim, com toda a sua expertise, deve se ater a detalhes
e saber como se sair de situações que possam, de alguma forma, comprometer
os trabalhos, portanto, deve se atentar aos seguintes itens:
a) Nunca intimidar as partes, mesmo que os mesmos tentem lhe intimidar
com intuito de tirar vantagens ou proveito.
b) Evite interromper ou se interpor durante a fala de uma das partes, ouça
tudo, após realize suas ponderações e/ou reperguntas que achar pertinentes.
c) Evite, de qualquer forma, a indução às respostas para, no futuro, não ser
acusado de postura tendenciosa.

Metodologia a ser Adotada para Averiguação dos Fatos Relacionados ao Acidente


116 UNIDADE III

d) Evite demonstrar e/ou, de alguma forma, conduzir e/ou direcionar a entre-


vista para um ponto de vista exclusivo, mesmo que esse esteja explícito,
deixe as partes falarem e dessas falas retire o que for necessário e perti-
nente para seu convencimento.
e) Evite, esteja preparado, para não se comover e/ou se emocionar com fatos,
dados e pessoas, seja imparcial.
f) Nunca tire conclusões precipitadas antes de ater-se a tudo que leu, obser-
vou e verificou durante a diligência.

Da mesma forma, você, caro(a) aluno(a), deve observar essas dicas citadas, sempre

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
levando em consideração a importância das informações recolhidas na entrevista.

COMO ELABORAR E REALIZAR AS PERGUNTAS

É imprescindível que o perito realize perguntas e/ou questionamentos que não possam
ser respondidas simplesmente por um sim ou não; as questões devem ser pergunta-
das de forma natural e variar de acordo com o acidente ocorrido. Porém, há algumas
perguntas de cunho geral e que devem fazer parte da entrevista às partes, tais como:
a) Onde você estava no momento do acidente?
b) Qual era sua atribuição e o que você estava fazendo no momento do acidente?
c) O que você viu ou ouviu antes, no momento e posterior ao acidente?
d) Como estava o ambiente (condições clima, Nível de iluminação, Níveis
de ruído etc.) no momento do acidente?
e) O que estava fazendo o trabalhador acidentado no momento do acidente
(caso testemunha ou partes)?
f) Em sua opinião, o que causou o acidente?
g) Como acidentes similares podem ser prevenidos no futuro?

Essas são apenas algumas dicas a serem observadas na condução e trabalhos periciais
para esse nível de complexidade, devendo cada profissional da área de segurança
e saúde do trabalhador traçar sua metodologia e/ou aprimorar essas dicas para o
sucesso de seus laudos e a devida contribuição ao juiz e bom julgamento das ações.

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ACIDENTE DO TRABALHO


117
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

CONCLUSÃO DAS ANÁLISES REALIZADAS PARA


SEREM APRESENTADA AO JUIZ

Caro(a) aluno(a), a partir deste momento, passaremos a compilar nossas conclu-


sões a respeito de tudo o que colhemos de informações, tudo que for relevante e que
possa, de certa forma, contribuir para esclarecer os fatos levantados, sendo assim,
utilizaremos a peneira de nosso conhecimento, a fim de deixar apenas as contri-
buições que foram significativas, deixando de lado aquilo que não agregar nenhum
valor à perícia, muito menos às conclusões que o juiz de direito venha a ter sobre o
que ler em nosso laudo ou parecer técnico, quando assistentes técnicos das partes.

QUANTO A ANÁLISES E CONCLUSÕES DO TRABALHO PERICIAL

Após todos os cuidados e a condução da diligência, coletado o máximo de infor-


mações relevantes e pertinentes ao acidente de trabalho, deverá o perito expert
e também os assistentes técnicos produzirem seus documentos, cada um den-
tro de suas atribuições e com os modelos que melhor lhe convier. Neste sentido,

Conclusão das Análises Realizadas Para Serem Apresentada ao Juiz


118 UNIDADE III

temos que, na investigação realizada, a maior parte dos fatos sobre o acontecido
e como o fato se originou já está claro e passa a ser do conhecimento de todos ali
envolvidos no ato pericial. Trabalho árduo e que deve ser considerável, pois, até
este momento pericial, foram despendidos diversos esforços para se conseguir os
dados, porém, essa parte representa apenas a 1a primeira parte do objetivo final,
que é a elaboração do “Laudo pericial”. Veja algumas questões-chave:
■■ Por que o acidente ocorreu?
■■ Como ocorreu?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Quem foram os envolvidos?
■■ O grau de participação de cada um na ocorrência?
■■ A final, houve culpa ou falha? De quem?

Diante disso e observando as questões propostas, caminhamos para temos o


fechamento, que é o relatório final de tudo que se levantou e a análise detalhada,
a fim de esclarecer algumas questões chamadas de chave.

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, aplicou a Súmula Vin-


culante 22, que tem a seguinte redação: “a Justiça do Trabalho é competente
para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimo-
niais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra
empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito
em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional 45/04”.
Fonte: Consultor Jurídico (2011, on-line)2.

EMISSÃO DE RELATÓRIO FINAL “LAUDO”

Quando a análise de todos os dados estiver completa, o perito deve registrar um


relatório descrevendo todas as etapas, relatando dados sobre o que aconteceu,
levando em conta, aqui, fatos relevantes às suas conclusões. Deve, nesse relatório,

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ACIDENTE DO TRABALHO


119

tratar desde o momento do acidente até o seu desfecho, ou seja, recuperação do


acidentado ou não; também deve listar todas as possíveis causas e considerações
relacionadas a cada etapa investigada.
É importante fazer, em primeiro momento, um rascunho do relatório final,
isto não será trabalho extra, mas sim capricho e cuidado, a fim de evitar colocar,
de forma definitiva, dados inconsistentes e/ou prejudiciais ao fato em questão,
deixando dúvidas sobre o que realmente aconteceu e/ou contribuiu para o aconteci-
mento do acidente, relacionado a ação trabalhista que deu origem à perícia técnica.
Cada parte da conclusão deve ser checada, para verificar se está amparada
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

em evidências reais e se elas são diretas e de fácil observação por meios (físicos
ou documentais) ou, ainda, se foram transferidas ao laudo em função dos teste-
munhos das partes e envolvidos ou, até mesmo, pelas possíveis hipóteses durante
a diligência. Será fundamental a verificação de todos esses dados para elabora-
ção de um laudo técnico consistentes.

RECOMENDAÇÕES RELEVANTES

Caso ainda ficarem dúvidas, caso ainda restar fatos obscuros aos atos periciais de
ambas as partes e/ou caso não for possível apontar o real fato causador, deverá
o perito apresentar ao juiz ambas as versões apresentadas durante a diligência,
porém não é recomendado esta atitude, pois o laudo deve ser conclusivo e, para
tanto, o perito deve ser minucioso, a fim de tirar suas conclusões.
A não conclusão pode levar à linha de pensamento de que lhe falta conhe-
cimento do fato em si, e isso pode, não somente ser contrário ao real objetivo
da investigação, mas pode ameaçar as chances de um livre fluxo referente às
informações coletadas para uma futura investigação referente a acidentes do
trabalho. Devemos levar em conta que, em uma improvável situação, você não
foi capaz de determinar, de forma investigativa satisfatória, a causa de um aci-
dente, demonstrando insegurança ao juiz. Portanto, você, provavelmente, ainda
não deve estar totalmente preparado para essas atribuições, possuindo fragilida-
des no ato pericial quanto à investigação e é muito importante e apropriado que
tome providências para corrigir essas deficiências e realizar um ótimo trabalho.

Conclusão das Análises Realizadas Para Serem Apresentada ao Juiz


120 UNIDADE III

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ELABORAÇÃO DE QUESITOS TÉCNICOS, FOLHAS DE
CAMPO E COLETA DE DADOS

No ato processual trabalhista, é permitido às partes a elaboração dos quesitos téc-


nicos. O Juiz de direito do trabalho pode estabelecer quesitos do juízo, a fim de
estabelecer o seu convencimento sobre suas dúvidas, ou seja, todas as perguntas,
sejam das partes, bem como do juiz, devem ser pertinentes aos autos do pro-
cesso em tramitação e com origem na reclamação, nesse caso, em si pertinentes
ao ambiente de trabalho e ao acidente de trabalho que originou a reclamatória.
Esses questionamentos, porém, têm que ser relevantes ao processo, para que
possa ser respondida de forma clara e objetiva pelo perito, a fim de contribuir
para elucidação das dúvidas apresentadas na ação trabalhista.
Sendo assim, o assistente técnico pericial, indicado pela parte, tem um papel
importante, pois a ele cabe elaborar quesitos, ou seja, perguntas para o perito
oficial do juízo. Esses quesitos têm como objetivo esclarecer dúvidas e levantar

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ACIDENTE DO TRABALHO


121

questões que sejam relevantes ao processo e agreguem valores para elucidação


total ou parcial da reclamatória.

QUESITOS TÉCNICOS PERICIAIS – ACIDENTE DO TRABALHO

Tal qual as questões relacionadas à perícia de insalubridade e periculosidade, as


perícias de acidente do trabalho também possuem quesitos a serem respondi-
dos quanto à função de perito do juiz e, na elaboração, quanto assistente técnico
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ou gestor da área de saúde e segurança do trabalho. Diante desse fato, como


apresentado na Unidade anterior, é importante estar atento quanto ao fato de
que a elaboração de quesitos técnicos é muito importante para a questão do ato
pericial, e o perito deve se atentar ao que lhe é perguntado, devendo responder
de forma clara e objetiva, não sendo omisso quanto a informações. Mesmo as
informações que parecem ser redundantes, para os assistentes técnicos, essas
informações são ferramentas de apoio ao departamento jurídico, pois irão con-
sistir em perguntas que serão feitas ao perito do juízo, a fim de evitar conclusão
equivocada sobre determinado fato.
Quanto aos quesitos, quando determinada a perícia pelo juiz de direito do
trabalho, ele irá determinar que seja concedida às partes prazo para apresentar
seus assistentes técnicos, bem como seu rol de quesitos (perguntas) a serem res-
pondidos pelo perito que for nomeado. Sendo assim, em uma perícia, podemos
ter quesitos elaborados pelas seguintes partes do processo:
a) Juiz de Direito do trabalho;
b) Reclamante;
c) Reclamado.

Normalmente, nas questões a serem julgadas pelo juiz do trabalho, que facultará
às partes litigantes à formulação de quesitos, que nada mais são do que pergun-
tas - dúvidas direcionadas ao expert para direcionamento da perícia técnica.
As dúvidas, no entanto, devem ser pertinentes, oportunas, bem como guardar
relação direta e estreita com o proposto na ação; caso contrário, poderá o Juiz

Elaboração de Quesitos Técnicos, Folhas de Campo e Coleta de Dados


122 UNIDADE III

indeferir as perguntas, tendo por base do art. 470 do CPC, Lei N° 13.105, que
afirma que o juiz poderá indeferir quesitos impertinentes e formular por si pró-
prio os que entender necessários ao esclarecimento da causa. Sendo assim, os
quesitos não são obrigatórios nos autos processuais.
Sabemos, portanto, que um dos pontos importantes de uma prova pericial,
em função das suas consequências, é o laudo apresentado pelo perito judicial,
não se pode esquecer da extrema importância dos quesitos formulados pelas
partes, que são, na verdade, os provocadores das respostas e das omissões resul-
tantes dos esquecimentos, falta de conhecimento ou outras causas de descuido,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que poderão ser fatais para as partes.
Como percebemos, os quesitos nada mais são do que perguntas que serão
direcionadas ao perito, a fim de elucidar a questão proposta.

ESTUDO DE LAUDO PERICIAL - ACIDENTE DO TRABALHO


123

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) acadêmico(a), nesta unidade, chegamos à metade fundamental de


nossos conceitos aplicados às perícias técnicas e assistências técnicas quanto ao
âmbito de um processo trabalhista, nestes levamos ao conhecimento a respeito
das análises investigatórias, quanto aos acidentes de trabalho, fazendo com que
relembrássemos alguns critérios técnicos e legais quanto aos conceitos aplica-
dos no dia a dia de nossas rotinas trabalhistas. Aprendemos e compreendemos
que evitar acidentes no âmbito do trabalho é sempre o melhor remédio; a busca
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

constante por meios de se evitar acidentes ainda é a melhor solução para todos
os casos que têm essa origem.
Um fato muito importante com relação ao processo trabalhista, principal-
mente no desenvolvimento do laudo pericial, é o apontamento do objeto de
exposição da perícia, ou seja, para questões de insalubridade e periculosidade,
são esses os objetos em exposição, porém, para o caso do acidente de trabalho,
passa ser o objeto de exposição. Muitas vezes, ficamos na dúvida quanto aos ter-
mos e como analisá-los e, por esse motivo, temos a ABNT NBR 14280:2001, que
nos traz muitos termos técnicos e definições importantes que nos ajudaram na
análise dos fatos, além de formas de registro dos fatos.
Também em relação ao processo investigatório para levantamento de dados
em relação ao acidente de trabalho, a ser utilizado nas diligências periciais, foram
apresentadas, no decorrer do texto, vários pontos a estudar e compreender. Cada
passo aqui demonstrado, com toda a certeza, estará conduzindo você a passos
largo para se tornar um ótimo perito judicial e/ou assistente técnico pericial ou,
no mínimo, irá lhe proporcionar grande conhecimento para que possa ocupar
cargos de gestão de saúde e segurança do trabalho em empresas, vista que com os
conteúdos abordados aqui, você poderá observar tanto peritos como assistentes
e evitar a tendência de analisar somente um lado, apenas dados de um dos lados!
Ótimo estudo.

Considerações Finais
124

Acidentes do Trabalho e Perícias, por Raul Zoratto Sanvicente e Ricardo Carvalho Fraga,
desembargadores do Trabalho da 4ª Região
Perícias judiciais em processos trabalhistas, que envolvem matéria relacionada a aciden-
tes de trabalho, foi o tema de seminário realizado pela Escola Judicial do TRT do Rio
Grande do Sul, conjuntamente com a gestão regional do Programa Trabalho Seguro,
também ligado ao Judiciário trabalhista local. Estiveram presentes juízes do trabalho,
servidores e peritos, estes em número de quarenta.
Iniciativa com igual temática está ocorrendo em todos os TRTs, pois se constitui numa
das metas nacionais do referido Programa. Desta forma, é tema de discussão em todo o
país, o que demonstra a dimensão e importância dessa problemática. 
De forma geral, após a alteração da competência da Justiça do Trabalho pela Emenda
Constitucional 45 de 2004, que transferiu ao Judiciário trabalhista os processos que en-
volvem responsabilidade civil em acidentes de trabalho, constatou-se a necessidade de
aprimorar as investigações periciais para verificação de nexo causal. 
No rico debate ocorrido no seminário realizado nos dias 8 e 9 de agosto passados, foi
consenso que há necessidade de exame do local de trabalho, não só da pessoa do tra-
balhador, não só nos casos de óbito, mas também nos inúmeros casos de doenças ocu-
pacionais. 
Há necessidade de um processo investigativo tão profundo quanto for a controvérsia
do processo, utilizando-se, se preciso for, recursos técnicos de mais de um especialista,
acaso seja necessário o com curso de diversas especialidades. Caso clássico é o exame
do local de trabalho, a conformidade de máquinas e equipamentos, ergonomia, e outros
aspectos, por obra de engenheiro, ao passo que o exame da pessoa, identificação de
nexo e detecção de moléstias, através de médicos, o que não exclui a participação de
outros especialistas. 
A perícia judicial não é só médica ou só técnica (de engenharia), ela está ligada inti-
mamente ao conteúdo da controvérsia existente no processo. É esse conteúdo que o
magistrado deve identificar e, como diretor da prova, determinar sua solução. 
Recorda-se que em matéria de responsabilidade civil, a perícia não é obrigatória por lei,
como é na investigação de insalubridade e periculosidade, mas a crescente complexi-
dade das relações laborais e a participação de diversos atores, impõe ampla gama de
especialidades que refogem ao conhecimento geral do juiz que, não obstante, não está
adstrito ao laudo. 
125

De grande pertinência foi a recordação, ocorrida durante exposições e debates no re-


ferido seminário, da plena vigência da Resolução 1488/98, do Conselho Federal de Me-
dicina, que em todas as suas normas fornece um guia completo para o perito realizar a
investigação. Em especial o Art. 2º, pelo qual o estabelecimento do nexo causal deve ob-
servar diversas etapas, como exame clínico físico e mental, história clínica ocupacional,
exame do local de trabalho, estudo da organização do trabalho, dados epidemiológi-
cos, literatura atualizada, identificação de diversos riscos, depoimento e experiência dos
trabalhadores e conhecimentos e práticas de outras disciplinas e de seus profissionais,
sejam eles da área da saúde, ou não. 
São normas dirigidas aos médicos peritos, mas como seu conteúdo é de senso comum,
todos os investigadores judiciais podem dela tirar proveito, pois o aprofundamento do
conhecimento técnico dos casos envolvendo acidentes típicos e doenças ocupacionais
é extremamente necessário para que não ocorra, nesta fase investigativa, o perecimento
do direito das pessoas, por falta de conhecimento ou desinformação. 
O aprimoramento das perícias judiciais é assunto de que o Programa Trabalho Seguro,
instituído pelo TST e capilarizado aos TRTs, no caso gaúcho com todo o apoio da Escola
Judicial, se ocupará permanentemente.  

Fonte: Sanvicente e Fraga (2013, on-line)3.


126

1. O termo exposição do objeto da perícia é fundamental tanto para o juiz, perito,


bem como para as demais partes envolvidas no processo de origem. Certamen-
te o perito será comunicado do mesmo e, pelo mesmo, se deve conduzir seus
trabalhos desde a diligência até a emissão e entrega do laudo pericial. Diante
desse fato, quais são os termos usualmente utilizado para identificar e ex-
por o objeto da perícia?
a) Adicional de insalubridade, Acidente de trabalho, Adicional de Penosidade.
b) Adicional de Periculosidade e Adicional de Insalubridade.
c) Acidente de trabalho, adicional de insalubridade e adicional de periculosidade.
d) Adicional de insalubridade, Indenização por Acidente do trabalho, Adicional
de periculosidade.
e) Adicional de insalubridade, Acidente de trabalho, Adicional de periculosidade.
2. O Art. 19, da lei 8.213/91, conceitua que “acidente do trabalho é o que ocorre
pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador domésti-
co ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art.
11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para
o trabalho”, o que muitos profissionais dizem como conceito legal. A ABNT NBR
14280:2001, que versa sobre a forma de cadastro e registro de acidentes do tra-
balho, nos traz outros conceitos tão semelhantes e esclarecedores quanto. Dessa
maneira, temos que:
I. Acidente do trabalho: ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não,
relacionada com o exercício do trabalho de que resulte ou possa resultar lesão
pessoal.
II. Acidente sem lesão: acidente que não causa lesão pessoal.
III. Acidente de trajeto: acidente sofrido pelo empregado no percurso da residên-
cia para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de
locomoção, inclusive veículo de propriedade do empregado, desde que não
haja interrupção ou alteração de percurso por motivo alheio ao trabalho.
IV. Acidente impessoal: acidente cuja caracterização independe de existir aciden-
tado, não podendo ser considerado como causador direto da lesão pessoal.
V. Acidente pessoal: acidente cuja caracterização depende de existir acidentado.
127

Assinale a alternativa correta:


a) Apenas I está correta.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas II e III estão corretas.
d) Apenas II, III, IV e V estão corretas.
e) I, II, III, IV e V estão corretas.
3. Acidente do trabalho – ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não,
relacionada com o exercício do trabalho, que provoca lesão pessoal ou de que
decorre risco próximo ou remoto dessa lesão, o acidente inclui tanto ocorrências
em relação a um momento determinado, quanto ocorrências ou exposições con-
tínuas ou intermitentes, que só podem ser identificadas em termos de período
de tempo provável. Ainda quanto ao termo e análise do “acidente do trabalho”,
porém com foco na ABNT NBR 14280:2001 e dos demais conceitos que temos
que aprender, quais são as três causas do acidente do trabalho?
a) Fator de insegurança, Ato inseguro, ambiente de insegurança.
b) Fator pessoal, Ato inseguro, Condição ambiente de insegurança.
c) Fator pessoal de insegurança (fator pessoal), Ato inseguro, Condição ambiente
de insegurança.
d) Insegurança pessoal, Ato muito seguro, Condição de ambiente.
e) Condição ambiente de insegurança, Fator pessoal de segurança, Atos seguros.
4. Realizado o estudo preliminar, tendo o objetivo foco do estudo pericial, conhe-
cendo os conceitos que deverão fazer parte e ser aplicados à perícia para que as
análises técnicas sejam claras e objetivas, o perito deverá aplicar vários conheci-
mentos científicos. Quanto a estes fatos, analise as afirmações.
I. ( ) Gerentes, Supervisores, chefes e líderes não, necessariamente, são as pes-
soas que mais conhecem todos os detalhes dos elementos relativos ao aconteci-
mento em questão, pois, habitualmente, o que vemos nos ambientes laborais é
que eles, por força de suas funções, não estão constantemente em contato com
o trabalho do acidentado.
II. ( ) Não há necessidade de que o perito siga princípios pré-definidos para a
perícia, pois, caso o perito não consiga se impor e inibir sua dissimulação, os
fatos geradores do real fator que deu origem ao acidente de trabalho podem
ser modificados em comparação à realidade, pelos fatos dos componentes ou
participantes da diligência sentirem-se, de certa forma, inibidos e acharem que
poderão ser considerados culpados ou responsáveis. Isso fará com que haja a
ineficiência na coleta de dados realizada pelo perito técnico.
128

III. ( ) Deve o perito eliminar totalmente desse trabalho qualquer busca de res-
ponsabilidade ou culpabilidade de alguém, porque esse fato levaria, certamen-
te, a discussões, desavenças e, até mesmo, provocar um efeito de dissimulação
ou de modificação dos fatos conhecidos pelos participantes da diligência e fazer
com que o perito tenha uma imagem distorcida dos fatos reais que é seu foco.
IV. ( ) É importante que o perito esteja ciente de todo o processo e de tudo que
já foi arrolado aos autos, que tenha realizado um estudo prévio das documen-
tações já existentes e de tudo que necessitará durante a diligência e, caso achar
pertinente para evitar embaraços, deve-se solicitar apresentação formal de do-
cumentações, entre outros, peticionando ao juiz de direito que lhe incumbiu da
diligência, a fim de evitar constrangimentos e, até mesmo, simulações e/ou mo-
dificações de fatos e dados.
As afirmações I, II, III e IV são, respectivamente:
a) V, V, V, V.
b) F, F, F, F.
c) V, V, F, V.
d) V, V, V, F.
e) V, F, V, V.
129

5. A Perícia Judicial, quando pertinente a profissões regulamentadas, será exercida


por profissionais legalmente habilitados, com registro nos órgãos fiscalizados do
exercício de suas profissões, requeridas, ainda, reconhecida idoneidade moral,
capacidade técnica e experiência profissional. Considerando a metodologia in-
vestigativa que deve o perito ter para levantar os dados para emissão de seu
laudo técnico, sabe que é importante se ater a alguns detalhes muito relevantes.
Analise as afirmações a seguir.
I. Nunca intimidar as partes, mesmo que os mesmos tentem lhe intimidar.
II. Evite interromper ou se interpor, ouça tudo, após realize suas ponderações e ou
reperguntas.
III. Evite, sob qualquer forma, induzir as respostas, sob cunho de ser acusado poste-
riormente de tendencioso.
IV. Evite conduzir e/ou direcionar a entrevista para algum ponto, deixe as partes
falarem e retire o que for necessário e pertinente.
V. Prepare-se para se emocionar com fatos e pessoas, assim poderá tirar Suas
conclusões.
É correto o que se afirma em:
a) Apenas I, II e III.
b) Apenas I, II e IV.
c) Apenas I, II e V.
d) Apenas I, II, III e IV.
e) I, II , III, IV e V.
MATERIAL COMPLEMENTAR

Perícia judicial em acidentes e doenças do trabalho


Primo A. Brandimillher
Editora: SENAC
Sinopse: este livro traz, de forma inovadora e prática, noções sobre perícia
judicial nas ações acidentárias e trabalhistas, ações de indenização pelo
seguro privado e por responsabilidade civil do empregador. É indispensável
para os profissionais das áreas de direito, segurança e medicina do trabalho.

Programa Justiça do Trabalho na TV do TRT-SC


Os vídeos trazem a desembargadora Viviane Colucci, vice-presidente do TRT-SC, entrevistada no
programa Justiça do Trabalho na TV do TRT-SC. Nesses vídeos, a entrevistada fala sobre as perícias
judiciais nas ações indenizatórias decorrentes de acidente de trabalho ou doença ocupacional.
A magistrada é integrante do Comitê Gestor Nacional do Programa Trabalho Seguro e coordena
o Núcleo de Perícias em Ações Indenizatórias decorrentes de Acidente de Trabalho e Doenças
Ocupacionais do programa. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=6lqhCvbYMZM>.
<https://www.youtube.com/watch?v=OfOcxAFEbSY>.
<https://www.youtube.com/watch?v=-WmX7ceLGKs>.
131
REFERÊNCIAS

ABNT. NBR 14280:2001. Cadastro de acidente do trabalho - Procedimento e classi-


ficação. São Paulo, 2001.
BRASIL. Lei Nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios
da Previdência Social e dá outras providências. Diário Oficial, Brasília, 1991.
______. Lei N° 13.105, de março de 2015. Código de processo civil. Brasília: Senado
Federal, Secretaria de Editoração e Publicações, 2015.
______. Portaria N° 3.214, 08 de junho de 1978. Aprova as Normas Regulamenta-
doras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas
à Segurança e Medicina do Trabalho. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretária
de Inspeção do Trabalho. Disponível em: <http://www.camara.gov.br/sileg/inte-
gras/839945.pdf>. Acesso em: 08 jun. 2017.

REFERÊNCIAS ON-LINE

1
Em: <http://www.abergo.org.br/arquivos/noticias/DIRETRIZES.pdf>. Acesso em: 8
jun. 2017.
2
Em: <http://www.conjur.com.br/2011-jun-19/indenizacao-acidente-trabalho-
-competencia-justica-trabalhista>. Acesso em: 8 jun. 2017.
3
Em: <http://www.trt4.jus.br/portal/portal/trt4/comunicacao/noticia/info/No-
ticiaWindow?action=2&destaque=false&cod=773050>. Acesso em: 8 jun. 2017.
GABARITO

1) D.
2) E.
3) C.
4) E.
5) D.
Professor Esp. Edinei Aparecido Furquim dos Santos

IV
SISTEMAS DE AVALIAÇÃO E USO DE

UNIDADE
INSTRUMENTOS EM PERÍCIAS DE
INSALUBRIDADE, PERICULOSIDADE
E ACIDENTES DO TRABALHO

Objetivos de Aprendizagem
■■ Proporcionar conhecimento de como avaliar em uma perícia de
insalubridade.
■■ Proporcionar conhecimento de como avaliar em uma perícia de
periculosidade.
■■ Proporcionar conhecimento de como avaliar em uma perícia de
acidente de trabalho.
■■ Demonstrar os modelos de petições que podem ser apresentadas
pelo perito.
■■ Apresentar modelos de laudos de insalubridade, laudos de
periculosidade, laudos de acidente do trabalho e laudos conjugados.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ O que e como avaliar em uma perícia de insalubridade
■■ O que e como avaliar em uma perícia de periculosidade
■■ O que e como avaliar em uma perícia de acidente de trabalho
■■ Modelos de petições que podem ser apresentadas pelo perito
■■ Formas, coleta e registros de dados para compor o Laudo
135

INTRODUÇÃO

Olá, caro(a) acadêmico(a).


Trabalhar conceitos e aplicar na prática o que aprendemos não é fácil, porém,
compreender o básico é necessário, saber qual rumo devemos seguir, em um deter-
minado fato. Assim, quando tratamos das avaliações que devem ser realizadas
em perícia técnica, verificamos que é muito importante saber conduzir e avaliar
o fato que a originou, portanto, conhecer o assunto visto em outras disciplinas
e leituras complementares se faz fundamental para que você possa desenvol-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ver conhecimento sobre como é ser perito, aos poucos será capaz de observar e
enxergar que essa atribuição é uma arte e que devemos, cada vez mais, estudá-
-la para nos tornar, dia a dia, melhores profissionais.
Estudaremos a perícia técnica em si, a fim de avaliar condições insalubres,
periculosas e geradoras de acidente do trabalho. Estudar cada uma delas é o
meio para que possamos entender as características que cada uma possui; com-
preender o contexto em que a disciplina, a execução do momento pericial e as
legislações pertinentes e aplicáveis serão balizadores é o ideal, tal qual aos arti-
gos do CPC – Código de Processo Civil que nos apoiam. Notaremos como a
figura do perito é importante; porém, como perito, precisamos conhecer o valor
do reclamante e do assistente técnico ou, até mesmo, do preposto ou profissional
habilitado para tal encargo, durante a diligência pericial, que estarão oferecendo
respostas e ajudando a conduzir, da melhor forma possível, a perícia técnica.
Diante do exposto, você, futuro profissional, estará estudando e aprimorando
seu conhecimento de como verificar, observar e, posteriormente, como colocar
o que se viu e observou em fatos escritos concretos e absolutos, que sirvam de
amparo e esclarecimento ao juiz, e/ou das partes que o nomeou para acompanhar
a ação. Sendo assim, procuramos, a partir daqui, lhe trazer novos conhecimen-
tos que possam agregar e facilitar sua linha de pensamento por meio de modelos
e sugestões, porém o restante é com você. Bom estudo!

Introdução
136 UNIDADE IV

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O QUE E COMO AVALIAR EM UMA PERÍCIA DE
INSALUBRIDADE

Quando tratarmos da perícia - que tem como objeto a verificação de existência


ou não de exposição a agentes insalubres - devemos buscar fatos e dados relati-
vos ao ambiente laboral, visto que já seremos conhecedores dos fatos arrolados
aos autos, dessa forma, já teremos o conhecimento prévio de possíveis contatos
com agentes de riscos enquadráveis na NR 15 (1978) e seus anexos; posterior
aos dados levantados nos autos, verificar o local de trabalho por meio de diligên-
cia técnica pericial, coletando dados para elaboração do laudo, não deixando de
lado a interpretação das leis e normas - especialmente daquelas que determinam
a avaliação qualitativa ou quantitativa do agente -, sendo que posteriormente
deverá recorrer aos princípios e normas da Higiene Industrial e da Segurança e
Medicina do Trabalho para o correto enquadramento da insalubridade.
A metodologia utilizada na avaliação deve ser descrita sucintamente no
Laudo Técnico Pericial. A NR 15 e seus anexos estabelecem metodologia simpli-
ficada de avaliação, especialmente para os critérios qualitativos. Também poderá
ser utilizada a metodologia prevista na Portaria n° 546, de 11 de março de 2010.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
137

Há uma generalizada tendência do pedido dos adicionais de insalubridade


e periculosidade em todo e qualquer tipo de ação trabalhista, pois os adicio-
nais de risco há muito perderam seu status de principal e passaram a figurar
como acessórios na maioria das ações.
Para saber mais, acesse o link disponível em: <https://www.campogrande-
news.com.br/artigos/por-antonio-carlos-vendrame>.
Fonte: Vendrame (2012, on-line)1.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

NR 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES – AVALIAÇÕES


E METODOLOGIAS

A Norma Regulamentadora 15 estabelece as instruções relativas às avaliações


ocupacionais. Nela constam 14 anexos, sendo que o anexo 4 foi revogado, não
fazendo mais parte, o restante distribuído da seguinte forma:
■■ Anexos n.º 1, 2, 3, 5, 11 e 12: possuem limites de tolerância, dessa forma,
necessitam de avaliações quantitativas para a devida caracterização.
■■ Anexos n.º 6, 13 e 14: têm o critério qualitativo, necessitam a verificação
da atividade, devido ao enquadramento nos critérios preestabelecidos nas
mesmas, para a devida caracterização.
■■ Anexos n.º 7, 8, 9 e 10: que, em primeiro lugar, necessitam ser comprova-
das por meio de laudo de inspeção do local de trabalho, para averiguação
das condições de realização das atividades.

Um relevante e importante fator é que nem todos os agentes físicos, químicos ou


biológicos nocivos à saúde podem ser considerados como agentes insalubres, pois,
de acordo com o artigo 190 da CLT, apenas os agentes listados no quadro de ativi-
dades e operações consideradas insalubres, aprovado pelo Ministério do Trabalho,
podem ser considerados para esse fim. Sendo assim, essa relação encontra-se nos
conteúdos explícitos nos 13 anexos vigentes da NR 15 (Portaria 3214/78).
Dessa forma, o mais comum e quase sempre controverso nos ambientes laborais
são as questões relacionadas aos agentes (Ruído, Calor e Frio, Vibrações, Exposição
a Agentes Químicos, Exposição a Poeiras), podendo haver, para a questão pericial,

O Que e Como Avaliar em uma Perícia de Insalubridade


138 UNIDADE IV

outros que constam, na NR 15 – 1978, em seus anexos. Para tanto, apresentare-


mos aqui algumas características relativas aos riscos e algumas formas de avaliação
quantitativas que devem ser observadas, cabendo a cada profissional se aprofun-
dar no estudo da higiene ocupacional por meio de cursos e especializações para
ganhar conhecimento mais afundo, como apresentado a partir deste ponto.

AGENTES DE AVALIAÇÃO QUANTITATIVA

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O conceito do termo “quantitativo” está ligado ao fato de observarmos algo e
aprendermos o que é ou significa, porém, para alguns casos, necessitamos saber
quanto temos dele. Há diversas definições quanto ao termo, em diversos dicio-
nários, impressos e/ou online, como por exemplo:
que diz respeito a quantidade; que apresenta quantidade. Que perten-
ce ao âmbito dos valores e/ou quantidades numéricas. Que abarca ou
compreende o ato de medir esses valores e/ou quantidades.s.m. Valor
determinado e certo: o quantitativo de uma indenização. Número ou
quantidade específica: as probabilidades de sucesso se acabam neste
quantitativo. Análise quantitativa. Química. Análise que determina a
quantidade dos elementos de uma mistura ou de um corpo composto
(DICIO, DICIONÁRIO ONLINE DE PORTUGUÊS, [2017], on-line)2.

Portanto, “Avaliação Quantitativa Ocupacional” é o meio pelo qual saberemos o


volume e a quantidade de algo com relação ao meio ambiente ocupacional, com
principal referência aos agentes de riscos encontrados nos ambientes de trabalho.
Nas atividades já mencionadas dos limites de tolerância previstos nos anexos
n.º 1, 2, 3, 5, 11 e 12, da norma regulamentadora NR 15 de 1978, encontramos
o termo limites de tolerância, que no meio técnico
já é muito conhecido por nos remeter ao sentido
de que para esses agentes, encontrados dispostos
nesses anexos, necessitaremos, além do prévio
reconhecimento, quantificar o mesmo, em volume,
intensidade e concentração para, assim, poder deter-
minar o seu devido enquadramento, e cada anexo possui sua
especificidade, como veremos a seguir.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
139

Avaliação ocupacional ao ruído

O ruído é um dos principais agentes físicos presentes nos ambientes laborais,


em diversos tipos de instalações ou atividades profissionais.
A legislação brasileira, por meio da Portaria nº 3.214/1978, do Ministério
do Trabalho - NR-15, Anexo 1 e 2 -, estabelece os Limites de Tolerância para
exposição ao ruído contínuo ou intermitente e de impacto, neles são represen-
tados os níveis máximos permitidos, em função do tempo diário de exposição
ou, alternativamente, por tempos máximos de exposição diária em função dos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

níveis de ruído que existem. A avaliação desses níveis será realizada medindo
em dB(A) (decibéis), utilizando o critério de resposta lenta.
A metodologia de avaliação do ruído por meio da NR 15 - Portaria nº
3.214/1978, anexo 1 e 2, nos traz apenas que:
[...] os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em
decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando
no circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta (SLOW). As
leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador.

Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibéis (dB), com me-


didor de nível de pressão sonora operando no circuito linear e circuito
de resposta para impacto. Ou seja, operando no circuito de compensa-
ção “C” e circuito de resposta lenta (FAST). As leituras devem ser feitas
próximas ao ouvido do trabalhador. O limite de tolerância para ruído
de impacto será de 130 dB (linear). Nos intervalos entre os picos, o
ruído existente deverá ser avaliado como ruído contínuo.

O instrumento para avaliação quantitativa de ruído (medição) possui regula-


mentação internacional e apresenta a maior versatilidade e opções de modelos,
desde as mais simples até as mais complexas análises de níveis sonoros, com dife-
rentes graus de exatidão e precisão.
Portanto, os aparelhos que são considerados de boa procedência têm que
atender os padrões da IEC (Internacional Electrotechnical Commission) e do
ANSI (American National Standards Institute). Sendo assim, na hora de adqui-
rir e utilizar um equipamento de medida de som, verifique se ele atende a uma
dessas normas:

O Que e Como Avaliar em uma Perícia de Insalubridade


140 UNIDADE IV

■■ IEC 651 (1979) – Sound Level Meters;


■■ IEC 804 (1985) – Integrating-Averaging Sound Level Meters;
■■ ANSI S1.4 - (1983) – Specification for Sound Level Meters;
■■ ANSI S1.25 - (1991) – Specification for Personal Noise Dosimeters;
■■ ANSI S1.11 - (1986) – Specification for Oitave Filters.

Em função de sua precisão nas medições (tolerâncias), os medidores são classi-


ficados pela ANSI (American National Standards Institute) em três padrões, e

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pela IEC (Internacional Electrotechnical Commission) em quatro, como mos-
tra o quadro a seguir.
Quadro 1 - Comparativo padrões ANSI e IEC

PADRÃO PADRÃO APLICAÇÃO


ANSI S1.4 IEC 61672
0 0 Referência padrão de Laboratório
1 1 Uso em Laboratório ou campo em condições contro-
ladas
2 2 Uso geral em campo
Não possui Inspeções Rotineiras, tipo “varredura”, para constatar
3 se os níveis de ruído estão substancialmente acima
dos limites de tolerância.
Fonte: adaptado de OSHA Technical Manual (on-line)3.

Não encontramos essas informações, que são extremamente relevantes, junto à


NR 15, da Portaria 3214/78; sendo assim, devemos buscar amparo legal, em pri-
meiro momento, em outras normas e/ou padrões no Brasil e, se ainda persistir
dúvidas, podemos buscar padrões internacionais. Porém, para ruído, bem como
outros agentes de riscos, temos um amparo legal e muito forte, que são as NHO
(Normas de Higiene Ocupacional) da FUNDACENTRO (Fundação Jorge Duprat
Figueiredo), que nos servem como balizadores para encontrar solução de como e
a melhor forma de avaliar os riscos nos ambientes laborais. Sendo assim, vamos
conhecer um pouco da NHO (Norma de Higiene Ocupacional) 01 (on-line)4.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
141

NHO 01 - Normas de Higiene Ocupacional – Avaliação Ocupacional ao


Ruído

O contexto apresentado nessa norma nada mais é do que o procedimento téc-


nico para avaliação da exposição ocupacional ao ruído, por meio de critérios
para diagnosticar e evitar a exposição que implique em risco potencial de sur-
dez ocupacional e, também, em complementação ao já estabelecido e relevante
junto à NR 15, da Portaria 3214/78. Sendo assim, veremos alguns pontos cru-
ciais e de extrema importância para utilização durante nossas diligências, para
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

averiguação de fatos e dados com referência ao ruído ocupacional.


Os equipamentos utilizados para avaliação do ruído são:
a) Dosímetro de Ruído: medidor integrador de uso pessoal que fornece a
dose da exposição ocupacional ao ruído.
b) Medidor Integrador Portado pelo Avaliador: medidor operado direta-
mente pelo avaliador que fornece, por meio de integração, a dose ou o
nível médio.

O critério de referência que embasa os limites de exposição diária adotados para


ruído contínuo ou intermitente corresponde a uma dose de 100% para exposi-
ção de 8 horas ao nível de 85 dB (A).
A Norma de higiene ocupacional 01 nos traz a metodologia de avaliação
mais adequada para nossa realidade. Dessa forma, nos proporciona o conheci-
mento sobre as principais técnicas de medição que precisamos saber, sendo assim:
a) O medidor de nível de pressão sonora (NPS) é utilizado para se efetu-
arem medições nos postos de trabalho, sendo ele orientado no sentido
principal de propagação das ondas sonoras à altura do plano auditivo do
funcionário, preferencialmente entre 5 a 15 cm do plano auditivo, sendo
que o circuito de compensação selecionado deve ser (A, C ou Linear),
bem como o tempo de resposta em lenta ou rápida, conforme caracterís-
ticas do ruído que se pretende medir no ambiente laboral.
b) O medidor integrador de NPS (Audiodosímetro) deverá ser afixado ao
trabalhador, com o microfone próximo ao seu plano auditivo, acompa-
nhando-o na jornada de trabalho, sendo registrada a dose de ruído na

O Que e Como Avaliar em uma Perícia de Insalubridade


142 UNIDADE IV

memória do instrumento, para leitura posterior, tendo sido anotadas as


atividades do operador no período.

Da mesma forma, a Norma de higiene ocupacional 01 nos apresenta os instru-


mentos de avaliação do ruído, sendo que os instrumentos usualmente empregados
em avaliação do ruído são:
a) Medidor de níveis de pressão sonora (Decibelímetro);
b) Dosímetro de ruído (Audiodosímetro);
c) Analisador de frequência (geralmente se usa banda de oitava e 1/3 de

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
banda de oitava);
d) Registrador gráfico.

Sendo que é importante saber que o analisador de banda de oitava e o registrador


gráfico complementam o instrumental utilizado para avaliação de ruído, eles são
principalmente utilizados nas áreas de pesquisas de ruído ocupacional em labo-
ratórios acústicos, contudo, com conhecimento, o avaliador pode fazer uso deles
para suas avaliações ocupacionais, seja qual for a situação: levantamentos quantita-
tivos de insalubridade para laudos e/ou para laudos periciais da justiça do trabalho.

Avaliação de stress térmico – avaliação de IBUTG - Índice de Bulbo Úmi-


do – Termômetro de Globo – Calor

O calor é um risco físico frequentemente presente em uma série de atividades


profissionais desenvolvidas na indústria siderúrgica, indústria do vidro, indús-
tria têxtil e em outros ramos industriais que apresentam processos com liberação
de grandes quantidades de energia térmica. Está igualmente presente em ativi-
dades executadas ao ar livre, tais como a construção civil e o trabalho no campo.
É sabido que o homem que trabalha em ambientes de altas temperaturas sofre de
fadiga, seu rendimento diminui, ocorrem erros de percepção e raciocínio e aparecem
sérias perturbações psicológicas que podem conduzir ao esgotamento e prostrações.
Há, portanto, a necessidade de conhecer como se processa a interação tér-
mica entre o organismo humano e o meio ambiente, conhecer seus efeitos e
determinar como quantificar e controlar essa interação.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
143

Porém, tal qual a avaliação de ruído, não encontramos essas informações que
são extremamente relevantes junto à NR 15, da Portaria 3214/78. Sendo assim,
devemos também buscar amparo legal, em primeiro momento, em outras normas
e/ou padrões no Brasil e, se ainda persistir dúvidas, podemos buscar padrões inter-
nacionais. As NHO´s (Normas de Higiene Ocupacional) da FUNDACENTRO
(Fundação Jorge Duprat Figueiredo) nos oferece padrões para avaliação de calor,
que nos servem como balizadores para encontrar solução de como e a melhor
forma de avaliar os riscos nos ambientes laborais. Sendo assim, vamos conhecer
um pouco da NHO 06 (Norma de Higiene Ocupacional) (on-line)5.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

NHO 06 - Normas de Higiene Ocupacional – Avaliação da Exposição


Ocupacional ao Calor

Há, portanto, a necessidade de sair avaliando a exposição ao calor, de conhecer


termos que são fundamentais e utilizados com frequência e que farão diferença
quando em campo, estas são definições para melhor compreender como avaliar as
condições de exposição ao calor da melhor maneira possível e com resultados con-
dizentes. Sendo assim, seguem alguns dos termos que são importantes conhecer:
a) Ciclo de Trabalho: é o conjunto de atividades desenvolvidas pelo traba-
lhador em uma sequência definida, e que se repete de forma contínua no
decorrer da jornada de trabalho.
b) Ponto de Trabalho: é todo e qualquer local em que o trabalhador perma-
nece durante o desenvolvimento de seu ciclo de trabalho.
c) Situação Térmica: é cada parte do ciclo de trabalho, em que as condições
ambientais são mantidas constantes de forma que os parâmetros a serem
medidos permaneçam inalterados.

Além desses termos, também temos que conhecer e compreender o Instrumental


de avaliação do calor ocupacional, pois por meio deles é que poderemos compre-
ender o que realmente acontece no ambiente laboral, sendo que a utilização de
equipamento correto e adequado nos dará transparência, reduzirá nosso tempo

O Que e Como Avaliar em uma Perícia de Insalubridade


144 UNIDADE IV

perdido com estabilização, bem como resultados mais precisos. Hoje em dia, o
mais comum utilizado pela praticidade é o conjunto não convencional para a
determinação do IBUTG, o equipamento eletrônico.
É permitida a utilização de equipamento eletrônico para a determinação
do IBUTG ou outros dispositivos para a medição das temperaturas de globo, de
bulbo úmido natural e de bulbo seco, desde que, para quaisquer condições de
trabalho avaliadas apresentem resultados equivalentes aos que seriam obtidos
com a utilização do conjunto convencional, sendo que os dispositivos de medi-
ção de temperatura deverão apresentar, no mínimo, a mesma exatidão exigida

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
para os termômetros de mercúrio existentes no conjunto convencional, sendo
seus componentes os seguintes:
■■ A esfera que é utilizada no equipamento de medição da temperatura de
globo deve ser de cobre, oca e com aproximadamente 1 mm de espes-
sura, bem como 152,4 mm de diâmetro, sendo ela pintada externamente
de preto fosco, com emissividade mínima de 0,95.
■■ O bulbo úmido natural, utilizado no dispositivo de medição da tempera-
tura, deve ter uma forma tubular, deve possuir pavio tecido com alto poder
de absorção de água, como, por exemplo, o algodão, na cor branca, que deve
ser mantido úmido o tempo todo com água destilada, por capilaridade.
■■ Os medidores só poderão ser utilizados dentro das condições de tem-
peratura, umidade e campos magnéticos, além dos demais interferentes
especificados no manual do fabricante. A grande maioria dos equipa-
mentos, muitas vezes, vem como um cabo de extensão para utilização
distantes de interferentes e para eliminar a influência de interferências
inaceitáveis durante a avaliação.
■■ Além do instrumental eletrônico, são indicados outros equipamentos e
acessórios complementares, sendo indicado os seguintes:
■■ Tripé do tipo telescópico - Dispositivo pintado de preto fosco, destinado
à montagem e posicionamento do equipamento de medição, na altura
necessária para a correta avaliação da exposição ocupacional ao calor.
■■ Cronômetro - Destinado à determinação dos tempos de permanência em cada
situação térmica e dos tempos de duração de cada atividade física (NHO 06).

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
145

A utilização dos equipamentos eletrônicos facilitaram muito as avaliações,


ganhando o profissional em tempo e qualidade, visto que torna a leitura e visu-
alização do resultado muito mais simples, bem como o próprio aparelho nos
apresenta: mínimos, máximos, leitura congelada, leitura de umidade, velocidade
do ar, entre outros, porém equipamentos para auxiliar nesse uso podem ser utili-
zados e ajudar muito, trazendo maior confiança durante os trabalhos de campo.

Avaliação ocupacional: análise de frio


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Diversas atividades laborais expõem os trabalhadores aos danos causados pelo


frio, dentre as quais destacamos, principalmente, as atividades realizadas em
ambientes de câmaras frigoríficas, trabalhos de embalagem de carnes e alimen-
tos, operação portuária (quando são manipuladas as cargas congeladas) e outros.
O trabalho em ambientes extremamente frios se constitui num risco potencial
à saúde dos trabalhadores, podendo causar desconforto, doenças ocupacionais,
acidentes e até mesmo a morte, quando o trabalhador fica preso acidentalmente
em ambientes frios ou imerso em água gelada. Os trabalhadores devem estar pro-
tegidos contra a exposição ao frio, de modo que a temperatura central do corpo
não caia abaixo de 36°C.
Para se avaliar a gravidade da exposição ocupacional ao frio, deve-se levar em
consideração a “temperatura do ar e a velocidade do vento e da atividade física
realizada”, sendo que a velocidade do ar irá proporcionar agravamento significativo
na exposição a baixas temperaturas, visto que a combinação entre a velocidade
do ar e a temperatura avaliada em bulbo seco é denominada de temperatura
equivalente e quanto maior for a velocidade do vento e menor a temperatura do
local de trabalho, maior deverá ser o isolamento da roupa protetora contra bai-
xas temperaturas e menor o tempo no qual o trabalhador poderá ficar exposto.
Para tanto, quando iremos fazer avaliação do frio ou baixa temperatura,
temos que nos utilizar de instrumental adequado, assim, nos ambientes em
que a temperatura está abaixo dos padrões de conforto ambiental, necessi-
tamos realizar a aferição dessas temperaturas, ou seja, avaliar a temperatura
do ar (frio); deve-se, portanto, utilizar-se o avaliador de um termômetro de

O Que e Como Avaliar em uma Perícia de Insalubridade


146 UNIDADE IV

bulbo seco comum em graus célsius, com graduação negativa suficiente para
a temperatura utilizada, sendo indicado, preferencialmente, um termômetro
com escala de até - 50°C.
A avaliação da velocidade do vento deve ser realizada por meio de anemô-
metros, que devem ter a escala de quilômetro por hora (km/h).
Para a avaliação das baixas temperatura, devemos realizar a medição ou aferição
da temperatura efetiva com o aparelho adequado; sendo assim, embora os mesmos
fatores ambientais analisados e considerados no estudo do calor influem na inten-
sidade da exposição ao frio, pouco se conhece sobre a sua quantificação e controle.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Não existem, até o momento, índices especiais tão completos e detalhados que per-
mitam uma avaliação correta e precisa das condições de exposição ao frio intenso.
Não existe, na literatura brasileira, informações precisas e objetivas em rela-
ção à exposição ao frio. A Portaria 3214/78, NR 15, Anexo 9, afirma que o critério
de avaliação é somente qualitativo:
[...] as atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigorí-
ficas, ou em locais que apresentem condições similares, que exponham os
trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas insa-
lubres em decorrência de laudo de inspeção realizada em local de trabalho.

Outro dispositivo legal relativo à exposição ao frio é o estabelecido no artigo 253


da CLT, referente a serviços frigoríficos:
[...] para os empregados que trabalham no interior de câmaras frigorí-
ficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou
normal para o frio e vice-versa, depois de uma hora e quarenta minutos
de trabalho contínuo será assegurado um período de vinte minutos de
repouso, computado esse intervalo com trabalho efetivo.

Embora a legislação brasileira não fixe limites de tolerância para exposição ao


frio, a ACGIH (American Conference of Governmental IndustriaL Hygienists)
(American Conference of Governmental Industrial Hygienists) estabelece limi-
tes para exposição a esse agente em função da velocidade do ar, temperatura de
bulbo seco, obtendo-se o índice de temperatura equivalente de resfriamento
- valor que determina o grau de risco da exposição. Apesar disso, também esta-
belece alternância trabalho/descanso num período de 4 horas, em função da
velocidade do ar, temperatura e tipo de atividades.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
147

Além dos limites estabelecidos pela ACGIH (American conference of


Governmental industrial hygienists), poderá ser utilizado como parâmetro o
quadro abaixo, que leva em consideração a temperatura de bulbo seco, zona
climática em que atua o trabalhador e fornece a máxima exposição diária per-
missível, de acordo com o estabelecido no artigo 253 -CLT.
Também a Portaria 3214/78, por meio da norma regulamentadora NR 29, nos
traz referência à avaliação de ambientes frigorificados, determinando a jornada
de trabalho conforme o quadro a seguir, transcrito dessa norma regulamenta-
dora, que nos traz as seguintes situações:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Quadro 2 - Tabela NR 29, máxima exposição ao frio

FAIXA DE MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL PARA PESSOAS


TEMPERATURA DE ADEQUADAMENTE VESTIDAS PARA EXPOSIÇÃO AO FRIO
BULBO SECO º C
15,0 A -17,9 * Tempo total de trabalho no ambiente frio de 6 (seis) horas
e 40 (quarenta) minutos, sendo quatro períodos de 1 (uma)
hora e 40 (quarenta) minutos alternados com 20 (vinte)
minutos de repouso e recuperação térmica fora do ambiente
frio.
12,0 A -17,9 **
10,0 A -17,9 ***
-18,0 A -33,9 Tempo total de trabalho no ambiente frio de 4 (quatro) ho-
ras, alternando-se uma hora de trabalho com 1 (uma) hora
para recuperação térmica fora do ambiente frio.
-34,0 A -56,9 Tempo total de trabalho no ambiente frio, de uma hora, sen-
do dois períodos de trinta minutos com separação mínima
4 (quatro) horas para recuperação térmica fora do ambiente
frio.
-57,0 A -73,0 Tempo total de trabalho no ambiente frio de 5 (cinco)
minutos sendo o restante da jornada de trabalho cumprida
obrigatoriamente fora do ambiente de frio.
Abaixo de -73,0 Não é permitida exposição ao ambiente frio, seja qual for a
vestimenta utilizada.
Fonte: NR 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário (1997, p. 17, on-line)6.
* faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática quente, de acordo com o mapa oficial no IBGE.
** faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática sub-quente, de acordo com o mapa
oficial do IBGE.
*** faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática mesotérmica, de acordo com o mapa
oficial do IBGE.

O Que e Como Avaliar em uma Perícia de Insalubridade


148 UNIDADE IV

Como podemos perceber, na Portaria 3214/78 - NR 15, anexo 9 – frio -, não há


muitos parâmetros para avaliação da exposição ao frio, porém há outros parâ-
metros que podemos seguir para uma boa avaliação, condizente com a realidade
que encontraremos nos ambientes laborais. Diferente de outros itens, tal qual
ruído e calor que conhecemos anteriormente, a exposição ao frio não tem um
parâmetro estabelecido pelas NHO´s - Normas de Higiene Ocupacional -, sendo
assim, devemos nos ater aos aqui definidos e coletar, da melhor forma possível,
dados para o devido enquadramento quanto avaliação da baixa temperatura,
trazendo para nossos laudos e pareceres dados consistentes e esclarecedores.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Avaliação ocupacional a vibrações ocupacionais

Ao estudarmos a vibração ocupacional, acabaremos por nos deparar com situa-


ções avessas ao normalmente encontrado quando avaliamos outros tipos de agentes
ocupacionais, visto que o comum é que o trabalhador seja o sujeito passivo, aquele
que se expõem ao risco, porém, no caso das vibrações, acontece de forma dife-
rente, pois deve haver o contato entre o trabalhador e o equipamento ou máquina
que transmita a vibração ao trabalhador. Portanto, a vibração acaba por consistir
em movimento inerente ao corpo dotado de massa e elasticidade.
Quando estudamos o corpo
humano, verificamos e aprende-
mos que ele possui uma vibração
natural. Quando uma frequência
externa acaba por coincidir com a
frequência natural do sistema do
corpo humano, gera o fenômeno
que chamamos de ressonância,
ou seja, implica na amplificação
do movimento; observa-se que a
energia vibratória é absorvida pelo
corpo humano como consequência
da atenuação que será promovida
pelos tecidos e órgãos do corpo.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
149

Quanto à necessidade de avaliação das vibrações, temos que estas são reali-
zadas de forma quantitativa, pois temos parâmetros próprios já estabelecidos por
normatização, tais como tipos e forma de avaliação destas vibrações, podendo ser:
■■ Vibrações Localizadas: São aquelas transmitidas normalmente às extre-
midades do corpo, especialmente, mãos e braços, tais como as prescritas
por ferramentas manuais.
■■ Vibrações de Corpo Inteiro: São aquelas transmitidas ao corpo do traba-
lhador, na posição sentado, em pé ou deitado; por exemplo, as vibrações
a que estão expostos os motoristas de caminhão, operadores de tratores,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

máquinas agrícolas etc.


A propósito, antes da Portaria N.º 1.297, de 13 de Agosto de 2014, o parâmetro
adotado para caracterização da exposição à vibração era o constante do anexo 8 da
NR 15 - Portaria 3214/78 -, no qual as vibrações (localizadas ou de corpo inteiro)
deveriam ser avaliadas com base nos limites de tolerância das normas ISO 2631-1
e ISO/DIS 5349-1, isso acabava por gerar grandes conflitos do entendimento,
levando a erros e/ou também julgamentos profissionais equivocados. A partir da
Portaria N.º 1.297, de 13 de Agosto de 2014, adotou-se os parâmetros como reais
e verdadeiros, sendo adotado das NHO´s (Normas de Higiene Ocupacional) 09 e
10 como válidos e que passarão a ser os balizadores da avaliação de vibração para
caracterização da insalubridade quando da investigação em campo de trabalho.
É importante frisar que tendo o estabelecido como base técnica após os levan-
tamentos de campo, é fundamental ao expert da área de segurança do trabalho
compreender o que se deve levantar, suas técnicas, instrumentos e como colocar
tudo isso no papel; portanto, um bom Laudo Técnico Pericial sobre vibração
deve conter, obrigatoriamente, os seguintes itens:
a. Critério adotado;
b. Instrumental utilizado;
c. Metodologia de avaliação;
d. Descrição das condições de trabalho e o tempo de exposição às vibrações;
e. Resultado da avaliação quantitativa;
f. Caracterização e enquadramento da condição de insalubridade, quando
houver.

O Que e Como Avaliar em uma Perícia de Insalubridade


150 UNIDADE IV

Há, portanto, a necessidade de compreender o que está definido na NR 15 -


Portaria 3214/78, em seu anexo 8, bem como tudo que consta como parâmetros
nas NHO´s 09 e 10. Antes de sair avaliando a exposição à vibração, temos que
conhecer termos que são fundamentais e utilizados com frequência e que farão a
diferença quando em campo laboral e pesquisa de riscos. Essas definições lhe aju-
darão a compreender e avaliar as condições de exposição de vibração da melhor
maneira possível e os resultados serão harmoniosos, sendo assim, seguem alguns
dos termos que são importante conhecer, vejamos:
a. Grupo de exposição similar (GES): corresponde a um grupo de trabalha-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dores que experimentam exposição semelhante, de forma que o resultado
fornecido pela avaliação da exposição de parte desse grupo seja represen-
tativo da exposição de todos os trabalhadores que o compõem.
b. Limite de exposição (LE): parâmetro de exposição ocupacional que repre-
senta condições sob as quais se acredita que a maioria dos trabalhadores
possa estar exposta repetidamente sem sofrer efeitos adversos que pos-
sam resultar em dano à sua saúde.
c. Nível de ação: valor acima do qual devem ser adotadas ações preventivas,
de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições à vibração
causem danos à saúde do trabalhador e evitar que o limite de exposição
seja ultrapassado.
d. Ponto de medição: ponto(s) localizado(s) na zona de exposição ou pró-
ximo(s) a ela, cujos valores obtidos sejam representativos da exposição
da região do corpo atingida.
e. Zona de exposição: interface entre a fonte de vibração e a região do corpo
para a qual a energia da vibração é transferida.

Sendo estes apenas alguns dos conceitos necessários ao conhecimento do perito


para que possa fazer o seu laudo pericial da melhor forma e condizente com o
que está estabelecido nas normas regulamentadoras 9 e 15, bem como o que está
estabelecido nas normas de higiene ocupacional da fundacentro.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
151
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Avaliação ocupacional a gases e vapores

Os gases e vapores nos ambientes de trabalho, originados de processos indus-


triais, têm causado sérios distúrbios à saúde dos trabalhadores, quer sejam eles
absorvidos pela pele ou inalados.
Ao estudarmos a toxicologia ocupacional, verificamos que os produtos tóxi-
cos podem penetrar no organismo por meio da pele - que é o maior órgão do
corpo humano -, pela afinidade que determinadas substâncias têm pelos lipídios
cutâneos, permitindo-lhes atravessar a epiderme e alcançar a derme, e daí para
a circulação sanguínea se contato é muito rápido; um exemplo são os casos dos
derivados nitratos e aminados aromáticos.
Outra via de penetração importante é a respiratória, pois, se o agente tóxico
atingir os alvéolos, haverá rápida difusão e dispersão por todo o organismo por
meio do sangue, podendo trazer consequências graves.
Os agentes químicos são classificados pelos seus efeitos no organismo, como:
■■ Irritantes;
■■ Asfixiantes simples;
■■ Asfixiantes químicos;
■■ Narcóticos;
■■ Tóxicos sistêmicos;

O Que e Como Avaliar em uma Perícia de Insalubridade


152 UNIDADE IV

Dentre os tóxicos sistêmicos, destacamos, pelos tipos de atividades analisadas, os


hidrocarbonetos aromáticos, entre os quais se encontram o benzeno, tolueno e
xileno (BTX), geralmente presentes nos solventes de tintas e áreas de pintura. Eles
agem nos órgãos hematopoiéticos, podendo acarretar distúrbios na produção dos
glóbulos vermelhos do sangue, causando enfermidades profissionais incapacitantes.
A presença de substâncias agressivas no ambiente de trabalho pode consti-
tuir um risco para a saúde dos trabalhadores.
Isso não significa que todo pessoal exposto irá contrair uma doença pro-
fissional. Sua ocorrência dependerá, fundamentalmente, de fatores tais como:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a. Concentração do contaminante no ambiente de trabalho;
b. Tempo de exposição;
c. Características físico-químicas do contaminante;
d. Susceptibilidade pessoal.
Portanto, para avaliar o risco de exposição a um agente químico em um ambiente
de trabalho, deverá se determinar, da forma mais correta possível, a concentração
do contaminante no ambiente, cuidando para que as medições sejam efetua-
das com aparelhagem adequada e que sejam as mais representativas possível da
exposição real a que estão submetidos os trabalhadores.
Outro fato relevante e fundamentalmente importante é conhecermos a con-
centração dos contaminantes existentes num local de trabalho. Para isso, devemos
coletar amostras, no local, que possibilitem uma análise quantitativa das subs-
tâncias existentes. Considerando-se que a concentração de uma substância no
ar pode variar no tempo e no espaço, em função da movimentação do ar, dos
ciclos, dos processos e da intensidade do trabalho realizado, além da distância
do, trabalhador à fonte etc., verificamos, assim, que avaliar gases e vapores tóxi-
cos e bem complexo, demandando especial atenção, e tem minuciosos detalhes,
pois a concentração de produtos tóxicos, na maioria das vezes, são muito baixas,
e para a sua determinação, necessita-se de métodos altamente sensíveis. Devido
a essa complexidade, não é possível confiar em uma única amostragem, o ideal
é se fazer um plano de amostragem - o que se torna quase que inviável quando
tratamos de perícias técnicas judiciais, devido ao tempo e espaço de tempo para
realização de laudo e emissão ao juiz de direito do trabalho.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
153

Diante de todo o exposto, sabendo da complexidade de amostrar os agen-


tes químicos, são dois os tipos as amostragens mais conhecidas e feitas, a fim
de se avaliar a exposição a um agente químico, principalmente os gases e vapo-
res, ou seja:
1. Amostragens instantâneas – são as realizadas durante um curto período de
tempo e podem ser fixadas em minutos ou menos. Os resultados correspon-
dem, portanto, à concentração existente nesse intervalo de tempo amostrado.

As vantagens desse tipo de amostragem é poder registrar as concentrações


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

mais altas e as mais baixas que possam ocorrer durante o ciclo de trabalho. A
concentração média durante a jornada de trabalho pode ser calculada, cole-
tando-se uma série de amostras durante o período completo de trabalho e
estratificando-as para toda a jornada.
Observação: esse tipo de amostragem tem utilidade quando, de certa forma, se
quer avaliar a concentração de substâncias irritantes e outras que tenham limites
de tolerância – valor teto, também importante para determinar se o valor máximo
das substâncias com limite de tolerância média ponderada foi ou não ultrapassado.
2. Amostragens contínuas – estas são as realizadas em um período de tempo
maiores que as medições instantâneas, utilizando-se de metodologia indicada
e tempo calculado, chegando, às vezes, até uma jornada inteira de trabalho.

Sua principal vantagem é a de fornecer resultados, tais como média ponderada


das condições existentes no período de avaliação do ambiente.
Ambos os dois tipos de amostragens são de grande utilidade na pesquisa
da presença de agentes químicos em locais de trabalho. Agora, tudo isso depen-
derá do bom senso e da experiência do profissional que estudará o local, a fim
de determinar a amostragem mais apropriada em cada caso, visando a resultados
representativos da exposição dos trabalhadores aos agentes químicos presen-
tes naquele local de trabalho, além do uso das metodologias apropriadas como
veremos a seguir.

O Que e Como Avaliar em uma Perícia de Insalubridade


154 UNIDADE IV

Método de Adsorção
A adsorção é efetuada por meio de tubos de carvão ativado ou sílica gel, depen-
dendo da substância a ser coletada. O tubo é acoplado a um amostrador (bomba
de sucção) apropriado e com baixa vazão, seguindo os seguintes passos:
O amostrador é fixado ao trabalhador, com o tubo coletor preso à lapela,
portanto, junto ao seu campo dá concentração do produto no ar.
Os tubos coletores são compostos, geralmente, por duas seções, isoladas por
elementos refratários à substância a ser coletada. A primeira seção é a de coleta,
a segunda é a de saturação, para controle da concentração.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Massa da amostra(mg)
____________________
Cálculo da Concentração (mg/m3)=
Volume amostrado (m3)

Algumas observações importantes devem ser conhecidas para o bom anda-


mento da avaliação, principalmente quanto ao ajuste de equipamentos e acessórios
para avaliação correta pelo modo de coleta por adsorção, vejamos quais são elas:
a. A bomba de amostragem deve ser presa na cintura do trabalhador, em
posição que não atrapalhe a operação que ele estiver realizando e que per-
mita o acompanhamento;
b. O tubo deve ser posicionado na zona respiratória do trabalhador, na posi-
ção vertical;
c. Deve-se observar que a mangueira de amostragem não sofra estrangulamento;
d. Devem ser anotados: o horário inicial e final da amostragem, nome e
função do trabalhador, a pressão atmosférica, a temperatura do ar e a
umidade relativa do ar no local da avaliação;
e. As amostras coletadas deverão ser enviadas para análise o mais breve
possível devidamente rotuladas. Não podem ficar expostas à carga solar
ou fontes de calor, devendo-se cuidar para que fiquem em locais frescos.
f. A metodologia de coleta por adsorção é realizada em meio sólido poroso,
em que uma substância gasosa fica retida nos seus interstícios, sendo que os
espaços entre as moléculas do adsorvedor acabam por serem preenchidas
pela substância adsorvida, é essa propriedade empregada principalmente
nos tubos de carvão ativado e sílica gel.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
155

Método de Monitoramento passivo


Esse tipo de amostragem é realizada empregando-se tubo de difusão, fixados na
lapela do trabalhador que é exposto ao agente químico que se quer avaliar. Esse
tubo funciona aproximadamente da mesma maneira que o colorimétrico, porém,
com reação mais lenta, por difusão, permitindo-se amostragem de uma jornada
de trabalho, por descoloração da substância interna do tubo.
A concentração é calculada dividindo o comprimento da porção descolorida
no tubo pelo tempo de amostragem, obtendo-se o valor médio da exposição, o
qual é comparado com o LT do agente químico.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Esse método exige o acompanhamento da medição, podendo o tubo ser


retirado antes de completada a jornada de trabalho, se a concentração estiver
elevada, pois a saturação invalida a amostra.
Existe uma variação da amostragem passiva, em que não se utilizam tubos
de adsorção para análise posterior, assim diferenciando-se do método de adsor-
ção já descrito, pelo não uso da bomba de sucção.

Método da Absorção (Impinger)


Esse método utiliza-se de meio líquido que seja absorvente para o agente químico
coletado. É denominado impingir e se compõe de um frasco graduado, tubo de
imersão e tampão, sendo acoplado à bomba de sucção, que provoca a passagem
do agente químico amostrado para o meio líquido, onde fica retido por dissolu-
ção ou por reação química por meio do borbulhamento do ar contaminado na
substância absorvedora, sendo necessária, após a coleta, algumas ações:
a. Após a coleta, o frasco é hermeticamente fechado e encaminhado ao labo-
ratório para ser analisado.
b. O frasco deverá, previamente, ser rigorosamente limpo para evitar con-
taminações ou mascaramento dos resultados.

Para alguns agentes químicos existem padrões de leitura imediata pelo método
Impinger, por colorimetria, em que pinga-se uma gota da substância coletada
sobre determinado produto, que mudará de cor em presença do contaminante;
a cor resultante será comparada com padrões existentes, em que a concentração
será determinada pela tonalidade.

O Que e Como Avaliar em uma Perícia de Insalubridade


156 UNIDADE IV

Método da Leitura Direta (Instrumentos Analógicos e Digitais)


São instrumentos eletrônicos analógicos e digitais previamente calibrados para
o gás a ser amostrado.
Compõe-se, geralmente, de uma fonte de energia, célula sensora -, discrimi-
nadora do agente químico a ser medido -, e circuito eletrônico que transforma
os impulsos elétricos modificados pela variação da condutividade no sensor, na
presença do gás, em valores mensuráveis analógicos ou digitais.
São encontrados instrumentos para medição de concentrações de: CO, O2,
H2S, SO2, gás metano etc.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Método da Verificação de Explosividade
Explosímetro - é um instrumento que mede o potencial de explosividade pela
presença de vapores combustíveis no ar, os quais possam formar concentrações
explosivas. Os referidos instrumentos são de aspiração manual ou por meio de
bomba, com câmara de combustão dotada de filamentos elétricos aquecidos
para verificar os limites de explosividade do ar contaminados pelo combustível.

Método da Verificação da Deficiência de Oxigênio


O oxímetro é um indicador de nível de oxigênio. Existem locais em que podem
haver situações as quais poderá haver deficiência de oxigênio no ar pela altera-
ção da pressão ou pela presença de algum gás asfixiante, o qual afasta o oxigênio,
reduzindo a sua porcentagem na composição do ar, pelo efeito da pressão par-
cial exercida por cada elemento.

Análise de Material Particulado - Aerodispersóides


Sabemos que existem diversos tipos de partículas suspensas no ar do ambiente
em que vivemos, contudo, algumas são peculiares do meio ambiente de trabalho.
Inúmeras são as variedades de poeiras às quais os trabalhadores estão expostos,
elas estão nas formas de substância pura ou em misturas e em grande variedade.
Sendo assim, a inalação é a forma mais fácil de entrada dessas poeiras em nosso
organismo, e seus efeitos irão depender da espécie química que as compõem, da
sua concentração no ar e do tempo de exposição ao trabalhador.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
157

Como podemos observar, o tamanho da partícula inalada será o fator que


irá determinar o local de deposição no organismo e o potencial de risco dessa
exposição, pois nem toda partícula consegue penetrar no trato respiratório, e das
que conseguem, nem todas chegam ao pulmão. Portanto, quando estudamos as
poeiras, devemos ter em mente que elas, em quantidade excessiva, acabam por
sobrecarregar os nossos sistemas de proteção e limpeza do organismo, vindo a
favorecer a instalação de doenças respiratórias.
Agora que sabemos que a aerodispersóides é o mesmo que a dispersão de
partículas sólidas ou líquidas no ar, de tamanho reduzido, que podem manter-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

-se em suspensão por um longo tempo, sabemos que temos que fazer a avaliação
da exposição ocupacional ao material particulado, ou seja, a esses aerodispersó-
ides, sendo assim, é importante alguns detalhes, tais como:
a. Escolher os filtros para coletar material particulado - filtros mem-
brana: Existem, atualmente, no mercado, diversos tipos e marcas de
filtros-membrana, entre eles estão:
■■ É ster de celulose
■■ Cloreto de polivinila (PVC)
■■ Membrana de Prata
■■ Teflon
■■ PVC – copolímero de acrilonitrila
■■ Celulose regenerada
■■ Nitrato de celulose

A escolha do melhor tipo de membrana a ser utilizada depende de muitos aspec-


tos que devem ser previamente conhecidos, tais como:
■■ Método analítico a ser aplicado;
■■ Tipo de material a ser analisado;
■■ Tamanho de poro em função da granulometria do material a ser retido;
■■ Compatibilidade química.

O Que e Como Avaliar em uma Perícia de Insalubridade


158 UNIDADE IV

b. Compreender as aplicações de cada tipo de membrana, tais como:


■■ Éster de Celulose: coleta de poeiras ou fumos metálicos / análises por
Absorção Atômica, coleta de fibras de asbesto (quadriculado), análise
por Microscopia Ótica.
■■ PVC (Cloreto de Polivinila): coleta de poeiras em geral, análise por
Gravimetria, coleta de poeiras que possam sílica / análise por Difratometria
de Raios X ou Espectrofotometria de infravermelho.
■■ Membrana de Prata: análise de poeiras que possam conter sílica / téc-
nica de Difratometria de Raios X.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Teflon: coleta de poeiras em geral / análise por Gravimetria.
■■ PVC – Copolímero de Acrilonitrila: análise de poeiras que possam con-
ter sílica / técnica de Difratometria de Raios X.
c. Conhecer quais são os demais acessórios e equipamentos utilizados para
coletar os aerodispersóides, propriamente a poeira respirável, tais como:
■■ Ciclone de Alumínio/Nylon - Ciclone em Alumínio, com 37mm de
diâmetro para amostragem de poeiras respiráveis; elimina o problema
de carga estática de ciclones de nylon; ponto de corte de 4.0 µm, 2.5
L/min; mantém a curva para poeiras respiráveis ACGIH (American
Conference of Governmental industrial Hygienists)/ISO/CEN; leve e
pequeno - Dimensões: 66 x 38mm.
■■ Câmara de calibração - de alumínio, engata igualmente sobre a haste de
alumínio do ciclone e permite conectar uma mangueira de Tygon, encai-
xando-a para calibração de fluxo de ar. A câmara de calibração encaixa
em ambos os ciclones de alumínio de 25 e 37mm.
■■ Porta-Cassetes ciclone de alumínio para cassetes de 25 mm e 37 mm
- o porta-cassete tem peso leve e é desenhado para prender no colarinho
do trabalhador e acomodar um ou outro cassete de 25 e 37mm., com ou
sem ciclone de alumínio.
■■ Ciclone de nylon - o Ciclone em Nylon para amostragem de poeiras
respiráveis mantém a curva para poeiras respiráveis ACGIH (American
Conference of Governmental industrial Hygienists)/ISO/CEN, funciona
com qualquer modelo de bomba de amostragem com o fluxo de 1,7LPM,
leve e pequeno.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
159

A Respeito dos Ciclones de Poeiras Respiráveis, temos que o ciclone é um seletor


de tamanho de partícula de poeira respirável, usado em particulados aerotrans-
portados de amostragem de poeiras e é mencionado para rotação do ar dentro
de sua câmara. O ciclone tem o princípio de funcionamento semelhante a uma
centrífuga; a rápida circulação de ar separa partículas de poeira de acordo com
seu diâmetro aerodinâmico. As partículas são coletadas no filtro enquanto as
maiores são depositadas no recipiente de baixo. O conjunto de filtro cassete e
ciclone são prendidos no colarinho do trabalhador ou no bolso, junto à zona de
respiração. A bomba é colocada no cinto do trabalhador ou em uma bolsa de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

proteção. Depois de montar a bomba, o trabalhador veste todos os aparatos do


conjunto de amostragem de poeiras respiráveis para o período de coleta.
d. Conhecer sobre a forma de avaliação quantitativa, ou seja, os aspec-
tos de medição dos aerodispersóides.

Em primeiro lugar, devemos levar em consideração que a caracterização da expo-


sição deve ser feita basicamente de maneira individual, ou seja, os dados devem
ser coletados de forma que se possa definir a situação de exposição de cada um
dos trabalhadores do ambiente ocupacional.
Toda amostragem deve ser conduzida de maneira que os resultados sejam
representativos da exposição do trabalhador ao particulado avaliado, sempre em
condições normais de trabalho. Os procedimentos de amostragem não devem,
de maneira alguma, interferir nas atividades do trabalhador, portanto, é neces-
sário se ater a alguns detalhes, vejamos:
Operação do equipamento de amostragem:
I. A bomba de amostragem deve ser presa na cintura do trabalhador, por
intermédio de cinto ou outro meio, em posição que não atrapalhe a ope-
ração que ele estiver realizando e que permita o acompanhamento do
funcionamento da bomba pelo avaliador;
II. O conjunto ciclone/cassete, tubos etc. - que são os elementos de amostra-
gens - devem ser posicionados sempre na zona respiratória do trabalhador;
III. O avaliador deve observar sempre se a mangueira de amostragem não irá
sofrer estrangulamento e se os elementos de amostragem estão em posi-
ção oposta ao da bomba;

O Que e Como Avaliar em uma Perícia de Insalubridade


160 UNIDADE IV

IV. Verificar se o equipamento está ligado e, durante o tempo de operação,


observar as condições pertinentes ao seu funcionamento e com relação
ao ambiente de trabalho avaliado.

Validação das amostras


As amostras consideradas válidas, que podem ser enviadas para o labora-
tório, são aquelas que:
I. Não apresentarem excesso de material e desprendimento do filtro;
II. Não tenham sofrido contaminação de qualquer tipo;

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
III. Foram coletadas com uso de bombas de amostragem devidamente cali-
bradas e aferidas e que apresentaram boas condições de funcionamento;
IV. O cassete porta-filtro não apresente prejuízo a sua integridade;
V. Para as quais se tenha todos os dados de amostragem anotados com pre-
cisão para análise posterior.
Encaminhamento das amostras para o laboratório
I. As amostras coletadas deverão ser enviadas ao laboratório, acompanha-
das dos dados necessários para o processamento analítico;
II. Os porta-filtros devem ser transportados com a face amostrada para cima
e com orifícios de entrada e saída de ar vedados;
III. Utilizar um plug vermelho na face amostrada e um plug azul na outra
face, transportá-las de modo que não sofram choques.

Dados necessários à planilha de campo e levantamento ambiental ocupacional


I. Identificação do filtro;
II. Vazão de amostragem (inicial e final) média;
III. Data e período de amostragem;
IV. Nome e função do trabalhador;
V. Posto de trabalho e descrição detalhada da atividade laboral;
VI. A pressão atmosférica, temperatura do ar e humidade relativa dos locais
de avaliação.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
161

O avaliador deve sempre anotar, no campo de “observações” da planilha de


campo, as operações ou fatos anormais ou fora da rotina habitual que, porven-
tura, tenham ocorrido durante o período de realização de amostragens.

AGENTES DE AVALIAÇÃO QUALITATIVA

O conceito do termo qualitativo está ligado diretamente ao fato de observarmos


algo e aprendermos o que é ou significa. Temos, em diversos dicionários, defi-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

nições sobre o termo, também em impressos e/ou on-line, como por exemplo:
[...] que se refere a qualidade, a natureza dos objetos e não a sua quan-
tidade: análise qualitativa das propriedades medicinais das plantas.
Relativo a natureza, a estrutura de algo ou de alguém: o corpus lin-
guístico possui cinco variantes qualitativas; aspecto qualitativo de al-
guém. [Química] Análise qualitativa. Que determina a natureza dos
elementos contidos em uma mistura ou dos que formam um composto
(DICIO, DICIONÁRIO ONLINE DE PORTUGUÊS, [2017], on-line)7.

Portanto, “Avaliação Qualitativa Ocupacional” é o meio pelo qual identificamos


a natureza de algo com relação ao meio ambiente ocupacional, com principal
referência aos agentes de riscos encontrados nos ambientes de trabalho.
A Norma Regulamentadora NR 15 – Portaria 3214/78, de certa forma, nos
traz que, em primeiro momento, todos os riscos devem ser “Qualificados” e,
depois, separar o joio do trigo, ou seja, o que necessita de avaliação “Qualitativa”
e “Quantitativa”, tais quais os elementos que estudamos anteriormente.
Portanto, a partir deste ponto, veremos alguns aspectos relevantes das avalia-
ções qualitativas, porém pouco utilizados, e quando utilizados são interpretados,
na maioria das vezes, de forma equivocada pelos profissionais de saúde e segu-
rança do trabalho. Sendo assim, é importante compreender e fazer a devida
interpretação para o devido enquadramento, caso contrário, estará apenas lendo
e não colocando em prática a qualificação conforme a lei exige.

O Que e Como Avaliar em uma Perícia de Insalubridade


162 UNIDADE IV

Nas atividades mencionadas nos anexos n.º 6, 13 e 14

1. Os anexos 6, 13 e 14 nos traz como palavra chave para nossa interpretação


“atividades”, sendo assim, devemos nos amparar avaliando o ambiente de
trabalho quando da exposição à agentes constantes dos anexos 6, 13 e 14,
em relação ao tipo de atividade que é realizada pelo trabalhador, no local
de trabalho, e se essa atividade tem relação direta com o que está relacio-
nado e descrito no corpo do anexo que está sendo avaliado no momento,
pericial e/ou de levantamento de campo. Portanto, vamos relembrar e ver
alguns detalhes importantes desses três anexos:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
NR 15 - Atividades e operações insalubres - anexo n.º 6 - trabalho sob
condições hiperbáricas

São trabalhos ou atividades realizadas sob ar comprimido, efetuados em ambien-


tes em que o trabalhador é obrigado a suportar pressões maiores que a pressão
atmosférica e que exige cuidadosa descompressão, de acordo com as várias tabe-
las que estão anexadas ao item do anexo 6 da NR 15 – Portaria 3214/78. Para tal
finalidade e análise, deve se ater a detalhes, tais como:
a. Critérios a qualificar:
1.3.3: durante o transcorrer dos trabalhos sob ar comprimido, nenhu-
ma pessoa poderá ser exposta à pressão superior a 3,4 kgf/cm2, exceto
em caso de emergência ou durante tratamento em câmara de recom-
pressão, sob supervisão direta do médico responsável.

1.3.4: a duração do período de trabalho sob ar comprimido não poderá


ser superior a 8 (oito) horas, em pressões de trabalho de 0 a 1,0 kgf/
cm2; a 6 (seis) horas em pressões de trabalho de 1,1 a 2,5 kgf/cm2; e a 4
(quatro) horas, em pressão de trabalho de 2,6 a 3,4 kgf/cm2 (BRASIL,
Portaria N° 3214/78, NR 15, Anexo 6).

Em relação à ventilação e à temperatura, serão observadas as seguintes condições:


a) durante a permanência dos trabalhadores na câmara de trabalho ou
na campânula ou eclusa, a ventilação será contínua, à razão de, no mí-
nimo, 30 (trinta) pés cúbicos/min./homem.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
163

b) a temperatura, no interior da campânula ou eclusa, da câmara de tra-


balho, não excederá a 27ºC (temperatura de globo úmido), o que pode-
rá ser conseguido resfriando-se o ar através de dispositivos apropriados
(resfriadores), antes da entrada na câmara de trabalho, campânula ou
eclusa, ou através de outras medidas de controle.

c) a qualidade do ar deverá ser mantida dentro dos padrões de pureza


estabelecidos no subitem 1.3.15.6, através da utilização de filtros apro-
priados, colocados entre a fonte de ar e a câmara de trabalho, campânu-
la ou eclusa (BRASIL, Portaria N° 3214/78, NR 15, Anexo 6).

Veja a tabela seguinte, caro(a) aluno(a), em que abordaremos a qualidade do ar


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

e as purezas.
Quadro 3 - Avaliação da qualidade do ar e purezas - subitem

CONTAMINANTE LIMITE DE TOLERÂNCIA


Monóxido de carbono 20 ppm
Dióxido de carbono 2.500 ppm
Óleo ou material particulado 5 mg/m³ (PT>2kgf/cm2)
3 g/m³ (PT<2kgf/cm2)
Metano 10% do limite inferior de explosividade
Oxigênio mais de 20%
Fonte: adaptado de NR 15 (1978).

Essa condições apresentadas no quadro, caro(a) aluno(a), deverão ser mantidas


todo o tempo de trabalho, ou seja, durante toda a sua execução.

NR 15 - atividades e operações insalubres – anexo - n.º 13 - agentes


químicos

Relação das atividades e operações envolvendo agentes químicos, consideradas


insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. Da mesma
forma que o anexo 6, para avaliar as condições e exposições a esse anexo, se faz
necessário utilizar a palavra-chave atividades, ou seja, verificar o real enquadra-
mento da atividade realizada e o tipo de trabalho. A título de exemplo temos o
produto “arsênico”, que nos traz as seguintes situações:

O Que e Como Avaliar em uma Perícia de Insalubridade


164 UNIDADE IV

Insalubridade em grau máximo


Extração e manipulação de arsênico e preparação de seus compostos.
Fabricação e preparação de tintas à base de arsênico.
Fabricação de produtos parasiticidas, inseticidas e raticidas contendo
compostos de arsênico.
Pintura a pistola com pigmentos de compostos de arsênico, em recintos
limitados ou fechados.
Preparação do Secret.
Produção de trióxido de arsênico.
Insalubridade em grau médio
Bronzeamento em negro e verde com compostos de arsênico.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Conservação e peles e plumas; depilação de peles à base de compostos
de arsênico.
Descoloração de vidros e cristais à base de compostos de arsênico.
Emprego de produtos parasiticidas, inseticidas e raticidas à base de
compostos de arsênico.
Fabricação de cartas de jogar, papéis pintados e flores artificiais à base
de compostos de arsênico.
Metalurgia de minérios arsenicais (ouro, prata, chumbo, zinco, níquel,
antimônio, cobalto e ferro).
Operações de galvanotécnica à base de compostos de arsênico.
Pintura manual (pincel, rolo e escova) com pigmentos de compostos de
arsênico em recintos limitados ou fechados, exceto com pincel capilar.
Insalubridade em grau mínimo
Empalhamento de animais à base de compostos de arsênico.
Fabricação de tafetá “sire”.
Pintura a pistola ou manual com pigmentos de compostos de arsênico
ao ar livre (BRASIL, Portaria N° 3214/78, NR 15, Anexo 6).

É possível observar, nessa transcrição do contido na NR 15 – Portaria 3214/78,


anexo 13, que temos três situações de exposição que podem gerar três graus de
percepção de insalubridade, podendo ser de grau máximo, médio e mínimo, e
para cada um desses graus, temos, elencados, itens, ou seja, atividades que o tra-
balhador deve realizar para que sua exposição seja realmente enquadrada, sendo
assim, é muito relevante estudar e compreender o ambiente laboral e seus detalhes.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
165

NR 15 - Atividades e operações insalubres - anexo n.º 14 - agentes bi-


ológicos

Aqui, você verá as relação das atividades que envolvem agentes biológicos, cuja
insalubridade é caracterizada pela avaliação qualitativa - assim como os demais
anexos apresentados até aqui sobre avaliação qualitativa. Talvez este seja o mais
polêmico e de maior dificuldade para avaliação, porém tudo irá depender de
como faremos nossas interpretações, vejamos os detalhes pertinentes ao mesmo:
Insalubridade em grau máximo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Trabalho ou operações, em contato permanente com:


- pacientes em isolamento por doenças infectocontagiosas, bem como
objetos de seu uso, não previamente esterilizados;
- carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pêlos e dejeções de
animais portadores de doenças infectocontagiosas (carbunculose, bru-
celose, tuberculose);
- esgotos (galerias e tanques);
- lixo urbano (coleta e industrialização).
Insalubridade em grau médio
Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais
ou com material infecto-contagiante, em:
- hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, pos-
tos de vacinação e outros estabelecimentos destinados aos cuidados
da saúde humana (aplica-se unicamente ao pessoal que tenha contato
com os pacientes, bem como aos que manuseiam objetos de uso desses
pacientes, não previamente esterilizados);
- hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimen-
tos destinados ao atendimento e tratamento de animais (aplica-se ape-
nas ao pessoal que tenha contato com tais animais);
- contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro,
vacinas e outros produtos;
- laboratórios de análise clínica e histopatológia (aplica-se tão-só ao
pessoal técnico);
- gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica-
-se somente ao pessoal técnico);
- cemitérios (exumação de corpos);

O Que e Como Avaliar em uma Perícia de Insalubridade


166 UNIDADE IV

- estábulos e cavalariças;
- resíduos de animais deteriorado (BRASIL, Portaria N° 3214/78, NR
15, Anexo 14).

Como podemos perceber, para avaliar os agentes biológicos, teremos que analisar
diretamente o tipo de exposição e a relação com o trabalhador, ou seja, o tipo de
atividade, executada no ambiente, que o possa expor à situação de risco de contami-
nação por agentes biológicos constantes do anexo 14, da norma regulamentadora 15.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
AGENTES DE AVALIAÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA

Um fato muito importante e necessário à compreensão é de que a norma regula-


mentadora 15 nos traz os agentes de avaliação qualitativo e quantitativo, contudo,
para alguns agentes, ela nos traz a referência de que primeiro é necessário qua-
lificar e, posteriormente, quantificar os agentes para o devido enquadramento,
porém, para isso, deve ser realizado um laudo de inspeção no local de trabalho
para realmente averiguar a existência, ou não, do agente de risco.

Nas atividades comprovadas por meio de laudo de inspeção do


local de trabalho, constantes dos anexos n.º 7, 8 e 9

Vejamos que o título desse subtópico nos traz que: os anexos 7, 8 e 9 como pala-
vra chave para nossa interpretação “atividades”. Porém, um complemento faz
muita diferença por meio de “laudo de inspeção do local de trabalho”; sendo
assim, vejamos a definição de laudo, segundo o dicionário Brasileiro da língua
portuguesa - Michaelis:
Laudo
lau·do
sm
1 Texto em que um especialista emite sua opinião em resposta a uma
consulta: O laudo médico comprovou a boa saúde do rapaz.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
167

2 Opinião escrita em que um perito ou árbitro emite seu parecer e res-


ponde aos quesitos que lhe foram propostos pelo juiz e pelas partes
interessadas: “[…] o laudo do perito serviu maravilhosamente ao regime
militar, interessado em colocar o mais depressa possível uma pedra sobre
o assunto, evitando explorações […]” (CA).
EXPRESSÕES
Laudo arbitral, Jur : a) decisão de árbitros em um caso a eles submetido;
b) documento que contém essa decisão.
Laudo pericial, Jur : denominação geral a qualquer peça escrita em que
um perito responde aos quesitos que lhe foram formulados e emite seu
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

parecer (DICIONÁRIO MICHAELIS, 2017, on-line)8.

Bem como a definição de laudo, temos a definição de inspeção, vejamos:


Inspeção
ins·pe·ção
sf
1 Ação ou efeito de inspecionar; exame, inspecionamento, vistoria.
2 Exame feito por inspetor.
3 Ação ou efeito de fiscalizar; fiscalização.
4 V inspetoria (DICIONÁRIO MICHAELIS, 2017, on-line)9.

Ao juntarmos esses termos, temos que o laudo de inspeção nada mais é do que o
ato de se fiscalizar um determinado local e, ao final, emitir uma escrita, ou seja,
um laudo afirmando, ou não, a existência de determinada situação com relação
aos anexos constantes, sendo que, dependendo da inspeção, poderá o expert em
saúde e segurança do trabalho atentar para a necessidade de quantificações de
determinados agentes, sendo assim, uma condição que demanda avaliação qua-
litativa em primeiro momento e quantitativa em segundo momento. Portanto,
vamos relembrar e ver alguns detalhes importantes desses três anexos:

O Que e Como Avaliar em uma Perícia de Insalubridade


168 UNIDADE IV

NR 15 - atividades e operações insalubres - anexos n.º 7 - radiações


não-ionizantes

Como estudamos e compreendemos anteriormente, necessitamos avaliar de posse


desses dados e emitir nosso parecer. Sendo assim, é necessário ir ao ambiente
de trabalho; porém, mais necessário ainda é saber o que inspecionar. Para tanto,
precisamos entender aqui ao que se refere à norma, portanto, passamos a com-
preendê-la e seus significados.
■■ Devemos compreender que, para os efeitos dessa norma, com relação

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ao anexo 7, são considerados radiações não-ionizantes as micro-ondas,
ultravioletas e laser:
■■ As operações ou atividades que exponham os trabalhadores às radiações
não-ionizantes, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres,
em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho.
■■ As atividades ou operações que exponham os trabalhadores às radiações
da luz negra (ultravioleta na faixa - 400-320 nanômetros) não serão
consideradas insalubres.

Observar que precisamos inspecionar o local e realizar as verificações que o


anexo nos impõe, tais como: verificar se os trabalhadores estão sem a proteção
adequada e se o local expõe os trabalhadores às radiações da luz negra, sendo
que, nesse último - visto que a luz negra ultravioleta está na faixa de 400 a 320
nanômetros - nos leva à interpretação de que devemos quantificar para saber se
existe essa intensidade de radiação.

NR 15 - atividades e operações insalubres - anexo n.º 8 – vibração

Como vimos anteriormente, o anexo 8 teve a sua redação alterada, sua avaliação
passando a ser quantitativa, porém não descartamos o critério de que devemos
fazer o laudo de inspeção do local de trabalho para, depois, fazer o devido enqua-
dramento; porém, com a atualização do anexo pela Portaria 1297/14, já sabemos
que teremos que quantificar. Segundo o anexo, devemos:

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
169

1.1 Estabelecer critérios para caracterização da condição de traba-


lho insalubre decorrente da exposição às Vibrações de Mãos e Braços
(VMB) e Vibrações de Corpo Inteiro (VCI).

1.2 Os procedimentos técnicos para a avaliação quantitativa das VCI e


VMB são os estabelecidos nas Normas de Higiene Ocupacional da FUN-
DACENTRO (BRASIL, Portaria N° 1297/2004, NR 15, Anexo 8).

NR 15 - atividades e operações insalubres - anexo n.º 9 - frio

Quanto às avaliações por exposição ao frio, também necessitamos avaliar o local,


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ou seja, inspecionar e, depois, realizar o enquadramento. Porém, também nesse


item, devemos quantificar a ausência de calor, ou seja, a baixa temperatura, só
que, para esse anexo, devemos nos ater a outras normas e suas interpretações e
forma de avaliar, para depois poder realizar o devido enquadramento da melhor
forma possível, a título de informação. Para avaliações ao frio, avalia-se o local de
labor, bem como inspeciona-se levando em conta que o trabalhador deva estar
devidamente protegido, vejamos o que consta no anexo 09, item 1:
1. As atividades ou operações executadas no interior de câmaras
frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares, que
exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão
consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realiza-
da no local de trabalho (BRASIL, Portaria N°3214/78, NR 15, Anexo
9, grifos do autor).

Sendo assim, finalizamos o ciclo completo do que avaliar para constatação da


insalubridade nos ambientes laborais, cabe-nos fazer a melhor interpretação
possível do que é lógico e sensato para tomarmos a melhor decisão e emitir os
melhores laudos e pareceres técnicos a respeito das situações laborais.

O Que e Como Avaliar em uma Perícia de Insalubridade


170 UNIDADE IV

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O QUE É E COMO AVALIAR EM UMA PERÍCIA DE
PERICULOSIDADE

A perícia definirá as questões de periculosidade, por isso devemos nos ater ao que
já existia e era considerado como atividade periculosas e também às mudanças que
foram introduzidas no ano de 2013, por meio da NR 16, em seus anexos, tais como:
O anexo 1 (Redação dada pela Portaria SSMT n. º 2, de 2 de fevereiro de 1979),
- que são apresentadas como operações e atividades com explosivos; também são
indicadas as áreas adjacentes consideradas como de risco, em função da quantidade
de material armazenada. Trabalhadores que manuseiem explosivos, como minera-
dores, fabricantes de fogos de artifícios, munições, entre outros, estão enquadrados.
O anexo 2 (Redação dada pela Portaria SSMT n. º 2, de 2 de fevereiro de
1979), – que teve alterações de alguns itens pela (Portaria GM n. º 545, de 10 de
julho de 2000) estabelece que são destacadas as atividades e operações com infla-
máveis, líquidos ou gasosos. Além da determinação da área de risco em função
da quantidade de material, esse anexo também especifica as capacidades máxi-
mas para os diferentes tipos de embalagens.
O anexo 3 (aprovado pela portaria MTE n. º 1.885, de 02 de dezembro de
2013), – que estabelece que a periculosidade também está associada a atividades
e operações perigosas com exposição a roubos ou outras espécies de violência
física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
171

O anexo 4 (Aprovado pela Portaria MTE n. º 1.078, de 16 de julho de 2014),


descreve a periculosidade das atividades envolvendo energia elétrica. Esse anexo
faz diversas referências a outra Norma Regulamentadora, a NR 10, que trata
especificamente de atividades com energia elétrica. Envolve todos os trabalha-
dores que lidam diretamente com eletricidade, independentemente do ramo de
atuação de seu empregador.
O anexo 5 (Aprovado pela Portaria MTE n.º 1.565, de 13 e outubro de 2014),
é o mais recente, que foi incluído na NR 16 e que relaciona as atividades perigo-
sas em motocicleta, sendo que este anexo deixa claro em seu texto que não estão
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

inclusos como trabalhos perigosos deslocamentos de motocicleta da residência


para o trabalho, ou o contrário, assim como também não são considerados usos
de motocicleta em locais privados ou de forma fortuita, ou seja, eventualmente,
ou ainda trabalhos que sejam habituais, porém em tempo extremamente redu-
zido (adaptado de BRASIL, NR 16, 1978).
O anexo ( * ) foi acrescentado pela Portaria nº 3.393, de 17 de dezembro de
1987. Ele descreve atividades e operações com substâncias radioativas e radia-
ções ionizantes. Os trabalhadores que se encaixam nesse tópico são desde os que
mineram produtos radioativos até operadores de fontes radioativas em serviços
de saúde, passando por trabalhadores de usinas nucleares.
1. Não são consideradas perigosas, para efeito deste anexo, as ativi-
dades desenvolvidas em áreas que utilizam equipamentos móveis de
Raios X para diagnóstico médico.
2. Áreas tais como emergências, centro de tratamento intensivo, sala de
recuperação e leitos de internação não são classificadas como salas de
irradiação em razão do uso do equipamento móvel de Raios X (BRA-
SIL, NR 16, Anexo (*)).

Sendo assim, devemos nos ater que a jurisprudência trabalhista tem determinado
que, mesmo que o contato do trabalhador com atividades periculosas não seja con-
tínua, ou seja, haja o contato de forma intermitente, há incidência do adicional de
periculosidade. Não será aplicado o devido adicional de periculosidade ao trabalha-
dor que está exposto apenas de forma eventual, ou seja, aquele que não tem contato
regular com a situação de risco ou área de risco, conforme prevê a legislação vigente,
salvo se este parâmetro estiver previsto em acordo ou convenção coletiva de traba-
lho, momento em que haverá o pagamento proporcional, conforme prevê o artigo

O Que é e Como Avaliar em uma Perícia de Periculosidade


172 UNIDADE IV

7º, inciso XXVI, da Constituição Federal. Vejamos:


Adicional de periculosidade. Exposição eventual, permanente e inter-
mitente (inserido o item II) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02
e 03.06.2016).

I - Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto


permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condi-
ções de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma even-
tual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por
tempo extremamente reduzido. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 05 - inserida em
14.03.1994 - e 280 - DJ 11.08.2003)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
II - Não é válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de traba-
lho fixando o adicional de periculosidade em percentual inferior ao
estabelecido em lei e proporcional ao tempo de exposição ao risco, pois
tal parcela constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho,
garantida por norma de ordem pública (arts. 7º, XXII e XXIII, da CF e
193, §1º, da CLT) (SÚMULA 364 do TST, 2016).

Vamos observar, nessa súmula, que as decisões são tomadas e balizadas em fatos
que os julgadores entenderam como verdadeiros e, portanto, devem ser segui-
dos. Esta, também, vem de encontro com fatos que precisamos constantemente
e que, na maioria das vezes, nos deixa na dúvida e/ou confusos quando na hora
de laudar e/ou emitir nossa linha de pensamento, porém, a legislação é muito
clara e objetiva, o que necessitamos é compreendê-la de forma adequada.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
173
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O QUE É E COMO AVALIAR EM UMA PERÍCIA DE


ACIDENTE DE TRABALHO

A perícia em acidentes de trabalho, ou seja, a vistoria no local e no posto de


trabalho - com vistas à análise da organização do trabalho durante as diligên-
cias relativas às perícias para avaliação do nexo causal para ações que envolvam
acidentes de trabalho - é extremamente necessária, como vimos nas unidades
anteriores, para que seja possível a análise da organização do trabalho, a verifi-
cação dos dados epidemiológicos com relação a outros acidentes e os agentes de
riscos, aos quais se encontravam submetidos o trabalhador.
Um fato extremamente relevante durante a diligência é verificar as condições
organizacionais; assim, levar, também, em consideração agentes de risco decor-
rentes da forma como o trabalho na organização flui, a exemplo: trabalho penoso,
ritmos intensos de trabalho, horas extras habituais, metas abusivas, trabalho noturno
constante, trabalho em turno e noturno (revezamento), pressão psicológica, entre
outros. Além desses agentes de riscos, devemos nos ater a algumas informações que
serão importantes colher durante a diligência sobre documentos que a empresa pos-
sui. Vejamos assim, o que é importante ter acesso e observar para coleta de dados:
■■ Comunicação de acidente de trabalho (CAT);
■■ Registros de cartão ponto dos últimos meses de trabalho do acidentado;

O Que é e Como Avaliar em uma Perícia de Acidente de Trabalho


174 UNIDADE IV

■■ Ficha registro do acidentado e das pessoas diretamente envolvidas no


ACT com dados sobre:
■■ Funções e atividades desenvolvidas desde a contratação, histórico de car-
gos e promoções;
■■ Formação prévia que possuía na sua contratação e formação adquirida
posterior à sua contratação na empresa (detalhar conteúdos de aspectos
potencialmente relacionados ao ACT);
■■ Forma de aplicação das NR´s - Normas de segurança - e como era prescrito
as pertinentes à atividade do acidentado, também como as informações

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
relativas às NR´s eram difundidas para os demais trabalhadores;
■■ Procedimentos, normas operacionais, “passo a passo” ou outros relati-
vos à(s) atividade(s);
■■ Manuais de máquinas, equipamentos ou dispositivos envolvidos no ACT;
■■ Histórico de manutenção de máquinas, equipamentos ou dispositivos
envolvidos no ACT relativo aos 12 meses anteriores ao acontecido fato;
■■ Informações acerca de estado da máquina, equipamento ou dispositivos
após o acidente, inclusive relativas a defeitos identificados, substituição
de componentes, ajustes ou outras, intervenções realizadas visando sua
liberação para o trabalho posterior ao fato;
■■ Layout da área (indicando áreas de circulação, equipamentos etc.);
■■ Documentos relativos à análise de acidente realizada por equipe técnica
da empresa e/ou CIPA/TR, SESMT/TR (com os respectivos anexos, espe-
cialmente registros fotográficos, filmes, esquemas etc.);
■■ Ata de reunião de CIPA em que o acidente foi discutido;
■■ As medidas preventivas recomendadas e adotadas após o acidente.

Esses são alguns dados extremamente importantes e relevantes à investigação


do acidente de trabalho durante o ato pericial, dados que nortearam a base
do entendimento do expert que está realizando a vistoria e, posteriormente,
o laudo. Conforme já apontado nas demais unidades, esses levantamentos
minuciosos podem contribuir, e muito, para a formação da conclusão sobre
o assunto levantado; porém, se esses dados forem deixados de lado, podem
colocar em xeque o trabalho pericial.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
175

A omissão do perito em vistoriar o local e o posto de trabalho, deixando de


observar tudo que lhe foi incumbido pelos conhecimentos teóricos e práticos
da sua função de perito do juízo, pode lhe atrair a aplicação dos art. 479 e 480
do CPC (Código de Processo Civil , Lei 13.105), que trazem, em seus contextos,
que o juiz pode solicitar a realização de segunda perícia.
Se o juiz de direito analisar seu trabalho e julgar que não serviu para con-
tribuir para o processo, ou seja, elidir as dúvidas levantadas na ação trabalhista,
solicitará a nova realização de perícia técnica para poder esclarecer fatos e dados
levantados no decorrer do processo trabalhista.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

MODELOS DE PETIÇÕES QUE PODEM SER


APRESENTADAS PELO PERITO

Como disciplina fundamental da perícia, a comunicação entre as partes do pro-


cesso, compreendendo o juiz, reclamante, reclamada, perito e demais que tenham
vínculo ao processo, é fundamental para bom andamento dos trâmites. Esse tipo de
comunicação se dá por meio de documento escrito e que são anexados aos autos,

Modelos de Petições que Podem ser Apresentadas pelo Perito


176 UNIDADE IV

como forma de provas e esclarecimentos; sendo assim, existem, hoje, duas forma
de acesso aos sistemas da justiça do trabalho para anexar os documentos aos autos.
Dessa forma, o primeiro modo de acesso, hoje, na maioria dos tribunais do
trabalho, é via escritório digital, podendo ser acessado do lado direito no site do
Tribunal Regional do Trabalho (TRTPR, [2017], on-line)10; o segundo modo de
acesso, pelo qual a grande maioria dos tribunais já estão trabalhando é o acesso via
PJe – Processo Judicial Eletrônico -, que podemos acessar pelo mesmo endereço
apresentado, porém, teremos um ícone próprio, logo acima do ícone do escri-
tório digital, chamado PJe - esse sistema será o utilizado por todos os tribunais

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Regionais do Trabalho, sendo a sua migração realizada aos poucos, conforme
disponibilidade de cara tribunal.
Para ter acesso a ambos os sistemas, o perito deve ter o acesso digital e, assim,
poderá realizar consultas ao processo e suas partes e toda a documentação ane-
xada e que lhe ajudará durante a análise para conclusão do seu laudo.
Segundo a Receita da Fazenda, o procedimento para criar o acesso digital é:
por Subsecretaria de Gestão Corporativa — publicado 12/05/2015
15h32, última modificação 06/05/2016 09h21.

A emissão, renovação e revogação de Certificado Digital e-CPF ou


e-CNPJ será realizada por uma empresa devidamente autorizada pela
Receita Federal do Brasil, denominada Autoridade Certificadora Ha-
bilitada.

Solicitação de Certificado: O interessado na obtenção de um certifica-


do digital e-CPF ou e-CNPJ deverá escolher uma das Autoridades Cer-
tificadoras Habilitadas na lista abaixo ou acessar diretamente a página
da Autoridade Certificadora Habilitada pela RFB, na Internet, para o
preenchimento e envio da solicitação de certificado e-CPF ou e-CNPJ.

Renovação de Certificado: O pedido de renovação de um certificado


e-CPF ou e-CNPJ deverá ser feito dentro do seu período de validade e o
usuário deverá solicitar, com assinatura eletrônica, na página da autori-
dade certificadora credenciada, na Internet, a renovação do certificado
e-CPF ou e-CNPJ.

Revogação de Certificado: Revogar um certificado digital da RFB im-


plica torná-lo inválido, impossibilitando, a partir da revogação, o seu
uso. Para revogar seu certificado digital, o usuário deverá acessar a pá-
gina de revogação da Autoridade Certificadora Habilitada, emissora do
Certificado Digital da RFB e preenchê-la com os dados solicitados.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
177

[...]

Conceitos Básicos

Assinatura Digital: É o processo eletrônico de assinatura, baseado em


sistema criptográfico assimétrico, que permite ao usuário usar sua cha-
ve privada para declarar a autoria de documento eletrônico a ser entre-
gue à RFB, garantindo a integridade de seu conteúdo.

Autoridade Certificadora da Receita Federal do Brasil (AC-RFB): É a


entidade integrante da ICP-Brasil em nível imediatamente subseqüente
à AC Raiz, responsável pela assinatura dos certificados das Autoridades
Certificadoras Habilitadas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Autoridade Certificadora Habilitada: É a entidade integrante da ICP-


-Brasil em nível imediatamente subseqüente ao da AC-RFB, habilitada
pela Coordenação Geral de Tecnologia e Segurança da Informação –
COTEC, em nome da RFB, responsável pela emissão e administração
dos Certificados Digitais e-CPF e e-CNPJ.

Autoridade de Registro da Receita Federal do Brasil (AR-RFB): É a en-


tidade operacionalmente vinculada à AC-RFB, responsável pela confir-
mação da identidade dos solicitantes de credenciamento e habilitação
como Autoridades Certificadoras integrantes da ICP-Brasil, em nível
imediatamente subseqüente ao da AC-RFB.

Autoridades de Registro: São as entidades operacionalmente vincula-


das à determinada Autoridade Certificadora Habilitada, responsáveis
pela confirmação da identidade dos solicitantes dos certificados e-CPF
e e-CNPJ.

Certificado Digital e-CPF ou e-CNPJ: É o documento eletrônico de


identidade emitido por Autoridade Certificadora credenciada pela Au-
toridade Certificadora Raiz da ICP-Brasil – AC Raiz e habilitada pela
Autoridade Certificadora da RFB (AC-RFB), que certifica a autentici-
dade dos emissores e destinatários dos documentos e dados que trafe-
gam numa rede de comunicação, bem assim assegura a privacidade e a
inviolabilidade destes. Não poderão ser titulares de certificados e-CPF
ou e-CNPJ, as pessoas físicas cuja situação cadastral perante o CPF es-
teja enquadrada na condição de cancelado e as pessoas jurídicas cuja
situação cadastral perante o CNPJ esteja enquadrada na condição de
inapta, suspensa ou cancelada.

Documento Eletrônico: É aquele cujas informações são armazenadas,


exclusivamente, em meio eletrônico.

ICP-Brasil: É um conjunto de técnicas, práticas e procedimentos, a ser

Modelos de Petições que Podem ser Apresentadas pelo Perito


178 UNIDADE IV

implementado pelas organizações governamentais e privadas brasilei-


ras com o objetivo de garantir a autenticidade, a integridade e a vali-
dade jurídica de documentos em forma eletrônica, das aplicações de
suporte e das aplicações habilitadas que utilizem certificados digitais,
bem como a realização de transações eletrônicas seguras.

Usuário: Pessoa física ou jurídica titular de Certificado Digital e-CPF


ou e-CNPJ, respectivamente, bem assim de qualquer outro certificado
digital emitido por Autoridade Certificadora não habilitada pela RFB e
credenciada pela ICP Brasil (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, Minis-
tério da Fazenda, 2016, on-line)11.

Estas são as Orientações importantes sobre Emissão, Renovação e Revogação de

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Certificados Digitais e-CPF ou e-CNPJ, sendo que para o candidato ao ofício de
perito do juízo, é obrigatório a utilização do certificado digital para acesso aos
sistemas da justiça do trabalho nas suas diversas instâncias.
Diante do demonstrado e exposto, passamos agora aos modelos de petições
usuais, lembrando que estes são meros exemplos, cabendo a cada profissional desen-
volver os seus modelos de tal forma que satisfaça o entendimento técnico e jurídico.

MODELOS DE PETIÇÕES

Diante de todo o material já apresentado, se faz necessário compreender alguns


detalhes que são importantes ao perito e para o bom andamento das documen-
tações referenciadas nos autos processuais, sendo assim, serão apresentados
modelos de petições, normalmente utilizadas pelo perito do juízo durante a desig-
nação para realizar a perícia até o encerramento do laudo e entrega do mesmo,
e/ou ainda quando da necessidade de respostas a quesitos complementares e/ou
esclarecimentos que o juiz achar pertinente.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
179

ACEITAÇÃO DE DESIGNAÇÃO DE PERITO

Exmo.(a). (Dr.(a)) Juiz(a) de Direito do Trabalho de (Cidade) – (UF) Exemplo: PR,


SP, BA, RS, MG)

Autor: (nome)
Réu: (nome)
Ação: (tipo de ação)
Processo nº: (número do processo)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

(Nome do perito em letra maiúscula, grifado em negrito ou sublinhado), (naciona-


lidade), (estado civil), RG n°. (Número do documento), CPF nº. (número do documento),
inscrito no (colocar o Órgão da Classe), sob o nº (colocar a inscrição no Órgão da
Classe) com escritório profissional nesta cidade na rua (nome da rua) nº (número da
casa ou apto), bairro (nome do bairro), na cidade de (nome da cidade), Estado (nome
do estado), vem, respeitosamente, informar a Vossa Excelência, com fulcro nos artigos
465, Parágrafo § 2, e 466, ambos do Código de Processo Civil, que aceita o encargo
para o qual foi nomeado e que apresentará a proposta de honorários judiciais após
a juntada dos quesitos pelas partes.
Desta forma, requer a juntada desta aos autos para tornar ciente todas as partes
interessadas e devidos fins de direito.

É o que requer.
Pede Deferimento.

(Cidade, UF), _____de __________de _____

Assinatura do perito

_______________________________
(Nome do perito)
Nº Reg. Ent. Classe

Modelos de Petições que Podem ser Apresentadas pelo Perito


180 UNIDADE IV

ESCUSA DE DESIGNAÇÃO DE PERITO

Exmo.(a). (Dr.(a)) Juiz (a) de Direito do Trabalho de (Cidade) – (UF) Exemplo: PR,
SP, BA, RS, MG)

Autor: (nome)
Réu: (nome)
Ação: (tipo de ação)
Processo nº: (número do processo)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(Nome do perito em letra maiúscula, grifado em negrito ou sublinhado), Perito
deste Juízo, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe vem, res-
peitosamente, informar a Vossa Excelência, que apesar de muito honrado com a
designação, por motivos alheios à sua vontade, encontra-se impossibilitado de exer-
cer o encargo (caso entenda por bem, explicar, colocar: “devido a…”). Dessa forma,
apresenta sinceras escusas e fica à disposição deste Juízo para maiores esclarecimen-
tos, assim como para atuar em outros processos, quando for solicitado.
Isto posto, requer a sua dispensa do encargo e a juntada desta aos autos para
tornar ciente as partes interessadas e para os devidos fins de direito.

É o que requer.
Pede Deferimento.

(Cidade, UF), _____de __________de _____

Assinatura do perito

(Nome do perito)
Nº Reg. Ent. Classe

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
181

PERITO INFORMA O JUIZ E AS PARTES DIA/LOCAL/HORÁRIO DA DILIGÊNCIA

Exmo.(a). (Dr.(a)) Juiz(a) de Direito do Trabalho de (Cidade) – (UF) Exemplo: PR,


SP, BA, RS, MG)

Autor: (nome)
Réu: (nome)
Ação: (tipo de ação)
Processo nº: (número do processo)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

(Nome do perito em letra maiúscula, grifado em negrito ou sublinhado), Perito


deste Juízo, devidamente qualificado nos autos processuais, vem requerer, a Vossa
Excelência, que sejam intimadas as partes e demais interessados para início da dili-
gência da prova pericial no (citar o dia, a hora e o local exatos), ficando este Perito à
disposição para informações complementares, se necessário e solicitado.

É o que requer.
Pede Deferimento.

(Cidade, UF), _____de __________de _____

Assinatura do perito

_______________________________
(Nome do perito)
Nº Reg. Ent. Classe

Modelos de Petições que Podem ser Apresentadas pelo Perito


182 UNIDADE IV

PERITO APRESENTA PRETENSÃO DE HONORÁRIOS PERICIAIS PRÉ-DILIGÊNCIAS

Exmo.(a). (Dr.(a)) Juiz(a) de Direito do Trabalho de (Cidade) – (UF) Exemplo: PR,


SP, BA, RS, MG)

Autor: (nome)
Réu: (nome)
Ação: (tipo de ação)
Processo nº: (número do processo)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(Nome do perito em letra maiúscula, grifado em negrito ou sublinhado), Perito
deste Juízo, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, res-
peitosamente, requerer a Vossa Excelência a fixação dos honorários periciais em R$
(valor em números e depois, entre parênteses, o valor por extenso).

Diante do exposto, requer a intimação (do autor/réu, responsável pelo paga-


mento) para que efetue o depósito da quantia fixada a título de verba honorária,
no montante arbitrado por Vossa Excelência, a título de adiantamento, objetivando,
assim, dar início às diligências periciais.

É o que requer.
Pede Deferimento.

(Cidade, UF), _____de __________de _____

Assinatura do perito

_______________________________
(Nome do perito)
Nº Reg. Ent. Classe

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
183

PERITO SOLICITA PRORROGAÇÃO DE PRAZO PARA ENTREGA DO LAUDO PERICIAL

Exmo.(a). (Dr.(a)) Juiz(a) de Direito do Trabalho de (Cidade) – (UF) Exemplo:


PR, SP, BA, RS, MG)

Autor: (nome)
Réu: (nome)
Ação: (tipo de ação)
Processo nº: (número do processo)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

(Nome do perito em letra maiúscula, grifado em negrito ou sublinhado), Perito


deste Juízo, devidamente qualificado nos autos processuais, vem requerer por meio
deste a Vossa Excelência:
Como se vê arrolados aos autos, grande quantidade de documentos e também
grande volume de quesitos apresentados e a necessidade de apuração fática crite-
riosa da matéria, o prazo deferido por Vossa Excelência se tornou curto, pelo fato de
pretender, este Perito, obter as informações e relatar ao juízo da melhor forma possí-
vel e de ordem técnica, com o aprimoramento realizado nas diligências concernentes.
É fato que a matéria em análise, no entender deste Perito, não apresenta proble-
mática de perigo e/ou urgência. Desse modo, não é possível gerar aos interessados
danos irreparáveis ou de difícil solução, bem como a complexidade técnica para jus-
tificar alteração de rito.
Assim, com fulcro nos artigos 476, Parágrafo Único do Código de Processo Civil,
requer a Vossa Excelência, apresentando suas desculpas, a prorrogação do prazo pelo
período de (dizer o tempo necessário com base no Art. 476.  Se o perito, por motivo
justificado, não puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz poderá conceder-
-lhe, por uma vez, prorrogação pela metade do prazo originalmente fixado). Ainda,
requer que o prazo comece a correr a partir da ciência deste Perito, dando-se ciên-
cia imediata aos interessados, para os devidos fins de direito.

É o que requer.
Pede Deferimento.

(Cidade, UF), _____de __________de _____

Modelos de Petições que Podem ser Apresentadas pelo Perito


184 UNIDADE IV

Assinatura do perito

(Nome do perito)
Nº Reg. Ent. Classe

PERITO APRESENTA LAUDO E SOLICITA LIBERAÇÃO DOS HONORÁRIOS

Exmo.(a). (Dr.(a)) Juiz(a) de Direito do Trabalho de (Cidade) – (UF) Exemplo: PR,


SP, BA, RS, MG)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Autor: (nome)
Réu: (nome)
Ação: (tipo de ação)
Processo nº: (número do processo)

(Nome do perito em letra maiúscula, grifado em negrito ou sublinhado), Perito deste


Juízo, devidamente qualificado nos autos processuais, vem, respeitosamente, apre-
sentar a Vossa Excelência, dentro do prazo legal, o Laudo Pericial em Anexo. Requer
a liberação de seus honorários.
Isto posto, requer a expedição de mandado de pagamento em favor do ora
Requerente.

É o que requer.
Pede Deferimento.

(Cidade, UF), _____de __________de _____

Assinatura do perito
_______________________________
(Nome do perito)
Nº Reg. Ent. Classe
Fonte: o autor.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
185

Os formulários apresentados são apenas uma base, não havendo literaturas espe-
cíficas que falam sobre isso, apenas alguns enunciados realizado em cursos e/ou
em livros sobre perícias de um modo geral. Os padrões seguem uma linha de
raciocínio que vem sendo empregada há muitos anos por vários peritos, sendo
que uns ensinam aos outros, porém cabe a cada profissional definir seu modelo
e forma de escrita, podendo, ainda, consultar um jurista e/ou pessoa especia-
lista na área para auxílio.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

MODELOS DE LAUDOS DE INSALUBRIDADE, DE


PERICULOSIDADE, DE ACIDENTE DO TRABALHO E
CONJUGADOS

Também é fundamental o padrão do laudo a ser entregue ao juiz de direito para


que ele tenha a noção e não precise ficar procurando fatos no laudo. O laudo
deve seguir uma linha de raciocínio lógico e complexa, porém segmentada,
que leve do início ao fim, ou seja, dados levantados sobre os fatos e a conclusão
final. Vejamos o que está disposto no Art. 473, §´s 1, 2 e 3, do CPC – Código de
Processo Civil:
Art. 473.  O laudo pericial deverá conter:

I - a exposição do objeto da perícia;

II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito;

III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando


ser predominantemente aceito pelos especialistas da área do conheci-
mento da qual se originou;

IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pe-


las partes e pelo órgão do Ministério Público.

§ 1o No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em lingua-


gem simples e com coerência lógica, indicando como alcançou suas
conclusões.

§ 2o É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, bem


como emitir opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou cientí-
fico do objeto da perícia.

Modelos de Petições que Podem ser Apresentadas pelo Perito


186 UNIDADE IV

§ 3o Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos


podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas,
obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder
da parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o
laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros
elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia (BRASIL,
Lei 13.105).

Sendo assim, os documentos que serão apresentados a seguir como anexos a esse
tópico são meramente como modelos, que cada profissional, posteriormente,
desenvolverá o que melhor fazer parte do seu dia a dia.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Modelo LAUDO INSALUBRIDADE
Exmo.(a). (Dr.(a)) Juiz(a) de Direito do Trabalho de (Cidade) – (UF) Exemplo: PR,
SP, BA, RS, MG)

Autor: (nome)
Réu: (nome)
Ação: (tipo de ação)
Processo nº: (número do processo)

LAUDO TÉCNICO PERICIAL INSALUBRIDADE


1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS:

Avaliação pericial realizada no dia __________ às ________ horas na sede da Reclamada


situada à Rua ___________________.
Estiveram presentes o Reclamante, a Dra. ________________________ (Procuradora
do Reclamante) e o Sr. _______________________ (Gerente da Reclamada).

2. AVALIAÇÃO PERICIAL:
O reclamante - admitido pela reclamada em __/__/__
Função de __________________.
Jornada de trabalho das _______ às ________ horas e das _______ às ________
horas, de 2ª a 6ª feira (eventualmente trabalhava também no sábado e no domingo),
com 2 intervalos de 15 minutos para lanche.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
187

Suas tarefas consistiam em ______________, ______________, _____________.


Recebia como EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual): _________________,
______________________, ______________
Assinava ficha de recebimento de EPI’s ( ).
Não assinava ficha de recebimento de EPI’s ( ).
Descrição de Atividades:

3. LOCAL DE TRABALHO:
Xxxxxxxx atualmente. Ativada ( ) desativada ( )
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Área de ( )x( )m2, pé direito de ( )m;


Ventilação por meio de _____________;
Iluminação por meio de _______________lâmpadas ____________.
ANÁLISE DA NR-15 (Portaria nº 3.214 de 08/06/1978):

Anexo nº 1:
O Autor não exercia suas funções sob ruídos contínuos ou intermitentes. ( )
O Autor exercia suas funções sob ruídos contínuos ou intermitentes. ( )
O limite de tolerância para ruído contínuo ou de impacto é de 85 dB para uma
jornada de trabalho de 8 horas diárias.
O Autor manuseava (ferramentas, máquinas, equipamentos), dentre as quais
(xxxxxxxx).
Recebia protetor auricular. ( )
Não recebia protetor auricular. ( )
Foi realizado avaliação do nível de ruído das (ferramentas, máquinas, equipamen-
tos) que estão em uso atualmente, utilizando: Decibelímetro ( ) Audiodosímetro ( )
da marca ______________, operando no circuito de compensação “A/C” e resposta
lenta (SLOW/FAST), sendo encontrados os seguintes valores:
xxxxx: xxxdB
xxxxx: xxxdB
xxxxx: xxxdB

O grau de insalubridade para exposição ao ruído acima dos limites de tolerância


é o de grau ______________. Ensejando direito ao adicional de _____%.

Modelos de Petições que Podem ser Apresentadas pelo Perito


188 UNIDADE IV

Anexo nº 2:
O Autor não exercia suas funções sob ruídos de impacto. ( )
O Autor exercia suas funções sob ruídos de impacto. ( )
O limite de tolerância para.............

Anexo nº 3:
O Autor não esteve exposto ao calor. ( )
O Autor esteve exposto ao calor. ( )
O limite de tolerância para................

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Anexo nº 4:
Revogado pela Portaria nº 3.751, de 23/11/1990.

Anexo nº 5:
O Autor não esteve exposto a radiações ionizantes. ( )
O Autor esteve exposto a radiações ionizantes. ( )
O limite de tolerância para................

Anexo n° 6:
O Autor não exercia sua atividade sob pressão hiperbárica. ( )
O Autor exercia sua atividade sob pressão hiperbárica. ( )
O limite de tolerância para................

Anexo nº 7:
O Autor não exercia sua atividade sob radiação não ionizante. ( )
O Autor exercia sua atividade sob radiação não ionizante. ( )
O limite de tolerância para................

Anexo n° 8:
O Autor não exercia sua atividade sob vibrações localizadas ou de corpo inteiro. ( )
O Autor exercia sua atividade sob vibrações localizadas ou de corpo inteiro. ( )
O limite de tolerância para................

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
189

Anexo nº 9:
O Autor não exercia sua atividade sob frio – baixas temperatura. ( )
O Autor exercia sua atividade sob frio – baixas temperaturas. ( )
O limite de tolerância para................

Anexo nº 10:
O Autor não exercia sua atividade sob umidade. ( )
O Autor exercia sua atividade sob umidade. ( )
O limite de tolerância para................
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Anexo nº 11:
O Autor não exercia sua atividade exposto a agentes químicos constantes
deste Anexo. ( )
O Autor exercia sua atividade exposto a agentes químicos constantes deste Anexo. ( )
O limite de tolerância para................

Anexo nº 12:
O Autor não esteve exposto a poeiras minerais. ( )
O Autor esteve exposto a poeiras minerais. ( )
O limite de tolerância para................

Anexo nº 13:
O Autor não exercia sua atividade exposto a agentes químicos constantes deste
Anexo. ( )
O Autor exercia sua atividade exposto a agentes químicos constantes deste Anexo. ( )
O limite de tolerância para................
Anexo nº 14:
O Autor não esteve exposto a agentes biológicos em suas atividades. ( )
O Autor esteve exposto a agentes biológicos em suas atividades. ( )
O limite de tolerância para................

Modelos de Petições que Podem ser Apresentadas pelo Perito


190 UNIDADE IV

4. CONCLUSÃO:
Diante do exposto no presente laudo pericial e de conformidade com a Portaria
nº 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego - Norma
Regulamentadora N° 15, este perito conclui que o Reclamante:
( ) Laborou em condições caracterizadas como insalubres pelos seguintes:
( ) Não laborou em condições caracterizadas como insalubres pelos seguintes:

Exemplo:
“Contato habitual - diário com lubrificantes e óleos minerais. Uso de EPI inefi-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ciente para elidir os efeitos nocivos dos produtos. Adicional, em grau máximo, devido
ao enquadramento no Anexo nº 13 da NR-15, da Portaria nº 3.214/78”

HIDROCARBONETOS E OUTROS COMPOSTOS DE CARBONO


Insalubridade de grau máximo
Manipulação de alcatrão, breu, betume, antraceno, óleos minerais, óleo quei-
mado, parafina ou outras substâncias cancerígenas afins.

5. RESPOSTA AOS QUESITOS:


QUESITOS DO AUTOR (fl. xx e xx):
1- Dizer o Sr. Perito, ...............?
R: Descrito no laudo (vide pg. Item).

2- Esclarecer o Sr. Perito, ...........?


R: Sim, o reclamante ....

3- Descrever o Sr. Perito...?


R: Vide resposta ao quesito anterior.

4- Descrever o Sr. Perito...?


R: Prejudicada, não relacionada à perícia em questão.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
191

....
6. ANEXOS:
• Layout
• Fotos
.......

MODELO LAUDO HÍBRIDO INSALUBRIDADE/PERICULOSIDADE


Exmo.(a). (Dr.(a)) Juiz(a) de Direito do Trabalho de (Cidade) – (UF) Exemplo: PR,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

SP, BA, RS, MG)

Autor: (nome)
Réu: (nome)
Ação: (tipo de ação)
Processo nº: (número do processo)

LAUDO TÉCNICO PERICIAL

[ ] Adicional de Insalubridade
[ ] Adicional de Periculosidade

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, engenheiro de segurança do trabalho,


infra-assinado, inscrito no CREA/XX, sob o nº 0000000/X, tendo sido designado por
V. Exa. para atuar como perito técnico nos autos do processo supramencionado, vem
apresentar o laudo pericial investigatório de insalubridade e periculosidade, para que
sejam atingidos os objetivos propostos.
Tendo concluído o laudo pericial, vem, mui respeitosamente, requerer que seja
expedido mandado de pagamento de seus Honorários Profissionais de forma inte-
gral em R$ x.xxx,xx (XXXXXXXXXXXXXXXXX reais), corrigidos monetariamente na
data de seu efetivo pagamento, em virtude de realização de diligência para perícia,
deslocamento e processo investigatório. Solicita ao Juízo que, se possível, os crédi-
tos referentes aos honorários deste trabalho pericial sejam depositados ao Banco
XXXXXXX, agência xxxx-0 e conta corrente XXXXX-x.

Modelos de Petições que Podem ser Apresentadas pelo Perito


192 UNIDADE IV

Permanecendo à disposição de Vossa Excelência para quaisquer esclarecimen-


tos que porventura se tornarem necessários.

Termos em que,
Pede deferimento,
Cidade - UF, XX de XXXXXXXXX de 20XX.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
_________________________
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
CREA-XX- XXXX/D

LISTA DE ABREVIATURAS
ACGIH (AME- American Conference of Governmental Industrial Hygienistst
RICAN CON-
FERENCE OF
GOVERNMEN-
TAL INDUSTRIAL
HYGIENISTS)
CA Certificado de Aprovação
CSA Coordenação Serviços de Apoio
dB(A) Nível de pressão sonora
EPC Equipamento de Proteção Coletiva
EPI Equipamento de Proteção Individual
FDD Fator de Duplicidade da Dose
FISPQ Ficha de Segurança de Produto Químico
GHE Grupo Homogêneo de Exposição
Kcal/h Quilo calorias por hora
Leq (Level Equivalent) - Nível equivalente do ruído
LTCAT Laudo Técnico de Condições Ambientais do trabalho
NR Norma Regulamentadora

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
193

NRRsf Nível de redução de ruído subject fit


OSHA Occupational Safety & Health Administration
PCMSO Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional
PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
SEP Sistemas Elétrico de Potência
OAB Ordem Dos Advogados Do Brasil
CREA Conselho Regional De Engenharia e Arquitetura
PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

I. OBJETIVO
O presente trabalho pericial tem por finalidade realizar a aferição dos agentes nocivos
descritos no formulário anexado aos autos (Periculosidade/Insalubridade), referente
ao período em que houve o labor do reclamante para a reclamada, compreendido
entre xx.xx.xxxx a xx.xx.xxxx, na de XXXXXXXXXXXXXXX, a qual estaria exposto no
período elencado.
Para tal, foi realizada diligência conforme notificadas as partes e contou com as
seguintes presenças:
Parte Reclamante: xxxxxxxxxxxx
Parte Reclamada: xxxxxxxxxxxxx

II. DOS TRABALHOS PERICIAIS

Para a elaboração dos trabalhos para o presente Laudo, solicitou-se para verificação
a apresentação dos seguintes tópicos para diagnósticos:
1. Verificação das características construtivas do ambiente de trabalho;
2. Inspeção dos locais em que o reclamante desempenhou suas atividades;
3. Entrevista com (Donos, Diretores, Sócios-gerentes ou chefias da reclamada);
4. Entrevista com Paradigma que trabalhou em mesma época, ou junto, ou
que exerce atividade similar;
5. Busca ficha de recebimento e registro de treinamento do correto uso dos EPI’s;
6. Verificação dos Laudos Ambientais da Empresa (Insalubridade, Periculosidade,
PPRA, ergonômico etc.);
7. Outros meios que julgar necessário.

Modelos de Petições que Podem ser Apresentadas pelo Perito


194 UNIDADE IV

III. APARELHOS DISPONÍVEIS/UTILIZADOS PARA ELABORAÇÃO DO LAUDO

Para avaliação de Agentes Físicos:

– Calor/Frio, se necessário:
TGD-400 Termômetro de globo digital, calcula automaticamente o IBUTG
interno e externo e indica separadamente as temperaturas de bulbo úmido, seco,
globo, umidade e temperatura do ar. O medidor converte essas medições para um
número mais simplificado IBUTG. Esse índice pode ser usado em conjunto com a norma

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
desenvolvida por ACGIH (AMERICAN CONFERENCE OF GOVERNMENTAL INDUSTRIAL
HYGIENISTS), Marinha americana, EPRI, ISO e outros. Usando esse medidor em con-
junto com qualquer uma dessas normas possibilita que você determine um regime
apropriado de trabalho e descanso.
Escala: -5°C até +100°C (23°F até 212°F)
Resolução: 0.1°C, 0.1°F
Precisão: ±0.5°C, ±0.9°F

– Ruído, se necessário:
Dosímetro: marca Instrutherm, modelo DOS-500. Equipamento em conformi-
dade com as normas IEC-651 e ANSI SI.4, tipo 2, faixa de medição de 30 a 130 dB,
ponderação em frequência A e C, resposta lenta de 1s e rápida de 125 ms, faixa de
frequência de 20 HZ a 8 KHz, precisão de ± 1.5 dB, microfone de ½.
Calibrador: marca Instrutherm, modelo CAL-3000. Calibrador acústico tipo II,
especialmente projetado para calibrar Decibelímetro e Dosímetro de ruído, micro-
fones de ½’’,

Para avaliação de Agentes Químicos, se necessário:


Bomba Digital Programável de Amostragem de Poeira e Gases, marca
Sensidyne, modelo GilAr 5, Faixa de operação: 5 a 5000 cc/min, Taxa de fluxo alto
constante: 850 a 5000 cc/min, controle de fluxo: ajuste de fluxo externo (± 5% do
ponto definido), fluxo constante (baixo fluxo): 5 a 500 cc/min em 25 pol de H2O
(640mmHg), Multi-fluxo (baixo fluxo): 1 a 750 cc/min em 18 pol + 3 pol de H2O (460
+ 80 mmHg), Indicador de fluxo: Rotâmetro incorporado.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
195

IV. DESCRIÇÃO DO LOCAL E POSTO DE TRABALHO


O Reclamante laborava no período em análise, junto à (dados da empresa)
Área aproximada: XXX m2 ,
Pé direito aproximado: XXX
Piso: XXX
Paredes: XXX,
Ventilação: XXX
Iluminação: ( ) natural ( )artificial com lâmpadas XXXXXXXXXX,
Utensílios: XXXXXXX,XXXXXXXX,XXXXXXXX
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

V. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES


O Reclamante no cargo e função de XXXXXXXX, elenca as seguintes tarefas:
Realizar xxxxxxxxxxxxxxx;
Realizar xxxxxxxxxxxxxxx.

VI. DESCRIÇÃO PORMENORIZADA DAS TAREFAS PARA A FUNÇÃO DE


_____________________:
XXXXXXXXXXXXXXXXX;
XXXXXXXXXXXXXXXXX;
XXXXXXXXXXXXXXXXX;
XXXXXXXXXXXXXXXXX.

1. Em consenso por ambas as partes:


O Reclamante executava suas atividades na Área XXXXXXXXX.
2. Discordância apresentada pela reclamada:
Segundo a reclamada, o Reclamante executava suas atividades XXXXXXXXXXXX.

VII. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL


( ) Não foi apresentado nenhum documento para comprovação de entrega de EPI´s.
( ) Foi apresentado documento para comprovação de entrega de EPI´s.
OBS.:______________________________________________________________
( ) Não foi apresentado qualquer treinamento sobre o uso e manutenção
correto dos EPI ´s.

Modelos de Petições que Podem ser Apresentadas pelo Perito


196 UNIDADE IV

( ) Foi apresentado qualquer treinamento sobre o uso e manutenção cor-


reto dos EPI ´s
OBS.:______________________________________________________________
Em consenso por ambas as partes:
Discordância apresentada pela reclamada:

VIII. ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO


1. Metodologia utilizada
a) O RECONHECIMENTO DOS RISCOS foi efetuado por meio de

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pesquisa bibliográfica prévia, de visita às instalações, de análise
dos processos de produção e métodos de trabalho e de entre-
vistas com o Autor, ratificada pelo proprietário e sua procurado-
ra representante da reclamada.

b) As AVALIAÇÕES QUALITATIVAS da exposição ocupacional aos


agentes físicos, químicos e biológicos citadas neste laudo foram
realizadas a saber:

• Ruído: com base no Anexo 01 da NR 15, da Portaria 3214/78;


• Atividades ou operações envolvendo agentes químicos, cuja
insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e ins-
peção no local de trabalho, anexo nº 11 da NR 15, da Portaria
3214/78 e Anexo IV do Decreto 3048/99 e suas atualizações;
• Atividades ou operações envolvendo Agentes Químicos absor-
víveis pela pele: com base no Anexo 13 da NR 15, da Portaria
3214/78 e Anexo IV do Decreto 3048/99 e suas atualizações;
• Agentes biológicos: com base no Anexo 14 da NR 15, da Portaria
3214/78 e Anexo IV do Decreto 3048/99 e suas atualizações.
Para caracterizar o “tempo de exposição” do ocupante de determinada função a um
dado agente nocivo/insalubre, foi considerada como fundamentação técnico-legal
uma periodicidade de tempo tradicionalmente utilizada pelo Ministério do Trabalho
e profissionais da área (inclusive jurisprudencialmente), que define:
• Exposição Eventual: aquela que sugere a NÃO CONCESSÃO de adicionais, por-
que não oferece riscos cumulativos à saúde;
• Exposição Intermitente e/ou Contínua: aquela que sugere a CONCESSÃO de
adicionais por oferecer, potencialmente, riscos cumulativos à saúde.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
197

Este entendimento quanto ao “tempo de exposição” tem como fundamento diver-


sos pareceres técnico/jurídicos, como, por exemplo:
1º - SÚMULAS DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO:
47 – INSALUBRIDADE – O trabalho executado em condições insalubres, em caráter
intermitente, não afasta, só por essa circunstância, o direito à percepção do respectivo
adicional. (RA41/1973 – DJ 14-6-1973)
Há dificuldades para a definição do que é EVENTUAL, INTERMITENTE e/ou CONTÍNUO,
em função da Portaria MTE Nº 3.311, de 29/11/89 (que procedia a tais definições) ter sido
recentemente revogada pela Portaria MTE Nº 546, de 11/03/2010.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Contudo, tendo em vista:


1º - a inexistência de instrução oficial que substitua a Portaria MTE 3.311;
2º - a premência da comunidade técnico/jurídica por definições aceitáveis,
defensáveis e lógicas do que sejam exposições “EVENTUAIS”, “INTERMITENTES” e/ou
“CONTÍNUAS”;
3º - a presença do Art. 19 da citada Portaria MTE 546, que diz competir “(...) à SIT
expedir normas complementares à execução desta Portaria e resolver os casos omissos
e eventuais controvérsias.”;
4º - a existência, na extinta Portaria 3.311, do tópico “INSTRUÇÃO PARA
ELABORAÇÃO DE LAUDO DE INSALUBRIDADE”, com definições extremamente acei-
táveis e de uso corrente da comunidade técnico/jurídica;

Assim sendo, reservo o direito de MANTER, até segunda ordem, a seguinte


conceituação:
(...). Do tempo de exposição ao risco - a análise do tempo de exposi-
ção traduz a quantidade de exposições em tempo (horas, minutos, se-
gundos) a determinado risco operacional sem proteção, multiplicado
pelo número de vezes que essa exposição ocorre ao longo da jornada
de trabalho. Assim, se o trabalhador ficar exposto durante 5 minutos,
por exemplo, a vapores de amônia, e essa exposição se repete por 5 ou
6 vezes durante a jornada de trabalho, então seu tempo de exposição
é de 25 a 30 min/dia, o que traduz a eventualidade do fenômeno.
Se, entretanto, ele se expõe ao mesmo agente durante 20 minutos e o
ciclo se repete por 15 a 20 vezes, passa a exposição total a contar com
300 a 400 min/dia de trabalho, o que caracteriza uma situação de

Modelos de Petições que Podem ser Apresentadas pelo Perito


198 UNIDADE IV

intermitência. Se, ainda, a exposição se processa durante quase todo


ou todo o dia de trabalho, sem interrupção, diz-se que a exposição
é de natureza contínua...

IX. AGENTES CARACTERIZADORES DE INSALUBRIDADE


1. AGENTE FÍSICO:
a) Ruído
Perícia Local Tempo exposição Intensidade/Concentração EPI’s Indicado
OBS.:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para os períodos elencados, o valor encontrado está ACIMA/ABAIXO do limite
de tolerância (85 dBA), calculado pelo método dos efeitos combinados.
Para exposições acima do LT estabelecido, é obrigatório o uso de protetor auditivo.
Nota: conforme Norma Regulamentadora - NR 15, item 15.4.
“A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do paga-
mento do adicional respectivo”.
a) mediante a adoção de medida que conserve o ambiente de trabalho dentro
dos limites de tolerância.
b) com a utilização de equipamento de proteção individual.
Não foi constatado nenhum outro agente físico conforme previsto na Norma
Regulamentadora n° 15 (Atividades e Operações Insalubres) da Portaria 3.214, de
8 de junho de 1978.

2. AGENTE QUÍMICO:
Ano Local Fator risco Intensidade /Concentração EPI’s Indicado

( ) Não evidenciado no local de trabalho - Agente conforme previsto na


Norma Regulamentadora n° 15 (Atividades e Operações Insalubres) – Anexos
n° 11 da Portaria 3.214, de 8 de junho de 1978.
( ) Evidenciado no local de trabalho - Agente conforme previsto na Norma
Regulamentadora n° 15 (Atividades e Operações Insalubres) – Anexos n° 11 da
Portaria 3.214, de 8 de junho de 1978.
( ) Não evidenciado no local de trabalho - Agente conforme previsto na

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
199

Norma Regulamentadora n° 15 (Atividades e Operações Insalubres) – Anexos


n° 13 (Exposição a agentes químicos – inspeção qualitativa) da Portaria 3.214,
de 8 de junho de 1978.
( ) Evidenciado no local de trabalho - Agente conforme previsto na Norma
Regulamentadora n° 15 (Atividades e Operações Insalubres) – Anexos n° 13
(Exposição a agentes químicos – inspeção qualitativa) da Portaria 3.214, de 8
de junho de 1978.

3. AGENTE BIOLÓGICO:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

( ). Não foi constatado atividade de exposição conforme previsto na Norma


Regulamentadora n° 15 (Atividades e Operações Insalubres) – Anexos n° 14
(Exposição a agentes biológico – inspeção quantitativa) da Portaria 3214 de 8
de junho de 1978.
( ). Foi constatado atividade de exposição conforme previsto na Norma
Regulamentadora n° 15 (Atividades e Operações Insalubres) – Anexos n° 14
(Exposição a agentes biológico – inspeção quantitativa) da Portaria 3214 de 8
de junho de 1978.

X. AGENTES PARA CARACTERIZAÇÃO - PERICULOSIDADE


Conceito legal de atividades ou operações perigosas >>> art. 193 da CLT (para explo-
sivos e inflamáveis).
Base legal:
- NR-16 da Portaria n.º 3.214/78 (explosivos e inflamáveis);
- Decreto n.º 93.412/86, que revogou o Decreto n.º 92.212/85 e regulamentou
a Lei n.º 7.369/85 >>> Energia elétrica.
ANEXO 1 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM EXPLOSIVOS (Redação
dada pela Portaria SSMT n.º 2, de 2 de fevereiro de 1979).
Para os líquidos combustíveis inflamáveis:
O assunto é tratado de acordo com o Decreto Nº 93.412, de 14 outubro de 1986,
que regulamenta a Lei Nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977 e as normas regulamen-
tadoras NR 16 Atividades e operações perigosas, aprovadas pela portaria 3.214 do
MTe e NR 20 – Líquidos combustíveis inflamáveis.

Modelos de Petições que Podem ser Apresentadas pelo Perito


200 UNIDADE IV

As operações de transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, em


quaisquer vasilhames e a granel, são consideradas em condições de periculosidade,
com exclusão para o transporte em pequenas quantidades, até o limite de 200 (duzen-
tos) litros para os inflamáveis líquidos e 135 (cento e trinta e cinco) quilos para os
inflamáveis gasosos liquefeitos.
Podendo ser, ainda, tomado outro item e/ou subitem da NR 16 que, porventura,
necessite do amparo legal para caracterização, ou não, do trabalho em condições de
periculosidade.
ANEXO 2 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM INFLAMÁVEIS

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ANEXO 3 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM EXPOSIÇÃO A ROUBOS
OU OUTRAS ESPÉCIES DE VIOLÊNCIA FÍSICA NAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS DE
SEGURANÇA PESSOAL OU PATRIMONIAL
ANEXO 4 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM ENERGIA ELÉTRICA
ANEXO 5 - ATIVIDADES PERIGOSAS EM MOTOCICLETA
ANEXO (*) - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM RADIAÇÕES IONIZANTES
OU SUBSTÂNCIAS RADIOTIVAS

1. ENQUADRAMENTO
( ) Não houve atividades que se enquadrassem para caracterização.
( ) Houve atividades que se enquadrassem para caracterização.
Obs.: ______________________________________________________________
XI. CONCLUSÃO INSALUBRIDADE
Diante do exposto no presente laudo pericial e de conformidade com a Portaria
nº 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego - Norma
Regulamentadora N°15, este perito conclui que o Reclamante: ( ) não trabalhou ( )
trabalhou em condições caracterizadas como insalubres pelos seguintes:
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XII. CONCLUSÃO PERICULOSIDADE
Atendido o supra deduzido, não se caracteriza situação de periculosidade, eis que
o autor não laborava nos locais e/ou situações dos anexos da NR 16 constantes

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
201

anteriormente, também não participava de operações com produtos inflamáveis em


capacidade de gerar risco e, tampouco, permanecia em área considerada de risco.

Atendido o supra deduzido, se caracteriza situação de periculosidade, eis que o


autor laborava nos locais e/ou situações do anexo______ da NR 16, constantes ante-
riormente, e/ou participava de forma habitual e/ou intermitente de operações com
__________ou, ainda, permanecia em área considerada de risco _______________
_____________________.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

XIII. RESPOSTA AOS QUESITOS

I – QUESITOS: - INSALUBRIDADE - RECLAMANTE:


1. Queira o Sr. Perito descrever,
2. Os locais de trabalho...?
I – QUESITOS: - INSALUBRIDADE - RECLAMADA:
1. Queira o Sr. Perito descrever,
2. Os locais de trabalho...?
I – QUESITOS: - PERICULOSIDADE - RECLAMANTE:
1. Queira o Sr. Perito descrever,
2. Os locais de trabalho...?
I – QUESITOS: - PERICULOSIDADE - RECLAMADA:
1. Queira o Sr. Perito descrever,
2. Os locais de trabalho...?
Sendo o que tinha a esclarecer, segue documento com XX laudas devidamente
assinadas.
Me coloco à disposição para quais outros esclarecimentos que surgirem.
xxxxxx-xx, xx de xxxxxxxxxxX de xxxx.
____________________________
NOME
CONSELHO DE CLASSE

Modelos de Petições que Podem ser Apresentadas pelo Perito


202 UNIDADE IV

MODELO LAUDO ACIDENTE DO TRABALHO


Exmo.(a). (Dr.(a)) Juiz(a) de Direito do Trabalho de (Cidade) – (UF) Exemplo: PR,
SP, BA, RS, MG)

Autor: (nome)
Réu: (nome)
Ação: (tipo de ação)
Processo nº: (número do processo)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
LAUDO TÉCNICO PERICIAL – ACIDENTE DO TRABALHO

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, engenheiro de segurança do trabalho,


infra-assinado, inscrito no CREA/XX, sob o nº 0000000/X, tendo sido designado por
Vossa Excelência. para atuar como perito técnico nos autos do processo supramen-
cionado, vem apresentar o laudo pericial investigatório de Acidente de trabalho, para
que sejam atingidos os objetivos propostos.
Tendo concluído o laudo pericial, vem, mui respeitosamente, requerer que seja
expedido mandado de pagamento de seus Honorários Profissionais de forma inte-
gral em R$ x.xxx,xx (XXXXXXXXXXXXXXXXX reais), corrigidos monetariamente na
data de seu efetivo pagamento, em virtude de realização de diligência para perícia,
deslocamento e processo investigatório. Solicita ao Juízo que, se possível, os crédi-
tos referentes aos honorários deste trabalho pericial sejam depositados ao Banco
XXXXXXX, agência xxxx-0 e conta corrente XXXXX-x.
Permanecendo à disposição de Vossa Excelência para quaisquer esclarecimen-
tos que, porventura, se tornarem necessários.

Termos em que,
Pede deferimento,
Cidade - UF, XX de XXXXXXXXX de 20XX.
_________________________
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
CREA-XX- XXXX/D

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
203

I. OBJETIVO
Investigar sobre a existência, ou não, de ambiente perigoso – Acidente de tra-
balho ...
II. IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL PERICIADO
Na diligência ocorrida ......
III. DADOS DA RECLAMADA
(Dados obtidos do cadastro nacional da pessoa jurídica)
IV. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O Reclamante, ............, ingressou com reclamatória trabalhista contra a empresa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

........, reivindicando, entre outros assuntos, o pagamento da indenização por aci-


dente de trabalho, registrado para o período laborado, conforme a inicial do processo
supracitado.
A diligência para verificação das alegadas condições de trabalho em todas as suas
atividades e ............., foi realizada no dia ... de ...... de ....., com início às ..h...min, no local
onde laborou o Reclamante, em que, em conjunto com o Perito, estavam presentes:

Do Reclamante: ..........
Da Reclamada: ...........

Em Primeiro Momento, o Perito obteve informações sobre a vida laboral do


Reclamante em mesa preliminar formada por todos os participantes acima mencio-
nado, sendo o que segue:
Laborou o reclamante ...............

V. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA RECLAMANTE NO MOMENTO DO


ACIDENTE

1. Em consenso por ambas as partes:


Operação da Máquina Automática ............, consistia em .........
2. Discordância apresentada pelo reclamante:
O reclamante alega que fazia ..........
3. Discordância apresentada pela reclamada:
A reclamada alega.......

Modelos de Petições que Podem ser Apresentadas pelo Perito


204 UNIDADE IV

4. Demais informações prestadas pelo reclamante:


Que as atividades eram realizadas no seguinte horário:
Que a empresa ....
Que sempre .....
Que recebeu treinamento…..
Que o mesmo não mantinha contato com ......
.....
5. Demais informações prestadas pela reclamada:
Que a empresa fornecia EPI´s

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Que todos são treinados quando entram na empresa ....
......

6. Informações prestadas pelos paradigmas indicados e em consenso por


ambos reclamantes e reclamada:
Dados: XXXXXXXX– autua na empresa a (+-) x anos.
Horário de trabalho – das X min às X min – X min às X min.
Função: XXXXXXXXXXXXX, que as atividades eram realizadas no horário acima
citado, que conhece e trabalhou algumas vezes com o reclamante e que não man-
tinha vínculo com o mesmo fora da empresa, que atuou na Máquina Automática.
Que a empresa sempre forneceu.......
Que recebeu treinamento ......
Que durante execução de suas atividades.......

Obs.: todas as entrevistas foram realizadas juntamente com as partes e com


a colaboração do reclamante, que não contestou nenhuma das informações pres-
tadas pelos entrevistados.

VI. METODOLOGIA
O reconhecimento dos riscos foi feito com base nas entrevistas com os represen-
tantes da Reclamada, com o reclamante, com paradigmas e em levantamento dos
postos de trabalho em que laborou o Reclamante.
Foram consultados os documentos anexos ao processo, além dos documentos
apresentados pela reclamada no ato da perícia em questão.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
205

Também, a análise minuciosa do manual da Máquina Automática, em que


houve o acidente.

VII. LEGISLAÇÃO
O laudo terá como base as Normas Regulamentadoras aprovadas pela Portaria
nº 3.214, de 8 de junho de 1978 e legislações pertinentes, também com amparo no
CPC vigente.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

VIII. AVALIAÇÃO QUALITATIVA NA DATA DA VISTORIA

RISCOS LABORAIS

Segundo Informações prestadas, ........


As vistorias in loco se apresentaram como descritas no item V anterior, ..........

IX. USO DE EPIS


Os EPI’s Fornecidos e utilizados são os constantes no item V – ATIVIDADES
REALIZADAS PELO RECLAMANTE - Subitens 4, 5, 6, 7 e 8, conforme relatado pelas
partes e sem contradições.
Obs.: apenas foi evidenciado a entrega de EPI´s, com devido registro de entrega,
no período compreendido entre xx/xxxxx a xx/xxxxx - fichas de EPI’s apresentadas.

X. AVALIAÇÃO DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS


PPRA – Não havia.
Ficha de registro de treinamentos – Não havia.
Laudos de insalubridade/periculosidade – Não havia.
Manual da máquina, estava disponível para consulta e segue em cópia manual
da Máquina Automática .....

XI. AVALIAÇÕES DOS RISCOS

Agente MECANICOS - ACIDENTES:

Modelos de Petições que Podem ser Apresentadas pelo Perito


206 UNIDADE IV

ROTEIRO PARA AVALIAÇÃO DE RISCOS EM MÁQUINA


1) Riscos Mecânicos
Dados da máquina: Tipo/Modelo: Máquina Automática. Fabricante: ....
2) No ponto de operação da máquina (onde a máquina executa o trabalho a
que se destina) existe ação de:_______________________
3) Riscos junto ao(s) ponto(s) de operação:________________________
I. O ponto de operação da máquina é aberto e desprotegido?
( )Sim ( )Não

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
II. Existe possibilidade de acesso de parte do corpo na zona de operação da
máquina?
( )Sim ( )Não
a. Caso positivo, assinale que partes do corpo entram na zona de operação:
( )dedos ( )mãos ( )braços ( )cabeça ( )todo o corpo
III. O acesso à zona de operação da máquina acontece durante as atividades de:
( ) Alimentação do material.
( ) Extração do material.
( ) Na alimentação e na extração do material.
4) Quando ocorrem defeitos – situações especiais. Quais: ________________
I. Existe alguma barreira de proteção, dispositivo de segurança, que impede
o acesso do corpo do trabalhador aos riscos na zona de operação?
( )Sim ( )Não
a. Caso positivo, descreva o tipo de proteção utilizado:
...........................................
II. Os dispositivos ou barreiras de proteção estão firmemente afixados à
máquina?
( )Sim ( )Não
III. Essas barreiras ou dispositivos cumprem com sua finalidade?
( )Sim ( )Não
IV. Os mecanismos de proteção ou barreiras são vulneráveis, fáceis de serem
anulados?
( )Sim ( )Não

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
207

V. No caso de proteções que necessitam de parada instantânea do ciclo da


máquina, o sistema de freio ou embreagem permitem essa condição?
( )Sim ( )Não
VI. Riscos junto ao sistema de transmissão de força (polias, correias, engrena-
gens, correntes etc.).
( )Sim ( )Não
VII. A transmissão de força é protegida por alguma barreira fixa?
( )Sim ( )Não
VIII. A barreira impede o acesso de qualquer parte do corpo no interior da zona
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

de risco?
( )Sim ( )Não
5) Outros movimentos de risco
I. Existem outros movimentos de risco ou possibilidade de arremesso de
materiais?
( )Sim ( )Não
6) Parada de emergência
I. Existem sistemas de parada de emergência?
( )Sim ( )Não
II. Esses sistemas de parada de emergência estão acessíveis e ao alcance do
trabalhador?
( )Sim ( )Não
III. Quando acionados eles bloqueiam imediatamente o ciclo da máquina?
(Verificar na prática).
( )Sim ( )Não
7) Manutenção:
I. A empresa realiza manutenção:
( )Preditiva ( )Preventiva ( )Corretiva ( )outros.
II. Existe um livro, ficha ou controle específico da manutenção de cada máquina?
( )Sim ( )Não
III. Os profissionais que executam as atividades de manutenção são creden-
ciados para essa atividade?
( )Sim ( )Não

Modelos de Petições que Podem ser Apresentadas pelo Perito


208 UNIDADE IV

IV. É anotado o nome e profissão do responsável pelos serviços?


( )Sim ( )Não
V. Existe uma autorização formal de liberação para o funcionamento da
máquina?
( )Sim ( )Não
VI. É indicada uma data para a próxima revisão?
( )Sim ( )Não
VII. A manutenção é feita com a máquina parada e desligada e com todas for-
mas de energia anuladas?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
( )Sim ( )Não
VIII. Existem medidas especiais de segurança para as atividades de manutenção?
( )Sim ( )Não
IX. Quais? Conforme manual do fabricante:_____________
8) Capacitação em segurança
I. Os operadores de máquina são devidamente capacitados nos aspectos de
segurança?
( )Sim ( )Não
II. Quantas horas é dedicado ao curso?
______________________
III. É emitido um certificado formal de capacitação?
( )Sim ( )Não
XII. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento das atividades do reclamante envolvia...........
Os agentes mecânico ou de acidentes encontrados e com potencial:
a. ....;
b. ......;
c. .........;

XIII. CONCLUSÃO
Portanto, conclui este perito que:
a. A atividade do Reclamante se desenvolvia em ambiente interno, em Máquina
Automática ..........
b. Que a máquina em questão .........

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
209

c. Que o trabalho desenvolvido, realizado da forma ............


d. Que por ..
Que o Acidente do trabalho ocorreu em função de:
Ato inseguro do trabalhador, que ...........
Fator pessoal de insegurança, que envolveu ............
Condição insegura proporcionada pela empresa em função de ..........
Por ato produzido por terceiro em função de ...........

XIV. RESPOSTA AOS QUESITOS


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

QUESITOS DO RECLAMANTE
1). Qual a marca/modelo da máquina?
2). Qual o ano de fabricação?
3). Essa máquina vem com manual de instruções? De fácil compreensão?

QUESITOS DO RECLAMADO
1). Qual a marca/modelo da máquina?
2). Qual o ano de fabricação?
3). Essa máquina vem com manual de instruções? De fácil compreensão?

XV. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA


VENDRAME, A. C. Perícia Ambiental – Uma Abordagem Multidisciplinar. São Paulo:
IOB Thomson, 2006.
VENDRAME, A. C. Gestão do Risco Ocupacional. São Paulo: IOB Thomson, 2005.
MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho, edição 68.
São Paulo: Editora Atlas S.A., 2010.
SALIBA, T. M. Insalubridade e Periculosidade – aspectos técnicos e práticos, edi-
ção 6. São Paulo: Editora LTr, 2002.
http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm
NHO – FUNDACENTRO

Fonte: organizado pelo autor.

Modelos de Petições que Podem ser Apresentadas pelo Perito


210 UNIDADE IV

Os modelos aqui apresentados também não se encontram em literaturas específi-


cas, visto que cada perito desenvolve sua metodologia de alocação das informações
coletadas nas diligências periciais e a melhor forma de colocar no papel para
informar ao juízo de direito do trabalho. Sendo assim, estes são apenas uma
base para o início das atividades, devendo o profissional, dentro de sua exper-
tise, desenvolver o seu próprio instrumento de trabalho, ou seja, seu padrão de
escrita de laudo.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

SISTEMASDEAVALIAÇÃOEUSODEINSTRUMENTOSEMPERÍCIASDEINSALUBRIDADE,PERICULOSIDADEEACIDENTESDOTRABALHO
211

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) acadêmico(a), esta unidade serviu para lhe proporcionar um norte


quanto às avaliações que devem ser realizadas no âmbito de uma perícia téc-
nica. Durante a leitura do material, de forma sucinta e breve, tratamos um pouco
de tudo com relação às formas de se abordar, como conduzir e como avaliar o
fato pelo qual a perícia foi originada. O conhecimento prévio do assunto visto
em outras disciplinas e/ou em leituras complementares é fundamental para seu
desenvolvimento, pois, ser perito é uma arte, mas toda a arte deve ser estudada.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A perícia, enquanto justiça do trabalho, consiste basicamente em avaliações


de condições insalubres, avaliação de condições periculosas e avaliações de con-
dições geradoras de acidente do trabalho, sendo assim, verificamos que mesmo
parecidas, elas possuem características próprias e bem definidas. Em todo o con-
texto, verificamos haver, de modo disciplinado, legislações pertinentes e aplicáveis,
sendo que uns dos balizadores muito fortes são os artigos do CPC – Código de
Processo Civil. A figura do perito predomina nesses casos e ambientes, porém,
outras figuras muito importantes para o bom andamento do processo de reali-
zação da perícia são o reclamante e o assistente técnico da empresa, quando a
empresa não tiver um bom preposto que possa oferecer informações confiáveis.
Sendo assim, passamos a estudar e, cada vez mais, aprimorar nossos conhe-
cimentos, porém, algumas vezes, teremos dificuldade de escrever, colocar tudo
no papel, descrever da melhor maneira, que documentos usar, ou seja, um monte
de pontos de interrogação. Dessa forma, procurou-se demonstrar formas cla-
ras, simples e objetivas de expressar sua forma de comunicação com a justiça
do trabalho, por meio de modelos usuais e, muitas vezes, encontrados em autos
processuais, em artigos, em revistas etc. Procurei, aqui, lhe auxiliar da melhor
maneira, agora é a sua oportunidade. Bons estudos.

Considerações Finais
212

A IMPORTÂNCIA DA PERÍCIA JUDICIAL NO PROCESSO TRABALHISTA – POR RO-


DRIGO WASEM GALIA E PAULO VINÍCIUS FEIJÓ
Perícia judicial é a forma de produção de prova por parte de um profissional que tem
a indicação de um juiz, no caso o Perito Judicial é o profissional possuidor de diploma
de grau superior ou provido de conhecimento técnico, científico ou artístico, na precisa
expressão do chamado ”notório saber”, legalmente habilitado ou munido de parecer
de suficiência emitido por entidade de reconhecimento público, dentro do território
nacional, nomeado pelo Juízo para atuar em processo judicial que tramite em Varas e
Tribunais de Justiça Regionais, Estaduais e Federais, com a finalidade de pesquisar e in-
formar a verdade sobre as questões propostas, através de laudos.
A perícia possui, por suas principais características, entre as quais flexibilidade de horá-
rios para executar tarefas, prazos relativamente grandes de entrega do laudo e cunho
solitário da atividade, pouco dependente de fatores externos, torna-se um dos princi-
pais atrativos aos que procuram segurança numa atividade profissional paralela. Essas
características são pouco encontradas em outras áreas.
O perito é chamado pela Justiça para dar pareceres técnicos em processos judiciais, nos
quais podem estar envolvidos pessoas físicas, jurídicas e órgãos públicos. O parecer téc-
nico é dado por meio de um Laudo escrito, que será assinado pessoalmente pelo perito.
O Laudo passa a ser uma das peças que compõem um processo judicial.
O trabalho é remunerado, e, em alguns casos, cabe adiantamento de honorários, quan-
do solicitados na forma correta e apropriada.
Não há horário fixo para o trabalho, podendo realizá-lo quando se dispõe de tempo.
Como a atividade não exige exclusividade, há possibilidade de o profissional estar em-
pregado ou ter outras atividades e realizar perícias durante seu tempo disponível
A Perícia é sempre realizada para que a autoridade julgadora tenha condições de tomar
uma decisão correta, imparcial e justa. Em se tratando de Perícia Judicial, que totaliza
99% dos casos, ela é sempre determinada pelo Juiz julgador da questão, a pedido das
partes ou por iniciativa própria do magistrado.
2. Importância da Perícia Judicial
Quando falamos em processo trabalhista, a primeira lembrança que temos é a audiên-
cia. É lá, na frente do juiz, onde serão expostos todos os fatos e fundamento jurídicos
que levaram a ingressar com a ação. Entretanto, a audiência não é o único ato dentro de
um processo. Existem outros atos de extrema importância para o bom andamento da
lide. A perícia é uma delas.
Uma perícia mal feita pode comprometer todo o andamento de um processo e preju-
dicar tanto o réu quanto o autor do processo. É necessário compreender o que é este
evento e porque ele está acontecendo. O juiz nomeia técnicos nas áreas de segurança
213

e medicina do trabalho para que visitem o local de trabalho do reclamante e emitam


pareceres sobre as condições de trabalho.
3. Classificação das perícias
A perícia judicial é aquela determinada pela justiça de ofício ou a pedido das partes en-
volvidas, já a extrajudicial é feita a pedido das partes, particularmente.
A perícia necessária (ou obrigatória) é a imposta por lei ou pela natureza do fato, quando a
materialidade do fato se prova pela perícia. Se não for feita, o processo é passível de nulida-
de. A facultativa ocorre quando se faz prova por outros meios, sem necessidade da perícia.
A perícia oficial se dá por determinação do juiz. Pode ser requerida quando é solicitada
pelas partes envolvidas no litígio. Quando contemporânea ao processo ocorre no de-
correr do processo. Cautelar é a realizada na fase preparatória da ação, quando realizada
antes do processo (ad perpetuam rei memorian). Pode se dar de forma direta, tendo
presente o objeto da perícia e Indireta quando feita pelos indícios ou sequelas deixadas.
4. Conhecimento sobre o pedido
No âmbito trabalhista, as perícias abordam questões como: insalubridade, periculosida-
de e também itens como ergonomia e acidente de trabalho. Vamos utilizar como exem-
plo a perícia que versa sobre periculosidade.
Não é necessário ao autor, no momento do evento pericial, ter o conhecimento de toda
lei referente a periculosidade, todavia, precisa saber que a sua atividade desenvolvida na
empresa deverá, obrigatoriamente, preencher alguns requisitos: a) Ao tipo contato com
determinada atividade perigosa; b) Que além de perigosa, esta atividade cause risco
acentuado ao trabalhador a ponto de, em caso de acidente, lhe tirar a vida ou mutilá-lo;
c) E ainda, que esta atividade esteja definida em Lei, ou como no caso da radiação ou
substancias ionizantes, definida em portaria expedida pelo Ministério do Trabalho.
Tão importante para o réu ou autor da ação, quanto saber o que está sendo requerido,
é compreender que o momento da perícia é justamente para demonstrar na prática
que as atividades podem ser enquadradas como perigosas ou insalubres, ou então para
comprovar estão sendo tomadas todas as medidas necessárias para que não se caracte-
rize perigosa ou insalubre.
5. Postura das Partes
Ao mesmo tempo em que é importante autores e réus informarem e mostrarem com
detalhes como são desenvolvidas as atividades que geraram a controvérsia, tão ou mais
essencial é a atuação do perito. Ele deve anotar cada detalhe do que foi dito por cada
uma das partes e, se possível, colher informações fotográficas do local de trabalho, para
que o juiz possa emitir sua decisão com base nas informações do posterior laudo.
214

Autor e réu, assim como numa audiência, devem manter a urbanidade e, de preferência,
falar em momentos distintos, sem comprometer a explanação do outro. É comum haver
embate em perícias, porém isto pode acarretar em dano à condução do evento.
6. Interação das partes sobre o parecer do Laudo
O laudo é o documento que irá embasar a decisão do juiz quanto ao merecimento ou
não do adicional de insalubridade ou periculosidade. Um laudo pode ser impugnado
quanto a falta ou excesso de informações, porém, as partes precisam estar atentos aos
que foi dito na perícia, de preferência anotando itens mencionados no evento. Achar
que falou é diferente de ter certeza que falou, e a certeza do que foi dito é primordial
para saber se vale a pena ou não impugnar um laudo.
7. Laudo x Sentença: O real efeito da perícia no processo
O juiz constrói sua decisão a partir do confronto dos pedidos, com as provas, as normas
legais, a doutrina e a jurisprudência. O perito deve construir o seu laudo, também com
base nos pedidos que justificaram a prova técnica, as normas legais normalmente apli-
cáveis aos casos congêneres (sem fazer juízos de valor ou decidir entre elas – se houver
divergência doutrinária ou jurisprudencial que possa implicar em mais de um caminho,
deve indagar o parâmetro a ser utilizado na aferição). O perito, quando referir que a
doutrina de sua ciência entende desta ou daquela maneira, deve indicar as fontes, da
forma mais completa possível. Assim como ao juiz, não é possível simplesmente afirmar
genericamente que a doutrina a jurisprudência agasalham a sua tese, não pode o perito
fazê-lo. Indicar as fontes é imperativo para ambos.
O juiz, somente ele, fixa os conceitos jurídicos e sua aplicação. Ao perito, não cabe a fixa-
ção de conceitos, mas a aplicação de conceitos já estabelecidos em sua ciência ao caso
concreto. É incorreto o perito afirmar que a vítima merece ou desmerece indenização ou
o adicional “x” ou “y” e sim que ela possui ou não possui incapacidade em tal grau ou teve
um prejuízo de “z” ou não emergiram prejuízos do fato etc. É verdade que, muitas vezes,
o próprio juiz induz o perito a emitir conceitos ao quesitar, como também é verdade que
faz a mesma coisa com testemunhas (ao indagar, por exemplo, se fulano é honesto, ao
invés de perguntar o que sabe sobre os fatos que poderiam indicar o contrário).
Para decidir, o juiz percorre todo um “iter”, um caminho, que vai desde a tomada das
alegações, a seleção da matéria controversa, a tomada das provas, a análise crítica das
provas produzidas até a conclusão. O perito deve proceder do mesmo modo: ler as ale-
gações das partes (constante tanto das petições quanto dos quesitos) e também do juiz
(quesitos do juízo); estabelecer, a partir daí, as hipóteses, quais os exames e inspeções
que precisará fazer para confirmar ou afastar as hipóteses; realizar os exames e inspe-
ções com o máximo de diligência, sem preconceitos e com rigor científico (para não
contaminar os resultados); relatar a pesquisa e os resultados de forma objetiva (ele deve
narrar todo o caminho que percorreu até chegar ao resultado, os exames que fez, as
hipóteses que acolheu, as hipóteses que restaram infirmadas, os suportes na doutrina
que levaram ao acolhimento ou rejeição das hipóteses etc.).
215

Mencionado anteriormente, o laudo será um dos instrumentos que auxiliará o juiz na


promulgação da sentença. Da sentença ainda cabe recurso, porém, o primeiro efeito ou
decisão poderá ser o último, então se o réu ou autor esqueceram de mencionar algum
detalhe importante, ou não tinham conhecimento suficiente do pedido que ocasionou
a perícia ou das condições de trabalho, o processo pode ser prejudicado.
Portanto, viu-se através deste artigo, que a perícia Judicial trabalhista é tão importante
quanto a audiência. O fato do juiz não estar presente e não termos a formalidade de
uma sala de audiência não retira a importância do evento.

Fonte: Galia e Feijó (2016, on-line)12.


216

1. Para garantir a segurança do trabalho nos diversos ambientes profissionais, foi


criada a avaliação ambiental, que tem como objetivo estimar os riscos ambientais
presentes no ambiente laboral, classificando-os em toleráveis e não toleráveis.
Trata-se de um procedimento avaliativo que ajuda na prevenção, pois permite
que a empresa adote medidas para reduzir ou eliminar os riscos. Considerando
o texto, para que seja possível classificar os riscos laborais em toleráveis e não
toleráveis, quais são as duas maneiras de avaliação dos riscos ambientais?
a) Avaliação de reação e Avaliação de quantificação.
b) Avaliação de quantificação e Avaliação de ambiente.
c) Avaliação Qualitativas e Avaliação Quantitativas.
d) Avaliação Laboral e Avaliação Ocupacional.
e) Avaliação Ocupacional e Avaliação de meio Ambiente.
2. A décima quinta norma regulamentadora do trabalho define, em seus anexos, os
agentes insalubres, limites de tolerância e os critérios técnicos e legais para ava-
liar e caracterizar as atividades e operações insalubres e o adicional devido para
cada caso. Considerando que a NR 15 define, seus anexos, os agentes insalubres
a serem avaliados. quais são os anexos que devem ser avaliados em função
do limite de tolerância?
a) Anexos n.º 1, 2, 3, 5 e 6.
b) Anexos n.º 6, 11, 13 e 14.
c) Anexos n.º 7, 8, 9, 10, 11 e 14.
d) Anexos n.º 1, 3, 5, 6, 11 e 14.
e) Anexos n.º 1, 2, 3, 5, 11 e 12.
3. A avaliação da exposição ao ruído, por meio da utilização de Dosímetro, permi-
te um diagnóstico mais preciso sobre as reais exposições ao ruído no ambiente
de trabalho, devendo ser respeitado o ciclo de atividade, pois considera a real
exposição ao ruído a que um determinado GHE ou GSE (Grupo Homogêneo de
Exposição ou Grupo Similar de Exposição) estão expostos durante sua jornada
de trabalho. Os ajustes iniciais do Dosímetro devem levar em consideração o
tipo de legislação ou norma que serão utilizados para julgar os resultados, uma
vez que os critérios podem ser muito diferentes para cada caso analisado. Qual
ajuste inicial deve ser feito para avaliação correta do ruído contínuo e inter-
mitente?
217

a) Para avaliação de ruído contínuo e intermitente, utilizamos compensação “A”


e resposta (Fast).
b) Para avaliação de ruído contínuo e intermitente, utilizamos compensação “Li-
near” e resposta (Slow).
c) Para avaliação de ruído contínuo e intermitente, utilizamos compensação “A”
e resposta (Slow).
d) Para avaliação de ruído contínuo e intermitente, utilizamos compensação “C”
e resposta (Fast).
e) Para avaliação de ruído contínuo e intermitente, utilizamos compensação “A”
e resposta (Rápida).
4. O adicional de periculosidade tem por escopo compensar o empregado que
desenvolve atividade de risco eminentemente de vida, matéria prevista cons-
titucionalmente pelo art. 7º, XXIII da CF/88. Conforme o art. 193 da CLT, as ativi-
dades consideradas periculosas são aquelas que, por sua natureza ou métodos
de trabalho, impliquem ao contato permanente com inflamáveis ou explosivos,
em condições de risco acentuado. Leia as afirmativas a seguir quanto à peri-
culosidade.
I. O anexo 1 versa sobre periculosidade para operações e atividades com explosi-
vos.
II. O anexo 2 versa sobre periculosidade para as atividades e operações com infla-
máveis, líquidos ou gasosos.
III. O anexo 3 versa sobre periculosidade para atividades e operações perigosas com
exposição a roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profis-
sionais de segurança pessoal ou patrimonial.
IV. Os anexos 4 e 5, respectivamente, foram incluídos em 2014 e versão sobre peri-
culosidade em atividades envolvendo energia elétrica e atividades com uso de
motocicletas, incluindo atividades de deslocamento da residência para o traba-
lho e do trabalho para a residência.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I está correta.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I e IV estão corretas.
d) Apenas I, II e III estão corretas.
e) I, II, III, e IV estão corretas.
218

5. Nas ações perante a Justiça do Trabalho envolvendo acidentes do trabalho e do-


enças ocupacionais, os objetos são os pleitos de indenizações por responsabili-
dade civil (danos moral, material e estético e pela perda de uma chance) e por
reintegração no emprego; neste caso, com base no artigo 118 da Lei 8.213/1991
e em normas coletivas, que asseguram estabilidade provisória aos acidentados.
A respeito da asserção anterior, analise as afirmações, considerando-as (V)
verdadeiras ou (F) falsas:
I. Devemos nos atentar, durante a diligência, em verificar as condições organiza-
cionais, assim levar também em consideração agentes de risco decorrentes da
forma como o trabalho na organização flui, a exemplo: trabalho penoso, ritmos
intensos de trabalho, horas extras habituais, metas abusivas, trabalho noturno
constante, trabalho em turno e noturno (revezamento), pressão psicológica, en-
tre outros.
II. Durante as diligência relativas às perícias para avaliação do nexo causal para
ações que envolvam acidentes de trabalho, é extremamente necessária a vistoria
no local e no posto de trabalho em que os fatos ocorreram, para que seja possível
a análise da organização do trabalho, a verificação dos dados epidemiológicos
com relação a outros acidentes, os agentes de riscos aos quais se encontravam
submetidos o trabalhador.
III. Quanto às documentações, que são importantes à verificação durante a diligên-
cia pericial para esclarecimento sobre o acidente de trabalho, estão elencadas
tudo que diz respeito ao registro do acidentado, não sendo necessário apresen-
tação da CAT, visto já ser o foco da perícia em questão.
IV. Quanto à perícia sobre acidente de trabalho, é facultado ao perito nomeado pelo
juiz de direito do trabalho verificar toda a documentação que achar e julgar ne-
cessária para devida elucidação do fato gerador do acidente que gerou a ação
trabalhista, não sendo necessário vistoriar o local e posto de trabalho, haja visto
já estar tudo relatado em documentos apresentados no processo.
As afirmações I, II, III e IV são respectivamente:
a) F, V, F, V.
b) V, F, V, F.
c) V, V, F, F.
d) F, F, V, V.
e) V, V, V, V.
MATERIAL COMPLEMENTAR

Manual de acidente de trabalho


Instituto Nacional do Seguro Social
Editora: Previdência Social
Sinopse: o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem como
missão a proteção do trabalhador e da sua família. Neste contexto, a
Perícia Médica Previdenciária (PMP) desempenha papel fundamental
no afastamento do ambiente adoecedor, identificando a relação de
determinadas doenças com o trabalho, além de proporcionar condições favoráveis à recuperação da
capacidade laborativa. O acidente do trabalho causa dano ao segurado e à sua família, bem como
prejuízo à empresa e ônus ao Estado.

MANUAL DE ACIDENTE DE TRABALHO


Você poderá ter acesso ao livro gratuito, produzido pela previdência social que visa fornecer, aos
peritos médicos, orientações quanto a caracterização de acidentes de Trabalho.
Disponível em: <http://file.abiplast.org.br/download/2016/manualdeacidentedetrabalhoinss2016.
pdf>.

Qual o trabalho do perito judicial?


Neste vídeo, você poderá ver qual é o trabalho do perito, onde é empregada a perícia e qual é a
finalidade.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=03pjNUPgvdc>.

Material Complementar
220
REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição Federal da República Federativa do Brasil. [art. 7º]. Dispo-


nível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompila-
do.htm>. Acesso em: 13 jun. 2017.
______. Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a consolidação das
leis do trabalho - CLT. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decre-
to-lei/Del5452.htm >. Acesso em: 29 maio 2017.
______. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Novo Código de Processo Civil -
CPC - Brasília, 16 de março de 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 12 jun. 2017.
______. Manual de Acidente de Trabalho. Instituto Nacional do Seguro Social. Bra-
sília, 2016.
______. Portaria n° 546, de 11 de março de 2010. Disciplina a forma de atuação
da Inspeção do Trabalho, a elaboração do planejamento da fiscalização, a avalia-
ção de desempenho funcional dos Auditores Fiscais do Trabalho, e dá outras pro-
vidências. Brasília, 2010. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF-
8080812C0858EF012C11E8FA2D0FA1/p_20100311_546.pdf>. Acesso em: 12 jun.
2017.
______. Portaria nº 1.297, de 13 de agosto de 2014. Aprova o Anexo 1 - Vibração
- da Norma Regulamentadora nº 9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais
(PPRA), altera o Anexo 8 - Vibração - da Norma Regulamentadora nº 15 - Atividades
e Operações Insalubres, e dá outras providências. Brasília, 2014.
______. Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978. NR 15 atividades e opera-
ções insalubres. Aprova as Normas Regulamentadoras do Ministério de Estado do
Trabalho, no uso de suas atribuições legais, considerando o disposto no art. 200,
da Consolidação das Leis do Trabalho, com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22
de dezembro de 1977. Brasília, 1978. Disponível em: <http://www.trtsp.jus.br/geral/
tribunal2/LEGIS/CLT/NRs/NR_15.html>. Acesso em: 10 jun. 2017.
______. Portaria n° 3.214, de 8 de junho de 1978. NR 16 Atividades e operações
perigosas. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/
NR16.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2017.
______. Portaria n° 3.393, de 17 de dezembro de 1987. D.O.U.: 23.12.87. Dispo-
nível em: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/portariamte3393_1987.
htm>. Acesso em: 12 jun. 2017.
______. Portaria SSMT n. º 2, de 2 de fevereiro de 1979. Altera as Normas Regu-
lamentadoras ms 16 e 19. Brasília, 1979. Disponível em: https://www.legisweb.com.
br/legislacao/?id=181091. Acesso em: 13 jun. 2017.
______. Súmula 364 do TST. Súmulas do Tribunal Superior do Trabalho. Disponi-
vém em: <http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_
Ind_351_400.html>. Acesso em: 21 jun. 2017.
221
REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS ON-LINE

1
Em: <https://www.campograndenews.com.br/artigos/por-antonio-carlos-vendra-
me>. Acesso em: 9 jun. 2017.
2
Em: <https://www.dicio.com.br/quantitativo/>. Acesso em: 9 jun. 2017.
3
Em: <https://www.osha.gov/dts/osta/otm/new_noise/measurements.pdf>. Aces-
so em: 9 jun. 2017.
4
Em: <http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/normas-de-higiene-ocupacio-
nal/publicacao/detalhe/2012/9/nho-01-procedimento-tecnico-avaliacao-da-expo-
sicao-ocupacional-ao-ruido>. Acesso em: 9 jun. 2017.
5
Em: <http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/normas-de-higiene-ocupacio-
nal/publicacao/detalhe/2013/3/nho-06-avaliacao-da-exposicao-ocupacional-ao-
-calor>. Acesso em: 9 jun. 2017.
6
Em: <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR29.pdf>. Acesso em:
9 jun. 2017.
7
Em: <https://www.dicio.com.br/qualitativo/>. Acesso em: 10 jun. 2017.
8
Em: <http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=laudo>. Acesso
em: 12 jun. 2017.
9
Em: <http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=inspe%C3%A7%-
C3%A3o>. Acesso em: 12 jun. 2017.
10
Em: <www.trt9.jus.br>. Acesso em: 12 jun. 2017.
11
Em: <https://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/senhas-e-procura-
coes/senhas/certificados-digitais/orientacoes-sobre-emissao-renovacao-e-revoga-
cao-de-certificados-digitais-e-cpf-ou-e-cnpj>. Acesso em: 12 jun. 2017.
12
Em: <http://emporiododireito.com.br/a-importancia-da-pericia-judicial-no-pro-
cesso-trabalhista-por-rodrigo-wasem-galia-e-paulo-vinicius-feijo/>. Acesso em: 12
jun. 2017.
GABARITO

1) C.
2) E.
3) C.
4) D.
5) C.
Professor Esp. Edinei Aparecido Furquim dos Santos

ELABORAÇÃO DE LAUDOS

V
UNIDADE
PERICIAIS

Objetivos de Aprendizagem
■■ Proporcionar o conhecimento sobre os parâmetros para elaboração
do laudo pericial.
■■ Proporcionar o conhecimento sobre as principais formas e termos
que são utilizados na escrita do laudo pericial.
■■ Proporcionar o conhecimento sobre o que e quais dados registrar e
como coletar os dados durante as diligências periciais.
■■ Proporcionar o conhecimento sobre a ética, transparência e sigilo
que o perito deve manter quanto ao que viu, registrou e informou ao
juízo durante o processo e a perícia.
■■ Proporcionar o conhecimento sobre o que deve ser e como deve ser
levantado como referencial teórico legal para a confecção do laudo
pericial.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Composição do Laudo Pericial
■■ Formas de tratamento e termos mais utilizados pelo perito judicial
■■ Registro dos dados coletados nas diligências periciais
■■ Ética, transparência e sigilo quanto aos dados coletados após perícia
■■ Estudos, Bibliografias e fundamentação legal
225

INTRODUÇÃO

De um modo geral, o laudo pericial é o produto final da perícia arbitrada e


realizada, é o meio pelo qual tudo que foi dito e apreciado durante a diligên-
cia transforma-se, ou seja, é a materialização do trabalho pericial desenvolvido
pelo Expert do Juízo e tem com principal objetivo auxiliar as partes no entendi-
mento e esclarecimento a respeito das dúvidas que deram origem ao fato “ação
trabalhista”, sendo que este será base fundamental para que o juízo de direito
do trabalho possa construir sua linha de pensamento em seu momento de sen-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

tenciamento da ação, lembrando que o juiz não está restrito ao laudo pericial
para formular sua linha de pensamento; sendo assim, o laudo é um meio pelo
qual se dá a oportunidade de que seja feita a justiça e constitui-se em uma pró-
pria prova judicial.
Quanto à elaboração, temos que um laudo pericial é, portanto, uma forma
de prova, cuja produção exige conhecimentos técnicos e científicos profundos
sobre o assunto e se destina a estabelecer um possível nexo causal condicionado
ao fato gerador da lide. Sendo assim, na medida do possível, visa esclarecer uma
certeza absoluta a respeito de determinados fatos e de seus efeitos, sendo eles
verdadeiros ou não de uma das partes envolvidas.
O perito deverá falar somente a respeito de seus efeitos técnicos e cientí-
ficos. Para que o juiz possa declarar os efeitos jurídicos a respeito desses fatos
que foram referidos pelo expert e também das conclusões feitas, o expert deverá
esclarecer os efeitos dos fato levantados. O juiz de direito fixa os efeitos de direito
baseado no seu entendimento legislativo. O expert deverá ter muito cuidado em
descrever e documentar os fatos da forma mais objetiva possível.
Os fatos são base para que o perito possa desenvolver sua argumentação e,
afinal, poder expor suas conclusões. Além disso, faz parte de suas funções exa-
minar os fatos e emitir um julgamento baseado em seu livre convencimento,
respeitando, porém, o princípio da racionalidade e da prevalência da argumen-
tação técnica e científica que houver durante a diligência realizada.

Introdução
226 UNIDADE V

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
COMPOSIÇÃO DO LAUDO PERICIAL

Uma das provas utilizadas nas ações trabalhistas quando surgem as dúvidas em
relação às questões de insalubridade, periculosidade e acidentes ou doenças do
trabalho é o laudo pericial, que serve como base para o juiz de direito do traba-
lho julgar esta parte da reclamatória - apesar de que o juiz não necessita única
e exclusivamente desse laudo para tomar seu convencimento sobre o assunto
debatido entre as partes -, porém, o laudo lhe serve sempre como uma base téc-
nica fundamental para seu conhecimento sobre o que realmente acontecia e/ou
aconteceu de fato no ambiente laboral, tornando-se, portanto, um documento
muito importante aos autos.

O LAUDO PERICIAL

Fato extremamente relevante na ação trabalhista é que a produção da prova peri-


cial tem fundamento no desconhecimento técnico do juiz de direito do trabalho
quanto à matéria de fato em relação do objeto da perícia.

ELABORAÇÃO DE LAUDOS PERICIAIS


227

Sabendo a importância das provas na ação trabalhistas, temos que os escla-


recimentos prestados neste tipo de documento e tudo o que for registrado sobre
os fatos será muito relevante ao processo; portanto, o laudo técnico pericial deve
ser o mais claro e objetivo possível, estando fundamentado e conclusivo quanto
aos fatos apurados.
É importante que todos os dados e elementos, os quais o expert do juiz julgar
pertinentes e relevantes, possam estar presentes no laudo, de forma a contribuir efe-
tivamente para o convencimento do juiz; portanto, tudo o que elencamos no laudo
está em uma esfera muito além do que descrito no processo trabalhista, e todo o
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

documento produzido para o cumprimento das legislações trabalhistas vigentes


será uma fonte de dados. Apresentados os documentos elaborados com esse mesmo
propósito e sem deixar lacunas ou dúvidas seria o ideal, pensando no bem-estar dos
trabalhadores e na saúde do coletivo (empresa e empregados); porém, muitas vezes,
não é o que o perito do juízo irá encontrar, sendo assim, o perito deve se desdobrar
em função de entender e compreender o que realmente ocorria, quando do pacto
laboral entre reclamante e reclamada, visto que a fundamentação dos pareceres que
o perito emitirá é sempre de suma importância ao juiz trabalhista.
Outro detalhe importante quanto aos laudos periciais é o de que, muitas
vezes, o juiz, em sua tomada de decisão, quando não encontrar disposições legais
ou contratuais, recorrerá à jurisprudência, nas quais fará a analogia aos fatos
semelhantes, utilizando-se da equidade e de outros princípios e normas gerais,
principalmente, as do Direito do Trabalho.

Você sabia que, segundo alguns vestígios históricos, no Brasil, podemos


considerar o ano de 1832 como aquele em que teve início a perícia oficial do
Brasil, por meio do código de processo criminal de 1832, artigos 134 e 134.

Composição Do Laudo Pericial


228 UNIDADE V

O perito do juiz deve ser contundente quanto ao que irá estabelecer em seu laudo,
porém, deve elaborá-lo de forma que contemple fatos e dados distribuídos da
melhor forma possível, sendo assim, o laudo pericial deverá conter, no mínimo:
■■ Cabeçalho - com a identificação do processo, das partes do processo, fato
gerador da perícia;
■■ Dados de identificação das partes (nomes, n° de documentação, registro
de classe, cnpj etc.);
■■ Metodologia - o perito deve mencionar a legislação, normas etc., em que se

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
baseou para a elaboração da prova pericial (critério qualitativo e/ou quanti-
tativo). A metodologia utilizada na avaliação deve ser descrita sucintamente;
■■ Instrumentos utilizados – todos os instrumentos utilizados nas medi-
ções devem ser especificados e relacionados no laudo, incluindo (marca,
modelo, tipo, fabricante, faixas de leitura, certificado de calibração etc.);
■■ Descrição da atividade e condições de exposição - deve descrever deta-
lhadamente as atividades desenvolvidas pelo reclamante, bem como os
locais de trabalho com os respectivos agentes insalubres/perigosos pre-
sentes. Para tanto, deverá fazer, se possível, visita in loco da instalações e/
ou na falta desta, poderá utilizar-se de informações do pessoal das áreas,
ouvir testemunhas, verificar documentos, fazer fotografias etc., conforme
preconizado (CPC, Lei Nº 13.105, 2015).
■■ Dados obtidos - os dados relativos aos locais de trabalho e a exposição
do trabalhador devem ser especificados de forma clara e objetiva. Nesses
dados, serão incluídos os resultados de possíveis avaliações quantitati-
vas, caso necessário for, o tempo de exposição, os certificados de análises
químicas, apresentação das áreas de risco, colagem de croquis, tabelas,
ilustrações, gravuras e/ou gráficos necessários à compreensão do laudo.
■■ Definição de grau de insalubridade - se constatada a insalubridade, o perito
deve informar o seu grau (mínimo, médio ou máximo) - que é variável
de acordo com o agente insalubre -, e a base técnica que serviu para evi-
denciar o informado.
■■ Periculosidade – o juiz, em primeiro momento, sabe o que é periculosos
pelo que está na legislação vigente. Não sabe, de forma técnica científica,
o que realmente se faz durante a execução de atividade de risco. Sendo

ELABORAÇÃO DE LAUDOS PERICIAIS


229

assim, nesta parte do laudo, a perícia não pode ser apenas informativa,
devendo fornecer elementos de crítica científica e jurídica, principalmente
apontando fatos e dados relevantes e informando, no caso da caracteriza-
ção da periculosidade, o devido amparo legal, NR, anexo, quadro, item etc.
■■ Resposta aos quesitos formulados pelas partes - os quesitos formulados
pelas partes são muito importantes, dessa forma, o perito deve estudá-los
de forma cuidadosa antes de realizar a prova pericial e, assim, deverá pro-
curar respondê-los de maneira clara, objetiva e fundamentada, evitando
respostas lacônicas, a menos que as mesmas tenham sido já respondidas
no corpo do laudo ou outros quesitos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

■■ Conclusão pericial no laudo - o perito deverá explicitar claramente se a


atividade analisada durante a diligência pericial foi ou não considerada
insalubre ou periculosa; caso positivo, deverá mencionar o grau de insalu-
bridade e/ou o embasamento legal para a caracterização da periculosidade,
não deixando dúvidas e/ou ficando “em cima do muro”.
Sendo esses os itens mínimos necessários para a elaboração dos laudos, o pro-
fissional expert deve sempre estar atendo, para que não deixe nada de lado e/ou
esqueça de detalhes que poderão fazer falta e/ou gerar alguns tipos de dúvidas
ao leitor e juízo de direito do trabalho, os quais estão envolvidos na ação traba-
lhista em questão das reclamatórias apresentadas.

Composição Do Laudo Pericial


230 UNIDADE V

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
FORMAS DE TRATAMENTO E TERMOS MAIS
UTILIZADOS PELO PERITO JUDICIAL

De fato, nosso cotidiano técnico é muito diferente, principalmente nas ques-


tões relacionadas à fala e à escrita propriamente dita. Quando tratamos, muitas
vezes, com profissionais das áreas de exatas, notamos a grande dificuldade na
escrita, principalmente quando existe a estreita relação com o meio jurídico, que
possui um uso de termos cultos e não usualmente empregados ao meio técnico.
Quando realizada a junção desses termos cultos do meio jurídico aos termos
técnicos das áreas exatas, temos praticamente um novo tipo de escrita, que ser-
virá para o bom esclarecimento de fatos e dados, atendendo ao meio jurídico e
técnico ao mesmo tempo. Esses termos se tornam únicos e precisam se tornar
comuns para ambas as partes, sendo assim, para os profissionais e para os futu-
ros profissionais técnicos que desejam fazer parte desse meio, compreender os
termos e a linguagem jurídica é fundamental.
Quanto aos termos usualmente empregados no dia a dia do profissional de
segurança do trabalho, encontramos escrito, em periódico, revistas especializa-
das e, também, em diversos órgãos de comunicação, documentos pertinentes a
áreas, pois, apesar de alguns termos serem técnicos, são termos usuais no meio
ambiente de trabalho, portanto de uso cotidiano.

ELABORAÇÃO DE LAUDOS PERICIAIS


231

Já os termos jurídicos são bem mais específicos e os buscamos em institui-


ções jurídicas da área, a exemplo do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que
nos traz um glossário de termos, a fim de instruir o público leigo. Sendo assim,
cabe o estudo e a familiarização com esse tipo de linguajar e escrita aos peri-
tos, assistentes técnicos e futuros profissionais desse segmento. Veremos alguns
exemplos de termos Jurídicos utilizados na Justiça do trabalho, que podem ser
encontrados no site do TST ([2017], on-line)1, apresentados na tabela a seguir.
Tabela 1 - Tabela de termos jurídicos

TERMOS JURÍDICOS
DESCRIÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

TRABALHISTAS
AÇÃO Ato preliminar da formação do processo.
ACIDENTE DE A Justiça do Trabalho é competente para julgar dano moral
TRABALHO decorrente de acidente do trabalho.
ACÓRDÃO Peça escrita que contém o resultado de julgamento pro-
ferido por um colegiado, isto é, por um grupo de juízes ou
ministros. Compõem-se de três partes: relatório (exposição
geral sobre o assunto julgado); voto (fundamentação da
decisão tomada) e dispositivo (a decisão propriamente
dita). Diz-se acórdão porque a decisão resulta de uma con-
cordância (total ou parcial) entre os membros do colegiado.
Nos casos de dissídios coletivos, os acórdãos também são
chamados de sentença normativa. (V. Sentença).
AUDIÊNCIA DE Primeira etapa do processo de dissídio coletivo, quando as
CONCILIAÇÃO E partes se reúnem, sob a presidência de um Juiz (nos TRTs)
INSTRUÇÃO ou de um Ministro (no TST) para se tentar uma composição
relativa ao conflito que motivou a ação. No TST, as audiên-
cias dos processos de dissídio coletivo são dirigidas pelo
Presidente, que poderá fazer uma proposta conciliatória.
Não alcançada a conciliação, escolhe-se na hora, por sor-
teio, o relator, e o processo vai a julgamento.
AUTOS Conjunto das peças que compõem um processo.

Formas de Tratamento e Termos Mais Utilizados Pelo Perito Judicial


232 UNIDADE V

ENUNCIADO DE Jurisprudência dominante no Tribunal Superior do Trabalho


SÚMULA em dissídios individuais. Os Enunciados são propostos pelos
Ministros à Comissão de Jurisprudência do TST e tratam
de temas que tenham sido suficientemente debatidos e
decididos de maneira uniforme em várias ocasiões. Uma
vez aprovados, os Enunciados passam a orientar as decisões
das Turmas e dos demais órgãos do Tribunal em questões
semelhantes. Juízes e advogados ficam sabendo também
qual é a posição do TST em determinadas questões.
INSTRUÇÃO Fase processual, concretizada numa audiência, em que o
juiz instrutor (ou Ministro instrutor) ouve as partes e faz

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
perguntas para deixar claro os pontos que serão objeto de
julgamento. Na Justiça do Trabalho, a audiência de instru-
ção começa com a tentativa de conciliação entre as partes.
Não sendo esta possível, passa-se à instrução propriamente
dita. No TST, essas audiências são dirigidas pelo Presidente
ou pelo Ministro designado por ele.
JULGAMENTO Ato pelo qual o Juiz ou o Tribunal decide uma causa.
RECLAMATÓRIA Denominação moderna da reclamação trabalhista, que é o
início do processo trabalhista.
RECURSO Meio pelo qual uma das partes, vencida numa decisão judi-
cial, procura obter outro pronunciamento, para anulá-la ou
reformá-la, total ou parcialmente.
RELATOR Ministro ou Juiz a quem compete examinar o processo e
resumi-lo num relatório, que servirá de base para o julga-
mento. O Relator é designado por sorteio e tem prazo de 30
dias para examinar o processo e encaminhá-lo ao Revisor.
RITO SUMARÍSSI- A lei nº 9.957, de 12/1/2000 instituiu esse procedimento nos
MO processos trabalhistas cujo valor não ultrapasse 40 salários
mínimos. Nesses casos, os dissídos individuais devem ser
resolvidos no prazo máximo de 15 dias, em audiência única.
Se houver interrupção da audiência, a solução deve ser
dada no prazo máximo de 30 dias. Se houver recurso, este
terá tramitação também especial e rápida no Tribunal.
SENTENÇA Decisão proferida por um juiz num processo. Decisão, por-
tanto, de juiz singular. Na Justiça do Trabalho, existe, porém,
a figura da sentença normativa , que não é proferida por
juiz singular e sim por um colegiado, nos casos de dissídio
coletivo.
Fonte: adaptada de Tribunal Superior do Trabalho ([2017], on-line)1.

ELABORAÇÃO DE LAUDOS PERICIAIS


233

Da mesma forma, os termos técnicos do meio ambiente de trabalho são utiliza-


dos, porém de uma forma mais comum nos meios ambientes de trabalho, em que
a ação relacionada ao trabalho já ocorre de uma forma mais técnica. Na maio-
ria das empresas, a relação com a área de saúde e segurança do trabalho já existe
e regras são aplicadas no dia a dia. Até mesmo as empresas que não possuem o
serviço próprio de saúde e segurança do trabalho executam ações por meio da
contratação de empresas terceiras especializadas; quando não, pelo menos com-
pram equipamentos de proteção individual para fornecer aos seus funcionários.
Sendo assim, os termos acabam por serem disseminados por várias empresas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

desse segmento de prevenção a riscos no ambiente de trabalho, mesmo que por mera
informação; neste intuito, a empresa DuPont - um Líder Mundial em Inovação e
Ciência Orientadas para o Mercado (FALANDO DE PROTEÇÃO, [2017], on-line)2
-, disponibilizou um glossário dos principais termos de segurança do trabalho, a
fim de demonstrar os mais usados. Veremos alguns exemplos destes termos utiliza-
dos nos laudos técnicos oferecidos à Justiça do trabalho nos exemplos que seguem:
Tabela 2 - Termos técnicos e perícias

TERMOS DE SEGURANÇA DESCRIÇÃO


DO TRABALHO
Acidente de Trabalho Acidente que ocorre dentro da instituição ou no
trajeto de ida e volta, que provoque lesão corporal
ou perturbação funcional, podendo causar morte,
perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade laboral.
Adicional de Insalubridade Indenização a funcionários que trabalham em
condições de insalubridade.
Adicional de Periculosidade Indenização paga a funcionários que trabalham
em condições de periculosidade.
Agentes Biológicos Bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários,
vírus, entre outros.
Agentes Ergonômicos Agentes que tornam o ritmo e/ou a frequência
do trabalho desajustados, como equipamentos
e instrumentos que podem gerar desgaste físico,
emocional, sono ou fadiga e dores musculares,
entre outros.

Formas de Tratamento e Termos Mais Utilizados Pelo Perito Judicial


234 UNIDADE V

Agentes Físicos Ruídos, vibrações, pressões anormais, tempera-


turas extremas, radiações ionizantes, entre outras
formas de energia a que possam estar sujeitos os
funcionários.
Agentes Químicos Produtos, compostos ou substâncias químicas que
podem ter contato com o organismo de funcio-
nários pelas vias respiratórias, pela pele ou por
ingestão, como  poeiras, fumos, névoas, gases ou
vapores tóxicos.
Avaliação de Risco Investigação de vulnerabilidades e/ou ameaças de
ativos com o objetivo de calcular a probabilidade

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de eventos que causem perdas ou danos, além de
seus possíveis impactos, no intuito de que sempre
se tomem as melhores decisões.
Condição Insegura Aquela existente no ambiente de trabalho que
oferece perigo e/ou risco ao trabalhador.
Doenças Ocupacionais Decorrem de exposição a substâncias ou condi-
ções perigosas inerentes a processos e atividades
profissionais ou ocupacionais.
Grau de Risco Grau que mede a possibilidade de ocorrência de
acidentes de trabalho, de 1 a 4. Quanto maior a
possibilidade, maior o grau de risco.
Incidente Acontecimento imprevisível que tira o desenrolar
das atividades da normalidade, interrompendo o
processo produtivo.
Limite de Tolerância Intensidade máxima tolerada por funcionários
expostos a agentes durante a vida laboral, rela-
cionada à natureza do trabalho e ao tempo de
exposição.
Mapa de Riscos Mapa indicativo dos riscos em um ambiente de
trabalho, que utiliza uma planta do ambiente com
círculos coloridos. Cada cor representa um risco
que tem seu tamanho determinado pela gravidade.
Nível de Ação O ponto de partida de ações preventivas, buscan-
do minimizar a probabilidade de as exposições e
agentes ultrapassarem os limites.
Risco Variável permanente em todas as atividades
humanas, podendo resultar de Ameaças, Vulnera-
bilidades, Probabilidades e Impactos.

ELABORAÇÃO DE LAUDOS PERICIAIS


235

Risco Biológico Derivado do contato com micro-organismos


nocivos à saúde.
Sinistro Oficialização de dano ou prejuízo de ativo ou
bem, decorrente de incêndio, acidente, roubo,
furto, entre outros riscos.
Trabalhador Qualificado Funcionário que possa comprovar à instituição e
à inspeção do trabalho sua capacitação mediante
treinamento na instituição ou curso em institui-
ções públicas ou privadas.
Trabalhador Habilitado Funcionário que comprove ter, junto a algum
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

órgão competente, a habilitação exigida pela lei


para a sua função.
Trabalhador Capacitado Funcionário treinado por outro profissional para a
função exigida.
Trabalhador Autorizado Funcionário qualificado, habilitado e treinado
especificamente para uma função.
Fonte: adaptado de Falando de Proteção ([2017], on-line)2.

Nessa tabela, caro(a) aluno(a), vimos as características e os termos técnicos uti-


lizados pelos peritos. Espero que você tenha compreendido e memorize esses
termos, pois são muito importantes para a função de perito.

Formas de Tratamento e Termos Mais Utilizados Pelo Perito Judicial


236 UNIDADE V

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
REGISTRO DOS DADOS COLETADOS NAS
DILIGÊNCIAS PERICIAIS

A partir de agora, passamos a compreender o quanto é importante a comunica-


ção e formas de registros para que a perícia transcorra da melhor forma possível.
Sendo assim, a decisão sobre as formas de como realizar o registro de dados é
fundamental, porém é muito importante ter em mente o que se deve registar e
porque, evitando se perder em dados que não sejam relevantes.
Temos, hoje em dia, inúmeros formulários para coleta de dados disponíveis
em meios eletrônicos e/ou por meio de troca de informações entre profissionais
técnicos da área de saúde e segurança do trabalho; sendo assim, passaremos a com-
preender como podemos utilizar esses vários modelos de formulários, encontrados
em meios eletrônicos, sites etc. e, até mesmo, os apresentados anteriormente em
outras disciplinas do curso de tecnologia em segurança do trabalho. Poderemos,
também, a partir do apresentado, ter um formulário base que seja relevante e muito
semelhante à estrutura do laudo que será apresentado e realizado, posteriormente,
nesta unidade, pois, dessa forma, não esqueceremos de detalhes que são impor-
tantes, assim, poderemos nos familiarizar a tudo e todos os itens necessários para
o bom andamento de nossos trabalhos periciais. Diante do exposto, passaremos a
observar o modelo a seguir, que teve como referência partes de autos de uma recla-
mação trabalhista, sendo, esse modelo, apresentado a título ilustrativo.

ELABORAÇÃO DE LAUDOS PERICIAIS


237

EXMO (A). SENHOR (A) JUIZ (A), DA Xª VARA DO TRABALHO DE CIDADE –


UF.

Ref.: Ação nº ____________________(ex.: RT 0000-0000-000-00-00-0)

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS:

Avaliação pericial realizada no dia __________ às ________ horas na sede da


Reclamada, situada à Rua ___________________.
Estiveram presentes o Reclamante, a Dra. ________________________(Procuradora
do Reclamante) e o Sr. ___________________________(Gerente da Reclamada).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

2. AVALIAÇÃO PERICIAL:

O reclamante - admitido pela reclamada em __/__/__


função de __________________.
Jornada de trabalho das _______ às ________ horas e das _______ às ________
horas, de 2ª a 6ª feira (eventualmente trabalhava também no sábado e no domingo)
com 2 intervalos de 15 minutos para lanche.
Suas tarefas consistiam em ______________, ______________, _____________.
Recebia como EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual): _________________,
______________________, ______________
Assinava ficha de recebimento de EPI’s. ( )
Não assinava ficha de recebimento de EPI’s. ( )

Descrição de Atividades:

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

3. LOCAL DE TRABALHO:
Xxxxxxxx (atualmente Ativada ( ) desativada ( )
Área de ( )x( )m2, pé direito de ( ) m;
Ventilação através de _____________;
Iluminação através de _______________lâmpadas ____________.

ANÁLISE DA NR-15 (Portaria nº 3.214 de 08/06/1978):

Anexo nº 1:
O Autor não exercia suas funções sob ruídos continuo ou intermitente. ( )

Registro dos Dados Coletados nas Diligências Periciais


238 UNIDADE V

O Autor exercia suas funções sob ruídos continuo ou intermitente. ( )


O limite de tolerância para ruído contínuo ou de impacto é de 85 dB para uma
jornada de trabalho de 8 horas diárias.
O Autor manuseava (ferramentas, maquinas, equipamentos), dentre as quais
(xxxxxxxx).
Recebia protetor auricular ( ).

Não recebia protetor auricular ( ).

Foi realizado avaliação do nível de ruído das (ferramentas, maquinas, equipamentos)


que estão em uso atualmente, utilizando: Decibelímetro ( ) Audiodosímetro ( ) da
marca _________________, operando no circuito de compensação “A/C” e resposta
lenta (SLOW/FAST), sendo encontrados os seguintes valores:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
xxxxx: xxxdB
xxxxx: xxxdB
xxxxx: xxxdB

O grau de insalubridade para exposição ao ruído acima dos limites de tolerância é o


de grau ______________. Ensejando direito ao adicional de _____%.

Anexo nº 2:
O Autor não exercia suas funções sob ruídos de impacto. ( )
O Autor exercia suas funções sob ruídos de impacto. ( )
O limite de tolerância para.............

Anexo nº 3:
O Autor não esteve exposto ao calor. ( )
O Autor esteve exposto ao calor. ( )
O limite de tolerância para................

Anexo nº 4:
Revogado pela Portaria nº 3.751, de 23/11/1990.

Anexo nº 5:
O Autor não esteve exposto a radiações ionizantes. ( )
O Autor esteve exposto a radiações ionizantes. ( )
O limite de tolerância para................

Anexo n° 6:
O Autor não exercia sua atividade sob pressão hiperbárica. ( )
O Autor exercia sua atividade sob pressão hiperbárica. ( )
O limite de tolerância para................

Anexo nº 7:
O Autor não exercia sua atividade sob radiação não ionizante. ( )

ELABORAÇÃO DE LAUDOS PERICIAIS


239

O Autor exercia sua atividade sob radiação não ionizante. ( )


O limite de tolerância para................

Anexo n° 8:
O Autor não exercia sua atividade sob vibrações localizadas ou de corpo inteiro. ( )
O Autor exercia sua atividade sob vibrações localizadas ou de corpo inteiro. ( )
O limite de tolerância para................

Anexo nº 9:
O Autor não exercia sua atividade sob frio – baixas temperatura. ( )
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O Autor exercia sua atividade sob frio – baixas temperaturas. ( )


O limite de tolerância para................

Anexo nº 10:
O Autor não exercia sua atividade sob umidade. ( )
O Autor exercia sua atividade sob umidade. ( )
O limite de tolerância para................

Anexo nº 11:
O Autor não exercia sua atividade exposto a agentes químicos constantes deste
Anexo. ( )
O Autor exercia sua atividade exposto a agentes químicos constantes deste Anexo. ( )
O limite de tolerância para................

Anexo nº 12:
O Autor não esteve exposto a poeiras minerais. ( )
O Autor esteve exposto a poeiras minerais. ( )
O limite de tolerância para................

Anexo nº 13:
O Autor não exercia sua atividade exposto a agentes químicos constantes deste
Anexo. ( )
O Autor exercia sua atividade exposto a agentes químicos constantes deste Anexo. ( )
O limite de tolerância para................

Anexo nº 14:
O Autor não esteve exposto a agentes biológicos em suas atividades.
O Autor não esteve exposto a agentes biológicos em suas atividades. ( )
O Autor esteve exposto a agentes biológicos em suas atividades. ( )
O limite de tolerância para................

Fonte: o autor.

Registro dos Dados Coletados nas Diligências Periciais


240 UNIDADE V

Apresentado o formulário de coleta de dados, perceberemos que o mesmo já


está em um formato muito semelhante ao que os peritos utilizam para apresen-
tação ao juiz de direito do trabalho, podendo ser utilizado para lembrança do
que é fundamental ser preenchido e analisado durante o ato pericial, não dei-
xando, assim, dúvidas e/ou detalhes no esquecimento. Esse padrão não é uma
determinação, pois caberá a cada profissional elaborar o seu padrão e adotar os
itens que julgar melhor para o desenvolvimento de seus trabalhos.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ÉTICA, TRANSPARÊNCIA E SIGILO QUANTO AOS


DADOS COLETADOS APÓS PERÍCIA

Segundo o manual do CONFEA (2014, on-line)3, um “código de ética profissio-


nal” deve ser resultante de um pacto profissional, de um acordo crítico coletivo
em torno das condições de convivência e relacionamento que se desenvolvem
entre as categorias integrantes de um mesmo sistema profissional, visando uma
conduta profissional cidadã.

ELABORAÇÃO DE LAUDOS PERICIAIS


241

Para Andrade (1999, p. 1), os conceitos de Ética e Moral são as seguintes:


Ética - Derivada do grego “éthikos”, é definida como a ciência que es-
tuda o comportamento moral das pessoas na sociedade. Apesar de ser
uma disciplina filosófica, a ética é, antes de tudo, uma disciplina prá-
tica, uma vez que reflete na nossa forma de comportamento. Vivemos
na sociedade, pois o homem isolado é ficção. O bom comportamento é,
pois, essencial sob todos os ângulos.

Moral - Derivada do latim “moralis”(Plácido e Silva), a moral constitui


parte da filosofia que estuda os costumes, assinalando o que é honesto
e virtuoso, segundo os ditames da consciência e os princípios da hu-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

manidade. Possui um âmbito mais amplo que o direito. Contudo, a lei


constitui a fonte primária do direito.

Ainda segundo Andrade (1999, p. 3-4), um bom exemplo de código de Ética


do Perito está no código apresentado no ASPEJUDI - Associação dos Peritos
Judiciais, Árbitros, Conciliadores e Mediadores de Minas Gerais, que nos traz que:
Constitui deveres do perito.
I. exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade, dignidade e in-
dependência profissional;
II. guardar sigilo sobre o que souber em razão de suas funções; - É
como o padre no confessionário: como se nunca tivesse ouvido.
III. zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos ser-
viços a seu cargo;
IV. comunicar, desde logo, à justiça, eventual circunstância adversa que
possa influir na conclusão do trabalho pericial. Agir da mesma forma
com relação ao cliente;
V. inteirar-se de todas as circunstâncias antes de responder aos que-
sitos formulados;
VI. se substituído em suas funções, informar qualquer impedimento
ou suspeição sobre fatos de natureza sigilosa que devam chegar ao co-
nhecimento de seu substituto, a fim de habilitá-lo ao bom desempenho
de suas funções;
VII. evitar declarações públicas sobre os motivos da renúncia de
suas funções;
VIII. manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para
o exercício da profissão;

Ética, Transparência e Sigilo Quanto aos Dados Coletados após Perícia


242 UNIDADE V

Art.5º. O perito, em juízo ou fora dele, deverá:


I. recusar sua indicação, desde que reconheça não se achar capacitado,
em face de especialização, para bem desempenhar o encargo;
II. evitar interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui
objeto da perícia, mantendo absoluta independência moral e técnica
na elaboração do respectivo laudo; - Não pode se preocupar exclusiva-
mente em salvar seus honorários.
III. abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convic-
ção pessoal sobre os direitos de qualquer das partes interessadas, ou da
justiça da causa em que estiver servindo como perito, mantendo seu
laudo no âmbito técnico legal; - Não pode, nem deve se imiscuir nas

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
questões de direito.
IV. considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo pe-
ricial submetido à sua apreciação;
V. mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condi-
ções de exercer efeito sobre peças objeto de seu laudo;
VI. abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemen-
te informado e documentado;
VII. assinalar enganos ou divergências que encontrar. Errar é humano,
não podendo nele persistir;
VIII. considerar-se impedido, quando Perito Oficial, em processo onde
qualquer das partes ou dirigentes estejam ligados à pessoa do Perito
por laços de parentesco, consangüíneo ou afim, até o 3º grau.

Com a promulgação do novo CPC e a sua aplicação a partir de março de


2016; considerando o seu uso subsidiário no Processo do Trabalho, a Seção
X – Da Prova pericial – e o fato de apresentar um interesse direto nas Ações
Trabalhistas com pedidos de Adicional de Insalubridade e Periculosidade,
faço uma análise dos pontos aplicáveis nos casos concretos.
Para saber mais, acesse o link disponível em: <http://gilbertomelo.com.br/a-
-pericia-judicial-do-trabalho-a-luz-do-novo-cpc/>.
Fonte: Melo (2015, on-line)4.

ELABORAÇÃO DE LAUDOS PERICIAIS


243

Observamos, assim, que são muitos os detalhes que o perito tem acesso, a partir
de sua nomeação, dados que cabem apenas analisar e detalhar em seu ato peri-
cial, não cabendo qualquer menção fora do ato pericial e/ou do processo em si.
A ética, moral e bons costumes são fundamentais em todos os sentidos, e muitos
dados que terá acesso são sigilosos e de uso apenas do meio judiciário ao qual
faz parte desde sua nomeação. Portanto, merece atenção redobrada as menções
de ética profissional, a qual teve e tem acesso desde sua formação.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ESTUDOS, BIBLIOGRAFIAS E FUNDAMENTAÇÃO


LEGAL

Nesta fase, para as perícias judiciais, é muito importante compreender o que


se escreve e qual base é fundamental utilizar; assim, é muito importante que
se tenha um bom acervo bibliográfico para fundamentar seu referencial teó-
rico e que as bibliografias utilizadas apresentem complementação ao estudado.
A conclusão do laudo técnico, o qual será apresentado ao juiz de direito do tra-
balho, é importante uma boa análise nas referências encontradas e que serão
utilizadas, pois elas lhe trazem discussões, fatos e dados em que se discutem os
diferentes pontos de vista apontados por autores diferentes, que versam sobre o

Estudos, Bibliografias e Fundamentação Legal


244 UNIDADE V

mesmo assunto. Muitas vezes, utiliza-se a mesma linha de raciocínio e as vezes


não, pois podem divergir em alguns pontos. Nesse sentido, a bibliografia con-
siste em uma maneira de expor as ideias de tal maneira que os leigos possam
absorver ao máximo o conteúdo, sendo possível pelo menos compreender um
pouco mais sobre o assunto referenciado.
Fato extremamente relevante para um bom laudo é o de que o perito e/ou
assistente técnico deva conhecer a literatura existente com referência aos temas
propostos na ação trabalhista, a qual será a responsável direta pela emissão de
laudo ou parecer técnico pericial que servirá de base ao juiz para seu julgamento.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Assim, deve compreender que existem, hoje, vários meios práticos e consistentes
para a busca dessas bibliografias, referências e citações, além de dados sobre os
pesquisadores e suas linhas de pensamento a respeito do assunto ao qual escre-
veu. Um detalhe importante sobre essas ferramentas: antes de serem utilizadas
pelo perito e/ou assistente técnico, é necessário realizar um estudo sobre elas e
as fontes que alimentam os dados constantemente, evitando-se, assim, coletar
dados que possam levar a controvérsias ou deixar margens à discussão.
No meio jurídico, quando pesquisamos referências, não existe um software
exclusivo para questões relacionadas a referências sobre perícia e, muitas vezes,
os que existem são pagos. Podemos utilizar softwares normalmente utilizados
para realização de trabalhos acadêmicos, em que encontramos muitas referên-
cias jurídicas que nos interessam. Dentre as diversas plataformas e softwares
existentes, temos algumas plataformas que são gratuitas e de uso livre, tal qual
as listadas e apresentadas a seguir como referência de consultas:

ELABORAÇÃO DE LAUDOS PERICIAIS


245

Tabela 3 - Plataformas - referências bibliográficas

PLATAFORMA DESCRIÇÃO ENDEREÇO


ELETRÔNICO
MORE MORE é uma ferramenta gratuita e fácil de http://www.more.
usar, que produz automaticamente citações ufsc.br/
no texto e referências no formato da ABNT,
para quinze (15) tipos de documentos, a par-
tir de formulários próprios, selecionados em
um menu principal. Os documentos cobertos
pelo mecanismo são os mais usados no meio
acadêmico: livros, dicionários, enciclopédias,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

teses e dissertações, artigos de revistas,


artigos de jornais, nos formatos impresso e
eletrônico, além dos documentos exclusivos
em meio eletrônico: home-page e e-mail.
FASTFORMAT O FastFormat é uma ferramenta de edito- https://fastfor-
ração eletrônica baseada em templates, mat.co/
cujo foco principal é a elaboração de traba-
lhos acadêmicos, mas não limitada a isso.
A ferramenta foi criada para atender a um
público crescente que precisa escrever textos
acadêmicos, mas vê nas regras de formata-
ção e softwares existentes um empecilho ao
seu trabalho. Onde realizamos a pesquisa,
geramos nosso referencial e podemos baixar
o arquivo em pdf para realizar a leitura, ainda
utilizando o próprio software para formatar
o documento e/ou texto caso necessários,
veja, caro(a) aluno(a), exemplo de pesquisa e
referência, bem como texto extraído.
CONPEDI O Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-gra- http://www.
duação em Direito (CONPEDI) é a Sociedade conpedi.org.br/
Científica do Direito no Brasil, organizado por
meio de uma associação civil com persona-
lidade jurídica de direito privado e sem fins
econômicos, que incentiva e promove os
estudos jurídicos e o desenvolvimento da
pós-graduação em Direito no Brasil. Suas
ações institucionais respondem ao desafio
de projetar a pesquisa jurídica para o avanço
social do Brasil.

Estudos, Bibliografias e Fundamentação Legal


246 UNIDADE V

JSTOR O JSTOR foi criado em 1995, nos Estados http://www.jstor.


Unidos, com o objetivo de ajudar as bibliote- org/
cas a organizar o número, cada vez maior, de
periódicos acadêmicos. Mantido por uma or-
ganização sem fins lucrativos, o JSTOR reúne,
em seu acervo digital, mais de 2.000 periódi-
cos (disponíveis desde o primeiro volume).

Sobre Direito, há mais de 800 títulos cadas-


trados, entre “journals”, livros e documentos.
Alguns destes, frise-se, foram publicados

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
no século XIX. O JSTOR também franqueia o
acesso ao seu conteúdo a professores, pes-
quisadores, alunos e funcionários vinculados
às instituições associadas a ele.
PORTAL DE A história do Portal de Periódicos remonta http://www.
PERIÓDICOS o ano de 1990, quando, com o objetivo de periodicos.capes.
DA CAPES fortalecer a pós-graduação no Brasil, o Minis- gov.br/
tério da Educação (MEC) criou o programa
para bibliotecas de Instituições de Ensino
Superior (IES). Foi a partir dessa iniciativa que,
cinco anos mais tarde, foi criado o Programa
de Apoio à Aquisição de Periódicos (PAAP).
O Programa está na origem do atual serviço
de periódicos eletrônicos oferecido pela
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (Capes) à comunidade
acadêmica brasileira.
TRIBUNAL Com sede em Brasília-DF e jurisdição em http://www.tst.
SUPERIOR todo o território nacional, é órgão de cúpula jus.br/
DO TRABA- da Justiça do Trabalho, nos termos do artigo
LHO 111, inciso I, da Constituição da República,
cuja função precípua consiste em uniformizar
a jurisprudência trabalhista brasileira. O TST é
composto de vinte e sete Ministros.
Fonte: o autor.

Outro fator importante quanto a pesquisas de referências é a base de dados que


encontramos disponível de forma atualizada e gratuita, na qual constam diver-
sas súmulas, Orientações Jurisprudenciais, os Precedentes Normativos entre
outros que podemos encontrar no site do TST – Tribunal Superior do Trabalho

ELABORAÇÃO DE LAUDOS PERICIAIS


247

([2017], on-line)5, no qual encontramos o livro de Súmulas, OJs e PNs - que de


fato podem nos ajudar muito na hora do entendimento que temos e o enten-
dimento do meio jurídico e, também, com maior ênfase, o entendimento dos
juízes de direito do trabalho e ministros.
Além das bases, referências, plataformas, também encontramos um rele-
vante acervo de livros didáticos com assuntos muito relevantes em relação aos
aspectos jurídicos que cercam os assuntos referenciados em ações trabalhistas
semelhantes, bem como os aspectos técnicos para execução das diligências peri-
ciais. Sendo assim, não falta ao perito ou assistente técnico base legais e de boa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

procedência para poder realizar um bom trabalho, o que basta é pesquisar e filtrar
aquilo que é propício e usual ao seu laudo, realizar estudo aprofundado e colo-
car em prática o que absorveu de conteúdo sobre o assunto que precisa laudar.

Estudos, Bibliografias e Fundamentação Legal


248 UNIDADE V

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) acadêmico(a), terminamos a nossa última unidade, crendo que lhe


servirá de base para o aprendizado, do mínimo necessário, para a realização de
um bom laudo pericial, com fundamentos sólidos e desejáveis pelos juízes de
Direito do Trabalho nas mais diversas instâncias. Para tanto, com o seu entendi-
mento ao nomear um perito para assistir as questões técnicas na ação trabalhistas
pode, de certa forma, analisar e sentenciar a ação com tranquilidade quanto
aos fatos apurados. Essa mesma base de informações também servirá a futuros

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
gestores de segurança e saúde do trabalho e assistentes técnicos durante acom-
panhamento de ações trabalhistas.
Nesta unidade, abordamos, também, as principais formas e termos utilizados
pelo perito técnico e/ou assistente técnico em seus documentos, laudo técnico
judicial e/ou parecer técnico judicial, referentes à ação trabalhista, às formas de
como escrever estes documentos contemplando, no mínimo, os dados necessá-
rios ao bom entendimento, além de desenvolver, da melhor forma possível, seus
formulários de campo.
Ética, transparência e sigilo são fundamentais com relação à perícia, pois
ela é uma extensão do processo e do ambiente do juízo até que se encerre o pro-
cesso, e mesmo posterior a ele, pois o perito do juiz acaba por ter informações
muitas vezes confidenciais, as quais devem transcrever apenas no documento
que irá ao processo para conhecimento das partes, devendo-se restringir ape-
nas a ação que lhe gerou.
Para encerrar, apresentamos ferramentas para pesquisa bibliográfica, for-
matação, entre outras, que podem facilitar a vida na hora da escrita do laudo,
deixando muito mais apresentável e com dados de fontes confiáveis, além de todo
o acervo bibliográfico existente por meio de livros das áreas jurídicas e técnicas
pertinentes à saúde e segurança do trabalho. Desde já, é esperado que você tenha
aproveitado e que esta unidade seja uma valiosa fonte de consulta, pois o apren-
dizado poderá garantir a você, caro(a) aluno(a), sucesso em suas atribuições.

ELABORAÇÃO DE LAUDOS PERICIAIS


249

O QUE SIGNIFICA LAUDO PERICIAL?


O Laudo é o parecer técnico resultante do trabalho realizado pelo Perito, via de regra
escrito. Deve ser redigido pelo próprio Perito, mesmo quando existem Assistentes Técni-
cos. Os colegas devem receber a oportunidade de examinar o texto e emitir suas opini-
ões. Esta tarefa deve ser realizada em conjunto, de preferência. O Perito ganha tempo e
reduz os debates infrutíferos, desta forma. A maioria dos trabalhos resolve-se dentro do
campo técnico, sem margem para opiniões pessoais.
Um laudo pericial é uma forma de prova, cuja produção exige conhecimentos técnicos e
científicos, e que se destina a estabelecer, na medida do possível, uma certeza a respeito
de determinados fatos e de seus efeitos. O Perito fala somente sobre os efeitos técnicos
e científicos. O Juiz declara os efeitos jurídicos desses fatos referidos pelo perito e das
conclusões deste.O Perito esclarece os efeitos de fato. O Juiz fixa os efeitos de direito.
O Perito deve ter o cuidado de descrever e documentar, da forma mais objetiva possível,
os fatos com base nos quais pretende desenvolver sua argumentação e, afinal expor
suas conclusões. A função do perito guarda muita semelhança com a própria função do
Juiz. O Perito examina fatos e emite um julgamento baseado em seu livre convencimen-
to, respeitado porém o princípio da racionalidade e da prevalência da argumentação
técnica e científica. O objetivo do trabalho pericial e afastar as dúvidas existentes sobre
determinados fatos e sobre as suas conseqüências práticas. O Perito não emite um jul-
gamento ou parecer jurídico, mas seu trabalho deve levar em consideração os efeitos
jurídicos que a prova pericial se destina produzir.
O laudo pericial é uma peça do processo, que deverá ser interpretada e avaliada pelo
Juiz ou Tribunal, como qualquer outro instrumento deprova e de convencimento. É pre-
ciso que todos possam compreendê-lo. Seu texto deve ser claro, preciso e inteligível. O
bom profissional não escreve de forma que só outros experts o entendam. É importante
distribuir adequadamente o trabalho. Inicia apresentando as partes e a Perícia realizada.
Prossegue com o enunciado e o exame das questões principais. Responde aos quesitos
formulados pelas partes. Conclui ressaltando aspectos importantes. Em anexo devem
ser lançados os dados empregados, os documentos consultados, fotografias e outros
elementos de interesse não relacionados no corpo do Laudo.
Após a entrega do Laudo, o Juiz intima as partes para tomarem conhecimento do mes-
mo. Há um prazo para que se manifestem. As partes podem concordar com o Laudo ou
discordar, contestar, solicitar esclarecimentos, formular quesitos adicionais ou mesmo
impugnar o Laudo e pedir a realização de nova perícia.
A complementação de perícia busca responder ou resolver as dúvidas remanescentes.
A resposta a quesitos adicionais ou suplementares geralmente exige a carga dos autos
e novo exame da causa, pelo intervalo de tempo que decorre entre a entrega do Laudo
e a intimação para a complementação.
O Perito pode ser convocado para prestar esclarecimentos em audiência, verbalmente.
250

As partes devem indicar com antecedência os quesitos a serem respondidos. Não o fa-
zendo, na audiência, o Perito pode alegar a complexidade da questão e solicitar prazo
para respondê-los. Além disto, quando o trabalho adicional é significativo, exigindo tem-
po, dedicação e despesas extras, o Perito pode solicitar os honorários correspondentes.
O Laudo é o parecer técnico resultante do trabalho realizado pelo Perito, via de regra
escrito. Deve ser redigido pelo próprio Perito, mesmo quando existem Assistentes Técni-
cos. Os colegas devem receber a oportunidade de examinar o texto e emitir suas opini-
ões. Essa tarefa deve ser realizada em conjunto, de preferência. O Perito ganha tempo e
reduz os debates infrutíferos, desta forma. A maioria dos trabalhos resolve-se dentro do
campo técnico, sem margem para opiniões pessoais.
Um laudo pericial é uma forma de prova, cuja produção exige conhecimentos técnicos e
científicos, e que se destina a estabelecer, na medida do possível, uma certeza a respeito
de determinados fatos e de seus efeitos. O Perito fala somente sobre os efeitos técnicos
e científicos. O Juiz declara os efeitos jurídicos desses fatos referidos pelo perito e das
conclusões deste. O Perito esclarece os efeitos de fato. O Juiz fixa os efeitos de direito.
O Perito deve ter o cuidado de descrever e documentar, da forma mais objetiva possível,
os fatos com base nos quais pretende desenvolver sua argumentação e, afinal expor
suas conclusões. A função do perito guarda muita semelhança com a própria função do
Juiz. O Perito examina fatos e emite um julgamento baseado em seu livre convencimen-
to, respeitado porém o princípio da racionalidade e da prevalência da argumentação
técnica e científica. O objetivo do trabalho pericial e afastar as dúvidas existentes sobre
determinados fatos e sobre as suas conseqüências práticas. O Perito não emite um jul-
gamento ou parecer jurídico, mas seu trabalho deve levar em consideração os efeitos
jurídicos que a prova pericial se destina produzir.
O laudo pericial é uma peça do processo, que deverá ser interpretada e avaliada pelo
Juiz ou Tribunal, como qualquer outro instrumento deprova e de convencimento. É pre-
ciso que todos possam compreendê-lo. Seu texto deve ser claro, preciso e inteligível. O
bom profissional não escreve de forma que só outros experts o entendam. É importante
distribuir adequadamente o trabalho. Inicia apresentando as partes e a Perícia realizada.
Prossegue com o enunciado e o exame das questões principais. Responde aos quesitos
formulados pelas partes. Conclui ressaltando aspectos importantes. Em anexo devem
ser lançados os dados empregados, os documentos consultados, fotografias e outros
elementos de interesse não relacionados no corpo do Laudo.
Após a entrega do Laudo, o Juiz intima as partes para tomarem conhecimento do mes-
mo. Há um prazo para que se manifestem. As partes podem concordar com o Laudo ou
discordar, contestar, solicitar esclarecimentos, formular quesitos adicionais ou mesmo
impugnar o Laudo e pedir a realização de nova perícia.
A complementação de perícia busca responder ou resolver as dúvidas remanescentes.
A resposta a quesitos adicionais ou suplementares geralmente exige a carga dos autos
e novo exame da causa, pelo intervalo de tempo que decorre entre a entrega do Laudo
251

e a intimação para a complementação.


O Perito pode ser convocado para prestar esclarecimentos em audiência, verbalmente.
As partes devem indicar com antecedência os quesitos a serem respondidos. Não o fa-
zendo, na audiência, o Perito pode alegar a complexidade da questão e solicitar prazo
para respondê-los. Além disto, quando o trabalho adicional é significativo, exigindo tem-
po, dedicação e despesas extras, o Perito pode solicitar os honorários correspondentes.

Fonte: ULC perícia ([2017] on-line)6.


252

1. Ao compreendermos melhor as questões relacionada ao processo envolvido em


uma ação trabalhista, percebemos a necessidade de provas que sejam elucidati-
vas, sendo assim, uma delas é a prova pericial a ser realizada pelo expert (perito)
de confiança do Juiz de direito do trabalho de origem da ação. Portanto, se-
guindo essa linha de pensamento, podemos dizer que o laudo deve:
a) Ser feito, se necessário, por perito, qualquer que esteja disponível.
b) Ser esclarecedor dos fatos e o mais claro e objetivo possível.
c) Ser realizado da maneira que o perito achar melhor a seu critério.
d) Ser esclarecedor, único e exclusivamente do que o reclamante expor.
e) Ser esclarecedor, único e exclusivamente do que o reclamado expor.
2. Para o devido entendimento quanto aos termos utilizados para a escrita correta
e interpretação de fatos em um laudo técnico, é extremamente importante co-
nhecer esses recursos. Diante desse fato, temos o significado de alguns termos
usuais utilizados nos laudos, como exemplo:
I. AÇÃO: ato preliminar da formação do processo.
II. RECLAMATÓRIA: denominação moderna da reclamação trabalhista, que é o
fim do processo trabalhista.
III. AUTOS: conjunto das peças que compõem um processo.
IV. JULGAMENTO: ato pelo qual o Juiz ou o Tribunal decide uma causa.
Assinale a alternativa correta:
a) I, II, III e IV estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas II e III estão corretas.
d) Apenas III e IV estão corretas.
e) Apenas I, III e IV estão corretas.
3. Quanto ao laudo pericial realizado por perito de confiança do juízo e por ele
ser nomeado, as questões relacionadas à ética, moral e bons costumes devem
prevalecer quanto às informações coletadas, visto que o perito ajuda ao juiz nos
quesitos técnicos (pericial), sendo, então, naquele momento, uma extensão do
ambiente de julgamento da ação. Diante dessas considerações acerca do có-
digo de ética do perito, analise as afirmações:
I. ( ) O perito deve exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade, digni-
dade e independência profissional.
253

II. ( ) O perito deve abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua


convicção pessoal sobre os direitos de qualquer das partes interessadas ou
da justiça da causa em que estiver servindo como perito, mantendo seu lau-
do no âmbito técnico legal; não pode, nem deve se imiscuir nas questões de
direito.
III. ( ) O perito não deverá guardar sigilo sobre o que souber em razão de suas
funções; pois ele não é como o padre no confessionário: como se nunca ti-
vesse ouvido.
IV. ( ) O perito deve comunicar, desde logo, à justiça, eventual circunstância ad-
versa que possa influir na conclusão do trabalho pericial. Agir da mesma for-
ma com relação ao cliente.
V. ( ) O perito deve evitar interpretações tendenciosas sobre a matéria que cons-
titui objeto da perícia, mantendo absoluta independência moral e técnica na
elaboração do respectivo laudo; não pode se preocupar exclusivamente em
salvar seus honorários.
As afirmações I, II, III, IV e V são, respectivamente:
a) V, V, F, F, F.
b) F, F, F, V, V.
c) V, V, F, V, V.
d) V, V, V, F, F.
e) F, F, V, V, V.
4. Quanto à busca do referencial teórico que será utilizado para a escrita do laudo,
o perito pode, além de utilizar-se de todos os meios expostos em livros técnicos
e jurídicos, utilizar-se de meios digitais mediante a internet. Sendo assim, con-
forme apresentado nesta unidade, quais são, respectivamente, exemplos de
sites/plataformas que podem ser utilizados pelo perito para formatação e
escrita de seus laudos?
a) TRTsp.jus.br, Periódico Capes, Fastformat, conpedi.
b) Fastformat, TST.jus.br, More, Periódicos Capes, Jstor.
c) More, Periódicos Capes, TRTpr.jus.br, Conpedi, TST.br.
d) Periódicos Capes, TST.jus.br, More, Fastformat, conpedi.
e) TST.Jus.br, More, Periódicos Capes, Fastformat, Conpedi, Jstor.
254

5. A prova pericial consiste em exame, vistoria e avaliação que, de modo geral, só


são promovidos por profissional habilitado no assunto em que a perícia está en-
volvida. O juiz por não ter os conhecimentos científicos ou técnicos necessários
- por mais culto e inteligente que seja -, procura, então, pessoas de sua confiança
que entendam a matéria que irá julgar.
Conhecendo esses preceitos, para escrita do laudo pericial são utilizados inúme-
ros termos, tanto técnicos como jurídicos, para o bom entendimento e esclareci-
mento dos fatos levantados na ação trabalhista. Relacione os termos apresen-
tados na coluna da esquerda com a respectiva forma e meio utilizado, entre
as indicadas na coluna da direita.

Termo Forma e meio utilizado


I. Acórdão J - JURÍDICO
II. Incidente
III. Instrução
IV. Risco T - TÉCNICO
V. Sentença
VI. Sinistro

Qual a associação correta?


a) J, T, T, T, J, T.
b) T, T, J, T, J, T.
c) J, T, J, T, J, T.
d) J, J, J, T, T, T.
e) J, T, J, J, J, J.
MATERIAL COMPLEMENTAR

Linguagem do Laudo Pericial - Técnicas de


Comunicação e Persuasão - 2ª Ed. 2010
Jose Finker
Editora: Leud
Sinopse: este trabalho procura estudar o ponto de vista semiótico,
isto é, do estudo dos sistemas de significação, as estruturas
profundas das linguagens técnica e do direito, para chegar à
estrutura superficial de laudos inteiramente compreensíveis para
quem vai julgar. Em outras palavras, o perito deve elaborar um
laudo que possibilite a interpretação correta pelo juiz. Para tanto, são recomendados recursos de
que o perito pode lançar mão, para enriquecer sua argumentação e para comunicar com clareza os
subsídios necessários à certeza da sentença para que se faça justiça.

Quanto o perito judicial ganha de honorários?


Nesse vídeo, temos uma noção de como funciona a questão dos honorários periciais e/ou de
trabalhos realizado por assistentes técnicos das partes, sendo extremamente interessante e
esclarecedor. Aproveitem.
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=X3wh3X-I2L8>.

Quem é o perito judicial? O que é perícia judicial?


O perito judicial é um cidadão comum que é chamado pela Justiça para esclarecer questões
técnicas e científicas que um processo contém. Veja no vídeo, a seguir, quem é o perito judicial e o
que é a perícia judicial.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=MPmTI4f5vSA&t=7s>.

Material Complementar
REFERÊNCIAS

ANDRADE, D. G. Ética na perícia judicial. Palestra proferida no I Congresso Nacional


de Perícias Judiciais, 1999.
BRASIL. Lei 29 de novembro de 1832. Promulga o Codigo do Processo Criminal
de primeira instancia com disposição provisoria ácerca da administração da Justi-
ça Civil. Presidência da República. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/leis/lim/LIM-29-11-1832.htm>. Acesso em: 13 jun. 2017.
BRASIL. Lei Nº 13.105, de 16 de março de 2015. Novo Código de Processo Civil -
CPC. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/
lei/l13105.htm>. Acesso em: 18 maio. 2017.

REFERÊNCIAS ON-LINE

1
Em: <http://www.tst.jus.br/vocabulario-juridico>. Acesso em: 14 jun. 2017.
2
Em: <http://falandodeprotecao.com.br/termos-de-seguranca-do-trabalho/>.
Acesso em: 22 jun. 2017.
3
Em: <http://www.confea.org.br/media/codigo_etica_sistemaconfea_8edi-
cao_2015.pdf>. Acesso em: 14 jun. 2017.
4
Em: <http://gilbertomelo.com.br/a-pericia-judicial-do-trabalho-a-luz-do-no-
vo-cpc/>. Acesso em: 14 jun. 2017.
5
Em: <http://www.tst.jus.br/livro-de-jurisprudencia-indice>. Acesso em: 14 jun.
2017.
6
Em: <http://ulcpericia.com.br/noticias.php?id=6>. Acesso em: 14 jun. 2017.
257
REFERÊNCIAS
GABARITO

1) B.
2) E.
3) C.
4) E.
5) C.
CONCLUSÃO

Prezado(a) estudante, chegamos ao fim de nosso livro, que servirá de guia e consul-
tas durante seu convívio com esta formação a qual está adquirindo, entre todos os
ensinamentos já obtidos e que ainda irá obter nas demais disciplinas. Este foi ape-
nas mais uma peça do imenso quebra cabeça que você está montando aos poucos
e, com muita dedicação e estudo, tenho certeza que cada peça montada irá refletir
imensamente em sua vida pessoal e profissional.
Você recebeu grande número de informações, tais como introdução à perícia ju-
dicial trabalhista, os atores que a compõem, documentação, fatos relevantes que
geram as perícias de “insalubridade, periculosidade e acidente do trabalho”. Lhe foi
ensinado a estudar e compreender a análise técnica e científica, as metodologias
e conclusões do que analisou, tomadas de decisões quanto ao que avaliar e como
avaliar quanto à “higiene ocupacional e técnicas de utilização de equipamentos de
medição”, também como deve fundamentar o que foi realizado durante a diligência
pericial, evitando transtornos futuros, as formas de coletar e registrar os dados que,
futuramente, lhe irão auxiliar na elaboração do laudo pericial.
Ao final do nosso aprendizado, passamos ao “Laudo Pericial”, em que aprendemos
sobre composição, as principais formas de tratamento, os termos mais usuais “Meio
jurídico e Meio técnico” e o fator importante a preservar “Ética, Moral e bons costu-
mes” - que nunca devemos esquecer, ao oferecermos nossos trabalhos para que a
justiça seja feita -, por fim foi apresentado alguns modelos que lhe servirão como
base.
Uma dica importante a você, acadêmico(a), revise o conteúdo apresentado quantas
vezes for necessário, pois as informações contidas lhe proporcionará importantes
conhecimentos que facilitará seu convívio com situações, tais como as relatadas no
material. Desta forma, saberá como agir, se comportar e o que e como fazer quando
necessário. Parabéns!

Você também pode gostar