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2021

Perícias de Engenharia de
Segurança do Trabalho
[Casos Práticos]

Eduardo dos Santos Nunes


2021
Perícias de Engenharia de Segurança do Trabalho
[Casos Práticos]

Perícias de Engenharia de Segurança do


Trabalho [Casos Práticos]

Eduardo dos Santos Nunes


Engenheiro de Segurança do Trabalho
Técnico em Segurança do Trabalho
Perito Judicial
Assistente Técnico
Gestor de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente
Especialista em Higiene Ocupacional
Engenheiro Civil
Canal no Youtube Segurança do Trabalho Descomplicada

Eduardo dos Santos Nunes – Engenheiro de Segurança do Trabalho 1


(53) 981001332 CREA/RS: 219466

perito.eduardonunes@gmail.com

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Perícias de Engenharia de Segurança do Trabalho
[Casos Práticos]

APRESENTAÇÃO

Eduardo dos Santos Nunes: Especialista em Higiene Ocupacional, MBA em


Segurança do Trabalho e Gestão Ambiental, Especialista em Engenharia de Segurança do
Trabalho, graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e
Técnico em Segurança do Trabalho.
Atua na área de Segurança do Trabalho desde 2007, desempenhando atividades de
Perito Judicial e Assistente Técnico em ações de Insalubridade e Periculosidade da Justiça do
Trabalho junto aos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT’s), prestação de serviços, na região
sul do país, como profissional credenciado por duas empresas com matriz em São Paulo (SP)
e Santa Catarina (SC), prestação de serviços como autônomo nas demandas de engenharia de
segurança do trabalho, prestação de suporte técnico vinculado ao quadro de pessoal de
empresa pública nacional e criador do canal no youtube nomeado SEGURANÇA DO
TRABALHO DESCOMPLICADA, sendo esta última ferramenta utilizada para interagir e
compartilhar os conhecimentos e temas de interesse dos profissionais prevencionista e todos
trabalhadores interessados.

“Como sou graduado em universidade federal, ou


seja, com dinheiro público, acredito ter uma dívida com a
sociedade e passei a usar a internet (ferramenta democrática)
para tentar contribuir com o desenvolvimento profissional
dos estudantes, estudiosos, iniciantes e todos envolvidos que
atuam na área da higiene ocupacional e segurança do
trabalho de forma geral”.
Eduardo dos Santos Nunes
Figura 1 - Eduardo dos Santos Nunes

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Perícias de Engenharia de Segurança do Trabalho
[Casos Práticos]

O presente ebook intitulado Perícias de Engenharia de Segurança do Trabalho


[Casos Práticos] tem o propósito de preencher um vazio devido a inexistência de obras
contemporâneas com a temática proposta, bem como apresentar casos reais de perícias que
sirvam como impulsionadoras para discussão, compreensão e aprendizagem das metodologias
de realização de perícias trabalhistas, especificamente de Insalubridade e Periculosidade no
âmbito dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT’s).
O trabalho é composto por (03) três tópicos, conforme segue:
- Tópico 1 – As Perícias de Insalubridade e Periculosidade: onde são mencionadas,
bem como as suas peculiaridades;
- Tópico 2 – A Formulação de Quesitos: apresenta-se as estratégias e critérios para
a formulação dos questionamentos que devem ser respondidos durante a perícia técnica;
- Tópico 3 – Apresentação de Caso Real de Perícia de Insalubridade: abordagem
de caso real de perícia técnica realizada;
- Tópico 4 – Apresentação de Caso Real de Perícia de Periculosidade: abordagem
de caso real de perícia técnica realizada
- Tópico 5 – Itens importantes: menção de itens importantes considerados no ato da
perícia técnica.

Figura 2 - Logomarca do canal no youtube

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Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................... 2
Tópico 1 – AS PERÍCIAS DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE ...................................... 6
1.1 Introdução ............................................................................................................................. 6
1.2 Personagens da Perícia .......................................................................................................... 6
1.3 Orientações Normativas e Profissional Legalmente Habilitado ............................................ 6
Tópico 2 – A FORMULAÇÃO DE QUESITOS .................................................................................. 7
2.1 O que são quesitos? ............................................................................................................... 7
2.2 Critérios de Formulação ........................................................................................................ 7
Tópico 3 – APRESENTAÇÃO DE CASO REAL DE PERÍCIA DE INSALUBRIDADE ................. 8
3.1 Caso Real (Perícia de Insalubridade) .................................................................................... 8
3.2 Aspectos do Processo (Notas Importantes) ........................................................................... 8
3.3 Apresentação do Laudo Técnico Pericial .............................................................................. 8
3.3.1 Identificação do Processo ...................................................................................................... 9
3.3.2 Esclarecimentos..................................................................................................................... 9
3.3.3 Objetivo da Perícia ................................................................................................................ 9
3.3.4 Técnicas de avaliação dos possíveis Riscos a que o trabalhador estava exposto e exame das
condições e ambiente de trabalho........................................................................................................ 10
3.3.5 Informações das partes (Transcrição das informações prestadas pela parte Reclamante). . 10
3.3.6 Informações das partes (Transcrição das informações prestadas pela parte Reclamada). .. 11
3.3.7 Tecnologia de proteção utilizada no processo operacional ................................................. 11
3.3.8 Exposição ao Risco Biológico............................................................................................. 12
3.3.9 Demais agentes.................................................................................................................... 14
3.3.10 Resposta aos quesitos da parte reclamada ........................................................................... 14
3.3.11 Resposta aos quesitos da parte reclamante .......................................................................... 14
3.3.12 Conclusão ............................................................................................................................ 15
Tópico 4 – APRESENTAÇÃO DE CASO REAL DE PERÍCIA DE PERICULOSIDADE ............. 16
4.1 Caso Real (Perícia de Periculosidade)................................................................................. 16
4.2 Aspectos do Processo (Notas Importantes) ......................................................................... 16
4.3 Apresentação do Laudo Técnico Pericial ............................................................................ 16

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4.3.1 Identificação do Processo .................................................................................................... 16


4.3.2 Esclarecimentos................................................................................................................... 17
4.3.3 Objetivo da Perícia .............................................................................................................. 17
4.3.4 Técnicas de avaliação dos possíveis Riscos a que o trabalhador estava exposto e exame das
condições e ambiente de trabalho........................................................................................................ 17
4.3.5 Informações das partes (Transcrição das informações prestadas pela parte Reclamante). . 18
4.3.6 Informações das partes (Transcrição das informações prestadas pela parte Reclamada). .. 18
4.3.7 Tecnologia de proteção utilizada no processo operacional ................................................. 19
4.3.8 Análise de Periculosidade ................................................................................................... 19
4.3.9 Resposta aos quesitos da parte reclamante .......................................................................... 19
4.3.10 Resposta aos quesitos da parte reclamada ........................................................................... 21
4.1.1 Conclusão ............................................................................................................................ 21
Tópico 5 – ITENS IMPORTANTES .................................................................................................. 22
5.1 Itens importantes que devem ser considerados durante a perícia ........................................ 22
5.2 Itens importantes que devem constar nos Laudos Técnicos Periciais ................................. 23

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Tópico 1 – AS PERÍCIAS DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE

1.1 Introdução

A temática aborda, de maneira simples e direta, questões e peculiaridades das perícias no


âmbito trabalhista, especificamente no que tange aos assuntos de insalubridade e
periculosidade, sendo decorrentes de ações propostas no judiciário, particularmente, na alçada
do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

1.2 Personagens da Perícia

Intencionalmente, segue link para acesso ao vídeo no youtube no canal (SEGURANÇA


DO TRABALHO DESCOMPLICADA) que servirá como nivelamento para que todos
entendam quem são os personagens da perícia e assim proporcionar fácil entendimento do
restante do conteúdo apresentado neste trabalho.

Link para acesso ao vídeo - personagens da perícia: https://www.youtube.com/watch?v=HB3mQNfBr9s

1.3 Orientações Normativas e Profissional Legalmente Habilitado

De fato, como o trabalho dos Peritos Judiciais, Engenheiros de Segurança do Trabalho ou


Médicos do Trabalho (legalmente habilitados) e os Assistentes Técnicos, corresponde a
questionamentos de nível técnico, os laudos desses profissionais apresentam embasamento
nas Normas Regulamentadoras (NR) que são disposições complementares ao Capítulo V (Da
Segurança e da Medicina do Trabalho) do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977.
As ações trabalhistas, objeto deste ebook, são correspondentes a atividades insalubres ou
perigosas, ou seja, de estudo técnico abordado na NR-15 (Atividade e Operações Insalubres)
e NR-16 (Atividades e Operações Perigosas) que foram publicadas pela Portaria Ministério
do Trabalho nº 3.214, de 8 de junho de 1978, inicialmente.

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Link para acesso (NR-15 Atividades e Operações Insalubres): https://www.gov.br/trabalho/pt-


br/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-15-nr-15

Link para acesso (NR-16 Atividades e Operações Perigosas): https://www.gov.br/trabalho/pt-


br/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-16-nr-16

Portanto, para a caracterização da atividade insalubre ou perigosa, segundo as normas


previamente mencionadas, o labor deverá ser peritado por profissional legalmente habilitado.

Tópico 2 – A FORMULAÇÃO DE QUESITOS

2.1 O que são quesitos?

Os quesitos são questionamentos sobre o qual se espera uma resposta ou esclarecimento,


sendo elaborados pela(o) advogada(o) das partes, enfim os operadores do direito, que o Perito
Judicial tem como incumbência emitir as respostas, desde que esses quesitos sejam pertinentes
ao pleiteado.

2.2 Critérios de Formulação

Os quesitos são formulados conforme a estratégia desejada de quem as elabora, sendo


possível estabelecer, pelo menos, três critérios basilares, conforme segue:
I - Os quesitos que as resposta sejam conhecidas e restritas a “sim” ou “não”, os quais irão
proporcionar base argumentativa à parte interessada;
II - Os questionamentos que não poderão ser respondidos taxativamente, sendo assim, criar
formas e argumentos que poderão desestabilizar a argumentação da parte contrária;
III – Perguntas inseridas para gerar confusão nas respostas, bem como provocar
contradições da parte contrária.
Alguns questionamentos, normalmente realizados, de forma geral, são aqueles que obrigam
o perito a identificar as atividades realizadas pelo Reclamante, bem como o período de
trabalho e o cargo que ocupa ou ocupava na Reclamada. (Ressalto que todos os termos
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utilizados aqui, são explicados em vídeo recomendado no item 1.2 Personagens da Perícia
deste ebook).
Por fim, a elaboração dos quesitos trazem consigo o objetivo de mostrar os aspectos
favoráveis que irão embasar e proporcionar a obtenção do pleiteado (por exemplo, adicional
de insalubridade ou periculosidade) pela parte que fez a emissão dos questionamentos.

Tópico 3 – APRESENTAÇÃO DE CASO REAL DE PERÍCIA DE INSALUBRIDADE

3.1 Caso Real (Perícia de Insalubridade)

Estudo de caso – Perícia de Insalubridade.


- Ação ordinária pleiteando adicional de insalubridade devido a exposições a agentes
biológicos).
Ementa
- O autor, professor de curso de graduação de enfermagem, vinculado à universidade,
alega ter exposição a agentes biológicos o qual acredita ter direito a percepção de 40% de
insalubridade.
Tabela – Informações da petição inicial

3.2 Aspectos do Processo (Notas Importantes)

Os peritos judiciais devem levar em consideração que, na grande maioria da vezes, as


petições iniciais não correspondem, necessariamente, a veracidade dos eventos. Sendo assim,
é de suma importância que o perito faça a investigação dos fatos de maneira minuciosa,
durante a fase pericial.
Nota-se que a leitura da petição inicial se faz necessária para nortear a perícia, porém, sabe-
se que o perito não está adstrito apenas ao mencionado nela.
Na perícia em questão, o autor mantinha vínculo com a Reclamada, bem como recebia
adicional de insalubridade em grau médio (20%), conforme a NR-15.

3.3 Apresentação do Laudo Técnico Pericial

O Laudo Técnico Pericial apresenta vários tópicos, os quais são mencionados os mais
relevantes, conforme seguem:

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3.3.1 Identificação do Processo

Processo: xxxxxxxxxxxxx
Autor (es): xxxxxxxxxxxxx
Réu (Ré): xxxxxxxxxxxxx

3.3.2 Esclarecimentos

Inicialmente, após as apresentações, foram esclarecidos aos presentes os objetivos desta


diligência na coleta de todas as informações sobre a realidade das condições ambientais
existentes nos locais de trabalho do reclamante para que o MM (a) Juiz (a) da XX Vara do
Trabalho de XX – RS possa firmar a sua convicção na prolação da sentença.
Esclarecido a todos os participantes que ao perito é vedado informar a qualquer uma das
partes a existência ou inexistência do direito pretendido, que cabe somente ao magistrado
entregar esse direito.
As partes ficaram cientes da participação de cada um dos presentes, sendo orientadas sobre
as formas de perguntas e intervenções possíveis, dentro das regras de urbanidade e respeitos
entre si e da possibilidade de fotografar, filmar e requerer documentos, desde que não
constantes nos autos e da formulação de quesitos suplementares nos termos da lei.
Isto posto foi dado início aos trabalhos.

3.3.3 Objetivo da Perícia

O presente Laudo Pericial tem como objetivo averiguar as atividades do Reclamante (autor)
junto à Reclamada sob o aspecto da existência, ou não, de condições insalubres de acordo
com a Portaria nº 3214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego, bem como responder aos
quesitos formulados pelas partes.

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3.3.4 Técnicas de avaliação dos possíveis Riscos a que o trabalhador estava exposto e
exame das condições e ambiente de trabalho

As técnicas de avaliação estão embasadas nas Normas Regulamentadoras – Portaria n°


3214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE.
Foi realizada inspeção no local de trabalho onde o Reclamante labora para atingir o
adequado encaminhamento e correta interpretação final deste Laudo Pericial, sem
subjetivismos e com embasamento técnico-legal.
Efetuou-se primeiramente o inquérito preliminar, item administrativo obrigatório em
qualquer perícia trabalhista, através da ouvida do Reclamante, visando caracterizar itens
básicos relativos ao objetivo dessa avaliação, para que o perito pudesse examinar e fixar
variáveis importantes para o bom encaminhamento da missão outorgada pelo MM (a) Juiz (a)
da XX Vara do Trabalho de XX – RS.
Desta maneira, conforme acordado entre os presentes, o Perito realizou a vistoria nos
setores onde o Reclamante trabalha ministrando aulas e fazendo a preceptoria1 de acadêmicos
nos setores de Clínica Médica e UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) Adulta que ficam no
complexo hospitalar vinculado à instituição de ensino, tendo em vista que nestes dois últimos
ambientes ocorrem internações. Por outro lado, na sala de aula não existe riscos nocivos à
saúde do Reclamante, pois não há pacientes internados.

1 - A preceptoria em saúde é uma atividade desenvolvida pelos profissionais de saúde junto aos alunos de
graduação e nas diversas modalidades de residências (médicas, multiprofissionais e uniprofissionais).

3.3.5 Informações das partes (Transcrição das informações prestadas pela parte
Reclamante).

O Reclamante relata que desempenhava as seguintes atividades:


 Realizar a parte de docência, contemplando aulas teóricas em sala de
aula, bem como aulas práticas em complexo hospitalar;

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 Supervisionar os estágios realizados nos setores do Hospital, tais como:


Clínica Médica e UTI Adulta;
 Assumir os pacientes, acompanhar e demonstrar aos alunos, durante a
realização das aulas práticas, os serviços de enfermagem, tais como: punção
venosa, sondagem vesical, curativos e sondagem nasogástrica; Acrescenta que nas
ocasiões em que o aluno não conseguia efetuar o procedimento com sucesso, o
próprio Reclamante realizava a tarefa.
O reclamante declara ainda que adentra em isolamentos, durante as atividades de
preceptoria junto às unidades de internação (Clínica Médica e UTI Adulta).

Nota do perito: Para preservar a imagem da Reclamada, o registro fotográfico dos ambientes não foram
acrescidos neste ebook, porém é importante que no laudo possa constar as imagens.

3.3.6 Informações das partes (Transcrição das informações prestadas pela parte
Reclamada).

O representante da Reclamada concorda com as alegações da Reclamante, porém apresenta


as seguintes ressalvas:
 A Reclamada possui em seu corpo técnico equipe de enfermagem que
presta os serviços de cuidados aos pacientes nos diversos setores do Hospital;
 O Reclamante recebe insalubridade em grau médio (20%);
 A supervisão de estágio é realizada em único turno, ou seja, metade da
jornada de trabalho do Reclamante que trabalha diurnamente.

3.3.7 Tecnologia de proteção utilizada no processo operacional

Durante a vistoria, constatou-se que são disponibilizados os seguintes Equipamentos de


Proteção Individuais (EPI’s): luva de procedimento, máscara descartável e respirador Peça

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Facial Filtrante (PFF-2). Esses equipamentos estão disponíveis aos trabalhadores e


acadêmicos.

3.3.8 Exposição ao Risco Biológico

A análise de insalubridade, no que corresponde à exposição ao agente biológico, baseou-


se no Anexo 14 da Norma Regulamentadora - NR15 do Ministério do Trabalho e Emprego –
MTE, o qual apresenta a relação de atividades que envolvem agentes biológicos, cuja
insalubridade é caracterizada pela avaliação qualitativa.
No caso da exposição do Reclamante ao agente biológico, a questão a ser analisada é
referente ao contato com pacientes. Para que o Reclamante faça jus ao adicional de
insalubridade por agente biológico, o mesmo necessita exercer as atividades constantes no
Anexo 14 da NR-15.
No grupo de insalubridade de grau máximo (40%) está o contato permanente com pacientes
em isolamento por doenças infectocontagiosas, bem como objetos de seu uso não previamente
esterilizados, condição imprescindível para que se gere o adicional.
No grupo de insalubridade de grau médio (20%), o enquadramento se dá aos trabalhos e
operações em contato permanente com pacientes, animais ou com material infecto-
contagiante, em: hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de
vacinação e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana (aplica-se
unicamente ao pessoal que tenha contato com os pacientes, bem como aos que manuseiam
objetos de uso desses pacientes, não previamente esterilizados); laboratórios de análise clínica
e histopatologia (aplica-se tão-só ao pessoal técnico); gabinetes de autópsias, de anatomia e
histoanatomopatologia (aplica-se somente ao pessoal técnico);
De fato, como o Reclamante percebe adicional em grau médio (20%), este perito focou as
atividades mencionadas no que tange ao grau máximo (40%).
Constata-se que a análise para o agente biológico se dá por meio de análise qualitativa,
tendo em vista que não há forma de quantifica-lo. No entanto, para buscarmos subsídios que

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sustentem a exposição permanente, conforme preconizado na NR-15, precisamos analisar os


casos de isolamentos que o Reclamante teve exposição.

Nota do perito: Na prática, alguns enfermos portadores de doenças infectocontagiosas necessitam de


isolamento, quando a doença a que ele estiver acometido demandar. Ou seja, não são todas a doenças
infectocontagiosas que precisam de isolamento. Por exemplo, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
(AIDS) e a Hepatite C são doenças infectocontagiosas, porém, devido a suas formas de contágio, não necessitam
de isolamento.
Sendo assim, os hospitais que atendem a esses pacientes devem emitir as notificações compulsórias dos
isolamentos ao Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde ou Secretaria Municipal de Saúde, conforme
exigência em portaria do Ministério da Saúde.
Portanto, a análise de permanência foi realizada com embasamento nos isolamentos de notificação
compulsória que existiram nos setores de trabalho do Reclamante.
O relatório dos isolamentos foram anexados ao laudo original, porém como tem informações da Reclamada
foi ocultado neste ebook.

Analisando o relatório de notificações compulsórias de pacientes portadores de doenças


infectocontagiosas internados no hospital, verifica-se que no período de outubro de 2015 a
2020 foram internados, nos setores que o Reclamante trabalha, um total de 35 (trinta e cinco)
pacientes portadores de doenças infectocontagiosas. Sendo assim, percebe-se que na maioria
dos meses não há pacientes em isolamento.
Constata-se também, com base nas atividades desempenhadas pelo Reclamante, que
durante as aulas teóricas e as aulas práticas realizadas nos ambientes onde ocorrem os
atendimentos a pacientes enfermos, constatou-se a intermitência de atendimentos a pacientes
em isolamentos, ou seja, não é permanente. Vale ressaltar que, conforme carga horária de
atividades juntadas ao processo, apenas parte de sua jornada laboral é dedicada a supervisão
in loco, sendo o restante cumprido em salas onde não há contato algum com pacientes.

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3.3.9 Demais agentes

Não se constatou a presença dos demais agentes: radiação não ionizante, vibração,
umidade, químicos, frio, calor, ruído, poeira mineral e trabalhos sob condições hiperbáricas.

3.3.10 Resposta aos quesitos da parte reclamada

1 – Qual a função do reclamante?


RESPOSTA: Professor.
2 – O reclamante tinha atividades em sala de aula, com disciplinas teóricas?
RESPOSTA: Sim. Realizava a parte de docência, contemplando aulas teóricas em sala de aula.
3 – A reclamada é uma instituição de ensino superior?
RESPOSTA: Sim. É uma instituição de educação superior - graduação e pós-graduação.
3.1 – Os ambientes são utilizados para fins acadêmicos/educativos?
RESPOSTA: Sim.
3.2–A atividade do reclamante também era de fins educativos e de supervisão?
RESPOSTA: Sim. Além de ministrar as aulas teóricas, efetuava também a supervisão dos alunos
nas aulas práticas (preceptoria).
3.3–O reclamante já recebia o grau médio de insalubridade?
RESPOSTA: Sim.
4 – O anexo 14 da NR-15 determina enquadramento da atividade realizada pelo reclamante para fins de
pagamento da insalubridade no grau médio?
RESPOSTA: Sim. Grau médio (20%).

3.3.11 Resposta aos quesitos da parte reclamante

1 – Quais os setores de trabalho do Reclamante e quais as atividades laborais ele desempenha?


RESPOSTA: Respondido no item 3.3.5 deste ebook.

2 – O reclamante trabalha em contato com agentes nocivos à saúde?


RESPOSTA: Sim.

3 – O reclamante trabalhava em contato com doenças infectocontagiosas?


RESPOSTA: Sim.

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4 – O reclamante tinha contato com pessoas enfermas?


RESPOSTA: Sim.

5 – Há produtos e/ou agentes insalubres no local de trabalho do Reclamante? Quais?


RESPOSTA: Sim. Agentes Biológicos.

6 – As atividades do Reclamante submetiam ao contato com tais agentes com que frequência?
RESPOSTA: Sim. De maneira intermitente.

7 – A Reclamante recebia Equipamento de Proteção Individual?


RESPOSTA: Sim.

8 – Havia substituição dos Equipamentos de Proteção Individual? Com que frequência?


RESPOSTA: Sim. Substituição imediata.

9 – Os Equipamentos de Proteção Individual, por ventura fornecidos, tinham capacidade de elidir


completamente a insalubridade das atividades?
RESPOSTA: Não.

10 – Há enquadramento das atividades da Reclamante na previsão das Normas Regulamentadoras do


Ministério do Trabalho acerca da insalubridade?
RESPOSTA: Sim.

11 – Qual o grau de insalubridade a que estava submetido o Reclamante?


RESPOSTA: Insalubridade grau médio (20%).

3.3.12 Conclusão

De acordo com as NR’s da Portaria 3.214 de 08 de junho de 1978, Lei 6.514/77 e face às
constatações periciais, não se caracteriza o contato permanente com pacientes em isolamento
por doenças infectocontagiosas, bem como objetos de seu uso não previamente esterilizados.
De fato, as atividades prestadas pelo Reclamante são divididas em aulas teóricas (sem
exposição a riscos biológicos) e aulas práticas (com exposição a ricos biológicos).
Logo, com base no número de casos de isolamentos existentes nos setores do reclamante,
constata-se que não há exposição permanente e como conseguinte não existe enquadramento
de insalubridade em grau máximo.

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Tópico 4 – APRESENTAÇÃO DE CASO REAL DE PERÍCIA DE


PERICULOSIDADE

4.1 Caso Real (Perícia de Periculosidade)

Estudo de caso – Perícia de Periculosidade.


- Ação ordinária pleiteando adicional de periculosidade por prestar segurança
patrimonial.
Ementa
- O autor atuava na função de Prevenção de Perdas, vinculado à empresa com rede de
hipermercados do gênero alimentício, bem como alega ter direito ao recebimento de
periculosidade (30%) devido as atividades que realizava nas dependências da Reclamada.
Tabela – Informações da petição inicial

4.2 Aspectos do Processo (Notas Importantes)

Na perícia em questão, o autor (Reclamante) atuou na função de Fiscal de Loja durante


todo seu contrato de trabalho, tendo início em 01/12/2014 e desligamento em 27/11/2020.
Não recebeu adicional de periculosidade em nenhum momento que manteve vínculo com
a Reclamada.
A Reclamada tem como atividade principal, segundo Descrição de Atividade Econômica
o comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios
hipermercados.

4.3 Apresentação do Laudo Técnico Pericial

O Laudo Técnico Pericial apresenta vários tópicos, os quais são mencionados os mais
relevantes, conforme seguem:

4.3.1 Identificação do Processo

Processo: xxxxxxxxxxxxx
Autor (es): xxxxxxxxxxx xx
Réu (Ré): xxxxxxxxxxxxx

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4.3.2 Esclarecimentos

São os mesmos citados no item 3.3.2. deste ebook. (Para a leitura não ficar cansativa e
prolixa, não vou repetir, pois já foram mencionados).

4.3.3 Objetivo da Perícia

O presente Laudo Pericial tem como objetivo averiguar as atividades do Reclamante (autor)
junto à Reclamada sob o aspecto da existência, ou não, de condições de periculosidade de
acordo com a Portaria nº 3214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego, bem como responder
aos quesitos formulados pelas partes.

4.3.4 Técnicas de avaliação dos possíveis Riscos a que o trabalhador estava exposto e
exame das condições e ambiente de trabalho

As técnicas de avaliação estão embasadas nas Normas Regulamentadoras – Portaria n°


3214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE.
Foi realizada inspeção no local de trabalho onde o Reclamante labora para atingir o
adequado encaminhamento e correta interpretação final deste Laudo Pericial, sem
subjetivismos e com embasamento técnico-legal.
Efetuou-se primeiramente o inquérito preliminar, item administrativo obrigatório em
qualquer perícia trabalhista, através da ouvida do Reclamante, visando caracterizar itens
básicos relativos ao objetivo dessa avaliação, para que o perito pudesse examinar e fixar
variáveis importantes para o bom encaminhamento da missão outorgada pelo MM (a) Juiz (a)
da XX Vara do Trabalho de XX – RS.
Desta forma, conforme acordado entre os presentes, o Perito realizou a vistoria nos setores
onde o Reclamante trabalha, bem como acompanhou as atividades realizadas pelo Paradigma1
e entrevistou esse profissional para coletar informações.

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1 – Paradigma é o profissional que desempenha as mesmas atividades que o Reclamante realiza e/ou
realizava. O perito, caso necessário, pode utilizar este recursos para corroborar com a emissão de seu parecer.

4.3.5 Informações das partes (Transcrição das informações prestadas pela parte
Reclamante).

O Reclamante relata que desempenhava as seguintes atividades:


 Realizar trabalhos no interior da loja para evitar perdas;
 Fiscalizar e vigiar pessoas para evitar roubos de mercadorias;
 Abordar pessoas no ato de roubos de mercadorias do interior da loja;
 Perseguir pessoas, inclusive na rua, durante os atos de furto;
 Acompanhar o processo de sangria (retirada de dinheiro do caixa que é
efetuada pelo Fiscal de Caixas) para evitar quaisquer problemas com o patrimônio
financeiro.

Nota do perito: O Reclamante mencionou ser agredido, inclusive apresentou (03) três boletins de ocorrência
para eventos de agressão que sofreu ao tentar abordar pessoas que estavam subtraindo mercadorias do interior
da loja.

4.3.6 Informações das partes (Transcrição das informações prestadas pela parte
Reclamada).

O representante da Reclamada mencionou que as atividades desempenhadas eram:


 Controlar a entrada e saída de produtos, com o objetivo de prevenir
perdas devido à quebra de mercadorias;
 Fiscalizar a entrada e saída de funcionários;
 Prestar apoio ao Conferente durante o recebimento de produtos
entregues pelas distribuidoras.

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4.3.7 Tecnologia de proteção utilizada no processo operacional

Durante a vistoria, constatou-se que não há comprovação de entrega de equipamentos,


porém os trabalhadores recebem uniformes. O Reclamante menciona que não portava arma
e/ou bastão, sendo confirmado pelo representante da Reclamada.

4.3.8 Análise de Periculosidade

Vale ressaltar que independentemente da nomenclatura atribuída à função ocupada pelo


trabalhador o primordial é a verificação do conteúdo ocupacional, bem como a realidade dos
fatos e a identificação das reais atribuições e atividades desenvolvidas pelo trabalhador.
Desta maneira, primando a realidade, além de ouvidas ambas partes e para efetivar a
comprovação das atividades realizadas pelo Reclamante, foram entrevistados (02) dois
paradigmas, cujo cargo é o mesmo do Reclamante. Ambos alegaram que executam atividades
no interior da loja de fiscalização de pessoas para que não cometam furtos de mercadorias,
abordam as pessoas que estão cometendo furto de mercadorias, acompanham o processo de
retirada do dinheiro pelo fiscal de caixa dos caixas, executam a fiscalização de entrada e saída
de produtos, prevenção de perdas, fiscalização de entrada e saída de funcionários e prestação
de apoio ao conferente durante o recebimento de produtos entregues pelos distribuidores.
No que tange a busca efetiva e perseguição de pessoas, na parte externa, ou seja, via
pública, os paradigmas confirmam tal atividade.

4.3.9 Resposta aos quesitos da parte reclamante

1 – A reclamante compareceu à inspeção e prestou seus esclarecimentos?


RESPOSTA: Sim.
2 – A perícia foi realizada no mesmo local em que o reclamante trabalha?
RESPOSTA: Sim.

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3 – Queira o Sr. Perito informar as atividades do reclamante e as condições gerais de trabalho, descrevendo-as
analiticamente.
RESPOSTA: Executa a fiscalização de entrada e saída de produtos, prevenção de perdas,
fiscalização de entrada e saída de funcionários, prestação de apoio ao conferente durante o
recebimento de produtos entregues pelos distribuidores, controle de furtos de mercadorias
efetuadas pelos transeuntes no interior da loja e fiscalização durante o processo de sangria –
retirada do dinheiro pelo fiscal de caixa dos caixas do supermercado – para evitar quaisquer
problemas com o patrimônio financeiro.

4 – O Sr. Perito confirma que o reclamante, em suas atividades diárias era responsável por realizar a vigilância
patrimonial da requerida, tendo de revistar os funcionários e seus pertences no término de seus turnos, assim
como observar e acompanhar clientes em condição suspeita, a fim de evitar furtos de mercadorias do interior do
supermercado?
RESPOSTA: Sim.

4.1 Em relação à atuação junto aos clientes, o Sr. Perito confirma que o reclamante tinha de interpelar
os suspeitos que tentavam subtrair mercadorias do supermercados, ocasiões em que estava
diretamente exposta à violência física por parte destes?
RESPOSTA: Os paradigmas relataram que deviam efetuar a abordagem e alguns suspeitos
comportavam-se de forma violenta.

4.2 Confirma o Sr. Perito que o reclamante também tinha de perseguir os suspeitos que empreendiam
fuga do supermercado após o furto de produtos, na tentativa de reavê-los e deter o suspeito?
RESPOSTA: Não. Os paradigmas relataram que essas situações ocorrem.

5 – O Sr. Perito confirma que, ao realizar a abordagem dos clientes, o reclamante desconhecia se estes possuíam
facas, canivetes, armas, entre outros instrumentos que pudessem provocar ferimentos?
RESPOSTA: Sim. De fato, não há como o Reclamante saiba se os clientes estão portando ou não
algum tipo de material que pudesse provocar ferimentos.

5.1 Também confirma que o obreiro foi vítima de socos, empurrões, tapas, chutes, entre outros tipos
de reações violentas por parte dos clientes abordados, bem como que era obrigada a retê-los até a
chegada da Brigada Militar ou Guarda Municipal, como revelam os Boletins de Ocorrência de id’s.
e36cc93 e 5df9331?
RESPOSTA: De acordo com os Boletins de Ocorrência, o obreiro foi agredido.

5.2 Ainda, confirma o Sr. Perito que o reclamante, em suas atividades diárias, não dispunha de
instrumentos para a sua proteção pessoal, atuando apenas com a força física junto aos suspeitos,
inclusive aqueles de porte físico maior que o da obreira?
RESPOSTA: O Reclamante recebia uniforme, apenas. Referente ao tamanho dos suspeitos o
quesito está prejudicado, pois não há como este perito possa identificar o porte físico desses.

6 – Considerando os Boletins de Ocorrência juntados aos autos nos id’s. e36cc93 e 5df9331, os quais
exemplificativamente demonstram o cotidiano laboral do reclamante, o Sr. Perito confirma que está presente o
risco de violência física, em função da proteção patrimonial exercida pelo obreiro no seu cargo? Está, portanto,
caracterizada a periculosidade na função do reclamante, nos termos da NR-16 do MTE?
RESPOSTA: Sim.

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4.3.10 Resposta aos quesitos da parte reclamada

1 – Descreva o local de trabalho do autor.


RESPOSTA: Estabelecimento construído em alvenaria, com ventilação natural e mecânica, bem
como constituído de piso cerâmico e teto com rebaixamento de gesso no interior da loja e no depósito em
laje de alvenaria.

2 – O reclamante, no desempenho de suas atividade, mantinha contato permanente com algum agente “perigoso”,
nos termos da enumeração taxativa da portaria n° 3.214/78 do MET – NR-16?
RESPOSTA: Sim.

3 – Qual o tipo de instrumentação técnica utilizada para a detecção dos agentes insalubres (descrever as
respectivas marcas; tipo; normas técnicas nacionais/internacionais de fabricação; padrão de calibração; e a data
da última aferição e/ou calibração de cada um dos instrumentos utilizados, devendo tais dados serem
comprovados documentalmente).
RESPOSTA: Prejudicado. Perícia técnica realizada com foco na Periculosidade.

4 – Existe exposição a atividade ou operação perigosa? Se sim, quais agentes perigosos, bem como o item da
legislação e qual o tempo de exposição a tal situação?
RESPOSTA: Sim. Operações perigosas com exposição à violência física, conforme NR-16,
especificamente o anexo-3. Prejudicado quanto ao tempo de exposição, pois a norma não mencionada
necessidade de quantificação temporal, mas sim identificação de atividade.

4.1.1 Conclusão

De acordo com a NR-16 (Atividades e Operações Perigosas) da Portaria 3.214 de 08 de


junho de 1978, Lei 6.514/77, especificamente o anexo-3 que foi aprovado pela Portaria do
MTE nº 1.885, de 02 de dezembro de 2013 e face às constatações periciais, pode ser
considerado que XXXXXX (nome do reclamante) labora exposto em condições de
periculosidade devido a segurança patrimonial da preservação do patrimônio em
estabelecimento privado estando sujeito à violência física por parte das pessoas, conforme
mencionado anteriormente.

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Tópico 5 – ITENS IMPORTANTES

5.1 Itens importantes que devem ser considerados durante a perícia

Neste item, serão apresentados alguns itens importantes que devem ser considerados no ato
da perícia técnica, conforme segue:

 O perito deve ser totalmente imparcial, ou seja, não deve favorecer nenhum dos
personagens da ação trabalhista;
 Não deixar o parecer técnico ser influenciado pelo cargo, afinal o que realmente
importa é a atividade, bem como o tipo de exposição ao agente nocivo que o
trabalhador tem ou teve durante o seu contrato de trabalho;
 A análise do perito é extremamente técnica, sendo assim são incabíveis
conclusões de laudos que não estejam amparadas tecnicamente pelas normas
aplicáveis;
 O perito deve informar, como ato principal, que o direito ao pretendido na perícia
(seja insalubridade ou periculosidade) é emanado pela juíza ou juiz do caso, sendo
o perito, apenas um apoio para levantamento das condições de trabalho. De fato, o
parecer técnico emitido pelo perito não necessariamente será acatado pela juíza ou
juiz;
 O Perito deve ouvir e registrar igualmente a fala de cada representante das partes
(Reclamante e Reclamada);
 Efetuar o registro fotográfico dos ambientes para fins de análise e inserção no
laudo;
 Caso necessário, utilizar os equipamentos de análise quantitativa (dosímetros de
ruído, bomba de amostragem, medidor de stress térmico, entre outros) com as
devidas calibrações atualizadas;
 O perito deve exigir a leitura dos registros efetuados em ata por ele, bem como
solicitar a assinatura de todos os presentes na perícia.
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5.2 Itens importantes que devem constar nos Laudos Técnicos Periciais

Apresentaremos agora alguns itens que não foram mencionados neste ebook, porém
devem constar nos laudos técnicos periciais, somados aos apresentados anteriormente,
conforme segue:

 Período do contrato de trabalho do Reclamante, bem como a função realizada por


ele; (caso o(a) Reclamante tenha trocado de função, mencionar o período trabalhado
em relação a cada função);
 Especificar a atividade principal da reclamada;
 Mencionar os acompanhantes da inspeção pericial;
 Inserir nos anexos do laudo a ata de comparecimento (assinada por todos), as fichas
de informação de segurança de produtos químicos (se houver), bem como os
certificados de calibração dos equipamentos (se utilizados).

Tópico 6 – ENCERRAMENTO

O presente ebook é composto por 23 (vinte e três) páginas numeradas e espero que essa
singela “obrinha” possa ajudar aos profissionais que atuam na magnífica área da segurança do
trabalho.
Espero que gostem!
Abração!

Engenheiro de Segurança do Trabalho


Técnico em Segurança do Trabalho
Perito Judicial
Assistente Técnico
Gestor de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente
Especialista em Higiene Ocupacional
Engenheiro Civil
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