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AVALIAÇÃO E ANÁLISE DA SEGURANÇA DO TRABALHO EM

ATIVIDADES DE TORREFAÇÃO E MOAGEM DE CAFÉ

Vitor de Souza Vergo¹


1
Discentes do Curso de Graduação ou Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho do
Centro Universitário de Lins - Unilins, Lins-SP, Brasil
vitor.vergo@gmail.com; 316089@pos.unilins.edu.br

²M.Sc.Celso Atienza; ³Esp. Ana Elisa Alencar Silva de Oliveira;


2, 3
Docente do Curso em Engenharia de Segurança do Trabalho do Centro Universitário de Lins
Unilins, Lins-SP, Brasil
atienzacelso@gmail.com; anaelisa@unilins.edu.br;

Resumo: carried out based on the results of evaluations


Este artigo tem por objetivo avaliar e analisar carried out in the field, with photographic
a segurança do trabalho em atividade de records to show what the risks of this branch
torrefação e moagem de café. Em face do of activity are. This is a quali-quantitative
cenário atual das indústrias brasileiras de research that presents occupational safety
pequeno a médio porte, a segurança dos engineering proposals based on Brazilian
trabalhadores tem sido apresentada de forma regulatory standards and laws.
displicente, tanto pelo empregador, quanto
pelo próprio trabalhador. A cultura brasileira Keywords: Work safety, case study, coffee
vê as normas regulamentadoras como algo roasting.
improdutivo e fora do alcance de
implementação. Sendo assim, o estudo foi
realizado com base nos resultados das 1 Introdução
avaliações levantadas em campo, com
registros fotográficos para mostrar quais são os O Brasil é o país que mais produz e
riscos deste ramo de atividade. Trata-se de uma exporta café no mundo. Além disso, ocupa a
pesquisa qualiquantitativa que apresenta segunda posição no ranking de consumo,
propostas de engenharia de segurança do perdendo apenas para os Estados Unidos. Para
trabalho embasadas nas normas atender esta demanda, encontramos diversas
regulamentadoras e leis brasileiras. situações nas empresas que preparam a fruta
para a sua comercialização.
Palavras-chave: Segurança do trabalho. A análise realizada nas atividades
Estudo de caso. Torrefação de café. desenvolvidas dentro da indústria de torrefação
e moagem de café, enseja a aplicação de
Abstract: adequações em seus processos produtivos.
This article aims to evaluate and analyze the A necessidade de uma reorganização dos
work safety in coffee roasting and grinding ambientes de trabalho da empresa, mostra que,
activities. In view of the current scenario of além de proteger os trabalhadores de
small to medium-sized Brazilian industries, problemas causados pelos agentes ambientais
worker safety has been presented in a careless ali presentes, ela também promove condições
way, both by the employer and by the worker em que os mesmos possam obter mais
himself. Brazilian culture sees regulatory praticidade em seus postos de trabalho,
norms as unproductive and beyond the scope resultando também no aumento da
of implementation. Therefore, the study was produtividade.

1
Promover a adaptação das características O estudo foi realizado no período de
dos trabalhadores com suas tarefas, resulta na julho a agosto de 2022 em uma indústria de
garantia da proteção sobre a integridade física pequeno porte de torrefação e moagem de café
dos mesmos. Por esta razão, é de suma localizada na região do oeste paulista.
importância analisar a rotina de trabalho Para apresentação dos resultados foram
desenvolvida, com o objetivo de pontuar os utilizados registros fotográficos, software
agentes pertencentes àquelas atividades para Autocad e Criffer, visita no local, observação
propor melhorias que irão preservar a sistemática, aparelhos de medição de calor,
segurança do trabalho envolvida nos nível de pressão sonora e iluminação.
processos.
Sendo assim, o estudo parte da seguinte
pergunta-problema: Quais as condições do 2.1 Planejamento de trabalho
meio ambiente do trabalho neste ramo de
atividade? O trabalho focado apenas na produção,
Portanto, o objetivo do presente artigo é deixando de lado todo o planejamento
avaliar e analisar a segurança do trabalho em necessário relacionado à segurança de seus
atividades de torrefação e moagem de café. atuantes nos processos produtivos, oferece a
eles condições desfavoráveis, que pode causar
desde a diminuição da eficiência nas
2 Materiais e métodos atividades, até acidentes de trabalho.
As empresas despreocupadas com esta
O estudo adota por metodologia a área de gestão, que consideram a questão da
pesquisa descritiva, documental, exploratória e Segurança e Saúde do Trabalho como mero
qualiquantitativa. imperativo legal, não irão sobreviver. A
Descritiva porque relata um estudo de produtividade e a competitividade forçam as
caso de uma indústria de pequeno porte, onde empresas a superarem o comum, obrigando
foi coletado todos os dados suficientes para a uma busca à novas tecnologias e incremento
sua análise, tendo um contato direto com o nas atividades (PEIXOTO, 2011).
cenário que foi objeto de estudo. A área de Saúde e Segurança nas
A pesquisa documental apresenta empresas modernas, está sendo
considerada estratégica na ação de
informações relevantes de maneira clara, de crescimento e desenvolvimento. Está
acordo com situação vivenciada, levando em totalmente integrada aos processos e
consideração a compreensão cultural e métodos de trabalho, na busca da
histórica. Este tipo de pesquisa recorre a fontes competitividade, qualidade e melhoria
que não possuem tratamento analítico, como das condições de vida dos trabalhadores,
por atuar, não apenas, na adequação de
tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, métodos e processos, mas na criação de
documentos oficiais, relatórios de empresas, e uma cultura prevencionista (PEIXOTO,
outros (FONSECA, 2002). 2011, p. 9).
Por meio da metodologia exploratória,
foram levantadas informações sobre como são A escolha de métodos antigos e
executadas as atividades na rotina da indústria desatualizados pelo empregador, abre a
estudada. Através de entrevistas, foi possível possibilidade de apresentar problemas às suas
registrar as formas de trabalho e todos os responsabilidades, por trazer maior risco aos
procedimentos até a conclusão do produto final seus empregados.
que é comercializado.
Os materiais explorados como referência 3 Resultados e discussão
bibliográfica, como artigos acadêmicos,
pesquisas e dissertações, foram extraídos do 3.1 Responsabilidades do empregador
site Google Acadêmico e outros de fonte
fidedigna. Todos eles mostraram com essência, Em períodos de alta demanda de
o comparativo dos conceitos com a prática produção nas indústrias, percebe-se um
encontrada nas atividades. agravamento nos riscos presentes em seus

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setores. A falta de capacitação dos 3.3 A indústria
trabalhadores resulta em condições inseguras,
aumentando as chances de ocorrer acidentes de A empresa se encontra num lote
trabalho. localizado no distrito industrial do município,
Sem o devido preparo que deve ser num galpão com 327,42 m² de área construída.
realizado antes mesmo do início de suas Foram analisados três setores, o de
atividades, a quantidade de acidentes não irá recebimento do café, torrefação e moagem de
diminuir. Em 2020 foram registradas 403.694 café e o setor de empacotamento. Neles foram
Comunicações de Acidente de Trabalho encontrados dois trabalhadores fixos, um que
(CAT). Sem registro de comunicação, este tem como atribuição principal, operar os
número chega aos 445.814 (MINISTÉRIO DO fornos e moedores, de acordo com a torra e
TRABALHO E PREVIDÊNCIA, 2021). moagem específica de cada tipo de café; e
Tendo em vista a redução destes outro que faz a conferência e separação das
números, foram implementadas as Normas embalagens produzidas pela máquina
Regulamentadoras, definindo alguns deveres empacotadora. Outros três trabalhadores
do empregador, como: cumprir e fazer cumprir terceirizados fazem parte do serviço de
as disposições legais de segurança do trabalho, descarregamento dos sacos de café que
informar seus trabalhadores sobre os riscos chegam no caminhão, na área de recebimento,
existentes em sua empresa, suas medidas de com frequência de aproximadamente 1 vez na
prevenção, elaborar ordens de serviço de semana.
segurança e saúde no trabalho, determinar De acordo com o Quadro I a NR 4 –
procedimentos em caso de acidentes, Serviços Especializados em Engenharia de
implementar medidas de prevenção, Segurança e em Medicina do Trabalho, que
minimização e controle dos fatores de risco, estabelece a relação da Classificação Nacional
adotando medidas de proteção coletiva, de Atividades Econômicas (CNAE), com seus
administrativas e de proteção individual, nesta correspondentes Graus de Risco, a atividade de
ordem de prioridade (MINISTÉRIO DO torrefação e moagem de café (CNAE 10.81-3),
TRABALHO E PREVIDÊNCIA, 2021). apresenta o Grau de Risco 3. Com isso,
utilizando o Quadro II, de dimensionamento do
3.2 Normas Regulamentadoras Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho
Com o objetivo de esclarecer os direitos (SEESMT), não se faz necessário a presença
e deveres dos empregadores e trabalhadores, de médico do trabalho, enfermeiro do trabalho,
foram criadas as Normas Regulamentadoras engenheiro de segurança do trabalho e técnico
(NR). Com a implementação delas nas em segurança do trabalho no quadro de
empresas, é garantido um aumento de empregados.
eficiência na prevenção de doenças, A NR 5 – Comissão Interna de
ocorrências e acidentes relacionados ao Prevenção de Acidentes, estabelece todos os
trabalho. requisitos da CIPA dentro de cada empresa,
Ela abrange de maneira específica a tendo como objetivo aplicar a prevenção de
maior parte dos ramos das atividades acidentes e doenças relacionadas ao trabalho,
econômicas que possuem sérios riscos em seus por meio dos próprios empregados. Conforme
processos. Para os demais ramos, são o Quadro I, da própria norma regulamentadora,
utilizadas normas genéricas, que são aplicadas não é necessário a realização do processo
a todos os empregadores e trabalhadores, eleitoral, visto que no Grau de Risco 3, o
listando todos os seus direitos e deveres, com mínimo é de 20 empregados no
o objetivo de garantir um trabalho seguro e estabelecimento para que aconteça a eleição
sadio. para nomear o representante da organização.
Entretanto, não foi realizada a constituição da
CIPA de forma designada pelo empregador.
5.2.1 As organizações e os órgãos
públicos da administração direta e
indireta, bem como os órgãos dos Poderes

3
Legislativo, Judiciário e Ministério 3.5 Análise preliminar dos agentes de riscos
Público, que possuam empregados
regidos pela Consolidação das Leis do
Trabalho - CLT, devem constituir e
Nunca havia sido elaborada uma análise
manter CIPA. (MINISTÉRIO DO preliminar de agentes de risco nesta indústria
TRABALHO E PREVIDÊNCIA, 2021 de torrefação e moagem de café.
p.1). Para identificar os maiores problemas
que podem comprometer a integridade dos
Considerando que o Grau de Risco pode trabalhadores, foi utilizada a ferramenta de
variar de 1 até 4, a indústria de grau 3, alerta a avaliação prévia dos riscos inerentes ao
necessidade de um trabalho rigoroso na área de trabalho, a APR – Análise Preliminar de
prevenção de acidentes e amenização de riscos, Riscos. Com ela é possível fazer um
como é o caso do estabelecimento relatado no levantamento de todos os riscos presentes nos
estudo de caso, que apresenta condições de setores, podendo classificar sua probabilidade
segurança e saúde no trabalho comprometidas de acontecer e a severidade que sua exposição
com seus trabalhadores. causa na saúde do empregado. Após este
A indústria é do ramo alimentício, mais levantamento, é possível orientar os
especificamente de torrefação e moagem de trabalhadores envolvidos, formalizando
café. Ela recebe o café cru de seus procedimentos seguros com o objetivo de
fornecedores e faz procedimentos para que ele proporcionar uma melhor proteção aos
fique da forma como encontramos nos mesmos.
supermercados. Ela fornece os mais variados Qualquer elemento que possa causar
tipos de café, desde o café expresso, que passa acidentes ou danos ao trabalhador, é
apenas pela inspeção e torra, até o mais comum considerado como risco ambiental. Eles
encontrado nas prateleiras, o torrado e moído. possuem as seguintes classificações:
O estudo relata a vivência dos a) físico - apresentam-se como formas de
trabalhadores em pequenas indústrias energias, sendo elas as vibrações, pressões
brasileiras. Para que ele fosse elaborado, foi anormais, temperaturas extremas como calor
autorizada pela gerência da empresa a ou frio, radiações ionizantes e radiações não
participação direta do autor em suas ionizantes. Cor verde;
instalações durante o seu funcionamento, que b) químico - aquelas substâncias que
acontece no horário comercial. penetram no nosso organismo pela via
Os setores analisados, apresentaram respiratória como poeiras, fumos, neblinas,
trabalhos diversificados com operação e gases e vapores, ou pelo contato com a pele
monitoramento de máquinas, dinâmicas e/ou ingestão. Cor vermelha;
variadas de posturas, com leves, moderadas e c) biológico - caracterizado pelo
intensas movimentações corporais. aparecimento de microrganismos como
O objetivo deste estudo visa adequar as bactérias, fungos, bacilos, parasitas,
atividades, amenizando os riscos provenientes protozoários e vírus que podem contaminar o
das tarefas realizadas, levando em profissional pela ingestão, respiração e contato
consideração todas as normas de segurança do com a pele. Cor marrom;
trabalho. d) acidentais - ocorrem devido as más
condições do local, podendo causar prejuízos a
3.4 Layout produtividade do trabalhador, assim como, a
sua integridade física. Estão relacionados a
O início das visitas aconteceu no mês de utilização de ferramentas, equipamentos e
julho de 2022, quando foi elaborado pelo autor, maquinários insatisfatório. Cor azul;
o layout da indústria, presente no Anexo 1, e) ergonômico - esse tipo de risco
para entender todos os processos da indústria, provém de esforços físicos em
a fim de entender a separação dos setores. excesso, principalmente por má
postura ou sobrecarga de peso.
Cor amarela.

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A análise preliminar de riscos elaborada Figura 2: Caminhão chegando ao local
leva em consideração todos os tipos de riscos
listados acima, sendo descrita todas as
atividades exercidas, as possíveis causas, o
efeito gerado no trabalhador, a severidade dos
mesmos e as medidas de controle adotadas pela
empresa.
O esquema abaixo mostra a relação do
risco, que é mais preocupante de acordo com
sua probabilidade e severidade de causar danos
ao trabalhador.

Figura 1: Matriz de risco Fonte: Elaborada pelo autor

É retirada a lona de proteção do produto


e seu descarregamento é realizado de forma
manual.

Figura 3: Retirada da lona

Fonte: FUNDACENTRO (2020)

O modelo de APR utilizado encontra-se


no Anexo 2.

3.6 Análise do setor de recebimento


Fonte: Elaborada pelo autor
O primeiro setor analisado foi o de
recebimento do café cru, produto que vem em Figura 4: Descarregamento
forma de grãos, ensacado. Cada saco contém
60kg de peso total, peso que se encontra dentro
dos limites que um empregado pode remover
manualmente, segundo a Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT).
Art.198 - É de 60 kg (sessenta
quilogramas) o peso máximo que um
empregado pode remover
individualmente, ressalvadas as
disposições especiais relativas ao trabalho
do menor e da mulher. (Redação dada
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977).

Ele chega através de um caminhão, que Fonte: Elaborada pelo autor


entra na área descoberta que possui um piso de
blocos sextavados de concreto, material que Após o descarregamento, os sacos de
suporta todo o peso do veículo, incluindo sua 60kg são levados até o depósito, apoiado sobre
carga. um dos ombros do trabalhador, e empilhado
As Figuras 2, 3 e 4 demonstram as etapas sobre estrados plásticos, para impedir o contato
de descarregamento do café na indústria. do produto com o chão, evitando sua
contaminação. Observa-se na Imagem 5 que o

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piso é de concreto e sua resistência permite o eficiência do forno, diminuindo as atividades
empilhamento dos sacos. Este empilhamento de abastecimento do forno.
encontra-se em conformidade com a NR 11 – Para impedir a queda do trabalhador que
Transporte, Movimentação, Armazenagem e circula sobre o caminhão, será feito um sistema
Manuseio de Materiais, que diz no Item 11.3.1 de linha de vida com trava-quedas retrátil. Sua
que o peso do material armazenado não poderá estrutura será fixada na cobertura que será
exceder a capacidade de carga calculada para o construída, como mostra a Figura 6. Antes de
piso. subir na carroceria, o trabalhador deve acoplar
seu cinto de segurança no sistema.
Figura 5: Empilhamento
Figura 6: Linha de vida conforme a proposta

Fonte: Dois dez (2022)


Fonte: Elaborada pelo autor
Para facilitar o descarregamento e
armazenamento do café, será providenciada
Entretanto, foi observado que o
uma esteira de sacarias, semelhante ao modelo
descarregamento não se encontra em
apresentado na Figura 7, que é posicionada
conformidade com a NR 17 – Ergonomia, que
próximo ao caminhão, de uma maneira que o
diz no Item 17.5.4 que para o transporte
trabalhador consiga colocar os sacos sem
manual de cargas, devem ser adotadas medidas
dificuldade, levando produto até um carrinho
de prevenção como: implementação de meios
de mão, semelhante ao da Figura 8, que deve
técnicos facilitadores e adequação de peso e
transportar apenas um saco por vez. Após
tamanho de carga, para não provocar o
conduzi-lo até o local de destino, com uma
aumento de esforço físico do trabalhador que
simples inclinação do carrinho, o saco será
possa comprometer sua segurança e saúde.
empilhado no local desejado.
O local escolhido para o recebimento do
café cru e do armazenamento das lenhas que
Figura 7: Exemplo de esteira de sacarias
são utilizadas como combustível do forno, foi
feito de maneira estratégica, pois esta junção
faz com que seja aproveitada uma única
estrutura para resistir a chegada do caminhão
com os produtos. Porém, nota-se que não há
cobertura neste setor. Caso esteja chovendo no
momento em que o caminhão chega para
descarregar, os trabalhadores ficam ociosos
aguardando a parada da chuva, pois o café não
pode ser molhado. Para solucionar esta
situação, será feita a instalação de uma
cobertura, que além de evitar este contratempo,
os trabalhadores também ficam protegidos das
Fonte: J. Lima Máquinas Agrícolas (2022).
radiações solares. Isto também faz com que a
lenha fique sempre seca, fato que contribui
para a diminuição do seu uso, aumentando a

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Figura 8: Exemplo de carrinho de mão Figura 9: Depósito de lenhas

Fonte: Gadotti (2022). Fonte: Elaborada pelo autor

Para levar o café cru até a balança para Em seguida, elas são colocadas
que seja pesado, também será utilizada a manualmente num carrinho de mão, para
esteira de sacarias, o fato dela possuir rodas serem transportadas até a porta do forno, como
possibilita esta outra utilidade, que irá apresentado na Figura 10.
direcionar o saco até o carrinho de mão.
A locomoção com este equipamento, fica Figura 10: Carrinho de mão
mais facilitada com uma adequação do layout
do depósito, apresentado na Figura 9, visto que
criando áreas de circulação, é possível acessar
qualquer saco de acordo com a demanda de
produção, sem que seja preciso subir nos sacos.

Figura 9: Área de circulação do carrinho

Fonte: Elaborada pelo autor

Como todo o processo de abastecimento


do forno é realizado manualmente, nota-se na
Figura 11, que a altura do carrinho está em
desacordo com a NR 17 – Ergonomia, visto
Fonte: Elaborada pelo autor que o trabalhador precisa realizar uma flexão
de coluna toda vez que precisa alcançar a
3.7 Análise do setor de torrefação e moagem madeira que será queimada. A norma diz que
os locais de pega e depósito de cargas não deve
Em seguida, foram analisadas as obrigar o trabalhador a efetuar flexões,
atividades presentes no setor de torrefação e extensões e rotações do tronco, para que sua
moagem do café. Primeiramente, é feita a saúde não seja prejudicada.
separação das lenhas que ficam localizadas no
setor de recebimento, elas são empilhadas uma
sobre as outras de forma manual, chegam
através de picapes e ficam expostas ao ar livre,
como mostra a Figura 9.

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Figura 11: Flexão de coluna Figura 13: Realocação do forno

Fonte: Elaborada pelo autor


Fonte: Elaborada pelo autor

Com a porta do forno já aberta, o Será instalado um sistema de


trabalhador precisa arremessar as lenhas para abastecimento automático do forno, através de
dentro dele, como mostra a Figura 12. Esta um alimentador de lenha, retirando o
ação causa um escape de uma considerável trabalhador da atividade de arremesso de
quantidade de cinzas e fagulhas ainda em lenhas.
chamas de dentro para fora do forno, em Orienta-se que nas atividades de
direção ao empregado. Caso o forno não esteja abastecimento deste alimentador, seja utilizado
aceso, é utilizado um acendedor elétrico que luva de raspa com punho, avental
provoca a queima da lenha, não é utilizado confeccionado em raspa, bota de segurança e
nenhum tipo de líquido inflamável neste protetor facial, para evitar queimaduras
procedimento. provindas das cinzas do forno. Suas
especificações técnicas se encontram no
Figura 12: Arremesso de lenha Anexo 11.
Enquanto o forno vai aquecendo até que
chegue na temperatura ideal, o trabalhador
pega um saco de café manualmente (como
mostra a Figura 14), coloca na balança para
conferir seu peso, faz as anotações, e o despeja
na grelha que leva o café para o torrador
através de tubulações. Esta tarefa requer um
esforço físico intenso, visto que esta etapa é
realizada por uma só pessoa, fato que também
está em desencontro com a NR 17.

Figura 14: Transporte dos sacos de café


Fonte: Elaborada pelo autor

Para sanar todos estes problemas, será


aplicada uma mudança de local do forno,
proporcionando uma agilidade na inserção de
seu combustível, pois agora ele está alocado
próximo ao depósito de lenha, como mostra a
Figura 13.

Fonte: Elaborada pelo autor

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Com o sistema em funcionamento, o
A utilização da esteira de sacarias, operador vai monitorando a temperatura,
juntamente com o novo carrinho de mão, deixa quantidade de ar quente e água, velocidade do
a atividade em conformidade com a NR 17, ventilador e do cilindro que vai girando para
pois deixa de exigir o esforço físico intenso do promover uma torra uniforme de todos os
trabalhador. grãos.
Após toda a conferência e registros, o Chegando no ponto ideal, que varia de
trabalhador vai até o painel de controle do acordo com o produto que será preparado, o
sistema (Figura 15), localizado próximo ao trabalhador utiliza um recipiente que capta
torrador, e então o aciona, dando início no uma amostra dos grãos que estão girando
processo de torrefação do café. dentro do torrador e coloca sobre as mãos para
realizar a conferência, como mostra a Figura
Figura 15: Painel de controle do sistema 16. Vale destacar que os grãos sempre estão em
altas temperaturas, sendo assim, é possível que
ocorra queimaduras nesta forma de
conferência.

Figura 16: Conferência do ponto de torra do


café

Fonte: Elaborada pelo autor

Nota-se um alto nível de pressão sonora


constante quando o café é transportado por
recipientes dentro dos tubos condutores, que
são feitos de material metálico. Por este fator,
foi evidenciado uma não conformidade com a
NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas Fonte: Elaborada pelo autor
e Equipamentos, que estabelece a aplicação de
medidas de controle para este tipo de risco Para evitar queimaduras na palma das
físico. mãos, será proibida a conferência do ponto de
Para sanar este problema, os recipientes torra do café, despejando os grãos retirados nas
que conduzem o café para o torrador serão mãos. O trabalhador deve pegar a amostra e
substituídos por outros de material plástico e despejar o café diretamente no resfriador.
antichamas. Nas paredes das tubulações será Quando o ponto de torra chega no nível
instalado um material com a mesma desejado, ele ativa os braços mecânicos de
propriedade, para abafar o som emitido pelos mistura e abre a porta do torrador, despejando
grãos. Desta maneira fica garantido que o nível os grãos no resfriador, interrompendo a
de pressão sonora no ambiente não ultrapasse continuação da torra. Vale destacar que este
os limites estabelecidos pela NR 15 – resfriador não se encontra em acordo com a NR
Atividades e Operações Insalubres. 12, visto que quando os braços mecânicos
Como medida de proteção individual, estão em funcionamento, ele se torna uma zona
durante a operação das máquinas neste setor, de risco, tornando obrigatória a presença de
orienta-se a utilização do protetor auricular do proteções que restringem o acesso do corpo ou
tipo inserção, a fim de prevenir perdas parte dele com o local.
auditivas. Sua especificação técnica se Será instalada uma grade de proteção no
encontra no Anexo 11. resfriador, para que a possibilidade de
ocorrência de acidentes seja anulada. A grade

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impede que o trabalhador coloque as mãos
dentro do misturador durante sua operação.
Para impedir falhas ou insistência humana, um Para entrar em conformidade com as
sensor será instalado nesta grade, para que caso normas, evitando um acúmulo de calor que
ela seja aberta, o misturador pare de funcionar eleve a temperatura do ambiente, será instalada
imediatamente. uma coifa ligada a um exaustor de ar capaz de
Foi notada uma falta de eficiência dos retirar todo este vapor que sai do torrador
braços mecânicos misturadores, visto que o quando sua porta é aberta.
trabalhador utiliza de maneira improvisada, Em dias mais quentes, será realizada
um rodo para distribuir o café em toda a uma pausa para hidratação e recuperação
superfície, como mostra a Figura 17. térmica do trabalhador que exerce esta função.
Ela deve acontecer sempre que o empregado
Figura 17: Ferramenta improvisada comece a notar sinais de perca de água corporal
através do suor.
Na próxima etapa, enquanto os grãos de
café são resfriados, é iniciada a programação
do separador de grãos, ele realiza a dosagem
conforme programado em seu painel,
mostrando o peso e separando de acordo com
sua granulometria, removendo também as
impurezas indesejadas do produto. Através do
acionamento dos motores, o café passa pela
tubulação, chegando ao topo do separador.
Esta etapa é realizada de forma totalmente
automatizada.
Fonte: Elaborada pelo autor No painel de controle do separador de
grãos (Figura 19) é possível observar um botão
Para que este trabalho nesta situação de de emergência na lateral direita em cor
risco seja solucionado, serão implementadas vermelha, que força uma parada que só pode
novas espátulas nos braços mecânicos, ser retomada após estar em condições seguras,
aumentando a eficiência do misturador. avaliadas pelo trabalhador.
Foi evidenciada uma grande quantidade
de vapor espalhado no momento em que a Figura 19: Programação do separador
porta do torrador foi aberta, e não há nenhum
tipo de equipamento que retire este calor do
ambiente, como mostra a Figura 18, fato que
pode contribuir com uma exposição que
ultrapasse os limites estabelecidos pela NR 15
– Atividades e Operações Insalubres.

Figura 18: Ausência de sistema de exaustão

Fonte: Elaborada pelo autor

O botão de parada de emergência


encontra-se em conformidade com a NR 12,
que exige que as máquinas devam ser
equipadas com um ou mais dispositivos de
parada de emergência.
Fonte: Elaborada pelo autor

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Este separador armazena outros cafés
torrados anteriormente. Dependendo do Figura 21: Área em que é realizada a
produto a ser produzido, é realizado o blend, manutenção do moedor de café
uma mistura planejada de diferentes tipos de
torra e grãos, para obter um determinado tipo
de bebida após o seu preparo.
O café é despejado, com suas
determinadas proporções, num novo
misturador (Figura 20), e após a mistura ficar
homogênea, ele é direcionado novamente pelas
tubulações até o moedor.

Figura 20: Misturador de café

Fonte: Elaborada pelo autor

A obstrução do arrastador de café moído


ocorre em média, duas vezes ao dia. Fato que
exige o desprendimento manual das peças que
estão localizadas no topo do moedor. Para que
este trabalho aconteça de maneira segura, será
instalada uma escada fixada na própria
máquina e com material resistente, como
mostra a Figura 22. Acompanhando a mesma,
Fonte: Elaborada pelo autor será esticado um cabo de aço, preso por anéis
que resistem o peso do trabalhador, mais sua
Este novo misturador também se margem de segurança, para que ele possa
encontra em desacordo com a NR 12, por não acoplar seu cinto de segurança em um trava-
possuir proteções que restringem o acesso do quedas preso no sistema.
corpo ou parte dele com a área de risco. Para
que o sistema fique em acordo com a norma, Figura 22: Escada com cabo de aço esticado
também será instalada uma grade de proteção,
da mesma forma em que foi implementada a
grade no resfriador de café.
Após a passagem do café pelo moedor,
ele é direcionado para outra máquina que
direciona o pó para o setor de empacotamento,
esta máquina costuma causar uma obstrução na
tubulação, interrompendo o fornecimento do
pó de café para o próximo setor. Quando isso
ocorre, o trabalhador utiliza uma escada de
madeira para subir na máquina, chegando num
local sem nenhum tipo de sistema,
Fonte: Vicsa (2022).
equipamentos e proteção coletiva e individual
contra quedas, como mostra a Figura 21. Esta Para completar a correção deste
situação está em desacordo com a NR 35 – ambiente de trabalho, será instalado em toda a
Trabalho em Altura. Vale destacar também que periferia do topo da máquina, um guarda-
o empregado não possui nenhum tipo de corpo, para impedir a queda acidental do
capacitação para executar atividades com trabalhador, como exemplo na Figura 23.
diferença de nível acima de dois metros.

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Figura 23: Exemplo de guarda corpo Figura 25: Empilhamento dos produtos

Fonte: Geração (2022).

Também será realizada uma palestra Fonte: Elaborada pelo autor


para garantir a capacitação do trabalhador a
exercer este tipo de atividade, obedecendo Foi notada a utilização de ar comprimido
todas as exigências da NR 35. para realizar a limpeza de pó de café
proveniente das embalagens que não são
3.8 Análise do setor de empacotamento vedadas de forma correta pela máquina (Figura
26). Durante a sua utilização deste
No próximo setor, foram analisados os equipamento, foi evidenciado um alto nível de
procedimentos de empacotamento do produto. pressão sonora no ambiente, fato que entra em
Através de tubos, o café torrado e moído chega desacordo com a NR 12, pois não há medidas
até a máquina empacotadora, que realiza a preventivas com o objetivo de amenizar esta
vedação da embalagem plástica de forma exposição do trabalhador.
automatizada.
A trabalhadora faz a conferência do lacre Figura 26: Limpeza da esteira
do produto, verificando também o seu peso
através de uma balança e após isto os sacos de
café são separados de acordo com a variação
de seus pesos, para que eles sejam
compensados com outros, chegando no peso
padrão do pacote final.
As Figuras 24 e 25 mostram a
trabalhadora acionando o funcionamento da
máquina empacotadora e realizando o
empilhamento das embalagens.

Figura 24: Manuseio da empacotadora


Fonte: Elaborada pelo autor

Para sanar esta situação, será


implementada a utilização de uma esteira
vazada, que conforme se desloca, leva o café
derramado até um recipiente de retenção,
oferecendo ao sistema, uma limpeza
automatizada, sem a utilização da pistola de ar
comprimido.
Também foi notada uma frequente
rotação de tronco para pegar a embalagem,
fazer a medição de seu peso e colocar em seu
Fonte: Elaborada pelo autor

12
devido local, portanto esta situação não está modelo Sonus 2 Plus. O tempo de avaliação foi
em conformidade com a NR 17. de 75% da jornada de trabalho, com pausa no
Para interromper a exigência desta horário de descanso (almoço). O aparelho
rotação de tronco, as mesas serão dispostas de realiza a projeção da dose diária através de
uma maneira que a trabalhadora não precise cálculos para que o valor chegue na jornada
executá-la, como na Figura 27. diária total efetiva de trabalho.
A metodologia de avaliação, seguiu
Figura 27: Nova disposição das mesas também como base os procedimentos
mencionados na NHO 01, elaborada pela
FUNDACENTRO, que estabelece como deve
ser feito a avaliação da exposição a este tipo de
risco. O posicionamento do equipamento foi
realizado o mais próximo possível ao ouvido
do trabalhador, como mostram as Figuras 28 e
29.

Figura 28: Posicionamento do medidor no


trabalhador do setor de torrefação e moagem

Fonte: Elaborada pelo autor

As paredes do setor são revestidas de


azulejos brancos até a altura de 2,5 metros,
possibilitando a limpeza e o piso cerâmico é
antiderrapante, fato que evita o
escorregamento da trabalhadora durante a
limpeza que é realizada semanalmente no
ambiente.
Conforme evidenciado na medição de
iluminação utilizando o luxímetro (detalhada Fonte: Elaborada pelo autor
no item 3.9.3 do estudo), foi evidenciada uma
deficiência luminosa no setor de Figura 29: Posicionamento do medidor na
empacotamento. Para sanar este problema, trabalhadora do setor de empacotamento
serão acrescentadas mais 6 lâmpadas do tipo
LED, fazendo com que a trabalhadora consiga
ter maior precisão em suas atividades, além de
não continuar exigindo que ela force sua visão
para enxergar à distância.

3.9 Quantificação dos riscos físicos

3.9.1 Avaliação do nível de pressão sonora

Foram seguidos os requisitos para


avaliação das exposições de acordo com a NR Fonte: Elaborada pelo autor
9 – Avaliação e Controle das Exposições
Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e Após o início da medição, aplicação da
Biológicos. pausa do horário de almoço, retomada da
Para quantificar o nível de pressão avaliação e finalização, com o auxílio do
sonora dos ambientes, foram utilizados os software da própria Criffer, é possível gerar
medidores de uso pessoal da marca Criffer, um relatório com todos os dados coletados pelo

13
aparelho durante o seu funcionamento. A de tolerância a este tipo de exposição, foi
Figura 30 mostra a tela do software onde é utilizado como referência a NHO 06, elaborada
gerado o relatório. pela FUNDACENTRO, que estabelece os
procedimentos para realizar uma avaliação da
Figura 30: Software Criffer exposição ao calor; e o Anexo nº 3 da NR 15.
A taxa metabólica considerada nos
cálculos foi retirada do Quadro 1 da NHO 06,
que apresenta seus valores de acordo com o
tipo de atividade exercida, como mostra a
Figura 31 abaixo.

Figura 31: Quadro da relação da atividade com


sua taxa metabólica
Fonte: Elaborada pelo autor

Os relatórios foram gerados, de acordo


com cada trabalhador, do setor de torrefação e
moagem, seguido pelo relatório do setor de
empacotamento. Ambos se encontram no
Anexo 3 e 4, respectivamente.
Conforme é citado na NHO 01, NEN –
Nível de Exposição Normalizado é o valor
médio convertido para uma jornada padrão de
8 horas, para fins de comparação com o limite
de exposição.
No setor de empacotamento, o NEN
alcançou o nível de 75,13 dB(A), valor que não
Fonte: FUNDACENTRO (2017)
ultrapassa o limite de exposição citado na NR
15, nem alcança o nível de ação que é de 50%
Como o trabalhador realiza suas
da dose diária (80 dB(A)).
atividades em pé, utilizando os dois braços
Já no setor de torrefação e moagem,
para exercer o abastecimento dos fornos
devido à presença das máquinas, o NEN
(trabalho moderado), deve-se considerar a taxa
apresentou o valor de 80,22 dB(A). Este valor
metabólica de 279W. Para a conferência do
não ultrapassa o limite de exposição da NR 15,
ponto de torra dos grãos de café, a atividade é
porém alcança o nível de ação de 80 dB(A),
realizada em pé, apenas com as mãos (trabalho
fato que pode causar danos à saúde do
leve), portanto, sua taxa metabólica é de
trabalhador, portanto se faz necessária a
153W.
aplicação de medidas corretivas já
Para obter o limite de tolerância desta
apresentadas dentro deste ambiente para que
exposição, é realizado a média da taxa
não exista a possibilidade de que o limite de
metabólica de acordo com o tempo de
tolerância seja ultrapassado, como diz a NR 9.
atividade exercido no ciclo de uma hora.
Para garantir a precisão das medições
Considerando que o trabalhador fica metade de
realizadas pelos aparelhos, foi realizada a
uma hora em cada atividade, soma-se o
calibração de cada equipamento, seus
resultado da metade do valor de cada taxa
certificados se encontram no Anexo 5 e 6.
metabólica.
3.9.2 Avaliação da exposição ao calor
M¹ = 279 x 50% = 139,5W
Para a medição de calor do setor de
torrefação, foi utilizado o medidor de stress M² = 153 x 50% = 76,5W
térmico da Marca Instrutherm, modelo TGD-
200. Como parâmetro para determinar o limite M = 139,5 + 76,5 = 216W
14
O valor da taxa metabólica da atividade Figura 33: Posicionamento do medidor no
exercida pelo operador do torrador é de 216W. local de abastecimento do forno
A Tabela 2 da norma utilizada como
referência, mostra o limite de exposição ao
calor para trabalhadores aclimatizados,
comparando sua taxa metabólica, com o valor
máximo do IBUTG calculado através das
medições, como mostra a Figura 32.

Figura 32: Quadro da relação da taxa


metabólica com o valor máximo do IBUTG
calculado

Fonte: Elaborada pelo autor

Figura 34: Posicionamento do medidor no


local de resfriamento, próximo ao torrador

Fonte: FUNDACENTRO (2017)

O valor de taxa metabólica encontrado


foi de 216W. Portanto, devemos considerar o
valor mais crítico quando não encontrado na
Fonte: Elaborada pelo autor
tabela, portanto para a taxa metabólica de
218W, o valor limite de exposição ao calor
Para o cálculo do valor de IBUTG, é
calculado pelo medidor de stress térmico
utilizado a aferição de temperatura de globo
deverá ser de 29,8ºC.
(tg) e a temperatura de bulbo úmido natural
O aparelho foi posicionado o mais
(tbn). Os valores devem ser colocados na
próximo possível do local que o trabalhador
seguinte fórmula:
exerce suas atividades, como na Figura 33 e
34. Foi considerado o tempo de 25 minutos do
intervalo entre seu posicionamento, até a IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
aferição das temperaturas.
O tempo necessário para a estabilização No setor de abastecimento do forno, que
do conjunto pode ser de até 25 minutos. obriga o trabalhador a abrir a porta do forno e
Esse tempo depende da diferença entre a lançar as lenhas dentro dele, foi encontrado o
temperatura de globo inicial e a do ponto seguinte resultado:
de medição. (FUNDACENTRO, 2017
p.35).
tbn = 21,5ºC
tg = 28,0ºC

15
Portanto, aplicando os valores na Figura 36: Resultado comprovado na medição
fórmula, os resultados foram:

IBUTG¹ = (0,7 x 21,5) + (0,3 x 28,0)


IBUTG¹ = 23,45ºC
Na Figura 35 é possível observar o
resultado e comparar com o cálculo realizado:

Figura 35: Resultado comprovado na medição

Fonte: Elaborada pelo autor

Como o tempo em cada atividade é de 30


minutos, dentro do ciclo de uma hora, devemos
realizar a média entre os dois valores de
IBUTG.

IBUTG = (23,45 + 24,34) / 2


IBUTG = 23,9ºC
Fonte: Elaborada pelo autor
Como o limite de tolerância estabelecido
No setor de resfriamento, que obriga o de acordo com o tipo de atividade é de 29,8ºC,
trabalhador a abrir a porta do torrador para que o valor de 23,9ºC não ultrapassou o limite
o café seja resfriado, foi encontrado o seguinte estabelecido pela NR 15, portanto a atividade
resultado: é salubre. Porém deve-se considerar que a
região em que a indústria se encontra, possui
tbn = 22,3ºC um clima muito quente em seu verão, fato que
pode agravar o risco durante as atividades
tg = 29,1ºC
avaliadas. Portanto as medidas de correção
apresentadas são plausíveis.
Portanto, aplicando os valores na
fórmula, os resultados foram:
3.9.3 Avaliação da iluminação do ambiente

IBUTG² = (0,7 x 22,3) + (0,3 x 29,1) No setor de empacotamento, foi


IBUTG² = 24,34ºC realizada a medição da iluminação do
ambiente, através do luxímetro da marca Akso,
Na Figura 36 é possível observar o modelo AK309.
resultado e comparar com o cálculo realizado: Como parâmetro para determinar o valor
ideal, foi utilizado a NBR 5413 – Iluminância
de interiores. Ela define, dentro do item 5.3
Iluminâncias em lux, por tipo de atividade, no
subitem 5.3.1 Acondicionamento, que
atividades de engradamento, encaixotamento e
empacotamento, deverá ser de 300 lux.
(ABNT, 1992).

16
O valor encontrado foi de 213 lux, como implementada a O.S. (Ordem de Serviço), de
mostra a Figura 36: acordo com as exigências da NR 1 -
Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos
Figura 36: Medição em lux Ocupacionais baseado no Artigo 157 da CLT,
que cita como obrigação do empregador a sua
elaboração; para que os trabalhadores se
adequem às exigências legais de saúde e
segurança do trabalho. Não havia nenhum
outro registro documental sobre a informação
dos riscos presentes nas atividades,
equipamentos de proteção de uso obrigatório,
recomendações gerais, nem os procedimentos
a serem cumpridos em casos de acidente.
Dentro das ordens de serviço elaboradas, todas
essas informações são passadas para o
empregado, registrando a entrega coletando a
Fonte: Elaborada pelo autor sua assinatura e a de seu responsável. No
Anexo 7 e 8, se encontram as ordens de serviço
Com isso, foi notada a insuficiência de do Operador de Torrador e da Empacotadora,
iluminação do ambiente, visto que a respectivamente.
trabalhadora precisa manter a atenção nos
pacotes que vão passando pela esteira, 4.2 Elaboração do arranjo físico
verificando se o empacotamento foi feito de
maneira correta pela máquina, sem deixar Algumas mudanças estruturais e
passar despercebido os produtos defeituosos. organizacionais serão realizadas para garantir
o bem-estar dos trabalhadores e o aumento da
4 Intervenções adicionais eficiência de suas tarefas. A principal medida
é a readequação do layout da indústria, já
A elaboração das propostas de mudanças apresentado anteriormente em cada setor,
visando a melhoria do ambiente de trabalho é organizando os maquinários e os estrados
chamada de plano de ação, que visa aplicar a plásticos, para que a locomoção no interior da
correção de procedimentos e situações empresa não ofereça riscos de esbarrões e
inseguras presentes no trabalho. tropeços, além de melhorar as condições de
A organização deve elaborar plano de trabalho, dando mais mobilidade e oferecendo
ação, indicando as medidas de prevenção
um melhor aproveitamento dos espaços. É
a serem introduzidas, aprimoradas ou
mantidas. (MTE, 2020 p.6). possível notar as alterações, comparando os
Foi realizado um plano de ação Anexos 1 e 9.
estabelecendo medidas corretivas nos
ambientes averiguados (já citadas 4.3 Pausas pré-definidas
anteriormente), visando o bem-estar dos
trabalhadores. Além das intervenções já Para o setor de empacotamento, fica
apresentadas, outras medidas de caráter proibido o funcionamento da máquina
preventivo também deverão ser embaladora por mais de 30 minutos sem
implementadas, para completar a segurança interrupção, visto que enquanto ela esteja
que será aplicada em todos os procedimentos, ligada, a trabalhadora precisa ficar atenta e
como: ordens de serviços e medidas pesando todas as embalagens produzidas.
administrativas.
4.4 Checklist
4.1 Ordem de serviço
Este documento é utilizado para avaliar
Os procedimentos de trabalho, não os procedimentos, locais e máquinas,
seguiam um padrão normativo. Com isso, foi verificando todos os seus requisitos e cuidados

17
durante sua atividade, cumprindo todos os
requisitos de segurança. O checklist elaborado MTE, Ministério do Trabalho e Previdência,
para este estudo de caso se encontra no Anexo Normas Regulamentadoras: Segurança e saúde
10. do trabalho. NR 04 – Serviços especializados
em Engenharia de Segurança e em Medicina
5 Conclusão do Trabalho. Brasília, 2020.

O estudo foi realizado por meio de


visitas in loco em uma indústria de pequeno MTE, Ministério do Trabalho e Previdência,
porte de torrefação e moagem de café. Pode-se Normas Regulamentadoras: Segurança e saúde
notar a presença de vícios em atividades que do trabalho. NR 05 – Comissão Interna de
apresentam condições inseguras. Perante esta Prevenção de Acidentes. Brasília, 2020.
situação, foram propostas diversas melhorias,
como alteração de layout, proibição de atos
inseguros, registro de documentos de MTE, Ministério do Trabalho e Previdência,
segurança do trabalho, adequações de Normas Regulamentadoras: Segurança e saúde
procedimentos, entre outros. do trabalho. NR 11 – Transporte,
Tendo em vista o resultado da pesquisa, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de
é possível observar como é importante a Materiais. Brasília, 2016.
existência de medidas de segurança dentro de
uma empresa, e neste caso ela estava ausente
em diversas ocasiões. MTE, Ministério do Trabalho e Previdência,
O artigo elaborado pelo autor trata-se de Normas Regulamentadoras: Segurança e saúde
um Programa de Gerenciamento de Riscos, do trabalho. NR 12 – Segurança no Trabalho
visto que a NR 1, em seu subitem 1.5.7.1, diz em Máquinas e Equipamentos. Brasília, 2019.
que o PGR deve conter, no mínimo, um
inventário de riscos (conforme foram citados
no trabalho) e um plano de ação (propostas de MTE, Ministério do Trabalho e Previdência,
intervenção). Normas Regulamentadoras: Segurança e saúde
Para que todos os empregadores se do trabalho. NR 15 – Atividades e Operações
preocupassem da maneira que deveria com Insalubres. Brasília, 2021.
seus trabalhadores, seria fundamental a
presença de uma fiscalização eficiente, que
atenda toda a demanda da economia brasileira. MTE, Ministério do Trabalho e Previdência,
Como outro ponto de vista, uma Normas Regulamentadoras: Segurança e saúde
melhoria de condições de trabalho, não do trabalho. NR 17 – Ergonomia. Brasília,
proporciona somente a segurança do 2020.
trabalhador, mas também sua eficiência,
favorecendo ambos os lados.
MTE, Ministério do Trabalho e Previdência,
Normas Regulamentadoras: Segurança e saúde
5 Referências do trabalho. NR 35 – Trabalho em Altura.
Brasília, 2019.
FONSECA, Metodologia da pesquisa
científica. Fortaleza, 2002.
FUNDACENTRO, NHO 01 – Norma de
MTE, Ministério do Trabalho e Emprego, Higiene Ocupacional: Avaliação da Exposição
Normas Regulamentadoras: Segurança e saúde Ocupacional ao Ruído.
do trabalho. NR 01 – Disposições Gerais e
Gerenciamento de Riscos Ocupacionais.
Brasília, 2019.

18
FUNDACENTRO, NHO 06 – Norma de MTE, Ministério do Trabalho e Previdência
Higiene Ocupacional: Avaliação da Exposição Site – Quantidade mensal de acidentes do
Ocupacional ao Calor. trabalho: <https://www.gov.br/trabalho-e-
previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-
social/saude-e-seguranca-do-
FUNDACENTRO, Site – Série Webinars: trabalhador/dados-de-acidentes-do-
<https://www.gov.br/fundacentro/pt- trabalho/arquivos/versao-online-aeps-
br/comunicacao/noticias/noticias/2020/8/fund 2020/secao-iv-2013-acidentes-do-
acentro-realiza-serie-de-webinars-sobre- trabalho/capitulo-31-acidentes-do-
pgr/trivelato-2020-webinar-3-criterios-e- trabalho/31-1-quantidade-mensal-de-
procedimentos-para-identificar-perigos-e- acidentes-do-trabalho-por-situacao-do-
avaliar-riscos.pdf> registro-e-motivo-2017-2019>
Acesso em: 20 set. 2022. Acesso em: 20 set. 2022.

BRASIL, Consolidação das Leis do Trabalho


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decret
o-lei/del5452.htm>
Acesso em: 20 set. 2022.

ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE


NORMAS TÉCNICAS. NBR 5413 –
Iluminância de interiores. Rio de Janeiro,
1992.

PEIXOTO, Segurança do Trabalho. Santa


Maria, 2011.

DOIS DEZ, Site – Sistemas de prevenção de


queda. Disponível em:
<https://doisdez.com.br/produtos/linha-de-
vida-para-caminhao-sistemas-articulados/>
Acesso em: 15 set. 2022.

GADOTTI, Site – Armazenamento e


transporte de materiais. Disponível em:
<https://www.gadotticar.com.br/carrinho-
tubular-350kg-sacaria-PM>
Acesso em: 15 set. 2022.

J. LIMA, Site – Projetos agrícolas. Disponível


em:
<https://www.jlmaquinasagricolas.com.br/est
eira-carregadeira-sacos>
Acesso em: 15 set. 2022.

19
Anexo 1 – Arranjo físico (layout) sem modificação da indústria.

Fonte: Elaborada pelo autor

20
Anexo 2 – Análise preliminar de riscos - APR
ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS
EMPRESA Torrefa çã o e moa gem de ca fé DATA 18/07/2022
LOCAL Oes te Pa ul i s ta DESCR. ATIVIDADE Recebi mento, Empa cota mento, Torrefa çã o e Moa gem de ca fé
ELABORADO POR Vi tor Vergo ASSINATURA Oes te Pa ul i s ta

ITEM ATIVIDADE RISCO CAUSA EFEITO SEVERIDADE MEDIDAS DE CONTROLE


Es forços exces s i vos no tra ns porte
Ergonômi co Lomba l gi a , DORT. 1 Reveza mento, pa us a s pa ra des ca ns o.
da s s a ca ri a s
Des ca rrega mento do Ra di a çã o nã o i oni za nte,
1 ca mi nhã o Fís i co Des i dra ta çã o, quei ma dura . 2 Recupera çã o térmi ca , hi dra ta çã o.
expos i çã o a os ra i os s ol a res
Aci dente Queda de objetos do ca mi nhã o Tra uma ou fra tura . 3 Proteçã o com boti na de s egura nça .
Queda ou tropeço entre má qui na s
Tra uma ou fra tura . 3 Inexi s tente.
Des l oca mento dentro e s a cos de ca fé
2 da empres a
Aci dente
Choque el étri co em fi os
Incêndi o, quei ma dura s , l es ões . 3 Ma nutenções el étri ca s .
energi za dos expos tos
Uti l i za çã o eventua l do compres s or de a r,
Fís i co Al to nível de pres s ã o s onora Perda a udi ti va . 3
pa us a s na má qui na .
Il umi na çã o i na dequa da Perda de a cui da de vi s ua l . 1 Il umi na çã o a rti fi ci a l .
3 Empa cota mento Ergonômi co Movi mentos repeti ti vos na
DORT. 1 Pa us a s pa ra des ca ns o.
pes a gem da s emba l a gens
Quei ma dura na s el a gem da
Aci dente Quei ma dura s . 2 Interrupçã o do s i s tema a o veri fi ca r probl ema s .
emba l a dora
Ca l or Des i dra ta çã o, quei ma dura . 2 Recupera çã o térmi ca , hi dra ta çã o.
Fís i co
Al to nível de pres s ã o s onora Perda a udi ti va . 3 Pa us a s na s má qui na s , muda nça de a mbi ente.
Quei ma dura s em s uperfíci es
Quei ma dura s . 2 Proteçã o pa rci a l com l uva térmi ca .
a queci da s
Incêndi o devi do o i ncorreto
Aci dente Quei ma dura s , a s fi xi a e morte. 4 Si s tema de s egura nça a utomá ti co.
ma nus ei o do s i s tema
4 Torrefa çã o Projeçã o de fa gul ha s no
Quei ma dura s na pel e e ol hos . 3 Inexi s tente.
a ba s teci mento do forno
Es forços exces s i vos no tra ns porte
Lomba l gi a , DORT. 1 Pa us a s pa ra des ca ns o.
da s s a ca ri a s
Fl exã o de col una pa ra a l ca nça r a s
Ergonômi co Lomba l gi a . 1 Ca rri nho de mã o.
l enha s
Movi mentos repeti ti vos no
DORT. 1 Pa us a s pa ra des ca ns o.
a ba s teci mento dos fornos
Fís i co Al to nível de pres s ã o s onora Perda a udi ti va . 3 Pa us a s na s má qui na s , muda nça de a mbi ente.
Prens a mento de membros dura nte
Les ões e fra tura s . 3 Botã o de pa ra da de emergênci a .
5 Moa gem a mi s tura dos grã os
Aci dente
Queda de nível s uperi or a doi s
Les ões , fra tura s e morte. 4 Inexi s tente.
metros
Fonte: Elaborada pelo autor

21
Anexo 3 – Relatório de medição do nível de pressão sonora do setor de torrefação e moagem

Fonte: Elaborada pelo autor

22
Anexo 4 – Relatório de medição do nível de pressão sonora do setor de empacotamento

Fonte: Elaborada pelo autor

23
Anexo 5 – Certificado de calibração do equipamento

Fonte: Elaborada pelo autor

24
Anexo 6 – Certificado de calibração do equipamento

Fonte: Elaborada pelo autor

25
Anexo 7 – Ordem de serviço (Operador de Torrador)

26
Fonte: Elaborada pelo autor

27
Anexo 8 – Ordem de serviço (Empacotadora)

28
Fonte: Elaborada pelo autor

29
Anexo 9 – Arranjo físico (layout) com modificação da indústria.

Fonte: Elaborada pelo autor

30
Anexo 10 – Checklist das máquinas

Riscos Potenciais Relacionados à Segurança Sim Não Não Sei

Riscos Mecânicos

Há proteções na área de operação?


Há alguma parte móvel que está exposta (correntes, correias,
engrenagens, volantes, etc.)?
Há quaisquer partes mecânicas expostas que talvez sejam de quina afiada
ou que, de outra forma, constituem algum risco (parafusos, quinas, etc.)?

A máquina foi devidamente fixada ao piso ou a outras estruturas, de


acordo com a necessidade?
Foram instadas chaves limitadoras adequadas para interromper a
operação assim que determinado limite for ultrapassado?
Riscos Elétricos
A máquina foi configurada de acordo com códigos e padrões aplicáveis?
A máquina foi devidamente aterrada?
A fonte de energia foi apropriadamente protegida, incluindo fusíveis?
As conexões elétricas foram todas bem feitas?
Todos os fios ou quaisquer componentes elétricos potencialmente
perigosos foram devidamente identificados?
Há alguma fiação sobre o piso por onde os trabalhadores têm de passar?

Outros Riscos
Os trabalhadores usam proteção auricular devido ao nível de pressão
sonora produzido pela máquina?
O ambiente proporciona condições de segurança para o trabalhador
(temperatura, umidade, radiação, etc.)?
A iluminação é suficiente para que a máquina possa ser operada com
segurança?
O piso encontra-se seco e seguro para a movimentação do trabalhador?
Foram implementados os aspectos ergonômicos necessários (descanso de
braço, altura do teclado, altura e ângulo do monitor)?
Equipamento de Proteção
Foram fornecidos os equipamentos de segurança necessários? Quais
outros equipamentos ainda são necessários?
Os trabalhadores foram treinados para usar corretamente os
equipamentos de proteção?
Os trabalhadores usam vestimentas apropriadas para operar o maquinário
de forma segura (sem joias, sem roupas muito frouxas, calçados
apropriados, cabelo preso atrás, etc.)?
Manutenção e Reparo
Os registros de manutenção da máquina encontram-se afixados na
máquina?
Os registros de manutenção estão atualizados?
Os trabalhadores são treinados a rever orientações sobre manutenção, a
fim de garantir a pronta disponibilidade da máquina?
Os profissionais de manutenção são treinados em procedimentos de
segurança, por exemplo, como desligar a energia da máquina?
Proteções
Há uma chave geral para desligamento total do maquinário?
Os controles de partida e parada encontram-se ao alcance das mãos?
Os controles de partida e parada já foram testados?
Há proteções contra materiais perigosos (lubrificantes, produtos químicos,
sucatas, etc.)?
As proteções são apropriadas para trabalhadores de todos os tamanhos?

São disponibilizados equipamentos de atendimento a emergência


apropriados? Quais equipamentos adicionais seriam necessários?

31
Anexo 11 – Especificação técnica dos equipamentos de proteção individual

Equipamento de Proteção Individual Especificação Técnica

Resistência: Nível 4 para perfuração, nível 4 para


rasgamento, nível 1 ao corte, nível 4 à abrasão,
Luva de raspa com punho
nível 2 ao calor de contato e nível 4 de
comportamento ao fogo)
Resistência: Nível 2 para rasgamento, nível 2 para
Avental confeccionado em raspa calor radiante, nível 2 para respingos de solda
(partículas do forno)

Resistência: Nível 3 contra objetos cortantes, nível


Bota de segurança
2 para perfuração e nível 3 à abrasão

Resistência: Nível 3 contra impactos de partículas


Protetor facial
volantes multidirecionais, nível 2 para perfuração
Frequência (Hz)/Atenuação (dB): 125/20, 250/22,
Protetor auricular tipo inserção 500/23, 1000/21, 2000/25, 4000/27, 8000/36 -
NRRsf 15dB

32

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