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Conceito:

Ciência -> conjunto de metodologias sistemáticas usadas para entender cada vez mais o
mundo físico

Forense-> deriva da palavra latim “fórum” – público

• Método de obtenção de provas criminais para fins de utilização de um juiz de direito


• Conjunto de componentes ou áreas que atuam de modo a resolver casos de caráter legal
• Não é uma ciência única, dependente de todas as áreas que sejam necessárias em casos
específicos
• Interação entre várias ciências aproveitando os seus campos de ação e
conhecimentos com o objetivo de resolver determinado delito.
As ciências forenses resulta da interação de várias ciências aproveitando :

Objetivo: resolução do delito Campos de ação-saberes

Objetivos:
Monte(2008) reconhece 4 objetivos gerias da Ciência Forense:
1. Investigar tecnicamente e comprovar cientificamente a existência de um facto em
particular
2. Determinar os fenómenos ocorridos e reconstruir a mecânica do ato, identificando os
objetos e instrumentos de execução, bem como as manobras de execução do ato.
3. Detetar evidências, coordenar técnicas e sistemas para a identificação da vítima e dos
presumíveis autores
4. Detetar e identificar evidências para comprovar o grau de participação dos envolvidos
no delito, tanto vítimas como suspeitos.

Princípios Básicos
”Não há unidade na Ciência Forense” (GAUDETTE, 2000).

Esta é uma visão ampla, os próprios cientistas forenses veem esta ciência meramente como uma
aplicação de conhecimentos generalizados de outras ciências, ignorando qualquer principio ou
teoria a ela subjacente,

Premissas:
• Cada crime ocorre em diferentes circunstâncias e são afetadas por uma
enormidade de variáveis não replicáveis
• Acresce o facto da ciência forense usar amostras muito limitadas, tanto em
quantidade como em qualidade e com uma história desconhecida ou mesmo
irreconhecível
• Adicionalmente, os processos legais impõem constrangimentos e
características únicas à ciência forense, portanto a ciência forense necessita de
“descrever” os seus próprios princípios

Será a ciências forense uma ciência subjetiva?


• Subjetiva- no entanto, deve ser lembrado que o objetivo da ciência forense só pode
existir num quadro de julgamento subjetivo
• Objetiva- objetivos, no sentido de imparcialidade, e dando a devida importância às
hipóteses alternativas.
Criminalística Forense
O conjunto dos princípios científicos e métodos técnicos aplicados na investigação criminal,
para provar a existência de crime e o “modusoperandi”, é o cerne de uma área de conhecimento
designada por Polícia Científica, ou melhor, Criminalística Forense
A criminalística Geral é vista como a ciência que se ocupa dos princípios metodológicos de
explicação e interpretação da evidência física, apoiados pela estatística e probabilidade.

Algumas definições:
• Villanueva Cañadas (1996): “Criminalística é a ciência que estuda os indícios deixados
no local do delito, graças aos quais se pode estabelecer, nos casos mais favoráveis, a
identidade do criminoso e as circunstâncias que concorreram para o referido delito”.
• Segundo Pinheiro (2008): “O interesse médico-legal da criminalística reside no facto de
se procurar vestígios anatómicos, biológicos ou humorais que permitam estabelecer a
identidade do autor do crime.

Vestígio, evidência, indício e prova:


No local do crime, são detetados objetos, marcas, ou sinais que puderam estar ou não associados
ao delito em questão, estes são designados de vestígios.
Vestígio é tudo o que está presente na cena do crime.

• O vestígio passa a denominar-se evidência quando é provado através de exames


complementares que de facto está associado ao crime
✓ A evidência, na criminalística, significa qualquer material, objeto ou
informação que está relacionado com a ocorrência do delito
• No meio judicial, a nomenclatura evidência passa a denominar-se de indícios.

Segundo Espíndula(2006):
• Vestígio é todo objeto ou material bruto detetado e/ou recolhido no local do crime para
análise posterior
• Evidência é o vestígio depois de feitas as análises, onde se constata técnica e
cientificamente a sua relação com o crime
• Indício é uma expressão, utilizada no meio jurídico, que significa cada uma das
informações (periciais ou não) relacionadas com o crime
• O Decreto-Lei n.º48/20071 do Código de Processo Penal, que define objeto da prova
como: “todos os factos juridicamente relevantes para a existência ou inexistência do
crime, a punibilidade ou não punibilidade do arguido e a determinação da pena ou da
medida de segurança aplicáveis. Se tiver lugar pedido civil, constituem igualmente
objeto da prova os factos relevantes para a determinação da responsabilidade civil.”
Organização em Portugal
Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses

• Instituto publico integrado na administração indireta do estado


• Tutelado pelo ministério da justiça
• Laboratório do estado
• Instituição nacional de referência
• Organismo central com jurisdição sobre todo o território nacional

Estrutura
• Sede- Coimbra
• Delegações- Porto, Coimbra, Lisboa
• Gabinetes médico-legais

Aplicações:
• Apoiar a definição da política nacional na área da Medicina Legal (ML) e de
outras Ciência Forenses (CF)
• Assegurar a prestação de serviços periciais médico-legais e forenses,
cooperando com os tribunais e demais entidades que intervêm na administração
da justiça
• Desenvolver atividades de investigação e divulgação científicas, de formação e
de ensino no âmbito da ML e de outras CF
• Assegurar o funcionamento da base de dados de perfis de DNA

Áreas:
• Dependendo do tipo decasos e das características do meio em que são cometidos, a
equipa de investigadores na varia, sendo constituída por especialistas nas diversas
áreas

Antropologia Forense
• Aplicação de Antropologia e da Osteologia em situações em que o corpo já está
bastante decomposto
• Os antropologistas forenses ajudam na identificação de cadáveres que se encontrem ou
decompostos, ou mutilados, ou queimados ou sejam impossíveis de reconhecer por
diversas outras razões podendo desvendar a idade, a sua altura, sexo, tempo decorrido
desde a morte, doenças e lesões traumáticas para determinar a causa da morte do
individuo quer seja suicídio ou homicídio.

Entomologia Forenses
• Estudo de insectos, aracnídeos, crustáceos e muitos outros tipos de animais com
propósitos forenses
• Permite descobrir a data e local da morte ao serem analisados os animais encontrados na
vítima bem como os ovos que podem ter depositado nesta
• Como certos insectos são específicos a uma determinada estação do ano ou clima será
uma prova bastante conclusiva em tribunal em relação à data e local da morte bem
como para desmentir diversos falsos álibis

Odontologia Forense
• Análise e avaliação de provas com carácter dentário.
• Podem desvendar a idade das pessoas e a identidade da pessoa a que pertencem os
dentes
• Outro tipo de provas dentárias pode ser as marcas de mordeduras deixadas na vítima ou
no assassino ou num objeto deixado na cena do crime
• Essas 38 marcas são também frequentemente encontradas em crianças que tenham sedo
vítimas de abusos sexuais

Patologia Forense
• Confunde-se com a Tanatologia Forense
• Área da ciência forense mais preocupada em determinar a causa da morte de uma
vítima.
✓ O médico patologista, partindo do exame do local, da informação
acerca das circunstâncias da morte, e atendendo os dados do exame
necrópsico ou autopsia médico-legal à vitima, procura determinar:
➢ A identificação do cadáver
➢ O mecanismo da morte
➢ A causa da morte
➢ O diagnóstico diferencial médico-legal

Psicologia Forense
• Não tem grande importância na descoberta do assassino mas vai ser extremamente
importante para determinar o motivo por trás do comportamento de um criminoso e em
certos casos descobrir uma sequência nos seus atos.
• Será também extremamente importante em tribunal de forma a determinar a culpa ou
inocência de um suspeito sendo algumas vezes decisiva
• Muitos advogados de defesa tentam salvar os seus clientes alegando que estes possuem
problemas mentais ou que são insanos e é à psicologia que cabe o papel de verificar se
isso é verdade ou mentira.

Biologia Forense
• Realização de perícias e exames laboratoriais, de hematologia forense e dos demais
vestígios orgânicos, nomeadamente os exames de investigação biológica de filiação, de
criminalística biológica ou outros.

Toxicologia Forense
• Assegurar a relação de perícias e exames laboratoriais químicos e toxicológico,
associados a intoxicações acidentais, homicidas ou suicidas por tóxicos (medicamentos,
drogas, gases, etc)
Código do processo penal
Prova-definição e objetivo
Artigo 341º do código civil (CC):
“As provas têm por função a demonstração da realidade dos factos”
O termo prova tem diferentes sentidos, consoante a perspetiva que é utilizado como:

• Atividade- num determinado momento no processo, apresentam-se provas, para


evidenciar a veracidade de certos juízos, de facto e demonstrar a sua realidade
• Meio- instrumento probatório para demonstrar a realidade dos factos e, através deles, o
juiz forma a sua convicção
• Resultado- visa demonstrar a realidade dos factos alegados pelas partes, ou noutra
perspetiva, demonstrar a verdade da alegação feita pela parte

As provas podem ter como fontes uma pessoa ou uma coisa.

Fontes da prova:
• Representativa / histórica / imediatas – permitem ao juiz a perceção direta da
realidade.
• Indiciárias / crítica / mediatas – permitem a extração de ilações sobre a ocorrência do
facto a provar, apenas trazem ao julgador um indicio do facto

Mostrar os factos relevantes para o processo

No código do processo penal (CPP) não há distinção do mencionado anteriormente,


englobando nos meios de prova quer as fontes probatórias, quer os fatores probatórios.

No Decreto-Lei n.º48/20071 do Código de Processo Penal, que define objeto da prova como:
“todos os factos juridicamente relevantes para a existência ou inexistência do crime, a
punibilidade ou não punibilidade do arguido e a determinação da pena ou da medida de
segurança aplicáveis. Se tiver lugar pedido civil, constituem igualmente objeto da prova os
factos relevantes para a determinação da responsabilidade civil.”

Prova:
• Demonstração inequívoca da realidade de um facto ou da existência de um ato
jurídico;
• Processo ou conjunto dos procedimentos que tem por fim tal demonstração

➢ “Convencer o juiz sobre a existência de um facto”


➢ É o pressuposto da decisão jurisficional que consiste na formação através do
processo no espirito de julgados da convicção de que certa alegação singular
de facto é justificadamente aceitável como fundamento da mesma decisão”
➢ “ Comprovar a verdade ou falsidade de um proposição concreta ou fáctica”

• Só é prova, em processo penal, a que se pratica perante o julgador, a qual não se


confunde com toda a atividade anterior tendente a preparar o julgamento → a
atividade de investigação não é atividade probatória.

Meios de prova meios de obtenção de prova

Inspeção, Exame e Perícia


Segundo o CPP:

• Exame e inspeção têm o mesmo significado- servem para, ou executam-se através da


inspeção do local, das pessoas e das coisas.

Objeto da Prova
Factos pertinentes, juridicamente relevantes, i.e.,

os factos a demonstrar

• Para formar a convicção do julgador as partes podem socorrer-se de todos os


elementos capazes de demonstrar a exigência do facto (positivo ou negativo) (art. 655,
nº1 do CPC).
• Art. 124º, nº1, do CPP – “constituem objeto de prova todos os factos juridicamente
relevantes para a existência ou inexistência do crime, a punibilidade ou a não
punibilidade do arguido e a determinação da pena ou da medida de segurança
aplicadas.

Todos os factos que alguns modos são importantes para decisão judicial devem ser provados

• Art. 124º, nº2, do CPP – “constituem igualmente objeto de prova os factos relevantes
para a determinação da responsabilidade civil.”

Limites aos meios de prova e meios de obtenção de prova


• Sendo a prova a atividade destinada à formação da convicção do tribunal sobre a
realidade dos factos controvertidos (art.s 508º, 1 al. e), 508º-B, nº2, 511º , nº 1 do
CPC), para cumprir o ónus da prova, a parte tem de utilizar um dos meios de prova
legal ou contratualmente admitidos ou não excluídos.
• Direito à prova → “direito das partes poderem oferecer ou requerer quaiquer provas
que entendam necessárias para provar os factos alegam em sustentação dos direitos
afirmados, ou, para contraprova dos factos alegados pela contraparte, que ponham
em crise os seus direitos “(Benjamin Rodrigues, 2009)
• As provas ilíticas não podem servir de fundamento a qualquer decisão judicial
• “ São admissíveis as provas que não forem proibidas por lei”(art.125º, do CPP)→
Limites: proteção de outros bens jurídicos e interesses de terceiros dignos de proteção

Procura da verdade “através de meios justos, legalmente admissíveis “

• A recolha da prova tem que ser delimitada pelas regras do material e processualmente
admissíveis → distinção das provas permitidas e das proibidas, atendendo-se no art.
126º, do CPP.

Valor dos Meios de prova


• As provas ilegalmente obtidas não podem ser valoradas pelo tribunal
• Prova livre – “ a prova é apreciada segundo as regras da experiência e a livre
convicção da entidade competente “(art. 127º, do CPP )

Para afastar a prova livre, basta a contraprova, i.e., a oposição de um meio de prova que
gere uma dúvida séria no espírito do julgador. (art. 346º, do CC)

O princípio do dispositivo ou da verdade formal


• No direito civil → são as partes processuais que dispõem do processo.

A cada uma delas compete trazer ao processo quer a prova dos


factos que alegam quer das excepções que os infirmem.

O princípio da cooperação intersubjetiva


Princípio que procura otimizar os resultados do processo

• Art. 266º, nº 1, do CPC – “a condução e a intervenção no processo, os magistrados, os


mandatários judiciais e as próprias partes devem cooperar entre si, concorrendo para
se obter, com brevidade e eficácia, a justa composição do conflito de interesses
subjacentes à ação.”
• “Pretende-se responsabilizar as partes e o tribunal pelos seus resultados.”
• “Todas as pessoas que sejam ou não partes na causa, têm o dever de prestar
colaboração para a descoberta da verdade”

O princípio da investigação ou da verdade material


A descoberta da verdade material é o dever de todo o processo penal
O princípio da presunção de inocência
Principio geral de todo o processo penal, constituindo um dos direitos fundamentais dos
cidadãos

O princípio da legalidade ou legitimidade da prova


Art. 125º do CPP - “São admissíveis as provas que não forem proibidas por lei.”

“Quer dizer que são admissíveis não só os meios de prova tipificados na lei, mas igualmente
todos aqueles que não forem proibidos, mesmo que sejam atípicos.” (Artur Pereira, 2010)

O princípio da igualdade ou igualdade de armas


Principio da equitatividade.

• Cada uma das partes no processo pode sustentar a sua posição em condições tais que
a não coloquem em desvantagem em relação à parte adversa.
• A igualdade das armas significa a atribuição à acusação à defesa de paridade de
condições de forma a terem idênticas possibilidades de obter justiça.
• Cunha Rodrigues comenta que a “igualdade de armas significa a atribuição à acusação
e à defesa de meios jurídicos igualmente eficazes para tornar efetivos aqueles
direitos.”

O princípio da livre apreciação da prova


• Art. 127º, do CPP postula “Salvo quando a lei dispuser diferentemente, a prova é
apreciada segundo as regras da experiência e a livre convicção da entidade
competente.”
• Na apreciação da prova e partindo das regras de experiência, o tribunal é livre de
formar a sua convicção.

O princípio “nemo tenetur se ipsum accusare”


“Ninguém é obrigado a acusar-se a si mesmo”

• “Um total e absoluto direito ao silêncio” do arguido. → art.s 61º, nº 1, alínea c), 343º,
nº1 e 345º, nº 1, do CPP → sendo apenas obrigado a responder com verdade às
perguntas sobre a sua identidade e antecedentes criminais.

Inspeção judicial
• Perceção direta de factos pelo tribunal
• Art. 612 do CPC – o tribunal, sempre que julgue conveniente, pode, com ressalva da
intimidade da vida privada e familiar e da dignidade humana, inspecionar coisas ou
pessoas, a fim de se esclarecer sobre qualquer facto que interesse à decisão da causa.

Exames
• Art.s 171º, 172º e 173, do CPP – trata dos exames como meios de obtenção de prova
➢ Os exames como meios de obtenção de prova, implica que se observe,se
inspeccione ou se examine uma pessoa, uma coisa ou lugar. (ex: exames ao
local de um crime).
• Exame segundo o CPP:
➢ “O exame não se preenche apenas na utilização dos sentidos, sobretudo na
mera observação, permitindo já uma atividade de deteção e fixação dos
vestígios, da sua seleção e recolha fazendo uso de alguns conhecimentos
técnicos ou científicos.”
• Deve ser registado documentalmente, em auto escrito, após a inspeção, observação
ou exame, quaisquer vestígios que possam ter deixado o crime

Princípio de Locard:
• Base que liga a evidência física da/ ou à vítima, ao suspeito e à cena do crime,
naturalmente que qualquer pessoa que nela entre pode alterar ou mudar a cena que
qualquer vestígio existente ou aditar novos, num fenómeno de “ cross contaminion”
• A gestão inicial do crime pode implicar, se necessário, a proibição da entrada enquanto
o exame não terminar e a sua presença for indispensável
• Art. 172º, nº 3, do CPP – “Os exames susceptíveis de ofender o pudor das pessoas
devem respeitar a dignidade e, na medida do possível, o pudor de quem a eles se
submeter. Ao exame só assistem quem a ele proceder e a autoridade judiciária
competente, podendo o examinando fazer-se acompanhar de pessoa da sua
confiança, se não houver perigo na demora, e devendo ser informado de que possui
essa faculdade.”
• O tribunal pode proceder sempre que o entenda necessário à descoberta da verdade,
a exames e quaisquer outros atos de produção de prova. No art. 323º, alínea a), do
CPP encontramos– “Proceder a interrogatórios, inquirições, exames e quaisquer
outros atos de produção da prova, mesmo que com prejuízo da ordem legalmente
fixada para eles, sempre que o entender necessário à descoberta da verdade.”
• Nada impede a observação direta feita pelo tribunal, caso seja considerado relevante
ou imprescindível.
• No art. 354º, do CCP – no epígrafe exame ao local, prevê-se expressamente a
deslocação do tribunal desde que o exame no local se torne necessário à boa decisão
da causa e que seja essencial a prova de determinado facto.
• De acordo com o art. 412, nº3 al. c), do CPP – em caso de impugnação da decisão
proferida em matéria de facto por via do recurso, pode proceder-se à renovação da
prova a qual pode implicar a realização de exame.
• Os exames são apreciados se acordo com o art. 127º, do CPP – estão sujeitos à livre
apreciação do tribunal, pelo que qualquer relatório elaborado por especialista ou
perito, fora do âmbito das disposições referentes ao regime das perícias, não constitui
prova pericial.
Prova Pericial
• Perceção ou apreciação de factos por meio de peritos, quando sejam necessários
conhecimentos especiais que os julgadores não possuem, ou quando os factos
relativos a pessoas, não devem ser objetos de inspeção judicial
• Art. 151º, do CPP – “a prova pericial tem lugar quando a perceção ou a apreciação dos
factos exigiram especiais conhecimentos técnicos, científicos ou artísticos.
• Os peritos farão uma perceção ou apreciação técnica, em áreas onde são
especializados
• Os factos apurados através da prova pericial terão sempre de ser complementados por
outros elementos de prova
• O perito é auxiliar do juiz
• Art. 152º, nº1 do CPP – “A perícia é realizada em estabelecimento, laboratório ou
serviço oficial apropriado ou, quando tal não for possível ou conveniente, por perito
nomeado de entre pessoas constantes de listas de peritos existentes em cada
comarca, ou, na sua falta ou impossibilidade de resposta em tempo útil, por pessoa de
honorabilidade e de reconhecida competência na matéria em causa.
• A presença dos peritos pode ser ordenada oficiosamente pelo juiz ou requerida por
qualquer uma das partes, para que eles possam prestar os esclarecimentos verbais
que lhes foram solicitados
• 1ª e 2ª perícia: os resultados da 2ª perícia não têm qualquer prevalência com os da 1ª.
Apesar de se destinar a corrigir a eventual inexatidão dos resultados da 1ª, os
resultados das ambas perícias são valorados segundo a livre convicção do juiz à
semelhança de todas as provas produzidas em julgamento.
• Art. 154º, do CPP – “A perícia é ordenada, oficiosamente ou a requerimento, por
despacho da autoridade judiciária, contendo a indicação do objeto da perícia e os
quesitos a que os peritos devem responder, bem como a indicação da instituição,
laboratório ou o nome dos peritos que realizarão a perícia.”
• Art. 156º, nº 6, do CPP – “As perícias são realizadas por médico ou outra pessoa
legalmente autorizada e não podem criar perigo para a saúde do visado.”
• Art. 156º, nº 7, do CPP – “Quando se tratar de análises de sangue ou de outras células
corporais, os exames efetuados e as amostras recolhidas só podem ser utilizados no
processo em curso ou em outro já instaurado, devendo ser destruídos, mediante
despacho do juiz, logo que não sejam necessários.“
• Art. 159.º, nº 1, do CPP – “As perícias médico-legais e forenses que se insiram nas
atribuições do Instituto Nacional de Medicina Legal são realizadas pelas delegações
deste e pelos gabinetes médico-legais.”
• Art. 159.º, nº 2, do CPP – “Excepcionalmente, perante manifesta impossibilidade dos
serviços, as perícias referidas no número anterior podem ser realizadas por entidades
terceiras, públicas ou privadas, contratadas ou indicadas para o efeito pelo Instituto.”
• “As perícias referidas nos artigos 152.º e 160.º podem ser realizadas por entidades
terceiras (..) desde que aquelas não tenham qualquer interesse na decisão a proferir
ou ligação com o assistente ou com o arguido”

Caso o julgador divirja do juízo pericial, deverá fundamentar esse afastamento, com recurso
a argumentos, da mesma forma científica
Prova por inspeção Prova pericial
• A inspeção judicial pode ocorrer no próprio local(in loco)
• As inspeções judiciais podem ser inspecionadas pessoas
• A inspeção judicial deverá ser preservada o sigilo profissional
• O tribunal pode fazer-se assistir por técnico, que agirá aqui como um perito auxiliar ou
assessor do tribunal, coadjuvando com a inspeção judicial
• A inspeção judicial deverá ser elaborado o componente auto

Obrigatoriedade de submissão a exame e perícia


• Art. 172º, nº 1, do CPP - Se alguém pretender eximir-se ou obstar a qualquer exame
devido ou a facultar coisa que deva ser examinada, pode ser compelido por decisão da
autoridade judiciária competente
• A recusa de submissão a colheita de amostra biológica, para estabelecimento de
parentesco, é devidamente ponderada pelo julgador aquando da decisão final a
proferir
• Gomes Caotilho – “ o DNA é, pelo seu elevado grau de fiabilidade, certamente o
caminho do futuro, discutindo-se quando muito, os limites de que devem rodear a
informação assim obtida.”
• Paula Costa e Silva (2002) – “qualificar a recolha de saliva como uma violação à
integridade física significa empolar de tal forma este direito constitucional que jamais
será possível encontrar-lhe o núcleo enformador.”

Recolha e armazenamento de Vestígios Biológicos e Vestígios


não biológicos
Cena do crime
• Villanueva Cañadas (1996): “ A cena do crime é o lugar relacionado com a ação
do crime a determinada altura e que deve ter deixado algum vestígio ou sinal
do agressor ou algumas das características do ato.”

Príncipio de Locard
Tipos de vestígios
• Diretos: inclui observações em primeira mão, ex: testemunhas oculares ou
câmaras de vídeo do painel da policias
• Circunstanciais: pode ser usada para implicar um facto, mas não a prova
diretamente→ fornecer uma ligação entre uma cena de crime e um suspeito

Vestígios circunstanciais
• Não biológicos (físico)
• Biológicos → amostras com maior potencial probatório

A partir da década de 80 do século passado:

➔ Aumento da importância dos VB no âmbito da prova material

Determinação de perfis genéticos através da sequenciação do DNA codificante

• Relacionar eventuais criminosos;


• Ilibar potenciais suspeitos;
• Identificar pessoas desconhecidas, etc..

Crimes de menor gravidade Crime de maior gravidade:


(furto, etc.): ➔ Equipas multidisciplinares:
• Identificação e recolha dos
• Recolha de impressões
mais diversos tipos de
digitais, e em casos
vestígios
excepcionais vestígios de
• Selecionar com objetividade
natureza biológica ou outro
ripo de vestígios. • Identificar acontecimentos
ocorridos no decurso de um
ato criminoso

Proteção de vestígios -> maior localização de potenciais vestígios


• Paul Kirk (1956): “Não basta saber recolher e preservar vestígios, é preciso saber o que
deve ser recolhido e porquê”.
• A leitura dos potenciais vestígios (VB ou VNB) existentes no local, é feita no seu todo e
não parcelarmente.

Protocolo de investigação:

Medidas de prevenção:
• Correta limitação do local a examinar;
• Limitar o máximo o nº de pessoas;
• Proteger o local da ação da chuva, vento;
• Recolher imediato todos os vestígios que se encontrem em risco de se perder;
• Vestuário adequado.

Medidas de controlo de contaminações:


• Usar bata ou outro tipo de roupa protetora.
• Recolha de VB através de zaragatoa bucal a todas as pessoas que estiveram no local
→ efetuada antes da pesquisa e recolha dos restantes vestígios.
• Material devidamente esterilizado ou descartável.
• Mudança de luvas entre cada recolha, usar sempre máscara e não falar aquando de
cada uma das recolhas.
• Efetuar recolhas periódicas de amostras para controlo de contaminações, não só nas
malas de transporte mas também nas viaturas de local de crime.
• Todos os vestígios devem ser identificados (os invólucros com o número do processo,
nº da amostra, data de colheita e rubrica do perito),recolhidos e acondicionados
individualmente.
• Não juntar conservantes às amostras.
• Proteção correta dos recipientes e embalagens onde os vestígios são acondicionados.
• Vestígios de natureza biológica devem ser entregues o mais rapidamente possível no
laboratório forense
• Deixar secar as manchas de sangue, de sémen e outros tipos antes de as encerrar na
embalagem.
• Todos os intervenientes que executam funções ao local de crime tenham o seu perfil
de DNA identificado no laboratório forense – cruzamento de resultados.
• Após o termino da colheita de amostras, rejeitar todo o material descartável, em
contentores próprios para resíduos biológicos.
• Preencher corretamente as requisições.
• Se possível, proceder à vacinação e tipagem de todo o pessoal que contacte com as
amostras biológicas.

Na cena do crime: procura de vestígios:


• Vestígios (resíduo de arma de fogo, resíduo de tinta, vidro quebrado, produtos
químicos desconhecidos, drogas);
• Impressões digitais, pegadas e marcas de ferramentas;
• Fluidos corporais (sangue, esperma, saliva, vómito);
• Cabelo e pelos;
• Armas ou evidências de seu uso (facas, revólveres, furos de bala, cartuchos);
• Documentos examinados (diários, bilhetes de suicídio, agendas telefónicas; também
inclui documentos eletrónicos tais como gravador e identificadores de chamadas).

Quem faz o quê?


A investigação de uma cena de crime começa quando o centro de investigação recebe uma
chamada da polícia ou dos detetives do local do crime:

• O perito investigador chega ao local do crime e certifica-se se este foi preservado:


➢ Faz um reconhecimento inicial da cena do crime, para verificar se alguém
mexeu em alguma coisa antes da sua chegada
➢ Elabora teorias inicias com base no exame visual
➢ Faz anotações de possíveis evidências e não toca em nada
O perito sistematicamente abre caminho:

• O perito documenta cuidadosamente a cena, tirando


fotografias e desenhado esboços e /ou gravação em
vídeo
• Recolhendo todas as possíveis vestígios,
etiquetando-os e registrando-os e embalando.
• No labotatório criminal processam-se todos os
vestígios que o perito recolheu no local do crime
• Os resultados são evidenciados para o
detetive/investigador responsável pelo caso

O papel de um perito não termina quando ele conclui o seu relatório. Não termina nem
quando os resultados do laboratório são entregues ao investigadores do caso.

Testemunhar em tribunal sobre:

• Os vestígios que ele colheu


• Os métodos que usou
• O numero de pessoas que estiveram em contacto, antes que terminasse como “Prova
Documental” da acusação

A função do advogado de defesa é atacar a evidência, o que às vezes significa atacar a pessoa
que a recolheu. A defesa tentará:

• Incriminar cada evidência apresentada no tribunal


• A legalidade da busca
• A preservação sem máculas do vestígio
• A completa e incontestável documentação do local do crime

Cadeia de custódia
Monter, 2008. “Tendo sempre em conta a cadeia de custódia na prática forense fica garantido
que o indício encontrado na cena de crime é o mesmo que se apresenta como prova em
julgamento perante uma autoridade judicial.”

Colheita, acondicionamento e envio de amostras ao laboratório para


análise.
• Foram colhidas corretamente?
• Foram colhidas as amostras realmente necessárias?
• De certeza que pertenciam ao SR.?
• Estão em boas condições para analise?
• Não foram adulteradas até chegar ao laboratório?
Passos de cadeia de custódia

Vestígios Biológicos
• Frágeis
• Em estado precário
• Sujeito a contaminações e degradações

Recolha e preservação o mais rápido possível

Sempre que é realizada a recolha de VB no local do crime deve, também, ser efetuada a
recolha de VB das vitimas, suspeitos, e indivíduos que frequentavam e onde os factos
ocorreram → A identificação individual é executada através de um processo comparativo
entre perfis de DNA.

Recolhas:

• Células da mucosa;6 cabelos; ou uma amostra de sangue


• Cadáveres→ sangue das cavidades cardíacas, aquando a autópsia médico-legal

Equipamento e material necessário:


• Mala de recolha de vestígios
• Mala de ensaios de quimiluminescência para sangue.
• Frigorífico ou mala térmica
• Máquina fotográfica digital
• Fonte de luz forense
• Câmara de vídeo
• Computador portátil com o programa Hemospat
• Mala de material de proteção.

Todo o material/equipamento e reagentes químicos devem ser previamente testados nos


laboratórios
Fontes de luz Forense
• Emissão da luz de determinado λ (luz UV superiores a 365 nm) que interagem com os
VB de diversas formas

Absorção da luz por parte dos vestígios ou por fenómenos de luminescência

Óculos apropriados
Luz branca
para cada λ
Luz forense- luz branca +filtros com diferentes λ do espectro de luz utilizado

Ensaios preliminares
Substâncias com características similares aos vestígios

• Não permitem resultados definitivos→ orientadores para recolha dos vestígios


• Devem apresentar as seguintes características:
➢ Elevada sensibilidade, na deteção do vestígio pretendido;
➢ Elevada especificidade (menor nº possível de resultados positivos com
outras substâncias que não o vestígio a pesquisar);
➢ Fáceis de executar;
➢ Seguros para a saúde dos peritos;
➢ Não danificarem o DNA

SÓ DEVEM SER RECOLHIDOS OS VESTÍGIOS COM POTENCIAL VALOR PROBATÓRIO


Natureza Hemática:
- O grupo heme atua sobre o peróxido, libertando oxigénio → oxidação → composto corado

• Indicadores: benzidina, tetrametilbenzidina, fenolftaleína, leucomalachite green, etc

o Teste Kastle-Mayer(fenolftaleína): Positivo→ cor de


rosa
o Teste Tetrabase (tetrametilbenzidina): Positivo→ cor
azul

Ácido ascórbico e a vitamina C → interferem com os resultados → falsos negativos.

Vestígios hemáticos latentes:


Reação de quimioluminescência→ luminol/bluestar

• Reage com o peróxido de hidrogénio,sendo catalisado pelo ferro III emitindo uma cor
azulada.
• Identificação de vestígios recentes e ao fim de várias décadas.
• Pouca luminosidade

A reação pode ser catalisada pela ação da lixivia, cobre, verniz, permanganato de potássio,
peroxidases → emitem luminescência menos intensa num menor período de tempo que o
sangue.

Locais onde existam animais


Fazer a distinção entre sangue humano de sague animal:

• Tem como princípio um ensaio de imunocromatografia → concentra a reação


antigénio-anticorpo numa fase sólida RT
• Pequena quantidade de vestigio para não haver falsos negativos
• Estes ensaios ocorrem a um pH básico, pois a identificação da espécie pode dar falsos
negativos→ neutralizar primeiro o pH da amostra

Teste hexagon OBTI → falsos positivos na presença de primatas e furões

Sémen
Teste de phosphatesmo ou fosfatase ácida.

• A fosfatase ácida segregada pela


próstata está presente no liquido
seminal.
Pesquisa, identificação e recolha de vestígios
• Zaragatoa de algodão → tubo perfurado.
• Fibras de algodão → placas de Petri.
• Todos os vestígios devem ser acondicionados em embalagens separadas à medida que
forem sendo recolhidos.
• Proteger os vestígios da humidade e da luz.
• Todos os vestígios depois de secos devem ser colocados em embalagens de papel e
armazenados a RT sem a ação direta da luz.

Recolha de vestígios Proteção dos vestígios recolhidos

Cabelos /Pelos:
• Testes morfológicos: cor, medula, queratina, pelo caído ou arrancado
• Determinação da espécie animal
• História do uso de drogas e outras toxinas
• Análise de DNA nuclear das células da raiz e do DNA mitocondrial da haste, bem como
perícias toxicológicas

Crimes violentos → pesquisa na roupa, corpo, unhas (vitima e agressor), ferramentas


envolvidas no crime (mascara, chapéu, roupa de cama, viaturas, etc.).

Acidentes de viação → zonas de impacto.

Recolha: duas metodologias:

1. Uso dos cristal-tabs:


• Aplicados por zonas principalmente nos acentos de viaturas e sofás.
• Infere com a recolha de outros vestígios tais como fibras e resíduos de disparo.
• Cuidado aquando da sua remoção de forma a não danificar a raiz.
2. Fonte de luz forense com uma forte luz branca e posteriormente, diversos λ.
• Uso de lupa, pinça apropriada, de pontas planas, para não danificar a recolha

• Aquando a sua identificação, e estejam fixados ao material de suporte →


devem ser enviados para análise no respetivo material de suporte.
• Recolhidos antes de qualquer outro tipo de vestígios
Para perfil de DNA → 6 cabelos com raiz

(em alternativa recolha de VB através de zaragatoa bucal ou de uma amostra de sangue)

- Acondicionamento- de acordo com a zona de recolha:

• Folha de papel, colando a zona central das hastes, com fita adesiva, para que as raízes
estejam protegidas e não entrem em contacto umas com as outras
• Colocados em diferentes envelopes de papel

Caspa
• Não é muito usual (bonés,casacos,camisolas,gorros, etc)
• Quando em quantidade razoável → obtenção de DNA
• Pesquisa:
o A olho nu, utilizando fonte de luz forense com uma forte luz branca
• Recolha:
o Efetuada por zonas, com uma lâmina de um bisturi e uma folha de papel, e
acondicionar num envelope
o Se o local do crime não permitir a recolha adequada( chuva, vento) deve ser
efetuada a sua recolha com uma zaragatoa de algodão ligeiramente
humedecida com água destilada

Fezes
• Não muito comum
• DNA mitocondrial. Se contiver sangue é possível a obtenção de DNA nuclear
• Pesquisa:
o Através do olfato e a olho nu. Se necessária a utilização de fonte de luz forense
com uma forte luz branca
• Recolha:
o Duras/secas – espátula descartável de plástico e acondicionadas em embalagens
de cartão e preservadas a RT.
o Húmidas/liquidas - espátula ou colher descartável de plástico e acondicionadas
em embalagens de vidro/plástico e preservadas no frio.
o Sempre que possível recolher as fezes juntamente com o material de suporte.

Ossos/Dentes
• Associados a crimes de extrema violência; Relacionados com: ocultação de cadáver,
desmembramento, cremação ou inumação
• Obtenção de DNA nuclear. Osso/dentes mais antigos → DNA mitocondrial
• Pesquisa:
o A olho nu, utilizando fonte de luz forense com uma forte luz branca. Quando
não visível a olho nu, utilização de filtro com λ :415, 450 e 530nm – amarelo.
• Recolha:
o Com a mão ou com pinças descartáveis e acondicionados em embalagens de
papel. Lâmina de bisturi e acondicionados numa caixa de Petri ou embalagem
de papel, quando reduzidas dimensões;
o Com pedaços de tecido orgânico, não seco → embalagens de plástico/vidro e
preservados no frio sem exposição à luz.
Saliva
• Não contém DNA → transporta células da mucosa bucal que contêm DNA
• Associada a comida, copos, envelopes, etc
• Pesquisa:
o o Difícil a olho nu. Fonte de luz forense com λ 365nm, 415nm e 450nm –
amarelo-esverdeado.
o Manchas grandes/razoáveis - Ensaio preliminar de reação de coloração.
• Recolha:
o Pontas de cigarro devem ser acondicionadas e preservadas individualmente
utilizando pinças descartáveis.
o Sempre que possível recolher a saliva juntamente com o material de suporte
→ Recorte da zona do material de suporte - Material de suporte absorvente.
• Zaragatoa de algodão:
o Ligeiramente humedecida com água destilada e de seguida uma zaragatoa de
algodão seca - Impossibilidade de efetuar o transporte, material de suporte
não absorvente.
o Marcas de mordedura – zaragatoa de maneira suave e de fora para o centro.
o Beijos/lambidelas – esfregando suavemente a zaragatoa de algodão.
o Estado liquido – zaragatoa de algodão para a recolha
• Vestígios de reduzidas dimensões – recolha efetuada com recurso a fibra de algodão
(→ placas de Petri), previamente tratada, sem previa utilização em ensaios
preliminares.

Sangue (Vestígios Hemáticos)


• DNA nuclear
• Permite saber:
o Se advém da menstruação ou do corrimento nasal,
o Identificação de infeções e outras doenças,
o Presença de tóxicos e estupefacientes,
o Determinação da espécie
• As características morfológicas das machas → análise de padrões de manchas e
salpicos de sangues
• Pesquisa:
o A olho nu ou fonte de luz forense com uma forte luz branca.
o A aparência varia com a idade do sangue (cores que vão do vermelho – preto
➢ Quando a seco → fonte de luz forense a diversos λ dependendo da
sua seleção da cor do material de suporte onde o vestígio se
encontra.
• Identificação:
o o Ensaio preliminar de reação de coloração em todas as manchas.
o Teste para determinação da espécie humana (quando possibilidade de
animal).
• Aquando a convicção da possível existência se sangue, tendo o teste dado negativo →
luminol ou bluestar.
• Recolha:
o Consoante o estado físico a que se encontra e o suporte.
o Se possível seco no material de suporte.
o Superfície absorvente – recortar a zona da superfície.
o Quando o material de suporte não for absorvente → zaragatoa ligeiramente
humedecida com água destilada; ou corte de algumas fibras do material de
suporte (bancos de viaturas, sofás, cortinados)
o Reduzidas dimensões – recolha com fibra de algodão previamente
humedecida em água destilada e sem ensaios de preliminares.
o Estado líquido – zaragatoa de algodão para sua recolha.

Peças de roupa esanguentadas e húmidas:


• Dobradas numa folha de papel pardo e se necessário transportadas em sacos de
plástico abertos até ao laboratório. Depois de secas colocadas em embalagens de
papel.~
o A folha de papel serve para proteger a eventual contaminação entre vestígios
e permitir a interpretação das manchas e salpicos.

Interpretação dos padrões de machas e salpicos de sangue.

• Informação sobre os acontecimentos ocorridos durante o crime.


• Pode revelar a ordem em que cada um dos eventos teve lugar.
• Guia para a reconstrução do crime.
• O sangue → fluido não newtoniano → viscosidade, tensão da superfície e densidade
relativa.

Estudo das suas formas, tamanhos e dispersão

O sangue deixa o corpo como um liquido seguindo as leis do movimento e da gravidade:

• Movimenta-se em gotas esféricas por causa da tensão superficial.


• As moléculas do sangue são muito coesas, ou seja, atraem-se umas às outras,
apertando-se até ficarem com a menor área possível

Indicam informações importantes como :

• Tipo e velocidade da arma;


• Número de golpes;
• Destreza manual do agressor (os agressores tendem a atacar com a mão dominante
do lado oposto do corpo da vítima);
• Posição e movimentos da vítima e do agressor durante e depois do ataque;
• Quais ferimentos foram causados primeiro;
• Tipos de ferimentos;
• Há quanto tempo o crime foi cometido;
• Se a morte foi imediata ou se aconteceu depois de algum tempo
Como funciona a análise de manchas de sangue?
• O líquido cai devagar formando uma poça circular.
• O formato e o tamanho dependem da quantidade de água (densidade), da altura em
que estava o copo e da tensão da superfície:
o Sangue com menor densidade forma uma poça maior.
o O diâmetro da mancha de sangue aumenta, conforme aumenta a altura.
o Superfícies duras irá manter uma forma circular, enquanto o carpete absorve
um pouco da água e faz as margens aumentarem

Formatos de respingos
Determinar a área de convergência ou a fonte de sangue:

1. Localizar cada mancha e medir o comprimento e a largura delas


2. Dividir a largura da mancha pelo comprimento
3. Determinar o arco seno.

• Uma gota de sangue que cai perfeitamente na vertical ou com um


ângulo de 90° será redonda.
• À medida que o ângulo de impacto diminui, o pingo fica cada vez mais longo e
desenvolve uma "ponta" que indica a direção percorrida.

Quanto maior a diferença entre a largura e o comprimento, mais agudo será o ângulo
de impacto

Respingos de sangue
• Respingo de baixa velocidade → gotas de sangue pingado
o Geralmente ocorre depois de a vítima receber um golpe e não na hora em que
ela é golpeada → respingo passivo.
o Poças de sangue à volta do corpo de uma vítima e de transferências (marcas
deixadas por armas ou manchas e rastros deixados devido ao movimento)
• Respingo de média velocidade
o Pode ser causado por um objeto sem ponta, como um bastão, ou pode ocorrer
quando a pessoa é espancada ou golpeada com faca → sangue projetado.
• Respingos de alta velocidade
o Geralmente são provocados por ferimentos de bala.
o Borrifo formado por gotas pequenas, com menos de 1 mm de diâmetro

Na maioria dos casos, o respingo na parte por onde sai o tiro é bem menor do que por onde a
bala entra.

Sangue seco e coagulado


• Depende da superfície onde foi derramado, da quantidade de sangue na mancha, do
calor e da humidade na cena do crime.
• As bordas secam primeiro→ Uma mancha seca pode-se desprender do local e deixar
um círculo à volta do diâmetro original da gota
o A coagulação pode ocorrer em 15 minutos. Se algumas gotas de sangue
estiverem mais coaguladas do que as outras, isso pode indicar que múltiplos
golpes ou tiros ocorreram durante um período.
• • As manchas podem conter pedaços de tecido e osso. Indica um respingo de alto
impacto e o tipo de tecido pode ajudar a determinar a profundidade e a gravidade dos
ferimentos provocados no ataque.

Secreções nasais
• Fraca fonte de DNA
• Pesquisa:
o Lenços de assoar e tecidos
o Brilho prateado- a olha nu e com a utilização de uma fonte de luz forense com
forte luz branca
• Recolha:
o Se possível seco no material de suporte.
o Superfície absorvente – recortar a zona da superfície.
o Quando o material de suporte não for absorvente → zaragatoa ligeiramente
humedecida com água destilada; ou corte de algumas fibras do material de
suporte (bancos de viaturas, sofás, cortinados)
o Reduzidas dimensões – recolha com fibra de algodão previamente
humedecida em água destilada e sem ensaios preliminares.
o Estado liquido – zaragatoa de algodão para sua recolha

Sémen e secreções vaginais


• Associados a crimes de ofensas sexuais e psicopatias comportamentais do agressor
• Fonte de DNA
• Pesquisa:
o Difíceis/impossíveis de localizar → Não é normalmente visível a olho nu,
com aspecto variável, dependendo da “idade” e da superfície.
o Cores que variam do branco acinzentado ao amarelo/bege.
o Auxilio de luz forense com λ entre os 300nm – 530nm. A 415nm
apresentam uma cor amarelo-esverdeado.
o Ensaio preliminar de reação de coloração em todas as amostras. Se o autor
da secreção for vasectomizado ou azospérmico → resultados falsos.
o Secreções vaginais → recolher materiais de suporte.
➢ Localizados geralmente: mãos, vagina, pénis, ânus, boca, cabelo,
vestuário,roupa intima, pensos higiénicos e tampões. Roupa de
cama, bancos das viaturas, artigos de higiene, preservativos, etc
• Recolha:
o Consoante o estado físico a que se encontra e o suporte.
o Sempre que possível o vestígio deve secar no material de suporte,
assinalando-se onde foi localizado, preservando-se em embalagens de papel.
o Zaragatoa de algodão ligeiramente humedecia em água ou o corte de algumas
fibras do material de suporte.
o Superfície absorvente – recortar a zona da superfície. o Preservativos →
placas de Petri e mantidos no frio

Tecidos orgânicos
• Crimes violentos e com a utilização de armas de fogo
• Fonte de DNA nuclear → partículas ou fragmentos de pele, gordura subcutânea,
tecidos moles, músculos, cérebro/massa encefálica, pedaços de órgãos, etc
• Pesquisa:
o A olho nu e com o auxílio de uma fonte de luz forense com uma forte luz
branca. Por vezes necessária utilização de lupa.
• Recolha:
o Utilização de pinça ou espátula descartáveis, e acondicionamento num
recipiente de plástico/vidro esterilizado e preservados no frio.
o Quantidades ínfimas – utilização da lâmina de bisturi e uma caixa de Petri. O
o Tecidos orgânicos secos → embalagens de papel.
o Vestígios húmidos → recipiente de plástico/vidro esterilizado e preservados
no frio sem ação direta da luz.

Unhas /Raspado subungueal


• Crimes violentos e onde ocorram ofensas sexuais.
• Análise de DNA.
• Pesquisa:
o A olho nu e com o auxílio de uma fonte de luz forense com uma forte luz
branca. Por vezes necessário utilização de lupa.
• Recolha:
o Unhas e fragmentos de unhas:
➢ Pinças descartáveis acondicionadas numa caixa de Petri ou em
embalagens de papel.
o Raspado subungueal:
➢ o Lâmina de bisturi, sendo que o corte das unhas deve ser utilizado
uma tesoura esterilizada, acondicionando-se as recolhas numa
caixa de Petri.
➢ Uma caixa para a recolha de cada uma das mãos. o Recolha dos
dedos/unhas de cada mão com uma zaragatoa humedecida em
água destilada
o Cadáveres, aquando da autópsia:
➢ As mãos devem ser protegidas no local do crime com envelopes de
papel

Urina
• Associado a crimes de roubo, vandalismo,sequestro, etc.
• Não contém DNA → transporta células originarias da uretra.
• Identificador humano, utilizada para exames de natureza química e toxicológica.
• Pesquisa:
o o Olfato e olho nu. o Vestígio seco – fonte de luz forense com λ entre 365nm –
415nm ou 450nm. Luminescência amareloesverdeado.
o Ensaio preliminar de reação de coloração.
o Pequenas dimensões – referenciar a sua recolha e envio para análise sem
ensaio preliminar
• Recolha:
o Consoante o estado físico em que o vestígio se encontra e o material de
suporte.
o Sempre que possível o vestígio deve secar no material de suporte.
o Primeira zaragatoa de algodão ligeiramente humedecia em água e de seguida
uma zaragatoa de algodão seca.
o Superfície absorvente – recortar a zona da superfície.
o Vestígios em estado líquido – recolha com seringa ou pipeta descartáveis e
acondicionados num recipiente de plástico ou de vidro esterilizado e
conservados no frio. Sempre protegidos da humidade e da luz.

Vómito
• Associado a situações de envenenamento
• Perfil de DNA nuclear, mas também exames toxicológicos entre outros
• Recolha:
o Utilização de espátula, colher, pipeta ou seringa descartáveis, acondicionado
em recipiente de plástico/vidro esterilizado e preservado no frio se ação direta
da luz.
o Quando o suporte é transportável – transportado conjuntamente com o
referido vestígio
Vestígios de contacto / Transpiração da pele
• Não contém DNA → Células epiteliais de escamação da fricção/contacto, presentes no
suor.
• Muito vulnerável e eventuais contaminações.
• Vestígios: na roupa, calçado, luvas, chapéus, volante, manipulo das mudanças, etc.
Facas, arma de fogo, chave de fenda, etc. Na pele humana em casos de
estrangulamento.
• Pesquisa:
o Difícil de efetuar a olho nu. Fonte de luz forense com λ entre 365nm – 415nm
ou 450nm. Luminescência amarelo-esverdeado.
o Perfil de DNA a partir de impressões digitais. No caso de técnicas
lofoscópicas,todo o material deve ser novo
• Recolha:
o Peças de vestuário – recolhidas e acondicionadas em embalagens de papel e
transportadas de forma a não danificar o vestígio.
o Superfície absorvente – recortar a zona da superfície.
o Primeira zaragatoa de algodão ligeiramente humedecia em água e de seguida
uma zaragatoa de algodão seca

Vestígios Biológicos de origem animal


• Fonte de informação para efetuar a ligação entre a vítima, o autor e o local dos factos.
• Identificação da espécie e perfil de DNA.
• Quando não é possível enviar todo o vestígio para análise – recolher 3cm2 de pele
e/ou amostras de pelos devidamente acondicionados.
• As amostras de pelo deverão ser de diversas colorações e comprimentos para a
correta realização dos posteriores exames comparativos.

Colheita e Gestão de amostras biológicas para estudos


genéticos, em caso de suspeita de crime sexual
Na cena do crime
Mesmo não havendo vítimas mortais, deverá ser sempre feito o exame local

• Morte:
o Os fluidos frescos devem ser recolhidos com uma seringa ou pipeta e
transferidos para um tubo de ensaio, ou através de zaragatoas.
o Coágulos de sangue, acondicionadas em tubos de ensaio com a ajuda de uma
espátula.
o Objetos removíveis devem ser acondicionados na sua totalidade de forma
individual→ com manchas frescas - após secagem natural preservando a
integridade dos padrões de manchas durante o acondicionamento e o
transporte
Na vitima mortal
• Suspeitas de homicídio → manipular o mínimo possível durante o exame do corpo e
local.
• Colher os vestígios que possam ser destruídos durante o transporte do corpo.
• Mãos do cadáver protegidas com sacos de papel.
• Exame de hábito externo:
o Exame da roupa – acondicionadas em sacos de papel estéreis, um
para cada peça (completa), tendo o cuidado de assinalar a possível
localização do material biológico.
o Documentar o padrão das manchas e posteriormente transferir o VB,
por absorção, por zaragatoas, que devem ser secadas naturalmente.

Exame do cadáver- a orientação da vítima pode indicar onde se encontram os


vestígios
• Casos onde não é possível obter informação:
o Recolher amostras com zaragatoas nas regiões: oral, peri-vulvar, vulvar,
vaginal/himenial, fundo do saco vaginal, orifício externo do colo do útero,
perianal e anal.
o Realização de um esfregaço em lâmina para posterior observação
microscópica, preservando-se esta mesma zaragatoa, a qual deverá ser
assinalada.

Na vida não mortal


O exame deve começar pela análise:

1. Roupa
2. Faneras (unhas, pelos, cabelos)
3. Superfície corporal,
4. Cavidade oral
5. Região ano-genital

Se a roupa da vitima ainda for a mesma que usava durante a agressão sexual- despir-se em
cima de um papel de captação.

o Acondicionar o material com manchas ou preservativos em sacos de papel estéreis


• Colheita:
• Superfície cutânea, conteúdo subungueal, regiões peri-cavitárias: zaragatoas
humedecidas com água esterilizada ou soro fisiológico.
• Cavidade oral, vaginal e anal – zaragatoas secas.
• As colheitas são, sempre que possível, orientadas pelas informações que a vítima
fornece sobre os locais de contacto.
• Crianças pequenas ou pessoa com perturbação do estado – colher 2 zaragatoas nas
regiões: oral, peri-vulvar, vulvar, vaginal/himenial, fundo do saco vaginal, orifício
externo do colo do útero, perianal e anal.
• Região ano-genital: observação:

Obstáculos:
• A vítima não oferece resistência.
• Características anatómicas e fisiológicas que suportam certas práticas sexuais sem que
resultem lesões.
• O agressor não recorre a práticas fisicamente intrusivas e violentas.
• Evidências evitadas – uso de preservativo.
• Evidência destruídas – lavagens, atos fisiológicos (comer, beber, defecar ou urinar).

Colheita de amostras de referência


Amostras de pessoas vivas- sangue, células da mucosa bucal ou cabelos

• Raspado bucal deverá ser a primeira opção – 2 zaragatoas por pessoa.


• Punção venosa (2,5ml) ou punção capilar (3-4 gotas) – tubos com K3-EDTA,
devendo as manchas ser feitas em cartões apropriados.
• Cabelos arrancados – 5 a 10.
Amostras de cadáveres- sangue, músculo esquelético, ossos, dentes,unhas

• 1 ml de sangue.
• 10 g de músculo esquelético
• Ossos longos 10cm.
• 4 dentes – preferencialmente molares.
• 2 a 3 unhas inteiras com raiz.

Prevenção e controlo de contaminações


• Procedimentos extremamente rígido

Deve ser anotada toda a informação, de forma a avaliar o potencial grau de


contaminação

Cadeia de custódia – conclusões


• Colheita adequada a cada tipo de análise.
• Contentores adequados a cada tipo de amostra.
• Fechados e selados.
• Mantidos ao abrigo da luz e à temperatura adequada.
• Etiquetas com identificação inequívoca, conteúdo, proveniência, data/hora da
colheita.
Deteção de polimorfismos de DNA
Amostras humanas
Fonte de VB
• Sangue → só é necessário uma amostra muito pequena de sangue
• Sémen
• Saliva
• Urina
• Cabelo
• Dentes
• Osso
• Tecido

Sequenciação do DNA -→ Revolução na ciências forenses

Milhares de casos foram encerrados, levando à libertação de inocentes e à


punição dos culpados, graças a uma “testemunha silenciosa” deixada na vítima, no local e/ou
instrumentos do crime – o DNA

Certas regiões no DNA que contêm pequenas sequências de nucleótidos repetidas diversas
vezes

Possibilidade da identificação genética individual

• Kary Mullis (1985): Polymerase Chain Reaction (PCR) → capacidade de produzir milhões de
cópias de regiões específicas da molécula de DNA em poucas horas.

Ao fim de 30 ciclos, aproximadamente mil milhões de cópias das regiões alvo

Quantidades suficientes de fragmentos de DNA pare serem facilmente analisados.

• Mais de 99,7% do património genético da nossa espécie é igual em todos os


indivíduos.
• Os restantes cerca de 0,3% (aproximadamente 10 milhões de nucleótidos) apresentam
variações suficientes para tornar cada um de nós num ser único e irrepetível, sendo
esta “porção” de variação o objeto central das análises forenses.
O estudo das regiões variáveis do genoma

Identificação genética individual humana

As variações no DNA são exibidas sob a forma de diferentes alelos ou diversas possibilidades
para um determinado locus:

o Polimorfismos de sequência – originados por substituição de nucleótidos


numa sequência de DNA;
o Polimorfismos de tamanho – resultantes de inserções ou deleções de
nucleótidos.

A identificação genética é realizada através do estudo de marcadores genéticos:

• Variable Number of Tandem Repeats (VNTR)


• Single Nucleotide Polymorphism (SNP)
• Short Tandem Repeats (STR)
o Autossómico
o Y-STR
o mt-STR

VARIABLE NUMBER OF TANDEM REPEATS (VNTR)


• Unidades de repetição de 8-100pb, incluindo milhares de pares de bases que se utilizam
como marcadores → nº de repetições variáveis.

• Pode ser realizada por hibridação de DNA ou por técnicas de PCR.

o O mecanismo da técnica por hibridação é praticamente o mesmo que a


técnica RFLP, digestão das amostras de DNA por enzimas de restrição, e
separação dos fragmentos por electroforese. É então transferido para uma
membrana (Southern Blot) e asVNTRs são detetadas por sondas.
o A base molecular para a identificação também é a mesma que com RFLPs: a
sequência de DNA é a mesma entre diferentes indivíduos, o que nos torna
diferentes com a frequência com que essas sequências se repetem.
VNTR
Vantagem:

o São marcadores que permitem a visualização simultânea de diferentes regiões do


genoma, onde se encontrem as mesmas sequências.

Desvantagem:

o Técnica lenta que necessita de grandes quantidades de amostra para obter resultados
fiáveis.

SHORT TANDEM REPEAT (STR)


o Unidades de repetição com sequências de repetição de 2-7pb.
o Constituem uma versão reduzida dos VNTR.
o Os marcadores STR estão dispersos por todo o genoma humano (ocupando
aproximadamente 3% da totalidade deste), tanto nos autossomas como nos
cromossomas sexuais, e ocorrem, em média, a cada 10.000 nucleótidos.
o Elevado polimorfismo.

➢ O número de repetições dos marcadores STR é variável entre os indivíduos, tornando-os,


desta forma, ótimos marcadores para identificação humana.

As sequências de repetição STR podem ser denominadas de acordo com o número da


repetição que apresentam na região amplificada, sendo que um marcador de dinucleotídico
tem 2 nucleótidos repetidos e um marcador tri, tetra e pentanucleótidico tem,
respetivamente, 3, 4 e 5 nucleótidos repetido

Os mais utilizados em genética forense, sendo que desses, os mais utilizados são os
marcadores de tetranucleotídio
• O DNA satélite é usado na investigação de casos de interesse histórico, de história de
famílias, de origem e dispersão do homem, de localização de genes de susceptibilidade
para doenças, de monitorização de transplantes, bem como em perícias forenses,
designadamente em investigações de paternidade, criminalista biológica e
identificação humana.

Para o estudo de DNA degradado podem ser utilizados na prática forense, mini-STR (STR cujos
primers foram desenhados o mais próximo da região de repetição), com o objetivo de se
obterem produtos de amplificação (amplicon) mais pequenos.

De forma a facilitar a comunicação entre a comunidade Forense por todo o mundo existem
regras de Nomenclatura dos Marcadores Genéticos.

1. A leitura das sequências de DNA faz-se da extremidade 5’para a 3’.


2. Quando um determinado STR está relacionado com genes codificantes de proteínas,
essa será a cadeia utilizada como referência e o marcador terá a abreviatura da
proteína que codifica, como é o exemplo do marcador
vWA (fator de von Willebrand). Enquanto que nos outros
marcadores o critério é o da sequência descrita
primariamente na literatura, em que o número seguinte à
letra D é o número do cromossoma em que se localiza o
STR e os números seguintes à letra S são números
identificadores, como é exemplo o marcador D12S324 que
se situa no cromossoma 12 e no locus 324 descrito esse
cromossoma.
3. O número de vezes que se repete uma determinada
sequência é o número dado ao alelo em questão, por
exemplo na sequência: 5’- GG TCA TCA TCA TCA TCA GG-3’
o nome do alelo será 5

➢ Há unidades de repetição que estão incompletas:

• Ex: Alelo 9.3 no marcador TH01 → existem 9 cópias da unidade de repetição


tetranucleotídica e mais três nucleótidos.
• Microvariantes classificadas com o número de repetições completas seguidas de um
ponto decimal e do número de nucleótidos existentes de seguida
O número de vezes em que a unidade de repetição aparece repetida varia muito entre os
indivíduos

STR ferramentas eficientes para fins de identificação genética individual humana

-O desenvolvimento de sistemas de amplificação em multiplex tornou possível a genotipagem


simultânea de um grande número de STR numa só reação de PCR

A presença de DNA degradado numa amostra conduz, geralmente, à obtenção de um perfil


parcial → menor poder informativo

Para tentar recuperar o máximo de informação possível em amostras degradadas, reduz-se o


tamanho dos fragmentos de amplificação – desenhando primers que se liguem o mais próximo
possível da zona de repetição – criando aquilo que ficou conhecido como miniSTR.

STR
Vantagem:

• Determinação a partir de pequenas quantidades de amostra ou DNA.


• São (menor do que os VNTR) muito abundante em todo o genoma humano de
natureza muito polimórfica.

Desvantagem:

• Pouco eficaz e eficiente em casos de amostras muito pequenas e degradadas → picos


stutter .

SINGLE NUCLEOTIDE POLYMORPHISM (SNP)


Polimorfismo de um único nucleótido

• É uma variação na sequência de DNA que afeta uma única base


nitrogenada (ou nucleotídica) de uma sequência do genoma.
• Para ser considerado um SNP, este deve estar presente em mais de 1%
da população. Se não atingir 1%, não é considerado um SNP, mas uma
mutação pontual (muito menos frequente na população).
• Os SNPs constituem até 90% de todas as variações genómicas humanas e aparecem a
cada 1.300 bases em média ao longo do genoma humano.
• Podem estar presentes em sequências de codificação de DNA bem como em
sequências que não codificam. Quando encontrados em regiões de codificação, podem
ter mais impacto na função de uma proteína, mas, na verdade, todos os SNPs podem
ou não estar relacionados a doenças.

Os SNPs não mudam muito de uma geração para outra → fácil rastrear a sua evolução
em estudos populacionais.

SNP
Vantagem:

• Não produzem picos stutter e as suas taxas de mutação são


menores comparativamente com os marcadores STR.
• Analisadas ampliações curtas, facto que permite o estudo de
sequências de DNA muito degradadas (por idade ou exposição a
condições extremas).

Desvantagem:

• Têm menor poder de discriminação.


• Para cada STR que analisamos, precisamos de quatro SNPs para
alcançar o mesmo grau de discriminação de resultados. Isso ocorre porque os SNPs são
menos polimórficos do que os STRs

DNA autossómico
• Cada pessoa possui um perfil de DNA único (exceto gémeos idênticos).
• O DNA de cada pessoa é o mesmo em cada célula.
• O perfil de DNA de um indivíduo continua o mesmo toda a vida.
• A metade do DNA provém da mãe e outra metade do pai

Análises:

• Analisar subconjuntos de variação genética para diferenciar indivíduos.


• A digitação de DNA deve ser feita de forma eficiente e reproduzível.
• Normalmente, não se “observam” os genes - informações sobre ancestrais,
predisposição a doença ou informação fenotípica (cor dos olhos, altura, cor do cabelo)

Podemos analisar marcadores de determinados cromossomas

Cromossoma Y
O cromossoma Y, como todos os outros cromossomas, têm repetições em tandem curtas
(STRs) que podem ser usadas como marcadores.
No domínio forense é estudado por dois métodos básicos:

• Y-STR: análise fraca em termos de resolução e poder de discriminação em relação aos


resultados que podem ser obtidos pelo autossómico STR, pois só pode ser usado em amostras
masculinas.

• Y-SNP: Poder de discriminação muito pequeno, já que o número de SNPs que podem ser
analisados é relativamente limitado. No entanto, é uma análise útil em estudos de evolução
das populações humanas → compartilhada na mesma linhagem e também por sua falta de
recombinação e baixa taxa de mutação. A análise permite relacionamentos de parentesco
mesmo com várias gerações de separação

Exemplos:

• Situações de estupro - onde pode haver uma pequena quantidade de DNA masculino
(sémen) na presença de excesso de DNA da vítima feminina.
• Casos de desaparecimento - uma vez que aumenta a obtenção das possíveis amostras
de referência.
• Casos de paternidade – fácil de determinar o relacionamento paterno-filial, uma vez
que os pais passam o cromossomo Y para seus filhos inalterados (excepto se uma
mutação ocasional ocorre espontaneamente na criança).

DNA mitocondrial
• As mitocôndrias contêm uma pequena quantidade de DNA próprio, chamado DNA
mitocondrial ou mtDNA.
• É uma molécula circular que medem cerca de 16.500 pares de bases.
• Cada célula possui um número alto, embora variável, de mitocôndrias.
• Todos os filhos e filhas herdaram (geralmente) o mtDNA da mãe.
• Uma região específica de mtDNA (D-loop) é uma região hipervariável (existem
diferentes polimorfismos) em indivíduos não relacionados. Esta região possui um alto
índice de mutação, permitindo a distinção entre indivíduos não relacionados

Exemplo:
• Possibilidade de analisar restos antigos e amostras sem células nucleadas, como
cabelo, osso, dentes.
• Também é útil em caso de desaparecimento e de crianças, uma vez que a relação de
parentesco com a linha materna pode ser confirmada.

MTDNA
Vantagem:

• Centenas de mitocôndrias por célula, de modo que com uma pequena quantidade de
amostra, amostras com células anucleadas ou amostras muito degradadas, podemos
obter uma porção de DNA para análise.
• Ser de apenas de herança materna, para que possa ser usado em casos de pessoas ou
crianças desaparecidas.
Desvantagem:

• Ser de apenas de herança materna, todos os indivíduos relacionados com a mãe


apresentam o mesmo genoma mitocondrial de forma a complicar certas tarefas em
certos casos de identificação

Amostras Não Humanas:


DNA não humano

• Predador
• Vítima
• Testemunha

Elementos de prova:

- espaço temporal e circunstancial, movimentações e


procedimentos de suspeitos

Discriminação de espécies animais

Citocromo B e citocromo oxidase I

Estudo de DNA em animais


Citocromo B
• Proteína (8 α-hélices que contém os centros redox Q0 e Q1) transmembranar.
• Todos os eucariotas requerem esta classe de enzimas para a conservação de energia.
• As sequências nucleotídicas do gene do cit B, são específicas para cada espécie.
Sequenciação:
• Determinação da espécie animal:
o As sequencias são submetidas numa base de dados genéticos (Genbank)
disponível online do National Alignment for biotechnology information,
utilizando o motor de busca BLAST (Basic Local Alignment Search Toli).

Identificada a espécie e obtém-se valores de MSP – Maximum-Scoring Segment Pair.

SNPs do citocromo B
• Nakaki et al (2007):
o Minisequenciação de três posições do cit b (15028, 15271 e 15361), tem sido
bem sucedida.
o Não detetaram qualquer diferença nucleotidica dentro da mesma espécie
animal, o que assegura a reprodutibilidade dos resultados intra-espécies.
o Quantidades de DNA necessária: 0,01ng para humanos e 0,1ng para cães,
gatos.

Citocromo oxidase I
• Muito útil em entomologia forense.
o Vantagens: facilidade de isolamento, elevado número de cópias existentes na
célula e a sua sequência se manterem conservadas.
o Desvantagem: incapacidade de, por vezes, ser viável a distinção de espécies
geneticamente próximas.

Outras regiões foram estudadas para a identificação de insetos: RAPDs; 28S do rRNA; A
subunidade 5 da NADH; a região ITS2 do rRNA, Etc.
Estudo do DNA em plantas
Botânica forense
→ classificação clássica das espécies, localização do crime ou a sua
origem geográfica, assim como a época do ano em que ocorreu:

o Colheita cuidadosa, documentação e adequada preservação,


para uma posterior análise cientifica.
o Os investigadores devem saber a importância da deteção de
plantas no suspeito ou na vitima para em seguida determinar a
proveniência de certa planta.

Cannabis sativa:

• Pode permitir a ligação a um individuo com uma amostra, a plantadores, bem como
investigar redes de distribuição.

• Se a marijuana for propagada por replantação, em vez de sementeira, as plantas terão perfil
genético idêntico .

• São altamente polimórficos, específicos de um local do genoma e com capacidade para


permitir a interpretação de misturas.

• Quantidades de DNA de 1ng a 10ng.

➢Utilização → as folhas secas ao ar proporcionam resultados mais consistentes,


sendo que esta parte da planta é mais apropriada para identificações morfológicas

Estudo de DNA em microorganismos


Microbiologia Forense
✓ Caracterizam as evidências para apoiar a determinação da origem da amostra, com
vista à determinação da identidade de quem programou o ataque e dos métodos,
meios, processos e locais envolvidos.
Medidas para
possibilitar a distinção rápida entre ocorrências naturais e intencionais

Programas operacionais de microbiologia forense com vista:

✓ manuseamento das amostras,


✓ colheita,
✓ preservação,
✓ métodos de análise,
✓ interpretação dos resultados,
✓ validação
✓ garantia de qualidade

Estudo de :

✓ Microssatélites, SNPs.
✓ Técnicas de MLVA (Multi Locus VNTR Analysis)

• O facto de serem detetadas uma ou mais diferenças genéticas entre as amostras, pode
conduzir à dedução de que a amostra problema (arma) teve origem num laboratório.
• Alguns genes de bactérias (ex: Escherichia coli, Salmonella) possuem elevada taxa de
mutação, devido a mecanismos de reparação deficientes à presença de genes
mutantes, entre outros fatores.

Técnicas analíticas de ácidos nucleicos


Análise de Amostras Forenses
As principais etapas do processamento de uma amostra forense são:

• colheita/transporte/armazenamento/etiquetagem;
• extração;
• quantificação do DNA;
• amplificação dos fragmentos obtidos;
• interpretação dos resultados.

Colheita
• Zaragatoas – Técnica da dupla zaragatoa.
• Fita adesiva.
• Gaze.

Extração de DNA
• Romper as membranas celulares; Obter apenas a molécula de DNA
• Purificar o material genético;

Chelex
Vantagens:

• Rápido; Simples; Barato;


• Afinidade para os iões metálicos polivalentes;
• Sem reagentes químicos perigosos;
• Poucos tubos; ~
• Remove alguns inibidores da PCR;

Desvantagens:

• resina restante na amostra de DNA extraída pode inibir processo PCR;


• A resina quelante perde a sua capacidade após algumas horas de
suspensão.

Chelex:

• Passo inicial: eliminação de inibidores;


• Passo final: ferver a 100ºC - 8 min. → libertação do DNA e destruição
das proteínas

Resultado final: DNA de cadeia simples e de curta duração

Orgânica- Fenol Clorofórmio


Vantagens:

• Simples e barato

Desvantagens:

• Exige múltiplas centrifugações;


• Muitas trocas de tubos;
Aplicações:

• Restos mortais: ossos, dentes e tecidos orgânicos

Resultado final: DNA de elevado peso molecular e de longa duração

Extração de DNA- casos de violação


Método diferencial de lise celular (versão modificada da extração orgânica)

• Eficaz quando porções masculinas e femininas são equivalentes:


o SDS (Sodium Dodecyl Sulphate)
o Proteinase K
o DTT (diotreitol)

Quantificação do DNA

PCR multiplex:
• Tem o mesmo princípio que a reação de PCR convencional.
• Amplificação simultânea de loci STR e deteção automática dos fragmentos de DNA.

Sistema rápido, sensível e com um alto poder de discriminação

Vantagens:

• Capacidade de amplificar quantidade reduzida de DNA ou DNA degradado.


• Capacidade de amplificar várias sequências numa mesma amostra.
• Facilidade de realização dos ensaios devido à elevada e variada disponibilidade no
mercado

Desvantagens: → INIBIDORES DA PCR

• Agentes químicos: grupo heme do sangue, sais biliares, polissacáridos das fezes, ácido
húmico do solo e a ureia da urina.
• Altas concentrações de iões como o cálcio e o magnésio podem também inibir a ação
da polimerase bem como o EDTA e o SDS.
• Tinta azul das calças.

Quando não é possível a eliminação dos inibidores da PCR adiciona-se BSA (Albumina de Soro
Bovino) que funciona como local de ligação dos inibidores, competindo com o DNA e
removendo ou reduzindo a concentração dos inibidores.

Critérios de seleção dos kits comerciais:


• A localização dos cromossomas;
• A robustez e reprodutibilidade dos resultados;
• A baixa taxa de mutação;
• A formação mínima de artefactos;
• O tamanho dos alelos.

Mini-STR
• Ensaios miniplex
• Kit comercial mini STR
o Mentype® NonaplexQS (BioTypeAG) para análise de amostras LCN – 8 loci.
o AmpFℓSTR® MiniFiler™kit (AppliedBiosystems) – 9 loci.

DNA mitocondrial
Análise da sequência do mtDNA da região D-loop, quando:

o O DNA é escasso ou se encontra degradado;


o Há necessidade de efetuar comparações genéticas de familiares de linhagem materna;
o Quando é importante obter informação adicional.

SNP
Vantagens:

o Amplificação de produtos com tamanho inferior a 100 pb (p.e. cadáveres em avançado


estado de decomposição ou carbonizados)
o Taxa de mutação muito baixas

Desvantagens:
✓ Menor poder discriminatório

Comparação: VNTR, STR

Análise
• Análise de fragmentos e de sequenciações em analisadores automáticos. ❑
• Eletroforese capilar com deteção automática por fluorescência
-Exemplos:
ABI 310 e ABI 3130 xl

Análise por comparação


✓ Independentemente do tipo de perícia em causa.
✓ A prova pericial baseia-se na comparação de perfis genéticos obtidos

Eletroforese capilar
Separar os componentes amplificados de modo a obter um resultado na forma de
eletroferograma
✓ As amostras,são injectadas pelo capilar
recorrendo à aplicação de voltagem. Essa
voltagem faz com que as moléculas negativas,
nomeadamente o DNA e o marcador interno,
migrem pelo capilar, do polo negativo
(cátodo) para o polo positivo (ânodo). As
moléculas de DNA migram consoante o seu
tamanho,sendo que as moléculas maiores
migram mais lentamente que as mais
pequenas. Ao atingirem a câmara de
passagem de laser, as moléculas marcadas
com fluorocromos, são excitadas por um laser
de argon a 488nm e emitem fluorescência. Essa fluorescência é então detetada por um
aparelho acoplado a uma câmara, sendo esta informação armazenada no software de
recolha na unidade RFU (Relative Fluorescence Units).

GeneMapper™ ID

• Remove a sobreposição dos espectros e calcula o tamanho dos fragmentos


amplificados → permite analisar fragmentos de DNA que se sobrepõem em tamanho
→ marcação com fluorocromos diferentes.
• Para que seja possível detetar o tamanho dos produtos de PCR é corrido em conjunto
o marcador interno que contém fragmentos de DNA com tamanhos conhecidos e
marcados com fluorocromos.
• A atribuição de designações aos alelos dos produtos amplificados e feita através do
ladder alélico → Assim, o pico desconhecido é comparado com o ladder alélico,
processo esse que é feito a todos os picos do eletroforegrama por forma a obter um
perfil genético

Vantagens:

• A injeção, separação e deteção são completamente automatizados,


• Necessidade de pouca quantidade de amostra,
• Rapidez de separação das moléculas, possibilidade de armazenamento eletrónico do
resultado,
• A amostra de DNA não é completamente consumida, o que torna possível repetir o
ensaio caso haja algum contratempo,
• Possibilidade de análise de várias amostras simultaneamente devido ao elevado
número de capilares no aparelho

1. O eixo x indica o tamanho do fragmento em pares de base (bp - base pairs).


2. O eixo y indica representa a intensidade do sinal em relative fluorescent units (RFUs).
Picos maiores indicam um maior número de cópias do alelo do STR na amostra.
3. Os menores fragmentos no eletroferograma aparecem como um ou dois picos na cor
verde mais à esquerda. Esses picos representam a ocorrência do marcador no locus
amelogenina nos cromossomas sexuais.
4. Os grandes picos vermelhos representam padrão de tamanho, uma mistura de
fragmentos de DNA de tamanhos conhecidos, usada para calibração do equipamento.
5. As quatro diferentes cores que aparecem no eletroferograma indicam quatro
fluorocromos diferentes usados para identificar os alelos.
6. A linha de base mostra um pequeno ruído representado por linhas em todas as quatro
cores.
7. Em geral, um único pico indica homozigotia enquanto dois picos próximos entre si de
mesma cor e da mesma intensidade indicam heterozigotia
8. Algumas vezes, picos fracos aparecem próximos a picos fortes da mesma cor, sempre
à esquerda destes – stutter

Problemas:

• Degradação da amostra de DNA.


• Microvariantes - alelos com diferença de 1, 2 ou 3 nucleótidos do alelo “base”. Por
exemplo o alelo 9.3 tem mais 3 bases que o alelo 9 e menos 1 que o 10.
• Picos stutter - picos com diferença numa unidade de repetição do alelo real. São
formados por deslizamento do primer durante o processo de extensão da cadeia de
DNA na PCR.
• Adenilação incompleta - a Taq polimerase adiciona nucleótidos (normalmente
adeninas) à cadeia recentemente sintetizada. Neste caso o alelo de interesse vai ser
representado por dois picos separados entre si por um par de bases.
• Pull-ups - sombras de outros alelos com elevada expressão no eletroforegrama.
• Drop-out - não amplificação ou amplificação incorreta de um ou de ambos os alelos da
amostra.
• Necessidade de definição de um threshold no eletroferograma
• A exposição a efeitos adversos do ambiente podem degradar as amostras biológicas:
(vermes, humidade, luz solar, tempo).
• A degradação quebra o DNA aleatoriamente.
• Regiões amplificadas maiores são afetadas primeiro. Por isso, o eletroferograma
assume uma clássica forma de rampa ou 'pista de ski' (ski-slope) → os picos referentes
aos loci menores podem-se confundir com ruído

Degradação da amostra → reconhecimento apenas parcial na


comparação dos perfis genéticos das duas amostras. Se o ruído fosse
um pouco maior,seria difícil identificar até mesmo o último pico
reconhecido como autêntico.

Picos stutter - picos com diferença numa unidade de repetição do alelo real. São
formados por deslizamento do primer durante o processo de extensão da cadeia
de DNA na PCR.
Adenilação incompleta - a Taq polimerase adiciona nucleótidos
(normalmente adeninas) à cadeia recentemente sintetizada.
Neste caso o alelo de interesse vai ser representado por dois picos
separados entre si por um par de bases.

Pull-ups - sombras de outros alelos com elevada expressão no


eletroforegrama.

Drop-out - não amplificação ou amplificação incorreta de um ou de


ambos os alelos da amostra

PPT DA BASE DE DADOS NÃO RESUMINDO

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