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E-BOOK

Ciências forenses
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Ciência é conceituada pela literatura como “a
criação, descoberta, verificação, colação,
reorganização e disseminação de conhecimento
sobre as naturezas física, biológica e social”.

“a meta institucional da ciência é a ampliação dos


conhecimentos comprovados”.

O progresso da ciência é possível graças ao trabalho


da comunidade científica, que abarca o conjunto de
atividades científicas e tecnológicas que produzem
novo conhecimento ou se apóiam sobre os
conhecimentos existentes para desenvolver novas
técnicas.

A ciência, suas atividades e seus produtos são


classificados, de acordo com o campo disciplinar ou
do conhecimento, resumidamente: Ciências Exatas;
Ciências Biológicas; Engenharias; Ciência da Saúde;
Ciências Sociais Aplicadas; Linguística, Letras e Artes;
Outros (Multidisciplinar)
Ciência, crime e sociedade

O século XX foi palco de desenvolvimentos


científicos e tecnológicos que acarretaram
transformações no dia-a-dia da sociedade a uma
velocidade nunca vista antes. A tecnologia é “parte
integrante da vida do ser humano e como tal a
influencia e modifica seu modo de viver ao mesmo
tempo em que é modificada por ele.”

Naturalmente, as relações sociais também sofreram


transformações em função da ciência e da tecnologia
terem sido incorporadas ao cotidiano da vida
moderna. Por um lado, os novos conhecimentos em
Ciência e tecnologia permitiram o aumento dos tipos
e formas (e, por consequência, quantidade) de crimes.
Nos idos de 1950 quantas pessoas imaginariam que
observaríamos, no momento atual, a utilização das
Tecnologias de Informação e Comunicação como
meio para prática de crimes como o de pedofilia? Por
outro lado, o desenvolvimento exponencial que se
verificou na ciência dos últimos 100 anos forneceu
ferramentas e técnicas de uso potencial para a
investigação criminal em nossos dias.

Na mesma década de 50, seria factível supor que, a


partir de um chiclete mastigado, poderiam ser
coletadas células descamadas da mucosa da boca,
anteriormente contidas na saliva que, submetida a
análises comparativas de DNA pode levar à
identificação do autor de um crime?
Credibilidade da perícia criminal

No âmbito do sistema de segurança pública e justiça


criminal os integrantes da perícia oficial são os mais
frequentes porta-vozes da ciência. Ao
representarem-na, herdam o seu prestígio e a sua
credibilidade. Então, por essa razão, o laudo pericial
muitas vezes poderá ser a peça principal e
fundamental para condenar ou inocentar um réu,
uma base decisória que direciona a investigação
policial, o processo criminal e o julgamento.

Um dos princípios em que se fundamenta o poder


judiciário na condução do processo penal é o da
verdade real. Roland Omnès discute que a questão
do realismo parte de uma interrogação: “que nos
ensina, então, a ciência, sobre a realidade das
coisas?” expõe qual a resposta dada pelo senso
comum: “é que a ciência permite conhecer a
realidade e saber o que esta última é
verdadeiramente”.
Ciência forense é a classificação dada aos esforços de
geração e transferência de tecnologia e ciência com a
finalidade de elucidar questões relativas ao âmbito
do sistema de segurança pública e justiça criminal.
Já, perícia criminal é a busca da verdade real das
circunstâncias do crime a partir de evidências
materiais geradas pelo fato criminoso, em função de
conhecimento tecnológico e científico comprovado,
com a finalidade de fundamentar os procedimentos
legais até o julgamento.

Constituem objetos de estudo perseguidos pelos


peritos criminais, ilustrativamente: fios de cabelos;
manchas de sangue, esperma, saliva; tecidos
biológicos; fragmentos de impressões digitais, de
objetos (vidro, plástico, etc.); vestes; cartuchos;
projéteis; entre outros. Atualmente, as séries
televisivas que abordam a ciência forense têm
tornado o campo mais conhecida para a população,
assim como os vários ramos da ciência que
contribuem para ela.
Perícia Criminal: o que é?
A perícia criminal é uma atividade onde é feita a
análise de vestígios para a comprovação de crimes.

Tanto a identificação, coleta, processamento e


interpretação dos vestígios de crimes são atividades
dessa área.

Portanto, a perícia criminal é uma ciência que está


no centro da resolução de todos os tipos de crimes,
sejam os que envolvem vítimas fatais ou até mesmo
crimes relacionados ao meio ambiente, por exemplo.

Entender exatamente todas as funções atribuídas a


um perito pode ser de difícil compreensão para
algumas pessoas, já que existem muitas questões em
volta dessa profissão. Saber quais são as exigências
necessárias para atuar, como e onde atuam os
peritos, é importante para entender se essa pode ser
ou não uma profissão para você.
Resumidamente, o perito criminal é o profissional
com oficialização da polícia estadual para
investigação de evidências criminológicas e
obviamente a profissão não se resume a apenas isso.
Por isso, separamos algumas informações
importantes sobre a profissão

É responsabilidade de um perito criminal encontrar


provas que ajudem a esclarecer diversos tipos de
crimes e delitos: assassinatos, incêndios, falsificação,
tráfico de drogas e de armas, roubo, rapto, etc

Uma vez que os crimes acontecem de diversas


formas, existe um leque muito amplo de atividades
específicas para que o perito possa coletar provas e
identificar os participantes de um ato ilegal. Para
desvendar mistérios, é necessário utilizar diversas
ferramentas tecnológicas e científicas.
No Brasil, são mais de 12 mil profissionais,
altamente especializados em diversas áreas:
Ciências Contábeis ou Ciências Econômicas;
Engenharia Elétrica, Engenharia Eletrônica,
Engenharia de Redes de Comunicação ou
Engenharia de Telecomunicações; Ciências da
Computação, Engenharia da Computação,
Informática, TPD ou Sistemas de Informação;
Engenharia Agronômica; Geologia;

Engenharia Química, Química ou Química


Industrial; Engenharia Civil; Biomedicina ou
Ciências Biológicas; Engenharia Florestal; Medicina
Veterinária; Engenharia Cartográfica; Medicina;
Odontologia; Farmácia; Engenharia Mecânica ou
Engenharia Mecatrônica; Física; e Engenharia de
Minas.

O acesso na carreira se dá por meio de concurso


público, além de curso preparatório de formação.
Uma vez que se toma posse no cargo de perito
criminal, perito médio-legista ou perito odonto-
legista o investimento em treinamento e evolução
científica deve ser constante.
Perícias em Locais de Crime: Para a produção da
maioria dos laudos da perícia federal é preciso, antes
de qualquer coisa, que o local de crime seja
fotografado, analisado e feito a coleta de todos os
vestígios necessários, que, posteriormente, são
submetidos a análises em laboratório. Os peritos
criminais atendem as ocorrências em locais que
envolvam os mais diversos tipos de crimes, tais
como: incêndios, acidentes de trânsito, desastres,
crimes contra o patrimônio e pessoas, ameaças
químicas, biológicas, radiológicas e nucleares, entre
outros.
Perícias de Medicina Legal: As perícias médico-legais
são realizadas em casos de crimes contra a
integridade física da pessoa. Com o foco na
caracterização da materialidade dos delitos, cabe aos
peritos do setor a realização de exames de corpos de
pessoas vivas ou mortas ou análise de
documentação médica.

Perícias de Odontologia Forense: As perícias odonto-


legais também são realizadas em casos de crimes
contra a integridade física da pessoa. Cabe aos
peritos do setor a realização de exames de corpos de
pessoas vivas ou mortas ou análise de
documentação médica.
Perícias em Informática: Desempenha papel
fundamental na solução de crimes que utilizam
recursos informatizados. Exploração sexual de
menores na Internet e fraudes contra instituições
financeiras estão na lista dos principais casos
desvendados com a contribuição dos peritos
criminais em informática.
Perícias Documentoscópicas: Combate aos crimes
contra a fraude documental. Os peritos da área
buscam, através de exames, comparações e análises
científicas em documentos, esclarecer a
autenticidade do material recolhido, revelando os
processos e métodos utilizados nas falsificações de
papéis e assinaturas.

Perícias em Audiovisual e Eletrônicos: Grampos


telefônicos, clonagem de cartões de crédito, centrais
de telefonia clandestina, rádios piratas e provedores
de Internet ilegais são alguns dos delitos dessa área.
Os peritos realizam exames que visam identificar a
“autenticidade” de imagens estáticas, gravações em
áudio e vídeo. O objetivo é apurar se não há
montagens, trucagens, supressões e outras
alterações de caráter fraudulento.
Perícia Contábil e Financeira: Os crimes desta
natureza consistem em todo delito, sem o uso de
violência, danoso a sociedade e que tenha como
objetivo final a obtenção de lucro. Inclui as atividades
ilegais: crimes do colarinho branco, gestão
fraudulenta de instituição financeira, evasão de
divisas, manutenção de depósitos não declarados no
exterior, sonegação fiscal, crimes em licitações,
apropriação indébita de contribuição previdenciária,
corrupção (ativa e passiva), peculato, crimes contra o
mercado de capitais, crimes contra as finanças
públicas, lavagem de dinheiro, entre outros.
Perícias de Química Forense: As atribuições desta
área envolvem a análise, a caracterização e o
desenvolvimento de novas metodologias de exames
em drogas, fármacos (medicamentos), agrotóxicos,
alimentos, tintas, documentos, bebidas,
combustíveis, em diferentes formas de
apresentação.
Perícias de Engenharia: Superfaturamento de
licitações, financiamentos e contratos de obras
públicas estão entre os casos solucionados pelos
peritos de engenharia. São eles os responsáveis por
analisar se uma rede de esgoto foi toda construída, o
custo de mercado da escola no interior do estado, se
a venda de um imóvel foi abaixo do valor de
mercado ou a causa do rompimento de uma
barragem, bem como acidentes aéreos ou mesmo
obras de arte.
Perícias de Danos ao Meio Ambiente: Os peritos
desta área trabalham na realização de exames e
produção de laudos periciais em crimes que
envolvem a fauna, flora, poluição, extração mineral e
invasão de áreas protegidas.

As perícias incluem, ainda, exames em sítios


arqueológicos, fossilíferos e de patrimônio natural,
que visam caracterizar e avaliar danos ambientais
em áreas alteradas, identificar taxonomicamente
organismos vivos ou partes deles, classificar
minerais e, quando possível, valorizar
economicamente os recursos naturais.
Perícias em Genética Forense: Realizam análises de
identificação genética em humanos, animais e
vegetais. Nos exames com DNA humano, a perícia
identifica a origem do material biológico deixado no
local de crime. Em caso de exame de vínculo
genético, o objetivo, em geral, é a identificação de
restos mortais, principalmente ossadas ou corpos
carbonizados. Qualquer tipo de material biológico
humano, como sangue, sêmen, saliva, tecido
epitelial, entre outros, são passíveis de exame.
Perícias em Balística Forense: Confirmam a prova da
ocorrência de um crime, que tenha como objeto
principal uma arma de fogo. O trabalho consiste na
identificação de armas e revelação de caracteres de
registro que foram adulterados e suprimidos pelos
criminosos.
Perícias em Bombas e Explosivos: Ocorrências que
envolvem bombas em propriedades públicas e
privadas são o foco dos peritos especializados nessa
área. As equipes são responsáveis por atender a
qualquer ocorrência de ameaça de bomba, entre
outras atividades correlatas, como varreduras de
segurança, perícias de pós-explosão e o
planejamento da segurança antibomba em grandes
eventos nacionais e internacionais.

Perícias de Veículos e Objetos: Em diversas


ocorrências criminais existe a ligação direta ou
indireta com um veículo ou outro objeto e em muitas
delas, apresentam uma série de vestígios, que
demandam a atuação de peritos de diferentes áreas
para analisá-los.
A Criminalística é uma ciência que se utiliza do
conhecimento de outras ciências para poder realizar
o seu mister, qual seja, o de extrair informações de
qualquer vestígio encontrado em um local de
infração penal, que propiciem a obtenção de
conclusões acerca do fato ocorrido, reconstituindo
os gestos do agente da infração e, se possível,
identificando-o.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA
PERÍCIA CRIMINALÍSTICA

a) Princípio da Observação:

“Todo contato deixa uma marca”

Em locais de crime nem sempre é fácil a detecção de


vestígios, sem contar que em muitos casos os
próprios autores produzem alterações consideráveis
na cena, exatamente,para dificultar o trabalho do
perito. Em alguns casos, esses vestígios só podem ser
detectados através de análises microscópicas, ou,
através de aparelhos de alta precisão. Mas, é preciso
ter em mente que não pode haver uma ação que não
deixe marcas de provas. Além disso, é notória a
evolução do instrumental científico capaz de
detectar esses vestígios.
b) Princípio da Análise:

“A análise pericial deve sempre seguir o método


científico”A perícia visa traçar uma teoria ou como
aquele fato ocorreu, valendo-se dos vestígios
encontrados que permitam desenvolver conjecturas
sobre como se desenvolveu o fato, através da
formulação de hipóteses coerentes com base numa
metodologia (método científico).

c) Princípio da Interpretação:

“Princípio da Individualidade”Este princípio


preconiza a ideia de que dois objetos podem ser
difíceis de serem distinguidos, mas nunca serão
idênticos. Ou seja, a perícia tece isso nos mínimos
detalhes,tentando fazer sempre uma identificação
precisa, individualizando aquele elemento de prova.
d) Princípio da Descrição:

Os resultados dos exames periciais devem ser


descritos sempre de forma clara, racionalmente
dispostos e bem fundamentados em princípios
científicos, buscando sempre uma linguagem técnica
e juridicamente perfeita. A Perícia busca a verdade
através da leitura dos vestígios, podendo percebê-
los através dos nossos sentidos

e) Princípio da Documentação:

Este princípio é baseado na Cadeia de Custódia da


prova material, ou seja, toda amostra deve ser
cuidadosamente documentada desde o momento em
que aparece no local do crime até sua análise em
exames complementares, a fim de garantir e
estabelecer um histórico completo de sua origem, de
modo que não haja dúvidas sobre tais elementos
probatórios
Levantamentos periciais em
locais de crime
Local de crime pode ser definido, genericamente,
como sendo uma área física onde ocorreu um fato ‐
não esclarecido até então ‐ que apresente
características e/ou configurações de um delito.

Mais especificamente, local de crime é todo espaço


físico onde ocorreu a prática de infração penal.

Portanto, entende‐se como local de crime qualquer


área física, que pode ser externa, interna ou mista.

"Local de crime constitui um livro extremamente


frágil e delicado, cujas páginas por terem a
consistência de poeira, desfazem‐se, não raro, ao
simples toque de mãos imprudentes, inábeis ou
negligentes, perdendo‐se desse modo para sempre, os
dados preciosos que ocultavam à espera da argúcia
dos peritos."
O início de qualquer procedimento para o
esclarecimento de um delito será o local onde
ocorreu o crime.

Nesse sentido, é necessário que a polícia tome


conhecimento de imediato, a fim de providenciar as
necessárias investigações daqueles fatos.

Um desses procedimentos é verificar se realmente


ocorreu um crime naquele local e inteirar‐se da
existência de vestígios para que a perícia seja
acionada.

É a porção do espaço compreendida num raio que,


tendo por origem o ponto no qual é constatado o fato,
se estenda de modo a abranger todos os lugares em
que, aparente, necessária ou presumivelmente, hajam
sido praticados, pelo criminoso, ou criminosos, os
atos materiais, preliminares ou posteriores, à
consumação do delito, e com estes diretamente
relacionados
CLASSIFICAÇÃO:

1 ‐ De acordo com a natureza do crime: Ex:


Homicídio, latrocínios, Suicídio, infanticídio, Furto,
incêndio,Atropelamento, Etc.

2 ‐ De acordo com a natureza da área:

a) Local Interno: É aquele que é coberto, podendo ter


ou não sua área confinada por paredes, cuja
importância reside no fato de que os vestígios,
porventura nele existentes, ficarão protegidos contra
a ação de agentes atmosféricos (sol, chuva, vento) Ex:
residências, casas comerciais, escritórios, etc.

b) Local Externo: É aquele situado fora das habitações


e que está sujeito às influencias do tempo, podendo
acarretar alterações ou destruições às evidencias
físicas. Ex: Vias públicas, quintais, terrenos baldios,
etc.
3c)‐Relacionado:
Quanto à Preservação:
É aquele em que o fato ocorre em
dois ou mais locais, bastante distante um do outro,
podendo ser, tanto internos com externos, ou ainda,
locais em veículos cada um com seus ambientes
imediato e mediato.

Ex: Falsificação de selos, atentado terrorista,


sequestros, etc.

Cada local compreende a área do fato propriamente


dita, ou seja, aquele onde ocorreu o fato, que recebe a
denominação de "ambiente imediato", e as áreas
adjacentes, constituídas pela área intermediária entre
o local do fato e o grande ambiente exterior, que
recebe a denominação de "ambiente mediato

3 ‐ Quanto à Preservação:
a) Local Idôneo, Preservado ou Não Violado: É aquele
que não sofreu alterações, que foi devidamente
isolado e preservado, tal como foi deixado após a
consumação do fato, permitindo um completo e
eficiente exame pericial.
Pode acontecer em alguns casos, que o agente(s),
após a prática do delito, procure propositadamente
provocar alterações no aspecto geral do local, com o
intuito de prejudicar as investigações ou dar
conotação ambígua para o caso, retirando‐lhe a
originalidade.

b) Local Inidôneo, Não Preservado ou Violado: É


aquele que foi mal protegido, isolado
inadequadamente, alterado, culminando em prejuízo
par o exame pericial, uma vez que com a destruição
total ou parcial dos elementos formadores da
evidência física, esta perderá sua autenticidade.

Vestígios, indícios e evidências

São palavras que aparecem no jargão criminalístico


que, apesar de possuírem suas particularidades, nem
sempre são compreendidas.
"Esses termos são frequentemente utilizados como
sinônimos. Porém, num contexto criminalístico,
existe uma diferenciação importante em suas
semânticas formais. Enquanto o vestígio abrange, a
evidência restringe e o indício circunstância.

O Código de Processo Penal brasileiro traz que, na


presença de vestígios, o exame de corpo de delito será
indispensável sob pena de nulidade. O objetivo
primário do exame referido é a comprovação dos
elementos objetivos do tipo, essencialmente no que
diz respeito ao resultado da conduta delituosa,
através de vestígios.

Em termos periciais, o conceito de vestígio mantém a


característica abrangente do vocábulo que lhe deu
origem, podendo ser definido como todo e qualquer
sinal, marca, objeto, situação fática ou ente concreto
sensível, potencialmente relacionado a uma pessoa ou
a um evento de relevância penal, e/ou presente em
um local de crime, seja este último mediato ou
imediato, interno ou externo, direta ou indiretamente
relacionado ao fato delituoso.
O VESTÍGIO ENCAMINHA, O INDÍCIO APONTA

Vestígio verdadeiro: O vestígio verdadeiro é uma


depuração total dos elementos encontrados no local
do crime.

Somente são verdadeiros aqueles produzidos


diretamente pelos autores da infração e, ainda, que
sejam produtos diretos das ações do cometimento do
delito em si.

Vestígio ilusório: O vestígio ilusório é todo elemento


encontrado no local do crime que não esteja
relacionado às ações dos atores da infração e desde
que a sua produção não tenha ocorrido de maneira
intencional.

Vestígio forjado: Por vestígio forjado entende‐se todo


elemento encontrado no local do crime, cujo autor
teve a intenção de produzi‐lo, com o objetivo de
modificar o conjunto dos elementos originais
produzidos pelos atores da infração.
Resumindo pode‐se concluir que:

Vestígio é todo objeto ou material bruto constatado


e/ou recolhido em um local de crime para análise
posterior.

Evidência é o vestígio, que após as devidas análises,


têm constatada, técnica e cientificamente, a sua
relação com o crime.

Indícios é uma expressão utilizada no meio jurídico


que significa cada uma das informações (periciais ou
não) relacionadas com o crime

É uma ciência definida pela doutrina de diversas


formas e por vários autores diferentes. Trago aqui
para você a definição dada por Flamínio Fávero,
médico e importante estudioso da matéria que
entende a Medicina Legal como “a aplicação dos
conhecimentos médico-biológicos na elaboração e
execução das leis que deles carecem”.
“ciência e arte extrajurídica auxiliar alicerçada em
um conjunto de conhecimentos médicos,
paramédicos e biológicos destinados a defender os
direitos e os nteresses dos homens e da sociedade”.

Desse modo, evidencia-se que a Medicina Legal atua


no esclarecimento de incontáveis fatos de interesse
jurídico e, para tanto, utiliza-se da Antropologia
(estudo da forma), Traumatologia (estudo do trauma),
Asfixiologia (estudo das asfixias), Tanatologia (estudo
da morte), Sexologia (crimes sexuais), Toxicologia
(tóxicos e venenos), Infortunística (doenças
profissionais e acidentes de trabalho), Psicologia
Jurídica (psiquismo), Psiquiatria Forense (distúrbios
mentais), Genética médico-legal ou forense (herança
genética).
Desse modo, evidencia-se que a Medicina Legal atua
no esclarecimento de incontáveis fatos de interesse
jurídico e, para tanto, utiliza-se da Antropologia
(estudo da forma), Traumatologia (estudo do trauma),
Asfixiologia (estudo das asfixias), Tanatologia (estudo
da morte), Sexologia (crimes sexuais), Toxicologia
(tóxicos e venenos), Infortunística (doenças
profissionais e acidentes de trabalho), Psicologia
Jurídica (psiquismo), Psiquiatria Forense (distúrbios
mentais), Genética médico-legal ou forense (herança
genética).

A Medicina Legal nacional desfruta da admiração e


respeito do mundo, conforme ficou patenteado (1985)
na perícia de determinação da identidade, por
especialistas do IML de São Paulo e da Unicamp, do
carrasco nazista Joseph Mengele, conhecido pelos
prisioneiros de Auschwitz como o “anjo da morte”,
cuja ossada foi encontrada sepulta em Embu, São
Paulo. Na época colonial, a
Medicina Legal nacional foi decisivamente
influenciada pelos franceses e, em menor escala, pelos
italianos e alemães, sendo praticamente nula a
participação portuguesa, estando representada por
esparsos documentos médico-legais, compilados de
trabalhos referentes à Toxicologia e por “um ou outro
laudo pericial feito por leigos, mais interessantes pelo
lado pitoresco do que pelo aspecto médico
propriamente dito

A verdadeira nacionalização da nossa Medicina Legal se


deve à criação, por Raymundo Nina Rodrigues, de uma
autêntica Escola brasileira da especialidade na Bahia,
constituída, entre outros, por Alcântara Machado, Júlio
Afrânio Peixoto, Leonídio Ribeiro, Oscar Freire e Estácio
Luiz Valente de Lima, que originariamente “orientou a
diferenciação da disciplina, dos seus métodos e da sua
doutrina para as particularidades do meio judiciário, das
condições físicas, biológicas e psicológicas do ambiente”
(Gerardo Vasconcelos). E desde então se sucederam
sadiamente nas capitais brasileiras as escolas de Medicina
Legal, interessando aos juristas, advogados, delegados de
polícia, médicos, psicólogos e psiquiatras o conhecimento
dessa disciplina, tal o grau de entrosamento que ela
guarda com todos os ramos do saber.
Divisão didática da disciplina
Por interesse didático, a Medicina Legal admite uma
parte geral, na qual se estuda a Jurisprudência
Médica, ou seja, a Deontologia e a Diceologia
Médica,que ensejam aos profissionais da Medicina
conhecimentos sobre os seus deveres e direitos, e o
Código de Ética dos Advogados, e uma parte especial
que veremos a seguir.

1) Antropologia Forense. Estuda a identidade e a


identificação, seus métodos, processos e técnicas.

2) Traumatologia Forense. Trata das lesões corporais


e das energias causadoras do dano.

3) Sexologia Forense. Versa sobre a sexualidade


normal, patológica e criminosa. Analisa as sutis
questões inerentes à Erotologia, à Himenologia e à
Obstetrícia forense.
4) Asfixiologia Forense. Vê as asfixias em geral, do
ponto de vista médico e jurídico. Detalha as
particularidades próprias da esganadura, do
estrangulamento, do enforcamento, do afogamento,
do soterramento, da imersão em gases irrespiráveis
etc., nos suicídios, homicídios e acidentes.

5) Tanatologia. Preocupa-se com a morte e o morto


em todos os seus aspectos médico-legais, os
fenômenos cadavéricos, a data da morte, o
diagnóstico da morte, a morte súbita e a morte
agônica, a inumação, a exumação, a necropsia, o
embalsamento e a causa jurídica da morte.

6) Toxicologia. Estuda os cáusticos, os


envenenamentos e a intoxicação alcoólica e por
tóxicos, pelo emprego de processos laboratoriais.
Graças à sua notável evolução é, atualmente,
especialidade que empresta seu saber à Medicina
Legal
7) Psicologia Judiciária. Versa sobre os fenômenos
volitivos, afetivos e mentais inconscientes que podem
influenciar na formação, na reprodução e na
deformação do testemunho e da confissão do acusado
e da vítima. Analisa, ainda, o depoimento dos idosos e
dos menores etc.

8) Psiquiatria Forense. Estuda as doenças mentais, a


periculosidade do alienado, as socioneuropatias em
face dos problemas judiciários, a simulação, a
dissimulação, os limites e modificadores da
capacidade civil e da responsabilidade penal.

9) Policiologia científica. Visualiza os métodos


científico-médico-legais empregados pela polícia na
investigação criminal e no deslindamento de crimes.
10) Criminologia. Estuda os diferentes aspectos da
gênese e da dinâmica dos crimes.

11) Vitimologia. Trata da análise racional da


participação da vítima na eclosão e justificação das
infrações penais.

12) Infortunística. Preocupa-se com os acidentes do


trabalho, com as doenças profissionais, com a
higiene e a insalubridade laborativas

Antropologia Forense
Identidade e identificação Antropologia forense é a
aplicação prática ao Direito de um conjunto de
conhecimentos da Antropologia Geral visando
principalmente às questões relativas à identidade
médico-legal e à identidade judiciária ou policial.
A identidade é o conjunto de caracteres próprios e
exclusivos das pessoas, dos animais, das coisas e dos
objetos. É a soma de sinais, marcas e caracteres
positivos ou negativos que, no conjunto,
individualizam o ser humano ou uma coisa,
distinguindo-os dos demais. Tratando-se do ser
humano, é a identidade o conjunto de característicos
pessoais e peculiares que diferencia o indivíduo dos
outros e lhe confere uma situação temporoespacial
específica e status social único.

A identidade, por passível de simulação e de


dissimulação, reveste-se de importância tanto no foro
civil como no criminal, pois a responsabilidade
somente pode ser atribuída após prévia identificação.
Desse modo, depreende-se haver um dever e um
direito de identidade, protegendo, a identificação, os
interesses individuais e coletivos.
Ao Direito interessa, particularmente, a investigação
da identidade do homem, que se faz pela
identificação. Identificação é a determinação da
identidade, ou seja, da individualidade. É a
demarcação da individualidade. E, para fazê-la, ela se
serve de um conjunto de diligências, numa sucessão
de atos sobre o vivo, o morto, animais e coisas.
Utilizam-se comumente dois processos na
identificação: um médico e outro policial. O primeiro,
evidentemente, requer conhecimentos de Medicina e
demais ciências correlatas; o segundo, não sendo de
natureza médica, dispensa esses conhecimentos e diz
respeito à Antropometria e à Dactiloscopia.
Infortunística Acidentária

A infortunística (de infortuna, desdita, desgraça) é o


capítulo da Medicina Legal que cuida do acidente do
trabalho e da doença profissional. A matéria está
atualmente regulada pela Lei n. 8.213, de 24 de julho
de 1991 (DOU, 25-7-1991, consolidada no DOU, de 14-
8-1998), que dispõe sobre os Planos de Benefícios da
Previdência Social, e pelo Regulamento dos
Benefícios da Previdência Social (Decreto n. 3.048, de
6-5-1999, DOU, 7-5-1999).

Acidente do trabalho Acidente do trabalho é aquele


que ocorre pelo exercício do labor a serviço da
empresa, ou ainda pelo exercício do trabalho dos
segurados especiais, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte, a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade
para o trabalho, nos termos do art. 19 da Lei n.
8.213/91.
Risco profissional
Risco profissional é o perigo inerente a todo
trabalho, industrial ou rural, capaz de produzir lesão
corporal, perturbação funcional, doença ou morte do
obreiro.

O risco pode ser genérico, específico e específico


agravado.

Risco genérico é aquele que incide sobre todas as


pessoas, indistintamente, qualquer que seja a
natureza de suas comuns atividades corporais.

Risco profissional específico é aquele a que está


sujeito determinado obreiro por força do mister que
exerce.

Risco profissional específico agravado é aquele a que


está sujeito o operário, determinado pelas
peculiaridades do trabalho ou das condições em que
este é executado
Causalidade Médico-Legal do Dano
Compreende o estudo das energias que, ofendendo a
integridade física ou a saúde — quer do ponto de
vista anatômico, quer do ponto de vista fisiológico
ou mental —, ocasionam lesões corporais e morte.
São de sete ordens os grupos de energias produtoras
do dano: mecânica, física, química, físico-química,
bioquímica, biodinâmica e mista.
Energias de ordem mecânica

São as energias que, atuando mecanicamente sobre o


corpo, modificam, completa ou parcialmente, o seu
estado de repouso ou de movimento (vide n. 4.2.2.4).
São agentes dessas energias:

1) armas naturais — mãos, pés, cotovelos, joelhos,


cabeça, dentes, unhas;

2) armas propriamente ditas — armas de fogo, punhal,


soco-inglês, cassetete, pejeuzeira, peixeira, tacape,
borduna;

3) armas eventuais — navalha, lâmina de barbear,


canivete, faca, barra de ferro, balaústre, bengala,
tijolo, foice, facão de mato, podão;

4) maquinismos e peças de máquinas;

5) animais — cão, gato, leão, macaco, onça, lobo, tigre


de bengala;
6) meios diversos — quedas, explosões, precipitações.

As energias de ordem mecânica atuam por pressão,


percussão, tração, compressão, torção, sucção,
explosão, contrachoque, deslizamento e distensão.

As lesões internas ou externas podem ser produzidas


pelas energias mecânicas de forma ativa, em que o
agente vulnerante, possuído de força viva, ou “força
de choque”, cujo efeito é proporcional a seu peso e
velocidade, projeta-se contra o corpo que está parado;
passivamente, quando o corpo em movimento é
lançado contra o agente vulnerante, que está sem
movimento aparente; ou mista, quando o corpo e o
instrumento, ambos em movimento, chocam-se
mutuamente. A intensidade e a gravidade do trauma
dependem da “força de choque”, da importância da
região atingida e da maior ou menor resistência
tissular.
Energias de ordem física

São as energias capazes de modificar o estado físico


dos corpos e de provocar lesões corporais e morte,
como a temperatura, a eletricidade, a pressão
atmosférica, assim como a luz e o som.

Temperatura: Suas modalidades são: as termonoses,


as queimaduras, as oscilações de temperatura e o frio.

Oscilações de temperatura: Na dependência de


fatores predisponentes, da resistência individual e da
falta de necessária aclimatação, as elevações ou
diminuições bruscas de temperatura podem
favorecer o organismo à exposição de estados
infecciosos, assestados especialmente no aparelho
respiratório, como a broncopneumonia, a
tuberculose, e até a danos mortais.
Frio: Embora em nosso país a morte pelo frio
constitua excepcional raridade, em certas regiões,
como no Sul, onde a temperatura desce a limiares
muito baixos, o óbito pode atingir principalmente os
mendigos, os bêbados, as crianças e os velhos que
dormiram ao relento, desvalidos de amparo social,
caracterizando, a espécie, algumas vezes, o delito
previsto no art. 135 do Código Penal — omissão de
socorro.

Energias de ordem química


São as energias que, entrando em contato interno ou
externo com o organismo, são capazes de provocar
danos à saúde ou à vida, como os cáusticos,
produtores das lesões viscerais e cutâneas
denominadas vitriolagem, e os venenos.
Vitriolagem C
Hamam-se vitriolagem as lesões viscerais e cutâneas
produzidas por substâncias cáusticas (de Kaustikos, o
que queima). São substâncias cáusticas tanto os
ácidos (ácido sulfúrico ou óleo de vitríolo, que
empresta seu nome à vitriolagem, o ácido azótico ou
nítrico, o ácido clorídrico, o ácido crômico, o
hipoclorito de sódio, o permanganato de potássio, o
fenol, o fósforo branco, a água de cobre — mistura de
água, ácido sulfúrico e ácido oxálico), que atuam por
coagulação das albuminas e intensa desidratação dos
tecidos mortificados, quanto as bases cáusticas
(potassa, soda, amônia), liquefacientes que agem por
dissolução dos minerais, todas essas substâncias
determinando na pele e nas mucosas ulcerações sem
nenhuma tendência a hemorragias, em que pese
causarem queimaduras químicas ou dano progressivo
até que sejam totalmente inativadas pela reação com
os tecidos.
Venenos

Existem várias definições de veneno, o que está a


demonstrar não haver nenhuma que o faça
satisfatoriamente. Com efeito, nada mais dificultoso
do que definir veneno, pois os alimentos e os
medicamentos, em determinadas circunstâncias,
podem causar danos à saúde ou à vida. O inverso é
verdadeiro: em certas situações, dependendo da dose,
os venenos podem ser medicamentos. Poder-se-ia,
talvez, conceituar veneno como toda substância
originária dos reinos mineral, vegetal ou animal que,
independente da dose, introduzidas por qualquer via
no organismo, danificam a saúde e causam a morte.

Energias de ordem físico-química

Essa ordem é da asfixia em geral e da asfixia em


espécie: enforcamento, estrangulamento, esgana ura,
por sufocação direta ou indireta, por afogamento, por
gases irrespiráveis, ou seja, a Asfixiologia forense.
Classificação das asfixias
) Asfixias por obstrução das vias respiratórias

a) Sufocação direta: obstáculos à passagem do ar


(narina, boca, laringe)
b) Constrição cervical:
Enforcamento/Estrangulamento/Esganadura

2) Asfixias por restrição aos movimentos do tórax;

a) Compressão torácica (sufocação indireta)


b) Fraturas costais múltiplas

3) Por modificação do meio ambiente;

a) Afogamento
b) Soterramento
c) Confinamento

4) Asfixias por parada respiratória central - Paralisia


dos músculos respiratórios

a) Traumatismo crânio-encefálico ou medular


b) Drogas depressoras do SNC
ENFORCAMENTO

Interrupção do ar atmosférico até as vias


respiratórias, decorrência de um laço fixo em volta
do pescoço, agindo o peso do próprio corpo da vítima
como força ativa.

NATUREZA JURÍDICA: Mais comum em suicídios,


maspodendo ser acidental ou homicida.

ESGANADURA
Constrição do pescoço pelas mãos

-Sinais gerais similares ao das outras constrições do


pescoço

- Escoriações e marcas ungueais do agressor na pele


do pescoço

- Sempre homicida, sendo impossível suicídio ou


acidente
ENFORCAMENTO - MECANISMOS
QUANDO HÁ QUEDA LONGA (mínimo ± 1,5m de altura)
A morte em geral é decorrente da fratura da coluna
cervical.

QUANDO NÃO HÁ QUEDA LONGA (não há fratura) A


morte por enforcamento não sobrevém logo, levando
geralmente 5 a 10 minutos, como as demais formas de
asfixia.

Entretanto a perda de consciência é rápida, em cerca de


10seg
Dois mecanismos combinados, o vascular e o
respiratório resultam na morte, sendo o mais
importante o vascular quando o laço impede a chegada
e o retorno do sangue à cabeça

ESTRANGULAMENTO

Constrição do pescoço por laço acionado por força


estranha.

Quadro bastante semelhante ao encontrado nos


enforcamentos.

NATUREZA JURÍDICA: Principalmente em homicídios e


no infanticídio.

Diferenciação com o enforcamento: O sulco no pescoço


é horizontal, uniforme em toda a periferia do pescoço e
contínuo. O sulco é situado abaixo da cartilagem
tireoide.

Pode haver múltiplos sulcos (enrolamento de uma


corda),
ASFIXIAS POR MODIFICAÇÃO DO MEIO
AMBIENTE

a) AFOGAMENTO: Obstrução das vias respiratórias por


meio líquido ou semilíquido. Não é necessária
submersão total do corpo, podendo ocorrer contato do
líquido somente nos orifícios respiratórios

Afogamento - Tipos

AFOGADO AZUL: nesta o indivíduo apresenta uma


coloração cianótica, o indivíduo morre por aspiração de
um meio líquido, é o afogado verdadeiro;

AFOGADO BRANCO: nesta o indivíduo apresenta uma


coloração branca. É a morte que ocorreu dentro do meio
líquido, porém não ocorre a aspiração deste meio. A
morte ocorre por outras razões como AVC, infarto de
miocárdio, etc.
A Entomologia Forense é o estudo dos insetos e outros
artrópodes associados a diversas questões criminais.
Que podem estar associados a eventos envolvendo
suspeita de crime, com o objetivo de obter informações
que possam ser úteis para uma investigação criminal.

Essa ciência teve seu primeiro relato em um manual


chinês de Medicina Legal, no século XIII, com um caso
de homicídio, em que um lavrador foi encontrado
degolado por uma foice. Na época para tentar dar uma
resolução ao caso, todos os lavradores foram obrigados
a depositar suas foices ao ar livre, as moscas pousaram
somente em uma delas, atraídas pelos restos de sangue
do cadáver, assim foi elucidado o caso, chegando-se à
conclusão de que aquela foi a ferramenta usada para o
homicídio
Esta ciência possui três categorias distintas, sendo a
urbana, que inclui ações cíveis envolvendo a presença
de insetos em imóveis; a de produtos estocados que
trata da contaminação em grande extensão de produtos
comerciais estocados; a médico-legal que envolve a área
criminal, principalmente, com relação à morte violenta.
Esta última é a que mais tem atraído o interesse
atualmente, e torna-se bastante útil quando os métodos
da Patologia clássica são insuficientes. Entretanto, em
uma classificação mais moderna, considera outras duas
categorias: Toxicológica (relacionada com a utilização
de insetos para a detecção de drogas e toxinas
presentes em tecidos, além de verificar os efeitos destas
substâncias sobre o desenvolvimento destes insetos,
também conhecida como Entomotoxicologia) e
Ambiental (relacionada com o uso de insetos como
auxílio na apuração de crimes como biopirataria e
impacto ambiental).
Intervalo de morte (IPM)

Um cadáver constitui um sistema dinâmico que suporta


uma rica comunidade e é afetado por diversos fatores
locais. A taxa de desenvolvimento de artrópodes
necrófagos pode ser uma valiosa ferramenta para
estimar o IPM.

Essa estimativa do IPM através de dados entomológicos


só é possível se a espécie for corretamente identificada,
pois cada espécie apresenta uma biologia diferente e
erros na identificação resultam em erros na estimativa.
Além disso, cada uma das espécies pode ter seu
desenvolvimento alterado por mudanças climáticas
como temperatura e umidade

Além de estimar o IPM, o estudo dos insetos também


pode indicar se a pessoa, ainda viva, ingeriu drogas ou
outros produtos tóxicos, através do estudo toxicológico
das larvas necrófagas, podendo saber como a pessoa
morreu.
Algumas espécies de moscas, como Fannia canicularis,
também podem indicar se houve negligência no
cuidado a seres humanos, por serem fortemente
atraídas por fezes e urina.

Diversos grupos de artrópodes são atraídos por


carcaças, como moscas (Diptera), besouros (Coleoptera),
vespas (Hymenoptera), baratas (Blattaria) e ácaros.
Esses animais se alimentam, vivem e procriam no
cadáver dependendo de suas preferências quanto ao
estágio de decomposição.

Os insetos da ordem Diptera são os primeiros a


chegarem aos cadáveres, frequentemente poucos
minutos depois de decorrida a morte.

As larvas de dípteros se desenvolvem em tecido em


decomposição e são responsáveis por 90% da
degradação da massa corpórea de uma carcaça.
Os ovos e larvas depositados por esses insetos podem
ser utilizados no cálculo do IPM, sendo uma
ferramenta a mais para ajudar os peritos em
investigações.

Fanniidae está entre as principais famílias de Diptera


de interesse forense, porém ainda é uma das menos
estudadas nessa área

Os dípteros do gênero Fannia apresentam importância


médica-veterinária e forense, e há a necessidade de ter-
se o conhecimento acerca da biologia de suas espécies
para que se torne possível conseguir um controle
melhor sobre aqueles que são vetores. Dentre as
espécies do 4 gênero Fannia pouco é encontrado a
respeito da biologia, sendo a maioria das espécies
estudada apenas para fins taxonômicos.
Esse material orgânico em decomposição é utilizado
como alimento e substrato para oviposição e
larviposição por espécies de dípteros muscoides.
Alguns dos integrantes dessa ordem são vetores dos
ovos de Dermatobia hominis Linnaeus Jr., que causam
miíases, e veiculadores de microrganismos patogênicos
(como vírus, bactérias, cistos de protozoários e ovos de
helmintos) para o homem e animais domésticos.
Espécies do gênero Fannia Robineau-Desvoidy, 1830
são causadoras de miíases facultativas no trato
digestivo e vias urinárias no homem.

A entomofauna encontrada no cadáver, se analisada,


pode dar algumas importantes informações sobre:

a) identidade do morto: que pode ser feita com a


obtenção do sangue e dos ecidos do cadáver e posterior
análise de dna para identificação;
c) ligação do suspeito com a cena do crime: alguns
objetos ou pertences do suspeito podem ser
encontrados no local e, também, algo que ele possa ter
utilizado para cometer o crime;

d) movimentação do corpo: como a diversidade de


insetos necrófagos é grande até mesmo dentro de uma
mesma região (cidade), pode-se deduzir se o corpo foi
movimentado, coletando e identificando os insetos
adultos, comparando-os com os que ainda estão
imaturos;

e) uso de toxinas ou drogas: as toxinas ou drogas que


estiverem presentes no corpo em decomposição
causam mudanças no desenvolvimento dos estágios da
vida dos insetos que se alimentam da matéria orgânica;
essas substâncias também podem ser identificadas no
organismo do inseto;
f) determinação do intervalo pós-morte (ipm): com a
análise dos hábitos e da biologia dos insetos associados
ao cadáver em decomposição pode-se estimar e
determinar o intervalo pós-morte, o tempo passado
entre a morte do indivíduo e o momento em que o
corpo foi encontrado

Entre as várias espécies de insetos que estão envolvidas


com a decomposição do corpo, podemos mencionar as
que possivelmente já habitavam o corpo antes do
falecimento, que são as pulgas e piolhos, as espécies
necrófagas em que as moscas têm maior ênfase, às
espécies que predam os outros indivíduos que estão se
alimentando da matéria orgânica, que são os besouros,
os onívoros, que se alimentam tanto da matéria
orgânica quanto dos insetos que estão no local, como as
vespas, e, por fim, as espécies que somente estão de
passagem e aproveitam a umidade e o calor do local,
porém não têm contribuição na decomposição do
cadáve
Fauna cadavérica
Calendário tanatológico
E-book oferecido pelo
Centro Educacional Sete de Setembro
"Ciências Forenses".

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