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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

PONTA GROSSA – PR
2017
2

Química Forense

1. Introdução:

Nas últimas décadas, o uso do conhecimento científico como ferramenta não ape-
nas coadjuvante, porém muitas vezes decisiva, na elucidação de crimes, tem se intensifi-
cado. Assim, a chamada Ciência Forense estabeleceu-se de forma definitiva. Nela, a
[1]
Química Forense (QF) tem um papel de grande destaque.

Dessa forma, a ciência forense é uma área interdisciplinar que envolve física, bio-
logia, química, matemática e várias outras ciências de fronteira, com o objetivo de dar su-
porte as investigações relativas à justiça civil e criminal. [2]

Sendo assim, como o próprio nome indica, a química forense é a utilização ou apli-
cação dos conhecimentos da ciência química aos problemas de natureza forense. Segun-
do Zarzuela (1995), denomina-se Química Forense o ramo da Química que se ocupa da
investigação forense no campo da química especializada, a fim de atender aspectos de
interesse judiciário. [3]

Recentemente o público começou a se dar conta da importância da ciência no des-


vendamento de crimes, talvez pelo fato da grande proliferação de programas de televisão,
documentários e ficção científica. Assim, pode-se citar a série americana CSI (sigla refe-
rente à Crime Scene Investigation), a qual foi considerada uma das motivadoras do de-
nominado ‘efeito CSI’ – uma espécie de influência que alguns estudiosos atribuem a de-
terminadas decisões dos jurados perante a insuficiência de provas científicas, algo que,
na ficção, não acontece. [2]

Farias (2008) em seu livro Introdução à Química Forense, concorda e afirma que o
perito forense precisa ser um “super-químico”, pois além dos conhecimentos das subá-
reas da química e noções de outras disciplinas, deverá ter a segurança para decidir se as
análises efetuadas serão suficientes para obter um resultado satisfatório. Ou seja, é o
químico que determina o que vai ser analisado e de que maneira o fará. De acordo com o
autor, cabe o perito a identificação, coleta e análises dos vestígios presentes no local do
crime, sendo, portanto de fundamental importância sua atuação, visto que, em frequência,
a presença ou ausência de uma determinada prova material pode ser a diferença entre
[3]
resolver ou não um caso, prender ou não um criminoso.
3

Os peritos especializados em Química Forense, quando se deparam com uma in-


vestigação policial, trabalham primeiro no sentido de confirmar e descartar suspeitos. As
técnicas empregadas permitem que seja possível identificar, com relativa precisão, se
uma pessoa, por exemplo, esteve ou não na cena do crime a partir de uma simples im-
pressão digital, deixada em algum lugar, ou então um fio de cabelo encontrado no local do
crime. Hoje em dia, pode-se realizar a identificação humana através de técnicas de DNA
presentes na amostra. (CHEMELLO, 2006)

Contudo, diversos trabalhos têm mostrado a importância da Química na elucidação


de crimes. Neste contexto, Oliveira (2006) através de procedimentos experimentais reali-
zados nos laboratórios de Química Forense, estudou as reações químicas empregadas
nas análises de disparos de arma de fogo e na identificação de adulterações em veículos.
Através desse trabalho foi possível concluir que as reações químicas constituem impor-
tantes ferramentas utilizadas no campo das ciências forenses, na elucidação de crimes.
Além disso, os exames reportados constituem reações colorimétricas simples e soluções
de fácil preparo, permitindo assim facilidade de reprodução. [3]

2. Histórico:

"A Química Forense pode ser definida como a química aplicada à solução de de-
terminados problemas que surgem em conexão com a administração da justiça. É a quí-
mica exercida no serviço da lei" (LUCAS, 1921)

A palavra forense vem do latim forensis, que significa público, ao fórum ou à dis-
cussão pública. Portanto, ciência forense é a ciência utilizada em um sistema judiciário,
para finalidades da lei. O trabalho de um químico forense é encontrar pistas, rastros e
vestígios e determinar os seus significados. Algumas das análises realizadas pelos profis-
sionais dessa área são voltadas à identificação e constituição dos elementos como: análi-
ses de disparos de armas de fogo, identificação de adulterações em veículos, revelação
de impressões digitais, identificação de sangue em locais de crime, constatação de subs-
tâncias entorpecentes e várias outras apreciações que contribuem fortemente para solu-
cionar os crimes.

A utilização da prática forense na investigação criminal é muito antiga e relatos da


literatura indicam que Demócrito foi provavelmente o primeiro químico a relatar suas des-
cobertas. Na Roma antiga a forma mais usual de cometer assassinatos ou suicídios era
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através do uso de substâncias tóxicas, como o arsênico ou através de venenos como os


de escorpiões, substâncias proibidas na época.

No século XIII, foi publicado na China um livro com explicações de como realizar o
reconhecimento de sinais de afogamento e estrangulamento, e explicações de como feri-
das podiam revelar o tipo e o tamanho da arma utilizada no crime. Esse foi o primeiro livro
relacionado com a prática forense.

Na atualidade, o primeiro registro que se tem notícia do uso da química forense, foi
em um caso ocorrido em 1850, na Bélgica. Suspeitava-se que a vítima havia sido enve-
nenada, porém a polícia necessitava de provas concretas para constatar o envenenamen-
to para isso solicitou a ajuda do químico francês Jean Stas. Stas conseguiu desenvolver
um método para detectar o veneno nos tecidos do cadáver, o que levou a condenação do
assassino.

O progresso da Química Forense iniciou-se mesmo no século XIX. Em 1863, o


químico Christian Friedrich Schönbein (1799–1868) descobriu o primeiro método confiável
para a identificação de sangue humano. Schönbein expôs que ao adicionar peróxido de
hidrogênio em manchas de sangue, o local era tomado por uma espécie de espuma. Essa
descoberta permitiu um avanço considerável na época, pois havia muita dúvida na identi-
ficação de manchas já quando secas, pois vários tipos apresentavam o mesmo padrão
das de sangue. Edmond Locard, conhecido como Sherlock Holmes da França, foi um dos
pioneiros da Química Forense, e formulou o princípio básico dessa ciência: "Todo contato
deixa uma marca".

Mathieu Joseph Bonaventure Orfila, considerado o pai da toxicologia forense, des-


cobriu o envenenamento de Marie LaFarge por arsênico – um dos primeiros casos em
que a ciência moderna produziu objetivos claros e provas incontestáveis de assassinato.

Toxicologia: estuda a composição química e os efeitos das substâncias tóxicas e


dos venenos, bem como o diagnóstico e o tratamento das intoxicações e envenenamen-
tos.

Sir Alec Jefreys, é o "pai" da tipagem de DNA moderno, usado na ciência forense e
também nos casos de paternidade.
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Dr. Calvin Goddard, outro pioneiro da ciência forense, é responsável pelas primei-
ras análises de disparos de armas de fogo – Balística Forense – Utilizava o microscópio
de comparação para descobrir de qual arma a bala foi disparada.

O avanço tecnológico da ciência, em especial o aprimoramento das técnicas analí-


ticas, permitiu o desenvolvimento dos equipamentos, métodos e técnicas que são funda-
mentais à Química Forense.

3. Papiloscopia:

Como cada ser humano tem um conjunto único de impressões digitais, sua identifi-
cação é muito importante para elucidar casos forenses no âmbito criminal, civil ou traba-
lhista. Como a superfície dos dedos estão sempre em contato com substâncias químicas
excretadas pelo corpo ou de via externa, as marcas das digitais ficam facilmente aderidas
ao longo de uma superfície, de modo a se obter um molde fiel dos sulcos existentes em
nossos dedos. Estes desenhos podem ser revelados a partir do uso de outras substâncias
químicas reveladoras, sendo estes por processos físicos ou químicos.

As impressões digitais são chamadas de vestígios latentes, ou seja, em cenas de


crimes ou algo associado, não são visíveis a olho nu. A presença de impressões digitais
de uma determinada pessoa em local de crime, por exemplo, pode ser utilizada para pro-
var a autoria do crime ou inserir esta pessoa como testemunha no contexto do crime.

Os sulcos presentes nas impressões digitais formam imagens específicas, que po-
dem ser enquadradas em quatro tipos de formatos: arco, presilha interna, presilha externa
e verticilo. As impressões que apresentam formações triangulares chamadas de “deltas”
podem ser do tipo presilha interna ou externa, enquanto que as que não apresentam esta
formação podem ser do tipo arco ou verticilo.

Figura 1: Exemplos dos tipos de impressões digitais possíveis (Arco, presilha interna, Presilha externa e
verticilo).

FONTE:
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Apesar de poderem ser dividas em apenas quatro tipos de digitais, cada impressão
digital tem suas peculiaridades e são estas que fazem com que cada ser humano tenha
uma impressão única. Estas peculiaridades são conhecidas como pontos característicos,
que acabam produzindo que figuras que lembram pontos, bifurcações, ilhas, entre outros.
No Brasil, a legislação exige que haja a coincidência de, no mínimo, 12 pontos idênticos e
na mesma localização, além de ter que ter a mesma nomenclatura e não haver nenhum
ponto discrepante, para confirmar a identidade.

Figura 2: Representação de alguns pontos característicos que diferenciam impressões digitais

FONTE:

Os métodos para a coleta de impressões digitais podem ser físicos ou químicos.


Os métodos físicos consistem, principalmente, na borrifação ou aplicação de pó colorido
sobre a superfície na qual se deseja realizar a pesquisa por impressões digitais. Existem
diversos tipos de substâncias que podem ser utilizada deste modo contanto que apresen-
te baixa granulometria, estabilidade química e bom contraste cem relação à superfície
analisada. A aplicação do pó é feita a partir do uso de pincéis especiais, espalhando-o
pela superfície.

Como as impressões digitais são constituídas, principalmente, de água e fluídos


biológicos, elas são chamadas de vestígios temporários, que podem ser perdidas com o
tempo. Então, após a revelação da impressão, há a sua coleta. A coleta é feita pela apli-
cação de uma fita adesiva transparente e sua subsequente transferência para lâminas
transparentes de microscópio. Desta maneira o vestígio, ou seja, a impressão digital se
torna “imortal” e pode ser analisado a qualquer momento sem perder suas propriedades
morfológicas.

Deve-se saber que a técnica do pó não é sensível a impressões digitais que são
sejam recentes, já que o principal composto responsável pela aderência do pó é a água e
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com o tempo, esta está presente em menores quantidades dificultando a aderência do pó


e, consequentemente, a revelação da digital.

Em relação aos principais pós e suas composições químicas temos:

 Pó de óxido de ferro: óxido de ferro (50%), resina (25%) e negro-de-fumo (25%);


 Pó de dióxido de manganês: dióxido de manganês (45%), óxido de ferro (25%),
negro de fumo (25%) e resina (5%);
 Pó de titânio: dióxido de titânio (60%), talco (20%) e caulim (20%);
 Pó carbonato de chumbo: carbonato de chumbo (80%), goma arábica (15%),
alumínio (3%) e negro-de-fumo (2%);
 Pó fluorescente: antraceno finamente pulverizado;
 Pós metálicos: usualmente uma mistura de metais e óxidos metálicos. Pó pratea-
do (flocos de alumínio, pós de quartizo), pó dourado (flocos de bronze, pós de
quartzo).
 Pós magnéticos: uteis para revelação de impressões em superfícies como plásti-
co e pele humana.

A técnica do pó tem como principais vantagens seu baixo custo e sua simplicidade
de aplicação. Contudo, os compostos químicos presentes no pó podem interferir com ou-
tros exames periciais, logo, deve-se considerar todos os aspectos envolvidos antes de
sua utilização.

O método do pó é mais indicado pra superfícies sólidas lisas, limpas e polidas, para
que se possa aplicar, posteriormente, a fita adesiva. Materiais finos, como folhas plásticas
e de papel, que podem sofrer ruptura de suas estruturas quando se aplica a fita não se
enquadram no tipo de material em que se pode aplicar o pó. Para estes tipos de superfí-
cies recomenda-se a utilização de métodos químicos.

A aplicação da substância química se dá por via gasosa ou solução líquida, neste


tipo de aplicação os vapores do agente revelador reagem com as substâncias presentes
na impressão digital, produzindo um contraste suficiente para sua visualização. Nestes
casos, a coleta da impressão digital dá-se por fotografia ou por digitalização da superfície,
assim produzindo a “imortalização” da prova. A seguir são apresentadas algumas destas
substâncias, bem como os procedimentos experimentais para sua utilização.

A ninidrina apresenta boa reatividade com aminoácidos, esta substância tem sido
utilizada com frequência para revelar digitais. O reagente, inicialmente incolor, ao entrar
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em contato com os aminoácidos, produz uma coloração rosada, sendo indicado para su-
perfícies claras e porosas, como papéis, gesso, madeiras e documentos.

Figura 3: Reação da ninidrina na presença de aminoácidos.

FONTE:

Cristais de iodo também podem ser empregados para revelação de impressões


digitais. Como o iodo sublima em condições ambientes de pressão e temperatura, e, tam-
bém, possui afinidade por traços de gordura presentes nas impressões digitais. Desta
maneira é possível processar rapidamente sua revelação em papéis, plásticos e outros
objetos de pequeno porte.

O procedimento consiste em colocar os objetos a serem analisados dentro de uma


câmara de revelação que é onde será inserido o vapor de iodo. O iodo se depositará so-
bre a gordura presente nas impressões, produzindo uma coloração que varia entre bege e
marrom-escuro. Para fins de contraste utiliza-se este revelador em peças de cor clara pa-
ra que possa ser fotografada ou digitalizada. Este procedimento pode ser realizado várias
vezes sem danificar a impressão, já que quando deixado ao ambiente o iodo volta a eva-
porar.

O vapor de cianoacrilato quando em contato com a água presente nas impressões


digitais produzem um precipitado de cor branca, correspondente à polimerização do cia-
noacrilato. Esses vapores podem ser produzidos em cubas de revelação, mediante leve
aquecimento da alíquota de supercola. Este revelador é indicado para objetos de colora-
ção escura. Para utilizar o cianoacrilato deve-se tomar cuidados com o ponto de ebulição
do mesmo, entre 60 e 65 °C, pois um superaquecimento pode levar a formação de ácido
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cianídrico, um composto altamente tóxico. A figura abaixo demonstra como é a polimeri-


zação do cianoacrilato.

Figura 4: Reação de polimerização do cianocrilato.

FONTE:

Com o uso da imaginação e conhecendo as características físico-químicas das


substâncias, o químico forense é capaz de propor novos reveladores, se for o caso.

Identificação de Digitais a partir de Iodo

Materiais (por grupo):

 Iodo Sólido
 Papel Sulfite
 Bico de Bunsen
 Vidros de Relógio
 Béqueres

Método (ou como fazer)

1. Colocar as digitais nas folhas de papel sulfite e após isso utilizar luvas descartáveis
para a manipulação dos materiais.
2. Despejar alguns cristais de iodo sólido no béquer e, em seguida, colocar o papel
sulfite no mesmo e tampar com o vidro de relógio.
3. Aquecer o béquer no bico de Bunsen para a revelação das impressões digitais.

Identificação de Digitais utilizando carvão como revelador

Materiais (por grupo):

 Pó de carvão
 Papel Sulfite
 Pincel
 Fita adesiva
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 Almofariz e pistilo

Método (ou como fazer)

1. Colocar as digitais nas superfícies aonde se deseja retirá-las e após isso utilizar
luvas descartáveis para a manipulação dos materiais.
2. Passar o pó de carvão nas superfícies com um pincel.
3. Com a fita adesiva, retirar cuidadosamente a impressão dos objetos.
4. Colocar a fita no papel sulfite para facilitar a visualização.

4. Identificação de amostra com Sangue:

Com o passar do tempo e a evolução da tecnologia, está a cada dia mais difícil pa-
ra um criminoso esconder vestígios da polícia. Em quase todo local de crime contra a
pessoa como homicídio, infanticídio, aborto, lesão corporal, maus-tratos e acidentes de
um modo geral, diante de tais vestígios, é possível extrair muitas informações, as quais
serão decisivas para a investigação policial, como a compatibilidade entre volume sanguí-
neo e o ferimento, a dinâmica do fato, a dosagem de algumas drogas, a identificação da
vítima e/ou suspeito.

Mesmo que o assassino lave cuidadosamente o local do crime ou que tenha se


passado até seis anos, é possível identificar os mínimos vestígios de sangue em pratica-
mente qualquer tipo de superfície, mesmo as lisas como os azulejos.

No local do crime, as informações devem ser extraídas rapidamente, com a maior


probabilidade de elucidar o caso. Quando uma mancha de sangue é encontrada, ela pas-
sa por testes muito sensíveis, porém nem tanto específicos, chamado de teste de presun-
ção, que é capaz de determinar se a mancha é de sangue ou não.

O teste presuntivo é baseado na ideia de spot test criada por Fritz Feigl, utilizado
em locais de crime para a identificação da mancha de hematóide. Que aplica-se a rea-
ções químicas sensíveis e seletivas, com manipulações de pequenos volumes da subs-
tância desconhecida e também dos reagentes. A olho nu, se o teste der positivo é identifi-
cado pela mudança de cor causada.

O sangue é composto basicamente de células vermelhas (hemácias), células bran-


cas (leucócitos) e do plasma. As hemácias têm uma função de transporte de gases, como
oxigênio pelo organismo, como nas trocas gasosas, sendo ela uma molécula proteica que
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dá a origem de sua cor: a hemoglobina. Essa molécula é composta por quatro subunida-
des polipeptídicas, cada uma das quais contendo um grupo heme que apresenta um áto-
mo de ferro.

Desde o século XIX, sabe-se que a hemoglobina possui atividade catalítica típica
de uma peroxidase. Com base nesse comportamento catalítico, alguns testes presuntivos
para constatação de sangue foram propostos.Trata-se do teste que utiliza um reagente
denominado Kastle-Meyer.

A preparação da solução é possível: REAGENTE DE KASTLE-MEYER

Tabela 1: Materiais e reagentes necessários para a preparação da solução do Reagente de Kastle-Meyer.


MATERIAIS REAGENTES

Pipetas
0,1 g Fenolftaleína

Cotonetes
2,0 g Hidróxido de sódio

Béquer
2,0 g Zinco metálico em pó

Espátulas
10 mL Água destilada

Amostra

O reagente de Kastle-Meyer é constituído por uma mistura de substâncias. Com


proporção de 0,1 g de fenolftaleína, 2,0 g de hidróxido de sódio, 2,0 g de pó de zinco me-
tálico e 10 mL de água destilada.

1- Umedecer a mancha, (amostra) com 1 mL de água destilada;


2- Retirar a amostra com um cotonete;
3- Adicionar sobre o cotonete, duas gotas do reagente de Kastle Meyer;
4- Adicionar à amostra, sobre o cotonete, duas gotas de peróxido de hidrogênio a 5%;

A explicação por trás desse método, que ao adicionar água oxigenada (peróxido de
hidrogênio), a atividade catalítica das moléculas de hemoglobina entra em ação e decom-
põe o peróxido em água e gás oxigênio, como na figura:
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Figura 5: Representação das reações relacionadas ao preparo do reagente de KastleMeyer e à uti-


lização do reagente em ensaios de orientação para a presença de sangue.

FONTE:

Esse último reage com a fenolftaleína, transformando-a em sua forma oxigenada


(vermelha).

Mesmo o resultado sendo positivo para o teste, ainda que seja realmente sangue,
não significa ser necessariamente sangue humano. Todos os vertebrados e até poucos
invertebrados possuem hemoglobina, portanto qualquer desses organismos resultaria na
cor avermelhada. Existem outros testes bioquímicos que são específicos para a compro-
vação de sangue humano, sendo mais elaborados e feitos em laboratórios.

5. Identificação de adulterações em veículos furtados:

Os veículos envolvidos em episódios de furto ou roubo (automóveis, motocicletas,


caminhões etc.) apresentam comumente duas opções de destino:

1) Desmanche ilegal e subsequente comercialização de peças;


2) Remarcação de seus sinais de identificação (placas, numeração de chassi, de
motor etc.) para utilização dos mesmos como clones.

Considerando-se o fato de que as numerações de chassi e motor apresentam-se


gravadas para a maioria dos modelos nacionais em baixo relevo nas superfícies metálicas
dos automóveis, por cunhagem a frio (salvo os casos em que estas se apresentam na
forma de plaquetas metálicas afixadas por rebites), constitui-se como um tipo muito co-
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mum de adulteração a remoção da numeração original da peça, mediante desgaste me-


cânico e polimento, e subsequente aplicação de nova numeração por punção, obviamente
diferente da original.

O processo de gravação dos caracteres originais dos veículos, produzidos ainda na


linha de montagem, produz uma compactação diferenciada na região da estrutura cristali-
na abaixo e adjacente aos referidos caracteres. Após a remoção da numeração original
por desgaste mecânico do tipo lixa, tais imperfeições produzidas na estrutura cristalina da
peça metálica, decorrentes da gravação original, permanecem na mesma, porem são in-
visíveis à vista desarmada.

Neste caso, a identificação da presença de sinais de adulteração pode ser feita


realizando-se um ataque químico na referida superfície metálica, utilizando agentes reve-
ladores apropriados (Figura 6). Um reagente amplamente empregado no estudo de reve-
lações de numerações em chassi constitui-se de uma solução aquosa alcalina de hexaci-
anoferrato de potássio, denominado reagente de Murikami. Nessas condições, a aplica-
ção da referida solução à superfície metálica adulterada possibilita a revelação da nume-
ração original previamente removida.

Figura 6: A adulteração na numeração original de uma peça de automóvel pode ser constatada
com o uso de agentes reveladores

FONTE:

A explicação para o contraste visual observado consiste na diferença de reativida-


de dos sítios da referida superfície metálica, sendo observada uma maior velocidade de
reação (no caso, precipitação de hexacianoferrato de ferro III, ou Azul da Prússia) na re-
gião da numeração original removida.

2Fe0 + 3O2 → Fe2O3

2K3[Fe(CN)6] + Fe2O3 → 2Fe[Fe(CN)6]


Solução alaranjada Precipitado azul intenso

Por se tratar de um exame destrutivo, em decorrência do processo de corrosão


empregado na referida superfície, as revelações de caracteres originais presentes nas
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superfícies metálicas estudadas apresentam-se visíveis por um intervalo de tempo limita-


do, devendo ser prontamente fotografadas.

6. Balística:

Na química forense, a balística estuda o movimento dos projéteis: a trajetória,


impacto, marcas, explosão, entre outras. Utilizando um microscópio balístico, o perito
busca as coincidências de marcas nos projéteis e nas cápsulas, visando identificar a arma
que os tenha disparado, procurando a interpretação da trajetória e a distância do disparo.

Subdivide-se em quatro sessões principais:

Balística Interna: estuda os fenômenos que ocorrem dentro do cano de uma arma de
fogo durante o seu disparo, ou seja, estuda as variações de pressão dentro do cano, as
acelerações sofridas pelos projéteis, a vibração do cano, etc.

Balística Intermédiaria ou de Transição: estudo dos fenômenos sobre os projéteis,


desde o momento em que saem do cano da arma, até o momento em que deixam de
estar influenciados pelos gases remanescentes à boca da arma.

Balística Externa: estudo das forças que atuam nos projéteis correspondentes aos
movimentos destes durante a sua travessia na atmosfera, desde que ficaram livres das
influências dos gases do propulsantes, até aos choques com os seus alvos.

Balística Terminal: é o estudo da interação entre os vários gêneros de projéteis e os


seus alvos.

A arma de fogo é, em essência, uma máquina térmica. Sua utilização independe da


força física (exceto a força relacionada com o pressionamento do gatilho) e, como não
poderia deixar de ser, baseia-se nos princípios da termodinâmica.

O disparo de uma arma de fogo produz vestígios, os quais são expelidos pela
expansão gasosa oriunda da combustão da carga explosiva - 75% de Salitre, 15% de
carvão e 10% de enxofre. O principal componente, o Salitre - ou Nitrato de Sódio
(NaNO3), possui alto poder de combustão e explosão.

Durante o disparo, esses gases são expelidos também para a região posterior da
arma, depositando resíduos na mão do atirador, parte desse material se solidifica na
forma de material particulado pelo choque térmico, formando o que é conhecido como
resíduo de tiro ou GSR (gunshot residues). A análise química de chumbo consiste na
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coleta prévia de amostra das mãos do suspeito, mediante aplicação de tiras de fita
adesiva do tipo esparadrapo nas mesmas e subsequente imobilização dessas tiras em
superfície de papel de filtro.

Os resíduos de tiro são compostos especialmente por elementos derivados da


deflagração da espoleta (chumbo, bário e antimônio, Pb/Ba/Sb), além de pólvora
parcialmente fundida - elementos do cano e do próprio projétil, que se depositam no
atirador (especialmente nas mãos, rosto e roupas), vestígios de chumbo na mão do
atirador podem ser revelados com solução ácida de rodizonato de sódio. A presença dos
GSR na vítima normalmente está restrita a regiões próximas ao orifício de entrada,
embora em disparos a curta distância, possam se depositar em outras regiões. A
detecção desses resíduos pode colocar o suspeito no local de crime.

A identificação dos elementos Pb/Ba/Sb, simultaneamente, em uma partícula de


morfologia esférica, é a única prova inquestionável de que uma pessoa pode ter
produzido um tiro, ou ter estado ao lado de quem produziu, ou ainda, ter manuseado uma
arma de fogo. Atualmente, a análise dos GSR inorgânicos (análise morfológica de
partículas contendo simultâneamente Pb/Sb/Ba) é feita por microscopia eletrônica de
varredura com detector de energia de dispersão de raios X.

7. Fluídos Corporais

Sêmen:

O sêmen fluido orgânico produzido pelos machos de muitas espécies de animais


para transportar os espermatozoides até o local de fertilização na fêmea. Este fluído
transporta entre 60 e 300 milhões de espermatozóides (segundo a duração da abstinência
prévia). Para fertilizar o óvulo é necessário, em média, que o esperma contenha mais de
20 milhões de espermas por ml. O pH normal do sêmen é levemente básico (entre 7,2 e
7,8 – caso seja maior que 7,8, indica infecção urinária)

Os componentes e contribuições do sêmen são os seguintes:

 Testículos: De 2 a 5% do líquido total. Aproximadamente 200 a 500 milhões de es-


permatozoides, produzidos nos testículos, são lançados pela ejaculação.
 Vesícula Seminal: De 65 a 75% de todo o sêmen. O líquido produzido contem ami-
noácidos, citrato, enzimas, flavonas, frutose (a principal fonte de energia para as
células espermáticas, que dependem exclusivamente de açúcares do plasma se-
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minal para energia), fosforilcolina, prostaglandinas (um dos principais componentes


que enriquece o sêmen - rejuvenesce o organismo (função antioxidante), origina
uma "sensação de bem estar natural"), proteínas, vitamina B, vitamina C, ferro.
 Próstata: De 25 a 30% de todo o líquido. Contém fosfatase ácida, ácido cítri-
co, fibrinolisina, antígeno específico da próstata, enzimas proteolíticas, zinco (ajuda
a estabilizar as cromatinas com DNA das células espermáticas. Uma deficiência de
zinco pode resultar em uma redução de fertilidade devido a maior fragilidade do
esperma).
 Glândulas Bulbouretrais: Menos que 1% do líquido. Contém Galacto-
se, muco (ajuda a aumentar a mobilidade das células espermáticas na vagina e na
cérvice por criar um canal menos viscoso para as células espermáticas nadarem
sobre, e prevenindo a sua difusão para fora do sêmen), fluído pré-
ejaculatório, ácido siálico.

Em roupas e algumas superfícies, o sêmen provoca uma mancha amarela. Isto é


utilizado por investigadores para detectar, a olho nu, a presença de sêmen. Entretanto,
nem sempre a esta visualização a olho nu é possível, tornando-se necessário o uso de
alguns testes específicos para confirmação da presença de fluído seminal.

Um destes testes consiste na fluorescência à luz UV-Vis. O sêmen irá fluorescer


quando exposto à radiação UV-Vis, e a coloração visualizada na mancha depende do
comprimento de onda e dos óculos de proteção utilizados. Existem, ainda, alguns testes
químicos para a detecção de sêmen. Um deles é o Teste de Florence, que consiste na
adição de iodo elementar em solução na presença de Colina (molécula precursora do
neurotransmissor acetilcolina); o resultado positivo será evidenciado pela formação de
cristais de iodeto de colina.

Outro teste químico é o Teste Barberio, que é um método de detecção de espermi-


na, uma poliamina envolvida no metabolismo celular das células eucarióticas, responsável
pelo odor característico do sêmen. Neste teste adiciona-se solução saturada de ácido pí-
rico que, na presença de espermina, formará cristais de picrato de espermina.

O teste da fosfatase ácida prostática detecta este grupo de isoenzimas secretadas


pela glândula prostática e é classificado como um teste imunocromatrográfico. A fosfatase
ácida também está presente em outros fluídos corporais, como o fluído vaginal, por
exemplo. Entretanto, a sua concentração no sêmen é 1000 vezes maior do que em qual-
quer outro fluído. Neste teste, uma solução de sal sódico de -naftol reage com a fosfa-
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tase ácida para formar fosfato de sódio e naftol. Em seguida, reage-se o naftol com bren-
tamina, dando coloração roxa à amostra. A limitação deste teste é o fato da fosfatase áci-
da ser solúvel em água, ou seja, ela pode ser retirada com a lavagem. Além deste, exis-
tem, ainda, vários testes para detecção de sêmen, como, por exemplo, por Espectrosco-
pia Raman.

Espermatozóides intactos já foram encontrados em amostras vaginais coletadas 26


horas depois de uma agressão sexual, enquanto que cabeças de espermatozóides já fo-
ram encontradas, na cavidade vaginal, cerca de 7 dias após o evento. Entretanto, amos-
tras orais e anais raramente evidenciam estas células intactas se coletadas após 5 horas
do evento. Em manchas secas, por sua vez, espermatozóides podem ser detectados
anos após o evento. Com estas informações, é possível estimar a data de uma agressão
sexual.

Fluído Vaginal:

As secreções vaginais são uma mistura complexa de células e secreções. Os prin-


cipais componentes deste fluído são ureia, lactato, lisozima, ácido acético e piridina. O
teste para fluído vaginal é o chamado de Coloração Ácido Periódico-Schiff (PAS). O ácido
periódico oxida seletivamente a lisozima, formando aldeídos. O reagente de Schiff (coran-
te fucsina básica) detecta aldeídos, formando uma coloração púrpura-magenta.

Saliva:

A saliva é um líquido secretado pelas glândulas salivares diretamente na cavidade


bucal. Seu maior componente é a água (99,5%), contendo também nitrogênio, enxofre,
potássio, cloro, sódio, cálcio, magnésio, ácido úrico e ácido cítrico. Além disso, possui,
ainda, proteínas enzimáticas, estruturais e imunológicas. A função da saliva é lubrificar e
diluir o alimento, facilitando, assim, a mastigação, gustação e deglutição, além de proteger
contra bactérias e umedecer a boca.

A saliva humana contém uma substância chamada de imunoglobulina secretória A


(IgA), que tem a função de proteger o organismo contra vírus que invadem o trato respira-
tório e digestivo. A saliva também possui um efeito microbiano, que controla o crescimen-
to de bactérias, por isso, quando não há saliva, há maiores chances de aparecerem cáries
dentárias. Alterações na quantidade de saliva também podem causar halitose.
18

Uma das enzimas presentes em nossa saliva é a amilase salivar, também conheci-
da como ptialina (ou amilase), que inicia a digestão do amido e do glicogênio, quebrando-
os em maltose. A ptialina age no pH neutro da boca, mas é inibida ao chegar no estôma-
go, por causa da acidez do suco gástrico.

O método mais comum de detecção da saliva humana é o imunocromatográfico,


onde utiliza-se um aparelho que contém anticorpos anti -amilase salivar humana, ou se-
ja, é específico para saliva humana. O aparelho detecta até 1 mL de saliva. A desvanta-
gem desta técnica é que falsos positivos ocorrem com leite materno, material fecal e fluido
vaginal.

Urina:

A urina é um liquido excretado pelos rins através das vias urinárias, pelo qual são
eliminadas substâncias desnecessárias ao organismo. Desempenha um papel importante
na regulação do balanço de líquidos e no equilíbrio entre ácidos e bases. Nas pessoas
sadias possui coloração clara (amarelada). A quantidade de urina produzida diariamente
é de 1 a 1,5 litro, contudo, esta referência pode aumentar ou diminuir dependendo da
quantidade de liquido ingerido.

Esta excreção é a principal amostra para análises quanto ao consumo de drogas,


sejam elas lícitas ou ilícitas, uma vez que é a forma com que o corpo humano excreta
substâncias que não aproveita.

8. Identificação de Drogas

Com o aumento do uso e tráfico de drogas no Brasil, a necessidade de profissionais


capacitados para a investigações nesta área aumenta. A opção inicial é o uso de testes
rápidos de identificação destas drogas, necessitando de profissionais capacitados para
exercer a coleta do material, preservação da amostra quantidade de material necessário
para análise e interpretação dos resultados dos testes.

As análises preliminares são de grande importância, sendo a partir delas que as solici-
tações de análises definitivas são feitas. Estas análises devem ser práticas e sim-
ples, sendo o primeiro passo para a análise de material suspeito. Todo o processo de
análise deve ser documentado, gerando uma história cronológica do material.

Tanto o resultado positivo quanto o negativo de uma análise preliminar é importante


para a identificação definitiva das substâncias apreendidas.
19

Maconha:

É uma das plantas mais antigas que o homem conhece, com uso relatado há mais
de 4000 anos. Seu principal princípio ativo é o D9-THC devido ao seu potencial psicoati-
vo. O teste usado para sua determinação é o teste do Fast Blue B, onde a coloração ver-
melha indica a presença de maconha na amostra. O teste é baseado no caráter fenólico
da molécula do canabinois.

Cocaína:

É um alcaloide encontrado nas folhas da coca, sendo comercializado na forma de


cloridrato ou pasta base. Nas amostras é possível encontrar grande quantidade de impu-
rezas, oriundas do processo de refino e adulterantes adicionados. Estas impurezas po-
dem interferir nos testes rápidos usados para identificação da droga, exigindo conheci-
mento e experiência do analista para uma correta identificação. O teste rápido feito para
identificação desta substância é o teste do tiocianato de cobalto, onde a formação de um
precipitado azul indica a presença de cocaína.

LSD (Dietilamina do ácido lisérgico):

Trata-se de um composto cristalino que ocorre como resultado das reações meta-
bólicas do fungo claviceps purpúrea. Seus efeitos foram descobertos acidentalmente por
Albert Hoffman. Para a identificação da substância usa-se o teste de Ehrlich, onde o sur-
gimento da coloração violeta indica a presença de lisergida.

Anfetaminas, metanfetaminas e seus derivados:

Conhecida por ser uma droga estimulante do sistema nervoso central, das capaci-
dades físicas e psíquicas, a anfetamina foi sintetizada primeiramente na Alemanha, em
1887. Anos depois a medicina passou a usá-la em pacientes para laiviar a fadiga e como
estimulante do SNC, porém foi banida de muitos países a partir de 2011, incluindo o Bra-
sil. O ecstasy é uma droga sintetizada a partir da anfetamina, diminuindo a reabersorção
da serotonina, dpamina e noradrenalina, intensificando assim os efeitos de euforia. O seu
uso tornou-se notório em festas tecno ou raves. O teste para a identificação destas subs-
tâncias é o de Marquis, onde:

 Coloração laranja ou marrom: anfetamina ou metanfetamina


 Amarela-esverdeada ou verde: DOB
 Preta: MDMA
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Álcool:

Seu consumo é liberado, diferentemente das outras drogas, seu principal efeito é a
embriaguez. O álcool é um depressor do SNC e este é o órgão mais rapidamente afetado
pelo álcool quando comparado a qualquer outro órgão ou sistema. Seu consumo se tor-
nou um dos principais problemas para sociedade, sendo o causador de muitas mortes,
principalmente de trânsito.

O álcool é biotransformado no organismo em uma velocidade em torno de 0,2/kg


de peso/hora e a sua absorção após a ingestão é rápida. A passagem do álcool para a
corrente sanguínea após a ingestão é iniciada em média 5 minutos depois, atingindo um
pico de concentração em 30 a 90 minutos, sua absorção ocorre no estomago.

O álcool é determinado utilizando-se o sangue, analisado por cromatográfica gaso-


sa, ou o ar exalado pelo indivíduo, analisado com o auxílio do bafômetro.

Experimento do bafômetro

Materiais

 Solução de dicromato de potássio em meio ácido


 Solução alcoólica
 1 tubo de ensaio
 Um frasco com tampa perfurada
 Dois caninhos de latéx
 Pra ver como monta https://www.youtube.com/watch?v=Eo-hFplRd5Y

Explicação

O cromo tem, dentre suas várias aplicações, seu uso na detecção da porcentagem
do álcool no organismo, devido a reação a seguir:

3 CH3CH2OH + 2K2Cr2O7 + 8H2SO4  3CH3COOH + 2CrCOOH + 2Cr2(SO4)3 + 2K2SO4 + 11H2O

O Cromo passará de laranja para verde, e é a intensidade do verde representa a


porcentagem de álcool no corpo.
21

9. DNA

O exame de DNA

Apontada como a maior revolução científica na esfera forense desde o reconheci-


mento das impressões digitais como uma característica pessoal, as técnicas de identifica-
ção fundamentadas na análise direta do ácido desoxirribonucléico tem ao menos duas
vantagens sobre os métodos convencionais de identificação: a estabilidade química do
DNA, mesmo após longo período de tempo, e a sua ocorrência em todas as células nu-
cleadas do organismo humano, o que permite condenar ou absolver um suspeito com
uma única gota de sangue ou através de um único fio de cabelo encontrado na cena do
crime.

O conteúdo informacional do DNA reside na sequência em que suas unidades mo-


noméricas estão ordenadas. - Espécimes de DNA isolados de diferentes tecidos da mes-
ma pessoa possuem a mesma composição de bases. - Durante a desnaturação do DNA
são quebradas as ligações covalentes presentes em sua estrutura.

O DNA é usado para armazenar a informação genética que permite a perpetuação


da espécie.

Tabela 2: Quantidade aproximada de DNA coletado de amostras.

Amostras (tecidos e fluidos corporais) Quantidade recuperada

1 ml de sangue 20 a 40

2
Manchas de sangue seco em 1 cm 200 ng

1 ml se sêmen 150 a300 ng

1 fio de cabelo(contendo bulbo capilar) 1 a 75 ng

1 ml de saliva 1 a 10

FONTE: Adaptado de RUMJANEK e RINZLER, 2001

De maneira geral, as técnicas de extração consistem em desnaturar as proteínas


que envolvem o DNA. Para isto, utiliza-se uma gama de espécies químicas. Por exemplo,
a mistura de clorofórmio, álcool e fenol. Outra forma consiste em utilizar uma solução de
cloreto de sódio, que separa os sistemas em uma fase sólida e uma fase líquida, onde
nesta última se encontra o DNA.
22

Os métodos de extração variam de acordo com o tipo de evidencia coletada. Em


princípio, qualquer tipo de tecido ou fluido biológico pode ser utilizado como fonte de DNA,
uma vez que são formados ou possuem células. Isso torna possível realizar o exame de
DNA em pequenas manchas de sangue ou sêmen, células da mucosa bucal (presas a
cigarros, por exemplo), fios de cabelo (com bulbo), fragmentos de pele, etc.

O Instituto de Criminalística e o DNA

Pioneiro na execução de exames oficiais no país, o Instituto de Criminalística do


Paraná recebe materiais biológicos de todas as regiões do Estado além de solicitações de
outros estados. Por ser uma instituição voltada para a esfera forense, executa seus exa-
mes rigorosamente dentro do âmbito oficial, quando houver solicitação da Autoridade Po-
licial, Ministério Público ou Poder Judiciário, e, para tanto, dispõe de três Peritos Criminais
especialistas em biologia molecular para proceder as análises solicitadas.

Do ponto de vista das aplicações práticas na atividade pericial forense, os exames


de DNA são empregados, dentre outros, nos seguintes casos:

 Identificação de suspeitos em casos de violência sexual (estupros, atentado violen-


to ao pudor, atos libidinosos);
 Identificação de cadáveres carbonizados ou em decomposição
 Identificação de corpos mutilados
 Identificação de peças ósseas e órgãos humanos
 Investigação de paternidade
 Produção de perfis de material genético recuperado a partir de evidências de natu-
reza biológica presentes em suportes diversos encontrados em locais de crimes
(manchas de sangue, manchas de esperma, manchas de saliva, pêlos e outros)

Extraindo o DNA da saliva

Materiais (por grupo):

 Álcool
 Detergente
 NaCl
 Opcional: Corante

Dicas
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 Não mexa demais a solução com o detergente para não formar muita espuma.
 Se for usar algum corante, dê preferência a cores mais escuras como azul ou ver-
de. Assim, o resultado aparece melhor.

Método (ou como fazer)

1. Fazer um bochecho com uma solução saturada de NaCl por, no mínimo, 1 minuto.
2. Após o bochecho, mexer a solução com uma gota de detergente. Tomando o cui-
dado para não formar muita espuma.
3. Inserir o álcool, com o corante, na mistura onde contém o DNA.
4. Após 2 minutos o DNA começa a aparecer.

Porque utilizamos detergente/shampoo, sal e etanol?

O DNA está presente no núcleo das células de qualquer organismo, dentro de pe-
quenos pacotes genéticos chamados cromossomos. Para isolá-los os cientistas separa-
ram-no dos outros componentes celulares. As células são fragmentadas e o DNA é sepa-
rado do conteúdo lipídico das membranas da célula e dos organitos. Em seguida o DNA é
separado das proteínas.

O detergente/shampoo permite a desestruturação das moléculas de lipídios das


membranas. Com a ruptura das membranas o conteúdo celular, incluindo as proteínas e o
DNA, soltam-se e dispersam-se na solução.

A adição do sal (NaCl) proporciona ao DNA um ambiente favorável para a extração


de DNA. O sal contribui com íons positivos que neutralizam a carga negativa do DNA.
Numerosas moléculas de DNA podem coexistir nessa solução.

E o álcool torna possível a visualização das moléculas, que se agrupam formando


um monte de filamentos muito finos tipo fios de algodão.

10. Papel, Tintas e Fibras

Papel

Do ponto de vista forense, a análise da composição química de papeis e tintas po-


de ser de grande valia na determinação da autenticidade ou não de um documento (do-
cumentoscopia).
24

O papel é um suporte complexo, pode ser manufaturado por fibras celulósicas ex-
traídas de vegetais distintos por processos variados. Pode conter carga e aditivos, sendo
grande a possibilidade de escolha destes. Além disso, pode-se incorporar ao papel ele-
mentos de segurança (marcas d’agua; branqueadores ópticos presentes em todos os pa-
peis brancos para imprimir e escrever; tintas invisíveis; hologramas; entre outros.). Jun-
tam-se a isto inúmeras possibilidades de elementos de impressão, fazendo com que pro-
var a autenticidade de documentos seja uma tarefa complexa.

Os peritos em documentoscopia verificam a autenticidade de documentos por meio


de processos analíticos, o que requer conhecimento dos materiais e dos processos utili-
zados na manufatura dos documentos.

 Documentos de segurança: a comprovação da autenticidade normalmente é feita


através da comparação com um padrão ou pela verificação da presença dos ele-
mentos de segurança que devem estar no documento. As perícias de documentos
de segurança são geralmente resolvidas, pois se tem as especificações dos pa-
drões. Deste modo, há subsídios e informações técnicas suficientes em regra, fa-
cilmente disponibilizados a interação entre os peritos e os técnicos envolvidos na
confecção dos padrões para verificar a autenticidade ou falsidade de um documen-
to.
 Documentos que não são de segurança: a busca para a comprovação da autentici-
dade envolve todos os elementos presentes, ou seja: o papel, a impressão e a es-
crita. O importante no caso é definir, o roteiro da análise de autenticidade e as téc-
nicas que são necessárias para a realização da perícia.

Os pontos principais de uma análise de documentos de segurança são:

 O conhecimento das especificações do produto, principalmente dos elementos de


segurança incorporados ao papel e às impressões;
 A busca por um padrão (peça similar autentica);
 A verificação da concordância do documento com o padrão;
 A verificação de rasuras, que consiste em alteração mecânica para remoção de
lançamentos. A rasura é geralmente produzida pelo atrito de uma borracha, uma
raspadeira ou um instrumento similar;
 A verificação de lavagem química, total ou parcial. A lavagem química é uma mo-
dalidade de alteração documental que consiste em fazer desaparecer parte ou tota-
lidade de um texto mediante o emprego de reagentes químicos;
25

 A verificação de acréscimos, que consiste na inserção de traços, letras, números,


símbolos, silabas, palavras ou frases em um documento já elaborado;
 A verificação de recortes, ou seja, cortes no suporte do documento efetuados com
auxílio de tesoura, estiletes e/ou instrumentos similares;
 A análise da expedição. Quando necessário, o perito pode estender as análises pa-
ra assegurar a legitimidade da expedição de um documento de segurança (Carteira
de Identidade, Carteira Nacional de Habilitação, Certificado de Registro, etc.), no
sentido de verificar se a expedição foi realizada pelo Órgão Expedidor, responsável
por cada tipo de documento.

Os pontos principais na análise de documentos comuns são diferentes daqueles


documentos de segurança, exigindo um universo de pesquisa maior, como, por exemplo:

 Autenticidade e falsidade de assinaturas;


 Autorias de escritas (manuais);
 Analise das escritas mecanográficas (datilografia, impressões gráficas, impressões
eletrônicas, impressões fac-similares de carimbos, autenticações mecânicas, chan-
celas mecânicas, etc.);
 Pesquisa de selos;
 Análise do tipo de papel;
 Analise do tipo de impressão;
 Analise dos instrumentos escreventes;
 Presença de alterações;
 Prioridade de lançamentos.

Tintas

No tocante a tintas, sua análise pode ser crucial para esclarecer, por exemplo, aci-
dentes de transito, nos quais vestígios de tinta do(s) veículo(s) envolvido(s) tenham sido
deixados no local da infração ou crime.

No ponto de vista da arqueoquímica, a analise forense de tintas tem um importante


papel a desempenhar na comprovação da autenticidade, ou não, de um determinado arte-
fato, seja ele papiro, um vaso, etc. Por exemplo, se a análise química mostrar que as tin-
tas empregadas na época à qual supõem-se que pertençam os artefatos, a pratica de
fraude estaria comprovada.
26

Em se tratando de tintas, a analise não apenas dos pigmentos (usualmente com-


postos orgânicos ou óxidos metálicos), mas, também, dos solventes ou outro tipo de
substancia empregada na formulação, pode ser elucidativa. Não seria autentica, por
exemplo, uma pintura supostamente da idade média cujas tintas tivessem, em sua com-
posição, resinas poliméricas sintéticas inexistentes na época.

Fibras

A análise de uma única fibra (de uma peça de roupa por exemplo) pode ser um
elemento-chave para a resolução de um crime. A comparação entre as fibras encontradas
em um local de crime e as contidas em uma peça do vestuário dos suspeitos, podem ser
feitas utilizando diferentes técnicas, com destaque para as microscopias. Em se tratando
de fibras sintéticas poliméricas, a espectroscopia na região do infravermelho pode ser
uma técnica bastante útil para fins de diferenciação caso as análises por microscopia não
sejam suficientes para uma conclusão.

Técnicas

A documentoscopia é a parte da criminalística que estuda a autenticidade dos do-


cumentos. Os principais estudos são: alterações de documentos, exame de instrumentos
escreventes e o exame de tintas. Geralmente as técnicas utilizadas nos laboratórios de
documentoscopia são as não destrutivas. Nestes laboratórios, os aparelhos mais comuns
são as lupas e os microscópios ópticos, empregados para analise visual, não causando
danos aos documentos. Além de equipamentos como compostos de luzes especiais e
filtros específicos destinados especialmente para a análise de documentos.

Atualmente, há disponível uma série de equipamentos que podem fornecer infor-


mações importantes ao perito. Entre estes equipamentos estão:

 Espectrofotômetros: instrumentos capazes de medir e comparar a quantidade de


luz absorvida, transmitida ou refletida por uma determinada amostra, seja ela solu-
ção, sólido transparente ou sólido opaco. A técnica mais utilizada com esse apare-
lho é a Espectroscopia Raman: Uma técnica de grande importância na comparação
de tintas. Utiliza uma ponte fonte de laser de radiação monocromática no visível ou
infravermelho próximo. Ao ser incidido sobre o objeto em análise, é espalhado por
ele, gerando luz de mesma energia ou de energia diferente do incidente. Com a
energia diferente é possível se obter informações importantes sobre a composição
27

química do objeto em análise. Dessa forma, a espectrometria Raman permite a in-


vestigação da autenticidade de documentos pela análise de tintas;
 Cromatógrafos: têm como objetivo principal a separação e a identificação das
substâncias que compõem uma mistura em função de suas características molecu-
lares. Classificação das técnicas cromatográficas:
a. Cromatografia gasosa: tem como fase móvel um gás, geralmente Nitrogênio,
Hélio, Hidrogênio e Argônio, armazenado sob alta pressão, que impulsiona a
amostra que ode ser liquida, solida ou gasosa.
b. Cromatografia liquida: tem como fase móvel um liquido. Pode ser baseada
em um sistema de alta performance
c. Cromatografia supercrítica: a fase móvel é um vapor pressurizado, com tem-
peratura acima da crítica com viscosidade menor que do liquido, mas ainda
assim, mantendo as propriedades de interação com o soluto.

11. Incêndios e Explosivos

Incêndios

Fogo pode ser definido como uma reação química que envolve um combustível e
um comburente, normalmente O2, havendo a liberação de energia térmica, calor, e lumi-
nescência, chama. Um incêndio nada mais é que a propagação do fogo.

Figura 7: Triângulo do Fogo representa os três fatores determinantes para que a reação química ocorra.

O combustível é a substância a ser queimada, o comburente é o coadjuvante na


combustão e o calor seria o elemento iniciador da reação. Caso haja a ausência de um
destes ou, então, não estejam nas devidas proporções a reação não ocorrerá.
28

Os incêndios são separados em cinco categorias de acordo com a natureza do


combustível.

 Classe A: incêndios envolvendo combustíveis que deixam resíduos sólidos, com


formação de fumaça e cinzas. Ex.: madeira e tecidos. A maior parte dos incêndios
se enquadra nesta categoria.
 Classe B: ocorre com combustíveis líquidos, tais como etanol e gasolina.
 Classe C: ocorre por conta de correntes elétricas ou em equipamentos eletrônicos.
 Classe D: ocorre em ligas metálicas combustíveis tais como as ligas de magnésio.
 Classe F: constitui-se da combinação dos incêndios classes A, B e C. Incêndio em
fábricas e automóveis pode enquadrar-se nessa categoria.

Figura 8: Classes dos incêndios.

Os incêndios podem ser naturais, sem intervenção humana, ou artificiais, com in-
tervenção o ser humano. Sendo estes últimos de interesse para a química forense. Para
cada tipo de incêndio deve se utilizar um determinado tipo de extintor, caso haja a utiliza-
ção de algo não recomendado pode haver o aumento das chamas.

Figura 9: Tipos de extintores para cada tipo de incêndio.


29

O famoso pó químico, que é utilizado em diversos extintores de incêndio, é uma


mistura de bicarbonato de sódio, bicarbonato de potássio e outros aditivos, como bórax.
Desta maneira, quando em altas temperaturas, a degradação do bicarbonato o corre da
seguinte maneira:

2NaHCO3 → Na2CO3 + CO2 + H2O

No caso do perito, suas funções em uma perícia de incêndio são: encontrar o ponto
de origem do incêndio, encontrar a fonte que deu inicio ao mesmo, determinar a causa do
incêndio e classifica-lo.

Para se determinar a causa do incêndio é de extrema importância a coleta de ma-


terial no local do incidente para futura analise química, visto que esta pode determinar
uma substância combustível não presente normalmente no local e indicar a existência de
um incêndio criminoso.

De acordo de como está o local do incêndio é possível tirar algumas conclusões


que podem ajudar a descobrir a causa ou o foco do mesmo:

 Uma queima uniforme e superficial no teto é indicativa de queima lenta, tendo, por-
tanto, o calor emergido também de maneira lenta;
 Uma queima rápida é caracterizada por danos localizados, sendo que o foco estará
situado na projeção do dano;
 Esfumaçamento intenso e rachaduras de janelas são indicativos de uma queima
rápida. No caso de uma queima lenta, isto não será visto;
 Queimas em uma superfície são mais difusas quanto mais lentas tenham ocorrido;
 Quando queimada rapidamente, a madeira apresentará intensas rachaduras.

Alguns aspectos importantes relacionados à química:

 Quando o indivíduo, ainda vivo, é atingido pelo fogo, a hemoglobina tende a trans-
formar-se em metahemoglobina. Além disso, a inalação de grandes quantidades de
CO implica na formação da carboxiemoglobina. Isso pode esclarecer se determina-
do individuo realmente morreu no local do incêndio ou foi levado para o local já
morto. Ao contrário do senso comum, as queimaduras causadas pelo fogo não é a
causa principal de mortes relacionadas a incêndios. Na realidade, a principal causa
de mortes é a intoxicação ao se inalar monóxido de carbono. Geralmente, as viti-
mas já estavam mortas quando o corpo foi queimado.
30

Explosivos

Explosivos são substâncias puras ou misturas que podem sofrer uma decomposi-
ção química violenta quando sujeitas a estímulos térmicos, elétricos ou mecânicos. Estes
explosivos podem ser sólidos, líquidos ou gasosos. Em relação às possíveis reações
químicas dos explosivos existem quatro tipos, havendo em todos eles liberação de muito
calor, com a presença de altas temperaturas e de pressão:

 Combustão: processo exotérmico que se desenvolve em baixa velocidade, com


queima do combustível de acordo com os pré-requisitos para haver combustão e
com a liberação de gases. Não é acompanhada de ondas de choque ou de pres-
são, nem de efeitos sonoros e mecânicos.
 Deflagração: processo fortemente exotérmico que se desenvolve em alta velocida-
de, com grande liberação de gases. Devido a uma considerável expansão gasosa é
acompanhada de efeitos mecânicos.
 Explosão: processo tão exotérmico quanto à deflagração, porém com queima muito
mais veloz, havendo uma brusca e rapidíssima queima do combustível. Ondas de
choque e de pressão, bem como efeitos sonoros, caracterizam-na.
 Detonação: processo mais exotérmico dentre os citados e com queima instantânea
do combustível. Embora haja efeitos sonoros, o fenômeno caracteriza-se pela for-
mação de ondas de choque.
Existem alguns tipos de explosivos mais utilizados, alguns deles estão caracteriza-
dos abaixo:

 Pólvora Negra

Este tipo de explosivo é composto de 75% de nitrato de potássio, 15% de car-


vão vegetal e 10% de enxofre. A reação de combustão deste explosivo ao ar está exi-
bida abaixo:

10KNO3 + 8C + 3S → 5N2 + 6CO2 + 2K2CO3 + 3K2SO4

Quando em sistema fechado, como cartuchos de armas, por exemplo, identifi-


ca-se outros compostos como nitritos, nitratos, sulfatos, cianatos, dentre outros. Desta
maneira, a partir dos compostos presentes no local da investigação são provenientes
de uma explosão por pólvora negra e se esta veio de uma bomba caseira ou se é re-
sultado do dispara de uma arma de fogo.
31

 Trinitrato de celulose (TNC)

Este explosivo é obtido a partir da nitração da celulose. Sua combustão é qua-


se instantânea e deixa uma quantidade muito pequena de resíduos sólido.


Celulose TNC

 Trinitrato de Glicerina (TNG)

Mais conhecido com nitroglicerina, e é obtido a partir da nitração do propanodi-


ol.

O TNG é um líquido oleoso, insolúvel em água e extremamente sensível tanto


à temperatura quanta ao choque mecânico, logo, deve ser manuseado com extremo
cuidado. Sua combustão ao ar gera CO2, N2, O2 e H2O. Para haver a produção de
dinamite, é utilizado um agente estabilizante ou gelatinizante.
32

Referências Bibliográficas

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Nova na Escola. Volume 32, Nº 2, Maio de 2010;
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Iniciação à Docência (PIBID Química, 2016);
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