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NOSSA HISTÓRIA
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Sumário
1 – INTRODUÇÃO .................................................................................................... 4
2-DA UTILIZAÇÃO DA QUÍMICA FORENSE EM TRABALHOS
ENVOLVENDO PAPILOSCOPIA .......................................................................... 7
3- EXAMES EM DROGAS ..................................................................................... 10
4- BALÍSTICA .......................................................................................................... 13
5- ALCOOLEMIA.................................................................................................... 15
6- O LAUDO PERICIAL NA FORMAÇÃO DA CONVICÇÃO NA JUSTIÇA 20
7- ANÁLISE QUÍMICA FORENSE ...................................................................... 26
8- ALGUMAS TÉCNICAS E EQUIPAMENTOS NA ROTINA FORENSE .... 29
8.1- Espectrometria de Massas (MS) ...................................................................... 29
8.2- Cromatografia ................................................................................................... 31
8.3- Testes Colorimétricos ........................................................................................ 32
9-REFERÊNCIAS .................................................................................................... 42
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1 – INTRODUÇÃO
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devem conectar duas áreas distintas, a científica (química e biologia) e a hu-
manística (sociologia, psicologia, direito).
O químico forense é ainda o responsável por decidir que tipo de análise será
feita e quais substâncias/materiais serão necessários para chegar às pro-
vas. Entre os principais campos de atuação, destaca-se o trabalho como perito
para as polícias civis de todos os estados brasileiros e para a Polícia Federal.
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A análise da cena de um crime envolve a participação de peritos criminais de
várias áreas de formação, tais como: física, química, biologia, farmácia, enge-
nheira, odontologia, contabilidade, geologia e informática. Frisa-se que a Quí-
mica Forense é o ramo da Química responsável pela análise de vestígios e
produção de provas científicas conclusivas de interesse judiciário. Essa ciência
estuda a identificação de sangue em locais de crime, impressões digitais e fi-
bras, vidros, resíduo de arma de fogo, e outros tipos de resíduos; análise de
drogas, medicamentos bebidas, suplementos alimentares e venenos; análise
de resíduos em incêndios e análise em combustíveis, mencionado acima.
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Para tanto, a química forense utiliza pós ou reagentes para revelar impressões
digitais em local de crime, instrumentação analítica para caracterização e iden-
tificação de drogas, reagentes e instrumentos analíticos para detecção de resí-
duos de disparo de arma de fogo.
A Papiloscopia é a ciência
que estuda as impressões
digitais com fins de identifica-
ção humana. Os primeiros
relatos de marcas das mãos
foram encontrados em caver-
nas pré-históricas, com data-
ção de mais de 1500 anos.
Diversos cientistas lutaram
para ter seus trabalhos sobre
impressões digitais reconhe-
cidos.
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(1858-1925) classificou os desenhos papilares em: arco, presilha interna, presi-
lha externa e verticilo; Edmond Locard (1877-1966) foi considerado o pai da
Criminalística e descobriu que o número ideal de minúcias numa impressão
digital deve ser 12. (CABALLERO, 2012).
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Os quatro fundamentos da Papiloscopia são:
Após a coleta dos fragmentos de impressão digital, essas são levadas para o
laboratório onde são confrontadas com as impressões que estão no banco de
dados do sistema de identificação automática de impressões digitais (Automa-
ted Fingerprint Identification System-AFIS). A impressão digital é colocada no
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sistema computadorizado e esse mostra os possíveis autores do crime. Um
caso que ganhou repercussão em Brasília foi o de uma professora que estava
em um Shopping no centro da cidade. A polícia não tinha suspeitos, mas após
a perícia papiloscópica realizada nos objetos que estavam no carro e no pró-
prio veículo os peritos chegaram ao autor do delito. A polícia em menos de 28
horas prendeu o suspeito do crime (SOUSA, 2013).
3- EXAMES EM DROGAS
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Várias investigações sobre narcóticos são realizadas em regiões de fronteiras
ou locais inóspitos distante dos grandes centros urbanos onde não há Institutos
de Criminalística com laboratório de Química Forense. Diante desse problema
o legislador criou o laudo preliminar que está na Lei 11.343/2006 artigo 50 diz
(VELHO et al., 2012):
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apresentaram resultados positivos as drogas vegetais boldo do Chile (Peumus
boldus Molina), calêndula (Calendula offcinalis L.), chapéu de couro (Echinodo-
rus grandiflorus (Cham. & Schltdl.) Micheli.), embaúba (Cecropia hololeuca
Miq.), erva cidreira (Melissa offcinalis), erva doce (Pimpinella anisum L.), gua-
raná (Paulinia cupana Kunth.), jaborandi (Pilocarpus jaborandi Holmes.) e louro
(Laurus nobilis L.). Esse estudo demonstra que há limitações para o teste colo-
rimétrico, sendo necessário outro método mais específico para concluir o laudo
pericial (BORDIN et al., 2012).
Em 2006, em Taubaté, uma mãe levou sua filha, de um ano, que passava mal
para o hospital e chegando lá os médicos suspeitaram de um pó branco que
havia na boca da menina. Foi realizado um laudo preliminar no Instituto Médico
Legal-IML, da cidade onde a menina morreu, que deu positivo para cocaína e a
mãe ficou presa por 37 dias. Logo após o laudo definitivo deu negativo para
cocaína (CASEMIRO; GLOBO). Esse exemplo mostra a necessidade de reali-
zação do exame definitivo.
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como: urina e sangue (soro/plasma) como matrizes clássicas, cabelo, suor,
fígado, saliva e mecônio.
A urina pode ser utilizada como matriz biológica para a diferenciação entre ho-
micídio ou suicídio. Para BELL (2001apud; CUNHA, 2013) em um caso de sui-
cídio, foi encontrado um teor de 1,2 µg/mL de fenproporex, anfetamina, na uri-
na, sugerindo uma ingestão dessa substância pela vítima, em grande quanti-
dade.
Para analise post-mortem órgãos como rim e fígado são eleitos para aplicações
forenses quando o sangue não está disponível. Como o metabolismo dos me-
dicamentos ocorre no fígado, esse conterá tanto a substância inicial quanto
seus metabólitos, em altas concentrações (MARGALHO, 2011 apud MAGA-
LHÃES,2012).
4- BALÍSTICA
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a espoleta é uma pequena cápsula que contém a mistura iniciadora. Todas as
espoletas da Companhia Brasileira de Cartuchos-CBC utilizadas no carrega-
mento dos cartuchos empregam mistura Antioxid®, não mercúrica e não corro-
siva. A pólvora é constituída de Nitrocelulósica de base simples (sem fumaça).
Os projéteis, atualmente, são encamisados por cobre, estanho ou uma mistura
com cobre mais estanho. Projéteis totalmente encamisados apresentam maior
penetração do que os projéteis de chumbo ou ponta de chumbo, podendo
transfixar alvos com facilidade (CBC, 2016). A CBC lançará, agora em fevereiro
de 2017, uma nova linha de munições, chamada Bonded®.
Essa munição já foi lançada nos Estados Unidos, passou em todos os protoco-
los do FBI, e no Brasil será restrita apenas para os agentes de segurança pú-
blica. A diferença nessa munição é que o encamisamento é soldado ao núcleo
evitando a perda de massa. Isso faz com que a munição ao entrar em contato
com um objeto mais denso, como a porta de um veículo, o projetil se expande
menos aumentando o poder de penetração. Agora se o alvo apresentar uma
menor densidade, corpo humano, o projetil se expande mais, aumentando o
poder de parada- Stopping Power (CBC, 2017).
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atualmente, são encamisados e praticamente não existe projétil feito somente
de chumbo, esse elemento não é encontrado nos exames periciais para deter-
minar se aquela pessoa disparou uma arma de fogo. Na espoleta também ha-
via Chumbo na forma de trinitroresorcinato de chumbo, mas atualmente a CBC
usa a espoleta CleanRange® que é isenta de metais pesados. Na deflagração
da pólvora as micropartículas se volatilizam e ao se condensarem formam mi-
cropartículas. Nessas havia Chumbo, Bário e Antimônio formado uma microes-
fera que podia ser visualizada por um Microscópico Eletrônica de Varredura-
MEV com Raio X acoplado para análise morfológica da partícula e caracteriza-
ção dos metais. Outro fator que determinou a não realização de pericias nas
mãos de possíveis atiradores é o fato do exame colorimétrico com Rodizonato
(exame preliminar para Chumbo) poder dar um falso positivo, pois se o suspei-
to for um mecânico de automóveis esse teste dará um falso positivo. Como es-
se profissional mexe com várias partes metálicas do carro, em sua mão pode
conter alguns desses elementos químicos.
5- ALCOOLEMIA
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oxidação. Pode ocorrem também reações de oxidação que transformam álcool
etílico em aldeído, ácido acético, gás carbônico e água (FRANÇA, 2011). Com
as mudanças no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), Lei Nº9.503/97, o moto-
rista que se recusar a fazer o teste de alcoolemia será autuado pelo Art. 277
§3º combinado com o Art. 165-A, do CTB, desde que não haja outra forma que
permita certificar influência de álcool. Caso seja possível identificar a presença
de álcool, será autuado pelo Art. 165.
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submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput deste arti-
go.
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Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora al-
terada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoa-
tiva que determine dependência: (Redação dada pela Lei nº 12.760, de
2012)
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§ 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes
de alcoolemia para efeito de caracterização do crime tipificado neste
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
No cadáver o teor alcoólico pode ser medido no sangue, utilizando para isso a
veia femoral, desde que não tenha ocorrido os processos de putrefação.
Quando começa as reações de putrefação o sangue não é indicado para de-
terminar a dosagem alcoólica, pois nessa fase a putrefação gera álcool e subs-
tâncias redutoras.
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De acordo com o Código de Processo Penal: Art. 182. O juiz não ficará adstrito
ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
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O laudo é um documento apresentado por escrito onde se expõe a atividade
desenvolvida pelo perito, quando a prova do fato depender de conhecimento
técnico ou científico.
O perito emite juízo de valor sobre os fatos que aprecia, além de interpretar e
exteriorizar impressões objetivas sobre a dinâmica do evento que se quer elu-
cidar. O laudo pericial representa um meio instrumental técnico-opinativo fun-
damentador da sentença judicial, constituindo um meio instrumental pela sim-
ples razão de que é elaborado com destino ao órgão judiciário para oferecer-
lhes os elementos concretos do fato e permitir ao juiz que forme, firme ou re-
formule sua convicção sobre os fatos. É um excepcional meio de prova, que na
maioria das vezes esclarece o fato, proporcionando ao juiz garantias para uma
segura e consciente convicção.
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que um exame pericial pressupõe um trabalho técnico-científico da maior
abrangência possível em uma coalisão de saberes multidisciplinares. A perícia,
é portanto, um trabalho técnico-científico de natureza multidisciplinar levado a
efeito por peritos oficiais ou por peritos ad hoc enquanto especialistas no tema
dos exames que estão a realizar, cuja obrigação é dar a maior abrangência
possível ao exame requisitado pela autoridade. Sabemos que um exame peri-
cial deve se pautar pela mais completa constatação dos fatos, análise e inter-
pretação e, como resultado final, a opinião de natureza técnica-científica sobre
os fatos examinados. Os peritos não devem se restringir ao que lhes foi per-
guntado nos quesitos da requisição, mas sim devem estar atentos aos fatos
que possam surgir no transcorrer do exame. Dessa forma, a partir desse amplo
e completo exame, a peça técnica capaz de exprimir o universo abarcado pela
perícia é o laudo pericial. O laudo pericial é, portanto, o resultado final de um
completo e detalhado trabalho técnico-científico, levado a efeito por peritos,
cujo objetivo é subsidiar a Justiça em assuntos que dependam de prova mate-
rial ou ensejam dúvidas no processo.
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Art. 564 – A Nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
Chegando ao local dos fatos, o perito fará o exame de corpo de delito para
constatar se efetivamente houve ou não uma infração penal. Em caso afirmati-
vo, o perito analisará as características desta infração penal a fim de qualificá-
la e procederá a colheita dos elementos que possibilitem a identificação do
criminoso e a demonstração de sua culpabilidade, ou seja, a comprovação da
autoria e da materialidade. Após a análise de todos os elementos encontrados
no local do crime, o perito então expressará o seu juízo de valor através do
laudo pericial. Os indícios materiais colhidos serão apresentados no laudo peri-
cial e suscetíveis de serem utilizados como prova, de modo a assegurar o seu
valor em juízo como peça de convicção no rol probatório. Assim, o laudo mate-
rializa e perpetua o local dos fatos e seus vestígios, assim como tudo que foi
visto e descoberto pelo perito.
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rie de erros, desde a simples falta de capacidade da pessoa em relatar deter-
minado fato, até a situação de má-fé, em que exista a intenção de distorcer os
fatos para não se chegar à verdade.
O laudo pericial com destino à Justiça Criminal tem como suporte uma série de
formalidades e de regulamentos emanados principalmente do Código de Pro-
cesso Penal, que o diferencia em vários aspectos daqueles destinados à Justi-
ça Cível. A principal característica do laudo pericial criminal é que todas as par-
tes integrantes do processo dele se utilizam, pois é uma peça técnica-pericial
única, determinada à partir do artigo 159 do Código de Processo Penal (os
exames de corpo de delito e as outras perícias serão feitas por dois peritos ofi-
ciais). Só a figura do perito oficial para fazer a perícia criminal, cujo laudo pode-
rá ser utilizado desde a fase de investigação policial até o processo penal, nes-
te, tanto pelo magistrado, promotor ou pelas partes representadas pelos advo-
gados. Como se vê, qualquer necessidade de perícia no âmbito da Justiça
Criminal, deve ser feita por peritos oficiais, que são aqueles profissionais de
nível superior ingressos no serviço público (Institutos de Criminalísticas ou Ins-
titutos médico-legais) mediante concurso público, com a função específica de
fazer perícias.
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arbítrio na apreciação das provas materiais. O juiz está livre de preconceitos
legais na apreciação das provas, podendo formar sua convicção com outros
elementos probatórios contidos nos autos, mas não pode abstrair-se ao conte-
údo do laudo pericial sem motivar isso em sua sentença.
A linguagem do laudo pericial deve ser clara, capaz de ser inteligível a todas as
pessoas que deverão ou poderão apreciá-lo e sua terminologia não deve con-
ter expressões dúbias de modo a exigir um segundo exame pericial. Como tra-
balho técnico, o laudo pericial se caracteriza pela clareza, concisão e rigoro-
sa propriedade vocabular, uma vez que se destina a informar e esclarecer pes-
soas leigas inclusive. Quando obscuro, ambíguo, impreciso e omisso, o laudo
pericial dará margem a autoridade requerer sua reformulação, conforme dispõe
o artigo 181, caput Código de Processo Penal.
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laudo pericial. Assim, cadeia de custódia, como já estudado em conteúdo ante-
rior, é o registro administrativo que confere rastreabilidade da prova, desde a
coleta no local dos fatos até o seu exame e armazenamento final, visando for-
necer evidências defensáveis quanto à preservação da peça de exame, garan-
tia de confidencialidade e validade dos resultados, constituindo prova escrita do
ocorrido entre a coleta e a emissão do resultado da perícia.
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a necessidade de promover conhecimento que auxiliassem a justiça contra tais
crimes.
Identificar o agente intoxicante foi uma grande vitória da ciência, porém tam-
bém se fazia necessário à identificação do criminoso.
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zações e do reconhecimento de direitos humanos. Contudo, não foi abandona-
da a ideia de identificação humana, e a descoberta de tendências únicas das
impressões digitais em cada indivíduo foi tomada como padrão neste intuito.
Francis Galton, primo de Charles Darwin, em 1892 público um livro intitulado
“Impressões Digitais”, o qual incluía o primeiro sistema de classificação destas
impressões. Surgia a datiloscopia.
A ideia daquilo que estava por trás de um crime e do criminoso por ele cometi-
do sempre foi discutida desde a antiguidade. Nos tempos mais remotos, os
crimes eram entendidos como manifestações sobrenaturais, havendo forte li-
gação com a religião, onde o criminoso apresentava personalidade demoníaca.
Essa relação crime e criminoso foi sendo analisada e ganhando novas explica-
ções como: certas características físicas de um indivíduo com a predisposição
às ações transgressoras; ao estado mental deficiente, onde o indivíduo não
assimilaria a ordem, a lei; a desorganização social e a pobreza, entre outros.
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de criminalística, e é dele a frase “todo contato deixa um rastro”, enunciada
como “princípio da troca”. Tornou-se conhecido pelos seus feitos, e chamado
“Sherlock Holmes francês”.
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das no decorrer da análise, porém é uma técnica com bastante sensibilidade,
sendo amplamente utilizada em diversas aplicações.
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8.2- Cromatografia
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Através do cálculo do tempo de retenção de um determinado analito sobre um
determinado tipo de cromatografia, é possível comparar e chegar à identidade
da espécie presente na mistura analisada. Existe a possibilidade também da
junção dos cromatógrafos e de espectrômetros, os quais juntos potencializam o
trabalho, levando a resultados mais rápidos nas análises realizadas.
O uso de teste de cor talvez seja a forma de análise mais comum e utilizada
para se determinar a presença de certa substância em uma amostra, se tratan-
do unicamente de uma técnica qualitativa.
Devido ao baixo custo de reagentes, fácil reprodução, a qual por uma reação
química simples revela resultados que podem ser interpretadas a olho nu, as
técnicas colorimétricas ainda hoje são utilizadas largamente em rotina de labo-
ratórios de química analítica. Até mesmo quem não é químico por formação
pode utilizar os testes de cor sem larga experiência, como o exemplo de polici-
ais em procedimentos de rotina, na busca de substâncias ilícitas, sem a neces-
sidade de um laboratório.
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para identificar a presença do possível grupo alvo na amostra, para posterior-
mente passar por uma técnica analítica mais sofisticada, determinando o teor e
a composição da amostra problema.
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contexto, direcionar o Ensino de Física de modo a tornar esse conhecimento
útil ao usuário por meio de vínculos com temas relevante torna-se imperativo.
De acordo com Palácios, Otero, Garcia (1996, apud Pinheiro, Silveira e Bazzo,
2007), na educação podem ser classificadas três modalidades de enfoques
CTS: enxerto CTS, onde os temas são introduzidos nas aulas de ciências,
abrindo discussões e questionamentos do que seja ciência e tecnologia; Ciên-
cia e Tecnologia por meio de CTS, onde o conteúdo científico se estrutura por
meio do CTS; e CTS puro, onde se ensina ciência, tecnologia e sociedade por
intermédio do CTS, no qual o conteúdo científico tem papel subordinado. Esse
referencial não compactua com a ideia de salas de aula arrumadas onde todos
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devem ouvir uma só pessoa transmitindo as informações eleitas como impor-
tantes, que são acumuladas nos cadernos para futura reprodução desse co-
nhecimento (MARTINS, 2003).
Para verificar essa hipótese, um grupo de estudantes foi submetido a uma se-
quência de seis aulas, onde foi abordado o tema “Radiação Eletromagnética”,
estruturado em torno do tema social “Perícia Forense e suas tecnologias”.
Foi introduzida a relação entre Polícia e Ciência, por meio do trabalho da perí-
cia e do ramo de investigação conhecido como Ciência Forense. Motivação da
escolha do tema: O profissional forense utiliza-se de métodos científicos para
confirmar ou descartar a autoria ou envolvimento de suspeitos a objetos, bem
como descrever a provável dinâmica dos acontecimentos durante a ação crimi-
nosa.
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Resultados alcançados: O incremento de conhecimento dos alunos foi medido
por meio de um teste, aplicado antes e depois das aulas temáticas. Em geral,
houve um aumento do entendimento dos alunos acerca do tema “Radiação
Eletromagnética” com a utilização da abordagem proposta por esse trabalho.
Ademais, a recepção da proposta pelos alunos foi muito positiva, fato atestado
por um questionário de opinião.
Ao lermos estas explicações, logo nos lembramos dos filmes e seriados norte
americanos baseados em investigações criminais, onde os peritos trabalham
em laboratórios com equipamentos de última geração e supercomputadores
capazes de fazer coisas incríveis. Porém, veremos que apenas a Física básica
ensinada no ensino médio é suficiente na resolução de alguns casos envolven-
do acidentes de trânsito, por exemplo.
Imagine que você está andando tranquilamente com o seu carro e, quando vai
atravessar uma rua, um motorista apressado que vinha pela rua perpendicular
não consegue parar, colidindo então com o seu veículo.
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O motorista afirma para os policiais que sua velocidade era compatível com a
via, porém, se isto fosse verdade ele provavelmente teria conseguido parar o
carro antes da colisão.
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Chamamos de αa e αb os ângulos antes da colisão e βa e βb os ângulos de-
pois da colisão.
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Note que nestas duas equações precisamos saber as velocidades dos veículos
após a colisão. Para isso, novamente utilizamos a Física básica.
O perito irá verificar a marca dos pneus deixada pelos carros no asfalto, me-
dindo então a distância que eles percorreram até parar completamente. Como
o pneu está deslizando sobre o asfalto, temos então uma força de atrito envol-
vida e, sabendo disso, podemos encontrar a velocidade final dos automóveis.
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onde μ é o coeficiente de atrito entre o pneu e o asfalto e g a aceleração da
gravidade.
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Tendo agora o valor das velocidades finais de cada um dos carros, podemos
encontrar a velocidade de cada um antes da colisão e saber se o motorista do
outro carro estava em velocidade compatível com a via antes de colidir com o
seu.
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9-REFERÊNCIAS
BELL, R. R. C., S.B.; DUNN, W.A.; GRATES, K.M.; REIBER, T.M. A contempo-
raneous finding of fenproporex in a polydrug suicide. Journal of Analytical Toxi-
cology, v. 25, 2001.
BORDIN, D. C. et al. ANÁLISE FORENSE: PESQUISA DE DROGAS VEGE-
TAIS INTERFERENTES DE TESTES COLORIMÉTRICOS PARA IDENTIFI-
CAÇÃO DOS CANABINOIDES DA MACONHA (Cannabis sativa L.). Química
Nova, v. 35, n. 10, p. 2040-2043, 2012.
______. Teste com a munição Bonded 9mm que ainda será lançada
2017. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=1b69JjJ1keo >.
Acesso em: 05/01/2017.
42
CUNHA, R. L. Desenvolvimento de método analítico para determinação de es-
timulantes anfetamínicos inalterados de interesse forense em urina empregan-
do DLLME E GC-MS. 2013. (Mestrado). Instituto de Química, Universidade
Federal da Bahia.
HOFSTEIN, A., AIKENHEAD, G., & RIQUARTS, K. (1988) Discussion over STS
at the Fourth IOSTE Symposium. International Journal of Science Education,
v.10, n.4, p. 357- 366.
43
VIANA, Rubens Moreira. Perícia Física em Acidentes de Trânsito. Disponível
em: <http://www.fisicajp.net/tccs/2009/tccrubens.pdf> Acesso em 2014.
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