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SUMÁRIO
1. Introdução......................................................................................................................................... 03
5. Papiloscopia....................................................................................................................................... 18
6. Balística Forense................................................................................................................................. 27
8. Cadeia de custódia.............................................................................................................................. 43
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1. INTRODUÇÃO substâncias químicas de interesse forense, torna-se
imprescindível a utilização de métodos químicos de
A utilização dos conhecimentos científicos para análise.
a análise de provas de crimes iniciou-se, desde o A perícia criminal integra uma grande rede
surgimento da civilização. O uso de conhecimentos composta por um ciclo policial seguido de outro
químicos na elucidação de crimes é datado no fim do judicial, com o intuito de apresentar resultados
século XVII (Farias, 2007). A Ciência Forense é uma científicos concretos a cerca de questionamentos
área interdisciplinar que envolve Física, Biologia, sobre um fato criminal a ser elucidado. Caulliraux et
Química, Matemática e outras ciências, com o al. (2004) mapearam e sequenciaram
objetivo de dar suporte às investigações relativas à macroprocessos desta rede, enfatizando os serviços
justiça civil e criminal. Dentro dela está a Química das Polícias Civil e Militar. A figura a seguir apresenta
Forense cujo papel tem destaque e mérito. resumidamente as principais atividades de cada ator
Decorrente da ampla divulgação televisiva e ao longo dessa rede. Quando há um crime,
cinematográfica de programas, documentários e normalmente a Polícia Militar ou Rodoviária que
ficção científica sobre assuntos forenses, a primeiro chega ao local ou sítio da ocorrência dá
Criminalística passou a ser assunto quase que início ao seu isolamento e preservação, aciona a
obrigatório quando da reunião de pessoas em todos Polícia Civil, que por sua vez assume a gerência da
os níveis da sociedade. Exames de natureza técnico- investigação, que dando sequência a esta cadeia
científica são comumente realizados quando requisita a Perícia Criminal que passa a processar a
formalmente são solicitados pelas autoridades análise dos dados criminais utilizando como
policiais ou judiciais, em decorrência da necessidade ferramenta os mais vastos conhecimentos científicos
de esclarecimento de um fato delituoso, através de disponíveis, a qual culmina com a elaboração do
uma sistemática norteada por padronizações e regras laudo pericial que integrará posteriormente o
cientificas e jurídicas. dicas. Em locais de crimes inquérito policial. Vale ressaltar que a ineficiência na
contra a pessoa, onde existe a presença de preservação e isolamento do local de crime, evitando
cadáveres (homicídio, suicídio etc.), cabe ao perito que vestígios não se deteriore ou se perca, por ações
criminal a análise superficial dos corpos, visando a de pessoas estranhas aos acontecimentos delituosos,
coleta de possíveis elementos que forneçam é o primeiro passo para uma investigação policial mal
correlação com o fato criminoso, sendo tais exames sucedida, seguido de um trabalho de pericial sem
conhecidos por exames perinecroscópicos. A causa suportes ou fundamentos suficientes para apresentar
mortis, bem como a descrição detalhada dos resultados (laudo) técnicocientíficos contundentes, o
ferimentos internos e externos presentes no cadáver, que vem a colaborar para o aumento de dados
é de responsabilidade do médico legista que relata estatísticos indicadores de baixas taxas de elucidação
suas observações no Laudo Cadavérico, o qual é dos diversos fatos delituosos que atormentam a tão
subordinado ao Instituto Médico Legal (Revista sofrida sociedade brasileira. Preservar o local de
Química Nova na Escola n 24, p 17-19, nov. 2006). crime é manter o ambiente o mais inalterado possível
Os profissionais que atendem aos locais relata seu (idôneo), ou seja, não mover ou subtrair objetos de
entendimento no Laudo, relatório ou parecer técnico, suas posições originais, para que o trabalho
no qual descreve sobre o levantamento topográfico especializado seja realizado com toda segurança, e
do local do fato, com uma reprodução fiel e que o resultado seja satisfatório para a elucidação do
minuciosa do espaço físico onde ocorreu um evento fato criminoso, instruindo um consubstanciado
de interesse judiciário, bem como da importância de inquérito policial, com maior credibilidade na
cada vestígio coletado e sua relação com o fato respectiva ação penal a ser instaurada pelo Ministério
criminoso o qual se subdivide em várias partes, Público. Durante a investigação, a Polícia Civil busca
dentre elas: Preâmbulo, comemorativos, dinâmica da suspeitos e testemunhas, ouve pessoas, etc. Ao final,
ocorrência, análises, croquis, fotografias, conclusões. o delegado elabora um relatório para o juiz de
Após a etapa de coleta de vestígios, cabe aos peritos direito, que o repassa ao promotor de justiça. Este
laboratoristas a análise criteriosa dos mesmos. Tais denuncia, pede arquivamento ou complementação.
análises podem ser realizadas utilizando-se métodos Oferecida e aceita a denúncia, inicia-se a instrução
físicos e químicos. Como exemplos de métodos processual dirigida pelo juiz. O promotor e o
físicos, podem ser citados: a pesagem de peças e advogado de defesa apresentam provas, arguem
amostras, a determinação de ponto de fusão de testemunhas, debatem, etc. Após a instrução, o juiz
substâncias sólidas, visualização de elementos dá a sentença, da qual cabem recursos. Quando não
ocultos utilizando-se lentes de aumento (lupas e mais os couberem, cumpre-se a sentença e encerra-
microscópios óticos) e fontes de luzes especiais se o caso.
(ultravioleta e polarizada), dentre outros. Quando a O comportamento humano tem aspectos
determinação da natureza de uma substância positivos e negativos e o estresse nem sempre nos
química torna-se necessária, ou quando existe a permite estar bem equilibrados para agir. Com o
necessidade de detecção de traços de determinadas crescimento populacional, a desigualdade social
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aumentou, surgindo os subempregos, valores fazendo, como estão fazendo e, para que estão
distorcidos, mundos paralelos onde se vivem fazendo.
realidades baseadas no terror. Os órgãos de
Segurança Pública acompanham esta degradação, Criminalística – A Ciência
procurando incessantemente combater os mais
variados crimes a níveis aceitáveis, utilizando-se para A criminalística é considerada uma disciplina
isso de tecnologia da informação, treinamentos nascida da Medicina Legal, que é quase tão antiga
especiais para seus agentes, armamentos quanto a própria humanidade. Uma vez que em
sofisticados, além do emprego de procedimentos épocas passadas o médico era pessoa de notório
operacionais padrões de acordo com a necessidade. saber, sendo sempre consultado. No século XIX era a
Se todos os atores envolvidos numa medicina legal que tratava da pesquisa, da busca e
ocorrência, tiverem as mesmas informações quanto da demonstração de elementos relacionados com a
ao local, à vítima e ao agressor em um curto espaço materialidade do crime. Mas com os avanços dos
de tempo, tiverem a mesma orientação técnico- diversos ramos das ciências, como a Química, a
operacional de agir para que as pistas não se Biologia e a Física, houve a necessidade de uma
percam, se misturem ou sejam contaminadas, e um maior especialização, o que fez com que outros
conhecimento mínimo de observação científica, a profissionais passassem a ser consultados. Desse
tendência é estarem todos mais seguros em suas modo, surge a necessidade da criação de uma nova
decisões, logo, o envolvimento no processo disciplina para a pesquisa, análise e interpretação de
investigatório tende aumentar pela participação vestígios encontrados em locais de crimes. Nasce
desde o início, com uma otimização do tempo e assim a criminalística, uma ciência independente que
extinção dos conflitos de atribuições das forças de vem dar apoio à polícia e a justiça, tendo como
segurança. Em um segundo momento, o perfil do objetivo o esclarecimento de casos criminais.
criminoso também tem que ser estudado por todos Consta que a criminalística nasceu com Hans
os agentes, porque seus traços podem revelar ações Gross, que é considerado o pai dessa ciência, já que
futuras, podem contribuir na sua identificação e foi ele quem cunhou este termo. Juiz de instrução e
evitar acesso a suas prováveis vítimas. A preservação professor de direito penal austríaco, autor da obra
dos vestígios deixados pelo fato, em tese delituoso, “System Der Kriminalistik”, em 1893. Considerada um
exige a conscientização dos profissionais da manual de instruções dos juízes de direito, que
segurança pública e de toda a sociedade de que a definia a criminalística como “O estudo da
alteração no estado das coisas sem a devida fenomenologia do crime e dos métodos práticos de
autorização legal do responsável pela coordenação sua investigação”. A criminalística pode ser dividida
dos trabalhos no local, pode prejudicar a investigação em duas fases: a primeira aquela em que se buscava
policial e, conseqüentemente, a realização da justiça, a verdade através de métodos primitivos, mágicos ou
visto que os indícios materiais serão interpretados na através da tortura, considerando que na maioria das
forma como foram encontrados no local da vezes não se conseguia obter uma confissão do
ocorrência. acusado de forma espontânea; a segunda fase que
procurava a verdade através de métodos racionais,
2. PROCESSO EVOLUTIVO DA CIÊNCIA surgindo assim os fundamentos científicos da
CRIMINALÍSTICA criminalística deixando de lado as crenças nos
milagres e nas mágicas. Paralelamente verificou-se
“O mundo se transforma dia-a-dia a passos largos, o que através das ciências naturais é possível
volume de conhecimentos continua vertiginoso, num interpretar os vestígios do delito através da analise
ritmo cada vez mais frenético, multiplicando-se em tempo das evidências do fato e sua autoria. Desde o seu
cada vez mais curto”. (Aragão, 2006). surgimento a criminalística visa estudar o crime de
forma a não distorcer os fatos, zelando pela
Essas mutações afetam a natureza, a integridade e sempre perseguindo a evidência, com o
sociedade, ao próprio homem como indivíduo, aos fim de promover a justiça e como um meio de obter
mais variados aspectos da vida humana, nos os argumentos decisórios para a prolação da
obrigando a adaptações e tomadas de atitudes frente sentença (ZARZUELA, 1996). Dois são os seus
aos horizontes que se descortinam. A Criminalística princípios básicos:
não foge a esta regra. Até por ser um domínio
aberto, um sistema que se dinamiza constantemente a) Princípio de Locard (1877-1966): “Todo o contacto
pela absorção contínua dos novos conhecimentos deixa um traço (vestígio)”;
técnico-científicos, não está isenta às vicissitudes do b) Princípio da Individualidade: Dois objetos podem
presente, paralelamente conduzindo a todos aqueles parecer indistinguíveis, mas não há dois objetos
que a fazem a uma concomitante atividade crítico- absolutamente idênticos.
reflexiva no sentido de dirimirem sobre o que estão
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É a combinação destes dois princípios que “Disciplina autônoma, integrada pelos diferentes ramos
torna possível a identificação e a prova científica. De do conhecimento técnico-científico, auxiliar e informativa
acordo com o Princípio da Troca de Locard, qualquer das atividades policiais e judiciárias de investigação
um, ou qualquer coisa, que entra em um local de criminal, tendo por objeto o estudo dos vestígios
crime leva consigo algo do local e deixa alguma coisa materiais extrínsecos à pessoa física, no quer tiver de útil
para trás quando parte. No mundo virtual dos à elucidação e à prova das infrações penais e, ainda, à
computadores, o Princípio da Troca de Locard é identificação dos autores respectivos”.
válido (ou pelo menos parte dele): onde quer que o Eraldo rabelo
intruso interfira ele deixa rastros. Tais rastros podem
ser extremamente difíceis ou praticamente a) dar a materialidade do fato típico, constatando a
impossíveis de serem identificados e seguidos, mas ocorrência do ilícito penal;
eles existem. Nesses casos, o processo de análise b) verificar os meios e os modos como foi praticado
forense pode tornar-se extremamente complexo e um delito, visando fornecer a dinâmica do
demorado, necessitando do desenvolvimento de fenômeno;
novas tecnologias para a procura de evidências. c) indicar a autoria do delito, quando possível;
Nesse sentido, a criminalística baseia-se no fato de d) elaborar a prova técnica, através da indiciologia
que um criminoso deixa no lugar do crime, alguns material.
vestígios, e por outro lado também recolhem na sua
pessoa, na sua roupa e no seu material, outros Criminalística Estática
vestígios, e todos eles imperceptíveis, mas
característicos da sua presença ou da sua atividade A Criminalística tem sido definida como a
(princípio de LOCARD). A criminalística ocupa-se ciência ou disciplina que estuda os vestígios materiais
fundamentalmente em determinar de que forma se extrínsecos, com a finalidade de caracterizar o crime
cometeu o delito e quem o cometeu, também e suas circunstâncias, identificar seu autor e o seu
abrange interrogações: “como?”, “porque?”, modo de atuação. Identifica-se com a “prova
“quem?”, que instrumentos foram utilizados, material” nos moldes atuais, à chamada
“donde?”, “quando?”, ou seja, a criminalística utiliza CRIMINALÍSTICA ESTÁTICA, aquela do visum et
uma série de técnicas, procedimentos e ciências que repertum (do latim reporta-se ao que se vê),
estabelecem a verdade jurídica acerca do ato formalizada por uma simples verificação e exames
criminal. Vejamos algumas definições de materiais rotineiros. À luz desse conceito, é da
criminalística que nos permitem ampliar esse natureza da prova criminalística a essencialidade
entendimento, começando por um entendimento material de seus estudos e conclusões, muito
mais básico: “Criminalística é uma ciência, dentre embora, é lícito fazer a primeira advertência desde
aquelas consideradas auxiliares do Direito Penal”. logo, sofrendo a interferência pessoal do perito já na
Nesse sentido tem por objeto a descoberta do crime, fase de levantamento dos dados, e no estudo em
bem como a identificação de seus autores. Ainda em que cumpre interpretar certos vestígios, sua inter-
busca de uma definição ampla, vejamos o que diz a relação e vinculação ao resultado.
sobre Criminalística:
Criminalística Dinâmica
“Conjunto de conhecimentos que, reunindo as
contribuições de varias ciências, indica os meios para Em sua trajetória até nossos dias, passou por
descobrir os crimes, identificar os seus autores e mínimas e cautelosas metamorfoses, representadas
encontralos, utilizando-se da química, da antropologia, da pela CRIMINALÍSTICA DINÂMICA, conservando a
psicologia, da medicina legal, da psiquiatria, da mesmíssima matriz axiológica original, continuando
datiloscopia etc. que são consideradas ciências auxiliares no culto aos vestígios materiais, entretanto utilizando
do Direito Penal”. as “informações técnicas” colhidas nos locais das
Enciclopédia Saraiva de Direito
ocorrências apenas para orientar procedimentos e
raciocínios sobre os fatos assinalados objetivamente.
“cogita do reconhecimento e análise dos vestígios Como sucede até hoje, a Criminalística tem por
extrínsecos relacionados com o crime ou com a esteio as ciências naturais modernas, marcadas pela
identificação de seus participantes”
objetividade, em nome da qual, inicialmente,
Del Picchia Filho
suprimiu todo e qualquer elemento subjetivo do
processo de conhecimento, por entendê-los como
Criminalística é o uso de métodos científicos de
fatores de perturbação da “racionalidade” da ciência
observações e análises para descobrir e
e, só no passado recente, passou a admiti-los
interpretarevidências”.
Leonardo Rodrigues restritivamente a certos aspectos periféricos, de
caráter meramente figurativo do trabalho pericial.
Ora, se, sob o ponto de vista eminentemente técnico,
sempre tivermos os vestígios materiais qualitativa e
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quantitativamente suficientes, toda e qualquer b) Princípio da Produção: sobreditos agentes agem
discussão se faz inócua. Sabemos que esta não é a produzindo vestígios indicativos de suas
vivência diária, restando à Criminalística reconhecer ocorrências, com uma grande variedade de
as lacunas, aderindo passivamente à capitulação, ou naturezas, morfologias e estruturas;
lançar-se à busca de alternativas saneadoras. c) Princípio do Intercâmbio: os objetos ou materiais,
Será que, num contexto de circunstâncias não ao interagirem, permutam características ainda
cognoscíveis, quando os vestígios materiais inclusos que microscópicas;
por si só não forem satisfatórios para lastrear uma d) Princípio da Correspondência de Características: a
conclusão pericial inequívoca ou quando ação dos agentes mecânicos reproduzem
simplesmente inexistirem, a Criminalística não morfologias caracterizadas pelas naturezas e
poderia abdicar, ainda que parcial e criteriosamente, modos de atuação dos agentes; 2.5.5 Princípio da
da decantada objetividade científica, aproveitando Reconstrução: a aplicação de leis, teorias
tais elementos subjetivos como matéria de científicas e conhecimentos tecnológicos sobre a
consideração e de análise no modelo clássico de complexão dos vestígios remanescentes de uma
perícia criminalística? ocorrência estabelecem os nexos causais entre as
Há uma orientação nessa direção. Observe-se várias etapas da ocorrência, culminando na
que o paradigma (do grego parádeigma = modelo, a reconstrução do evento; Princípio da Certeza:
forma como procedemos e atuamos no mundo) da sendo os princípios técnicos e científicos que
ciência moderna é dito newtoniano, mecanicista; presidem os fatos criminalísticos inalteráveis e
outros o chamam de cartesiano, em alusão ao suficientemente comprovados, atestam a certeza
racionalismo de René Descartes (1596 – 1650). Esse das conclusões periciais;
paradigma de ciência, newtoniano-cartesiano, entrou e) Princípio da Probabilidade: em todos os estudos
em crise com Einstein (1879 – 1955), a Mecânica da prova pericial, prepondera a descoberta no
Quântica e outras descobertas científicas desde o desconhecido de um número de características
início do século XX, iniciando, desde então, uma que corresponda à característica do conhecido.
profunda e irreversível revolução científica ainda em Pela existência destas características comuns, o
curso, configurando aquilo que se chamou de Ciência perito conclui que o conhecido e o desconhecido
Pós-Moderna. Com o advento da Ciência Pós- possuem origens comuns devido à impossibilidade
Moderna apontase a possibilidade da inserção de de ocorrências independentes deste conjunto de
elementos imponderáveis na Criminalística, por características.
demais importantes para serem relegados, desde que
brotem de uma base racional, da inter-relação entre Princípios fundamentais da Perícia
os fatos objetivamente assinaláveis, possam ser criminalística
identificados através de uma relação científica e
tratados dentro dos preceitos epistemológicos da Outros são os princípios ditos como Princípios
prática científica atual. Fundamentais da Perícia Criminalística, referindo-se a
observação, a análise, a interpretação, a descrição e
Criminalística Pós-Moderna à documentação da prova (STUMVOLL, 2010).
Princípio da Observação: todo contato
Dentro desse contexto, vislumbra-se que o deixa uma marca (Edmond Locard);
papel da Criminalística atual, que bem poderíamos Princípio da Análise: a análise pericial deve
chamar de CRIMINALÍSTICA PÓS-MODERNA, como sempre seguir o método cientifico;
um sistema permeável e em constante evolução, não Princípio da Interpretação: dois objetos podem
é só reportar-se ao que se vê, fazendo cotejos ou ser indistinguíveis, mais nunca idênticos;
interpretações, mas sim o de construir uma Princípio da Descrição: o resultado de um
esquematização, um modelo inteligível que englobe exame pericial é constante com relação ao tempo e
todos os elementos válidos, pondo-os a serviço do deve ser exposto em linguagem ética e juridicamente
homem e da justiça. perfeita;
Princípio da Documentação: Toda amostra
Os princípios científicos da criminalística deve ser documentada, desde seu nascimento na
cena do crime até sua análise e descrição final, de
No ambiente em que surgiu, no cultivo de sua forma a se estabelecer um histórico completo e fiel
etiologia científica e no atendimento a seus bem de sua origem. Este princípio, baseado na Cadeia de
definidos objetivos, a Criminalística edificou-se como Custódia da prova material, visa proteger,
uma das ciências da prova material, firmando-se seguramente, a fidelidade da prova material,
através dos seguintes princípios: evitando a consideração de provas forjadas, incluídas
a) Princípio do Uso: os fatos apurados pela no conjunto das demais, para provocar a
Criminalística são produzidos por agentes físicos, incriminação ou a inocência de alguém. Todo
químicos ou biológicos; caminho do vestígio deve ser documentado em cada
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passo, oficializando-o, de modo a não pairarem B) AS CONCLUSÕES DE UMA PERÍCIA
dúvidas sobre tais elementos probatórios. CRIMINALÍSTICA SÃO INDEPENDENTES DOS
MEIOS UTILIZADOS PARA ALCANÇÁ-LAS:
Postulados da Criminalística Entre os principais utilizando-se os meios adequados para se concluir a
postulados da criminalística, destacam-se: respeito do fenômeno criminalístico, esta conclusão,
quando forem reproduzidos os exames, será
A) O CONTEÚDO DE UM LAUDO PERICIAL constante e independente de se haver utilizados
CRIMINALÍSTICO É INVARIANTE COM meios mais rápidos, mais precisos, mais modernos
RELAÇÃO AO PERITO QUE O PRODUZIU: a ou não;
criminalística baseia-se em leis naturais, ou seja, leis
cientificas com teorias e experiências consagradas, C) A PERÍCIA CRIMINALÍSTICA É
portanto, seja qual o profissional que se utilizar de INDEPENDENTE DO TEMPO: este postulado
tais leis para analisar um fenômeno criminalístico, o decorre da perenidade da verdade, pois a verdade é
resultado não poderá depender dele, indivíduo; imutável em relação ao tempo decorrido.
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A atividade é realizada por meio da ciência forense, AUTONOMIA DA PERÍCIA
responsável por auxiliar na produção do exame
pericial e na interpretação correta de vestígios.
Conjunto de procedimentos técnicos com a finalidade
de esclarecer fatos de interesse da Justiça, por
solicitação da autoridade. Ato pelo qual a autoridade
procura conhecer, por meios técnicos ou científicos, a
existência ou não de determinado fato que possa
influir numa decisão judicial.
REQUISIÇÃO
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras
perícias serão realizados por perito oficial, portador
de diploma de curso superior. (Redação dada
pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 1º Não havendo peritos oficiais, o exame será
realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de
diploma de curso superior, escolhidas, de
preferência, entre as que tiverem habilitação técnica
relacionada à natureza do exame.
§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso
de bem e fielmente desempenhar o encargo.
(contrário senso, os peritos oficiais estão dispensados
de prestar compromisso)
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CONCEITUAÇÃO
Cada local de crime tem suas peculiaridades, qualquer lugar pode ser local de ato criminoso. Cada ambiente
é único e exige do profissional pericial uma série de cuidados na sua preparação e na organização de suas funções
buscando alcançar a veracidade dos fatos. Durante o decorrer do exame pericial, os requisitos podem mudar
conforme novos indícios sejam reconhecidos e o Perito Criminal terá que se adaptar ao novo cenário.
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Muitas vezes a chegada de pessoal adicional pode causar problemas na proteção da cena. Apenas aquelas
pessoas responsáveis pela investigação imediata do crime deve estar presente. Pessoas não essenciais nunca
devem ser permitidas em uma cena de crime, garantido ao menos que possam acrescentar algo (que não seja
contaminação) para a investigação da cena. Uma maneira de dissuadir as pessoas de entrar desnecessariamente é
ter apenas uma entrada e saída na cena do local a ser periciado.
A polícia militar tem papel fundamental na preservação e isolamento do local do crime, impedindo que as
evidências sejam contaminadas ou introduzias no local fazendo que a eficácia na perícia criminal seja mais atuante
e discriminada evitando qualquer dano e também na forma importante no que tange chegar ao local do crime
primeiramente.
Se pessoas estranhas tiverem que entrar na cena, certifique de que sejam escoltados por alguém que está
trabalhando na cena. Isso será necessário para que haja a possibilidade de que inadvertidamente destruam
qualquer evidência de valor ou deixe qualquer evidência inútil.
A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 144 trata da Segurança Pública, tem por fim, entre outros
indicadores, demarcar a atuação dos órgãos policiais no exercício da função policial que é encargo do Estado. A
responsabilidade primária pela Segurança Pública foi atribuída aos Estados e ao Distrito Federal.
O Código de Processo Penal (CPP), em seu artigo 6º, que prevê a atribuição ao responsável pela
investigação/inquérito.
CROQUI DO LOCAL
O croqui do local do crime tem como essência a visualização do fato ocorrido, abaixo temos um exemplo, o
croqui, quando acompanhado ao laudo pericial dá uma visão ampla àqueles que se utilizem do conjunto probatório
para entender o que ocorreu no local.
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Ocorrendo o crime a perícia é acionada ao local, que automaticamente se apresenta no local já isolado, a
equipe que se apresentar deverá de pronto verificar se há realmente o isolamento adequado, caso isso não corra
deverá executar este procedimento.
Após a devida preservação, serão coletados todos o tipos de evidências que podem ajudar na resolução de
caso, dando a atenção a registro de coleta de evidências, poderá essa equipe em caso de morte no local fazer o
exame perinecroscópico8 a fim de visualizar qualquer tipo de lesões no cadáver antes mesmo da autópsia.
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Com o auxílio do fotógrafo pericial criminal o perito deverá indicar aonde será fotografadas as evidências e
partes complementares do local, isso quando for necessário, pois assim no momento da confecção do laudo será
de suma importância.
A conclusão da perícia na fundamentação da decisão é relatada por Aranha (2007.p,193).
A perícia é a lanterna que ilumina o caminho do juiz que, por não a ter quanto a um
determinado fato, está na escuridão. A lente que corrige a visão deficiente pela falta de
um conhecimento especial.
“... é a prova da existência do crime ou o conjunto dos elementos materiais de uma infração penal cometida. ”
Galdino Siqueira (1947)
CPP - Art. 158. Quando a infração deixar vestígios será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, não podendo suprí - lo a confissão do acusado.
DIRETO
“ ...quando promovido sobre o próprio objeto ou pessoa em que incidiu a ação ou omissão criminosa,
isto é, mediante exames ou vistorias”
INDIRETO
“ ... quando na impossibilidade do exame ou da vistoria, por terem desaparecido os sinais do crime, é
constituído por informações de testemunhas”
De Plácido e Silva (1975)
2.7. VESTÍGIOS
“... é tudo que possa ser percebido pelos nossos sentidos, direta ou indiretamente, que tenha relação com o crime
e criminoso e sirva à elucidação.”
J. Carvalhedo (1974)
“... são alterações físicas ou psíquicas resultantes da conduta humana, da ação ou omissão e que se relaciona com
o fato criminoso em apuração. ”
Karl Zbiden (1974)
“... é todo objeto ou material bruto constatado ou recolhido em um local de crime para análise posterior.”
Espindula, A.(2002)
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Por fim, lembrando o Professor Gilberto Porto, IMPORTÂNCIA DA PRESERVAÇÃO DOS LOCAIS
em sua obra Manual de Criminalística, podemos dizer DE CRIME NA FORMAÇÃO DA PROVA PERICIAL
que:
O sucesso no combate à criminalidade e o
“o vestígio encaminha; o indício aponta.” esclarecimento de fatos de interesse da justiça
depende do trabalho coordenado e integrado de
todos os elementos envolvidos. Prova disso é que a
eficácia e valor prático do trabalho de levantamento
de locais de crime, cuja realização é de competência
dos Peritos Criminais, está diretamente ligada à
qualidade da preservação dos locais, realizada pelos
3. PERÍCIA EM LOCAIS DE CRIMES CONTRA A primeiros policiais que ali chegam, via de regra os
VIDA Policiais Militares e Civis. Com o intuito de esclarecer
a real importância da preservação dos locais de
A perícia em local de crime contra a vida das crimes, vale ressaltar que nenhuma utilidade terá um
pessoas, o chamado local de morte de violenta, é laboratório policial bem aparelhado e assistido por
uma das áreas da criminalística que mais oferece técnicos competentes se a tarefa de coleta da prova
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material for feita indevidamente. Portanto, verifica-se (mãos ou pés impregnados com substância
que, num local onde ocorreu um ilícito penal o corante); modeladas.
sucesso da coleta da prova material depende • Apreensão de objetos e instrumentos.
diretamente do perfeito entrosamento entre as • Coleta de materiais para exames de laboratório.
equipes responsáveis pelo isolamento de local e
investigação e os peritos encarregados do exame e ELEMENTOS DO CADÁVER
levantamento das provas técnico-científicas. • identificação, idade presumível;
• posição em relação à superfície;
LEVANTAMENTO TÉCNICO-PERICIAL EM • posição dos membros;
LOCAIS DE CRIMES CONTRA A PESSOA • posição em relação ao local;
• Levantamento descritivo: Identificação da • livores ou hipóstases;
localização e configuração do local; dados • líquidos orgânicos;
cronológicos relacionados com o evento; • estado de conservação; flacidez, rigidez,
condições de idoneidade do local. putrefação;
• Levantamento fotográfico: Complementa e
comprova os dados.
• Levantamento topográfico.
• Levantamento Papiloscópico: Impressões
Papilares: latentes (secreções da pele); visíveis
ESTUDO DAS VESTES: descrição, estado de conservação, objetos guardados, vestígios aderidos, perfurações;
• Reação à Agressão
• Vestígios de Luta
• Identificar o Instrumento.
• Identificar os tipos, localização e número de lesões
F) Exame do local
Divisão do local
Aspectos irreversíveis dos vestígios
Detalhamento dos tipos de exames:
Latrocínio -
Google/imagens
Danos materiais -
Meio ambiente -
Alteração de limites -
jogos de azar -
Incêndios -
4. PERÍCIA EM LOCAIS DE CRIMES CONTRA O
PATRIMÔNIO Local de constatação de drogas -
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5. NOÇÕES DE PAPILOSCOPIA FRANCISCO LATZINA que o termo fosse substituído
por Datiloscopia. Em 1896, VUCETICH adota a
História da datiloscopia classificação datiloscópica nos 4 tipos fundamentais.
Em 1904, VUCETICH publicou a obra “Datiloscopia
No início do período científico aparecem as Comparada” e aos poucos o sistema fundamental de
primeiras referências das impressões papilares. Vucetich foi sendo implantado mundialmente, pelo
Vários autores preocupam-se quanto a possibilidade reconhecimento da segurança e indiscutível precisão
da existência de impressões digitais iguais, sem a que oferece. Em 1905, FELIX PACHECO, instituiu o
preocupação de sua sistematização. Na Itália sistema de Vucetich no Brasil. Em 1906 MANOEL
(Nápoles), no ano de 1664, foram publicadas pelo SEVERO SANTIAGO, instituiu o sistema de Vucetich
médico anatomista da Universidade de Bologna, no Estado do Paraná. JUAN VUCETICH, nascido na
MARCELO MALPIGHI, em sua obra “Espitola Sobre o Dalmacia (hoje Iugoslávia), em 20 de Julho de 1858,
Orgão do Tato”, onde é tido por vários autores como emigrou para Argentina em 1884, onde naturalizou-
o primeiro a se dedicar pelos desenhos digitais. Em se cidadão daquele país, falecendo em Dolores
1701, FREDERICO RUYSCH, anatomista holandês, (Argentina) em 25 de Janeiro de 1925.
continuou os estudos de MARCELO MALPIGHI.
Em 1787, JOÃO EVANGELISTA PURKINJE, PROCESSOS PARA IDENTIFICAÇÃO HUMANA:
nascido em Leitmeritz (Alemanha) apresenta sua tese O Ferrete e a Mutilação: Esse sistema foi
sobre estudos da pele, na Faculdade de Medicina de utilizado por longo tempo em diferentes momentos e
Breslau. Em 1823, publicou o “Comentário de países com o objetivo de identificar malfeitores e
Examine Organi Virus et Siste Manis criminosos indesejáveis ao convívio social. Nos
Cutanei”.PURKINJE também em seus estudos, Estados Unidos empregou-se o uso do “Ferrete” e da
agrupou os desenhos papilares em nove tipos e “Mutilação”, durante o período da Colonização entre
estabeleceu o “Sistema Deltico”. WILLIAN JANES os anos de 1.607 e 1.763. Em 1.658, através da Lei
HERSHEL, médico Inglês radicado em Bengala de PLYMONTH COLONY, estabelecia-se o uso de
(Índia), em 28 anos de estudos, durante o período letras, para serem aplicadas de acordo com o tipo de
de 1858 à 1878, observou a inexistência de qualquer crime. Mais tarde, por volta de 1.718, a lei previa a
mudança na direção das linhas papilares, amputação de uma das orelhas dos criminosos
estabelecendo um dos Postulados da Datiloscopia, o condenados e, no caso de reincidência, amputação
da “Imutabilidade”, tendo prioridade na aplicação de ambas as orelhas. Na
prática das impressões digitais em documentos de Rússia, cortavam-se as
identidade. ARTHUR KOLLMAN, em 1883 publicou narinas dos indivíduos que
sua obra onde fez estudos dos poros localizados nas praticassem quaisquer tipos
cristas papilares. Foi o descobridor de que os de crimes.
desenhos digitais existem desde o 6º mês de vida
intra uterino e só desaparece com a putrefação
cadavérica, estabelecendo outro postulado da
Datiloscopia, o da “Perenidade”.
FRANCIS GALTON, em 1888 dedicou-se pela Sistema Antropométrico:
aplicação prática, adotando 38 tipos de impressões Baseado na mensuração do
sendo seu trabalho publicado como “Galtonismo” e corpo humano, esse sistema
reconhecido como o primeiro sistema usado para foi apresentado por ALPHONSE
identificar com esse “Método” e ainda hoje na prática BERTILLON em 1.878 na
usamos a lente para contagem de linhas, que leva o Polícia de Paris e, depois de
nome de seu criador, Galton também observou a testado por vários anos, foi
imutabilidade das impressões digitais. adotado oficialmente pela
Prefeitura de Polícia de Paris
JUAN VUCETICH, em 1888, lendo em 1.893. Esse sistema,
casualmente um artigo onde denominado “Bertillonage”, em
constavam as idéias de Galton, homenagem ao seu autor,
publicadas por Henry Fauds, chegou dividia-se em três partes:
a conclusão de sua importância a) Assinalamento Antropométrico: medidas do
sendo motivado a iniciar seus esqueleto humano;
estudos. VUCETICH, em 1891, b) Assinalamento Descritivo: “PORTRÉT PARLÉ”,
classificou as primeiras fichas. No Retrato Falado. É a descrição da pessoa por meio de
mesmo ano o governo argentino adotou oficialmente palavras precisas, sem a necessidade de nenhum
a identificação dos criminosos através de impressões instrumento;
digitais, sendo este sistema denominado c) Assinalamento das Particularidades: registro de
“Icnofalangometria”. Em 1894 foi proposto por cicatrizes, manchas crônicas da pele, queimaduras,
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tatuagens, ectrodactilia (dedos em menor número), arquivos fotográficos de criminosos, com brilhantes
polidactilia (dedos em maior número), sindactilia resultados para a época.
(dedos grudados), adactilia (ausência total dos Esses arquivos foram se avolumando,
dedos) e anquilose (falta de articulação dos dedos). tornando-se cada vez mais difícil seu manuseio, além
do que os criminosos logo após serem fotografados,
Sistema Fotográfico: procuravam modificar seus traços fisionômicos,
Inicialmente foram desenvolvidos estudos pelo cortando ou deixando crescer a barba e os bigodes,
francês NICEPHORO NIEPCE e aperfeiçoados por modificando o penteado dos cabelos e assim por
LOUIS DAGUERRE, que consegue fixar a imagem diante, dificultando sua identificação. Surge, então,
fotográfica sobre lâminas de cobre polido, revestidas com ALPHONSE BERTILLON, a idéia de aperfeiçoar o
com finíssima e sensível camada de sal de prata, o processo da fotografia ordinária, estabelecendo
que deu origem às “Daguerreotipas”. Mais tarde, certas normas a serem observadas, que permitissem
TALBOT consegue a reversão da imagem pelo confrontos futuros e o periciamento das mesmas.
processo de cópias Nasce o sistema de fotografia sinalética, com uma
sobre papéis. A partir escala de redução de 1/7 do tamanho natural.
daí, as polícias das Seriam feitas duas fotos, uma de frente e outra de
grandes cidades perfil direito, com a redução mencionada.
começam a organizar
Dessa forma, qualquer parte fotografada, multiplicada por sete, nos
daria o tamanho natural, sendo possível elaborar o retrato falado de uma
pessoa sem a necessidade da sua presença. Esse sistema, até hoje
ainda é utilizado pelas organizações policiais. Como acabamos de verificar,
vários sistemas de identificação foram utilizados, entretanto nenhum deles com resultados absolutamente seguros,
até o surgimento de outro sistema de identificação baseado nas impressões digitais, chamado Sistema
Datiloscópico.
Ramos da papiloscopia
A Papiloscopia é dividida em quatro partes:
Quiroscopia: processo de identificação por meio das impressões palmares;
Podoscopia: processo de identificação por meio das impressões plantares;
Poroscopia: processo de identificação por meio dos poros das papilas dérmicas;
Datiloscopia: processo de identificação humana por meio das impressões digitais.
OS DESENHOS PAPILARES
Os desenhos papilares não se restringem aos seres humanos. Elas também podem ser encontradas nos
membros inferiores e superiores dos primatas. São também encontradas nos focinhos dos animais. Em todos eles
os desenhos papilares têm as seguintes propriedades:
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Os desenhos aumentam de tamanho durante o crescimento do corpo humano, porém, eles mantém
constante as características que permite identificá-las. Os desenhos papilares não são indestrutíveis, por isso
lesões profundas provocam surgimento de cicatrizes, entretanto as demais áreas permanecem inalteradas. A
cicatriz, uma vez estabelecida ali permanece, por isso pode ser utilizada como uma característica a mais das
impressões papilares. Vantagens do processo papiloscópico
Obs. Na literatura é comum encontrar essas propriedades como postulados.
O processo papiloscópico acabou por substituir o processo antropométrico em todos os países devido às
suas vantagens, dentre as quais:
Exatidão: Por meio dela é possível afirmar categoricamente a identidade de uma pessoa; Baixo custo Com
apenas uma ficha de papel e tinta é possível obter impressões papilares;
Classificabilidade: A classificação das impressões papilares, principalmente as digitais, cria uma sequência
numérica ou alfanumérica, que possibilita busca em arquivos com milhões de fichas; e Auxílio na solução de
crimes. As impressões papilares podem ser encontradas em locais de crime e identificadas. Tais impressões, em
conjunto com outras evidências, se constituem em um importante elemento de prova.
Praticidade: a obtenção das impressões digitais é simples, rápida e de baixo custo.
Datilograma digital: Ë conhecido também como “Desenho digital”, formado pelo conjunto de
cristas e sulcos, os quais projetam desenhos ou arabescos; localizados na 3ª falange dos dedos.
Impressão digital: É a reprodução digital num suporte qualquer desde que apresente condições favoráveis
à sua retenção. A impressão digital é a réplica invertida do desenho digital.
Papilograma: É a impressão digital que não se pode afirmar se pertence às polpas digitais, das palmas das
mãos ou das plantas dos pés.
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Papilas dérmicas são saliências presentes na camada dérmica da pele, mais precisamente na camada papilar
da derme. Ela é composta de fibroblastos especializados localizados na base do folículo, as células que recobrem a
papila formam a raiz do pelo, supõe-se que controla o número de células da matriz. Servem para aumentar a área
de contato entre a derme e a epiderme. São irrigadas por vasos e veias, e contêm também receptores sensoriais.
As impressões digitais resultam destas saliências.
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ANOMALIAS:
Ectrodactilia: Anomalia congênita que se caracteriza por número e dedos inferior ao normal.
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Anquilose: Anomalia congênita ou adquirida. Falta de articulações parcial ou total dos dedos de modo a
prejudicar as impressões.
ARQUIVAMENTO
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Arquivo decadatilar: A identificação predominantemente civil. No arquivo decadatilar, as individuais
datiloscópicas são arquivadas com base nos tipos estabelecidos pela chave de classificação. Este sistema de
arquivamento permite pesquisas, posteriores somente com as impressões digitais dos dez dedos do identificado,
para que seja localizada a fórmula específica da individual em questão. As impressões digitais isoladas,
encontradas em locais de crime não se prestam para pesquisa no arquivo decadatilar. Para possíveis pesquisas
com impressões digitais isoladas foi criado o “Arquivo Monodatilar”.
Arquivo monodatilar: No arquivo monodatilar as impressões são classificadas isoladamente, dedo por
dedo. Sendo a classificação mais minuciosa que a do decadatilar. Este arquivo visa somente a identificação de
certos grupos de delinqüentes, que comumente rompe ou destrói obstáculos, deixando impressões digitais em
móveis, vidros, objetos e papéis por ele tocados.
Individuais datiloscópicas: A ficha datiloscópica deve ser confeccionada em papel branco acetinado,
medindo 19 cm de comprimento por 8 cm e 5 mm de altura. Esta ficha depois de preenchida com as impressões
digitais passa a chamar-se de “Individual Dactoloscópica”.
Individual Datiloscópica:
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passará para as combinações da mão esquerda. Para cada grupo de fórmula datiloscópica, será empregado uma
projeção que a destaque.
Projeções: As projeções podem possuir pestanas centrais, a direita e a esquerda do observador, na qual
estão impressos cinco quadriláteros, distribuídos em dois grupos: cinco superiores e cinco inferiores. No primeiro
campo de cinco quadriláteros superiores anota-se a fórmula datiloscópica; nos inferiores anota-se as indicações do
subtipo de núcleo, ou contagem de linha, referentes aos tipos fundamentais da fórmula datiloscópica
Combinações literais e numerais: As combinações literais são formadas pelas letras que representam os
tipos fundamentais, encontrados nos polegares (A.I.E.V.).
Cada combinação literal abriga 65.536 (sessenta e cinco mil, quinhentos e trinta e seis) combinações
numerais.
As combinações numerais são formadas por algarismos, que representam os tipos fundamentais dos dedos
indicador, médio, anular e mínimo de cada mão.
Distribuindo-se os quatro tipos fundamentais pêlos dedos indicador, médio, anular e mínimo de cada mão,
obtém-se 256 (duzentos e cinqüenta e seis) combinações.
O arquivamento das fichas é baseado na fórmula dactiloscópica da ID (individual dactiloscópica) sendo sua
distribuição feita da seguinte forma:
Primeira divisão: forma-se 4 grupos independentes de fichas com base no tipo fundamental encontrado
no polegar direito. Exemplo: grupo A, grupo I, grupo E , grupo V.
Segunda divisão: dentro de cada grupo, forma-se sub-grupos com base no tipo fundamental do polegar
esquerdo. Exemplo:
1º Grupo A - A/A, A/I, A/E, A/V;
2º Grupo I - I/A, I/I, I/E, I/V;
3º Grupo E - E/A, E/I, E/E, E/V e
4º Grupo V - V/A, V/I, V/E, V/V.
Terceira divisão: dentro de cada subgrupo segue-se a ordem crescente da fração numérica formada pelos
tipos dos dedos, indicador, médio, anular e mínimo. Exemplo:
1º- 1111/1111, 2º-1111/1112, 3º-1111/1113, 4º-1111/1114, 5º-1111/1121, 6º-1111/1122,........256º-
1111/4444, 257º- 1112 /1111, 258º- 1112/1112, ..............65.536º- 4444 / 4444.
PONTOS CARACTERÍSTICOS
Os desenhos digitais não são formados por linhas contínuas. As cristas papilares apresentam, em seu curso,
acidentes mais ou menos ponderáveis, denominados pontos característicos, cuja formação e disposição no
desenho digital lhe conferem a individualidade. Por meio da comparação do tipo primário podemos afirmar a não
identidade entre duas impressões papilares (digitais), porém somente pela comparação dos pontos característicos
é que se pode realmente confirmar a identidade das mesmas. Mesmo não existindo base científica na
determinação de um número mínimo de pontos característicos, para fins de padronização, recomenda-se o
assinalamento de, pelo menos 12 (doze) pontos característicos coincidentes entre as mesmas.
Pode-se confirmar a identidade com menor número de pontos característicos, desde que se encontrem pontos
considerados raros (de difícil incidência) entre os localizados nas impressões comparadas.
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"Não existe base científica que estabeleça a necessidade de uma quantidade mínima predeterminada
de sulcos decorrentes de fricção em duas impressões para alcançar uma identificação positiva."
A citação mencionada acima foi aprovada em 29 de Essas linhas radiam a impressão sempre em
julho de 1995, Ne'urim, Israel, por delegados do sentido horário (semelhante a direção dos ponteiros
Simpósio internacional sobre detecção e identificação do relógio, isto é, para a direita), iniciando-se na
de Impressões Papilares (O relatório completo parte superior da impressão.
abrangendo esta declaração histórica esta Na extremidade de cada linha é colocado um
apresentado nas paginas 578 - 584 do J. forensic número, de forma que cada impressão tenha linhas
Indent. 45(5), 1995 / 485.) se radiando em ângulos similares e com a mesma
designação numérica. Com tal amostra, o observador
ASSINALAMENTO DE PONTOS poderá verificar que cada número corresponde a um
CARACTERÍSTICOS: ponto característico coincidente em ambas as
impressões.
Método usado para o delineamento dos pontos
característicos, faz-se na seguinte forma:
CONCEITO DE ARMA
É todo objeto ou instrumento concebido
e destinado com finalidade específica para o
ataque e para a defesa do homem. Certos objetos
são feitos pelo homem, com a finalidade de
serem usados como armas. São denominados
ARMAS PRÓPRIAS, como por exemplo, revólver,
pistola, fuzil etc. Outros instrumentos podem,
6. BALÍTICA FORENSE eventualmente, ser utilizados para matar ou
ferir,como martelo, foice, machado. Esses não são
produzidos, objetivando aumentar o ataque ou
defesa do homem, mas podem ser usados
para tal, por isso são denominados de ARMAS
IMPRÓPRIAS.
* TOCCHETTO, Domingos. Balística Forense, aspectos técnicos e jurídicos. 7 ed. – São Paulo: Millennium, 2013, p. 201 e
202.
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MUNIÇÃO
Munição é o projétil a ser disparado de uma arma de fogo, incluindo o cartucho, que é um tubo oco,
geralmente de metal, com um propelente no seu interior; na sua parte aberta fica preso o projétil e na sua base
encontra-se o elemento de iniciação. Este tubo, chamado estojo, além de unir mecanicamente as outras partes do
cartucho, tem formato externo apropriado para que a arma possa realizar suas diversas operações, como
carregamento e disparo.
O projétil é uma massa, em geral de liga de chumbo, que é arremessada à frente quando da detonação da
espoleta e consequente queima do propelente. É a única parte do cartucho que passa pelo cano da arma e atinge
o alvo.
Para arremessar o projétil é necessária uma grande quantidade de energia, que é obtida pelo propelente,
durante sua queima. O propelente utilizado nos cartuchos é a pólvora, que, ao queimar, produz um grande volume
de gases, gerando um aumento de pressão no interior do estojo, suficiente para expelir o projétil. Como a pólvora
é relativamente estável, isto é, sua queima só ocorre quando sujeita a certa quantidade de calor; o cartucho
dispõe de um elemento iniciador, que é sensível ao atrito e gera energia suficiente para dar início à queima do
propelente. O elemento iniciador geralmente está contido dentro da espoleta.
Um cartucho completo é composto de:
PROJÉTIL
Projétil é qualquer sólido que pode ser ou foi arremessado, lançado. No universo das armas de defesa, o projétil
(popularmente, "bala") é a parte do cartucho que será lançada através do cano.
O projétil pode ser dividido em três partes:
Ponta: parte superior do projétil fica quase sempre exposta, fora do estojo;
Base: parte inferior do projétil fica presa no estojo e está sujeita à ação dos gases resultantes da queima da
pólvora.
Corpo: cilíndrico, geralmente contém canaletas destinadas a receber graxa ou para aumentar a fixação do projétil
ao estojo.
Projéteis de chumbo
Como o nome indica, são projéteis construídos exclusivamente com ligas desse metal. Podem ser encontrados
diversos tipos de projéteis, destinados aos mais diversos usos, os quais podemos classificar de acordo com o tipo
de ponta e tipo de base.
Tipos de pontas:
Ogival: uso geral, muito comum;
Canto-vivo: uso exclusivo para tiro ao alvo; tem carga reduzida e perfura o papel de forma mais nítida;
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Semi canto-vivo: uso geral;
Ogival ponta plana: uso geral; muito usado no tiro prático (IPSC) por provocar menor número de "engasgos"
com a pistola;
Cone truncado: mesmo uso acima.
Semi-ogival: também muito usado em tiro prático;
Ponta oca: capaz de aumentar de diâmetro ao atingir um alvo humano (expansivo), produzindo assim maior
destruição de tecidos.
Projéteis encamisados
São projéteis construídos por um núcleo recoberto por uma capa externa chamada camisa ou jaqueta. A camisa é
normalmente fabricada com ligas metálicas como: cobre e níquel; cobre, níquel e zinco; cobre e zinco; cobre, zinco
e estanho ou aço. O núcleo é constituído geralmente de chumbo praticamente puro, conferindo o peso necessário
e um bom desempenho balístico. Os projéteis encamisados podem ter sua capa externa aberta na base e fechada
na ponta (projéteis sólidos) ou fechada na base e aberta na ponta (projéteis expansivos). Os projéteis sólidos têm
destinação militar, para defesa pessoal ou para tiro esportivo. Destaca-se sua maior capacidade de penetração e
alcance.
Os projéteis expansivos destinam-se à defesa pessoal, pois ao atingir um alvo humano é capaz de amassar-se e
aumentar seu diâmetro, obtendo maior capacidade lesiva (poder de parada). Esse tipo de projétil teve seu uso
proibido para fins militares pela Convenção de Genebra. Os projéteis expansivos podem ser classificados em
totalmente encamisados (a camisa recobre todo o corpo do projétil) e semiencamisados (a camisa recobre
parcialmente o corpo, deixando sua parte posterior exposta). Os tipos de pontas e tipos de bases são os mesmos
que os anteriormente citados para os projéteis de chumbo.
Fonte: ctvaledoaco.com.br
ESTOJO
O estojo é o componente de união mecânica do cartucho, apesar de não ser essencial ao disparo, já que
algumas armas de fogo mais antigas dispensavam seu uso, trata-se de um componente indispensável às armas
modernas. O estojo possibilita que todos os componentes necessários ao disparo fiquem unidos em uma peça,
facilitando o manejo da arma e acelera o intervalo em cada disparo. Atualmente, a maioria dos estojos são
construídos em metais não-ferrosos, principalmente o latão (liga de cobre e zinco), mas também são encontrados
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estojos construídos com diversos tipos de materiais como plásticos (muniçãodetreinamentoe
e espingardas), papelão (espingardas) e outros.
A forma do estojo é muito importante, pois as armas modernas são construídas de forma a aproveitar as suas
características físicas.
Para fins didáticos, o estojo será classificado nos seguintes tipos:
Quanto à forma do corpo:
Cilíndrico: o estojo mantém seu diâmetro por toda sua extensão;
Cônico: o estojo tem diâmetro menor na boca, é pouco comum;
Garrafa: o estojo tem um estrangulamento (gargalo).
Cabe ressaltar que, na prática, não existe estojo totalmente cilíndrico, sempre haverá uma
pequena conicidade para facilitar o processo de extração. Os estojos tipo garrafa foram criados com o fim de
conter grande quantidade de pólvora, sem ser excessivamente longo ou ter um diâmetro grande. Esta forma é
comumente encontrada em cartuchos de fuzis, que geram grande quantidade de energia e, muitas vezes, têm
projéteis de pequeno calibre.
PROPELENTE
Propelente ou carga de projeção é a fonte de energia química capaz de arremessar o projétil a frente, imprimindo-
lhe grande velocidade. A energia é produzida pelos gases resultantes da queima do propelente, que possuem
volume muito maior que o sólido original. O rápido aumento de volume de matéria no interior do estojo gera
grande pressão para impulsionar o projétil.
A queima do propelente no interior do estojo, apesar de mais lenta que a velocidade dos explosivos, gera pressão
suficiente para causar danos na arma, isso não ocorre porque o projétil se destaca e avança pelo cano,
consumindo grande parte da energia produzida.
Atualmente, o propelente usado nos cartuchos de armas de defesa é a pólvora química ou pólvora sem
fumaça (como a cordite). Desenvolvida no final do século passado, substituiu com grande eficiência a pólvora
negra, que hoje é usada apenas em velhas armas de caça e réplicas para tiro esportivo. A pólvora química produz
pouca fumaça e muito menos resíduos que a pólvora negra, além de ser capaz de gerar muito mais pressão, com
pequenas quantidades.
Dois tipos de pólvoras sem fumaça são utilizadas actualmente em armas de defesa:
Pólvora de base simples: fabricada a base de nitrocelulose, gera menos calor durante a queima, aumentando a
durabilidade da arma;
Pólvora de base dupla: fabricada com nitrocelulose e nitroglicerina, tem maior conteúdo energético.
ESPOLETA
A espoleta é um recipiente que contém a mistura detonante e uma bigorna, utilizado em cartuchos de fogo central.
A mistura detonante, é um composto que queima com facilidade, bastando o atrito gerado pelo amassamento da
espoleta contra a bigorna, provocada pelo percussor que por sua vez é liberado pelo gatilho. A queima dessa
mistura gera calor, que passa para o propelente, através de pequenos furos no estojo, chamados eventos.
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Um aspecto relevante é que o projétil ser· expelido a uma dada velocidade, contendo uma dada energia
(depende muito desta velocidade). Quanto maior o cano da arma e quanto mais “pólvora”, maior a velocidade do
projétil Lembrando que a energia cinética se calcula através da seguinte relação: Ec = mv2/2. Nesta relação,
temos que m é a massa do projétil e v é a velocidade do som (340 m/s no ar), que é elevada ao quadrado. Então
por ser um valor muito grande a velocidade confere uma boa parte da energia cinética do projétil.
Armas de cano longo apresentam maior aproveitamento dos gases produzidos na combustão e tendem a
apresentar projétil com maior velocidade, portanto, maior energia cinética relativa. A velocidade dos projéteis
depende do meio em que este percorre em sua trajetória. Vejamos abaixo algumas velocidades do som em função
do estado físico do meio: - AR: 340 m/s - Líquidos: 1.500 m/s - Sólidos: 5.000 m/s
Velocidades dos projeteis calculadas em relação velocidade som no ar
•Menor: 340 m/s, baixa velocidade.
•Mais do dobro da velocidade som (acima de 680 m/s): alta velocidade.
•Entre este intervalo: média velocidade (entre 340m/s e 680 m/s).
Existe uma relação entre energia cinética do projétil com as lesões e características destas.
Relação da velocidade do projetil com as lesões maiores na cabeça?
Quanto maior densidade do órgão (maior resistência) maior a energia liberada pelo projetil.
Em função deste poder de energia as armas serão classificadas quanto ao uso em:
•Armas de uso permitido: baixa velocidade.
•Alta: são de uso restrito.
PROCEDIMENTOS DA PERÍCIA
Características gerais: identificação do tipo de arma (revólver, pistola, etc.), marca, número de série, registro,
capacidade de carga, alma do cano, calibre, entre outras características.
Verificação de sistemas e eficácia no funcionamento: avaliar a capacidade de operação e se a arma está
realizando disparos. Se a arma veio de um homicídio, é necessário testar a arma para verificar se ela está em
funcionamento ou não.
Recentidade de disparo: é um exame feito para verificar se o disparo foi realizado em um período recente à
ocorrência da ação criminosa;
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Regeneração metalográfica: exame alma lisa perdem muito na precisão, pois sua
realizado através de reagentes químicos para trajetória se desgoverna em curtas distâncias. Nos
recuperar os elementos identificadores de uma arma canos raiados, empreende-se um giro em torno de
de fogo caso tenham sido danificados (lixados, p. seu próprio eixo à esses projéteis, cria-se um efeito
ex.), como exemplo o número de série. giroscópico de estabilização, evitando que o mesmo
“capote” quando em voo.
Micro comparação balística: análise com o O calibre do projétil é medido pelos "fundos"
objetivo de esclarecer se um projétil ou estojo das raias. Dependendo de cada arma, seja ela
questionado foi disparado a partir da arma de fogo revólver, pistola, fuzil ou carabina, e de acordo com o
apresentada à perícia. tipo de projétil que ela usa, seja encamizado ou de
chumbo, as raias possuem profundidades e perfis
Exame de segurança: verificação da diferentes. A quantidade de raias em um cano
eficiência dos mecanismos da arma para averiguar a também varia, mas geralmente se situam entre 4 e
possiblidade de disparo acidental ou involuntário sem 6, podendo ser em quantidade pares ou ímpares.
o acionamento do gatilho. Outra variação muito importante, referente ao
raiamento do cano, é a quantidade de voltas
O CALIBRE executadas pelas estrias de um cano, quando
medidos dentro de uma mesma distância, algo que
Calibre Real – É a medida exata do interior se denomina "passo de raiamento". Normalmente
do cano de uma arma. Geralmente, apesar de sua nas armas curtas e com canos até 6" ou 7" de
fidelidade métrica, não dá nome a armas e munições. comprimento, as raias não chegam nem a dar uma
O calibre real costuma ser expresso em milímetros ou volta completa; como essas armas utilizam um
em frações de polegadas. projétil de pouco comprimento, não é necessário se
Calibre Nominal – É o calibre que serve para empreender um giro muito alto a fim de estabilizá-lo.
designar as munições e armas, e geralmente não Ao contrário, nos rifles e fuzis de alta potência,
correspondem ao calibre real delas utilizando projéteis bem mais longos, o número de
voltas do raiamento é maior, a fim de aumentar a
“...PARA ENTENDER DEFINITIVAMENTE, rotação do projétil quando em voo, criando assim um
PODEMOS DIZER QUE O CALIBRE NOMINAL É efeito giroscópico a fim de que o mesmo corte o ar
UM “APELIDO” UTILIZADO APENAS PARA devidamente estabilizado, pelo menos até o alcance
DENOMINAR UMA ARMA DE FOGO. JÁ O útil previsto para essa arma.
CALIBRE REAL, É A MEDIDA MATEMÁTICA DO Resumidamente, podemos afirmar
DIÂMETRO DO CANO DA ARMA..”. que convivemos com três sistemas de
medidas aplicados aos calibres de armas em geral:
(1) calibres especificados em centésimos de polegada
(mais utilizados nos Estados Unidos), (2) os calibres
especificados em milímetros e, finalmente, (3) a
medida inglesa denominada gauge, que é a
empregada nas armas de alma lisa (espingardas).
Nos primórdios das armas de fogo, o calibre, Muito utilizado nos Estados Unidos e inclusive
ou seja, o diâmetro efetivo do projétil disparado por no Brasil, expressa o diâmetro dos projéteis
uma arma, não era muito relevante, pois geralmente em centésimos de polegada, tanto com duas ou
os atiradores fundiam e moldavam sua própria com três casas decimais. Desta forma, damos como
munição. Armas eram geralmente vendidas com suas exemplo o famoso e popular calibre 38.
respectivas moldeiras. Com o advento do cartucho Lembramos que na notação norte americana se
moderno e da fabricação em série, os calibres utiliza o ponto na casa decimal e não vírgulas, como
passaram a ser fundamentais e de certa forma, é nosso costume. (Ex.: US$ 1,500.00). Portanto, o
padronizados, para se diferenciar o seu uso nas calibre 38 tem a sua notação correta como sendo
diversas armas existentes. O diâmetro do projétil, a 0.38 (trinta e oito centésimos de polegada), ou .38.
bem da verdade, não tem relação alguma com sua Outro famoso calibre, o 45, se expressa como 0.45,
potência, precisão ou letalidade. Os primeiros fuzis ou só .45 (45 centésimos de polegada). Durante
de antecarga, militares, e de alma lisa, usados nos muitas décadas se convencionou, tanto aqui no Brasil
primórdios do século 18, possuíam calibres em torno como nos Estados Unidos, não se pronunciar o
de 15 a 19mm, mas seu alcance útil não chegava aos "ponto" que antecede o calibre.
100 metros. Os projéteis disparados em canos de
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Portanto, sempre falamos "revólver calibre 22, Pistol. O irmão menor, o 6,35mm Browning, é
"pistola calibre 45, "revólver calibre 38, e por aí vai. chamado de .25 AUTO. O calibre .380, por exemplo,
Após a recente adoção e popularização do calibre 40 acabou se popularizando aqui na sua nomenclatura
S&W pelas forças policiais, criou-se um costume em polegadas, mas na Europa é mais conhecido
"estranho" de se usar a palavra "ponto" na frente do como 9mm (Kurz, Curto, Corto ou Short) para não
calibre. Daí que temos o termo "pistola ponto 40”, ser confundido com o 9mm Parabellum.
algo que se ouve muito na mídia televisiva. Poderia
ser, simplesmente, como sempre foi costume, dizer-
se "pistola calibre 40". Acredita-se que esse costume
seja influencia da antiga nomenclatura que se
utilizava nos quartéis brasileiros, onde era costume
se referir aos calibres de fuzis e metralhadoras como
.30 e .50 (ponto trinta e ponto cinquenta).
Voltando ao sistema de polegadas, vemos
então que se quisermos estabelecer uma conversão
desses calibres para o sistema métrico, basta 3 - Calibres no sistema "gauge":
multiplicá-los por 25,4 (uma polegada = 25,4 mm).
Esta é a mais curiosa forma de medição de
Exemplos: calibre .45 (0,45) X 25,4 =
calibres de armas porque não segue nenhuma norma
11,43mm; calibre .22 (0,22) X 25,4 = 5,58mm.
de medida específica. Os ingleses,
Entretanto, essa conversão serve meramente para
desde vários séculos atrás e até a II Guerra,
nos dar uma ideia do diâmetro do projétil, uma vez
utilizavam o peso do projétil disparado pelos seus
que no Brasil nós não estamos habituados a
canhões para especificar seu calibre. Tínhamos,
"perceber" ou ter noção real do diâmetro de um
portanto, canhões de 8, 12, 16 e 24 libras. Porém, no
projétil obtendo sua medida em centésimos de
emprego das armas portáteis de alma lisa, as
polegada.
espingardas de caça, essa unidade de medida seria
Além disso, a nomenclatura que é dada a um
muito grande para ser empregada em projéteis que
determinado calibre, pelo seu fabricante, nem
pesavam frações de libra. (N.A.: uma libra equivale a
sempre segue as regras rígidas de medida e sim,
453 gramas).
outras conveniências mercadológicas. A título de
Desta forma, partiu-se para a seguinte
ilustração, um exemplo bem antigo e clássico é o
solução: tomando-se uma perfeita esfera feita de
famoso calibre .44 Winchester, (.44-40 WCF),
chumbo puro, com massa de uma libra (0,453 Kg.),
lançado em 1873 no famoso rifle norte-americano de
seu diâmetro seria então o gauge (Ga.) 1, ou seja, o
ação por alavanca. Na realidade, o diâmetro de seu
calibre 1. Seguindo o mesmo raciocínio, imaginamos
projétil nem é de 0,44 centésimos de polegada, e
fracionar aquela esfera de chumbo (com uma libra de
sim, de 0,42". Qualquer um que proceder a uma
peso) em 12 esferas idênticas; o diâmetro de cada
medida do diâmetro deste projétil, utilizando-se um
uma dessas 12 esferas resultantes será o calibre 12.
paquímetro ou micrômetro terá uma leitura de 10,66
Assim também, fracionando-se a mesma esfera
mm, que convertido para centésimos de polegada
original (com massa de uma libra) em 28 partes e
nos dará 0,42"! Outro caso conhecidíssimo nosso é o
fazendo com essas partes 28 esferas iguais, o
calibre 38 Special, de revólver. Se convertermos
diâmetro de cada uma delas nos daria o calibre 28.
0,38” X 25,4mm teremos 9,652 mm, mas se
Isso explica porque, neste sistema, quanto maior é o
medirmos o diâmetro do projétil veremos que
número que exprime o calibre, menor é seu
realmente possui 9,06 mm. O projétil do calibre .38
diâmetro, ou seja, o calibre 28 é menor que o 12.
Special tem, na verdade. 0.357 centésimos de
Portanto, calibres de espingardas, que normalmente
polegada.
iniciam do 12 Ga. e depois seguem para o 16, 20,
24, 28 e 32, não possuem qualquer relação com
2 - Calibres medidos em milímetros:
medidas, tanto em polegadas como em milímetros.
Adotado preliminarmente na Europa, é o
calibre mais fácil de ser medido, caso aqui do
Brasil, porque a grande maioria de instrumentos de
medição utilizados seguem a norma métrica. Mas
isso não quer dizer que na Europa não se utiliza
também a nomenclatura em polegadas. O que acaba
ocorrendo é que, nos casos dos calibres mais
populares tanto lá como nas Américas, acabam se
utilizando duas ou mais nomenclaturas. Isso pode ser
percebido no calibre 7,65mm Browning, popular em
pistolas semi-automáticas, também chamado de .32
AUTO ou .32 ACP, abreviatura de Automatic Colt
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CALIBRE DAS ARMAS LISAS
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Microcomparação balística
Tipo de exame realizado na balística forense que promove a análise com o objetivo de esclarecer se um projétil ou
estojo questionado foi disparado a partir da arma de fogo apresentada à perícia criminal. Para isto utiliza-se um
microcomparador balístico
“ ... é tudo que possa ser percebido pelos nossos sentidos, direta ou indiretamente, que tenha relação com o
crime e criminoso e sirva à elucidação.”
J. Carvalhedo (1974)
“ ... são alterações físicas ou psíquicas resultantes da conduta humana, da ação ou omissão e que se relaciona
com o fato criminoso em apuração. ”
Karl Zbiden (1974)
“... é todo objeto ou material bruto constatado ou recolhido em um local de crime para análise posterior.”
Espindula, A. (2002)
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SANGUE MORFOLOGIA DAS MANHAS DE SANGUE NOS
LOCAIS DE CRIME
Manchas passivas
Como mencionado previamente, uma mancha
O sangue é um vestígio comum em cena de passiva é produzida pelo sangue que é sujeito
crime, especialmente quando envolve agressão somente à força da gravidade e da resistência do ar
corporal (homicídios e/ou lesão corporal). Pode ser (James & Kish, 2005), não havendo uma definição
encontrado na forma líquida, coagulada, úmida ou específica para mancha passiva na terminologia do
seca (BEZERRA, 2004; SILVA; PASSOS, 2006; SWGSTAIN (que é recomendada pela IABPA) e
NASCIMENTO, 2008). estando definida como a categoria de Não-salpicos
A coleta dependerá de sua forma e localização. no sistema de Bevel & Gardner, que inclui os padrões
Se estiver na forma líquida podem apresentar-se nos quais a mancha principal não é elíptica ou
como manchas (empoçamento, gotejamento, circular, seja com margens regulares ou irregulares
projeção) ou misturado a outros líquidos (água, (Bevel & Gardner, 2008).
urina, produtos de limpeza). Existem várias maneiras
de realizar a coleta, os mais utilizados são por meio Mancha de gota
do swab, seringas e pipetas, o que será levado em Segundo a definição que se encontra na
consideração para o melhor método é a localização e terminologia recomendada pela IABPA, a mancha de
forma da amostra. gota é um padrão que resulta da queda de uma
Na forma líquida proceder na coleta fazendo única gota de sangue que se forma devido à força da
uso de uma seringa ou pipeta, transferindo o sangue gravidade.
para um tubo de coleta sanguínea com propriedades
anticoagulantes e preservativas. Existe também
alternativas como o uso de swab, algodão, FTA;
nesses casos deve-se secar o material antes do
armazenamento, para assim evitar a proliferação de
microrganismos. O material seco pode ser
acondicionado em envelope de papel, frasco de vidro
ou saco plástico e refrigerado (SCHIRO, 1995; FBI,
2007; FDLE, 2009).
Na forma seca coletado com swab umedecido
com água destilada ou raspagem com lâmina,
canivete ou espátula. No caso da coleta com swab
ressalta-se a importância da secagem antes do Mancha satélite
armazenamento. O material resultante da raspagem São o resultado de pequenas gotículas que se
deve ser acondicionado em um envelope (JOBIM, separam da gota principal no momento do impacto
2003; SILVEIRA, 2009; INTERPOL, 2009). (James & Kish, 2005).
Na forma úmida geralmente encontrada em
peças de roupa, deve ser recolhida a peça embalada
em saco plástico e transportada ao laboratório, onde
deve proceder nasecagem e, posteriormente,
acondicionamento em envelope de papel pardo, cada
peça emum envelope separado para evitar
contaminação. Caso a peça seja grande, corta a
parte onde encontra o sangue, deixa-se secar à
temperatura ambiente e procede-se
oacondicionamento em envelope de papel pardo.
Rasto de gotas
É um rasto provocado pela deslocação de uma
fonte de sangue, entre dois pontos, sendo esta a sua
principal característica, da qual se desprendem gotas
formando uma trilha (Terminologia Recomendada,
PJ).
Google/imagens
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Padrão de fluxo Salpicos
É o padrão que resulta do movimento de uma O grupo dos salpicos difere do grupo de manchas
fração de sangue numa determinada superfície passivas na medida em que a sua origem se deve a
devido à força da gravidade ou ao movimento da um impacto numa fonte de sangue ou ao facto de o
superfície-alvo (Terminologia Recomendada, PJ) sangue ser sujeito a uma determinada força externa
(James &Kish, 2005) que não a da gravidade e
resistência do ar.
Mancha de salpicos
Manchas de transferência
é aquela que resulta do contacto entre uma
determinada superfície que está ensanguentada e
uma outra superfície (Terminologia Recomendada,
PJ).
Padrão de nevoeiro/névoa
Trata-se de uma padrão que resulta da redução de
sangue a uma pulverização de pequeníssimas gotas,
como consequência da força que foi aplicada
(Terminologia Recomendada, PJ), podendo estar
associado a armas de fogo
Mancha de saturação
Resulta da acumulação de sangue num dado material
absorvente (Terminologia Recomendada, PJ), como
lençóis, toalhas, tapetes, roupas, etc (James & Kish,
2005).
Poça
A poça de sangue pode estar relacionada com uma
hemorragia extensa ou pode derivar de padrões de
fluxo devido ao efeito da gravidade (James & Kish,
2005).
Manchas alteradas
Como a própria designação o indica, uma mancha
alterada é uma mancha de sangue cujas
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características indiciam a ocorrência de uma microscópio. O exame microscópico é o teste de
alteração. maior interesse, pois procura células da mucosa
James & Kish também aplicam o mesmo termo, bucal para análise de DNA (DOREA; STUMVOLL;
referindo que a alteração pode ser física ou QUINTELA, 2010).
fisiológica, podendo ocorrer dentro do corpo ou Pode ser encontrada no local do crime em diversos
então serem produto das condições ambientais, objetos, tais como envelopes, selos, pontas de
movimento do corpo ou dos objetos ensanguentados cigarro, copos, garrafas, talheres e no corpo humano
(James & Kish, 2005). Estes autores fazem uma associado a lesão por mordida (PINHEIRO, 2004;
subdivisão das manchas alteradas em: coágulos, MENEGATI, 2008).
manchas difusas, diluídas, de insetos, vazios e
sequenciação.
SEMEN
Este vestígio é definido como uma suspensão de
espermatozóides contida no líquido seminal. O líquido
seminal depois de 5 min que foi ejaculado coagula,
devido às proteínas das vesículas seminais. Após 10
a 20 min o sêmen dissolve-se pelo fato das enzimas
e dos antígenos produzidos pela próstata causarem a
decomposição do coágulo (GUYTON, 2008;
TORTORA; GRABOWSKI, 2008).
Um vestígio de grande importância devido aos casos
de agressão sexual e por ser uma ótima fonte de
DNA. O DNA que será analisado é extraído dos
espermatozóides. Primeiramente, é de fundamental
importância a pesquisa microscópica na amostra para
verificar a existência de espermatozóide, do teste ou
reação de brentamina que determina a atividade da
fosfatase ácida, na qual o resultado positivo indica a
presença de células seminais, além do PSA
(PINHEIRO, 2004).
OSSOS E DENTES
É um tecido vivo, complexo e dinâmico
formado por células e material extracelular
endurecido pela presença de cálcio, cada osso é
considerado um órgão (TORTORA; GRABOWSKI,
2008; GUYTON, 2008). Os ossos longos são fontes
importantes de DNA a partir da medula óssea
localizada no canal medular. Se a amostra estiver em
bom estado de conservação, é possível extrair muito
DNA de pequenos pedaços de ossos. Dentes, em
especial, os molares também são fontes importantes
de DNA, extraído a partir da polpa dentária. Vestígio
de grande importância nos casos onde o material
encontra-se muito deteriorado, pois é possível
encontrar DNA mitocondrial (DNAmt) de pequenas
SALIVA porções de osso (JOBIM, 2003; BEZERRA, 2004;
SANTOS, 2009; VIEIR; TAVARES; BOUCHARDET,
Fluido aquoso, que lubrifica os movimentos da língua 2010).
e lábios durante o ato de falar e umedece as túnicas
mucosas e o esôfago, sendo secretado pelas
glândulas parótidas, submandibular e sublingual em
menos quantidade por pequenas glândulas na boca
(GUYTON, 2008). Esse vestígio pode passar por
exames de reações químicas (pesquisa de
sulfocianeto de potássio e cloreto férrico), físico e
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CABELOS Uma base nitrogenada;
Constituídos principalmente por queratina, Um açúcar;
pequenas quantidades de metais e melanina, o bulbo Um fosfato.
(raiz) do cabelo ou do pêlo é irrigado por sangue,
sendo a região de maior probabilidade de extração
de DNA nuclear. A partir do cabelo sem o bulbo
pode-se extrair o DNAmt. Porém, existe grande
possibilidade dos resultados não serem conclusivos,
pois fatores como tratamentos químicos podem
impedir uma extração de DNAmt com qualidade No DNA o açúcar encontrado é
(PINHEIRO, 2004; BEZERRA, 2004; SILVEIRA, 2009). uma desoxirribose, enquanto as bases nitrogenadas
podem ser de quatro tipos: adenina, guanina,
citosina e timina. Essas características permitem
diferenciar o DNA do RNA, uma vez que o açúcar
presente no RNA é a ribose e nessa molécula é
encontrada a uracila no local da timina.
A estrutura do DNA
Apesar de ser descoberto em 1869, a estrutura
do DNA atualmente aceita só foi proposta em 1953
em um trabalho feito por Watson e Crick e publicado
na revista Nature. Esse modelo ficou conhecido como
UNHAS
modelo de dupla hélice e explica que o DNA é
O estudo deste vestígio trata-se não
formado por dois filamentos longos que estão unidos
exatamente dele, mas sim do que as unhas são
e enrolados formando uma espiral. Cada filamento é
capazes de armazenar embaixo delas. Em situações
formado por nucleotídeos que estão ligados entre si
onde haja desconfiança de luta corporal entre a
através de ligações fosfodiéster.
vítima e o autor ou outro tipo de contato físico, onde
exista a possibilidade de conter amostra biológica
armazenada sob a unha, deve-se realizar um exame
minuciosamente procurando qualquer vestígio
passível de análise (SILVA; PASSOS, 2006).
Se algum fator impossibilitar a coleta no local, a
amostra será coletada no IML, para que isso ocorra
sem perda ou contaminação, é feito o isolamento das
mãos ou pés com sacos de papel, preservando-se
assim o membro onde será realizada a coleta (SILVA;
PASSOS, 2006).
O DNA
Descoberta em 1869 a molécula de DNA está
relacionada diretamente com as características físicas
e fisiológicas do nosso corpo e de outros seres vivos.
Em organismos eucariontes, a molécula de DNA é
encontrada no núcleo celular e nas organelas
chamadas de mitocôndrias. Já nos organismos
procariontes, esse material está presente de maneira
dispersa no citoplasma da célula.
O DNA, assim como o RNA, é um ácido
nucleico, uma estrutura formada basicamente pelo
nucleotídeo. Os nucleotídeos apresentam três
componentes:
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A Genética Forense
Trata-se da utilização dos conhecimentos e das técnicas de genética e de Biologia Molecular no auxílio à
justiça. Sua aplicação é indicada nos casos de investigação de paternidade (ou maternidade), de identificação de
cadáveres e envolvidos em fatos criminosos. Atualmente a identificação humana por DNA Forense, já é aceita em
processos judiciais em todo o mundo, sendo possível inclusive à identificação de pessoas mortas, a dezenas,
centenas de anos, utilizando DNA obtido de ossos ou dentes, ordem ou sequência gênica.
A Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos é formada pelos bancos de 19 unidades da federação, além
do banco da Polícia Federal e do Banco Nacional de Perfis Genéticos. Para que seja possível cumprir com a meta
de incluir, até 2022, o perfil genético de todos os condenados por crimes dolosos no Brasil, o MJSP trabalha para
estabelecer procedimento eficaz para a coleta do perfil genético de condenados, adquirir materiais de coleta e
plataformas de automação para unidades que apresentem alta demanda de amostras, por exemplo. O objetivo é
coletar mais de 750 mil perfis nos próximos três anos - número semelhante ao que se estima de população
carcerária no país. Para 2019, a previsão é coletar, processar e cadastrar 65 mil.
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“O Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Senasp, dará todo o apoio às Secretarias de
Segurança Pública estaduais para que as metas sejam atingidas, o que inclui investimentos em equipamentos,
insumos, ações de capacitação e desenvolvimento de sistemas”, afirma o coordenador da Rede Integrada de
Bancos de Perfis Genéticos, Guilherme Jacques.
8. CADEIA DE CUSTÓDIA
Por mais que os avanços tecnológico e científico venham contribuindo com as ciências forenses para
melhorar a capacidade de reunir evidências utilizadas na solução em processos criminais ou civis (Access
Excellence @ The National Health Museum, 2006), estes avanços, por si só, não representam garantia que estas
evidências serão aceitas como prova pericial pela justiça (Sampaio, 2006). Todos os procedimentos relacionados à
evidência, desde a coleta, o manuseio e análise, sem os devidos cuidados e sem a observação de condições
mínimas de segurança, podem acarretar na falta de integridade da prova, provocando danos irrecuperáveis no
material coletado, comprometendo a idoneidade do processo e prejudicando a sua rastreabilidade (Sampaio,
2006).
Deste modo, é necessário que se estabeleça um controle sobre todas as fases deste processo (Portugal, 1998).
Assim, tem-se adotado a Cadeia de Custódia como modelo nas mais variadas áreas do conhecimento em que se
incluam, entre as preocupações relacionadas à qualidade, questões de âmbi to judicial (Rangel, 2004). Para
Saferstein (2004), cadeia de custódia é "uma lista de todas as pessoas que estiveram de posse de um item de
evidência". O documentar dos procedimentos de custódia é o que garante a responsabilização e a rastreabilidade
da prova, daí sua grande importância. Entretanto, os procedimentos de custódia não devem se resumir a um
documento.
Byrd (2001) acrescenta a responsabilização e a confiabilidade quando define o termo como "um registro
escrito e defensável de todos os indivíduos que mantiveram o controle sobre as evidências". Defensável é o que
pode ser defendido mediante a sustentação por argumentos e razões. Quanto mais robusta esta defesa, mais
confiável é o que se defende e, conseqüentemente, maior é o impacto na tão importante convicção do magistrado.
A confiabilidade muitas vezes depende da argumentação e quando falamos em cadeia de custódia, a
argumentação deve ser baseada essencialmente no documento de custódia ou num sinônimo usado pelo autor,
um "registro escrito".
Outra questão relevante a ser considerada na cadeia de custódia é a dimensão temporal. Quando ela tem
início e quando termina? Neste sentido, o conceito de Giannelli (1996) é relevante: "a movimentação e a
localização de uma evidência física desde sua obtenção até sua apresentação na corte". Aqui a cadeia de custódia
se inicia com a obtenção do vestígio e termina com sua pr esença no tribunal.
A Cadeia de Custódia viabiliza o controle sobre o trâmite da amostra com a identificação nominal das pessoas
envolvidas em todas as fases do processo, caracterizando as suas responsabilidades, as quais são reconhecidas
institucionalmente, uma vez que, como já foi citado, as mesmas foram treinadas para estas atividades. Portanto, o
fato de assegurar a memória de todas as fases do processo, constitui um protocolo legal que permite garantir a
idoneidade do resultado e rebater as possíveis contestações (Nóbrega e Doria, 2006; Smi th, Bronner, Shimomura
et al., 1990).
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Neste contexto, a responsabilidade dos custodiado subseqüentemente, a data onde os itens
profissionais envolvidos na Cadeia de Custódia não foram coletados ou transferidos, o nome do órgão e
tem apenas uma implicação legal, mas também da autoridade requisitante, o numero da ocorrência,
moral, na medida que o destino das vítimas e dos inquérito ou processo (se nesta fase existirem), o
réus dependem do r esultado da perícia. nome da vitima ou do suspeito e uma breve
Cadeia de custódia é a garantia de total descrição do item (Bonaccorso,2005).
proteção aos elementos encontrados e que terão um
caminho a percorrer, passando por manuseio de
pessoas, análises, estudos, experimentações e
demonstração-apresentação até o ato final do
processo criminal (Espíndula, 2006).
A finalidade da cadeia de custódia é assegurar
a idoneidade dos objetos e bens apreendidos, a fim
de evitar qualquer tipo de dúvida quanto à sua
origem e caminho percorrido durante a investigação
criminal e o respectivo processo judicial. A prova
material do processo foi, incontestavelmente, um
vestígio quando do início dos procedimentos
periciais. Se o vestígio, antes de ser reconhecido,
está no local de crime, então a custódia deste nasce
no momento em que os procedimentos de
preservação de local de crime se iniciam e são
assegurados pela autoridade policial. Nestes moldes,
o início da cadeia de custódia pode ser delimitado
pela adequada preservação de local de crime,
conforme preconiza o artigo sexto do CPP:
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Concurseiro Mossoroense.
Com você antes, durante e depois do edital.
(84) 9.9862-1117
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Concurseiro Mossoroense.
Com você antes, durante e depois do edital.
(84) 9.9862-1117
ANOTAÇÕES _______________________________________
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