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Revisão

Mariana R. Fantinato
Definição Psicodiagnóstico
 Hutz, 2016, p. 28:

Compreendemos que o psicodiagnóstico é um procedimento científico


de investigação e intervenção clínica, limitado no tempo, que emprega
técnicas e/ou testes com o propósito de avaliar uma ou mais
características psicológicas, visando um diagnóstico psicológico
(descritivo e/ou dinâmico), construído à luz de uma orientação teórica
que subsidia a compreensão da situação avaliada, gerando uma ou
mais indicações terapêuticas e encaminhamentos.
Avaliação Psicológica – CFP (2013)

 A avaliação psicológica é compreendida como um amplo


processo de investigação, no qual se conhece o avaliado e
sua demanda, com o intuito de programar a tomada de
decisão mais apropriada do psicólogo.
Psicodiagnóstico

 A Lei Federal nº 4.119, de 27 de agosto de 1962, que


dispõe sobre a formação em psicologia e regulamenta a
profissão no Brasil, define que a prática de diagnóstico
psicológico, bem como a realização de um
psicodiagnóstico, é atribuição exclusiva do profissional
da psicologia.
Psicodiagnóstico

 Objetivos clínicos;

 Não abrange todas as formas de avaliação psicológica;


Passos do Psicodiagnóstico
1. Determinar os motivos da consulta e/ou do encaminhamento e
levantar dados sobre a história pessoal (dados de natureza
psicológica, social, médica, profissional, escolar);

2. Definir as hipóteses e os objetivos do processo de avaliação.


Estabelecer o contrato de trabalho (com o examinando e/ou
responsável);
Passos do Psicodiagnóstico
3. Estruturar um plano de avaliação (selecionar instrumentos
e/ou técnicas psicológicas);

4. Administrar as estratégias e os instrumentos de avaliação;

5. Corrigir ou levantar, qualitativa e quantitativamente, as


estratégias e os instrumentos de avaliação;
Passos do Psicodiagnóstico

6. Integrar os dados colhidos, relacionados com as hipóteses iniciais


e com os objetivos da avaliação;

7. Formular as conclusões, definindo potencialidades e


vulnerabilidades;

8. Comunicar os resultados por meio de entrevista de devolução e de


um laudo/relatório psicológico. Encerrar o processo de avaliação.
Psicodiagnóstico Tradicional

 Temporalmente limitado, emprega métodos e técnicas


psicológicas para compreender os problemas, avaliar, classificar e
prever o curso do caso, culminando na comunicação dos
resultados.
Psicodiagnóstico Interventivo

 Tem por objetivo diagnosticar, entender e intervir na ​


problemática do indivíduo, fazendo o uso integrado dos
processos avaliativo e terapêutico;
Entrevista Inicial

 Aprofundar as queixas ou motivos trazidos em um


momento inicial, e explorarmos essas questões a partir de
outras perspectivas.
Entrevista Inicial

 Realizadas tanto com o profissional que solicitou o


psicodiagnóstico, quanto com o próprio paciente e outras fontes
de informação como pais, responsáveis ou outros familiares;

 Essas entrevistas também podem ocorrer com professores,


médicos ou demais profissionais que acompanham o paciente;
Entrevista Inicial

 Questiona-se o motivo pelo qual o profissional solicitou a


avaliação e a percepção que ele tem do paciente e das queixas
trazidas, assim como o impacto delas na vida do paciente.
1ª Etapa – paciente encaminhado para avaliação

2ª Etapa – entrevista com paciente e responsáveis

Paciente adulto Paciente adolescente Paciente criança


A primeira entrevista A primeira entrevista pode ser A primeira entrevista é
geralmente é realizada com o realizada com o próprio realizada com os responsáveis.
próprio paciente paciente, seguida por entrevista Posteriormente, marcamos com
com os responsáveis a criança

3ª Etapa – Entrevista com outras fontes de informação


Sempre com autorização do paciente e, se for o caso, de seus responsáveis
Anamnese

 Tipo de entrevista clínica;

 Direcionada a investigar fatos;

 Psicólogo tem posição mais ativa nos questionamentos;


Anamnese

 Não é uma técnica exclusive do psicólogo –


utilizada para entendimento dos fatores
envolvidos no processo saúde-doença.
Objetivos

Cunha (2000):

“Tem por objetivo primordial o levantamento detalhado da


história de desenvolvimento da pessoa, principalmente na
infância.”
Objetivos

 Levantamento de informações para:

- Fundamentar a formulação de hipóteses diagnósticas


iniciais;

- Auxiliar na escolha dos instrumentos e técnicas;

- Buscar conexão entre aspectos da vida e a queixa.


Entrevista Lúdica

 Potenciali​za a análise dos resultados de outras técnicas co​mumente


empregadas durante o psicodiagnóstico com crianças, como a
entrevista com pais ou responsáveis, a entrevista familiar e os
testes projetivos e psicométricos.
Entrevista Lúdica

 Utilizada para ​avaliar as representações dos conflitos básicos da


criança, tanto do ponto de vista evolutivo, quan​to do ponto de
vista patológico.
Objetivo

 Investigação da interação com a criança, visando o


estabelecimento de um diagnóstico sobre o comportamento desta
e suas múltiplas determinações;
Devolutiva

 O momento da devolução das informações será o palco de


novos esclarecimentos, tendo um papel fundamental no
processo psicodiagnóstico no sentido de descobrir,
organizar e esclarecer a complexidade do que veio à tona a
partir do pedido de ajuda inicial.
Devolutiva

 Muitas vezes, a solicitação inicial não é totalmente


desvendada nas entrevistas diagnósticas, podendo emergir
novos dados e solicitações, de forma explícita ou implícita,
no momento da devolução das informações e no
encerramento do psicodiagnóstico.
Devolutiva

 Fundamental para o processo psicodiagnóstico;

 Deve englobar, de forma sintetizada, todos os momentos


vivenciados durante as etapas anteriores;
Devolutiva

 Produzir a integração desses momentos,

 Conduzir a um fechamento e abrir portas para novos


direcionamentos.
Devolutiva

 Ápice de todo o investimento realizado, para todas as


partes interessadas – o avaliando, sua família e o
profissional – e deve apontar caminhos que levem a
alterações na vida dos envolvidos.
Devolutiva

 Integração dos dados captados por meio das observações


das manifestações verbais e não verbais, dos silêncios, das
omissões, das ausências, das vivências, das transferências,
das contratransferências e dos instrumentos utilizados,
atribuindo um sentido mais amplo ao pedido manifesto,
somando-o ao latente, agora descoberto.
Documento Psicológico

 Resulta da prestação direta de serviços psicológicos a uma


pessoa, grupo ou organização;

 Registro da conclusão de uma avaliação psicológica ou uma


resposta a uma solicitação daqueles que estão diretamente
envolvidos no processo de trabalho ou de autoridades legais.
Declaração

 A declaração psicológica é um documento que registra, de


forma objetiva e sucinta, informações pontuais sobre a
prestação de serviços, tais como: comparecimento e
acompanhamento (tempo, dias e horários);

 Não deve ser utilizado para registrar sintomas, situações


ou estados psicológicos.
Atestado
 O atestado psicológico certifica, com fundamento no diagnóstico
psicológico, uma determinada situação, estado ou funcionamento
psicológico.

 Finalidades: justificar faltas, impedimentos, afastamentos ou


dispensas, ou ainda justificar aptidão para atividades específicas
após um processo de avaliação psicológica.
Relatório
 Comunica descritivamente a atuação profissional em
determinado caso, podendo gerar orientações,
recomendações, encaminhamentos e intervenções.

 Embora este documento possa mencionar o diagnóstico


psicológico, essa não é sua finalidade.
Laudo
 Resulta de um processo de avaliação psicológica e
objetiva subsidiar decisões relacionadas ao contexto em
que surgiu a demanda;
 Deve fornecer apenas as informações necessárias e
relacionadas à demanda, relatando o encaminhamento, as
intervenções, o diagnóstico, o prognóstico, a hipótese
diagnóstica, a evolução do caso, orientação e/ou sugestão
de projeto terapêutico.
Parecer
 O parecer psicológico oferece uma resposta sobre uma
questão-problema pertinente ao campo da Psicologia ou
sobre algum documento psicológico, visando subsidiar
tecnicamente uma decisão;

 O parecer pode ser requerido por meio de quesitos, sendo


que cabe ao psicólogo avaliar se há condições para
respondê-los respeitando os limites de sua atribuição.
Prazo de Validade

 No último parágrafo do documento psicológico deve haver


menção sobre a previsão legal do tempo em que deve ser
feita nova análise para aferir a permanência dos
fenômenos observados.
Como arquivar

 Os registros documentais do serviço psicológico devem


ser arquivados por ao menos 5 (cinco) anos.

 Esse prazo poderá ser ampliado nos casos previstos em lei,


por determinação judicial, ou ainda em casos específicos
em que a análise contextual pressupõe a manutenção da
guarda por maior tempo.

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