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DEVOLUÇÃO DAS

INFORMAÇÕES DO
PSICODIAGNÓSTICO
Devolução das informações do
psicodiagnóstico

 O psicodiagnóstico é um processo que envolve uma série de etapas, todas


elas muito importantes, tendo como desfecho o momento da devolução de
informações.
 É um momento fundamental, pois deve englobar, de forma sintetizada, todos
os momentos vivenciados durante as etapas anteriores, deve produzir a
integração desses momentos, conduzir a um fechamento e abrir portas
para novos direcionamentos.
Devolução das informações do
psicodiagnóstico

 A devolução das informações caracteriza-se como uma comunicação verbal,


discriminada e dosificada, entre o psicólogo e o avaliando, seus pais e
outros demandantes, sobre os resultados obtidos no psicodiagnóstico.
 Não se trata de uma comunicação unidirecional e estanque;

 Caracteriza-se como um espaço voltado à discussão das informações obtidas


no processo insight.
Devolução das informações do
psicodiagnóstico

 Esse momento deve estar previsto desde o início do processo e deve ser
comunicada ao avaliando e seus familiares;
 Isto pode contribuir para o envolvimento do avaliando;

 Ou, pode surgir o receio de ter seus segredos desvelados aos outros
demandantes, como professores, médicos e outros.
 Nesse caso é importante que as ansiedades sejam trabalhadas.
Devolução das informações do
psicodiagnóstico
 Geralmente a devolução das informações é realizada no final do processo
elaboração dos aspectos mobilizados e como seu fechamento.
 Algumas informações talvez tenham que ser antecipadas no decorrer do
processo, sobretudo em casos em que forem detectados indicadores de risco,
para que os necessários encaminhamentos sejam feitos.
 No momento da devolução é importante que sejam enfatizados os riscos
advindos do não atendimentos a essas orientações ou indicações
terapêuticas.
Devolução das informações do
psicodiagnóstico

 Com adultos independentes a devolução das informações é feita diretamente


a ele.
 Nos casos em forem detectados indicadores de risco ao paciente ou a
terceiros, deve-se informar o avaliando que será solicitada a presença de um
familiar, a quem será comunicado o problema identificado e a respectiva
indicação terapêutica.
Devolução das informações do
psicodiagnóstico

 Quando se trata de criança, adolescente ou adulto dependente, existem


necessariamente duas entrevistas básicas de devolução das informações:
uma com os pais e outra com o avaliando.
 Nesses casos, o paciente tem direito a esse momento de processamento.
Devolução das informações do
psicodiagnóstico
 Ocampo e Arzeno (1981) apontam que a realização da devolução das
informações em entrevistas separadas favorece a discriminação de identidade
entre pais e filhos.
 Outro aspecto a ser considerado é a forma de comunicação e a linguagem a ser
empregada e o foco da abordagem aos resultados que devem ser distintos.
 Isso favorece que alguns conteúdos sejam trabalhados de forma mais clara e direta
com o avaliando, garantindo o reconhecimento a sua individualidade e
privacidade, bem como com os pais.
Devolução das informações do
psicodiagnóstico

 Entretanto, entrevistas conjuntas podem ser necessárias quando existem pontos


dúbios ou vulneráveis que precisam ser trabalhados na presença de todos
(correção de distorções envolvendo projeções de fantasias de doenças em um
depositário).
 A devolução das informações do psicodiagnóstico é o momento que encerra um
processo em si mesmo, mas não precisa ficar restrita a uma única entrevista,
podendo ser ampliada a partir da necessidade dos solicitantes e do profissional.
Devolução das informações do
psicodiagnóstico
 Pode ser necessário mais de uma entrevista para que os envolvidos possam

ser capazes de esclarecer e estabelecer alguns fechamentos acerca da


avaliação.

 Pode haver a necessidade de realizar um momento de devolução ao

profissional ou à instituição solicitante do psicodiagnóstico.

 Deve se ter o cuidado para não transformar a devolução das informações em

um momento interminável.
Devolução das informações do
psicodiagnóstico
 Uma boa devolução começa com um bom entendimento do caso, o que possibilita
a elaboração de hipóteses explicativas sobre o problema em questão.
 Desses achados será extraído o que deverá ser exposto ao avaliando e sua família, de
forma flexível e direcionada ao que está sendo vivenciado no momento da devolução.
 Devemos sempre respeitar o desejo, o alcance e os limites dos envolvidos. O
profissional deve ser sensível e atento à capacidade de suportabilidade do avaliando e
de seus responsáveis
Devolução das informações do
psicodiagnóstico

 Cada contexto diferente de devolução exigirá uma abordagem


diferenciada do material em questão, devendo ser expostos apenas os
conteúdos específicos relacionados àquela determinada situação.

 Nem todas as informações resultantes do psicodiagnóstico devem ser


comunicadas a todas as pessoas contempladas com a devolução.
Devolução das informações do
psicodiagnóstico

 Para alguns autores, em caso de criança, adolescente ou adulto


dependente, as impressões diagnósticas e as indicações terapêuticas
devem ser discutidas em primeiro lugar com o avaliando, com
linguagem simples e direta, e posteriormente com os seus responsáveis.

 Para outros autores deve-se primeiro realizar um momento de devolução


com os responsáveis, para somente após realiza-lo com a criança.
Devolução das informações do
psicodiagnóstico
 No momento da devolução da informação cabe ao profissional
esquematizar os pontos que devem ser abordados:
 Alguns autores sugerem o uso de critérios de prioridade – intensidade,
repetição e obscuridade;
 Outros sugerem primeiro abordar os aspectos adaptativos do avaliando
por serem menos ansiogênicos, e, por último, os menos adaptativos,
sempre observando os indicadores de tolerância (postura receptiva,
perguntas, adição de novos dados, novas associações) e de intolerância
(dificuldades para compreender, negativas, empalidecer, sair da sala, atrasos).
Devolução das informações do
psicodiagnóstico
 A linguagem deve ser clara, e devem ser utilizados, preferencialmente, termos
compreensíveis ao avaliando e à sua família.
 Com crianças pequenas a devolução pode se dar por meio de jogos,
histórias.
 A entrevista de devolução pode ser iniciada pela retomada do motivo
original da busca de ajuda. E assim, observar o que se sucedeu a partir desse
momento.
 Em seguida o profissional pode revelar de forma gradativa como ocorreu a
aproximação técnica à problemática explícita e implícita, explicando a
utilização de diferentes recursos e suas funções (entrevista, jogos, atividades,
testes).
Devolução das informações do
psicodiagnóstico
 Na devolução do psicodiagnóstico, também podem ser inseridas as
contribuições de outros profissionais ao processo, como médicos e
professores.
 Essas informações, assim como aquelas resultantes dos instrumentos
psicológicos, devem ser inseridas no momento oportuno e de forma
dialógica, integrada, acessível e produtiva. Elas não devem ser
transmitidas in natura, pois podem ocorrer incompreensões,
confundindo ou rotulando o avaliando.
 É importante preservar o sigilo e não mostrar as produções do avaliando
(desenhos, testes, escritos) aos pais ou a outros demandantes.
Devolução das informações do
psicodiagnóstico
 As indicações terapêuticas
 A discussão das indicações terapêuticas decorrentes do psicodiagnóstico é um aspecto
importante da devolução das informações.
 Caso a devolução tenha sido bem trabalhada a indicação terapêutica não será uma
surpresa ao avaliando e sua família.
 Deve-se atentar para o fato de que prescrever tratamentos de forma não
condizente com a realidade e com o desejo dos pais e da criança pode tornar o
psicodiagnóstico estéril.
 As indicações devem ser apropriadas às possibilidades do avaliando e da sua
família priorizando-se referenciar locais próximos à sua comunidade e recursos
financeiros.
Devolução das informações do
psicodiagnóstico

 As indicações terapêuticas

 Também devem ser fornecidas sugestões de alterações de rotina


familiar quanto a aspectos relacionados ao avaliando (ocupação de
dormitórios na casa, organização dos hábitos familiares,
encaminhamento para esportes e atividades recreativas e ao lazer da
família).
Devolução das informações do
psicodiagnóstico
 O prognóstico
 Demonstrar aos envolvidos o riscos a que estarão expostos caso algumas medidas
terapêuticas não sejam tomadas.
 Expor os possíveis desdobramentos da condição atual caráter preventivo =
auxilia o avaliando e sua família a vislumbrar um possível porvir, que não sendo
favorável, poderá de alguma forma ser prevenido.
 O prognóstico favorece a tomada de decisão no sentido de evitar que os
problemas se agravem e que as perdas na vida do avaliando sejam
irreparáveis.

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