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Ilustrações: Midjourney
possível.
Charlie Brown Jr. – Céu Azul
Coldplay – Yellow
Fofo e inusitado.
Amo vocês.
Pra você que acabou um relacionamento agora e está com o
coração partido.
Pra você também, que está procurando um novo amor. Uma dica:
Preste atenção, ele pode ser o seu vizinho.
E por último, pra você, leitora, que ama romances leves e divertidos.
Mentiras que todos os homens contam: você é a primeira
mulher com quem faço isso. Eu nunca vou fazê-la sofrer. Eu ligo
amanhã. Eu te amo, mas estou confuso.
Você não precisa ser uma expert para saber aonde essas
frases vão te levar. Mas é lógico que eu não esperava ouvir uma
casamento.
A igreja está perfeita, meu vestido sexy e elegante, e as
sempre, amém.
Acreditei que ele era o cara certo, apesar de odiar quando ele
não fecha o tubo do creme dental ou erra o vazo sanitário na hora
nenhum deles.
Ou ele escondia muito bem.
meus olhos. — Fala comigo — insiste, mas sua voz soa distante.
roupas, ele tem TPM como uma vadia, sempre pensa e fala em
códigos.
tacos de beisebol.
Como minha vida não é um conto de fadas e eu não estou
vivendo um clipe musical da Katy Perry, não vou ter meu final feliz
com Felipe. Ele não vai me esperar na igreja e nem vai dizer “eu
meu ouvido.
— O que foi?
— Você tá bem?
de responder.
tentando tocar minha mão por cima da mesa, mas recuo o toque
com um trancão. — Fala comigo.
Fome mata.
amor. Não quero isso pra minha vida. Quero me sentir vivo e com
você é sempre a mesma coisa. É como um parque de diversões
quebrado.
última vez que me senti tão humilhada. Ainda assim, elevo o queixo
e endireito os ombros com um sorriso falso ao falar:
— Ok.
Me sinto razoavelmente orgulhosa.
Ou não.
— Ok — devolvo, rápido.
— Você não consegue sentir que as coisas entre nós não são
mais as mesmas? — quer saber.
da mesa.
— Sim, eu sei.
Assinto, suspirando.
sem jeito.
— Sinto muito.
— Sério?
Diabo amassou.
jeito arrogante.
— Você pode fazer uma lista das coisas que odeia em mim e
Dou de ombros.
— Mesmo assim. Não é justo. Aqui, você vai ter que começar
academia.
Rio, seco.
expressões dela. — Mas é claro que ódio não leva a lugar nenhum
morar em Fortaleza. Ainda assim, eu acho que o pior de tudo foi ter
escritório.
amor.
minha mulher.
que se importa.
cabeça.
— Que sorte, então. Hoje na missa terá a confissão
comunitária, Giovanna — diz num tom sério, fazendo minha amiga
murchar.
sempre.
orelha.
três.
O padre nos conduz para um lado mais afastado da catedral,
Suspiro.
Padre Gabriel passa uma das mãos nos meus cabelos ruivos,
me consolando de maneira protetora e doce.
um babaca.
coisas.
— Mas ele vai, padre. Vai comer o pão que o Diabo amassou
Arranje um tempo para Ele e converse. Abra seu coração para que
Ele o cure.
Aquecimento global? Exatamente. Por que Ele vai parar tudo isso
para curar meu coração?
É minha mãe.
interrogação.
mar e aperto o volante com força, deixando os nós dos meus dedos
brancos.
Não.
Nenhuma.
frente das minhas melhores amigas. Sempre fui o elo forte de nós
os olhos, bufando.
censurar:
merece por ter acabado com a nossa amiga linda e gostosa uma
semana antes do casamento.
Não somos vizinhos e nunca fiquei tão grata por isso. Não
suportaria olhar para cara dele todos os dias que saísse do meu
casulo.
na faculdade era a última coisa que ele queria. Felipe deu uma
Foi incrível.
ou nos filmes.
IDIOTA!
frente.
do colchão.
Sorrio.
Bem acessível.
me deixou na mão.
pouco, muito pouco pra eu não pegar o carro e dirigir até a cidade.
depois disso e foram anos de terapia para entrar num carro de novo.
E geralmente, ela só o faz ao meu lado ou do papai.
— O quê?
— Acabou.
Ela fica em silêncio, o que me parte o coração, porque eu sei
— Quer vir pra cá? Passar uns dias aqui vai ser bom. O que
— Hãm? Festa?
dentro dos olhos. Não quero mais derramá-las por Felipe. Aquele
cretino não merece. Não merece o meu sofrimento.
— Você enlouqueceu.
— Um pouco, eu acho.
que depois ligo. Te amo — digo e nem espero por resposta, encerro
a ligação.
médio e elas fizeram tudo ficar bem. Depois, veio Felipe, que me fez
amar essa cidade mais ainda. E que agora, também, está me
fazendo odiar.
Dói tanto aqui dentro do meu peito, mas a raiva é ainda maior
e ela engole a dor. E, por enquanto, eu acho que é isso que está me
TEMÁTICO.
FECHADO.
Me sinto sufocado.
Não precisei lidar com essa droga toda que envolve mudança
de verdade.
mochileiro por aí. O que não vai acontecer, porque sou inteligente e
no momento, só estou irritado, porque a merda disso tudo é culpa
da Ayla e do Ricardo.
bola de pelo caramelo sair. Sem timidez, ele sai correndo igual louco
novos territórios.
presente de boas-vindas.
você.
Sorrio e assinto.
consegue.
perto sem uso. A gente vai de manhã cedo e no final da tarde todos
os dias e ele fica olhando o mar — ela explica, fazendo Rebeca
sorrir ao dizer:
— Isso é fofo.
madeira com uma alegria inocente. Acho que ele realmente pensa
que eu sou o seu neto e por alguma razão, isso me deixa com um
aperto no peito.
com o homem dos meus sonhos, então, acreditei que férias e lua de
mel combinavam, mas agora não sei o que fazer com os meus dias
livres.
guarda-vidas abandonado.
uma risada.
sufistas e chinelos.
depois, encaixa o boné na cabeça de novo, rindo para algo que seu
Dionísio fala.
— Ai, meu Deus! O que você vai fazer com a Ducati dele que
palpável. — Tô dentro.
ele merece.
— Definitivamente — concordo.
Droga.
Sou nova demais para morrer do coração.
inimiga.
rua.
quê.
como o famoso Baile que tem nas escolas americanas, mas era
Foi horrível.
Lógico que ela nunca tentou nada com Felipe. Minha nossa,
um plano.
modelos que Vitória, mais conhecida como Vivi e entre nós três
como “Vaca Vivi”.
É a Carmem, a diarista.
informo, pensativa.
Não é sempre que os trabalhos de Giovanna e das meninas
assustando as meninas.
Às doze horas, nós nos encontramos no local em que Vitória
irá fazer um trabalho. Por sorte, por muita sorte mesmo, Leila, a
produtora de moda é nossa amiga e quando se casou, meu
Casamento...
são mais crianças. Além do mais, quem vai me sustentar depois que
feia.
— Aqui são as roupas que ela vai usar. Número trinta e seis
também.
isso é terapêutico.
ficamos em silêncio.
gelo mesmo, porque você nunca entende quando digo que quero
até ela, a Vaca Vivi demora um século para tomar o primeiro gole.
não tem como fazer esse trabalho com você — Leila informa.
repreende.
mão.
uma.
não o tivesse feito, eu sei que o cretino teria gastado tudo com
Vitória.
vendo tudo?
Meu novo vizinho é um cafajeste.
Pigarreio.
Os dois me ignoram.
Pigarreio de novo.
ou ir pra um motel e não ficar com essa pouca vergonha aqui fora —
elevadores.
vida.
mágico propositalmente.
Limpo a garganta.
ridículo.
Estendo a minha cadeira de praia reclinável e tiro a saída de
ele não ousa ajeitá-los, o que deixa tudo bem mais sexy.
esquentar de vergonha.
minha boca, ele fica de pé, pulando todo alegre com a língua pra
fora.
algo.
mas francamente, a única coisa que fiz foi apertar a bunda da Mel e
enfiar minha língua naquela boca gostosa. Não acho que mereço
Síndica do prédio?
Recomeçar.
casa da minha irmã. Foi bom, ela cuidou de mim como sempre fez.
Maria falou que isso vem acontecendo pouco. Ele vem esquecendo
posto guarda-vidas.
As duas me percebem.
provocantes.
Reviro os olhos e me afasto delas, sem esconder a minha
expressão dura.
— O que foi?
ninguém.
— Regras? — questiono.
— Por quê?
me adaptando.
Ela ri.
E o Felipe, é claro.
meu rompimento.
tudo. Ou quase tudo (deixei de fora o meu par de chifres). Eles não
entendiam como um relacionamento de quase cinco anos acabou
apenas isso. Não avanço para o nível seguinte e eu duvido que ele
queira também.
Minha festa dura até depois das cinco da manhã e para ser
revirar.
cabelos ao mesmo tempo em que curvo meu corpo. — Vai ter a pior
— Eu — fala, suspirando.
— Cadê a Gio?
questiona e eu nego com a cabeça, o que faz tudo ficar pior. — Não
faz isso.
no chão.
vizinho. Podia até ter levado aquela baixinha engraçadinha que você
fica apertando a bund...
— Ai — resmungo.
Linda.
Gostosa.
E furiosa também.
mesma garota que caiu de cara na areia dias atrás e que era noiva,
mas depois foi largada por algum babaca.
Quem diria que essa mesma garota, é a minha vizinha chata,
próprio pé?
O mundo é minúsculo.
Meio bêbada?
cupido.
Sempre que saímos para passear, eu volto com o telefone de
Insônia.
outo.
livremente.
Merda!
Ele grunhe.
Vizinha?
— Eu entendi — resmungo.
dá-lo.
desenhado.
olhar.
sono, mas não abre a porta. — São sete da manhã, o que você
quer?
— Verem o quê?
cabeça.
Respiro fundo, sentindo um incomodo no peito. Eu mais do
que ninguém sei como traição é uma merda e consegue foder com a
— Sinto muito.
— Tá bom. Olha, por favor, vai embora, não quero que sinta
pena de mim — rosna, como um cachorrinho bravo e ferido, como
eu agia há meses.
— Me dá logo — retruco.
Sorrio.
porta ao lado.”
Fique bem, vizinha chata. Se precisar conversar, chute a
porta ao lado.
Incrível.
o casamento perfeito e tudo foi por água abaixo, como se não fosse
nada.
calças jeans de lavagem escura. Ele fez a barba, mas o cabelo está
desgrenhado.
— O quê? — rebato.
meu dinheiro?
berro de novo.
— Calma — pede.
frente dos meus olhos. Sofro para liberar o meu campo de visão e
prendo os nossos olhos. Ele assente e devagar, afasta as mãos de
mim.
E eu aproveito o momento para chutar suas canelas,
— Vai embora.
porta com força, depois a chuto com todo o ódio que há dentro do
meu coração. Começo a chorar de dor e de coração partido.
São um pouco mais de vinte e três horas quando ouço a
campainha. Meus dedos mal contornam a maçaneta na hora que eu
a escuto falar:
— Ok.
a Rebeca me deu há alguns dias. Ela fala que é bom ter flores ou
abanando.
você é um safado.
— Aconteceu algo?
Ela ri.
Começo a rir.
pessoas daqui — fala, depois faz uma voz melosa para Rambo e
— Belo Horizonte.
— Uau. Meio longe daqui. Por que veio pra cá? — quer saber
— Exatamente.
possa ver.
“Obrigada, vizinho”
Troco minha terapeuta por conversas de portas fechadas com
o meu vizinho safado e a comida gordurosa.
capa que cobre a Ducati 1199 Panigale S de Felipe. Ela é toda preta
com alguns detalhes vermelhos e dourados.
E bingo!
Avisto minha arqui-inimiga e a sigo até o estacionamento do
salão de beleza que ela frequenta. Paro a Ducati um pouco mais
estabelecimento.
Faço arte.
FUCKING BITCH![11]
esteja em casa.
cabeça.
— Obrigada pelo conselho. Extravasei minha raiva — é o que
Oh, damn.[12]
— Vizinha...
semblante furioso.
— Ariel.
alguma forma.
— Fiz o quê?
— Por que pichou o carro da Vitória?
braço.
Desvencilho-me dele.
respiração.
embora. Acho que acabei de ferir o ego dele. Mas que se dane, ele
destruiu o meu também.
Estou sentado no sofá com o notebook em cima das pernas e
os pés apoiados na mesinha de centro de vidro, olhando as fotos do
lugar que a corretora de imóveis me mandou mais cedo quando
Mas por alguma razão, parece errado não ir até a vizinha ver
— Eu sei — murmuro.
começa a chorar.
disse.
engordei um pouco.
— Isso é o de menos.
— Ok — concordo a contragosto.
— Ah, desculpe.
que não devia ter feito aquilo, mas ele me traiu e me largou uma
semana antes do nosso casamento que eu passei quase dois anos
planejando. Eu sinto que minha vida acabou — emenda, chorando.
— Ele mentiu.
— Talvez sim.
braços dele.
Ops.
Isso é um problema.
Estou chorando por causa do meu ex e meu coração
acelerando por causa do meu vizinho bonito? Isso parece ser errado
e rápido demais. Preciso fechar essa porta antes que seja tarde.
— Claro. Se precisar...
safado.
~ Dias depois ~
Olho ao redor.
Organizada?
Chorando também.
good?[15]
Acho que você não ouviu, então, usamos a chave reserva. — Ela
gesticula com a chave.
— É, eu não ouvi.
pronunciar.
Os três riem.
embora. Fico com um vazio estranho dentro do peito, mas tento não
me prender muito a isso.
— Foi pra isso que vieram? Pra falar que eu estou suja e
fedorenta? — rosno.
viver minha vida, mas a única coisa que faço é pedir uma pizza
grande e me jogar no sofá para esperar, enquanto vejo uma série na
Netflix.
porta.
maquininha.
senhora.
— Senhorita — corrijo-o.
— O quê?
Não pode deixar aqui e depois vir buscar o resto do dinheiro? Não
elevando o queixo.
— Merda — rosno.
— Espera aí.
Ela é bem mais velha que o vizinho e mais baixa que eu. É
Não sei bem o motivo, mas fico com ciúmes e sou incapaz de
contê-lo. Não acredito que o meu vizinho safado/legal que
Eu não posso acreditar que ele está com uma mulher sábado
à noite.
dele.
vizinho safado.
desnecessária.
— Muito obrigada.
dizer no momento. — Não queria estragar sua noite com ela — digo
— Tudo bem, não ia dar certo mesmo. Ela tem uns fetiches
— Então... eu te salvei.
— Basicamente.
— Vizinho?
— Hum?
— Quer pizza?
meu apartamento.
Levar Camila, a corretora de imóveis, pra cama é uma
péssima ideia, eu sei. Para ser franco, eu nem estou no clima, mas
preciso confessar que a mulher é uma caçadora e tem atitude.
tudo.
encantador. Camila tem tudo isso. Ainda assim, não consigo parar
de pensar na maldita vizinha e aquele papo de amizade.
minha vontade de rir, mas à medida que ela continua com o gesto,
eu sei que é sério.
— O que é isso?
se antes eu não estava a fim, agora que meu pau não sobe de jeito
nenhum.
toca. De início, ela me pede para ignorar, mas sei que se não
atender agora, não conseguirei me livrar dela.
Ela ri.
— Já imagino.
— Cerveja ou refrigerante?
— Cerveja.
Rio.
— Ok.
Ela retira o casaco de tecido fino, revelando uma blusa em
— Tem certeza?
— Sim.
Ela sorri.
Respiro fundo.
esposa. Meu sócio era meu melhor amigo. Depois disso, tirei uns
meses pra mim, viajei por aí e decidi vir pra cá, onde minha irmã
mora.
— Eu tô bem.
— É sério.
— Sinto saudade de você, querido. Não podia pirar o
Começo a rir.
Suspiro, sorrindo.
— Duas mães?
— explico e fico meio perplexo por estar falando isso para uma
estranha. No geral, não conto sobre a minha vida para pessoas que
eu mal conheço.
envolvida no assunto.
Droga.
centro. — É você?
Observo a foto.
mais velha. Ela usa um vestido preto de alcinha colado ao corpo que
é uma combinação sexy para o batom vermelho sangue nos lábios
cheios.
Sorrio.
— Ah, obrigada.
do que de costume.
“Pizza engorda.
João.
bem?
Sorrio.
— Obrigado, menina.
Com a sensação de pesar um quilo a menos, eu empurro a
cruz vermelha.
Ah, merda!
— Não.
Maria sorri.
prédio. Ele olha para mim com uma intensidade que é quase
cortante e para me esquivar dela, estendo a mão para passar na
do mundo.
— Quer companhia?
— Sim.
Nós atravessamos a avenida movimentada e caminhamos na
direção do calçadão até chegar na praia. O vizinho faz um gesto
com a cabeça no rumo da casinha vermelha e velha que o seu
sarcasmo.
Perfeita.
demais para mim, por causa de uma gostosa que tem fetiches
estranhos. A vida é injusta pra cacete e isso é uma merda.
falar, o coração tão apertado que fica difícil respirar. — Apesar dos
fetiches, ela parecia ser gente boa.
comida saudável.
minutos depois.
nordeste.
acontece, porque ela é uns vinte centímetros mais baixa do que eu.
do meu pai. Quando viemos para cá, ela era uma garotinha de
— Sim, claro.
talvez assim, eu consiga aliviar o peso dos chifres que ele colocou
na minha cabeça.
Observo Ariel.
Ela é linda.
O ex é um idiota.
— Vizinha, você é linda pra cacete. Não fique sofrendo por
ele por muito tempo — falo e ela ergue os cílios para mim, depois,
abre um sorriso meigo.
— Testa grande?
— Você é um porre.
Sorrio de lado.
— Não duvido.
piscadinha sexy.
Giro os olhos.
— Sim.
— Sexy.
sozinho no escritório.
Linda e atrevida.
convidativas.
— Sim.
praça.
fui uma pessoa de sorrir muito para fotos, mas é impossível não
amo.
apresentação de dança.
pela cúpula.
— É lindo, não é?
mesmo sob pouca luz, a vizinha é a coisa mais linda desta cidade.
Quando ela direciona a atenção para mim, encaminho a minha para
E eu sei.
Tô ferrado.
O sol já está perto de se pôr quando chegamos na ponte dos
minha casa.
coisa.
em cima dela.
Ariel arfa.
— Não pode me dizer essas coisas, eu... — A sua voz falha e
ela tenta desviar a atenção de mim, mas não consegue. — Eu estou
quebrada, Heitor.
— Preciso ir embora.
— O vizinho te beijou? — é Gio quem pergunta,
entusiasmada.
minha bunda.
sorriso.
E rápido.
cima de mim para uma foto. Eu fico vesga, enquanto Duda mostra a
eu possa responder com um “sei lá”, ela exclama com a visão fixa
— Então, desembucha.
— Come on![18]
Franzo o cenho.
e até mudar o status do Facebook, ele postou uma foto com ela em
Fernando de Noronha, o lugar escolhido para a nossa lua de mel.
magoada. Não por ainda querer Felipe de volta, mas pela falta de
consideração. Eu planejei toda a nossa lua de mel e ele
simplesmente levou a amante lá?
Cretino!
Sorrio.
— Obrigada.
fundo. É estranho como sinto falta dele. Nós mal nos conhecemos e
ainda assim, não foi um empecilho para esse vizinho safado pegar
copo, lambo o sal que meu dedo consegue pegar, bebo o líquido
transparente de uma vez e em seguida, chupo o limão.
safado/testudo/gostoso.
Ele abre meio sorriso maroto.
— Oi, vizinha.
evito olhá-lo nos olhos. Odeio como ele me faz sentir vulnerável.
só que não consigo. — Disse que eu sou mais linda que o pôr do sol
— Talvez.
fundo, fazendo meu rosto ruborizar. — Você tem uma bela bunda e
me deixa louco, e eu odeio que os outros homens fiquem te
olhando.
molhada.
pesado.
— Heitor... — murmuro.
sentir a boca dele na minha. É tão certo e único. Parece que nada
Ele leva uma das mãos até meus cabelos e afasta um pouco,
Sorrio.
mundinho minúsculo.
— Ariel...
Assinto.
linda. Talvez, mais linda que o pôr do sol. Talvez, até mesmo que o
amanhecer. Quem sabe, o universo?
você é linda?
comigo de verdade.
Nunca me valorizou.
— Não.
— O quê?
camisola de seda que cai até metade das coxas, tem alças finas e é
bem sexy. Os mamilos brigando contra o tecido e me deixando com
maneira proposital.
— Vizinha...
coxa macia.
E ele levou a Vitória pra lá. Isso mexeu comigo, não porque eles
foram juntos, sei lá, mas porque era a minha viagem. Acho que teria
incomodado menos se eles tivessem ido pro quinto dos infernos.
redondos e convidativos.
— De mim?
Rio.
ruborizam.
risada. — Tudo bem, vou fechar os olhos e te tocar, daí não vou me
Ela arfa.
Droga.
Ela ri.
excitação latejante.
— Você tá duro.
macia, tocando devagar e com força. Ariel quase pula no meu colo,
gemendo ao mesmo tempo em que arqueia o quadril contra mim.
— Sempre.
bochechas coradas.
— Heitor... — choraminga.
— Fico me perguntando se a sua boceta é tão doce quanto a
excitação. É bom pra caralho e faz meu pau doer contra a calça. —
Ariel suspira.
— Heitor... eu...
— Goza, linda — sussurro, mordiscando o seu queixo. — Me
sorrio, satisfeito.
da sala.
Reviro os olhos.
porta. É incrível como um ser tão pequeno possa ter tanta energia.
— Já vamos pra casa, garoto — Heitor diz e se despede de
mim com um beijo meigo nos lábios antes de recolher o celular e os
tênis.
anos.
tive com Heitor. Ele era casado, mas veio pra cá recentemente.
— Oi, maninho.
— Claro.
— Obrigada.
Heitor pigarreia.
fala e eu suspiro, porque está nos meus planos perder sete quilos,
mas eu amo pizza.
Heitor estreita os olhos para mim.
— Você é o quê?
e abri meu negócio com aquelas pessoas... — Heitor faz uma pausa
e enruga o nariz de leve. — Eu fiz educação física, porque sempre
babarem na academia.
— Eca! Nojento.
Começo a rir.
gostosa o suficiente para isso ser sexy. Ao contrário dele, que está
uma delícia com uma camiseta que gruda no abdômen e marca os
gominhos.
Você.
— O quê?
Reviro os olhos.
— Estraga prazeres.
God!
Ele é um pecado.
movimentos que ele faz e sorrio quando ele vem para trás de mim e
me ajuda, tocando meu corpo que parece gostar de ter suas mãos
me tocando.
para admirar a vista. O sol ainda está nascendo, mas a cidade está
no churrasco de domingo.
— Sem cervejas.
Perfeito.
Sorrio.
Pra falar a verdade, eu não vejo a hora que ele faça isso.
— A vizinha, hein? — Rebeca insinua com um sorrisinho ao
colocar o último prato na lava-louça. — Ela pode ser chata, mas é
linda.
sobrinho pelo menos uma vez na semana. Não quero que minha
vida e trabalho me afastem da família outra vez. Quero manter o
plano por causa de Ayla e no final, ela não valeu a pena. Não era a
mulher certa e me fez de idiota por anos.
assunto. Não que eu não queira falar de Ariel, mas sim, porque
ainda é recente, e embora não tenhamos dito em voz alta, estamos
Bufo.
aqui mesmo.
— Sério? — Rebeca me intercepta ao segurar meu braço
com as duas mãos e me impede de sair completamente da cozinha.
— E qual é o problema?
— Uso proteção.
quando engravidou de Miguel. Não estava nos seus planos ser mãe,
pai.
— É sim.
Antes que ela possa falar algo, meu celular começa a tocar
dentro do bolso da minha calça. Ao pegá-lo, sinto um nó na
— Sim.
— Você está no contato de emergência dela — informa e eu
sinto o meu coração afundar contra o peito. — Ela sofreu um
Eu sei que ele não quer ir, porque ir é como cutucar feridas
E o Ricardo?
Bom demais.
Ele me entrega uma mochila com os pertences do Rambo,
— Obrigado.
tão rápido, que sinto que ele pode sair do peito a qualquer
momento.
— Eu vou voltar.
— Tá bem.
que ele junta o seu rosto ao meu. Os olhos verdes presos nos meus
antes de descerem até os meus lábios, e então, me envolver num
Rambo que está perto dos meus pés grunhe antes de latir olhando
para o dono.
também não queria que ele fosse — emendo e ele late de novo,
emagrecer. Você com quilos a mais é fofo. Eu? Fico cheia de pneus
e honestamente, não quero eles.
mal.
Assinto em silêncio.
irreversível.
— Ayla... — murmuro.
— Eu quase morri.
— Eu sei.
sobre o quão idiota eu devo ser para ter vindo até aqui. Ayla e
Ricardo sofreram um acidente porque ela estava chupando o pau
dele.
Nada.
— Podemos recomeçar.
você ir. Eu devia ter insistido mais, não devia ter te dado o divórcio.
A gente nasceu um pro outro Heitor e temos que ficar juntos.
Sorrio, cético.
— Não! — grita.
com a cabeça. — Sinto muito por tudo que aconteceu com você,
mas não vamos voltar.
Suspiro, exausto.
Preciso que cuide de mim como disse que faria quando casou
comigo. Tem que fazer isso.
— Heitor...
brilham. — Você era tudo pra mim. Agora, não é mais. Agora, não
E o melhor de tudo é que fica tão perto de onde eu moro, que basta
local.
Faz dois dias que Heitor foi para Minas e não estamos nos
falando tanto quanto eu gostaria. E eu sei que não deve ser fácil ver
a mulher que ele amou tão debilitada e sofrendo, e que isso deve
deixá-lo confuso, porque me deixa também.
Mesmo que Ayla tenha o traído e o feito sofrer, eu sinto como
se estivesse sobrando nessa história.
Nós rimos.
enfermeiro particular?
das palavras. — Vai ser bom sair de casa e me distrair. Quase caí
inclina sobre mim, com cuidado para não esmagar Rambo e faz
significado e tanto.
lados.
meu.
angustiada.
Querido, eu sei que ela disse que te amava muito mais do que
eu amei.
esperança que não sei de onde vem, meus olhos rodeiam o lugar,
eles procuram Heitor no meio das pessoas e a cada rosto que não é
Abro um sorriso.
Ele vem até a mim e meu coração acelera. Não diz nenhuma
Aperto-o de volta.
— Você voltou.
— Você tá bem?
Depois de me ouvir, ele abre um sorriso maroto.
em seco, meio tocada com as palavras. É cedo demais para ter esse
Ariel...
— Hum?
secos, ávidos por um contato, e então, Heitor traz o rosto para mais
perto e gruda os lábios nos meus com vontade. A sensação da sua
Completamente.
A mão no meu pescoço aperta e ele geme baixinho, a
e trocar de roupa.
— Você volta?
— Sim — murmura.
você.
num selinho forte e girar nos calcanhares para ir. Mal tenho tempo
para casa e ficar com Heitor lá. Sim, o álcool me deixou meio que
meu lado vingativo quer fazer alguma merda, mas mordo a língua e
me controlo.
fizerem o mesmo.
explodo.
Prenso os lábios.
de Noronha é lindo.
deboche.
gorda.
— Quem? Vitória?
— Nada — grunho.
— Já tá indo embora?
— Você sumiu.
— Eu posso explicar.
Rio, seca.
outro e negar.
perto, vamos.
idiota.
— Não, eu tô bem.
com Vitória.
— Eu extrapolei, mas ela disse coisas que... deixa pra lá. Não
Ele rompe o espaço pequeno entre nós e leva uma das mãos
— O melhor — corrijo-o.
— Quer conversar?
“Adoro essa sua cara de sono e o timbre da sua voz, que fica
iguais.
Até parece que você já tinha o meu manual de instruções,
em erupção.
beija com tanta força que sinto meus lábios doerem ao mesmo
fazendo sua.
lábios do homem.
enquanto eu te foder.
orgasmo.
pernas.
Grande e grosso.
glande brilha por causa do pré-gozo e ele apara uma gota com o
polegar, e então, se aproxima de mim e coloca o dedo entre os
— Caralho, Ariel.
Heitor rosna.
— Heitor... — gemo.
— Eu... eu...
E eu gosto.
Sorrio.
até subir para o meu queixo e procurar os meus lábios para um beijo
carinhoso.
Egoísta? Talvez.
No entanto, eu sei que ela não pararia a sua vida por mim se
Não agora.
— Sim.
— É o DDD de Minas.
coloca nas pontas dos pés para beijar os meus lábios de leve.
estar com ela. Nem lembro a última vez que uma mulher me fez tão
não devo nada a minha ex-esposa, ainda assim, não consigo livrar o
sentimento de culpa do peito.
assustar de vez.
Encrespo a testa.
— O que aconteceu?
— Quer ir comigo?
meninas vão também. Claro que tive que chamar Enzo e Bernardo.
Enrugo o nariz.
selinho molhado.
— Misericórdia.
Ela ri.
— Sério?
Nós rimos.
— Sabe de uma coisa? — ela questiona, semicerrando os
olhos. — Acho que você daria um ótimo pai.
Um filho.
Sorrio.
Ariel não tem noção, mas eu sei que ela também será uma
ótima mãe. Com certeza, a mais maluca do universo, no entanto, a
melhor.
~ Dias Depois ~
bagagem prática?
Inusitado.
sorriso.
azul.
Papai tem orgulho da sua casa ser uma das mais bonitas
aqui. Isso porque com toda paciência do mundo, ele foi reformando
queriam.
Para ser franca, eu me formei em design de interiores por
impressionados. Todo mundo que vem aqui pela primeira vez fica
assim. É quase uma mansão numa cidadezinha pequena do interior
do Ceará.
Assim que escuta minha voz, ele levanta da rede e vem até
mim, me prendendo num abraço de urso que tira meus pés do chão.
Papai enche minha bochecha de beijos exagerados e eu rio.
— Oi, meu bebê — fala e eu enrugo o nariz, olhando para
— Dad! — repreendo.
Os meninos riem.
Reviro os olhos.
— Mami.
— Mãe...
Heitor que conversa com o meu pai, mas tem os olhos fixos em
mim.
São quase dezessete horas quando saio de casa para a praia
Começo a rir.
gosto.
meus olhos.
Heitor está apaixonado por mim? — Que bom que eu vim pra cá e
comprei um apartamento ao lado do seu.
pescoço.
— Seu.
Uma palavra tão pequena.
também, porque ela era mais alta e sempre puxava o meu cabelo
quando criança.
gostaria.
irritada.
não é uma boa menina não — Gio fala e minha mãe a olha.
companhia.
— Okay, vamos.
garotinho.
— É?
profunda do que nunca, e então, ele puxa o meu rosto para mais
perto e me beija com paixão, arrepiando o meu corpo inteiro.
na minha cama.
— Okay, mom.
semicerrados.
Ela ri.
— Se tem uma coisa que eu sei que você fez ontem à noite...
Bufo.
— Eu vou tentar. I promise.[28]
abraçam como se ninguém mais estivesse ali, ele vem até mim.
— Como está a minha sobrinha preferida? — pergunta no
— Ah, é, isso.
Falando no Diabo...
Minha prima entra na cozinha, usando óculos escuros e
O patinho feio.
último.
— Como vai?
Lindo.
Gostoso.
Perfeito.
Ele ri.
— Como é que é?
Splash!
piscina.
— Ops. Desculpa, prima — fala com um sorrisinho cínico.
que ela ainda é aquela garota de dez anos que amava implicar
MY GOD...
irritar.
Levanto rápido e saio do quarto, batendo a porta com força e
rumo para onde Katy está hospedada. Para meu desgosto, a garota
— Mom — chamo.
— Oi, querida.
— Cadê a Katy?
— O que aconteceu?
certamente, não vou para a sua festa de calças jeans. Então, por
favor, pode me dizer onde minha prima está para que eu possa
matá-la?
Rio.
— Não posso. Você tem que ser a mulher mais linda da noite.
escadas.
Mamãe tem relíquias guardadas no closet.
É Gio.
sorrir.
Ela sorri.
Ficou lindo nela e parece ter sido feito especialmente para o seu
corpo perfeito. E é claro que nunca admitirei isso.
deixando confusa.
— Talvez... não.
— Ia me deixar na mão?
tocar.
mesmo tempo.
no meu quadril.
mãos até o seu pescoço. Por causa dos saltos, não preciso ficar na
telinha colorida.
É Ayla.
bolo da mamãe.
Uma das auxiliares me ajuda a colocar o bolo em cima do
carrinho retrô. Ele tem três andares, é marrom com fita de cetim
vermelho, com coroa no topo e uma velinha. E pesado pra caramba.
passar e mal dou um passo para fora da cozinha, dou de cara com
Katy.
Sorrio, cínica.
o seu novo namorado? É uma joia rara. Não olhou pra mim
nenhuma vez.
mão.
minha mãe.
Nunca pensei que Ayla fosse tão insistente. Mas, eu sei que
suas atitudes são reflexos do seu medo de ficar completamente
sozinha. Ricardo não pode cuidar dela no momento e eu sou o mais
Ou era.
Ela funga.
massagear.
— Ele morreu?
— Eu sei o que ele fez com você, Heitor e eu sinto muito por
Eu odiava Ricardo pelo que ele fez, mas nunca desejei que o
seu fim fosse esse, que tivesse a vida interrompida tão cedo. Não
prestativo.
— Quer conversar?
rosto com carinho. — Vocês não eram mais amigos agora, mas
ainda o amava.
— Tudo bem doer, Heitor — fala tão baixo, que fico na dúvida
se ouvi certo. — Você tem um coração muito puro pra ficar
mim e segurar meus olhos aos seus com intensidade, o que faz o
incomodo no peito ficar ainda pior. — Você vai ficar bem, Heitor.
viciante.
Insiro dois dedos dentro da sua abertura quente e úmida,
— Heitor...
— Heitor… eu...
deixando o meu pau ainda mais duro e dolorido por causa dos seus
gemidos.
— Goza.
Ariel volta a sugar com veemência, me provocando com a
Ela suga meu pau até sair a última gota de porra e eu fico
sem fôlego por causa dessa ruivinha.
preenchendo.
meu pau com uma das mãos e roço na entrada melada antes de
Ela geme.
fazê-lo.
tempo.
Depois de gozar, solto Ariel e ela desaba na cama, toda mole
— O quê?
fiz amor. E acreditei que nunca mais iria querer fazer, mas olhando
Ariel agora, eu sei que ela me mudou completamente.
E que eu a amo.
Quando voltamos para capital, aconselho Heitor a ir para
Belo Horizonte. Só Deus sabe o quanto é difícil dizer para ele fazer
isso, porque cada partícula do meu ser, quer que ele fique comigo, o
mais longe possível de Minas Gerais, mas não posso ser tão
egoísta assim.
que se ele não for, vai ser pior e é uma ferida que vai carregar pelo
resto da vida.
eu sinto que não importa o que aconteça, ele vai voltar para mim.
aliviada. Embora parte de mim queira ir, não é algo sobre mim e
meu xodozinho.
Todos nós.
— Tio Heitor tá triste — Miguel fala com uma voz doce depois
que a mãe e o tio saem do meu apartamento.
~ Dias Depois ~
Rebeca sorri.
que me deixa grata. Rebeca vai até Heitor e fala algo que escapa
aos meus ouvidos, passa a mão na cabecinha peluda de Rambo e
— Você tá bem?
— Eu sei.
minha menstruação.
Ok.
coração bate tão alto dentro dos ouvidos, que me sinto surda.
Não mesmo.
encarar o teste.
— Oh my God...
Positivo.
Logo agora?
Oh my God.
me chama.
Estou com pressa e não quero ficar de bate papo, mas não
— Aconteceu algo?
— Tem alguém procurando você.
— Eu?
— Sim.
mulher linda e não gosto de perceber como ela combina com Heitor.
— Você é a Ariel?
— Meus erros não têm nada a ver com você — rebate entre
os dentes. — Minha história e do Heitor ainda não acabou. Ele jurou
Assinto.
a verdade é que ele não te deve nada. Sinto muito por tudo que
aconteceu com você e sei que perder Ricardo deve estar doendo,
problema é você. Se você sair da vida dele, eu sei que Heitor vai
voltar pra mim e me ajudar a seguir em frente. Eu preciso dele.
— Eu sinto muito, não posso fazer isso — murmuro e
instintivamente, levo uma das mãos até a minha barriga e aperto. —
Não posso.
— Então, é isso?
— Isso o quê?
— Você tá grávida?
se eu estiver, não quero que a primeira pessoa que saiba seja Ayla.
— Não estou.
— Vá embora, Ayla.
a orelha. — Heitor não quer ser pai e eu abri mão disso por ele.
Você abriria mão dessa criança por causa dele? Ele vai fazer você
dessas.
digo, aquele cara, ele nunca quis ser pai e essa gravidez é o que vai
acabar com a relação de vocês.
recepção, chorando.
Limpo as lágrimas com as costas das mãos, pensando no
que fazer. Acho que nem quando fui abandonada uma semana
— Ariel?
Dessa vez, de ódio. Ele tem sido um incômodo também, parece que
não aceita o fato de eu ter superado o nosso término.
No fundo, acho que esse idiota só quer uma mulher que fique
sofrendo por ele para massagear o seu ego.
mostrando hostilidade.
brevemente.
Sinto sua falta. Vamos tentar de novo. Podemos nos casar amanhã
se você quiser.
— Você é louco.
— Não, claro que não. Você não está pensando direito. Vai
ser bom pra nós voltarmos — fala e eu rio entre as minhas lágrimas
ácidas.
— Não acho que ter você na minha vida de novo vai ser bom,
Felipe.
Choro mais ainda, não por causa dele, mas porque estou
no estacionamento do prédio.
Ayla.
chorando?
E tudo aconteceu.
ela quer. — Essa garota não merece você. Vamos conversar e nos
Rio, seco.
— O quê?
choraminga.
— Você vai encontrar alguém, Ayla e quando acontecer, não
pisa na bola de novo, tá legal? — é a última coisa que falo ao sair
de perto dela.
dentro do peito.
— Eu sei.
puxando-a para mim. — Por isso estava chorando? Você falou com
— Ariel, olha pra mim — peço e ela não o faz, então, tomo
seu rosto entre as duas mãos e seguro seus olhos aos meus. — Eu
amo você, ruivinha. Nada do que Ayla diga vai mudar o que eu sinto
por você.
— Você me ama?
— O que aconteceu?
— Eu... acho... eu acho que tô grávida — sussurra entre as
Sorrio.
— Eu ainda te amo.
Ela funga.
— Sim, eu quero.
Ariel fica na ponta dos pés e aproxima nossos rostos para um
beijo carinhoso e com gosto de lágrimas.
— Casa comigo?
pescoço.
Um novo começo.
Um amor.
Uma família.
confortável.
Tudo perfeito.
lindo do mundo para mim. E eu não tenho dúvidas que vou dizer sim
para o homem certo. Para o amor da minha vida.
nos olhos, porque eu estou dizendo sim para o homem que eu amo,
estou dizendo sim para uma vida nova que vamos compartilhar os
— Eu te amo também.
assim, olhar para ele agora, é uma sensação nova. Agora, ele é
pararmos de dançar.
Meu pai traz uma cadeira e coloca no meio da tenda que foi
montada para a pista de dança. Heitor me pede para sentar, mesmo
confusa e desconfiada, eu o faço. Ele dá um beijo no topo da minha
A sua pele...
estabeleci um limite por você, que coisa eu fui fazer e tudo ficou
amarelo. A sua pele... a sua pele e os seus ossos se transformaram
numa coisa linda. Você sabe? Por você, eu sangraria até secar. Por
mim.
Olho para o meu pai, chateado. Ninguém me respeita depois
isso comigo.
passo. A cada cinco passos, levanto a perna e tento fazer xixi mais
no mesmo lugar.
mas a única resposta que eu tive foi uma rasteira violenta da água,
que me resultou no papai me levando para tomar banho num lugar
traseiro.
Por isso, hoje eu sei, que preciso me manter longe dessa
água. Ela não é confiável. Mas como seria? Tanta água num só
bolinha velha e suja, mas o papai não me deixou ficar com ela.
primeiro para o meu pai, depois para mim. Com uma voz fina e
com o papai e não gostei dos barulhos que ela fez ao lado dele.
Barulhos esses, que a mamãe faz igual ou pior, mas a mamãe faz
outras gigantes chegam perto do papai. Não posso deixar que isso
aconteça.
uma vez que eu posso ser pequeno e não ter bolas, mas eu sou
corajoso e um dia, serei líder daqui como o Bruce é.
sempre.
Mamãe faz carinho na minha cabeça e eu começo a morder o
seu pelo macio, que é idêntico ao meu. Ela sorri, gostando do meu
carinho e eu coloco a língua para fora, sorrindo também.
~ JOAQUIM DUPONT
piada idiota.
meu carro, ela pegou o maldito vidro em spray com álcool e borrifou
no banco de couro, ainda se ofereceu para limpar o meu volante.
esperma e o líquido...
surpresa.
Eu vou.
— Compreendo.
que eles podem fazer para arruinar a minha vida inteira. Como
Milena pode ser tão paranoica assim? Essa mulher precisa de
ajuda.
está apanhando da minha mãe por ter pensado algo tão perverso
assim.
Gentileza, eu acho.
amigo dentro da bolsa para uma boa borrifada de álcool nas mãos.
Não.
melhor amigo.
e mijão do universo.
IRMÃOS BYRNE:
A FILHA PERDIDA DO MAFIOSO
[1]
“Tchau” em inglês.
[2]
“Eu estou bem” em inglês.
[3]
“Ei, mãe” em inglês.
[4]
“Eu sinto muito, querida” em inglês.
[5]
“Que porra?” em inglês.
[6]
“Ai, meu Deus” em inglês.
[7]
“Me deixa em paz” em inglês.
[8]
“Vá embora” em inglês.
[9]
“Seu filho da puta” em inglês.
[10]
“Tão fofo” em inglês.
[11]
“Porra de vadia!”
[12]
“Ah, droga” em inglês.
[13]
“Cala a boca!” em inglês.
[14]
“Vai embora” em inglês.
[15]
Trecho da música “Walking On Sunshine” (Agora eu estou radiante. Eu estou radiante,
eu estou radiante. E isso não é maravilhoso?)
[16]
“Dá um tempo” em inglês.
[17]
“Tanto faz” em inglês.
[18]
“Anda logo!” em inglês.
[19]
“Filho da puta” em inglês.
[20]
Anel Rodoviário é uma via expressa de Belo Horizonte.
[21]
“Vão se ferrar” em inglês.
[22]
“Eu amo vocês, vadias” em inglês.
[23]
“Você tá brincando comigo?” em inglês.
[24]
“Você é louco?” em inglês.
[25]
“Me solte agora” em inglês.
[26]
“Ei, papai” em inglês.
[27]
“Querida” em inglês.
[28]
“Eu prometo” em inglês.
[29]
“Onde está a minha irmãzinha?” em inglês.
[30]
“Jamais” em inglês.
[31]
“Que Diabos?” em Inglês.
[32]
É a principal via de trânsito ao longo da orla, é a avenida mais famosa e umas das mais
bonitas de Florianópolis, ponto de lazer e diversão para moradores e turistas.
[33]
Doença de Haff, também conhecida como “doença da urina preta”, é causada por uma
toxina que pode ser encontrada em determinados peixes como o tambaqui, o badejo e a
arabaiana ou crustáceos (lagosta, lagostim, camarão).
[34]
Protagonista de Socorro, o CEO é Virgem, primeiro livro da série Irmãos Dupont.
[35]
Protagonista de Socorro, o CEO Sumiu, segundo livro da série Irmãos Dupont.