Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PLAYLIST
SINOPSE
PARTE I
PRÓLOGO
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO X
PARTE II
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVIII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XX
CAPÍTULO XXI
APEGUE-SE AS MEMÓRIAS
CONTATOS DA AUTORA
NOTA
diferente.
Boa leitura,
Aline Pádua
PLAYLIST
das músicas que inspiraram este livro. Caso não consiga ter acesso, clique aqui
SINOPSE
No meio das voltas que a vida dá, uma noite de prazer os marca. E
a consequência será muito maior que o arrependimento: UMA
GRAVIDEZ INESPERADA.
PARTE I
Tati Bernardi
PRÓLOGO
E deixou assombradas”[1]
MABI
Eu estava cansada.
ninguém além de Leti estaria ali. Ao menos, Leti nem bateria. Então, só
poderia ser Hugo, certo?
— Preciso falar com você, criança. — soltou, e quis socar sua bela
cara pelo apelido ridículo. Revirei os olhos, e me encostei contra o batente
da porta, deixando claro que ele não entraria ali. — Sabe que vão comentar
que estou na sua porta no meio da madrugada, não é?
E assim vai”[2]
MABI
aquilo, não mudara. Mesmo que ele não me enxergasse como tal. Mesmo
porque não era uma pessoa, que simplesmente, aceitava uma resposta
silenciosa. Ao menos, só existia uma pessoa capaz de me entregar apenas
aquilo. Por que diabos eu estava pensando em Inácio?
dedo. Ele pareceu assustado, e assim percebi, que com certeza, não nos
daríamos bem na cama. Talvez, fôssemos péssimos.
cidades. Existia um certo pudor nos caras daquele interior, que me deixava
maluca. Eram peões lindos, fortes e gostosos, mas no fim, sempre
pareciam loucos para manter sua reputação.
manter qualquer fogo. Levantei com o pratinho limpo em mãos e lhe olhei
com o maior deboche que pudera. Contudo, quando meus olhos azuis
bateram nos castanho-escuros a minha frente, soube que o mundo poderia
dar quantas voltas fossem, mas ele sempre parecia parar de frente para
aquele bruto.
Regra dos três segundos. — falei, e deixei o prato sobre o balcão, pegando
— Não começa! — cortei-o, antes que tentasse falar, mais uma vez,
sobre Hugo.
ter o conto de fadas com Hugo. — rebati por fim, e sangue subiu para
minha cabeça. Ao menos, eu ainda estava boa para não o deixar ganhar
alguma discussão.
gelar, e sabia que não poderia responder. Seria lhe entregar mais munição
para me atacar. — Ele desistiu de última hora? Ou foi tão ruim que...
nariz. Diacho!
O vestido que usava colou em todo meu corpo, e o fato de não usar
sutiã, deixou-me praticamente exposta.
olhar então desceu, e se focou em meus seios, que marcavam por completo
o vestido de tecido branco e fino. Os traidores endureceram e pesaram
diante do olhar, e eu fiquei pensando se ainda estava bêbada, ou estava em
meio a um pesadelo.
Antes que eu pudesse falar algo, ele apenas bateu a porta na minha
cara, e pisquei algumas vezes, sentindo-me péssima. Estava toda
encharcada, mas de repente, meu corpo estava completamente quente.
Algo dentro de mim cresceu, e pareceu ainda mais forte, quando ele se
Eu me sentirei em casa
MABI
Ele estava enrolado nos lençóis, os quais eu me joguei com ele por
uma noite, como se a gente... Como se a gente não fosse a gente. Inácio era
o homem que eu detestava. Não era? Ao menos, eu pensava que era.
Nunca conseguimos ter uma simples conversa, de cortesia, e de repente,
estávamos em uma noite quente no carro, contra a porta de entrada da sua
casa, na escada... Diacho!
O sol não estava a pino, e quando olhei para meu celular, percebi
que ainda eram oito da manhã. Minha sorte tinha que funcionar naquela
manhã, e conseguiria sair ilesa dali, sem ninguém na sua enorme e
imponente fazenda, me ver. Sem ser a fofoca da cidade, de que teria
passado a noite com o homem que todo mundo queria casar.
Saí do seu quarto e agradeci aos céus por ele ter uma casa enorme,
e morar completamente só. Sua família era enorme, porém, apenas ele
parecia gostar daquelas terras. Ao menos, era o que diziam por aquelas
bandas.
naquele sonho. Sorri sozinha, como se pudesse sentir meus pais ali.
Contudo, sabia que a vida tivera outros planos para eles, assim como, para
mim. De vez em quando, via-me apenas chegando naquelas terras, que
nem eram mais nossas, e apenas ficando. Sentindo que de alguma forma,
eu conseguiria recuperá-las.
falou, antes que terminasse a minha frase, e tudo pareceu ainda pior. — Eu
te falei sobre isso, da última vez que nos vimos, mas você não quis ouvir.
mostrando que era óbvio. — A gente mal se suporta, Inácio. Como assim
sou a escolha perfeita para um casamento falso? Eu amo outra pessoa,
diacho!
sério. Engoli em seco, mas não o meu orgulho. — Podemos fazer isso
funcionar. É só fingir estar apaixonada e eu, faço o mesmo. Não podemos
trair, porque todos descobririam, mas sabemos, depois da noite de ontem,
que ao menos na cama somos bons.
banco de trás, pode se trocar, que eu vou ficar quietinho aqui, olhando para
o mato. Ar condicionado ligado e vidros totalmente escuros.
Entrei no carro, e era real, tinham roupas ali, e por mais que Lucas
falasse que eram da sua irmã, era óbvio que tinham acabado de sair de uma
Meses depois...
MABI
Positivo.
Olhei e reolhei para o teste, e jurei aos mil céus que estava errado.
Assim como, os outros cinco que indicavam o mesmo resultado. Respirei
uma, duas, talvez milhares de vezes, enquanto encarava aquele pequeno
pedaço de plástico. Vi-me sentada sobre a tampa do vaso sanitário, e
relembrando, talvez pela quinquagésima vez o que acontecera há cerca de
dois meses.
pelas minhas contas rápidas, com quatro meses, sem teto e sem emprego.
Ainda mais, para ela, que sempre foi a pessoa que me segurou. Já
fizera demais quando me emprestou o dinheiro para pagar o primeiro
aluguel que atrasei, e muito mais, quando aparecia do nada, em casa, com
uma compra do mês basicamente dizendo: trouxe algumas coisas que vi no
Ela sabia, que eu apenas adorava ir naquele lugar, e ficar lá, por
algum tempo. Felizmente, era do lado da fazenda de Inácio, o qual era meu
real destino. Mas naquele instante, ela não precisava saber. No fim, ela me
entenderia. Vi-me levando a mão sobre a barriga, e de repente, soube que
eu me sentia mãe. E eu sabia, qual era minha decisão a partir dali.
— Está na sua cara que não está bem. — falou e desviei o olhar. —
Não está sendo sincera, e nem brigou comigo. O que houve, Mabi?
da frente...
apenas sendo guiada pela garotinha, que sequer sabia o nome, e ficando à
sua frente. — Como você está bonita, querida!
anunciei, sem saber o que fazer diante do silêncio de todos, que pareciam
analisar cada ação nossa.
não ficasse zonza ali. Todos bateram palmas e eu, sorri como se entendesse
a piada. Talvez eu fosse a piada? — Bem-vinda, cunhadinha.
Júlio me puxou para si, e eu fui, sem saber de fato, como tudo
acontecia. Apenas... acontecia. O olhar que Inácio me deu, dizia tudo, e de
repente, consegui lê-lo completamente.
MABI
por sorte, não tivera tantos episódios de vômito até o momento. Torcia
do cômodo.
abriu, e notei Daniela e Júlio. A pequena trazia uma rosa de cor vermelha,
e correu em minha direção, entregando-me. Vi-me agachando e tocando
seus cabelos, imaginando como seria, uma parte de mim, correndo por ali,
fazendo o mesmo. De repente, eu estava completamente extasiada com a
ideia.
— Acho que vai ter que brigar por ela, com a sua sobrinha. — Júlio
falou, e o encarei, vendo-o zombar do irmão. — A menina apaixonou por
ela em segundos.
— Oli, cuidado. — a voz de Inácio era doce, mas era claro que ele
estava preocupado. Ela se afastou, e troquei um breve olhar com ele, que
de repente, apenas vi ser puxado pelos irmãos e quase levantado do chão
pelos dois.
mesmo que tinha em minha mente quando pisava nas terras dos meus pais.
O olhar dele, me fazia sentir em casa. Eram os hormônios? Era o
momento? Era a sensibilidade? Não sabia dizer. Apenas me vi, indo até
aquele homem e sua esposa, que me entregava um olhar tão perdido e
amoroso quanto o dele, e sentindo como se fosse o certo.
repente, eu estava no lugar mais errado que poderia, mas ainda assim,
estava onde deveria estar.
CAPÍTULO V
MABI
com Inácio. Ele me encarou preocupado, e quando abriu a boca para dizer
algo, apenas neguei.
para ela?
— Ela não sabe que estou grávida, e eu... Sequer trouxe o celular.
Diacho! — reclamei, e vi-o tirar algo do bolso traseiro da calça. — Sério?
— Não pode.
— Se falar que eu não posso, mais uma vez, e não me disser o que
aconteceu e onde está...
— Eu vou te buscar aí, Mabi. Você usa teu jeito maluco e sai,
porque eu vou passar por cima de qualquer Torres, mas você não vai fazer
essa loucura.
— Mabi.
— Por favor, Leti. — meu tom foi quase um implorar, e ela bufou
do outro lado da linha.
para que ele ouvisse. Então, apenas senti-o me puxando e nossos olhares se
encontraram. — O que está fazendo? — indaguei baixo, sem saber porque
o fazia, e senti uma mão em meu queixo. De repente, os olhos castanhos
pareciam bonitos demais, e eu sabia, que era a bagunça do dia, que estava
Pensei que seus lábios viriam para os meus, mas ele apenas beijou
meu rosto, trazendo seus braços ao meu redor, e me fazendo sentir
amparada e presa a si. Queria apenas negar, mas de repente, era bom. Por
que era bom estar nos braços dele? Nunca o foi.
Sua boca veio para minha testa, dando-me um leve beijo, e fechei
os olhos, buscando a atriz dentro de mim. Precisava aprender,
urgentemente, a ser boa naquilo. Algo no olhar de Inácio me dizia, que eu
não sairia bem daquilo, se não aprendesse. Precisava atuar, muito bem. E
precisava aprender a ler suas atuações, tão bem quanto.
INÁCIO
que fosse entre eu e Maria Beatriz, no fim, era apenas um casamento por
contrato. E se não fosse pela gravidez, duvidava que ela estaria ali.
para ela, e acabei relembrando do apelido que Mabi tinha para comigo. O
qual, ela evitou por todo aquele tempo ali. Talvez, na cabeça dela, nenhum
deles soubesse, que nós dois, vivíamos nos atracando. A realidade era,
quem, naquele fim do mundo, não sabia?
com ela.
cumprimento.
reação daquela mulher. Era o que eu podia ter, e talvez, o mais perto de
estar próximo a ela. — Precisa se mudar para minha casa.
conhecesse tão bem, para saber que me perguntaria algo, que eu jamais,
teria uma resposta. — Por que não sorri?
CAPÍTULO VI
MABI
colocadas bem ali. Sequer percebi, era fato. — Por que parece tão
sorridente e feliz com a sua família, mas longe deles...
mesmo teto que você. — soltei, e por uns segundos, era bizarro pensar que
estávamos noivos.
nosso filho. — falou, como se aquilo explicasse tudo. Ele não percebia o
tom que usava comigo? Ou como sempre parecia pronto para me deixar a
beira de querer socar a cara dele? — Não quero te controlar, a questão é
que precisa ter cuidado.
mesmo.
— Você não me parece triste com o fato de que vai ser mãe, nem
mesmo, por ser a mãe de um filho meu. — sua fala me pegou
completamente despreparada. — Sei que não sou o candidato dos seus
sonhos, criança. — revirei os olhos, porque ali estava ele, trazendo Hugo
compreendia.
— Pode ter o meu corpo, quando quiser. — falou, com seu rosto
bem próximo ao meu, e o encarei como se tivesse perdido sua mente. —
Mas não pense, em momento algum, que vai ter mais que isso.
Contudo, vi-me sorrindo no seu rosto, como se fosse uma piada. Ele me
parecia, naquele instante, uma piada tão boa quanto eu, uma romântica,
grávida e noiva do homem que não amava.
pontuei, e seu olhar permaneceu preso ao meu. — Não espero nada, além
de uma segurança para o meu filho. Então... Esqueça que pode ter o meu
corpo. — sorri, e afastei seu toque do meu. — Vou marcar a consulta com
a doutora Lena e te mando uma mensagem. — vi-me dizendo, e dei-lhe o
meu celular. — Tem algum papel aqui? — perguntei, e ele franziu o
cenho, mas abriu o porta-luvas, e me entregou um bloquinho, assim como,
uma caneta.
— Não tenho o seu número. — falei por fim, e notei que sua
expressão mudou, por alguns segundos. Então, pegou o bloco e escreveu
rapidamente, destacando uma folha, e me dando. Apenas me afastei,
abrindo a porta do carro e descendo.
Não olhei para trás, e abri o portão de minha melhor amiga, que
deveria estar na rede da frente, me esperando. Dito e feito, ela estava. E
quando fechei de fato o portão, vi o Range Rover sair, e uma parte de mim,
perguntou, e quando seu olhar parou no meu, notei seus olhos marejados.
semblante.
Meu coração estava perdido pelo garoto que era apaixonada, pela
primeira vez. Na realidade, ele já era um homem, e aquilo, parecia doer
mais. Hugo beijava uma de nossas colegas de classe, enquanto eu mal
conseguia segurar a bebida doce, e me encostava contra uma das pilastras
da festa que acontecia ao redor. Talvez, ninguém notasse ali, a mulher de
dezoito anos com o coração quebrado e querendo quebrar a cara do cara
que, dias antes, disse que ela era especial.
Especial a ponto de vê-lo com outra?
centro da pista, e notei Hugo sair aos beijos com a nossa colega. Diacho!
A noite seria longa.
— Por que você é cega por um moleque que nunca vai lhe dar
valor? — sua pergunta me acertou em cheio, e não pensei, apenas reagi. A
bebida foi para o seu rosto, e manchou toda a camisa branca que usava.
Contudo, não me arrependi.
quis voar sobre sua cara. Por que de todas as pessoas, de repente, eu
estava desgostando de Inácio? — Devia não ser um velho fuxiqueiro e se
meter na vida alheia. Assim, não levava uma bebida na cara.
para eu não saber para onde Hugo iria. Merda! Merda de velho, diacho!
Assim que entrei na sua casa, dei de cara com Heitor, que sorriu
Apenas o olhei, com todo amor e carinho que sentia, por saber que
Leti vivia seu conto de fadas juntamente com ele. Não consegui dizer nada,
enquanto Leti me levava até o seu quarto, e as lágrimas desceram. Eu tinha
aguentando. Eu tinha dado de forte. Eu o era. Mas ali, de frente para ela,
— Deixa sair.
INÁCIO
conseguisse me afastar.
o porquê eu sempre trazia o cara que ela amava para a nossa conversa.
mulher dez anos mais nova. Não que aquele fosse um problema, era apenas
um fato. O caso era que Mabi sonhava com um príncipe encantado, que já
tinha nome e sobrenome. E eu? Não passava de um peão escondido em
uma fazenda, e feliz por poder estar ao sol.
fundo uma e duas vezes, enquanto dava a volta no carro, e tentava pensar
em carneirinhos fofos cruzando a estrada, enquanto meu corpo todo ardia
por ela.
colo, tirando toda minha razão. Mas mal sabia, que eu sempre, estive por
completo, nas mãos dela.
Poderia não ser a história de princesa que ela tanto esperava e sonhava. Por
mais que quisesse negar, sabia tudo o que poderia sobre ela, até mesmo,
aqueles detalhes.
Porém, mal sabia ela, que mesmo não sendo o príncipe, em busca
dela com um sapatinho de cristal, ela era a minha loucura. No agora, minha
futura esposa e mãe do meu filho. Acima de tudo, a mulher que eu tanto
sonhava.
dias para chegar em casa. Olívia deveria ter um daqueles, mas nem por
reza, lhe pediria emprestado. Ela me atormentaria por uma vida, e com
toda certeza, contaria a Maria Beatriz.
qualquer outra coisa, a tirasse da minha mente. Porém, como aos vinte e
oito, ali estava eu, aos trinta e seis, pensando nela. Sempre nela. E
completamente perdido.
CAPÍTULO VIII
MABI
A primeira coisa que fiz após acordar, foi deixar minha amiga
dormindo e ligar para a médica. Precisava de um encaixe para aquele dia, e
felizmente, o consegui. Vi-me então, parada no meio da sua cozinha,
encostada contra um dos balcões de madeira, digitando uma mensagem
para Inácio. A consulta seria apenas na parte da tarde, mas parecia o certo
já avisá-lo. Talvez ele tivesse algum compromisso e não aparecesse. A
questão era que eu nem sabia o que esperar.
vai ser o fim do mundo me casar com Inácio, e apenas vocês, saberão que
não é de verdade.
— A cidade toda vai dizer que foi golpe. — falou e eu acabei rindo
alto.
— Fico feliz que nunca se importou com essa falação sobre o que
livro?
INÁCIO
caminho até o lago. Encontrei meu pai sentado próximo as árvores, com
óculos escuros, o que me fez voltar a ter dez anos novamente. Era como
costumava ser. De repente, as coisas eram simples, e não tão temerosas.
— Pai...
— Aquela menina sempre foi a menina dos seus olhos, era nítido.
Antes mesmo de Daniela encontrar uma foto dela em seu escritório e
mostrar para a família toda. — fechei os olhos ao me recordar daquele
— Pai, ela está grávida e sabe como as pessoas daqui são. — vi-me
intervindo, de alguma forma, tentando realizar o sonho que ele um dia já
compartilhou comigo. — Não quero que ela seja massacrada pelos
— Vou falar com ela, e... Não tenho como dizer se ela deseja ou
não um casamento grande ou pequeno.
— Prometa que não vai abrir mão de dar o melhor a ela. — pediu e
Era uma vida juntos. Era uma família que eles criaram. Era um
medo que ninguém poderia evitar. O médico deu-lhe no máximo um ano, e
a cada dia, o medo de que o tempo diminuísse, era aterrorizador. E desde o
dia em que soubemos daquilo, vi-me batendo na porta de Maria Beatriz.
Sabia o quanto ele sonhava em me ver casado, e com uma família.
O quanto ele desejava que o seu mais velho, encontrasse o amor que ele
Importava que ele acreditasse que era real, e por mais horrível que
pudesse parecer, eu apenas queria que ele fosse feliz no tempo que restara.
Ou que algum milagre nos acontecesse, e seu corpo aceitasse algum dos
novos tratamentos.
minha. Meus irmãos vinham logo atrás e notei a careta no rosto do mais
novo.
bateu palmas, claramente, não entendendo nada. O apelido terrível que ela
me colocou quando ainda era criança, e que até hoje, me atormentava.
Não sabia muito bem o que dizer, a realidade era que eu não
consegui me aproximar o suficiente de Mabi para tocar o nosso filho. Não
que ele fosse mexer ou algo parecido, contudo, era como se eu necessitasse
daquilo.
Sorri para ela, beijando seu rosto com todo meu amor, e passando
meu braço ao seu redor, enquanto meu pai ainda segurava minha outra
mão. Daniela praticamente correu a nossa frente, deitando-se com a cabeça
MABI
que ele tinha voltado de viagem, mas ali estava ele – Hugo Avelar. Olhos
azuis profundos, cabelos louros escuros e uma barba bem-feita.
Heitor me lançou, como se querendo rir. — Posso tentar não ser a pior
pessoa.
Eu iria?
Ali, eu já não sabia. Minha coragem fora pelo ralo. De repente, não
conseguia sustentar o seu olhar. Não consegui dizer nada, apenas senti o
mente.
Não o vira por dois meses seguidos, e foi fácil lidar com a agonia
que me atingia sempre que me recordava do seu toque e da maneira como
parecia feito para pecar comigo. Contudo, após vê-lo e o turbilhão de
emoções se acalmarem, ali estava eu, presa aquela noite outra vez.
Dizendo a mim mesma que foi apenas uma noite de sexo casual. Ok, nos
levara a uma gravidez e um casamento, mas... ainda assim, fora deixada lá,
no passado.
sua ajuda.
Inácio. Não sei dizer como, mas eu percebi como o olhara. Tinha um quê
de “que homem gostoso esse” e “ele é o pai?”. Sabia que eles tinham
praticamente a mesma idade, no caso, ela deveria ser um ano mais nova,
talvez, 35. De repente, senti-me um pouco perdida com a forma que ela
chamou meu nome, mas não me cumprimentou, foi diretamente para ele,
dando-lhe dois beijos demorados no rosto.
Será que ela não enxergava eu, a mulher com o chapéu daquele
homem na cabeça? Diacho! De onde tal pensamento veio?
o seu chapéu, cowboy... Fica melhor em você. — usei meu melhor tom
meloso e coloquei o chapéu novamente em sua cabeça, agradecendo o fato
de ele se mover um pouco para que eu o alcançasse com perfeição. Vi-me
trazendo sua mão para minha, e as entrelaçando.
Cerca de dois meses, como vimos no exame, e está tudo exatamente como
deveria. — soltei o ar com força, e vi-me buscando com a mão a quem, eu
sequer esperava que estivesse ali. Sem esperar um segundo, a mão de
Inácio encontrou a minha, entrelaçando-a fortemente, e fiquei presa a
imagem borrada, na qual, o nosso bebê estava.
tinha. Por um minuto, fiquei presa a cada tum tum tum que ouvia. Virei-me
para buscar o olhar de Inácio, e notei seus olhos marejados, como se preso
e atingindo aquele sentimento, que nosso filho trazia, da mesma forma que
eu.
MABI
olhos, correndo ao redor. Contudo, não sabia se deveria lhe falar a respeito.
No final, não sabia como agir diante dele.
O que de fato nós seríamos? Teria como ser amiga dele? Por que eu
simplesmente não apenas vivia e parava de pensar sobre?
— Bom, já que vai ignorar essa pergunta como tantas outras que eu
faço... Quero saber sobre o casamento. Será na semana que vem? A sua
Ele era?
perdi ao passá-los por entre meus dedos. Foco, Mabi! — Quer dizer,
colorida.
Porém, por que eu não me sentia bem por estar em casa? A presença dele
me confundia. — Então, sobre o casamento...
— Não pode parecer falso para minha família, e bom, nem para
— Leti e Heitor, mas eles não vão falar para ninguém. — respondi,
e ele assentiu, como se compreendesse. — Eles não acreditariam se
dissesse que era um casamento de verdade.
Ele pareceu querer dizer algo, mas fechou a boca, no segundo
seguinte. O silêncio se estendeu, e não era pesado porque era ruim, mas
isso não destruir o seu sonho de o viver ao lado do homem que ama.
— suas palavras eram certeiras, e meu coração se apertou ainda mais. Ele
parecia... apenas sincero, mas mesmo assim, a dor estava ali, cravada em
cada uma. — Não quero suas perguntas sobre isso tudo, mas... Se puder
convencer a eles que não deseja nada demais, como algo no cartório,
— Posso fazer isso. — sua mão veio para a minha e quando pensei
que a apertaria, ele a afastou de si. — Não quero nada em troca, Inácio.
Sua família me lembra a minha, e estar próxima a eles, é mais do que o
bastante.
— Eles podem ser uma parte minha, se quiserem. Nem você, nem
ninguém, além deles, pode me dizer o que vai acontecer sobre. São os tios
do meu filho, os avós, a prima... Uma família vai muito além de um
casamento. — ele assentiu, e o vi pegar o chapéu em mãos. — Eles vão
ficar por quanto tempo na cidade?
sinal de rendição.
frente. Vi-me levantando, como se não pudesse ser intimidada, mas fora
um erro. Ele estava próximo demais.
Desviei de seu corpo, como se fosse uma ninja, mas antes que
estivesse a salvo, sua mão veio para meu braço e me puxou levemente.
Olhei-o sem entender, e notei a forma como seu maxilar estava cerrado. Eu
mexo com você, velho! Molhei propositalmente meus lábios e seu olhar
eu dava de ombros.
Ele tinha cheiro de hortelã, e me lembrava que seu gosto, bem ali,
também era o mesmo. Merda! Por que eu amava chá de hortelã mesmo?
— Não vai querer fazer esse joguinho. — falou, seu olhar preso ao
meu, enquanto a minha boca praticamente estava na sua. — Não sabe com
quem está lidando, Maria Beatriz. Não vai querer entrar em uma queda de
braço, que vai perder.
minha. — Assim como não implorei para me casar com você, não vai
conseguir me fazer nada que eu não queira. — deixei claro, e um leve
vislumbre de sorriso apareceu em seu rosto. Por que ele não me dava
aqueles lindos dentes por completo? Diacho de homem fechado!
Era uma queda de braço, a qual, eu não podia perder. E eu não, não
imploraria por ele. No caso, já o tinha feito antes. Oh destino do carma!
Reclamei internamente, indo para meu quarto, e evitando olhar para sua
calça e ter a certeza de que ele estava tão maluco com tudo aquilo como
eu. Porém, ele era centrado e controlado. Já eu? Eu era maluca quando
Merda!
PARTE II
MABI
lábios dele. Pareciam tão perto de sorrir, e existia uma magia inexplicável
no fato que já o vira fazer. Mas não fora de sua família. Não em qualquer
lugar. Por que, Inácio? Por que você só não é um cara qualquer?
Senti o exato momento que o carro parou, mas antes que Inácio
ousasse desligá-lo ou qualquer coisa, coloquei uma mão à frente da dele, e
tive que terminar o meu show particular. Seus olhos sobre mim, e mesmo
assim, não me importei. No fim, apenas cantei, olhando para ele. E de
repente, não fora ruim. Nada ali, naquele momento, era ruim. Éramos
apenas nós, em um carro, e eu colocando a voz não tão afinada assim para
fora.
noção da tensão que se espalhou por todo o ambiente fechado, com apenas
nós. Aquele lugar. Fechei os olhos, sem conseguir evitar, e jogando meu
raciocínio um tanto longe.
Os dei para ele, e meu coração falhou uma batida, enquanto o certo
e errado já foram praticamente jogados pela janela.
— E você? — perguntei, a minha mão descendo pelo seu peito, e
parando exatamente em seu cinto, perigosamente ali. Ele engoliu em seco,
Não demorou mais nada, para os seus lábios virem para os meus,
mas me surpreendendo, ele não me beijou, apenas quase nos encostou e me
— Isso não acaba aqui. — falou, e puxou meu lábio inferior com os
dentes, quase me fazendo gemer, mas me segurei mais do que qualquer
outro ser humano seria capaz.
— Eu dei a ideia, mas daí, teríamos que correr e pegar todos aqui, e
correr pro cartório. — respondi, e ele sorriu abertamente, como se gostasse
da ideia. — Por que você não me ajuda com isso?
e não sei por que não me arrependi no momento seguinte. Ele me encarou
curioso. — O que minha mãe usou, e eu guardei para esse momento.
— Juro, que por um momento, achei que era mentira dele, quando
falou que tinha uma noiva e que não duvidaríamos dele... Mas vendo
vocês, é nítido.
— Ele está dizendo que eu quero me casar com seu filho, senhora
Torres. E queria muito, que pudesse ser com todos vocês juntos.
minha direção. — Por que Bruno está fazendo um escarcéu sobre algo que
já temos certeza?
pode não ser nada, mas... Ter todos ao redor, e fazer isso de um jeito que
me parece certo, significa muito para mim.
Vi então, Heloísa Torres ir até o marido, e falar algo baixo com ele.
Meu coração disparou no peito, e senti a mão de Inácio ainda mais forte
em minha cintura. No segundo seguinte, ele puxou a sobrinha de meu colo,
como se me poupando do peso, e quando pensei em questioná-lo, apenas
senti a aproximação de seus pais.
— Senhora Torres...
veio até o irmão e tirou a filha do colo dele. — Sua sogra, e parte da sua
família, a partir de agora.
— Eu não posso...
— Eu...
família... Hoje, você se torna parte da nossa. E eu espero que se sinta parte,
porque o é. Porque quando se casa com um Torres, não é apenas com ele,
minha querida. É com a família toda.
que me tocara ali, com tanto carinho e amor, que eu soube, naquele
instante, que não faltaria aquilo ao nosso filho. Por um momento, em meu
âmago, questionei-me: e eu?
minha mão esquerda para seus lábios e deu um leve beijo, fazendo-me
tremer diante do toque. Ele percebia o que estava fazendo? Por que ele
tinha que ser tão bom assim? — Aceita ser minha, e parte de mim, hoje e
sempre?
Senti seu corpo me puxar para o seu, e sua boca bem próxima a
minha. Era como se ele me pedisse permissão, mas mal sabia ele, que não
precisava. Perdida nas sensações, vi-me levando a mão ao seu rosto, e
fechei os olhos, tamanha a intensidade. Ele não sabia, mas eu implorei
internamente, por aqueles lábios, assim como, naquela noite.
MABI
um bolo, que deveria ter comprado na padaria. Por que Leti estava
trazendo comida?
assim como Leti diante do anel em meu dedo anelar esquerdo. Era de fato,
uma das joias mais lindas que já colocara os olhos. Sequer sabia se era de
fato joia, mas o significado parecia maior do que qualquer coisa. —
Naquela noite bêbadas após o bar...
voz do irmão mais velho de Gabi, que trocou um olhar com Antônio – seu
melhor amigo e noivo da irmã – que caminhava com Ane ao seu lado, e
que era a melhor amiga dela. Sorri do momento em que ela cutucou a
barriga dele, em uma clara negativa. — Um homem pode sonhar.
naquele olhar que ele lhe entregava, o mesmo o qual me entregou, minutos
antes.
dela em TOP1 da Amazon Brasil. Olhem só! — falou, e pegou seu celular.
Todo mundo praticamente correu ao redor dela, e olharam para a pequena
tela.
— Ei. — a voz de Inácio soou sobre mim, e meu olhar subiu para o
seu. Ele tocou levemente meu rosto, e poderia jurar que tudo, novamente,
silenciou. — Parabéns pelo sucesso. — ele estava claramente sendo
sincero, e eu quis lhe contar sobre como foi o processo do livro, o que era
o Kindle e o que tinha escrito. Por que eu queria fazer aquilo? — Pode me
mostrar mais tarde?
Mais tarde?
mais tarde. Meu corpo esquentou e era como se no olhar dele, notasse o
quanto eu o era transparente.
canta.
Violão? Inácio?
Se você quiser
Ela me olhava tão profundamente, que era como se tudo fosse real.
Como se nós dois, tendo a nossa primeira dança como um casal, fosse
apenas o certo. Suspirei fundo, e não pude evitar subir uma mão para o seu
rosto, e quase trazê-la para os meus lábios. Aquela mulher não tinha a vaga
ideia do que poderia fazer de mim. Mal sabia ela, que aquela música me
expunha por inteiro.
“E vai saber se um dia seremos nós
Se estamos sós
Se você quiser
MABI
Leti me deu um olhar, como quem sabia de tudo, mas ainda assim,
queria dizer mais.
daquele homem sem qualquer roupa. Aquela imagem que se repassara por
minha mente, dias e mais dias após aquela noite. O homem era um pecado.
— Disse que não tava com frio. — Ane zombou e Leti revirou os
olhos.
acontecendo?
isso... Ele é um deus na cama, isso é fato. Porém, isso não é amor, é?
ofensa ao seu. — deixei claro e ela sorriu. — Ele é apenas o pai do meu
filho, que eu vou me divorciar e ainda, levar dinheiro no meio do
caminho... Isso tudo é uma bagunça muito grande.
minhas mãos. — Não pense sobre nada disso agora. Não pense se é
verdade ou mentira. Deixa acontecer, Mabi. Regra número 1 do romance
que você mesma escreveu, lembra?
homem pode ser o tanto fechado que for, mas está nítido o cuidado que ele
tem com você. Ele não vai te machucar.
direção, e notei o sorriso no rosto de meu sogro, que estava a alguns passos
dali, sentado em uma poltrona, assim como minha sogra, que os filhos
colocaram do lado de fora. Porém, eu senti o olhar que buscava, queimar
sobre cada dedo meu, e pela primeira vez, soube que cantaria para alguém,
que nunca imaginei, que o faria.
E eu eu eu gosto...”
o violão até ele, e vê-lo tocar. Existia tanto nele para eu descobrir, que me
MABI
Silêncio.
Assim que cheguei na mesma, estava com as mãos suando e meu coração
quase na boca. Eu tinha tanto para dizer. Eu tinha tanto para perguntar. Eu
tinha tanto para tentar entender.
— O que...
estava havendo? Onde foi parar a conexão que criamos? Ela parecia ter
desaparecido, como se fosse nada.
— Sei que tudo foi rápido e minha família pode ser demais as
vezes. Intensa demais, quero dizer. — soltou o ar com força. — Eu tenho
os papéis do contrato guardados no escritório, de quando falei com o
advogado e pensei em como seria feito de forma sigilosa. Claro que
preciso que leia, e que seu nome seja incluso, e enfim, trâmites e mais
trâmites.
era uma estúpida, no fim. — Não nos casamos no papel, e então, estamos
falando do contrato das terras, não é?
falou, e não sabia dizer porquê, mas aquele tom duro, pela primeira vez,
me machucou.
perguntei, sem saber de onde saíra tamanha raiva em minhas palavras. Ele
não me encarou, e afastei meu dedo de seu peito, como sempre, tendo nada
como resposta.
Assim que me virei para sair, senti sua mão em meu braço e ele me
puxou.
— Vamos ter contato pela vida toda, e quero que isso seja, ao
INÁCIO
Eu queria, loucamente.
Mas aconteceu
me entregou quando pedi para ser minha. Da forma como cantou e pareceu
que cada palavra era nossa. Da maneira como que por mais que fosse
apenas uma atuação, ela parecia tão entregue. Era a ilusão mais bonita. O
mais perto do amor com ela, que eu chegaria. Guardaria cada memória
Sabia que poderia ficar horas e mais horas ali, apenas perdido em
meu violão e imaginando os lindos olhos azuis nos meus.
Por que não sorri? Era a pergunta que ela me fizera, e eu não tinha
uma resposta exata. A questão era que não me controlava para não o fazer,
apenas, não acontecia em muitas vezes. Mas se ela soubesse... Que apenas
por pensar sobre ela, um sorriso estava em meu rosto.
me ter.
me esconde algo. — Que eu te amo... foi o que pensei e quase quebrei por
saber que ela não poderia entender. — Pode escolher ficar longe, ou ao
menos, tentarmos ser felizes enquanto estivermos juntos.
pudesse passar pela porta de entrada, ela esbarrou em mim, e entrou como
um furacão, como se fosse capaz, de derrubar tudo pelo caminho. No meio
dos destroços, mal sabia ela, que estava o meu coração.
Não há nada que eu odeie mais do que o que não posso ter
MABI
Foi uma noite quase insone. Meu corpo todo queimando pelo dele.
Minha cabeça toda perdida em quem éramos. Minha alma completamente
confusa com a situação. Inácio Torres, de repente, estava em todos os
meus limites, e eu não conseguia compreender. Nem sabia dizer, como o
faria.
Desci as escadas, com um vestido de alças finas e de cor branca.
Prendi meu cabelo no alto, e tentei pensar que estava sexy o bastante para
Peguei uma maçã sobre a fruteira e levei até a pia, lavando-a. Logo
trouxe-a a boca, e fiz um esquema mental de como dividiria meu dia.
Comeria a maçã enquanto caçava Inácio e na parte da tarde, sentaria para
analisar tudo sobre o meu lançamento. Eu era mesmo uma best seller? Ri
não era mais nosso – e ficava do outro lado da cerca. Sem pensar muito,
fui até lá, e fiquei alguns segundos, apenas olhando para o buraco na cerca.
Como uma propriedade daquele tamanho e segurança, deixava aquilo ali?
Inácio viu aquele dia, e sequer consertou. Algo em tudo aquilo que
vivíamos não batia. Nada de fato batia. Nem mesmo eu andava batendo
bem da cabeça. Senti meu celular vibrar e agradecida era, pelos vestidos
com bolsos nas laterais. O tirei dali, e sorri ao olhar a mensagem de minha
melhor amiga, com: Me diz que cavalgou no peão e tirou uma declaração
dele porque o gosto que tive naquela noite me atormentava ainda? Diacho!
homem ia me fazer gozar ali? Nas suas mãos? Sobre seu colo? Dentro do
carro?
Nem nos meus sonhos mais molhados, me imaginei assim com ele.
Não sei ao certo como, mas ouvi o exato segundo em que ele
peito, enquanto não conseguia parar de descer sobre ele. Suas mãos
castigavam minha bunda, ditando o ritmo frenético, e eu estava por um
fio.
ali, intocável.
bolsos e queria odiar o fato de ele ser tão bonito. O mocinho perfeito de
uma novela.
dia anterior, mas ali, ignorando-me, nada mudava. — Sabe, o livro que
disse que tinha interesse, mas depois, sequer perguntou. — por que eu
parecia tão magoada? — Enfim, bom dia e bom trabalho.
Ele apenas me deixou ir, e a resposta talvez fosse aquela: nada. Ele
estava apenas facilitando para nós, no fim. Que fôssemos o casal do
casamento quando alguém estivesse por perto. Que fôssemos nada, quando
não tivéssemos ninguém ao redor.
MABI
pessoal que escolhi fazer na vida dele até que confessasse sua dualidade.
pago o aluguel, tinha tempo o suficiente para levar as coisas aos poucos e
vender o que não precisaria durante aquele ano. Era uma boa ideia, vender
alguns móveis e já ter dinheiro guardado, ou quem sabe, usar o dinheiro
para investir no próximo livro. Maria Beatriz empreendedora vinha aí!
até pudesse ter realmente sentido algo mais profundo, contudo, se fosse
real, não seria tão fácil apenas deletá-lo. Não seria tão fácil apenas não o
ter por perto. Esperei e esperei, achando que o encontraria, em alguma
esquina na vida e seríamos felizes para sempre. Ironicamente, ali estava
ele, a minha frente por livre e espontânea vontade, e eu, não sentia
absolutamente nada. Sequer poderia imaginar um futuro com ele pós
casamento com Inácio. Quem te viu quem te vê, Maria Beatriz! Caçoei
internamente.
complementei, revirando os olhos, sem ter ideia do que ele fazia ali. Tudo
o que desejava, meses antes era ver aquele homem, mas de repente, era
simplesmente inútil vê-lo. A ironia da vida era tamanha que sequer sabia
como reagir.
Antes que ele continuasse, apenas vi minha mão que estava no seu
peito, ir parar diretamente no seu rosto, em um tapa que estalou tão alto,
que deixaria marcas.
— Primeiro de tudo: não sou louca por você. Posso ter sido um dia,
mas por favor, supere. — falei, e forcei um sorriso. — Segundo: não ouse
falar do meu filho dessa forma, e muito menos, achar que sabe algo sobre o
meu casamento. — ele me encarou perplexo. — Não sabe de nada,
moleque. — pontuei, e de repente, tive que concordar com todas as vezes
que Inácio falou exatamente daquela forma sobre ele.
— Mabi...
amava Hugo Avelar, e ele era um moleque. Sorri sozinha e encarei minha
roupa toda cheia de marcas, odiando o fato de ter descontado parte do meu
nervosismo nela.
poderia ser ele. A pessoa que eu menos esperava ver naquele dia, já que
corria de mim como o diabo foge da cruz, durante todos os últimos.
— Porque me distrai vir aqui e falar sozinha. Por que ficar numa
casa enorme que nem é minha, falando com a poeira ou os bichos da
Não questione!
Ou seja... ele amava alguém. Filho da... mãe muito boa, dona
Heloísa era incrível!
dentro, apenas pela ideia, de que ele estava levando flores para outra
mulher. Fechei os olhos e toquei o topo do nariz, tentando encontrar minha
noção. As coisas só iam ladeira abaixo. Então, comecei a tentar fazer uma
contagem, enquanto rezava para chegar logo à fazenda.
Cinco: Não eram para sua família, porque sabia que eles não viriam
naquela semana.
Seis...
— Isso só você sabe. Como eu vou saber para que mulher você
compra flores? — a pergunta saiu como um grito, e apenas dei-lhe as
costas, caminhando até a casa. Porém, travei, e me virei, olhando-o com
raiva. — Estava certo em escolher me ignorar e não sermos nada. Vai ser
mais fácil. — falei, e a passos duros e com meu coração em mãos, apenas
saí dali.
Diacho!
MABI
Ali, com seu olhar preso ao meu, eu sabia meu nome, mas no
momento, ele tinha um leve acréscimo, mesmo que não nos papéis. Por
que eu me sentia parte dele? Por que?
— CHEGAMOS!
— Tenho uma coisa para resolver nos estábulos, mas sabem que
aqui...
falava, sobre como estava na cidade grande, e que sentia falta de ficar mais
tempo no interior. Contudo, assim como os outros irmãos Torres, ela
parecia gostar mais de estar em cidades maiores do que em nosso pequeno
fim de mundo.
Tudo bem que eles tinham fazendas por várias outras cidades
vizinhas, mas ainda assim, era claro que se dividiam também, para
acompanhar o tratamento do pai. Sabia por cima, que Inácio viajava a cada
quinze dias para a capital, apenas para estar com ele. Era uma situação
delicada, e mesmo sendo tão novo, me doía vê-los assistir o pai naquela
situação.
— Mas é claro que sim, mulher! E eu preciso dizer, que tudo o que
desejo é um homem que me ame como Renan ama Marcela. — falou, e
suspirou profundamente, e poderia jurar, que em algum momento, durante
a escrita, fiquei exatamente como ela – sonhando acordada. — E eu já
quero a história dos melhores amigos! E uma história de CEO!
veio até mim. Sem me olhar, tirou o chapéu branco da cabeça e o colocou
na minha. Ajeitou-o rapidamente, e finalmente, me encarou. Tinha de tudo
ali, no castanho dos seus olhos.
— Há uma história sobre esse chapéu, que acredito que ele não te
contou. — Júlio falou, com Daniela no colo, que parecia mais do que
animada, enquanto nos encaminhávamos para perto dos estábulos. Olhei-o
sem entender, e ele sorriu para a irmã. — Ele nunca deixa ninguém tocar
nesse chapéu.
conhecemos.
que o fosse.
Ele chegou próximo a Lucas, que trazia consigo outro cavalo, que
eu já reconhecia – era Thunder, o cavalo de Inácio. Ele subiu no mesmo, e
eu fiquei ali, por alguns segundos, apenas o observando. Tão óbvia quanto
eu nunca fui. Tão pronta para cair como nunca esperei.
— Vamos, tia!
O grito de Daniela deveria me despertar, porém, não fez
exatamente aquilo. Tudo o que acontecera até ali, finalmente, me dando à
luz que eu tanto buscava. Ele era sua própria contradição e mistério. Já em
mim, não existia mais bagunça ou dúvida. Ali, parada no meio da fazenda,
olhando-o conversar com o melhor amigo, eu soube.
existia algum sentido. Que de todas as vezes que tirou o pior de mim, ele
sempre, me enervava a ponto de não poder conter. Que talvez algo, me
levava diretamente para ele, e para aquele momento. No fim, não
importava de fato, a questão era, que por mais contraditória que pudesse
parecer naquele exato momento, eu sabia. Sabia que não tivera escolha, e
de alguma forma, talvez não quisesse escolher.
angústia, meu desespero, minha ânsia... Era por aquilo que sua indiferença
e frieza me acertava em cheio. Eu estava apaixonada por Inácio.
CAPÍTULO XVIII
INÁCIO
pegar um voo na cidade mais próxima. — foi até ela, abraçando-a com
força e como sempre acontecia, meu coração se encheu com a cena. —
Voltamos de surpresa, assim que der.
direção.
— Ela vai ser uma ótima mãe. — meu irmão falou e eu assenti,
aceitando seu abraço. — Cuide bem dela, irmão.
banco de trás e a mãe passava o cinto ao redor dela. — Vão visitar a gente!
— Não conte com essa sorte, pequena. — Olívia falou, pois sabia
que eu não era um grande fã da cidade grande. No caso, só ia até lá, por
conta de nosso pai, mas antes de sua doença, raras vezes acabava por
Assim que o carro saiu, vi o silêncio recair como quilos sobre nós,
e ouvi um suspiro de Mabi.
— Maria Beatriz...
— Não quis falar todo esse tempo, então... Não precisa. — cortou-
me, e seu olhar parou no meu. Ela não parecia mais acuada ou assustada
como cedo. Ela apenas parecia certa do que fazia. O olhar azul inundando
todo o meu. — Eu não sei como, mas todo mundo parece saber mais do
que eu nessa história toda. Até mesmo, a sua sobrinha de sete anos.
— Tudo tem uma explicação, Mabi.
— Pensei que poderia ter batido a porta na cara dele. — fui sincero,
e respirei profundamente. — O mesmo que fez comigo, meses antes.
— Eu sei que não, e por isso, não posso ser o que espera de mim.
— falei, e desviei o olhar. — É mais fácil apenas fingirmos que não nos
desejamos, sabendo que temos um prazo...
— O que eu espero de você? — perguntou, e eu me calei. Deu
alguns passos em minha direção e parou bem próxima. — O que acha que
eu espero?
A tensão entre nós ainda maior, como se fosse possível ser cortada
com uma faca. Percebi ali, que ela estava entregando tudo o que tinha de
si. Tudo que era dela para ser meu. E por mais que pudesse ser a minha
mente ilusória, não pude mais apenas ignorar. Eu queria enxergar aquilo
nos seus olhos. Eu queria que ela me enxergasse.
MABI
a todo custo. Não queria dizer mais nada. Não queria mais pensar em nada.
Eu só queria, poder tê-lo, mais uma vez. Eu só queria, poder ser dele, outra
vez.
castigar cada parte do seu peito quase totalmente exposto, com minhas
unhas. Outra camisa dele arrebentada, jogada em direção qualquer. Todo
meu corpo clamando para ser adorado pelo dele, e eu soube, que poderia
surtar a qualquer momento, se ele não continuasse.
da imagem dele, sem camisa, o cinto quase fora, a calça jeans apertando-se
contra a ereção.
lábio inferior, ficando ainda mais quente, e uma de suas mãos prendeu as
minhas, acima da cabeça. — Inácio... — reclamei, quando seus lábios
começaram a descer por meu corpo e eu soube que morreria de tesão, se
ele não acabasse com a minha agonia. — Pode me matar de prazer depois,
em toda sua glória, era o meu ponto fraco por completo. Não era à toa que
eu perdia a racionalidade diante dele. Era um verdadeiro deus a minha
frente, e todo meu. Nos meus sonhos, mas que se danasse. Era meu.
Não era a primeira vez que eu fazia amor com o homem que
amava, e a realidade me acertara em cheio. Porque era ele. Porque sempre
foi ele. Porém, era a primeira vez que eu fazia amor com ele, sabendo que
E a cidade costeira
MABI
atingia por inteira. Toquei sua barba com cuidado para não o acordar, e
fiquei apenas ali, por alguns segundos.
poderia resistir. Não o fazia quando lhe respondia a altura. Não o fiz
quando nos entregamos ao desejo enlouquecedor naquele carro. Não o
faria enquanto o meu coração batesse tão freneticamente por ele.
de ele apenas entrando ali, todas as manhãs, para pegar as suas roupas e
sair, me machucava. Porque eu não queria apenas a sua presença, distante
e intocável. Eu o queria.
Olhei com atenção, como não fizera durante os outros dias, já que
estava com tamanha raiva, que sequer conseguia fuçar tanto, antes de não
querer apenas amassar a roupa e atirá-la pela janela. Sorri sozinha, porque
finalmente entendia a razão de ele tirar toda minha raiva, racionalidade e
angústia. Ele conseguia despertar o que quisesse em mim. Ele tinha o meu
amor.
estava lascado com pais tão complicados, mas lá no fundo, eu sabia, que
guardá-la, senti algo sob meu pé esquerdo. Franzi o cenho e notei que era
uma fotografia. No segundo em que a peguei, meu coração disparou tão
fortemente, e minha mente girou. Era uma foto minha. Uma foto que eu
nunca revelei. A postara no facebook há alguns meses, e lembrava que
adorava o fato de meus olhos estarem em evidência.
Mas...
— No que está mexendo, criança? — a pergunta soou, e meu corpo
todo reagiu a sua voz, enquanto a pergunta que não queria calar, me
atingia. Eu estava de costas para ele, o que não permitia que me visse com
a foto em mãos, então, quando me virei, notei seu olhar mudar.
anos de ele ao meu redor. A forma como ele nunca deixava de estar por
perto. A forma como ele sempre trazia Hugo como uma questão entre nós.
Porque no fim, o era para ele. — Desde quando me ama?
“Posso não ser ele. Mas posso ser seu, por completo. Basta me
querer, Maria Beatriz.” Sua fala de mais cedo, repassando em minha
mente.
— Tirou a minha raiva, já que pensou que não poderia ter o meu
ele franziu o cenho, claramente confuso. — Você é cego como eu, Inácio.
minha bolha... eu te veria ali. E eu ia saber, que não era raiva, ódio ou
qualquer outra coisa. Ainda me irritaria, mas... sempre teve um mais ali.
— Não precisa...
pudesse escolher amar alguém, seria você. — admiti, deixando tudo sair, e
sem querer correr. Era aquilo. Aquela intensidade. Aquela era eu. E
mesmo morrendo de medo de que ele se assustasse diante do meu
sentimento, não minimizei nada. Apenas lhe dei tudo.
Era ele.
Sempre ele.
Desgrama! Eu o amava.
Sabia que mais uma camisa dele seria destruída no processo, mas
valia a pena. De fato, nós dois juntos, continuávamos sendo uma bagunça
certeira. Não tinha como não ser atingido quando estávamos juntos. Era
uma explosão. Era o certo. Era o amor que se esperava a vida toda para ter,
e não se poderia fugir.
MABI
levantou, vindo até mim. — Simplesmente, as vezes não sai. Vai ter que se
acostumar com o meu lado fechado, quieto e controlado fora do nosso
próprio momento.
quarto de hóspedes. — assumi e ele veio até mim, passando uma mão em
minha cintura e beijando minha testa.
Mas, nela, eu fico quando você está perdido e eu estou com medo e você
está se afastando
— Eu não me lembro direito, mas pode ter parecido que eu não te queria,
não é? — indaguei, e ele assentiu, como se concordasse. — Por isso se
fechou? Por isso a nossa noite foi um caos e a semana...
Simples assim.
INÁCIO
Tudo bem, que no fim, me tornara aquilo para ele. Mas Lucas me
chamava de tal maneira, desde quando éramos moleques. Segundo ele
porque eu era cheio da grana. No fim, ele achava que era engraçado,
apenas achava mesmo.
— Não veio aqui só para me dizer que ela te ama, ou veio? Aliás,
agora eu entendi porque simplesmente tirou o dia de folga. — inspecionou-
me e era a verdade. Passara o dia perdido com ela, apenas podendo amá-la
e esquecer do mundo. Falando sobre tudo, e as vezes, sobre nada. Nós
merecíamos aquilo. — Já sei! Vai admitir abertamente, para mim, que eu
já sabia, que você ama a sua senhora Torres?
— Lucas!
— Nem vem com a história de que não é o cara certo para ela e blá
blá blá. — revirou os olhos. — Sabemos que pode ser um bruto, mas o teu
coração é uma geleia!
Merda!
Uma vida escondendo o que sentia. Uma noite que mudara tudo.
Um dia que ela via cada rachadura minha.
considerável distância. O que me fazia querer brigar com ela por ter
andado tanto até ali, mas não consegui. Apenas me calei, ao ajudá-la a
subir para o banco do passageiro, e passar o cinto sobre si. Ela sorriu
docemente, e eu estava perdido.
MABI
— Meus pais contam até hoje, que nunca virão casal tão
apaixonado. — falou, e eu virei a lanterna para o seu peito, tomando
cuidado para não acertar seus olhos. — Eu sinto muito, de verdade.
— Mabi...
— Eu quase tive um treco passando por esses dias de confusão
nossos. Não posso imaginar como foi para você acreditar nesse amor, e me
— Mabi...
gente era um cafona tão bonito, que eu poderia ficar presa aquele momento
para sempre.
— Não vou ser mais fácil, só porque é cafona como eu. — brinquei
e ele sorriu para mim.
aqui estamos. — sorri, e ele fez o mesmo. — O que foi? Tem mais alguma
surpresa? Não vale! — falei, e bati levemente em seu ombro. — Não vale
superar a minha.
Fiquei incrédula e vi que a vida dele, parecia tão junto a minha, que
rosto. No meio do nada que era meu tudo. No meio da escuridão em meio
a pouca luz. No meio de onde tudo pareceu começar, e de forma alguma,
poderia terminar.
Porque era aquilo. Porque éramos nós. Porque era o meu conto de
fadas. E Inácio Torres, era o amor que tanto sonhei.
APEGUE-SE AS MEMÓRIAS
Meses depois...
ele descobriu. Tudo relacionado a ela, parecia simples para ele. E o era.
encontrasse ali.
Sabia que ela estava assim, por ser uma romântica incurável, e
porque, queria quebrar todas as inseguranças dele. Por mais que ele
dissesse que já o fizera, ela parecia determinada a continuar. E mesmo
tentando, não conseguia convencer a mulher da sua vida, grávida e
determinada.
mesma. A cada dia que passava, Inácio sentia ainda mais o medo de perder
o pai, e não sabia dizer como Maria Beatriz conseguira passar pela perda
de tudo, quando mais nova. No caso dele, ainda tinha uma esperança, já
que um novo tratamento, passara a fazer efeito, e quem sabe, as coisas se
encaminhariam. Era pelo que todos eles torciam. Já Maria Beatriz, perdera
tudo, e via-a todos os dias, falar de como o pinguinho deles, era o seu tudo.
O era, a ponto de ela não saber lidar com o fato de que seria uma
boa mãe. O era, a ponto de Inácio tentar todos os dias lhe dar o apoio e
sorrindo.
calma. Depois de longos meses de medo, ali, ela soube que estava pronta.
Talvez, sempre estivesse, para dar à luz ao seu filho.
nascer.
ali, pronto para tirar tudo dela. Lorenzo foi a gravidez inesperada que os
unira no momento certo, mas eles estavam destinados, muito antes daquilo.
enxergou de fato e viu, que aquele chapéu branco, só poderia ser dela.
pediram por eles. Um casal que traz consigo vários clichês, mas que no
fim, são apenas pessoas reais, com medos, inseguranças, amores e desejos.
Eu já estou com saudade, mas posso dizer, que parte dela, será sanada
quando conhecermos as histórias dos outros Torres. Isso mesmo! Teremos
Com amor,
Aline
O melhor amigo do meu irmão (A REJEIÇÃO)
clique aqui
Sinopse: Gabriela Moraes era apaixonada pelo melhor amigo do irmão mais
velho desde os quinze anos. Antônio era mais do que o seu sonho de consumo, ele
também era a pessoa com quem ela sempre pode contar. O que ela não imaginava, era
que no seu aniversário de dezoito anos, ela seria rejeitada da forma mais fria por ele.
Ela queria não sentir nada, e não sabia o que ele fazia ali. Porém, sabia que,
clique aqui
Sinopse: Ane Sousa nunca quis se apaixonar por ninguém, muito menos, pelo
irmão mais velho da sua melhor amiga. Fábio Moraes era um amigo, no fim, mesmo que
a cada sorriso ela se visse sorrindo também. Era inevitável desejá-lo. Quando aqueles
lábios se tornam seus, por alguns segundos, Ane pensa que talvez estivesse errada.
Porém, a forma como ele reage, lhe mostra, que o certo, sempre foi correr do
sentimento.
Instagram: @alineapadua
Wattpad: @AlinePadua
[6] Trecho da canção intitulada ‘tis the damn season da artista norte-americana
Taylor Swift – álbum: evermore, data de lançamento: 2020.
[9] Trecho da canção intitulada This Town do artista britânico Niall Horran –
álbum: Flicker, data de lançamento: 2017.
principalmente, ler livros digitais, jornais, revistas, e outras mídias digitais via rede sem
[18] Trecho da canção intitulada Dancing With Our Hands Tied da artista norte-
americana Taylor Swift – álbum: Reputation, data de lançamento: 2017.
[22] Trecho da canção intitulada Dia, lugar e hora do artista brasileiro Luan
Santana – álbum: 1977, data de lançamento: 2016.
[28] Trecho da canção intitulada gold rush da artista norte-americana Taylor Swift
– álbum: evermore, data de lançamento: 2020.
[32] Trecho da canção intitulada Call It What You Want da artista norte-
americana Taylor Swift – álbum: Reputation, data de lançamento: 2017.
NOTA
PLAYLIST
SINOPSE
PARTE I
PRÓLOGO
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO X
PARTE II
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVIII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XX
CAPÍTULO XXI
CONTATOS DA AUTORA
NOTA
Boa leitura,
Aline Pádua
PLAYLIST
Júlio Torres sabe que deixou uma parte de si para trás. Sua ex
melhor amiga o odeia e ele, muitas vezes, teve o mesmo sentimento por si.
Maldita sombra!
Júlio sabe que não pode mais ignorar, porque ele não quer apenas a
sua melhor amiga de volta, ele a quer como sua.
Babi foge dele como o diabo foge da cruz. Entretanto, como fugir
se depois do reencontro e finalmente os pratos limpos, ela se descobre
grávida do seu ex melhor amigo?
PARTE I
BABI
Sorri pela lembrança e passei a mão pelo balanço velho. Não sabia
dizer como foi, mas de repente, a gente se resumia ali. Eu e Júlio éramos
partes um do outro. Desde os doze anos, até ali, aos dezoito. Era estranho
pensar que nossas escolhas estavam chegando, e que poderiam nos separar.
Porém, eu duvidava que nos separariam. Por que estava tão preocupada
com aquilo?
forma que ele dizia meu nome, fazia-me derreter. Era alguma crise dos
dezoito anos?
para todas as horas. Como seria tê-lo tão longe? Eu realmente consideraria
ir para fora do Brasil apenas para não o perder? Não poderia, e ele não
poderia deixar seu sonho morrer. — Imagina seu futuro. — continuei, e ele
sorriu, como se pensasse em algo. — O que você vê daqui dez anos?
Vi-me tomando coragem, que não sabia de onde vinha, e fui até
ele, tocando sua camisa branca agarrada a cada músculo que ele
desenvolvera ao longo dos anos. Subi minha mão até o seu pescoço, e vi o
exato momento em que seus pelos se arrepiaram. Ele sentia o mesmo? Eu
tinha perdido a noção?
— Se fizer isso... — começou, ainda de olhos fechados.
mesmo que estivesse acostumada a tocá-lo, nunca fora tão certeiro como
naquele instante.
ninguém, e pensei que estava louco ao ver o desejo gritando no seu olhar...
— soltou o ar com força, e seu hálito de hortelã me atingiu. Ele poderia só
parar e me beijar até esquecermos que éramos melhores amigos? — Me
diz o que quer. — praticamente implorou, tocando meus lábios e fazendo-
me quase gemer. O que diabos era aquilo?
Lego engano.
— Júlio!
saber quanto tempo ficamos ali. A gente se olhou e eu sabia que não
precisávamos dizer nada. A gente se conhecia no olhar. Eu estava uma
bagunça, daquilo tinha certeza, e percebi que era fato quando Inácio
Torres, o irmão mais velho de Júlio se aproximou.
Por que ele parou de falar quando me encarou? Por que ele
parecia ter uma culpa nos ombros?
primeira vez, visse em seu olhar a mentira clara. — Fala alguma coisa!
estava me deixando, sem dizer nada, como se eu não fosse nada... Talvez,
BABI
lado.
feliz.
— Pensando demais...
Não sabia como minha amiga fazia tantos preparativos para uma
única noite, contudo, o seu envolvimento com o anfitrião da festa, vulgo
gostosão que ela não admitia ser gostoso, nos trouxera para a cobertura de
— Vamos falar de Reis, no dia em que você falar sobre o tal CEO
engomadinho. — rebateu, e eu engoli em seco, adentrando o elevador. —
Foi o que pensei. — ela riu, e meus pensamentos se perderam.
— Boa sorte. — falei para Lisa, antes que ela me usasse para fugir,
e praticamente corri em direção a um amontoado de pessoas à frente de um
balcão gigantesco. Surpreendendo-me, não era a única a usar uma máscara
simples para ter o traje da noite. Muitas pessoas pareciam tê-lo feito.
“Odeio acidentes
aquela noite.
tempo de deixar o copo sobre uma o balcão e mais nada. O pop acabou,
dando lugar a um funk, que explodiu por todos os lados.
O que foi?
quente.
pessoas, e de repente, faltavam apenas alguns passos para chegar até ele.
Quando notei a aproximação, e a forma como ele me encarava, como se
fosse possível me ler por inteira, acabei parando. Desviei de seu olhar,
assim como, de seu caminho. O que eu estava pensando?
Por que deveria ir até um homem que me fazia tremer apenas com
o olhar? Deveria ir, porque ele parecia bem capaz de te esquentar
também. Mente traidora.
Cheguei ao bar e pedi outra dose de uísque, e torci para que fosse
pecar.
rosto, e me fazendo imaginar como ele seria. Mesmo assim, era fácil dizer
que ele era lindo. Oh merda!
conseguia desviar dela. — Eu vou com ele... — fiz um sinal com a cabeça
na direção que o meu corpo gritava que ele estava. Como era possível
perceber a presença de alguém assim?
rosto dele. — falou, e senti o exato momento em que Igor a puxou para
perto, fazendo-me segurar a risada. — Te encontro de manhã, então? Daí
você me conta se ele é bonito mesmo.
ia... ou ia?
Antes que eu pudesse dizer algo mais, sua boca veio diretamente
para onde mais o necessitava, e eu engoli o gemido, e todo o orgulho que
BABI
— Obrigada, Babi.
Sorri tanto porque ela me chamara pelo meu real apelido, quanto
por me sentir bem em estar ali. Já tinha se passado um mês, e as coisas
simplesmente foram acontecendo. Minha mãe teve uma crise e me vi
correndo no dia seguinte daquela festa para o interior, e não saí dali mais.
ambiente com Mabi antes, ela era uma pessoa encantadora. Alguns anos
mais jovem que eu, mas ainda assim, era fácil gostar dela.
demonstrar nada, nem mesmo, raiva. Ele tinha que achar que eu era
indiferente, da mesma maneira que eu acreditei que seria. Merda!
— Precisamos conversar.
Soltei uma risada, sem conseguir me conter e neguei com a cabeça.
— Não vai escapar de mim. — sua voz soou tão certa quanto
naquela noite.
Saí com o carro e bati com força contra o painel de música, como
se o som tivesse culpa da minha frustração, ou por Júlio Torres ser o rosto
do cara que eu tinha ficado encantada e viciada em uma noite. Não poderia
ser!
— Não vai escapar de mim. — a voz dele reverberou por todo meu
corpo, fazendo-me gemer, quando suas mãos seguraram com força minhas
coxas. — Depois dessa noite, eu vou te contar o meu nome, e vai gemer
ele. — sussurrou, fazendo-me cravar as unhas em suas costas, e ansiar
Ele era o irmão Torres que eu mais mantive contato, claro, além
dos seus pais. Nunca pudera virar as costas para eles, mesmo evitando ao
máximo e eles respeitando o fato de não querer saber de Júlio. Bruno era
uma extensão da nossa amizade, quando mais novos. Onde a gente ia, o
caçula ia junto. Até mesmo Olívia entrara naquela dança, muitas vezes.
Mabi, foi que ele não consegue esquecer uma mulher que foi embora com
esse mesmo colar...
expectativa e certeza de que eu era a mulher mascarada com Júlio. Era por
aquelas e outras, que eu nunca, em hipótese alguma, estaria com Júlio, se
soubesse que era ele. Tínhamos uma fanbase muito sólida e famílias certas
de que ficaríamos juntos. Não ficaríamos. Não éramos nada. Foi o que
BABI
família é parte da minha vida, e eu nunca me afastei de vocês, mas não vou
falar sobre seu irmão.
de ser indiferente, ia por terra, quando não estava à frente dele. — Não é
um assunto que gosto de relembrar e conversar... Éramos melhores amigos,
nos afastamos, eu o odiei por um longo tempo, e agora... Não somos mais
nada.
escolha dele, e ninguém mais conseguiria lidar com toda aquela bagunça.
Sabia que Bruno tentara muito ao longo dos anos, juntar-nos. Contudo, era
impossível.
— Talvez as coisas sejam como nos velhos tempos... Ok, não tanto,
porque temos mais agregados, e agora duas crianças na família, mas...
Sabe que meus pais vão adorar te ver.
de sempre.
Foco, Bárbara!
entrelaçava ao fato de que meu passado voltara como uma erupção. Levei
uma mão até o colar, e tive que me concentrar em dobro, para não deixar
que o carro saísse da estrada, enquanto meus pensamentos eram dele.
Apenas dele.
Vibrando por cada canto de minha pele, enquanto seus lábios desciam, e
suas mãos seguravam minhas pernas bem abertas. — Mas te ter como um
banquete, o seu gosto... — sua língua me acertou em cheio e eu gemi,
mesmo voltando de um orgasmo. O que aquele homem tinha? Ele me tinha
completamente entregue em suas mãos. — O seu gosto é a melhor coisa
que já provei.
perder naquele momento. Assim como fizera após estar com ele, e não
saber quem era. Agora porque sabia exatamente onde o encontrar. Ainda,
sabia que ele fora a primeira pessoa a quebrar meu coração. A primeira e
única.
JÚLIO
Não poderia...
implorar para que fosse minha. Por que não era simples assim?
para ajudar a descobrir o que houve com Júlio... — falou, e vi-a clicando
em algo na tela, deixando o celular no viva-voz.
Era possível ouvir uma voz feminina ao fundo, cantando não muito
baixo, e eu paralisei. Aquela voz...
que eu queria poder falar abertamente com alguém sobre tudo aquilo. Eu
não conseguia. Fazia tanto tempo.
Justo no momento que acreditei ter superado o que sentia por Bárbara, era
ela. No mais inesperado, continuava sendo ela.
Por alguns segundos, eu apenas saí dali, e era como se fosse a voz
dela, comigo, anos atrás, cantando. Sorri sozinho, preso ao momento e
querendo me apegar a cada parte dele.
da questão.
— Eu...
exatamente para onde estava indo. Parei no meio do caminho, sabendo que
não tinha como ir até lá. Não naquele instante. Seria intenso demais e não
estava pronto. Como simplesmente voltar ao lugar que um dia foi nosso, e
fingir que não sentia nada depois de tudo? Toda vez que ia lá, parte de
BABI
Ele fora meu primeiro namorado e não era nada estranho estar
próxima a ele e conversar. Não como o era quando se tratava de outra
pessoa. Por que tudo sempre me levava para Júlio?
meu lado, e eu apenas apertei mais sua mão na minha. — Soube que os
Torres todos estão na cidade...
mal, existia algo nas mulheres da minha família, como se precisassem ser
uma rocha. Na maioria do tempo éramos, contudo, nem sempre era
possível.
dali no passado, apenas para fugir também. A capital fora, por um tempo, o
meu lago para não encontrar o passado. Mesmo que o risco fosse alto,
quando soubera por cima, que ele estava de volta ao Brasil, e trabalhando
com tecnologia. Por que, novamente, meus pensamentos estavam nele?
desaparecia na água.
Mal sabia ele que era fácil terminar, tanto que não fosse um
término com ele.
Olhei de Júlio para meu pai, sem entender, e então notei que ele
Era ele.
Sempre ele.
ali, ao meu lado. Bem ali, tão certo, aos dezessete. Encontrara o amor
antes mesmo de poder entender o que aquele sentimento todo
representava.
Ele deu a volta, e foi até o velho deck, sentando-se, e eu, do outro
lado do lago, que não era tão grande assim, apenas tentei imaginar o que
diabos ele fazia ali. Talvez eu tivesse um pouco de noção, porém, não
queria ter consciência alguma naquele instante.
Não ousei sair do lago e muito menos do lugar que estava. Ele era o
intruso ali. Eu não ia lhe dar gosto de ceder a minha raiva, que ele sabia
melhor do que ninguém, que poderia me dominar, e dar a primeira palavra.
Se ele queria ficar ali, em silêncio, apenas me olhando, que fosse.
Foda-se também!
Fiquei ali, olhando para o céu, enquanto o pouco de sol que restara
tocava minha pele. Minha respiração meio perdida e minha mente no
homem sentado há alguns metros dali. Eu sentia seu olhar sobre mim,
com a cabeça.
— Sei que não quer falar comigo, e não quer me ver... Mas eu
preciso falar, Bárbara.
Como no passado.
— Acho que está aqui por isso. — falei por fim, e puxei o cordão
de meu pescoço, fazendo-o arrebentar, da mesma forma que o fizera contra
a pele dele naquela noite. Não sabia ao certo o que ele ainda fazia ali,
preso a minha pele. No entanto, era errado.
vi-me nadando para longe dali. Eu queria poder ficar e reafirmar que eu
continuava uma maldita deusa, e poderia superar tudo. Mas ainda assim,
não superara ele. E era demais, tê-lo tão perto, depois de ter o gosto do
paraíso.
“E te dizer te amo
JÚLIO
porta de trás da casa. O fato era que teria que torcer para que ninguém
estivesse do lado e fora. Os Torres eram unidos, e mais do que aquilo,
sabíamos de tudo um do outro.
frente da grande casa, e andei pé por pé, buscando não ser ouvido.
Qualquer barulho e teria certeza que alguém apareceria, nem que fosse de
algum buraco do chão. Quando cheguei na porta de trás, que daria para a
cozinha, comecei a pedir as bençãos, para que ninguém me notasse.
Contudo, ouvi a risada de meu irmão mais velho, e estaquei, torcendo para
que ele estivesse perdido em qualquer coisa, e não me localizasse.
Assim que o vi, notei que estava em uma das redes que, segundo
ele, sua esposa o obrigara a comprar no final de semana passado. Sorri da
cena, e era incrível vê-lo tão solto, como o Inácio que apenas a gente
conhecia, para com ela. Há alguns anos, a gente sabia que Mabi Gonçalo
era o amor da vida dele. E ali, vendo-o olhar para a barriga dela, enquanto
ela contava algo, e sorrindo, era gratificante.
dele, que mesmo sendo perguntador, não era tão invasivo, ela me
dissecaria.
conversa depois, cunhadinha. — falei, antes que ela teorizasse, e ela sorriu
abertamente, como se já tivesse ganhado um prêmio. Por que éramos
todos tão impertinentes? — E como está o meu sobrinho? — acabei
indagando, enquanto tirava os sapatos, que estavam cheios de água.
Por que a minha boca era tão grande a ponto de fazer Mabi e
Inácio era o mais velho e mais fechado de nós. Eu, o do meio, era a
transição perfeita do observador com o fofoqueiro oficial da família,
Bruno. Olívia era a única mulher, e a mais decidida de todos nós, o que ela
queria, ela tinha. Já Bruno era o caçula, e a mistura maluca dos três mais
velhos. E era ainda mais maluco saber que além de Dani, a filha de Oli, em
alguns meses, outro Torres estaria correndo por aquele mesmo lugar que
nada.
te levo para tomar sorvete no centro. — falei, e ela levou uma mão a
bochecha, batendo ali levemente com o dedo, como se pensasse. Meu
coração se aqueceu, diante da menina dos olhos da minha família.
Encarei o espelho a frente, e era como ver o mesmo eu, de dez anos
atrás. Louco por ela. Ansioso por ela. Apaixonado por ela. Soltei o ar com
força, sabendo que por mais que tenha lutado, não conseguia mais. Não
conseguia mais fingir que não a queria, e principalmente, que não queria
tê-la. Ainda, não sabia como falaria com Bruno sobre, mas eu precisava.
cabeça se perdia no que ela dissera. Depois de dez anos, ouvir aquilo,
acertara-me de uma forma que não sabia explicar.
lidar com tudo que ela me direcionasse. A raiva, a mágoa, a dor, o ódio...
Só não poderia aceitar a sua indiferença. Um dia me doera tão forte, que
me paralisara. Ali, sabendo que de alguma forma, ela sentia algo, algo que
nos ligava ao passado, assim como, à noite em que nos entregamos por
completo, eu estava tendo esperança.
todas as outras.
nosso caçula ao lado. Bruno me olhou com um sorriso, e tentei não focar
em buscar algo diferente em seu semblante. Ainda precisava falar com ele,
mas sabia que era cedo demais para o fazer. Não o era? Ou já deveria o
fazer? Merda!
sorria abertamente.
— Iiiiii, nem vem com essa cara! — pisquei algumas vezes, e Oli
se aproximou, batendo em meu peito. — Quando tem esse olhar, você
sempre foge dela. Mesmo quando sabia que ela vinha, ou ia visitar nossos
pais, ou pior...
— Bruno...
eu só consegui pensar que foi até ela... Estava na hora de parar de cuidar de
BABI
letra de minha mãe bem ali: “Fomos chamados para jantar nos Oliveira, a
casa então... tá livre. Aproveita. Com amor, mamãe” Ri não pela intenção,
mas na letra diferente, que pertencia ao meu pai, que complementava a
mensagem com “e papai que quer ser avô”. Por Deus, eles eram péssimos
cupidos!
Sabia que eles amavam Júlio, mesmo ele tendo quebrado meu
coração. Segundo minha mãe, talvez ele pudesse ser o cara certo, e que iria
juntar pedaço por pedaço. Porém, eu o tinha feito, durante aqueles anos.
Ele não só quebrara uma parte de mim, mas várias delas, após aquele dia
fatídico.
nada. Nenhuma resposta ou tentativa. Era como se tudo o que ele desejasse
fosse me evitar.
O fez perfeitamente, por dez anos. Por aquilo, não entendia o que
ele fazia ali, na minha casa, pulando em um lago, citando a música que
costumava ser nossa, e agora, se encaixava tão perfeitamente. Merda de
mente fanfiqueira!
Igor?
— Lisa...
amigos, e na realidade, tinha vários. A questão era que todos eram amigos
pontuais. Ele se lembravam de mim em datas importantes e tudo mais.
Porém, o que construí com Lisa era diferente. A gente se aguentava nos
dias comuns. Nos dias em que nada acontece, a não ser as nossas
reclamações ou sono sem fim.
Se ele sabia...
Eu precisava entender se ele sabia que era eu. Filho de uma... mãe
incrível! Merda!
— Cara, se ele não for o seu 10 de 10, eu não digo mais nada! —
Lisa falou, e eu tive que rir, porque apenas ela era capaz de me fazer ficar
animada diante de toda aquela bagunça. — Na segunda você vem pra cá,
certo? — indagou.
depois de umas duas taças de vinho para começar a falar...E quem sabe,
uma surpresa.
não fazia sentido, já que eu amava nadar em lugares gelados. O que fazia
sentido em mim, afinal? Naquele segundo, nada.
Júlio Torres era capaz daquilo? Se tinha algo que eu conhecia dele,
e tinha certeza que não mudara, era sua determinação. Desde sempre ele
parecia certo demais sobre tudo e sobre quem ele era. Poderia eu ter sido
apenas uma parte do jogo?
Desfiz a ligação e pensei no mal que faria apenas sair e falar com
Bruno. Nenhum, certo? Suspirei e fui até meu armário, encarando as
opções. Vestidos, terninhos combinando, ou shorts com regatas. Eu não era
aquela ali, era um sonho realizado – ter algo marcando quase todo meu
torso. E combinava perfeitamente comigo, uma espada adornada por
flores, livros e música.
Pensei que não tinha como Júlio saber sobre ela, porque eu não
usava redes sociais, a não ser para assistir vídeos aleatórios. E Lisa muito
menos tinha postado uma foto minha já com a tatuagem. Mas o que eu
estava pensando? Como se Júlio estivesse interessado em saber sobre
mim. Bufei do quão patética eu soava.
certo? Já até convidei a tua sombra hoje, então... Logo nos veremos todos.
musculoso que encontrara o meu. Assim que levantei o olhar com cuidado,
paralisei ao encontrar os olhos castanhos de Júlio, olhando-me por inteira e
praticamente, me comendo viva. Oh merda!
CAPÍTULO VII
BABI
distante dali, como se algo brilhasse em seus olhos, mas não fosse nada
bom.
— Mas...
— Morango com leite condensado e calda de chocolate, não é? —
indagou, como se fosse no automático, e eu assenti. Ele ainda sabia o meu
sabor favorito... Não consegui desviar o olhar, e o segui com o mesmo, até
vê-lo desaparecer dentro do estabelecimento.
algo que não gostou. Ainda assim, eu sabia que precisava perguntar sobre
aquela noite. Nem que fosse de forma rápida e certa. O fato de Daniela
estar entre nós, ajudava e muito, porque nunca seria o foco na conversa.
limão.
de levar o sorvete até a boca, e parei de raciocinar direito. Por que ele era
malditamente bonito até comendo?
— Acho que...
— Tio, eu posso tomar mais um? — a pergunta de Dani me parou,
e eu engoli em seco. Eu estava tão perdida ali, sem saber o que diabos ele
Daniela lá dentro. Ele sorriu, e pela primeira vez, notei que era verdadeiro.
Quando me encarou, sua expressão mudou e eu fiquei sem saber o que
dizer. — Eu pensei que teria muita coisa pra te falar quando quisesse me
ouvir.
raciocinava direito.
Ele pareceu analisar cada fala minha, e pensar sobre, porém não
disse nada por alguns minutos. Terminei de tomar meu sorvete, com seu
olhar sobre mim, e com Daniela contando animada sobre como adorava os
cavalos do tio Ná. Eu estava sorrindo para ela, mas nenhum deles era
verdadeiro.
todos nós para falar. De repente, conversar com a pessoa que sempre fui eu
mesmo, era difícil. Não tão de repente assim, já que faziam dez anos.
Olhando-a dali, não parecia que o tempo fora tão esmagador assim. Porém,
lembrando-me de todas as datas que eram tão nossas, e não o foram, e eu
estava sem ela, sabia que fora devastador.
— A gente pode não ter nada, mas para mim, você ainda significa
tudo. Isso nunca mudou. Mesmo quando achou que mudou, não aconteceu.
— sussurrei, sem conseguir evitar, e ela me olhou, e era clara a mágoa.
Assim como, depois de tanto tempo, enxerguei o que sempre busquei
apenas nela – algo mais.
aquele amor, ao menos, não acreditava nele. — Teve tempo para tentar
voltar... por que agora?
— Tarde demais.
Eu faria de tudo por ela. Mesmo sabendo que não fiz nada daquilo
que gostaria.
momento mais errado, porque o sentimento dela, poderia ser outro. Poderia
ser dele. Poderia aquela noite ser algo de momento, porque ela não sabia
quem era. E de fato, poderia ser tarde demais.
Eu sabia desde o início que seria exatamente assim que você iria embora "
[11]
BABI
olhar. E eu queria poder virar, jogar tudo para cima e dizer: eu ainda te
amo. Porém, eu sequer sabia o que eu amava naquele momento. Estava tão
confusa com tudo aquilo. Por mais que a Bárbara de dezoito anos esperou
e aguardou tanto pelo momento que ele simplesmente voltaria atrás, e lhe
contaria que apenas teve medo, ali, a Bárbara de vinte e oito, sabia que o
medo não explicava dez anos longes um do outro.
destino. Tentei mais cinco vezes, e tudo que o motor fizera era engasgar,
mas nada de ligar. Ri sozinha, sem graça alguma, e me perguntei: Bruno
teria estragado meu carro também? Sabia que ele não faria tal coisa, nem
ninguém. Parecia apenas a vida, me jogando na cara que eu não
conseguiria fugir.
que por trás daquela carinha de bom moço inatingível, ele estava rindo.
Com toda certeza pensando que tinha ganhado aquela. Outra coisa que
nossa amizade se baseou: a competitividade.
gesto meu.
— Não vai ganhar nada com isso. — falei, e soltei o ar com força.
Ele estava me desafiando, e sabia que eu não abria mão. O pior, era vê-lo
tentar estar comigo de todas as maneiras, até mesmo, as mais antigas
nossas.
mais rápido. Abriu a porta para mim, enquanto segurava a sobrinha com
um dos braços e eu tentei não pensar que o lado cavalheiro dele ainda
existia. E o pior de tudo, que a pobre Babi jovem, não tinha chance de não
se apaixonar por ele.
mercado, eram menos de cinco minutos com o carro. A cada rua que a
gente passava, era como se eu lembrasse, do exato momento em que ele
tirou a carteira de motorista, e me levou como sua primeira passageira. O
nosso destino? O nosso lugar. O qual eu não ia há tantos anos, que sequer
olhares de todos ao redor sobre nós. Era fato que nós éramos um dos casais
que aquela cidade mais torcia. Nunca entendera porquê, mas era claro que
a sombra de Júlio Torres, seria a futura senhora Torres para eles.
compras.
— O seu favorito.
muito sobre o que você gosta ou não, hoje em dia. — confessou tão baixo,
que jurei que era para si mesmo, mas ainda assim, foi possível ouvir.
— Me mostrou que eu não posso mais negar o que sinto. Nem mais
— Não minta para mim. — falou, tão baixo e perigoso que era
como se estivéssemos sozinhos, sem nada mais ao redor. — Não quero o
seu perdão, não só isso...
para que nossos olhares se afastassem, e tive que usar o que restara do meu
autocontrole para me afastar.
Sorri para a garotinha, e fui até ela, tocando seus cabelos castanhos.
Notei que ela estava com no mínimo, cinco barras diferentes de chocolate,
e sorria abertamente.
— Bárbara...
Tentando achar uma parte de mim que você não tenha tomado
JÚLIO
debaixo.
aqueles anos.
— Ei! — a voz baixa de Olívia me fez virar, e notei que ela estava
sozinha, já que se a família toda tivesse voltado, eu já teria escutado.
Olívia era tão silenciosa quanto Inácio quando queria. — Ela já dormiu,
né? — perguntou, tirando a jaqueta jeans que vestia, e vindo até mim,
pegando o copo de minha mão.
um pouco da bebida. — Mas Inácio me disse algo hoje que... talvez faça
sentido.
— Não queria que Bruno ficasse mais sentido do que ele já ficou.
— confessei, e soltei o ar com força. — Ele se culpa há muito tempo e não
queria que ninguém quisesse escolher um lado, ou tentasse intervir. Eu não
ia deixá-lo sofrer.
— Já parou para pensar que ela pode sentir o mesmo por ele? —
perguntei, tomando o resto do uísque. — Quando ela fala dele, tudo nela se
ilumina e... Eu vi os dois juntos durante esses anos, e eu podia jurar que...
— Oli...
tudo se resolveria, e poderíamos ser apenas nós dois por alguns segundos.
Mudar aquela lembrança de quando a deixei. Mudar aquele momento para
apenas o qual eu dera o primeiro beijo no amor da minha vida.
gargalhada.
quando decidirmos.
congeladas que com certeza traríamos para fazer ali, e a pipoca com
manteiga que ela adorava. Do outro lado, tinha uma cama enorme, a qual
não pensei muito, apenas escolhi. Apenas uma, porque era assim que nos
imaginava... Lembrando do nosso primeiro dia, naquele fatídico dia.
sonhava ter, apenas para tomar vinho como adulta que seria, um dia. Eu
mal sabia se ela realmente gostava de vinho.
mais seguro que pensei, que um lugar mais afastado das casas principiais
seria. A senha, era tão fácil, que eu pareceria ainda mais brega – a data do
aniversário dela. Que tinha além da importância clara, fora quando a gente
se tornou melhores amigos.
Olhei para o violão, que era dela, e que ela nunca buscara, e fui até
ele, trazendo o instrumento até mim, só conseguindo pensar na nossa
música. A qual ela cantara, porque era sua favorita, e de alguma forma, se
tornou algo nosso. Fazia um bom tempo que não tocava exatamente aquela
como doía cada parte daquela música. Nunca pensei que nós dois
pudéssemos ser definidos daquela forma. Minutos depois, ouvi passos do
lado de fora e meu coração disparou, como se não acreditando que tinha
alguém ali. Deixei o violão de lado e praticamente corri para abrir a porta,
da pessoa que tanto esperei aparecer ali, meu coração errou uma batida.
Não sabia sobre “o que” ela estava perguntando, mas vendo-a dali, com os
cabelos castanhos presos no alto da cabeça, e os olhos castanho claros
iluminados, tive novamente a certeza, de que significava o mundo para
mim.
CAPÍTULO X
BABI
Eu estava cansada.
do caminho, a derrubar.
— Por que está aqui? O que fez com esse lugar? — as perguntas
saíram tão rápidas que eu não pude impedir. Nem queria mais. — Por que
tudo o que eu estou descobrindo sobre você mostra o oposto do que de fato
aconteceu?
— Bárbara...
Ele abriu a boca para falar uma e outra vez, mas nada saiu.
— Eu errei quando resolvi aceitar o estágio fora do país antes de te
avisar, e as coisas simplesmente aconteceram, e eu... Sabia que se te
não pude.
estaria ou não e fugir, porque eu não podia te ter ao redor. Porque sabia
— Então eu tenho que aceitar que você teve “um motivo”... — fiz
aspas com as mãos e deixei outra lágrima descer, mas não era tristeza, era
raiva. — Mas não pode falar sobre ele. Algo tão importante que nos
separou por anos, e você não pode confiar em mim? — minha pergunta
saiu quase como um grito e eu notei a dor clara em seu olhar.
veio para meu rosto, e sua testa encostou na minha. Por um segundo, eu
não consegui reagir. — Eu sei que é muita coisa, e que somos pessoas
diferentes agora, mas eu... sempre te amei, Bárbara. Desde os dezesseis...
— eu estava sufocada com tamanha aproximação e com a chuva de
revelações me acertando. — Desde lá, sempre foi você. Eu aceito o que
quiser me dar, qualquer coisa... Eu só quero uma segunda chance.
um novo motivo, mas que com certeza, não explica tudo isso. Você acha
que me ama, Júlio. Você está preso a um clichê de melhores amigos que se
apaixonam, sendo que na verdade, você apenas se esqueceu de mim. Se
lembrou, quando descobriu que a gente tem química... e deve estar em
meio a uma crise pessoal ou perdido. Mas você não me ama. Porque quem
— Bárbara... — notei uma lágrima descendo por seu rosto, mas por
mais que aquilo me machucasse, apenas neguei com a cabeça, e resolvi
sair dali.
Eu não sabia o que encontraria, mas no fim, nada perto da paz que
precisava. O jeito era me agarrar a verdade cega que tive, durante todos
aqueles anos, que a gente não era feito para ser. Nunca seríamos.
dizer “sim”. Queria tanto poder passar uma borracha em tudo e apenas
ficar ali, mas sabia que estar próxima a ele me confundia. A ponto de que
não me seguraria. — Não posso. — uma lágrima desceu, e vi-me tocando
o rosto dele com carinho. — Não quero te machucar ou me machucar no
caminho...
Ele então beijou minha mão direita e colocou sobre seu peito,
fazendo-me quase arfar.
carinho.
Passei a mão por seu rosto, e me afastei, sem conseguir dizer mais
nada. Andei até o carro e não olhei para trás. Assim que saí com o veículo,
Família que escolhi, agora que vejo seu irmão como meu irmão
É o suficiente?”
BABI
uma cidade aqui perto... — deu de ombros, como se fosse fácil assim. —
Uni o útil ao agradável ao aceitar a carona e jatinho dele.
agora sério, não tem ideia de quão maluca as coisas ficaram nesses últimos
dias.
ele diz que tem. — franziu o cenho, parecendo pensar sobre. — Por que
não pergunta aos irmãos dele? Pelo que sei, são muito próximos,
principalmente do tal Bruno.
mais eu sei sobre esse cara, mais confusa eu fico. — assumiu, e eu dei de
ombros. — Mas essa coisa toda de construir a cabana dos sonhos, cuidar
do lugar que era de vocês... Isso soa muito romântico e apegado demais
para alguém que te evitou por anos.
mostrem de fato.
JÚLIO
Fez um sinal com a cabeça e as mãos, para que fosse até ela, e me
sentasse ao seu lado. Sorri, porque era como se eu tivesse uma nova irmã.
Ela era o oposto completo do meu irmão, mas ainda assim, o complemento
certo.
maior do que a amizade que toda a cidade sabe, eu... Eu não quero me
intrometer se isso for machucar algum de vocês.
Sorri para ela, e para o cuidado que ela tinha para comigo.
— Está tudo bem, na verdade, não sei como as coisas estão entre
que jamais o faria. — Talvez ela decida que me quer e que me ama. Talvez
a gente só volte a ser amigo. Talvez ela nunca mais queira me ver... Não
posso pensar sobre as múltiplas escolhas que ela tem.
acontecem sem a gente saber. O fato de você ter estado com uma
desconhecida, e no fim, ser sua antiga melhor amiga, a qual, tá na sua cara,
você é completamente louco... pode ser real, Júlio.
direção a entrada dos fundos. — Eu tirei várias fotos e vou usá-las contra
Inácio sempre que ele pensar em me dizer que não posso fazer algo porque
estou grávida.
uma família enorme como a sua... ou caso eu não possa ter filhos, adotar
vários. — suspirou profundamente, parecendo pensar seriamente sobre.
Enquanto eu, queria levantar uma placa e dizer “ei, eu to aqui”. Porém,
Bárbara parecia não me enxergar no meio de uma multidão. Ela me via e
me amava, mas não da forma como eu fazia. Não romanticamente. Aos
quase dezoito, aquilo me acertava por inteiro. — E você?
acertando. Sequer sabia o que aconteceria, porém, sabia que mesmo que
ela não quisesse o meu amor ou não fosse capaz de me dar uma chance, eu
ainda era dela – com cada imperfeição e afeição – por completo.
CAPÍTULO XII
Mas se está tudo bem para você, está tudo bem para mim"[16]
JÚLIO
— Não é nada, eu só não sei o que esperar. Ela vir aqui com toda
nossa família, não quer dizer nada demais. — engoli em seco e Olívia
sorriu abertamente. — Para de me olhar como se estivesse me casando!
— O que?
Paralisei diante da voz, e vi-me sem conseguir virar.
suas mãos. — Oi Babi! — olhei de relance, minha irmã ir até ela, e então,
notei uma outra mulher.
— Não era para você saber, eu... Eu não queria trazer ainda mais
bagunça para essa situação. Ele se culpa pelo nosso afastamento, mesmo
que ele não pudesse controlar o que sentia, o mesmo que confessou
completamente sem saber que o fazia.
— Eu fingi que não sabia de nada no dia seguinte, e que ele não
falou nada... Mas então, eu comecei a perceber como ele ficava, toda vez
que te via, e com o tempo, soube que eu não podia interferir. Um dia, ele
me confrontou sobre, se eu não ia mais falar com você ou... Então, ele
entendeu que eu sabia dos sentimentos dele. Eu não poderia te amar se isso
significava que quebraria o coração de outra pessoa que eu amo.
— E eu, Júlio? — sua voz quase não saiu, e ela levou a mão ao
— Bárbara...
— Bárbara...
— Se eu falar sobre isso agora, não vai ser bom, para nenhum de
nós. — foi sincera e eu assenti, sabendo que não poderia pressioná-la. Ela
saiu de perto, e vi-a seguindo em direção a casa. Tomei uma larga
respiração, antes de fazer o mesmo caminho, e minha cabeça ainda mais
perdida do que antes.
Por que a vida tramava tanto assim para nós?
BABI
assim como, sua esposa, que logo estava nos braços, e passou as mãos por
meus cabelos. — E a sorte de ter casado com uma mulher dessa, em senhor
Torres.
que discutiríamos? A cada momento, ficava mais difícil estar perto, porque
tudo parecia nos levar para o mesmo caminho.
— Bruno vai se atrasar, então... Por que não vamos todos para a
mesa?
fundo e pensar. Sempre pensava melhor de barriga cheia. Fui até Lisa, que
praticamente grudou no meu braço e sussurrou no segundo seguinte.
lo.
CAPÍTULO XIII
BABI
— Elisa. — chamei sua atenção e ela fingiu que nem era consigo.
Apenas a chamava pelo nome todo quando estava a ponto de esganá-la.
ouvisse.
— Você nem sabe se a família dele vai junto. — falei, olhando para
Júlio, como se pedisse socorro. A gente ainda nem tinha conversado direito
e Lisa não tinha ideia do que estava fazendo.
aproveitar para ficar na rede com o resto das pessoas, e antes que Babi me
coma viva. Boa sorte no que for que forem conversar, já que toda vez,
parece ser um novo capítulo de novela turca.
— Olha para mim e diz que não acredita que fiz tudo isso pensando
no melhor. — pediu, e deu um passo à frente, trazendo minha mão para
seu peito, fazendo-me entender que estava tão entregue quanto eu. Ainda
no hoje.
— Por que agora? Por que não ignorou aquela noite e continuou a
decidir por mim? — rebati, sem conseguir evitar e bater contra seu peito.
— Por que?
fazia o mesmo tempo em que estive tão perto de Júlio. Ele só não sabia da
segunda parte.
— Eu fiquei tão perdido, que eu jurei que tinha estado com você...
Criei na minha cabeça um momento juntos, como se você pudesse estar lá
para me abraçar e cuidar de mim, no momento em que eu perdi o chão por
completo. — ele achava que fora um sonho? — Bêbado e perdido,
pensando em como tudo seria se eu não tivesse escolhido por você... ou
pelo meu irmão. — negou com a cabeça. — E daí, a noite em que eu te
e... eu desisti de não lutar. De apenas aceitar. De não poder amar você.
não sinto sua falta. — admiti, e levei uma mão até seu rosto. — Só peço a
verdade, Júlio.
— Que você não ia querer estar perto de mim tão cedo, confesso.
—sorri para ele, e depois de tanto tempo, era completamente honesto. —
Mas eu não estou reclamando.
não mudavam.
Foco, Babi!
assentiu, e era claro o seu desagrado sobre aquilo. — Disse a ele que
descobri isso? — negou de imediato, com os olhos confusos. — Ele não
apareceu pro almoço, então...
— Pode ter sido que Oli falou algo e ele não veio, mas... não tenho
ideia.
— Bom, eu vou falar com ele o quanto antes e espero que as coisas
não fiquem estranhas. — soltei o ar com força, sabendo que falava mais
para mim do que para ele. — Bruno é como meu irmão mais novo, e... Isso
fode a minha cabeça.
— Não vai ficar nada feliz ao saber que essa fome toda tem surgido
Não que sexo dos deuses pudesse abrir o apetite semanas depois.
E assim que chegamos perto de todos, sentei em uma das redes que
Lisa estava, e notei seu olhar sobre quem julga “eu sei o que você fez no
baile a fantasia passado”. Contudo, naquele momento, nem eu sabia. E de
repente, vi-me pensando em cada segundo, recordando se a gente não tinha
se prevenido. E que os céus me perdoassem, porque eu estava relembrando
a noite de sexo quente com Júlio, ao lado de toda a família dele.
CAPÍTULO XIV
BABI
Eu estava tremendo.
— Babi, se isso é porque convidei Júlio, juro que foi com a melhor
intenção, mas posso inventar qualquer desculpa e...
sobre o que desconfiava. — Todos esses dias tem sido uma bagunça e
eu...acho que só tem sido demais para mim.
— Júlio me contou que não voltou para mim porque descobriu que
o irmão me amava. — suspirei com pesar. — Bruno, o mais novo dos
Torres.
— Olha como você pinta seu pai, menina! — ele então apareceu,
desviando-me do assunto, assim como, fazendo-me focar em algo diferente
de toda aquela confusão. Que poderia apenas piorar. Foco, Babi! — E
como foi o almoço?
momento em que ele em vez de brigar quando ela chamou sua atenção por
derrubar algo durante um almoço entre as famílias, ele apenas sorriu.
Sorriu e pareceu encantado.
— Eles parecem bem, e eu acho que não vai demorar muito para se
agarrarem.
direção a ela e minha mãe, enquanto meu pai fazia sinal de rendição com
as dele. — Estamos apenas tentando voltar a ser amigos... passinhos de
bebê. — falei o certo e todos me encararam como quem diz: nem você
mesma acredita nisso. — E eu estou com sono! — bati uma palma e me
levantei. Fui até meus velhos, dando um beijo no rosto de cada um, e me
virei para minha amiga.
ele antes daquilo, mas sem máscara. Do fato de que eu tinha uma dúvida
permanente e que não conseguia ignorar.
Lembrava-me de aos dezoito, desejar uma família com ele. Ali, aos
vinte e oito, eu estava aterrorizada. Abri a torneira e molhei a mão direita,
levando-a até minha nuca e respirando profundamente. Minhas lembranças
me atingindo, e meu coração errando uma batida, por saber que precisava
tirar aquilo a limpo, mas que no dia seguinte, estaria frente a frente com
ele.
a ninguém. Digo, ninguém que seja como os seus namorados que não
combinam.
— Para de falar assim deles. — bati em seu peito e ele riu alto. —
Suas namoradas também não combinam em nada com você. Ou devo dizer
algo depois que Olívia pisou no pé de Sofia porque ela falou mal dos
cavalos? — ele riu ainda mais alto e o acompanhei.
Era aquilo.
Tudo parecia passar, menos nós dois. Desde os doze, era apenas a
gente, e a cada segundo, sabia que me marcava mais, porque eu não
conseguia parar de pensar, em como seria ter aqueles lábios como meus.
Em como seria de fato, ter uma vida com ele.
Parecia cedo para pensar aquilo. Pelo menos, aos dezessete, não
deveria estar tão apaixonada certo? Ou não, não sabia o que pensar ou
como controlar. Apenas aceitava o que ele poderia me dar, enquanto
guardava aquele sentimento e fingia que não entendia os olhares diferentes
que ele me destinava. Não poderia acreditar que um sonho adolescente
com meu melhor amigo, que gostaria que fosse meu amor, poderia ser real.
pedi... E agora, a gente voltava a tentar ser amigo... Quando me dei conta,
JÚLIO
abertamente, como quem diz “não creio que está perguntando isso”.
— Isso é algo que você tem que perguntar a ela, não acha? —
rebateu e eu me vi assentindo.
— Se tem uma coisa que sei sobre Bárbara, é que ela não faz nada
que não queira... ela te ignorou por dez anos, filho. Se ela não quisesse te
ouvir ou falar, ela ficaria mais dez.
todos nós no primeiro instante, no outro, nos uniu ainda mais. Todos
juntos, e aquilo não parecia o real monstro que era.
— Estou feliz por você, meu filho. — ele deu passos calmos até
nós, e me segurei para não ir até ele e o ajudar. — Bárbara é parte da nossa
família, e nunca deixou de o fazer. Mas ver vocês dois juntos... é algo que
esse velho homem sempre desejou.
— Obrigado, papai.
Resolvi descer até a sala de estar, e assim que cheguei lá, encontrei
Bruno, que brincava com Dani, e me lembrei de que ainda não tinha ideia
— Bruno. — falei, indo para perto dele, e por mais que seu tom
fosse leve e calmo, sabia que meu irmão ainda tinha algo o preocupando.
Eu não tinha ideia do quanto o sentimento que ele nutria por Bárbara,
ainda poderia ser real. — Sabe que se quiser...
JÚLIO
— Quase tive que jogar água nela, para que acordasse. — Lisa
olhar com Igor, que cantava baixinho com a canção que soava ainda mais
baixo por todo o carro.
Quem via Igor Reis ali, daquela forma, não tinha ideia de que
meses atrás, ele estava cada noite com alguém diferente. A prova de que
quando o amor nos acertava, nos derrubava na lona.
— Você não acordou por nada e não quis te assustar. — falei, e ela
assentiu, como se pensando em algo, e notei a mão sobre a barriga, como
se estivesse com fome, ou algo assim. — Precisa de algo? — indaguei,
sentando-me ao seu lado, e ela encostou a cabeça contra o assento.
— Ok.
desejo, era ela, minha melhor amiga, ali, ao meu lado. E eu torcia, para que
pudesse também voltar a ser o melhor amigo dela, assim como, queria
mais. Sempre mais.
CAPÍTULO XVI
“Odeio acidentes
Uhum, é isso aí
BABI
chamávamos de pontinho...
— Mas eu nem disse para onde iria ou quem. — falei, e ele pareceu
olhar algo em seu tablet.
que consta, desde a data da abertura. — abri a boca, sem saber como ainda
me surpreendia com aquilo.
olhar para mim. Ok, então! — Bárbara! — meu nome foi dito com clara
surpresa e eu quase me derreti, porque me vi tão atraída, que era
impossível não querer pular sobre ele.
Ele agiu como meu melhor amigo naquela manhã, mas ali, eu não
conseguia enxergar só aquilo. Ele era bonito demais. A gente tinha história
demais. E aquilo me deixava à beira de explodir.
— Preciso falar com você. — soltei de uma vez, e ele assentiu para
o rapaz que me trouxe até ali, fazendo um sinal com o braço, para que o
acompanhasse.
levara até ali. Porém, a cada segundo em que seguia seus passos, eu me
perdia das palavras. O que eu poderia dizer?
Nós dois poderia apenas ser errado... e talvez não fosse para
acontecer.
foi meu escape perfeito. — Sabe que pode confiar qualquer coisa a mim,
certo?
ligou... Ela me contou tudo e me disse que você tinha sumido para algum
lugar e... — suspirei profundamente. — Eu apenas não pensei, fui até o
endereço que tinha do seu apartamento, sem ter ideia se morava lá ou não,
e... te esperei lá. Na época, não entendi porque meu nome estava liberado
para subir no seu prédio, mas agora, sei que parece que sempre deixou as
coisas ali para mim, como se me esperasse.
anos todos... — ele então me olhou e sua mão veio para a minha, com o
cuidado de sempre. — Obrigado por estar lá por mim. — eu sorri, sem
saber o que fazer, e uma lágrima desceu. — O que foi?
Levei uma mão até seu rosto e apenas assenti. Não podia mais lutar
contra o que sentia. Só poderia entender o que sentia, sentindo. Era aquilo.
Fazer o que podia no agora, e entender o que ainda viria.
— Se for o CEO dos livros que você lê. Quer dizer, pelo menos
lia... — olhei-o incrédula, o qual trouxe sua cadeira para mais perto,
fazendo-me sentar na mesa, e meus saltos pararam em sua calça
perfeitamente delineada no corpo. Não estávamos fazendo aquele
joguinho, estávamos? — Não quer tirar? — indagou, e antes que
respondesse, vi-o tirando meus sapatos com cuidado, e depositando meus
pés sobre as coxas, que me recordava bem daquela noite, eram torneadas e
na medida que me faziam babar. Literalmente.
O toque da sua mão contra meus pés era o oposto do salto, mesmo
que ele fosse confortável. O toque de Júlio acalmava meu corpo todo, ao
tirar. — E eu sei que não vamos transar de novo... aliás, a gente nunca
transou. — revirei os olhos, e ele segurou meu rosto com cuidado,
olhando-me profundamente. — Gosto de me lembrar daquela noite, mas
nada se compararia a te ter, sabendo que é você. — de repente, a conversa
mudava por completo, e notei a forma intensa como me encarava. —
Desculpe, não quero que pense que...
— Pode ser sincero comigo. — falei, e tentei não pensar muito nas
suas palavras. — Afinal, somos eu e você, né?
Precisava tomar coragem para fazer o teste, mas não ali. E não
tinha ideia do que esperar do homem à minha frente, que me olhava como
se fosse sua deusa particular e seu mundo todo. E por um segundo, apenas
não questionei, aceitei que talvez, eu fosse realmente amada por ele.
CAPÍTULO XVII
BABI
Mas é sério, parece que você tá mais com medo de estar próxima dele e
estava exposto. A questão era: a gente não poderia realmente só ser amigo
e tudo ficar bem?
— Mas quer dizer que você quer. Admita que o ama, e que isso não
— Sabe que eu sinto sua falta todo dia, não é? — indaguei, e notei
o carinho em seu olhar, e a forma como a gente se completava.
tão fácil, que a gente dividiu a vida. Era estranho não chamar mais ali de
lar, assim como, não a ver todos os dias.
“Está tudo bem se não puder vir, mas... comprei o seu tipo de
lasanha favorito. Só no caso de precisar de algum incentivo.”
conheci adolescente.
exposta, dos pés até o último fio de cabelo, porque não era qualquer cara.
Era Júlio.
Eu ainda o amava.
Eu ainda o queria.
e temer estar comigo. Não a julgava, porque sabia o quanto aquele tempo
tinha nos afastado e nos machucado.
Abri a boca para dizer “boa noite” enquanto não conseguia tirar o
sorriso do rosto. Porém, como nada com Bárbara era como o esperado, o
meu sorriso sumiu no segundo seguinte. Isso porque, os lábios dela se
Descalços na cozinha
BABI
Antes que pudesse evitar ou correr, vi-me indo para seus braços, e
meus lábios encontraram os seus. Diferente do nosso primeiro beijo.
Diferente daquela noite. Éramos nós dois, cientes do que cada um sentia,
cada mínima parte. Porque mesmo que eu não tivesse dito em voz alta,
um do outro.
Ele se calou, enquanto uma de minhas mãos foi para o seu pescoço,
Poderia até ser uma sentença bonita, se não fosse o peso o qual ela
carregava. As palavras dele, suplicantes para que eu lhe desse o mínimo.
Contudo, eu nunca seria uma pessoa que amaria o mínimo, ou retribuiria
aquilo. E falava por nós, quando sabíamos que o amor se igualava, ao
mãos, no entanto.
vinho. Não com a dúvida ainda em mente. Não com a pergunta que eu
necessitava de resposta.
marejados. — Queria dizer que vamos fazer isso devagar, e que vamos
apenas ser amigos até estragarmos tudo, mas... Eu não quero que estrague.
Eu não quero ser só sua melhor amiga.
também. — fui franca, e fora como se meu coração relaxasse, mesmo que
batesse freneticamente, pelo fato de que estava à frente do real dono dele.
Sempre ele.
— Tive alguns sonhos e não sei o que dizer. — assumi. — Não sei
se estou mais com medo de dar positivo ou negativo. — coloquei para
fora, e senti sua mão em meu rosto, enquanto sentia-me tremer.
tão facilmente.
— Ok.
Júlio tinha finalizado o teste, e o deixado sobre a pia, e cada segundo, meu
coração parecia que pararia.
— Carinho...
Tudo está bem quando termina bem se o final for com você
JÚLIO
ela me contou e o que descobrimos, saber que ela ainda confiava seu amor
em mim, abertamente, me tomou por completo. Ainda mais, por saber que
aquele amor, mesmo que a gente não pretendesse, se multiplicara.
tudo de mim, desde os nossos doze anos. Pela maneira como ela me fazia
rir tão facilmente, e parecia ser tão fácil deixá-la fora de si apenas com um
olhar.
mochila, fora uma ainda maior, que sabia que acomodava seu violão, eu
Assenti, e ela veio até mim, deixando-me dar um beijo em sua testa,
como era de praxe. Sorriu lindamente, e nem parecia a mesma de
segundos antes, que estava soltando ordens ao redor.
— Nossos pais nos deram essa parte das terras, o que achei meio
bizarro, mas... Quer dizer que pertence a nós. — falou, dando uma
voltinha, e colocando as mochilas no chão. Primeiro, ela abriu a menor,
tirando um manto, o qual jogou sobre a grama, e assim que se sentou
sobre, bateu no lugar, como se para me convidar, e eu fui.
No meio da noite
Seu olhar parou no meu por um segundo, e eu sabia que ela estava
orgulhosa de si mesma, mas o brilho nela não era apenas por aquilo, por
ter acertado cada parte da música... Por um segundo, deixei-me acreditar
que era porque ela desejava dizer aquelas mesmas palavras. Antes que eu
pudesse bater palmas ou dizer algo, ela continuou.
“Você não pode ver
Que te entende
A voz dela soou baixa, o que era raro, e um leve beijo no meu
pescoço, fez meu corpo todo acordar, e reagir ao seu toque. Saí das minhas
lembranças, enroscadas ao pertencimento que sentia sobre aquela mulher,
e adorando ainda mais o momento atual, porque ela estava ali, nos meus
braços, e era óbvio que nunca deixei de pertencer a ela. Nenhuma parte de
mim.
— Adoro o fato de ser tão sensível ao meu toque. — sua voz soou
perigosa, e sua boca subiu para minha orelha, puxando o lóbulo, e me
apenas deixei minhas mãos fazerem seu caminho, trilhando por debaixo da
barra do vestido que subira, deixando suas pernas mais expostas, assim
como, poderia manejar livremente por seu torso. A cada arrastar de minhas
unhas por sua pele, conseguia ouvir a mudança em sua respiração, assim
como, o leve tremor do seu corpo.
— Acho que dois podem jogar esse jogo... — falei, minha voz mais
rouca do que o usual, e abri os olhos, encontrando os dela já dilatados, e no
exato momento que ela lambeu os lábios, fazendo-me quase gemer sobre
poderia mentir que mal lembrava meu próprio nome após gozar querendo
descobrir o dela naquela noite. E que só conseguia desejar que ela gritasse
o meu.
seus pontos secretos de prazer e te entregar todos os meus. Vou fazer amor
com você, Bárbara.
BABI
Sua voz não era um pedido e meu corpo estremeceu. Tão calmo e
sereno fora dali. Tão direto e dominador na hora do sexo. Ele era o que eu
sobre meus olhos, e senti a pele nua de seu torso contra as minhas costas.
Merda! Como ele podia fazer aquilo tão bem?
Mordi o lábio, incapaz de fazer algo diferente, ao ver seu torso todo
exposto, a boca inchada, os olhos castanhos dilatados, a forma como ele
me encarava como se fosse uma maldita deusa. Não duvidava que poderia
gozar apenas olhando-o.
Minha mão foi diretamente para a cueca, única peça sobre seu
corpo, e antes que ele pudesse impedir, retirei a peça, encarando-o no
processo, e vendo-o me olhar furioso, porque não o toquei em nenhuma
outra parte que não fosse o tecido. Nem cheguei perto.
— Sabe que temos dez anos para compensar... — sua boca desceu
para bem próxima da minha, e eu quase implorei por um beijo. — E eu
preciso dessa boca esperta tão suja... — falou, traçando um dedo no meu
lábio inferior, e o suguei para dentro, vendo-o aprovar o movimento com
um quase gemido. — Me diz o que você quer. — pediu, olhando-me
profundamente, e seus lábios desceram para minha garganta, e sua língua
lambeu cada parte de meu corpo, até chegar nos seios, e me fazer arfar. —
Palavras, Bárbara.
Sabia o que ele queria fazer. Venerar o meu corpo e tomar seu
tempo, e eu não estava reclamando, nem um pouco, porém, tudo o que eu
queria, naquele exato momento, era que ele me tomasse. Era me sentir
dele. Era que pudesse fazê-lo perder o controle.
— Quero você dentro de mim. — minha voz soou baixa, mas sabia
que ele ouviu, quando sua língua parou, e refez todo caminho até minha
boca, torturando-me. — Júlio, se você não estiver em mim, em alguns
Tão certo. Tão bom. Tão perfeito. — Porra! — falei, ao mesmo tempo em
que ele amaldiçoou alguma coisa.
o jeito como você me receberia tão bem... — uma mão nos meus seios, a
outra em minha bunda, ajudando-me a cavalgá-lo com mais força e
fazendo-nos gemer alto. — Mas principalmente, como seria poder te
amar... te foder enquanto te amo, tão loucamente.
Sua boca veio para a minha e gemi em sua língua, sentindo minha
mente viajar, enquanto me agarrava a seu pescoço, quase enterrando
minhas unhas, e querendo tudo, mas menos que aquele momento acabasse.
Quando busquei o ar, e soube que iria perder a linha de raciocínio
nos próximos segundos, segurei seu rosto com as mãos, e olhei-o
— E eu te amo, carinho.
Corda invisível
BABI
mesmo tempo que, sinto muito por eles serem tão infelizes. — falei, e ela
já parecia melhor, apenas por desabafar.
Eu sabia que ela estava magoada com toda a situação que passara
com Igor, mas também, conhecia-a o suficiente para saber que não
sentiam que podiam. Era claro que minha amiga queria apenas distância
dos Reis, mesmo que ainda tivesse sentimentos por Igor. No entanto, não
era minha história para contar.
— Eu espero que nossos pais não esperem que vamos fazer disso
um casamento. — ri sozinha, e Lisa me encarou com uma careta. — O
que?
mais bagunçados do que o usual, mas que lhe caíam perfeitamente, e com
o peito todo exposto.
Senti o exato segundo em que ele passou algo por minha pele, e
abri os olhos, vendo o colar em meu pescoço – que era dele, e pelo jeito,
agora era meu.
— provoquei, e ele sorriu, beijando meus cabelos. Esperei que ele fechasse
o colar, mas não o fez, olhando-me ainda pelo reflexo, como se esperasse
algo. — O que?
silenciosa de que somos nós, de novo, e vamos ser, ainda mais. — sorri,
assentindo, e segurando o colar contra o meu peito. — Palavras, carinho.
— Estou aqui!
dois...
gente não sabia era que seria literalmente passinhos de bebê,. — provocou
e mesmo querendo rebatê-la, acabei sorrindo.
— Mas eu quero saber, quem vai fazer a pergunta que não quer
calar... — Heloísa se pronunciou, após me abraçar, e trocou um olhar
significativo com Mabi.
cresceu até duas vezes, enquanto parecia saber bem mais do que eu. No
caso, ela poderia saber daquela noite.
— Eu não vou dizer nada sobre isso. — respondi, antes que eles
começassem a cochichar, e senti o braço de Júlio ao meu redor.
— Não ouse...
— Eu só posso dizer que sou a madrinha e... vai nascer daqui oito
meses.
impossível.
CAPÍTULO XXI
JÚLIO
estar ali, e ter a certeza de que permanecia apenas nosso. De que ela estaria
ali comigo, por um bom tempo, se assim desejasse. No caso, ela poderia
querer passar a noite ali comigo.
assim que abri a porta para ela, descendo do carro, e puxei-a novamente
para mim, sem conseguir conter minhas mãos. — O que está aprontando,
Júlio?
uma outra, passando a mão ligeiramente. — Para a mãe dos meus filhos.
Vi-me apenas escrevendo, sem conseguir evitar, e guardei-a ali, para o que
imaginei, ser o próprio mural dos meus sentimentos.
— E isso inclui o fato de o meu velho violão estar ali, e ter cartas
românticas, e a casa que eu te falei que teríamos um dia? — assenti, e ela
se levantou com cuidado, e passou a mão pela carta, parecendo ainda
pensar sobre lê-la. — Acho que terei um bom tempo lendo cada uma...
BABI
beira da cama. Senti seu corpo logo atrás do meu, e era tão bom ter aquilo
de novo. Nós dois, um violão e o nosso lugar. Do jeito que eu imaginei, e
como ele fez. — Continuei aprendendo a tocar e bom... a primeira vez que
ouvi essa música, apensa lembrei de você. No caso, te amaldiçoei um
pouco, porque ainda era tudo nosso. Até mesmo, as minhas músicas
favoritas.
Vi-o me encarando como quem diria: talvez muito mais que três
meses, certo? Sorri, e continuei, e enquanto o olhava, notei a forma como
respirou fundo e não pude acreditar quando a voz dele, encontrou a minha,
cantando perfeitamente a letra. Júlio Torres não cansava de me
surpreender.
“Me beije uma vez
(1, 2, 1, 2, 3, 4)...”
Uhum, é isso aí
Odeio acidentes
Uhum, é isso aí
Te beijo uma vez, pois sei que você teve uma noite longa (Oh)
Te bejo duas vezes, pois sei que vai ficar tudo bem (Uh)
Ah
Odeio acidentes
Uhum, é isso aí
Uhum, é isso aí
Odeio acidentes
Exceto quando nós fomos de ''amigos'' pra isso
Era como se ele não pudesse acreditar que era real, e eu queria
mostrar que o era. Nos afastei apenas o suficiente para o olhar com todo o
amor que sentia, agora livre, e tão claro que ele sabia que estava em mim.
Sempre esteve.
— Mas pelo que entendi, ainda tenho que realizar os seus sonhos
impróprios, carinho. — sorri, assentindo. — E quero todos eles, todos os
sonhos que quiser compartilhar.
ouvir e aceitar cada palavra. Talvez ele já não soubesse todas as minhas
músicas favoritas. Talvez ele não tivesse ideia de como foi a minha
faculdade. Talvez ele ainda estivesse caminhando para entender de fato
cada parte nova minha que encontraria.
fazia tudo aquilo. Poderia ter mudado e se transformado, mas nada sobre o
nosso amor. Não ele.
Aos vinte e oito, eu sabia que aquela promessa nunca teve chance
de ser quebrada, já que ele nunca de fato saiu.
NOVOS COMEÇOS SAGRADOS
Descalços na cozinha
Meses depois...
dos Ferraz, Júlio sorriu e não conseguia acreditar, mesmo pele contra pele,
enquanto subia o zíper, que ela estava de volta em sua vida. Todos os dias,
tanto longe, quanto perto, era sempre uma surpresa, porque ele podia
escutá-la, podia vê-la, podia tocá-la... Suspirou fundo, mandando um leve
Mabi até mesmo já fizera uma aposta que era uma menina. Bárbara
não poderia negar, porque ela sonhava constantemente com uma garotinha
afastando-se.
Júlio viu-a colocando mais um colar, mas nunca tirando o qual ele
lhe entregara naquela manhã. Ele, toda vez, ficava incrédulo de que aquela
mulher, pudesse querê-lo.
Ela já estava com a barriga bem maior do que Bárbara, mas era
clara a troca que as duas acabaram tendo após o exato momento em que
anunciaram a gravidez. E ali estavam eles todos, indo a um reencontro
geral de classes na antiga escola. Júlio poderia jurar que Inácio sequer se
mexeria durante todo o encontro.
revirar os olhos, sem dizer mais nada, enquanto puxava Bárbara para mais
perto, e ela se acomodava melhor ao seu lado. — Aliás, eu acho que
deveríamos...
sempre sonhou com um amor tranquilo, que tocasse seu coração e lhe
desse a paz misturada as borboletas no estômago. E ele o era,
perfeitamente. A cada dia, aqueles dez anos se dissipavam, e eles se
importavam com o agora.
família, mas... Assim que fiz esse cartão, estou quase tendo um treco por
não contar. — Bárbara foi honesta, e suspirou profundamente, entregando-
lhe o pequeno envelope.
— Como...
— Surpresa! — Bárbara gritou, e foi possível ouvir o barulho de
Mabi e Inácio do lado de fora, olhando pelo vidro.
Ele puxou-a para si e sabia que aquele abraço significava tudo para
eles. Como na carta que ele escrevera para ela, meses antes, destinada a
mãe dos seus filhos. No meio do que ele escrevia, dissera claramente que
sentia que eles teriam uma menina, não saberia explicar porquê. E ele
Foi na resposta ácida dela que Júlio sorriu e soube que adorava a
filha dos seus vizinhos, e mais tarde, se apaixonara por cada lacuna dela.
Foi na paciência dele que Bárbara perdeu a pose e soube que o amor
poderia ser exatamente como ela sonhava – calmo e bom.
mais dos Torres. Um casal que traz consigo vários clichês, mas que no fim,
são apenas pessoas reais, com medos, inseguranças, amores e desejos.
Eu já estou com saudade, mas posso dizer, que parte dela, será
sanada quando conhecermos as histórias dos outros dois Torres. Isso
mesmo! Teremos mais para contar deles, em clichês únicos. O que acha
disso? Bruno terá seu final feliz? Olívia contará sobre sua paixão pelo
pai de Dani?
Com amor,
Aline
O melhor amigo do meu irmão (A REJEIÇÃO)
clique aqui
Sinopse: Gabriela Moraes era apaixonada pelo melhor amigo do irmão mais
velho desde os quinze anos. Antônio era mais do que o seu sonho de consumo, ele
também era a pessoa com quem ela sempre pode contar. O que ela não imaginava,
era que no seu aniversário de dezoito anos, ela seria rejeitada da forma mais fria
por ele.
Ela queria não sentir nada, e não sabia o que ele fazia ali. Porém, sabia
clique aqui
Sinopse: Ane Sousa nunca quis se apaixonar por ninguém, muito menos,
pelo irmão mais velho da sua melhor amiga. Fábio Moraes era um amigo, no fim,
mesmo que a cada sorriso ela se visse sorrindo também. Era inevitável desejá-lo.
Quando aqueles lábios se tornam seus, por alguns segundos, Ane pensa que talvez
estivesse errada. Porém, a forma como ele reage, lhe mostra, que o certo, sempre
SINOPSE
quando aparece na sua frente, ela já sabe que só pode ser problema ou alguma
proposta indecorosa. Maldito peão velho!
No meio das voltas que a vida dá, uma noite de prazer os marca. E a
consequência será muito maior que o arrependimento: UMA GRAVIDEZ
INESPERADA.
CONTATOS DA AUTORA
Instagram: @alineapadua
Wattpad: @AlinePadua
americana Billie Eilish – álbum: Happier Than Ever, data de lançamento: 2021.
[16] Trecho da canção intitulada 'tis the damn season da artista norte-
[17] Trecho da canção intitulada 'tis the damn season da artista norte-
SINOPSE
PRÓLOGO
PARTE I
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO X
PARTE II
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVIII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XX
CONTATOS DA AUTORA
NOTA
Se você é nova por aqui, fico feliz de lhe contar, que todos os
álbuns da Taylor Swift me marcaram em momentos diferentes da vida, e
desde maio, tenho lançado livros clichês baseados em álbuns dela. Já
passamos por RED em “O melhor amigo do meu irmão: A REJEIÇÃO”,
por Speak Now e 1989 em “O irmão da minha melhor amiga: A
REDENÇÃO”, por Reputation e Lover em “UMA GRAVIDEZ
INESPERADA”, e por Back to December em “CEO INESPERADO –
meu ex melhor amigo”.
Talvez não faça sentido para você, cara leitora, porém, saiba que é
construído com a melhor parte do meu coração.
Boa leitura,
Aline Pádua
PLAYLIST
Tão frustrante
ABIGAIL
estação.
reconhecimento.
— Não tenho uma sombra com o nome de Bruno Torres, não que
eu saiba. — soltei, e ouvi sua risadinha nas minhas costas.
espécime.
Estando bem próxima, notei que ela estava corada, e não conseguia
disfarçar o quanto a presença daquele homem a afetou.
sensação antiga, que sempre tive a frente dele: de não conseguir ser
indiferente por muito tempo. Ele parecia saber como me atingir, e mesmo
após tanto tempo, ainda o fazia.
meio, sem sequer olhar pelo ombro. Ouvi sua gargalhada alta, e puxei a
mão de volta, enquanto caminhava em direção à minha casa.
Meses depois...
ABIGAIL
— Eu não quero nem saber, Nero. — falei para meu melhor amigo,
que se jogou na cadeira do outro lado, como se realmente considerando a
ideia. — Não vamos fingir ser um casal apenas porque sua mãe...
abertamente.
— Vá trabalhar, mulher!
Sua voz saiu um pouco tremida e sabia que ele corria de pessoas
Ele sempre foi um tipo grande, mas nos últimos tempos, quando o
reencontrei, ele parecia de fato um trator. Que diabos de pensamentos
eram aqueles? Uma calça jeans apertada, que delineava suas pernas, e um
par de botas que combinava perfeitamente com seu visual. A realidade era
conseguir me deixar enérgica e com ainda mais raiva. Porém, eu não podia
dizer que Bruno perdia naquilo, porque ele sabia exatamente em qual calo
pisar para me ter com raiva.
— Ela me pediu para passar aqui e dizer que Mabi e ela talvez não
venham hoje porque o carro quebrou no meio da estrada, e meus irmãos
devem estar arrancando os cabelos nesse momento, além de que os
celulares ficaram sem bateria, e só tinham o de Inácio disponível, ele não
tinha o seu número e...
peito, o qual ele indicava com o dedo. — Algo interessante mais abaixo,
Abigail?
Ele mantinha aquele sorrisinho de “eu sei que sou gostoso” e nem
me dei o trabalho de negar. Ele sabia que o era. Eu não era cega, e muito
menos, seria mentirosa por causa dele.
— Vai se foder com a tal Reis, nerd! — gritei para a porta de meu
amigo, que poderia visualizar perfeitamente em minha mente, e feito o
sinal da cruz.
ABIGAIL
— Sabe que ela traria Prim aqui para você olhar... — apontei-lhe o
dedo, e ele abriu um largo sorriso. Sabia que meu melhor amigo era
completamente apaixonado pela afilhada, e não se negaria em me ajudar.
Na realidade, ele fora meu alicerce nos últimos meses, junto a ela. — Acho
que às vezes ela usa a desculpa de ter que sair dez minutos antes, apenas
porque o detestava.
Ri sozinha, e que ele nunca soubesse, mas a minha raiva sobre ele,
me ajudou a esquecer grande parte dos reais problemas.
Odiá-lo era como dar murro em ponta de faca, mas nunca de fato se
machucar. Então, até certo ponto, era saudável.
sabia, ela era apaixonada por reggae. Cantei baixinho, enquanto abria a
porta, e com um sorriso no rosto para encontrar a razão de eu ainda
conseguir ter tal expressão.
O som não estava tão alto, mas parecia que nenhum dos dois notou
minha presença, quando ele parou um segundo, durante outra parte da
música, e Prim mudou sua expressão e pareceu querer chorar. Tentei ir até
Não pensei em mais nada, quando Prim começou a chorar, e fui até
eles, puxando-a de seu colo, e trazendo-a para o meu. Ela pareceu
reconhecer meu toque e se acalmou em poucos segundos, enquanto tocava
seus cabelos.
— É...
para ser franco, te provocar, entrar numa briga... enfim, esfriar a cabeça. —
a segunda “primeira vez” daquele dia. O mais novo dos Torres não estava
passando detalhe a detalhe do que realmente o fizera aparecer ali. — E
quando bati na porta, Brenda praticamente passou como um furacão, disse
Graças a Deus e me deu uma mamadeira. Disse que eu era confiável e
poderia te ligar qualquer coisa...
— Eu vou matar Brenda. — minha voz mal saiu, e ele arregalou os
olhos.
cara?
Como meu oposto, ele sorriu largamente, e voltou para perto, com
um olhar de menino, que nunca pareceu ter perdido.
BRUNO
Tinha que admitir que não fora a minha ideia mais inteligente. Na
realidade, eu não era tão perspicaz assim. Contudo, fora a melhor pior
ideia que tivera nos últimos tempos.
Abigail dormindo, e depois que ela acordou, dançar para ela e tentar
mantê-la entretida, me recordava de como as coisas eram quando minha
sobrinha ainda era tão pequena. Um tempo em que meu pai não estava
lutando bravamente pela vida.
cidade vizinha de onde meus pais e família estavam. Precisava voltar para
o lugar que fora minha casa desde os dezoito e não me permitir desabar a
frente deles.
Não tinha certeza se ela sabia o que minha família passava, já que
as cidades eram pequenas demais para fofocas, e como bom fofoqueiro,
sabia que as informações voavam muito rápido. Mesmo assim, sabia que
ela poderia ter alguma noção, mas não me daria uma colher de chá por
aquilo.
Ela me enfrentaria.
Ela me xingaria.
Ela me responderia.
Ela era a única pessoa que pensei no instante em que desejei apenas
ser eu de novo, sem qualquer dor ou medo. E de alguma forma, a filha que
eu nem sabia que ela tinha, o fizera também.
A vida não parecia ter mudado por completo apenas para mim, mas
não poderia dizer que estava surpreso por ela ser mãe. Abigail era a pessoa
mais responsável que eu conhecia, superando até mesmo meu irmão mais
velho. E Inácio era como uma mula empacada, de pensar mil vezes antes
de fazer algo, enquanto considerava todos os fatores.
nos dedos de uma mão, de quando ela o fizera em relação a alguém que
não fosse seu melhor amigo.
ABIGAIL
Não sabia dizer porquê, mas algo dentro de mim se revirou. Olhar
para ela, perto de alguém diferente de eu, Nero e Brenda, era algo que não
estava acostumada. Mas ainda assim, o estranho era não me incomodar.
minhas forças – uma promessa nada irreal e nada dramática para uma
adolescente de quinze anos – não me incomodava.
atrás...
como imãs. Acho que os casos mal resolvidos não dão descanso... Talvez
devesse falar com ele.
— Eu juro, que se você insistir nisso, eu vou ligar para a Reis mor,
e convidá-la para sair com você! — ameacei-o, e seu olhar se tornou de
E por mais que quisesse apenas esquecer tudo aquilo, sabia que era
já tiveram todo tipo de briga durante esses anos, e quando você voltou,
mesmo que fosse apenas a sombra do que um dia foi, quando o
reencontrou, a Abi que eu conheço estava de volta...
Assenti, e ele beijou minha testa, antes de ir até o berço móvel que
— Nero... — falei, assim que ele abriu a porta, e se virou para mim.
— Sei que me ama, mas... Não vou foder com o Torres mirim.
Quando tudo era inverno, ela veio e encheu minha vida de cor...
minha própria primavera.
CAPÍTULO IV
Em sua alma
BRUNO
— Abigail não vai pular daí direto para sua garganta. — Olívia
provocou, notando o meu dedo exatamente sobre o rosto dela fechado na
foto de formatura, na garota de dezessete, que já tinha algumas tatuagens
pronunciadas em seus braços.
Aquela culpa que eu carregava, por ter ajudado meu irmão a foder
com tudo em sua vida amorosa. Dois jovens burros e inconsequentes, e eu
fiz o meu pior para não ajudar.
Ela era como uma irmã mais velha para mim, e o simples
pensamento de que acreditei ser apaixonado por ela, e ainda fodi com tudo,
me enjoava. Nunca fora sobre aquilo. E eu só fui cego e imaturo demais
para perceber.
capricho e cegueira, que durara alguns anos, tinha que admitir, era que não
sentia nada além de felicidade por eles, quando ouvia sobre sua vida
juntos. E ainda mais, os via juntos no nosso dia a dia.
encostou no tampo da mesa, ao meu lado. — Mas eu posso dizer que seja o
que for, nosso pai está em paz.
— Ná...
ela faz parte do amor no qual fomos criados. Nós temos tanto, irmão. E
nós o temos ainda, então...
melhor ainda, a minha cunhada e mulher da vida de Inácio. Ela tinha uma
das mãos na barriga já pronunciada e mordia o lábio com força.
abraçando. Sorri para ela, e encarei meu irmão sobre o ombro, o qual
parecia encantado com a cena.
Era um fato que Maria Beatriz se tornara uma parte de nós, e para
mim, ela se tornara uma irmã. E por ela, sairia no meio da noite, andaria
alguns minutos de carro e buscaria a bendita manga.
Ela merecia por fazer o homem ao meu lado, que sempre foi o
apoio de todos nós, entender que ele merecia alguém para apoiá-lo
também.
“Eu não gosto que qualquer um morreria para sentir seu toque
ABIGAIL
tinha parado de checar a respiração dela a cada cinco minutos. Estava, aos
poucos, aprendendo a ser mãe, mas a preocupação permanecia ali.
Dei um leve aceno para Julie, que sempre vinha no mesmo horário
naquela pequena padaria, que era basicamente a única fora a do centro, de
toda a pequena cidade.
celular.
pele.
sonhando com ele. Após toda aquela conversa maluca com Nero, o qual
culpava por tal feito. Mas ali estava o diabo, pronto para me tentar.
— Pensei que talvez você fosse levar a arco-íris, e sei que bebês
dormem cedo, então... — arregalei os olhos, sem conseguir disfarçar a
surpresa. Quem era aquele homem à minha frente? — Não precisa me
olhar como se eu fosse um extraterrestre.
Notei que ele não usava o chapéu preto naquela manhã, e parecia
menos cowboy do que geralmente caminhava pela cidade. Uma coisa que
eu sempre me perguntei: quem Bruno era?
Ele parecia uma versão mais nova de Inácio, às vezes. Ele parecia
uma versão mais nova de Júlio, em outras. Até mesmo, parecia uma versão
masculina de Olívia, de vez em quando.
— Abigail...
Vamos continuar assim, e tenho certeza, que nos raros momentos em que
nos esbarramos, vai se lembrar de quem é.
Era claro que existia algo que quebrara Bruno, e o reconhecia. Mas
não era porque ambos estávamos quebrados, que poderíamos ou
deveríamos nos remontar.
Eu o detestava, certo?
Meus lábios foram para os dele, e senti toda minha pele queimar,
como se fosse possível viver exatamente o que lia nos livros de romance.
Sua mão veio para o meu rosto, fazendo leves círculos na bochecha,
enquanto a língua invadiu minha boca, mostrando-me que um beijo
poderia ser muito mais.
— Mas o que...
um segundo?
— O que?
Segundo elas, seriam as tatuagens que fariam, assim que lhe fossem
permitido. O que levaria muitos meses ainda, mas quem era eu para
contrariar duas mulheres grávidas? Eu fui uma cabeça de pedra, mais do
que o normal, quando estava naquela condição. Nero pagou todos os seus
pecados e os que nem tinha cometido, durante os nove meses ao meu lado.
Não poderia deixar que aquele assunto saísse dali, e muito menos
que a cunhada do dito cujo Bruno, pudesse lhe contar que ele era um
assunto entre eu e meu melhor amigo.
— E eu já sei o que vou tatuar, quer dizer, assim que for liberada
para isso...
— A cada dia, parece que eu sei menos, mas... Ela está lá, como se
Mabi soltou, como se tão animada com a notícia, que não pudesse
se conter, e agradeci internamente por elas serem tão boas falando, porque
não era o meu forte.
agora?
— Eu nunca vou entender por que ele cora quando eu digo oi. —
— Ele é adorável.
ABIGAIL
Eu estava exausta.
Para que não pense que estou tentando te seduzir, como deve ter
parecido mais cedo... estou mandando um e-mail, e não uma carta. Estou
agora, determinado em mudar a sua visão sobre mim. Sei que me odeia de
graça (é de graça, certo?), e sempre foi tão bom te provocar, que nunca
tentei mudar essa péssima primeira impressão. Mas aqui estamos, anos
depois... Somos adultos, Abigail. Então... Como bom adulto, quero te pedir
a chance de me candidatar a babá da arco-íris, caso precise. Qualquer hora,
é só chamar.
OBS: no anexo tem um vídeo meu com a Dani ainda bebê, para
mostrar o quanto sou ótimo.
Atenciosamente,
Estava?
seco. No dia anterior, assim que abri a porta, dei de cara com Bruno.
Aquilo não ia acontecer de novo, mas me apavorou a possibilidade.
merda!
parecia realmente séria sobre. — Prim foi um anjo, como sempre. Melhor
emprego do universo, sério!
— Não sei o que vou fazer quando você voltar para a faculdade. —
comentei, e ela se levantou, guardando o celular no bolso, como se nem ela
soubesse.
— Será que posso ser babá da Prim até ela fazer dezoito? —
indagou e eu não entendi de fato se brincava. — Se eu odiar ainda mais a
— Tudo bem.
animada em contar tudo sobre a gravidez dela para mim, o que eu não
entendi, mas não julguei. Mesmo ela sendo um pouco invasiva, não me
sentia nervosa sobre. Acabei respondendo-a, feliz ao notar o ultrassom 3d
que ela fizera naquele dia mais tarde.
O tinha feito quando ele passou a me enviar mensagens de bom dia, todos
os dias, do tipo que as pessoas mandam em grupos aleatórios, a partir do
momento em que soube que eu estava de volta à cidade. Foram quase dois
meses de mensagens assim, até que o bloqueei, e ele apareceu no estúdio
no dia seguinte para cobrar explicações, as quais terminaram comigo
apenas o encarando e ele sabendo que estava sendo insuportável.
meu.
e era ainda mais maluco, porquê de repente, eu estava falando sobre Bruno
Torres para a pessoa mais importante de toda minha história, contudo, não
me pareceu errado.
pudesse, a protegeria do mundo todo, para que nunca ela tivesse que ter
seu coração e mente quebrados por qualquer um que seja. Notei que ela
utilizava novamente uma das roupas com unicórnio que comprei durante a
gestação, em um surto consumista que tive, e me apaixonei por roupas com
todas as cores do arco-íris.
Seria por isso que Bruno a chamou de tal forma? Por ver as cores
em suas roupas?
E ali estava ele novamente. Depois anos sem nos vermos, e antes
disso, quando me via apenas ignorando ou batendo de frente com aquele
homem, ele parecia ter voltado com uma força assustadora aos meus
pensamentos recorrentes.
A questão era que detestá-lo era tão fácil quanto respirar, e sempre
pude lhe confiar tal sentimento. Assim como, ele parecia fazer o mesmo
para comigo. Suas provocações, aproximações e palavras sem nexo.
Porém, sua atitude não condizia com o que voltamos a ter no segundo em
que pisei o reencontrei na velha cidade.
Meu celular vibrou no sofá, e notei que não era uma mensagem no
WhatsApp, mas sim, outro e-mail. E eu agora conhecia o remetente. Sem
conseguir me segurar, acabei clicando no mesmo, e comecei a ler, com o
você.
Espero que você queira me responder, nem que seja para exigir
explicações que eu não tenho, ou, terei que tomar medidas drásticas e bater
na porta da sua casa amanhã.
Atenciosamente,
Então, apenas deixei aquilo de lado, sem querer dar uma resposta
imediata. O faria antes de dormir, e até lá, descobriria o que dizer, algo que
pudesse ser certeiro e o fizesse parar com qualquer joguinho que tivesse
começado.
Não sabia o que estava fazendo, mas de repente, resolvi voltar para
o exato local em que ele me deixou, e admitir aquilo para minha filha, fazia
sentido – um dia, me apaixonei por Bruno Torres.
Desmoronando e se desfazendo
BRUNO
Minha mente vagou, e engoli em seco. Faziam muitos anos que não
parava para tentar entender o que aconteceu entre nós e porque ambos
fingimos que nunca o tivemos. O sentimento veio ainda mais forte, quando
a revi na floricultura da cidade que um dia compartilhamos.
Nunca fui tão certo de quem eu era, e ser protegido por todos
pareceu ter grande influência sobre mim. Não poderia mentir e dizer que
conquistei o que tinha, pois na realidade, Fabrício e Heloísa Torres
deixaram a vida ganha para as várias gerações que viriam a partir de seus
filhos. O meu jeito de mostrar-lhes que valeu a pena, era cuidar daquela
terra que eles reservaram para mim. Quatro pedaços de terra para quatro
filhos.
Nossos pais nos deram ferramentas para facilitar, mas ainda assim,
sempre deixaram claro e livre de que deveria ser a nossa escolha e o nosso
caminho. Inácio permaneceu na fazenda em que crescemos, na cidade
vizinha. Júlio era um CEO da tecnologia e se dividia entre a capital e
agora, o seu próprio lugar que ficava ao lado da fazenda do nosso mais
velho. Olívia se tornou advogada e mesmo que amasse o centro urbano,
sempre fugia pra a fazenda ao lado da minha, que era o seu lugar, e no
qual, ela decidiu que passaria a criar a filha.
estúdio, por volta das 06h30. Talvez, tivesse sorte e a encontrasse ainda em
casa, caso saísse naquele exato segundo.
padaria ainda. Não queria fazer-lhe outro convite naquele lugar, e repetir a
negativa. Algo me dizia que talvez a mudança nos ares, a permitisse pensar
em um sim. O era uma péssima estratégia, e talvez, nem pudesse ser
chamada de uma. Dei cinco batidas leves na porta, recordando que ela
tinha uma criança pequena em casa e que..
Linda mente?
Esperei que ela continuasse, e ela fez um sinal com as mãos, como
se fosse óbvio.
ABIGAIL
deixar parte de minhas tatuagens nas coxas a mostra, uma jaqueta preta
sobre o mesmo, para contrastar, e o meu coturno preto favorito. Por que
usar as roupas que eu mais adorava para um encontro com Bruno Torres?
— Não. — falei para mim mesma, e era uma mania que tinha,
como se colocando as coisas em voz alta, elas pudessem se resolver. —
Não é um encontro!
para minha filha e tirei uma foto da mesma, o que era algo comum. Não
me recordava de um dia em que não tivesse uma foto nova de Prim na
minha galeria.
Ele tocou o chapéu preto na cabeça, e foquei em seus olhos, para não me
perder inspecionando seu corpo.
— Bom dia, Torres. — falei, e notei que Prim não tirava os olhos
do chapéu dele, e erguia os bracinhos em sua direção. — Depois, pequena.
— Sabe que a gente não tem mais quinze, mas sim quase vinte e
cinco, certo?
Só pense que enquanto você esteve chateada e decepcionada por causa dos
mentirosos
mentiroso. — soltei, e ele riu baixinho, após fazer um leve aceno para o
carro que passava a nossa frente. Ele realmente conhecia todo mundo?
Então, venha sentir essa magia que eu sinto desde que te conheci
BRUNO
estava encostada contra uma grande árvore que ficava a frente do lago. —
As outras pessoas sempre parecem ter medo de mim, apenas porque meu
rosto é sério, mas você... Você nunca pareceu intimidado.
— Talvez eu não seja esperto, como você diz. — soltei, e ela negou
com a cabeça, como se tivesse certeza que era outra coisa. — Esqueceu
que eu sou irmão caçula de Inácio? O cara que sequer tem alguma reação à
frente de pessoas que ele conhece?
sério! Pode não parecer, e ele não é o irmão de gritar “eu te amo” aos
quatro ventos, mas ele... — sorri ao me lembrar da última conversa que
tivemos. — A gente sabe exatamente a forma como ele demonstra esse
amor.
Oh merda!
— Não é algo tão raro assim. — deu de ombros, mas seu olhar
fugiu do meu, como se ela soubesse que o era. — Eu rio a cada cindo
segundos com Nero, então...
Quer algo mais profundo sobre minha teoria de que foi apaixonado
por Abigail?
estava com o sorriso espalhado pelo rosto. Por que eu queria tocar aquele
ponto específico? Talvez porque quer tocar cada parte dela. Merda!
— Por que não pode repetir o que disse, só para mim? — insisti,
Ela então apenas me deu as costas e iria sair, mas dei um passo à
frente, alcançando-a e segurando seu braço. Abigail se virou, e sem que
eu precisasse puxá-la, ela veio para mais perto, quase tocando sua boca
na minha.
Não pensei mais em nada, não quando os olhos negros como uma
noite sem estrelas encontraram os meus. Apenas olhei-a por um último
segundo, como se pedindo permissão, e quando ela fechou os olhos, tomei
aquela boca como minha.
ABIGAIL
Era uma paixonite adolescente, pelo menos, era o que minha irmã
mais velha afirmou, quando eu lhe confessei tudo. Ela disse que aquilo
passava, e que era o exemplo de que era um sentimento com data de
validade. Então, para que deixar acontecer, certo?
Seja esperta, maninha! Não se deixe acreditar que uma paixonite
adolescente é para sempre!
Vi-me apenas afastando dele, e saí correndo dali, sem sequer olhar
para trás, nem quando ele chamou meu nome. Merda! Eu tinha feito tudo
errado. Corri por dois quarteirões, até estar longe o suficiente para poder
parar, e felizmente, Bruno não me perseguiu.
— Ele apostou com a gente que tiraria o seu bv, hoje mais cedo,
depois daquela declaração tosca. — Felipe soltou, e Tamires parecia mais
interessada em rir da cena.
como quem perguntava: o que Nero tem a ver com isso? — A gente foi
visto pela Tamires e o Felipe, eles me viram correr para longe e me
seguiram, até que eu parasse... eles me disseram que era uma aposta, e
como boa garota de quinze anos, que assistia muito filme na sessão da
tarde, eu acreditei, e jurei te odiar de verdade a partir daí. Diga-me se
estou errada?
— O que? — a voz de Bruno praticamente não saiu. — Eu nem
sabia que alguém viu o nosso beijo...
— Bom, demorei alguns anos para aceitar que essa teoria que
surgiu primeiro de Nero, que te achava um playboy chato, mas não
— Não vai querer que eu faça isso ter sentido, vá por mim. —
soltou, e notei-o engolir em seco, enquanto movia a cabeça para mais perto
da minha, quase tão perto, que já sentia sua respiração.
— Não tenho ideia, mas uma coisa é certa, não estamos apenas nos
divertindo.
comentou que cozinhou para você, uma mulher e uma bebê linda... Pensei
que você tinha um filho perdido no mundo e aí vim correndo.
— Por que não coloca ela para dormir, eu fico de babá apenas
olhando-a no berço que temos no velho quarto de Dani aqui, e... Bruno te
leva para cavalgar. — ofereceu, e eu fiquei em choque, sem saber o que
responder. Eu poderia fazer aquilo? Eu poderia confiar nela?
— Não precisa deixar que ela fique de babá. Olívia... Olívia pode
ser bem persuasiva. — Bruno sussurrou, e notei que ele estava se sentindo
culpado por aquilo, apenas pelo seu olhar. — Sério, Abigail! Se quiser,
posso expulsá-la agora.
Ele não tinha como saber exatamente o que eu queria dizer, mas
Sem medo"[14]
ABIGAIL
— Pensei que tinha me usado para trair Nero. — fez uma leve
careta, e acabei da mesma maneira. Dito em voz alta, toda aquela história
era digna de um clichê amoroso adolescente. Péssimo, por sinal. — Nossa
história é horrível, vamos ser honestos.
Pensei que fazia tempo que não me sentia de tal forma. Mas a
realidade era que aquilo que vivi, não poderia nem ser considerado paixão.
O que tive com Bruno antes, e agora, no depois tumultuoso e confuso, era
diferente.
— Não quero ser apenas seu amigo. — engoliu em seco, sua mão
vindo até minha bochecha, e fechei os olhos diante do toque que se
alastrou por toda parte, deixando-me à mercê. — Pensei que sim, mas isso
aqui... — sua testa encostou na minha. — Isso que existe entre nós, está
Um leve gemido saiu de sua garganta, assim que puxei seu lábio
inferior com os dentes, e nos afastamos pela falta de ar. Seu olhar estava
selvagem, assim como o seu cabelo, que eu despenteara por inteiro, mas
que parecia ainda mais sexy. A boca já inchada, e eu tinha certeza de que
não estava diferente.
— Se eu pensei, que anos atrás foi bom... — falou, e seu nariz veio
para meu pescoço, inspirando profundamente. — O que estamos fazendo,
Abigail?
Tão certo. Tão bonito. Tão meu... Suspirei fundo, acreditando que
era apenas uma invenção de minha mente de quinze, que realizava o que
fosse de sonho infantil em estar com ele, na realidade.
— Posso te dizer muitas coisas que essa boca é, mas isso não.
— Por que não a prova de novo, para ter certeza se sabe tanto
assim? — desafiou-me, e encostei nossos narizes. A intensidade que me
consumia, refletida no olhar dele.
Esperei e aguentei
BRUNO
corpo. — O que?
Notei todo o seu corpo se arrepiar, enquanto ela usava uma camisa
enorme minha, e uma calça de moletom que tivemos que praticamente
amarrar contra o seu corpo, após todo o incidente com a chuva. Um ótimo
incidente.
Mesmo que não pudesse tocá-la de tal maneira antes, quando seu
olhar negro recaía no meu, sabia que estava perdido. Talvez, sempre
soube. Só não estava pronto para admitir, mas no agora, eu estava prestes a
gritar no meio da rua.
Era normal sentir tudo aquilo após o segundo beijo com a pessoa
que você mais brigou na vida?
pescoço, e trazendo meu rosto para o seu. — Vai implorar por outro beijo?
— provocou, e minha outra mão desceu para sua cintura, puxando-a para
mim.
— Vou é tão...
semblante. — O que?
— Eu tenho certeza.
Puxei-a para mais perto, com nossos corpos sem qualquer espaço
um do outro, e ela conseguia sentir o quão difícil eu era por ela. Um difícil
que estaria disponível a qualquer momento para lhe mostrar qualquer tipo
de prazer.
adorasse me ver enfeitiçado por ela. Era algo bom, certo? Ela gostar da
forma que eu reagia para com ela?
figura alta e tatuada a sua frente, todo meu foco se transformou. A forma
como ela sorria para Nero, desencadeou um nó dentro de meu estômago e
estava para fazer o mesmo com minha garganta.
ABIGAIL
— Vou fingir que não está me expulsando já que o nosso dia foi
perfeito. — sussurrou próximo a minha orelha, como se fosse um segredo
apenas nosso. Quando seu rosto pairou sobre o meu, a um fio de cabelo de
distância, não resisti em encostar nossos lábios, em uma clara promessa de
mais. — Boa noite, Abigail.
bochechas com força. O que ele odiava, e eu estava mais do que disposta
sua expressão mudar, e seu olhar brilhando. — Estou tão feliz por isso,
Abi.
— Nero...
Levei meus braços até seu pescoço, e seu corpo grande passou ao
redor do meu.
Era apenas sobre eu, me permitindo sair com minha filha, e ela
conhecendo pessoas. Era apenas sobre eu, me permitindo sentir algo que
um dia me atormentou, e que voltava com força. Era apenas sobre eu,
conseguindo acreditar de novo, que podia sentir.
ABIGAIL
“Querida (adorável) Abigail,
O que eu disse nos outros e-mails não poderia ser menos verdade –
não me lembro de uma vez que não te desejasse, e então, peço desculpas
por isso. Portanto, esse é um e-mail de reparação. Preciso que saiba que
tudo o que ficou na minha mente antes de dormir, foi o gosto dos seus
lábios, e em como o seu corpo se encontra em cada limite do meu. Tão boa
para tocar. Contudo, a imagem que ficou em minha mente, e adormeci, foi
do seu sorriso tão aberto, que mostrava a covinha em sua bochecha
esquerda. Preciso dizer que me sinto honrado de vê-la.
Atenciosamente,
aquilo, então, o melhor era apenas deixar acontecer. Eu sentia que sim, e
depois de tudo, confiava cegamente nos meus instintos. Eles nunca
estiveram errados, afinal.
Poderia apenas ser eu, como sempre fui, com ele. Nunca me
pareceu que Bruno buscava algo mais do que eu lhe dava, e me sentia
segura a respeito daquilo. O dia passou voando, cheio de trabalho e com
áudios aleatórios no WhatsApp, fora alguns prints e links com fofocas que
ele enviara. Acabei rindo sozinha quando li aquilo e lhe mandei várias
figurinhas zombeteira.
Antes que ele pudesse protestar, desfiz a ligação e fiquei parada por
alguns segundos, encarando o celular. Por que viver aquilo, pouco a
pouco, parecia tão bom? Era como se a gente estivesse vivendo o que
perdemos durante a adolescência, mesmo que não se pudesse perder, algo
que nunca se teve.
Suspirei fundo e fechei os olhos, sabendo que meu sono era tão
leve, que qualquer vento forte me acordava, e com toda certeza, se ele
BRUNO
“Aí que mora o perigo, aí que eu caio lindo
Tentei dizer algo, mas não sabia como o fazer. Como eu poderia
apenas dizer: eu fui cego e só agora... só agora notei que sempre foi você.
Que era ela que eu queria desesperada e pacientemente. Que era ela que
me tirava a paz e a reencontrava. Que era ela...
Seu olhar analisador ainda estava no meu, e soube que ela poderia
quebrar meu coração, e não era o risco que me assustava, mas sim, assustá-
la por sentir demais.
mulher que de alguma forma estúpida consegui deixar escapar entre meus
dedos. Com a mulher que eu agora, estava mais do que obstinado em tentar
me mostrar. Com a mulher, pela qual, eu lutaria.
ABIGAIL
Um mais que duvidei que de fato existia. Mas estava ali, comigo.
— Bruno...
Seu nome saiu como uma oração de meus lábios e senti meu
coração pulsar freneticamente. O que ele queria dizer com aquilo?
— Eu não quero perder o que enxergo bem aqui. — seu tom sério e
intenso era diferente de tudo que um dia recebi. — Seja o que for isso que
temos, saiba que... você me tem aqui. — tocou minha mão novamente.
— Não precisa dizer nada. — seu tom era mais leve, beijando-me
levemente, como se para confirmar. — Pode me beijar a vontade, no
entanto.
— Então vou ter que fazer valer a pena o único que me resta...
Antes que eu pudesse rebater, sua boca veio para minha, mas
diferente de antes, ele me devorou. Sua língua exigiu, e em poucos
segundos, vi-me suspirando no beijo, e me voltando à frente de seu corpo,
deixando uma perna de cada lado de seu colo, fazendo-me sentir o quanto
ele precisava daquilo.
Sua mão subiu para o meu cabelo, puxando-o para trás, enquanto
sua boca desviava da minha e descia por meu pescoço, como se lambendo
os traços das tatuagens que tinha bem ali, e antes que eu pudesse reclamar,
sua boca voltou para a minha, exigente e decidida, fazendo-me querer me
agarrar a ele e nunca mais soltar.
— Por que não dorme aqui? — perguntei, sem saber de onde tirara
— Não é só sexo, Abigail. — sua voz soou baixa, assim que nos
separou, e encostou minha testa na dele. — Por mais que possa sentir o
quão difícil eu estou por você... — e eu podia senti-lo todo sob mim,
principalmente naquele instante, e minha imaginação me levava a
imaginar, o quanto poderia ser bom. Se um beijo era devastador, como
seria o sexo? — Não é sobre isso... Não para mim.
meus olhos nos dele. — E estou honrado por me considerar digno da sua
confiança.
conseguisse me ler, e saber que dormir na mesma cama era um passo que
eu não estava nem perto de poder lhe dar.
Nos testando
Poderia levá-lo
Dias depois...
ABIGAIL
Sentei-me no lugar de sempre, na mesma padaria, com o Kindle em
mãos e um café no copo. Os dias passaram voando e eu me sentia presa a
história que Mabi escrevera. Sentia-me vivendo um romance digno de
livros, e não conseguir colocar a cabeça de fato no lugar. Suspirei fundo,
lembrando que veria Bruno naquela noite, e ele dormiria em casa.
Não era uma virgem, mas não era apenas sobre fazer sexo com um
cara qualquer. Era desejar e querer um homem que dormia no quarto ao
lado do meu alguns dias da semana. Era desejar e querer um homem que
minha rotina, o que me deixava desesperada pelo pavor de não ter ideia do
que estava fazendo.
sem avisar, ou quando marcávamos algo. Ainda era algo apenas nosso, o
que Nero e sua família sabiam, ninguém mais. E funcionava tão bem...
Sabia que poderia explicar e dizer que ele não precisava ser algo
para com Prim, mas de fato, nunca precisei o fazer. Bruno nunca pareceu
pensar sobre o fato de eu ter uma filha, sendo um inconveniente ou um
problema. Pelo oposto, ele parecia encantado com ela, por todo o tempo.
E se ele queria estar comigo, seja o que for, ele sabia que ela era
uma parte grande, inegociável e feliz minha. Se fosse um problema para
ele, ele então se tornaria meu problema e já estaria bem longe.
— Olha só...
que a figura feminina de Tamires surgiu ao meu lado, e tive que respirar
fundo. Por que eu tinha que vê-los justamente de manhã? Era o melhor
momento do dia para tirar o pior de mim.
— Há boatos de que ainda tem uma filha, e pelo jeito, nem dele é...
— Tamires começou e eu paralisei por um segundo. — Não sei como
esconde tão bem as coisas, Abigail.
Não era mais a garota que apenas se calava e os ignorava. Não quando
tocava em algo relacionado a Prim. Não sobre ela. — E não tem o direito
de falar sobre Bruno. — dei um passo na direção deles. Se tinha alguém
que podia provocá-lo, apenas porque era o nosso jogo, era eu. Ninguém
— Sua...
Lembre-se de respirar!
— O que parece ou não, é da conta de vocês? — Inácio rebateu, e
poderia jurar que era o momento que mais o vi falar. Não que fossemos
próximos, mas Inácio era conhecido por ser apenas calado e sério, nada
mais. — E Abigail?
ilustração que seria sua tatuagem. Levantei-me, como boa curiosa, e antes
que abrisse a porta, alguém o fez.
ao redor, apenas por estar nos seus braços. — Vim me autoconvidar para o
almoço.
Olhei-o com atenção e sabia que tinha mais. Não era pura
coincidência, ele sair do trabalho para almoçar ali comigo, justamente no
dia em que seu irmão mais velho encontrou a cena patética da padaria.
preocupação.
— Não? — sua voz quase não saiu e ele pareceu mais do que
surpreso. — Quer dizer, sério?
— O que deixa ainda mais claro que não me importo que saibam
sobre nós. — dei de ombros. — Mas e você?
fato atrás dele, então quando ele se afastou levemente, notei Brenda, com
Prim em seu colo, e uma mochila nas costas.
— Tal mãe, tal filha... — Nero provocou, mas sorria da cena, como
se aprovasse tudo aquilo.
um leve resmungo inteligível, mas que foi o suficiente para ele me encarar,
como se certo de que ela concordou.
— Sim, senhora.
ABIGAIL
— Eu sei que minha voz é horrível, mas amo que você a adora,
arco-íris.
Ouvi-o falar para Prim, que já estava adormecida em seu colo,
enquanto eu bebia água, escorada no balcão da cozinha, olhando-os
Como ele?
Antes que pudesse pensar mais, ele me puxou para si, fazendo-me
enrolar no seu corpo, enquanto outra música começava.
Soube ali, que ele queria dizer cada palavra da canção. E eu não
tinha dúvida, mais nenhuma – eu estava apaixonada por Bruno Torres.
E por ele, valeria a pena.
Levei minha boca para a sua, e ele me puxou para si, aceitando o
beijo, que era lento, mas não menos devastador. Contudo, em poucos
segundos, tornara-me uma bagunça, presa no seu colo, e com minhas mãos
buscando desfazer os botões de sua camisa.
Foi minha vez de fechar os olhos, quando ele me puxou para si pelo
— Já o tem.
Notei seu olhar mudar, e uma das mãos desceu para sua calça,
descendo-a junto com a cueca, fazendo olhá-lo de imediato. Porém, sua
mão veio para o meu pescoço, prendendo-me em seus olhos.
Não sabia como ele conseguira fazer tudo aquilo com apenas uma
mão, mas não iria reclamar. Em segundos, ele estava nu sobre mim, e sabia
que o fazia, pelo barulho de roupas caindo no chão, e a camisinha entre
meus seios.
de minha cabeça.
— Por que não testa? — desafiei-o, e ele desceu a outra mão até
minhas coxas, fazendo-me arfar. Quando dois dedos me tomaram de uma
vez, me surpreendi, mas eles deslizaram tão facilmente que eu desejei
ainda mais.
— Sim. — era tudo o que saía de minha boca, e ele então fez o
movimento para frente, tomando com cuidado cada parte de mim,
enquanto meu corpo se arqueou, e eu mal conseguia respirar quando
nossos quadris se encontraram.
— É agora que você admite que está apaixonado por mim. — falei,
tentando relaxá-lo, enquanto me encarava com devoção.
Não pude evitar arregalar os olhos, mesmo que sabendo que ele
fora sincero quando a cantou. Era ainda mais real, quando ele admitia tão
abertamente. Bem ali, onde entregamos absolutamente tudo. Tentei lhe
dizer, mas as palavras se enrolaram dentro de mim. Ainda tinha medo de
dizer e estragar tudo, como antes. Mas... eu queria, queria muito o fazer.
BRUNO
Não importava qual deles era – Inácio, Júlio ou Olívia – era apenas com
eles, que realmente conseguia entender o real significado de confiar em
alguém.
sempre encontrei na melhor amiga do meu irmão foi uma irmã também.
Burro!
bonito assim.
— Ela não tem apenas um... — Júlio continuou e ela o olhou, como
se sentindo esperta e corajosa novamente.
Ela foi para ele, com um sorriso, e toquei seus cabelos, enquanto
Júlio segurava sua mão. Olhei de relance para minha irmã, que como
sempre, reprimia suas emoções, não permitindo que qualquer lágrima
descesse, mesmo com os olhos cheios.
Fui com passos cautelosos até a mulher que de repente, tornou todo
o lugar completo, e sorri. Estranhei o fato de que ela me entregara o
mesmo sorriso, mas que não chegava a seus olhos e muito menos, parecia
verdadeiro. Seria o nervosismo de estar ali? Seria o nervosismo de estar
com Prim e tantas pessoas ao redor?
— Um bebê!
a ponto de explodir.
ABIGAIL
dali, por alguns segundos, reencontrar minha mente e voltar. Não pensar
em Samuel. Não pensar em Fernanda. — Com licença. — pedi, e em
poucos segundos, atravessei em direção a porta da frente da casa.
— Abigail...
— Foi por ela que bateu na minha porta? — a pergunta saiu de uma
vez, enquanto abraçava o próprio corpo. — Foi porque... Porque viu a
felicidade dos seus irmãos e quis replicar com a primeira pessoa que lhe
minhas mãos, lembrei-me do receio e medo em seu rosto, como se... Ele
estava pensando nela? Era aquilo. Ele desejava estar com ela, e não
comigo. Eu era... Era só o caminho para um fim, como eles fizeram.
Ele não falou nada, e de repente, o silêncio era alto demais, e meu
corpo todo tão fraco, que me vi a ponto de o ar faltar, e do meu corpo
querer ceder. Seus braços foram mais rápidos e pararam ao meu redor, mas
quando o olhei, mesmo sentindo-me acolhida, encontrei olhos verdes, que
não eram seus. E de repente, eu só queria gritar, e correr dali, mas não
consegui. Petrificada no tempo, presa aos meus demônios e optando por
fugir.
eu soube que não era Samuel a minha frente. Não. Não era a mesma
história, mas mesmo assim, eu estava para condená-la.
Queria dizer que ia controlar aquilo e poder ser apenas dele. Queria
dizer que esperei a vida toda por aquele amor, e que morria a cada segundo
longe do seu toque. Queria dizer que de tudo o que mais odiei na vida, ele
nunca chegou nem perto de tal sentimento. Queria dizer que ia ficar e lutar.
Porém, me calei.
BRUNO
por vê-la querendo partir, me massacraria. Mas o meu coração era dela,
para o que quisesse. Contudo, sentia que aquilo era muito maior do que a
minha dor. Muito maior do que eu imaginava.
— Bruno?
abrindo sobre o medo de perder meu pai para a doença que o atingia.
Contudo, nunca pensei que fosse algo que a deixaria tão devastada, como
se perdida de si.
— O carro está ali na frente. — ele falou para Abigail, que parecia
— Ela tem tudo o que quiser. — falei, e ele assentiu, tocando meu
ombro, antes de fazer o mesmo caminho que Abigail, com Prim ainda
chorando no colo do padrinho.
Notei que ela queria ir até a filha, mas sequer parecia conseguir
tocá-la. Meu coração se afundou mais, porque queria poder fazer algo,
queria poder... Poder tirar toda aquela dor que irradiava a partir dela. E por
um segundo, quando seu olhar voltou para trás, direto para mim, eu
entendi como uma promessa: espere por mim.
E ela mal sabia, que eu esperaria, a vida toda. E outras mais.
veludo sobre o balcão, e a abri, encarando a pedra da cor dos seus olhos, e
que me relembrava do quanto ela era única.
Deixei para lá, e olhei novamente para o meu celular, notando que
Nero me respondera, dizendo que ela estava deitada e bem, na medida do
possível. Sabia que ele não poderia fazer mais do que me informar aquilo,
mas me cortava por dentro, não ter ideia de qual tormento a atingia e
conseguiu derrubá-la daquela forma.
Fui direto para o banho, com o celular deixado na pia, caso tocasse
e fosse ela. Ou fosse Nero, dizendo que ela precisava de algo. Deixei os
punhos contra a parede, segurando-me para não desabar.
Eu faria qualquer coisa que pudesse, para tirar aquela dor dela.
Fechei os olhos, enquanto a água quente escorria por meu corpo, e tentei
focar apenas no olhar dela, antes daquele momento.
amor com Abigail não era falado. Não... Ele era sentido. Ele era
demonstrado. E eu o sentia, pulsando em mim, a cada respiração. E por
aquilo, pela certeza do sentimento que compartilhávamos, não consegui
evitar que as lágrimas descessem.
E se eu a tivesse quebrado?
E se eu nunca mais pudesse estar ao seu redor?
BRUNO
— Bruno.
Sua voz me chamando me fez sorrir e senti seu toque sobre minha
bochecha, e aquele, era disparado o meu sonho mais desejado dos últimos
coque. Os olhos estava inchados, o que indicava que ela chorou e muito.
Suspirei fundo e tive que usar todo meu autocontrole para não ir até ela, e
trazê-la para meus braços.
Assim que me virei para subir as escadas, quase correndo, para que
não desse tempo de ela fugir, senti sua mão em meu braço.
ignorei os sinais. — notei a forma como sua fala saiu quebrada. —Ignorei
os olhares de desejo que eles trocavam durante as refeições e os sussurros
pelos corredores... Ignorei que ele mal me tocava, enquanto parecia sempre
perto demais dela... Ignorei o anel de noivado no dedo dela, que eu achei
que ele tinha comprado para mim, quando o vi em seu paletó... Estava tão
focada em terminar o meu curso de ilustração, enquanto fazia um curso de
tatuagem, encontrando minha vocação que... Eu ignorei que eles chegavam
bêbados de festas juntos. Quando eu o indagava, ele dizia: você gostaria
que eu odiasse sua irmã? Eu sou legal com ela, por conta de você. Ou
quando eu a indagava, e ela dizia: ele é bonito demais para não gostar. —
sua risada soou fria novamente. — Quando dei por mim, mais de três anos
tinham se passado... e eu ainda sorria para eles, como se fossem o meu
mundo... Bom, eles eram. Eram a ponto de que eu não querer enxergar,
porque não podia perdê-los. — ela se encostou contra o sofá, como se a
ponto de cair. — Tudo mudou na noite em que acordei e era a polícia...
Eles bateram de frente com um caminhão, após mais uma noite de festa,
que eu nem sabia que foram. No meio da dor e do desespero da perda, eu
finalmente, enxerguei tudo, porque minha mãe... minha própria mãe sabia,
que ele tinha a pedido em casamento, a cerca de uma semana, e estavam
apenas esperando o momento certo para me contar. E foi aí que eu mexi
a algum médico, mas eu só... só queria me entregar ao que fosse. Mas algo
em minha mente me dizia para comprar um remédio qualquer e fazer algo
parar no estômago naquele dia. Foi quando eu notei as prateleiras com
absorventes, e então... Em um desespero, eu pedi para fazer o teste de
gravidez ali mesmo, no banheiro da farmácia. E quando eu vi as duas
listrinhas... Eu me senti viva de novo. Eu quis estar viva de novo. —
olhou-me com as lágrimas rolando pela face. — Não me importou mais
nada, a não ser, que eu tinha esperança. Que eu não precisava mais sentir o
— Às vezes não preciso de nada para que uma crise venha, mesmo
eu tendo acompanhamento semanal com minha terapeuta, que aliás,
conversei assim que cheguei em casa. — sorriu fracamente. — Mas eu
ouvi Olívia dizendo sobre você ter se apaixonado por Babi...
compará-los. Fugi porque eu não podia olhar para você e ver eles... Fugi
porque eu estou quebrada, Bruno. Estou nessa jornada de cura há anos, e
há dias bons e ruins, mas não queria te arrastar para o pior deles.
meu pescoço. — Fui até lá, quase que me espelhando em você, porque eu
me senti exatamente o mesmo Bruno de antes, quando nos reencontramos.
E eu só queria sentir isso de novo... e eu senti. E sinto que sou a melhor
versão de mim mesmo com você. Nunca fui como meus irmãos, que sabem
exatamente o seu lugar no mundo e quem são. Mas com você, seu sempre
sei. Porque também é um lar para mim... você e Prim, são o meu lar,
Abigail. E eu as amo, com todo meu coração.
beijo, anos atrás, perdido em como ela era quente e tentadora, eu me senti
em paz. Nada mais existia. Nada além de nós. E principalmente, nada além
daquele amor.
CAPÍTULO XX
E começo a lembrar.”[27]
ABIGAIL
Ali estávamos.
sentida.
minha presença. — a voz de Heloísa chegou até nós, e ela parou ao lado do
marido, que lhe destinou um olhar que significava mais do que mil
palavras. Mais do que palavras descreviam. O mais que eu conheci com
Bruno. — Complementando, o que espero que seja o agradecimento do
meu marido por fazer o nosso menino voltar a vida... — ela então segurou
minha mão livre, olhando-me profundamente — Obrigada por trazer mais
luz a nossa família, ou melhor, o nosso próprio arco-íris. — outra lágrima
desceu, e meu coração se expandiu. Então era aquilo, eles aceitavam Prim
como sua neta, e... ela agora tinha avós para quem chamar. — Bem-vinda,
querida.
— Vai ter que ser detestável então. — revidei, e ele sorriu, como se
obstinado pelo desafio.
— Abigail...
Eu vi isso recomeçar"[28]
mesmo. Portanto, nesse instante, em que tenho certeza que está tremendo,
e com as lágrimas nublando sua visão, estou lendo o e-mail que te mandei
mais cedo (assim que seu celular foi confiscado). Demorou, mas o seu
momento de me vencer e ter uma resposta assim, chegou. Seria mentira
dizer que não o guardei para um momento especial, e convenhamos, não
somos bons em mentir um para o outro. Na realidade, não éramos nada
bons nem mesmo em dizer olá.
Dos mocinhos que eu fui apaixonada, para o homem que deve ter
saltado de uma dessas páginas, na mistura perfeita para tirar cada parte
do meu ser do eixo. E você sequer sabia que eu estava em partes... Mas
mesmo quando soube, não pareceu fazer diferença. Você disse que amaria
cada uma delas, enquanto eu as juntava, e tentava ser inteira novamente.
Você não só amou... Não, você as admirou. Você me vê, todos os dias,
Com amor,
teve razão, não existia homem mais brega do que Bruno Torres. Ela então
se virou para todos, na sala de estar da sua casa, que ficava na fazenda,
onde ela crescera, e se apaixonava a cada dia mais, pela vida no campo.
após apagar as velas, diante do bolo enorme que ele exagerou, como
sempre. — Vamos, arco-íris!
Uma mãe que dava um nome com significado. Um pai que sempre
a chamou de arco-íris. Uma filha que escolheu um envelope com as sete
— O que é isso?
e a olhou como se perdido, mas a sua curiosidade foi maior, então, ele o
abriu. No segundo em que seus olhos recaíram nas palavras ali escritas, seu
coração errou as batidas. Primavera já tinha o seu nome no registro há
anos, porque ele a escolhera, e porque Abigail lhe concedeu a honra de
compartilharem aquela família. Mas naquele instante, sua filha, a explosão
de cores em sua vida, o escolheu. E naquele pedido de adoção extraoficial,
que ela imprimiu na internet, e não valia legalmente, mas que significou
tudo para ele.
— Ele não vai parar de chorar por mais uma semana. — Abigail
Ela tinha a sorte de ser o inesperado mais bonito das pessoas mais
amáveis que já conheceu.
FIM
E chegamos ao fim do nosso terceiro Reis, e espero que de alguma
3/4 dos irmãos Torres. Isso mesmo! Agora falta apenas Olívia, e
como posso dizer que ela traz consigo, mais do que a finalização dos
Torres, mas também, o início dos irmãos Reis. Quem aí lembra desse
sobrenome?
Com amor,
Aline
O melhor amigo do meu irmão (A REJEIÇÃO)
clique aqui
Sinopse: Gabriela Moraes era apaixonada pelo melhor amigo do irmão mais
velho desde os quinze anos. Antônio era mais do que o seu sonho de consumo, ele
também era a pessoa com quem ela sempre pode contar. O que ela não imaginava, era
que no seu aniversário de dezoito anos, ela seria rejeitada da forma mais fria por ele.
Ela queria não sentir nada, e não sabia o que ele fazia ali. Porém, sabia que,
clique aqui
Sinopse: Ane Sousa nunca quis se apaixonar por ninguém, muito menos, pelo
irmão mais velho da sua melhor amiga. Fábio Moraes era um amigo, no fim, mesmo que
a cada sorriso ela se visse sorrindo também. Era inevitável desejá-lo. Quando aqueles
lábios se tornam seus, por alguns segundos, Ane pensa que talvez estivesse errada.
Porém, a forma como ele reage, lhe mostra, que o certo, sempre foi correr do
sentimento.
SINOPSE
lado das antigas terras de sua família, tornou-se um homem bruto e fechado, que quando
aparece na sua frente, ela já sabe que só pode ser problema ou alguma proposta
indecorosa. Maldito peão velho!
INESPERADA.
CEO INESPERADO – meu ex melhor amigo
SINOPSE
Se nem tudo que reluz é ouro, Júlio é apenas a melhor imitação de pedra
preciosa que Babi colocou os olhos.
adolescentes. Bárbara Ferraz jurou a si mesma que nunca mais o deixaria ficar
perto. Maldito CEO engomadinho!
Júlio Torres sabe que deixou uma parte de si para trás. Sua ex melhor amiga o
odeia e ele, muitas vezes, teve o mesmo sentimento por si. Maldita sombra!
Júlio sabe que não pode mais ignorar, porque ele não quer apenas a sua melhor
amiga de volta, ele a quer como sua.
Babi foge dele como o diabo foge da cruz. Entretanto, como fugir se depois do
reencontro e finalmente os pratos limpos, ela se descobre grávida do seu ex melhor
amigo?
CONTATOS DA AUTORA
Instagram: @alineapadua
Wattpad: @AlinePadua
Tiktok: @autoralinepadua
[3] Trecho da canção intitulada ‘tis the damn season da artista norte-americana
[5] Trecho da canção intitulada right where you left me da artista norte-americana
Taylor Swift – álbum: evermore, data de lançamento: 2020.
[7] Trecho da canção intitulada gold rush da artista norte-americana Taylor Swift
[9] Trecho da canção intitulada The Way I Loved You da artista norte-americana
Taylor Swift – álbum: Fearless, data de lançamento: 2008.
[10] Trecho da canção intitulada long story short da artista norte-americana
Taylor Swift – álbum: evermore, data de lançamento: 2020.
[20] Trecho da canção intitulada Dancing With Our Hands Tied da artista
brasileira Taylor Swift – álbum: Reputation, data de lançamento: 2018.
[21] Trecho da canção intitulada You Are In Love. da artista norte-americana
Taylor Swift – álbum: 1989, data de lançamento: 2014.
[22] Trecho da canção intitulada Tudo que você quiser do artista brasileiro Luan
Santana – álbum: O Nosso Tempo É Hoje, data de lançamento: 2013.
PLAYLIST
SINOPSE
PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
EPÍLOGO
EXTRA
OS TORRES
Sobre os Reis...
CONTATOS DA AUTORA
recadinho com muito amor, para quem não sabe, todos os álbuns
da Taylor Swift me marcaram em momentos diferentes da vida, e
desde maio de 2021, tenho lançado livros clichês baseados em
Boa leitura,
Aline Pádua
UMA GRAVIDEZ INESPERADA
SINOPSE
SINOPSE
Júlio Torres sabe que deixou uma parte de si para trás. Sua ex melhor
amiga o odeia e ele, muitas vezes, teve o mesmo sentimento por si. Maldita
sombra!
Júlio sabe que não pode mais ignorar, porque ele não quer apenas a sua
melhor amiga de volta, ele a quer como sua.
Babi foge dele como o diabo foge da cruz. Entretanto, como fugir se
depois do reencontro e finalmente os pratos limpos, ela se descobre
grávida do seu ex melhor amigo?
O BEBÊ INESPERADO DO COWBOY
SINOPSE
Se existe amor à primeira vista, Abigail Alencar e Bruno Torres
compartilham o completo oposto. Abi o detestou desde o primeiro momento,
e com o passar dos anos, o sentimento permaneceu. Bruno é o típico cowboy
cafajeste, arrogante e popular, que ela não suporta um segundo na presença.
SINOPSE
O Natal parou de ser uma data festiva, e tornou-se dolorosa, assim que
Maria Beatriz perdeu os pais. No entanto, nesse ano, tudo mudou e ela vai lutar
para que essa data seja ressignificada. Que ela possa sorrir na data, o tanto
quanto, um dia o fez, no passado. Assim, ela precisa que tudo saia PERFEITO.
Uma árvore de natal destruída, enfeites perdidos pela casa, a ceia que
não vai chegar a tempo, um desmaio...
Será que ela terá o seu Feliz Natal ao lado dos Torres?
um pouquinho das músicas que inspiraram este livro. Caso não consiga ter
Mas talvez isso fosse uma obra prima até você rasgá-la por completo
OLÍVIA
nada.
gritando por cada poro. Ele tinha aquela cara de “eu sei que você
me quer” e eu tinha a maior cara de pau de “o que eu quero, eu
tenho”.
pena.
sossego.
claro – uma cor que não o vira usando, em nenhum dia. A sua
frente, uma mulher loira linda, sorria, enquanto levantava o buquê,
estava lá.
MURILO
de casa.
para viajar para algum lugar, e eu não entendi muito bem, porque
de repente ele ficara tão apegado a um veículo. Ele nunca foi
assim.
te disse que os Lopes não vão fazer nenhum jantar com Alfredo
porquê seu cabelo tinha que estar impecável todos os dias. Deixei
E eu nunca (nunca)
Serei a mesma...”[3]
Foco Murilo!
Minutos depois, desci do carro e encarei o imponente hotel
chorando?
algo nela, que gritava como se fosse para ficar por perto. Como
se eu finalmente, tivesse me encontrado.
— Eu sou...
como a minha.
meu rosto.
CAPÍTULO 2
Estou sofrendo
Só você e eu”[4]
OLÍVIA
— Não!
eu estremeci.
— O que...
apenas agir.
soou alta, e não pude evitar, olhar irada para os meus irmãos, que
pareciam incrédulos.
dizer.
sobre Daniela.
soube que era real. Que ele parecia de fato determinado e certo
daquilo. — Não me importo de ficar nessa festa, e esperar até a
madrugada, mas eu vou ficar vendo-a de longe. Não pode me
negar isso.
— Porra, irmão!
ele.
escondido sobre nossa filha, ele ainda tirava o pior de mim, como
o fez desde o momento que seu olhar recaiu sobre o meu.
que fomos.
OLÍVIA
Eu estava tremendo.
— Ná, eu...
suspirei profundamente.
encontrar Dani.
minha filha.
situação.
usava.
tinha, nela.
Na nossa filha.
— Lisa...
direta.
— Entendo.
MURILO
sabia, que aquela mesma pergunta, me foi feita, anos atrás. Meu
consegui, foi mandar uma mensagem para minha irmã mais velha
e pedir que me tirasse dali, o quanto antes.
assentiu.
para o meu rolex, e fiquei ainda mais perdido. Por que eu estava
anos e você?
sozinho?
com a cabeça.
— Sabe que Verô não vai deixar com que ela fique longe.
verdade era que imaginei por tanto tempo como seria, se um dia,
pudesse reencontrá-la, mas sequer acreditei que seria real. Eu
sabia que não a merecia, a ponto de que era claro que a vida
nunca me daria uma outra chance. Entretanto, não era mais por
ela. Nem por mim. Nem era mais sobre o que vivemos ou
sentimos.
sabia exatamente seu nome e quem ela era, e o mesmo para com
ela. Era assustador. Porque de algum jeito, ela ainda parecia
“E o tempo
OLÍVIA
para uma das portas daquele corredor por onde passei mais
cedo. Assim que a grande porta se fechou, abafando os barulhos
eu sinto muito por ter permitido Murilo ter entrado, eu não tinha
ideia que...
parte. Pode ser o amor da vida de Júlio, mas sempre foi uma irmã
mais velha para mim. — ela me puxou para seus braços, e relaxei
Isa, Lorenzo, Dani e Primavera. Acho que nada mais justo do que
assim.
que ele venha aqui e vocês podem sair, sem que Dani veja os
dois juntos.
O pior era que ele parecia ainda mais bonito do que nunca.
Os cabelos ruivos estavam mais longos, perfeitamente penteados,
como se eles sempre estivessem assim. Mas eu sabia que não.
Merda!
Era um desconhecido.
— Olívia?
naquela noite.
sendo carregada junto com meus irmãos, mas sim, indo contar
abertamente para o pai da minha filha que ele era o pai dela, e
cheias devido ao fim de ano, senti meu coração falhar uma batida,
daquilo.
após deixá-lo e ter uma prova de que não foi apenas um surto de
o fizera comigo.
CAPÍTULO 6
Posso ser a razão pela qual você não consegue dormir à noite
MURILO
tivesse procurado?
de se infiltrar sob minha pele, e eu nem notar. Mas ali estava uma
uma cobertura. E me toquei, que não tinha ideia de quem ela era
preso a sua figura, tão próxima, que me fazia querer gritar: Por
que me deixou?
Murilo!
dos meus.
— Ok.
— Então...
fui até elas. Por um segundo, pensei que fosse para pedir para
Lisa entregar a Igor a carteira, mas quando ela se aproximou,
notei a mancha vermelha bem na raiz dos cabelos, como a minha.
ainda fosse o poder dela sobre mim. O mesmo que rachou minha
armadura, e a fez adentrar.
coisa para aquilo. — Eu decidi que não tinha forças, não naquele
momento, para entrar em uma bagunça como essa. Eu só
mágoa sem que pudesse evitar. — Por mais que tenha seus
motivos, não acha que Daniela e eu merecíamos saber? Eu não
sei como foi a vida dela, eu nem sei se a minha filha é feliz, Olívia.
— notei que minhas mãos tremiam, e seu olhar vacilou.
OLÍVIA
As palavras dele bateram tão forte, que tive que usar todo
novamente? Escondê-la até que... Até que ela sequer saiba que
eu existo?
apoio, amor e carinho dos meus irmãos, mas ela sempre sentiu
você faz? Em que ano da escola ela está? O que ela gosta?
Como vamos... vamos contar?
de fato acontecia – e voltei para o meu lugar. Sabia que seria uma
longa noite.
CAPÍTULO 7
MURILO
— Como assim?
entregar. Sei que não vai recuperar todos os anos e muito menos,
Ela diz que quer ser atriz, mas ao mesmo tempo, uma
minha família.
Ela quer mesmo morar no interior, e eu sei que sua vida é por
que ela sofra o menos possível. Se for preciso que ela se mude
para a cidade, não é um problema. Mas quero que seja uma
decisão dela.
e correr para qualquer cidade que fosse, por ela. O que Olívia não
tinha ideia, era que aquele vazio, que ela preencheu por alguns
encontrei a parte que faltava. Antes mesmo de ter certeza que era
minha filha. Era como se eu estivesse esperando, a vida toda por
rosto, mesmo que ser desconfiado das pessoas não fosse de fato
uma virtude. Ainda assim, ela tinha algo meu. Minha filha tinha
algo meu.
cabeça.
— Igor tentou até fingir que não sabe de nada, mas está na
que não era por mal – ele se preocupavam. Todos sabiam que
minha vida era sempre a mesma, com uma rotina certa e
filha!
como sempre.
— Olívia Torres!
— Olívia e Daniela tem algo todo mês, que elas gravam e...
— É uma menina.
conectava o hd na televisão.
uma família que era acostumada a ser apenas de cinco, por muito
OLÍVIA
Daniela, já que Bruno avisou que ficaria com ela até a noite. E
eles não eram de tocar a campainha, já que todos tinham a
chave.
O que ela fazia ali? Murilo a mandou ali? Ela não teria
— Verônica...
tremer.
— Está me ameaçando?
Minha vontade era voar sobre ela, mas infelizmente, ela tinha
razão em grande parte do que dizia. E eu senti que não eram
ameaças vazias.
— Espero que não precise me enfrentar no tribunal. —
não faria tal coisa, mas sua irmã... ela deixava mais do que claro
que o faria. E de repente, apenas desabei.
— Diacho...
— Ei ei...
me agarrei a ele.
Seu tom foi tão confiante, que meu choro parou por alguns
instantes, tomando coragem de olhar em seus olhos. Notei que
— Vamos até o inferno se for preciso, porque ela não tem direito
de ameaçá-la.
anos... Nem mesmo vocês sabiam que ele não sabia, então...
— Precisamos encontrar esses Reis o mais rápido
possível.
entender.
a tal Reis pode tirar sua escolha de ser a mãe da sua filha, por
— Ná...
perdê-la.
centro. Todos nós vamos estar com você, para resolver essa parte
fazia algo sem esconder qualquer parte deles. E por mais exposta
que estivesse me sentindo, não parecia tão ruim quanto imaginei.
possibilidade, me aterrorizava.
CAPÍTULO 9
MURILO
— Quem?
porta.
bom.
respostas.
suas palavras.
olhá-la.
— Você!
disso até...
Júlio.
fazer parte da vida dela. Mas não aceito que entrem na minha
casa e falem de nós, e principalmente, de Verônica, como se nos
conhecessem.
— É justamente por isso que estamos aqui. — Bárbara
falou, parecendo a mais calma. — Não é para julgar ou brigar, só
precisamos saber em que pé estamos... Daniela é uma parte linda
me senti afundar, com ela ali, tudo parecia mudar de figura. Foco,
Murilo!
— falei, sem sequer lhe dar tempo para sentar, tão próximo, que
ela conseguia enxergar cada detalhe em meu olhar. — Até
mesmo ela, com toda sua confiança, sabe que não pode ir além
sempre disse que queria ter irmãos como eu, que seria a mais
velha e controlaria tudo.
algo...
— O que?
várias fotos de Dani, em uma sala de estar. — Ela está com meus
pais.
mais uma vez, a culpa por ser incapaz de amar Bianca, e a culpa
por amar demais quem sequer ficou, me acertava.
Mas eu sabia que amava Daniela, sem conseguir explicar
E eu não sei se você sabia, então estou aproveitando esta chance para
dizer
OLÍVIA
— Mas até lá, eu finjo que não sei que é verdade. — fez
um gesto de silêncio com o dedo na frente da boca e eu assenti,
— Mamãe!
O grito de Daniela me fez dar um pulo no lugar e quase
esfarrapada.
ver?
importante?
daquela forma. Não com ele tão próximo. Mesmo com todo o
Meu celular vibrou, e então vi que era uma ligação. Era ele.
— Olívia, oi! — sua voz estava até entrecortada. Ele
agora, ela...
liberada.
esperava.
CAPÍTULO 11
Mas eu sei que eu estou rindo no carro voltando pra casa com você
Não sei quanto tempo irá levar para ficar tudo bem
Mas eu sei que eu tive o melhor dia com você hoje” [14]
MURILO
me vi contando os segundos.
ela pudesse ouvir. Eu aposto que ela ficaria feliz por eu ter
encontrado Daniela. Por eu ter encontrado Olívia. Ela ficaria,
certo?
bater. Suspirei fundo uma e duas vezes, e logo a porta foi aberta.
— Ele já chegou?
O grito de fundo me fez procurar por Daniela no mesmo
instante, e pareceu ser o suficiente para quebrar o gelo que de
qual me sentei por puro reflexo. Sequer saberia dizer meu nome
se alguém perguntasse.
dias.
— Eu preciso contar para os meus titios e titias! — gritou,
agarrando-se novamente a mim, e me levantei, com ela em meus
braços.
perfeita. Ela era... Era o que eu tanto procurei no mais escuro dos
mãe, que tocou seus cabelos com cuidado. — Nem seu pai sabia.
— complementou, e a pequena franziu a testa.
OLÍVIA
Abri a boca para continuar, e torci, do fundo do meu
inevitável. Ela era apenas uma criança. Uma criança que eu privei
da presença do pai, e que a cada dia, eu via que desejava, mais
nunca mais.
— Promete, papai?
experimentei.
— Prometo, estrelinha.
relembrando.
italianos?
boca. Ele revirou os olhos, mas aceitou meus lábios nos seus,
Seria um adeus?
mas quando seu olhar parou no meu, notei o quanto ele estava
leve. Ele tinha um brilho único, era o que gostaria de gritar, mas
— Mamãe.
vezes, voltando para o que acontecia bem ali, anos depois. Murilo
me encarou, como se tivesse pensado exatamente no mesmo
OLÍVIA
de que Murilo Reis estava claramente tão feliz quanto ela pela
sua posição.
fechou.
até sua boca. — E respira fundo, mastiga devagar, o seu pai não
vai correr daqui. — avisei, notando que sua empolgação poderia
desaparecer do nada.
temer enfrentá-lo.
— Olívia?
— Mamãe?
inspecionando. Ele teria percebido? Não, claro que não! Pare com
isso, Olívia!
— O que foi? — indaguei, encarando o pequeno pedaço de
contato.
estava mais do que feliz em saber que teria mais tios e mais
pessoas para ouvir suas histórias eternas.
estrelinha.
um leve beijo. — Eu espero que meus tios sejam legais. Sei que
— Sim!!!!
que estivera dias atrás. Tinham balões por todo jardim, ordenados
sobrenome também?
muitos mais.
com seu pai, conhecer seus tios... Eu vou estar logo atrás.
Ela assentiu, e correu até Murilo, que a aguardava há
alguns passos,
poderia jurar que foi dela que Daniela puxara o lado enérgico.
se encantada.
para cada um dos meus irmãos tê-la em seus colos. Assim como,
ela se tornou a primeira neta dos meus pais
CAPÍTULO 13
Dias depois...
MURILO
esse?
— Uma cidade pequena, barbie e o castelo de diamante.
de afundar.
sobre ela. — Por que não para de ser irritante? Vocês dois? — fez
rendição.
sempre a mesma.
— Apenas vá se f...
— Bom dia?
— Papai!
— Tia Verô! Tia Carol! Tio Igor! Tio Ta! — ela praticamente
MURILO
— Vou fingir que não está surpresa por eles não serem
frios e insensíveis. — Olívia arregalou os olhos por um segundo,
lido com Bruno há mais de vinte e seis anos, lidar com Igor é
fichinha.
— Assim me machuca...
animada.
como sempre, sonhadora. Por mais que romance não fosse algo
pratos.
mais priminhos!
— Olívia.
novo.
— Já está aí a data...
— Sim, e como não comentou nada, fiquei pensando em te
avisar que Dani quer te convidar para passar com ela, mas que
tudo bem se os Reis tiverem algo importante, toda família tem e...
bolha particular dos Torres. Então, sei que pode parecer que
honrado de poder passar uma data importante para ela, com ela.
mas não a vi falando sobre eles. E não sei se devo falar sobre,
às pressas do meu irmão, porque ele vai com eles para o exterior,
que ela seja, ela não fala porque tem medo de que seja a última
vez que ela possa falar dele... Ela me disse isso, da última vez
que ele foi internado, meses atrás.
você também para estar lá por ela. Acho que de todos os meus
irmãos, eu sou a mais cética sobre tudo... Eu acredito sim que o
perdê-los... Somos uma família muito unida e acho que deu para
perceber, e eles... Eles fizeram isso. Meus pais nos fizeram quem
somos, e Daniela sente isso. Ela carrega a doçura da minha mãe
então... Eu só fico feliz que ela tenha mais pessoas para amar,
Olívia, agora ainda mais, contudo, por mais indignos que um dia
fomos chamados, a mulher que agora sorria para minha filha,
atenta a cada trejeito dela, juntou cada pedaço e nos tornou quem
éramos.
OLÍVIA
fato.
— Acha que Inácio vai conseguir segurá-la? — Abi
futuro marido?
tio daquele naipe, mas não que chegaria tão cedo. — Por que não
— Taylor Swift?
primeiro.
olhos.
ficamos.
usada contra mim. — Se bem que Inácio não está aqui para
completar o trio ridículo, achando que são os Bridgertons.
Carol e Bruno?
meio da fazenda.
ele disse que eles não comemoravam. Ela agia realmente como
uma irmã mais velha protetora e mãe.
imediato, interessada.
nenhum outro, me fez ficar imersa numa dança, e ele o fez, até
mesmo, quando não tínhamos música?
ali.
tinha feito. Sem perceber. Sem querer. Sem saber. E eu temia que
ou que meu pai ache que pode me proteger mesmo sabendo que
não. — dei de ombros. — Se somos superprotetores, é
te assusta?
erro.
que ela sabia que eu jamais negaria. Bárbara Ferraz sempre foi
além da melhor amiga do meu irmão, ela foi minha única amiga
por anos e a irmã que eu nunca tive. E ali estava eu, assentindo.
MURILO
Obrigada por hoje. — sorri, vendo o cansaço claro que ela estava,
por toda a festividade. O Natal nunca foi assim para mim, mas
com ela, agora fazia todo o sentido. — Obrigada por ser o meu
papai.
mim e ele era real. Com Daniela, eu soube que o amor não
precisava ser escondido. Não com ela. — Eu te amo, filha.
enquanto uma lágrima descia pelo meu rosto. Eu não sabia como
por merecer.
da casa.
Eu sabia.
Eu sabia que era por aquilo que ela não me deixara vir a
sós para o Natal com os Torres. Sorri, e mesmo sabendo que ela
não gostava, puxei-a para os meus braços. Ela podia ser alta,
sacrificar aquela data por mim. O Natal nunca foi uma data fácil
para ela, não depois da morte de nossa avó, justamente no dia.
sempre fugindo da resposta, mas sabia que era o seu jeito de ser.
Eu queria poder fazer mais, e lhe mostrar que poderia contar. Mas
nem mesmo Tadeu, o mais próximo em idade, o conseguiu. —
cidade vizinha daqui, com elas, assim que pudesse fazer toda a
mudança. Eu não queria apenas partes da vida de Daniela. Eu
— Acordado ainda?
Aquela voz.
nascer...
— Murilo...
Em nenhum momento.
juntos.
daquele dia.
que eu existi em sua vida. Não o que vivemos. Não o que fomos.
Por mais que meus olhos vagassem por cada pedaço dela.
em seu olhar, mas sabia que era minha mente, maquinando sobre
conhecê-la mais do que de fato sabia. Porque se o fizesse,
saberia a razão pela qual ela foi embora, sem qualquer adeus.
vocês!
pipocas na mão, e notou que todos foram pegos por nós. — Ainda
tive que equilibrar a pipoca, porque Nero resolveu sair pela
mais.
com interesse.
pouco tempo.
encontrá-la.
MURILO
e então... Uma hora, eu teria que abrir mão das viagens que eu
odeio e todo o resto que vem com a responsabilidade do setor de
Teremos que abrir para alguém fora da família, mas sabemos que
não é um problema. Há muitas pessoas mais do que preparadas
nas filiais.
Enfim, estou aqui apenas para ser a carona... Dessa vez, que tal
presente por dia que já tem até várias etiquetas com os nomes
dos tios, porque... Olha, talvez tenha até ela completar uns vinte
anos.
— Surpresa!
— Mas o que...
mais perto.
mas acho que talvez não tenha sido uma boa ideia.
— Quer dizer... Não imaginei que de fato se mudaria,
quando comentou que queria vê-la todo o dia se possível. —
respirou fundo, como se pensando sobre. — Acho que ela vai
escritório no centro... Mas não é algo que tem que fazer, Murilo.
soou tão baixa, que pensei ter sido minha imaginação fértil. —
Fica a cerca de dez metros da nossa, e bom, ninguém a ocupa há
um bom tempo. Acho que deveria ser algo para a capataz, mas
estúpida.
— Tudo bem?
Um passo para frente com nossa filha, mil passos para trás
entender, que no fim, eu tinha sorte. Tinha sorte de ter Daniela ali
comigo. E que aquele era o amor mais honesto e sincero que
teria.
E que o romântico, talvez tenha sido enterrado naquela
“Nós tivemos
OLÍVIA
do meu arrombo.
não ouvir meu surto dentro de casa. Por que diabos eu estava
piada.
expressão suavizou.
leve careta, o que me fez gargalhar. — Val, eu juro que foi sem
querer! Quando vi, eu estava convidando e... Agora to ferrada!
os olhos.
conosco.
muito profundo.
— Tecnicamente, foi sexo enlouquecido no verão com
Murilo Reis... Mas por que esse foco todo no sobrenome?
eu te entendo.
— O que?
estava me provocando.
panela.
maravilhosa e de graça!
verão, Oli.
Suas palavras me acertaram em cheio e engoli em seco.
Daniela é a única parte que vale a pena ser vivida? Por que não
se permite apenas ser amiga dele e ver onde isso vai dar? Por
que não indaga o que te fez correr no passado? Tem algo no seu
coração que te impede de falar com ele, Oli. E talvez isso, seja a
sentir”.
vídeo, Oli.
encontrar.
— Ela está bem, dormindo com Verô e Carol. — explicou,
— Somos.
MURILO
mas...
dinheiro fosse uma discussão entre nós, mas era claro que ambos
— Excelente.
abertamente dela.
nossa filha não para de falar sobre isso. Aposto que Abigail não
aguenta mais ouvir sobre os Reis, e deve estar atormentando
Bruno e Nero com isso.
— Sim, senhor.
nunca esqueci?
Não acredito que ainda tem essa regata... Deve ser a única.
impossível não sorrir também. Porque com ela, era fácil assim. E
OLÍVIA
apenas com a camisola. Encarei pela janela que ficara logo ali, e
a mesma, que dava de frente para a dele. Não duvidava que já
vestia apenas uma cueca... uma cueca branca. Puta que pariu! O
boca pairou sobre a minha. Ele estava com apenas a calça social
Admite que se sentiu atraído desde que me viu pela primeira vez?
— Eu prefiro mostrar.
Então sua boca bateu contra a minha, devorando-me.
incisivo.
nossa filha. — Ela não fica animada assim nem quando vai viajar.
E olha que a gente levou ela para Disney. — resmunguei, e o
aproximava.
fazer? Estávamos tão perto, mas ainda assim, há quase oito anos
de distância um do outro.
saiba disso.
toda certeza, a sutileza foi por água abaixo. No final, sempre fui
uma péssima romântica, e permanecia sendo. Porque eu nunca o
odiei, nem mesmo quando fugi como uma covarde, e com o medo
de ser penas o seu escape. Porque eu nunca consegui esquecê-
lo, e agora, ele seguia ainda mais vivo em meu peito, assim como,
Dias depois...
MURILO
maneira.
minha filha. Sentir dor ao fazer aquilo era normal? — O que foi,
papai?
— Você sabe que sua mãe te ama muito, certo? —
perguntei, e ela assentiu animada. — E eu... Eu também te amo
que o fez, quando lhe disse pela primeira vez. — Mas o nosso
com isso.
pensar sobre algo. — Como o tio Inácio tem a tia Mabi, o tio Júlio
a tia Babi, o tio Bruno a tia Abi... Eu pensei que a mamãe teria o
meu papai.
o lado de fora, assim como eu. Por que tão ansioso para rever
Olívia?
Um homem...
eu...
— Não tem nome? — indaguei, o que fez Olívia me olhar
língua dentro da boca, para não lhe dar uma resposta à altura. —
cidade.
voz soou como um sussurro, mas sabia que ela estava o fazendo
não lhe falei nada, pelo contrário, pensei que ela tinha entendido
que Operação Cupido é só um filme, e que nós dois somos a
E consigo lembrar dessa cena mesmo depois de todos esses dias” [28]
OLÍVIA
irracional?
atrás, sem poder mais suportar. Toda aquela cena. Toda aquela
aproximação. Eu não podia ceder, não para ele. Não depois de
mas ali, o seu olhar não era apenas de tal coisa para Murilo.
como se não existisse para ela. Talvez, para Murilo também não.
é realmente irracional?
bilhete que foi entregue para Murilo junto com o troco do sorvete.
Seguimos para o carro, e o silêncio apenas não foi mortal porque
Casa...
Como eu ia fugir?
Do que eu ir embora
E aposto que você pensa em mim...” [29]
enorme de pelúcia que foi presente dos seus tios Reis, pelo que
recordava, de Tadeu. Ela dormia serenamente, o que me fez
— Vamos?
— Mamãe? Papai?
guardei a resposta para mim, assim como ele, guardava para si.
OLÍVIA
descobria que não foi apenas o medo, mas o fato de que apenas
sobre mim.
outra e eu...
mesmo todos dessa família, eles podem ser uma presença toda,
mas não soam mentirosos. Ele não parece ser um enganador, Oli.
— Eu não sei...
dela, abri uma long neck e bebi um longo gole. Minha mente se
virando, e revirando diante da foto da mulher loira ao seu lado,
fazer.
seu colo. — E o fim pode ser apenas um ponto, para que possa
escrever um novo capítulo...
falar sério.
— Ele pode não demonstrar muito, mas quando te olha...
Caralho, Oli! Tem algo que está matando o homem, e ele não fala.
uma vez, e acabei... Fodi tudo para minha filha, Babi. Ela poderia
ter tido o pai, sempre ao lado. Ela merecia mais do que eu fiz. —
cidade grande.
— Considero eles, a versão de terno e gravata e salto alto
dos Torres. — ri alto, e concordei plenamente. — Mais uma
cerveja? — perguntou, levantando-se, e indo até a cozinha, com a
boca.
— Eu ia dizer o mesmo, te vendo beber assim, e
quarto de Murilo era demais para o lado fraco da carne. Ele era
um deus. — Eu sabia! — gritou, olhando-me parecendo ainda
mais interessada.
nas mãos. Podia ouvir meu irmão e todo seu sermão enquanto
me trazia para casa, e tentava não ser o vilão por ter comprado o
uísque que Babi tanto queria, justamente naquele momento.
saber
como um juramento...”[32]
música de sofrer.
absolutamente nada”.
Murilo?
— Eu só fiquei preocupado.
— Sobre?
— O que, Olívia?
MURILO
— No passado?
bagunça de choro.
Merda!
tão longe.
cabeceira. Notei seu kindle aberto bem ali, e me segurei para não
Eu não a chamei...
Eu sequer descobri o seu nome.
OLÍVIA
— Diga que quer isso como eu. — sua voz era uma
exigência, como se necessitasse daquele toque como eu. E eu
— Diga, Olívia!
— Olívia?
Merda!
— Olívia?
apenas fui.
pela cabeça, e sorri, diante do seu olhar que varreu meus seios,
lembrar de onde tirei que aquela era uma boa ideia. Dar um fim
— Olívia...
Mas talvez isso fosse uma obra prima até você rasgá-la por
completo
MURILO
que ela não era de fato minha? Que ela nunca foi?
se eu não lutasse por ela ali, não existiria o futuro que eu tanto
queria viver.
pertencer também.
OLÍVIA
— Me beija.
— Diga.
— Sou seu.
— Sou sua.
E é meio assustador
E fiquei hipnotizada
Nó na língua” [37]
MURILO
— Espero que esteja tão bom quanto está para mim, raio
cuidado para fechar a porta, mesmo sabendo que seu sono era
bem pesado.
novamente.
virei, poderia jurar que meu rosto ficou da cor dos meus cabelos.
orelha a orelha.
engolir em seco.
acordar.
ser quando está com seus ternos sob medidas e uma cara, que
juro, parece que ignora o mundo inteiro.
imbecil.
fosse um problema.
mais do que solta naquela manhã. Com ela. Sempre com ela.
de se afastar.
— Eu também não.
OLÍVIA
— Oi papai. — falei, assim que o encontrei sentado no
senti ainda mais feliz, por ver que realmente, o físico dele
finalmente parecia melhorar. — E você? Está com uma cara de
assim, Helô?
aos céus por aquilo. Dei a língua para o meu pai, e fui até o
abraço dela, que me esperava. — Eu sei o que vi, dona Olívia. —
sabia ser delicado para ela, era falar sobre os seus parentes.
fogão e pensei que todos ali amávamos ovos mexidos. Algo que
e oito anos, estava ouvindo tal coisa. — Eu juro, que vou sair
os ovos.
serviram perfeitamente.
— Eu conheço essas...
cozinha.
— Tecnicamente, ele é.
frigideira, e os ignorando.
— Ela se faz de brava, mas é um amor. — meu pai
— Respira e foca nos ovos, que eu sei que você quer que
ele chame sim a gente de sogros. — sussurrou só para que eu
— Eu ia te defender, princesinha.
dos Reis.
acertariam?
novo.
estou surpreso que possa ter alguém em quem basear, fora Verô.
essa roupa que não combina em nada com você, mesmo meu
paraíso.
estava uma foto dele com Daniela, que eu tirei no primeiro dia
deles juntos, na sua lanchonete favorita. Abaixo tinha uma foto
querendo revelar.
— Raio de sol...
misturar as coisas.
Uma foto dela, era o gatilho que eu sequer sabia que tinha.
— Olívia...
neguei.
não vou colocar o meu coração em jogo de novo. Não por alguém
que claramente tem o seu ocupado. — admiti, e aquilo doeu.
forma. Mas amor? O amor era maior do que aquilo. O amor era o
lo amando outra.
ele prendeu meus braços contra seu peito. — O que eu tenho que
Era?
MURILO
— O que?
odiaria aquele lugar, já que ela tinha pavor de praia, o que me fez
rir só de pensar no destino que meus irmãos escolheram. — E eu
cabeça e diria que eu tenho que ser feliz, como sempre me pediu
para ser... E como disse, que mesmo no amor fraterno que lhe
Quinze minutos.
Não...
Que me deixou.
— Murilo...
estava lá... Eu não sabia seu nome. Eu não sabia de onde era. Eu
não sabia... nada. E eu não te merecia também. Eu não merecia a
— Murilo.
sempre soube que ela sentia mais do que amizade, mas por
minha melhor amiga, ela sabia tudo de mim e... Mas no fim, nunca
aconteceu. Ela era como Carol é para mim. Mas quando a doença
amava.
crer que estava feliz, e eu juro, que nas últimas semanas, até
mesmo consegui acreditar, mas... Eu sabia que não era
melhor amiga...
colocar tudo para fora, então, apenas apertei sua mão, como se o
incentivando.
inteiro, até que fiz vinte anos, e meus irmãos interviram. Eles
dizem que foi sem Verônica saber, mas eu duvido que eles
hotéis Reis. E eu fui até o fim, quer dizer, quase... A não ser
lembrava de nós.
a dor que causei a nós, assim como, todo o medo nos sufocou. —
Eu sei que errei muito, e talvez, eu vá errar daqui a pouco, mas...
saber o que ele disse. Mas eu fui covarde. Eu tive tanto medo de
que aquela dor chegasse a Daniela. E pra ser sincera, que meu
coração se quebrasse de novo. Então, o deixei enterrado... Mas
assim que te vi, foi como se cada parte voltasse a vida. Contra a
— Olívia...
— Pode achar o que quiser, sobre não merecer... Mas se
— Olívia...
toda a tristeza que foi colocada para fora, existia o brilho único
dele.
E era um brilho que eu sabia que também estava em mim.
filha?
e o seu nome.
ombros.
nossa filha.
— Gosto disso.
para depois. E não era a primeira vez que me sentia livre em seus
braços, mas após saber de tudo, eu me senti em queda livre. E eu
O tempo todo
Eu tenho pensado
OLÍVIA
— Ok, eles devem estar chegando... — falei, e Murilo me
— Claro.
como contaria a ela sobre nós. Aos poucos, com cuidado. Para
que ela não estranhasse, e para que nós dois nos adaptássemos
aquela nova situação. Não que fosse muito difícil vivermos juntos.
Já o tínhamos feito no passado, mas não duvidaria que seria algo
novo.
— É...
— A sua sorte é que Bruno está com Daniela, vendo os
cavalos... — Abigail se pronunciou, e abriu os braços. — Eu já
Bruno disse que viria após o almoço, então... Vamos, falem logo!
sussurrou e eu assenti.
Abigail, e acabei rindo baixinho. — Vocês vão ter que ser legais
com eles, já vou avisando. — falei, afastando-me de Murilo assim
que ouvi a voz alta de Bruno. — Com ela, vamos com cuidado,
certo?
— Sempre.
brilhando. — Oi papai.
— Oi, estrelinha.
— Seu pai vai trabalhar, por que não coloca aquela roupa
chique de empresária que comprou com sua tia Verô e o ajuda?
exatamente assim.
— Ná...
— Eu fiquei tão revoltado por pensar que ele te abandonou
que... Eu me senti assim há oito anos, quando descobrimos da
gravidez. Senti que por mais que eu tentasse proteger a nossa
lembrar, mas que tem uma máscara fria para o mundo. Você me
ensinou a ser forte, Ná. Você foi a pessoa que estava lá comigo,
apertei ainda mais sua mão. — Eu sempre sei que posso contar
com você, até mesmo nos meus erros, e que foram muitos... —
sorri de lado. — Eu te amo, irmão. E eu sempre vou ser grata a
Mabi por te dar aquilo que você tanto merece, que é esse sorriso
no rosto e uma família para ser o melhor pai que alguém pode ter.
— Oli...
foi claro – que Inácio Torres, era o alicerce que fizera de todos
nós, os Torres que éramos hoje.
CAPÍTULO 30
MURILO
— O que houve?
A pergunta de Verônica trazia o seu tom preocupado, e eu
5, 4, 3...
revirar os olhos.
Olívia? Se acertaram?
queremos contar para Daniela, aos poucos claro... Sem que ela
estranhe.
Você sabe...
dali. Notei seu olhar severo para eles, que demoraram para
finalmente se afastar.
estou.
soubesse.
agora como ela sabe que eu amo, não preciso mais fazer charme.
— Eu estou fodida para competir com o seu romantismo.
— falou, e suspirou profundamente. — Eu acho que eu encontrei
o meu Daylight e demorei tanto para entender...
raio de sol.
desista.
vivi
E se recuse a sossegar
Mas é dourado
— Mamãe? Papai?
— Eu...
hoje. Fui avisar a mamãe, mas ela não estava, aí pensei que ela
veio aqui te dar boa noite. — comentou, com toda sua inocência e
agachando.
o tio Júlio e a priminha Isa, o tio Bruno e a tia Abi e a prima Prim?
gente.
os meus ursinhos?
Mas é dourado
Depois...
rápido.
sou eu! — Bruno gritou, e foi possível ouvir o bufar de Igor, que
Me erra, Reis!
— Esse ano não vou dar para nenhum titio.
presentes.
o meu irmãozinho!
O silêncio tomou conta do local. Todos se encararam, como
permanecer em pé.
— Dani...
— Estrelinha, você...
— Filha...
gritado para Murilo sobre, e então, chorado por uma noite inteira,
sem acreditar. Ao mesmo tempo que eles estavam exultantes, os
ela entendeu que sua filha era de fato a estrela daquela família, a
que os guiava. Desde quando descobriu a gravidez, ao
irmãozinho ou irmãzinha.
Os gritos foram ainda mais massacrantes. As crianças não
estavam muito longe dos adultos, que pareciam a cada momento
a ponto de desmaiar.
abraçada a Inácio.
da maternidade dela.
Bruno Torres correu pela casa, com Dani em suas costas e
as crianças atrás, comemorando como se não houvesse amanhã.
bem.
cores vívidas, e era uma das razões daquele amor ser tão bonito.
Ao menos, eles pensavam assim.
dissera que fora feito para ela. E ele vestido de branco, da cor
que ele sabia que ela gostava de vê-lo, ao entender que era a
para sempre.
algo, mas eles estavam tão inertes em si, que sequer saberiam
permanecera.
Dizendo para mim mesma: Você sabe que tinha que fazer isso
VALÉRIA
ali. Pensei em apenas dar as costas e fugir, mas sabia que não
podia. Não mais.
Não com o que logo ela saberia, assim como toda sua
amizade.
braços por Olívia Torres. A mulher que uma das pessoas que
verdadeiro amor.
braços e eu aceitei.
assim: Valéria que amava Tadeu, que amava Bianca, que amava
Murilo...
Continua?
OS TORRES
perder uma das pessoas que eu mais amo nessa vida, e sei que
amarei até nas próximas – minha avó. Ela que me ensinou a amar
Com amor,
Aline
CONTATOS DA AUTORA
Instagram: @alineapadua
Tiktok: @autoralinepadua
clique aqui
Ela queria não sentir nada, e não sabia o que ele fazia ali. Porém,
sabia que, nunca mais, lhe daria a chance de quebrar seu coração.
O irmão da minha melhor amiga (A REDENÇÃO)
clique aqui
[2] Trecho da canção intitulada All To Well (10 Minutes Version) da artista
norte-americana Taylor Swift – álbum: RED (Taylor’s Version), data de
lançamento: 2021.
[3]
Trecho da canção intitulada State of Grace da artista norte-americana Taylor
Swift – álbum: RED (Taylor’s Version), data de lançamento: 2021.
[4] Trecho da canção intitulada Last Time feat Gary Lightbody da artista
norte-americana Taylor Swift – álbum: RED (Taylor’s Version), data de
lançamento: 2021.
[5] Trecho da canção intitulada All To Well (10 Minutes Version) da artista
norte-americana Taylor Swift – álbum: RED (Taylor’s Version), data de
lançamento: 2021.
[6] Trecho da canção intitulada All To Well (10 Minutes Version) da artista
norte-americana Taylor Swift – álbum: RED (Taylor’s Version), data de
lançamento: 2021.
[8] Trecho da canção intitulada All To Well (10 Minutes Version) da artista
norte-americana Taylor Swift – álbum: RED (Taylor’s Version), data de
lançamento: 2021.
[21] Trecho da canção intitulada The Very First Night da artista norte-
americana Taylor Swift – álbum: RED (Taylor’s Version), data de lançamento:
2021.
[36]
Trecho da canção intitulada All To Well (10 Minutes Version) da artista norte-
americana Taylor Swift – álbum: RED (Taylor’s Version), data de lançamento:
2021.
[37]
Trecho da canção intitulada Message In a Bottle da artista norte-americana
Taylor Swift – álbum: RED (Taylor’s Version), data de lançamento: 2021.
[38]
Trecho da canção intitulada Holy Ground da artista norte-americana Taylor
Swift – álbum: RED (Taylor’s Version), data de lançamento: 2021.
[39] Trecho da canção intitulada Come Back... Be Here da artista norte-
americana Taylor Swift – álbum: RED (Taylor’s Version), data de lançamento:
2021.
[44]
Trecho da canção intitulada Daylight da artista norte-americana Taylor Swift –
álbum: Lover, data de lançamento: 2019.
[45] Trecho da canção intitulada Daylight da artista norte-americana
Taylor Swift – álbum: Lover, data de lançamento: 2019.
PLAYLIST
Agradecimentos
SINOPSE
PRÓLOGO I
PRÓLOGO II
PRÓLOGO III
PARTE 1
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVIII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XX
CAPÍTULO XXI
PARTE 2
CAPÍTULO XXII
CAPÍTULO XXIII
CAPÍTULO XXIV
CAPÍTULO XXV
CAPÍTULO XXVI
CAPÍTULO XXVII
CAPÍTULO XXVIII
CAPÍTULO XXIX
CAPÍTULO XXX
CAPÍTULO XXXI
EPÍLOGO
EXTRA
NOTA
CONTATOS DA AUTORA
clichêzão, e traz consigo muitos dos clichês que a gente (ou odeia
rs), e claro, com muitas referências a novelas de todas as
mas em cada limite de um, a gente nota que tem o encaixe para o
outro. Ao menos, espero que sim. E de todo coração, que eles te
conquistem.
Boa leitura,
Aline Pádua
UMA GRAVIDEZ INESPERADA
SINOPSE
SINOPSE
Júlio Torres sabe que deixou uma parte de si para trás. Sua ex-melhor
amiga o odeia e ele, muitas vezes, teve o mesmo sentimento por si. Maldita
sombra!
Júlio sabe que não pode mais ignorar, porque ele não quer apenas a sua
melhor amiga de volta, ele a quer como sua.
Babi foge dele como o diabo foge da cruz. Entretanto, como fugir se
depois do reencontro e finalmente os pratos limpos, ela se descobre
grávida do seu ex-melhor amigo?
O BEBÊ INESPERADO DO COWBOY
SINOPSE
Se existe amor à primeira vista, Abigail Alencar e Bruno Torres
compartilham o completo oposto. Abi o detestou desde o primeiro momento,
e com o passar dos anos, o sentimento permaneceu. Bruno é o típico cowboy
cafajeste, arrogante e popular, que ela não suporta a presença nem por um
segundo.
SINOPSE
O Natal parou de ser uma data festiva, e tornou-se dolorosa, assim que
Maria Beatriz perdeu os pais. No entanto, nesse ano, tudo mudou e ela vai lutar
para que essa data seja ressignificada. Que ela possa sorrir, o tanto quanto,
um dia o fez, no passado. Assim, ela precisa que tudo saia PERFEITO.
Uma árvore de Natal destruída, enfeites perdidos pela casa, a ceia que
não vai chegar a tempo, um desmaio...
Será que ela terá o seu Feliz Natal ao lado dos Torres?
SINOPSE
Olívia Torres sempre teve em mente que para bom entendedor meia
palavra basta. Assim, quando se apaixonou perdidamente e descobriu que o
homem com o qual se envolveu era casado, o seu mundo perdeu o chão. Ela
apenas foi embora, sem olhar para trás.
Contudo, com Murilo, ela nunca pôde parar de olhar. Ainda mais,
quando descobriu que estava grávida.
um pouquinho das músicas que inspiraram este livro. Caso não consiga ter
meu lado, fez com que tudo fosse mais fácil. E fez de Tadeu e
Valéria o que eles são.
Aline
SINOPSE
sua vida: Valéria que amava Tadeu, que amava Bianca, que
amava Murilo, que não amava ninguém. Desde que seus olhos
pousaram em Tadeu Reis, Valéria se apaixonou. Não sabia dizer
se era pelo olhar escuro enigmático, o sorriso que ela queria tirar
daqueles lábios cerrados ou o fato de ele ser tão atencioso.
ele é errado, mais do que isso, uma grande mentira, porém, seu
Paredes de insinceridade
Encantador te conhecer"[2]
VALÉRIA
— Gael, você precisa se casar com ela! — a voz de minha
família e por isso, corre para o lado onde a corda é mais forte.
— Como ousa...
tinha apenas quinze anos, e não sabia muito sobre nada, mas
sabia que não poderia deixar com que Paola fosse atingida por
ruivo dos meus cabelos estavam a cada dia ficando mais escuros.
mãe, no caso, todos nós. Pois nós tínhamos os olhos dela. Parte
do motivo de nosso pai nos odiar.
ar. Ela era a única amiga que fiz em toda a vida. Talvez porque
ela vivia no mesmo meio que eu, ou porque as nossas famílias
eram próximas. Mas ela era uma das poucas pessoas que não
musical parecido.
— Tadeu Reis.
VALÉRIA
brilho.
Contudo, ele nunca a amou de tal forma. Era uma linha clara, que
ele jamais ultrapassaria com ela. Ele a amava, mas como uma
última coisa que me dera, deixando claro que não era o único,
Murilo.
“Querido Murilo,
forte do que eu, você sabe. Na verdade, você sempre soube mais
pedido de perdão.
Assim, na lata.
pedir perdão, por não me arrepender disso, mas por ter feito
tantas escolhas que me levaram a trair o que mais prezei de fato
– a sua confiança.
Bianca”
Um ano depois...
VALÉRIA
revirar os olhos.
— O mesmo que você, Reis. — Levantei o copo vazio, e
— Fontes...
Por que ele não podia ao menos fingir não saber do que eu
falava?
meu braço nu pelo vestido tocou em seu terno sob medida, o que
beijo, Fontes.
de mim.
Por quê?
homem que não amava. — minha voz soou curta e grossa, mas
não me segurei.
Ele sabia que ela não o amava. Eu sabia daquilo também.
E por um segundo, só queria que doesse nele, o tanto quanto
doeu em mim, saber que ela tinha tudo aquilo que eu mataria por
um segundo.
VALÉRIA
todos juntos. Eu sentia tanta saudade dos meus irmãos, que doía
os Torres.
Ainda era uma ferida aberta, estar tão longe pelo bem dos
até você?
A pergunta me paralisou, e senti todo meu corpo ser
percorrido por um arrepio. Olhei para a quantidade de garrafas
evidente.
meus olhos viam – Tadeu Reis. O que diabos Tadeu Reis fazia
ali? E por que ele estava falando comigo?
Foquei na minha bebida e tive que jurar a mim mesma que
— O quanto já bebeu?
— Primeira dose. — levantou a garrafa e então colocou
mais em seu copo. — Só estou cansado... esqueça o que disse.
E não era apenas pelo fato de que a barba dele estava maior do
sorrir de imediato.
seu...
mim mesma por alguns segundos. — Bom, é por isso que estou
aqui.
— Fugindo?
primeiro beijo sem qualquer propósito, aquele era real. Suas mãos
em minhas costas, puxando-me para si, fazendo-me agarrar ao
quisesse.
VALÉRIA
Positivo!
que Bianca deixou para que eu consertasse, já que ela não teve
enquanto ela era casada com o irmão mais novo dele. E eu tinha
uma bendita carta para entregar para Murilo, a qual nunca tive
coragem.
tanto fugi.
— Val!
mesmo.
maneira.
eu pudesse dizer algo a Gael ainda, seria que ele estava certo
quando apenas foi embora e esqueceu seu sobrenome por um
— Mas...
— Valéria Fontes!!!!!
ser...
me segurar, e eu assenti.
ainda mais bonita durante esses anos, e com essa cara de vinte
anos como se...
— Eu consegui, titia!
pernas.
rendição.
— Mas então, foi aqui que você esteve todos esses anos?
irmão.
sobre o filho que esperava, não era certo. Não ali. Não agora.
Talvez nunca.
o cenho.
— Não estou...
menos que tente fazer esse papel, e mais, você é o meu primeiro
— Valéria...
também?
Foco, Valéria!
Infelizmente não.
parte de nós.
CAPÍTULO III
E se você estiver por baixo dele, nunca vai sair por cima"[8]
TADEU
como sempre. Não tinha ninguém por perto e eu sabia que era
por aquilo que estava me indagando. — Algo do passado?
Sabia que Verônica era de falar pouco, até menos que eu,
quando não era preciso. Ser a mais velha dos Reis, talvez
irmãos sabíamos que ela era muito mais do que aquela fachada,
Igor, ou talvez não mais ex. Ainda não entendia direito qual era a
relação deles. Mas sabia que era praticamente impossível
deles.
se impaciente.
Qual é? Eu vou fingir que não vi você saindo e indo até ela,
prometo.
estaria ali novamente. Não que ela fosse acreditar, mas ela teria
uma resposta caso alguém perguntasse. Poderia mentir e dizer
que não tinha ideia de onde Valéria morava, mas a questão era
que passei os últimos tempos apenas tentando inventar alguma
gostava.
“Eu ainda estou naquela corda bamba
Ainda estou tentando de tudo para manter você rindo para mim
mim...”
sua atenção.
noite?
Eu precisava saber.
Ela não tinha ideia do quanto eu precisava.
VALÉRIA
almoço.
Ainda mais, depois daquela conversa nada comum com
Tadeu. Por que diabos ele me seguiria até o banheiro? E que
história era aquela de “não acabamos isso ainda”? Abri a cortina
que chegou.
Outras duas batidas, e eu levei uma das mãos à boca,
os olhos.
ocupada.
— Hoje é domingo.
que odiava o tanto quanto, mas ele não precisava saber daquele
pequeno grande detalhe.
— Eu só queria falar da última noite.
Ele não estava com seus ternos de praxe, mas com aquela
ninguém, mas apenas nele. Como alguém podia ser tão bonito
em uma peça, a ponto de eu nem sequer conseguir usar blusa de
Talvez eu já soubesse.
passado fosse uma sombra. Mas toda vez que olhava para
Tadeu, sentia-a sobre mim.
acontecer, de mais incerto entre nós, agora existia uma parte que
não era nada errada – o nosso filho.
CAPÍTULO IV
Apenas me abrace
VALÉRIA
casa. Mas chegamos ao ponto em que ela não tinha como passar
os dias em casa. E ajudei como pude, a redecorar aquele quarto
de hospital.
a vida uma com a outra. Era o nosso objetivo inicial, viajar para
parte de mim.
que lhe dei um dos seus pirulitos favoritos, que ela tanto sentia
falta.
para estar perto dela. Doía ver que todos os sonhos dela foram
lágrimas.
— Se a gente pensar pelo lado positivo das coisas, você
pode viver por nós duas..
— Bia...
— Bia...
amiga melhor, para todos vocês, mas ainda assim... Eu estou feliz
pelo tempo que tive.
Por que era tão difícil entregar a carta que ela deixou para
Murilo?
Não com o que logo ela saberia, assim como toda sua
amor.
ele?
assim: Valéria que amava Tadeu, que amava Bianca, que amava
Murilo...
TADEU
Olhei para o meu computador, enquanto a apresentação
tinham.
o que conseguia?
despedida.
ser uma longa viagem daqui até o interior, ou até mesmo, por
estar tarde.
uniu duas famílias e era a felicidade que meu irmão tanto merecia.
E nunca imaginei vê-lo tão inteiro quanto naquele momento.
Era aquilo?
Seguir em frente?
VALÉRIA
E então, eu sorri.
sem senso da minha mente. De uma noite que nunca deveria ter
que Olívia queria dizer quando se tratava de Daniela: ser mãe foi
vê, não toca, não interage... mas que cresce ali, dentro de você.
amar?
seu segredo com Bianca contra ele. A questão era que não tinha
ideia.
escolhas.
Porque existia algo no olhar dele, que parecia deixar em
coisinha. Mas eu prometo que vou fazer de tudo para que nada
que eu passe, possa te prejudicar.
foto com meus irmãos. Queria poder dizer a eles que seriam tios,
e sabia o quanto adorariam aquilo. Era como se todos nós
meus, e sem poder evitar, a cor escura e profunda que ele trazia.
— E seu pai também, um dia. — admiti, sem conseguir mentir
dois bolos para eles naquele dia, e tinha certeza de que ela
estaria me esperando na cozinha para tentar aprender. De fato,
ela apenas acabava por experimentar de tudo um pouco, mas não
baixo.
mas não tinha como ter certeza de que o filho era dele, a não ser
rosto, mas diferente dos raros que eu via, aquele era de pura
aproximando. Após uma respiração, ele estava tão perto, que era
como se tudo ao redor tivesse desaparecido.
de ombros, ainda rindo. — Não sei o que quer ou o que faz aqui,
mas bom, já que estamos e que infelizmente, o carma não pode
encurralando novamente.
mim, tudo bem. — falei de uma vez, sem querer mais enrolar. —
Mas isso acaba aqui. É o pai dessa criança, nada mais. — talvez
Olhei-o incrédula.
com força.
Ainda estou tentando de tudo para manter você rindo para mim”[14]
TADEU
O nosso filho.
três toques.
— O que houve?
não vir o seu rosto. — falou, e só então notei que deixei a câmera
— Tadeu...
recomendação e...
aconteceria.
arranjado...
irmã.
Ela então fez um sinal com os dois dedos contra a tela,
como se estivesse tocando minha testa, e eu sabia o que
significava.
Estive aqui o tempo todo, então por que você não vê?
— O QUÊ?
— O QUÊ?
— Você é o pai?
— Raio de sol...
outra coisa, senti meu corpo ser virado, e o corpo de meu irmão
corria até mim, vinha até mim. E tinha todo aquele amor gratuito,
que eu nunca consegui demonstrar.
biológicos.
O quê?
VALÉRIA
Boa noite,
Val”
Deixei o post-it colado na geladeira e saí pela cozinha, em
— Ei, patroa!
Contudo, existia algo sobre ter estado com Tadeu naquela noite,
inclinação em querê-lo.
mistura minha e do Reis, que deveria ser muito mais reflexivo que
eu.
Merda!
quiser.
combina.
— Valéria?
Pisquei algumas vezes, ainda desacostumada com aquela
incomodava.
Tadeu, que sequer fez questão de lhe dar a dele, e eu fiquei ali,
no meio daquilo, como se fosse possível enforcar aquele homem
com o olhar. — Já vi que não vamos convidá-lo para o karaokê.
— Não mesmo. — complementei, e então pisquei um olho
para Pedro. — Tenho uma coisa para resolver com ele, me manda
mensagem, certo?
— Sim, patroa.
— Tio da Dani?
quando?
sem acreditar. Não imaginava que Tadeu fosse de fato ser tão
rápido com isso. No caso, eu era enrolada? Porque minha família
— Valéria, eu...
Seu olhar parou no meu, e ele assentiu, mas logo foi até a
minha mão que ainda apertava levemente o seu braço. A
casa.
Sem lhe dar mais chance para falar sobre algo que poderia
sido você. Em minha defesa, eu não tenho uma. Por nunca deixar
questões?
— Como já sabe, minha casa. — fiz um sinal com a
VALÉRIA
recaiu entre nós, e vi-me abrindo a boca uma ou duas vezes, mas
parecia que qualquer palavra que jogasse, poderia ser como
banheiro.
eram aqueles?
Pensamentos de grávida?
minha alma ia para fora, mesmo que não tivesse muito o que
meu filho.
— Como está?
o seu pai.
sem conseguir mais fingir que cada atitude dele não estava me
deixando à beira do colapso. — Nunca fomos de conversar muito,
na verdade, você não é de falar... Mas de repente, se tornou um
Ele poderia ser como eu? Ter medo de ser como o próprio pai?
de repente cansada.
quê?
imediato, sabendo que foi com algo muito parecido que minha
foi minha vez de ficar perplexa. — Está gerando uma vida que é
uma parte minha, e eu não quero que corra nenhum risco. Não é
sobre você ou sobre eu, é sobre o nosso filho.
Eu sabia que não era sobre mim, mas ainda assim, estaria
algo lá no fundo que gritava por ele. Não! Eu tinha que ser
— Sério?
— Não?
ficar próximo?
— Certo.
— Certo, então. — suspirei fundo, e me estiquei para
disfarçar meu incômodo. — Acho que tem algo mais a fazer, não?
Procurar um aluguel na cidade? — aquele era o pior modo de
minha privacidade.
dormir.
TADEU
— Mas o que...
que perdeu o dono quando não foi nada sutil ao seguir Val até o
banheiro na casa do Ná...
virmos ficar com você? Aliás, ela só não veio porque teve um
— Sei...
existia com eles e Val. Conhecia o pouco que podia sobre cada
um deles, porque na realidade, a única pessoa que me chamou
grávida.
coisas.
— Mas...
— Quem é o pai?
assunto.
Quanto tempo ela está? Como ela está? Ai, meu Deus!
família, quando ela ainda era muito pequena. Mas Igor estava lá,
mesmo que por pouco tempo, e sabia que Reinaldo tentou
— Bianca...
primeira vez...
lado.
ursinho carinhoso...
assentiram.
VALÉRIA
desde sempre, pra ser mais exata, nos meus quinze anos, e foi
certeza que ele ama outra pessoa? E se ama, por que ficaria com
você, Val?
Se ela soubesse...
— Ele não pode mais chegar até ela, e acho que, tesão?
que como vou entender que ele está fazendo isso pelo bebê?
encarou.
idols favoritos. Sabia que Olívia era uma raridade. Ela era a única
pessoa que deixei entrar depois de tanto tempo fugindo de
— Oli...
depois que fui embora, mas apesar dos pesares, ela ao menos
me atendia de vez em quando. E até então, Hellen não descobrira
— O quê?
— Paola, mas...
— Sério?
— Sim, ele foi fazer uma entrega na minha casa, algo que
a nossa capataz tava resolvendo, e todo sem jeito me chamou...
instantaneamente.
— Coisinha linda... — fechei os olhos, encostando contra o
mesmo com saudade daqueles que já foram meu lar, sabia que a
minha coisinha mudava tudo de figura – porque ela agora se
VALÉRIA
para mim. Por um segundo, consegui ler o nome com que meu
contato estava salvo – ela. Por que eu sequer tinha um nome?
encarou.
Olhei para Tadeu, que parecia genuinamente
envergonhado.
longo tempo que não os tinha tão próximos. Era até engraçado e
me fazia sentir ainda mais falta do que não pude ter com os meus
irmãos.
mudaram nada.
— Carolina!
completamente apagada...
sete da manhã.
— Eles são bons. — cruzei os braços, e sorri. — Eles são
aquele assunto.
loja de brinquedos?
desenvolvimento...
— Mas nosso filho nem nasceu. — ele deu de ombros,
como se fosse um detalhe.
ela pareceu descobrir de imediato, que fiquei surpresa por ela ter
guardado segredo até aquele momento.
casa.
belo rosto.
dar um show.
Era aquilo.
Bem-vindo à bagunça pessoal de Valéria Fontes, que já
VALÉRIA
coisas certas.
Pode ser o caos para os meus irmãos, porque vai levar... Enfim,
Sei que trabalha das oito as seis, mas posso estar aqui para te
levar e trazer, nem que seja para poder te ver um pouco.
para nós, mas não precisa de toda essa atenção. Não vai ser um
pai ruim por não estar todo dia comigo, ainda grávida.
TADEU
que a mansão dos Reis. Tê-la como vizinha por um tempo, foi um
grande presente, até se tornar meu desespero.
— Não mais?
Se ela soubesse...
Se ela me olhasse...
VALÉRIA
Meu celular vibrou e poderia jurar que era Tadeu, outra vez,
Se ela soubesse...
Abri a boca para dizer algo, mas Olívia foi mais rápida.
— Inácio falou com Mabi, que falou com Babi, que falou
com Abi e... — assenti, como se repensando a respeito.
encherem.
Merda de hormônios!
então...
estranho pensar que poderia contar a todo mundo ali, que aquele
assunto não chegasse à capital. Mesmo assim, eu me continha.
hoje cedinho.
— Estranho... Murilo foi junto? — indaguei e ela assentiu.
— Sobre o que era?
foram todos.
fazia.
encontrava a minha...
— Sua vez!
música...
TADEU
por minha mente. Mesmo que fosse pouco. Mesmo que fosse
claramente confusa.
velho dos Torres era ainda mais fechado que eu, e seu silêncio
balcão.
VALÉRIA
dizer pela milésima vez que troquei ele por você. — revirei os
olhos, e poderia muito bem imaginar seu irmão dramatizando
assim. Ela me abraçou e sussurrou rapidamente: — Ele tá um
gostoso.
— Olívia...
nos trouxe.
patroa.
carona, certo?
vez que era concisa sobre o que éramos, mas ele ainda insistia.
menos nele.
calça social preta que não deveria ficar tão bonita em alguém,
mas nele...
segundo?
errado. Meu amor era errado. Mas aqueles lábios nos meus
poderiam ser o próprio inferno, e eu estava gostando de me
queimar.
pelos se eriçarem.
— Assim.
semblante.
Vi-o se afastar, abrir a porta de trás do carro e depois voltar
até mim. Ele colocou o sobretudo que nem sabia que tinha ao
meu redor, e senti vontade de socar aquela cara linda.
não era novo naquele jogo. Não... Nem mesmo eu. Mas quem
minha coxa, não tão exposta devido ao vestido longo, mas ainda
assim, de tecido tão fino, que era como se eu pudesse sentir sua
Merda!
vida real, no meu dia a dia, se não fosse pelos hormônios, não
estaria fazendo isso.
— Ok.
VALÉRIA
constante.
— Aliás...
Contando aquela mentira para mim mesma, mil vezes, até ela se
tornar real.
completo.
controle na situação.
noite ali. Mas eu sabia que uma noite, debaixo do mesmo teto que
— Coisinha?
A pergunta de Tadeu fez com que sentisse minhas
estivesse longe dali. — Por isso, sempre bom ser alguém que
quebra o ciclo.
Dei um passo à frente, e segurei sua mão livre, trazendo-a
criança.
E ele era.
TADEU
fazer.
entender.
Talvez um dia, ela entendesse.
meu irmão na varanda, com uma caneca, que deveria ter café.
carro.
VALÉRIA
encontrei.
bem.
eu não poderia voltar para casa. Porque minha casa não poderia
— fez aspas com as mãos. — Não sei a fundo o que sabe sobre
minha boca.
Meu pai nunca mais foi o mesmo depois que minha mãe
faleceu no parto de Paola. E a culpa que ele despejara sobre nós,
já que éramos a lembrança no dia a dia de como nossa mãe era,
saberia quando ele seria capaz de fazer algo contra a nossa irmã
mais nova.
perdida.
— Esperar o quê?
nossa estrelinha.
— Tin tin?
fugindo, para que ela pudesse ser livre, vieram. Corri até ela, que
“Porque eles dizem que lar é onde seu coração está gravado” [33]
VALÉRIA
me afastei, encontrei-os ainda ali, e era tão bom que não fosse
apenas mais um sonho.
mudarem.
Henrique chocado e eu, bom, não entendi nada, até acreditei que
era verdade... Só que Verônica me falou sobre você e aqui
estamos.
— O quê?
braços.
a ele, assim que descobriu que não poderia deixar minha família
saber, porque eu sabia que isso geraria um casamento de
mini tin tin. — ela então me abraçou com força e sorri em meio às
lágrimas.
lágrimas.
VALÉRIA
e com o olhar preso a nós, nossa irmã fez uma careta para o
apelido. Nós éramos péssimos neles.
como quem queria perguntar: você tem? E aquele ficou como seu
casal...
Bati em sua orelha com o pano de prato antes de sair da
cozinha, e segui para o meu quarto.
estão bem?
esconder.
continuasse. — Obrigada por tudo isso. Sei que está fazendo pelo
nosso filho, mas ainda assim, eu não tenho palavras para dizer o
— Até.
mesma.
Porque ele poderia ter mudado ao longo dos anos. Mas até
nos dividindo.
que ele nunca fosse meu. Apenas, alguém com que pudesse ter
uma troca fácil e tranquila.
— Coisinha?
TADEU
saber que estou envolvido em ajudar os irmãos dela. Não era isso
que eu queria, Verô.
Ela.
Tudo dela.
quando era mais novo, mas sabia que poderia ser difícil para
você, ainda mais porque aquele maldito ainda nos rondava, mas...
Sempre teve sentimentos por ela. Por que não os confessar?
tempo. Ela só não sabe. Por que não a deixar saber agora?
confundindo tudo?
prova.
E eu?
“Olhando agora
Eu me lembro” [35]
VALÉRIA
descer.
— E a gente ama vocês. — Paola falou, levando uma das
logo, já que a empresa tem seu próprio e esse, Hellen não terá
puder, eu prometo.
era muito grata pelas horas ao lado dos meus irmãos, mas ela
ali mesmo.
aqui, Tadeu.
mente, tentando... Mas ter meus irmãos por perto, deixou claro
que eu... ainda sou eu. E bom, não sou de afastar as pessoas.
— Sempre me afastou, Valéria.
nova vizinha? — olhei-a surpreso, por ele saber que alguém tinha
se mudado ali naquele dia. — Mandaram uma mensagem sobre
isso hoje.
do óbvio...
— Sal?
seu apartamento.
não tenho muito além de refri e lámen agora, mas... — que ele
não entendesse o significado duplo de comer lámen, ou
tentar conquistá-lo.
— Diferentes como?
perigoso.
A sua casa.
— Agora?
com a cabeça. Por que aquele homem era tão bom em me indicar
VALÉRIA
momentos diferentes.
cuidado que ele tinha ao desabotoar cada um. Mas eu não queria
aquilo. Eu não queria ser cuidada por ele. Não era o que o olhar
alguma madrugada.
baixa e tão perigosa, que quase gemi pela vibração contra minha
pele. — Não quero te machucar. — avisou, puxando a pele do
Principalmente eu.
Olhar para ele e fingir que minha mente não se perdia com
um olhar.
próprios pensamentos.
— Que seria?
— Se você diz.
— Eu posso?
— Como o quê?
ventre.
— Valéria!
— Eu...
— Escolhe a música.
cantar:
para mim
impedir.
“E eu me sinto em casa,
eu me sinto em casa
E eu me sinto em casa,
eu me sinto em casa
quisesse dizer muito mais, contudo, ele parou. A sua mão livre
veio para o meu rosto, secando as lágrimas, como se alarmado.
Por que ele tinha que ser tão bom assim? Em tudo?
disfarçar.
me derreti.
— Você já é, Valéria.
E então, sem saber como chegamos exatamente ali, eu
Ainda estou tentando de tudo para manter você rindo para mim
Ainda estou tentando de tudo para manter você olhando para mim”
Dias depois...
TADEU
do que eu imaginava.
— Assim como?
— Sorrindo sem nem perceber. — ouvi as batidas na sua
porta. — Me liga mais tarde, para contar como foi.
— E eu a amo.
VALÉRIA
Seu olhar veio para o meu, e era ele agora que tinha a
interrogação no rosto.
um olho.
O era, mas eu fingia que não. Fingia e mentia para minha mente e
corpo. E torcia, para que Tadeu não notasse. Se não, estaria
perdida.
assentindo.
pela primeira vez. Era a vez dele, de sentir que era real.
E por um segundo, me perdi, ao vê-lo quase chorar à
segundos.
delas.
CAPÍTULO XXIII
Não faz sentido, porque estamos brigando por causa do que fazemos
VALÉRIA
Construir uma amizade assim, tornava tudo mais fácil, não era?
Valéria?
você...”[41]
lo. — O quê?
gostar das lendas, assim como, dos doramas. — ele levou uma
das mãos ao rosto, e me encarou sério. — O quê?
Era o melhor.
fico triste pelo fato de ficarem tanto tempo separados, sendo que
se amavam...
E se...
E se...
E se...
VALÉRIA
atrás. Na realidade, ele poderia ser definido com uma versão com
— Ei, patroa!
— Pedro...
O que eu diria?
criança
sairmos dali.
permaneceu.
— Por que está tão estranho? Não vai descer?
éramos nada. Por que eu realmente tive tal ideia? Ele só era o pai
realidade era que estava puta por ele me tratar com tamanha
indiferença. Merda!
Ouvi o barulho da porta batendo, mas não me virei, apenas
senti que deveria ignorá-lo. Não era fácil para ele o fazer? Por
surpresa.
quando a noite que tivemos não sai da minha cabeça. — sua mão
veio para o meu rosto, e foi quase que instantâneo, o gemido pelo
contato de sua pele na minha. Numa situação que eu não
esperava. — E a forma como seu corpo me mostra que pensa o
indaguei, com meus lábios tão perto dos dele, que já nem sabia
nariz passou pelo meu, e sua mão veio para a minha nuca, no
— Me beija.
aquele som, pela forma como suas mãos me trouxeram para si. E
agora, eu estava praticamente em seu colo, sendo levada para
“Conversa de travesseiro
Prisioneiros
VALÉRIA
minha?
Eu queria.
Eu queria tudo.
bendita blusa que me deixava de joelhos por ele. E ele mal sabia.
negar, que queria. Queria e aceitava ser amada por ele naquele
pelo prazer.
— Por que esse é o único momento que vou fazer isso com
apenas me tome!
escuro me acertar. Ele era ainda mais lindo, todo espalhado sobre
mim, exigindo que eu fosse sua, enquanto eu implorava para que
fosse meu.
orquestrava perfeitamente.
torturar?
noite...
seu toque, do seu cheiro, do seu corpo... Mas além disso, tinha a
sua presença, o seu jeito, a sua paciência, a sua quietude... Não
era só pelo prazer, era pelo amor.
TADEU
cama vazio. Sabia que fugir era o jeito de Valéria evitar que a
machucassem, ou a quem ela amava. Mas agora, eu sabia que
precisava entender até que ponto. Até onde ela estaria disposta a
se entregar.
vista, era porque não tinha ideia de como seria, cair de fato por
“Não é verdade
VALÉRIA
tornou rotina. Ali estava eu, revivendo cada cena daquela noite. E
sem entender como de fato consegui chegar em casa, após andar
isso, certo?
precisava olhar para saber quem era. Eu sabia que era ele. De
ser sincera.
— Não devia estar aqui. — falei, no instante em encontrei
Tadeu do outro lado da porta. — Estou ocupada.
— Fugindo?
dias antes, onde ele sequer entraria na minha casa, se eu não lhe
rondando. Saber que o amor que sentia por ele, na realidade, ele
já tinha sentido por outro alguém.
— Até quando vai negar que sente algo por mim? — sua
pergunta me atingiu por inteira, e baixei os braços, rendida.
— Valéria...
— Não...
sempre senti.
O que?
tenho ideia do que ela inventou para você ou na carta que deixou.
Eu honestamente, não tenho ideia. Só sei que se você queria a
você, e não vou mais deixá-la ir. Não se me pedir para ficar.
— Tadeu...
há anos pelo que nem sei que aconteceu, e tudo o que tenho
daquela noite, é o que Bianca me disse no dia seguinte.
E de repente, o ar me faltou.
qualquer momento.
TADEU
agora era algo fora de questão. Ainda mais, para deixá-la de tal
forma.
cidade pequena quanto aquela, não queria arriscar ter que dirigir
— Ela...
— Fontes...
Ele era tão alto quanto eu. Talvez, tão forte quanto.
— Val...
— Irmão...
que corra nas suas veias, não é filho daquele bastardo. Não
machucaria ninguém de propósito. Não trairia ninguém por querer.
— Murilo...
— Valéria, ela...
— Ela acordou.
queria voltar e segurá-la firme, e nunca mais deixá-la ir. Mas por
um segundo, apenas me vi mal conseguindo respirar, e pensando
simples esbarrão?
dizer.
E foi quando dei um passo à frente e toquei o seu rosto,
procurando memorizar cada detalhe, mas parecia tão embaçado,
que sequer estava raciocinando. E por um segundo, cabelos
ela os aceitou.
— Irmão...
merecia Valéria. Mas ainda assim, faria o que fosse preciso para
merecê-la.
CAPÍTULO XXVIII
VALÉRIA
— Gael?
E então, quando minha visão se tornou clara, pisquei sem
conseguir acreditar.
Hellen.
com força.
houve, Oli?
sabia muito mais do que realmente dizia, e sua sorte era que não
entraria naquele assunto por agora. — Tin tin... Apenas me diz, o
Que ele estava ali por mim. Mas não. Eu não o encontrava, e de
repente, temia que ele estivesse fugindo.
VALÉRIA
— Golpe baixo.
— Não vamos ter um momento fofo de irmãos até que te veja sem
essas olheiras horríveis.
alongando os braços.
jantar.
— Não vou poder ficar por muito tempo. — assumiu, e eu
assenti, sabendo daquilo.
— Além do bebê?
poder ouvir a sua voz. Por saber que ele estava ali. Desci as
escadas com cuidado, e quando cheguei à sala, não pude evitar
dele.
evitar.
contou. Algo além da carta que ela deixou. Mas ainda assim,
depois de me apaixonar novamente por ele e pararmos
Não.
Não mais.
TADEU
— Tadeu...
instante.
— Como Helena disse. — ela passou a mão pelo rosto,
respirando fundo. E eu queria segurar seu rosto com as mãos e
ter certeza de que não era um sonho. Ela estava bem. Ela estava
— Sonho?
A culpa me acertando.
para ela.
— Vai simplesmente fingir que não tem nada para contar?
prejudicar...
— Val...
— Val...
— Eu só...
assim de novo...
fundo.
por você de novo, fugi de você de novo, só que você veio atrás de
— Val...
à minha frente.
— E isso será?
foram para o caminho que a lágrima fez e depois para sua boca, e
por último, a sua testa. — Apenas precisamos pensar além de nós
também.
CAPÍTULO XXX
VALÉRIA
assinarmos um contrato.
melhor dia.
incrédula. — Eu achava que era você. Quando fui levado até meu
apartamento me lembro de te puxar para mim. Lembro que eu
achava algo estranho o seu cabelo ruivo parecer tão mais claro,
certa...
— Não...
então, ela disse que entendia eu me sentir mal por trair Murilo,
mas que ela não ia deixar passar. Caso não deixasse com que
me visse ou fosse ao meu apartamento, ela contaria.
E por mais que eu não quisesse crer, era óbvio que Tadeu
usava o que podia ao seu favor, só não esperava que... que ela
dias. Ela deixou uma carta falando que pôde sentir o amor de
alguém, quando esteve com você... — ri sem vontade alguma. —
não tinha ideia do que Bianca falou, e ainda não tenho, mas eu
sabia que ela fantasiava sozinha, em seu canto, quando estava a
sós... Levei anos para absorver isso tudo, e entender. Eu acho
mãos ao rosto dele, em que uma lágrima descia. — Por que não
me disse? Naquela noite em que te chamei de traidor? Ou nas
sentindo a raiva tomar conta. — Como ela pôde? Como ela pôde
simplesmente me contar uma história de amor, sendo que na
verdade, te usou?
— Mas...
culpo. Não culpo Tadeu. Nem mesmo consigo culpar Bianca. Mas
simplesmente esquecida.
— Obrigada por entender. — falei, e ele sorriu, do jeito fácil
no colo de Tadeu.
contar.
não vou pensar nela agora, porque minha vontade é gritar toda
inteiro.
— Val...
Se eu tivesse...
quiser de mim.
ali.
as manhãs...
— Olha só, temos um fanfiqueiro por aqui. — ele riu, mas
— Como?
— Sim...
acordar?
um pouco e tentar não surtar pela ira que está dentro de mim. Tô
com raiva de tanta coisa, que acho que vou explodir.
— Por que não coloca para fora?
que poderia ter com o homem que eu amava, e que agora sabia,
me amava também.
CAPÍTULO XXXI
VALÉRIA
para a cama, e eu ri, aceitando ser envolta por ele. — Não é muito
cedo?
incrédula.
enxerida.
abaixo dos meus seios. — Aposto você poder usar chupeta que
ele desmaia. — senti um leve chute e ri sozinha, imaginando que
ele gostou da ideia.
— Puxa-saco...
nossa coisinha, aquele dia, que cantou pela primeira vez. Foi para
Sou péssima sendo fofa, mas sério... Eu quero essa cor na nossa
coisinha. — falei, e tracei levemente ao lado dos seus olhos. —
ri.
Depois...
mas era. Tadeu Reis sabia que talvez nunca se perdoasse pelo
fato de ter bebido tanto naquela noite. Contudo, não se culpava
mais pela escolha de Bianca, não depois de ouvir com detalhes o
Bianca não sabia que ele amava Valéria, contudo, por que
contra seus sentimentos e contra sua dor. Ele enfrentou seu maior
que nunca imaginou ser real, mas era. Porque foi feito para ela.
— Momento da grávida.
para a amiga.
ainda?
— Irmão...
todos. — foi então que ele a encarou sem entender. O que ela
estaria aprontando? — É meio óbvio que estamos juntos, já que
uma festa. Contudo, quando seu olhar parou no dele, foi como se
tudo ao redor perdesse o foco. Eram apenas eles e aquele
para... — ele riu, e beijou sua testa. — É por isso que eu te amo.
— sussurrou, puxando-a para perto.
existia uma peça que era parte dos dois, e os fez se encaixar
novamente. Uma peça que não era a razão para se amarem, mas
VALÉRIA
situação toda, porque essa sou eu. — fiz uma leve careta. — Só
queria te dizer, que eu não vivi a vida que fizeram para mim, na
verdade... a vida aconteceu. Para mim e para Tadeu. A gente se
não sentir mais raiva ou mágoa com isso, mas... Até lá. Fique em
paz, Bia.
bom, fomos nós a sofrer por aquilo, e não queria mais. Não
mesmo.
quando digo que não há nada maior do que alguém que ame,
que tinha o meu nome. Suspirei fundo, mas nem por um segundo,
duvidei do que faria. Não mais. Tinha resumido grande parte de
Não mais.
pertencia.
E ele era o ponto de recomeço do amor que sempre me
pertenceu.
Errado.
Totalmente errado.
“Alguns garotos estão tentando demais, mas ele nem sequer tenta
Mais novo do que meus ex-namorados, mas age como um homem feito,
então
LISA
pensando nele.
segundo...
da manhã?
acontecendo?
mais alto.
— É sério. — olhei-o, buscando alguma brincadeira em seu
semblante, como sempre, mas não havia nada. — Preciso que
— Por ele.
Continua?
NOTA
��
Aline
CONTATOS DA AUTORA
Instagram: @alineapadua
Tiktok: @autoralinepadua
Twitter: @alineapadua
clique aqui
Ela queria não sentir nada, e não sabia o que ele fazia ali. Porém,
sabia que, nunca mais, lhe daria a chance de quebrar seu coração.
O irmão da minha melhor amiga (A REDENÇÃO)
clique aqui
SINOPSE
SINOPSE
Júlio Torres sabe que deixou uma parte de si para trás. Sua ex-melhor
amiga o odeia e ele, muitas vezes, teve o mesmo sentimento por si. Maldita
sombra!
Júlio sabe que não pode mais ignorar, porque ele não quer apenas a sua
melhor amiga de volta, ele a quer como sua.
Babi foge dele como o diabo foge da cruz. Entretanto, como fugir se
depois do reencontro e finalmente os pratos limpos, ela se descobre
grávida do seu ex-melhor amigo?
O BEBÊ INESPERADO DO COWBOY
SINOPSE
Se existe amor à primeira vista, Abigail Alencar e Bruno Torres
compartilham o completo oposto. Abi o detestou desde o primeiro momento,
e com o passar dos anos, o sentimento permaneceu. Bruno é o típico cowboy
cafajeste, arrogante e popular, que ela não suporta um segundo na presença.
SINOPSE
O Natal parou de ser uma data festiva, e tornou-se dolorosa, assim que
Maria Beatriz perdeu os pais. No entanto, nesse ano, tudo mudou e ela vai lutar
para que essa data seja ressignificada. Que ela possa sorrir na data, o tanto
quanto, um dia o fez, no passado. Assim, ela precisa que tudo saia PERFEITO.
Uma árvore de Natal destruída, enfeites perdidos pela casa, a ceia que
não vai chegar a tempo, um desmaio...
Será que ela terá o seu Feliz Natal ao lado dos Torres?
SINOPSE
Olívia Torres sempre teve em mente que para bom entendedor meia
palavra basta. Assim, quando se apaixonou perdidamente e descobriu que o
homem com o qual se envolveu era casado, o seu mundo perdeu o chão. Ela
apenas foi embora, sem olhar para trás.
Contudo, com Murilo, ela nunca pôde parar de olhar. Ainda mais,
quando descobriu que estava grávida.
[5] Trecho da canção intitulada Wish You Were Sober do artista norte-
americano Conan Grey – álbum: Kid Krow, data de lançamento: 2020.
[7] Trecho da canção intitulada When The Party’s Over da artista norte-
americana Billie Eilish – álbum: When We All Fall Asleep, Where Do We Go?,
data de lançamento: 2019.
[8] Trecho da canção intitulada New Rules da artista britânica Dua Lipa –
álbum: Dua Lipa: Complete Edition, data de lançamento: 2018.
[46] Kim Nam-joon, mais conhecido por seu nome artístico RM, é um
rapper, compositor e produtor musical sul-coreano. Tornou-se popularmente
conhecido por ser integrante do grupo sul-coreano BTS.
NOTA
PLAYLIST
SINOPSE
PRÓLOGO
PARTE 1
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XIV
PARTE 2
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVIII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XX
BÔNUS
CAPÍTULO XXI
CAPÍTULO XXII
CAPÍTULO XXIII
CAPÍTULO XXIV
CAPÍTULO XXV
CAPÍTULO XXVI
CAPÍTULO XXVII
CAPÍTULO XXVIII
CAPÍTULO XXIX
CAPÍTULO XXX
CAPÍTULO XXXI
CAPÍTULO XXXII
CAPÍTULO XXXIII
EPÍLOGO
EXTRA
NOTA
CONTATOS DA AUTORA
NOTA
sobre eles, e toda a história dos dois vai sendo arrastada com
“disse” e “não me disse” pelos outros dois livros dos Torres e o
primeiro dos Reis.
Boa leitura,
Aline Pádua
UMA GRAVIDEZ INESPERADA
SINOPSE
SINOPSE
Júlio Torres sabe que deixou uma parte de si para trás. Sua ex melhor
amiga o odeia e ele, muitas vezes, teve o mesmo sentimento por si. Maldita
sombra!
Júlio sabe que não pode mais ignorar, porque ele não quer apenas a sua
melhor amiga de volta, ele a quer como sua.
Babi foge dele como o diabo foge da cruz. Entretanto, como fugir se
depois do reencontro e finalmente os pratos limpos, ela se descobre
grávida do seu ex melhor amigo?
O BEBÊ INESPERADO DO COWBOY
SINOPSE
Se existe amor à primeira vista, Abigail Alencar e Bruno Torres
compartilham o completo oposto. Abi o detestou desde o primeiro momento,
e com o passar dos anos, o sentimento permaneceu. Bruno é o típico cowboy
cafajeste, arrogante e popular, que ela não suporta um segundo na presença.
SINOPSE
O Natal parou de ser uma data festiva, e tornou-se dolorosa, assim que
Maria Beatriz perdeu os pais. No entanto, nesse ano, tudo mudou e ela vai lutar
para que essa data seja ressignificada. Que ela possa sorrir na data, o tanto
quanto, um dia o fez, no passado. Assim, ela precisa que tudo saia PERFEITO.
Uma árvore de natal destruída, enfeites perdidos pela casa, a ceia que
não vai chegar a tempo, um desmaio...
Será que ela terá o seu Feliz Natal ao lado dos Torres?
SINOPSE
Olívia Torres sempre teve em mente que para bom entendedor meia
palavra basta. Assim, quando se apaixonou perdidamente e descobriu que o
homem com o qual se envolveu era casado, o seu mundo perdeu o chão. Ela
apenas foi embora, sem olhar para trás.
Contudo, com Murilo, ela nunca pode parar de olhar. Ainda mais,
quando descobriu que estava grávida.
SINOPSE
O triste é que aquele velho ditado se tornou real em sua vida:
Valéria que amava Tadeu que amava Bianca que amava Murilo, que não
amava ninguém. Desde que seus olhos pousaram em Tadeu Reis, Valéria se
apaixonou. Não sabia dizer se era pelo olhar escuro enigmático, o sorriso que
ela queria tirar daqueles lábios cerrados ou o fato de ele ser tão atencioso com
quem amava.
Porém, Tadeu apenas tinha olhos para outra mulher, e Valéria escondeu
aquele sentimento no fundo de sua alma, tentando matá-lo durante os anos
que se passaram. Uma coincidência do destino, os coloca frente a frente. Ela
sabe que ele é errado, mais do que isso, uma grande mentira, porém, seu
corpo não resiste.
E uma noite com o homem errado não é o fim do mundo, certo?
Para ela, tornou-se um outro começo, já que terá uma parte dele
consigo, para sempre. Valéria está grávida do homem que não a ama. E não
pretende deixá-lo descobrir.
PLAYLIST
um pouquinho das músicas que inspiraram este livro. Caso não consiga ter
mentira?
“Amigos são como duas almas em um só corpo. Não se machuque,
No futuro
LISA
pensando nele.
segundo...
mais alto.
— Por ele.
mandei.
passada.
Eu conseguiria vê-lo se casar e ser feliz com outra pessoa?
conta da fala simples, que para mim, de simples não tinha nada.
“E assim foi
ANTES
LISA
logo...
— Torça para que sim. Faz tempo que não encontro nada
praguejar. — Te odeio.
nosso apartamento.
interior, mas ainda assim, nunca senti que poderia de fato perder
aquela amizade.
Era como se eu tivesse encontrado a minha alma gêmea
fraterna, e era o bastante para mim. Nunca pensei que uma alma
gêmea necessariamente viria de bandeja como um
ninguém interessante.
— Sozinha?
imaginar.
Muito bom.
LISA
ereto. Eu estava nos meus saltos altos, mas ele ainda assim era
maior. E eu continuava a olhá-lo sem crer no quão bonito ele era.
Lisa.
como sempre.
me surpreendia por ele morar, não pela forma como suas roupas
— Igor...
de te torturar, deusa.
dele.
Não sabia dizer como, mas quando estava tão perto, mas
naquilo, mas sim, dos lábios dele pairando nos meus. Meu gosto
na sua boca, e então, na minha boca. Gemi, sentindo-o
acontecia ali.
A verdade é que
IGOR
levar um susto.
por ali e mal conhecia o meu próprio imóvel. Fui para o banheiro
social e me tranquei no mesmo.
tenho nenhuma regra cafona de não dormir, mas ela... Cara, ela
tem algo diferente.
Mas e Elisa?
de como o seu nome era tão lindo quanto ela. Por mais que eu
apressei.
procurando.
— Impaciente?
no quão bonita ela era. Em tal patamar que eu não sabia como
alguém poderia ter tais detalhes.
barba em seguida.
meu jeito, mas eu sabia que era realmente algo novo para eles.
Eu sempre fui o número 3 daquele trio, e eles me mandavam
a boca para dizer uma gracinha, mas ele bateu com o pano de
prato antes que o fizesse. — Como eu fui tão cego e não percebi
mundo. — fui incisivo. — Mas não vou negar que tem algo
diferente em relação a ela.
cuidados.
fossem assim.
Mas tentaria.
Por ela.
“Não se emociona
LISA
em seguida. — O quê?
— Ele...
Meu celular vibrou e antes que eu pudesse pegá-lo dentro
da bolsa, Babi foi mais rápida, já que o acessório estava do lado
postar a foto em que estamos nós quatro? Ela adora falar da vida
você estava?
com Iara, que foi uma fofa, e me convenceu a ficar para o almoço.
— Eu acho que ele quer que você o siga... E talvez, mais do que
isso.
— Eu não sei por que fiz tudo isso. — respirei fundo,
colo. Ela então cheirou meus cabelos e notei seu sorriso. — Pelo
menos o xampu dele é bom.
imagem.
O fato de ele parecer ser tão rico, mas ainda assim, sabia que os
Reis estavam além daquilo.
focar nisso. Ele pareceu ser um cara legal, até você descobrir o
sobrenome.
naquela época.
Peguei a almofada e joguei-a em sua direção. Ela gritou e
correu para o corredor, já adentrando o seu quarto. Sorri para o
nada, e mesmo que quisesse negar o que fosse, vi-me apenas
Mas como o faria se parecia tão bom apenas conversar com ele?
Merda!
CAPÍTULO V
IGOR
Era estranho me sentir tão leve e tranquilo após uma noite sem
mudavam, não é?
que ela precisasse colocar para fora. Que ela se permitisse cuidar
de nós.
sorte de até hoje ter confiado nas pessoas certas. Talvez fosse o
indagava sobre.
— Quem é ela?
mesma bufou.
sobre a foto que repostei com Lisa ao meu lado? Mesmo que
meus amigos estivessem na mesma, era meio óbvio que ela
algo sério, pelo que eu senti, já que nunca publica nada com
alguém além de nós, devia trazê-la para jantar.
abaixo. O quê?
— Quem é ela?
um sorrisinho.
mensagem para Lisa. Ela não tinha ideia do que estava fazendo
ao dar corda à minha irmã.
E a camiseta branca
Semanas depois...
LISA
Ainda mais agora que ela tinha se mudado de vez para o interior.
fosse você!
ainda mais, que transaria com ele, sem saber que era ele? Aliás,
lembrando que nunca me disse o nome do bendito.
E mesmo que ela negasse, era claro que ainda gostava dele. Mas
casa?
gastar com delivery, aquela pessoa era eu. — E Igor deve estar
no trabalho agora.
homem sem camisa na capa que você ama. — tive que revirar os
daqui.
companhia.
que Babi nem eu trazíamos homens ali. Contudo, Igor Reis não
era apenas mais um cara.
Nem de longe.
— Os reis do kpop.
seu peito. — Sei que ficou no trabalho até agora. — ele suspirou
como se resolvesse.
os conhecia.
IGOR
orelha.
era incomum que aquilo acontecesse, mas era raro Carol estar de
fato na empresa, já que ela detestava o trabalho ali. Mesmo que a
o olhar.
primeiro.
— Não podemos considerar o casamento... — fiz aspas
com os dedos. — de Murilo como o primeiro de nós.
suspirando fundo.
lado.
um segundo e assentiu.
que acha?
aquela porta.
Não por conta dos meus irmãos, mas sim, pelos outros
interligados a ele. Não perderia meu tempo pensando sobre quem
mão, e eu tive que rir, porque sequer notei que estava pegando
da dela.
irmã mais velha. Ela não era de toques e amor caloroso daquela
forma, mas nunca se negou a aceitar que era o meu jeito.
banco do carona, como boa mimada que era, que Tadeu poderia
assim que abri a porta para Verô entrar, e ela se sentou ao seu
lado. — Não vai entrar? — ele indagou, vendo-me parado do lado
de fora.
quando soube de Lisa pela primeira vez, mas não pensei que de
fato era sério. Verô queria mesmo conhecê-la? — Eu vou ver com
ela.
fora.
cansado.
estava apaixonado.
CAPÍTULO VIII
Escutando só besteira"[10]
LISA
— Não não...
lembrando-me daquilo.
estar entre suas pernas, e como nos outros dias, a visão dele,
experienciei.
confesso.
seus.
— Eu te dou, de graça.
pronta para corrigi-lo, de que não era o meu objetivo tal coisa. Na
verdade, o meu ponto alto naquela empresa era ser a
sobre mim. Ele tinha alguma relação com Igor? Mas o que ele
que tivessem várias por ali. — É algo anos 2000 do Silvio Santos?
nessa empresa.
que aprendi desde muito nova, era não aceitar de forma alguma,
eu não entendia.
sério. Não era possível ele ter tamanho poder? Mas quem de fato
era ele?
demito.
da... Respirei fundo, ainda dando uma chance para que ele
pudesse se explicar.
me demitido ou não.
Esperei por alguns minutos, encostada na frente do prédio
no banco de trás.
— Surpresa, cunhadinha!
insistiu em vir, acho que seria mais fácil te fazer não desistir do
jantar.
— Ah, o jantar...
Engoli em seco, quando minha ficha caiu.
que também parecia ter deixado para trás, era de fato seu pai?
O que eu faria?
CAPÍTULO IX
IGOR
respirar.
retrucou.
carro.
— O que foi?
preocupação.
— Não precisamos fazer isso se não quiser. — avisei, e
toquei seu rosto com minhas mãos. — Minha família pode parecer
complicada, em alguns momentos. Sei que é um passo que a
maioria dos casais dá, e acredite, quero dá-lo com você. Quero te
dar o mundo, Lisa. — assumi, e ela pareceu sentir o baque da
minha sinceridade em si, porque era a primeira vez que a via tão
exposta.
Lisa era tudo, menos uma pessoa que parecia poder ser forçada
a algo.
Lisa olhou pela casa, e era claro o brilho nos seus olhos.
Aquele lugar era lindo e tinha muito orgulho dele, ainda mais, por
saber como acabamos tendo-o. Procurei meus irmãos, e
encontrei os mais velhos na sala de estar. Eles poderiam ser
durões, mas eu sabia que estavam curiosos sobre a primeira
pessoa que de fato alguém apresentaria naquela família.
um prazer.
ela.
estranhei tal coisa, ainda mais, por ter nos chamado no carro
minutos antes. E por um segundo, só gostaria de conseguir
decifrar minha irmã mais velha.
leve toque de Lisa em minha mão. Verô não era de bancar a mãe
impertinente, a não ser que tivesse motivos para tal coisa. As
Para Verô tomar uma dianteira, fosse o que fosse, algo não
estava bem.
CAPÍTULO X
LISA
sim, indo até quem eu sabia ser meu verdadeiro chefe e exigindo
uma explicação. Contudo, era como se eu não soubesse como
dizer “não” para Igor, não após vê-lo tão dedicado ao que
estávamos construindo.
Como ela sabia? Seria ela parte do que jurei ser uma
pegadinha?
isso sim. Se aquilo foi um teste para saber se estou com Igor pelo
dar. Mas existem coisas exigidas para quem queira fazer parte
apareceu dizendo ser o pai dele. E por que estamos tendo essa
— O quê?
encarar seriamente.
finalmente para ele, notando que não poderia adiar tal conversa,
não depois de tudo ser jogado ao ventilador. Se fosse delicado ou
não, já estava explanado. — Ele disse que era o seu pai, Igor.
— Reinaldo está morto para nós, mas nós não estamos
com você.
— Filho da...
— Igor...
zero, sem entender como de fato parei ali. E olhando para Igor, eu
sabia a resposta. Mesmo que quisesse ignorá-la, por mais alguns
minutos.
— Certo.
fazendo o mesmo.
“Se eu estou morta para você, por que você está no velório?
IGOR
enfurecia-me mais. Não queria que Verô tivesse que lidar sozinha
com aquilo de novo. Não por saber que a vida toda ela o fizera.
lugar, Verô foi até ele e o derrubou com um soco. O homem caiu
fazer com que ela consiga de volta, mas não acredito que seja a
solução.
atenta por ele não ter agido nos últimos tempos. Vou tentar
resolver isso, Igor.
jurar que ela diria que não fez o bastante. Mesmo que ela
achasse que não, ela o fazia. Não tínhamos como estar cem por
cento atentos e viver nossas vidas, de acordo com o que os
de fato existia.
CAPÍTULO XII
LISA
— Senhora Reis...
ajoelhou a ela. — Devia estar assim para com ela, não comigo.
gargalhei.
aqui... — ele parecia furioso, mas quando seu olhar se voltou para
Verônica, tornou-se o de um cachorrinho, com todo respeito aos
cachorros.
para fora.
— Não pode simplesmente fazer isso! — o homem gritou,
muitos boatos correndo por aí. E talvez, coisas até piores, que me
privariam de ter um emprego melhor. Mesmo que estivesse
contente com o carma funcionando, sentia-me arrasada.
mulher que mal conhecia. Que eu sabia muito do pouco que Igor
compartilhou, e do quanto ela era importante para ele. Poderia
dizer que a admirava por tê-lo criado tão bem, ao mesmo tempo
que gostaria de nunca mais vê-la em minha vida.
Estar perto dos Reis, parecia ter tornado minha vida uma
nem me viu desabar na noite anterior, sem saber o que faria. Ela
estava no interior com a família, tentando resolver os próprios
problemas. Contudo, sentia falta de poder apenas receber o seu
abraço.
coisa.
Antes de decidir como conseguiria outro emprego.
escolha.
— Sei que está confusa com tudo, e pode ser que não
continue estando com ele, após isso. Ele gosta de você, Elisa. —
Era claro que ela não diria nada mais profundo, talvez para
não era apenas minha. Era da mulher que me faz ser quem eu
era.
— Ei, mainha.
plantei junto com ela, quando tinha apenas seis anos. Nós
questão era, que eu tive que vê-la partir, há cerca de cinco anos,
E eu não queria perdê-lo, mas eu sei que não posso dar esse
passo, não com ele. E se acontecer da corda arrebentar pro lado
agora.
IGOR
normal.
— Senhor Reis?
mais. Sabia do tempo que demoraria para ela vir do térreo até
aquele andar, mas ainda assim, não conseguia me controlar. As
dedos até ela. — Não foi você que causou isso, independente da
adorava.
E meu coração estava se despedaçando, mesmo que a
longe, Igor. — tentei disfarçar minha dor, para que aquilo não
pesasse sobre ela, mas parecia impossível. Doía tanto, saber que
— Eu vou sobreviver.
Porque ainda era fácil assim com ela. Apenas com ela.
— Talvez depois?
nos separando por não gostarmos um do outro, mas sim, por algo
maior que nós.
dois.
LISA
durante os dias que se passaram, por ter que escolher e ele não
comparação.
estando tão perto dele. Mas você veio aqui, mais uma vez,
apenas para tentar vê-lo de novo, minha mente criticou. E estava
certa, porque eu sentia tanta saudade, que me vi procurando-o no
— Igor...
— Eu sei que te prejudiquei, mesmo que não me culpe por
isso. — tentei cortá-lo, mas ele foi mais rápido, segurando minha
mão, e me desestabilizando por inteira. — Eu te amo, Lisa. — sua
Foi traumático...”
Ele era o meu amor, mesmo que não pudesse ser por completo,
naquele exato instante.
PARTE 2
quero” [17]
LISA
— Certeza? — o pai de Babi me perguntou, enquanto me
encarava seriamente. — Eu o vi com uma mulher no bar esses
eu conto.
ela era a torcedora número 1, que Babi não me ouvisse, para que
Igor e eu reatássemos.
sorveteria.
alto.
quanto mais mexer pra mim, mais vai ganhar presentes quando
crescer.
exagerando.
Babi voltar a se relacionar com Júlio Torres. — O tio Igor não quer
perfeitamente.
e ele levou uma das mãos ao peito, como se tivesse sido atingido.
gritou.
sorrindo.
IGOR
seu lado.
evitar percorrer o olhar por todo seu corpo. Porra, ela era perfeita!
era o único babando por ali. Seu olhar estava sobre meu corpo, e
foi então que entendi porque minha pele queimava, e não só pelo
— Não tem boate, mas tem aquele bar com karaokê que é
considerando.
mas só depois de Valéria ter o bebê. Então... Até lá, somos eu,
Carol e Verô, e os três gatos dela.
muito sentir o que ela sentiu, de quando olhar para uma pessoa e
sentir que preciso lhe dar o mundo. — ela parecia realmente
sonhadora.
pensativo.
Eu, ela e o meio do nada, era tudo tão mais fácil. Apenas
confortavelmente.
Verô mexeu no som, e quando uma batida alta começou, e
— O que tem?
— Carolina!
adolescente, e eu ri de lado.
gargalhou.
— Por isso que te meteu um pé na bunda. — provocou, e
mais.
atendendo.
jeito nenhum.
amamos.
obviamente chorando.
LISA
segundo...
acontecendo?
— Por ele.
mim.
próprio mundo.
mandei.
conta da fala simples, que para mim, de simples não tinha nada.
— Eles...
Ele então assentiu, e notei as lágrimas não derramadas em
seus olhos. Agora eu entendia. Agora, fazia todo sentido a sua
reticência em simplesmente falar sobre algo. Igor não era uma
amigo... Céus!
— Deusa...
adorava, mas sabia que não era sincero. Igor parecia, pela
primeira vez, quebrado. E parte de mim, estava da mesma forma,
IGOR
— Sim?
ardia no peito.
parece bem.
Theodoro.
— Ei!
me segurar.
— Theo?
entrei em pânico e... Corri até aqui. Não podia ter jogado isso
dessa maneira.
para família de Iara tentar tomá-lo. E ela foi bem clara, em uma
gravação que deixou, que não os queria com ele. — fechei os
com a cabeça.
cenário. Teria que sair dali, para estar ao lado da mãe de Carlos.
mão com força. — Mas quero que saiba que estou aqui, para
qualquer coisa.
— Igor...
Tentei sorrir para Carol mas estava acabado. A realidade
era que não teria como simplesmente fingir estar bem à frente das
— Carlos... Iara...
LISA
— Ei!
momento certo para dizer a ele, que tudo o que queria, era que
dizer a ele.
Ainda, eu sabia que ele conhecia outras pessoas. Poderia
estar com alguma delas. E eu, em alguns momentos, me vi
não era amor. Mas toda vez, eu voltava a estaca de sempre – que
amiguinha.
carinho da filha.
um Torres. Com toda certeza, eles estavam ali porque Igor era tão
presente nos almoços de família, por ser tio de Daniela, e ter a
nada com ela. Ainda mais, pelo fato de nós duas sermos
enroladas com algum dos Reis. Não que falássemos abertamente
mas... Pelo que Oli conseguiu saber por Murilo, vazou para várias
pessoas sobre Theo ter ficado para tutela de Igor.
dessa vez.
IGOR
irmão.
acidente.
perdido.
nos parou.
cima e para baixo. Ele era o único herdeiro, o que deixava tudo
consumia.
disse que Theo está com elas. Carlos não tem irmãos e a mãe
dele já é de idade...
ombro.
me mata por dentro. Como eu posso ser uma boa escolha assim?
nada agora, muito menos falar sobre isso, mas... Estamos aqui,
nem que seja para chorar e colocar tudo para fora.
aproximava. Sabia que a maior perda que ela viveu, foi nossa
avó. Mas nunca a vi admitir tão abertamente algo relacionado
àquilo, mas parecia claro sobre quem ela falava. — Você vai
entender como seguir em frente, em algum momento.
dei conta, estava tão surpreso quanto ela. Minha cunhada vinha
ao lado do meu irmão, os cabelos ruivos-escuros chamando
atenção por onde fosse. Ela parou à minha frente, e tocou meu
rosto, do jeito que costumava fazer quando éramos mais novos.
notei que Valéria estava pronta para arrastá-la dali, antes que
mais olhares parassem sobre nós. Não me surpreenderia se a
Fontes!
Aquela voz.
sempre, inconfundível.
— Babi está com ele. — falou e sua mão veio para o meu
— Lisa...
incrédulo. — O quê?
— Obrigado, eu...
figura para Lisa, e sabia do tanto que ela abria mão, apenas por
estar ali comigo, como minha parceira.
— Igor?
Procurei a voz baixa e um pouco falhada, que eu conhecia
até ela, que segurou minhas mãos. Ela já estava em uma cadeira
história.
novo.
BÔNUS
TADEU
— Valéria...
fazendo uma festa em sua barriga. Ele adorava quando ela mexia
Valéria.
Elas não se viam há anos, e a mulher não parecia
demonstrar qualquer sentimento diferente de interesse nítido nas
salão, porque era claro que ela não pararia por ali, em uma
aconteceria.
porque nunca segui o que impôs para nós. — notei então que
rua.
com carinho, vendo que por mais forte que ela parecesse, foi algo
que nem ela esperava. — Depois de tanto tempo... — eu a vi
sorriu levemente.
ensinou que não preciso ter medo... de nada mais. — minha mão
foi em automático para sua barriga, e senti o exato segundo em
— Um Fontes-Reis.
de terminar.
CAPÍTULO XXI
“E é difícil estar em uma festa quando me sinto como uma ferida aberta
É difícil estar em qualquer lugar hoje em dia quando tudo que eu quero é
você” [25]
IGOR
em você.
Sua admissão me fez questionar do que falava, apenas me
aceitando adentrar àquele universo.
eu nunca pensei que odiaria tanto uma cor. — Aliás, vou colocá-la
e cantar.
ela estava tão atenta a mim, mesmo não deixando evidente, que
seu olhar mudou por completo. — Obrigado por estar aqui, Lisa.
— Já volto.
ficando mais leve. Não saberia dizer como, mas após sentir o
gosto doce de um morango, meu corpo todo pareceu relaxar.
— Papai!
— Sei que é difícil agora, mas vai ter que nos deixar ir. —
— Iara...
— Eu...
mim mesmo.
— Igor!
qualquer lugar.
deitar novamente.
— E Theo?
— Sim.
tentar. Era sobre aquilo – tentar. Por ele. Por Carlos. Por Iara. Eu
tentaria.
CAPÍTULO XXII
LISA
queiram ajudar.
— O que tem?
pessoal valer mais que o seu próprio trabalho, não merece o seu
aos céus, assim como eu. — Hoje dou graças por ter saído
— Também te amo.
ventos que estaria com ele. Mas ele estava certo sobre aquilo?
agindo de acordo com o que sentia por ele, mas ele, estava
desesperadamente tentando preservar o que restou das pessoas
que amava. E eu uma pessoa na qual confiara tal coisa.
olhando. E foi quando pensei pela primeira vez, que Theo gostaria
de algo. Sorri, trazendo o ursinho até o balcão e então escolhi o
“Quando estou com medo do mundo, quando cada parte de mim dói
Então, por que você está se escondendo de mim, só está piorando” [27]
IGOR
o momento em que esteja pronto para que ele seja criado na casa
que os pais dele escolheram.
fato viveria com Theo. Theo e Lisa, no caso. Eu sabia que todos
eles estavam me dando opções, com o objetivo de me ajudarem,
novamente, e torcia para que fossem juntas com a água, para não
chorei de novo.
aproximei, sem ser notado por nenhum deles, percebi que era a
— Igor.
mal dormia, porque toda noite, sentia seu corpo ao redor do meu,
como se me protegendo. Ela estava lá, mesmo que não me
dissesse que o faria. Theo em seu colo, ainda reclamando, como
se pronto para uma birra para vir para os meus braços. Como eu
conseguia saber tão bem daquilo?
— Eu sei, Verô.
ela era para mim, sabia que conseguiria honrar meus amigos.
amanhã, certo? Já que tem pressa para conseguir não dar brecha
para perder Theo.
Péssimos fuxiqueiros!
voltando.
seus tios.
meu peito, soube que valia a pena ter voltado a tentar. Por eles,
valia por completo.
CAPÍTULO XXIV
LISA
fiz, até o seu quarto. Não me era mais estranho aquele lugar, e
sim, pensar que eu tinha tamanha intimidade agora, de conhecer
Eu...
— Igor do...
sobre ela.
— Que time, Carolina!
nós dois.
foi até ele, segurando seu braço. — É que queria perguntar onde
Lisa estava. — então me encarou, como se fosse a sua salvação.
— Se precisa de ajuda para empacotar as coisas, se vai fazer
IGOR
enfeites favoritos.
ela.
para trás.
tempo.
pelúcia que Lisa lhe dera. Ele não o soltava desde o momento em
que o ganhou. — Ele parece muito mais descansado que você. —
acusei, e ela fez uma leve careta, voltando-se comigo para fora
se instaurou.
românticas.
— Vamos fazer isso dar certo, seja o que for que estamos
dormir.
Viu só, Carlos? Viu só, Iara? Eu vou ser bom para ele. Era
absorto, não sabia se pelas frutas que ela lhe dava, enquanto
estava sentado na cadeirinha alta, que descobri ser chamada de
Talvez os dois.
em meu braço, assim que passei ao seu lado. Não pude evitar,
deixou embasbacado.
não sabia o que era sexo de fato depois de tê-la perdido? Ela
só...
rainha da tortura.
— Igor Reis!
— Vamos apenas dançar com essa música que eu não
LISA
casarmos.
Assinei os papéis, sem pensar muito, com minha decisão já
bem tomada desde o segundo em que lhe disse que estaria ali.
Senti o olhar de Igor sobre mim, e o encarei. Ele estava em um
óbvio que não me queria fazer assinar aquilo, mas eu sabia que
era o respaldo para que não existissem lacunas onde perdesse
Theo.
rondavam.
levantando-me.
Antes que pudéssemos sair do escritório dele, ainda em
seu apartamento, senti sua mão me parar. Oli fez um sinal com a
e eu assenti.
olhar.
— Eu...
ser definido apenas por aquilo. Porque nós dois éramos mais,
antes mesmo de tudo virar de cabeça para baixo.
combinando.
Foi então que ele colocou para fora da camisa social
— Sementes?
— Disso, eu duvido.
Sorri, e era como se todos ali soubessem que por mais que
não fosse um casamento tradicional, como eles ainda fariam, ou
já tiveram. Ainda assim, era algo a ser celebrado. E no fundo, eu
me via contando sobre aquilo para Theodoro no futuro, e
conseguia até vislumbrar seus olhinhos verdes surpresos com
cada detalhe.
segurar levemente.
— Eu encontrei. — admiti em voz baixa, apenas para mim,
IGOR
que for para se adaptar à nova rotina com Theo e Lisa, sério!
salário dele. — ri, sabendo que ela com certeza o teria feito. —
Ele sabe sobre tudo, incrível!
tempo.
agradecia aos céus por não ser como os bebês da idade dele que
assisti em alguns documentários.
papel. — Só não digo que é como Verô porque fui a última, então
bebês, mas...
trás, se gabando.
— Eu vou...
surpresa. — É meio feio, eu sei, mas pode dar amor que ele
aceita.
— Te odeio, Barbie.
— Também te amo.
certo com Theo – o wrap sling. Já tinha visto Iara usar algumas
vezes, mas nunca me atentei de fato, em como poderia ser
prestativo aquilo.
dali.
posso levá-lo.
— Poderia ser hoje? — indagou, surpreendendo-me. — Sei
que tem o seu trabalho e talvez não esteja com ele, mas... A
LISA
ocorria.
em uma festa de caridade. Não que acredite ser tão casual assim,
já que agora, sei porque ela me disse, aleatoriamente... — fez
— Reinaldo te procurou?
que tinha seu direito e para mim, era o suficiente. Contudo, esse
homem veio me contar como se eu devesse fazer algo com a
informação.
emprego.
— Eu me demiti. — vi-me falando, e ela assentiu, como se
já estivesse informada.
Reis, e o resultado não seria nada bonito. Não para ele, daquela
vez.
assim.
era maior, mas eu sabia muito bem como derrubar alguém duas
vezes o meu tamanho. Um detalhe que ele agora saberia.
quiser, sobre quem quiser, mas não sobre eles. Não ouse abrir a
boca para falar sobre eles. — Bati-o novamente, para reafirmar
ele pensou que estava tudo sobre controle ou que eu seria uma
presa fácil. — ele então arregalou os olhos, como que surpreso.
não quis reagir. Ainda mais, porque levaria Igor e toda sua família
aquele homem.
mudava completamente meu humor. — Fico tão feliz por ele voltar
a tê-la.
Te vejo já.
— Até!
“Sobre os alvoroços
IGOR
o que sentia por ela, ainda explodia por cada poro de meu corpo.
eu sou.
vocês...
Olhei sem entender para ela, e senti o olhar de Lisa sobre o meu,
paz tão grande, que entendi que era hora de olhar para eles
mas acredito que escolheram entregar essa carta para mim, para
que pudesse ser claro o bastante, do quão sério eles estavam
essa situação, eles não poderiam estar mais felizes, por terem
deixado Theo com alguém que lhe dará o amor que eles só
puderam proporcionar-lhe por um curto período.
minha testa.
— Queria que pudessem ficar mais, mas realmente, estou
— Boa noite!
— Ok, garoto.
de que ela se lembrava de tudo que nos levou até ali. Que já era
amor, muito antes. Lisa se afastou, e vi-me indo até a poltrona na
era que nunca estaria pronto para aquilo. Assim como, nunca
dar força.
bem com você, e aposto, com cada ano que nos conhecemos,
Eu sinto muito por não estar mais aí, para continuar sendo
mas sou grato por cada segundo que construímos essa amizade.
estar sendo um bom pai para ele, que ela lhe passasse essa
como um pai. E temos muita sorte por isso. Então, seja qual for a
Se eu não estou aí para ser o pai dele, por que não você?
Ou melhor, você deve estar se perguntando, por que eles me
Theo.
Theo.
lendo isso, saiba que está tudo bem. Porque eu tenho você. Iara
dele.
Ao lado deles.
IGOR
finalmente chegando.
ele no colo.
questão era que ele agora era pai de dois, Tadeu pai de um, eu...
— Já volto.
de Lisa aqui.
rosto.
mesmo.
deusa.
LISA
queria esganá-los.
casa que os pais dele queriam que ele estivesse, mas até lá... —
toquei sua mão com a minha, e me surpreendi quando me puxou
cobre tanto.
— Igor...
— Não?
— Não?
eu te amo.
mim.
— O quê?
— Esperei o momento certo de colocar isso para fora. —
senti suas mãos em meu rosto. — Te tive tão pouco, te perdi por
— Casa comigo.
— O quê?
esperar.
a fazer.
— Acorda, deusa.
Pensei que seria mais um dos sonhos das várias noites
minha língua.
— Igor...
vim pra cá, e ia te deixar dormindo, mas... Tão perto de você, tão
quarto. — Quantas?
pouco.
si. — Isso não vai ser longo, romântico e com pétalas de rosa,
tive que buscar sua boca, para gemer alto contra ela. Ele parecia
se segurar também, e o aperto em cada parte do meu corpo
cada parte do meu corpo, em que ele tocava cada limite, a gente
se encontrou novamente.
aquilo.
Era mais.
Sempre foi.
CAPÍTULO XXXII
IGOR
policiais dizendo meu nome. Meu corpo sendo segurado por eles.
Os corpos cobertos pelo plástico preto. Tentei fechar os olhos e
— Não é real!
direto para a casa deles. Que eu não os veria mais todo sábado
Ninguém.
me assolava.
favor, não!
— Igor!
— Igor!
levantar.
— Não sei como um dia vou contar isso para ele. — falei,
sobre a dela.
— Como pode me ler tão bem? — perguntei, e ela veio
para mais perto, aconchegando-se. Não era apenas a nossa pele
que estava sem qualquer peça, eram as nossas almas. Com Lisa,
— Lisa...
mais romântica, mas eu quero que saiba, que vou estar aqui, da
meu peito.
— Eu vou.
— Tem certeza? — indagou, claramente preocupada.
uma forma de ele demonstrar a falta que sentia dos pais. Não
tinha como ter certeza, mas eu sabia, que estaria ali para ele.
Sente falta deles, não é? — sua mãozinha veio para o meu peito,
como se estivesse me entendendo. Ao menos, a gente entendia o
LISA
Marido.
Ri sozinha por pensar sobre. Olhei de relance para a
profundamente.
chamada de vídeo.
— O quê?
parque.
contra os entornos.
Olhei-o embasbacada.
— Sementes?
Ele levantou o envelope de dentro de bolsa da calça e eu
assenti. Guiei o caminho até a árvore minha e de mainha, e
coloquei a manta de piquenique que trouxera, e que era minha
meu coração.
— Lisa...
Carlos e Iara?
por pensar tal coisa. Porque a realidade era que ali, me sentia tão
próxima a ela, como se tivesse a certeza de que sabia de cada
eu sei. — Igor falou, e meu olhar era todo dele, enquanto Theo se
agarrava ao meu colo, e parecia genuinamente interessado em
fazer parte. — Mas eu amo, Lisa. Assim como, amo Theo. Assim
isso. O que me fazia rir. Igor Reis era genuíno. Em cada trejeito e
calça.
de uma deusa.
— Igor...
éramos? — Se me permitir, quero ser aquele que vai estar lá, seja
para discutir sobre quem é o vilão do dorama antes de qualquer
suspeita, seja para dançar e beber por uma noite toda, seja para
qual ele deslizou o anel que eu sequer sabia do que era feito,
conhecemos.
— Eu te amo.
Pausa, e diz
preparou para a história de amor que lhe seria concedida. Ela não
pensava naquele amor como algo conquistado, porque sentia, no
mais profundo do seu ser, que com ela e Igor era o clichê de “era
seu lado, que lhe confidenciaram, que Igor fez questão de ir até
eles, e lhes pedir permissão para ser o marido dela.
correr pra que Lisa viesse logo até ele. O que não fazia sentido, já
Um filho.
sobre sua própria história, mas sabia que aqueles eram os seus
escola, que era muito sortudo. Tinha os papais que estavam nos
prever.
— Obrigada, filho.
— Obrigado, filho.
amor de uma mãe não era definido pelo laço sanguíneo, porque
Mas seria mentira dizer que não foi difícil apagar a culpa de sentir
Eles estavam.
soube que eles o fizeram muito tempo antes. Quando ela aceitou
sua mão naquela balada, e transformou sua vida para sempre.
Não era e nem seria um amor à primeira vista. Era o amor que
eles esperavam, mesmo antes de saber que o faziam.
CAROL
Bruto insensível!
Olhei-o incrédula.
lado.
— Franco.
focar na realidade.
então notei que eram muito escuros. — Só vamos até lá, faço
meu irmão.
— Ok, senhora...
porque ela sempre foi clara sobre assinar contratos sem ler de
fato. E eu era uma coração mole do caramba. Por aquilo, eu
estava noiva de Alfredo Lopes.
me encarando-o debochadamente.
— Prefiro o silêncio.
Continua?
NOTA
ao lado dos Reis (tem babado pra vir, em), não esqueça de
avaliar Igor e Lisa, e claro, falar do nosso Theo.
Aline
CONTATOS DA AUTORA
Instagram: @alineapadua
Tiktok: @autoralinepadua
Twitter: @alineapadua
[18]
Trecho da canção intitulada Style da artista norte-americana Taylor Swift –
álbum:1989, data de lançamento: 2014.
[19] Trecho da canção intitulada Same Old Love da artista norte-
americana Selena Gomez – álbum: Revival, data de lançamento: 2015.
[24] Trecho da canção intitulada Call It What You Want da artista norte-
americana Taylor Swift – álbum: Reputation, data de lançamento: 2017.
SUMÁRIO
NOTA
PLAYLIST
SINOPSE
PRÓLOGO
PARTE 1
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO VIX
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XV
PARTE 2
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVIII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XX
CAPÍTULO XXI
CAPÍTULO XXII
CAPÍTULO XXIII
CAPÍTULO XXIV
CAPÍTULO XXV
CAPÍTULO XXVI
CAPÍTULO XXVII
CAPÍTULO XXVIII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XXX
CAPÍTULO XXXI
FESTA DA JAS
EPÍLOGO
EXTRA
NOTA
caminho, a gente vai ver que podem ser mais parecidos do que
Boa leitura,
Aline Pádua
UMA GRAVIDEZ INESPERADA
SINOPSE
fazenda que fica ao lado das antigas terras de sua família, tornou-se um
homem bruto e fechado, que quando aparece na sua frente, ela já sabe
criança sonhadora!
No meio das voltas que a vida dá, uma noite de prazer os marca. E a
INESPERADA.
CEO INESPERADO – meu ex melhor amigo
SINOPSE
Júlio Torres sabe que deixou uma parte de si para trás. Sua ex
melhor amiga o odeia e ele, muitas vezes, teve o mesmo sentimento por
Babi foge dele como o diabo foge da cruz. Entretanto, como fugir
SINOPSE
segundo na presença.
novo dos Torres, porém, ele sempre pareceu ficar ainda mais animado em
confrontá-la. Se existe algo sobre Bruno que ela conhece bem, é que ele
ano, ela só consegue pensar que ele quer algo. Bruno jura que está ali
apenas para tirá-la do sério, como sempre, mas tudo acaba por mudar,
dispostos a cruzá-la?
FELIZ NATAL, TORRES
SINOPSE
vai lutar para que essa data seja ressignificada. Que ela possa sorrir na
data, o tanto quanto, um dia o fez, no passado. Assim, ela precisa que tudo
saia PERFEITO.
Será que ela terá o seu Feliz Natal ao lado dos Torres?
Esse é um conto natalino, narrado na visão de Mabi e Inácio (do livro
Uma Gravidez Inesperada), onde você poderá passar essa data tão
SINOPSE
descobriu que o homem com o qual se envolveu era casado, o seu mundo
perdeu o chão. Ela apenas foi embora, sem olhar para trás.
Contudo, com Murilo, ela nunca pode parar de olhar. Ainda mais,
quando descobriu que estava grávida.
poderia voltar a sentir algo. Entretanto, bastou um olhar para Olívia, para
ele compreender que ainda existia uma chance. Chance essa, que se
SINOPSE
não amava ninguém. Desde que seus olhos pousaram em Tadeu Reis,
Valéria se apaixonou. Não sabia dizer se era pelo olhar escuro enigmático,
o sorriso que ela queria tirar daqueles lábios cerrados ou o fato de ele ser
Para ela, tornou-se um outro começo, já que terá uma parte dele
consigo, para sempre. Valéria está grávida do homem que não a ama. E
SINOPSE
mais.
um pouquinho das músicas que inspiraram este livro. Caso não consiga ter
Os opostos se atraem.
Carolina Reis queria jurar que isso estava errado, mas não
pôde evitar a forma como seu corpo reagiu ao cowboy bruto e
destino.”[1]
PRÓLOGO
Como é sentir
Verdadeiro e real?
O que eu farei
CAROLINA
Eu me lembrava do exato momento em que conheci
Alfredo Lopes – ou apenas Nero. Ele era alguns anos mais velho,
seria fácil gostar dele. A realidade era que eu queria gostar dele.
Queria me apaixonar, desesperadamente. Queria viver um amor
ainda era muito cega para enxergá-los. Não enxergava nada além
para ser mais exata, quando completasse vinte e seis anos, caso
no meu vestido rosa. Era o meu dia e o meu momento. Eram mais
do que meus quatro irmãos ali agora, na Mansão Reis. Eu tinha a
“E eu nunca (nunca)
Serei a mesma”
Você me encontrou"[3]
CAROLINA
O lado bom de nascimentos dos sobrinhos próximo ao meu
aniversário de vinte e seis anos era que Verônica não teria tempo
para perder sabendo da minha presepada. Eu tinha duas opções:
horas até a casa dos meus irmãos. Se havia algo que nunca
pensei que gostaria, era do ar do interior. Mas até naquilo, eles
ficando ainda pior. Meu gps já tinha morrido e jurei a mim mesma
Babaca!
Voltei minha atenção para a estrada, e freei com tudo, ao
— Cacete!
uma maldição.
daqueles?
Eu tinha o celular em mãos, já procurando área, quando
— Diacho!
Foco, Carolina!
— Qual a graça?
você?
— Por nada.
Seu tom era tão ríspido, que fiquei surpresa. Não tocada, já
que era pra lá de acostumada com tons de voz como aqueles. E
tudo o que conseguia fazer era rir da cena.
Bruto insensível!
lado de fora.
Olhei-o incrédula.
— Franco.
focar na realidade.
meu irmão.
— Ok, senhora...
me encarando-o debochadamente.
— Prefiro o silêncio.
o clima entre nós ainda pior. Contudo, com ele de costas para
mim, inconscientemente, uma coisa permeava meus
CAROLINA
— Eu tenho nome.
parou o passo.
voltou a andar.
saltos. O lado bom de ter irmãos que moravam no interior, era que
me acostumei a andar para lá e para cá, na terra batida ou mato,
de salto.
assentindo.
Merda!
torcer que fosse uma árvore, mas era ele. Cada parte do meu
corpo o reconheceu, e engoli em seco, sem conseguir disfarçar a
sensação. Quando levantei de fato o queixo e consegui encará-lo,
estava ali. Pare com isso, Carolina! Disse a mim mesma, e sem
pensar duas vezes, o empurrei, afastando-me do seu toque.
— Inácio?
homem à minha frente. Quem diabos era ele para achar que
poderia falar sobre a minha família? Sobre não querer ser como a
gente? A gente era uma bagunça, mas era uma bagunça incrível!
encarando.
Ele abriu a boca para dizer algo, mas nada saiu, como se
— Eu não acredito!
olhar.
Filha?
Eu apenas fiquei ali, parada, sem saber o que fazer e sem
reação.
— Ela é...
— Pode ter certeza de que com muito mais respeito que você.
fez dar um pulo para trás. Pisquei algumas vezes, e foi quando
— Não precisa...
ambas.
— Minhas princesas ao resgate chegaram. — falei, e me
afastei da pequena, que não era tão pequena assim, já que
poderia ter quase a minha altura. Mas também, bastava olhar
para o pai dela que sabia de onde vinha tanta altura. — Foi um
prazer, Jasmine.
— Eu quero!
Minha voz mal saiu, mas sabia que ele tinha escutado, e
então, fui direto para o banco de trás, ignorando qualquer olhar ou
fala que ele não deixaria sair.
Assim que o carro saiu, fiquei presa à visão de Jasmine
agarrada às pernas do pai, com um sorriso de orelha a orelha.
Enquanto ele, parecia encarar o carro, assim como os meus
Ela é porrada
FRANCO
tinha tirado minha filha dali e sumido pelo mundão. Mas ela tinha
direito de, ao menos, viver no lugar que a mãe tanto sonhou para
ela.
com certeza saberia o que fazer, ou como tirar o irmão mais velho
da nossa cabeça.
que aquela sigla significava, mas apenas pelo carro que ela
dirigia, e a despreocupação, a forma como parecia ser a dona de
— Prontinho!
— Sei que ela pareceu legal, e o que fez foi legal, mas não
quer dizer que pode...
senhor?
era que eu nunca de fato tive tal sentimento. Nem mesmo com
Pâmela. Não da forma que talvez Jasmine fantasiasse que foi.
— E se um dia for?
Sabia que ela não desistia tão fácil, mas não tinha ideia do
que se passava na cabeça de Jasmine muitas vezes.
mês.
comigo.
estrada.
— Então a tia Barbie fez você se esquecer de um bezerro
fugido?
CAROLINA
— Perfeitinhos, não é?
droga!
— A boca, Carolina.
Igor.
careta.
dormir.
tinha.
vamos conversar.
Pela forma que ela falava, não parecia ser sobre Alfredo, o
Foco, Carolina!
— Igor?
um.
completo.
E cobrar caro.
CAPÍTULO V
CAROLINA
confessei. — Estar lá, não era só pelo trabalho, era pra que ele e
você pudessem estar com Theo e... Bom, agora, não tem mais
patético.
Era difícil falar sobre aquilo, ainda mais, porque não era
mas sim que fosse feliz, tudo desandou. Não tinha mais
motivação para estar lá. Porque eu criei a rede de hotéis de Reis
o meu.
— Franco Esteves?
— Pode parar — falei, e ela riu de lado. Ela e Igor eram tão
parecidos, que eu entendia por completo do porquê estarem
casados e serem os melhores palhaços de todos. — É só um
bruto insensível.
— Opostos se atraem?
olhar. — Não que ele seja ruim ou algo assim, só... só coloquei
expectativa em algo que nem existe.
questão era que Daniela, agora promovida para irmã mais velha,
era apenas uma. E sempre sobrava algum de nós na casa, sem
fazer nada.
toa.
— Alô!
mas fiz uma nota mental de onde era. — Ok, fica falando comigo
ok? Não desliga, de forma alguma.
— Não, só...
Corri pela porta, e dei um leve aceno para minha cunhada,
em explicar nada. Só consegui chegar a um dos carros do meu
irmão, que como sempre, felizmente, tinha a chave ali dentro. E a
— Jasmine...
— Oi. — sua voz era tão fraca, que me doía por dentro.
— Não saia daí, ok? — falei, e ouvi seu “sim” bem baixo ao
gente... não canta uma música? Pro tempo passar mais rápido e
nem perceber que já estou chegando?
— Eu...
da linha.
singelos
De sonho e de sangue
E de América do Sul
Um tango argentino
CAROLINA
— Eu...
— Ora ora!
fora dali.
— Carolina?
Nero, que deveria ser duas vezes maior que aquele homem. —
Apenas tira esse cara da minha vista, se não vou quebrar a cara
dele.
— Ok.
bati na porta.
Toledo ou...
certeza... Seus cabelos são ruivos, iguais aos do meu irmão mais
velho.
— A senhora tem irmãos? — perguntou, e praguejou um
diacho. — Quer dizer, você tem irmãos?
Murilo. — Eu tenho tios, mas eles não moram tão perto... E minha
Então era assim que ela falava sobre a mãe ter falecido?
Ela parecia tão adulta ali, claramente encarando assuntos tão
deliciados.
né?
— Jasmine...
— Eu amo cavalgar.
assentiu.
de óbito.
CAPÍTULO VII
FRANCO
últimos dias. Que me fez sair correndo por ali e ainda dar de cara
com a tal Carolina Reis.
claramente preocupado.
peito.
mas daí quando voltou, disseram que viram a Jas saindo com
uma moça loira da cidade... Acho que uma tal de... Cleo... Carla...
— Carolina? Carolina Reis?
das coisas por aqui e manda Lara voltar, que eu mesmo vou
resolver isso.
algum lugar?
— Diacho de patricinha!
expediente.
— E aí, sumido?
— Diacho!
— Quem é você?
menos duas semanas. Que ideia era aquela de mentir para sair
de casa de tal forma?
como respirava.
— Papai?
— Eu...
— Ela só estava tendo um momento bom com a gente, não
a culpe por isso.
direção.
— Acho que não foi um bicho, mas sim... uma certa Barbie.
— Vamos conversar.
não vai acreditar. — seu dedo veio para o meu peito, e fiquei
imóvel. — Não sei o que tem contra mim, bruto insensível. Mas
o meu erro. Quando a toquei para então afastá-la, meu olhar saiu
do seu, e parou em toda ela. E toda ela, estava praticamente
Ela então abriu a boca para responder, mas apenas lhe dei
as costas, indo até Jasmine, que já estava quase pronta, pelo que
notava.
de vacas também.
mais a longe no lago. Sabia por cima das histórias que contavam,
mas tudo o que acontecia com um Torres naquela região, era dito
em algum lugar. Então não precisava de muito para crer que
vou...
a culpa em seu olhar. — Vai me contar tim tim por tim tim, e está
— Mas...
dessa mulher.
notei que Carolina nos seguira até ali, e me encarava com certo
brilho no olhar, como quem diz “vou acabar com a sua vida”. E eu
não sabia dizer como, conseguia lê-la tão bem. Esperava que
estivesse apenas errado, e que daquela vez, não voltasse a vê-la.
Não mais.
CAPÍTULO VIII
CAROLINA
— O quê?
tronco ao meu lado. — Por que parece tão invocada com isso?
— O que eu perdi?
— Feio também?
dos Esteves por aqui sempre foi boa. São em quatro irmãos,
— No mesmo nível!
e eu fiquei inconformada.
sua frente.
— Igor sabe bem com quem se casou. — olhei-a incrédula.
Algo mais?
— Tá tocando BTS!
— Precisamos conversar.
que Igor resolveu aparecer, com o filho deles a tiracolo, que usava
um minichapéu de cowboy, que me fez derreter por completo. Vi-
sempre.
e o pegando.
atender. — O que diabos ele quer? Dizer que eu não sou uma
mulher de verdade?
perguntei, já em alerta.
duas semanas por ter mentido e saído de casa sem dizer nada.
sem evitar.
cerrados.
— E isso te fez vir falar com alguém que jurou não querer
mais perto da sua filha?
Carolina!
— Então tente mais! — falei por fim, sabendo que
precisava ficar longe dele. — Tente descobrir por sua filha. Como
você mesmo disse, eu não tenho nada a ver. Boa noite, Franco.
FRANCO
— Jas...
comer mais?
alguém capaz. Não quero ter que ligar de novo, pedindo socorro
para alguém.
— Filha... Me conta o que houve. — pedi novamente, e ela
negou com a cabeça, empurrando a cadeira de volta para o lugar.
música.
— Jas...
mudar.
fossem necessárias.
de Carolina Reis.
Se eu tivesse sorte...
CAROLINA
— Merda!
você surgiu?
incrível.
porque eu realmente tinha nojo era do homem que fez aquilo com
sorrisinho.
— Então ele sabe agradecer... — cruzei os braços, e então
não a suporto.
meu corpo.
meus.
— Eu não falo...
Foda-se.
FRANCO
naquele instante.
bagunçado.
castigo.
Ela então deu passos para longe, e por puro reflexo, vi-me
deixaram marcas.
Diacho!
forma tão... tão certa. Mesmo que não fizesse sentido algum.
Apenas aquilo.
Mais nada.
CAROLINA
toque dele, que me assustava. Não era como nenhum outro. Não
foi algo que esperei.
— Você...
Virei-me, encarando a distância do lado até ali, e então,
voltei meu olhar para Nero. Ele não estava com os óculos de
grau, e me perguntei, se ele realmente precisava dos mesmos.
certo?
tranquilo.
— Obrigado, mesmo.
que era meu e de Verô por aqueles dias, e quando fechei a porta
atrás de mim agradeci a todos os astros, por ela não estar ali. E
rezando para que demorasse onde quer que estivesse na casa.
CAROLINA
— Hora boa?
que era um alívio para todos. Porque a realidade era que todo
seu lado.
— Fiquei sabendo...
interessada.
perguntei a mim mesma o real motivo de estar ali. Era pelo carro,
um simples beijo.
Era aquilo.
Não vim para provar para mim mesma que era apenas uma
Não.
notei que a prova não seria encontrada. Mas sim, a atração que
ainda gritava por todos os poros, e me segurei, para mais uma
vez, apenas não dar as costas e fugir, antes que fizesse alguma
besteira.
CAPÍTULO XII
Apenas pense
FRANCO
Nenhum sentimento.
Fome dela.
maldito beijo?
gritou.
piano.
que houve.
intervenção, e tive que me segurar pela primeira vez, para não rir
da mesma. Porque ela arrebitou ainda mais o nariz que parecia
até o meu braço. Era por aquilo que eu evitava me envolver com
mulheres próximas à minha casa, e mesmo assim, ainda poderia
— Barbie!
lugar.
bom... De nada!
Simples assim.
CAROLINA
— A você, tia.
seu olhar.
— Então, só me acompanhar...
Piada despreocupada
Café à meia-noite
A luz reflete
“E assim continua
em palavras...”
— Sério?
verdade.
— Ouviu, papai?
por um corredor. — Por que não aproveita que Carolina está aqui
e lhe mostra a casa? Vou ver se temos café da tarde.
segundo.
quarto.
Ela então me fez subir as escadas com ela, e então notei
Ela então foi até o final do corredor, e abriu uma porta, que
nada. Foi então que notei as cores escuras nos lençóis, como se
mesma.
— Isso é...
— Sensacional, né?
sempre.
redor, desconfiada.
abraçar.
confissão me doeu.
meu lar, que a cada dia, parecia ficar mais vazio. — A Mansão
Reis é linda também.
— Da sua família?
[19]
CAROLINA
estavam grávidas.
encarar.
agora...
verdade.
— Eu já volto e você tranca o quarto, e só sai, quando eu
bater. — fiz um sinal com os três toques que daria, e em seguida
também.
— Mas, tia...
mim?
que ela viesse e trancasse a porta. Assim que ouvi o trinco, vi-me
bem que era um show barato. Ninguém que tem a guarda de uma
criança, por lei, precisaria de tudo aquilo. Ele fazia o show porque
— Quem é você?
— O quê?
— Mas, mãe...
— Promete?
— Carolina...
— Carolina...
mais.
azul e verde. Respirei fundo uma, duas... talvez dez vezes, ainda
foram boas.
CAPÍTULO XV
você
FRANCO
celular que sabia não ser o dela, estava em suas mãos, e ela o
seu sono.
tudo, de como ser um bom pai. Eu não tivera um, e não tinha
com ela, enquanto pude, que aprendi. Aprendi que minha filha
afastando-me.
depois?
celular, e os fones.
mais alta do que antes, devido aos saltos. — Se não quer destruir
os Toledo, posso te ajudar a encontrar uma brecha.
— Não!
Mas deve ser complicado para um homem viúvo, bonito, rico, com
uma filha... toda essa parte da confiança e de não confundir as
coisas.
entender.
com ela.
Era um bom plano, repetia a mim mesma.
mim.
— Eu...
nervoso.
derreteu.
Talvez, aquele fosse um péssimo plano para mim mesma.
PARTE 2
CAROLINA
Abri a porta da casa do meu irmão, e então, encontrei Verô
errado.
— O que houve?
Jasmine, acho que garantem a fazenda toda para si. Não sei ao
certo quem está por trás de tudo isso a fundo, mas tem o cara – o
ameacem.
Consegui voltar, mas não quero que ela também tenha isso. Que
ela perca o poder sobre si mesma, por conta do passado.
raramente era.
neutra.
— Verô...
ter certeza.
foto dele com Jasmine no perfil. Sorri, tocando a foto, sem poder
seguida.
poderosa minha irmã era. Porém, eu sabia que aquele poder tinha
um preço. E não tinha ideia do quanto ela pagou de fato, e o
FRANCO
— Papai?
também se foi.
executou.
Não quero que crie alguma ilusão de que Carolina vai ficar para
sempre.
quebrado daquilo. — Sei que ela não vai ser minha mãe, papai.
ajudando.
pareceu entender.
tudo...
levei para dentro. Aqueles momentos com ela, valiam mais do que
qualquer coisa no mundo para mim.
CAROLINA
logo se recompôs.
ele. — E fui eu quem deu o apelido de Barbie para sua tia aí.
molhada, e não saberia dizer se era suor ou água, mas sabia que
Seis gominhos.
interior?
nos encarando.
Ardentes!
Carolina.
entrar...
— Tenho que correr, bebê pequeno e esposa, mais dois
ligar.
minha cabeça. — Acho que vou ter que usar mais protetor e
comprar um chapéu como esse.
ficar aqui.
principalmente, o testamento.
— Como...
ajudar.
— Não está em dívida comigo, nunca — assumi,
encarando-o profundamente. — Como disse, faço isso pela
precisou.
certeza, não. Nem tínhamos intimidade para tal coisa. — Ok, onde
vou ficar?
Franco Esteves.
CAPÍTULO XVIII
Eu sei que vou ficar com você, então vou no meu tempo
CAROLINA
você gosta ou não em casa, para que eu não faça nada que te
incomode ou...
gente, mas... Sei que pode ser minha amiga, mesmo quando
das mãos ao peito. — Está pedindo para Carolina Reis lhe ajudar
a dar uma festa? Assim, mas, “a festa”?
era mais alta que ela, também, pela ajuda dos saltos.
deveria ser um pouco mais velho que eu, talvez uns vinte e oito, e
me encarou de cima a baixo.
dizer que era uma acordo que tinha com Franco para ser a tutora
de Jasmine e os livrar dos Toledo, certo? — Namorada do Franco.
— foi o que saiu, e notei Jasmine disfarçar uma risada.
queixo, dando de cara com aquele rosto, que daria tudo para
dizer que era feio, mas o homem parecia esculpido. O que eu não
Não foi uma escolha inteligente não usar sutiã naquele dia.
Porque aquele breve contato, me fez tremer por completa, e não
de um modo ruim. Vi-me tentando cruzar os braços e disfarçar, e
fique à vontade.
longe dali.
— Carolina?
— Certo.
nada saiu.
— Claro.
CAROLINA
isso?
— Mamãe pediu que eu aprendesse tudo o que pudesse,
vou perder.
meus, e era muito bonita. — Olhei para a foto de uma mulher que
parecia a versão mais velha de Jasmine, só que com olhos
branco atrás.
casado. Não que pudesse julgá-lo pelo seu jeito atual, mas era
como se entendesse que ele era fechado demais para se
demais, às vezes.
fofa e querida?
— É ela.
— Não falo tão mal deles por conta do papai tentar honrar a
memória da mamãe, mas... — deu de ombros. — Eles são
péssimos, todos eles. Do meu tio Alberto, o qual sempre aparece
— Por quê?
— Porque ele ficou sem reação. — Olhei-a esperando por
mais. — Ele parecia ter calculado todas as pessoas que poderiam
julgar a gente, e jurei que ele compraria alguma arma para nos
proteger.
FRANCO
Eu estava exausto.
por todos aqueles quatorze anos, mas a realidade era que sexo
casual com alguém que queria simplesmente o mesmo, era fácil.
minha presença.
mas ela parecia apenas tentar deixar as coisas mais simples. Ela
já estava me ajudando e sem pedir nada em troca, o que eu
com força e quis negar aquela sensação. Passei a mão pelo rosto
e tentei não pensar muito a respeito, mas era impossível.
Sabia que a ver todo dia, debaixo daquele teto, não seria
fácil.
CAROLINA
— Sempre, papai.
dele bem baixa, que deveria ser o tom que a fazia claramente cair
quarto. Era tão estranho como tudo acontecia entre nós, mas ao
— Podemos conversar?
Porra, Carolina!
Sentei-me bem na ponta, e tentei parecer completamente
natural. Levei as mãos até meus joelhos e minha mente se
perdeu um pouco. Por que eu sentia que podia falar sobre
conta de tudo. Se não fosse por ela, aos dezoito anos, abdicar de
tudo pela gente, e lutar pela gente... Eu não estaria aqui, com
encontrei utilidade.
nós cinco.
assim.
olhar se perdeu bem ali, e tentei dizer a mim mesma que não
Mas quando ele se virou de fato, e o sorriso estava ali, foi como
se eu desmanchasse como uma criança.
erradas do meu coração. Elas não podiam bater por ele, não
mesmo. Não depois que as minhas expectativas de amor terem
discretos.
chapéu novamente.
Jas, que me pediu para ajudá-la. Pode ser que nos livremos dos
olhos. — Carolina!
não quero. E vai entender que nunca faço o que não quero.
— Mimada?
mais?
— Apenas... obrigado. — notei então sua expressão
para mim.
acordo?
Apenas ele.
CAPÍTULO XXI
CAROLINA
impedir.
— E sobre a Capital...
parece certa sobre o poder da sua família, mas não vou arriscar a
Jasmine ir para lá e nunca mais voltar...
para o aniversário.
— Franco, eu posso...
sobre mim.
lado.
vezes, acordando, e fui até Igor, fazendo uma careta quando ele
temos.
hoje!
Esse é o meu papai, Murilo Reis. — ela falou, levando Jas para o
desde criança.
— É um prazer, Jasmine.
respiração. — Ele tem essa cara de mau aí, mas é igual ao seu
pai, todo derretido. Tipo um ursinho carinhoso,
Ursinho.
Olhei-a indignada, e ele me deu aquele olhar de “vou te
mãozinha dele.
— Val e Oli tão acordadas? — perguntei, e ela assentiu. —
Vou subir, então.
claramente curioso.
pai dela foi próximo de Inácio Torres, algum dia, e que os Torres
eram conhecidos por todo o lugar, mas ainda assim, ela vivia
cabelos.
ali, encarando-nos.
outros tios para conta. Nero apontou com a cabeça para o quarto
da frente, e não me surpreendi ao encontrar Verô, Abigail e
Valéria ali dentro.
pequena.
Jasmine.
FRANCO
nada visual que fizesse sentido naquele lugar, mas dali, de onde
Diacho, Franco!
Ela fugia.
focar nela.
queria também.
que tinha fôlego, para ver se acalmava não só o meu corpo, mas
o meu coração que batia desenfreado.
CAROLINA
da cor do chapéu que não saía de sua cabeça. Por que eu ainda
fantasiava com aquelas coisas?
Pelo menos eu estava com meus fones de ouvido, e Luan
Foco, Carolina!
largas nuas.
É lance ou amor?...”
instante.
Franco passou as mãos pelos cabelos e os colocou para
trás, e eu só me vi caminhando para mais perto do lago, ao notar
que ele andava na outra direção. E naquele meio segundo,
sair, se não...
— O quê? — indaguei, empinando meu queixo e ficando
ainda mais próxima.
me para si, e logo senti meu corpo em choque com o seu, todo
Eu queria mais.
ambos guardávamos.
Quando sua boca voltou para a minha, levei minha mão até
o zíper do seu jeans, um grito me fez travar no lugar, e não pude
evitar o gemido de frustração.
mas com certeza, não nos viu ali, porque parecia mais estar
às suas coisas.
— Depois, Carolina.
CAPÍTULO XXIII
CAROLINA
de Jas.
Meus pensamentos ainda estavam tomados pelo que
com o tio Juan faz uns dois anos, ela é com quem eu mais falo.
fez perceber que por mais que nossa irmã tentasse, não
NATAL, com Verô junto. — Sei que é difícil entender agora, mas
vamos ser só nos quatro para comprar árvore, ok?
arregalei os olhos, minha ficha caindo, de que eles iriam ali mais
tarde. — Esqueceu-se do jantar, Carolina? — a mulher conseguia
entender até o meu silêncio.
simplesmente.
nada ciumentos.
Minha casa?
— Umas 19h.
tentava não ser controladora, mas era. — Até mais tarde, Jas.
Desfez a ligação após Jasmine falar “até“, revirando os
olhos. De repente, uma grande decepção me acertou. Meus
irmãos estariam para o jantar e poderiam demorar ainda mais...
sem entender.
tempo... só que vai ter que treinar comigo e com meus irmãos
esteja a caminho...
claro que ela queria muito mais que dar aulas para Jasmine. Mas
gostoso.
mas se tiver a aula, não vai dar tempo de treinar os saltos comigo,
— Há alguns anos...
— Entendi. — Guardei a água novamente na geladeira. —
meu?
FRANCO
aquilo.
Jasmine comentou?
— Eu sabia que você viria antes, por isso catei Murilo e vim
mas até tínhamos tentado nos manter. Porém, tudo foi ladeira
abaixo quando começamos a ficar adultos. A responsabilidade e o
peso da vida adulta, fez-nos separar, quase que por completo.
de estar no mesmo lugar que eles, ela era o motivo de eles ainda
me verem.
porta atrás de si, e ouvi seu grito de “o que pensam que estão
fazendo aqui?”. Virei-me para Jas, que estava vestida com suas
roupas favoritas, que eu sabia serem, porque ela sempre me
assim, para ficar quase tão alta quanto você. — falou, e vi-me
segurando seu braço e a girando no lugar. Ela riu, e logo veio
para mim.
CAROLINA
acontecia agora.
Verô sobre você não gostar dele de cara ou a forma como lhe
respondeu quando ele apareceu... — tocou levemente meus
ombros. — Eu amo a mesma pessoa desde os dezessete, Carol.
machucar, eu o destruo.
um fungar, e lhe dei a língua. Murilo riu ao seu lado, e sabia que
Tadeu me segurou.
de sua boca. Era raro, mas tão raro, que meu coração se encheu.
Ela só o fazia, quando parecia não conter a própria felicidade. E
Mas e ela?
acenei para eles. E mesmo assim, vendo o meu lar indo embora
dali, eu não me senti abandonada ou sozinha. Quando me virei, e
E se...
E se...
não o fazer?
— Bom, tem algumas pessoas... — deu de ombros, e sabia
que falava dos tios paternos e maternos.
me esperando.
meu corpo todo gritar pelo seu toque. Cada parte que quis negar,
Seu olhar desceu para o meu e sua boca pairou na minha. Seus
maneiras de fugir. Mas bastou sua mão tocar meu rosto, e trazer-
me mais para si, que todas elas se dissiparam.
minha.
CAPÍTULO XXV
CAROLINA
quarto.
Senti-me sendo depositada na cama, e sua boca buscou a
minha mão ao seu peito, e trouxe uma das suas para o meu,
que seu olhar tinha sobre o meu corpo. Ao mesmo tempo que
parecia o dono da situação e se desfazia em um gemido rouco
uma das mãos veio para a minha nuca, puxando os cabelos ali, e
expondo meu pescoço. A outra mão estava em minha boca, a
outra história.
Era real.
— Papai!
— Jas?
para não rir alto, da forma que queria. — Ela deve ter ido correr.
jurava que ele deveria estar quase tendo uma síncope ali.
não durar.
FRANCO
pudesse me entender.
vista. Não porque ela me recordava o povo que temia. Não era
por aquilo. Era pelo meu coração que errou uma batida quando a
seguir para casa, para encontrá-la. Seria natural desejar que ela
melhor, com Jasmine. Mas como me culparia pela forma que ela
mim.
Aquela voz...
esperto me tomar. Ela era tão bonita. Diacho, tudo nela era tão
poderia parecer gritante, mas era tão ela, que a fazia única para
mim.
naquele dia, e eu não tinha ideia do que mais combinava com ela.
Tudo parecia combinar. Eu combinava com ela?
careta.
usou antes foi Jasmine. Aquele acessório era muito mais do que
aquilo, significava o elo de união que restava com meus irmãos. E
foi o primeiro presente que ganhei, quando adolescente.
tão fácil, que me vi culpando-a por estar tão aberto naquele dia.
Os olhos de Carolina brilharam e era como se ela
entendesse.
em seu nariz.
— Te conto depois...
— É?
os pés. Ela gemeu baixinho e eu sorri, pela forma como seu corpo
correspondia ao meu de imediato.
— Eu sou o safado?
Diacho!
CAROLINA
irmão de Franco estivera ali. Ele nunca dormia com ela? Pelos
Franco seria estranho, mas não o era por nós dois. Nós dois
parecíamos estar tentando o que quer que fosse aquilo. Porém,
olhando-me.
— Franco...
irmão dele agora, por que ele não te ajudaria? — perguntei, e ela
me proteger.
pesar por ela. Claramente perdida e sem rumo, bem ali. Levantei-
meus. Ele não precisou dizer, mas eu sabia que teríamos uma
CAROLINA
— Carolina Reis.
te encontrar, Carolina?
que...
Vamos ter que reincidir esse contrato — falei, poderia jurar que a
reconhecer.
— Por que está nervoso? — perguntei, aproximando-me
e ele respirou fundo. — Não sei por que, mas minha intuição grita
que tem algo aí.
— Como Jas já deve ter te contado, somos em quatro –
— Espera...
tinha ideia de que ela era a moça rica de quem ele gostava. Juan
nunca foi aberto sobre nada, então... — deu de ombros. — A
Esteves.
engravidei era a mulher que meu irmão, que era meu exemplo e
tudo mais, queria. E eu não podia deixá-la sozinha, ela tinha
acabado de ser deixada pela família... Só que eu era só um peão,
Ela disse que a gente podia começar uma vida aqui, e tentarmos
ser bons pais. Quando os Toledo e Juan descobriram, foi outro
caos. Ela se negou a casar com ele e todo o resto, e eu fiquei
falou direito depois disso, e meus outros irmãos fizeram como eu,
tentaram apenas ir cada um para o seu lado...
um, sou dois. Quando me leva consigo, leva Jasmine junto. E tem
toda uma história familiar por trás, dos Toledo que você está me
ajudando, e dos próprios Esteves... Não posso te pedir para
zona que são os Reis, você que vai sair correndo... — ele me
Franco. — falei, deixando meu peito aliviado por colocar para fora.
— Mesmo que a gente estrague tudo, eu vou continuar amando
você.
mataria para ter. — E para de sorrir desse jeito, que me faz perder
a pose de patricinha insensível.
— Você tirou a minha pose de cowboy frio e bruto. — Seus
organizado.
CAPÍTULO XXVIII
CAROLINA
primeira vez, parecia sem vida própria. Eu nunca tinha dito tais
palavras a alguém. Como o faria? Como era se sentir exposta
assim?
mais ninguém. Era um dos fatos que era tão parecida com ele.
apenas sorria.
primeira vez.
— Eu estou no centro...
— Aconteceu algo?
passe de mágica.
— Verô...
— Mas Carol...
assustou. Ela apenas fez uma aceno para Guta, que parecia
perdida em tudo aquilo.
cuido delas.
nunca tive medo disso, porque sei que pode ser quebrado, mas...
E se Franco souber e...
quando se apaixonasse?
tão fora de área quanto o dele. Será que... Será que ela estaria
próxima a ele?
FRANCO
— Patrão!
hospedando?
Hospedando?
— Futura sogra.
CAROLINA
— Franco, eu...
segundos depois.
foder.
— Não devia ter vindo até Franco. — falei de uma vez, sem
me importar. — Não tinha nem que me procurar, já que eu avisei o
que seria feito. Eu não vou casar com Nero, se não entendeu isso
ainda.
— Mas...
— Verô...
— Franco...
calaram.
valer mais do que qualquer outra vida que teria. Ou tenha vivido.
A forma como ele transformava onde eu estivesse, em lar, apenas
por estar ao seu redor.
Era mais.
como seria.
casamento, Carolina. Por que te julgaria por ter assinado algo tão
era tão... Tão único para mim. Diferente de todo caos e bagunça
E lutam as guerras
palavras"[36]
CAROLINA
— Vem cá.
— Eu confio em você.
segurando ali.
— Segura forte.
cavalo desacelerar.
sorriso de presente.
nossos dedos. — Pâmela dizia que era o lugar que ela mais
sentia paz, em toda fazenda. E por isso, quando soube que era
tempo não precisava ser apenas sobre quando ela estava viva. —
Apertei levemente sua mão. — É estranho mas, eu a amei ao
decorrer dos anos com Jasmine. Eu a amo pela história que ela
me permitiu ter, pela filha incrível que temos, e pelo tanto que ela
lutou por isso. Eu a amo por ter intercedido com meu irmão mais
velho e os outros, para que a data favorita que eu tinha, quando
garoto... quando ganhei esse chapéu de Juan... — suspirou
que me tira do sério, até quando me deixa todo bobo por você...
— trouxe-me para mais perto. — Não sei como estão as coisas
Ele riu alto e tirou o cabelo que caiu sobre meus olhos,
ajeitando-os no chapéu que era dele.
— Eu sabia!
paralisou.
CAROLINA
— Filha...
— Jas...
— Eu fiquei esperando quando iam me contar. — falou, e
puxava para perto das flores. — Você pode dizer se não se sentir
— Eu vou.
destino.
— Sim?
— E aí você apareceu...
— Isso é o quê?
por tudo. Porque por ela, eu tive a chance de encontrar algo tão
verdadeiro.
noite, Franco.
Ela deu um leve aceno de cabeça, e ele apertou a aba do
chapéu.
chapéu e colocou sobre o meu colo. — Acho que agora não é tão
importante assim o que os advogados vão achar ou não nos
papéis, já que estamos juntos.
sei o pouco de inglês que sei, por conta de Jasmine. Mas espero
que não saia tão ruim, e bom, foi a parte que sei que faltou para
batida.
seu piano pela primeira vez, e ele guardou. Era claro que ele
Lar"[38]
CAROLINA
nosso casamento.
casamento?
tratava do outro.
antecedência.
me derreti toda. — Não tem uma pessoa que não disse para mim,
que são lindos juntos.
— Senhorita Reis...
— Senhora Esteves. — Franco corrigiu um dos
organizadores da festa, e cutuquei-o com o braço.
chegou.
assentiu, mas ainda parecia muito nervosa. — Seu pai vai estar lá
com você.
alto.
Minha família.
realmente...
casamento.
— Que casamento?
saber de algo.
— O quê?
— Tia.
realidade.
música que ele cantava para ela. Porque era a música que cantei
junto a ela. Porque era uma parte deles, que se tornou, parte de
mim.
como seria, dizer em voz alta, cada parte dos seus votos. Ela
poderia imaginar, como Franco a encararia, e como ele reagiria,
depois dos anos juntos, em que finalmente, ela deixou que ele a
ficava cada vez mais difícil. A cada um deles que aparecia, uma
para sempre, cada palavra que eles lhes ofereceram naquele dia.
pessoa – Verônica. Ela que lhe permitiu ter uma família real, e
levaria ao altar.
— Você está linda. — Jasmine falou, encarando a bela
mulher à sua frente, que desde quando entrou em sua vida, era
verdade é que tinha tanto medo de estragar tudo, que não o fiz.
senhora sabia, o que tanto pedi, por todos esses anos... Que eu
tivesse a chance de ter uma nova mamãe. Que eu soubesse que
Senti aquilo que eu tanto pedi desde pequena. Senti que havia
encontrado minha outra mamãe. A que vai passar comigo, tudo
aquilo que a senhora tanto queria.
— Mamãe.
encontrava cada detalhe dele. Então ao saber que seria pai pela
segunda vez, o homem de um metro e noventa, quase sufocou no
terno sob medida que usou especialmente naquela ocasião. E foi
tomarem.
comum.
mas decisivas.
VERÔNICA
— Pode parar de fingir, senhora Lopes — falei, e então a
mês.
— O quê?
semana.
arrepender.
Continua?
NOTA
Aline
Árvores Genealógicas TORRES-REIS
[1] Frase da telenovela sul coreana It's Okay to Not Be Okay.
lançamento: 2019.
americana Taylor Swift – álbum: Fearless (Taylor’s Version) From the Vault,
Halsey.
[9] Trecho da canção intitulada Tristeza do Jeca da dupla sertaneja
Halsey.
2021.
Olivia Rodrigo.
kids.fandom.com/wiki/Hyunjin>
Ludmilla.
2021.
NOTA
PLAYLIST
Sinopse
01
02
03
04
05
06
SINOPSE
PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
EPÍLOGO
EXTRA
NOTA
Contatos da autora
NOTA
livro. Mas caso não se importe com spoiler, você pode arriscar ler
Boa leitura,
Aline
UMA GRAVIDEZ INESPERADA
SINOPSE
fazenda que fica ao lado das antigas terras de sua família, tornou-se um
homem bruto e fechado, que quando aparece na sua frente, ela já sabe
criança sonhadora!
No meio das voltas que a vida dá, uma noite de prazer os marca. E a
INESPERADA.
CEO INESPERADO – meu ex melhor amigo
SINOPSE
Júlio Torres sabe que deixou uma parte de si para trás. Sua ex-
melhor amiga o odeia e ele, muitas vezes, teve o mesmo sentimento por
Babi foge dele como o diabo foge da cruz. Entretanto, como fugir
SINOPSE
segundo na presença.
novo dos Torres, porém, ele sempre pareceu ficar ainda mais animado em
confrontá-la. Se existe algo sobre Bruno que ela conhece bem, é que ele
ano, ela só consegue pensar que ele quer algo. Bruno jura que está ali
apenas para tirá-la do sério, como sempre, mas tudo acaba por mudar,
dispostos a cruzá-la?
FELIZ NATAL, TORRES
SINOPSE
vai lutar para que essa data seja ressignificada. Que ela possa sorrir na
data, o tanto quanto, um dia o fez, no passado. Assim, ela precisa que tudo
saia PERFEITO.
Será que ela terá o seu Feliz Natal ao lado dos Torres?
Esse é um conto natalino, narrado na visão de Mabi e Inácio (do livro
Uma Gravidez Inesperada), onde você poderá passar essa data tão
SINOPSE
descobriu que o homem com o qual se envolveu era casado, o seu mundo
perdeu o chão. Ela apenas foi embora, sem olhar para trás.
Contudo, com Murilo, ela nunca pôde parar de olhar. Ainda mais,
quando descobriu que estava grávida.
poderia voltar a sentir algo. Entretanto, bastou um olhar para Olívia, para
ele compreender que ainda existia uma chance. Chance essa, que se
SINOPSE
não amava ninguém. Desde que seus olhos pousaram em Tadeu Reis,
Valéria se apaixonou. Não sabia dizer se era pelo olhar escuro enigmático,
o sorriso que ela queria tirar daqueles lábios cerrados ou o fato de ele ser
Para ela, tornou-se um outro começo, já que terá uma parte dele
consigo, para sempre. Valéria está grávida do homem que não a ama. E
SINOPSE
mais.
SINOPSE
Os opostos se atraem.
Carolina Reis queria jurar que isso estava errado, mas não
pôde evitar a forma como seu corpo reagiu ao cowboy bruto e
este parecesse ser no mínimo uma década mais novo, com olhos
pouquinho das músicas que inspiraram este livro. Caso não consiga ter
shinzou wo sasageyo
subete no gisei wa
E te proteger
Até amanha
Do seu lado."[2]
O pai não era grande coisa, mas ainda assim, Pedro foi
aquele que herdou seu primeiro nome e era aquele que tentava
frente da mansão dos Reis, apenas com cinco palavras: ela é filha
de Rodinei.
Foi Pedro quem acordou naquele dia, e quando abriu a
manhã, mas ele não tinha ideia em que momento o bebê foi
deixado ali.
sem ter ideia do que estava fazendo de fato. Ele sentiu um olhar
— Aquela vadia...
calou de imediato.
era baixa, mas com toda certeza, ela se controlava. — Sabia que
irmãos.
Quando o resultado ficou pronto, Pedro olhou para a mãe e
pediu que ela abrisse.
Pedro tinha apenas vinte e dois anos, mas parecia carregar muita
coisa consigo, principalmente, o peso do sobrenome. — Eu só...
Aquela não era uma pergunta que ele esperava, mas o que
o surpreendeu de fato, foi ele ter uma resposta já na ponta da
encontrou.
Ela era a filha que ele não sabia que um dia desejou, mas
ela o era. E foi naquele instante que ele soube que daria o mundo
e tudo de si por ela.
— Filho...
Você pode dar uma festa cheia de todo mundo que você conhece
nunca os via.
como funcionava.
e a vovó. Ela era uma criança feliz, tinha tudo, e estava mais do
que animada para o seu primeiro dia escolar. Ela era esperta e
O que ela não sabia, era que naquele dia, eles receberiam
forma como ele parecia ter ganhado na loteria. Não era do feitio
do irmão, e ele sabia. Ainda mais que Reinaldo odiava crianças.
com ela. Ele nunca o fazia, mas antes que pudesse perguntar, foi
pega no colo pela madrinha e levada escadas acima.
acabou passando.
— Irmão...
— É mesmo, pacotinho?
que já parecia suar pelo tanto de camadas, e disse que era pai. E
perguntando se ele queria ser pai também.
Ele sabia o quanto doía em Pedro não ser tão próximo dos
irmãos como gostaria. Não da forma como Sérgio era com Yumi.
Roberto o invejava. Reinaldo o odiava. O único que parecia sentir
careta da filha. — Mas logo você vai poder ficar mais próxima a
ele, já que ele vai ficar com a gente por um tempo.
ambiente.
Era aquilo.
mesmo queriam.
pais.
Ela os criaria.
Cedo demais."[4]
menos, o citava. A não ser, para se gabar para outros que tinha
Reinaldo, mas era algo que ele apenas não trazia à tona. Não era
de fato importante, não para o jogo que ele queria ganhar. Ele só
precisava de alguém com seu sangue, nada mais. O resto,
— Pacotinho.
perder. Verônica poderia ter trinta anos, mas ele sabia que a
Além de uma conversa breve que a avó teve com ela, quando
saíram de casa.
perigosos.
— Te amamos, pacotinho.
os pais, como eles faziam com ela. Sabia que a forma que cada
um deles tocava em seu rosto, quando diziam que a amavam, era
amo.
nauseada.
A sensação ruim não passava desde o momento em que
Pedro, Sérgio e Yumi saíram. O que ela não esperava, era que no
segundo em que atendesse o telefone, na realidade, fossem seus
— Filho...
— Não...
Porque por mais que Rodinei não fosse perfeito, ele era o
admirador número 1 de quem Pedro era. Ele amava o irmão,
não porque não os amava, mas porque ela queria dar-lhes uma
vida melhor. Ele demorou a entender o que Pedro tão facilmente
ela mais amava na vida. Ela perdeu o único filho, que algum dia, a
amou de fato.
— Vovó!
escadas e seu olhar parou no tio mais novo, que ela não via há
ela não tinha ideia, naquele momento, era que a partir dali, seriam
dela.
tempo que Regina teria que prepará-la. Regina sabia que era
pedir demais para qualquer um estar em seu lugar, mas sabia
que pensava sobre, ela apenas queria que a neta ficasse longe
de tudo aquilo.
Ela viu Yumi ter que se esconder em outro país por medo.
Ela viu Rodinei dizer que ela não o veria mais, mas ele as
Reinaldo a odiassem.
— Olha só...
pensava.
— Acho que está na hora de apresentarmos nossos
filhinhos para a alta sociedade, pensarmos em acordos e...
aquela dinâmica, mas ela sabia que não poderia deixar seus
irmãos saírem dali.
— Rodinei?
ficaram sozinhos. Ela sentia muito por eles, porque eles nunca
saberiam como era ter pais tão maravilhosos. Não como os que
ela teve.
Sérgio tornaram Verônica a pessoa que ela era. Uma pessoa que
se importava e que sabia o que era o amor verdadeiro em uma
família.
E ela sentia o mesmo com cada um deles. Esperava que
Era Natal.
lugar em que ela passou a viver assim que Pedro adotou Verônica
e se casou. Ele preferiu deixar os outros filhos, que tanto
desejavam apenas o dinheiro, com a mansão ainda maior na qual
deixou uma regra clara em sua mente, e para aqueles que amava
– que eles não fariam o mesmo. Que eles se casariam por amor.
sentia ansiedade por ser, algum dia, uma mulher tão forte quanto
sua avó. Ainda que, já tentasse ser forte pela mulher que ela via
pais, Regina sentia falta de uma maneira que não poderia ser
mensurada.
Natal.
grande, que entendia que o amor que tanto entregou aos filhos,
Regina, por mais que tentasse mostrar que ele não tinha culpa,
ao mesmo destino.
o embrulho colorido.
Noel viesse. Ele já tinha onze anos, e sabia que era apenas uma
historinha de criança, mas concordou, para que seus irmãos
ela ouviu a voz que tanto sentia saudade, e que agora, ela
passava a compreender um pouco, do porquê não estar ali.
— Oi, pacotinho.
Natal, madrinha!
posso me proteger.
conheci...
para voltar.
Ela ficou em coma por meses. Ela perdeu parte da sua sanidade
após aquele acidente. Ela... Ela poderia apenas sofrer mais ao se
— O meu é incrível!
— O meu é mais!
desconforto.
tem tudo muito bem preparado para que você sempre saiba que
estarei aqui.
primeiras pessoas que fizeram sua vida ter sentido por completo –
você, mesmo que seja apenas como um obstáculo para você superar.
Mesmo que você me odeie. Isso é o que os irmãos mais velhos fazem.”[7]
— Essa vadiazinha...
— Ficou louco, Reinaldo? Perdeu a porra da cabeça? — o
Ela não tinha forças para revidar, não fisicamente. Ela não
tinha poder nenhum naquele momento, a não ser, usar aquilo que
ela aprendeu durante aqueles anos – a ser como Regina. A avó
lhe disse que ela precisaria ser forte e em quem ela podia confiar.
Ela sabia que Roberto era o covarde que ladrava, mas não
sabia que que queria ser como Regina. E assim como um dia ela
Ela sabia do inferno que seria para com Tadeu, Murilo, Igor
nem Murilo, nem Igor, nem Carolina tinham ideia de que eram
apenas crianças encomendadas com o DNA desses homens , e
que agora, tiveram o tiro literalmente saindo pela culatra.
família.
ela.
e abriu os braços.
— Não vão machucá-la, não vão! — ele gritou, e logo
os que deveriam ser seus pais e seus tios dali, apenas com o
Quando, dois anos atrás, Regina lhe disse que ela merecia
a verdade, mas que nem por isso, ela era um fato. Quando ela lhe
deu a melhor definição do que uma família significava: Uma
isso.”[8]
PRÓLOGO
VERÔNICA
surgir.
Tinha que focar naquilo. Tinha que focar que meus sobrinhos
— Aqui.
E ele insistia.
dizer, mas nada de fato saía. Não me virei, e ele parou à minha
ponto fraco que me tinha em alerta, toda vez que ele estava
— Entendo.
o.
bonito, que doía. Doía ele ser tão bonito e eu não poder tocar.
posso ter...
ilusão, não. Não era o que minha irmã faria. — E eu... Eu...
Sua voz soou tão séria, e seu olhar mudou por completo.
por aquilo. Porque sempre que ele tinha uma resposta esperta, eu
queria fazê-lo engoli-la. E não de uma forma boa, ao menos, não
para ele.
— Verônica!
Fontes.
procurar.
lá.
como fazia com qualquer um, contudo, ele não era. Alfredo nunca
fora.
Vi-me apenas assentindo e o seguindo, sem questionar.
parou no meu.
— Pelo quê?
porquê tinha ido até aquele carro com ele. E ali, notando seu
— Por isso.
Eu o queria.
Eu o teria.
CAPÍTULO 1
VERÔNICA
— Tia Verô!
minha mente.
algumas vezes.
olhar de Dani sobre mim. Sorri levemente para ela, caminhei até o
banheiro. Escovei os dentes e joguei água no rosto, tentando de
fato despertar. Como eu tinha dormido tanto?
por ali hoje, e talvez o meu próprio corpo tentou evitar o encontro?
entanto, sabia também do quão bem ela fazia para meu irmão
mais novo e para minha sobrinha. Aos poucos, uma conexão que
antes era apenas com meus irmãos, foi se tornando maior com
ela. Era algo que não poderia, nem queria evitar. E era bom saber
todos e fui até o meu lugar na grande mesa que estava do lado de
fora da casa.
comer? — foi Lisa quem indagou, e apenas lhe dei um olhar com
aquele apelido. Ela sorriu, piscando um olho.
casamento que ela tinha com eles. E que pior, ela realmente
sobre ela apenas poder amá-lo. Era uma amizade que eu não
compreendia por completo, mas há muito tempo, deixara de tentar
chance.
Alfredo, que me encarava, o que fez ser a primeira vez que nos
víamos após aquela noite.
que não estava tão impactada de fato. Eu sabia que seria assim.
— Nero?
ALFREDO
acreditar que poderia dar certo ter uma noite com ela.
por lembrar.
Era Natal.
alerta.
tão baixo que quase não pude ouvir. — Pode fingir que não me
viu e continuar seu caminho.
quê?
lhe entregar.
— Não o farei com você — assenti, sem saber o que fazer.
pessoas.
parou no meu.
sem saber o que dizer ou o que fazer sobre. A questão era que
não sabia nunca o que esperar de Verônica Reis, mesmo que
buscar mais.
vez.
— Eu estou no centro...
novamente. Não era mais o Nero iludido que ela fez assinar
papéis sem ter noção de que era enganado pela própria mãe.
— Ok. Estou na sorveteria bem na rua central, e te espero
aqui.
contrato.
sempre.
contas. Mas por que ela saía da boca da pessoa que menos
— O quê?
uma semana.
entender por que ela me escolheria. Por que ela fazia aquilo?
“Eu disse que não sentia nada, amor, mas eu menti (...)
VERÔNICA
E um Reis não volta atrás no que ele faz. — Aquele era um ótimo
detalhes.
— Ok.
fazia.
aquilo, com toda certeza, seria uma grande alegria para eles.
Ainda mais que sempre me disseram que deveria viver a vida sem
ALFREDO
— cortei-a.
o nosso laço era fraternal. Ela era a minha prova de que família
não tinha que ser aceita, mas você podia sim escolher. Contudo,
respirei fundo. — Você é a única que sabe que eu... Você sabe.
— Levei as mãos ao rosto, sem conseguir admitir. Parecia
vem com esse olhar, que eu sei que nunca esqueceu a mulher do
café.
ser sozinho?
Era hora?
indagando de como seria ter um anel bem ali. Um anel que teria o
nome dela?
VERÔNICA
partir dali.
fato de que era um novo contrato. Não que ele precisasse ser
assinado, mas ao menos, deveria ser discutido e acordado com
aprovaria, me acertou.
nunca existiu?
espontâneo aconteceria?
se tratava dele.
conversar, Verônica.
— Estou na capital...
algo sobre ele, que sempre trazia tal sensação sobre mim. — Eu
coração acelerar.
que aquele era o melhor lugar para tratar algo assim. Que
e voltando, cerca de dez vezes. Algo sobre ele me fazia sentir tão
nervosa, que me deixava daquela maneira.
vieram à mente.
ela, mas que morreu quando me encarou. Ele estava com uma
camiseta preta que delineava perfeitamente seus músculos bem
Foco, Verônica!
— Obrigada, Leila.
lugar, que era meu lar tinha. — Então pode me dizer o que não
abre, para chegarmos a um acordo.
Assenti, sem saber o que dizer, e torci para que ele não
notasse a forma como eu parecia sem ter ideia do que fazer à sua
frente.
papéis.
entendia.
algo pessoal?
fundo.
— Gostava da minha irmã? — a careta em seu rosto foi
imediata. — Não?
interessou por ela, e por isso, estava preso àquele contrato. Mas
adorava aquilo.
mesma.
Alfredo.
que fez com que eu não pudesse controlar meus saltos, e meu
— Ok.
último olhar antes de sair. Assim que ele seguiu até o elevador,
ALFREDO
— Isso foi a pior ideia que poderia me dar. — falei para Abi
mãe.
com Verônica.
tão livremente.
segundos.
mesmo.
— OK, ok!
assunto.
uma mulher como ela, faria algo que não queira... Ela quer isso,
mesmo que não seja pelos mesmos motivos que os seus.
fazer?
VERÔNICA
quentes e peludos ao redor dos meus pés. Sorri para Gara e Zuko
que já estavam ali, querendo carinho como sempre.
com uma patinha parecendo machucada. Corria até onde meu pai
maneira.
ela?
cantando junto à música e mais uma vez, ali estava ele, em minha
mente
longe demais?
CAPÍTULO 6
VERÔNICA
filho no colo. — Não tive tempo de perguntar por que ele correu
até Carolina.
juntar um quebra-cabeça.
do salão.
fez sorrir. Ela era uma boa melhor amiga para ele, certo? Ela não
jogaria tudo assim? — Mas vou guardar para mim, porque sou
ótima em acertar.
surtarem.
o que parecia ser um docinho que roubou de algum lugar que não
deveria. — Eu estava tão ligada na dança que não percebi que
aquilo?
e eu sorri para ela. Era tão bom ver uma adolescente como ela
tão alegre e feliz. Algo que me fazia lembrar de mim mesma, um
dia, há muito tempo.
à frente dela.
bracinhos e bufou.
a pequena foi de bom grado com ela. — Posso ficar e evitar uma
discussão. — Sugeriu, e indicou com a cabeça, os quatro parados
confrontar.
momento certo.
sobrancelha.
— Não tem nada a ver com isso, e não é sua culpa. Eu apenas
é o nosso tudo, como pode achar que a gente não vai estranhar
quando sabemos que vai se casar com Nero do nada?
Ok, posso viver um dia a mais com isso. — Seu olhar foi
levantado para algo atrás de mim, e ele pareceu querer correr até
com o marido, mesmo que rindo das besteiras que ele falava.
Meu olhar estava focado em Alfredo e notei que não me
ALFREDO
porra!
agir dali por diante. A realidade era que devia encarar a situação
e me explicaria que não era aquilo que queria dizer. Por que eu lia
mangás de romance e assistia doramas, mesmo?
a porta?
firmando, e os encarando.
mulher.
em minha boca.
mesmo eu os entendia.
— O que houve?
mais que quisesse. Minha mente não estava ali, e era algo que
sabia que tinha que evitar. Por isso a evitava. Porque ela tinha
todo aquele poder sobre mim e agora ele ficava ainda mais
aparente.
CAPÍTULO 8
VERÔNICA
colocá-lo em mim.
que fez de tudo o que podia e não podia para que eu estivesse
não era algo que algum deles poderia entender. Não da minha
percepção.
Ouvi leves batidas na porta, e disse um simples “entre”.
Notei Tadeu adentrar o ambiente, claramente pisando em ovos.
em mim. Por mais que soubesse que ele gostaria de poder cuidar.
o que eu sinto que é, eu quero que seja feliz. Estou grato por
alto ele já era, mesmo eu estando em meus saltos mais altos. Ele
cresceu tanto... Todos eles. Ouvi o leve barulho da porta e quando
Meus irmãos.
Meus...
Acho que estou ouvindo seu nome, onde quer que eu vá” [19]
ALFREDO
os olhos.
ria.
era um problema.
interior.
revirei os olhos.
tinha um aviso.
— Vai ajudar.
— Está pronto?
“Dizendo: É um erro
VERÔNICA
amiga de Alfredo.
Mansão Reis. — Não tive tempo para falar com você antes, e...
rosto era leve. — Eu sei que é por contrato, mas quem disse que
ter quase três anos, e era uma mistura de cores nas roupas, com
os cabelos negros e bochechas redondas.
— Por que todo mundo quer a tia Verô para si? — ouvi o
resmungo de Daniela, que vinha com Jasmine ao lado, que já ria
algo.
Roberto?
ensinou, não é?
modificou, nos anos que ficou fora dali. Sabia que estava pela
segurar.
estabilizasse, e o encarei.
— Tenha piedade de si e vá embora — falei, e notei meus
Foi então que senti sua mão tocando a minha e notei que
completamente errado.
CAPÍTULO 11
VERÔNICA
Nero no interior, sendo que a gente sabe que Verô ama essa
ciumento de todos em relação a mim. Sabia que ele não fazia por
lado de fora.
leve carinho nos seus cabelos. — Papai disse que vai levar a tia
Barbie para te deixar livre.
poderia fazer?
moradores.
Com toda certeza, eles todos estariam ali. Pareciam detestar ficar
nas outras alas da mansão, mesmo que fossem muito grandes.
Assenti levemente.
— Se eu tivesse? — indagou, parecendo mais corajoso do
pela madeira sob meus pés. Levantei-me e fui até onde Alfredo
dizer.
certeza.
— Certo.
tudo aquilo, que acontecera, tinha certeza de que aquele não era
Não o todo.
CAPÍTULO 12
Os brincalhões de máscaras
VERÔNICA
Meu olhar varreu toda a extensão daquela festa e parou
me espreguicei.
estar devido a ter dividido tantos anos uma casa com várias
pessoas.
assustado.
tentando se recuperar.
foi?
você, Verônica. Para ser honesto, não entendi até agora porque
seguiu esse contrato.
atingiu a sensação que ele tinha. Ele estava num lugar estranho,
com uma quase completa estranha, e casado com ela.
— Durma bem.
voltei a andar e até chegar ao meu quarto. Ele estava ali. Ele
ALFREDO
Segundo o que a própria Verônica me dissera, ela tinha
casou em uma sexta à tarde, o que bateu com o prazo que ela
completo nela. Até mesmo, pelo fato de querer quebrar seu poder,
em um momento específico.
e ela o fez, sem sequer hesitar. Seus olhos castanhos presos aos
meus, tão rendida sob o meu corpo, de costas para mim, que eu
poderia me ajoelhar para aquela mulher e fazer dela o meu altar.
— Bom dia.
— Puta merda!
meu corpo queimar, e sabia que seu olhar estava sobre mim.
— Isso me lembra de quando te conheci.
com uma careta a garrafa de água que quase virou inteira sobre
mim. — O que te lembrou de quando nos conhecemos?
— Isso. — Apontou para a camiseta em minhas mãos,
los.
mostrar um dos quartos que temos, que pode ser seu escritório...
expressão costumeira.
estava?
gostei.
noite?
Nero! — Eu...
— Ok.
enxerido!
VERÔNICA
— Noona...
maneira.
— Não sei o que fez durante os anos fora, mas minha intuição
aposta em coisas não boas. Ainda mais, por ter conseguido
desenterrar o testamento original da sua mãe.
— Gael...
cabeça.
alta classe sabia que era bom evitar até um começo mal de
conversa com o mais velho dos Fontes.
— Sou um velho amigo, e você? — vi-o ir até perto de
Alfredo, e segurei-me para não revirar os olhos com a cena.
e tamanho dele.
— O marido.
morder algum cabo. — Ainda bem que tem vocês para me distrair
e tirar a raiva...
— Raiva do quê?
— Está à vontade?
ALFREDO
caso.
Bom, ela não negava que teve um caso com ele em algum
ciúmes?
meus fios novamente. Como aquele gato fazia aquilo tão rápido?
meu.
porra?
peludas passarem por minha perna e irem até ela. Respirei fundo
e segui também, e logo adentrei seu quarto, mas notei que tinha
— Ok.
— Certo.
VERÔNICA
querida.
— Como está?
— Direta ao ponto, como sempre — comentou, e eu
tempo suficiente para saber que ele é mais esperto que Reinaldo.
que eu tentava segurar, todo dia. Porque todo dia, era um dia
para me lembrar que era um dia sem ela... sem eles.
sabe.
Reinaldo e Roberto?
disso, querida.
— Não...
Yumi.
deveria fazê-lo.
Todo dia.
fundo.
— Não vai ser fácil para nenhuma de vocês, encarar uma à
outra, depois de tanto tempo... Ainda mais para ela. Mesmo que
ela tenha tentado ao decorrer dos anos, e você tenha vindo vê-la
algumas vezes.
como é...
— Kang...
lugar, que a fez fugir tantos anos atrás. Para o qual vovó a
Yumi vir ao Brasil, porque ela queria ir a Mansão Reis, o lugar que
um dia foi seu lar – o nosso lar. E ainda não estava pronta, não
naquela noite, ela perdeu tudo. Se não fosse Cha, talvez ela
perdesse a esperança.
do jeito que Regina fez. Do jeito que tentaram destruir, mas que
passar por cima de mim, mas era algo que nenhum deles
conseguiria.
comida.
irmã.
— Verônica?
Contudo, tentei focar que não era o momento para ficar babando
sobre ele.
resposta.
importava.
de conforto?
esperada?
ter Alfredo na lista de pessoas que eu temia perder não era algo
VERÔNICA
completamente novo.
fomos guiados até uma mesa, em uma parte que dava visão para
— Ah, claro, então faz o que? Uns dois anos? — não pude
evitar a provocação e ele fechou a expressão, mas claramente,
caí para trás na cadeira. — Ok, temos uma diferença de oito anos,
certo? — assenti, e ele continuou, mexendo em algo no celular,
E eu gostei disso.
nome e sobrenome.
suspirar.
Eu estou tentando...
muito.
imponente do lugar.
absolutamente nada.
dos banheiros, há uns quinze passos dali, e logo seu olhar voltou
para o meu. Ele sorriu abertamente, do jeito que eu nunca o vi
faríamos.
dele.
CAPÍTULO 18
Não há nada que eu odeie mais do que o que não posso ter
Sozinha
ALFREDO
chegavam perto.
parecido.
as coisas. — E você?
possível.
— Não tem?
honesto, e ela então veio para ainda mais perto, as mãos em meu
pescoço, fazendo-me encará-la. — Verônica...
abertamente, ok?
— Ok.
VERÔNICA
Vamos, Verônica!
Conte a ele!
à minha frente.
nisso — assumiu.
que foi o time perfeito para ele sair dali. Algo naquilo tudo me
deixou ainda mais curiosa. Ele fez apenas um movimento
Mas antes que ele pudesse passar ao meu lado e sair dali,
parei-o, segurando levemente contra seu peito.
VERÔNICA
— Madrinha?
— Madrinha...
rosto. — Seus pais diriam que puxou a eles, mas eu tenho certeza
— Madrinha...
palavra. — Sei que falhei com você, em todas as vezes que não
por Kenny, mas... Eu conheço você muito bem pra saber que não
iria contra um pedido de Regina.
do universo.
casa dele.
respirei fundo. — Sei que chamam ele de Nero também, como ele
prefere?
tudo.
Verônica!
fazendo ali.
— Você ainda vai ser a minha morte. — Sua voz foi quase
ele veio para perto de mim, e segurou minha mão. Olhei-o sem
entender por completo, mas assenti, quando a ficha caiu. Eu
Alfredo.
queria que ela soubesse que era um contrato, estava feliz por vê-
Eu não estaria ali se não fosse pela força, que mesmo a distância,
ela sempre me dera. Yumi Kang era uma parte de mim e sempre
seria. Um das que me mantinha de pé.
virar e encontrá-lo.
Ela o fez, e foi como assistir a um dorama na vida real. Os
VERÔNICA
assim, se não fosse por um motivo maior. Ele não era meu pai,
minha.
era difícil para ele. — Nunca falei sobre Yumi com você, Verônica.
nem mesmo ela o fazia. — Sei que você dois têm uma história,
era de fato, mas estava claro que ele sentia a culpa pelo que os
— Obrigado, pequena.
lado, com Theo em seu colo. Desviei dos meus irmãos, para fazer
um carinho nos cabelos dele e sorri para meu sobrinho. — Igor
irmãos.
talvez fosse melhor Gael não aparecer. Ele sabia provocar, e com
certeza, saberia que botões apertar para deixar Alfredo sem jeito.
— Devo encontrá-lo na festa que tem essa semana, dos
Lima — comentei, e Murilo fez uma careta.
que ele estiver maior, aí sim, você pode voltar a aparecer, porque
lidar com tudo isso agora, pode ser cedo demais.
— Realmente?
ficar preocupado.
os ignorei.
ALFREDO
temporada.
mãos.
desafio.
— Verônica...
saindo em seguida.
ser. Como seria se todo dia debaixo do mesmo teto fosse assim?
CAPÍTULO 22
VERÔNICA
— Não devíamos...
dependesse daquilo.
que você negue, apenas são para você. Ele parecia estar
redescobrindo seu lugar.
taça.
— Um puto gostoso...
— Reis!
— O que houve?
— Só queria te ver, Noona — comentou e sorriu levemente.
— Estou me adaptando novamente, e graças a você.
vê-lo no mesmo ambiente. Como explicar o ódio por saber que ele
era tão próximo de Verônica?
meio do corredor, como se ela fosse toda dele. E o pior, ela não o
até ela.
controlaria.
— Nero, não é?
sentir sua pele quente sobre o mesmo. Ou era o fato de ela estar
tão perto?
inesquecível.
dele.
peito, parando-me.
mesmo que não pudesse deixar que o fizesse com meu coração.
parte dela.
voassem para fora. Porra, eu também tinha que estar com ela.
CAPÍTULO 23
Eu sei que vou ficar com você, então vou no meu tempo
ALFREDO
estávamos no escuro e ela não poderia ver que meu corpo todo
deveria estar vermelho. Não sabia se por vergonha pelo que fiz,
ou pela raiva que ainda sentia.
por ela?
realidade.
pessoa?
— Verônica...
voz era tão baixa, que se não fosse o completo silêncio do local,
minha.
— Quem te garante?
Assim que ela abriu a boca para dizer algo, minhas mãos
entraram sob seu vestido e sentia-a nua ali. Fechei os olhos por
mão, e meu corpo tão entregue ao dela, que a teria contra aquela
parede na sala de estar.
— Nunca.
VERÔNICA
quando senti sua boca descer para os meus seios, e sequer tinha
mim.
mercê?
beijos que ainda colocava por toda minha pele. — Se for para ter
você nua, bagunçada e molhada para mim... eu peço por favor
todos os dias.
estavam carentes por sua atenção. Tudo de mim queria que cada
parte dele estivesse presente.
Ele não falou mais nada, mas senti sua respiração mudar,
assim que entrou em mim novamente, e me puxou para perto de
si. Estava de costas, quase gritando pela forma que tudo nele me
tive minha cabeça caindo para trás contra seu ombro, castigando-
o como podia. Minhas unhas em cada parte de sua pele que
corpo todo foi de encontro ao dele, que gemeu baixo contra meu
pescoço, e sabia que estava quase perdido.
pela parte minha que tanto desejava aquilo. Ser dele. Pertencer a
ele. — Assim como você é meu. — Minha voz até mudou, porque
era exatamente aquela troca que eu buscava. Ele ser meu. Ele
me pertencer.
versão que me fazia explodir por cada poro. Mas ele todo, cada
pedacinho.
CAPÍTULO 25
VERÔNICA
— É domingo.
olhos fechados.
importante.
— Verônica Reis
— Problemas sérios?
— Não estou ligando para nada que não seja isso aqui
agora. — Fez um sinal entre nós dois e sua mão parou em meu
seu irmão.
ele e... Sinto muito por ter lido, até perceber que era algo tão sério
sei que protege seus irmãos, talvez, possa tomar uma melhor do
que eu.
— Obrigada, Lauren.
realmente sinto muito por sua perda, Lauren. Não tenho ideia do
que é a dor da perda de um filho, mas... Eu sinto muito.
entenda Bianca.
sua frente.
comecei a ler, o chão sumiu dos meus pés e foi como se os céus
desabassem. Aquilo tinha que ser mentira... Tinha que ser.
CAPÍTULO 26
VERÔNICA
aquele amor romântico nunca seria de fato meu. Murilo era meu
melhor amigo, meu confidente, uma parte de mim. Ele me via
como uma irmã, por mais que tudo que desejasse fosse que me
Foi por isso que quando Tadeu pareceu não entender nada
do que fez e claramente perdido, acabei optando por deixá-lo
ele voltar atrás. Eu senti medo de aquele amor que ele disse
queria.
Não sei para quem eram aquelas três palavras, mas não
prendi, e acreditei que seria real. Tadeu Reis não era o meu
espero que essa carta chegue até ele, caso seja necessário. E
bom, que as palavras que finalmente coloquei para fora, me
ajudem a ter paz.
minha própria.
novo...
ALFREDO
— Onde será que a dona de vocês se enfiou? — perguntei
Ela estava tão bem antes daquela visita... Por que ela
estaria assim?
— Alfredo...
Mas ainda era tão cedo para tudo aquilo. Parecia tão errado
pensar no que sentia, enquanto ela desmoronava.
Mas me doía profundamente, porque não podia fazer nada
para tirá-la daquele momento. Por mais que quisesse. Não era
“O diabo está nos detalhes, mas você tem uma amiga em mim
VERÔNICA
que poderíamos entrar naquela bolha e nunca mais sair. Mas não
feita. — Alfredo...
cair na realidade.
— O quê?
mas... Mas eu gosto de você. Não me lembro de uma vez que não
maneira que não soubesse o que dizer ou como agir. Ele viu
lados meus que ninguém mais tinha conseguido, e aquilo me
— Não quero.
protegê-los.
por mim.
— Tá tudo bem?
possível.
afeto de tal maneira, não com eles. Sempre foi em outros tipos de
— Verô...
— Por quanto tempo sofreu achando que traiu seu próprio
— Verô...
sempre deu mais do que podia para gente, e não tinha como
saber que Bianca mentiria sobre ou faria algo assim... Eu não
— Tadeu...
fazer, mas porque eu sabia que seria mais um peso para você.
escolha.
sabia o que fiz para merecer aquilo, todo aquele amor e carinho,
toda a sua escolha, mas eu sempre seria grata.
casaria apenas por contrato, sei que é uma promessa que fez à
vovó. Eu era novo, mas lembro de ela falando isso. — Olhei-o
em breve?
demais. Como já ouvi por aí: nasce uma mãe, nasce uma culpa.
VERÔNICA
caso, ainda tinha jeito e cara de casa, já que ele pareceu apenas
levar coisas pessoais para a Mansão Reis. Era um duplex, a parte
de cima sendo a parte de sua casa, e a debaixo pelo que entendi
para a capital.
muito tempo.
— Obrigada, Alfredo.
ALFREDO
Não surte!
ar, sem saber o que de fato fazer. Baixei a mão e voltei para o
sofá, esticando-o de forma que eu pudesse caber no mesmo.
Lembrei que Abi me falou que deveria ter comprado um
me acalmar.
— Vem.
— Mas...
foi a primeira vez que ela o fizera. — Já esteve mais perto de mim
do que numa mesma cama, qual o problema?
VERÔNICA
sempre era boa. Era uma experiência que me fazia sentir viva e
como um ser humano. Talvez fosse pelo fato de que ele parecia
pouco se importar com o meu nome ou sobrenome. Ele sempre
esteve lá, me provocando, instigando, enfrentando... Sem falhar.
chegaram nele.
dia, bebê.
corando? Eu estava?
essa?
— O quê?
vergonha...
minha animação.
perto de você...
que sou a única mulher que você não cora e não corre.
o contrato seu com Carolina, e pensei que talvez fosse por isso
que tenha ficado tão conectada ao garoto de óculos de grau
pretos.
— Você me queria?
que uma das protagonistas é como uma cebola, você tem que
tirar uma camada por vez...
— O que quero dizer é que vale a pena, por você, tirar uma
camada por vez... Não quero declarações de amor e festas, nem
que finja ser quem não é. Não precisa me explicar todo seu
apenas quero você. Quero seu tempo, seu respeito, seu corpo,
seu amor, seu futuro... Tudo que seja você. E cada camada que
puder retirar.
disso?
VERÔNICA
— Senhora Reis.
como fazer para ter um filho que não levasse o legado de Regina
aproximar de Ricardo, mas ele deixou claro que não queria fazer
parte.
frente.
— Vou precisar de cinco, e te aviso se for demorar mais —
ela assentiu, indo em direção ao elevador privativo.
pessoa ruim.
aqui?
Rodinei.
coisa.
— Pode deixar.
Desfiz a ligação e encarei o homem à minha frente.
quisesse.
ALFREDO
seu redor. — Ela deve estar bem, Gael está com ela.
ela desmaiasse?
de Verônica aberta.
— Mas Noona...
lado, segurando sua mão. Ele era realmente uma pedra no meu
sapato. Não conseguia digerir a forma como ele parecia admirá-
cara dele.
— Nada.
risadinha.
— Prometo fazer meus exames de rotina... — ela então
— O que foi?
lado.
aquilo.
adentrou o ambiente.
— Madrinha?
se pensasse em algo.
— Ok.
VERÔNICA
Olhou-me profundamente.
cabeça.
acho que consigo entender por que se casou com ele, mesmo
que por um contrato...
que os entrega.
frente de Rodinei.
Meu celular vibrou e notei ser Leila, que avisou que tinha
conseguido um horário na clínica mais próxima e confiável, dali a
vinte minutos.
esperando pelo resultado. Pelo que ouvi, não demoraria mais que
quinze minutos. E eu me vi contando cada um, encarando meu
eles.
Contudo, agora não estava ali por conta de um jogo.
— Então?
Eu estava grávida.
CAPÍTULO 32
VERÔNICA
preocuparem comigo?
Adorava?
ela.
Murilo. A relação que eles tiveram com ela, era diferente da que
bem, madrinha?
Família.
mais sobre isso, assim que saí da sua sala... Qual a chance de
estarmos prestes a ter um filho?
Seu olhar era apreensivo, mas eu não consegui identificar
— Que diabos...
— Estou.
VERÔNICA
isso.
grande travesseiro.
convidado.
da sua fala.
pensamento disso...
assim com as pessoas. Mas o que eu poderia dizer? Que fodi até
revirar os olhos dentro de um carro com um cara que nunca
ALFREDO
mas não acha que é cedo para pedir sua esposa por contrato em
casamento?
que ela é o seu primeiro amor e fico feliz de ser mais incrível do
que imaginou, mas... Verônica ainda é Verônica. Ela é uma
pessoa que você vai demorar para desvendar.
— Eu sou emocionado, Abi — confessei e ri. — Eu me
casaria com ela amanhã.
ponto de chorar. — Parece que foi ontem que você salvou a mim
e a Prim...
família, até viramos três com a Prim, mas eu sei que sempre quis
mais... Sempre quis que fosse maior.
pegando-nos de surpresa.
lado.
Nero.
entender nada, e pensei se não estava frio ali fora, para ela
simplesmente sair com um robe tão fino.
adorava.
— É sério, Verônica!
ajudar a levantar, mas neguei, sem querer lhe dar qualquer peso.
— E eu gostei que usou o apelido.
VERÔNICA
o espaço para pensar sobre o que fazer. Ainda mais, com meus
irmãos ao redor.
chegado.
tão rápido...
passar por esse trauma antes, e ter estado aqui com você.
— Madrinha...
— É sério, pequena. — Olhou-me profundamente. — Eu
não entrei em um carro por quase uma década, e vivi presa a mim
que teria acontecido. E você era uma criança. Não tinha que ter
responsabilidade por tanto. Sei que ama seus irmãos e ama estar
no lugar de Regina, que parece ter sido feito para você, mas...
dizer que por mais tarde que possa ser agora, eu estou aqui. Eu
você, por mim, pelos meus irmãos... Rodinei, você e Cha nos
protegeram, quando eu ainda tentava entender como seria me
tinham pagado.
caro pelo que houve, mas sabia que por mais que doesse, seria
difícil demais para vovó saber de outros filhos morrendo da
mesma forma...
todo ódio que nunca vai sair, eu senti pena. Senti pena pela
pessoa que ele é.
Kang.
voo até ali. — Mas enfim, temos negócios com os Fontes, e pelo
da rua?
bem!
a definição do pecado.
o olhar, e poderia jurar que na briga entre ser mais irritante, Jeon
e Gael poderiam ser páreos. Alfredo o cumprimentou e logo veio
para meu lado, parando para dar um leve beijo no rosto de Yumi e
ela bebia algo. — Aliás, eu vou conter os outros três, mas quero ir
à próxima consulta.
— Feito, Carolina!
ALFREDO
diferente.
vocês.
algum.
momento tão especial era tão bom saber que nada entre nós
mudou. Talvez mais emocionados que o comum, mas ainda
éramos nós.
não era comigo, quando abri a porta do carro para que as duas
entrassem. — Quando?
VERÔNICA
— Vem cá...
ponta da minha cama. Tinha sido uma luta chegar até aquele
momento, apenas com nós dois. Felizmente, meus irmãos tinham
algo, mas logo a fechar. Contei que ele o fez quatro vezes, e me
vi levantando seu queixo e fazendo-o me encarar.
— O que foi?
e logo delineando os óculos que ele ainda usava. Ele era tão lindo
daquela maneira, que me tinha entregado a ele.
Levei um dedo até sua testa e tracei levemente por ali, e foi
Então aqui está a verdade vinda dos meus lábios vermelhos” [55]
VERÔNICA
à minha frente.
pés para tocar seu rosto. — A médica disse que tudo bem eu usar
salto, trabalhar como qualquer ser humano e transar até cansar.
para perto.
era meu marido e sabia que Gara merecia o sachê mais caro que
canto quando notaram mais pessoas, além de Alfredo por ali, mas
dormindo.
horária.
se aproximando.
cuidados.
— É a base da Dior...
quarto tão cedo. O calor e prazer que vinham junto com ele,
seriam facilmente a minha escolha se encostasse nele.
— Ele me adora.
— Ok.
ALFREDO
ácida, e eu bufei.
casou por contrato, sim. Mas eu a amo, acho que sempre amei...
para Verô não ter gostado de você antes ou nunca falar nada
sobre, ou eu vou ficar 400 reais mais pobre.
dela.
sabia sobre mim. — Igor fez uma careta ainda pior. — Ok, boa
que fazem de tudo pela mocinha. O Nero tem a cara de um, mas
o jeito é de golden.
— Obrigado, eu acho.
era bem mais leve e pela primeira vez, eu tinha uma refeição com
eles, ou um momento, após o casamento que não fosse de fato
tempo
VERÔNICA
onde o deixei?
estagiar na empresa desde muito nova, por isso, ela chegou a ser
minha assistente.
ali. Era alguém que não tomava mais intimidade do que deveria, e
parecia respeitar meu jeito. De todas as pessoas que já estiveram
ali para serem minha assistente, ela era a única que era
Resolvi dizer.
— Obrigada, mesmo.
Deixar Ricardo se culpar sobre algo que não tinha nada a ver com
ele, não era justo. Ainda mais agora que ele queria ser parte de
por eles.
sua relação com Gael não começou boa, e sabemos do quanto foi
difícil o que houve.
mas a informação dada por ela foi ainda mais rápida. Toquei a
campainha e esperei. Rodinei e Pietro estavam comigo e sabia
se fosse um anjo.
proximidade.
cardíaco?
— Eu...
pior delas.
ALFREDO
Acho que ele vai ficar mais por perto, mas ainda assim, sei que
que ele já tá velho pra ficar brigando pelo que quer que seja.
meu colo, então quando me virei para sair, peguei-a com cuidado
também era meu. Não que eu tivesse muita coisa, mas com toda
fazendo-me rir. — Sei que deve ter bastante coisa pra fazer do
trabalho e gosta das madrugada, mas fica comigo, até eu dormir...
— Sempre, bebê.
cabelos.
VERÔNICA
bom tempo até ir trabalhar, mas o sono havia ido embora. Alfredo
ainda dormia profundamente e me vi acariciando seu rosto, e o
admirando. Ele era tão bonito e bom... até para o próprio bem. E
me doía saber que ele nunca soube o que era ter uma família, e
seria eternamente grata a Abigail por lhe entregar algo assim.
Levantei-me com cuidado e fui até a minha coleção. Parei
na porta para admirar Alfredo dormindo e o que agora pareciam
ser nossos três gatos ao seu redor. Pequenos e velhos traidores
com você, assim como errei com meus irmãos... Por mais que eu
saiba que não posso te proteger do mundo, eu queria poder —
mas ainda assim, era como se não pudesse mentir para ela. Por
sou velha... Não posso defender seu pai, no entanto. Ele é bem
mais novo.
— Um complô de madrugada?
seu colo. — Agora vai deitar nessa cama e eu vou te contar uma
— Alfredo...
— São cinco da manhã e você tá com cara de quem não
seu redor.
— Até duas... — minha voz quase não saiu, mas ouvi sua
Você pode dar uma festa cheia de todo mundo que você conhece
ALFREDO
conseguiu mudar para mim. — Que dia vou ser convidada para
cadelinha há tempos?
encarar.
revelação. — Se não quiser falar, tudo bem — falou, talvez por ver
minha preocupação.
redor. Verônica fez questão de que todos aqueles que eram sua
família estivessem no meu aniversário, para deixar claro que eles
seu lado.
Feliz comigo.
VERÔNICA
— Eu também te amo.
falar deles. Não que não doesse, mas era como se fosse certo
volto logo... — era triste pensar que ele nunca mais voltou, mas
carinho. — Você pode ser qualquer versão de si, mas sabe o que
segura.
família.
família.
CHAME DO QUE QUISER...
Verônica salivou. Ela não teve nenhum desejo antes, mas talvez
feira com Yumi ontem e achei linda a melancia pequena, por isso
eu comprei.
eu pego.
— Obrigada, querido.
tão satisfatório que poderia jurar que aquele era o céu na terra.
que ele trouxe. — Aliás, já não pensou como vai ser lindo se ela
ou ele entrar com as alianças?
ela argumentou e Alfredo sabia que estava perdido. Ele não tinha
com você.
da mesma forma que ele. A ponto de ela se casar com ele, para
tentar e querer mais. Era tão bom saber daquilo, que quando
era algo novo em sua vida, poder falar abertamente sobre os pais
com alguém que não se feriria e não a questionaria.
era como se um exame positivo fosse mudar quem ela era, e ela
era uma Reis. Verônica se sentia exatamente assim, mas nunca
imaginou que alguém lhe entenderia tão bem. Tão bem quanto
sua barriga.
— Pacotinho...
Não que Verônica não fosse jogar na cara dele que ele
perdeu, mas isso poderia esperar. No caso, eles ficaram ali, por
assim como foi criada. E se havia algo que Alfredo acertou sobre
ela, era que Verônica Reis poderia parecer intocável e fria para
É pequena e incompleta.
vez que ela lhe via adentrar aquele ambiente. Da vez que ela
apareceu de manhã na cozinha, fazendo o café da manhã logo
já não maratonava Lilo & Stitch todos os dias, o seu filme favorito.
seus cabelos. Ela tinha apenas cinco anos, toda cheia de protetor
cada braço.
precisavam.
ao ver Ricardo quase cair sobre Leila que estava lhe chamando
de intrometido.
grande destino do amor que seus pais falavam, e que era muito
jovem para entender, mas que agora, ela compreendia.
trabalho, Reis.
FIM
EXTRA
TALITA
lotada. Um par perfeito. E eu esperei, pela noite toda até que ele
chegasse. Mas quando ele chegou, foi como se esquecesse de
por inteiro.
como permiti que ele quebrasse o meu coração. Algo que nunca
Rs
espero que toda a expectativa que esse livro gerou tenha sido
alcançada. Foi feito com muito amor, carinho e dedicação, e
leitura.
Com amor,
Aline
Contatos da autora
Instagram: @alineapadua
Tiktok: @autoralinepadua
Twitter: @alineapadua
compositor REVO.
https://deathstranding.fandom.com/wiki/BB%27s_Theme>.
Urbana.
Wikipédia.
[8] Trecho da fala do personagem fictício Itachi Uchiha do Clã Uchiha da série
lançamento: 2018.
– não lançado.
Jamie Miller – álbum: Here’s Your Perfect (with salem ilese), data de
lançamento: 2021.
Jamie Miller – álbum: Here’s Your Perfect (with salem ilese), data de
lançamento: 2021.
[25] " Noona" nada mais é do que "irmã mais velha". Apesar de ter
pelos garotos para se referir a amigas próximas que também são mais
velhas. Fonte: < https://educacao.umcomo.com.br/artigo/o-que-significa-
noona-em-coreano-30196.html>
[28] " Unnie" nada mais é do que "irmã mais velha". Apesar de ter
pelas garotas para se referir a amigas próximas que também são mais
velhas. Oppa ( 오빠 ) e Hyung ( 형 ) significam algo como “irmão mais
velho”, e Noona ( 누나 ) e Unnie ( 언니 ) significam “irmã mais velha”. Fonte:
https://www.koreapost.com.br/conheca-a-coreia/comportamento/o-
significado-de-oppa-hyung-noona-unnie/>
[29] Essa é uma palavra que os fãs de cultura coreana com certeza
Wikipédia.
Jamie Miller – álbum: Here’s Your Perfect (with salem ilese), data de
lançamento: 2021.
Taylor Swift part. Bon Iver– álbum: folklore, data de lançamento: 2020.
lançamento: 2017.
lançamento: 2017.
dirigido por Dean DeBlois e Chris Sanders, e apontado como um dos novos