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PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
A G MOORE
1ª Edição — 2018
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SUMÁRIO
SUMÁRIO
Nota da Autora
Dedicatória
Epígrafe
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
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Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Epílogo
Nota sobre a doença de Henri
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Agradecimentos
Sobre a autora
Redes Sociais
Trecho do próximo livro: Imensurável.
Conheça as outras obras da autora:
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Nota da Autora
e reformulações.
Nesses três anos com essa história sendo
trabalhada, me empenhei a chegar em um ponto
onde enfim fiquei satisfeita.
Espero que te faça feliz também.
Boa leitura!
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Dedicatória
vida. Te amo.
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Epígrafe
INESQUECÍVEL
adjetivo de dois gêneros
Que não pode ser esquecido;
inolvidável, memorável.
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Prólogo
chegada de Henri.
Ele chegou 40 minutos depois. Desliguei a
tevê com pressa e andei até a porta da frente,
ouvindo a chave na tranca.
— Henri? — indaguei ao vê-lo entrar.
Ele não respondeu, mas entrou apoiando-se
aos móveis, cambaleando. Fechei a porta e o segui.
— Henri, você está bêbado? — Me
aproximei e tentei estabilizá-lo.
Porém, quando o toquei, tive uma reação sua
que não esperava.
— Sai! Eu estou bem! Está tudo bem! —
Escapou do meu toque.
— Vem, senta aqui. Vou fazer algo para
você. — O puxei para o sofá.
Meu coração começou a palpitar. Nunca o
tinha visto naquele estado e algo me dizia que havia
coisas por trás de toda aquela cena.
— Não quero nada! Eu não quero nada de
você. Você arruinou minha vida! — Henri gritou e
me empurrou para o sofá.
Meu corpo caiu em choque no móvel macio e
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Fique à vontade.
Logo conhecerá uma história.
Te contarei a minha história de amor.
Não é tão comum quanto pensa, posso
garantir. Não, não me apaixonei perdidamente por
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Capítulo 1
AMANDA
Meses antes.
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Capítulo 2
TONY
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morte.
Mas eu também vi o lado feio de amar. O
lado que faz as pessoas sofrerem, faz com que
queiram morrer, queiram viver num casulo sem
vida ou razão para sair de lá.
E foi isso que me convenci de que o amor
não era tudo aquilo que eu imaginava.
Assim que minha mãe faleceu, quando eu
tinha apenas dezenove anos, cheguei em casa
depois de ter saído com uns amigos e notei um
silêncio atípico no ambiente.
Caminhei lentamente por entre os corredores
da mansão, dirigindo-me até o quarto de meus pais,
mesmo sabendo que eles provavelmente não
estariam lá, pois só se trancafiavam no quarto após
a janta.
Bati à porta cinco vezes e não obtive
resposta.
Foi quando Claudinha, a empregada de nossa
casa, me encontrou ali e veio correndo em minha
direção.
— Tony, venha! Ele está no escritório.
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da cama? — Ri.
Ouvi uma risada sarcástica do outro lado da
linha. Atitude típica dele.
— Não. Na verdade estou ligando para
agradecer por ter cuidado da minha irmã. — A voz
dele soou realmente agradecida.
Eu sabia pouco sobre a vida dos dois.
Conhecia Pedro há um pouco mais de um ano,
apenas. Nossa amizade se iniciou por Nick e Lucas,
que se conheceram nas noitadas da vida e acabaram
por nos apresentar.
Mas uma coisa eu posso garantir com toda a
sinceridade do meu coração: meus amigos são
realmente como irmãos para mim, e Pedro, mesmo
estando há pouco tempo na minha vida, já tem se
mostrado muito importante.
— Não foi nada, boneca. Deu pra curtir a
noite?
— Ah, se deu! Cheguei agora em casa. Tinha
até esquecido que Amanda sairia cedo. Ela até já
foi, mas me avisou que estava tudo bem. E amanhã,
tudo certo?
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solitário, admito.
Meus pensamentos voaram até Amanda.
Como deve estar se sentindo hoje? Será que se
lembra de mim?
Um sorriso involuntário dançou por meus
lábios na menção dela em meus pensamentos.
Foi um tanto engraçado ver sua memória
embaralhada e sua situação demasiadamente
constrangedora quando me viu mais lúcida.
Finalizei a vitamina e logo notei o modo
como meus pensamentos estavam sendo
direcionados a ela.
— Eita. Chega, Tony. Passou, foi ontem,
acabou — repreendi-me em voz alta, para ver se a
mente colaborava.
Estávamos em uma guerra de conflitos.
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Capítulo 3
AMANDA
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não?
Me surpreendi com a facilidade com que ele,
mesmo sendo enorme e forte, conseguiu fisgar a
atenção e cativar a confiança da minha filha, a
ponto dela sorrir e informar quantos anos tinha — o
que não dizia a ninguém, normalmente. — Mas
logo afastei os pensamentos daquele fato, quando
lembrei quão preocupada estava com o que minha
pequena podia pensar sobre as coisas que seu
estúpido pai havia introduzido na sua inocente
cabeça infantil.
Ao chegarmos em casa, Pedro não estava, o
que me deixou de certo modo mais aliviada. Sabia
que se meu irmão soubesse do que Henri andava
fazendo a Clara, ele iria, no mínimo, tirar
satisfações. Me sentei com Clarinha no sofá e
imediatamente comecei a contar algumas coisas
sobre o seu pai.
— Filha, o papai mentiu muito feio para a
mamãe. Foi uma mentira muito grande que mamãe
não podia mais aceitar, então tive de ir embora,
pois eu precisava ver outro lugar para você morar
comigo. Seu tio Pedro me deixou morar aqui por
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me avisa, tá?
Me desloquei até a “área restrita do cheff” e
me servi de sua iguaria. Para qualquer mortal, “uma
macarronada” não era absolutamente nada de mais,
porém para meu irmão… é a mais completa e
desejosa maravilha!
Amo quando ele cozinha, mas ele não precisa
saber.
— Ok, só assistam sem gritar demais.
Acredito que eu consiga me concentrar mesmo
assim — concordei, mas em minha mente desejava
o silêncio absoluto.
Nós dois sentamo-nos à mesa da cozinha e
nos deliciamos com a macarronada. Não querendo
encher ainda mais a bola de Pedro, mas desde que
foi morar sozinho aprendeu diversas receitas e
adorava cozinhar. Eu pensava que, se ele não fosse
um administrador de hospital, seria um bom cheff.
— Vou tomar um banho, depois eu lavo essa
louça, ok? — indaguei, deixando a louça na pia e
indo até o banheiro, não aguardando sua resposta.
— Ok. — Pedro respondeu notoriamente
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lanche.
Nick, Lucas, Pedro e eu somos inseparáveis.
Sempre estávamos juntos nos fins de semana, como
bons amigos solteiros. Só não passávamos as noites
juntos pois cada um tinha suas relações temporárias
para cuidar. Mas suspeito que se não fosse por esse
motivo, até dormir juntos faríamos.
Coisa de louco, eu sei.
— Vou checar o que tem de bom na tevê
antes do jogo. — Lucas disse enquanto pegava o
controle e sentava no sofá, ligando a TV e passando
de canal em canal.
Segui Pedro até a cozinha, tentando ajudar
em algo para o lanche.
Ele me deu algumas funções complicadas,
mas como sabia que eu não entendo nada de
cozinha, terminou por me pedir apenas para montar
os sanduíches que ele tinha recheado.
— Ai meu Deus! — Ouvi uma voz feminina
gritar.
Levantei meus olhos e, mesmo da cozinha,
consegui contemplar uma cena bastante…
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inusitada.
Amanda estava com os cabelos úmidos
enrolados em um coque no alto da cabeça, e apenas
uma pequena toalha adornando seu corpo esbelto,
deixando as pernas à mostra.
Seu rosto transparecia pavor, e sua mão na
altura do peito confirmou que, na verdade, ela tinha
se espantado ao ver Lucas na sala de Pedro.
Será que ela não sabia que viríamos para o
jogo?
— Oi. Não se acanhe, delícia. — Lucas
sorriu. — Ei, Pedro, não sabia que você estava com
uma companhia tão agradável em casa — falou
alto, provavelmente para que Pedro ouvisse da
cozinha.
Não o permiti concluir a frase, pois ao fim
dela, estávamos eu e Pedro na sala de braços
cruzados lançando um olhar repreensivo para
aquele louco que chamamos de amigo.
— Ela não é qualquer pessoa, é minha irmã.
E tira o olho! Mandi não é pro seu bico — Pedro
alertou Lucas e se virou com um olhar culpado para
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com Amanda.
Eu estava intrigado, e muito, muito
preocupado com minha falta de atenção para com o
jogo.
Será que estava nutrindo algum deficit?
Ainda assim, me mantive quieto pois não
queria participar de conversas sujas sobre Amanda
ou qualquer outra mulher, ali naquele local. Não
me parecia… certo.
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Capítulo 4
AMANDA
TONY
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dos de Amanda.
Bruna saiu da sala e o choque ainda estava no
rosto da irmã de Pedro, que permaneceu mais
alguns segundos calada de pé.
— Entendi. Agora eu entendi. — Finalmente
ela disse.
Mantive a nossa conexão de olhos, e
questionei:
— O que você entendeu?
Posicionei as duas mãos no queixo, apoiando
os cotovelos na mesa.
— Você não precisa de uma separada,
abalada emocionalmente, com uma filha de 4 anos,
para se preocupar em sua equipe. Precisa de alguém
normal psicologicamente, que possa fazer o
trabalho sem poder ser surpreendida por uma
ligação emergencial ou um momento de tristeza
que a fará chorar por perceber que é a mais
azarenta do universo e que não consegue e nunca
conseguirá nada do que sonha, pois as
oportunidades que teve jogou fora quando era mais
nova. — Amanda desabou em palavras, e eu só
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esperança.
— Sabe, eu falo italiano. Minha família é de
origem italiana — afirmei.
— Antônio Gali, não é muito difícil de
descobrir a origem desse nome.
Ela nunca tinha dito meu nome completo, e
era diferente de tudo que eu já ouvi, pois ninguém
me chamava assim. Naquele momento adicionei
mais uma sensação inédita para a lista.
— É, bem comum e bastante italiano. —
Sorri, disfarçando o incômodo. Olhei para o relógio
e percebi que tinha uma reunião em 30 minutos.
— Desculpe, Amanda, mas preciso ir, tenho uma
reunião logo mais. Amanhã chegue às 8 horas,
Bruna vai te passar todas as funções e tudo que
precisará saber. Agora você pode deixar seus
documentos no setor de Recursos Humanos no
andar abaixo desse, tudo bem?
— Sim, obrigada, Tony. Quer dizer, Sr. Gali.
Daqui a pouco acostumo — respondeu sorrindo.
— Desculpe meu atrevimento, mas o senhor me
permite te dar um abraço?
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Capítulo 5
AMANDA
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de reprovação.
— Que droga. — Soltei sem pensar.
Nick parou por um instante e me encarou
confuso. Como uma mulher se refere a casamento e
filhos como uma “droga”? — Pode ter passado essa
informação na mente dele, e não o culpo. Poucas
mulheres teriam a mesma atitude que eu. Mas
escapou sem querer.
—Como assim “que droga”? — Nick
perguntou cautelosamente.
— Ah, Nick... Ser forçado a algo que não
quer é uma droga. E convenhamos, precisar ter uma
família para sair do país de uma vez por todas é
realmente uma droga! Quem faz isso? — Sorri,
tentando explicar.
Ele assentiu.
— Pensando por esse lado, realmente. Achei
que odiasse essa ideia. Sabe, ter filhos e casar...
— falou enquanto mexia na comida sobre o prato.
— Você quer que eu case com você, Nick?
Porque... eu definitivamente não estou a fim —
declarei enquanto levantava as duas mãos em sinal
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criado-mudo.
— Nick? Aconteceu algo? — Atendi ao ver o
número na tela.
— A Amanda aconteceu! Cara, preciso te
contar tudo!
Pronto, só aquela curta frase já me fez sentar
e respirar fundo, imaginando cenas horrendas dos
dois juntos. Bom, não curto ser egoísta, se Nick a
fizer feliz no fim das contas, é isso que importa,
certo?
— Não quero saber detalhes da sua vida
sexual, Nick! — decretei, não desejando saber
nada.
— Não! Calma, não desliga! Nós não
fizemos nada.
Em meu peito, reinou um alívio imediato, o
que fez com que eu estranhasse a sensação.
— Então o que houve? — indaguei revirando
os olhos.
— Fomos jantar, conversamos, foi fantástico!
Ela é maravilhosa, sensível, amiga, muito
interessante e madura. Sorria para mim de uma
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Capítulo 6
AMANDA
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ligação.
Ele já deveria ter alguma mulherzinha para
curtir o fim de semana, devia ser isso. Claro, Henri
não deixaria Clara vir comigo assim tão fácil se não
tivesse algo mais interessante para fazer. É isso.
Amanda, esqueça esse idiota, pelo amor de Deus.
ES-QUE-ÇA!
Meus pensamentos desordenados invadiram
minhas emoções. Uma pequena lágrima já descia
por meu rosto e meus olhos estavam se fechando
para evitar que mais delas saíssem, quando ouvi
uma voz.
— Você está bem?
Ao abrir os olhos, avistei Nick. A última
pessoa que desejava ver naquele momento era o
homem que achou que me levaria para a cama um
dia antes tão facilmente. Porém, espantei esse
pensamento negativo sobre ele e decidi dar uma
resposta educada.
— Sim, estava apenas com saudade da minha
filha. E o senhor? O que deseja? Quer que eu
anuncie sua chegada para o Sr. Gali?
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AMANDA
encerrei o assunto.
Logo chegamos ao aeroporto, fizemos check-
in e então decolamos.
A viagem toda foi silenciosa. Eu e Clara
cochilamos. Tony permaneceu em um assento um
pouco distante, concentrado em seu laptop, desde
que entramos.
Despertei no meio da viagem e sem saber
muito o que fazer, peguei meu celular. Vi que tinha
duas mensagens que chegaram antes de entrarmos
no avião e abri para lê-las.
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Eram de Henri.
Eu precisava ser forte, minha filha
necessitava de meu apoio. Não podia mais ficar
nesse impasse.
Decidi ali que, assim que voltássemos, teria
uma longa conversa com Henri.
O avião pousou e Clara acordou, seus
olhinhos ficaram radiantes quando ela olhou pela
janela. A menina parecia muito contente em
finalmente passear comigo em algum local que não
conhecia.
Queria apenas dar a ela tudo que sempre
sonhou, sem restrições.
— Vamos? — Meu chefe nos chamou
direcionando-nos pelo caminho do aeroporto até a
limousine que nos aguardava do lado de fora.
Entramos no carro e nos acomodamos
enquanto o chofer guardava nossas bagagens.
— Sr. Gali — disse o motorista quando todos
já estavam dentro do carro.
Antônio sentou de um lado do banco
enquanto eu e Clara ficamos no banco de frente a
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ele.
— Bom dia, quase boa tarde, Nicolas — ele
respondeu.
— Confirmando o hotel — então disse o
nome.
— Sim, confirmado, nos leve para lá, por
gentileza.
O motorista saiu com o carro e
imediatamente me senti surpresa por saber que
ficaríamos no melhor hotel da cidade.
Eu não poderia permitir isso, já era demais.
— Antônio, não seria melhor se eu e Clara
ficássemos em um hotel menos... Como posso
dizer, mais condizente com nossa situação
financeira? —perguntei durante o caminho, com
um pouco de timidez.
Estava era morrendo de vergonha mesmo!
— Absolutamente não. Precisamos estar
próximos para que possamos ganhar tempo em
todas as reuniões — disse em tom estritamente
profissional.
— Ah, sim, tudo bem.
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Capítulo 7
TONY
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AMANDA
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TONY
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não é?
Nem parecia que estávamos no meio de um
desfalque financeiro na empresa. Tanto assunto
para falar e ele só fala nesse maldito sofrimento.
Na mesma hora meu coração parecia ter sido
esmagado, eu não sabia o porquê, mas senti uma
dor miserável nele. Se pudesse arrancá-lo fora para
não sentir, eu o faria.
— Não precisa, pai, eu não a amo, não estou
apaixonado. E ela não se apaixona também, já
sofreu muito por amor. Amanda nunca me amaria,
então pra que sofrer, não é? Apenas a admiro, você
deveria conhecê-la — falei.
Tentei passar firmeza nas minhas palavras,
mas nem eu mesmo acreditava nelas. Não queria
amar, nem me apaixonar, mas tinha ciência de que
Amanda estava mexendo comigo de uma forma
diferente.
— Sendo assim... Quero conhecê-la. Ela
pareceu atenta na reunião, gostaria de ouvir o que
tem a dizer. Marque com ela um almoço amanhã no
meu bangalô da praia.
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— Sim, podemos.
Descemos o elevador e caminhamos até o
carro. Quando saí do estacionamento com o
automóvel, lembrei que não tinha almoçado e que
estava quase na hora do pôr do sol. Não podia
voltar pro hotel e me trancar naquelas paredes sem
me sentir revigorado com a visão do sol se pondo,
mas Amanda estava comigo e queria ver sua filha.
— Se importaria se eu comprasse um lanche
e fôssemos à praia agora? É bem rápido.
Ela hesitou em responder, abriu a boca e logo
fechou, mas então finalmente respondeu.
— Tudo bem, só não podemos demorar
muito.
Um sorriso nasceu em meu rosto Eu queria
muito ver o pôr do sol na praia de Recife. Era
extraordinário.
Meus olhos perceberam pelo canto que
Amanda também sorria. De repente ela abriu a
boca.
— Também quero ver o sol se pôr nesse
paraíso — lendo meus pensamentos, me olhou
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sorridente.
Eu juro que naquele momento quase perdi a
direção do volante. O sorriso dela tem
superpoderes, tinha certeza disso. Senti meu corpo
derreter por dentro e queimar. O que ela fez ao
dizer essa frase? Um dia eu ainda perguntaria a ela.
Anotem: Eu estava virando um babaca
adolescente.
Então paramos numa lanchonete próxima à
praia, que também não era tão longe do hotel, e
compramos sanduíches e sucos para nós. Claro que
eu paguei, jamais deixaria Amanda gastar um
centavo, pelo bem do meu cavalheirismo, apesar de
ser um maldito pervertido. Ao sairmos da
lanchonete, fomos andando até a praia em silêncio.
A praia estava vazia, por incrível que possa
parecer. Havia apenas alguns jovens tomando
banho. Encontramos umas pedras grandes onde
poderíamos sentar, elas ficavam na posição mais
privilegiada para quem quisesse assistir o pôr do
sol.
Alguns minutos de silêncio enquanto
comíamos, me permitiu respirar tranquilamente
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aquele ar fresco.
— Sabe, eu nunca vim à praia — ela
comentou ao meu lado, olhando o mar.
Quando acabei de mastigar meu sanduíche,
abri minha boca para argumentar. Nunca foi à
praia? Isso não pode ser possível.
— Verdade? Nunca saiu de BH?
Ela balançou a cabeça negativamente.
— Tudo tem uma primeira vez. Bem-vinda à
praia do Nordeste — afirmei sorridente.
— Obrigada, estou muito feliz com a
recepção. Essa vista compensa completamente as
duas horas agonizantes dentro daquela sala de
reuniões — disse e logo se corrigiu. — Ops,
desculpe, não quis dizer isso.
Ri.
— Tudo bem, estava chato mesmo. Para te
dizer a verdade, se eu pudesse escolher minha
profissão, seria salva-vidas — falei enquanto
admirava o sol no horizonte.
Não era meu sonho de verdade, mas uma
vontade insana. Apenas usei daquilo para brincar
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no momento.
— Tudo a ver com você. Analisando pelo
fato de que me salvou três vezes. Você leva jeito
para salva-vidas, e ficaria na praia. Imagina ver o
sol se pôr na praia todos os dias?
Permaneci sorrindo. Não consegui conter a
alegria de poder livrar meus pensamentos de toda a
sobrecarga que eu recebo e imaginar minha vida
como um salva-vidas. Era uma profissão simples,
desvalorizada, mas eu amo a praia. Eu seria feliz,
com certeza. Amanda estava ao meu lado
sorridente também, então decidi cometer uma
loucura.
Sabia que entre nós não teria nada. Jamais a
obrigaria e isso fere tudo que prezo dentro da
unidade de BH, que é o relacionamento entre
funcionários. Mas me incomodava o fato de não
termos um “nome” certo para aquela relação tão
estreita que estávamos plantando.
— Amanda, sei que sou seu chefe, amigo do
seu irmão e tudo mais...
Ela me olhou assustada. Quando abriu a boca
para me interromper, decidi concluir logo a frase,
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AMANDA
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sou dessas.
Saí correndo e entrei no meu quarto. Fechei a
porta e me recostei nela, ofegante. Naquele
momento senti um frio estranho gelar meu peito,
como uma aflição. Era a adrenalina, estava
espantada com o que vi, só podia ser isso.
Não pensei que ele era desse tipo, tudo bem
ser galinha e tudo mais, eu sabia da sua reputação...
Mas as funcionárias da sua própria empresa? Isso é
errado.
Logo a imagem dele apenas de toalha invadiu
minha mente. Meu Deus... Ele é lindo e muito,
muito, muito sarado. Por um pequeno instante me
permiti sonhar com aquele abdômen musculoso e
toda aquela altura e porte. Que mal tinha? E o que
são aqueles cabelos selvagens? Tentei espantar o
pensamento, logo depois me recompus e fui eu
mesma analisar minhas anotações na área de leitura
do quarto. Sim, tinha uma pequena área com uma
mesa, cadeira e livros.
Comecei a ler minhas anotações quando
bateram à minha porta. Fui atender e dei de cara
com um Tony preocupado, de bermuda cargo cinza
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obedeceu.
— Quer vinho? — Ofereci e me arrependi em
seguida. O que eu estava fazendo?
— Quero sim. Você tem? — Ele parou e
voltou até mim.
— Tenho, venha comigo.
Então o levei na saleta onde ficavam os
frigobares e louças. Pegamos duas taças, uma
garrafa de vinho e nos sentamos à mesa.
— Quer que eu peça um jantar? Estou com
muita fome — inquiriu sorridente.
Aquele sorriso de menino dele é uma graça.
— Seria ótimo. Eu também tenho fome.
Ele foi até o telefone e pediu uma janta para
dois. Pediu a sugestão do chefe para o dia. Eu sabia
que a sugestão do chefe era sempre o prato mais
caro, mas estava com fome demais para reclamar,
afinal ele estava sendo cavalheiro e eu gosto de ser
tratada como sou. Uma dama.
Enquanto a comida não chegava, ficamos
conversando bobagens e bebendo vinho.
— Pedro tem sérios problemas com roncos.
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Capítulo 8
AMANDA
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Clarinha, escolher.
— Vamos, princesa. — Ele a chamou e
juntos voltaram para a loja.
Retornei à cabine, tirei meu biquíni e me
vesti. Ao sair e voltar ao hall da loja, Antônio e
Clara já estavam no caixa pagando pelas compras.
Andei rapidamente até eles.
— Ei! Eu quero pagar! — adverti-o, em voz
baixa.
— Não, jamais deixaria minha esposa pagar
por um presente. — Piscou.
— Espertinho. Vai ter volta — sussurrei.
— Mamãe, tem que ver meu short, é lindo, é
da Sininho!
Clarinha pulava de alegria.
— Que legal, lindona, vamos pro quarto nos
aprontar! — afirmei, e após Antônio finalizar os
pagamentos, subimos juntos e cada um foi para seu
quarto.
Minha filha e eu tomamos um banho rápido e
nos aprontamos para irmos até a piscina. Eu com
meu biquíni novo, junto com o short, e Clarinha
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— Interessante. Me conte.
Comecei a contar e às vezes Antônio
acrescentava algumas coisas. Douglas parecia
maravilhado com o que eu dizia. Ele ficou
espantado com a ousadia da proposta de instalar
câmeras clandestinas e foi bem positivo durante a
conversa.
— Amanda. Você tem qual formação
acadêmica?
— Parei a faculdade de Administração no
sexto período. Mas estarei voltando no próximo
semestre.
— Tenho uma proposta a fazer. — Ponderou
com as duas mãos enlaçadas sobre a mesa.
— Diga. — Apenas sorri, aguardando.
Estava um pouco nervosa, tinha acabado de
entrar na empresa e “propostas” nem sempre eram
coisas boas.
— Quero você responsável por esse caso.
Mude-se para cá. Te darei uma casa, um carro e
pagarei sua faculdade. Você entrará em treinamento
para ser a vice-diretora dessa unidade.
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perguntar.
Também o fitei. Ele estava olhando para um
ponto distante, respirando pesadamente parecendo
pensar em coisas aleatórias.
— Sim — respondeu de forma seca.
Finalmente mirou o pai, mas os olhos dele
demonstravam surpresa, só que de uma forma
triste.
Não gostei muito daquele clima.
— Eu posso pensar e responder depois? —
propus.
— Tudo bem. Quatorze dias. Duas semanas.
— Douglas foi direto.
— Ok. Em 14 dias te dou a resposta final —
afirmei séria, olhando-o nos olhos.
— Bom... Acho que já vamos, pai. Está quase
anoitecendo. — Antônio interveio na conversa e se
levantou. Já eram 5 h da tarde, a conversa foi longa.
— Clara ainda está na piscina? — indaguei a
ele.
— Vou verificar. — Ele foi atrás de Clara.
Estavam apenas Douglas e eu ainda na mesa,
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TONY
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alucinação.
E que Deus me ajudasse, eu faria tudo o que
ela me permitisse sem arrependimento algum.
A faria minha.
Hoje, amanhã, enquanto a vontade dentro de
mim não for saciada.
Eu me doparia de Amanda.
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Capítulo 9
AMANDA
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como acabar com tudo no outro dia, sei que não vai
adiante com nenhuma mulher e nem liga no dia
seguinte.
Era para eu estar feliz, pois não queria
compromisso com ninguém. Mas me sentia
estranha. Um pouco... Decepcionada.
Cochilamos, mas durou poucas horas, pois
um pouco antes de amanhecer o dia, lá pelas 5 h da
manhã, me despertei e levantei, começando a juntar
meu biquíni do chão. Precisava de um banho
urgente. Antônio devia ter percebido que levantei,
pois logo acordou também. Veio até mim por trás e
começou a beijar minha nuca, pescoço e ombros,
mordiscando e causando arrepios em minha pele.
Meu Deus, esse homem é insaciável!
Me virei, mas acabei deslizando no biquíni e
caindo no chão por cima do tapete. Isso não foi
empecilho para Antônio, que fez do chão a nossa
cama naquele momento.
Dessa vez nossa intimidade foi mais lenta e
cheia de carícias. Ele me beijava e afundava em
mim, me olhando nos olhos. A cada instante, seu
rosto sério me presenteava com o mar azul. Eu não
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sorriu.
O sorriso de Antônio era o destaque do seu
rosto másculo e imponente, com traços fortes que
lhe davam um ar de superioridade, mas quando o
sorriso brotava, parecia apenas um menino feliz.
Seu sorriso era muito jovem e o deixava
ainda mais lindo.
Retornando ao quarto, ele pediu para que
deitássemos mais um pouco até amanhecer e eu
fiquei. Em pouco tempo cochilamos novamente.
Mas meu coração… Ah, não, esse continuou
trabalhando incansavelmente contra tudo o que eu
projetei em minha mente. Por mais que eu quisesse
controlar tudo a minha volta, ele estava
conseguindo fazer com que as coisas ficassem
descontroladas.
E eu senti medo. Apenas medo ao imaginar
aonde meu coração poderia me levar.
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Capítulo 10
AMANDA
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ainda.
Enquanto esperava a ligação de Bruna, fui
arrumar minha mala, dobrando e guardando as
roupas. Quando finalizei, o telefone vibrou e me
dirigi ao banheiro para atender. Não queria acordar
Clara.
— Bruna. Bom dia!
— Oi, Amanda. Me conta, como está a
viagem?
— Boa, conseguimos criar uma solução para
o problema da unidade daqui. Mas estou ligando
por outro motivo.
A resposta demorou alguns segundos.
— Ai meu Deus. O que houve?
— Eu e Antônio... Nós... Ah, você sabe... —
estava morrendo de vergonha.
— Ah. Meu. Deus! E como foi????
Recostei-me na parede fria do banheiro e
deslizei até sentar no chão. Suspirei pesadamente,
pois precisaria falar em voz alta o que acabara de
fazer havia poucas horas.
— Bruna... Foi demais. Muito bom. A gente
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caixa torácica.
— Nunca dorme, Amanda. Depois do sexo
ele paga um táxi e dispensa a mulher. Ele nunca
dorme com ninguém, nunca dormiu. Ele sempre me
dizia que isso era para que ninguém esperasse algo
mais do que ele estava disposto a dar. Mas ele
pediu pra que você dormisse. Pra mim isso é
novidade.
— Mas ele disse que era como amigos. —
Tentei ignorar o sentimento de euforia em meu
peito.
— Independente disso. Ele não abre
exceções. Eu o conheço desde sua primeira mulher.
Ele definitivamente não dorme. Parece que ele
sente algo por você. Basta saber se você também
sente. Sente?
Ela parecia saber bem do que falava. Será
que ele já falou algo de mim a ela? Ah, não,
obviamente. O mundo não gira ao redor do meu
umbigo.
— Eu... Não sei. Foi apenas uma noite. É
pouco para dizer e pra mim ainda é cedo. Não
quero me relacionar com ninguém. Não quero
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TONY
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— Quero!
Ao finalizarmos o café da manhã, Amanda
dispensou Mel, a levando até a porta. Ela despediu-
se de nós e se foi.
— Agora quero falar com o papai! — Clara
saltou pelo quarto, animada com a ideia.
Me senti um pouco fora do ambiente e, sem
saber muito o que fazer, dirigi-me à porta principal.
— Vou deixá-las sozinhas para sua ligação,
daqui a pouco venho para darmos uma volta antes
de irmos para casa, ok? — comuniquei a elas.
Amanda assentiu e em seguida saí do quarto.
Era tudo novo para mim, não podia lidar com
aquilo ainda. Mal conseguia assimilar meus
sentimentos, menos ainda ter que compreender
outro homem na vida delas. Creio que em breve
tudo se resolverá, e no que eu puder ajudar, farei.
Parabéns, Tony, você mal passou uma noite
com a mulher e já quer tomar sua vida inteira nas
costas.
Ri sozinho enquanto zombava de mim
mesmo, antes de deitar na minha cama e aguardar.
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AMANDA
e colocá-lo no ouvido.
— O que quer, Henri?
— Você. Por favor, Amanda, me diz que esse
Tony não é nada seu! Eu não suportaria perdê-la
para esse modelinho capa de revista! Eu te amo!
Esse final de semana foi um divisor de águas em
minha vida, eu mudei, quero que a gente converse,
pelo bem de nossa filha.
— Henri, não lhe devo explicações. Tchau.
Desliguei.
Lá, bem no fundo, ainda sentia algo por
aquele imbecil. Sabia que não era amor, pois
ninguém consegue amar genuinamente alguém que
só se aproveita da sua bondade. Só que era essa
“compaixão”, ou sei lá o quê, que me impedia de
mandá-lo para o inferno.
Eu evitava discutir com ele na frente de
Clara, mas ela já tinha presenciado alguns bate-
bocas. Era inevitável, Henri não media palavras e
quando eu via, já estava debatendo.
Respirei fundo para anular meus
pensamentos dessa parte negativa da minha vida e
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enquanto o abraçava.
— Não está feliz em me ver? — retrucou,
parecendo desconfiado.
— Tio Pedro! Estou com o vestido que você
me deu! — Clarinha pulou no colo dele, que a
recebeu de braços abertos.
— Ficou lindo, Clarinha! Vamos pro carro?
Eu vou levar você e sua mamãe pra casa. Vamos
dar um descanso ao Tony. — Declarou e no fim
piscou para o amigo, que sorriu em troca.
— Mas por que não avisou que vinha? —
insisti em perguntar.
Queria mais alguns minutos ao lado dele, que
mal tinha?
— É, eu as levaria com o maior prazer,
Pedro. — Antônio disse cordialmente.
Meu irmão aparentou estranhar essa nossa
proximidade, mas comentou tranquilo:
— Viu? — Apontou para ele. — É por isso.
Ele sabe que está cansado, mas esse jeito heroico
de querer ajudar a tudo e a todos não aceitaria que
eu viesse até aqui.
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Capítulo 11
AMANDA
Idiota.
— Amanda... Sei que está cansada e
pensativa... Mas que raio de foto era aquela que
Clara me mostrou? Eu vi ali uma família feliz, não
um chefe e sua funcionária com a filha. — Pedro
mostrou-se curioso questionou sem delongas.
— Ah, maninho... Uma longa história. Somos
amigos — respondi, sucinta.
— Tudo bem, temos tempo. Assim que
chegarmos em casa, tome um banho e me conte
tudo. Sobre o trabalho, sobre essa sua amizade com
Tony. Tudo.
Em concordância, apenas assenti engolindo
em seco. Pedro tinha uma autoridade ao falar, como
se fosse um pai, não havia como desobedecer. Nós
permanecemos em silêncio pelo resto do caminho
até a casa.
Assim que chegamos, fui direto guardar as
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Ok.
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Ah é? E no que pensava?
Algo bom né? Espero que
sim
Amanda a controladora!
Hahaha. Sim, pensava em
como eu estou maluco
deixando você preencher
quase todos os meus
pensamentos.
Superpoderes de invasão.
Acabo de invadir seu humor.
Logo respondi.
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O mesmo se aplicaria a
você? Pq se sua resposta for
sim, saiba que eu não
gostaria nada de dividi-la. E
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fazendo?
Assistindo a um filme. Ta na
cena em que uma barbie
atirada se joga no galã numa
balada. Mas ele a ignora
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TONY
Mulheres.
Estava frustrado, sentindo uma dor estranha
no peito pelas suas mensagens tão neutras e frias,
então segui seu conselho, indo até a pista de dança.
Estava tocando uma batida eletrônica. Encontrei
Lucas e Pedro. De imediato ficamos zoando entre
nós.
Mal passaram-se alguns segundos, e senti
alguém pulando atrás de mim, tapando minha visão
me fazendo encurvar o corpo para o lado pelo
modo como me puxou.
— Opa! Vou acabar caindo em alguém. —
Achei graça daquilo, ainda com o corpo encurvado
para o lado para que as mãos conseguissem tapá-
los.
Não tenho culpa de ser bastante alto.
— Quem é? — perguntei.
— A infiltradora de mentes. — Ela sussurrou
ao pé do meu ouvido, usando uma voz sensual que
imediatamente reconheci.
Para descrever exatamente o que eu senti
naquele momento, só assemelhando a uma manhã
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Capítulo 12
AMANDA
sorridente.
— Não me importo! Ha ha ha! — ele
retrucou.
Dei um tapinha brincalhão no ombro dele,
enquanto me abraçava. Ele então levantou,
soltando-me de seu abraço e se posicionou de
frente a mim no sofá.
— Olha, pelo que eu vi hoje mais cedo com
aquelas mensagens suas, terei que te obrigar a fazer
uma promessa. — Mantinha uma expressão séria.
Estranhei a mudança repentina de humor e
fiquei séria também.
— A câmera está filmando de prova, hein! —
completou ele e logo ficou alerta. — Ela filmou
tudo que fizemos!
— Tudo bem, não me importo — Sorri, eu
confiava nele. — Me fala, o que é?
Ele respirou fundo e, parecendo um
cavalheiro do século XIX, segurou minhas mãos e
disse em bom som:
— Repita comigo: Eu prometo...
— Eu prometo — repeti.
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TONY
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Mas não.
Eu não queria.
— Pronto. É isso, agora eu tenho sua
promessa e poderei cobrar. — Dei de ombros.
Amanda ficou séria, mas logo me abraçou e
ficou ali, em silêncio.
— Farei o possível para cumprir, mas por que
me pediu isso? — indagou.
Aquele era o momento de ser verdadeiro com
ela. Não dava mais para esconder.
— Porque eu sinto que estou me apaixonando
por você — admiti enquanto a abraçava e
acariciava suas costas. — Eu tenho quase certeza e
agora, mais do que nunca, sinto medo. O amor dói,
eu cresci ouvindo isso do meu pai, e agora eu estou
permitindo meu coração vivenciar esse sentimento
novo. Isso é complicado pra mim — assumi, sério.
Ela se afastou de meu abraço e sondou meus
olhos por um longo tempo.
— Obrigada, eu não sei o que dizer...
Promete cuidar de mim e nunca trair minha
confiança?
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BRUNA
— Alô? — atendi.
—Sou eu, Bruninha, Amanda. Precisava
conversar com você, está ocupada?
Opa, novidades. Adorava quando Amanda
me ligava.
— Não, Jonas está dormindo, pode falar,
como tem se saído na empresa?
—Bem, tudo está em ordem, nada de mais. E
seu bebê, quando poderemos visitar?
Saí do quarto do meu filho, para não fazer
muito barulho e sentei no sofá na sala.
— Semana que vem marcarei um dia de
visitas, aviso a vocês. Ele está muito comilão, não
me dá descanso, mas eu estou amando essa vida de
mãe, ele me revigora. E você com Tony, como
estão?
A ouvi suspirar pesadamente.
— Bruninha, nós estamos vivendo algo tão
intenso, sabe? Em poucos dias eu estou me
sentindo tão diferente. Não consigo resistir a ele,
me sinto como uma adolescente.
— Espera aí, Amanda, está entrando outra
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ligação, só um minuto.
Coloquei a ligação de Amanda em espera e
atendi a outra.
— Tony?
— Bruna, que saudade!
— Eu estou também, semana que vem vou
marcar um dia de visitas para ver o Jonas, quero
que venha!
— Irei com certeza. Bruna, quero contar algo.
— Pode falar, mas fala logo que estou com
outra ligação na linha de espera.
— Estou apaixonado pela Amanda. Sei que
nunca senti isso antes e não posso ter tanta certeza,
mas... Ela me faz tão feliz e completo, deve ser
amor, não deve?
Oh, céus. Os dois já estavam loucos um pelo
outro!
— Calma aí, já volto. — Retomei a ligação
dela — Amanda?
—Oi, tô aqui.
— Então, um conselho. Cai de cabeça, Tony
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AMANDA
Amanda, precisamos
conversar primeiro, por
favor me dê uma chance.
jantar.
Desci do prédio da empresa e peguei um
ônibus para o cartório, que ficava um pouco longe
dali. Sentei no banco, encostada na janela e, ao
olhar para fora, percebi que o sol estava começando
a se pôr aos poucos. Lembrei de Antônio e de como
estava me apaixonando rapidamente por ele. Logo
pensei na minha filha, e na vontade que eu tinha de
tê-la perto de mim outra vez. Acho que seríamos
felizes juntos, nós três. Não que eu idealizasse
casamento ou qualquer coisa do tipo, mas fiquei
muito contente ao ver como ela adorou meu chefe,
e isso era bom. Muito bom.
Chegando ao cartório, fui logo atendida e
assinei o papel.
— A outra parte já assinou? Henrique Barros
Portela? — perguntei à atendente ao entregar os
papéis com minha assinatura.
— Ainda não, senhora. Ele tem até sexta para
assinar, senão o documento entrará em atraso.
— Tudo bem, falarei com ele.
Retornei para casa e decidi que depois ligaria
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Capítulo 13
TONY
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entre nós.
Seus olhos estavam brilhando, um pouco
marejados enquanto apenas me encarava sorrindo.
Num ímpeto se aproximou de mim, puxou minha
mão para si e deitou com o rosto sobre ela.
— E eu ganhei um anjo da guarda que é meu
amor e meu chefe — rebateu suave, sua voz como
sinos angelicais aos meus ouvidos.
Eu queria fazê-la minha. Levá-la para minha
casa e marcar todo seu corpo, enquanto a chamava
de “minha”, de modo oficial… Qual seria o nome
apropriado para o que tínhamos?
Hã… Um namoro?
— Quer ser minha namorada? Acha cedo pra
isso? — pedi, usando a mão livre para segurar a
dela.
O sorriso não abandonava seu rosto.
—Sim, quero ser. Na verdade não acho mais
nada, minha cabeça está rodando, só sei que te amo
— disse e riu.
Acho que está na hora de consumarmos esse
“título”.
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AMANDA
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Então desliguei.
Senti um alívio no peito ao perdoar Henri,
isso era essencial para que minha vida avançasse.
Sinceramente, não queria aceitar a proposta de
Douglas, queria ficar com o homem que iluminou
meus dias escuros e viver esse amor, mas o medo e
a dúvida me consumiam. Ele nunca amou, podia
estar sentindo outra coisa e pensar que era amor,
assim, quando isso acabasse, eu me machucaria.
Deixar uma proposta decisiva na vida por um amor
não estava nos meus planos. Eu precisava de
solidez.
Após pensar bem nisso, decidi que aquele dia
seria o melhor que passaria com Antônio. Faria de
tudo para que fosse uma despedida inesquecível,
pois no dia seguinte aceitaria a proposta de
Douglas.
No fim da tarde, fui até a sala dele e juntos
assistimos o pôr do sol abraçados, em silêncio. Não
queria que fosse uma despedida e meu coração,
aflito, só ansiava permanecer naqueles braços por
toda a vida.
— Vamos, amor? — Sua voz me chamou
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aprender algo
Mas não vou mais hesitar, não mais, não
mais
Isso não pode esperar, eu sou seu
Bem, abra sua mente e veja como eu
Considere outros planos e caramba, você se
libertará
Olhe para seu coração e encontrará amor,
amor, amor
Então por favor não, por favor não, por favor
não
Não precisa complicar
Porque nosso tempo é curto
Esse é, esse é, esse é nosso destino, eu sou
seu!
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Capítulo 14
TONY
hora — afirmei.
Bebemos os frascos de iogurte e fomos para
meu quarto.
— Amor, vamos ver algum filme? — sugeriu
assim que adentramos o cômodo.
Olhei-a fixamente e balancei a cabeça,
afirmando um não.
— Mas por quê? — Ela se fingiu de inocente.
— Você acha que, correndo o risco da
mulher que eu amo ir embora, e de isso aqui —
Apontei pra ela e pra mim — ser uma despedida...
O que eu desejo muito que não seja... Acha que não
farei de tudo pra ficar pra História?
Arqueei uma sobrancelha e dei meu sorriso
de canto.
O sorriso que faz a calcinha dela encharcar,
com certeza.
Viu? Falei! Ela já estava mordendo os lábios
e esfregando as pernas uma na outra vindo até mim,
como se desfilasse.
— Você, Antônio Gali, é muito fominha!
Sorte a sua que eu tô afim de te saciar!
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Perfeição.
É a palavra que define essa mulher!
— Vamos marcar alguns locais da casa hoje.
Topa? — sugeri, abraçando-a e sussurrando em seu
ouvido.
— Topo. Com você eu topo tudo! — Me
encarou, sorrindo, e eu a joguei na cama a fim de
iniciarmos nossa maratona de sexo.
Mas agora não era mais sexo, era amor.
Seus olhos castanhos brilharam, me
encarando de baixo pra cima. Eu estava de pé,
admirando-a deitada enquanto me aguardava.
Jamais imaginei que um dia estaria tão ansioso pra
estar com alguém. Não só pelo sexo, mas pelo
contato. Pela proximidade. Sentia como se meu
corpo fosse dependente do seu toque. Seus gestos
de amor eram anestésicos. Destruíam qualquer
barreira minha.
Subi na cama e comecei sendo bonzinho e
arrancando suas roupas devagar. Beijei cada ponto
do seu corpo antes de começar a lamber sua pele
deliciosa. Assim que ela ficou nua, eu me despi por
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AMANDA
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cabeça confusa.
— Bruna? Bom dia.
— Oi, Amanda, bom dia, o que me conta de
novidade? Já se decidiu?
— Sim, decidi, Bruninha. Vou aceitar a
proposta do Douglas.
Por dentro eu estava suando frio.
— Mas e o Tony? Amiga, o coração dele vai
se quebrar em pedaços!
O meu também...
— Eu sei... Mas eu preciso aceitar. A vida
toda fui guiada pelas minhas emoções e
sentimentos e olha no que deu! Eu preciso aceitar,
se tiver que ser a gente vai ficar junto um dia.
— Amanda... Eu não te entendo. Você tem
certeza de que quer isso?
Eis a pergunta de um milhão de dólares.
— Não quero, não tenho certeza, mas
aceitarei. Vou agora pedir um voo pras 4 da manhã
de amanhã. Chegarei antes da reunião sobre o caso
da queda em Recife.
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TONY
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Capítulo 15
TONY
para isso.
Voltei para minha casa feliz de um lado, mas
sentindo uma aflição do outro.
Deveria ter sido o susto de perdê-la,
provavelmente passaria logo.
AMANDA
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TONY
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HENRI
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TONY
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Capítulo 16
AMANDA
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a ele.
— Vamos? — Henri entrou na sala com o
médico.
— Aqui está sua alta, Amanda. Todo o
diagnóstico e os remédios que deve tomar caso
sinta uma dor de cabeça muito forte, ok? — Doutor
Jay era atencioso o tempo todo comigo.
— Obrigada, doutor.
Saímos do hospital com toda a equipe
acenando para nós. Eles diziam que eu era uma
paciente muito forte e que mesmo que eu tenha
perdido um fragmento da memória, eles não se
surpreenderiam se algum dia eu voltasse a me
lembrar. O que talvez fosse impossível, já que até
então nada acontecera, mas eu tinha esperanças.
Chegamos na nossa nova casa alugada. Henri
foi dirigindo seu carro devagar pelas ruas. Nossa
casa era simples, com dois quartos, um pequeno
quintal, garagem, uma sala grande, cozinha e um
banheiro apenas. Era aconchegante. Henri disse que
foi muito difícil conseguir aquela casa, pois tudo
era muito caro.
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TONY
Terceiro copo.
Quarto.
Quinto.
Sexto.
Eu não bebia. Não depois de saber que a
bebida causou a morte da minha mãe. Sempre
evitava beber, eram raras as vezes que cedia.
Mas lá estava eu, com a única coisa alcoólica
que tinha em minha casa: Vinho.
— Ah! Acaba logo! Acaba! — Joguei a taça
longe, fazendo com que se quebrasse em vários
pedacinhos de vidro, na parede.
Por que essa dor enorme não acaba?
Era assim que era amar? Era disso que me
protegi a vida inteira?
Essa era a maldita dor?
Andei pela sala, desolado com as mãos nos
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AMANDA
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animada.
— Obrigada... Mas... Qual é seu nome? —
perguntei, afinal, eu nunca a vi na vida.
— Bruna. — Ela entristeceu o olhar alegre.
— Esqueci do detalhe da memória, desculpe, mas
somos grandes amigas, venha!
Fiquei feliz ao lado dela, ela me transmitia
algo bom. Ao chegar nas salas ao fim do corredor,
ela mostrou a sala do meu chefe. A minha ficava
exatamente ao lado. Era uma sala ampla com uma
mesa enorme perto da janela, e que janela! Era algo
colossal que ia de ponta a ponta, dava pra ver toda
a cidade dali, sempre quis uma sala com janelão.
— Uau... Que sala linda... E essa janela...
Adorei — falei enquanto entrava e andava pelo
ambiente.
— Essa é sua mesa, decore como quiser, mas
Tony já deixou sua marca aqui também, olha esse
porta-retrato, que lindo. — Bruna pegou um porta-
retrato que tinha um tipo de cartão-postal com uma
pintura do pôr do sol que me deixou profundamente
emocionada.
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naquele lugar.
Tomei o remédio pra dor que o médico me
orientou, mesmo sendo dor no peito e não na
cabeça.
Os dias a partir daquele, com certeza, seriam
longos.
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Capítulo 17
TONY
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EU TE AMO.
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saiu.
Ah, Amanda... Minha Amanda... Se você
soubesse como nos amávamos, como éramos um
com o outro... Mas preciso me concentrar na
amizade, serei apenas isso pra você... Lembre-se
logo de mim…
Torci ao vê-la sair.
Os médicos do hospital disseram que
Amanda talvez nunca lembrasse daqueles dois anos
perdidos. Teríamos de esperar e acreditar. Estive lá
depois da sua alta, para verificar sobre as cobranças
do hospital. Nada mais justo arcar com elas, uma
vez que seu acidente foi causado rumo a uma
viagem de trabalho.
Indenizei-a também pelo acidente, achei que
deveria. Comprei um carro novo para Pedro, que
não queria aceitar, mas não teve escolha.
Agora, sobre o nosso amor... Eu ainda tinha
um fio de esperança cada vez que lembrava do que
vivemos. Foi tão intenso e verdadeiro, não podia ter
se perdido assim na mente dela, ou podia?
O dia passou voando, Amanda não foi mais
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AMANDA
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Despertei em um susto.
— Amor, está tudo bem? — Henri abriu os
olhos e me confortou, preocupado.
— Sim, tudo, foi um sonho. Eu não tenho
sonhos desde o acidente, hoje foi o primeiro.
Ele alisou meu rosto e me olhou com ternura.
— Quer falar como foi?
Respirei fundo, talvez ele me ajudasse.
— Eu estava em uma praia vendo o pôr do
sol. Quando olhei pro lado, vi um sorriso, mas não
vi quem era — contei, um pouco assustada.
Henri ficou alguns segundos em silêncio,
antes de falar.
— Não foi nada, amor. — Me abraçou. —
Deve ter sido algum filme ou novela que viu, ou
apenas sua imaginação.
Sua voz transparecia um pouco de temor. Eu
não era boba, ele parecia ter medo do meu sonho.
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Capítulo 18
AMANDA
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gafe.
— Entendi... — Suspirei e tentei aceitar
aquela explicação. Não devia ser nada de mais. —
Vamos pedir logo, estou com fome!
— Tony, escolheu algo? — Nick chamou a
atenção do amigo.
Ele assentiu, chamou o garçom e fez o
pedido. Estava pensando que eu escolheria, pois
pagaria o jantar, não?
O jantar fluiu tranquilo, entre risadas e
brincadeiras sobre as pessoas da empresa, algumas
imitações bizarras que Nick fez da senhora da
faxina e os absurdos que Pietra escutava
diariamente. Antônio surpreendeu a todos quando
imitou o seu pai, dando ordens em reuniões
importantes.
— O que você está dizendo contribuirá para a
resolução deste problema? Pois então guarde seu
comentário para você — dizia ele com uma voz
mais grossa do que a normal e um olhar superior,
imitando seu pai, que eu ainda não conhecia.
Todos caíram na gargalhada e, apesar
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TONY
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AMANDA
me poupe!
— Não quero! Não ouse me tocar! — alertei,
mas ele continuou tentando me agarrar.
— Amor, não precisa ser radical, nós
transamos quase todo dia! — argumentou.
Agora ele tinha ido longe demais, eu não
queria transar, queria amor, queria o momento, o
interesse.
— Cala a boca e, se tentar me impedir, não
respondo por mim! — retruquei ainda escolhendo o
vestido, quando vi um maravilhoso branco rendado.
Era lindo, perfeito!
— Esse! É perfeito. — Me arrumei, coloquei
o cabelo de lado, passei uma maquiagem marcante
e um perfume doce. Coloquei algumas joias e um
salto enorme nos pés. Só queria caprichar para que
meu marido se arrependesse amargamente pelo que
fez. Ao finalizar, virei para ele, que estava com
cara de bunda, sentado na cama.
— Pronto, estou indo. Não me espere. Me dê
as chaves do carro.
— Na mesa da sala — respondeu
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AMANDA
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sensível demais!
Era o que minha mente julgava enquanto eu
dirigia o carro dele depois de vê-lo tão vulnerável.
— Me fala onde fica sua casa, pelo menos
consegue me dar essa informação? — perguntei,
acordando-o.
Ele abriu os olhos lentamente e respondeu
com a voz embargada.
De imediato liguei o GPS do carro e o levei
até seu condomínio. Era uma mansão enorme em
um condomínio chique. Assim que aproximei-me
do portão, ele imediatamente se abriu. O segurança
que ficava na cabine acenou quando o encarei.
Naquele momento tudo ficou confuso. Não era para
ele me parar? Ele nem me conhecia!
Estacionei em frente à casa dele, como me
indicou e, ao desligar o carro, tive outro déjà-vu.
Droga, provavelmente eu já estive aqui.
Estou ficando com medo do que posso descobrir.
Antônio ainda parecia lento, mas já estava
um pouco acordado. Saí do carro, dei a volta, abri a
porta dele e o sacudi. Ele voltou a si e ao me olhar,
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Capítulo 19
TONY
dela.
Acabei sendo um pouco rude, dando cabo ao
assunto, fazendo-a temer ao arregalar os olhos pelo
meu tom de voz. Ela abaixou a cabeça, nitidamente
envergonhada.
— Desculpe a mim, estava sendo intrometida
e tudo mais... É que... Odeio mentiras e sinto que
estão escondendo algo de mim. Quando eu o
conheci, no hospital...
— O quê? — a interrompi. Será que ela
sentiu algo?
Tudo era uma grande loucura, mas não podia
ficar ali sem nem saber se ela lembrou ou ao menos
cogitou algo entre nós.
— Você estava sério, não me lembrava de
você e depois, quando comecei a trabalhar contigo,
ainda não lembrava e sempre o via sério... Ou,
quando sorria, eram gargalhadas abertas.
— O que tem isso tudo? Aonde quer chegar,
Amanda? — perguntei, curioso.
— Eu... — ela suspirou. — Vou contar. Na
noite em que entrei na minha sala pela primeira vez
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— Sim, te levo.
A levei até a boate para buscar o carro de
Henri e depois a segui até sua casa para garantir sua
segurança.
Voltei para minha casa frustrado. Não
aguentava mais tudo aquilo, estava deixando meu
interior em pedaços ter Amanda tão perto e não
poder acariciá-la ou beijá-la, nem dizer que a
amava. Jurei a mim mesmo e fiz Pedro jurar que
não contaria nada sobre nós a ela.
Assim que cheguei em casa, deitei em minha
cama e logo adormeci. Talvez nos sonhos as coisas
pudessem ser diferentes.
AMANDA
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Capítulo 20
AMANDA
PEDRO
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acontecido?
Ainda com raiva percorrendo minhas veias,
pulei o muro e arrombei a porta da sala, chequei
todos os cômodos e pareceu que estava tudo
intacto, como se Henri não tivesse nem dormido lá.
Claro, farrista como ele, deveria estar com
alguma amante qualquer.
Mas mesmo achando que Henri estava
farreando e nem sequer foi pra sua casa à noite,
ainda assim me preocupei. Liguei para o celular
dele, não queria ter que falar com aquele imbecil
pelo telefone, mas era minha última alternativa.
Depois de 6 toques, ele atendeu.
— Alô.
— Oi, canalha, aqui é o Pedro, onde você
está?
Fez-se um pequeno período de silêncio e
depois Henri ofegou.
— Cara, eu me arrependo do que fiz, mas
mereço uma punição, não se preocupe comigo. Em
breve se livrarão de mim.
E assim, Henri desligou a ligação.
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AMANDA
TONY
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Capítulo 21
AMANDA
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E me beijou.
Clic
TONY
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instaurou no ambiente.
— Tio Tony! — Clarinha acabara de sair do
quarto e me avistou de pé na sala.
Correu e saltou em meus braços, me
abraçando forte.
— Clarinha, minha princesa. Como você
está?
— Eu estava com saudades. Você quase não
veio me ver mais. Ainda somos amigos? —
perguntou com brilho nos olhos.
Meu Deus, eu amava aquela pequena.
— Mas é claro que somos! Mais do que
a Sininho e o Peter Pan!
— Mais? — Os olhinhos dela se arregalaram
cintilantes.
— Muito mais — Beijei sua testa e a desci do
colo.
Amanda acompanhava-nos com os olhos.
Acho que a relação com sua filha também era
novidade para ela.
Ah, doce, Amanda… Nada vai me impedir de
mostrar tudo sobre nós, cada pequeno detalhe.
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AMANDA
do pai?
Cocei a nuca, um pouco constrangida em me
lembrar de como minha criança tem absorvido
tudo.
— No dia em que contei ela ficou péssima,
até ontem estava chorosa e triste. Mas hoje acordou
melhor, disse que o papai está com Papai do céu,
então está protegido. — Dei de ombros.
— Clara é inteligente demais, fico abismado
com ela. — Ele sorriu. Um sorriso aberto e
genuíno.
— Ela é — concordei. — Teria como
assistirmos o vídeo amanhã? Clara passeará com
Pedro durante o dia e então poderemos ver com
calma. Quando quer que eu retorne à empresa?
Ele me fitou fixamente nos olhos e pôs as
mãos nos bolsos de sua calça. Não deixei de notar
como meu corpo reagiu ao reparar com mais afinco
sua estrutura física.
— Tudo bem. Venho aqui amanhã pela
manhã, então. Sobre a empresa, não se preocupe,
volte semana que vem. — Se aproximou de mim e
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Capítulo 22
AMANDA
resposta.
— É... Não precisa se incomodar, comi algo
em casa. — Sorriu.
Deu aquele sorriso de menino, aberto e
radiante, que os dèja-vus me mostravam.
Constatei ali, que tinha acabado de me
encantar com o sorriso dele.
Meu Deus... Eu não estou normal... Está
calor aqui.
Aproximei-me lentamente de Antônio.
— Vamos ver os vídeos então? — sugeri.
Ele assentiu.
Bom, que se inicie o que tiver de ser.
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lado em seguida.
Ela estava estática ao meu lado, aparentando
não saber muito bem o que dizer ou fazer, então me
olhou de soslaio. Não sei se ela percebeu como eu
estava esperando ansioso para que o vídeo
começasse, mas segurou minha mão.
Me virei em sua direção, foquei os olhos da
mão de Amanda na minha até seu rosto e sorri,
soltando um leve bufo nervoso.
— É agora que você saberá de tudo.
Ela deu play.
— Vamos lá, nossa modelo Clara com seu
vestido bege da princesa...
— Bela.
— Claro! A princesa Bela! Aplaudam!
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AMANDA
— Alô — atendi.
— Oi, Amanda?
— Sim.
— Aqui é Valentina, estou ligando apenas
para confirmar nossa conversa logo mais. Vou
trabalhar até às 17 e depois vou direto praí, tudo
bem?
— Tudo ótimo, estarei em casa sozinha,
poderemos conversar à vontade.
— Combinado, beijo!
— Beijo.
Desliguei e sorri relembrando que começaria
minha boa ação. Valentina me ajudaria a me
aproximar de Laira naquele momento difícil. Não
queria ver o mesmo fim que Henri procurou, na
mulher que foi alvo de seu amor a vida toda.
— Antônio? — perguntei assim que voltou à
mesa.
— Hum? — Ele murmurou mastigando a
comida, fitando seus olhos nela.
— Eu decidi ajudar Laira, sabe, a ex-amante
do Henri. — Contei, um pouco desconcertada.
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— Alô.
— Mandi! Podemos voltar? Clara está aqui
no último brinquedo do parque e está cansadinha.
Tony já foi? Se entenderam? — Pedro perguntou
animado.
— Calma! — Ri. — Meu Deus, isso tudo é
animação por causa de Tony? Pode vir sim, ele já
foi. E nos entendemos sim, depois converso contigo
com calma. Manda um beijo pra minha princesa.
— Tá bom. Daqui a pouco estamos aí. Beijo.
— Tchau.
Depois de alguns minutos, a campainha
tocou.
Ao abrir a porta, olhei bem a mulher diante
de mim. Valentina era semelhante a uma modelo de
passarela, com belos olhos verdes e pele negra,
magra, com cabelos ondulados negros até a metade
das costas. Com certeza faria qualquer homem
rastejar aos seus pés.
— Seja bem-vinda, Valentina. — A recebi,
solícita e sorridente.
Enfim entenderia um pouco mais do que
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Henri viveu.
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Capítulo 23
AMANDA
PEDRO
Não mais.
Nunca.
AMANDA
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contive e perguntei:
— O que foi aquilo? — Olhei para Pedro.
Estava com minha língua coçando desde
quando Valentina foi embora. Ele não agiu de uma
forma muito comum ao lado dela.
— Aquilo o quê? — Agiu como se não
tivesse feito nada.
— Aquela atitude mal-educada com
Valentina. Ela é um amor, sabia?
Ele rolou os olhos.
— Me poupe, Amanda.
Opa, ele me chamou Amanda. Então não
estava animado para conversas. Decidi mudar o
assunto.
— Tony e eu vamos tentar — soltei um
tempo depois, entre as garfadas.
Clarinha comia quieta, apenas nos assistindo.
— Opa, boa notícia. Finalmente vou ver
aquele puto sorrindo de novo. Não aguentava mais
choramingo no meu ouvido.
Irmãos são uma bênção, mas tem dias que
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Oi, já dormiu?
TONY
Eu me sinto honrada,
obrigada por não desistir de
mim.
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AMANDA
2 meses.
Imediatamente meu cérebro fez as contas.
Batia exatamente com o dia do acidente. Não era
possível.
Não tinha como ter sido nesse dia, se sofri
um acidente, era para não estar grávida. Ou era?
Ainda um pouco chocada com o exame em
mãos, após aguardar o resultado, liguei para a única
pessoa que poderia me confortar:
— Oi! — disse ao ouvir a voz dele do outro
lado da linha.
— Oi, meu amor, como foi no médico, está
tudo bem? — Antônio perguntou parecendo
preocupado.
— Sim, não era nada demais. Apenas quis
ouvir um pouco da sua voz.
Estava sentada no salão principal do hospital,
assimilando ainda a minha realidade.
— Ah, tá... Já posso te buscar? Como se
sente?
— Um pouco enjoada e emotiva, mas logo
passa. — Pausei e respirei. — Antônio, me diga
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Capítulo 24
AMANDA
TONY
sentar.
Pedi o seu currículo e fiquei um tempo
analisando-o.
Larissa se saía bem em todas as perguntas e
me deixava maravilhado com sua desenvoltura e
perspicácia.
— Tem experiência com contabilidade.
Muito bom. Está com notas altas no curso? —
perguntei durante a entrevista.
— Sim, sou uma aluna muito dedicada. Na
minha experiência anterior tenho ótimas
referências, se quiser pode ligar para minha antiga
gerente, que ela falará tudo sobre mim — Larissa
dizia, aparentemente sorridente e confiante.
Uma mulher bem confiante de si, pensei.
— Bom, gostei de você. Por tudo que vi no
currículo e tudo que me informou, está contratada.
Só peço que tenha paciência com seu chefe, o
responsável pelo setor de Relações Internacionais.
Ele é um pouco difícil de lidar. Você tem jeito com
as pessoas? — indaguei, atento.
— Sim, nunca arrumei problema nos meus
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quando disse:
— É que... Eu estou... — Parecia
constrangida.
A voz de Amanda dizendo que estava grávida
ecoou em minha cabeça então a ficha caiu
lentamente, deixando-me branco como um papel e
boquiaberto.
Seria possível?
— G-g-grávida? — gaguejei.
Ela assentiu.
— Eu... Vou... Ser pai? Existe essa
possibilidade? — perguntei, interessado.
Eu queria mesmo saber. Afinal, sabia que
tivemos relação algumas vezes sem preservativo,
então havia uma pequena possibilidade.
— Bom, a princípio não existia, mas então a
obstetra me informou que, se o bebê foi “fabricado”
no dia do acidente ou no dia anterior, pode ser que
seja seu. A idade gestacional é de 8 semanas e bate
exatamente com o dia do acidente. Podendo ter
uma margem de erro de duas semanas pra mais ou
pra menos, mas na ultrassonografia pareceu ser de
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desafio.
— Acho que eu sobreviveria muito bem com
esse tipo de tortura. — Sorriu. — Mas não, não é
piada. Estou mesmo grávida.
O mundo tinha parado de girar naquele
instante. Senti meus olhos arderem. Eu ainda fitava
a imagem do meu filho, em mãos.
— Droga, tô sensível... Vou ser pai mesmo...
Vou ser pai — dizia para mim mesmo em voz
contida. — Amor, tem noção do que é isso? Não...
Você não deve ter.
Levantei os olhos para Amanda, que parecia
apreciar o momento. Estava feliz demais, aquilo
era… Um presente da vida. Uau… Não me contive
e levantei, estava nervoso andando de um lado para
o outro, passando a mão pelos cabelos soltos,
próximo à mesa onde estava sentado com Amanda,
que assistia a tudo calada.
Um garçom, vendo o movimento,
aproximou-se cautelosamente, solícito.
— Senhor Gali, algum problema?
Eu não respondi, estava ainda um pouco em
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AMANDA
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me entende.
A feição de Antônio ficou imediatamente
brava. Socou a mesa, como se estivesse
martelando.
— Não acredito, Nick! Contratou a estagiária
pela beleza? Tu não presta mesmo... Estou quase te
demitindo!
Nick levantou as mãos no ar.
— Não, chefe! Desculpe — ele começou a se
explicar. — Também é linda, mas muito
competente na área profissional. Juro.
Eu apenas via a cena e continha as risadas
para mim. Nick era incorrigível, estava para nascer
alguém que o colocasse nos trilhos.
— Vai logo, Nick, resolva isso e depois me
passa. — Antônio encerrou o assunto.
Ele assentiu e saiu da sala, mas antes se
despediu de mim, que o respondi com um sorriso.
Assim que ele se foi, me levantei do sofá e
caminhei até aquele homem lindo por quem estava
começando a nutrir sentimentos fortes, ficando de
pé atrás dele, quando o tal estava sentado em sua
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cadeira, tenso.
— Calma, Nick vai resolver isso. —
Massageei seus ombros em tentativa de relaxar sua
tensão.
Antônio jogou a cabeça para trás e fechou os
olhos, recebendo a massagem que eu fazia
delicadamente.
— Não sei o que seria de mim sem você —
disse ele.
Sorri, continuando minha missão.
— Digo o mesmo. Você tem sido meu salva-
vidas — afirmei entre as massageadas que dava em
meu chefe.
— Ah... Isso é bom. — Ele soltava o ar e
gemia com a carícia. — Vem cá, amor. — Abriu os
olhos e me puxou para sentar em seu colo.
Me sentei de lado e aconcheguei meu rosto
no peito dele, que começou a acariciar meus
cabelos e braços.
— Quando eu não achava que podia ser mais
feliz, você me presenteou com mais um motivo de
felicidade. Obrigado — disse num sussurro rouco
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Deu de ombros.
— Meu Deus... — sussurrei e balancei a
cabeça em negação.
Por que homens são assim?
— Mandi, não vou tentar me defender, sei
que foi errado e que Clarinha devia ter sido vigiada.
Mas você reparou a roupa daquela garota? Quem
vai trabalhar de babá vestida daquele jeito? Juro
que tentei respeitar e tudo mais, o direito é dela,
mas aí do nada ela começou a dar bandeira, fazia
umas caras sexys e me atentava... Apenas dei o que
ela queria. Juro que eu fiz ela me dizer claramente
o que queria e ouvi com todas as letras, "quero que
você me fo...”
— Eca, Pedro — o cortei. — Não me dê
detalhes! Você é meu irmão!
Pedro riu da minha reação e se levantou.
Vestiu a cueca, uma bermuda e passou por mim e
Antônio em direção à cozinha.
— E vocês, aproveitaram muito? Pouco?
Intermediário? — perguntou ele da cozinha,
enquanto abria a geladeira.
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de gratidão e conforto.
Clarinha ficou feliz e logo começou a
tagarelar sobre princesas, Sininho, Frozen e outros
clássicos da Disney.
O passeio daquele dia foi incrível. Primeiro,
fomos ao parque dentro do shopping. Brincamos de
bate-bate, simulador 6D, carrossel, jogos de corrida
e muitos outros que Clarinha fazia questão de
brincar. Após algumas horas nós almoçamos e
depois fomos ao cinema ver um desenho que estava
em cartaz. Clara quis falar durante todo o filme e
Antônio conseguiu convencê-la a ficar quieta com a
pipoca. Deu certo e nós três conseguimos assistir ao
filme em silêncio.
Após o cinema, Antônio quis fazer algumas
compras para mim, o bebê e Clara. Mesmo não
sabendo o sexo, ele queria comprar algo. Já não me
sentia tão constrangida com suas atitudes
espontâneas e o segui onde quis.
Enquanto andávamos pela loja de bebês e
crianças, ele puxou conversa.
— Amor, o que sua intuição diz sobre o
sexo?
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Capítulo 25
AMANDA
aproximarem.
Antônio foi o primeiro a saltar porta afora e
correr para o outro lado. Abriu a porta para mim e
me retirou, pegando-me no colo.
Ele andava protetor em excesso.
— Não precisa! Consigo descer! — reclamei.
— Precisa sim, tem que tomar cuidado com
nosso bebê. Você pode cair dessa altura toda. —
Colocou-me no chão e abriu a porta de trás para
retirar Clara.
— Tio, que lugar lindo! — ela exclamou,
espantada com o belo sítio decorado.
A casa era enorme, muito semelhante às
usadas em novelas de época, e a área externa estava
toda decorada com bandeirinhas penduradas no
alto, ligadas de árvore em árvore. A decoração era
caipira.
Ainda era meio-dia, porém a festa mesmo
seria à noite.
— Vó Euzira! — Antônio recebeu o abraço
da senhora, que foi imediatamente até onde
estávamos.
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falar.
— Amor... Nosso bebê, ele não pode sofrer
nada, tá entendendo? Nada! — explicou,
preocupado.
Sua testa estava franzida, seu olhar… revolto.
Eu precisava respirar, não era a primeira vez que
suportava seus cuidados excessivos.
— Calma! Meu Deus... Antônio, eu não estou
gostando dessa maneira que você está agindo. Quer
me proteger até de um alfinete, eu me sinto uma
inválida, me sinto uma inútil que não consegue
fazer nada sozinha. Obrigada por me salvar,
realmente foi necessário, mas não precisa me
interditar e me proibir de correr os riscos que eu
quero, a vida é assim, feita de aprendizado e riscos.
Não quero que fique me pegando no colo pra subir
ou descer do carro, não quero que me segure no
elevador da empresa por causa do balanço, não
quero que fique me dando esporro por poucas
coisas. Poxa, será que consegue me entender? —
Estava triste, pois em meio a tanto sentimento bom,
isso era a única coisa que me afastava dele. —
Estou sufocando.
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TONY
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Sorri, relembrando.
— Ele era lerdo demais. Assim que descobriu
que era bonito e que as meninas eram interessadas
pelo jeitinho todo tímido dele, começou a
conquistar finalmente as garotas e aos 21 virou
homem. — Dei de ombros. — Queria que visse um
pouco disso pra saber da nossa história. Tudo bem
que tem mais Nick que eu aqui, mas é uma forma
de te mostrar meu passado.
Amanda sorriu.
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Duas semanas.
Eu estava a ponto de ter um colapso.
Mas, ainda assim, aguardava nossa conversa
ansiosamente. Pensava em Amanda ao acordar,
durante o dia, ao dormir, em todos os instantes. Só
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comprometido.
Falei, fitando-a nos olhos a uma distância
considerável.
Ela rolou os olhos, andou até onde eu estava
novamente e enlaçou os braços em volta de meu
pescoço.
— Tá bom, finjo que acredito. Estou com
saudades da sua potência, gostosão. — Tentou me
beijar, porém desviei.
Minha paciência chegando no limite.
— Ah, para de se fingir recatado! — Agarrou
a blusa branca que eu usava e deixou uma marca de
batom na gola. — Olha que sexy, posso marcar
você todinho! — falou sorrindo.
— Que merda, Felícia! Sai, sai daqui! Não
queria ser rude, mas você não entende nada! —
Afastei-a e corri para o banheiro dentro da minha
sala.
Minha vida não estava ruim, mas não queria
inserir um problema na lista. A droga da gola não
ficava limpa nem por um decreto, e ao tentar
limpar, acabei sujando ainda mais. Decidi tirá-la.
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seu amor?
— Cala a merda da boca, Felícia! —
esbravejei e me dirigi até Amanda, preocupado, a
passos largos.
Felícia levantou as mãos rendida e fez uma
cara de falsa ofendida.
Amanda parecia paralisada, como se aquilo
fosse tão inacreditável, que fez meu coração se
encher de pânico, a cada passo que eu me
aproximava mais dela.
Uma fina lágrima escorreu de seus olhos.
Ela soluçou, parecendo querer desabar, mas
se manteve firme antes que eu encostasse nela.
— De novo, não — falou espalmando a mão
para que eu parasse, e saiu da sala.
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Capítulo 26
AMANDA
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aquilo?
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seca.
Ele demorou alguns segundos para responder.
Parecia pensativo.
— Vamos poder conversar?
— Não sei, amanhã veremos. Teria como
resolver isso pra mim? Vou pedir o bolo e comprar
algumas coisas amanhã cedo.
— Tudo bem, eu faço o que pedir. Que horas
será a comemoração?
— Umas oito da noite acho que tá bom. Não
vamos demorar muito, pois Pedro não é chegado a
festas. Só pra não passar em branco mesmo.
— Tudo bem, meu amor. Eu te amo, tá?
Senti meu peito se aquecer, a vontade de
dizer que também o amava me invadia, porém
precisava ser forte até ter tudo claro.
— Obrigada, Antônio, nos vemos amanhã.
Desliguei a chamada, mas meu telefone tocou
em seguida.
— Alô?
— Amanda? Aqui é Bruna, lembra de mim?
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Desculpe o horário.
Bruna, minha colega de trabalho. Eu gosto
dela.
— Sim! Lembro sim, Bruna, tudo bom?
— Tudo. Eu queria falar sobre o Tony,
desculpa ligar apenas pra isso, mas eu não sabia se
iria se lembrar de mim ou querer falar comigo.
— Tudo bem, Bruna, eu gosto de você. Pode
falar, fica à vontade.
Então sentei no sofá e escutei o que Bruna
dizia.
— Bom, não vou falar que ele te ama. —
Quando ela disse, gelei. O que então Bruna teria
para dizer? — Porque o amor é algo que se pode
sentir a quilômetros de distância. Não preciso
confirmar, você sente que ele a ama. É algo nítido.
— E realmente era, sentia o amor dele. — Então só
queria dizer que você deve dar uma chance a si
mesma de ser feliz. Ele não a trairia. Pode ter
errado em confiar que Felícia não faria nada de
mais, pode e errou. Mas homens são idiotas e se
nós mulheres formos sempre agir radicalmente por
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— O quê?
Antônio respirou fundo e olhou para o teto do
pequeno cubículo.
— Não sou mais diretor da empresa, larguei
tudo.
Senhor!
— Como!? — perguntei espantada.
— Liguei pro meu pai. Essa coisa da Felícia
tem dedo dele, eu posso sentir. Falei que preferia
mil vezes ficar com você do que com a empresa e
ele podia tentar o que quisesse, que não me faria
desistir de te amar.
Ah, não… Aquilo já era demais. Fiquei
furiosa e revoltada!
— Mas como você foi estúpido! Não se larga
uma empresa de família por um motivo tão bobo!
Antônio, seu pai depende de você! E se foi ou não
ele a armar isso tudo, que se dane. Muda alguma
coisa? Não muda, então segue a vida! Meu Deus,
eu não acredito que você foi tão infantil. Ao menos
deixou ele falar?
Ele meneou a cabeça em negação,
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constrangido.
— E se não foi ele? Você nem o deixou
falar?
Foi quando ele me encarou firmemente de
forma desafiadora, e imediatamente fui atingida
pelo significado daquele olhar.
Eu também não o havia deixado falar.
Fiz com ele o mesmo que ele fez ao pai.
— Droga. Eu também fui infantil, né? —
suspirei.
— Não, amor da minha vida. Não foi — me
consolou, tocando meu rosto.
Nossa, eu me senti horrível naquele
momento. Precisava passar por cima daquela
situação para que tudo voltasse ao normal entre
nós. Juntos caminhamos nós três até o apartamento.
Chegando lá, pedi minha filha que ficasse um
pouco no quarto, pois falaria algo com tio Tony.
Ela prontamente obedeceu dizendo que faria alguns
desenhos. Nos sentamos no sofá e então
começamos a conversar.
— Antônio, eu...
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que podia...
— Que isso. Não precisa se incomodar. Em
mim terá uma amiga a hora que precisar. Fico
também feliz com o avanço de Laira e torcendo pra
que em breve possamos nos ver.
Pedro sempre me elogiou pelo coração
generoso, apesar de não ser boba, eu amava ajudar
as pessoas.
Valentina olhou ao redor e então perguntou
num tom de voz mais baixo.
— Está sozinha?
Enquanto ela falava, eu prendia bexigas umas
nas outras com as mãos, mas parei e encarei minha
nova amiga.
— Clara está no quarto e meu irmão saiu.
Percebi Valentina relaxar o corpo lentamente.
Algo tem. E eu sanaria minha dúvida naquele
momento.
— Então, Val. Posso te chamar assim? —
perguntei e Valentina assentiu sorrindo. — Você já
conhecia meu irmão? Vi os dois no shopping um
dia desses. Desculpa perguntar, é que me pareciam
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apresentei a ela.
— Esse é meu namorado, Val. Antônio. —
Apontei para Val. — Essa é a doutora de que te
falei, amor. Valentina.
Os dois se cumprimentaram e logo Lucas
chegou no meio da conversa.
— Opa! Carne nova no pedaço! Prazer,
Lucas. Ou lindo, tesão, bonito e gostosão, se
preferir. — Estendeu a mão para Valentina, que
estava sentada no sofá.
Meu Deus, ele era mesmo louco!
Ela riu e o cumprimentou.
— Prazer, Valentina. Mas eu sou noiva,
obrigada.
— Poxa. Não vai vir nenhuma solteira pra
festa do Pedroca? — perguntou ele, a ninguém
específico.
Val se remexeu no assento, eu notei, e
enquanto os homens continuavam a conversar,
arrumando as coisas, ela se aproximou de mim
novamente.
— Bom, acho melhor ir. Conversamos mais
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outro dia.
Ha há! Quero juntar as peças do meu quebra-
cabeças, linda. Vai ficar sim.
— Não! Fica, por favor. Quase não terá
mulheres e os homens vão ficar falando
sacanagens, já conheço. Fica e me faz companhia,
não vai me incomodar não — respondi de modo
educado.
— Hum... Acho melhor não, não quero
estragar a festa. Ninguém nem me conhece. —
falou um pouco tímida.
— Mas eu conheço, ah, para. Fica aí —
insisti.
A verdade era que eu suspeitava de algo entre
ela e meu irmão, mas como era mais esperta
sempre, agia por baixo dos panos até confirmar as
suspeitas. Sem querer me gabar, mas eu sou muito
mais sagaz do que todos imaginam.
— Tudo bem — Valentina aceitou. — Só não
demorarei muito pois, logo, logo meu noivo me
ligará perguntando onde estou.
— Ótimo, fica à vontade que vou preparar os
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lanches.
— Eu ajudo! — Ela levantou solícita e foi
comigo até a cozinha.
TONY
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AMANDA
apartamento.
— Hã... Sim, sim. Vamos até dar uma
saidinha agora, pode ficar tranquilo que eu tranco
tudo.
— Ótimo, bom passeio.
— Beijo, tchau — disse e encerrei a ligação.
Acenei para que todos se unissem no meio da
sala e falei em voz baixa:
— Ele está vindo, vou apagar as luzes e
vamos ficar todos aqui perto do sofá. Quando ele
chegar e acender, a gente dá o susto.
Todos concordaram, porém Nick resmungou.
— Viadagem ridícula... Mas o patrão merece.
Todos riram e ficaram nas suas posições.
A sala era ampla, tinha dois espaços. O local
perto da porta, que era como uma recepção ampla
com alguns quadros na parede e alguns aparadores,
e mais adiante o outro espaço com os sofás, TV e
mesa de jantar.
Desliguei o celular e corri para trancar a
porta. Voltei e fiquei ao lado do meu namorado
após apagar as luzes. Todos ficaram cochichando
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Capítulo 27
PEDRO
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AMANDA
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lembrava dele.
Tudo bem que ele quase estragou se pegando
com a mulher que trouxe. Por sinal, uma mulher
que nunca vi na vida, mas são coisas da vida. Não
pude evitar notar como Valentina ficou
constrangida quando viu a cena.
Deixando os problemas dos outros de lado,
percorri com os olhos pelo ambiente e os pousei no
homem mais alto e parrudo do aglomerado de
pessoas. Fiz uma checagem de baixo para cima,
começando pelos sapatos estilosos nos pés e subi
até suas pernas torneadas pouco destacadas pela
calça que, mesmo um tanto larga, não suportava
algumas partes fortes de seu corpo. Meus olhos
percorreram a cintura. Ele estava com o braço
levantado, apoiando em algum móvel no instante
em que olhei naquela direção. Sua blusa, um pouco
levantada pelo movimento, mostrava um trajeto
suave de pelos na linha do umbigo que me fez
morder os lábios ao imaginar o restante daquele
corpo másculo sobre mim. Mas a checagem não
parou aí. Subi um pouco mais e percebi como a
camisa demarcava seu peito forte, suspirando. Para
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dele.
— Algum problema? — Ele devolveu,
preocupado.
— Venha.
Segurei sua mão e o guiei até o banheiro, de
modo discreto para que ninguém percebesse o que
pretendia em plena comemoração social.
Assim que entramos no amplo cômodo,
fechei a porta e a travei. Posicionei-me encostada
contra a porta e respirei fundo.
— Amor, o que houve? Tá passando mal?
Enjoada? Com azia? Desejo? — Ele perguntava
com os olhos arregalados e preocupados.
Ai, amorzinho… Te amo tanto!
Fechei os olhos e sorri. Em seguida, estendi a
mão espalmada na direção do meu namorado,
pedindo para que ele aguardasse.
Logo minha respiração voltou ao normal e
enfim o encarei.
— Não estou passando mal, mas estou com
desejo — afirmei séria e depois levantei o canto do
lábio num sorriso sugestivo.
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VALENTINA
sorrir.
— Eu acho que você já é uma boa irmã. Olha
como você cuidou direitinho desse menino do seu
lado! Parabéns — a elogiei.
— Obrigada — Clara corou. — E você, tem
bebês?
Fechei o sorriso. Falar de bebês era um tanto
delicado, mas no momento em que ia responder à
Clara, ouvi um barulho estrondoso.
Socos na porta do banheiro.
— Não acredito que estão fazendo isso no
meio da minha festa! — Pedro espancava a porta
do banheiro, mas não estava chateado, apenas
parecia fazer cena. — Bora, saiam daí!
Logo seus outros amigos começaram a bater
à porta, juntos.
— Se Pedroca não pode, ninguém pode! — O
loiro gritou.
— Eu também tô na seca hoje. Tem lugar pra
mais um? — O negro adicionou.
Os três começaram a rir como crianças e eu
só pude revirar os olhos pela cena infantil. Até que
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AMANDA
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apagada.
— Por quê? — Sua voz era um sussurro.
Respirei fundo, sentei-me novamente ao lado
dele, saindo do seu colo, e o encarei.
— Já nos amamos, já somos felizes. Não
precisamos de um papel pra oficializar nada,
entende? Eu fui casada por oito anos, não quero ter
esse peso agora. Não sei, apenas não quero.
Eu tinha ciência de que Antônio jamais seria
Henri. Ele era mil vezes melhor, mas ainda tinha o
medo e as coisas que sempre desejei e não
conquistei por estar casada e presa. Por mais que o
ame, não convivemos tempo o suficiente juntos. Eu
não me sinto ainda segura, ele precisa entender.
O que parece que não aconteceu, pois
Antônio só assentiu e se levantou.
— Quer ver um filme? — Tentou descontrair
de alguma forma para aplacar a decepção no tom de
voz.
Ah, meu anjo da guarda… Não fique
magoado comigo!
Tentei passar por cima daquele
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TONY
AMANDA
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TONY
amizade, respeito.
De uma vez só feri a amizade, desrespeitei e
desconfiei de Amanda ao ver um homem
desconhecido próximo demais. Meu interior sabia
que jamais seria traído ou magoado de propósito
por ela. Então por que agi de modo tão imaturo ao
vê-la naquela situação? Estava chovendo, ele
poderia estar apenas a ajudando.
Meditava sobre minha atitude, deixando a
água do chuveiro lavar toda a minha vergonha e
levá-la para o ralo, juntamente com a imaturidade.
Já era hora de amadurecer e virar homem de
verdade que consegue, sim, fazer uma mulher feliz
ou ao menos oferecer momentos alegres durante a
convivência.
Se eu a quero para toda a vida, preciso
aprender a lidar com as mais diversas situações. O
cuidado demais, o ciúme, que apesar de não ser
algo rotineiro, me dá medo. Nessas horas meu pai
seria de grande ajuda se não tivesse se tornado um
idiota.
Assim que saí do banho, fui surpreendido
pelo celular tocando de modo insistente sobre a
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AMANDA
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Capítulo 28
TONY
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perdoa?
Ele segurou firme em minhas mãos. Eu não
estava esperando que nossa conversa franca fluísse
tão facilmente. Nem que ele confessasse sem toda a
capa de orgulho o que fez a mim por todos esses
anos. Aquilo causou um aperto em meu peito, mas
não de dor. De libertação. Eu estava me sentindo
livre e o peso que ele lançou sobre mim, finalmente
estava se esvaindo.
Tomei fôlego e sorri.
— Te perdoo. Agora mais ainda, pois o
senhor será avô.
— Mesmo? — Seus olhos refletiram a
surpresa pela notícia. —Terei um netinho ou uma
netinha?
— Sim. Ainda não sabemos o sexo, mas
quero você por perto, pai. Vem pra Minas?
— Eu também pensei nisso, filho. Vou
chamar o escrivão e transferir a direção-geral da
empresa para você. A partir de hoje você será o
CEO da Gali e eu vou me aposentar. Sei que você é
capaz e pode assumir tudo com perfeição, ainda
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Capítulo 29
AMANDA
entendia.
— Parabéns, papais, vocês estão esperando
uma linda menina!
Antônio e eu nos entreolhamos sorridentes.
— Letícia — dissemos juntos.
O nome não foi um problema, pois havia
achado excelente colocar o nome de minha filha
como o da avó, mãe de Antônio.
Nem preciso dizer que, para ele, aquele dia
rendeu muitas lágrimas e beijos na minha barriga,
né?
Quase prestes a ter o bebê, eu sofria com o
verão. Estava quente demais e, mesmo que não
abrisse mão de trabalhar, contra a vontade de
Antônio por pura preocupação com Letícia, às
vezes faltava um dia ou outro para não arriscar.
Nós dois continuamos morando em casas
separadas. O pai dele, Douglas, mudou-se para
Belo Horizonte e estava morando no mesmo
condomínio que o filho.
Antônio, agora CEO da Gali
Telecomunicações, vivia trabalhando demais. Eram
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ela o fez.
— Antônio é tão exagerado — respondi sem
graça. — Não quero te incomodar, amiga, sei que
vida de mãe é desgastante e você ainda está
fazendo aqueles freelancer de assistente lá na Gali.
Não se preocupe comigo.
— Não, me preocupo sim. Para de bobeira.
Sabe como eu gosto de me sentir útil. Sobre a Gali,
Tony tem feito um excelente trabalho. E vocês,
quando vão juntar os trapos? O bebê não vai nascer
tendo duas casas, não é? Pais juntos, porém
separados, é isso? — Bruna brincou.
Assunto delicado e bastante complexo. Dei
um sorriso contido.
— Não entendo. Por mim nós morávamos
juntos, não me incomodaria em nada, eu o amo.
Mas ele insiste em casamento. Prometi a mim
mesma que não me casaria outra vez. E estamos
ainda solidificando tudo entre nós, entende?
Eu não tinha lembrado mais nada depois da
noite em que conheci Antônio na boate, e aquilo
me desanimou pois esperava que, ao menos me
recordasse do início do sentimento entre nós. Ainda
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tempo, assustadas.
— É, isso mesmo que vocês estão pensando.
Eu o traí. — Ela começou a chorar novamente.
Já vinha percebendo algumas coisas
estranhas acontecendo com Valentina havia um
tempo, mas nunca achei que ela tivesse coragem de
trair seu noivo. Ela sempre se mostrou correta e
generosa, uma pessoa boa e amiga. Essa notícia foi
um choque.
— O pai... Já sabe? — Bruna perguntou
receosa.
Valentina transformou o rosto em puro ódio.
Meu Deus, eu não queria estar em sua pele.
— Não quero falar dele. Eu fui idiota
entrando nesse problema sozinha, eu vou dar um
jeito de sair — respondeu firme. — Precisava
apenas... Contar pra alguém.
— Você não está pensando em... — comecei,
porém fui interrompida.
— Sim. É a única maneira de eu apagar de
vez tudo e casar com Juliano. Me arrependo tanto...
Fui tão desleal, ele não merecia... — logo Valentina
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TONY
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Capítulo 30
TONY
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— Sim.
Acompanhei a enfermeira até a sala de parto.
Lá, após vestir os trajes adequados, posicionei-me
ao lado de Amanda e segurei sua mão.
A cada grito dela, meu interior gelava. Estava
suando de nervosismo e ansiedade. Nunca
presenciei tal cena e estava admirado com a força
da minha mulher ao trazer um filho ao mundo.
Depois de longas contrações, gritos e forças,
Letícia nasceu.
— Quer ajudar a cortar o cordão, papai? — a
obstetra perguntou.
O misto de emoções que inundou meu peito
naquele instante, ao ver minha pequena bebê pela
primeira vez, fez com que meus olhos marejassem.
Assenti. Minha voz estava embargada de emoção.
Segui as instruções e cortei o cordão
umbilical que ligava Letícia à Amanda. Depois a
bebê foi levada para a lateral da sala e colocada em
um respirador.
Me sentei na banqueta ao lado da maca onde
Amanda estava, ainda fraca, e sorri, afagando sua
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mão.
— Ela é linda, meu amor. Obrigado, eu te
amo tanto — disse a ela.
Amanda sorriu, ainda um pouco extasiada
pelo momento que passara.
— De nada. Estou morta, queria um
hambúrguer gigante — soprou.
Ela é realmente única e incrível.
Imediatamente sorri.
— Você acabou de parir e pensa em
hambúrguer?
Estávamos nós dois suados, com os olhos
cheios de lágrimas, emotivos demais porém com o
senso de humor firme.
— Claro! Meu estômago está vazio. Quero
comer.
Após esse momento de descontração, pediram para que
eu me retirasse pois terminariam de tratar de Amanda e
Letícia.
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Terra. E é meu.
Cada vez que ela se declarava, poderia ser
com um “eu te amo” ou com algo semelhante ao
que acabei de ouvir, sentia que meu peito podia
explodir com o poder dessas palavras. Nunca me
acostumaria com o efeito que ela tem sobre mim.
Peguei-a no colo e a coloquei sentada na beirada da
piscina. Sem pensar duas vezes, fiz com ela o
mesmo que fez a mim, minutos antes.
— Antônio... e se alguém nos... ahhh, que
delícia...
E era sempre assim, mesmo depois de tudo
que já vivenciamos, passamos e enfrentamos.
Sempre estamos dispostos a recomeçar e nos amar,
como se o amanhã não existisse.
Depois de alguns atos insanos, saímos da
piscina, tomamos uma ducha e entramos em casa.
— Ainda bem que ninguém nos viu —
Amanda sussurrou ao passar pela sala.
— É, vamos nos arrumar logo, daqui a pouco
Letícia acorda — a alertei.
Trocamos as roupas e voltamos para a sala.
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Epílogo
dois.
A resposta de Amanda? Um balançar constrangido
de cabeça.
No ano seguinte os dois foram parar na TV,
conhecidos pelo Brasil inteiro como o casal que
nunca se casa, mas cujo noivo faz o pedido todos os
anos.
Deram entrevistas, fizeram sessão de fotos...
Mas nada de Amanda aceitar o pedido de
casamento de Tony.
Passaram-se estes anos de namoro e no sexto
aniversário, ainda de madrugada, depois de uma
intensa noite de amor, Amanda perguntou:
— Qual vai ser o pedido desse ano? Ah,
parabéns pra nós, amor! Seis anos de união não é
pra qualquer um.
Tony a abraçou, deitado com ela na cama.
— Obrigado, meu anjo. — Depositou um
beijo no topo de sua cabeça. — Quem diria que eu
estaria há seis anos com a mesma mulher, e sem
vontade nenhuma de mudar essa realidade? Esse
ano não farei nada.
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comigo!
Ela gargalhava intensamente.
— Eu vou casar contigo! — repetiu ela,
gritando para todos ouvirem.
Não tinha ninguém da vizinhança na rua, mas
só em gritar em alto e bom som que aceitava o
pedido dele, Tony abraçou forte sua amada e a
levou de volta para a cama.
— Agora um amorzinho gostoso pra
comemorar.
Três meses depois, chegou o grande dia.
Tony já estava no altar da igreja, contando os
minutos para a chegada de Amanda.
Ao lado, todos os amigos com suas respectivas
esposas a postos, homens de um lado e mulheres do
outro. Cada um em um degrau da escadaria enorme
do altar.
— Finalmente, hein, barbie, convenceu o
sargento! — Nick provocou o amigo.
— Só não te xingo e te mando para, você
conhece bem o lugar, por respeito ao local em que
estamos — Tony rebateu.
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FIM
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Sobre o suicídio:
Gostaria de citar algumas curiosidades sobre
suicídio:
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Fonte de pesquisa:
http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2014
sinais-de-comportamento-suicida.html
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Agradecimentos
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é hoje.
Obrigada
Andressa Gomes — A. G. Moore.
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Sobre a autora
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Redes Sociais
Email: a.g.mooreautora@gmail.com
Página: A. G. Moore
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